o jornalismo ea informa

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Luciana de Queiroga Bren o JORNALISMO E A INFORMA<;:AO ON-LINE COMO APRENDIZAGEM Curitiba 2005

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Page 1: o JORNALISMO EA INFORMA

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA

Luciana de Queiroga Bren

o JORNALISMO E A INFORMA<;:AO ON-LINE COMO

APRENDIZAGEM

Curitiba

2005

Page 2: o JORNALISMO EA INFORMA

Luciana de Queiroga Bren

o JORNALISMO E A INFORMAc,;;AO ON-LINE COMO

APRENDIZAGEM

Monografia apresentada ao Curso de P6s-Gradua/t8o em EstratE~gias da Comunicayao, Selorde Ciencias Humanas, da Universidade Tuiuli doParana, como requisito parcial a obtenyao de titulode Especialista.

Orientador: Dr. Marco Antonio Maschio CardozoChaga

Curitiba

2005[CONSULTA I

INTERN"\

ISETORIAl BIiHIGUI

Page 3: o JORNALISMO EA INFORMA

Luciana de Queiroga Bren

o JORNALISMO E A INFORMA(:Ao ON-LINE COMO

APRENDIZAGEM

Esla monografia foi julgada e aprovada para a obtent;;ao do grau Especialisla no Curso de Estrategias

da Comunicat;;ao da Universidade Tuiuti do Parana.

Curitiba, de novembrode 2005

--;;arc AntonioMasc/acardOZO ChagaCoordena or do Curso Estrategias da Comunic8<;ao

Universidade Tuiuti do Parana

Orientador: Professor Dr. Marco Antonio Maschio Cardozo Chaga

Page 4: o JORNALISMO EA INFORMA

Dedico esta monografia a minha filha Agatha, que ainda em meu ventre me deu

forgas para concluir 0 trabalho.

Page 5: o JORNALISMO EA INFORMA

AGRADECIMENTOS

A Deus, peJa vida~

Aos meliS pais, pelo cstudo e forma9ao moral;

Ao mell marido, pelo incentivo;

Ao Prof. Marco Chaga, pelos ensinamentos e orienta9ao na condm;:ao deste trabalho.

Page 6: o JORNALISMO EA INFORMA

SUMARIO

RESUMO ..

1INTRODUC;iiO ..

2 Do impresso ao on-line ..

3 Oesenvolvimento hist6rico dos jornais on-line ..

4 Novas tecnologias e educa<;ao ...

5 Mudanc;as na forma-;:ao profissional do jornalista ..

5.1 Redaryao on-line ..

6 Jornalismo criativo e interpretativo ..

6.1 Escrevendo para a Internet...

7 0 conteudo jornalistico da Internet.. ..

7.1lnformary8o para as formadores de opiniao ..

7.2 Jornalismo: 0 chamariz dos portals ..

a Perspectivas para as jornais impressa eon-line ..

8.1 Interatividade em sala de aula ..

9 CONCLUsiio ..

10 REFERENCIAS ..

iv

16

21

23

25

29

31

36

40

41

44

46

48

50

iii

Page 7: o JORNALISMO EA INFORMA

RESUMO

o presente trabalho visa demonstrar que a informaC;:8o em rede e capaz de propiciarnoves conhecimentos e inaugurar um novo aprendizado, promovendo a educ8yaocontinuada, permanente e a distfmcia. Atraves de matarias jornalisticas,conhecimentos tecnicos ou cientificos, a informaC;8o on-line, via Internet,disponibiliza a sociedade 0 conhecimento, ampliando a dimensao espac;o-temporaldos espac;:os e informac;ao tradicionais, democratizando 0 aces SO a cultura einformayao.o jornalismo on-line, a atividade jornalistica na Internet, e apenas urn dos meiDs deobtenc;ao do conhecimento da informaC;2Io em rede. Por1anto, 0 trabalho tambemtraC;8 urn panorama do processo de prodw;;ao do jornalismo on-line, considerando aascensao da midia Internet e enfatizando os aspectos que foram herdados do jornalimpresso, sempre focado na informaC;8o em rede como possibilidade de auto-aprendizado.Foram realizadas pesquisas em livros, artigos e sites com 0 objetivo de obtermaterial suficiente para uma ampla discussao sobre a assunto, chegando-se aconclusao que no ambito educacional, a Internet favorece autonomia, integrac;ao emcomunidades virtuais de aprendizagem e a apropriac;ao global do conhecimento.

Palavras-chave: informac;ao em rede; conhecimento; jornalismo on-line; auto-aprendizado.

iv

Page 8: o JORNALISMO EA INFORMA

1 INTRODUCAO

A informa~ao esta em alta e em ritmo acelerado nesta nova era globalizada, mas

a infonnay80 apenas nao basta. E preciso que esta informa<;:Bo a que temas acesso

transforme-s8 em conhecimento e possa ser colocada em pratica. Oesta forma, as

ac;oes provenientes do conhecimento adquirido gerarao as solw;oes de que

necessitamos, ternandO-s8 uma grande vantagem competitiva e sustentavel do novo

seculo.

Urn trabalho de pesquisa em comunic8ry8o e importante para que estudantes e

profissionais conhe<;:ammelhor suas ferramentas de trabalho, principal mente quando S8

tratam de novas tecnologias, para que nao S8 [imitem a repetir 0 que ja foi criado e

busquem novidades atraves do conhecimento.

Estamos vivendo urn novo paradigma, que representas mudanc;a na organizac;ao

da sociedade como um todo e da economia. E urn novo movimento global, de excelente

potencial transformador das dimens6es econ6micas e sociais, em virtude de promover

a integrac;ao mediante a difusao da infonnac;ao atraves das redes cooperativas de

comunicac;ao ao reduzir distancias entre pessoas, e aumentar 0 seu nrvel de acesso ainfonnac;ao, decorrentes da contribuiryao de infonnac;6es, no que lange a relac;ao de

proximidades dos negocios, empreendimentos e culturas.

"Educar, conhecer e aprender em urna sociedade da informatyao e muitornais do que treinar pessoas para 0 uso das novas tecnologias; trata-sede forrnar cidadaos para aprender a aprender de forma a prepara-lospara continua e acelerada transformayao da base tecnol6gica que bateem nossas portas numa velocidade quase que inexplicavel»(GONt;ALVES, 2005)

As novas formas de comunicac;ao fundamentam as relac;oes sociais, e e a

educac;ao 0 elemento basico para construc;ao e ampliac;ao de uma sociedade da

infonnaC;8o, caracterizando-se como a condiC;8o essen cia I para que as pessoas e

organizac;6es estejam aptas a lidar com a novo. Neste sentido, propiciar novas

conhecimentos, atraves da informac;ao em rede, e inaugurar 0 novo aprendizado, e

prornover urna edUCay80 continuada, permanente e a distancia, base ados na Internet e

Page 9: o JORNALISMO EA INFORMA

em redes cooperativas de informaC;ao, mediante formas de auto-aprendizado nas

formas da tecnologia da informac;ao, resignificando 0 conceito de cultura.

Desta forma, 0 presente trabalho pretende demonstrar que a informac;ao on-line,

via Internet, adequa-se a esse paradigma, seja atraves da publicac;ao de materias

jornalisticas, conhecimentos tecnicos ou cientfflcos, noticias nos variados aspectos,

cujo principal merito e disponibilizar a sociedade 0 conhecimento sobre 0 que acontece

em todo 0 mundo.

A infonnayao digital ou 0 jomalismo on-line tem se apresentado nasociedade contemporanea como uma forma de aprendizagemcolaborativa, que amplia a dimensao espar;:o-temporal dos espayos deinformayao tradicionais, democratizando 0 acesso a cultura einformayao, proporcionando as pessoas oportunidades deaperfeiyoamento, informar;:aoe conhecimento, com a mesma qualidadepropiciada pela midia impressa (GON9ALVES, 2005).

o jornaHsmo on-line e tambem chamado de webjornalismo, ciberjomalismo e

jornalismo digital. Entretanto, 0 termo escolhido para guiar este trabalho foi "jornalismo

on-line", que diz respeito a qualquer jomalismo praticado na internet, enquanto 0 termo

"jomalismo digital" refere-se a toda tecnologia que trabalhe com digitos (e nao somente

ao computador), a termo "webjomalismo" refere-se so mente ao jomalismo praticado na

web (apenas urn dos servic;os da internet, embora 0 mais importante) e a termo

"ciberjomalismo" esta relacionado com a cibernetica, uma ciencia em particular.

Entretanto, ignorando a terminologia da palavra, todos estes termos podem ser usados

para nomear a atividade jornalistica na internet.

Muitos sao os questionamentos que surgiram em torno do jornalismo on-line, que

tem conquistado cada vez mais leitores e anunciantes. Sera que 0 jomal impresso esta

com seus dias contados? 0 que pode ser feito para solucionar a crise enfrentada pelos

impressos? E quanto aos jornais on-line, quais sao suas metas? Estao obtendo lucra ou

sao apenas estrategias de consciemcia de marca dos jornais tradicionais? Enfirn, qual 0

meio de divulgac;ao de informac;oes que oferece maiores possibilidades aos leitores?

Desta forma, este trabalho tambem mostra 0 pracesso de praduC;8o dos jomais

on-line, considerando a ascensao da midia internet e enfatizando os aspectos que

foram herdados do jomal impressa, e tambem, apontanda as vantagens da internet

Page 10: o JORNALISMO EA INFORMA

para 0 jomalismo, tanto no aspecto econ6mico quanto profissional, sempre focado na

infonnac;ao em rede como possibilidade de auto-aprendizado.

1550 porque a infonnac;ao em rede permite ao leitor gerenciar seu tempo,

obedecenda 0 ritma de leitura de cada urn. 0 trabalho ainda baseia-se no princfpio de

que qualquer pessoa e capaz de aprender, conhecer e informar-se por si 56, com a

mediac;ao de recursos didaticos sistematica mente organizados, apresentados em

diferentes suportes de informac;ao, utilizados isoladamente ou combinadas, e

veiculados por diferentes meios de comunicac;ao.

Faz parte desse movimento entender esse novo modelo como uma habilidade

indispensavel a vida do homem contemporfmeo. Ja e sabido que os ambientes de

infonnaC;ao em mundos virtuais estao a cada dia mais ao alcance do homem e nao mais

se trata de uma obra de ficc;ao cientitica: 0 numero de redes mundiais de computadores

aumenta vertiginosamente a cada dia, passando a ser visto como uma utilidade e

ferramenta informacional, com novas atitudes de produc;ao e acesso ao saber. Nesta

perspectiva, a pratica do jomalismo on-line em ambientes viriuais resultara numa nova

pratica de tazeres e saberes preparatorios para 0 exercicio da cidadania.

Por isso, 0 trabalho tambem visa incentivar novos faze res da pratica de produc;ao

e leitura, oferecendo novas possibilidades de conhecimento da infonnac;ao. Sabe-se

que a maior dificuldade do jornalismo on-line e despertar 0 interesse do leitor e faze-lo

ler urn texto integralmente, pOis os usuarios disp6em de pouco tempo e procuram

praticidade. Assim, 0 jornal on-line precisa diferenciar-se do impresso, explorando os

diversos recursos que a Internet oferece.

Para realizar esta tareta, 0 jomalista precisa conhecer a intluencia da tecnologia

no jomalismo impressa e suas conseqOencias, para nao cometer os mesmos erros que

tem reduzido os leitores e anunciantes dos impressos, problemas estes que pod em ser

solucionados no jornalismo on-line com 0 correto planejamento do website e dominio da

midia internet.

A gerac;ao de receita pelos jomais on-line e outro problema consideravel. Os

jornais on-line nao possuem assinaturas como os impressos, dependendo quase que

tatalmente das verbas publicitarias. He tontes altemativas de receitas, mas estas

representam uma pequena porcentagem. Esta dependencia em relaC;ao a publicidade

Page 11: o JORNALISMO EA INFORMA

acaba resultando em uma certa convergencia que influencia toda a produyao on-line,

inclusive 0 conteudo editorial.

Seria possivel entao, uma relayao saudavel - do ponto de vista etico e

profissional - entre jornalismo e publicidade? Como funciona a venda de espayos

publicitarios dentro dos jomais on-line? Como e vista na internet a questao dos press

releases? Enfim, e preciso um estudo aprofundado sobre a influencia da tecnologia e

da publicidade na prodU/;ao jomaHstica on-line.

o mercado de trabalho para 0 jomalista on-line esta crescendo. 0 jornalismo na

internet tornau-se uma area respeitada, um mercado de trabalho em ascensao que

exige conhecimentos especificos dos profissionais. Muitas empresas ja desenvolveram

redac;6es especificamente para a web e 0 jornal tradicional que nao possuir sua versao

on-line estara logo ultrapassado.

Os anunciantes estao transferindo parte de suas verbas publicitarias para a

intemet. Entre os sites mais anunciados estao os jomais on-line, 0 que exige dos

jornalistas, tanto conhecimentos em informatica quanto 0 empreendedorismo

publicitario, para que possam exercer suas atividades de forma eficaz.

Par issa, canhecer a influencia da tecnologia e saber lidar com a dependemcia da

publicidade e essencial para que 0 trabalho jornalistica on-line seja etico e coerente

com suas func;6es sociais, respeitando os limites impostos pela concentrada fonte de

receita na publici dade.

Page 12: o JORNALISMO EA INFORMA

2 Do impressa ao on-line

Os primeiros indicios de impressao surgiram na China do sEkula VIII, civilizac;:ao

que ja dominava a produc;:ao de papais, tintas e prensas de marmore au madeira, em

que as paginas eram cuidadosamente esculpidas. De todo este processo, a reslo do

munda s6 conhecia a papel, cuja produc;:ao fai futuramente revelada aos arabes e em

seguida aas europe us.

Na Europa medieval, as livros canstituiam abras primas de artesanata, frulas da

dedicac;:aa religiasa das manges capistas, produzidas manualmente sabre papeis

preciosas, com vinhetas, cabec;:alhos e margens ricamente ilustradas. A gradual

ascensaa camercial e cansequente carrasao do sistema feudal expandiram a numero

de letrados cansideravelmente, sendo necessaria desenvolver metodos rna is eficazes

para reproduzir as obras ate entao religiosas.

A capia manual foi aos poucos substituida pela xilografia e metalografia,

sistemas de impressao em que as paginas eram entalhadas em madeira e metal

respectivamente. Estes procedimentos ainda nao ofereciam a praticidade adequada

para impress6es em grande escala, sendo que, em mead os do seculo XV, Johannes

Gutenberg desenvolveu os tipos m6veis, permitindo que as livros fossem impressos

letra por letra de forma eficiente.

Apesar do grande progresso iniciado pela tipografia, fai samente no SEkula XIX

que Friedrich Konig desenvolveu a impressara a vapor (capaz de imprimir cerca de mil

exemplares par hara) e Ottmar Mergenthaler inventou a maquina linotipo (que podia

imprimir linhas completas e nao so mente tipos individuais).

Em mead os do seculo XX, 0 sistema de fotocomposiC;ao criado par Rene

Higonnet deu origem aos modemos metodos de impressao ~a frioH, caracterizados pela

praticidade e economia, dis pando de ampla variedade de tintas e papais. Oesta forma,

as editorias passaram a oferecer seus produtos por custos menores, utilizando as artes

gn3ficas para criar suas identidades visuais e impulsionar suas vendas.

Oesde a criaC;ao dcs primeiros cursos de Jomalismo ao final da decada de 1960,

a estrutura curricular oferecida passou par canstantes atualizac;oes. Isla parque, a

Page 13: o JORNALISMO EA INFORMA

profissao jornalfstica se transforma proporcionalmente ao desenvolvimento tecnologico

e informatica.

Fornecer noHcias implica em rapidez e agilidade, utilizando as mais recentes

tecnologias para faze-Io no menor tempo posslvel. Em busca de eficacia, as reda.yoes

atuais possuem bancos de dados infonnatizados, computadores, scanners, impressoras

de ultima gera.yao e todo tipo de aparato jornalistico, visando sempre superar as

publica.yoes concorrentes na busca pelas noticias.

Neste contexto, os profissionais necessitam cada vez mais de habilidades

especificas - sejam em comunica.yao ou informatica - para lirar maior proveito de si

mesmos. 0 que nem sempre agrada aos jornalistas, que muitas vezes se opoem as

exigencias do mercado por nao desejarem se tomar apenas engrenagens do sistema

mercantil atraves da especializa.yao profissional:

"Os jornalistas alegaram haver ainda muitas restri.y6es quanto a profissao e ao

trabalho desenvolvido, pois 0 jornal tornou-se um produto de con sumo como qualquer

outro do mercado" (VIANNA, 1992, p. 132).

Entretanto, a processo de informatiz8yaO foi inevitavel, decorrendo do desejo dos

proprietarios pela otimiza.yao na preparac;ao e distribuic;ao do periodico, reduc;ao no

tempo de fechamento, ampliac;ao da circulac;ao e criac;ao de novos cadernos, alem da

conseqOente especializa<;;:ao profissional e reduc;ao de seus funcionarios, 0 que resultou

em uma grande economia, conforme Vianna (1992).

Em 1984, a Folha de S. Paulo dispensou cerca de 100 revisores declarando

extintos lais postos de trabalho. A partir de 1986, implantou mainframes que

processavam os textos eletronicamente, substituinda par complete a fun.y80 des

datilografos e revisores (PEREIRA, 2004)

Antes da chegada dos terminais de video nas redayoes, a Folha contavacom cern datilografas, dais engenheiros eletr6nicos, quatro tecnicos, 95pestapistas, 56 fotocompositores e 102 revisores. Com 0 usa efetivo dosterminais de video, a revisao foi extinta par completo, e as datilografastransferidas para a digitayao. 0 proximo setor a desaparecer seria 0 dearte-final (VIANNA, 1992, p. 32).

Page 14: o JORNALISMO EA INFORMA

Os jomalistas precisaram se adaptar para poder competir no novo mercado de

trabalho ditado pela informatiza~ao Em 1988, a Folha de S. Paulo lan~ou urn curso de

jornalismo para suprir as falhas tecnologicas das universidades da epoca e preparar

seus futuros ernpregados (KREINZ, 2004).

Numa atitude de pioneirismo e disposiyao economica, a Folha de S. Paulo

apostou na informatizac;;ao e qualificayao profissional para superar seus concorrentes,

como afirma 0 engenheiro e diretor industrial Pedro Pineiroli Jr:

A informatizatyao deveu-se, em primeiro lugar, a uma atitude depioneirismo com relatyao a tecnologia, uma caracteristica marcante daFolha. Sempre que uma nova tecnologia e lanyada no mercado, e issoQcorredesde 1962, 0 jornal tenta implanta-Ia no Pais, antes que Qutros 0fa<;am.Em segundo lugar, porque tomava 0 jornal mais viavel (do pontode vista economico), racionalizando tempo e agilizando a informayao(PINCIROLI JR, citado por VIANNA, 1992, p. 32).

Depois do grande saito dado pela Folha de S. Paulo, informatizando toda sua

redayao, todos os jornais brasileiros comeyaram sua busca pelas novas tecnologias

que as permitissem competir em condiyaes de igualdade. Para Mario de Paulo

Gusmao, proprietario do jomal NH, de Novo Hamburgo, Rio Grande do Sui, a

informatizayao ocorreu por diferentes motivos em cada setor do periodico:

Na area da redayao, para modernizar 0 sistema de composiyao dostextos, na area administrativa, para agilizar 0 sistema de infonnayoes: ena area de circula<;ao, para permitir eficiemcia nos registros decobran<;as de assinaturas e listagem de entrega dos jornais (GUSMAOcitado por VIANNA, 1992, p. 104-105).

Atentos para a questao economica, os jornais brasileiros buscaram na

informatizay8o uma maneira de evitar a falemcia, possibilidade enfrentada pelos

peri6dicos desde 0 surgimento do radio e da televisao. As publicac;;oes precisavam

diminuir os custos de produyao (principal mente em mao-de-obra) e oferecer urn serviyo

atual que fosse valorizado no rnercado.

Assim, as decadas de 1970-80 foram marcadas por grandes mudan<;as na

prodU<;80 jomaHstica brasileira. Ate entao, eram utllizados maquinarios antiquados, 0

processo jornalistico era lento e as

Page 15: o JORNALISMO EA INFORMA

tomavam invitweis a medida que a televiseo e radio diminuiam a importancia dos

impressos, segundo Vianna (1992).

Oesde a iniclo, a informatizaC;8o provocou mede de demiss6es em massa e

acumul0 de tarefas nas redac;oes, 0 que realmente ocorreu, chegando a serem extintos

varios dos antigos departamentos como montagem e foto-mecanica. Hoje, todo a

material jomaHstico e produzido pela reda~o, que e responsavel pela noticia desde a

pauta ao fechamento.

Ap6s a conviv€mcia e 0 devido treinamento com os computadores, as antigos

joma1istas deixaram de lado os temores e passaram a aceitar suas novas ferramentas

de trabalho, que continuam a depender do conhecimento humano em qualquer area

profissional:

"( ... ) a qualidade da informac;ao nao muda apenas pelo usa de um sistema de

term ina is de computadores. Ela continua dependendo do jomalista, do profissional que

esta por tras ou de maquina de escrever ou de urn terminal de video" (VIANNA, 1992, p.

95).

o computador simplesmente agilizou a produC;80 jomalistica, permitindo que os

textos sejam modificados a qualquer momento, mesmo que minutes antes da

impresseo. Sua capacidade de armazenar dados e imensa, a cOrret;80 dos textes e facH

e instantanea, otimizando a eficiencia das editorias e oferecendo ao jemalista mais

tempo para buscar e apurar informac;oes.

Os calculos necessarios para diagramar as paginas tambem foram eliminados,

facilitando a programa<;8o visual des publicac;6es:

Ao iniciar seu trabalho, 0 diagramador ja sabe, com precisao matematicafornecida pelo terminal, as dimens6es que 0 texto tera quando composto(Iargura e altura), sem fazer qualquer calculo, nao correndo a risco de-estourar" 0 texto, quer dizer, criar algo maior que 0 espa~o disponivelna pagina, a que geralmente e 0 maior problema enfrentado pelossecretarias de ·oficina~e um das fatores de atrasa da edi~ao (FREJATcitada par VIANNA, 1992, p. 79).

Asslm, lnformatiza~o dos jornais proporcionou aos profissionais maior

!iberdade de expressao e criatividade, pois e!iminou processos antiquados que

Page 16: o JORNALISMO EA INFORMA

limitavam as artes graficas. As publica<;oes agora utilizam fortes apelos visuais para

atrair 0 leitor e ofereeer urn produto de qualidade.

As mudanyas ocorridas no jomalismo modemo nao foram somente visuals, mas

tambem ideol6gicas. A informatizac;ao das redac;oes nao signifieou necessaria mente

maior renda para as editorias, pOis 0 mercado jomalistico 58 tomou in stave I e

extremamente competitiv~, obrigando os profissionais a se especializarem para

valorizarem suas func;oes.

A televisao, a radio e a internet submeteram a mfdia impressa a 'novas regras,

algumas beneficas e outras nao. Se por um lado, as editorias passaram a se segmentar

para atender urn publico especifico e procurar agrada-Io, por outro, fol obrigada a eortar

pessoal, diminuir salarios, distorcer Infonna<;6es e depender das verbas publicitarias.

A diminuis:ao das receitas com publicidade tern forr;ado umaremodelayao em todo 0 setor editorial. Urn grande numero de revistas ejornais, incluindo alguns dos melhores e mais respeitados, desapareceupor completo. Muitas das publicas:ees sobreviventes tem-se voltado parafusees e aquisiyoes para aliviar suas dificuldades financeiras. Essasaquisiyoes sao geralmente levadas a cabo par corporas:6es da grandemidia, com 0 objetivo de incorporar uma grande quantidade de materialja publicado em operayoes multimidia que muitas vezes incluemrecursos de televisao, cinema e de TV a cabo, bem como tecnologiasmais recentes em informatica (OIZARD JR, 2000, p. 226 - 227).

Os ''furos''jornallsticos nos impressos se tornaram ut6picos, ja que podem ser

antecipados em ate 24 horas pelas novas midias, que sao, atualmente, a fonte primaria

de infonnacyao da maio ria da popula<;ao. Em muitos casas, as pessoas se recusam a

pagar por infonnac;oes que podem receber gratuitamente de outras midias.

Os joma!s diarios perderam com isso grande parte do prestigio do inieio do

seculo XX - a chamada BelJe Epoque. Hoje, estao cada vez mais pareeidos com as

coneorrentes, tratando dos mesmos assuntos e eompartilhando as mesmas fontes de

informac;6es. ConseqOentemente, estao vendendo cada vez menes:

A Associa<;aoAmericana de Jomais entrevistou 4.003 adultos com maisde 18 anos nos dOis primeiros meses de 2000 (...).A pesquisa revelouque a uti!izayao da internet como fonte de noticias aumentou nosEstados Unidos em 127% entre 1997 e 2000. No mesmo periodo, 0

Page 17: o JORNALISMO EA INFORMA

10

consumo de jornais despencou quase 12% e as telejomais nacionais emundiais perderam 14% de sua aUdiencia (NOBLAT, 2003, p. 14).

"( ..) entre man;:o de 2001 e man;:o de 2002, as 15 maiores jomais brasileiros,

responsaveis par 74% do volume total de exemplares vendidos no pais, diminuiram sua

circula,ao em 12%" (NOBLAT, 2003, p. 14).

"A direc;ao do The New York Times descobriu em 2001 que seus leitores mais

fieis s6liam 10% dojoma!" (~JOBLAT, 2003, p. 15).

Na Frany3, (...) a Galaxia de Gutenberg [grifa do autor] perdeu, emquarenta anas, um milhao de leitores diaries, e 0 que e piar: nesteperiodo, a popula.;:aofrancesa cresceu de 39 para 52 milh6es (...); Parisenterrou, desde entao, 24 diarios de infonnas;aogeral (BATALHA citadopor SM!TH citado por MARSHALL, 2003, p. d6).

o publico adolescente, em geral, nao se interessa pelos jornais diarios, que

editam pouco au nenhum conteudo destin ado a esta promissora fatia de mercado.

Segundo Ricardo Noblat (NOBLAT, 2003), isto pode influenciar decisivamente na

vitalldade dos jernais impresses, peis S8 estes nao atrairem os jovens, futuramenle nae

terao rna is leitores.

Cern toda esta crise vivenciada pelos diaries, as anuncianles estao migrando

suas verbas publicitarias para as outras mfdias, encontrando na internet urn veiculo

promissor que agrada principalmente as jovens, consumidores em potencial para

diversos produtos e servil;os:

Ate 2010, os jornais deverao perc!erpara a web de 10 a 30% de suareceita cern publicidade, segundo executivos de area Quvidos em 2001pela Innovation Intemacional Media Consulting Group [grifo do autor]Somente nos Estados Unidos, a publicidade online sa!tou de 200milh6es de d61aresem 1996 para 4 bilhoes a 12 bilh6es de d61aresem2000, a depender da fonte que se consulte (NOBLAT, 2003, p. 14w15).

Os jomais precisam agora enfrentar duas mudan<:as em especial: tomarem-se

empresas eficientes que aceitam a informal;ao como prod uta e a publicidade como

principal fonte de renda, e adquirirem certos aspectos do jomalismo de revista, que

aprofunda, interpreta, analisa, explica e complementa as fatos que ja ocorreram e foram

divulgados, utilizando uma serie de recursos graficos que facilitam a compreensao.

Page 18: o JORNALISMO EA INFORMA

II

o fato e que leitor da mais importancia a credibilidade do veiculo do que aos

Mfuros" jomalisticos. A informa9~10 e valorizada nao necessariamente quando e inedita,

mas sim completa, precisa e, aeirna de tudo, confiavel. A velocidade com que as

infonna96es sao transmitidas - em tempo real, faz com que a notieia inedita ja nao 0

seja rapidamente, a que vale tambem para a internet:

Os leitores raramente percebem quem fai 0 primeiro a dar a naticia - e,na verdade, nem se importam com issa. Uma naticia superficial,incompleta ou descontextualizada causa pessima impressao. E sempremelhor caloca-Ia no ar com qualidade, ainda que dez minutes depois dosconcorrentes (FERRARI, 2003, p. 49).

Portanto, a jornal deve investir na oferta de noticias e reportagens pr6prias,

evitando utilizar assuntos ja cobertos pelos demais vefculos, e neste caso, selecionar

os fatos relevantes, dando-Ihes uma explicaC;:8o competente e inserindo uma vi sao de

suas conseqOemcias. As transformac;:oes do jomalismo impresso devem ser vistas como

oportunidades, que possibilitam inovac;:oes e maior liberdade de expressao.

Os sobreviventes serao as organiza~6es que se ada pta rem asrealidades tecnol6gicas e econ6micas em transforma~a.o. Os perdedoressera.o os dinossauros empresariais, grandes e pequenos, que naopodem ou nao que rem mudar - todos candidatos a fusees. aquisi~6es ousimplesmente a falemcia (OIZARO JR, 2000, p. 22).

Em conseqOencia da crise enfrentada pelo jornal impresso, 0 jornalista, al9m de

acumular func;:6es nas redac;:6es, tamb9m 9 pressionado diariamente pelo deadline e

pela responsabilidade de superar a concorrencia. Os salarios sao baixos e 0 risco de

demissa a 9 constante. A soluc;:ao encontrada para garantir seu emprego e valorizar sua

profissao 9 especializar-se em determinadas areas e atualizar-se academicamente:

Exige-se do candidato a uma vaga nas reda~6es que seja profissionalcomplete e polivalente. Ele tern de deminar todas as tecnicas para 0exercicie da profissao, manejar os instrumentos capazes de ajuda-Io afazer 0 melhor trabalho e ter a nitida compreensao do seu papel dejornalista multimidia (NOBLA T, 2003, p. 36).

Uma das poucas certezas com que os novos profissionais de midiapodem contar no futuro e que estarao constantemente lidando com 0

Page 19: o JORNALISMO EA INFORMA

12

impacto das mudanr;as tecnol6gicas e com a intensificar;30 da demandapar maior envolvimento intelectual e habilitar;ao academica" (OIZARDJR, 2000, p. 21).

Embora sejam muitas as eriticas contra a industria cultural e a informar;ao

massificada, as pessoas tomararn-se mais informadas, conscientes e exigentes e nem

sempre aceitam tudo aquila que meies de comunicac;ao veiculam.

o leitar contemporaneo sabe, que aeirna de tudo, e urn consurnidor, que

raciocina e S8 comporta de acordo com as padr5es capitalistas de sua epoca. No

entanto, ele procura a melhor forma de satisfazer suas necessidades, avaliando as

vantagens que as diferentes empresas oferecem para 56 entaD cumprir a seu papel na

sociedade: consumir.

o avan90 tecnol6gico da rnfdia acabou gerando um receptor rnaisinform ado, mais seletivo, rnais exigente, mais participativ~, rnaisconhecedor dos seus direitos, rna is preparado para exercer de corpointeiro a cidadania. A qualidade tecnica dos produtos, tanto quanto osseus conteudos, sao cotejados, sao comparados, sao avaliados 0 tempotodo por esse receptor do novo seculo que ja nao se deixa enganar. Elemuda de canal quando 0 prograrna de radio ou de TV estaexcessivamente chato. verborragico, desagradavel, agressivo, false etc.Este e 0 seu modo de punk a inforrnalYao de rna qualidade (CAMPOS,2004).

o jomal impressa precisa, portanto, diferenciar-se dos concorrentes e oferecer

urn produto de qualidade, fomecendo informac;6es detalhadas e direcionadas para as

diferentes nichos de consumidores, sem, no entanto, abrir mao da credibilidade tao

exigida no mercado de informac;oes.

Par multo tempo, pensava-se mais no status que detenninada materia geraria

nos circulos jornalisticos do que em sua real importancia para a publico, a que tern

mudado progressivamente com a cancorrencia feroz do impressa contra as jornais em

tempo real. Desta forma, tanto a jarnalista do impressa como do on-line, tern de ser um

profissional multirnidia que pensa e escreve para a leitor.

Oiante das perdas tanto de leitores quanta de anunciantes, a jarnal impressa

precisa passar par varias transformac;oes para garantir sua sobrevivencia. Uma delas -

e talvez a rnais importante - e a utilizaC;8o de certas caracteristicas do jarnalismo de

revis\a, publica,ao es\a que ob\eve sucesso mesmo com a aus(mcia dos cobiyados

Page 20: o JORNALISMO EA INFORMA

13

"fUrDS" jornalisticos, apresentando detalhes ineditos de fatos que ja fcram cobertos

pelas novas midias.

A tendelncia do jomalismo maderno e absorver as novas tecnologiaspara melhor apresentar 0 seu produto ao consumidor. A cada dia 0jamal impressa adquire a personalidade morfol6gica da revista,utilizando modemas tecnicas de impressao, estil05 requintados depadronizar.;:aovisual e variado layout (SILVA, 1985, p. 44).

As revistas sao public890es segmentadas, destinadas a publicos especfficos

cujas caracterlsticas influenciam no conteudo e no design. Sua maior vantagem eoferecer mais recursos graficos do que 0 jamal, alem de utilizar papa is de melhor

qualidade visual e tintas que nao sujam as maos dos leitores.

A diagrama9<30 das revistas deve oferecer ao leitor um produto visualmente

agradavel que Ihe desperte 0 interesse de compra. Os elementos graficos de suas

capas devem ser 0 mais persuasivos possiveis, pais as exemplares ficarn expostos por

mais tempo nas bancas e sao muito mais caras que os jomais diarios.

Fundamentalmente, a revista mistura jornalismo e entretenimento. Sua escrita

pode ser estetica e Iiten3ria, fugindo da linguagem referencial dos jomais. Por iSso,

acaba se tornando um complemento na educa98o, uma fonte alternativa de cultura que

nao se esgota ao distanciamento dos fatos e podem permanecer interessantes par

muito mais tempo que a jornal - temos como exemplo as montes de revistas em

residencias e consult6rios, que continuam sendo lidas mesmo anos ap6s serem

adquiridas

Muitas vezes as revistas abordam temas comerciais sem necessariamente

comprameter sua integridade editorial. 0 fato e que muitos leitores se interessam

tambem pel os anuncios publicitarios, pOis estes 0 ajudam a fazer suas OP90es de

consumo numa sociedade movida pelo capital.

Revistas, na verdade, podem ser chamadas de ~supermercadosculturais~ Elas refletem a cultura dos lugares, 0 estilo de vida, e, numasociedade consumistas como a em que vivemos, nao e de se estranharque, apesar da crise economica, as revistas que incentivam a febrepelas compras estejam em alta e representem uma tend€mciasignificativa do mercado editorial (SCALZO, 2003, p. 44·45).

Page 21: o JORNALISMO EA INFORMA

14

"( .. ) pesquisas tern espantado ate 05 diretores de jomais ao revelarem que as

olhos erraticos dos leitores (... ) S8 deliciam par igual com as anuncios e os textos

noticiosos" (MCLUHAN citado por MARSHALL, 2003, p. 110).

Par atender a urn publico especifico, ela pode aprofundar determinados

assuntos, focalizando temas e noticias para dar ao leitor fatos com continuidade, que

muitas vezes sao esquecidos pelos jornais que dao preferencia as ocorremcias mais

bombasticas. Sua interatividade com 0 leitor e tambem urn exemplo a ser seguido pelos

jornais

Toda revista reserva 0 seu "espar;o do leitor', cnde ests pode gerar discuss6es

sobre determinados temas que fcram abordados em ediyoes passadas, sugerir pautas,

elogiar au criticar jomalistas e a pr6pria publicac;:80. E neste contato com 0 publico que

a redac;:ao pode se auto-avaliar e planejar as edi90es futuras, construindo aos poucos

uma relac;:ao de fidelidade com 0 leitor, que sera convertida em credibilidade e

preferencia pela publicac;:ao.

Por distanciar-se das noticias em tempo real - que 56 sao possiveis nas midias

eletr6nicas e digitais, a revista con segue fugir da superficialidade da retina, apurando os

fatos com maior prazo de fechamento, adicionando detalhes que enriquecem a

informac;:ao e que nao sao possiveis na correria diaria pelo ''furo''.Isto tambem permite

oferecer urn layout mais arrojado, trabalhar as informac;:oes visualmente com

infograficos chamativos e compreensiveis.

o leitor de revistas espera receber informac;:6es de farma prazerosa, nao

mac;:ante como na maiaria dos jomais. Eles geralmente ja sabem as ultimas noticias

pelas novas midias, mas querem tambem compreends-Ias, procurando materias,

reportagens e artigos que mostrem como tudo aconteceu - e porque aconteceu.

Exatamente como as pessoas adoram saber a opiniao dos amigos, elas querem

saber a opiniao dos jomalistas, profissionais que lidam com a informac;ao e possuem

ampla visao de mundo. Par iSso, 0 texto opinativo tern ganhado cada vez mais espac;:o

nas publicac;:6es, pois alem de interpretar os fatos, humanizam a informaC;:8o e dao

credibilidade aos textos que trazem a assinatura do autor.

Com isso, podemos concluir que 0 jornal diario, apesar de possuir fechamento

mais curto e linguagem referencial, pode aos poucos aderir ao jomalismo de revista

Page 22: o JORNALISMO EA INFORMA

15

para poder competir com as jomais em tempo real Sua vantagem especifica e que

pode trabalhar a fato no dia seguinte em que ocorreu, enquanto a revista circula com

maior espayo de tempo. Isto permite que a diario seja urn meio-termo entre a jomal em

tempo real e a revista.

o jomal hoje e muito mais entretenimento do que era e ele vai cada vezmais ser um vefculo de analise e entretenimento. 0 que valera cada vezmais sera a analise completa dos fatos; a opiniao do colunista. Umjornalde conteudo mais elaborado, mais perene, que com 0 tempo carrega acredibilidade do jomal. Na internet, 0 conteudo vai ser mais descartavel,mais simples. Nao adianta, 0 jornal e ate mais portatn e possu] uma senede caracteristicas que a intemet nao substitui. Talvez com a intemetmovel isso mude urn pouco. Mas eu acho que cada um tem seu espac;:o(GORON cit.do por RAMOS, 2004).

Page 23: o JORNALISMO EA INFORMA

3 Desenvolvimento hist6rico dos jornais on-line

A internet e uma imensa rede de camp uta dares interconectados atraves de

linhas telef6nicas, satelites e outros sistemas de telecomunicac;6es. Esta imensa rede

abrange diversas sub-redes que, em primeiro nivel, sao institucionais, administrando as

acessos nacionais e regionais, e em segundo nivel, sao particulares, provendo acesso

direto aos usuarios, seja pago au gratuito.

Seu surgimento data de 1969, quando os Estados Unidos lanc;ou urn programa

chamado "Grande Sociedade", tendo como parte de suas prapostas 0 projeto de

interconectar os municfpios atraves da linha telef6nica.

No mesmo periodo, os altos custos dos computadores obrigaram os

pesquisadores da ARPA (Advanced Research Projects Agency) a trabalharem com

equipamentos localizados em diferentes regi6es. Desenvolveram entao a prajeto

Arpanet (Advanced Research Projects Agency Network), formando uma rede entre

universidades e unidades mllitares, mas com somente quatro servidores.

A Arpanet rnostrau-se urn excelente instrumento para traca de docurnentos

militares e governamentais, al9m de evitar que tais informac;oes S8 concentrassem em

urn unico local, protegendo-as em caso de ataques nucleares

Isla a fez expandir-se rapidamente ate atingir 23 servidores, obrigando a

reestruturac;ao do prajeto inicial em 1972. A ARPA passou entao a ser administrada

pelo Ministeno da Delesa dos Estados Unidos, sendo renomeada para DARPA (The

Defense Advanced Research Projects Agency).

Sua expansao continuou ate 1983, quando a rede havia se tornado grande

demais para garantir a seguranc;a das informac;6es militares, sendo necessario fundar

uma rede especial, a Milnet (Militar Network). A partir de entao foram criadas varias

redes particulares para cientistas e civis, que em POUCD tempo S8 juntaram para formar

a Arpa-intemet - luturamente denominada somente intemet (a partir 1990) - abrangendo

inicialmente 250 mil servidores e 1.500 sub-redes (PINHO, 2003).

Page 24: o JORNALISMO EA INFORMA

17

o termo internet fai cunhado com base na expressao inglesaINTERaction or INTERconnection between computer NETworks [grifodoautor]. Assim, a internet e a rede das redes, 0 con junto das centenas deredes de computadores conectados em diversos parses dos seiscontinentes para compartilhar a informaC;:<3oe, em situa90es especiais,tambem recursos computacionais (PINHO, 2003, p. 41).

Em 1991 hauve a suspensila pel a NSF (National Science Fandatian) da

proibiyBO ao usa comercial da rede, abrindo caminho para 0 comercio eletronico. Assim,

os empreendimentos on-line atrairam muitos investidores rapidamente, dando inicia ao

vasto imperio das sites ".cam" (PINHO, 2003).

No Brasil, a rede fai estabelecida em 1989 para usa cientifico, sob iniciativa do

MCT (Ministetia de Ci{mcia e Tecna/agia) que desenvalveu a RNP (Rede Nacianal de

Pesquisa). Mas somente em 1995 a internet foi aberta ao setor privado, visando aexploraC;ao comercial por parte dos primelros provedores de acesso discado. A RNP

deixou entao de ser um backbone restrito ao meio academico para permitir 0 acesso

publico a rede.

A World Wide web foi criada por volta de 1990 pelo engenheiro britanico Tim

Berners-Lee, no CERN (Center for European Particle Research) em Genebra, Sui<;a,

permitindo a qualquer usuario disponibilizar e compartilhar grandes volumes de

infamna<;6es em inlimeras paginas. Em seguida, no ana de 1992, a NSCA (National

Center for Supercomputing Applications) come90u a desenvolver os browsers -

navegadores.

o primeiro browser recebeu 0 nome de Mosaic e foi desenvolvido por Marc

Andreesen em 1993. Apesar de nao ser a primeira tentativa do genera, a Mosaic foi

pioneira ao estabelecer uma interface grafica que tornou a internet acessivel para os

usuarios comuns. Em 1994, Andreesen fundou a Mosaic Communications, futuramente

renomeada para Netscape Communications, uma das maiores empresas de

comunicaC;30 digital dos anos 90.

Neste mesmo periodo, 1994, a web S8 torna 0 segundo servic;o mais popular da

internet, perdendo so mente para 0 e-mail. Os sites comerclais e pessoais multiplicam-

se e comec;am a surgir os prlmeiras mecanismos de busca. Em 1996, ja existiam 56

milh6es de usuarios no mundo, conforme PINHO (2003).

Page 25: o JORNALISMO EA INFORMA

Atualmente, a web e 0 recurso mais utilizado da internet, sen do praticamente um

sin6nimo da mesma, permit indo 0 acesso as informa90es em qualquer lugar, a qualquer

momento. Ate mesmo 0 e-mail se tornou parte da web, atraves dos webmails que sao

contas de e-mail acessadas por sites e nao mais por programas, 0 que permite 0 envio

e recebimento de mensagens em qualquer computador, requisitando somente a senha

do usuario.

Como meio de comunica9aO, a internet se tomou uma das principais apostas das

empresas comerciais que agora pod em estabelecer contato direto com os

consumidores e disponibilizar informa90es sobre seus produtos 24 horas por dia, sete

dias por semana, nas paginas de seus sites.

A rede tornou-se um importante meio com capacidade para difusao massiva e

instantanea de informat;ao. A partir dos recursos multimidia disponiveis, contamos com

novas possibilidades de comunicat;:ao. Para a jomalismo, foi urn grande salta, pois as

notfcias podern ser publicadas em tempo real, alteradas a qualquer momenta e

disponibilizadas todo 0 tempo. A internet estabeleceu urn novo conceito de midia,

desmassificado, cujo enorme publico nao possu; comportamento determinado e pode

criar sua pr6pria programayc3o.

Um jomal virtual e a expressao maxima da realidade. Paradoxal, masverdadeiro. Nao se encerra, esta sempre em movimento, e a cores, temimagens, e global e instantaneo. E a vida real. Nao tem horas fixas,materias pre-destinadas, paginas fechadas (DELGADO citado porFERRARI, 2003, p. 46).

"A internet chegou para ficar. Nao e uma moda passageira e nao havera

retraces so. Jamais as usuarios de e-mail voltarao a escrever cartas e deslocar-se ate 0

correia para posta-las" (FERRARI, 2003, p. 21).

As primeiras experiencias de jornalismo on-line ocorreram nos Estados Unidos,

ao exemplo do The New York Times, que, em 1970, criou urn banco de dados com 0

conteudo mats importante de suas ediyoes impressas. Em 1993, cerca de 20 jomais

norte-american as ja estavam on-line.

A partir de entaD, varias empresas fizeram experiencias em divulgat;ao de

noticias via internet, mas foi somente em 1995 que 0 seu verdadeiro potencial veio a

Page 26: o JORNALISMO EA INFORMA

'9

tona, devido aD atentado de Oklahoma, que resultou na morte de 168 pessoas. Foram

incluidos na rede comunicados da Casa Branca, fotos dos estragos, lisla de vitimas e

reportagens atualizadas sobre 0 desastre (MOHERDAUI, 2000).

Islo foi urn grande impulso para 0 jornalismo on-line, pennitindo que pessoas do

mundo todo, inclusive jomalistas, acompanhassem as declara90es oficiais sobre 0

atentacto e suas consequencias atraves da rede, obtendo as informa90es

imediatamente ao inves de esperar pela TV, radio au 0 jamal impressa do dia seguinte.

Porem, os conteuctos disponibilizados ainda eram totalmente reaproveitados dos meies

tradicionais, 0 que pode ser considerado urn desperdicio dos diversos recursos que a

internet oferec8. 0 primeiro jomal verdadeiramente on-line toi a Personal Jouma/,versao digital do The Wall Street Journal, lanyado em 1995 e entendido como 0

"primeiro jornal de um exemplar" (MOHERDAUI, 2000). A web comel'ou entao a moldar

produtos editoriais interativos com qualidades convidativas: custo zero, grande

abrangencia de temas e personaliza9ao.

A primeira iniciativa brasileira partiu do 0 Estado de Sao Paulo, que, ainda em

1995, colocou a Agencia Estado na internet. Em seguida, no mesmo ano, vieram 0

Jomal do Brasil, a Folha de SaoPaulo, 0 Globo, 0 Estado de Minas, Zero Hora, Oiiario

de Pernambuco e Diario do Noroeste (MOHERDAUI, 2000).

Em 1999 ocorre a prime ira cobertura on-line internacional, sobre a guerra do

Kosovo, que chegou a ser apelidada de "a guerra da internet", conforme Moherdaui

(2000). 0 Portal UOL (Universo Online) tambem publicou varios relatos de pessoas que

estavam pr6ximas as areas de confrito, cujo maior destaque foi a materia especial do

jornalista Waites Faceta Junior.

Durante a cobertura da queda do Concorde, em Paris, 2001, os jornais on-line

braslleiros divulgaram imediatamente uma cobertura extensiva, com muitas fotos e

mapas - ate mesmo imagens do aviao em queda - fazendo com que praticamente nada

fosse adicionado pelos jornais impressos do dia seguinte (MOHERDAUI, 2000).

Neste mesmo ano, 2001, a jornalismo on-line come<;ou a se consolidar no Brasil.

Em pouco tempo, se tornou um grande concorrente para as veiculos tradicionais, tendo

urn aumento de 184% na audiencia em rela<;8o a setembro de 2000, segundo

levantamento do instituto Ibope eRatings (MOHERDAUI, 2000), 0 que significa que a

Page 27: o JORNALISMO EA INFORMA

20

audiencia dos jornais on-line brasileiros cresceu mais que 0 tr13fe90 na internet daquele

periodo.

Oesde entao, 0 jornalismo on-line S8 tomou uma importante fonte de informa9ao,

oferecendo as mais variados conteudos jomalisticos em diversos sites, sejam de

public890es impressas que procuram refon;ar suas marcas na internet, sejam os jomais

em tempo real com reda90es pr6prias ou ate mesmo sites de jomalismo especializado,

sites das agemcias de not[cias, porta is, sites institucionais OUcomerciais.

o Portal UOL, par exemplo, alem de ser urn dos pioneiros, e urn dos melhores

jornais on-line do Brasil, contando com 0 conteudo editorial de diversas empresas de

comunic89ao - incluindo a Editora Abril e a Fe/ha de Sao Paulo. Foi fundado em 1996,

inicialmente enfrentando problemas tecnicos e financeiros, trabalhando com uma

equipe de apenas 20 pessoas em uma sala no predio da Folha. Atualmente, emprega

cerca de mil profissionais e possui urn predio proprio.

Page 28: o JORNALISMO EA INFORMA

4 Novas tecnologias e educar;ao

As transforma90es nas formas de comunica980 e de intercambio de

conhecimento, desencadeadas pelo usa generalizado das tecnologias digitais nos

distintos ambitos da sociedade contemporanea demand am uma reformula9ao das

rela90es de ensino e aprendizagem, tanto no que diz respeito ao que e feito nas

escolas, quanta a como e feito.

Ha muitos anos, as escolas utilizam jomais, TVs e revistas em programas de

atfabetiza9ao e de estimulo a leitura. Agora, precisamos comec;ar a pensar no que

realmente pode ser feito a partir da utiliza9ao dessas novas tecnologias,

particularmente a Internet, no processo educativo.

As especificidades tecnicas, a potencial pedag6gico e as possibilidades que 0

ciberespa90 oferece para a criac;ao de novas padr6es de aquisi9ao e constrw;::ao dos

conhecimentos, ao perrnitir 0 usa integrado e interativo de diversas midias, a

explora9fIQ hipertextual de uma volume enorme de informa96es e a comunica9ao a

disti:'mcia sao os principais desafios de explorac;ao para 0 professor e 0 aluno neste

contexto.

o professor nao e mais 0 centro das aten96es, ele e apenas mais uma OP9ao de

aprendizado, como diz Gilberta Freire. As paredes das salas de aula tradicional, com

seu giz e sua lou sa, estao sendo implodidas para dar passagem as novas tecnalogias

que penetram os corredores, salas e paredes da velha escola. A tecnologia que

favorece a ciberjornalismo pede novas exercicios de linguagem para um publico-alva

mais escolarizado, mais jovem, mais exigente, que agora nao e apenas receptor do

discurso, mas, tambem, em issar, como lembra Pierre Levy, ja nao e mais a rela9ao de

um para todos, mas todos para muitos.

Essa horizontalidade, que implode e explode 0 mundo tradicional do ensino,

conduzira a professor, sensivel e bem informado, por um labirinto de novas estrategias

pedag6gicas relacionadas com grupos de discuss6es on-line, e-seminars, e-mails,

blogs interativos, ensino a distancia, troca de informa90es entre estudantes da mesma

Page 29: o JORNALISMO EA INFORMA

22

area par todo 0 Pars e tambem pelo exterior, relacionamento com as fontes, criac;ao de

pequenas agencias de natleias, entre Qutros.

Dentro da Internet, a jornalismo pode ser uma das tontes de informacyao a serem

exploradas na escola. MARTINS (2005) pensa a jomalismo como forma de

conhecimento, entendendo 0 jornalismo como instrumento de educayao, como urn fator

de conhecimento historica, da economia, da geografia, da sociologia, da matematica e

de Qutros elementos da cultura geral.

De acordo com Machado (2005, p.2), 0 processo de educa980 vai muito alem da

escola formaL "Numa sDciedade mediatizada como a nos sa, e evidente que os meies

de comunicac;ao cumprem com uma func;:ao essencial na educac;ao das pessoas. Nao

podemos esquecer que uma boa parte dos jomais, revistas e meios de comunica<;8o no

pars ja mantem programas de estlmulo a leitura em escolas. Como uma instituiyao que

detem um poder real na sociedade, a jomalismo desempenha uma fun<;Elo concreta de

educa<;Elo, de alfabetiza<;8o das pessoas. Para bern cumprir com sua missElo, nao tenho

duvidas de que as organiza<;6es jomalisticas devertam passar constantemente par

reciclagens para aperfei<;oar os seus procedimentos profissionais"

Para ele, 0 jomalismo nao deve ser visto como um instrumento, mas sim como

uma parte constitutiva no processo de educa<;Elo nas sociedades contemporimeas.

Page 30: o JORNALISMO EA INFORMA

5 Mudan~as na forma~ao profissional do jornalista

A formac;ao profissional do jornalista mudou ao longo dos anos. Hoje, a grade

curricular das faculdades de Jornalismo brasileiras nem sempre garantem ao futuro

profissional uma fonnaC;ao condizente com a necessidade do mercado. De acordo

MARTINS (2005), he boas escolas, estruturas curriculares excelentes e adequadas,

mas por outro lado, nao se pode entender que elas sao permanentes.

"Nossa atividade, nossa profissao e dinamica e necessita de atualizac;6es

constantes. De maneira geral, muitas estruturas curricula res estao longe das

necessidades profissionais e sociais do jornalismo" (MARTINS, 2005, p.3)

o jornalismo on-line esta afetando a audiE!ncia de outros meios tradicionais,

como TV, radio e impresso. Segundo MACHADO (2005), todas as pesquisas empiricas

realizadas tanto por especialistas brasileiros quanto estrangeiros, nos ultimos 10 anos,

revelam que 0 aumento do uso de infonnac;6es do jomalismo digital significa uma

redU(~;aoda atenc;ao dedicada aos chamados meios convencionais.

Este tipo de comportamento e compreensivel porque enquanto 0numero de novos meios aumenta, 0 tempo dos usuarios dedicado aouso destes meios perrnanece 0 mesmo. Neste sentido, 0 novo meioprovoca uma altera9ao nos habitos ate entao vigentes (MACHADO,2005, p. 15).

No caso especlfico do aparecimento do jornalismo digital, 0 que se vertfica e que

existe uma reduc;ao significativa nas tiragens dos jornais e revistas e no numero de

horas dedicadas ao uso das infonnac;6es de TV, principalmente no que se refere aobtenc;ao de informac;6es em tempo real.

Sobre 0 assunto, COSTA (2005) ressalta a importancia do jornal enquanto

empresa e do jornalista, enquanto profissional, estarem atentos para os desafios que se

apresentam e a decorrente busca de nov os metodos e processos de gerenciamento.

Ele ainda destaca a importancia que adquiriu 0 jornalismo regional e a necessidade

dessa pn3tica voltar-se rnais para a comunidade, para a educac;ao, extrapolando a visao

Page 31: o JORNALISMO EA INFORMA

2"

que S8 tern do leitor como mera consumidor de informayao, para ve~lo como cidadao,

parceiro da elaboray8o e reflexao dos fatas noticiados.

Uma mudan98 ja confirmada no jornalismo e a transferencia da narrativa em

terceiro pessoa para a primeira pessoa, a partir do weblog. Durante decadas, a

jornalismo foi quase urn sinonimo de texto na terceira pessoa. 0 reporter era 0

intermediario entre 0 protagonista da noticia e 0 leitor, 0 que 0 transformava num

narrador, na terceira pessoa. 0 radio e a televisao come9aram a quebrar esta regra

mas, agora, ela esta perdendo status de dogma profissional par causa do fen6meno

weblog, que esta consagrando narrativa baseada no eu.

o texto encontrado no blog do site Observat6rio da Imprensa "A polemica do

jornalismo na prime ira pessoa" (2005), diz que 0 texto na primeira pessoa ainda

incomoda a maioria dos jomalistas, pois e geralmente associado ao protagonismo,

atitude vista como urn pecado capital no exercicio da profissao, mas na web e cada dia

maior 0 numero de profissionais que acabaram incorporando 0 personalismo dos

cham ados jornalistas arnadores, surgidos na crista da onda de web logs.

A nova postura diante do texto na primeira pessoa entrou na agenda da grande

imprensa e das principais universidades norte~americanas movida pela pressao dos

weblogs, onde os autores sao ao mesmo tempo protagonistas. A rede de televisao ABC

criou urn segmento noiicioso chamado First Person (Primeira Pessoa) onde 0

protagonista se dirige diretamente a audiencia, sem a participa980 de um reporter. Ecada vez maior 0 numero de jornais que substituem 0 relato de rep6rteres pelo dos

protagonistas.

Urn centro de estudos especializado em jomalismo na Florida (EUA), chamado

Steve Outing, lanc;ou a tese de que 0 jomalismo na prime ira pessoa e uma formula

narrativa hibrida, que combina 0 estilo tradicional e 0 genero contador de historias,

adotado pela maioria esmagadora dos blogueiros.

o uso do eu em narrativas jornalisticas nao e novo. Icones do jomalismo norte-

americano como Gay Talese e Tom Wolfe cunharam a expressao Novo Jomalismo, nos

anos 70, para identificar textos escritos na primeira pessoa. 0 inedito e a generalizac;ao

do eu na grande imprensa, ate em redutos da tradic;:ao como 0 The New York Times.

Page 32: o JORNALISMO EA INFORMA

25

A pesquisadora de jornalismo online Amy Graham levou a questeo para 0 terreno

da credibilidade, Ela acredita que tanto faz 0 eu como a 81e, mas a questao naD pareee

ser tao simples. E evidente que quase todas as regras e rotinas do joma1ismo 85t130

mudando, mas 0 reporter ainda e visto como 0 profissional que certifica a credibilidade

de um relato, principalmente quando 0 entrevistado e desconhecido pelo publico.

Com 0 crescimento dos weblogs, tambem esta S8 mudando a matriz informativa

dos chamados formadores de opini8o no Brasil. A influemcia de weblogs indica que urn

setor dos fonnadores de opini8o passou a preferir a notfcia personalizada e opinativa

em vez da informar;8o impessoal dos jornais, revistas, radios e telenoticias. As pessoas

estao agora seguindo as depoimentos 80 vivo via TV Senado ou GloboNews, com a

outro olho nos blogs politicos. A grande mudanc;a neste processo e a redw;ao da

importancia rei at iva dos comentaristas e analistas de jomais e da televise a em favor

dos blogs. 0 fato dos blogs estarem assumindo uma forr;a crescente na interpretar;80

personalizada de fatos marcantes na agenda publica nacional assinala tambem uma

pulverizar;eo do nucleo de analistas politicos da imprensa brasileira. A credibilidade e

visibilidade obtidos nos jamais, revistas e TV ainda e um fator decisivo no ranking dos

blogs politicos mais consultados na web brasileira, mas 0 quadro ja comer;ou a mudar,

na esteira do fen6meno Noblat.

5.1. Redagao on-line

A disciplina "Jomalismo on-line" ja esta presente nos principais cursos de

comunica980 do pais e algumas universidades passaram a oferecer especializar;flO,

visanda abastecer 0 mercado com profissionais capacitados para entender e atuar

neste novo jomalismo, que exige um alto grau de conhecimento das midias envolvidas.

Os desafios do jornalismo digital estao sem duvida relacionados anecessidade de preparar as redayoes, como urn todo, e aos jornalistasem particular, para conhecer e !idarcom essas transforrnayoes. Alem danecessidade de trabalhar com varios tipos de midia, e precisodesenvolver uma visao multidisciplinar, com noyoes comerciais e demarketing (FERRARI, 2003, p. 39-40).

Page 33: o JORNALISMO EA INFORMA

26

o jornalismo on-line naD pode ser definido apenas como 0 trabalho de produzir

au colocar reportagens na internet, pois compreende todos as noticiarios, sites e

produtos jornaHsticos que nasceram diretamente na web. Assim, as veiculas dig ita is

sao obrigados a ter todos as departamentos de uma reda98o: fotografia, editoriais,

produ980 grafica, financeiro, arte, entre Qutros.

Atualmente, ha duas modalidades de produ980 jomalistica na internet. A prime ira

delas e a produy8o especificamente on-line, divulgada em tempo real. A segunda e a

transpOsiy80 de conteudo, especialmente da midia impressa, adaptados para a internet

Sao sites que apenas reproduzem 0 conteudo de Qutras midias, adaptando seu formata

para a reds. Existem quatro tipos de conteudos on-line:

o conleudo eslatica e qualquer infonna980 que nao esteja sujeita a mudan9a, au

possa sofrer uma atualizayao esporadica e eventual. E: a expediente do jarnal on-line ou

a politica de pJivacidade adotada pelo site.

o canleuda dinamico esta presente na seyao de ultimas noticias, atualizadas

quase minuto a min uta, nas noticias antigas, reportagens e artigos publicados

diariamente, nos links e nas refer€mcias disponibilizadas para as usuarios.

o conteuda funciona/ e dado principalmente por menus e barras de navegaC;8o.

o conteude interativD estimula a interaC;80 com as usuarios, como f6runs e salas

de bate-papo (chat). (WARD citado por PINHO, 2003)

o publico on-line tende a ser mais ativo do que as de veiculos impressos e ate

mesmo do que um espectador de TV, optando par buscar mais informac;oes em vez de

aceitar passivamente a que Ihe e apresentado. Par iss 0, a redalor do texlo precisa

antecipar a motivo pelo qual 0 usuano esta visitando aquele site e certificar-se de que a

que ele ve esta em urn contexte estabelecido, urna navegaC;8o apropriada e, par ultimo,

se vai satisfazer plena mente as suas necessidades de informac;flo.

A capacidade de adapta'Y<3osera uma caracteristica muito valorizada noprofissional on-line. Profissionais que trabalham com a transposi4Y<3odasmidias, traduzindo as notlcias da linguagern impressa para a web, emsites de jomais e revistas, sao classificados como jornalistas on-line. Eesse formato que precisa ser dominado por quem alrneja ser urn editorweb, profissional que enfrenta 0 desafio e conceber e manter na redeprodutos jorna1isticos capazes de gerar receita (FERRARI, 2003, p. 40).

Page 34: o JORNALISMO EA INFORMA

27

Quem e capaz de mexer em varias midjas ao mesmo tempo e, ah~mdisso, escreve corretamente e em portugues culta, tern grandes chancesde tomar-5e urn ciberjomalista. (...) E preciso ter background culturalpara conseguir contextualizar a informag8:o e empacota-Ia de um jeitodiferente a cada necessidade editorial (FERRARI, 2003, p. 42).

Contextual1zar a informa<;3o e saber criar hierarquias de importancia para a

noticia - sempre da mais para a menDS importante. Ser fapido no raciocfnio e ter 0

conceito de instantaneidade ajudam na questao do fechamento continuo. Ter

familiaridade com a computador, com softwares de tratamento de imagem e de

comunic898o (chats e instant messengers), e ser um usuario avan9ado da web faz com

que 0 profissional consiga espa90 nas reda90es on-line (FERRARI, 2003)

Etapas da produ9ao on-line:

Pesquisa: e a fase de levantamento de informa90es, seja em publica90es

impressas, internet, entrevistas au qualquer outra fonte.

Organiza9ao da informa9ao: Disponibilizar as informa90es de forma 16gica,

considerando a estrutura do site e as necessidades da audiencia.

Reda9ao: Redigir as infarma90es em linguagem clara e concisa, com textos

curtos e tltulas chamativas

Edi9ao e revisao: Verificar se existem erros nos textos, efetuando poss;veis

cortes para deixa-Ios enxutos. Selecionar as imagens que serao anexadas aos textos,

verificando se e possivel substituir parte destes par elementos visuais.

Webdesign: Formatar 0 texto para adequa-Io ao layout do site, inserindo as

imagens que acompanham as textos, mas evitanda que as elementos visuais

prejudiquem a navegabilidade do site. (PINHO, J.B., 2003)

A pesquisa jomalistica na rede mundial e feita com quatro prop6sitos gerais. 0

primeiro e a busca de informa9ao, que pode incluir documentos, dadas, fotografias,

audio e video. 0 segundo objetivo consiste em procurar e localizar pessoas

especializadas em temas au assuntos que estejam sendo cobertos pelo rep6rter. 0

terceiro e a de checar determinadas informa90es usanda recursos de referencia on-line.

a quarto objetivo estabelecido e a de analisar determinada infarma9ao, em especial

dadas.

Page 35: o JORNALISMO EA INFORMA

Tres perguntas basicas devem ser feitas para que a pesquisa jornalistica na

Internet resulte em infonnac;oes confiaveis: Quem esta por tras do site? 0 tipo de

organizac;ao respansavel pelo site pode ser identificado par meio dos c6digos u.com~,

para empresas comerciais, ".gav" para entidades do governo federal, au ".Edu" I ".br"

para instituic;6es de ensina superior.

Quando ocarreu a ultima atualizac;aa? A respeitabilidade da instituic;ao e a

credibilidade dos responsaveis pelo site tambem devem ser verificadas. Sites com

conteudo desatualizado nao merecem canfianc;a. 0 conteudo contem erras

artograficos?

Textos e informac;6es carretamente redigidos constituem urn indicador de

qualidade e resultam em confiabilidade para 0 conteudo do site (PINHO, J.B., 2003).

Page 36: o JORNALISMO EA INFORMA

6 Jornalismo criativo e interpretativo

Sacudida pelos avan90s da informayao eletronica, a imprensa escrita tern

procurado artiffcios de sobrevivemcia que nem sempre se coadunam com a sua

vocayao: informar e educar. De acordo com COSTA (2005), muitas analises sobre 0

jornalismo popular ressaltam a utiliza9ao especifica da Ilnguagem como 0 diferencial em

relayao aos vefculos "tradicionais" A aproximayao com a linguagem oral e 0 usa das

tecnicas narrativas seriam taticas para agradar a urn publico diferenciado, com um

menor nivel cultural ou educacional

Para alguns autores, a oralidade e a coloquialidade - caracterlsticas das formas

narrativas - sao especfficas dos jornais populares. Segundo DIAS (1996), por essa

Utentatlva de uma maior aproxima9ao com 0 leitor das classes mais modestas da

papula9aa, [as jamais populares] optam por uma linguagem coloquial, popular". (p. 39)

Algumas estrategias lingOisticas sao enfatizadas, como 0 usa da fun9ao fatica, a

extrema coloquialidade, 0 uso de gloas e palavr6es, 0 aparecimento de marcadores

conversacionais. Nesse ponto, 0 jornalismo acaba constituindo-se como urn campo

intermediario entre a conversayao e a ficyao, estabelecendo formas de envolvirnento e

fragmenta,ao comuns aDs dois tipos de discursa (DIAS, 1996).

Enquanto isso, os jornais nao-populares se colocam "num espayo - urn tanto

vaga - entre a linguagem liter,;ria e a falada" (DIAS, 1996).

WOLF (1995) apanta como um dos aspectos centrais para a defini,ao da

noticiabilidade a imagem que os jornalistas tern do publico. Essa imagem condiciona as

praticas dos produtores e interfere diretamente nas rotinas jornaHsticas, uma vez que os

jornalistas buscam estrategias de a~o para adequar seu trabalho as expectativas

culturais dos leitores, assim como os leitores buscam nas suas matrizes culturais os

referenciais para a leitura dos produtos. 0 genero faz esse intercambio, atualizando as

matrizes culturais de produtores e consumidores das formas simb6licas. A capacidade

de prender a atenyao do publico e importante no jomalismo como um fim em si mesma,

mas tam bern como instrumento para outros objetivos.

Page 37: o JORNALISMO EA INFORMA

30

Nesse sentido, a criatividade pode ser um excelente instrumento de atra9ao no

jornalismo. Segundo BUENO (1985), 0 conceito de criatividade ocupa posi,ao central

nas diversas teorias que pretendem examinar a chamada industria cultural. De maneira

geral, a postura basica e retirar das manifesta<;6es expHcitas da cultura contemporanea

o seu valor criativo, sob a argumento de que a cultura industrializada, contaminada pela

ansia do lucre e pela massifica9ao, nao permite a livre expressao de criatividade. Essa

e a opiniao de te6ricos de Frankfurt, como Theodor Adorno, critico da industria cultural.

Para ele, "as mercadorias culturais da industria se orientam (... ) segundo a prindpio de

sua comercializa9aO e nao segundo 0 seu pr6prio conteudo e sua figura9ao adequada.

Toda a praxis da industria cultural transfere, sem mais, a motiva9ao do lucra as cria96es

espirituais. A partir do momenta em que essas mercadorias asseguram a vida de seus

produtos no mercado, elas ja estao contaminadas por essa motiva9ao (... ). As

produ96es do espirito no estilo da industria cultural nao sao mais tambem mereadorias,

mas 0 sao integralmente". (COHN, 1977, p.288-9)

A idela e que, integrado as engrenagens que impulsionam a industria da cultura,

a profissional nao se realiza enquanto criader. Sua obra, quase sempre parcela de um

trabalho coletivo, esta desfigurada, naa se exterioriza como produto individual. 1510 e,ela nao reflete 0 estilo profissional que a elabora. Segundo MOLES (1974), a

criatividade e a aptidao de criar ao mesmo tempo 0 problema e sua SOIU<;30, em todo

caso a de cerrar formas constitufdas de elementos disparatados, fragmentados de

pensamento, atomos de raciodnio, denominados semantemas. (p.59)

A criatividade na industria cultural fica, portanto, restrita a contribuic;ao minima de

urn profissional (0 criader) dentro de urna obra coletiva. No jornalismo, desde a

aquisi<;ao ou fornecimento dos dadas, interpreta<;aa dos mesmas, elabora<;ao dos

dados e forma<;aa da mensagem, ate a difusao ou comunica<;3a ao publica da

mensagem, e passivel existir atividade criativa.

A pratica jornalistica tem demonstrado que as profissionais divergem na

obten<;ao dos dados e que uns, mais do que autros, imprimem as informa<;6es que

registram um carater 16giea. Ha alga de pessoal, de esfar<;o intelectual difereneiado

nesse processo de capta<;8a de infarma<;6es.

Page 38: o JORNALISMO EA INFORMA

11

De acordo com BUENO (1985). a criatividade pode ser verificada no universQ

vocabular utilizado, na consulta de Fontes especializadas, na visao crltica e na

identificac;ao com as expectativas do publico leitor.

6.1. Escrevendo para a Internet

Webwriting e arte de escrever para internet. Embora 0 resultado seja urn texto

simples, sua pratica exige conhecimentos te6ricos das caracteristicas desta midia, que

alia texto, design e tecnologia em urn unico componente: a infonma9ao (RODRIGUESa,

2001). Nao par acaso, alguns cursos de especializa9ao tern surgido para preparar as

profissionais desta area.

o texto na web nao e alterado, a que muda e sua apresentaC;80, que deve ser

extrema mente direta e agradavel, alern de poder contar com Jinks para paginas

complementares sobre 0 assunto, dando aD leitor todo a contexto da noticia. Desta

forma, e passivel explorar materias antigas atraves de uma noticia de tema semelhante.

(...)0 texto on·linedeve estar numa linha entre 0 jomalismo impresso eo eletronico. E mais conciso e multimidia do que 0 texto impresso,porem mais literal e detalhado do que 0 de TV, por exemplo. Um bomtexto de midia eletronica usa sententyas concisas, simples edeclarativas, que se atem a apenas uma ideia. Evitam·se lon90speriodos e frases na voz passiva (FERRARI, 2003, p.49).

Como 0 jomalista tern na escrita sua principal ferramenta de trabalho, e preciso

conhecer os fatores que condicionam a reda<;ao na web. Bruno Rodrigues

(RODRIGUESa, 2001), especialista em webwriting, afirma que esta atividade e urn

exercicio constante de planejar e repensar 0 conteudo, obedecendo a tres principios

basicos: objetividade, visibilidade e navegabilidade

Objetividade: 50% do texto impresso pode ser eliminado para a intemet, pais a

tela do monitor deixa a leitura 25% mais lenta (NIELSEN, 2000).

A luz do monitor pode causar fadiga visual (ardencia, visao emba9ada ou

embaralhada), alem de dores de cabe9a (PINHO, 2003).

Por isso, seja direto e nao utilize linguagem subjetiva au complexa. Escreva s6 0

necessario, substituindo palavras longas por sinonimos curtos

Page 39: o JORNALISMO EA INFORMA

32

No jomalismo on-line 0 texto precisa ser claro, conciso e objetivo - "jogos de

palavras, piadinhas e brincadeiras nos titulos e textos nao fun cion am. E preciso dizer

logo a noticia" (VISONE Citado por PINHO, 2003, p. 198). Deve-se assim, evitar 0 uso

de termos pouco conhecidos, reduzindo 0 usc de itens lexicos (palavras e express6es)

eo de operadores (regras gramaticais) de uso corrente, para otimizar a comunica980 e

agilizar a produl'ilo do texto (FERRARI, 2003).

Visibilidade: Evite textos longos e continuos. Organize 0 texto em pari3grafos

curtos, com subtitulos, e se posslvel, resuma as informa90es mais importantes em

topicos. Assim, se 0 usuario nao quiser ler todo 0 texto, obtera as informa<;oes que

precisa ao passar os olhos pela pagina.

A principal audiencia da web esta concentrada nos leitores scanners, que se

Ilmitam a fazer uma leitura superficial, ou seja, um "varrimento" visual em busca de

palavras ou frases que Ihes interessem (PINHO, 2003).

Um estudo conduzido em 1997 pela Sun Microsystem revelou que 79%das pessoas que visltam os sites da web carrem os olhos par toda a telae fixam-se em urn outro lugar, em vez de ler a pagina lntelra, palavra porpalavra (...). Dessa maneira 0 internauta que navega em paginas dehlpertexta val acumulando conhecimento, segundo 0 seu interesse e atese satisfazer (HOLTZ citado par PINHO, 2002, p.S6).

Para lidar com este publico, texto e design devem trabalhar juntos na web.

Persuadir 0 leitor a navegar pelas paginas de um site exige uma estrutura editorial

aliada ell pro9rama9aO visual. As paginas devem ser arejadas, com poueo texto e

irnagem, sendo fundamental a correta utilizaC;80 do espac;o em branco para criar urn

ambiente agradavel.

Navegabilidade: Paginas pesadas desestirnularn os visitantes. Estabelec;a urn

limite de 20 linhas por pagina e segmente os textos longos em varias paginas. Nilo

coloque Ilnks no corpo do texto. Os links internos devem fiear no topo da pagina e os

externos no final

Os usuarios desejarn encontrar informac;oes rapidamente. A pagina principal

deve exibir apenas os fatos mais recentes, relevantes e de eornprovado interesse do

visitante, deixando as outras informac;oes acesslveis atraves de um menu bern

estruturada e, se passivel, ate no terceiro clique.

Page 40: o JORNALISMO EA INFORMA

33

Em relac;ao as noticias, e essencial dlzer rapidamente 0 fata atraves do lead e

persuadir 0 leitof a partir para Dutro texto relacionado, seja urn arti90, uma materia ou a

mesma notfcia escrita de fonna mais elaborada. Os titules devem apresentar 0 assunto

em poucas palavras e os 5ubtftulos devem resumir a noticia em frases curtas. Ambos

devem conter verbos na voz ativa e no presente - com poucas exc8yoes, dependendo

do acontecimento.

Segundo 0 Manual de Estilo da Universidade de Yale (YALE UNIVERSITY,

2004), menes de 10% dos usuarios utilizam as barras de rolagem do browser para if ate

o final dos documentos. Par isso, assim como nos jamais impressos, e necessario

utilizar a pifamide invertida, concentrando as infonnac;6es rna is importantes no inieio do

texto, que estara na parte mais visivel da pagina.

Neste aspecto, 0 hiperlink e a melhor ferramenta da web, pOis permite que 0

texto seja segmentado em quantas paginas for necessario. Mas e preciso cautela ao

utiliza~lo, pois pode interromper a leitura do usuario. Enquanto uma imagem pode

segurar sua aten9ao por alguns segundos, um hiperlink pode leva~lo para outra pagina

e a pessoa dificilmente retomara para ler e resta do texto.

Os programas de radiojomalismo tern algo a ensinar: no final de umbloeo de notieias, exatamente antes dos eomerciais, os ouvintes saoconvidados a perrnanecer sintonizados na ernissora para ouvir outrasinteressantes e importantes historias. A interrupvao da ayao ao final docapitulo de urn livro, a conclusao de uma parte do filme ou de urnsegrnento do show mostrados na TV, sao equivalentes ao final de umapagina web que requer urn clique. Faya 0 link trabalhar para voce (DEWOlK citado por PINHO, 2003, p. 190).

"Estruture esses textas em uma hiper~ret6rica, dando ao visitante a falsa

impressiio de controle sobre os links, enquanto 0 leva para 0 ponto desejado" (PINHO,

2003, p. 187).

Um site naturalmente passui divers os elementos que disputam a atenyao do

leitor com 0 texto. Por isso, as hiperlinks devern ser posicionados de mado que nao

interrompam a leitura. Evite ao maximo inserir hiper1inks no corpo do texte, em especial

as que levarn para outros sites - chamados de links externos. A interatividade da rede

Page 41: o JORNALISMO EA INFORMA

34

deve ser respeitada, mas pode ser manipulada. Par is so, 56 insira links entre 0 texto

casa sejam intemos - apontem para Dutra pagina do me sma site.

Par quest6es de credibilidade, 0 texto do hiper1ink deve apresentar uma ideia real

do que havera na proxima pagina e cumprir 0 prometido. Os links externos devem ser

de qualidade e relevancia, pois recomendac;:5es ruins podem frustrar as usuarios em

relaC;8o ao seu site. Hiperlinks de texto sao mais efetivos do que as de imagens. 0 texto

tern a vantagem de indiear aD usuario 0 tipo de conteudo da pagina seguinte.

o radio, 0 cinema e a televisao, cada urn no seu tempo, surgiram comconteudos que reproduziam as midias que os precederam. A medidaque eles fcram amadurecendo, as conteudos tornaram-se aos poucosmais adequados ao formato do novo meio. Finalmente foramdesenvolvidas formas proprias, como a linguagem radiofonica, alinguagem cinematografica e a linguagem televisiva, que explorammelhor as caracteristicas de cada meio e permitem tirar a maximoproveito das suas potencialidades (PINHO, 2003, p. 181).

A internet ainda esta em gesta~ao, a caminho de uma linguagempropria. Nao podemos encara-Ia apenas como uma midia que surgiupara viabilizar a convergencia entre radio, jomal {impressa]e televisao.A internet e outra coisa, uma outra verdade e conseqlientemente umaoutra midia, multo ligada a tecnologia e com particularidades lmicas(FERRARI, 2003, p. 45).

Portanto, assim como as midias tradicionais, a internet possui uma linguagern

propria, que a torna (jnica. Entre seus principals desafios, esta a necessidade de

escrever para paginas que podem ser acessadas independentemente do restante do

site, pois na rede, nao ha urn caminho unico, as pessoas podem anotar a endere90 de

uma pagina especffica au ate mesmo encontra-Ia par urn mecanismo de busca.

Nas demais midias a suporte de apresentayao do conteudo e fixo, mesmo no

caso da televisao: todos as telespectadores veem a mesma imagem, apesar dos

diferentes tamanhos da tela de TV em suas casas. As duas caracterfsticas proprias da

web - nao ser dotada de urn suporte fixo e permitir que as usuarios acessem as paginas

de mane ira nao previsivel - exigem que 0 redator desenvolva um conteudo coerente e

adequado tanto para a pagina web como para 0 monitor, cujo tamanho nao pode de ser

previsto.

Page 42: o JORNALISMO EA INFORMA

35

Oesta forma, as paginas nae S8 encadeiam sequencialmente e devern, portanto,

fomecer as informac;6es que contextualizem 0 texto au famecer hiperlinks relacionados.

E preciso tambem redigir para urn espac;o flexivel, que depende da resolu980 do

monitor e da configurac;ao pessaal do usuario, 0 que dificulta a previsao da estrutura

estatica do texto.

Acompanhando as caracteristicas da internet - destaquemos a interatividade, 0

texto na internet e uma mistura de redaC;8o jornalistica e publicitaria, pais busca ao

mesmo tempo infonnar e persuadir. Segundo Bruno Rodrigues (RODRIGUESa, 2001),

e preciso despertar 0 vendedor que existe em todo webwriter, pois 0 texto na internet

precisa ser persuasivo:

"Primeiro, porque webwriting nao e uma linguagem jornalistica au publicitaria (. ..)

- e uma mistura das duas. Depois, porque para embarcar nessa viagem e preciso um

razoavel dominio da reda,;;o" (RODRIGUESa, 2001, p. 10).

Entre as tres estilos de redayao - formal, semi-formal e informal- a semi-formal, derivado da publicidade, e utilizado com mais eficacia nainternet. 0 estilo formal chegou a ser usado no inicio da web comercial,mas ausencia de empatia provocou rejei9Bo imediata. 0 estilo informal eutilizado com sucesso em sites pessoais, blogs e sites de humor oucritica, mas e obviamente restrito (RODRIGUESb, 2004).

Par fim, apesar de utilizar muitos elementos do texto impressa, a web permite

estilos nao convencionais de reda980 - ate mesmo "ousadias publicitarias" 0 publico

on-line e mais receptiv~ e precisa ser seduzido, 0 que permite que 0 texto possa ser

mais criativo que nas midias tradicionais. 0 que deve prevalecer sempre e a

objetividade.

Page 43: o JORNALISMO EA INFORMA

70 conteudo jornalistico da Internet

o centeudo jornalistico e urn grande atrative na Internet. Os sites brasileiros rna is

visitados oferecem natfcias e autras infanna90es em suas paginas, recursa empregada

com sucessa para atrair e manter seus visitantes.

Os recursos mais usados da internet sao os serviyos de informac;oes enoticias e a e-mail. As salas de bate-papa tambem sao populares.Pesquisas indicam que, em 1999, as assinantes da AOL gastaram 45milhoes de horas batendo papa eletronicamente. 0 significado dessesnumeros para as organizayoes de midias classicas e que elesrepresentam a tempo que nao foi gasto com a TV, jomais impressos oucinema (DIZARD JR, 2000, p. 43).

o fato e que, quanta maior for a numero de usuarios on-line e quanta mais tempo

eles gastarem na internet, menos tempo dedicarao em outras atividades, incluindo ler

jornais e revistas, assistir TV e escutar radio.

Isto tem provocado a transfere!ncia de verbas publicitarias dos meios tradicionais

para a internet, especial mente dos jarnais impresses, que comparados ao radio e a TV,

of ere cern poucas vantagens competitivas contra a internet, alem, e claro, de serem

pagos, enquanto as outros meios sao gratuitos (com excer;ao da TV par assinatura).

o advento da web reduziu a utilizay30 dos meios de comunicac;aotradicionais entre os seus usuarios. Segundo estudo do Qualibestrealizado com intemautas no periodo de 22 de agosto a 8 de setembrode 2002, a diminuiyao do uso dos jomais impressos foi de 33%; dasrevistas e da TV aberta, de 17% cada, e do radio, de 13%. A TV paga ea que menos concorre com a internet, pois apenas 3% dos internautasdisseram que veem menos TV por assinatura. Dos entrevistados,apenas 17% disseram nao terem reduzido as atividades realizadasantes (BOTTONI citado por PINHO, p. 116).

(...) pesquisa da European internet Advertising Association indica que,em media, as consumidores f;cam online 11 horas por semana,enquanto dedicam 5 horas por semana para a leitura de jornais. 0tempo online representa 20% do total do consumo de midia, enquantoas horas reservadas para 0 jornal [impresso] correspondem a 11% -queda em relayao aos 13% apurados em 2003 (BLUE BUSa, 2004).

Page 44: o JORNALISMO EA INFORMA

37

( ) em uma pesquisa realizada nos EUA pela InsightExpress (...) a web( )e vista como a mais informativa das midias (37%) e aquela que daao usuario maior contrale (49%). A TV, por outra lado, e a midia que asconsumidores procuram em 10 lugar (40%) e aquela que e considerada'mais facil de usar' (42%). Nos dais casas, a internet aparece em 20

lugar, apontada par 34% e 24% dos consumidores, respectivamente(BLUE BUSb, 2004)

De acordo com uma pesquisa realizada em janeiro de 2004 pela Network

Wizards (NETWORK WIZARDS, 10/07/04), 0 Brasil ocupa 0 8° lugar no ranking mundial

de servidores web, possuindo 3.163.349 Sites cuja extensao e ".br". Considerando que

muitas sites brasileiros tambem sao hospedados em servidores estrangeiras au

possuem apenas a extensaa ".com", como e a casa do portal Globo.com, 0 Brasil euma das maiores potemcias mundiais em internet.

Outra pesquisa realizada pelo {bope eRatings revelou que, em junho de 2002, a

audiencia total dos jornais on-line no Brasil cresceu cerca de 130% em relac;ao a 2001,

superando a crescimento total da audiencia da internet, que corresponde a apenas

23,2%. 0 publico total dos jomais on-line, estimado em 1,226 milhao em 2001, passou

a 2,854 milh6es em 2002.

Este consideravel aumento de usuarios on-line esta contribuindo para a

expansao do cornercio eletronico, e neste aspecta, as mulheres sao urn segmento

multo importante. Acredita-se que, pelo fato das mulheres tomarem as principais

decis5es de compras para 0 lar, a aurnento de sua presenc;a na internet esta resultando

em grandes avanc;os sabre as vendas on-line.

Pesquisas recentes indicarn que a USU3riO brasileiro media da internet ainda

pertence a cIa sse A e B, mas Jentamente vern crescendo a participac;ao de integrantes

da classe CeO, principalmente devido ao acesso gratuito oferecido par alguns portais.

Outro fator que deve ser considerado e a percentual de leitura dos jornais on-line, que e

superior ao do impresso:

Um estudo do instituto norte-americana Poynter mostrou que 75% dosartigos on-tine sao lidos na integra, percentual muito superior ao dosveiculos impressos, em que nao mais que 25% dos textos sao lidosinteiros. 1550 ocorre porque a leitar impressa nao realiza nenhuma tarefapara chegar ate 0 final da reportagem, enquanto 0 leitor on-line precisaclicar e escalher a que quer ler (FERRARI, 2003, p. 51).

Page 45: o JORNALISMO EA INFORMA

Enquanto 0 percentual de leitura do jomal impressa vern caindo, devido a

diversos fat ares como: falta de conteudos destinados aos jovens, ausencia de temas

cotidianos, ulilizac;:ao de grandes agencias de noticias fazendo com que se tornem cada

vez rna is parecidos, entre outros falores, as jomais on-line tern conquistado cada vez

mais 0 respeito e atenyao dos leitores. Rapidamente e sem pagar nada, a usuario pode

verificar infonnac;:oes em veiculos concarrentes au simplesmente procurar par outras

infonnac;:oes.

Isto faz com que urn usuario gere audiencia em diversos sites noticiosos,

tornando as investimentos publicitarios ainda mais compensadores, pois urn site nao

possui urn publico restrito de assinantes como 0 jomal impresso. Por exemplo, qualquer

usuario po de ver diferentes fotos de urn evento em diferentes sites, enquanto poucas

pessoas podem pagar pela assinatura de varios jomais para conferir as diferentes

vers6es de uma mesma informac;:ao.

Inicialmente, a internet naa era uma ameaya econ6mica Serla para jarnais,

revistas, emissoras de radio e televisao, pOis os servic;:os on~line eram apenas

suplementares e nao substitutos para as mfdias tradicionais.

Mas, atualmente, parte das verbas publicitarias que eram investidas nas

primeiras mfdias esta fluindo para a web. A principal razaa e a possibilidade de

mensurac;:ao precisa, ja que, atraves da programac;:ao interna dos sites, e possivel

monitorar com exatidao sua audiencia, qual pagina e mais aces sad a e em que horario.

Isto permite urn direcionamento preciso, utilizando ape los publicitarios produzidos de

acordo com as caracteristicas do publico-alva, que serao deduzidas considerando a

conteudo de uma pagina especifica au de todo a site.

Oesta fonna, assim como ocorre com as diversos cademos de urn jamal, a

publicidade sera inserida em sua devida categoria dentro do site, com a diferenc;:a que 0

espac;:o a ser inserida sera avaliado confonne sua audiencia, alga impassivel de ser

contabilizado no jornal impresso, cuja mensurac;:ao, pelo contra rio, e imprecisa.

Apesar do impresso possibilitar a direcionamento da publicidade de acordo com

°conteudo editorial de suas sess5es, e impossivel garantir que uma publicidade sera

vista. Em urn website, e passivel, atraves do numero de visitantes e tempo que

pennanecem navegando em suas paginas, saber se 0 conteudo de cad a pagina

Page 46: o JORNALISMO EA INFORMA

39

recebeu a atenc;:eo do usuario, e ate mesmo, saber se houve resposta direta ao

anuncio, atraves da quantidade de cliques que a pec;a publicitaria recebeu, levando 0

usuario ao site do anunciante.

Alem disso, quando 0 usuiuio e levado para 0 site do anunciante, fica exposto a

todo momenta a sua marca e seus produtos, a que faz com que a internet supere ateleviseo no aspecto tempo de expesiyao, que na TV e page por segundo e veiculado

com resqu[cio devido ao alto valor cobrado pelas emissoras, mas que na web, seu

custo e irrisorio e 0 site estara disponfvel a to do momenta com todas as infonnac;6es

sobre todos os produtos, algo impossivel nas midias convencionais que cob ram par

tempo ou espac;o.

Cria-se, assim, uma relac;:eo benefica de interdependemcia: as anuncios mais

direcionados obtem melhores resultados, as agencias de publicidade se sentem

estimuladas a anunciar mais, os sites jomalisticos aumentam suas receitas, melhoram

os seus servic;:os e atraem mais consumidores.

(...) alguns acreditam que [a internet] esta surgindo como urn novo eimportante canal de veiculayao publicitaria que vai reivindicar umaparcela importante dos investimentos publicitarios totais. Se issoacontecer, sera que os meios de comunicayao mais antigos seraoprejudicados? Em caso afirmativo, qual sera mais? Sera que a internetvai reforyar 0 impacto da televisao e dos jornais e se apropriar de umaparcela ainda maior da renda publicitaria ja bern reduzida dos jornais?Ou sera que a internet vai comeyar a corroer 0 pedaryo do bolo datelevisao, assim como a televisao fez com os jornais [impressos]? Ousera que a internet e realmente uma novidade, como afirma a maiorparte de seus defensores entusiasticos, que nao vai apenas oferecer umnovo canal a formas tradicionais de publicidade, mas vai gerar novasformas de comercio que van ah:§m das categorias existentes depublicidade e marketing? Sera que a internet vai criar um "mercadoeletr6nico· radicalmente novo com sua propria ''webeconomia''?(ADLERe FIRESTONE, 2002, p. 34).

o fato e que a internet esta afetando toda a economia e nao somente as

empresas de comunicacyao. Conforme os consumidores estao se acostumando a fazer

compras on-line, as empresas tem a possibilidade de ampliar sua atuacyao no mercado

oferecendo seus produtos para um publico distante territorialmente, mas por outro lado,

podem perder seus clientes locais devido a prec;os menores encontrados na internet.

Page 47: o JORNALISMO EA INFORMA

40

Toda esta competitividade aeaba exigindo maiores 9a5t05 com publicidade,

principalmente na internet, 0 que abre novas possibilidades para as jornais on-line, que,

devido a sua audiemcia, e uma das primeiras opc;6es para quem anuncia na rede.

7.1 Informa<;8o para os formadores de opiniao

o publico da intemet, em geral, e jovem e qualificado, com alto nivel de

escolaridade, elevado poder aquisitivo e perfil ocupacional em que predominam as

posic;oes de empresario, executivo e autonomo. Par essas caractensticas, a audi€mcia

da internet merece atenC;80 como importante forma dora de opiniao.

Os jovens de 18 a 25 anos sao seus potenciais consumidores. Sao eles que S8

sentem atraidos pelas vendas on-line, home-banking, entretenimento e principalmente,

informayao, 0 que os tornam a principal audiEmcia dos jornais on-line. Oificilmente

desembolsarn dinheiro pelo jomal impresso - preferem acessar seus sites preferidos

para saber das notfcias. Assim, as sites jornalfsticos vern tomando 0 espayo dos livros,

jornais, programas de TV e ouiros meios de comunicac;ao tradicionais.

Comparada as outras midias, a internet e urn dos meios mais baratos e de maior

alcance para divulgar e vender produtos, dispondo de varios recursos. A campanha

publicitaria on-line esta sempre atualizada e pennite 0 contato direto com 0 consumidor,

o que e chamado de marketing direto. Assim, os jornais on-line pod em obter lucra

inserindo anuncios publicitarios em suas paginas ou criando um sistema de

classificados on-line, alem de poder manter uma area de conteudo pago, cujo

direcionamento de conteudo e interesse compravado pelo pagamento do leitor, pod era

atrair anuncios estritamente destinados a detenninado publico-alvo.

A majoria dos sites supre apenas urn nicho de mercado e e isto que toma a

internet interessante para investirnentos publicitarios, que sao feitos por empresas com

pradutos igualmente segmentados, interessados em atingir exatamente tal publico-alva.

Sites bern direcionados pod em cobrar valores mais altos pelos anuncios, pais, apesar

de possuirem urn espa90 limitado para vender, conseguem atingir uma audiencia em

particular.

Page 48: o JORNALISMO EA INFORMA

41

Tendo a audiemcia mais facada, a publicidade em sites de conteudo etipicamente mais cara do que a inser980 em sites genericos, pois os usuarios estao

interessados no conteudo especffico que esses sites veiculam e isto e urn 6timo

direcionamento.

Alem de seus custos competitivos, a internet e a midia mais precisa para abter

numeros de audiencia e perfil dos usuarios. Os profissionais de marketing on-line

podem utilizar softwares para analisar seus sites, au ainda, contratar empresas

terceirizadas para caletar as dados dos seus arquivos de registro para produzir

relat6rios e analises.

Tendo em vista que as consumidores confiam em editoriais, as advettoria/s

(anuncios veiculados como conteudo editorial; ex: materias pagas e press releases)

geram maiores taxas de resposta do que outros tipos de publicidade na web. No

entanto, os anunciantes precisam tomar cuidado para nao gerarem uma eventual

sensayao de falsidade atraves dos advertoria/s, criando imagens negativas de suas

marcas. Os advertoria/s sao mais eficientes se oferecerem 0 conteudo que 0

consumidor espera receber, como informayoes te§Cnicas de produtos, que apesar de

prom over a empresa, cumpre a funyao do jomal de informar.

7.2 Jornalismo: 0 chamariz dos porta is

Portais sao sites que servem de entrada para varios outros sites relacionados de

alguma forma. Por exemplo, existem portals de culinaria, portais de entretenimento, etc.

Pela possibilidade de reunir milhoes de pessoas conectadas ao mesmo tempo, os sites

do genero assumiram 0 comportamento de midia de massa.

Se fizermos uma analogia com a organiza<;:ao dos corredores deshoppings, iremos perceber que os portais tambem estao divididos emancoras e canais, como nos grandes centr~s comerciais onde existemas prayas de alimentayao, as redes varejistas, as alamedas de servi<;:oscom sapataria, chaveiro, lavanderia e as lojas genericas (FERRARI,2003, p. 19).

o conteudo jornalistico tem sido 0 principal chamariz dos portais. Sao porta is

com conteudos variados, muita informa9ao e atualiza9ao em tempo real. Organizayoes

Page 49: o JORNALISMO EA INFORMA

42

noticiosas que tern dominic sobre as mercados locais de informay8o estao na melhor

POSiC;80 para aproveitar as oportunidades oferecidas pelo conceilo de portal.

Apresentam audie!ncia segmentada, com trafego con stante e dirigido.

Estima-se que 80% do tratego na web tern origem nos portais de busca, caminho

natural de quem procura qualquer informa98o na web. Oaf a importfmcia de posicionar

bern urn site nas ferramentas de busca, urn trabalho minucioso que requer 0

conhecimento das regras de inclusao e posicionamento nos buscadores.

Existe uma diferen98 sutil entre urn mecanisme de busca e urn diretorio. Ambos

permitem que S8 f898m pesquisas por palavras-chave. No entanto, urn diret6rio pas sui

uma classific8C;80 hierarquica de paginas par assuntos, arganizadas como uma arvore

genealogica, enquanto urn mecanisme de busca faz uma varredura pela web a procura

de palavras-chave indicadas pelo usuario.

A maio ria dos diretorios e compilada par seres humanos e nonnalmente exigem

que a responsavel pelo site fa<;a a devido cadastre em seu banco de dados, que sera

avaliado antes de ser disponibilizado. as mecanismos de busca passu em softwares

que pesquisam atraves da web buscando pelas palavras que a usuario indicou.

Geralmente, os portais de busca possibiHtam os dais metodos de procura: par diretorio

e por mecanismo

Uma das primeiras providencias para divulgar urn site consiste em submeter a

nome e a URL aos mecanismos de busca, diret6rios, guias na web, sites e outros

veiculos de divulga<;ao apropriados.

As formas e as criterios de indexa<;ila dos cataJogos (au diret6rios), dos

mecanismos de busca e dos meta-buscadores sao diferentes. Par isso, a visibilidade de

urn site na rede mundial pode de pender, entre outras medidas, da correta indexa<;ao do

conteudo e das paginas.

o titulo de uma pagina na web e aquele texto apresentado pel a browser no alto

da janela. Ele e a elemento mais importante para os mecanismos de busca. Em

primeiro lugar porque as palavras contidas no titulo sao indexadas na base de dados e

tern grande prioridade nas buscas. Alem disso, os titulos sao mostrados nos resultados

de uma busca, e par issa, devem ser atraentes para chamar a atenr;:ao do usuario.

Page 50: o JORNALISMO EA INFORMA

43

Muitos designs que sao agradaveis a visualizat;;ao podem nao ser eficientes paraa indexa<;8o dos mecanismos de busca, como par exemplo paginas que utilizam muitos

frames (molduras) e sites feitos predominantemente de imagens. 0 ideal e que toda

imagem inclua 0 tag "HTML AL T=", inserindo uma descriyao curta da imagem para 0

casa de nao ser passivel carrega-Ia.

Alguns autores sugerem a inser980 de palavras como "xxxft, "sexo", "gratis" eoutras, para que 0 site apare,a entre as pesquisas mais populares (ZEFF e ARONSON,

2000). 0 problema e que muitos bloqueadores de sites impr6pnos nao aces sam sites

cuja meta contenha esses termes. Par fim, e melhor nao coleca-Ios

Page 51: o JORNALISMO EA INFORMA

8 Perspectivas para os jornais impressa eon-line

o jarnal impressa nao sera extinto, mas e fate que esta sofrendo profundas

alterac.;:oes. Os diarios agora se preocupam em estabelecer estrategias de vend as tao

audazes quanta das empresas camerciais, numa tentativa de vender seus produtos:

noticias e outras informac.;:oes.

A internet acompanha esta tendencia, ampliando-a, pais nao ha assinaturas ou

alguma fonna de cobranc.;:a cansideravel, e as jamais on-line tem de trac.;:ar suas

estrategias a fim de obterem anunciantes, esforc.;:ando-se para que as anuncios exibidos

sejam tambem acessados, pois sao comuns as contratos com esta condi<;ao.

(...) 0 que cada vez mais as pessoas que fazem e trabalham na webprecisam compreender e que todas as tecnologias caminham para umponto de convergencia. Nao havera supremacia de uma tecnoideia [grifodo autor] sobre as outras, mas uma integrac;ao, uma soma (CORTES"2004).

Saira vitorioso quem compreender e souber gerir esse processo demudanc;:a, quem for mais inteligente na disseminac;:ao de conteudosinformativos e na busca de parcerias para a criac;:ao de novastecnologias e novos produtos. A midia e nova e esta em mutayao, parisso 0 papel do jornalista na internet e fundamental (FERRARI, 2003, p.22).

o consideravel aumento do numero de usuarias na internet fez com que os

jomais on-line deixassem de ser apenas a transposic.;:ao do impresso para a digital. Para

prender a atenc.;:8o dos usuarios avidos par inforrnac.;:6es, as jomais on-line come<;aram a

preencher a espa<;o dispon[vel com fORJnS, chats e muitos outros servicyos. Porem, e

sempre em busca de conteudo - ate mesmo mais do que de servicyos - que as pessoas

aces sam a maiaria dos sites.

A grande vantagem da internet sob a midia impressa e que ela e nao-linear, os

usuarios podem acessar as informa<;oes livremente e eontam com varios hiperlinks que

aprofundam as notidas, alem, e claro, de nao haver limite de espacyo para os conteudos

(texta), pois a capacidade de armazenagem de um site e imensa. Assim, os

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45

an unci antes encontraram na internet urn veiculo promissor que agrada principal mente

aos jovens, consumidores em potencial para diversos produtos e serviYos.

"Em um mundo on de 0 tempo de d~usiio e com prado por segundo e 0 espayo

impressa e comprado par polegadas, as web sites oferecem uma rara oportunidade de

apresentar toda a riqueza das informa90es de forma van ada" (WILLIANS e TOLLETT,

2001, p. 83)A nova midia em geral fomecs servi90s especializados a varios pequenos

segmentos de publico. Entretanto, sua inov8c;ao mais importante e a distribuic;ao de

audio, video e texto num canal comum, muitas vezes em formatos interativQs

bidirecionais que dao aos consumidores maior controle sobre as servic;os que recebem,

quando obte·los e de que forma.

Enquanto na mfdia impressa qualquer altera<;ao e arriscada, devendo ser

discutida e planejada, na internet, a atualiza980 pode e deve ser constante. oesta

forma, 0 design de um site acaba se tornando dinamico, devendo estar sempre sendo

replanejado.

Poram, ao ler no papel, a luz e refletida, deixando as letras mais escuras,

dotadas de profundidade e excelente resolu<;80, alem de 0 leitor natural mente afastar

ou aproximar 0 documento de seus olhos para permitir uma distancia correta de leitura.

o mesmo, obviamente, nao ocorre com 0 monitor de urn computador.

Mas 0 problema dos impressos esta no custo de produc;80 e distribui980,

enquanto a internet e relativamente pouco dispendiosa. Oepois dos investimentos

iniciais em hardware e software, 0 uso da rede tern um custo pequeno. Publicar

informa<;oes na internet e enviar e-mails geram despesas irrisorias e 0 site estara

sempre disponivel ao usuario, sen do possivel saber onde 0 leitor clica, algo impensavel

na midia impressa.

Devido a sua natureza pregui90sa, 0 ser humano gosta de ter acesso facil a tudo

° que precisa, encontrando na internet toda a facilidade necessaria para ficar bern

informado. Param, como a bombardeada diariamente per uma quantidade avassaladora

de informa90es, 0 usuario nao se sente fiel a qualquer veiculo digital. No caso dos

jomais impressos, ocorre a inverso. A fidelidade do leitor a visivel.

Page 53: o JORNALISMO EA INFORMA

46

Os impressos fazem parte da civilizac.;ao e pademos ate cansidera-Ios urn indicia

desta. A histona abrange diverses episodias em que 0 hemem lutou pela liberdade de

imprensa e isto prova sua importimcia na sociedade. Como resultado desta intima

relac.;ao que as pessoas possuem com as publicac.;oes impressas, a internet fol baseada

no tradicional modelo impressa. Apesar de todos os seus recursos multimidia, °texto

predomina na rede, pais e muito mais facil para 0 usuario interagir com urn produto que

Ihe parec.;8 familiar de alguma forma.

Geralmente, a "pagina" de abertura dos sites noticiosos funciona como uma

primeira pagina do jornal impresso, com uma manchete em destaque, alguns resumos

das malarias mais importantes e links para os respectivos textos. As divis6es das

sec.;oes tambem seguem um padrao similar as publicac.;oes tradicionais, possibilitando

ao usuario seguir uma estrutura editorial semelhante a publicac.;80 impressa.

8.2 Interalividade em sala de aula

A internet e uma midia interativa, e como tal, permite ao usuario (aluno) trac.;ar

seu prOprio caminho pela rede de informac.;oes, ao contrario dos meios tradicionais que

disp6em de poucas possibilidades de acesso e deixam 0 receptor praticamente

passivo. Embora 0 telespectadar possa escolher 0 canal que ira assistir e 0 leitor

folhear 0 jarnal em busca das notfcias de seu interesse, estes dependem do meio para

obterem infarmac;oes.

Na internet, 0 meio e que depende do receptor, pais as informa90es sao apenas

disponibilizadas, aguardando que a usuario as acesse num movimento ativo. Portanto,

nao se trata de escolher entre programa90es pre-estabelecidas ou paginas com roteiros

pre-determinados, mas sim procurar e acessar qualquer inforrnac;:ao ou servic.;o, na

ordem e no momenta desejado.

Devida a esta estrutura nao-linear, a internet a considerada uma midia pufl - que

deve "puxar" 0 interesse e a atenc;:ao do usuario, enquanto a TV e 0 radio sao midias

push, nas quais a mensagem e "empurrada" diretamente ao receptor, mesmo sem

solicitac.;8a.

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47

Para lidar com esta liberdade de navegar;ao dos usuarios, 0 jornalismo on-line

aeaba assimilando profunda mente alguns princfpios de marketing e publicidade,

utilizando estrategias persuasivas na estrutura dos websites e nas chamadas dasnoticias, planejando apelos visuais que exploram a impulsividade dos leitores e lentarn

conquistar suas aten90es, tude para faze-los visitarem a vasta rede de paginas atraves

dos hiperlinks.

A interatividade deve ser amplamente explorada na web, atraves de 8-mails,

f6runs, chats e newsletters, para que a USUiHio(aluno) faya parte do processo

jornallstico, afinal, e a ele que S8 destina 0 conteudo editorial. Para 0 marketing, nao hanada melhor do que conhecer 0 consumidor e seus desejos, e neste aspecto a internet

possibilita a intera980 do meio com 0 receptor como nenhuma outra midia e capaz de

fazer.

A facilidade de utiliza980 do e-mail e a velocidade de transferencia das

mensa gens fazem do correio eletr6nico um meio muito mais eficaz de feedback do que

as antigas cartas a reda9ao. Isto significa que os jornalistas podem conhecer rnelhor 0

seu publico, a partir de uma interac;ao multo mais pr6xima e imediata, e as mat arias e

reportagens podem vir a refletir mais de perto os interesses e valores dos leitores.

Recentemente, esta se popularizando a utilizagao do newsletter, um sistema de

mala-direta onde as noticias sao enviadas aos leitores, em lugar de esperar que eles as

procurem. Para receber a newsletter, a usuario s6 precisa cadastrar seu e-mail no site

de noticias, especificando quais assuntos sao de seu interesse. Desta forma, 0

webjomal enviara por e-mail urn pacote de notidas selecionadas, inserindo inclusive,

publicidades adequadas ao perfil das noticias.

Page 55: o JORNALISMO EA INFORMA

9 Conclusao

As novas tecnologias obrigaram as pessoas a um esfon;o continuo para adquiri-

las, abdicando muitas vezes da compra de produ<;:oes intelectuais para nao se

defasarem tecnologicamente. 0 abstrato e artistico foi aos poucos substituido pelo

concreto e descartavel: Ilvres sao xerocados sem gran des preocupacyoes, musicas e

softwares sao distribuidos ilegalmente pela internet e as noUcias sao fomecidas

gratuitamente pelo radiO, tv e websites. A propriedade intelectual, de certa forma, esta

perdendo valor monetario e individual, devendo adaptar-se ao modelo capitalista de

distribuicyao de massa.

Neste contexto, os jornais impressos vem perdendo leitores e anunciantes que, a

cada dia, estao adotando a internet como principal meio de comunicacyao. Os leitores

apreciam a gratuidade e agilidade dos sites noticiosos, que permaneeem acessiveis a

tad a a momenta e sempre atualizados.

Aproveitando a aumento dos eonsumidores on-line, as anunciantes estao

transferindo parte de suas verbas publicitarias para a internet, apostando na infinidade

de recursos como focalizacyao, mensuracyao, distribuicyao e, principalmente,

interatividade. Com isso, a jornalismo on-line tomou-se uma area promissora que esta

exigindo dos jomalistas - alem do 6bvio conhecimento em informatica - caracteristicas

empreendedoras que permitam ao profissional mesclar jornalismo e publicidade.

o mercado editorial passou a se preocupar mais seriamente com a integracyao

entre conteudo de qualidade, design acessivel e viabilidade financeira, que e obtida nao

mais com assinaturas ou vendas individuais, mas com a obtencyao de reeerias atraves

da publicidade, um caminho bern rna is dificil, uma vez que exige a massifica<;:8o da

informa<;:ao para que seja posslvel atingir altos indices de audielncia e exibir as anuncios

para urn publico maior.

Por fim, fai constado que a tecnologia e as midias eletronicas foram as principais

responsaveis pela reduCY80 tanto de leitares quanta de anunciantes dos jamais

impressos ate 0 final do seculo XX. Com a chegada da internet (midia digital), a crise

agravou-se ainda mais, ja que as leitores podem acessar as informacy6es gratuitamente

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49

e a qualquer momento, e ainda consultar bancos de dados com notlcias anteriores que

as ajudem a contextualizar os noves acontecimentos

Portanto, 0 mercado de trabalho para a jornalista on-line e promissor e exige

profissionais preparados, que escrevam bern, conhe9am webdesign, saibam lidar com a

publicidade e dominem a mfdia em questeo.

No ambito educacional, muda 0 ensina, muda a aprendizagem. Hoje, a 8980

pedag6gica utiliza a telematica em ambientes de aprendizagem e as vantagens sao

inumeras. A internet favoreee autonomia, a integray30 em comunidades virtuais de

aprendizagem e a apropria98o global do conhecimento. Integrados a urn projeto

pedagogica, as recursos da infonnatica favorecem a constrw;ao cooperativa do

conhecimento.

Page 57: o JORNALISMO EA INFORMA

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