o interrogatório

7/23/2019 O Interrogatrio

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O INTERROGATRIO

de Peter Weiss

Oratrio em 11 cantos.

Traduo de Teresa Linhares e ar!os "ueiro# Te!!es

PER$ONAGEN$%

&ui#

Promotor

Ad'o(ado de de)esa

Acusados de 1 a 1* +Re,resentam ,essoas e-istentes

Testemunhas de 1 a 1/ +Re,resentam ,essoas an0nimas


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CANTO DA PLATAFORMA

&I2% Testemunha3 o senhor era he)e da Estao onde che(a'am os trens com osde,ortados. "ua! era a dist4ncia entre a estao e o cam,o5

Test.1% 6ois 7ui!0metros3 at8 o 'e!ho 7uarte!. erca de cinco 7ui!0metros at8 o am,oPrinci,a!.

&I2% O senhor tam98m tra9a!ha'a no cam,o5

TE$T. 1% No. :eu ser'io era a,enas #e!ar ,e!o 9om estado das !inhas e contro!ar oshor;rios dos trens.

&I2% "ua! era o estado da )erro'ia5

TE$T.1% A !inha era 9em construncia de outros.

&I2% O senhor sa9ia 7ua! era a )ina!idade dos trans,ortes5

TE$T.1% No esta'a in)ormado so9re o assunto.

&I2% :as o senhor sa9ia 7ue os trens esta'am carre(ados de ,essoas.

TE$T. 1% $a9ncia em


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assuntos re!acionados a e7ui,amentos de car(as. "ua! era o e7ui,amento e 7ua! era acar(a dos trens 7ue che(a'am5

TE$T.1% Eram trens de car(a. on)orme os certi)icados3 cada 'a(o trans,orta'a cerca

de sessenta ,essoas.

PRO:OTOR% Eram 'a(=es ,ara car(a3 ou 'a(=es ,ara (ado5

TE$T.1% Eram 'a(=es seme!hantes aos 7ue tam98m se em,re(am ,ara o trans,orte de(ado.

PRO:OTOR% a'ia insta!a=es sanit;rias nos 'a(=es5

TE$T.1% No sei.

PRO:OTOR% om 7ue )re7u>ncia che(a'a esses trens5

TE$T.1% No sa9eria di#er.

PRO:OTOR% Por8m che(a'am com )re7u>ncia5

TE$T.1% Natura!mente. Era uma estao termina! de muito tr;)e(o.

PRO:OTOR% O senhor no acha'a estranho 7ue estes trans,ortes che(assem de 7uasetodos os ,a

PRO:OTOR% Onde o senhor mora'a5

TE$T.1% Perto da estao.


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PRO:OTOR% "uem mais mora'a na cidade5

TE$T.1% Os )uncion;rios do cam,o e o ,essoa! das indBstrias ,r-imas. A ,o,u!ao do!u(ar tinha sido e'acuada.

PRO:OTOR% E 7ue indBstrias eram essas5

TE$T.1% I. G. @ar9en3 Cru,, e $iemens.

PRO:OTOR% O senhor 'ia os detentos 7ue tra9a!ha'am a!i5

TE$T.1% "uando entra'am e 7uando saiam.

PRO:OTOR% "ue as,ecto e!es tinham5

TE$T.1% Iam sem,re marchando. E canta'am.

PRO:OTOR% O senhor sa9ia a!(uma coisa so9re as condi=es de 'ida no am,o5

TE$T.1% 6i#iam tantas to!ices 7ue nin(u8m sa9ia em 7ue acreditar...

PRO:OTOR% O senhor no ou'iu )a!ar em e-term


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TE$T.D% Na maior ,arte das 'e#es3 no. $ uma indicao das 7uantidadestrans,ortadas3 escritas com (i# so9re os 'a(=es.

&I2% E 7uais eram estes nBmeros5

TE$T.D% F ca9eas3 *F ca9eas3 con)orme o caso.

&I2% "uando che(a'am os trens5

TE$T.D% Gera!mente3 noite.

&I2% "ue im,resso causa'am ao senhor esses carre(amentos5

TE$T.D% No com,reendo a ,er(unta.

PRO:OTOR% Testemunha3 o senhor 8 ho?e Ins,etor Gera! das Estradas de @erro@ederais. Tem3 ,ortanto3 e-,eri>ncia so9re condi=es de trans,orte. Os ru


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o re)!e-o do )o(o5

TE$T.D% $im3 a )umaa eu 'i.

&I2% E o 7ue ,ensou 7ue )osse5

TE$T.D% Pensei 7ue eram os )ornos da ,adaria do am,o. Tinha ou'ido di#er 7ue a!i seassa'a dia e noite. Era um am,o muito (rande.

II

TE$T.% No ,aramos de 'ia?ar durante J dias. No se(undo3 nossas ,ro'is=es ?; tinham

aca9ado. Kramos */ no 'a(o3 com nossas ma!as e ,acotes3 @a#

TE$T.% Ou'i meu marido me chamando3 mas no ,oder


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a,ro-imou de mim e ,er(untou se o menino era meu. "uando disse 7ue no e!e mandou7ue eu o de'o!'esse me. @oi o 7ue eu )i#3 ,ensando 7ue isto trou-esse a!(uma'anta(em ,ara e!es. :as e!es )oram ,ara o A!do es7uerdo e eu ,ara a direita. O o)icia!7ue nos se,ara'a era muito am;'e!. Per(untei a e!e ,ara onde iam os outros e e!e emres,ondeu% o tomar um 9anho e da7ui a uma hora estaro de 'o!ta.

&I2% A testemunha sa9e 7uem era esse o)icia!5

TE$T.J% Eu sou9e de,ois. E!e se chama'a 6r. a,esius.

&I2% A senhora ,ode )a#er o )a'or de me indicar o acusado 6r. a,esius5

TE$T.J% "uando eu o!ho esses rostos me ,arece di)utico das indBstrias Qaer.

"uando eu o encontrei no cam,o3 ,er(untei a e!e o 7ue seria de ns. E!e me disse% tudoestar; 9em a7ui. ontei a e!e 7ue minha mu!her esta'a doente. E!e res,ondeu% Entoe!e de'e )icar deste !ado e ser; tratada. Indicou o (ru,o dos 'e!hos doentes e eu disse aminha mu!her 7ue )osse com e!es. E!a ,artiu com sua so9rinha e a!(usn outros ,arentes.Em9arcaram todos nos caminh=es.

&I2% O senhor no tem nenhuma dB'ida 7ue este se?a o doutor a,esius5

TE$T.% Nenhuma. Eu con'ersei com e!e. E )oi ,ara mim uma (rande a!e(ria encontr;H

!o na7ue!e momento.

&I2% Acusado a,esius3 o senhor conhece esta testemunha5

A$A6O % No.

&I2% O senhor )ica'a so9re as ,!ata)ormas 7uando os trens che(a'am5

A$A6O % @ica'a a!i a,enas ,ara reco!her os medicamentos 7ue 'iessem na


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9a(a(em dos ,resos. :inha )uno era (uard;H!os na )arm;cia.

&I2% Testemunha3 o senhor 'iu na ,!ata)orma de desem9ar7ue a!(um outro dosacusados a7ui ,resentes5

TE$T.% i a7ue!e. Eu sei o seu nome. E!e se chama o)mann.

&I2% Acusado o)mann3 7ue )a#ia o senhor 7uando os ,resos che(a'am5

A$A6O *% :anuteno da ordem e do si!>ncio.

&I2% 6e 7ue maneira5

A$A6O *% As ,essoas eram a(ru,adas e em se(uida m8dicos decidiam 7uem tinhacondi=es ,ara o tra9a!ho. As 'e#es3 muitos eram considerados a,tos. Outras3 7uasenenhum. a'ia uma ,orcenta(em certa 7ue era esta9e!ecida em )uno da necessidadede mo de o9ra.

&I2% E o 7ue acontecia com a7ue!es 7ue no esta'am a,tos ,ara o tra9a!ho5

A$A6O *% Iam ,ara a c4mara de (;s.

&I2% "ua! a ,orcenta(em dos 7ue eram desi(nados ,ara o tra9a!ho5

A$A6O *% Em m8dia3 um tero e cada trem. "uando o am,o esta'a !otado3 todoseram !i7uidados imediatamente.

&I2% O senhor mesmo )e# tria(em a!(uma 'e#5

A$A6O *% $o9re esse assunto s ,osso di#er 7ue co!o7uei muitos ina,tos do !adodos a,ro'eitados3 7uando e!es me su,!ica'am 7ue )i#esse isso.

&I2% O senhor tinha esse direito5

A$A6O *% No. Era ,roi9ido. :as so9re isso o ,essoa! )echa'a os o!hos.

&I2% 6urante o ser'io de tria(em era distri9u


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&I2% O senhor em,re(a'a 'io!>ncia durante seu tra9a!ho5

A$A6O *% $em,re ha'ia muita con)uso e a!(umas 'e#es era necess;rio dar uns(ritos e uns 9o)et=es. Eu a,enas cum,ria o meu de'er.

&I2% omo )oi 7ue o senhor comeou a )a#er este ser'io5

A$A6O *% Por acaso. @oi assim 7ue aconteceu% meu ,ai era dono de um 9ar muito)re7uentado ,or mem9ros do ,artido3 meu irmo tinha uma )arda so9rando 7ue eucostuma'a usar. m dia me desi(naram ,ara um tra9a!ho. Eu no sa9ia o 7ue era3 nem

,ara onde esta'a indo. "uando che7uei ao am,o 7uis sa9er se o !u(ar era 9om ,ramim. :e res,onderam% Para 'oc>3 8 timoM.

PRO:OTOR% Acusado o)mann3 o senhor sa9ia o 7ue acontecia com os ,resosse!ecionados5

A$A6O *% $enhor ,rocurador3 eu ,essoa!mente no tinha nada contra essa (ente.Tam98m 'i'iam entre ns e antes 7ue )ossem ,resos eu sem,re di#ia a minha )am

PRO:OTOR% O senhor continua'a a ter essa o,inio 7uando tra9a!ha'a no am,o5

A$A6O *% O senhor sa9e3 no 85 "uando h; tanta (ente num es,ao to ,e7ueno3

sem,re acontecem coisas desa(rad;'eis. :as )ora a c4mara de (;s3 7ue era horr


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TE$T.S% Eu no tinha dormido nada3 a7ue!a noite.

A6OGA6O% o!ocamos em dB'ida as dec!ara=es da testemunha. K muito ,oss


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TE$T.*% i Qaretsi desi(nar ,essoas com seu 9asto. Para e!e as coisas nunca anda'amde,ressa. E!e sem,re a,ressa'a o mo'imento. erto dia3 che(ou um trem com mi!

,resos.a maioria esta'a doente. Qaretsi (ritou ,ara ns% oc>s tem 1J minutos ,araes'a#iar os 'a(=esM m acriana nasceu durante o descarre(amento. Eu a enro!ei nunstra,os e a co!o7uei ,erto da me. Qaretsi che(ou com seu 9asto e 9ateu em mim e namu!her. O 7ue 'oc> est; )a#endo com esta ,orcaria5 (ritou. E deu um ,onta,8 nomenino 7ue o atirou a uns 1F metros de distancia. Em se(uida me ordenou% Tra(a a7uia7ue!a merdaM :as o menino esta'a morto.

&I2% Testemunha3 o senhor ,ode ?urar 7ue 'iu isto5

*% $T.uro. Qaretsi tinha tam98m um (o!,e es,ecia!. Era conhecido ,or isto.

&I2% "ue es,8cie de (o!,e5

TE$T.*% Era um (o!,e dado coma mo a9erta. Qem em cima da 'eia aorta. Na maior,arte das 'e#es era morta!.

A$A6O 1% A testemunha aca9a de di#er 7ue eu usa'a um 9asto. $e eu usa'a um9asto no ,recisa'a de nenhum (o!,e es,ecia!. $e eu 9atia coma mo no ,recisariausar o 9asto. $enhor ,residente3 isto 8 uma ca!unia. Eu no conheo nenhum (o!,ees,ecia!.

+O$ A$A6O$ RIE:

&I2% Testemunha3 7uem mais o senhor 'iu na ,!ata)orma5

TE$T.*% Todos os m8dicos esta'am !;. A tria(em )a#ia ,arte do tra9a!ho de!es. O 6r.@ran esta'a !;. O 6r. $chat#. O 6r. Lucas.

A6OGA6O% Testemunha3 onde o senhor )ica'a durante as tria(ens5

TE$T.*% Em ';rios ,ontos da ,!ata)orma3 reco!hendo 9a(a(ens.

A6OGA6O% O senhor ,ode nos descre'er como era a ,!ata)orma5

TE$T.*% erca de *FF metros.

A6OGA6O% E o com,rimento dos trens5

TE$T.*% Ocu,a'am )re7uentemente dois teros da ,!ata)orma.

A6OGA6O% Onde eram )eitas as tria(ens5


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TE$T.*% No meio da ,!ata)orma.

A6OGA6O% Onde eram a(ru,adas as ,essoas5

TE$T.*% Tanto so9re os tri!hos como so9re a ,!ata)orma.

A6OGA6O% "ua! era a !ar(ura da ,!ata)orma.

TE$T.*% 1F metros mais ou menos.

A6OGA6O% $endo assim3 as ,essoas se di'idiam em dois (ru,os. m ,erto do outro.E cada (ru,o em )i!eiras de cinco. A de)esa co!oca em du'ida o de,oimento. No seria

,oss


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&I2% Acusado 6r. Lucas3 7ue )a#ia o senhor na ,!ata)orma5

A$A6O % &amais e-erci nenhuma ati'idade a!i. Eu sem,re disse 7ue era m8dico s,ara sa!'ar 'idas humanas e no ,ara destru


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PRO:OTOR% "uantos arma#8ns e-istiam neste cam,o5

TE$T.*% a'ia J 9arrac=es.

PRO:OTOR% O senhor ,ode nos )ornecer a!(um dado so9re o 'o!ume e o 'a!or dos9ens a,reendidos5

TE$T.*% Antes da de,ortao os ,resos eram aconse!hados a !e'arem todos seus o9?etosde 'a!or3 uma 'e# 7ue no !u(ar onde seriam insta!ados no ,oderiam conse(uir nada.E!es !e'a'am tudo o 7ue ,odiam3 tudo o 7ue tinham3 at8 os menores o9?etos. Na

,rimeira tria(em3 so9re a ,!ata)orma3 muitas coisas ?; eram a,reendidas. Os m8dicosse,ara'am os instrumentos ,ro)issionais e tam98m as ?oias e outros o9?etos de 'a!or 7ueco!oca'am de !ado3 enchendo ma!as inteiras. Tam98m as tro,as de (uarda e o ,essoa! dotrem ,e(a'am sua ,arte. Para ns sem,re so9ra'a a!(uma coisa 7ue !o(o ,oder

TE$T./% omo ,oderiam acreditar 7ue ,raticamente ?; no e-istiam5 ada um ?u!(a'a


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ainda 7ue iria so9re'i'er.

CANTO DO CAMPOI

TE$T.% "uando es,er;'amos em )rente ao ,orto do am,o3 de,ois de termosatra'essado a !inha do trem3 ou'i um detento di#er a uma mu!her% O carro da ru#erme!ha ser'e a,enas ,ara !e'ar o (;s at8 as c4maras. K a!i 7ue seus ,arentes 'omorrer. A mu!her comeou a (ritar. m o)icia! ou'iu essas ,a!a'ras3 diri(iuHse a e!a edisse% :inha senhora3 como ,ode acreditar nas ,a!a'ras de um detento5 $o todoscriminosos e doentes mentais. e?a as suas ore!has dis)ormes e as ca9eas ras,adas. Asenhora no de'e acreditar no 7ue e!es di#em.

&I2% Testemunha3a senhora se !em9ra 7uem era esse o)icia!5

TE$T.%Tornei a me encontrar com e!e de,ois disso. Eu tra9a!ha'a so9 suas ordenscomo em,re(ada de escritrio do 6e,artamento Po!

TE$T.% ma de!as che(ou ,erto de ns e (ritou% e?am3 o!hem a )umaa do outro!ado dos 9arrac=es. A7ui!o 8 suas mu!heres e seus )i!hos. Tam98m ,ara 'oc>s 7ue

entraram a7ui s ha'er; uma sa


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TE$T.% @omos !e'ados a um 9arraco de !im,e#a. Os (uardas e os detentos 'ieramtra#endo uma ,i!ha de )ichas. @icamos nus e tudo 7ue ainda nos resta'a )oi !e'ado ,ore!esV re!(io3 a!ianas3 documentos3 )oto(ra)ias. Em se(uida3 cada um de ns )oi tatuadocom um nBmero no ante9rao es7uerdo.

&I2% omo era )eita a tatua(em5

TE$T.% Im,rimia o nBmero na ,e!e )a#endo ,e7uenos )uros com a(u!has e em se(uidaes)re(a'am uma tinta es,ecia!. Ras,aram nossos ca9e!os e nos )i#eram tomar um 9anho)rio. 6e,ois nos deram rou,as.

&I2% "ue es,8cie de rou,as5

TE$T.% ma cueca 'e!ha3 uma camiseta3 um ,a!et ras(ado3 uma ca!a remendada3 um

(orro e um ,ar de tamancos. 6e,ois3 em ,asso de marcha ace!erada )omos ,ara o nosso9!oco.

&I2% omo era este 9!oco5

TE$T.% m 9arraco de madeira3 sem ?ane!as. ma ,orta na )rente3 uma ,orta atr;s.!ara9oias no teto inc!inado. direita e es7uerda 9e!iches de tr>s andares3 os mais

9ai-os 7uase no cho3 os de cima a,oiados em ta9i7ues de cimento. O 9arraco tinha7uarenta metros de com,rimento.

&I2% "uantos ,resos ca9iam a!i5

TE$T.% O es,ao esta'a ca!cu!ado ,ara JFF homens. Ns 8ramos mi!.

&I2% a'ia 7uantos 9arrac=es deste ti,o5

TE$T.%:ais de DFF.

&I2% "ua! era a !ar(ura de cada 9e!iche5

TE$T.% m metro e oitenta a,ro-imadamente. Nesse es,ao dormiam seis homens.Para descansar3 eram o9ri(ados a mudar de ,osio% dormiam so9re o !ado es7uerdo eso9re o !ado direito3 a!ternadamente.

&I2% a'ia ,a!ha ou co9erta5

TE$T.% A!(umas camas tinham ,a!ha. A ,a!ha esta'a ,odre. aia da cama de cimaso9re as de 9ai-o. Para cada cama ha'ia um co9ertor. Os 7ue )ica'am nas ,ontas

,u-a'am cada um ,ara seu !ado. Os mais )ortes )ica'am no meio.


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&I2% Os 9arrac=es tinham a7uecimento5

TE$T.% a'ia dois a7uecedores. Partiam tu9os em direo s chamin8s do centro. Ostu9os eram cimentados e o cimento nos ser'ia de mesa. Raramente os a7uecedores eramacesos.

&I2% omo eram as insta!a=es sanit;rias5

TE$TE% No 9arraco de !im,e#a ha'ia 9ancos de madeira de9ai-o de uma cana!i#aoes9uracada. A ;(ua ,in(a'a dos tu9os. As !atrinas eram (randes cai-as de cimento. Emcima de!as3 ha'ia t;9uas com 9uracos. A!i ca9iam at8 du#entas ,essoas. Os (uardas das

,ri'adas toma'am conta ,ara 7ue nin(u8m )icasse !; muito tem,o. O ,essoa! de (uarda9atia nos ,resos com 'aras ,ara 7ue e!es sancia anterior desa,areceram. @am

9ens ,essoais3 ,ro)isso3 tudo isto )oi !i7uidado ,e!o nBmero da matr


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nos ti'essem rou9ado tudo3 ento era norma! 7ue ns tam98m rou9;ssemos. A su?eira3 a)erida3 as doenas3 tudo era norma!. Era norma! 7ue muitas ,essoas morressem nossa'o!ta3 como tam98m era norma! 7ue ,ud8ssemos morrer a 7ua!7uer momento. Eranorma! a aus>ncia de emoo e a insensi9i!idade 'ista dos cad;'eres. Era norma! 7ueentre ns hou'esse mu!heres dis,ostas a es,ancar as outras ,ara a?udar as 'i(i!antes.A7ue!a 7ue se torna'a au-i!iar da res,ons;'e! ,e!a ,riso no esta'a mais nos B!timosde(raus3 e a7ue!a 7ue conse(uia se tornar sim,;tica ,ara che)es da (uarda su9ia aindamais. $ esca,a'a 7uem tinha ca,acidade. "uem3 dia a dia3 sem nunca se distrair3de)endia o seu !u(ar e a sua rao. As inca,a#es3 as de es, est; a7ui5 No sei3 res,ondeu. Por 7ue 'oc> est;no meio dos mortos5 ,er(untei. E!a me disse% Eu no ,osso mais )icar entre os 'i'os.:orreu na7ue!a mesma tarde.

TE$T.J% Ti'emos 7ue a9rir (randes co'as. :uitas mu!heres desmaiaram com o ,eso das,;s da terra. Est;'amos dentro da ;(ua at8 a cintura. Os (uardas 7ue nos 'i(ia'am erammuito moos. ma mu!her se diri(iu ao che)e da tro,a% a,ito3 (ritou3 eu no ,ossotra9a!har desse modo3 estou (r;'ida. Os ra,a#es riram. om uma ,;3 um de!es )orou aca9ea de!a ,ara 9ai-o da ;(ua3 at8 7ue e!a se a)o(ou.

TE$T.S% Ou'i uma sentine!a con'ersar com um menino de uns / anos atra'8s do arame)ar,ado. oc> ?; sa9e muita coisa ,ara a sua idade3 di#ia o homem. O meninores,ondeu% Eu sei 7ue ?; sei muito e sei tam98m 7ue no 'ou a,render mais nada. @oi!e'ado com um (ru,o de 7uase /F meninos ,ara os caminh=es. En7uanto os outros sede9atiam o menino (ritou% $u9am no caminho e no (ritem assim. oc>s 'iram 7uenossos ,ais e a's ?; )oram em9ora. $u9am !o(o3 'amos nos encontrar com e!es. E7uando o caminho deu ,artida3 eu ou'i o menino (ritar ,ara a sentine!a% oc>s no'o (anhar nada com issoM

II

TE$T.*% 6e :anh cada um (anha'a meio !itro de ca!do3 um ,ouco de ca)8 e cinco(ramas de aBcar. A!(uns (uarda'am um ,edao de ,o da noite anterior. Ao meio dia


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era ser'ida uma so,a )eita com restos de 9atatas3 cou'es e na9os. inha ?unto uma raom


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,ass;'amos as ,omadas nas )eridas e a ,asta nos ec#emas3 ,ara 7ue iassem escondidas.Ns t


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A$A6O 1*% 6e'o di#er 7ue tenho mesmo muita )8. :as nunca ti'e cora(em de rear3ha'ia muitos de!atores. Eu no matei nin(u8m. No m;-imo dei umas ,ancadas 7uandoera ,reciso se,arar a!(uns ,resos 7ue 9ri(a'am.

TE$T.% No am,o ha'ia uma ,essoa 7ue sem,re esta'a onde a!(u8m a,anha'a ou eramorto. $eu nome era Cadu. Cadu era uma es,8cie de s


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&I2% E 7ua! era esse de'er5

A$A6O S% Tomar conta da o,erao de desem9ar7ue e )a#er tudo andar direito. Ascrianas eram re(u!armente se,aradas e tam98m as mes 7ue no 7ueriam !ar(ar os)i!hos. Os trens che(a'am no ,onto certo. A 'io!>ncia no era a9so!utamente necess;ria.Todos aceita'am a coisa com ca!ma. Nin(u8m resistia3 ,or7ue era e'idente 7ue todaresist>ncia seria inBti!.

TE$T.% ma 'e# Cadu 9ateu num ,reso do nosso (ru,o at8 7ue e!e caiu no cho.Ento atra'essou a 9en(a!a no seu ,escoo e )icou de ,8 so9re e!e se 9a!anando at8 ohomem morrer as)i-iado.

A$A6O S% :entiraM :entiraM

&I2% $enteHse3 senhor Cadu. E no (rite com a testemunhaM

A$A6O S% $enhor ?ui#3 tudo o 7ue se di# a7ui 8 uma (rande mentira. Para mim3 sim,orta 7ue )a!em a 'erdade. Nunca nin(u8m matou um ,reso desta maneira.T

TE$T.J% O ,ro9!ema da ?ustia ou in?ustia no e-istia mais. $ interessa'a a7ui!o 7ue,odia ser Bti! no momento. $ nossos donos ,odiam se dar ao !u-o de ter ca,richos3sentir ,iedade e emoo3 )a#er ,!anos ,ara o )uturo. O 6r. Rodhe3 m8dico do am,o3me chamou ,ara a sua seo. E!e sou9e 7ue ns ha'


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6isse 7ue sim e ento e!e se !em9rou de sua ?u'entude. 6e,ois disse% "uando aca9ar a(uerra3 ainda nos 'eremos ,or !;. m dia3 o 6r. :en(e!e mandou )!ores ,ara umamu!her (r;'ida. Tam98m a mu!her do comandante mandou cum,rimentos e umcasa7uinho 7ue e!a mesma tinha tricotado. A!(u8m te'e a ideia de ,intar an=e#inhos nas

,aredes do 9arraco das crianas e ,or a!i uma cai-a de areia. Os caminhos 7ue !e'a'amaos )ornos crematrios eram !im,os com ancinhos entre um trans,orte e outro.Passa'am ,or ar9ustos 9em cuidados e ha'ia canteiros de )!ores entre er'a 7ue cresciaso9re as camaras de (;s su9terr4neas. :en(e!e sem,re che(a'a com seu ar satis)eito3 os

,o!e(ares no cinturo. 6i#ia 9om dia ,ara as crianas 7ue o chama'am de titio3 antes deserem dissecadas no seu !a9oratrio. Assim mesmo3 ha'ia a!i um homem chamado@!ace3 na sua seo nin(u8m morria de )ome e os ,resos 'estiam rou,a !a'ada. Eu

,er(untei a e!e% En)ermeiroHhe)e3 ,ara 7uem e ,or7ue o senhor )a# isso3 ?; 7ue todostero 7ue desa,arecer um dia ,ara 7ue no )i7ue nenhuma testemunha5 e!e meres,ondeu% $em,re ha'er; a!(u8m entre ns ,ara im,edir 7ue isso acontea.

PRO:OTOR% Testemunha3 a senhora 7uer di#er com isso 7ue se cada )uncion;rio docam,o 7uisesse se o,or a situao3 ,oderia mud;H!a5

TE$T.J% @oi isso mesmo 7ue eu 7uis di#er.

TE$T.1% A (ente s ,odia rea(ir norma!mente assim 7ue che(a'a3 de,ois de )icar a!ia!(um tem,o era im,oss

PRO:OTOR% O senhor ento no ,recisa'a cuidar dos ,resos5

TE$T.1% No.

PRO:OTOR% O senhor no tomou conhecimento do 7ue acontecia no am,o5

TE$T.1% Assim 7ue eu che(uei3 o he)e do La9oratrio me disse% Tudo isso 8 no'o,ara 'oc> e no 8 assim to (ra'e. Ns no temos nada a 'er com o e-term no ter; muito tra9a!ho. :as eu me recusei.


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PRO:OTOR% E o 7ue aconteceu de,ois da sua ne(ati'a5

TE$T.1% Nada. Eu no ti'e 7ue ,artici,ar das tria(ens.

PRO:OTOR% O senhor a9andonou o am,o de,ois do est;(io ,re'isto5

TE$T.1% No3 decidi )icar assim mesmo3 ,ara tratar das e,idemias. A,esar de tudo3 'i7ue era ,oss


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&I2% $o9re o Tiro ao Gorro5

TE$T.D% Ou'i )a!ar.

&I2% "ue ou'iu so9re isso5

TE$T.D% 6i#iam 7ue e!es ?o(a'am !on(e o (orro e atira'am.

&I2% "uem !ana'a os (orros3 de 7uem eram e!es e 7uem atira'a5

TE$T.D% No sei.

&I2% onte ento a7ui!o 7ue ou'iu )a!ar.

TE$T.D% Qom3 manda'am 7ue um ,reso tirasse o seu (orro e o ?o(asse ,ara !on(e.Ento di#iam% orre3 'ai 9uscar o seu (orroM "uando corria3 era )u#i!ado.

&I2% E se no corresse5

TE$T.D% Tam98m era )u#i!ado ,or7ue esta'a deso9edecendo a uma ordem.

PRO:OTOR% Testemunha3 da'am ra=es es,eciais como ,remio ,or cada ,reso morto

em tentati'a de )u(a5

TE$T.D% Nunca ou'i )a!ar disso3 nem ,osso acreditar. No seria di(no de um so!dadorece9er um ,remio ,or essas a=es.

PRO:OTOR% O Tri9una! ,ossui a!(uns documentos nos 7uais consta 7ue3 em di'ersasocasi=es3 as sentine!as )oram recom,ensadas ,e!o )u#i!amento de ,resos em )u(a.

TE$T.D% Nada sei so9re isso.

PRO:OTOR% Testemunha3 estamos in)ormados 7ue atua!mente o senhor 8 diretor deuma com,anhia de se(uros.

A6OGA6O% ProtestoM A inter'eno da Promotoria nada tem a 'er com os de9atesM

PRO:OTOR% Testemunha3 ,odemos admitir 7ue o senhor conhece o 'a!or !e(a! de umaassinatura5

TE$T.D% K c!aro.


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PRO:OTOR% A!(umas dessas !istas de recom,ensa esto assinadas ,e!o senhor.

TE$T.D% K ,oss


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Nosso caminho cru#a'a a !inha do trem. :uitas 'e#es3 t


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datas e causas dos )a!ecimentos. Os assentamentos de'iam ter uma e-atido a9so!uta. $ehou'esse a!(um erro3 o senhor Qroad )ica'a )urioso.

&I2% Onde )ica'am os ar7ui'os.

TE$T.J% Em duas mesas. Numa de!as )ica'am os )ich;rios com os nBmeros dos 'i'os.Na outra3 )ica'am os )ich;rios com o nBmero dos mortos. L; ns ,od


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A6OGA6O% Testemunha3 onde eram e-ecutados os ,resos5

TE$T.J% No 9!oco 113 dentro do am,o.

A6OGA6O% A senhora ,odia entrar a!i5

TE$T.J% No3 mas sa9


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me 'iu chorando e disse% A7ui3 a senhora de'e es7uecer seus sentimentos ,essoais.&I2% Por 7ue moti'o os ,resos rece9iam esse casti(o5

TE$T.J% s 'e#es ,or7ue tinham rou9ado um ,edao de ,o3 ou ,or7ue no tinhamo9edecido imediatamente uma ordem ,ara tra9a!har mais de,ressa. Ys 'e#es 9asta'auma denuncia. a'ia uma cai-a ,ara cartas dos de!atores3 onde era muito );ci! ?o(ar um

,edao de ,a,e!.

A$A6O D% Nunca me ocu,ei com seme!hantes to!ices. No 6e,artamento ,o!


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&I2% Por 7ue moti'o5

TE$T.J% L; )ora tinha che(ado um caminho cheio de crianas. i ,e!a ?ane!a da$ecretaria um menino sa!tar ,ara )ora3 com uma ma na mo. Qo(er saiu3 o meninoesta'a !; com sua ma. Qo(er a(arrou o menino ,e!os ,8s e arre9entou sua ca9eacontra a ,arede do 9arraco. 6e,ois reco!heu a ma3 me chamou e disse% Lim,e tudoisso. :ais tarde3 durante um interro(atrio3 e!e esta'a comendo a ma.

A6OGA6O% Testemunha3 a senhora ?amais mencionou esse caso nos de,oimentosanteriores...

TE$T.J% Eu no conse(uia )a!ar.

A6OGA6O% Por 7ue5

TE$T.J% Por moti'os ,articu!ares.

A6OGA6O% Pode nos di#er estes moti'os5

TE$T.J% 6e,ois do 7ue aconteceu nunca mais 7uis ter )i!hos.

A6OGA6O% Por 7ue ento )a!ou a(ora5

TE$T.J% A(ora 7ue 'i Qo(er de no'o3 no ,ude dei-ar de )a!ar.

&I2% Acusado Qo(er3 tem a!(o a a!e(ar contra esta denuncia5

A$A6O D% Tudo no ,assa de ,ura in'eno. A testemunha retri9ui muito ma! acon)iana 7ue na ocasio de,ositei ne!a.

II

TE$T.S% Eu )ui !e'ado com outros ,resos ,ara a sa!a de interro(atrio do 6e,artamento

Po!s. Amesa de Qo(er )ica'a de !ado3 7uase em )rente ,orta. E!e esta'a sentado em sua mesa7uando entrei. A int8r,rete esta'a sentada atr;s.

&I2% a'ia mais a!(u8m na sa!a5

TE$T.S% O he)e do 6e,artamento Po!


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&I2% O 7ue !he disseram5

TE$T.S% Qo(er )a!ou% Ns somos o de,artamento ,o!


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&I2% O 7ue hou'e ento5

A$A6O D% $enhor ,residente3 no matei nin(u8m. Eu a,enas condu#ia nosinterro(atrios.

"ue es,8cie de interro(atrios5

A$A6O D % Ys 'e#es3 9em duros3 con)orme o re(u!amento do am,o.

Em 7ue se 9asea'am esses re(u!amentos5

A$A6O D% Kramos res,ons;'eis ,e!a se(urana do am,o. 6e' no come3 mas ho?e 'oc> 'ai 'er 7ue eutenho um 9om corao. Qo(er ,re,arou uma sa!ada ,ara 'oc>. E!e me deu ordem ,aracomer3 mas eu no ,odia ,or7ue esta'a a!(emado. Ento Qo(er es)re(ou o ,rato naminha cara. Ti'e 7ue en(o!ir os aren7ues. Esta'am to sa!(ados 7ue eu 'omitei. E!es meo9ri(aram a comer de no'o o meu 'omito e o resto dos aren7ues. "uando eu ainda tinhaum ,ouco na 9oca Qo(er (ritou% Tomem cuidado ,ara 7ue e!e no 'omite o resto nocorredor. Em se(uida me !e'aram ao 9!oco on#e e me ,enduraram numa estaca com asmos amarradas nas costas. Era o 7ue e!es chama'am de Tra'esso. Nos ,endura'am

,e!as mos numa a!tura e-ata em 7ue s as ,ontas dos ,8s encosta'am no cho. Qo(er

ia 9atendo a tam98m me da'a ,onta,8s no 'entre. Na minha )rente esta'a um 9a!de de;(ua. Qo(er ,er(untou se eu 7ueria 9e9er. E!e ria e 9a!ana'a meu cor,o de um !ado

,ara o outro. "uando desmaiei me ?o(aram a ;(ua. No sentia mais os meus 9raos. Asarticu!a=es esta'am 7uase arre9entadas. Qo(er )a#ia ,er(untas3 mas minha !


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A6OGA6O% Ento est; ,ro'ado 7ue era ,oss


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&I2% a'ia mais a!(u8m na sa!a5

TE$T.*% Eu 'i Qo(er3 Qroad e 6!eZsi. Qo(er me interro(a'a3 mas eu no ,odiares,onder. Esta'a de ca9ea ,ara 9ai-o e os dois detentos )a#iam meu cor,o (irar.

A6OGA6O% "ueriam sa9er outros nomes.

&I2% O senhor )oi es,ancado5

TE$T.*% Qo(er e 6!eZsi em 9atiam a!ternadamente.

A6OGA6O% No seriam os detentos 7ue 9atiam5

TE$T.*% Eram Qo(er e 6!eZsi3 com os chicotes nas mos.

&I2% Em 7ue ,arte do cor,o e!es 9atiam5

TE$T.*% Nas n;de(as3 nas costas3 co-as3 mos3 ,8s e nuca. :as (o!,ea'am,rinci,a!mente os r(os (enitais. 6esmaiei tr>s 'e#es. :e ?o(aram ;(ua.

&I2% $enhor Qo(er3 o senhor reconhece ter torturado esta testemunha5

A$A6O D% A esta ,er(unta res,ondo decididamente% no.

TE$T.*% Ainda tenho as cicatri#es.

A$A6O D% :as no causadas ,or mim.

&I2% Acusado Qo(er3 o senhor em,re(ou o instrumento a7ui descrito5

A$A6O D% Em a!(uns casos ti'e 7ue usaH!o. O casti(o era e-ecutado ,e!os detentosau-i!iares3 so9 minha 'i(i!4ncia.

&I2% Acusado Qo(er3 o senhor dec!ara )a!so o de,oimento da testemunha5

A$A6O D% O de,oimento 8 tendencioso e no corres,onde 'erdade em todos os,ontos.

&I2% "ua! 8 a 'erdade5

A$A6O D% "uando o ,reso con)essa'a3 o casti(o era interrom,ido.

&I2% E se o ,reso no con)essa'a5


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A$A6O D% A,anha'a at8 san(rar. A< o casti(o era sus,enso.

&I2% a'ia um m8dico ,resente5

A$A6O D% No ha'ia nenhum re(u!amento e-i(indo a ,resena de m8dicos. A!8mdisso3 seria desnecess;rio. Assim 7ue o ,reso san(ra'a eu interrom,ia tudo. A )ina!idadede um interro(atrio ?; esta'a cum,rida 7uando o san(ue corria ,e!as ca!as do ,reso.

&I2% O senhor se considera'a autori#ado a rea!i#ar interro(atrios to duros5

A$A6O D% Esta'a dentro da minha com,et>ncia3 con)orme ordens e-,ressas. Ea!8m disso3 na minha o,inio3 seria con'eniente ainda ho?e em dia o uso do casti(ocor,ora! em muitos casos de direito3 como ,or e-em,!o3 ,ara aca9ar de uma 'e# ,ortodas coma de,ra'ao dos ?o'ens.

A6OGA6O% Testemunha3 a7ui )oi dito 7ue nin(u8m ,odia so9re'i'er a este ti,o decasti(o. Parece 7ue a a)irmati'a 8 e-a(erada.

TE$T.*% "uando me tiraram da 9arra3 Qo(er disse% A(ora 'oc>s est; ,re,arado ,arauma )e!i# 'ia(em ao c8u. @ui !e'ado ,ara uma ce!a do 9!oco 113 onde )i7uei es,erandohoras e horas minha e-ecuo. No sei 7uantos dias )i7uei a!i. Esta'a com as n;de(asco9ertas de ,us. :eus test


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diretamente aos )ornos crematrios. m detento 7ue tra9a!ha'a como en)ermeiro )oies,ancado ,or um m8dico do am,o s ,or7ue tinha es7uecido de anotar um deta!he na)icha de um doente. E esse doente ?; tinha morrido. Eu mesmo esca,ei ,or acaso dac4mara de (;s. No meu dia3 os )ornos crematrios ?; esta'am !otados. "uando 'o!ta'a

,ara o am,o3 um m8dico acom,anhante sou9e 7ue eu era estudante de medicina e emre7uisitou ,ara a sua seo.

&I2% omo se chama'a esse m8dico5

TE$T.% Era o 6r.etter3 um homem 9em educado. :as os doutores $chat# e @rantam98m eram am;'eis com os ,resos 7ue condu#iam ,ara a morte. No mata'am ,orordem ou con'ico. :ata'am ,or7ue de'iam matar e isso nem 'a!e a ,ena discutir. $a!(uns mata'am ,or ,ra#er. Qo(er era um de!es. Eu 'ia os ,resos 7uando eram

re7uisitados ,or Qo(er e tam98m 'is o estado em 7ue 'o!ta'am. "uando eramchamados ,ara a e-ecuo3 Qo(er di#ia com or(u!ho% Esses sa


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indi'


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&I2% O senhor rece9eu ou transmitiu ordens re)erentes a esse assunto5

A$A6O 1% K certo 7ue ou'i )a!ar3 mas eu mesmo nunca transmiti nenhuma ordem.

&I2% E como o senhor rea(ia diante dessas decis=es5

A$A6O 1% Eu sem,re e'itei )a#er ,er(untas aos meus su,eriores so9re a ?ustia dase-ecu=es de 7ue ou'i )a!ar. A)ina!3 eu tinha a res,onsa9i!idade de cuidar da minha)am

PRO:OTOR% Acusado :u!a3 o senhor 'iu a )orca5

A$A6O 1% omo assim5

PRO:OTOR% Eu ,er(untei se o senhor 'iu a )orca5

A$A6O 1% No3 nunca ,us os ,8s na7ue!e setor do am,o.

PRO:OTOR% O senhor a)irma 7ue mesmo ocu,ando o car(o de A?udante de Ordens doomandante3 nunca ,assou ,or a!i5

A$A6O 1% E-atamente. :eu tra9a!ho era de ordem administrati'a e eu nunca mea)asta'a dos $etores de Administrao.

PRO:OTOR% Onde )ica'am esses setores5

A$A6O 1% @ica'am no 7uarte! anti(o3 )ora dos !imites do am,o.

PRO:OTOR% 6a7ue!e !u(ar no se 'ia o am,o5

A$A6O 1% "uem eu me !em9re3 no.

PRO:OTOR% Testemunha3 o senhor ,ode nos descre'er com ,reciso a !oca!idade dosedi)


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TE$T.% @ica'a no ,;tio em )rente ao 9arraco da co#inha. direita de 7uem entra'a,e!a rua centra!.

PRO:OTOR% Acusado :u!a3 o senhor mora'a nas imedia=es do am,o. onta dore(u!amento 7ue o senhor de'ia in)ormar ao comandante todos os acontecimentos doam,o e tratar diretamente dos assuntos secretos3 a!e de dar instruo ideo!(ica stro,as de (uardas. Ocu,ando este car(o3 o senhor desconhecia as sentenas e-ecutadasno am,o5

A$A6O 1% $omente uma 'e#3 ,or acaso3 'i a c,ia de uma autori#ao 7ue concediae)eito retroati'o ,ara os casti(os cor,orais.

PRO:OTOR% O senhor nunca tinha 7ue in'esti(ar as causas de en)orcamento ou de

outra e-ecuo5

A$A6O 1% O meu tra9a!ho no e-i(ia isso.

PRO:OTOR% "uais eram ento as suas tare)as como A?udante de Ordens doomandante do am,o5

A$A6O 1% Eu )a#ia oramentos3 distri9u


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PRO:OTOR% Acusado :u!a3 o senhor no sa9ia nada so9re matanas co!eti'as emc4maras de (;s5

A$A6O 1% Nunca sou9e disso.

PRO:OTOR% O senhor nunca o9ser'ou a )umaa dos crematrios 7ue era 'is


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o)iciais.

PRO:OTOR% "ua! era a 7ua!i)icao do $r. Cnitte! ,ara essas )un=es5

A$A6O 1% E!e era ,ro)essor e se estou 9em in)ormado3 atua!mente 8 diretor de umco!8(io 7ua!7uer e3 ,ortanto muito com,etente ,ara o ensino.

PRO:OTOR% O senhor tam98m da'a instruo ideo!o(ia ,ara a tro,a.

A6OGA6O% Ad'ertimos nosso c!iente 7ue e!e no 8 o9ri(ado a res,onder a 7uest=esso9re as 7uais no esta sendo acusado.

PRO:OTOR% A deciso de res,onder ou no com,ete Bnica e e-c!usi'amente aos,r,rios acusados. om essa inter'eno3 a de)esa u!tra,assa em muito as ,rerro(ati'as

7ue a !ei !he concede. K e'idente 7ue com essa t;tica a de)esa ,rocura co!ocar o9st;cu!oao esc!arecimento da 'erdade.

A6OGA6O% $omos o9ri(ados a ,rotestar ener(icamente contra estas sur,reendentesa)irma=es. Parece c!aro 7ue a acusao i(nora as normas do di(o do Processo Pena!e desconhece a !e(is!ao em 'i(or. A ,romotoria esta condu#indo o ,rocesso como,ini=es ,r8Hconce9idasM

+O$ A$A6O$ RIE:.

II

TE$T.% "ua!7uer )uncion;rio do cam,o tinha ,oderes ou ,rerro(ati'as. Tinha a!i9erdade de matar ou dei-ar 'i'er. ma ocasio3 eu 'i o 6r. @!a(e com !;(rimas noso!hos 7uando 'iu um (ru,o de crianas 7ue era !e'ado ,ara o crematrio. E!e to!era'a7ue eu rou9asse a )icha de a!(uns ,resos condenados. Assim era ,oss


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A6OGA6O% 6e acordo com 7ue crit8rio o senhor a(ia ,ara )a#er a esco!ha5

TE$T.% Ns !e';'amos em considerao o dia(nstico3 7ue determina'a 7uem tinhamaiores ,ossi9i!idades de so9re'i'er. Outro ,onto im,ortante era sa9er 7ue tinha maisca,acidade de 'ir a ser Bti! a outros ,resos do am,o.

A6OGA6O% a'ia a!(uma cate(oria de ,resos mais )a'orecida5

TE$T.% $em,re 7ue ,oss


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A6OGA6O% Testemunha3 ,or7ue o senhor continuou resistindo3 mesmo de,ois de,erce9er 7ue no ,odia es,erar nenhuma a?uda mi!itar5

TE$T.% Na7ue!a situao3 era um ato de resist>ncia o sim,!es )ato de ,ermanecerconsciente e nunca a9andonara ideia de 7ue a!(um dia seria ,oss


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im,or um ,onto de 'ista tendencioso.

TE$T.% A maioria da7ue!es 7ue desem9arcaram na ,!ata)orma3 no tinham muitotem,o ,ara ,ensar em teorias. :udos e assustados no ,uderam re)!etir so9re a situaoen7uanto ,ercorriam seu u!timo caminho e se dei-a'am massacrar ,or7ue nadacom,reendiam. A esses mortos ns chamamos de heris3 mas sua morte no te'enenhum sentido. o?e3 ,odemos re'er esses mi!h=es de criaturas de9ai-o das !u#es de

,ro?etores3 entre insu!tos e !atidos de ces3 e o mundo ,er(unta como se dei-aramtrucidar da7ue!a maneira. :as ns sa9emos 7ue esta es,8cie de ani7ui!amento ,oder;ainda ser su,erada com muito mais e)ic;cia do 7ue ,e!os anti(os m8todos.

A6OGA6O% Testemunha3 o senhor e-ercia ati'idades ,o!


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&I2% Testemunha3 ns com,reendemos 7ue 8 ,enoso )a!ar so9re isso e 7ue a senhora,re)ira se ca!ar. :as assim mesmo !he ,edimos 7ue )aa o ,ossncia a senhora se !em9ra5

TE$T.% L; ha'ia mocinhas de 1S e 1* anos. Tinham sido esco!hias entre as ,essoasmais saud;'eis. @a#iam com e!as e-,eri>ncias de Raio \.

&I2% "ue es,8cie de e-,eri>ncia5

TE$T.% As moas eram co!ocadas em )rente ao a,are!ho de Raio \3 com uma ,!acaso9re o 'entre e outra nas n;de(as. Os raios eram diri(idos ,ara os o';rios. Para


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7ueim;H!os. No 'entre nas n;de(as3 a,areciam 7ueimaduras (ra'es e )eridas.

&I2% "ue aconteciam com essas moas5

TE$T.% 6e,ois de meses so)riam di'ersas o,era=es.

&I2% "ue es,8cie de o,era=es5

TE$T.% A9!ao dos o';rios e de outros r(os (enitais.

&I2% As ,acientes morriam5

TE$T.% "uando no morriam durante o tratamento3 morriam !o(o de,ois. Em ,oucassemanas esta'am com,!etamente mudadas% ,areciam 'e!has.

&I2% A!(um dos acusados a7ui ,resente ,artici,ou das e-,eri>ncias5

TE$T.% Todos os m8dicos tra9a!ha'am diariamente nos seus de,artamentos. $emdB'ida3 ,e!o menos e!es de'iam sa9er o 7ue esta'a acontecendo.

A6OGA6O% Nos o,omos com toda ener(ia a ta! insinuao. O )ato de 7ue nossosc!ientes se encontram ,erto do !oca! onde se ,assaram os )atos mencionados3 no 7uerdi#er a9so!utamente 7ue )ossem cBm,!ices.

&I2% Testemunha3 7ue outras o,era=es eram ,raticadas5

+A TE$TE:NA N[O RE$PON6E

A6OGA6O% $omos da o,inio 7ue a testemunha3 ,e!o seu estado de saBde3 no estaem condi=es de )ornecer ao tri9una! res,ostas di(nas de cr8dito.

&I2% Testemunha3 a senhora ,ode re!atar ao tri9una! outras e-,eri>ncias a 7ue assistiu5

TE$T.% In?eta'am um !


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TE$T.% Esteri!i#ar a mu!her ,e!a o9turao das trom,as.

&I2% Estas inter'en=es eram re,etidas nas mesmas ,acientes5

TE$T.% 6e,ois da in?eo3 inocu!a'am uma so!uo de contraste ,ara o9ser'aoradiosc,ica. :uitas 'e#es torna'am a in?etar a massa. Esse ,rocesso ,oderia se re,etircom inter'a!os de a semanas. Na maioria das 'e#es3 as mu!heres morriam ,orin)!amao do Btero ou ,eritonite. Eu nunca 'i os instrumentos cirBr(icos seremdesin)etados entre uma inter'eno e outra.

&I2% "uantas e-,eri>ncias deste ti,o )oram rea!i#adas3 se(undo o seu c;!cu!o5

TE$T.% 6urante os seis meses 7ue ,assei no Q!oco 1F3 )oram ,raticadas cerca de FFe-,eri>ncias desse ti,o. Tam98m )a#iam insemina=es arti)iciais. "uando acontecia um

caso de (ra'ide# ,ratica'am o a9orto.

&I2% Em 7ue 8,oca da (ra'ide#5

TE$T.% No s8timos m>s. 6urante a (ra'ide# tam98m )a#iam numerosas radiosco,ias.6e,ois do a9orto3 se a criana ainda esta'a 'i'a3 mata'amHna e )a#iam aut,sia.

A6OGA6O% Testemunha3 a senhora ,resta este de,oimento ,or in)orma=es deterceiros ou de )onte direta5

TE$T.% Eu )a!o ,or e-,eri>ncia ,r,ria.

A6OGA6O% E como a senhora esca,ou das com,!ica=es mortais5

TE$T.% O am,o )oi e'acuado a tem,o.

CANTO DA MORTE DE LILI TOFLER

I

&I2% Testemunha3 senhora ou'iu )a!ar de Li!i To)!er5

TE$T.J% $im3 Li!i To)!er era uma ,risioneira muito 9onita. @oi detida ,or ter escrito umacarta ,ara um ,reso. "uando tenta'a ,assar a carta e!a )oi desco9erta. Li!i To)!er )oiimediatamente interro(ada. "ueriam 7ue e!a dissesse o nome do ,reso. Qo(er diri(iu osinterro(atrios. E!a )oi condu#ida ,ara o Q!oco 113 onde a encostaram nua contra a

,arede como se )osse ser )u#i!ada. 6i'ersas 'e#es deram a ordem de )o(o3 mas era tudosimu!ado. 6e,ois de a!(um tem,o3 Li!i aca9ou ,or su,!icar3 de ?oe!hos3 7ue )osse


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e-ecutada.

&I2% E )oi e-ecutada5

TE$T.J% $im.

TE$T.% Eu esta'a no 9!oco 11 7uando trou-eram Li!i ,ara a mesma ce!a3 ?unto com osoutros ,resos 7ue tam98m esta'am en'o!'idos no caso da carta. En7uanto eu esti'e a!i3s uma 'e# ,ude usar o 9anheiro3 (raas com,!ac>ncia do detento au-i!iar &ao93res,ons;'e! ,e!a 'i(i!4ncia do Q!oco. :as no meio do caminho3 &ao9 me em,urrou

,ara uma sa!a ao !ado. Pe!a )enda da ,orta 'i ,assar Li!i To)!er sendo condu#ida ,ara o9anheiro. Ou'i dois dis,aros3 7uando Qo(er saiu a moa esta'a morta no cho. Osoutros ,resos en'o!'idos )oram de,ois !i7uidados ,or Qo(er no ,;tio de e-ecuo.

&I2% Acusado Qo(er3 o senhor se recorda desse caso5

A$A6O D% K 'erdade 7ue Li!i To)!er )oi e-ecutada. E!a tinha sido secretaria do6e,artamento Po!


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TE$T.J% No. A(ru,aram todos os ,resos no ,;tio de chamada3 ,ara 7ue Li!i a,ontasseo seu ami(o. Ainda me !em9ro muito 9em. Li!i ,assou em )rente a e!e3 o!houra,idamente nos seus o!hos e continuou3 sem uma s ,a!a'ra.

&I2% A senhora tam98m te'e 7ue se a,resentar ,ara a re'ista5

TE$T.J% $im.

A6OGA6O% Onde era o ,;tio de chamada5

TE$T.J% No es,ao !i're 7ue ha'ia em )rente co#inha do am,o anti(o.

A6OGA6O% "ua! era o as,ecto desse ,;tio5

TE$T.J% direita3 ,erto da )orca3 )ica'a o 9arraco do che)e de In)orma=es. Era demadeira e a ,intura imita'a ,edras. Em cima do te!hado ha'ia um cata'ento. Parecia um

9rin7uedo. A rua ,assa'a entre )i!eiras de ;!amos. Os ,resos )icaram no ,;tio e em todasas ruas 7ue condu#iam aos 9!ocos. Li!i To)!er te'e 7ue ,assar diante de todos e!es. Nestedia3 ,or acaso3 !i o 7ue esta'a escrito no teto da co#inha3 com (randes !etras%

OQE6I]NIA3 6EO^[O3 6E]NIA3 ONRA6E23 LEAL6A6E E A:OR PYTRIA $[OA $ ETAPA$ 6OA:INO PARA A LIQER6A6E.

&I2% 6esco9riram 7uem era o ,reso a 7uem se diri(ia a carta5

TE$T.J% No.

II

&I2% Testemunha3 na7ue!e tem,o o senhor diri(ia as ati'idades a(r


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&I2% Testemunha3 o senhor se !em9ra da ,riso de Li!i To)!er5

TE$T.1% Eu !em9ro 7ue hou'e uma histria re!acionada com uma carta.

&I2% O senhor sa9ia 7ue Li!i To)!er )oi detida ,or causa desta carta5

TE$T.1%reio 7ue acharam a carta em um carre(amento de cenouras 7ue esta'a sendoen'iado ao 6e,artamento :8dico3 ,or so!icitao do ,ro)essor !au9er(.

&I2% om 7ue )ina!idade5

TE$T.1% $u,onho 7ue )osse ,ara a a!imentao dos doentes.

&I2% "ue sa9ia o senhor so9re as ati'idades do ,ro)essor !au9er(5

TE$T.1% No seu de,artamento eram rea!i#adas ,es7uisas ,or encomenda das industrias)armac>uticas.

&I2% "ue es,8cie de ,es7uisas5

TE$T.1% No sei. O am,o inte(ra'a um 'asto com,!e-o industria! e muitos setores se

uti!i#a'am da mo de o9ra dos ,risioneiros.

PRO:OTOR% Testemunha3 a 7ue indBstria esta'a !i(ado o seu setor5

TE$T.1% @a#


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PRO:OTOR% "ua! era a durao do dia de tra9a!ho5

TE$T.1% 11 horas.

PRO:OTOR% A 7uem eram entre(ues os sa!;rios5

TE$T.1% administrao do am,o3 ?; 7ue e!a se encarre(a'a do sustento dos ,resos.

PRO:OTOR% "uais eram as condi=es de a!imentao dos ,resos5

TE$T.1% No meu setor eram 9em a!imentados.

PRO:OTOR% O senhor i(nora'a 7ue os ,resos eram uti!i#ados at8 os !imites de suaca,acidade )


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TE$T.1% Ou'i )a!ar 7ue os ,resos a,anha'am.

PRO:OTOR% E 7uem 9atia ne!es5

TE$T.1% No sei. Eu no 'i nada. Eu s ou'i di#er.

PRO:OTOR% Testemunha3 o senhor esta'a in)ormado das matanas5

TE$T.1% 6e,ois de morar anos !;3 natura!mente a!(umas coisas trans,ira'am. $a9iaHse,or a!to o 7ue esta'a acontecendo. :as de,ois 7uando eu sou9e de tudo3 a7ui!o me,areceu im,oss


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A6OGA6O% Protestamos contra essa ,er(unta3 cu?a inteno 8 a,enas a9a!ar o,rest


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ami(;'eis re!a=es comerciais entre as (randes industrias e a administrao do am,o.Entre outras anota=es3 consta a se(uinte% 6urante um ?antar3 esta9e!ecemos asmedidas necess;rias ,ara a uti!i#ao ,e!as @;9ricas Quna das insta!a=es'erdadeiramente not;'eis do am,o.Testemunha3 7uais eram essas medidas5

TE$T.D% Eu a,enas )a#ia o meu de'er ,rocurando cum,rir as e-i(>ncias das autoridadesdo Reich.

PRO:OTOR% Testemunha3 'amos direto aos )atos 7ue con)irmam de,oimentosanteriores so9re o sistema de e-,!orao em 'i(o no am,o. 6a mesma )orma de outrosdiretores de (randes (ru,os industriais3 o senhor tam98m conse(uiu3 mediante ae-,!orao i!imitada de seres humanos3 )aturamentos anuais de muitos 9i!h=es demarcos.

A6OGA6O% ProtestamosM

PRO:OTOR% onsideramos3 ainda uma 'e#3 7ue as indBstrias sucessoras da7ue!asor(ani#a=es 'o!taram a a!canar (rande ,oder econ0mico e esto3 se(undo consta3 emno'a )ase de e-,anso.

A6OGA6O% Pedimos ao tri9una! 7ue constem da ata do ?u!(amento estasdi)ama=esM

III

&I2% Testemunha3 7ue sa9e o senhor so9re a deteno de Li!i To)!er5

TE$T.1% No me recordo dos deta!hes. $im,!esmente estou !em9rado de 7ue 'ieram9usc;H!a. Pedi in)orma=es e me res,onderam 7ue se trata'a de um in7u8rito. :aistarde eu sou9e 7ue tinham matado Li!i.

&I2% "uem )oi 7ue a matou5

TE$T.1% No sei. Eu no esta'a !;.

&I2% Testemunha3 na7ue!a 8,oca o senhor tinha o ,osto de O9er)uher3 o 7ue e7ui'a!e auma ,osio entre corone! e (enera! de 9ri(ada. O senhor no tinha autoridade ,arainter'ir 7uando ,rendiam uma de suas co!a9oradoras5

TE$T.1% Eu no conhecia 9em o caso.


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&I2% O senhor no ,rocurou sa9er o moti'o da deteno5

TE$T.1% Esta'a )ora das minhas atri9ui=es.

&I2% No entanto se trata'a de uma intromisso no seu setor ,essoa!. $im,!esmente!e'aram do seu !a9oratrio uma ,essoa de 7uem o senhor necessita'a ,ara tra9a!hos!i(ados ao es)oro de (uerra.

TE$T.1% Li!i To)!er no era um e!emento im,rescind


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TE$T.J% ada 'e# 7ue eu 'ia Li!i e ,er(unta'a omo 'ai Li!i3 e!a res,ondia% Eusem,re 'ou 9em.

CANTO DO SARGENTO STARKI

TE$T.*% O acusado $tar era o che)e do omando de rece,o. Eu tra9a!ha'a !; comoescre'ente. $tar tinha DF anos na7ue!a 8,oca. Nas suas horas !i'res e!e estuda'a. Parare'er seus conhecimentos3 (osta'a de interro(ar os ,resos 7ue eram )ormados. Na tardeem 7ue !e'aram a mu!her ,o!onesa e seus dois )i!hos3 o sar(ento nos )e# um discurso

so9re o humanismo de Goethe.

&I2% omo )oi este caso da mu!her ,o!onesa5

TE$T.*$ou9emos de,ois. O menino de * anos 7ue a mu!her !e'a'a ,e!a mo3 tinha)urtado um coe!ho 7ue ,ertencia a um )uncion;rio e dado o 9icho de ,resente ,ara suairm de D anos. Era ,or isso 7ue os tr>s iam ser e-ecutados. $tar diri(iu ,essoa!mentea e-ecuo.

&I2% O senhor assistiu a e-ecuo5

TE$T.*% Na7ue!a 8,oca3 as e-ecu=es eram rea!i#adas no anti(o crematrio. Ocrematrio )ica'a 9em atr;s do ,r8dio de rece,o. imos ,e!a ?ane!a de $tar ir emdireo ao crematrio com a mu!her e as crianas. Le'a'a seu )u#i!. Ns ou'imos umas8ries de dis,aros3 e $tar 'o!tou so#inho.

&I2% Acusado $tar3 essas acusa=es corres,ondem aos )atos5

A$A6O 1D% 6e )orma a!(uma.

&I2% "ua! era o seu ,osto no am,o5

A$A6O 1D% Eu era che)e de Q!oco. @ui desi(nado ,ara tra9a!har !; ?untamente comum (ru,o de sar(entos.

&I2% O senhor se tornou !o(o che)e de 9!oco5

A$A6O 1D% T


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A$A6O 1D% Tncia.a'ia uma acusao co!eti'a contra e!es. Tinham sido trans)eridos ,ara o am,o ,e!a,o!


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&I2% O 7ue acontecia 7uando os ,resos no ,odiam ou no 7ueriam tra9a!har5

A$A6O 1D% Isso no acontecia. Nunca ,recisei )a#er nenhum re!atrio.

&I2% O senhor 9ateu em a!(um dos ,resos5

A$A6O 1D% &amais )oi necess;rio.

&I2% "uando )oi 7ue o senhor ,assou ,ara o Q!oco de rece,o do de,artamento,o!


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A$A6O 1D% Eu distri9u


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A$A6O 1D% Os crematrios (randes dos cam,os e-ternos3 s comearam a)uncionar no 'ero de 1/D. Antes era s usado o crematrio do am,o anti(o.

PRO:OTOR% omo eram se,arados os ,resos5

A$A6O 1D% As !istas eram 'eri)icadas3 a!(uns nomes riscados e de,ois nsacom,anh;'amos os 7ue no tinham inscrio at8 o ,e7ueno crematrio.

PRO:OTOR% O 7ue se di#ia a e!es5

A$A6O 1D% Eram in)ormados 7ue de'eriam ,assar ,e!a desin)eco.

PRO:OTOR% No )ica'am in7uietos5

A$A6O 1D% No. Entra'am !; tran7ui!amente.

II

TE$T.*% onhec


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TE$T.S% No3 essas ,essoas tinham sido mortas nas c4maras de (;s. Esta'amamontoadas ri(idamente3 uma so9re as outras. "uando as suas rou,as ras(adas3a,anh;'amos outra 'e#.

&I2% As ,essoas no tinham 7ue se des,ir antes5

TE$T.S% Isso )oi de,ois3 nos crematrios no'os 7ue tinham 'esti;rios.

&I2% $tar tam98m tra9a!ha'a ne!es5

TE$T.S% $tar sem,re esta'a !;. Ainda ouo seus 9erros% enham3 ?untem estestrastes. ma 'e# um homem se escondeu de9ai-o de um monte de rou,as. $tardesco9riu o homem. enha c;M (ritou. E aca9ou com e!e. Atirou ,rimeiro em uma

,erna3 de,ois na outra. $tar ,re)eria atirar ,rimeiro nas ,ernas. Outra 'e# )oi uma

mu!her. E!a (rita'a% $enhor comandante3 eu no )i# nada. E!e ordenou &; ,ara o,aredo3 $araM A mu!her chora'a 7uando e!e comeou a dis,arar.

&I2% Testemunha3 7uando )oi 7ue o senhor 'iu ,e!a ,rimeira 'e# o acusado $tarnessas matanas5

TE$T.S% No outono de 1/1.

&I2% @oram as ,rimeiras mortes ,e!o (;s5

TE$T.S% $im.

&I2% omo era crematrio anti(o5

TE$T.S% Era um ,r8dio de cimento com uma (rande chamin8 7uadrada. A sa!a dee-term


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A$A6O 1D% $im. Na7ue!e tem,o3 'i(ora'a o ,rinc


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dis,arado3 um ,or 'e#.

PRO:OTOR% "uantos ,risioneiros o senhor e-ecutou5

A$A6O 1D% &; no sei mai.

PRO:OTOR% :ais de um5

A$A6O 1D% $im.

PRO:OTOR% :ais de dois5

A$A6O 1D% ns ou J.

PRO:OTOR% O senhor no se o,0s a ,artici,ar do )u#i!amento5

A$A6O 1D% Era uma ordem3 como mi!itar3 eu de'ia o9edecer.

PRO:OTOR% O senhor tomou ,arte em outras e-ecu=es5

A$A6O 1D% No. O9ti'e !icena ,ara terminar os meus estudos.

PRO:OTOR% "uando o senhor ,artiu do am,o5

A$A6O 1D% Em de#em9ro de 1/1.

PRO:OTOR% "uando terminou os estudos5

A$A6O 1D% onse(ui o di,!oma na ,rima'era de 1/D.

PRO:OTOR% O senhor 'o!tou ao cam,o5

A$A6O 1D% $im. o!tei ,or um ,e7ueno ,er


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PRO:OTOR% Acusado $tar3 o senhor tomou ,arte nas ,rimeiras e-ecu=es com (;srea!i#adas como e-,eri>ncia em setem9ro de 1/1 com ,risioneiros so'i8ticos5

A$A6O 1D% No.

PRO:OTOR% Acusado $tar3 no outono e durante o in'erno de 1/1 comeou oe-term


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,e!a ram,a ,ara o terrao. Gera!mente eram necess;rios 7uatro homens ,ara a o,erao.6a7ue!a 'e# esta'a )a!tando um3 e (rita'am 7ue esta'am ,recisando de mais a!(u8m.omo eu era o Bnico 7ue esta'a a!i3 Gra9ner disse% ; dar uma a?uda. Eu no o9edeciimediatamente. Ento o che)e de se(urana se a,ro-imou e em disse% Ande !o(o3 se osenhor noso9e com e!es3 'ai ,ara dentro com os outros. Ento eu ti'e 7ue su9ir ea?udar os outros a es'a#iar as cai-as.

&I2% Por onde sa


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A$A6O 1D% $enhor ,residente3 8 ,reciso 7ue eu esc!area isto. 6esde o tem,o daesco!a3 de cada ,a!a'ras 7ue eu escuta'a3 uma se re)eria 7ue!es 7ue eram tota!mentecu!,ados e 7ue de'iam ser e-terminados. Nos re,etiam 7ue era ,ara o 9em do nosso

,o'o. Nas esco!as do ,artido a,rend


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TE$T.% Era )eito de ,ranchas de (rossas madeiras3 e tinha dos !ados dois ,rotetorescontra 9a!as. A madeira era re'estida com uma mistura de esto,a e as)a!to.

&I2% "ue tamanho tinha o muro ne(ro5

TE$T.% ns metros de a!tura ,or de !ar(ura.

&I2% 6e onde tra#iam os condenados at8 o muro ne(ro5

TE$T.% inham ,e!a ,orta !atera! do 9!oco 11.

&I2% 6escre'a como eram )eitas as e-ecu=es.

TE$T.% O &ao9 tra#ia D ,resos de cada 'e#. Os ,resos sem,re 'inham nus.

&I2% "uem era esse &ao95

TE$T.% &ao9 era o detento au-i!iar do 9!oco 11. Era um homem (rande e )orte3 anti(o!utador de 9o-e.

&I2% omo e!e tra#ia os ,resos5

TE$T.% @ica'a entre e!es3 se(urando os dois ,e!os 9raos.

&I2% As mos dos ,resos eram amarradas5

TE$T.% At8 o ano de 1/D eram amarradas nas costas3 com arame. :ais tardedesistiram3 ,or7ue a e-,eri>ncia mostrou 7ue ,resos 7uase nunca se re'o!ta'am.

&I2% "ua! era a distancia entre o 9!oco 11 e o muro ne(ro5

TE$T.% Tr>s de(raus de,ois da ,orta e 'inte ,assos at8 o muro. 6e,ois 7ue &ao9 tinhacondu#ido os ,resos at8 o muro3 'o!ta'a correndo ,ara 9uscar os se(uintes.

&I2% omo eram )eitos os )u#i!amentos5

TE$T.% Os ,resos eram co!ocados com a cara contra o muro3 se,arados entre si ,oruma distancia de uns dois ou tr>s metros. Em se(uida o e-ecutor se a,ro-ima'a do

,rimeiro3 a,onta'a seu ri)!e ,ara a nuca do condenado e dis,ara'a de uma distancia decerca de dois metros. O 7ue esta'a do !ado assistia tudo. Assim 7ue caia o ,rimeiro3 erasua 'e#.

&I2% "ue es,8cie de arma era uti!i#ada nas e-ecu=es5


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TE$T.% m )u#i! de ,e7ueno ca!i9re3 com um si!enciador.

&I2% "uem o senhor 'iu ,resente s e-ecu=es do muro ne(ro5

TE$T.% O comandante do cam,o3 seu au-i!iar e Gra9ner3 o che)e do de,artamento,o!


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carre(ados de maca at8 o muro.

&I2% itamos como testemunha o su,erior 7ue da'a ordens aos acusados a7ui,resentes. Testemunha3 o senhor era che)e de ,o!ncia tinha a sa!a5

TE$T.% Tinha ?ane!as dando ,ara o ,;tio e uma mesa com,rida.

&I2% Testemunha3 o senhor se !em9ra desse !u(ar5

TE$T.1% No.

&I2% O senhor este'e a!(uma 'e# dentro do cam,o anti(o5

TE$T.1% No sa9eria di#er.

&I2% O senhor nunca ,assou ,e!o ,orto do cam,o5

TE$T.1% K ,oss


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&I2% m muro ne(ro de'eria chamar a ateno.

TE$T.1% No me !em9ro de nada.

&I2% Testemunha3 o senhor ,residia as sess=es. a'ia um de)ensor5

TE$T.1% "uando so!icita'am.

&I2% ostuma'am so!icitar5

TE$T.1% Raramente.

&I2% E 7uando isso acontecia5

TE$T.1% Ento era nomeado um de)ensor.

&I2% "uem era esse de)ensor5

TE$T.1% m )uncion;rio de ser'io.

&I2% ProcediamHse interro(atrios duros5

TE$T.1% No ha'ia ra#o ,ara isso. Em todo caso3 nunca ou'i )a!ar em interro(atrios

desse ti,o. As acusa=es eram to e'identes 7ue no ha'ia necessidade.

&I2% "ue acusa=es5

TE$T.1% E-c!usi'amente as 7ue se re)eriam a crimes contra a se(urana do Estado.

&I2% Os ,resos con)essa'am5

TE$T.1% No ha'ia o 7ue ,udessem contestar.

&I2% omo eram o9tidas as con)iss=es5

TE$T.1% Por interro(atrio.

&I2% "uem )a#ia os interro(atrios5

TE$T.1% 6e,artamento ,o!


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TE$T.1% No ,odia )a#er nada se a!(um dos meus su9ordinados e-or9itasse as suasatri9ui=es. $em,re recomendei aos meus co!a9oradores um com,ortamento corretodurante os interro(atrios.

&I2% a'ia de,oimento de testemunhas ,or ocasio de interro(atrio5

TE$T.1% Gera!mente no. Per(unt;'amos se tudo esta'a con)orme e todos sem,redi#iam 7ue sim.

&I2% Ento3 o senhor a,enas ,ronuncia'a as sentenas de morte5

TE$T.1% $im. Praticamente no e-istiam a9so!'i=es. $ era instaurado o ,rocesso7uando tudo ?; esta'a esc!arecido.

&I2% O senhor nunca o9ser'ou nos r8us sinais 7ue ,udessem ter sido torturados5

TE$T.1% No.

&I2% :u!heres e crianas tam98m )oram e-ecutadas no muro ne(ro5

TE$T.1% Nunca ou'i )a!ar disso.

TE$T.% Entre os ,resos en'iados ao 9!oco11 ,ara o ?u!(amento ,e!a core marcia!3

esta'am muitas mu!heres e crianas. As acusa=es eram de contra9ando ou contato com(ru,os e (uerri!heiros. Ao contr;rio dos ,resos do cam,o3 7ue eram reco!hidos nos,or=es3 os acusados ,o!


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PRO:OTOR% Atua!mente o senhor 8 diretor de uma (rande em,resa comercia!.Ocu,ando ta! ,osto3 de'e estar ha9ituado a ca!cu!ar (randes ci)ras. "uantos homens osenhor condenou5

TE$T.1% No sei.

TE$T.% Em cada sesso da corte marcia! eram decretadas em m8dia de 1FF a 1JFsentenas. As sess=es dura'am uma hora e meia a duas horas3 e eram rea!i#adas de duasem duas semanas.

PRO:OTOR% Testemunha3 de acordo com seus c;!cu!os3 7uantas ,essoas )orame-ecutadas em )rente ao muro ne(ro5

TE$T.% $e(undo os re(istros de 9ito3 )oram )u#i!adas em )rente ao muro ne(ro ,ertode DF mi! ,essoas.

II

TE$T.S% @oi no outono de 1/. erta manh3 9em cedo3 no ,;tio do 9!oco 11. i umamenina 9em ,e7uena. sa'a um 'estido 'erme!ho e uma trana nos ca9e!os. Esta'aso#inha em ,osio de sentido como se )osse um so!dado. E!a se a9ai-ou um instante

,ara !im,ar a ,oeira dos sa,atos. Ento Qo(er entrou no ,;tio. E!e escondia seu )u#i!atr;s das costas. Pe(ou a menina ,e!a mo e e!a se dei-ou co!ocar o9edientemente decara contra o muro ne(ro. A menina o!hou ,ara tr;s uma 'e#. Qo(er tornou a 'irar suaca9eaV !e'antou o )u#i! e e-ecutou a criana.

&I2% omo a testemunha ,ode 'er esta cena5

TE$T.S% Eu esta'a !im,ando os 9anheiros 7ue )ica'am ?unto sa


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TE$T.% Todo mundo conhecia Qo(er3 com seu andar desa?eitado. :uitas 'e#es de )u#i!a tiraco!o3 ia de motocic!eta em direo ao Q!oco 11. Ys 'e#es3 arrasta'a atr;s de!e um

,reso atre!ado como um cachorro.

&I2% Acusado Qo(er3 o senhor no 7uer reconsiderar sua dec!arao em 7ue a)irmanunca ter atirado dentro do cam,o5

A$A6O D% :antenho a minha dec!arao a(ora e ,or mais mi! anos. A!8m disso3no teria medo de a)irmar se ti'esse atirado. Estaria a,enas cum,rindo ordens.

TE$T.% "uartas e se-tas eram os dias de e-ecuo. No dia 1 de maio de1/ 'i Qo(ermatar 1S ,resos. Eu me !em9ro. Eu me !em9ro desse dia ,or7ue meu ami(o Qer(eresta'a entre os e-ecutados. Pouco antes tinha sido torturado. Qer(er (rita'a%Assassinos3 criminososM Ento Qo(er matouHo a!i mesmo. Outro ,reso esta'a

a?oe!hado na sua )rente. E!e atirou na sua cara. $em,re 7ue se di#ia Qo(er 'em a


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A$A6O D% 6uas 'e#es. E s dessa ocasio. 6e,ois me recusei a tomar ,arte nesteti,o de coisas. 6ec!arei% Ou 9em eu tra9a!ho a7ui3 ou 9em eu tra9a!ho no ser'io deidenti)icao. No ,osso )a#er as duas coisas ao mesmo tem,o.

&I2% "uais )oram as ,essoas 7ue o senhor e-ecutou5

A$A6O D% No sei3 'inham num trem 7ue no )oi re(istrado ,e!o setor dematr


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@ic;'amos 9em ?unto da ,orta3 com as macas ?; ,re,aradas.

&I2% "ue es,8cie de macas5

TE$T.% :acas de !ona3 com su,ortes de madeira e ,8s met;!icos.

&I2% a'ia a!(um m8dico ,resente5

TE$T.% A,enas nas (randes e-ecu=es. 6o contr;rio3 s o ,essoa! do de,artamento,o!


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TE$T.% A!(uns re#a'am3 outros canta'am hinos nacionais ou re!i(iosos. A,enas uma'e# uma mu!her comeou e deram a ordem% 6is,arem ,rimeiro nesta !ouca.

&I2% omo os senhores retira'am os cad;'eres5

TE$T.% Assim 7ue ca


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da criana3 em se(uida da mu!her. Te'e 7ue atirar muitas 'e#es na criana. E!a (rita'a eno 7ueria morrer.

TE$T.S:uitas 'e#es eram rea!i#adas ,e7uenas e-ecu=es no 9anheiro ,ara sim,!i)icaras coisas. Em se(uida a9riam os chu'eiros ,ara !im,ar o san(ue.

A6OGA6O% Testemunha3 como era esse 9anheiro5

TE$T.S% Era uma sa!a ,e7uena com uma ?ane!a ta,ada ,or uma cortina. O cho era deas)a!to. O teto ,intado de 9ranco3 era atra'essado ,or uma cana!i#ao ,er)urada ,ara os

9anhos de chu'eiro.

&I2% Acusado $ch!a(e3 o senhor insiste em a)irmar 7ue no e-ecutou nin(u8m5

A$A6O 1% ontesto com )irme#a as acusa=es 7ue me so )eitas. Em nenhummomento tomei ,arte nas e-ecu=es.

TE$T.S% Tam98m eram !e'ados ,ara o 9anheiro os cad;'eres dos 7uais se corta'a acarne.

&I2% O 7ue o senhor 7uer di#er com isso5

TE$T.S% No 'ero de 1/ eu 'i os ,rimeiro cor,os muti!ados. Esco!heram um homem

7uando e!e tira'a a rou,a ,ara ser e-ecutado. Era um 'erdadeiro (i(ante. 6e,ois3 'i o,reso no cho do 9anheiro cercado ,or homens com uni)ormes cirBr(icos. orta'am oseu 'entre. Pensamos 7ue e!e tinha en(o!ido a!(uma coisa 7ue 7ueriam e-trair. :aistarde3 ,erce9emos muitas 'e#es 7ue tiraram ,edaos de cad;'eres. Princi,a!mente dasmu!heres mais (ordas.

TE$T.% erta ocasio3 )omos 9uscar SF cad;'eres de mu!heres. Tinham cortado )ora osseus seios e )eito cortes ,ro)undos nos 'entres e nas co-as. A!(uns homens do cor,osanit;rio carre(a'am reci,ientes com carne humana numa carreta. Ns ti'emos 7ueesconder com t;9uas os cad;'eres muti!ados.

TE$T.% No 9!oco 1F3 onde se rea!i#a'am as e-,eri>ncias3 eu 'i atra'8s da )enda de uma?ane!a ,edaos de cor,os ?o(ados no ,;tio. T


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CANTO DO FENOL (8 canto

TE$T.*% Eu acuso o en)ermeiroHche)e C!ehr de ter assassinado ,risioneiros comin?e=es de )eno! no corao.

A$A6O /% Isso 8 uma ca!unia. $omente em a!(umas ocasi=es )ui o9ri(ado asu,er'isionar a a,!icao de in?e=es mortais. E mesmo assim3 coma maiorre,u(n4ncia.

TE$T.*% Todos os dias eram mortos ,e!o menos F ,resos com in?e=es de )eno!. As'e#es che(a'am a DFF.

&I2% Onde se ,assa'a isso5

TE$T.*% No 9!oco DF.

&I2% Onde )ica'a o 9!oco DF5

TE$T.*% Na )i!a dos 9!ocos do centro3 ; direita do u!timo 9!oco3 7ue era a en)ermariados ,resos. omo detento au-i!iar en)ermeiro eu condu#ia os doentes condenados ,arao outro !ado do ,;tio3 onde )ica'a o 9!oco de in?e=es.

&I2% O ,;tio era )echado5

TE$T.*% $ ,or dois ,ort=es (randes.

&I2% omo eram trans)eridos os doentes5

TE$T.*% "uando ,odiam andar3 atra'essa'am o ,;tio em man(as de camisa ou seminus.arre(a'am seu co9ertor e os tamancos em cima da ca9ea. :uitos ,recisa'am sera,oiados ou carre(ados. Entra'am no 9!oco DF ,e!a ,orta !atera!.

&I2% Em 7ue sa!a eram a,!icadas as in?e=es5

TE$T.*% Na sa!a nBmero 1. Era o consu!trio m8dico. @ica'a no )im do corredor centra!.

&I2% Onde os ,resos a(uarda'am5

TE$T.*% @ica'am em )i!a no corredor. Os doentes mais (ra'es3 deitados no cho.Entra'am na )i!a de dois em dois. O doutor Entress dei-a'a ,ara C!ehr um tero dos

,acientes. :as no era o 9astante ,ara C!ehr. "uando o m8dico se retira'a3 C!ehr3 )a#ia

chamadas su,!ementares.


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&I2% O senhor testemunhou ,essoa!mente estes )atos5

TE$T.*% Eu 'i3 ,essoa!mente3 C!ehr (osta'a de nBmeros redondos. "uando o tota! no!he a(rada'a3 e!e ia 9uscar na en)ermaria as 'ncias. $ isso.

&I2% E o 7ue o senhor )a#ia en7uanto eram a,!icadas as in?e=es5

A$A6O /% K di)


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&I2% omo eram as insta!a=es5

A$A6O /% a'ia 9e!iches de andares.

&I2% omo eram re(istrados os doentes5

A$A6O /% ada dia(nstico era escrito uma )icha. A!8m disso3 ha'ia as )ichas detrans)er>ncia ,ara a!(uns en)ermos.

&I2% "uais eram esses en)ermos5

A$A6O /% Eram ,resos 7ue esta'am ,assando muito ma!.

&I2% "uem determina'a a (ra'idade do estado dos doentes5

A$A6O /% O m8dico do cam,o da'a uma o!hada no ,reso e na )icha do seudia(nstico. Ou e!e de'o!'ia a )icha ,ara o detento m8dico ou a entre(a'a ,ara oescre'ente do 9!oco. Nesse caso3 o doente era trans)erido ,ara a in?eo.

&I2% "ue acontecia de,ois5

A$A6O /% As )ichas eram amontoadas so9re uma mesa e em se(uida ordenadas.

%&I2% O 7ue si(ni)ica ordenadas5

A$A6O /% O escre'ente redi(ia uma !ista de acordo com as )ichas. A !ista eraentre(ue aos sanitaristas. 6e ,osse da !ista3 ns trans)er


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&I2% O senhor concorda'a com essas ordens5

A$A6O /% No comeo )i7uei sur,reendido 7uando em contaram 7ue os detentosau-i!iares mata'am os doentes com in?e=es. :as de,ois com,reendi 7ue eram doentesincur;'eis ,ortadores de mo!8stias conta(iosas 7ue ,odiam ameaar todo o cam,o.

&I2% omo eram a,!icadas as in?e=es5

A$A6O /% O detento au-i!iar3 Peter Wer!3 do ,essoa! das am9u!4ncias3 e uma outro7ue se chama'a @e!i-3 )a#iam as a,!ica=es. No comeo3 da'am as in?e=es nas 'eiasdos 9raos. :as ,or causa da ma(re#a dos ,resos3 era di)


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A$A6O /% Ou mais. Podem ter sido DJF ou FF3 no me !em9ro mais3 eram orden3eu tinha 7ue o9edecer.

TE$T.*% O en)ermeiro C!ehr tomou ,arte no e-term


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TE$T./%Nunca 'i C!ehr a,!icar ,essoa!mente. Os detentos $chZart e Ge9hard3 7uese(ura'am as '


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&I2% Testemunha3 7ua! era seu car(o na ocasio de sua trans)er>ncia ,ara o am,o5

TE$T.D% Eu era ,ro)essor uni'ersit;rio.

&I2% om ta! 7ua!i)icao3 o senhor de'ia a,enas e-ecutar tare)as de secretaria5

TE$T.D% s 'e#es ti'e 7ue e-ercer a ,ro)isso. Tam98m em ,ato!o(ia.

&I2% O senhor se!ecionou ,resos ,ara o acusado C!ehr5

TE$T.D% $em,re me recusei.

&I2% O senhor nunca este'e ,resente durante a se,arao dos doentes5

TE$T.D% A,enas como assistente de m8dico res,ons;'e!.

PRO:OTOR% Testemunha3 o senhor sa9ia 7ue todos 7ue toma'am ,arte na7ue!aso,era=es tinham direito a uma (rati)icao es,ecia!.

TE$T.D% Acho com,reens


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PRO:OTOR% Testemunha3 no caso se trata'a de ,essoas detidas e massacradas semcu!,a )ormada. O senhor de'ia ter consci>ncia disso.

TE$T.D% Eu no ,odia )a#er nada. Assim 7ue che(uei ao cam,o3 o m8dico mi!itar medisse% A7ui 8 o in)erno3 o )im do mundo. Temos 7ue nos com,ortar de acordo comisso.

Testemunha3 o senhor assistiu s a,!ica=es5

TE$T.D% $im3 ti'e 7ue assistir uma 'e#.

PRO:OTOR% E o 7ue o senhor 'iu5

TE$T.D% C!ehr 'estiu um uni)orme de m8dico e disse ,ara uma doente% oc> est;

so)rendo do corao3 ,recisa tomar uma in?eo. Lo(o 7ue e!e en)iou a a(u!ha3 eu emretirei.

C!ehr esta'a so#inho5

TE$T.D% Esta'a.

PRO:OTOR% No )oi ,reciso se(urar a mu!her5

TE$T.D% No.

PRO:OTOR% O tri9una! est; de ,osse do di;rio 7ue o senhor escre'eu durante sua,erman>ncia no cam,o. A!i est; escrito% o?e ti'emos ,ara o a!moo !e9re com mo!hoe um 9om ,edao de carne com a!m0nde(as e re,o!hos. Em se(uida% mu!heres!i7uidadas ,or C!ehr com in?e=es.

TE$T.D% om certe#a tinham me contado isso.

PRO:OTOR% Lemos tam98m% Tem,o es,!endido ,ara um ,asseio de 9icic!eta. Ede,ois%Presenciamos 11 e-ecu=es. mu!heres im,!oraram ,ara serem ,ou,adas.E-trao de )


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A6OGA6O% Protestamos mais uma 'e# 7ue a testemunha ?; cum,riu sua ,ena.

PRO:OTOR% Testemunha3 ,or 7ue o senhor uti!i#a'a carne humana ,ara suase-,eri>ncias5

TE$T.D% Por7ue os )uncion;rios do cam,o comiam toda a carne de 9oie ca'a!o 7ueeram destinadas s e-,eri>ncias 9acterio!(icas.

&I2% Onde era (uardado o )eno! uti!i#ado nas in?e=es5

TE$T.% Na )arm;cia.

Onde )ica'a a )arm;cia5

TE$T.% Nas de,end>ncias au-i!iares3 )ora do am,o.

&I2% "uem diri(ia a )arm;cia5

TE$T.% O doutor a,esius.

&I2% "uem ia 9uscar o )eno!5

TE$T.% A ,etio3 redi(ida ,or C!ehr3 era en'iada ao doutor a,esius ,or um

mensa(eiro da seo sanit;ria. O )eno! era entre(ue a e!e.

&I2% Acusado 6r. a,esius3 o senhor tem a!(o a dec!arar5

A$A6O % No sei de nada so9re tais ,edidos.

&I2% O senhor sa9ia 7ue mata'am ,essoas com )eno!5

A$A6O % $ a(ora estou ou'indo )a!ar nisso.

&I2% O senhor tinha )eno! (uardado na )arm;cia.

A$A6O % Nunca em (randes 7uantidades.

TE$T.% O )eno! )ica'a num arm;rio amare!o3 no canto do 9a!co. :ais tarde ,assou aser (uardado em (randes (arra)as3 no ,oro.

&I2% Testemunha3 onde o senhor o9te'e essas in)orma=es5


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TE$T.% Eu tra9a!ha'a na )arm;cia. i )ormu!;rios im,ressos ,ara a reno'ao dosesto7ues. Eram ,reenchidos e assinados ,e!o doutor a,esius. Tam98m ha'ia ,edidosde )eno! ,uro. :as nunca ,ude !er se os ,edidos es,eci)ica'am )eno! ,ara in?e=es.

&I2% "ue 7uantidades eram encomendadas5

TE$T.% No comeo 7uantidades ,e7uenas. 6e,ois3 de D a J 7ui!os ,or m>s.

&I2% Para 7ue se usa norma!mente o )eno!5

TE$T.% :isturado com (!icerina ,ara (otas contra dor de ou'ido. Era usado ,ara isso3so9 meu contro!e.

A$A6O % om D a J 7ui!os ,or m>s3 mi! (ramas ,or 7ui!o e muitas (otas ,or

(rama3 daria ,ara curar os ou'idos de um e-8rcito inteiro.

+O$ A$A6O$ RIE:

&I2% Acusado a,esius3 o senhor insiste em a)irmar 7ue nunca 'iu na )arm;cia )eno!,ara in?e=es5

A$A6O % Nunca 'i (randes 7uantidades de )eno! e ?amais sou9e 7ue era usado,ara matar (ente.

&I2% A 7uem era entre(ue o )eno! re7uisitado.

TE$T.% Para o m8dico de ,!anto 7ue remetia aos )uncion;rios do consu!trio.

III

&I2% omo era o consu!trio5

TE$T.% Era uma sa!a ,intada de 9ranco. As ?ane!as 7ue da'am ,ara o ,;tio3 tam98meram caiadas.

&I2% omo eram as insta!a=es do consu!trio5

TE$T.% a'ia estantes e arm;rios. ma cortina di'idia a sa!a.

&I2% omo era essa cortina5

TE$T.% Tinha uns D metros de a!tura3 mas no ia at8 o teto. O tecido era cin#aes'erdeado. O secret;rio )ica'a sentado e )rente re(istrando os doentes 7ue entra'am.


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&I2% O 7ue ha'ia atr;s das cortinas5

TE$T.% ma mesa estreita e a!(uns 9ancos. Na ,arede3 ha'ia ca9ides onde esta'am,endurados a'entais e !u'as de 9orracha.

A6OGA6O% Testemunha3 onde o9te'e estas in)orma=es5

TE$T.% Eu )a#ia a,arte da 9ri(ada de carre(adores de cor,os. Ns )ic;'amos na sa!a aoA!do. "uando a ,orta esta'a a9erta ,od


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TE$T.% C!ehr ,e(a'a a serin(a cheia. sa'a o a'enta!3 !u'as e 9otas a!tas de 9orracha.As man(as de seu uni)orme esta'am sem,re arre(aadas.

&I2% "ue )a#iam ento com o ,reso5

TE$T.% $e no esti'esse nu3 de'ia tirar a camisa e de,ois sentarHse no 9an7uinho com o,eito desco9erto. Era o9ri(ado a !e'antar o 9rao es7uerdo e ,or a mo so9re a 9oca.Assim o corao )ica'a mais acess


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&I2% &amais os ,resos o,unham resist>ncia5

TE$T.% ma 'e# (ritaram e eu 'i a cena% D detentos au-i!iares esta'am sentados so9reum homem com o ,eito nu3 manchado de san(ue. A ca9ea do homem esta'a )erida.

a'ia um (ancho de )erro ?o(ado no cho. C!ehr esta'a de ,8 ao seu !ado com a serin(ana mo. E!e a,oiou o ?oe!ho so9re o homem 7ue ainda se de9atia 'io!entamente e en)ioua in?eo no seu ,eito.

&I2% Acusado C!ehr3 o senhor tem a!(o a di#er so9re essas acusa=es5

A$A6O /% I(noro tota!mente o caso 7ue aca9a de ser re!atado3

&I2% O senhor conhece a testemunha5

A$A6O /% $enhor ,residente3 no conheo a testemunha3 o 7ue 8 um )ato muitoim,ortante3 ,ois eu conheci todos os detentos 7ue )a#iam ,arte da 9ri(ada de trans,ortede cor,os.

&I2% Tam98m ha'ia crianas entre as '


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TE$T.S% 6a re(io de 2amosc3 7ue tinha sido e'acuada ,ara dar !u(ar a emi(rantes'indo do Reich.

&I2% Acusado $cher,e3 o senhor ,artici,ou desse massacre5

A$A6O 1F% $enhor ,residente3 'o!to a a)irmar cate(oricamente 7ue nunca metinin(u8m.

&I2% Acusado ant!3 tem a!(o a dec!arar5

A$A6O 11% Essa histria 8 no'a ,ara mim. $enhor $cher,3 7uer me di#er se a!(uma'e# um de ns D ti'emos 7ue !idar com crianas5

&I2% O senhor no ,ode )a#er ,er(untas aos outros acusados. O 7ue ns 7ueremos

sa9er do senhor 8 se tomou ,arte em e-ecu=es ,or )eno!.

A$A6O 11% $ ,osso res,onder 7ue todas acusa=es so )a!sas.

&I2% O senhor assistiu s a,!ica=es5

A$A6O 11% No comeo me recusei. Eu disse% K a9so!utamente indis,ens;'e! 7ueeu tenha 7ue assistir essas 9ar9aridades5 :as ti'e 7ue assistir umas * ou 1F 'e#es.

&I2% "uantos ,resos eram mortos de cada 'e#5

A$A6O 11% 6e,ois de J a * doentes3 esta'a aca9ada a sesso.

TE$T.S% ant! a?udou ,essoa!mente nas tria(ens dos doentes e tam98m nas matanas.A,!ica'a in?e=es 7uase todos os dias3 menos aos domin(os.

A$A6O 11% Isso 8 um a9surdo. A!i;s3 eu no ,osso entender ,or7ue esta testemunhainsiste em denunciar ?ustamente a mim. erta ocasio eu o a?udei 7uando cometeu umato de sa9ota(em.

&I2% "ue sa9ota(em5

A$A6O 11% E!e tinha rou9ado uma rou,a de cama. Eu )a#ia ,e!os ,resos tudo o 7ueesta'a ao meu a!cance. Arran?ei a,are!hos de ca!e)ao3 at8 'erduras.

&I2% E 7uanto aos e-term


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A$A6O 11% No3 no3 re,ito 7ue no.

&I2% Testemunha3 continue o re!ato so9re as crianas.

TE$T.S% As crianas tinham sido !e'adas ,ara o ;tio da en)ermaria. Qrincaram durantetoda a manh3 at8 (anharam uma 9o!a. Os detentos 7ue esta'am a!i sa9iam o 7ue iaacontecer e deram s crianas o 7ue e!es tinham de me!hor. As crianas esta'am com)ome e medo. 6i#iam 7ue tinham a,anhado. E!as nos ,er(unta'am re,etidamente% onos matar5 6e tarde3 che(aram $cher,e e ant!. 6urante as horas 7ue durou oe-term


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&I2% Onde )ica'am as ce!as de ,unio5

TE$T.*% No ,oro3 no )im do corredor do c;rcere. a'ia 7uatro ce!as dessas.&I2% "ue tamanho tinha cada ce!a5

TE$T.*% No'enta cents dias. Para outros3 nada. Estes esta'am condenadosa morrer de )ome. :eu ami(o Curt Pacha!a morreu na ce!a ao !ado de,ois de 1J dias.E!e che(ou a comer seus sa,atos. Curt morreu no dia 1 de ?aneiro de 1/. Eu me!em9ro ,or7ue era o dia do meu ani'ers;rio. "uem )osse condenado so!it;ria sem;(ua ou comida ,odia (ritar e se 7uei-ar o 7uanto 7uisesse3 a ,orta nunca se a9ria. Nas

J ,rimeiras noites Curt (ritou muito. Ento a )ome ,assou e 'eio a sede. E!e (emia3 esu,!ica'a. Qe9ia a sua urina e !am9ia os muros. A sede durou 1 dias. 6e,ois no seou'iu mais nada na sua ce!a. :eu ami(o !e'ou duas semanas ,ara morrer. Para retiraros cad;'eres das so!it;rias ,recisa'am usar (anchos.

&I2% Por7ue este homem tinha sido condenado5

TE$T.*% Tinha tentado esca,ar. Antes de ser tranca)iado na ce!a3 te'e 7ue des)i!ar diantede todos os ,resos durante a chamada da noite. Tinha um carta# ,endurado no ,eito

onde esta'a escrito% i'aM Estou e 'o!taM Era o9ri(ado a (ritar essas ,a!a'ras aomesmo tem,o em 7ue toca'a o tam9or. "ue eu me !em9re3 7uem conse(uiu )icar mais


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tem,o na so!it;ria )oi o ,reso Qruno Gra). "uando e!e comea'a a (ritar3 o (uarda$ch!a(e 7ue 'i(ia'a os ,resos ,ara'a em )rente a sua ce!a e di#ia% Pode )icar (ritandoat8 arre9entar. Gra) morreu de,ois de um m>s de so!it;ria.

&I2% Acusado $ch!a(e3 o senhor dei-ou morrer de )ome os ,resos das so!it;rias5

A$A6O 1% $enhor ,residente3 ,eo 7ue o senhor considere3 eu era a,enascarcereiro no 9!oco 11. Rece9ia ordens dos meus su,eriores e tinha 7ue em con)ormar.O res,ons;'e! ,or tudo 7ue se ,assa'a no c;rcere no era eu. Era o diretor da ,riso.

&I2% "uem !e'a'a comida aos ,resos5

A$A6O 1% Os detentos au-i!iares.

&I2% "uem a9ria a ce!a5

A$A6O 1% mesmo detentos. Ns3 os (uardas3 s t


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TE$T./% Tinham cerca de metros ,or dois e meio. A!(umas eram tota!mente )echadas3outras tinham uma c!ara9oia no a!to3 ,resa ,or um cai-i!ho de cimento. O ar s entra'a

,or uma a9ertura no a!to da ,arede. m 9uraco 7ue no era maior do 7ue a ,a!ma damo.

&I2% a'ia 7uantas ce!as desse ti,o5

TE$T./% inte e oito.

&I2% "uantos ,resos ca9iam em cada destas ce!as5

TE$T./% Ys 'e#es at8 F ,resos.

&I2% "uanto tem,o )ica'am a!i5

TE$T./% :uitas 'e#es3 ';rias semanas. O ,reso Qa(dan G!ins )icou mais de 1Ssemanas a!i dentro3 desde o dia 1 de no'em9ro e 1/D3 at8 o dia / de maro de a 1/.

&I2% "uais eram as insta!a=es sanit;rias5

TE$T./% a'ia uma cai-a de madeira e um 9a!de. $ isso.

&I2% "uais eram os ti,os de encarceramento5

TE$T./% Passar s a noite na ce!a3 ou rec!uso o tem,o inteiro. Tam98m ha'ia a rec!usosem ;(ua e sem comida.

&I2% Testemunha3 7ua! )oi a sua ,unio5

TE$T./% @i7uei ,reso duas noites.

&I2% O senhor ,ode nos descre'er o 7ue se ,assou5

TE$T./% Ys / horas da noite eu me a,resentei no 9!oco 11 ?unto com os outros F,resos. O res,ons;'e! ,e!o 9!oco comunicou a 7uantidade de ,resos ao che)e de ser'io.E!e nos !e'ou ,ara o ,oro e nos trancou na ce!a DF. Ys 1F horas o ar ?; era as)i-iante.Est;'amos amontoados uns so9re os outros. No ,od


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a ,orta no cedia. 6e 'e# em 7uando a 'i(ia da ,orta era a9erta ,e!o !ado de )ora e o(uarda de ser'io da'a uma o!hada ,ara dentro. s duas horas da madru(ada maioriatinha desmaiado. s cinco da manh3 na hora de a9rir a ce!a3 )omos tirados de !; eestendidos no corredor. Est;'amos nus. 6os /3 1/ ainda esta'am 'i'os. 6estes 1/3 ti'eram 7ue ser trans,ortados ,ara a en)ermaria onde morreram mais .

TE$T.% Eu ,ertencia 9ri(ada de trans,orte de cad;'eres3 encarre(ada da e'acuaodas ce!as. @re7uentemente ha'ia mortos com marcas de mordidas nas co-as e nasn;de(as. Os 7ue tinham )icado ,resos ,or mais tem,o3 muitas 'e#es no tinham maisa!(uns dedos. Per(untei a &ao93 o res,ons;'e! ,e!a (uarda do c;rcere% omo 'oc>

,ode su,ortar isso5 E!e res,ondeu% Graas a 7uem )e# de ns homens duros. Paramim est; tudo muito 9em. omo as ra=es do 7ue esto !; dentro. A morte de!es no meincomoda. Tudo isso me interessa tanto 7uanto um ti?o!o dessa ,arede.

III

TE$T.% No dia de setem9ro de 1/1 comearam nos c;rceres as ,rimeirase-,eri>ncias de e-ecuo em massa ,e!o (;s 2!on Q. en)ermeiros e (uardascondu#iram ,ara o 9!oco 11 cerca de *JF ,risioneiros de (uerra so'i8ticos e tam98mdu#entos e 'inte ,resos doentes. 6e,ois 7ue e!es )oram trancados nas ce!as3 ta,aram as

?ane!as com terra e !anaram o (;s ,e!os tu9os de 'enti!ao. No dia se(uinte,erce9eram 7ue a!(uns ainda esta'am 'i'os. Ento ?o(aram uma outra dose de 2!on

Q. No dia J de setem9ro )ui desi(nado ,ara o 9!oco 11 com mais DF detentos da 9ri(adadisci,!inar e a!(uns en)ermeiros. 6isseram 7ue ns de'er


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TE$T.% A7ue!e 8 QreitZieser +o acusado 1S cum,rimenta a testemunha com a ca9ea.No dia de no'em9ro eu 'i QreitZieser em com,anhia de $tar e outros )uncion;riosdo de,artamento ,o!


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A$A6O 1S% Em cai-as de meio 7ui!o ,arecias com !atas de ca)8. No comeo e!astinham uma tam,a de ,a,e!o cin#ento 7ue sem,re )ica'a Bmida. 6e,ois 'inham comtam,as met;!icas

&I2% "ue as,ecto tinha o conteBdo das cai-as5

A$A6O 1S% Era uma massa es)are!ada e (ranu!osa. K di)nio. Assim 7ue e!e era e-,osto ao ar des,rendia (;sde ;cido ,rBssico.

&I2% omo o senhor tra9a!ha'a com esse (;s5

A$A6O 1S% Os ,resos ,endura'am as rou,as na sa!a. Em se(uida3 coma a?uda deum outro encarre(ado3 eu so!ta'a o (;s. D horas de,ois as rou,as esta'am ,rontas ,araserem usadas no'amente. Em se(uida 'inha outro !ote e recome;'amos o tra9a!ho.

Ns tam98m desin)et;'amos sa!as. Assim 7ue as ?ane!as esta'am 9em ca!a)etadasa9r


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PRO:OTOR% "uando )oi trans)erido5

A$A6O 1S% No consi(o mais me !em9rar.

PRO:OTOR% O senhor s )oi trans)erido em a9ri! de 1/. 6urante o tem,o em 7ueser'iu o cam,o3 o senhor )oi ,romo'ido duas 'e#es. Primeiro a che)e da 9ri(ada ede,ois a sar(ento.

A6OGA6O% Protestamos contra essas insinua=es. A ,romoo dos )uncion;rios docam,o s de'e ser considerada em )uno dos ser'ios ,restados e no ,ro'a demaneira nenhuma a sua cu!,a9i!idade.

+APROA^[O 6 APARTE 6O$ A$A6O$

&I2% Onde )ica'a (uardado o (;s5

TE$T.% @ica'a estocado em cai-as no ,oro da )arm;cia.

&I2% a,esius3 na 7ua!idade de diretor da )arm;cia3 o senhor sa9ia 7ue a!i eraarma#enado o o 2!on Q5

A$A6O % A testemunha com certe#a esta )a#endo uma con)uso. O conteBdo das

cai-as (uardadas era o'oma!tine. ma remessa da cru# 'erme!ha su


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TE$T.% @oram an0nimas.

PRO:OTOR% O senhor sa9e se ,or tr;s disso esta'am a(indo or(ani#a=es de am,aroaos anti(os )uncion;rios dos am,os5

TE$T.% Isso eu no sei. :as (ostaria de tra#er ao conhecimento do tri9una! esta carta7ue rece9i. No a!to esta im,resso% Associao de Tra9a!ho ,e!o 6ireito e ,e!aLi9erdade. A carta di# o se(uinte% O senhor !o(o desa,arecer; da )ace da terra. Osenhor morrer de uma )orma horrncia com odesenho de uma ca'eira.

A6OGA6O% O senhor 'iu o conteBdo dos cai-otes5

TE$T.% i os cai-otes a9ertos com as !atas dentro.

A6OGA6O% O 7ue esta'a escrito nas eti7uetas das !atas5

TE$T.% G;s t-ico ` 2!on Q.

A6OGA6O% :ais a!(uma coisa5

TE$T.% Tam98m esta'a escrito% A'iso% s ,ode ser a9erto ,or t8cnicos.

&I2% Testemunha3 o senhor 'iu estas !atas serem trans,ortadas ,ara as c4maras de (;s5

TE$T.% Kramos ns 7ue carre(;'amos estas !atas nas am9u!4ncias 7ue 'inham 9usc;H!as.

&I2% "uem ia dentro das am9u!4ncias5

TE$T.% i o dr. @ranc3 o $r. $chat# e tam98m o dr. a,esius. E!es !e'a'am suasm;scaras contra (;s. O dr. $hat# usa'a at8 seu ca,acete. Eu me !em9ro 7ue dos seuscom,anheiros !he disse% oc> ,arece um co(ume!o.

A6OGA6O% Gostar


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m;scaras contra (;s era muitas 'e#es o9ri(atrio. O )ato de nossos c!ientes usarem estasm;scaras no ,ro'a nada so9re os !u(ares onde ,ossam ter ido.

&I2% Testemunha3 o senhor 'iu as notas de entre(a de (;s5

TE$T.% "uando che(a'am as remessas 7ue se torna'am cada 'e# mais consider;'eis eeram arma#enadas no anti(o ,r8dio do teatro3 )ora do cam,o3 muitas 'e#es eu mesmo!e'ei as notas de entre(a ,ara a administrao. omo remetente consta'a das )aturas a$ociedade A!em de om9ate aos Insetos e Parasitas.

&I2% omo essas remessas che(a'am ao cam,o5

TE$T.% ma ,arte em caminh=es 'indas diretamente da );9rica. Ou ento ,or 'ia)8rrea3 so9 a ,roteo do e-8rcito.

&I2% O senhor !em9ra da 7uantidade das remessas5

TE$T.% 6e 1 a DF cai-otes ,or 'e#.

&I2% $e(undo os seus c;!cu!os3 7ua! era a )re7u>ncia das entre(as5

TE$T.% Pe!o menos uma 'e# ,or semana. Em 1/3 muitas 'e#es ,or semana. Era,reciso recorrer aos caminh=es do am,o.

&I2% "uantas !atas continham cada cai-ote5

TE$T.% ada cai-ote continha F !atas de meio 7ui!o.

&I2% O senhor 'iu a!(uma indicao de ,reo5

TE$T.% O ,reo era de J marcos ,or 7ui!o.

&I2% "uantas !atas eram necess;rias ,ara uma e-ecuo5

TE$T.% Para uma c4mara com D mi! ,essoas3 eram usadas mais ou menos 1 !atas.

&I2% A J marcos o 7ui!o3 isto soma F marcos ,or e-ecuo.

&I2% Acusado :u!a3 como a?udante do cam,o3 o senhor era su,er'isor das (ara(ens.O senhor da'a ordem ,ara trans,ortes5

A$A6O 1% Nunca redi(i ordens desse ti,o. No tenho nada a 'er com isso.

&I2% O senhor sa9ia o 7ue si(ni)ica'am os ,edidos de trans,orte de materia!5


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A$A6O 1% No.

&I2% Acusado :u!a3 esto em ,oder do tri9una! orden de trans,orte ,ara trans)er>ncia

de materia!. Estes documentos esto assinados ,e!o senhor.

A$A6O 1% Eu sa9ia a,enas 7ue e!es eram usados ,ara o trans,orte de materia!.

&I2% Tam98m trans,orta'am ,resos nos caminh=es5

A$A6O 1% No meu tem,o os ,resos anda'am a ,8.

&I2% Acusado :u!a3 esta em nossas mos um documento so9re a necessidade de

terminar com ur(>ncia a construo de no'os crematrios. O documento es,eci)ica 7ueos ,resos encarre(ados de'iam tra9a!har tam98m aos domin(os. Esta ordem estaassinada ,e!o senhor.

A$A6O 1% $im3 8 ,oss


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&I2% O senhor no ,artici,ou do trans,orte de ,resos5

TE$T.1% Ti'e 7ue ir um dia como su9stituto.

&I2% Para onde se diri(iam5

TE$T.1% Para o interior do cam,o3 no !u(ar onde se )a#iam tria(ens e tudo mais. @ica'ano )im do cam,o3 onde ha'ia um 9os7ue de 98tu!as. L; descarre(;'amos as ,essoas.

&I2% E ,ara onde e!as iam5

TE$T.1% Entra'am em um ,r8dio. 6e,ois no 'i mais nada.

&I2% "ue acontecia com as ,essoas5

TE$T.1% No sei3 no )i7uei a!i.

&I2% No disseram ao senhor o 7ue acontecia com e!es5

TE$T.1% $em du'ida. Eram 7ueimadas a!i mesmo.

CANTO DOS FORNOS CREMAT"RIOS

I

&I2% Testemunha3 o senhor era um dos motoristas das am9u!4ncias 7ue trans,orta'am2!on Q ,ara as c4maras e (;s.

TE$T.D% @ui trans)erido ,ara o cam,o como motorista e em se(uida desi(nado ,aratra9a!har com am9u!4ncias.

&I2% "ua! era seu ser'io5

TE$T.D% Eu condu#ia os en)ermeiros e os m8dicos.

&I2% "uem eram os m8dicos5

TE$T.D% No me !em9ro mais.

&I2% Para onde o senhor !e'a'a os en)ermeiros e os m8dicos5

TE$T.D% 6o cam,o anti(o at8 a ,!ata)orma do cam,o ,rinci,a!.

&I2% Em 7ue ocasi=es5


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TE$T.D% "uando che(a'am os trens.

&I2% omo se anuncia'a a che(ada de um trem.

TE$T.D% Por uma sirene.

&I2% 6e,ois de che(ar ,!ata)orma3 ,ara onde o senhor se diri(ia5

TE$T.D% Para os )ornos crematrios.

&I2% Os m8dicos tam98m iam5

TE$T.D% $im.

&I2% "ue )a#iam os m8dicos a!i5

TE$T.D% Os m8dicos )ica'am na am9u!4ncia ou ,erto3 do !ado de )ora. Eram osen)ermeiros 7ue se ocu,a'am de tudo.

&I2% 6e 7ue se ocu,a'am5

TE$T.D% 6as c4maras de (;s.

&I2% "uando o senhor che(a'a3 as ,essoas ?; esta'am na c4mara de (;s5

TE$T.D% Ainda esta'am se des,indo.

&I2% Nunca hou'e resist>ncia5

TE$T.D% Nas ocasi=es 7ue esti'e !; andou tudo em ordem.

&I2% omo se ,rocessa'a a e-ecuo5

TE$T.D% 6e,ois 7ue os ,resos entra'am na c4mara de (;s3 os en)ermeiros se diri(iam,ara as c!ara9oias3 co!oca'am suas m;scaras e es'a#ia'am as a!tas.

&I2% "uantas !atas5

TE$T.D% ou em cada ori)


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TE$T.D% m minuto a,ro-imadamente.

&I2% As ,essoas no (rita'am5

TE$T.D% "uando a!(um de!es ,erce9ia o 7ue esta'a acontecendo3 s 'e#es ou'ia um(rito.

PRO:OTOR% Testemunha3 a 7ue distancia )ica'a a am9u!4ncia da c4mara de (;s5

TE$T.D% @ica'a estacionada no caminho3 a uns DF metros de distancia.

PRO:OTOR% E da!i o senhor ,odia ou'ir o 7ue se ,assa'a nas c4maras5

TE$T.D% As 'e#es eu descia do carro en7uanto es,era'a.

PRO:OTOR% E o 7ue )a#ia ento o senhor5

TE$T.D% Nada. @uma'a um ci(arro.

PRO:OTOR% O senhor se a,ro-imou dos ori)


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TE$T.S% O a,ito da !ocomoti'a da entrada da ,!ata)orma era o sina! de che(ada de maisum trem. Isto si(ni)ica'a 7ue dentro de uma hora3 mais ou menos3 os )ornos de'eriamestar ,rontos ,ara entrar em ,!eno )uncionamento. Eram !i(ados os motores e!8tricos7ue aciona'am os 'enti!adores )a#endo su9ir a tem,eratura dos )ornos at8 a!canar o(rau ade7uado.

&I2% O senhor ,ode 'er os (ru,os che(ando na ,!ata)orma5

TE$T.S% 6a ?ane!a do meu escritrio eu ,odia 'er a ,arte su,erior da ,!ata)orma e ocaminho ,ara o crematrio. As ,essoas che(a'am em )i!as de J. Os doentes eramtrans,ortados em caminh=es. A ;rea do crematrio era )echada ,or uma (rade. Naentrada ha'ia carta#es de ad'ert>ncia. A e7ui,e de (uarda no ,odia entrar. $ osm8dicos3 en)ermeirosHche)es e a!(uns mem9ros do de,artamento ,o!


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TE$T.S% ns F metros de !ar(ura. 1D ou 1J de(raus condu#iam at8 !;. Tinha ,oucomais

o interrogatório

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