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O Instituto Agronômico (IAC) e fatos históricosrelacionados ao desenvolvimento da cultura de

cana-de-açúcar até o fim do século XX

Pery FIGUEIREDO

Marcos Guimarães de Andrade LANDELL

Mário Pércio CAMPANA

Maximiliano Salles SCARPARI

Mauro Alexandre XAVIER

Ivan Antônio dos ANJOS

ISSN 1809-7693

Documentos IAC, Campinas, n.o 103, 2011

Ficha elaborada pelo Núcleo de Informação e Documentação do Instituto Agronômico

A eventual citação de produtos e marcas comerciais, não expressa, necessariamente, recomendaçõesdo seu uso pela Instituição.

É permitida a reprodução, desde que citada a fonte. A reprodução total depende de anuência expressa doInstituto Agronômico.

Comitê Editorial do IACRafael Vasconcelos Ribeiro - Editor-chefeDirceu de Mattos Júnior - Editor-assistenteOliveiro Guerreiro Filho - Editor-assistente

Equipe Participante desta PublicaçãoRevisão de vernáculo: Maria Angela Manzi da Silva

Coordenação da Editoração: Marilza Ribeiro Alves de SouzaEditoração eletrônica e Capa: Cíntia Rafaela Amaro

Instituto AgronômicoCentro de Comunicação e Transferência do Conhecimento

Av. Barão de Itapura, 1.48113020-902 - Campinas (SP) BRASIL

Fone: (19) 2137-0600 Fax: (19) 2137-0706www.iac.sp.gov.br

I59 O Instituto Agronômico (IAC) e fatos históricos relacionadosao desenvolvimento da cultura de cana-de-açúcar até o fimdo século XX / Pery Figueiredo et al. Campinas: InstitutoAgronômico, 2011.47p. (Documentos IAC, 103)

Versão onlineISSN:1809-7693

1. Cana-de-açúcar - Instituto Agronômico (SP) - história. I.Figueiredo, Pery. II. Landell, Marcos Guimarães de Andrade.III. Campana, Mário Pércio. IV Scarpari, Maximiliano Salles.V. Xavier, Mauro Alexandre. VI. Anjos, Ivan Antônio dos. VII.Título. VIII Série.

CDD. 633.61

SUMÁRIO

Página

RESUMO ....................................................................................................................................... 1

ABSTRACT ................................................................................................................................... 2

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 3

2. DOCUMENTAÇÃO REGISTRADA .................................................................................................. 4

3. A FASE APÓS A CRIAÇÃO DO INSTITUTO AGRONÔMICO......................................................... 25

4. FATOS RELACIONADOS COM EPIFITIA DO MOSAICO .............................................................. 25

5. REGISTRO DE FATOS IMPORTANTES DA DÉCADA DE 1920 ................................................... 26

6. REGISTRO DE FATOS IMPORTANTES DA DÉCADA DE 1930 ................................................... 26

7. REGISTRO DE FATOS IMPORTANTES DA DÉCADA DE 1940 ................................................... 27

8. REGISTRO DE FATOS IMPORTANTES DA DÉCADA DE 1950 ................................................... 28

9. REGISTRO DE FATOS IMPORTANTES DA DÉCADA DE 1960 ................................................... 29

10. REGISTRO DE FATOS IMPORTANTES DA DÉCADA DE 1970 ................................................. 29

11. REGISTRO DE FATOS IMPORTANTES DA DÉCADA DE 1980 ................................................. 30

12. REGISTRO DE FATOS IMPORTANTES DA DÉCADA DE 1990 ................................................. 31

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA .................................................................................................... 32

O Instituto Agronômico (IAC) e fatos históricos relacionadosao desenvolvimento da cultura de cana-de-açúcar até o fim

do século XX

Pery FIGUEIREDO (1)Marcos Guimarães de Andrade LANDELL (2)

Mário Pércio CAMPANA (1)Maximiliano Salles SCARPARI (2)

Mauro Alexandre XAVIER (2)Ivan Antônio dos ANJOS (2)

RESUMO

Este trabalho é um levantamento histórico-institucional de documentos registrados noIAC, no serviço de introdução de plantas, biblioteca da antiga Estação Experimental de Piracicabae da Seção de Cana-de-Açúcar. Registra também a trajetória da cultura da cana antes e depoisde sua chegada ao Brasil e a contribuição do Instituto Agronômico (IAC) no desenvolvimento daagroindústria sucroalcooleira, desde sua fundação até o fim do século XX.  Na época da fundaçãodo IAC, chamou a atenção o fato de que a cultura da cana-de-açúcar já havia conquistado umespaço importante entre as plantas mais cultivadas no Estado, no entanto, demandava muitosestudos. A epifitia do mosaico, na década de 1920, com danos diretos à produção de açúcarpromoveu uma mudança drástica, substituindo o cultivo comercial das variedades nobres,tradicionais, pelos primeiros híbridos importados de Java.  As introduções de cana registradasno Instituto Agronômico nesse período chegaram a 57, oriundas de vários programas demelhoramento de cana-de-açúcar e locais do mundo, como: Estados Unidos da América (CanalPoint, Havaí e Porto Rico), Indonésia, Índia, Argentina, Guiana Francesa, Guiana Inglesa, Barbados,Jamaica, Colômbia, México, Panamá, Austrália e África do Sul, totalizando 823 novos materiaisdas siglas POJ, Co, CP, H, PR, TUC, NA, F, Q, NCo. Tais acontecimentos foram muito importantespara a manutenção do cultivo comercial e a formação do banco de germoplasma, que contribuírampara as primeiras hibridações no Estado de São Paulo.

A designação de José Manoel Aguirre, em 1930, para coordenar o Programa deMelhoramento de Cana-de-Açúcar, foi fundamental para estabelecer as primeiras hibridações,em 1934, na Estação de Miracatu, litoral sul do Estado. No entanto, com a criação da Seção deCana de Açúcar (SCA) e a designação de José M. Aguirre para chefiar esta seção e a EstaçãoExperimental de Cana de Piracicaba, em 1935, em detrimento do programa de melhoramento decana, o processo de hibridações estagnou até 1947. No fim da década de 1940, a volta deAguirre na coordenação do Programa de Melhoramento possibilitou ao Instituto Agronômico começar

(1) Pesquisador Científico voluntário do Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do Agronegócio de Cana, IAC, ProgramaCana IAC, Ribeirão Preto (SP).(2) Pesquisador Científico, Centro APTA Cana/IAC, Programa Cana IAC, Ribeirão Preto (SP).

Documentos, IAC, Campinas, 103, 20112

a distribuição para domínio público das primeiras variedades de sigla IAC. Ressalta-se a importânciada variedade IAC 36-25, a mais cultivada para fins forrageiros. No entanto, com a criação de doisnovos programas de melhoramento de cana-de-açúcar – Copersucar e Planalsucar – os recursosoficiais para pesquisa no Estado de São Paulo passaram a ser destinados a outras culturas maiscarentes, refletindo negativamente na continuidade e no desenvolvimento dos projetos na SCA/IAC até a década de 1990.

Palavras-chave: Cana-de-açúcar, variedades, introduções de cana, germoplasma,hibridações.

ABSTRACT

The Instituto Agronômico (IAC) and historical survey of the institutional

trajectory for sugarcane culture development until the late twentieth century

This work is a historical survey of institutional documents filed in the IAC, Office of PlantIntroduction, Library, Experimental Station of Piracicaba and Section of Sugarcane. This articlealso aims to cover the trajectory of sugarcane before and after arriving in Brazil and the contributionof IAC in the development of agro-industry (sugar and alcohol), since its foundation until the latetwentieth century. At the time of IAC founding, a fact that drew attention was that sugarcanecultivation had already gained an important place among the most widely cultivated plants in theSão Paulo State and demanded other major studies. The mosaic virus arrival in the 1920s withdirect damage to sugar production promoted a drastic change by replacing the commercialcultivation of noble and traditional varieties by the early hybrids imported from Java.The sugarcaneintroductions recorded at the Instituto Agronômico in this period reached 57, coming from severalbreeding programs around the world, and the countries which have contributed most were: USA(Canal Point, Hawaii and Puerto Rico), Indonesia, India, Argentina, French and English Guiana,Barbados, Jamaica, Colombia, Mexico, Panama, Australia and South Africa, totaling 823 newmaterials of acronyms POJ, Co, CP, H, PR, TUC, NA, F, Q, NCo. All these facts were veryimportant to maintain the commercial cultivation and to estabilish a germplasm collection, thatallowed the first sugarcane hybridizations in the São Paulo State. The appointment of JoséManoel Aguirre, in 1930, to organize and coordinate the Program for Sugarcane Improvement,was fundamental to develop the first hybrids in 1934, at Miracatu location, Southern coast of SãoPaulo State. However, upon the foundation of Sugarcane Section (SCA) and the nomination ofAguirre to lead both the Experimental Sugarcane Station of Piracicaba and SCA in 1935, indetriment of the breeding sugarcane program, the hybridizations stagnated until 1947. With thereturn of Aguirre to the coordination of the IAC sugarcane breeding program, the InstitutoAgronômico was able to start the distribution of the first varieties acronym IAC,in the late 1940s,distribution to the public domain, , and IAC 36-25 was one of the most widely cultivated forforage. Later, with the establishment of two new programs for sugarcane breeding, namelyCopersucar and Planalsucar, the public resources for research in the São Paulo State wereintended for other cultures, reflecting negatively on the continuity and development of projects inthe SCA / IAC until 1990s.

Key words: sugarcane, varieties, introductions, cane germplasm and crosses.

3Documentos, IAC, Campinas, 103, 2011

1. INTRODUÇÃO

Todos têm interesse pelo passado mais do que se julga e, embora no momento atual se vivaem um ambiente de muitas inovações, estamos sempre em busca das novas tecnologias e de suasatualizações. Assim mesmo, manter o passado vivo é uma gratificante oportunidade de conhecerfatos, até então alheios ao conhecimento, que foram importantes na definição de caminhos e nacriação de novas experiências culturais.

Foi assim, nas descobertas mais antigas, que discretamente remontam as tradiçõesindependentemente das culturas dos povos orientais e ocidentais. Com o passar dos tempos e odesenvolvimento da cultura escrita, essas tradições foram transformadas em textos, e a maioria dessesmanuscritos foi traduzida para o latim, uma vez que, o repositório do conhecimento sobre religião,ciências e arte, naquela época, ocorria geralmente dentro dos mosteiros cristãos.

As superstições, os mitos, os costumes e o conhecimento das plantas em seu ambientegeográfico foram documentados, começando a se expandir, quando aumentaram as trocas queampliaram o horizonte do conhecimento; as plantas sempre estiveram entre os inúmeros produtosintimamente ligados à vida humana, suprindo as necessidades de alimento, remédios, abrigo e vestuário(CORRÊA, 1926).

A partir do século XV, a intensificação do comércio marítimo de especiarias e o descobrimentode novas terras fizeram com que se expandissem, cada vez mais, entre Ocidente e o Oriente a trocade conhecimentos, de costumes e práticas de cultivos de plantas entre os diferentes povos.

Os primeiros colonizadores logo descobriram que muitas plantas que eles conheciam nãoeram encontradas nas novas terras, assim, desenvolveu-se o negócio de importação de plantas daEuropa, Ásia e África. Essa imigração de plantas, inicialmente foi tímida, mas com o passar do tempo,a observação de que muitas dessas plantas exóticas naturalizaram nas novas terras, fez com que osnegócios expandissem bilateralmente, incluindo as plantas descobertas nas colônias. Dessa forma,ativaram-se os negócios de comercialização de plantas, que promoveram a formação dos primeirosherbários, das primeiras coleções de plantas, marcando o início na Europa de estudos de botânica(CORRÊA, 1926).

A cana-de-açúcar fez parte ativa desse comércio na época das grandes descobertas. Comose sabe, o centro de origem da cana é a região das ilhas do arquipélago da Polinésia; assim, ahistória do Brasil não possui registros oficiais das introduções realizadas até a década de 1530.Mesmo assim, há fortes indícios de que a cana tenha sido introduzida aqui poucos anos após odescobrimento e contribuiu como fator de sobrevivência e objeto de troca pelos seus primeiroscolonizadores até o início das capitanias. A comprovação de que esse fato ocorreu está nos hábitostradicionais dos viajantes e aventureiros que, desde os tempos remotos, faziam negócios, através detroca de sementes e mudas de plantas para estabelecer as primeiras relações e os cultivos de plantasem locais de interesse comercial (FIGUEIREDO, 2008).

Tal atitude foi, no passado, uma das mais importantes contribuições para a disseminação edomesticação de plantas exóticas em novas terras. Ademais, na época do descobrimento da América,o fato que deve ter contribuído para que a cultura da cana-de-açúcar fizesse parte do grupo deplantas a serem levadas nas embarcações, era que essa cultura já estava estabelecida na Ilha daMadeira. Este local era ponto estratégico de parada de todas as embarcações vindas da Europa comdestino à América ou África, onde se cultivava a variedade denominada Mirin ou Creola, híbridonatural entre Saccharum officinarum e Saccharum barberi, a única conhecida na Europa e Américasaté o século XVIII (COSTA, 1958; DEER, 1928).

Documentos, IAC, Campinas, 103, 20114

Mais tarde, com o passar dos séculos, diversas variedades foram introduzidas de outras terras,como as das ilhas do sudoeste do Pacífico, como as Caianas, provavelmente introduzida pelosholandeses em Pernambuco no século XVII, e outras cultivares de canas nobres de diferentesdenominações e origens (CALMON, 1935).

O aparecimento das primeiras doenças de cana-de-açúcar, em 1840, como podridão de raízesnas Ilhas Maurício, gomose nos canaviais da Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro em 1863 (DANTAS,1960), sereh em Java e mosaico em vários países trouxe consequências econômicas negativas aodesenvolvimento da cultura da cana-de-açúcar em muitos locais. O aumento e a frequência dessasepifitias evidenciaram as falhas e os antagonismos do livre trânsito de material vegetal sem osdeterminados cuidados fitossanitários ainda desconhecidos (EDGERTON, 1955).

Ressalta-se que, em muitos casos, as zelosas introduções em bagagens de viajantes, asquais anteriormente só causaram benefícios, trazendo as primeiras sementes que deram início àsnovas culturas, foram também, igualmente, as responsáveis pela introdução de muitas pragas e deimportantes doenças para a agricultura em desenvolvimento em muitos países (GERMECK, 1959).

No início do estabelecimento da cultura canavieira nas terras brasileiras, seu desenvolvimentofoi maior no Nordeste, nos Estados de Pernambuco, da Bahia e de Alagoas, deslocando-se maistarde para o Rio de Janeiro e outros Estados, expandindo-se no planalto paulista quando a cultura decafé era o grande fator de progresso e desenvolvimento (CORRÊA, 1935).

Para diminuir estes efeitos negativos das introduções, somente no início do século XX é queforam criados os primeiros serviços de vigilância sanitária entre os países, estabelecendo as medidaspreventivas, de cunho internacional, para permitir a introdução e o cultivo de material reconhecidamentesadio (GERMECK, 1961).

No Brasil, o Ministério da Agricultura foi o criador de normas e o principal responsável pelaentrada de material vegetal no país, mas por causa da vasta extensão costeira, desde o início foidelegado parte desse serviço a algumas instituições científicas em diversos Estados (GERMECK, 1960).

O Instituto Agronômico tem participado desse serviço desde sua criação em 1897, porématuando de forma mais organizada a partir de 1928, sob a coordenação de Arnaldo Krug; AlcidesCarvalho, de 1934 a 1950 e depois Luiz Aristêo Nucci, de 1950 a 1958, os quais realizaram diversasintroduções de sementes e mudas de centenas de espécies de plantas. A fase áurea de grandeexpansão, porém, foi realizada pelo coordenador Emílio Bruno Germeck, responsável pela Seção deBotânica Econômica de 1958 a 1981 (GERMECK, 1992).

Atualmente, este trabalho é realizado pelo Quarentenário do IAC, coordenado por RenatoFerraz de Arruda Veiga, com melhorias das instalações, tornando-as mais modernas, qualificadaspelo CTNBio, semelhante aos melhores modelos internacionais. Atende-se, assim, à legislaçãofitossanitária brasileira e às normas e aos procedimentos de intercâmbio internacional de vegetais, desementes, de solos e outros materiais de propagação vegetativa, como colmos de cana-de-açúcar,permitindo intercâmbio mais efetivo com o exterior e outros Estados brasileiros, bem como efetivarquarentena de materiais transgênicos (VEIGA, 2004).

2. DOCUMENTAÇÃO REGISTRADA

1493 - Registrada a introdução de cana-de-açúcar no continente americano, na atual RepúblicaDominicana, procedente da Ilha da Madeira, na segunda viagem de Cristóvão Colombo (STEVENSON,1965).

5Documentos, IAC, Campinas, 103, 2011

1840 - Registro da primeira epifitia sobre a cultura da cana-de-açúcar no mundo: podridão deraízes, registrada nas Ilhas Maurício, depois no Havaí e nos Estados Unidos (EDGERTON, 1955).

1863 - Registro do ataque de gomose (bactéria) nos canaviais da Bahia, Pernambuco edepois Rio de Janeiro (DANTAS, 1960).

1882 - Menção ao ataque de sereh, nova doença, sobre as variedades de cana mais cultivadasem Java e na Indonésia (EDGERTON, 1955).

1887 - Fundação do Instituto Agronômico – Franz Wilhelm Dafert apresenta uma relação de42 variedades de canas nobres da coleção, entre as quais se destacavam: Listrada, Cristalina,Kavangire, Rajada, Tiambo, Bois Rouge, Bourbon, Cayana, Imperial, Poudre d’or e Rosa (DAFERT,1893, 1894 e 1895).

1889 - São realizadas as primeiras hibridações artificiais de cana-de-açúcar com produção desementes na ilha de Java, mas as muitas dificuldades do processo de hibridação continuavam sendoestudadas por meio de técnicas especiais nos anos subsequentes (BREMER, 1923).

1901 - Ocorrem as primeiras tentativas de hibridações de cana-de-açúcar no Brasil, no Estadode Pernambuco, mas sem sucesso prático (D’UTRA e BOLLIGER, 1904).

1903 - Organizado no Rio de Janeiro, o Primeiro Congresso Nacional de Aplicação Industrialdo Álcool e a 1.ª Exposição Internacional de Aparelhos a Álcool. Na Bahia, foi lançado o livro: Açúcare álcool, de Miguel Calmon Du Pin de Almeida (D’UTRA e BOLLIGER, 1904).

1904 - No trabalho “Informações aperfeiçoadas da cana-de-açúcar” estava relacionada alista de variedades de cana-de-açúcar da coleção do Instituto Agronômico, passando para 65; entreoutros nomes estavam: Amarela das Antilhas, Bambu, Férrea, Louisier, Mapou Pulé, Mole, Quissaman,Riscada, Cayana rosa, Cayana verde, Taquara, Verde das Antilhas e Ubá (D’UTRA e BOLLIGER, 1904).

1906 - Gaspar D’Utra, que trabalhava com cana-de-açúcar, assume a diretoria geral do InstitutoAgronômico, em substituição de W. Dafert, que voltou para a Áustria em 1899 (Documento anônimocatalogado na biblioteca do IAC).

1914 - A eclosão da Primeira Guerra Mundial, contrariando o que se esperava, não provocou oaumento das exportações de açúcar brasileiro (Documento anônimo catalogado na biblioteca do IAC).

1918 - Ocorreu a maior geada do século XX. O termômetro atingiu a temperatura de –1,5 °Cno abrigo meteorológico, em Campinas, devastando toda a cultura de cana-de-açúcar, de café eoutras de importância no Estado (25

de julho de 1918) (Documento anônimo catalogado na climatologia

do IAC).

1916 a 1920 - Nesta época, evidencia-se, em várias partes do mundo, a importância econômicade algumas doenças com: podridão de raízes, gomose, sereh e mosaico e seus efeitos negativossobre a cultura da cana-de-açúcar, nos seguintes países: Ilhas Maurício, Estados Unidos, Brasil,Java, Índia, Argentina, Cuba e Porto Rico (DANTAS, 1960; EDGERTON, 1955; VIZIOLI, 1924).

Documentos, IAC, Campinas, 103, 20116

1922 - Foi detectada por Mário Calvino a presença do mosaico na coleção de cana-de-açúcardo Instituto Agronômico na Fazenda Santa Elisa (CAMARGO, 1926)

1926 - Realiza-se a introdução e multiplicação das POJ 36, POJ 105, POJ 213 e POJ 228,oriundas das experiências de Bolliger, na Fazenda Santa Elisa; tais variedades já eram cultivadasem pequena escala na Fazenda Guatapará, em São Paulo e introduzidas, ainda durante o projeto decriação, na E.E. de Piracicaba (SP); também se iniciou a distribuição de mudas selecionadas dessasvariedades para substituir as canas nobres cultivadas e suscetíveis ao mosaico (BOLLIGER, 1901).

Theodoreto de Camargo, então diretor geral do Instituto Agronômico, levantou uma polêmicana imprensa sobre o projeto apresentado para a renovação dos canaviais paulistas (CAMARGO, 1926).

1927 - Neste período, o agrônomo José Vizioli, líder dos anseios da indústria açucareira daregião de Piracicaba, envia ao secretário da agricultura sugestões do plano geral de serviços visandoà renovação dos canaviais paulistas. Pela primeira vez, a imprensa cita a fundação da EstaçãoExperimental de Piracicaba, na revista Mundo Agronômico.

1928 - Introdução de mais variedades javanesas e outras oriundas de programa demelhoramento: POJ 977, POJ 979, POJ 2727, POJ 2714, POJ 2878 e F 4 na E.E. de Piracicaba(ARRUDA, 1951).

Formaliza-se o projeto oficial da Secretaria da Agricultura de criação da E.E. de Piracicaba,nas terras e dependências cedidas pela Esalq, que somente foi concretizado pelo Decreto Lei 4.803de 1930 (ARRUDA, 1951).

1930 - Relação das introduções na E.E. de Piracicaba das variedades indianas e americanas,criadas em programas de melhoramento em seus países: Co 281, Co 290, Co 312, Co 313, F 29-7 eCP 27-139 (ARRUDA, 1951, 1952).

1931 - José Vizioli se afasta da E.E. de Piracicaba para ocupar um cargo na Secretaria daAgricultura, sucedendo-o na chefia da Estação, Antonio Corrêa Meyer com o grupo de agrônomos:Ricardo Azzi, Raul Drumond Gonçalves, José Manoel de Aguirre Júnior, Antonio Branco, Armandodos Santos Leal e Argemiro Frota (Anônimo/Seção de Cana-de-Açúcar, Súmula 1935 a 1948).

Neste ano, José Manoel de Aguirre Júnior foi designado para a área de melhoramento, ficandosubordinado à antiga Seção de Genética do IAC, aproveitando o período para fazer estágio sob aorientação de dois especialistas atuantes no IAC e na Esalq, Carlos Krug e F. Brieger, respectivamente(Anônimo/SCA, Súmula 1935 a 1948). Neste período, preparou a tese sobre: “Creação de novasvariedades de canna no Estado de São Paulo”, sendo publicada posteriormente.

1933 - Foi criado o Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA) pelo Decreto 22.789, para fortalecer osetor sucroalcooleiro, regular a produção de açúcar por meio de cotas de produção e promover maiorindustrialização e consumo de etanol. Com retórica patriótica, tal instituto proíbe a importação e aintrodução de variedades de cana-de-açúcar pelos produtores e pelas usinas no Brasil (VARGAS, 1938).

A seguir, com a estabilização do preço do açúcar no mercado internacional, propicia-se ummomento para o investimento na melhoria dos canaviais e das usinas do Sudeste brasileiro, pois asusinas paulistas ainda não tinham alcançado a quota estabelecida pelo IAA; inicia-se, assim, atransferência do eixo de produção da cana-de-açúcar, até então basicamente localizado no Nordeste,para o eixo consumidor, alcançado de fato na década de 1950 (VARGAS, 1938).

7Documentos, IAC, Campinas, 103, 2011

Neste ano, foi iniciada a produção de álcool anidro para ser misturado à gasolina importadaem destilarias centrais com muitos incentivos e projetos governamentais para criar destilarias nosEstados do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e Pernambuco. Então, o presidente Getúlio Vargasdecreta, pela primeira vez, a adição obrigatória de 5% e até 20% de álcool à gasolina, a fim dereduzir os efeitos da crise econômica causada pela quebra da Bolsa de Nova York. Entretanto,depois de alguns anos, essa iniciativa não apresentara os resultados esperados (SZMRECSÁNYI, 1991).

1934 - Aguirre faz os primeiros cruzamentos de cana-de-açúcar na E.E. de Miracatu, litoralsul de São Paulo, onde consegue produzir mais de mil seedlings que deram origem às primeirasvariedades de sigla IAC, das quais se destacaram a IAC34-373, IAC34-536 e a IAC34-553 comomuito produtivas. Também se constata a presença de nova doença, atacando os seedlings, sendodescrita como escaldadura, pelo fitopatologista Spencer Corrêa de Arruda, do Instituto Biológico(AGUIRRE, 1937).

A renovação dos canaviais paulistas devastados pelo mosaico estava praticamente concluída,tendo lavouras com mais de 80% de variedades javanesas resistentes ao mosaico (Anônimo/Súmulados trabalhos da SCA, 1935 a 1948).

1935 - É criada a USP, e a Esalq sai da Secretaria da Agricultura e passa a fazer parte dauniversidade paulista. Tal fato contribuiu negativamente para a Secretaria da Agricultura quanto àpesquisa iniciada com cana, desestabilizando por alguns anos, a Estação de Piracicaba, localizadanos terrenos da Esalq (ARRUDA, 1948).

Aguirre faz a segunda série de cruzamentos e consegue produzir ainda na Estação de Miracatu15 mil seedlings (AGUIRRE, 1936).

A Secretaria da Agricultura faz reformas com proposta mais ampla para a pesquisa com cana-de-açúcar. Pelo Decreto 7.443, de 6/11/35, a Estação Experimental de Piracicaba foi transferidapara o Instituto Agronômico e criada a Seção de Cana-de-Açúcar (SCA), pelo Decreto n.° 7.312 de 5/7/1935); seu estabelecimento em Campinas (Decreto 7.443, de 3/11/35) na prática só ocorreu em1941. Aguirre foi designado para a chefia da E.E. de Piracicaba e, ao mesmo tempo, deveria responderpela chefia da recém-criada Seção (ARRUDA, 1951).

A Seção de Cana-de-Açúcar tinha como atribuições o estudo fitotécnico (espaçamento,profundidade, época de plantio e de colheita, tipo de mudas, adubação, queima da palha, irrigação,multiplicação de mudas das melhores variedades para fornecer aos produtores), realizar trabalhosde cooperação com as principais usinas de açúcar do Estado, e multiplicação de variedadesintroduzidas ou selecionadas pelo serviço de genética do programa de melhoramento de plantas doInstituto Agronômico (AGUIRRE, 1940).

Com as mudanças acima e as responsabilidades em curso, foi designado para continuar ostrabalhos de melhoramento de cana, Pedro Teixeira Mendes, da Seção de Genética, porém porpouco tempo. A continuidade dos trabalhos ocorreu em 1939, inicialmente, com o estagiário OtavioBacchi e depois com a ajuda do assistente da SCA Antonio José Rodrigues Filho, os quais fizeram aseleção de 15 mil seedlings de cruzamentos realizados por Aguirre das séries de 1935 (ANÔNIMO,1935 a 1948).

1936 - Foi publicada a tese: Criação de novas variedades de cana-de-açúcar no Estado deSão Paulo, de autoria de J.M. Aguirre Junior (AGUIRRE Júnior, 1936).

Documentos, IAC, Campinas, 103, 20118

Os cruzamentos da série 1936 ainda foram realizados no litoral, sob a coordenação de JoséManoel de Aguirre Júnior: a multiplicação foi realizada pelo serviço de genética, na Fazenda SantaElisa, em Campinas (ANÔNIMO, 1935 a 1948).

Neste ano, ressalta-se o bom desempenho da variedade Co 290, sensível ao mosaico,introduzida em 1930, em Piracicaba, sendo muito superior, nos ensaios de competição de variedades,em relação à POJ 213, até então a mais cultivada em todo o Estado. Assim, foi promovida a multiplicaçãode mudas-matrizes da variedade Co 290, em Campinas e Ribeirão Preto (ANÔNIMO, 1935 a 1948).

Nesta época, o serviço de produção de mudas selecionadas era composto de uma coleçãode 60 cultivares de cana-de-açúcar para multiplicação na E.E. de Piracicaba, das quais as principaiseram usadas para produção de mudas selecionadas e distribuídas aos produtores. Foram ampliadosos projetos por Aguirre, chefe da SCA e da E.E. de Piracicaba, junto às principais usinas de SãoPaulo e, concomitantemente, os estudos fitotécnicos tanto em Piracicaba como em outras regiõescanavieiras do Estado. Todas as usinas comprovaram o potencial da Co 290 sobre as POJ, CP e deoutras siglas introduzidas até aquela época, propiciando larga distribuição da Co 290, para o plantiocomercial no Estado (ANÔNIMO, 1935 a 1948).

Neste ano, foi iniciado de forma mais organizada, o serviço de introduções de plantas doInstituto Agronômico, ficando centralizado e registrado no setor de genética toda a documentação eo material vegetal que passava a ser acompanhado durante todo o processo pela instituição (GERMECK,1960, 1992).

1937 - Documento com as introduções de cana-de-açúcar da Guiana Inglesa, 22/11.Documento com as introduções de cana-de-açúcar de Barbados, 2/12.Neste ano, foram contratados pelo Instituto Agronômico os agrônomos Homero Corrêa de

Arruda e Antônio José Rodrigues Filho, para auxiliar nos trabalhos de ampliação do programa decana-de-açúcar no estado (AGUIRRE, 1937).

O governo brasileiro, através do IAA, intervém na agroindústria de cana com regulamentaçãodas cotas de produção de açúcar e incentivo à produção de álcool (VARGAS, 1938).

1938 - Documento com as introduções de cana de açúcar de Porto Rico, 28/3.Documento com as introduções de cana de açúcar de Cuiabá (MT).Documento com as introduções de cana de açúcar de Maryland, EUA, 10/5.Viagem de estudo de José Manoel de Aguirre Júnior aos Estados Unidos e países da América

Central (AGUIRRE, 1939).

1939 - Documento com as introduções de cana de açúcar de Washington, EUA, 28/1.Documento com as introduções de cana de açúcar de Pernambuco (PE), 14/2.Contratação de Otávio Bacchi que, sob a orientação de Teixeira Mendes, colaborou no

prosseguimento dos trabalhos de seleção de seedlings das séries 1935 e 1936 realizadas na fazendaSanta Eliza (AGUIRRE, 1939).

Contribuição do estudo da Co 290 em São Paulo (RODRIGUES FILHO, 1939).A deflagração da Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945) criou dificuldades na comercialização para

a agroindústria açucareira, por motivo do declínio da movimentação de cargas de cabotagem na costabrasileira, pois a produção nordestina de açúcar dependia desse serviço para chegar ao centro de maiorconsumo. Esse obstáculo criou as condições necessárias para a expansão da produção de açúcar e, maistarde, a transferência do eixo de produção da cana-de-açúcar para o Sudeste brasileiro (SZMRECSÁNYI, 1991).

9Documentos, IAC, Campinas, 103, 2011

1940 - Documento com as introduções de cana-de-açúcar de Tucuman, Argentina, 5/6.José Manoel Aguirre designou Antonio José Rodrigues Filho, auxiliar técnico da SCA, ainda

sediada em Piracicaba, para ajudar Pedro Teixeira Mendes, no transporte de 2.013 seedlings

selecionados de uma população de 15 mil, das séries de 1935 e 1936, que ainda estavam em Campinaspara a E.E. de Piracicaba (AGUIRRE, 1940).

A boa qualidade agroindustrial da Co 290, mesmo considerando a sensibilidade ao mosaico,com diferenças de produção de até 40 toneladas em parcelas de mudas sadias em detrimento dasinfectadas com mosaico. Qualquer descuido poderia incorrer na volta de problemas, como a epifetia,ocorridos na década de 1920. Assim mesmo, o Instituto Agronômico, através dos cuidados com roguing

na produção de mudas selecionadas, livres de mosaico, conseguiu que essa variedade chegasse aocupar cerca de 90% da área comercial cultivada no Estado (AGUIRRE, 1940).

1941 - Documento com as introduções de cana-de-açúcar de Campos, RJ, 3/3.

A Esalq solicita devolução da área de terreno onde está estabelecida a E.E. de Piracicaba(ARRUDA, 1941).

Transferência da SCA de Piracicaba para Campinas (AGUIRRE, 1941).Homero Corrêa de Arruda é nomeado chefe-substituto da E.E. de Piracicaba (AGUIRRE, 1941).Antonio José Rodrigues Filho, em seguida, deixa os trabalhos de melhoramento de cana-de-

açúcar em Piracicaba, que ficaram sob a supervisão do chefe da estação (ARRUDA, 1942).

1942 - Ocorre reformulação na Secretaria da Agricultura com mudança interna no InstitutoAgronômico. José Vizioli foi designado chefe da SCA (mas não tomou posse), José Manoel de AguirreJúnior para a chefia da Seção de Plantas Fibrosas e Sebastião de Campos Sampaio para chefesubstituto da Seção de Cana-de-Açúcar, designando Carlos Castro Neves para desenvolver estudossobre o melhoramento de cana-de-açúcar (SAMPAIO, 1942).

Com o problema do transporte marítimo em razão da Segunda Guerra Mundial, houve excedentede açúcar no Nordeste e de carência na região de maior consumo, o Centro-Sul (SZMRECSÁNYI,1991).

1943 - Documento com as introduções de cana-de-açúcar de Washington, EUA, 16/1.Carlos Castro Neves, agrônomo recém-contratado, designado para desenvolver os trabalhos

de melhoramento de cana-de-açúcar, solicitou a colaboração do fitopatologista, Spencer Corrêa deArruda, do Instituto Biológico, para os testes de doenças (ANÔNIMO, 1943).

Neste ano, foi introduzida em grupo com outros materiais para quarentena, mais uma variedadeque marcaria época nos canaviais paulistas, a Co 419 (ANÔNIMO, 1935 a 1948).

1944 - Uma coleção de cana-de-açúcar de 19 variedades chega à E.E. de Piracicaba,procedente da E.E. de Campos, RJ, de siglas CB 33-4; 33-23; 33-47; 33-68; 36-14; 36-24; 38-1; 38-24; POJ 2822; POJ 2961; Co 413; Co 421; Co 508; Co X; Co 2X; Co 331; TUC 26-45; Mz 151 e PWD38 (ARRUDA, 1960).

Ciro Corte Brilho foi admitido para a Seção de Cana-de-Açúcar e a Estação Experimental dePiracicaba mudou dos terrenos pertencentes à Esalq para terras próprias (ANÔNIMO/Relatório Anualda E.E. de Piracicaba, 1944).

1945 - Ocorre a transformação de vários engenhos de cana, criados durante a Segunda Guerra,devido à escassez de açúcar, em novas usinas de açúcar no Estado de São Paulo (Relatório Anual da

Documentos, IAC, Campinas, 103, 201110

SCA, 1945) e o agrônomo Antonio Lazzarini Segalla foi admitido para a Seção de Cana-de-Açúcar.

1946 - Na SCA, Ciro Corte Brilho foi designado para trabalhar no melhoramento de cana-de-açúcar (AGUIRRE, 1947).

Homero C. de Arruda, chefe da E.E. de Piracicaba, por meio de carta recebida da Argentina,de 21 de fevereiro, comunicou à diretoria geral do Instituto Agronômico, a constatação de novadoença, o carvão, atacando os canaviais de Tucuman, Salta e Jujuy. Essa notícia despertou temornas lideranças do setor, como no conde Francisco Matarazzo, mas o chefe da E.E. de Piracicaba otranquilizou, informando que até aquela data a doença não havia sido observada nos canaviaispaulistas.

Frederico M. Veiga cumprimenta, por carta, Homero C. de Arruda pela sua efetivação nachefia da E.E. de Piracicaba, 31/7.

Cartas de Homero C. de Arruda atendendo ao chefe substituto da Seção de Cana e comunicandoo envio de rebolos de variedades de cana solicitados, 30/10 e 20/12.

1947 -  Documento com as introduções de cana-de-açúcar de Maryland, EUA, 29/4.Constatação do carvão em canaviais paulistas na região de Assis, SP (AGUIRRE, 1947).José Manoel de Aguirre Júnior foi reconduzido à chefia da Seção de Cana-de-Açúcar,

dinamizando os trabalhos com os agrônomos contratados: Carlos Castro Neves, Luiz Toledo de Moraise Ciro Corte Brilho, Antonio Lazzarini Segalla, Joaquim Bento Rodrigues e o estagiário Celso BarbosaFerraz. Com Corte Brilho, Aguirre reorganizou e reassumiu o programa de melhoramento, regularizandoos cruzamentos de cana em Ubatuba (AGUIRRE, 1947).

Os trabalhos foram redirecionados por Aguirre para obtenção de seedlings com boascaracterísticas agroindustriais pelo uso de bons progenitores, do banco de germoplasma e testes deresistência às doenças, com a participação do Instituto Biológico, através de inoculações artificiaisnos seedlings, de agentes patogênicos em casa de vegetação, em Campinas. Dos seedlings plantadosem campo na fazenda Santa Eliza, os selecionados com boas características eram direcionados paraensaios preliminares de campo na E.E. de Piracicaba; depois, os melhores do grupo, eram plantadosem ensaios regionais nas usinas (ANÔNIMO, 1935 a 1948).

Ressalta-se que os dois clones IAC 34-373 e IAC 34-536 em campos de testes de competiçãocom variedades conhecidas, tais como TUC 2645, CP 34-120 e Co 290, saíram-se muito bem,superando-as em toneladas de cana por hectare (TCH) (AGUIRRE, 1947).

A coleção de variedades de cana do IAC atingia a 130 espécimes de siglas POJ, Co, CP, TUC,F, D, NCo, IAC, CB, PR. Na Estação Experimental de Ubatuba tinham sido plantados 80 materiaisoriginários de S. officinarum, S. spontaneum e S. barberi, os quais permitiram realizar o programa decruzamento e o reinício das hibridações com a produção de 15.920 seedlings, contrapondo asquantidades ínfimas, obtidas nos anos anteriores (AGUIRRE, 1949).

Pela abundância de chuvas durante o período de cruzamentos e da precariedade de condiçõesda E.E. de Ubatuba, para aumentar a eficiência da operação, Aguirre inovava melhorando as condiçõesde hibridação com o transporte de alguns parentais florescidos para realizar os cruzamentos emCampinas (AGUIRRE, 1947).

1948 - Documento com as introduções de cana-de-açúcar de Porto Rico, 28/04.Documento com as introduções de cana-de-açúcar da África do Sul, 1.°/06.Documento com as introduções de cana-de-açúcar da Colômbia, 3/07.

11Documentos, IAC, Campinas, 103, 2011

Documento com as introduções de cana-de-açúcar da Jamaica, 19/10.Documento com as introduções de cana-de-açúcar de Canal Point, EUA, 2/12.Das variedades CP 34-120, Co 221 e Co 419, introduzidas via Estados Unidos em 1943, a

cultivar Co 419, por suas boas qualidades agronômicas e industriais, foi multiplicada na E.E. dePiracicaba, sendo posteriormente cultivada em grande escala em todo o Estado (SEGALLA, 1956).

1949 - A Estação Experimental de Piracicaba recebe para ensaios de competição, da E.E. deCampos, RJ, quinze novas variedades, sendo duas estrangeiras: CP 29-116 e CP 36-13 e trezebrasileiras: CB 40-7, 40-11, 40-13, 40-19, 40-33, 40-35, 40-41, 40-45, 40-69, 40-77, 46-3, 46-4, 46-5 (ARRUDA, 1960).

Foi estabelecido o primeiro convênio entre a Estação Experimental de Piracicaba (representantedo governo do Estado), o Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA) e a Associação dos Usineiros doEstado de São Paulo, com o objetivo de implementar dezenas de experimentos de cana-de-açúcar,realizados normalmente, na Estação Experimental José Vizioli e em usinas privadas no Estado (ARRUDA,1954).

José Manoel de Aguirre Júnior, designado na oportunidade coordenador dos trabalhos decana-de-açúcar do Estado, apresentou o documento: Organização dos Serviços de Cana da Secretariada Agricultura.

1950 - Documento com as introduções de cana-de-açúcar de Canal Point, EUA, 3/11.Documento com as introduções de cana-de-açúcar de Canal Point, EUA, 20/12.

1951 - Documento com as introduções de cana-de-açúcar da Usina Miranda, SP, 4/5.A Estação Experimental de Piracicaba recebeu de Campos, RJ, mudas da CB 38-22 (Súmula

de Trabalhos de Experimentação da E.E. de Piracicaba, 1960).Estação Experimental de Piracicaba: histórico, realizações e trabalhos em andamento (ANÔNIMO,

1951)Histórico, organização e trabalhos da Seção de Introdução de Plantas do Instituto Agronômico/

IAC (NUCCI, 1951).

1952 - Documento com introduções de cana-de-açúcar de Porto Feliz, SP, 5/5.Documento com introduções de cana-de-açúcar da Austrália, 17/10.Documento com introduções de cana-de-açúcar de Maryland, EUA, 28/10.A Estação Experimental de Piracicaba recebeu da E.E. de Curado Pernambuco, as PB 46-92,

46-108 e 46-117. Procedente da E.E. de Natal (África do Sul), por intermédio do Instituto Agronômico,a NCo 352. Procedente de Campos/RJ por intermédio da Usina Rafard, as introduções CP36-105 eCB 41-35; 41-70; 41-76; 45-3; 45-5; 45-110 (ARRUDA, 1960).

O diretor do Departamento da Produção Vegetal (DPV-SP) solicitou ao doutor José Manoel deAguirre Júnior, presidente da Comissão de Cana, a preparação de um plano para ampliar a produçãode mudas selecionadas de cana-de-açúcar, visando atender a toda demanda do Estado (RAMOS,1952).

Comportamento de variedades de cana-de-açúcar no Estado de São Paulo, (AGUIRRE, 1952).

1953 - Documento com introduções de cana-de-açúcar do Havaí, 12/12.A Estação Experimental de Piracicaba recebe dos Estados Unidos, por intermédio do doutor

Spencer Corrêa de Arruda, do Instituto Biológico, as variedades: CP 29-103; 33-224; 34-79; 36-134;

Documentos, IAC, Campinas, 103, 201112

36-197; 38-34; 43-64; 44-101; 44-150; 44-155; 45-184; ML 308; Co 221; NCo 310; e POJ 3016.Procedentes da E.E. de Campos, RJ, as CB 36-14; 36-24; 41-20; 44-72; 44-90; 44-105; 45-3; 45-16;45-19; 46-16; 46-40; 46-44; 46-52; NCo 292; NCo 293; NCo 310; NCo 334; NCo 339 e Casa GrandeAzul (peruana) (ARRUDA, 1960).

A Comissão de Cana do Estado envia ao diretor do DPV-SP um projeto para ampliar a produçãode mudas selecionadas, 5/1.

O diretor do DPV-SP comunica à DG do IAC, sobre a designação do agrônomo, Antonio JoséRodrigues Filho para desenvolver o novo serviço de multiplicação de mudas selecionadas de cana-de-açúcar, 13/2.

O diretor do Instituto Agronômico informa ao DPV-SP as providências tomadas com relação àdistribuição de mudas selecionadas, 16/11.

A política do governo em busca de ampliar o mercado externo, levou à superprodução deaçúcar e os protestos dos usineiros de São Paulo, em razão dos preços extremamente baixos praticados(SZMRECSÁNYI, 1991).

1954 - Documento com introduções de cana-de-açúcar de Canal Point, EUA, 5/2.Documento com introduções de cana-de-açúcar de Canal Point, EUA, 3/3.A E.E. de Piracicaba recebeu da E.E. de Campos, RJ, três variedades POJ 3016: CB 40-10 e

CB 49-62 (CORRÊA, 1960).Ensaios de variedades de cana-de-açúcar realizados no período de 1951 a 1954 (SEGALLA,

1954).

1955 - Documento com introduções de cana-de-açúcar de Campos, RJ, 10/9.E.E. de Piracicaba recebe da E.E. de Campos, RJ, mais 25 clones CBs e três Bs para testes:

CB 37-44; 41-14; 41-76; 41-58; 41-227; 44-87; 46-16; 46-40; 46-47; 46-48; 47-8; 47-15; 47-107; 47-114;47-164; 47-296; 47-355; 47-368; 48-12; 49-15; 49-129; 49-227; 49-260; 50-41; 50-66 e B37-161;B40-98 e B40-105 (ARRUDA, 1960).

1956 - Documento com introduções de cana-de-açúcar da Flórida, EUA, 29/10.É firmado convênio da SAA do Estado de São Paulo com o IAA e entidades de classe

representantes dos usineiros e fornecedores de cana-de-açúcar paulistas, denominada “Comissãode Controle do Carvão da Cana-de-Açúcar do Estado”, criada para combater o carvão de acordo como Diário Oficial do Estado de São Paulo, Decreto 3.399.

1957 - O IBEC Research Institute (IRI), instalado em Matão (SP), com investimentos daFundação Rockfeller, desenvolveu o Projeto Cerrado em colaboração com a Seção de Solos doInstituto Agronômico. Concluíram que os cerrados brasileiros têm alta acidez e elevado nível desaturação de alumínio. Na década de 1960, o IBEC fez também a introdução nos cerrados brasileirosda Brachiaria humidicula, denominada na época de Kikuio amazônico, que revolucionou a pecuáriabrasileira, trabalhos pioneiros para época.

Raphael Alvarez e Lazarine Segalla apresentaram o projeto em andamento: Criação devariedades de cana-de-açúcar para o Estado de São Paulo. (Com estudo da fertilidade do pólen nosanos de 1954 a 1957) (ALVAREZ e SEGALLA, 1957).

Na época, um problema que passou a ser analisado foi o nível tecnológico no setor canavieiroem relação ao que se passava no exterior, caracterizando os altos custos e a baixa produtividade,

13Documentos, IAC, Campinas, 103, 2011

mesmo com a política governamental de grandes subsídios. Essa defasagem levou à formação de umgrupo de estudos com lideranças do Instituto Agronômico, de outros Institutos e Universidadesbrasileiras para elaborar propostas relativas às mudanças necessárias (SZMRECSÁNYI, 1991).

1958 - Documento com introduções de cana-de-açúcar de Canal Point, EUA, 20/2.Documento com introduções de cana-de-açúcar de Canal Point, EUA, 11/10.A Estação Experimental de Piracicaba recebe 15 variedades procedentes da Seção de Cana-

de-Açúcar: IAC 54-69, 54-74, 54-75, 54-76, 54-267, 54-279, 54-365, 54-439, 55-3, 55-4, 55-18, 55-22,55-24, 55-26 e 55-29 (ARRUDA, 1960).

Antonio Lazarine Segalla apresentou a Súmula dos Trabalhos de Melhoramento e Adubaçãoda Seção de Cana-de-Açúcar (SEGALLA, 1955 a 1958).

1959 - Documento com introduções de cana-de-açúcar de Campos, RJ, 2/3.A E.E. de Piracicaba recebe da E.E. de Curado, PE, os clones para teste: IANE 53-12; 53-28;

54-1; 55-25; 55-34; 55-38; 55-45; 55-76 e 55-78 (CORRÊA, 1960).Variedades de cana-de-açúcar. Ensaios realizados no período de 1957 a 1959 (SEGALLA, 1963).

1960 - Com a Revolução Cubana, seguida pelo rompimento das relações entre Cuba e EstadosUnidos e a exclusão das exportações preferenciais de açúcar daquele país para o mercadoestadunidense, foram alteradas a comercialização mundial de açúcar e a política do governo brasileiroem relação à agroindústria canavieira. O Brasil naquela ocasião teve acesso pela primeira vez aesse mercado preferencial dos Estados Unidos, levando o IAA a conferir prioridade ao abastecimentodos mercados externos (SZMRECSÁNYI, 1991).

1961 - Diante do clima de euforia despertado pelas perspectivas do crescimento do mercadomundial do açúcar, iniciaram-se muitas discussões entre setores governamentais e privados. Aslideranças empresariais da agroindústria canavieira elaboraram um documento endereçado ao IAA,no qual se projetava uma grande demanda de açúcar nos próximos anos. Solicitavam autorizaçãopara expandirem em mais de 50% a capacidade produtiva e os financiamentos necessários para oempreendimento, sendo na oportunidade, totalmente atendidos pelas autoridades governamentais.Este movimento levou à construção de dezenas de novas usinas de açúcar no país, que foramincorporadas ao programa governamental de longo prazo, denominado Plano de Expansão da IndústriaAçucareira (SZMRECSÁNYI, 1991).

1962 e 1963 - Documento com introduções na E.E. de Piracicaba de clones de cana-de-açúcar de Campos (RJ), 31/5 (ARRUDA, 1962).

É registrada a maior seca do século XX, sem chuvas de março a dezembro, atingindo aagricultura e a pecuária, notadamente nos Estados de São Paulo, do Paraná, Mato Grosso do Sul,parte de Minas Gerais e Rio de Janeiro (Documento Anônimo da Seção de Climatologia/IAC).

1964 - Envio de toletes de variedade IAC 36-25 para Paulo Basto Neves, Brasília (DF), 6/3.Envio de toletes de várias variedades IAC para Flávio Azevedo Mello, Monte Santo (MG), 28/4.Envio de toletes de cinco variedades IAC para Antonio Viégas, Belo Horizonte (MG), 11/9.Envio de toletes de quatro variedades IAC para José Campos Neto, Caratinga (MG), 30/9.Envio de toletes de quinze variedades IAC, Co e CB para o presidente da Associação Comercial

e Industrial de Erechim (RS), 7/10.

Documentos, IAC, Campinas, 103, 201114

Envio de toletes de oito variedades IAC e CB para Joaquim Ferreira, Uberlândia (MG), 9/10.Envio de toletes de variedades IAC 36-25, para José H. Leme Nogueira, Formosa (GO), 26/10.Nova crise de superprodução de açúcar provoca forte queda de preços no mercado mundial e

coincide com a recessão instaurada no mercado interno, em decorrência do início do regime deditadura militar. Todos os projetos anteriores em desenvolvimento foram abruptamente interrompidosem virtude da crise (SZMRECSÁNYI, 1991).

1965 - Envio de toletes de variedade IAC 36-25 para Leonardo Carlos de Oliveira, Brazilândia(DF), 18/3.

Envio de toletes de variedade IAC 36-25 para o Instituto de Investigação Agronômica, NovaLisboa, Angola, 29/9.

1966 - Documento com introduções de cana-de-açúcar de Canal Point, EUA, 11/3.Envio de toletes de variedade IAC 36-25 para o diretor do Patronato Agrícola, Gustavo Dutra,

distrito de Cuiabá (MT), via Rio de Janeiro (RJ), 8/3.Documento com introduções de cana-de-açúcar de Campos (RJ), 16/5.Envio de toletes de variedade IAC 36-25 para F. A. Lalli, Lins (SP), 20/10.Envio de toletes de nove variedades IAC, CB e Co 419 para José Carlos Fernandes, Neópolis

(SE), 24/10.Envio de toletes de variedade IAC 36-25 para Hugo A. Kühner, Penápolis (SP), 27/10.Envio de toletes de variedade IAC 36-25 para Antônio Reis, Luziânia (GO), 30/10.

1967 - Envio de toletes de variedade IAC 36-25 para Hermano de Araújo Salgado, Andrelândia(MG), 9/1.

Envio de toletes de variedades IAC 36-25 e Co 413 para José Vieira Gomes de Souza, Brasília(DF), 17/4.

Envio de toletes de variedades IAC 36-25 e Co 413 para Flávio de Oliveira Moraes, Itapecerica(MG), 21/7.

Atendendo à solicitação da FAO, envio de toletes de clones e variedades IAC 40-65, 51-201,51-204, 51-205, 51-271, 51-150, 52-172,52-179, 52-326, 52-474, 52-488 e IAC 55-26, para Departmentof Agriculture, Giza, Orman, Egito, 21/7.

Envio de toletes de IAC 36-25 e Co 413 para Sebastião Nogueira Braga, São Lourenço (MG),13/10.

Envio de toletes de IAC 49-131 e Co 413 para José Leme Nogueira, Formosa (GO), 15/10.Envio de toletes de IAC 36-25 e Co 413 para Benedito de Araújo Melo, Luziânia (GO), 17/10.

1968 - Documento com introduções de cana-de-açúcar de Canal Point, EUA, 2/12.Cria-se a Cooperativa de Produtores de Cana-de-açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São

Paulo – Copersucar e o Programa de Melhoramento de Cana-de-Açúcar, privado, financiado pelaagroindústria canavieira. Colaborou intensivamente nesta iniciativa o Dr. Carlos Krug, ex-diretor-geraldo Instituto Agronômico, nessa época, aposentado e adjunto da FAO. Ele acompanhou o melhoristade cana-de-açúcar, professor Albert J. Mangelsdorf, que em suas estadas no Brasil estabeleceuconvênios com instituições de pesquisa do Estado de São Paulo, como Instituto Agronômico, InstitutoBiológico e Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”; participou também na definição docoordenador do programa de melhoramento genético, Hermindo Antunes Filho, ex-pesquisador da

15Documentos, IAC, Campinas, 103, 2011

Seção de Genética do IAC. Essas ações agilizaram o início imediato do programa de melhoramentogenético (ANTUNES FILHO, 1969).

Envio de toletes de IAC 36-25 e Co 413 para Georges Delanos, Vitória (ES), 15/1.Envio de toletes de variedade IAC 36-25 para Inocêncio Pires, São Sepé (RS), 20/1.Envio de toletes de variedade IAC 36-25 para Maurício M. Moraes, Santa Rita do Sapucaí

(MG), 23/2.Envio de toletes de variedade IAC 36-25 para Fridolino Stapenhorst, Gaucho (PR), 28/2.Envio de toletes de cana para o exterior atendendo à solicitação de G.A.W.Wagnaar, da FAO e

pedido o ressarcimento das despesas efetuadas, 19/6.Solicitação à DSV-SP para introduzir clones de cana de Beltsville, EUA, 22/7.Informação à Copersucar sobre a importação de toletes de cana dos Estados Unidos, 27/08.Informação à Copersucar sobre a solicitação de 28/10/68, o novo pedido de importação de

cana dos Estados Unidos, 1.°/11.Envio de variedades de cana IAC e resposta à Sugarcane Field Station, Canal Point, EUA,

sobre a solicitação, 4/11.

1969 - Informação à Inspetoria Regional de Defesa Sanitária Vegetal (DSV-SP) sobre variedadesintroduzidas e que estão em quarentena, 24/1.

Envio de toletes de variedades IAC 36-25 e Co 413 para Vicente de Paula Mendes Peloso daUniversidade Rural do Brasil (RJ), 17/4.

Envio de toletes da variedade IAC 36-25 para Rubem Pereira da Silva, Miracema (RJ), 8/5.Informação sobre gastos e ressarcimento das despesas aéreas para atender a FAO, de

variedades de cana IAC enviadas para o Egito, 30/5.

1970 - Documento com introduções de cana-de-açúcar de Beltsville, EUA, 2/10.Um convênio é estabelecido entre a Copersucar e o Estado de São Paulo, por meio da Secretaria

da Agricultura e Abastecimento, para que o Instituto Agronômico/IAC realize a introdução de variedadesde cana-de-açúcar de diversas procedências visando aos trabalhos de melhoramento e oacompanhamento da quarentena nas instalações da E.E. de Monte Alegre do Sul. Convênioestabelecido em 1970, mas oficializado em 27 de junho de 1972.

Informação à Copersucar sobre a liberação de variedades introduzidas dos Estados Unidosem quarentena, 9/01.

Envio de toletes de nove variedades de cana IAC, para Mr. Kasen Sooksathan, KasetsartUniversity, Bangcok, Tailândia, 12/3.

Envio de toletes de variedades de cana IAC 48-65 e IAC 50-134, para Mr. Kasen Sooksathan,Kasetsart University, Bangcok, Tailândia, 4/6.

Solicitação de autorização para introdução de 21 clones de cana-de-açúcar à DSV-SP, dosEstados Unidos, 10/8.

Solicitação à Inspetoria Federal para liberação de um volume procedente dos Estados Unidos,contendo toletes de cana, 1.°/10.

Agradecimento ao doutor R.E. Coleman, do U.S. Department of Agriculture, pelo atendimentoao pedido de clones de cana da Copersucar, 7/10.

Informação à Copersucar sobre o manejo de 28 clones em quarentena introduzidos dos EstadosUnidos, 7/10.

Informação à Companhia Vale do Rio Doce sobre o atendimento da solicitação de variedadesde cana e de procedimentos técnicos a que elas devem ser submetidas, 11/12.

Documentos, IAC, Campinas, 103, 201116

No início desta década, foi introduzida a variedade NA 56-79, oriunda da Argentina, origináriade Salta; tal introdução foi realizada de forma extraoficial, (irregular e data não definida). Inicialmente,foi cultivada no Paraná; no Estado de São Paulo, somente foi liberada para o cultivo comercial nasusinas, depois que as mudas produzidas no Paraná pelo doutor Homero Corrêa de Arruda foramsubmetidas aos testes oficiais da Comissão do Carvão (FIGUEIREDO, 1983; SEGALLA, 1970).

Apresentado no Congresso da SBPC, em Salvador (BA): Variedades de cana-de-açúcar noEstado de São Paulo (SEGALLA, 1970) e Aspectos da adubação da cana-de-açúcar em São Paulo(ESPIRONELO, 1970).

1971 - Documento com introduções de cana-de-açúcar de Canal Point, EUA, 8/10.Para apoiar a expansão da agroindústria canavieira o governo federal cria, através do IAA,

dois grandes programas: Programa Nacional de Melhoramento de Cana-de-Açúcar, o Planalsucar, eo Programa de Apoio à Indústria Açucareira (PLANALSUCAR, 1972).

Reclamação da SCA à diretoria do IAC, pelos problemas enfrentados para realizar análisesquímicas de clones em experimentação, 1.°/4.

Solicitação da SCA à diretoria do IAC de compra de equipamentos para montar o laboratóriode análise, 14/6.

Informação ao Instituto Biológico sobre 28 variedades de cana introduzidas e em quarentena, 9/8.Informação àDefesa Sanitária Vegetal (DSV-SP) sobre as introduções de 21 clones em toletes

de cana dos Estados Unidos e que estavam em quarentena, 18/8.Informação à Copersucar sobre a liberação de material de cana em quarentena oriundo dos

Estados Unidos, 13/9.Informação à Copersucar sobre a permissão de importação de 288 toletes de clones de cana

vindos de Canal Point, EUA, 13/9.

Informação à DSV-SP sobre a chegada em Viracopos de volume com 24 variedades de cana,de Canal Point, EUA, 13/10.

1972 - Documento com introduções de cana-de-açúcar de Porto Rico, 27/10;Documento com introduções de cana-de-açúcar do México, 21/12.Envio de variedades IAC 52-326 e NA 56-62, para Edward Bezerril Fontenele, Viçosa, CE, 24/3.Envio da IAC 50-134 para Usina Barão de Suassuna, Escada, PE, 24/3.Documento com informações técnicas e sobre a evolução da cana-de-açúcar no Estado de

São Paulo, enviado por Segalla à diretoria do IAC, 11/4.Enviado ao Instituto Biológico toletes de clones de cana em experimentação no IAC para fazer

testes quanto à suscetibilidade ao carvão, 29/6.Enviado um termo de apreensão e incineração de toletes de cana-de-açúcar introduzidos

irregularmente da Argentina pela Usina de Barra Bonita, 1.°/8.Informação à DSV-SP sobre a necessidade de se importar 27 variedades de cana-de-açúcar

do México, 68 de Barbados, 19 da Argentina e 30 de Porto Rico, 9/8.Informação à DSV-SP sobre a necessidade de se importar 136 variedades de cana de Canal

Point, EUA, 4/9.Informação ao diretor do DEMA sobre introduções e pedindo a isenção de impostos, conforme

Decreto 63.683/68, 18 e 19/09.Envio de variedades de cana-de-açúcar IAC para Moçambique, 4/10.Informação à Copersucar quanto ao número da introdução está em quarentena e enviados

17Documentos, IAC, Campinas, 103, 2011

documentos relativos à importação, 8/11, 22/11.

1973 - Documento com introduções de cana-de-açúcar de Barbados, 2/2.Documento com introduções de cana-de-açúcar de Tucuman, Argentina, 9/3.Informação sobre a chegada de introduções do México, mas sem o Certificado Fitossanitário

que deveria acompanhar o material, 3/1.Envio de variedades IAC48-65, IAC 51-205 e CB 41-76 para o Instituto de Investigação

Agronômica, Malavane, Moçambique, 16/1.Envio de correspondência à Copersucar sobre variedades importadas do México com

documentos relativos à introdução anexados, 31/1.Envio de correspondência à DSV-SP do Ministério da Agricultura comunicando sobre 36

introduções de cana de Barbados, 7/2.

Envio de correspondência à Copersucar informando sobre a introdução de cana de Barbados, 21/3.Envio de correspondência ao Planalsucar informando sobre a liberação de introdução de

cana, 20/4.Envio de correspondência à DSV-SP do Ministério da Agricultura, solicitando autorização para

importação de 49 variedades de cana, 29/5.Parecer da SCA sobre os produtores de aguardente e a Autuação Fiscal da Diretoria Tributária, 6/6.Envio de clones ao Instituto Biológico a serem testados com relação à resistência ao carvão, 2/10.Envio de correspondência ao Instituto Biológico comunicando sobre o recebimento de

introdução de cana, 12/10.Carta ao Planalsucar informando sobre nova importação de variedades de cana, 30/10.Envio de correspondência à Copersucar com documentos relativos à introdução de cana, 4/12.Envio de correspondência ao Instituto Biológico informando a necessidade de importação de

65 variedades de cana do Havaí, 13/12.

1974 - Documento com introdução de variedades de cana do Havaí, 12/3.Carta ao Planalsucar informando sobre nova importação de variedades de cana, 30/1.

Envio de correspondência à Copersucar informando os procedimentos adotados na importaçãode variedades de cana, conforme Portaria n.° 15, de 31/12/73, 6/2.

Envio de correspondência à Copersucar e à SCA informando sobre a liberação de 36 variedadesintroduzidas de Barbados, 12 e 19/2.

Carta ao diretor do DEMA solicitando a regularização para a liberação com isenção de taxas, 14/3.Carta ao Instituto Biológico sobre a introdução de cana do Havaí e o plantio no quarentenário, 20/3.Carta ao Planalsucar e à Copersucar sobre o plantio de cana introduzida do Havaí no

quarentenário, 20/3.Envio de correspondência ao Planalsucar informando sobre a liberação de introdução de

cana, 20/4.Envio de correspondência à Copersucar informando sobre a chegada de variedades importadas

e o envio dos documentos relativos à introdução, 3/6.Envio de seis lotes de clones de cana IAC ao Instituto Biológico para serem testados com

relação à resistência ao carvão, 20/8; 28/8; 3/9, 17/09, 25/9 e 1.°/10.Envio de correspondência da SCA ao Planalsucar informando sobre o interesse em receber

as 52 variedades, 20/9.Envio de correspondência ao Instituto Biológico informando sobre novo pedido de importação

de 60 variedades de cana do Havaí, 29/10.

Documentos, IAC, Campinas, 103, 201118

Envio de correspondência ao Planalsucar informando sobre nova importação de 60 clones evariedades de cana do Havaí, e no fim do processo de quarentena, parte desse material estariadisponível, 30/10.

1975 - Documento com introduções de cana-de-açúcar do Havaí, 19/2.Documento com introduções de cana-de-açúcar de Canal Point, EUA, 10/10.Documento com introduções de cana-de-açúcar do Havaí, 23/10.O preço do açúcar nas bolsas internacionais tinha atingido o nível máximo de alta no fim de

1974, mas seis meses mais tarde, devido ao crescimento contínuo das exportações com a liberaçãodos estoques e o excesso de oferta, o preço alto não pôde ser sustentado, vindo o declíniorepentinamente, intensificando-se no início de 1975. Esta crise não foi tão marcante para o setorcomo algumas ocorridas em períodos anteriores, amortizada na época em razão, dos altos preços dopetróleo, o que contribuiu para o lançamento do Proálcool (SZMRECSÁNYI, 1991).

Correspondência à Copersucar acusando recebimento de documento relativo à prorrogaçãodo Convênio de Controle do Carvão da Cana-de-açúcar no Estado, 7/2.

Envio de correspondência ao Planalsucar e Copersucar informando sobre a introdução doHavaí, que chegou ao IAC para quarentena, 26/2.

Envio de correspondência ao Planalsucar comunicando o fim da quarentena e a liberação, 20/3.Envio de correspondência à Copersucar informando sobre a autorização da finalização da

quarentena MA 397/75 pelo Instituto Biológico, 9/4.

Envio de correspondência ao GEPV-DEMA, SP, solicitando isenção de taxas de importaçõesde materiais de cana-de-açúcar, 10/4.

Envio de correspondência à Divisão de Defesa, MA, solicitando autorização para importarvariedades de cana, 10/4.

Envio de correspondência ao Planalsucar informando sobre a liberação das variedades decana, 11/4.

Subsídios à implantação da indústria produtora de álcool carburante (SAA, 1975).Envio de relatório à Copersucar sobre as 321 introduções de variedades de cana e realizações

de quarentenas, 9/6.Envio de correspondência ao Instituto Biológico informando sobre a importação de 60 variedades

de cana do Havaí, 17/6.Envio de correspondência ao Instituto Biológico informando sobre a importação de 28 clones

e variedades de cana de Canal Point, EUA, 17/6.Envio de correspondência ao Instituto Biológico informando sobre a importação de 43 variedades

de cana, de Canal Point, EUA, 7/7.A intensa geada de 18 de julho, menor somente que a ocorrida em 1918, com temperatura de

0,6 ºC no abrigo meteorológico de Campinas, todo o Estado do Paraná e com grande intensidade oSudoeste de São Paulo. Como consequência, houve muitos prejuízos para a agricultura em geral,incluindo todas as lavouras de cana-de-açúcar, de café e outras (ANÔNIMO, Climatologia/IAC).

Envio de correspondência ao Instituto Biológico, à SCA/IAC, ao Planalsucar e à Copersucarcontendo a lista e informando sobre a introdução de 14 variedades de cana do Havaí, 13/8, 14/8, 23/8, 15/9.

Envio de correspondência à GEPV-DEMA, São Paulo, informando sobre canas introduzidasdos EUA e solicitando a isenção de cobrança de taxas, 19/10.

Envio de correspondência ao Instituto Biológico informando sobre introdução de canas do

19Documentos, IAC, Campinas, 103, 2011

Havaí, plantadas no quarentenário, 27/10.

O presidente Geisel lança o projeto: A Criação do Programa Nacional do Álcool (PROÁLCOOL),14/11.

1976 - Documento referente às introduções de cana-de-açúcar de Louisiana, EUA, 4/9.Envio de correspondência ao Planalsucar, informando sobre a liberação de variedades de

cana de diversas procedências, 4/3.Envio de correspondência ao SRL-USA, solicitando uma lista de variedades de cana resistentes

à broca, 1.°/4.

Envio de correspondência ao GEPV-DEMA, São Paulo, informando sobre 18 novas importaçõesde cana dos EUA, 23/6.

Envio de correspondência ao GEPV-DEMA, São Paulo, solicitando a isenção de taxas deimportação, 28/6.

Envio de correspondência ao doutor James Irvine, Sugarcane Research Laboratory, Houma,EUA, informando sobre o recebimento de variedades, 7/7.

Envio de correspondência ao GEPV-DEMA, São Paulo, informando sobre material que estáem quarentena, 8/9.

Envio de correspondência à SCA/IAC, informando sobre a data da liberação e a lista do materialde cana-de-açúcar, 13/9.

Envio de correspondência à diretoria do IAC, solicitando providências e recursos necessáriospara plantar 300 mil seedlings, provenientes dos cruzamentos realizados pela primeira vez no bancode germopláma da Copersucar, em Camamu (BA), 8/10.

Envio de correspondência ao Planalsucar, informando sobre a data de liberação de cana doquarentenário, 13/10.

Carta ao Planalsucar informando sobre nova importação de variedades de cana, 30/10.Com o lançamento do Proálcool, inicia-se a fase de condições muito favoráveis ao crescimento

da agroindústria canavieira, com financiamentos públicos para fins agrícolas e industriais.

1977 - Documento com introduções de cana-de-açúcar do Havaí, 26/1.Documento com introduções de cana-de-açúcar de Canal Point, EUA, 4/3.Envio de correspondência ao Planalsucar, das variedades introduzidas do Havaí, 3/2.Envio de correspondência à SCA/IAC e ao Planalsucar das variedades introduzidas dos EUA,

10/3, 16/3.Envio de correspondência à Copersucar dos pedidos de introduções de variedades realizados

pelo Planalsucar, 3/05.Envio de correspondência ao Planalsucar, informando sobre introduções de cana-de-açúcar

realizada pela Seção de Entomologia do IAC para estudos de resistência à broca, 29/11.

1978 - Documento com introduções de cana de açúcar do Havaí, 26/7.Histórico e realizações da E.E. de Piracicaba em seus 50 anos (ARRUDA, 1978).Envio de correspondência à diretoria do IAC, solicitando autorização para fornecer gratuitamente

ao Planalsucar e à Copersucar, toletes em quarentena de 41 variedades de cana, 11/1.Envio de correspondência ao Planalsucar, comunicando a data de retirada e a liberação de

introdução de cana, 13/1.Envio de correspondência ao GEPV-DEMA, São Paulo, solicitando isenção de taxa de

Documentos, IAC, Campinas, 103, 201120

importação de variedades de cana dos Estados Unidos, 26/1.

Envio de correspondência à diretoria do IAC, solicitando autorização para fornecer gratuitamenteao Planalsucar e à Copersucar, toletes em quarentena de 12 variedades de cana, 31/1.

Envio de correspondência à Copersucar, comunicando a liberação do material procedentedos Estados Unidos no quarentenário do IAC, 2/2.

Envio de correspondência ao diretor do IAC, em atenção à solicitação, com as atribuições daSeção de Introdução de Plantas, 3/3.

Envio de correspondência ao Instituto Biológico, informando sobre pedido de importação devariedades de cana, 30/6.

Correspondência da diretoria da Copersucar ao Instituto Agronômico, informando sobre ainstituição no Brasil de um sistema de pagamento da cana-de-açúcar pelo teor de sacarose, 8/7.

Envio de correspondência ao Instituto Biológico, com xerox da carta de 14/7/78, informandosobre as duas constatações de carvão na Flórida, EUA, e solicitando informações sobre resistênciadas variedades de siglas CP, CL e L., 27/7.

Envio de correspondência à SCA/IAC, à Copersucar e ao Planalsucar contendo listagem dasvariedades introduzidas do Havaí, em quarentena, 14/8, 15/8, 23/8.

Envio de correspondência ao Ministério da Agricultura, solicitando autorização para importaçãode variedades de cana, 19/9.

Envio de correspondência ao diretor do IAC, solicitando autorização para fornecer gratuitamenteà Copersucar e ao Planalsucar, toletes de 42 variedades de cana introduzidas e em quarentena, 1.°/11.

Variedades de cana-de-açúcar em 50 anos da E.E. de Piracicaba (SEGALLA, 1978).

1979 - Segunda alta súbita do preço do petróleo no mercado internacional - as autoridadesbrasileiras lançam a segunda fase do Proálcool, mais ambiciosa, além da produção do álcool anidroutilizado como aditivo da gasolina, foi dada ênfase à produção do álcool hidratado, que seria usadocomo combustível exclusivo em substituição à gasolina (WAACK, 1997).

Envio de correspondência ao Instituto Biológico, informando sobre a importação de clones decana, 30/6.

Envio de correspondência ao Ministério da Agricultura, solicitando autorização para importaçãode variedades de cana, 19/09.

Envio de correspondência ao diretor do Instituto Agronômico, solicitando autorização parafornecer gratuitamente à Copersucar e ao Planalsucar toletes de 42 variedades de cana-de-açúcar,em final de quarentena no IAC, 1.°/11.

Envio de correspondência à SCA/IAC, informando a data de liberação, procedentes do Havaí,5/11.

Envio de correspondência à SCA/IAC, informando sobre a necessidade de incinerar a variedadeH69-9103, pertencente à introdução I-52357, procedente do Havaí, 12/11.

Envio de correspondência ao Planalsucar, informando sobre a data de liberação de variedadesprocedentes do Havaí, 21/11.

Envio de correspondência ao Instituto Biológico, informando sobre importação de novasvariedades de cana do Havaí, 26/12.

1980 - Documento com introduções de cana-de-açúcar do Havaí, 28/3.

1981 - Documento com introduções de cana-de-açúcar do Havaí, 18/2.

21Documentos, IAC, Campinas, 103, 2011

Envio de correspondência ao SERDV/DFA, São Paulo, solicitando autorização para importaçãode clones de cana-de-açúcar dos Estados Unidos, 1.°/4.

Envio de correspondência ao SCTPPDE, São Paulo, solicitando autorização para importaçãode toletes de clones de cana-de-açúcar dos Estados Unidos, 8/5.

Envio de correspondência ao SERDV/DFA, São Paulo, solicitando autorização para importaçãode 48 clones de cana-de-açúcar dos Estados Unidos, 3/11.

1982 - Documento com introduções de cana-de-açúcar do Panamá, 19/3.Documento com introduções de cana-de-açúcar de Beltsville, EUA, 16/11.Envio de correspondência ao SERDV/DFA, São Paulo, cancelando processo 25/4445/82

referente à importação, 22/6.Envio de correspondência ao professor Russell, University of New Castle, Inglaterra, informando

sobre a resistência a nematóides de variedades IAC de cana-de-açúcar, 8/10.Envio de correspondência ao diretor do IAC, informando a chegada de introdução de cana-de-

açúcar de Beltsville, EUA, 17/11.Contribuição do Instituto Agronômico (IAC) para cultura da cana-de-açúcar e implicações no

Proálcool (ESPIRONELO, 1982).

1983 - O Brasil já era autossuficiente na produção de etanol anídrico para misturar à gasolinae se tornava cada vez mais autossuficiente em etanol hidratado, exclusivo para veículos adaptados. Aaceitação da população brasileira às inovações foi rápida, superando as expectativas e os carros aálcool constituíram 90% da produção das montadoras. A política definida pelo governo remuneravaadequadamente a produção de álcool e mantinha uma relação diferenciada entre os preços do etanole da gasolina, contribuindo para reduzir as importações de petróleo para menos de 40% de seusníveis de consumo (COPERSUCAR, 1989).

Envio de correspondência ao diretor do IAC, informando sobre liberação de introdução decana-de-açúcar do Havaí, 10/2.

Envio de correspondência ao SERDV/DFA, São Paulo, solicitando reavaliação da autorizaçãode importação n.° 527/82, de 26 de novembro de 1982, por mais 90 dias 22/3.

Envio de correspondência ao doutor Kershaw, da Universidade de Newcastle, Inglaterra,informando-o sobre os procedimentos para receber variedades IAC, 22/3.

Envio de variedades de cana IAC 48-65, IAC 58-480, IAC 64-257 e NA 56-79 da coleção doIAC, com informações complementares ao P. Baudin, Defése dés Cultures, Montpllier, França, 6/5.

1984 - Encerrado o convênio de introdução e quarentena de cana-de-açúcar em Monte Alegredo Sul, e correspondência ao diretor do IAC, liberando as estruturas do quarentenário para usoimediato da Estação Experimental, 17/8.

1985 - Envio de variedades de cana IAC (sem especificação) a E. B. Fontenelle, de Viçosa,CE, 30/4.

O lançamento do Proálcool aumentou a produção de etanol nos primeiros dez anos, a umataxa média de 35% ao ano, sem que o setor deixasse de produzir volumosa quantidade de açúcar(WAARCK, 1997).

Documentos, IAC, Campinas, 103, 201122

1986 - Constatação pela Copersucar da ferrugem, Puccinia melanocephala, nova doençada cana, sobre os canaviais brasileiros (O Estado de S. Paulo, 24/12/1986).

Neste ano, Raphael Alvarez, pesquisador da SCA/IAC, aproximava-se da aposentadoriacompulsória e, mesmo assim, deu início ao projeto de criação de variedade regional de cana-de-açúcar, abrangendo as Estações Experimentais de Piracicaba, Ribeirão Preto, Jaú, Mococa, Pindoramae Assis para a produção de seedlings (ALVAREZ, 1986).

1987 - A queda gradual do preço internacional do petróleo teve como consequência a sobrade gasolina nas refinarias brasileiras. A ausência de política pública que definisse os limites impediu osucesso do Proálcool. As discussões do setor sucroalcooleiro com a Petrobrás e o governo nãoprogrediam e, paulatinamente, foi-se agravando o desentendimento entre as partes até culminar naescassez de álcool no país, deixando claro para a opinião pública que o Proálcool ainda não tinhaadquirido sustentação própria (SZMRECSÁNYI, 1991).

1988 - Com o problema de regularização de abastecimento de etanol nos postos decombustíveis, a população perdeu a confiança no setor sucroalcooleiro e produção de carros aálcool pelas montadoras caiu repentinamente; a defasagem nos custos dos combustíveis fósseisficou aquém do etanol, sendo suficiente para mudar a preferência dos compradores de carros novos(WAARCK, 1997).

1989 - A decadência do setor sucroalcooleiro, teve como consequência explícita a redução daprodução de carros a álcool nas montadoras brasileiras, passando de 88,4% para 19,9% (WAARCK, 1997).

Envio de sete variedades de cana-de-açúcar IAC ao Ministério de Desenvolvimento Rural(MDR) de Santo Antão, Cabo Verde, 24/7.

1990 - O governo federal fecha o Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA), iniciando-se assim adesregulamentação do setor sucroalcooleiro, com a diminuição do suporte governamental às usinas.Com o aumento da produção de cana brasileira e a superoferta de açúcar nos mercados livresmundiais, ocorreu uma grande queda dos preços (SZMRECSÁNYI, 1991).

No Estado de São Paulo, para diminuir os custos de produção, as usinas adotaram inovaçõesde modernização do setor. Um dos tópicos que passaram a ter ênfase foi o meio ambiente: estudossobre a supressão do fogo na colheita e de estudos para implementação da colheita de cana crua(GOULART, 1997). Com a melhor adequação de aproveitamento de subprodutos agregados, comobagaço na produção de energia e papel, vinhaça e torta de filtro como fertilizantes e outros subprodutosagregados da industrialização (São Paulo, SAA/SP, Documento Plano Indicativo: Comissão deProgramação de Cana-de-açúcar, 1990).

1991 - Criação da Fundação do Instituto Agronômico de Campinas (FIAC), com objetivo decolaborar com o IAC para o desenvolvimento de suas atividades científicas, em 4 de abril, DiárioOficial do Estado de São Paulo.

A crise do setor canavieiro continuava agravada, pela queda do preço do petróleo, que refletiana diminuição da demanda de carro a álcool no Brasil.

Com novas discussões iniciadas há alguns anos, em nível mundial, pelos ecologistas depaíses mais desenvolvidos sobre meio ambiente e energia limpa, essa idéia logo apoderada pelaComissão Mundial Sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas ao lançar “A

23Documentos, IAC, Campinas, 103, 2011

Carta da Terra”, em 1992. Exploram fatos como a degradação do mundo através de vários fatosincontestáveis como: a poluição do ar, da água, dos solos, do efeito estufa, da camada de ozônio, dodesmatamento, das catástrofes, e tornou-se o documento mais usado para pressionar os governos aguiar-se por novos dogmas (www.cartadaterrabrasil.org). O programa de produção de álcool brasileirojá instituído, por se tratar de energia limpa e renovável, passou a ser mais divulgado mundialmente ecitado como exemplo, fator que ajudou a reconquistar a simpatia perdida na década de 1980.

1992 - Criação do grupo fitotécnico de cana-de-açúcar na E.E. Ribeirão Preto do IAC, sob acoordenação de Marcos Guimarães de Andrade Landell. Esse grupo congrega pesquisadores deinstituições de pesquisa e de universidades, agrônomos fitotecnistas de usinas, destilarias, cooperativase empresas da área de insumos (Livro de Ata do mês de abril).

Transformação da Seção de Cana-de-Açúcar (SCA) em Programa Cana-de-Açúcar (IAC),incorporando-a à Divisão de Estações Experimentais, transferindo para a E.E. de Piracicaba todo o seupatrimônio. Resolução do Conselho Diretor do Instituto Agronômico (reunião em setembro de 2006).

1993 - É registrada nova doença nos canaviais brasileiros, o amarelinho - doença virótica quetirou do cultivo a variedade mais importante, em grande fase de expansão na época, a SP 71-6163(Ata de reunião do Grupo Fitotécnico de cana-de-açúcar em julho de 1993).

Convênio IAC/Copersucar. Desde a fundação da Copersucar estabeleceu-se uma cooperaçãotécnico-científica informal com o Instituto Agronômico até 1993, quando as duas instituições formularamo primeiro contrato de interesse comum, de vigência de cinco anos e renovável: “Convênio firmadoentre IAC/SAA e Copersucar, processo SAA 22.234/92, objetivando o interesse científico comum, odesenvolvimento de Know-how de hibridação de cana-de-açúcar em Camamu, BA”. (Diário Oficial,Folha 14, Seção I, de 27/04/1993).

Envio de minuta de proposta de convênio pelo IAC com a Universidade Federal de Alagoas(semelhante ao firmado com a Copersucar), objetivando um projeto de hibridação de cana-de-açúcarna Serra do Ouro, 31/8.

Envio de correspondência à SAA/SP, solicitando autorização para que os pesquisadores doPrograma Cana/IAC realizassem uma viagem científica a Tucuman e Salta, com o propósito de conhecerin loco o programa de hibridação de cana-de-açúcar realizado na Argentina, 12/4.

Experiências e depoimentos. Gestão da cooperação internacional. Aprimoramento dacooperação técnica científica internacional no Instituto Agronômico (LOPES, 1993).

1994 - Efetivação do Projeto Procana, sob coordenação de Marcos Guimarães de AndradeLandel,l com uma proposta de cooperação, envolvendo empresas do setor canavieiro, o InstitutoAgronômico (IAC) e a Fundação de apoio à Pesquisa Agrícola (Fundag) (FIGUEIREDO, 2008).

1995 e 1996 - Realização do Primeiro e do Segundo Treinamento Procana IAC. O objetivoera treinar os técnicos e fitotecnistas das empresas parceiras com os procedimentos experimentaisadotados pelo Programa Cana IAC. “Não basta dar um manual para os técnicos de empresas, pois aprática experimental envolve muitos conhecimentos que só podem ser adquiridos com a convivênciaprática” (LANDELL, atas do Grupo Fitotécnico, janeiro de 1995 e outubro de 1996).

1997 - O monopólio de distribuição de combustível, que era da Petrobrás até 1997, foi quebrado,passando a ser feito também por outras distribuidoras privadas e independentes (Decreto Oficial de 1.°/05).

Documentos, IAC, Campinas, 103, 201124

O governo deixa de definir os preços da cana, do açúcar e do álcool. Com a saída gradativada intervenção do Estado, o setor se aproxima cada vez mais da realidade em termos de custos epreços praticados (ESALQ, 1.°/05).

O governo brasileiro criou a legislação sobre os direitos de proteção de novas variedadesvegetais, a Lei n.° 9.456. Também, na regulamentação dessa Lei, criou-se junto ao Ministério daAgricultura, Pecuária e Abastecimento e o Serviço Nacional de Proteção de Cultivares (SNPC, 25/4).

Legislação ambiental e queimada da cana-de-açúcar (GOULART, 1997).Lançamento de novas variedades de cana-de-açúcar de sigla IAC que logo voltam a ser

cultivadas comercialmente nas usinas (LANDELL, 1997).Terceira Conferência Mundial do Meio Ambiente em Kyoto, Japão, cujo resultado marcante foi

o reconhecimento mundial que: “O progresso não pode ser símbolo de destruição com ônus para omeio ambiente” e a criação de projetos classificados de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, queestimula a redução da emissão de gases de efeito estufa no planeta (KYOTO, 1997).

1998 - Proteção no SNPC do Ministério da Agricultura das variedades IAC 86-2210 e IAC 87-3396, lançadas no ano anterior, 5/11. Atestados n.º 55 e 56.

Transformação do Programa Cana-de-Açúcar (IAC) em Centro de Cana-de-Açúcar, com sedeem Ribeirão Preto, SP (Decreto 43.037/98, Diário Oficial).

Apresentação de proposta de aumento do porcentual de adição de álcool anidro à gasolinade 22% para 24%, devendo aumentar para 26%, contrariando os interesses da Petrobrás e montadorasde veículos (Dec. Oficial, 15 de junho).

Realização do Terceiro Treinamento Procana/IAC. Diante das dificuldades do setor na época,esse treinamento teve como característica peculiar o objetivo de antever e direcionar projetos depesquisa futuros, compartilhar visões econômicas, e avaliar as perspectivas da cultura de cana-de-açúcar para os próximos anos (LANDELL, atas do Grupo Fitotécnico, 10/1997).

1999 - A liberação dos preços da cana, do açúcar e do álcool e as novas medidas adotadaspelas usinas para conter gastos, alteraram o relacionamento entre usineiros e fornecedores decana-de-açúcar (fevereiro de 1999).

A Fapesp lança o Projeto Genoma da Cana-de-Açúcar, sob a Coordenação do professorPaulo de Arruda da Unicamp (12 de abril).

A nova resolução governamental apresentada no ano anterior passa a vigorar com aumentodo porcentual de álcool anidro à gasolina de 22% a 24% (Dec. Oficial, 15 de julho).

Com a liberação dos preços dos subprodutos da cana-de-açúcar pelo governo, desenvolveu-se novo modelo de autogestão contendo um sistema para remunerar a matéria-prima e regras paraatender o relacionamento entre os produtores de cana-de-açúcar e as usinas de açúcar e álcool,considerando-se os custos de produção na lavoura e indústria e preços dos produtos industrializados(açúcar e álcool) no mercado. Este novo sistema foi adotado em vista da ATR (Açúcar TotalRecuperável). Assim, o valor da tonelada de cana-de-açúcar passou a ser definido pela quantidadede ATR entregue na usina pelo produtor de cana e pelos preços dos produtos industrializados nomercado, que são fatores de conversão do cálculo da ATR por uma fórmula matemática (ManifestoSertãozinho, 1999).

25Documentos, IAC, Campinas, 103, 2011

3. A FASE APÓS A CRIAÇÃO DO INSTITUTO AGRONÔMICO

Neste trabalho de levantamento no Instituto Agronômico sobre a trajetória da cana-de-açúcar,a primeira fase revela informações desde os primórdios do descobrimento das terras brasileiras até acriação do IAC. Em seguida é relatado tudo o que foi feito pelo Instituto Agronômico e também háregistro, no decorrer dos anos seguintes, de alguns fatos históricos correlatos e de importância, queocorreram paralelamente em várias épocas. Destacam-se o início da criação dos programas demelhoramento genético de cana-de-açúcar no mundo e outros relacionados com o desenvolvimentoda cultura, com a pesquisa agrícola brasileira e de certa forma de alguns momentos positivos enegativos, que contribuíram para o desenvolvimento de novas tecnologias e seus reflexos nodesenvolvimento do setor canavieiro, com o objetivo de construir a memória das atividadesdesenvolvidas no passado até o fim do século XX.

São relacionados alguns fatos políticos, econômicos e sociais registrados em documentos,associados ao setor canavieiro e relevantes, como a participação organizada do Instituto Agronômicopara evitar a entrada de materiais vegetais com patógenos exóticos no país. Essa atuação pioneirano Estado foi determinante no intercâmbio de sementes e mudas de diversas plantas, na formaçãodas primeiras coleções e de bancos de germoplasmas, responsáveis pela criação das primeirasvariedades brasileiras.

Logo após a fundação do Instituto Agronômico, Dafert e outros pesquisadores fizeram asprimeiras experiências sobre adubação em cana-de-açúcar de uma coleção de 42 variedadesclassificadas por Franz Benck em condições de campo. Os resultados foram relevantes, definindo asvariedades mais sensíveis a essa tecnologia, conforme relatórios de 1894, 1895 e 1896. Outrostrabalhos de pesquisa foram desenvolvidos na época e a coleção de cana-de-açúcar do IAC aumentavapara 65 variedades em 1904. Assim, mediante esses documentos, nota-se que no auge da cultura decafé, a cultura de cana-de-açúcar já tinha um espaço no Estado e contribuía para a expansão dasusinas, com demandas e estudos de interesse.

Neste período, as pesquisas com a cultura de cana estavam organizadas, com bom plantel devariedades, técnicas de adubação e informações sobre manejo das lavouras condizentes com aépoca e apoiadas pelos produtores de cana e usineiros.

4. FATOS RELACIONADOS COM EPIFITIA DO MOSAICO

A epifitia do mosaico chega aos canaviais paulistas, dizimando-os pelo ataque generalizadodas variedades nobres em cultivo. Há também informações sobre as variedades POJ 36 e POJ 213,criadas em cruzamentos realizados em Java, que já estavam em experimentação na fazenda SantaElisa do IAC, procedentes da Argentina e cultivadas em pequena escala na fazenda Guatapará, naregião de Ribeirão Preto (SP).

O papel do Instituto Agronômico é marcante na renovação dos canaviais de São Paulo arrasadospelo ataque do mosaico nas variedades nobres cultivadas em torno da década de 1920; atuou com aintrodução das primeiras variedades criadas nos programas de melhoramento de Java, da Índia e deCanal Point, nos Estados Unidos, e de outros países e também participou da adaptação dessesmateriais em experimentos na E.E. de Piracicaba.

Documentos, IAC, Campinas, 103, 201126

5. REGISTRO DE FATOS IMPORTANTES DA DÉCADA DE 1920

A constatação do mosaico nos canaviais paulistas, causando drástica queda de produçãocom grandes consequências econômicas para todo o setor, promoveu o envolvimento de dirigentesde classe, políticos, pesquisadores, professores, agrônomos e produtores para resolver esse problemacomplexo. Como esse fato requeria tempo e mais investimentos financeiros, houve muitas discussõese desgastes para definir a melhor proposta. Um grupo defendia a tese do melhoramento genético,um trabalho de longo prazo; as tentativas realizadas no passado, no Nordeste, em 1901, no Rio deJaneiro, em 1918, e em Piracicaba, em 1927, todas ineficientes, naquele momento contribuíramcomo argumentos para valorizar e adotar uma proposta mais simples. Ganhou a tese defendida porJosé Vizioli, proposta de curto prazo e que atendia diretamente à classe produtora.

A proposta consistia na criação da Estação Experimental de Piracicaba com um grupo deagrônomos para trabalhar com cana sob seu comando; as atribuições constariam de: importação devariedades estrangeiras de boa qualidade agroindustrial por intermédio do IAC, enquanto aclimatação,seleção e produção de mudas rogadas, livres de doenças em campos experimentais, seriam feitasna unidade de Piracicaba, para atender de forma rápida à renovação dos canaviais paulistas dizimadospelo mosaico.

Assim, o Programa de Criação de Mudas Selecionadas, do plantel de variedades introduzidas,inicialmente pôde servir as usinas com as variedades que aqui chegaram primeiro, as canas javanesasde prefixo POJ, que, a partir de 1932, já dominavam 80% das áreas renovadas. Esse trabalho continuoupor vários anos seguidos, dando suporte à canavicultura brasileira com outras variedades importadas:POJ, Co, CP e outras siglas, que eram aclimatadas na Estação Experimental de Piracicaba.

6. REGISTRO DE FATOS IMPORTANTES DA DÉCADA DE 1930

A criação do grupo de trabalho foi iniciativa de José Vizioli, agrônomo da Terceira SeçãoTécnica do Departamento de Produção Vegetal, com sede no Campo de Demonstração de PlantasSacarinas e Oleaginosas, localizada nas terras da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz daSecretaria da Agricultura, do qual ele logo se afastou. Nesta época, José Manoel de Aguirre Junior foidesignado para a área de melhoramento genético de cana e em seguida preparado para desenvolvero projeto de hibridação por meio de estágio sob a orientação dos melhores especialistas do IAC e daEsalq, doutor Krug e doutor Briger respectivamente. Ele respondeu aos ensinamentos teóricos,passando para a prática e dando início ao processo de experimentação de cana-de-açúcar,primeiramente na Estação Experimental de Miracatu, litoral sul, marcando com este ato, nova erapara a cana-de-açúcar no Instituto Agronômico e no Estado de São Paulo, com a realização dosprimeiros cruzamentos em 1934, que somaram mais de mil seedlings. Dessa população saíram asprimeiras canas de sigla IAC (IAC 34-376; IAC 34-536; IAC 34-553; IAC 34-563). Continuou com ostrabalhos de hibridação em 1935 e 1936, na região quando surgiu a IAC 36-25, que perdurou pormuitos anos em cultivo como variedade forrageira.

No ambiente de desenvolvimento e mudanças pelo qual atravessava a agroindústria da cana-de-açúcar havia muitos interesses e pressões tanto da área agrícola como da indústria. As canasjavanesas, a princípio encaradas como a grande solução para controlar o mosaico, não correspondiamno campo à expectativa dos usineiros acostumados com a riqueza das canas nobres como as daespécie S. officinarum.

27Documentos, IAC, Campinas, 103, 2011

A Secretaria da Agricultura para atender às demandas políticas e econômicas fazia reformas epromovia várias mudanças estruturais e de encargos, provocando muitas vezes acúmulo de atribuiçõese tarefas. Os dirigentes estavam mais interessados em resolver problemas imediatos de curto prazoque atendessem às pressões do setor canavieiro. O momento era de muitos questionamentos eincertezas sobre os trabalhos experimentais e as mudanças técnicas que estavam ocorrendo naquelemomento nas lavouras do Estado e quanto às perspectivas futuras da cultura da cana-de-açúcar,aliada às novas exigências do setor.

O Instituto Agronômico, que defendia como principal linha de trabalho um projeto de longoprazo, tendo como base o melhoramento genético, carecia de apoio e argumentos para superar osobstáculos políticos e convencer os dirigentes da Secretaria da Agricultura, que ignoravam as vantagensda tecnologia do melhoramento genético para a cana-de-açúcar naquele momento. Por esse motivo,esse assunto não era prioritário entre as lideranças políticas, ficando assim por falta de definição e derecursos em segundo plano. Passou por um período de várias coordenações dentro do InstitutoAgronômico, sem alcançar a continuidade necessária no desenvolvimento das hibridações nos 12anos seguintes, até a constatação de um novo patógeno, Ustilago scitaminea, agente causal docarvão da cana, na região de Assis (SP), em 1947.

Das novas introduções, o maior destaque foi a Co 290, a melhor variedade adaptada dogrupo, embora de resistência intermediária ao mosaico, mas com o programa de produção de mudassadias, seu cultivo expandiu-se rapidamente em todo o Estado.

A Estação Experimental de Piracicaba tinha um plantel de 60 cultivares de cana em multiplicaçãono projeto de mudas selecionadas, e essas mudas foram usadas para a renovação dos canaviaispaulistas.

José Manoel de Aguirre Junior destacava-se no grupo, pois era o pesquisador mais habilitadopara desenvolver as atividades de melhoramento de cana, mas estava sobrecarregado com atividadesadministrativas, ou seja, respondia pela chefia da E.E. de Piracicaba, que recentemente tinha passadopara o comando do Instituto Agronômico, e também respondia pela chefia da recém-criada Seção deCana-de-Açúcar/IAC. Somado ao acúmulo de tarefas, de incertezas científicas e com a reclamaçãodo setor sobre a baixa produtividade de açúcar dos canaviais renovados com as variedades javanesas,havia a falta de apoio estrutural, financeiro e até de pessoal para desenvolver o programa demelhoramento de cana no litoral naquela época. Diante dessas dificuldades, ele ficou com a chefia,opção mais coerente para as circunstâncias daquele momento.

Em consequência da crise financeira mundial decorrente da quebra da bolsa de Nova York, ogoverno brasileiro tomou algumas medidas para aliviar a crise açucareira, entre as quais estava acriação do IAA para impor cotas de produção de açúcar às usinas e promover a produção de álcoolanidro em larga escala para misturar à gasolina e atender ao decreto governamental para conter oscustos com a importação de combustível.

7. REGISTRO DE FATOS IMPORTANTES DA DÉCADA DE 1940

A Esalq, sob a coordenação da USP, restringe a atuação da Estação Experimental dePiracicaba, solicitando as áreas ocupadas.

A SCA foi transferida para Campinas, e Homero Corrêa de Arruda assume a chefia da E.E.,que anos mais tarde faz a mudança da Estação para terras próprias.

Documentos, IAC, Campinas, 103, 201128

Aguirre tem nova função no Instituto Agronômico, sendo nomeado chefe da Seção de Plantas

Fibrosas. O retrospecto do andamento do projeto de criação de novas variedades de cana-de-

açúcar no IAC, iniciado em 1934, ainda continuou até 1936 sob o comando de Aguirre. Com a saídade Aguirre do projeto de melhoramento para cargos administrativos, em meados dessa década, omelhoramento de cana passa para a coordenação de outros pesquisadores e a seguir atravessauma fase de instabilidade e estagnação, com a descontinuidade das hibridações até 1947.

É constatado o carvão nos canaviais paulistas, na região de Assis, e para atender àsnecessidades do momento, reorganizam-se na SAA as pesquisas de cana-de-açúcar no Estado. Omelhoramento de cana volta às mãos do seu criador, José Manoel de Aguirre Junior, que logoreorganizou o programa, passando a fazer os cruzamentos na E.E. de Ubatuba.

Na Estação de Piracicaba chega mais uma introdução de cana dos Estados Unidos, entreelas está a Co 419, variedade que foi também de grande aceitação na agroindústria brasileira. Nestadécada chegam de Campos/RJ para teste na E.E. de Piracicaba, os primeiros clones de sigla CB.

Por causa da guerra e dos problemas criados com o transporte marítimo na costa brasileira,houve excedente de açúcar no Nordeste e escassez no Centro-Sul, o que gerou a criação novosengenhos no Estado de São Paulo.

8. REGISTRO DE FATOS IMPORTANTES DA DÉCADA DE 1950

Por causa do carvão, surge nova fase no setor canavieiro do Estado de São Paulo, quandoJosé Manoel de Aguirre Junior, o mais capacitado para desenvolver o programa de melhoramento, foireconduzido à direção da Seção de Cana-de-Açúcar onde havia um grupo de cinco agrônomoscontratados. Logo são reiniciados e regularizados os cruzamentos de progênies de cana-de-açúcarno banco de germoplasma de Ubatuba, de onde se obtém as sementes dos cruzamentos, enquanto aprodução de seedlings era realizada simultaneamente em Campinas, com testes de agentespatogênicos de doenças em casa de vegetação, e pelo Instituto Biológico.

Os seedlings que passavam na primeira fase eram cultivados no campo e submetidos à seleçãono final do ciclo; os selecionados eram levados e submetidos a ensaios preliminares de competiçãona E.E. de Piracicaba, que duravam alguns anos, e, em seguida, os melhores clones obtidos eramlevados para os ensaios regionais nas usinas cooperadas do Estado.

A SAA solicita ao doutor Aguirre, coordenador das pesquisas com cana-de-açúcar no Estado,a ampliação da produção de mudas selecionadas no Instituto Agronômico, com objetivo de atender àdemanda do setor canavieiro naquele momento.

Os trabalhos de hibridação de Aguirre no Estado de São Paulo, sua liderança em trabalhos decana-de-açúcar da Secretaria da Agricultura, denominados Organização dos serviços de cana-de-açúcar da Secretaria da Agricultura, e com a ampliação do serviço de produção de mudas selecionadas,expandindo-se para outras Estações Experimentais do IAC, dentro e fora do Instituto, foram muitoimportantes para estabilizar e dar continuidade nas décadas seguintes ao programa de melhoramentode cana-de-açúcar do Instituto Agronômico.

A criação da Comissão de Controle do Carvão da Cana-de-açúcar e o rigor de sua atuaçãologo erradicaram a doença nos canaviais do Estado.

Clones das siglas IAC, CB e de outras são enviados para teste de competição na E.E. dePiracicaba.

O Instituto Agronômico e o setor canavieiro perdem o doutor Aguirre, falecido em 1954, e

29Documentos, IAC, Campinas, 103, 2011

Antonio Lazzarini Segalla, Rafael Alvarez e Homero Corrêa de Arruda começam a aparecer no cenário,com projetos, trabalhos e relatórios sobre pesquisa de cana-de-açúcar da SCA/IAC e da E.E. dePiracicaba.

Esta década também despertou nas lideranças do setor a busca de novos rumos para promovera expansão da agroindústria canavieira brasileira. Com o projeto de estudo de solos de cerradosbrasileiros, iniciou-se a correção desses solos, a fim de aproveitá-los para a implantação da agricultura.

9. REGISTRO DE FATOS IMPORTANTES DA DÉCADA DE 1960

No fim da década de 1960, foi criado um novo programa de melhoramento de cana-de-açúcarno Estado: a Copersucar, grande empresa privada com recursos para atuar em todas as áreas daagroindústria sucroalcooleira e logo a seguir o Planalsucar, subordinado ao IAA, com projetosplanejados e executados com recursos federais. As auspiciosas atuações das lideranças dessasinstituições fortaleceram suas ações na área de desenvolvimento tecnológico em busca de novasvariedades de cana das siglas SP e RB.

O Instituto Agronômico iniciou a distribuição para os Estados brasileiros de variedades decana-de-açúcar de sigla IAC.

O aumento significativo da importação de variedades e clones de cana pelo Instituto Agronômicoenriquecia as coleções de cana-de-açúcar e os bancos de germoplasma do IAC, favorecendo tambémos programas da Copersucar e do Planalsucar, que estavam sendo criados.

Houve introdução de mais clones de sigla CB para testes de competição na E.E. de Piracicaba.

10. REGISTRO DE FATOS IMPORTANTES DA DÉCADA DE 1970

Enquanto os dois novos programas, Copersucar e Planalsucar, se desenvolviam, a pesquisaoficial de cana da Secretaria da Agricultura refletia negativamente no Estado, que passava a priorizaroutras culturas mais carentes de recursos. A SCA do Instituto Agronômico ainda se ressentia com afalta de seu grande líder Aguirre, além de não possuir recursos financeiros, estrutura e pessoal habilitadopara desenvolver o projeto de melhoramento na SCA. A falta de interesse pelos projetos institucionaisde cana forçou outras modificações, às quais os pesquisadores da seção tiveram que se adaptarprontamente, restringindo ainda mais suas atividades de pesquisa nesta área.

Houve grande número de importações de variedades e clones de cana pelo Instituto Agronômico,evidenciado pela documentação levantada e pelo grande número de agentes envolvidos no processode introdução de materiais vegetais, destacando-se os muitos agentes governamentais para o assuntoe a burocracia que transitava entre várias instituições, antes, durante e depois de cada processo,enfatizando os cuidados na introdução de plantas.

O fato mundial negativo para a sociedade foi a alta repentina de preços do petróleo no mercadomundial. Nessa época também, começava outra crise de superprodução de açúcar para o setorcanavieiro brasileiro, atingindo novo pico de oferta de açúcar no mercado livre mundial. Foram essesdois fatores negativos para a economia brasileira que promoveram uma ação ousada do governo napolítica agrícola brasileira: A criação do programa federal Proálcool, inicialmente, como aditivo à gasolinae depois da segunda alta de preços do petróleo, o passo mais ambicioso: substituir a gasolina porálcool hidratado.

Documentos, IAC, Campinas, 103, 201130

Para atender a esse programa foram também disponibilizados grandes financiamentos peloBanco Mundial para ampliação e criação de destilarias autônomas e de lavouras de cana-de-açúcarem todo o país, tendo em vista o processo inflacionário a custo muito baixo, o que promoveu grandecrescimento da agroindústria canavieira.

Com a criação do Proálcool em 1975, houve grande surto de desenvolvimento do setorcanavieiro até o fim da década de 1980, e os carros a álcool constituíam 94% da produção dasmontadoras. O governo definia e remunerava adequadamente as usinas e destilarias de álcool emantinha uma relação diferenciada entre os preços de álcool e da gasolina, levando a produção deálcool por todos os Estados brasileiros.

Foi introduzida da Argentina, a variedade Na 56-79, que pelas suas características agrícolas etecnológicas marcou época nas lavouras brasileiras, sendo a mais cultivada em todas as usinas até1987.

Foi substituído o pagamento da produção pelo peso da cana (TCH) pelo teor de sacaroseencontrado na matéria-prima.

11. REGISTRO DE FATOS IMPORTANTES DA DÉCADA DE 1980

É oportuno frisar que até 1984 o êxito do Proálcool superava todas as previsões e seapresentava estável. Em São Paulo, a Região Oeste do Estado foi a que mais se desenvolveu. Esseprograma promoveu o desenvolvimento da agricultura para fins energéticos. A queda gradual dopreço do petróleo e a consequente sobra de gasolina nas refinarias brasileiras, porém, começaram adesorganizar o setor sucroalcooleiro e diminuir a venda de veículos a álcool, que despencou em 1988de 88% para 20% em 1989 e continuou descendo, desagregando financeiramente muito da estruturado Proálcool, montada na década anterior.

Foi um susto a constatação da ferrugem atacando os canaviais de São Paulo, Paraná e MinasGerais, em 1986, afetando diretamente algumas variedades importantes comercialmente cultivadas.Porém, em virtude das medidas tomadas previamente (testes de resistência de muitas variedadescomerciais realizados no exterior), de modo geral, o impacto foi bem menor que as constataçõesanteriores de outras doenças.

A SCA já vinha desenvolvendo seedlings em Piracicaba, Ribeirão Preto, Jaú e Pindorama.Alvarez, ao se aproximar da aposentadoria compulsória, lançou a ideia de criação de variedadesregionais, englobando no programa, as estações de Mococa e Assis, aproveitando melhor, parapesquisas com cana-de-açúcar, a estrutura de seis Estações Experimentais do Instituto Agronômico(Piracicaba, Ribeirão Preto, Jaú, Mococa, Pindorama e Assis).

Esta década caracteriza-se pelo esplendor e pela decadência do Proálcool por causa dealguns fatores ocorridos na época, como: falta de política adequada para o setor, queda gradual dopreço do petróleo, sobra de gasolina nas refinarias brasileiras, aumento do preço do açúcar no mercadointernacional e ganância e imaturidade de algumas lideranças, resultando no desentendimento entreGoverno e Petrobrás e na desorganização do setor. A crise de abastecimento de álcool chegou aospostos de combustíveis, gerando o descrédito da sociedade brasileira com o Proálcool. Esses fatosderam início a um grande período de crise econômica para o setor.

O Governo decreta o fim do Instituto do Açúcar e do Álcool, justamente quando há uma sensívelqueda dos preços do açúcar no mercado externo. Ainda, pelas boas condições climáticas do Centro-Sul houve aumento da produção e queda dos preços tanto no mercado externo como no interno.

31Documentos, IAC, Campinas, 103, 2011

O IAC, que tinha perdido o espaço técnico-científico para outros programas de melhoramentono Estado, também encerrou o convênio de introdução de cana-de-açúcar e desalojou as instalaçõesdo quarentenário na E.E. de Monte Alegre do Sul, enquanto a SCA estava com a imagem comprometidainternamente por motivo de crise administrativa.

12. REGISTRO DE FATOS IMPORTANTES DA DÉCADA DE 1990

Na década de 1990, permaneceram os reflexos negativos da crise do setor, com aumentocrescente da produção e de estoques de açúcar e álcool, sem aumento de demanda desses produtosno mercado nacional e internacional. Esse ambiente negativo despertou muitas discussões e estudosde temas importantes, como a substituição da colheita manual com queima para a colheita da canacrua, que poderia proporcionar às usinas boas economias sem, contudo, agredir ao meio ambiente.Também os subprodutos da cana poderiam ser usados na produção de energia, de fertilizantes, naindústria de papel, de biogás, de leveduras que poderiam complementar a ração animal.

Outro fator importante das discussões era o respeito ao meio ambiente; analisavam-se asvantagens do etanol e as perspectivas futuras que poderiam ajudar no controle do efeito estufa, dapoluição provocada pela queima de combustíveis fósseis comprometendo a qualidade do ar,principalmente nos grandes centros urbanos. Todos esses fatores contribuíram para que o mercadodo álcool começasse a crescer, principalmente o de álcool anidro, já usado com sucesso no Brasilcomo aditivo da gasolina. Este poderia ser exemplo e boa alternativa para diminuir a poluição emoutros países.

A Lei de Proteção de Cultivares foi promulgada e instituída por meio do Serviço Nacional deProteção de Cultivares (SNPC), contribuindo para maior valorização dos programas de melhoramentode plantas e foram também as grandes inovações da agricultura brasileira.

O setor sucroalcooleiro continua ainda de forma nítida sob os reflexos negativos da crisecausada no final da década anterior.

O Programa Cana do Instituto Agronômico, sob a coordenação de Marcos G. A. Landell e Héliodo Prado começou a fazer os primeiros estudos sobre ambientes de produção de cana, envolvendoanálises pedológicas e de retenção de água, em condições de clima tropical. Os resultados permitirama identificação da potencialidade e limitações dos principais tipos de solos para o cultivo e a alocaçãodas variedades de cana-de-açúcar mais responsivas para cada ambiente de produção nas lavouras.

Foram oficializadas as reuniões de cana-de-açúcar na E.E. de Ribeirão Preto, passando a serdenominadas de reuniões do Grupo Fitotécnico. A SCA/IAC foi transformada em Programa Cana/IAC,subordinada à Divisão de Estações Experimentais, passando naquele momento a atuar de formasistêmica em sete estações localizadas nas regiões canavieiras mais importantes, e a interagirdiretamente com usinas e produtores de cana próximos dessas unidades no Estado. Sendo essamedida positiva pelas consequências notadas nos anos subsequentes, ela possibilitou em poucotempo a efetivação da cooperação através de convênio técnico com as empresas do setor canavieiro.

Por outro lado, nesta década, ocorreram muitas discussões de temas importantes, entre osquais, os relacionados com o meio ambiente, como o uso do fogo, da água, do solo e de defensivos,entrando em pauta: a discussão da queima da cana-de-açúcar, tradicionalmente usada para facilitar ocorte manual; as discussões e os testes de plantio mecanizados e de colhedoras de cana crua; aretirada de circulação dos defensivos clorados; o maior rigor de controle da erosão no preparo do soloe do uso do plantio direto; maiores cuidados na aplicação de vinhaça e do uso da água na irrigação.

Documentos, IAC, Campinas, 103, 201132

De certa forma, essas discussões resultaram em algumas mudanças interessantes, que estão sendoimplementadas gradativamente no setor.

A constatação de nova doença desconhecida na cultura da cana-de-açúcar – o amarelinho –e a demora para definir o agente causal dessa doença, que se manifestou de forma drástica sobre aSP71-6163, variedade em grande expansão nos canaviais comerciais, resultaram em muitas reuniõese discussões técnicas do setor para definir as melhores estratégias de controle do mal, uma vez que,muitas usinas plantaram essa variedade em grandes áreas, e estavam em busca de soluções, diantedesse problema complexo, a fim de diminuir os prováveis prejuízos econômicos que ocorreriam.

A liberação dos preços da cana, do açúcar e do álcool, a redução da demanda desses produtosno mercado, e a adoção da ATR (açúcar total recuperável) como unidade reguladora entre os agentesprodutores de cana-de-açúcar e os da agroindústria configuravam os momentos difíceis pelos quaispassava o setor.

O complexo agroindustrial canavieiro ainda continuava passando por uma grave crise econômicaprovocada pelo excesso de oferta, pelos grandes estoques de produção, pela baixa demanda etambém pela pressão de nova legislação ambiental. Esse fato refletiu na redução de 4,5% da área decolheita de 1999/2000, (o que significa doze milhões de toneladas), promovendo ainda a devoluçãode áreas arrendadas, a redução da renovação de canaviais velhos e a de tratos culturais, diminuindoa produtividade do setor.

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