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1 O IMPACTO DA IAS 41 E O SEU VALOR RELEVANTE NAS EMPRESAS AGRÍCOLAS COTADAS Ana Isabel dos Santos Martins Rui Manuel Pais de Almeida Tânia Alves de Jesus Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Lisboa Área temática: b) Valoración y Finanzas Palavras-chave: Harmonização Contabilística, Activos Biológicos, Justo Valor, Valor Relevante. 95b

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O IMPACTO DA IAS 41 E O SEU VALOR RELEVANTE NAS EMPRESAS AGRÍCOLAS COTADAS

Ana Isabel dos Santos Martins

Rui Manuel Pais de Almeida

Tânia Alves de Jesus

Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Lisboa

Área temática: b) Valoración y Finanzas

Palavras-chave: Harmonização Contabilística, Activos Biológicos, Justo Valor, Valor Relevante.

95b

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O IMPACTO DA IAS 41 E O SEU VALOR RELEVANTE NAS EMPRESAS AGRÍCOLAS COTADAS

RESUMO

Este estudo tem como finalidade analisar se o modelo do justo valor dos activos biológicos se encontra a

ser aplicado nas empresas cotadas do sector agrícola e de que forma e, ainda, apurar se a sua aplicação

é relevante, averiguando sobre a sua utilidade aquando da tomada de decisão dos investidores.

Após uma revisão dos principais conceitos e definições associados ao tema, enquadramento contabilístico

e breve revisão da literatura investiga-se o impacto dos activos biológicos e das suas variações nas

demonstrações financeiras de várias empresas agrícolas cotadas e que divulgam activos biológicos de

acordo com as normas do IASB.

Conclui-se que, apesar do impacto dos activos biológicos no Balanço ser significativo, os investidores

parecem não ser sensíveis ao modo de mensuração desses activos uma vez que estes não apresentam

valor relevante. Contudo, os investidores consideram o valor dos capitais próprios aquando da sua

tomada de decisão, o que permite concluir que, o IASB alcançou em parte algum sucesso em atingir o seu

objectivo de, com a aplicação das IFRS, disponibilizar informação que é útil para a tomada de decisão dos

utentes que utilizam essa informação.

ABSTRACT

The goal of this study also involves analyzing whether fair value should be applied to listed companies in

the agricultural sector and in what form, and also whether the application of fair value in the measurement

of biological assets is relevant to the decision making processes of investors. We investigate the impact of

biological assets and their variations in the financial statements of several agricultural companies, which

publish their biological assets in accordance with IASB standards.

We conclude that investors are not particularly sensitive to the method of measuring biological assets in

the agricultural entities but are more interested in the financial performance of these entities seen in a

more global view, i.e., investors' decisions are significantly influenced by the results and the property that

they disclose.

Keywords: Accounting Harmonization, Biological Assets, Fair Value, Value Relevant.

1. INTRODUÇÃO

A adopção das normas do IASB pela União Europeia é já considerada um dos grandes eventos da história

do reporte financeiro que tem feito com que este corpo normativo se torne como o modelo ou sistema

contabilístico até agora mais aceite a nível mundial. No entanto várias críticas têm surgido. Por um lado,

têm sido levantados aspectos relacionados com o facto deste modelo de normativo internacional dar

preferência, por motivos económicos, ao modelo anglo-saxónico, abandonando antigas tradições

contabilísticas (Whittington, 2005). Por outro lado, também têm sido apontados aspectos relacionados

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com a diversidade contabilística vista como uma das principais barreiras que se coloca à análise

internacional.

O IASB preconiza o desenvolvimento de normas internacionais de contabilidade relevantes para a

generalidade das empresas. Enquanto a maioria dessas normas são aplicáveis a um grande leque de

diferentes actividades existem algumas muito específicas, apenas aplicadas a alguns sectores que têm de

ser tratadas à parte, é o caso da norma da Agricultura, IAS 41.

A IAS 41 traz consigo a obrigatoriedade da avaliação e divulgação dos activos biológicos e dos produtos

agrícolas das empresas ao justo valor. Apesar do justo valor implicar um valor baseado no mercado e,

embora existam mercados ao redor do mundo para muitos produtos agrícolas, continua a não haver

mercado para a totalidade dos activos biológicos. Um activo biológico mensurado através do modelo do

custo pode aproximar-se do justo valor quando uma pequena transformação biológica tiver ocorrido desde

o início da vida do activo biológico. Claramente, cada tipo de activo biológico possui as suas

características e ciclos de vida específicos, de forma que a questão também é subjectiva. Assim, caso

pretendam usar o custo como parâmetro do justo valor, caberá às empresas e aos seus especialistas

avaliar se a transformação biológica ocorrida foi pequena ou relevante. No entanto, quando essa

transformação prosseguir, o justo valor terá de ser mensurado por um valor diferente do custo.

O justo valor poderá ser relevante, mas não necessariamente de maior confiança. A fiabilidade versus

relevância é uma das questões chave na informação financeira e um dos principais debates em curso

continua a ser a transição do modelo do custo para o modelo do justo valor.

Dado o contexto acima descrito, esta investigação pretende dar um contribuo para a sociedade

académica e profissional, trazendo mais luz a este tema. Considerou-se uma questão contabilística

relevante estudar a recente reforma e as mudanças nas regras de contabilidade e adopção das IFRS no

que diz respeito ao registo contabilístico dos activos biológicos para as actividades agrícolas. Esta é uma

questão que tem gerado muita controvérsia entre os vários agentes económicos envolvidos.

Desta forma, esta pesquisa tem como objectivo geral: contribuir para a melhoria dos conhecimentos sobre

o tratamento contabilístico dos activos biológicos nas entidades agrícolas. Por outro lado, os objectivos

específicos deste trabalho passam por analisar se a aplicação do justo valor na mensuração dos activos

biológicos tem valor relevante do ponto de vista dos investidores, sendo que a informação relevante é a

informação que tem a capacidade de fazer diferença nas decisões dos investidores e que por isso pode

afectar o valor de mercado da empresa

Este artigo encontra-se dividido da seguinte forma: Após a introdução e enquadramento teórico segue-se

a regulamentação contabilística e uma breve revisão da literatura. Por fim é apresentado o estudo

empírico e as conclusões do estudo.

2. ENQUADRAMENTO TEÓRICO

Neste capítulo são apresentados de forma sucinta os conceitos mais relevantes relacionados com a

agricultura e a actividade agrícola de forma a contextualizar a IAS 41.

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2.1 Conceito de Agricultura

De acordo com o IASB e conforme a IAS 41 a actividade agrícola define-se como "a gestão, efectuada por

uma entidade, da transformação biológica de activos biológicos (animais vivos ou plantas) para venda,

para produção agrícola (obtenção de produto colhido dos activos biológicos da entidade), ou para,

transformação em activos biológicos adicionais”. Para o IASB o conceito de actividade agrícola esgota-se

no processamento do produto agrícola após a colheita1, limitando, assim, a actividade agrícola à

separação do produto agrícola do activo biológico que lhe deu origem ou pela cessação da produção (fim

da vida útil) do activo biológico (Pires e Rodrigues, 2008). A exclusão do produto agrícola após o ponto de

colheita significa que a norma não trata de actividades tais como a transformação das uvas em vinho ou

da cana-de-açúcar em açúcar. De acordo com as Basis for Conclusions of IAS 41, o IASB, ainda

considerou incluir esta actividade no âmbito da IAS 41, mas por fim concluiu que a mesma não seria

diferenciada com suficiente clareza.

Segundo a IAS 41, a principal característica que distingue a actividade agrícola, relativamente a outras

actividades, é a obtenção de produtos decorrentes de transformação biológica, ou seja, através de

processos de crescimento natural, degeneração, produção e procriação que resultem em alterações

qualitativas ou quantitativas do activo biológico. É portanto necessário determinar em primeiro lugar se o

activo biológico é consequência de um acto de gestão para poder ser considerado fruto da actividade

agrícola. A gestão de alterações de activos biológicos tem aqui um papel decisivo. Terá de haver

intervenção da entidade no processo de capacidade de alteração dos ditos activos, quer isto dizer que os

animais vivos e plantas são capazes de transformação biológica por si só como é o caso dos pinheiros e

eucaliptos que crescem numa serra apenas com sol, chuva e terra sem ninguém lhes tocar mas desta

forma não podem ser mensurados como activos biológicos pois não houve intervenção da entidade para

que crescessem e se desenvolvessem. Ainda de acordo com o mesmo normativo esta gestão visa facilitar

a transformação biológica pelo aumento, ou, pelo menos, pela estabilização das condições necessárias

para que o processo ocorra (por exemplo, níveis nutricionais, mistura, temperatura, fertilidade e luz).

Neste contexto, também a pesca oceânica e a caça de animais selvagens não são consideradas

actividade agrícolas de acordo com a IAS 41 porque são colhidas de fontes não geridas.

Não obstante, para estes casos de transformação biológica poderem ser considerados activos biológicos

reconhecidos, é condição necessária que os mesmos sejam controlados pela entidade como resultantes

de acontecimentos passados, com um justo valor fiavelmente mensurado e que dos quais seja provável o

influxo de benefícios económicos futuros.

3 - REGULAMENTAÇÃO CONTABILÍSTICA

Uma vez apresentados os conceitos específicos relacionados com a actividade agrícola, segue-se uma

breve descrição das várias etapas do tratamento contabilístico, preconizados pelo IASB e pelo normativo

português sobre este sector.

1 O produto agrícola que uma entidade tenha colhido proveniente dos seus activos biológicos é mensurado, no

reconhecimento inicial, pelo seu justo valor menos os custos estimados no ponto de venda, na altura da colheita. Este

será o custo dos inventários à data de aplicação da respectiva IFRS (IAS 2 Inventários).

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3.1 IASB

3.1.1 IAS 41 Agricultura

O projecto de norma sobre a agricultura deu origem, em Dezembro de 2000, à aprovação da International

Accounting Standard nº 41 Agriculture. Nos termos desta norma, os activos biológicos e produtos

agrícolas devem ser reconhecidos quando: “Uma entidade controla um activo como consequência de

acontecimentos passados, seja provável que benefícios económicos futuros associados a esse activo

fluirão para a entidade, e o justo valor ou custo do activo possa ser mensurado com fiabilidade”. A mesma

norma diz ainda que os activos biológicos devem ser mensurados no reconhecimento inicial e em cada

data de relato subsequente pelo seu justo valor menos os custos estimados no ponto de venda, excepto

quando o justo valor não possa ser mensurado com fiabilidade.

Na revisão anual das IFRS, emitida em Maio de 2008, o IASB reformulou o termo "custos de venda"

anteriormente utilizado nesta norma para “custos no ponto de venda” de forma a criar consistência com

outras normas2. O Conselho decidiu que "custos no ponto de venda" e "custos de venda" significavam a

mesma coisa no contexto da IAS 41, ou seja, os custos no ponto de venda incluem comissões a

corretores e negociadores, taxas de agências reguladoras e de bolsas de mercadorias e taxas de

transferência e direitos. Os custos no momento de venda excluem os custos de transporte e outros

necessários para levar os activos para o mercado. Existe alguma polémica relativamente a este

entendimento, que é abordada nas Basis for Conclusions of IAS 41, argumentando-se por um lado que os

custos no ponto de venda não deveriam ser deduzidos num modelo de justo valor, na medida em que se

pode estar a criar uma estimativa tendenciosa de cálculo dos fluxos de caixa esperados. Por outro lado, e

foi este o entendimento do Conselho, defende-se que a quantia escriturada de um activo deve representar

os benefícios económicos que se espera venham a fluir para a entidade e dessa forma dever-se-á ter em

conta a dedução dos custos estimados no ponto de venda para evitar o adiamento do reconhecimento

dessa perda.

De acordo com a IAS 41 há uma presunção de que o justo valor pode ser mensurado com fiabilidade para

um activo biológico. Esta presunção somente pode ser refutada no reconhecimento inicial. Embora o justo

valor possa não estar disponível no momento do reconhecimento inicial, nada impede que por exemplo,

se abra um mercado activo para esse bem, sendo que em tais circunstancias esses activos biológicos são

mensurados pelo justo valor menos os custos estimados no ponto de venda a partir do momento em que

a medida fiável do justo valor se torne disponível. No cenário inverso, no entanto, uma entidade que tem

os seus activos biológicos mensurados ao justo valor menos os custos estimados no ponto de venda não

pode reverter para um modelo de custo mesmo que uma medida fiável do justo valor deixa de estar

disponível. Assim sendo, a mensuração pelo custo só é admissível quando uma medida fiável do justo

valor não está disponível no momento do reconhecimento inicial.

Quanto à produção agrícola, a IAS 41 presume que o justo valor no ponto de colheita seja sempre

mensurável. A IAS 41 especifica ainda que o justo valor tem em conta a localização de um activo e a sua

condição presente. Assim, é relevante o impacto dos custos de transporte na medição do justo valor. Por 2 Nomeadamente com a IFRS 5 - Activos Não Correntes Detidos para Venda e Unidades Operacionais

Descontinuadas e com a IAS 36 - Imparidade de Activos.

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exemplo, o justo valor do gado numa fazenda é o preço do gado no mercado relevante menos o

transporte e outras despesas, para levar o gado da fazenda para esse mercado. O requisito para a

mensuração do justo valor de ter em conta a localização de um activo parece contradizer o parágrafo da

mesma norma onde se afirma que "os custos no ponto de venda excluem os custos de transporte e outros

necessários para levar os activos para o mercado". Esse esclarecimento é também dado pelas Basis for

Conclusions of IAS 41 que determina que os custos para vender excluem despesas de transporte e outros

necessários para levar os activos para o mercado, porque esses custos já foram considerados na

determinação do justo valor. Assim, esta norma visa assegurar que os custos de transporte são

reconhecidas apenas uma vez e não que eles são ignorados. Este requisito para medir os activos

biológicos, tendo em conta os custos de transporte na determinação do justo valor, bem como os custos

futuros para vender, muito provavelmente resultarão numa perda na aquisição de activos biológicos.

A norma estabelece também como base apropriada para determinação do justo valor de activos

biológicos e produtos agrícolas a utilização dos preços praticados nos mercados activos desses produtos,

sempre que esses mercados existam.

O justo valor dos activos biológicos para produção é determinado através da utilização do método dos

fluxos de caixa descontados como uma técnica de valorização. O justo valor destes activos é derivado dos

fluxos de caixa esperados dos produtos agrícolas resultantes.

Se, por outro lado, os preços de mercado não estão disponíveis para um activo biológico na sua

localização e condição presentes, então, de acordo com a IAS 41, o justo valor deve ser estimado com

base no “valor presente dos fluxos de caixa líquidos esperados do activo descontados a uma taxa antes

dos impostos determinada pelo mercado corrente”.

3.2 PORTUGAL

3.2.1 NCRF 17 Agricultura

A NCRF 17 Agricultura teve por base o conteúdo da IAS 41, não existindo diferenças significativas entre

si.

4 – REVISÃO DA LITERATURA

Este capítulo contempla a revisão da literatura e apresenta os estudos que relacionam os activos

biológicos com (i) o modelo do custo, (ii) o modelo do justo valor e por fim, (iii) o seu valor relevante.

4.1 Activos biológicos pelo custo

De acordo com a literatura sobre esta temática, a natureza da actividade agrícola torna o modelo do custo

num método de muito difícil aplicação. O estado físico dos activos biológicos normalmente muda ao longo

do tempo, ou seja, eles crescem, amadurecem, engordam. Além disso, a sua quantidade não depende

apenas da compra e venda, mas também é determinada por processos como a procriação, o crescimento

e a morte. Portanto, muitos activos biológicos num determinado momento no tempo, normalmente são

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substancialmente diferentes de como eram quando adquiridos tornando o modelo do custo num método

de difícil aplicação para o sector agrícola. Esta ideia é partilhada por Slof e Argilés (2001) que defendem

que dado que os activos biológicos se alteram ao longo da sua vida, então o modelo do custo acaba por

não reflectir o seu valor actual. Estes autores entrevistaram os responsáveis duma empresa agrícola de

processamento de aves de capoeira que valorizava os seus activos biológicos de acordo com o seu peso

e com o preço de compra do frango porque se sentiam incapazes de encontrar uma solução satisfatória

para a atribuição dos custos de processamento comuns. Estes entrevistados, na generalidade,

defenderam que o cálculo do valor do custo histórico para o gado era considerado por eles como muito

difícil e problemático.

Embora alguns autores tenham feito sugestões para superar algumas das dificuldades enunciadas

(Launay et al., 1971; Alonso et al., 2008), vários outros, concluíram que os custos históricos não são, por

norma, muito informativos para os utentes da informação financeira e as atribuições dadas aos activos

individuais são necessariamente muito arbitrárias, na maioria dos casos (Lewis e Jones, 1980; Kroll, 2003;

Sturgess, 1994). Apesar do facto de que esta situação tem sido reconhecida, a agricultura não foi uma

excepção na preferência dos organismos de normalização para a avaliação do modelo do custo. Por

exemplo, o normativo contabilístico nacional francês (anterior às IFRS), seguia escrupulosamente o

princípio do modelo do custo baseado no custo histórico. Também o AICPA (1996) e o Canadian Institute

of Chartered Accountants (CICA, 1986) recomendaram o princípio do modelo do custo como a principal

referência para a avaliação dos activos, embora estes institutos também reconhecessem haver situações

excepcionais em que o valor de realização poderia ser considerado como uma melhor alternativa.

Outro autor, Burnside (2005), no seu estudo sobre as florestas suecas, defendeu que o custo a que foram

compradas algumas dessas florestas há 150 anos atrás não dizia muito sobre o valor desses activos

biológicos hoje. No entanto um dos auditores que entrevistou defendeu convictamente a utilização do

modelo do custo face ao justo valor pois este fornece um valor mais fiável, que não permite interpretações

subjectivas e principalmente porque em sua opinião o custo é 100% de confiança na medida em que

resulta de um acontecimento passado e como tal já está realizado, é imutável. O auditor justificou-se com

a sua profissão fazer dele um indivíduo cauteloso e defensor dos métodos contabilísticos mais

conservadores.

Outro estudo, de Epstein e Jermakowicz (2007) apresenta as vantagens e desvantagens aquando da

mensuração de activos biológicos pelo método do modelo do custo. Para estes autores, este critério de

mensuração é desvantajoso quando o processo produtivo agrícola se prolonga por diversos períodos,

sendo os respectivos ganhos apenas reconhecidos em alguns destes períodos, muitas vezes com um

desfasamento considerável entre eles. O reconhecimento do rédito apenas quando o activo é

comercializado poderá conduzir a uma ‘distorção grosseira’ das DFs, dado não existir um correcto

balanceamento entre perdas e ganhos. É efectuada uma analogia aos contratos de construção,

reconhecidos e mensurados pelo método da percentagem de acabamento (IAS 11 Contratos de

construção), isto é, as entidades devem procurar mensurar os seus activos biológicos, assegurando-se

que, tal como ocorre no registo contabilístico dos referidos contratos, existe o reconhecimento de gastos e

ganhos decorrentes da actividade operacional da entidade, dando a cada período a sua importância no

processo produtivo. Por outro lado, consideram que a principal vantagem decorrente da utilização deste

método prende-se com a sua inequívoca fiabilidade.

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Por outro lado, de acordo com Medeiros (2009), comparativamente com a utilização do justo valor, o

modelo do custo é mais fiável, aquando do reconhecimento e mensuração de activos biológicos, cujo

processo produtivo se inicia e finaliza dentro do mesmo período económico, não existindo as imprecisões

e subjectividade inerentes aquando da mensuração ao justo valor.

4.2 Activos biológicos pelo justo valor

A IAS 41 rompe com a tradição do modelo do custo na mensuração dos activos biológicos e transforma o

justo valor em regra em vez de excepção. Também o IASB com a emissão da IAS 41 considera o justo

valor uma melhor base para a avaliação dos activos biológicos e dos produtos agrícolas face ao custo

histórico. O preço de mercado é o indicador por excelência do justo valor quando os mercados para

activos biológicos existem e, actualmente, já existem mercados activos para a maioria dos activos

biológicos onde se pode obter com relativa facilidade e simplicidade o justo valor.

A autora Burneside (2005) concluiu que algumas das vantagens da aplicação da IAS 41, de acordo com

os seus entrevistados, foram: (i) estar mais próximo da verdade (face ao modelo do custo), (ii) o grande

aumento do valor do activo biológico, (iii) dar uma imagem mais real e verdadeira do valor da empresa, e

(iv) permitir uma melhor comparabilidade. Quanto às desvantagens, estes apontaram para: (i) o facto de

ser baseado em hipóteses e estimativas, (ii) a subjectividade que dá espaço a interpretações que possam

ser pouco ortodoxas, (iii) a dificuldade de fazer estimativas exactas, (iv) os grandes valores podem ser

agora incluídos nas DFs aumentando o risco do investidor não achar credível que o valor dos activos sofra

permanentes variações, principalmente quando os resultados baixam.

Por outro lado e, de acordo com a European Accounting Association (EAA, 2009), no debate sobre a

conveniência da mudança da contabilidade do modelo do custo em direcção ao modelo do justo valor,

ainda prevalece uma reclamação contra a exigência da IAS 41 e do justo valor para os activos biológicos.

Na sua pesquisa constatou que o uso do justo valor para os activos biológicos não prevê diferenças

significativas de proveitos e receitas, nem aumenta a sua volatilidade, nem provoca diferenças de

rentabilidade nem de manipulação dos valores contabilísticos. Os fluxos de caixa esperados não são

menos previsíveis com o justo valor de activos biológicos do que o eram com o modelo do custo. Por

conseguinte, não há diferenças relevantes de informação sob o justo valor dos activos biológicos em

relação ao custo histórico. Pelo contrário, a maioria dos seus testes apenas revelaram uma maior

capacidade de previsão dos ganhos futuros, com o justo valor. Outras diferenças entre a aplicação dos

dois métodos foram encontradas nos valores e na volatilidade dos activos. Sob o justo valor, os valores

registados dos activos são significativamente mais elevados, enquanto que sua volatilidade é menor. O

justo valor evita desta forma as complexidades exorbitantes de cálculo do custo dos activos biológicos

para as explorações de pequena dimensão do sector agrícola. Portanto a avaliação, pelo justo valor dos

activos biológicos, parece ser um método de avaliação útil e simples, quando os preços de mercado

fiáveis existirem. Desta forma obter-se-á um uso mais generalizado e simples da contabilidade no sector

agrícola.

A PriceWaterhouseCoopers publicou em 2008, um estudo sobre mensuração de florestas para extracção

de madeira de acordo com a IAS 41. Da análise efectuada verificaram e concluíram que:

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- cerca de 95% das empresas analisadas aplicam o método do apuramento do justo valor, calculado

através do valor presente dos fluxos de caixa futuros. Cerca de metade das empresas (situadas na

Europa, África do Sul e Austrália) utilizam o valor corrente do mercado (não ajustado ao estado actual do

activo) para determinar o valor dos fluxos de caixa, enquanto que as restantes (situadas na Europa e na

África do Sul) efectuam estimativas, tendo em consideração as taxas de crescimento dos activos.

- apenas 21% das empresas (situadas na África do Sul e Austrália) utilizam os preços de mercado para

mensurar os activos em causa. A determinação do justo valor desta forma está relacionada com o período

de produção, que varia entre 5 a 20 anos, sendo classificadas como "maduras" quando atinjam idade

superior a 5 anos

- o modelo do custo é utilizado por 37% das empresas (localizadas na Europa e na Austrália), quando se

trata de plantações recentes (imaturas), sendo o valor apurado considerado como muito próximo do seu

justo valor. Este critério também é utilizado quando não existem determinados elementos essenciais à

mensuração pelo justo valor, tais como preços de mercado, taxas de crescimento e o método para apurar

as quantidades/volume.

- apenas 47% das empresas divulgam a taxa de desconto utilizada e o método de cálculo, sendo que as

restantes nada referem. A maior parte das empresas utilizou a modelo do custo médio ponderado do

capital (WACC3) para determinação da taxa de desconto a apurar.

- por último, é efectuada uma referência aos custos de replantação, sendo que apenas as empresas

portuguesas e suecas, divulgam, explicitamente, que incluem estes custos na determinação dos fluxos de

caixa futuros.

4.3 Valor relevante dos activos biológicos

Quanto à análise do valor relevante dos activos biológicos, ou seja de que forma a aplicação do justo valor

traz informação relevante para os utentes da informação financeira, é possível encontrar na literatura

diferentes opiniões.

Numa entrevista sobre o Agronegócio e a Convergência para as IFRS que ocorreu no Brasil em 2009, foi

dito que para a maioria dos investidores, a aplicação da norma internacional IAS 41 significará, numa

primeira fase, o aumento da instabilidade das contas das empresas e, que além disso, no primeiro ano de

adopção, espera-se que o património aumente, uma vez que tais bens estavam registados pelo custo. As

oscilações no valor dos activos biológicos, seja pelo desenvolvimento das culturas ou engorda dos

rebanhos, serão ajustadas aos resultados da empresa. "A empresa reconhece um ganho que já

aconteceu, mas cuja realização financeira ainda não foi finalizada", explicou Cajazeira, sócio e

especialista em mercados de capitais da PricewaterhouseCoopers nessa entrevista. Um dos sócios da

Ernst & Young, Paul Sutcliffe, chamou a esse efeito "antecipação de receitas". A regra para os activos

biológicos é bastante semelhante às recomendações do IASB para os activos e passivos financeiros: os

ajustes de valor de mercado transitam via resultados. "O investidor precisa entender que a volatilidade

que agora será divulgado nas demonstrações financeiras já existia na empresa, só não aparecia tanto nos

3 WACC que, em inglês, significa Weighted Average Cost of Capital.

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resultados", enfatizou Nelson Carvalho, presidente do conselho consultivo do IASB a propósito da entrada

em vigor da IAS 41. O especialista da PricewaterhouseCoopers, anteriormente mencionado, destacou

ainda que, além da volatilidade originada pelo desenvolvimento do activo biológico, as empresas também

estarão sujeitas a reflectir nas DFs fenómenos que não dominam, como alterações climáticas e alterações

de qualidade nos produtos, que podem ter impacto positivo ou negativo sobre o valor desses bens.

Neste contexto e, conforme referido anteriormente, existem argumentos contra o método do custo que

defendem que este não fornece informações que sejam relevantes para os investidores. Um dos motivos

possíveis para esta teoria consiste no facto de que os activos biológicos registados pelo modelo do custo

podem referir-se a operações que podem ter ocorrido há um ano ou há dez anos atrás. Desta forma, o

valor de aquisição do activo biológico pode estar desactualizado e, portanto, representa um Balanço que

não mostra a posição financeira real da empresa. (Burnside, 2005).

Segundo Williamson (2003), a contabilidade com base no modelo do custo só está interessada na

alocação de custos e não no valor actual do activo. Assim, divulga o seu custo de aquisição e a sua

amortização no ano seguinte, mas ignora a possibilidade de que o valor actual de mercado do activo pode

ser superior ou inferior ao valor divulgado. No âmbito da base de mensuração ao custo histórico e para

actualizar o valor de inventário para o seu valor realizável líquido, temos como resultado: (i) um

movimento descendente no valor de realização do inventário abaixo do custo é reconhecido

imediatamente, por via da amortização e/ou da perda por imparidade; e (ii) um movimento ascendente do

valor de realização do inventário não é reconhecido até que o stock seja vendido.

Como os investidores são os principais utilizadores das DFs, deve ser dada prioridade aos seus

interesses, ou seja, perceber se eles preferem a utilização do modelo do custo ou o do valor de mercado.

Para Cormier e Magnan (2010) as evidências empíricas mostram que os investidores querem ambas as

medidas. Eles querem obter informações confiáveis e transparentes ao valor de mercado para determinar

o real valor do seu investimento. No entanto, eles também querem relatos ao custo o que ajuda a

determinar se os órgãos de gestão cumpriram com as funções que lhes foram confiadas. Portanto, os

activos e passivos devem ser reconhecidos e reportados pelo valor de mercado e essas medidas devem

ser fiáveis, verificáveis e transparentes, não devendo ser tomadas à custa do abandono da informação do

histórico de custos. Um processo pode ser criado e implementado por forma a que o custo histórico e o

valor de mercado sejam relatados lado a lado, o que reforçará a relevância, a fiabilidade e a

comparabilidade. Além disso, algumas acções devem ser tomadas para eliminar as actuais limitações na

contabilidade baseada nos valores de mercado.

O método do custo ignora o valor pelo qual o activo pode ser vendido num mercado aberto (o justo valor),

até ao momento em que o activo é efectivamente vendido. A empresa relata o activo no seu balanço, ao

custo de aquisição menos qualquer depreciação acumulada ou perda por imparidade acumulada. No

momento da venda, a empresa regista um ganho ou uma perda em relação ao custo de aquisição desse

activo menos as depreciações e perdas por imparidade, se aplicáveis. Enquanto todas as empresas

estiveram obrigadas a seguir o princípio do modelo do custo, os usuários das DFs sempre

compreenderam os valores dos activos da mesma forma, isto é, o preço pago inicialmente pelo activo

(menos qualquer amortização e perda por imparidade, quando aplicáveis). Mas o cenário actual encontra-

se muito longe dessa realidade.

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De acordo com a Estrutura Conceptual, o modelo contabilístico do custo tem por base a mensuração ao

custo histórico, quer isto dizer que, por exemplo no caso dos activos os mesmos são inicialmente

registados pelo preço dado para os adquirir no momento da sua aquisição. Mas para que seja útil, a

informação financeira também deve ser fiável. No entanto, o preço de aquisição não constitui

necessariamente informação relevante. Se um terreno que foi comprado há 20 anos pode valer muito

mais do que mostra o balanço, então da mesma forma um edifício comprado há muitos anos e registado

no balanço pelo seu custo original não reflecte o preço de mercado actual (Burnside, 2005).

Por esta razão, muitos dos utilizadores das DFs argumentam que o preço de mercado, ou o justo valor,

deve ser usado aquando do relato da informação financeira (Cormier e Magnan, 2010). Neste contexto, o

justo valor é mais relevante, mas não é necessariamente de maior confiança. Vendendo o mesmo item

em leilões diferentes haverá uma ampla gama de ofertas vencedoras para o mesmo item, e até mesmo

avaliadores profissionais defenderão que o valor de um activo se encontra dentro de um intervalo de

preços em vez de lhe atribuírem um valor definido. Essas diferenças podem envolver o uso futuro do

activo, as suposições sobre a sua vida útil e até mesmo de obsolescência. Com tantas indefinições,

profissionais, avaliadores, opiniões, e julgamentos envolvidos, embora o preço de mercado, ou o justo

valor, de um activo possa ser mais relevante, é ao mesmo tempo menos confiável. A fiabilidade versus

relevância é uma das questões chave na informação financeira e um dos principais debates em curso é: a

transição do modelo do custo para o modelo do justo valor.

Cormier e Magnan (2010), afirmam que actualmente ainda existem normativos nacionais que não

permitem o registo do valor de um activo ao preço de mercado, mas os mesmos profissionais são

obrigados a divulgar quando um activo é significativamente prejudicado de alguma. Estes princípios são

muito assentes no conservadorismo e na fiabilidade uma vez que os recursos poderiam ser elaborados de

forma a exagerar a situação financeira da empresa. Outros países porém, registam os seus activos ao

valor de mercado.

Para Pasqual, Kowalski e Eyerkaufer (2006), ao método do custo também são apontadas vantagens e

desvantagens. As vantagens mais referidas são: (i) o registo ao custo de aquisição é fácil de obter, e (ii)

não se registam ganhos até que estes sejam realizados. Quanto às desvantagens, as mais referidas são:

(i) as DFs não dão nenhuma indicação do valor de mercado dos activos de uma empresa, (ii) não se

registam os custos de oportunidade de utilização dos activos mais antigos, registados há muitos anos, e

(iii) não medem a perda de valor dos activos monetários, como resultado da inflação.

Concluindo, o abandono do modelo custo é um grande desafio que se coloca às empresas do sector

agrícola. Por um lado o dinamismo empresarial e por outro a crescente exigência por parte de todos os

utilizadores (em especial os investidores) por uma informação contabilística mais relevante, a valores de

mercado, com vista à tomada de decisões, vieram colocar em evidência as insuficiências dos registos

com base no modelo do custo (apesar da maior fiabilidade) no cumprimento dos objectivos das

demonstrações financeiras.

A adopção do modelo do justo valor nos activos biológicos e produtos agrícolas no momento da sua

colheita justifica-se pela sua natureza e características específicas. Mas para que produza os efeitos

desejados é necessário que o mesmo seja mensurado com fiabilidade (o que nem sempre acontece).

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12

Caso contrário conduz à subjectividade e por conseguinte à manipulação dos registos contabilísticos,

impossibilitando um retrato da realidade económica da empresa.

5 ESTUDO EMPÍRICO

Neste capítulo analisar se o modelo do justo valor se encontra a ser aplicado nas empresas do sector

agrícola que divulgam activos biológicos e que preparam as suas demonstrações financeiras de acordo

com as IFRS, mais especificamente de acordo com a IAS 41 e de que forma o fazem. De acordo com esta

norma as empresas são obrigadas a divulgar e a descrever no ABDR o ganho ou a perda agregada, que

surjam durante o período corrente aquando do reconhecimento inicial dos activos biológicos e que surjam

da alteração do justo valor menos os custos estimados no ponto de venda de activos biológicos.

Neste contexto, desenvolveu-se para este estudo, um objectivo principal e outro secundário, como se

segue:

o objectivo principal é examinar qual foi o impacto, em termos globais, que os activos biológicos

divulgados nas demonstrações financeiras tiveram nos valores do capital próprio e do resultado líquido

das entidades;

o objectivo secundário é examinar se o impacto dos activos biológicos divulgados nas demonstrações

financeiras, ao nível do capital próprio e do resultado líquido, teve ou não valor relevante.

5.1 Desenho da Amostra

Para a amostra deste estudo empírico foram seleccionadas algumas das empresas que se encontrem

cotadas nas bolsas de valores da Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Finlândia, França, Grécia, Holanda,

Inglaterra, Irlanda, Itália, Lituânia, Luxemburgo, Malásia, Noruega, Polónia, Portugal, Suécia e Suíça, que

se dediquem à actividade agrícola e, que divulguem activos biológicos de acordo com as normas do IASB.

Esta análise incidiu sobre os seus Relatório de Contas de 2008, que eram os mais recentes, disponíveis,

à data do início deste estudo. Foram excluídas as empresas que apenas comercializam produtos

agrícolas resultantes de processamento após colheita. Foi usada uma amostra total de 45 empresas, num

total de 86 observações.

5.2 Metodologia e Hipóteses

Para efeitos de recolha de dados para a amostra em primeiro lugar, foram identificadas as empresas

agrícolas cotadas e de seguida identificaram-se as bolsas de valores e os respectivos países em que

estas empresas se encontram cotadas. Procedeu-se à exclusão de todas as empresas que não adoptam

as normas do IASB. Efectuou-se a recolha e análise das DFs referentes ao período findo no final do ano

de 2008 ou, no caso das empresas com ano contabilístico diferente, as correspondentes ao período findo

durante o ano de 2009. Por fim procedeu-se à recolha do valor da cotação das acções seis meses após a

data de fecho dos relatórios de contas das referidas empresas e também à recolha do número de acções

em circulação, à data de fecho.

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13

5.2.1 Questões de investigação

No que respeita ao estudo empírico, as questões de investigação que lhe serviram de base deverão tomar

em consideração, por um lado, o objectivo principal da presente investigação que consiste em averiguar

qual o impacto dos activos biológicos sobre o capital próprio e sobre o resultado líquido das entidades.

Por outro, averiguar se esse impacto tem valor relevante. Como tal a primeira questão de investigação é a

seguinte:

(1) Será que o valor dos activos biológicos tem impacto significativo no balanço e na

demonstração dos resultados?

Uma vez que a escolha da amostra teve como base a análise dos modelos de valorização que se

encontram a ser aplicados nas empresas do sector agrícola, que divulgam activos biológicos, que

preparam as suas demonstrações financeiras de acordo com a IAS 41 e, de que forma o fazem; pretende-

se então averiguar se essa valorização, apresentada nas DFs e reflectidas no Activo e no Resultado

Liquido, tem poder explicativo quanto ao valor de mercado das empresas seleccionadas. Assim sendo,

coloca-se a segunda questão desta investigação:

(2) Será que as variáveis Capital Próprio, Resultado por Acção, Activos Biológicos e Valorização

dos Activos Biológicos têm poder explicativo em relação ao valor de mercado da empresa?

5.2.2 Modelos de regressão linear

Recorrermos a modelos de regressão linear.

5.2.2.1 Teste da associação entre os valores do capital próprio e resultado residual

Para responder à segunda questão, foi utilizado o modelo de Regressão Linear tendo por base o Modelo

de Ohlson (1995). Apesar deste modelo ter sido desenvolvido numa perspectiva de medição da eficiência

do mercado de capitais tornou-se bastante aplicado na investigação positivista em contabilidade4. A sua

construção teórica adaptada a esta investigação específica, consubstancia-se na Equação 5.3.1:

MV i, t+6 = ? 0 + ? 1BVE i,t + ? 2 EPS i,t + ? i,t (5.3.1)

5.2.2.2 Teste da associação entre valor do capital próprio, resultado residual e valor dos activos

biológicos

Com o objectivo de tentar apurar a relação existente entre o valor de mercado da empresa (Cotação), o

valor do Capital Próprio, o valor dos Activos Biológicos e o valor do Resultado por Acção, estimou-se uma

4 Existem algumas vozes críticas relativas à aplicação abusiva do Modelo de Ohlson (e suas desagregações) na

investigação positivista da contabilidade pelo facto deste ser um modelo desenvolvido numa perspectiva

economicista. No entanto desconhece-se até ao momento o desenvolvimento de outros modelos mais eficazes que

tenham a capacidade de medir a sensibilidade e casualidade (relação causa-efeito) entre os valores contabilísticos e os

valores de mercado de uma dada empresa.

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14

segunda equação, a Equação 5.3.2, que se complementa com o Quadro 5.4 onde se enunciam as

definições de cada uma das variáveis:

MV i, t+6 = ? 0 + ? 1BVE i,t + ? 2 EPS i,t + ? 3 BA i,t + ? i, (5.3.2)

Quadro ¡Error! No hay texto con el estilo especificado en el documento..1 Definição das variáveis do 2º modelo de regressão linear

MV i,t+6 Valor de mercado da empresa, 6 meses após a data de fecho dos ABDR, por acção (market value per

share)

? 0 Ordenada na origem

BVEi,t Valor do capital próprio de acordo com as IFRS, por acção (book value equity per share).

EPSi,t Valor do resultado residual de acordo com as IFRS, por acção (earnings per share)

BAi,t Valor dos activos biológicos no balanço de acordo com as IFRS, por acção (biological assets per share)

? i,t Valor residual ou erro do modelo, por acção (error term per share)

5.2.2.3 Teste da associação entre valor do capital próprio, resultado residual, valor dos activos

biológicos e variação dos activos biológicos

Por concluir os testes e, também com o objectivo de averiguar sobre a relação entre o valor de mercado

da empresa (Cotação), o valor do Capital Próprio, o valor dos Activos Biológicos evidenciados no balanço,

o valor das Variações dos Activos Biológicos evidenciados na demonstração dos resultados, e o valor do

resultado residual (Resultado por Acção), estimou-se uma terceira equação, a Equação 5.3.3, que se

complementa com o Quadro 5.5 onde se enunciam as definições de cada uma das variáveis:

MV i, t+6 = ? 0 + ? 1BVE i,t + ? 2EPS i,t + ? 3BA i,t + ? 4VBA i,t + ? i,t (5.3.3)

Quadro ¡Error! No hay texto con el estilo especificado en el documento..2 Definição das variáveis do 3º modelo de regressão linear

MV i,t+6 Valor de mercado da empresa, 6 meses após a data de fecho dos ABDR, por acção (market value per

share)

? 0 Ordenada na origem

BVEi,t Valor do capital próprio de acordo com as IFRS, por acção (book value equity per share).

EPSi,t Valor do resultado residual de acordo com as IFRS, por acção (earnings per share)

BAi,t Valor dos activos biológicos no balanço de acordo com as IFRS, por acção (biological assets per share)

VBAi,t Valor da variação dos activos biológicos no resultado liquido de acordo com as IFRS, por acção

(variation of biological assets per share)

? i,t Valor residual ou erro do modelo, por acção (error term per share)

5.2.3 Hipóteses

A validação destes três modelos e consequente apuramento do valor relevante das variáveis será testado

através das seguintes hipóteses, adaptadas às três equações de acordo com as variáveis utilizadas em

cada uma delas:

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H 0 = As variáveis Capital Próprio, valor dos Activos Biológicos, variação dos Activos Biológicos e

Resultado por Acção não explicam a variação do valor de mercado da empresa.

H 1 = Existe pelo menos uma variável (Capital Próprio, valor dos Activos Biológicos, variação dos Activos

Biológicos ou Resultado por Acção) que explica as variações do valor de mercado da empresa.

Da aplicação destas hipóteses poderemos medir a sensibilidade de cada uma das variáveis em relação ao

valor de mercado da empresa, medido pelo preço das acções, testando deste modo a sua relevância. A

rejeição da hipótese nula significará que pelo menos uma das variáveis independentes tem valor relevante

em relação ao valor de mercado da empresa, medindo a sua relevância através dos resultados que se

obterão ao nível da significância estatística dos coeficientes associados e derivados da aplicação do

modelo de regressão.

Análises semelhantes foram efectuadas por Gueifão (2007) e Jesus (2007), que entre outras questões,

analisaram o valor relevante de algumas variáveis contabilísticas relacionando-as com o preço de

mercado das empresas.

5.3 Resultados

5.3.1 Estatística Descritiva

A partir da análise efectuada às demonstrações financeiras das 45 empresas seleccionadas e para

permitir tirar algumas conclusões pertinentes, directamente relacionadas com estatística descritiva, tomou-

se a opção de dividir a amostra em sete grupos diferentes. Esta organização foi uma opção do autor,

apenas utilizada neste subcapítulo e teve por base possibilitar um melhor conhecimento da amostra no

que diz respeito ao tipo de activos biológicos divulgados nos ABDR para cada uma das empresas e

classificados de acordo com a sua actividade, são eles:

Pesca – inclui toda a indústria relacionada com a cultura, processamento, captura, preservação,

armazenamento, transporte e venda de peixes vivos seja em alto mar ou em viveiros ou tanques. Alguns

exemplos: bacalhau, salmão, sardinha;

Pecuária – inclui toda a indústria feita no campo que se dedica à arte ou aos processos técnicos usados

na domesticação e criação de animais com objectivos económicos. Alguns exemplos: porcos, ovelhas,

vacas, bois, galinhas, coelhos;

Agropecuária – resume o uso económico do solo para o cultivo da terra associado com a criação de

animais, isto é, reúne em simultâneo o cultivo de plantas com a criação de animais;

Florestas – este ramo da indústria visa à produção de bens oriundos da floresta, ou do cultivo florestal

para suprir a necessidade de replantação ou apenas para obtenção de madeira;

Agricultura – engloba todo o conjunto de técnicas utilizadas para cultivar plantas com o objectivo de obter

alimentos, fibras, energia ou matérias-primas;

Frutífera - inclui toda a indústria de árvores de fruta relacionadas com o cultivo e manutenção até ao

momento da apanha da fruta;

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16

Outros.

No Quadro 5.6 apresenta-se a amostra distribuída por indústria e dividida em colunas entre os activos

biológicos registados ao modelo do justo valor e os activo biológicos registados ao modelo do custo.

Conforme se pode observar o sector da Pesca reúne o maior número de empresas agrícolas, tanto em

termos absolutos como em termos percentuais, com uma representação de 13 do total das 45 empresas

que representa aproximadamente 29% do total da amostra. Os restantes sectores recebem, mais ou

menos nas mesmas proporções a diferença, ou seja, o sector da Agropecuária, Florestas, Frutífera e

Agricultura encontram-se representados por 6, 7, 7 e 8 empresas respectivamente sendo que cada um

deles se encontra representado em termos percentuais no intervalo dos 13% aos 18% do total da

amostra. Os sectores menos significativos são o da Pecuária e Outros que no seu conjunto somam

apenas 4 empresas equivalentes a pouco mais do que 8% do total da amostra.

Quadro ¡Error! No hay texto con el estilo especificado en el documento..3 Distribuição dos activos biológicos por indústria

ACTIVOS BIOLÓGICOS

INDÚSTRIA TOTAL DA AO JUSTO VALOR AO CUSTO TOTAL

AMOSTRA € % € % € %

Agricultura 8 (17,78%) 1.448.305.669 17,15 0 0,00 1.448.305.669 17,15

Agropecuária 6 (13,33%) 213.703.499 2,53 0 0,00 213.703.499 2,53

Florestas 7 (15,56%) 4.762.138.959 56,38 0 0,00 4.762.138.959 56,38

Frutífera 7 (15,56%) 213.446.188 2,53 2.494.000 0,03 215.940.188 2,56

Pecuária 3 6,67%) 119.544.221 1,42 0 0,00 119.544.221 1,42

Pesca 13 (28,89%) 1.658.803.907 19,64 0 0,00 1.658.803.907 19,64

Outros 1 (2,22%) 28.222.919 0,33 0 0,00 28.222.919 0,33

TOTAL 45 (100,00%) 8.444.165.362 99,97 2.494.000 0,03 8.446.659.362 100,00

Analisando o mesmo quadro mas na óptica da mensuração dos activos biológicos e na forma como estes

se encontram distribuídos pelos diferentes sectores de industria, verificou-se que, em termos percentuais,

99% das empresas seleccionadas utilizam o modelo do justo valor conforme protagonizado pela IAS 41

para a mensuração dos activos biológicos. O sector das Florestas é sem dúvida o mais significativo em

termos percentuais destacando-se com 56% da amostra que equivalem a 4.762 milhões de euros em

termos absolutos num universo de 8.446 milhões de euros, seguido do sector da Pesca com

aproximadamente 20% que equivalem a 1.658 milhões de euros.

A mensuração pelo custo, apenas permitido como método alternativo pela mesma norma perante a

incapacidade de mensurar fiavelmente o justo valor de um activo biológico no seu reconhecimento inicial,

resume-se a menos de 1% do total da amostra, sendo este valor também bastante insignificante quando

analisado em termos absolutos, representado por apenas 2 milhões de euros. Este modelo de valorização

apenas foi identificado no sector das árvores de fruto. No entanto apesar destas empresas divulgarem as

respectivas depreciações dos seus activos biológicos reconhecidos inicialmente pelo custo, contudo, em

nenhum dos casos, foi explicado com detalhe o motivo da não utilização do modelo do justo valor no

ABDR tal como prescrito pela IAS 41.

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17

Também de acordo com a IAS 41, uma entidade é encorajada a proporcionar uma descrição narrativa ou

quantificada de cada grupo de activos biológicos distinguindo entre activos biológicos consumíveis

(evidenciados no Activo Corrente) e de produção (evidenciados no Activo Não Corrente) ou entre activos

biológicos maduros (ou adultos) e imaturos (ou juvenis). Esta norma aconselha ainda que esta divulgação

se deve efectuar em primeiro lugar por grupo de activos biológicos e posteriormente dividir-se entre os

activos adultos e juvenis. Esta descrição exaustiva serve de auxílio na avaliação da tempestividade dos

fluxos de caixa futuros tornando a informação útil e atempada para os seus destinatários. Esta análise foi

efectuada na amostra e os resultados obtidos constam no Quadro 5.7.

Quadro ¡Error! No hay texto con el estilo especificado en el documento..4 Divulgação dos activos biológicos por número de empresas

DIVULGAÇÃO DOS ACTIVOS BIOLÓGICOS

INDÚSTRIA Por grupo de activos

Especificação das

quantidades

Distinção entre

adultos/ juvenis

TOTAL

Agricultura 8 7 6 8 Agropecuária 6 5 4 6 Florestas 6 4 4 7 Frutífera 6 3 1 7 Pecuária 3 2 2 3 Pesca 12 12 9 13 Outros 0 0 0 1

TOTAL 41 33 26 45

Dos resultados observados verifica-se que 41 empresas do total da amostra divulgam os seus activos

biológicos por grupos. No entanto é evidente que quanto mais detalhada deveria ser a informação, tal

facto não se verifica para estas empresas pois, apenas 33 empresas quantificam os seus activos

biológicos e esse número ainda decresce mais um pouco quando se aborda a exigência da norma para a

divulgação narrativa do tipo de activos biológicos por idade ou por maturação, dado que apenas 26 das 45

empresas distingue a fase da vida em que se encontram os seus activos biológicos nas demonstrações

financeiras à data de fecho. Contudo, todos os ABDR analisados divulgam, sem margem para dúvida, o

tipo de activos biológicos detidos por estas 45 empresas.

O Quadro 5.8 apresenta como os activos biológicos das 45 empresas observadas, se encontram

distribuídos e classificados nos seus activos.

Quadro ¡Error! No hay texto con el estilo especificado en el documento..5 Distribuição dos activos biológicos não correntes e correntes

ACTIVOS BIOLÓGICOS

INDÚSTRIA Ao justo valor Ao custo TOTAL

Não correntes Correntes Não

correntes Correntes

Agricultura 1.325.437.659 122.868.010 0 0 1.448.305.669 Agropecuária 179.987.769 20.155.614 0 0 200.143.383 Florestas 4.762.138.959 0 0 0 4.762.138.959 Frutífera 206.553.188 6.893.000 2.494.000 0 215.940.188 Pecuária 3.979.090 115.565.131 0 0 119.544.221 Pesca 82.053.658 1.576.750.249 0 0 1.658.803.907 Outros 0 28.222.919 0 0 28.222.919

TOTAL 6.560.150.323 1.870.454.923 2.494.000 0 8.433.099.246

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18

Atendendo à divisão dos activos biológicos entre activo não corrente e corrente que também é uma

exigência da IAS 41, observa-se que todas as empresas que constituem a amostra assim o fazem com

excepção de uma única entidade pertencente ao sector das árvores de fruto que divulgou os seus activos

biológicos em separado, curiosamente esta empresa optou por dividir o total o seu activo em três grandes

grupos: activo não corrente, activo corrente e activo biológico, como tal não se entrou em consideração

com esse valor na elaboração deste quadro. Da análise deste quadro destaca-se o facto de no sector das

Florestas a totalidade dos activos biológicos serem não correntes, esta situação resulta do facto de se

tratarem de activos biológicos de regeneração própria e que não servem para ser colhidos como produto

agrícola ou vendidos como activos biológicos, são na sua maioria árvores (pinheiros e eucaliptos entre

outros) a partir das quais se obtém lenha, madeira, resina e outros produtos agrícolas enquanto essas

árvores permanecem vivas.

Em relação aos activos biológicos correntes, que são aqueles que não sejam activos biológicos de

produção, podemos afirmar que o sector da Pesca domina a nossa amostra, provavelmente porque dada

a actividade deste sector, o produto agrícola em causa é rapidamente perecível e como tal tem de ser

escoado rapidamente. Tal facto é também justificado porque a maioria as empresas do sector de Pesca

que constituem este estudo dedicam-se à pesca em alto mar, para consumo, sendo que por outro lado a

parcela registada em activos não correntes do mesmo sector refere-se, na sua grande maioria, a viveiros

de criação de peixe.

No Quadro 5.9 apresentam-se um conjunto de dados estatísticos referentes aos Activos Biológicos,

Activos Biológicos no Resultado Liquido, Resultados Liquido, Market Capitalization (total do Activo) e

Capital Próprio (em valor absoluto).

Quadro ¡Error! No hay texto con el estilo especificado en el documento..6 Dados estatísticos referentes aos Activos Biológicos, Activos Biológicos no Resultado Liquido, Resultados Liquido, Market Capitalization e

Capital Próprio

INDÚSTRIA N.º de empresas

Activos Biológicos

Activos Biológicos

no Resultado

Líquido

Resultado Líquido

Market Capitalization

Capital Próprio

Agricultura 8 1.448.305.669 222.035.911 398.577.162 3.582.945.306 1.599.234.970 Agropecuária 6 213.703.499 35.475.271 53.787.478 1.733.084.953 890.373.572 Florestas 7 4.762.138.959 38.009.279 (378.055.371) 53.984.734.165 21.766.516.898 Frutífera 7 215.940.188 13.951.901 81.257.868 1.128.679.149 815.393.150 Pecuária 3 119.544.221 3.045.679 105.217.148 2.380.204.906 817.606.326 Pesca 13 1.658.803.907 139.795.478 (394.207.657) 12.364.957.593 4.307.815.324 Outros 1 28.222.919 (13.556.413) 510.445 48.139.042 14.228.104 TOTAL 45 8.446.659.362 438.757.106 (132.912.927) 75.222.745.114 30.211.168.344

Em relação à variável Market Capitalization, observa-se que o sector das Florestas se destaca de forma

muito significativa, bem acima dos 50%, representado em termos de valor por 53.984 milhões de euros

face ao valor global de 75.222 milhões de euros da mesma variável. Este resultado é interessante na

medida em que o sector das Florestas não é o sector que reúne o maior número de empresas do total da

amostra (mas sim o sector das Pescas, com 13 empresas) mas, e de acordo com os valores recolhidos,

poderá afirmar-se que, o sector das Florestas reúne as maiores empresas deste estudo.

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19

Complementarmente, e no que diz respeito à variável do Capital Próprio, continua a ser o sector das

Florestas que lidera esta amostra.

Por outro lado, é no sector da Pesca que se observam os resultados líquidos globais mais negativos e, no

sector da Agricultura que se observam os maiores resultados líquidos. Esta variável é demonstrativa da

performance empresarial destes sectores para o período analisado.

Curiosamente, o Resultado Liquido apresentado no sector das Florestas é bastante contraditório face às

duas variáveis anteriormente analisadas, visto ser negativo no valor de 378 milhões de euros. Enquanto

uma análise às variáveis do Balanço destaca este sector de forma inquestionável pela positiva, por outro

lado, ao se debruçar sobre as variáveis da Demonstração dos Resultados a realidade que se apresenta é

bastante oposta pois e, apesar da variação dos activos biológicos no resultado liquido ser positiva, o

resultado liquido em termos globais é negativo. Verifica-se por isso que os activos biológicos valorizaram

no sector das Florestas durante o período analisado, mas esse ganho não permitiu às empresas deste

sector um bom desempenho financeiro. Estes resultados são consistentes com Burnside (2005) que ao

estudar a aplicação da IAS 41 nas florestas conclui no seu estudo que esses activos biológicos têm uma

vida útil que atravessa vários períodos contabilísticos. Em todas as empresas de florestação estudadas

por esta autora foi utilizado exclusivamente o valor presente de fluxos de caixa líquidos esperados e todos

os gestores e auditores entrevistados expressaram a dificuldade que tiveram de valorizar este tipo de

activos biológicos dada a falta de referências fiáveis para o fazerem, em parte porque têm de esperar 20

ou 30 anos para poder vender este tipo de activo e em parte porque os cálculos exigidos pela IAS 41 são

assentes, na opinião deles, em estimativas altamente subjectivas. Os auditores que participaram neste

estudo chegaram ainda a afirmar de forma unânime que, a IAS 41 não foi escrita para os países nórdicos

cujas florestas chegam a viver mais de 100 anos.

No Quadro 5.10 apresentam-se a média, mediana, máximo, mínimo e o desvio padrão do conjunto das 45

empresas seleccionadas com a informação estatística dividida por Capital Próprio, Resultado Liquido,

Cotação das Acções (em valor absoluto) e Market Capitalization.

Quadro ¡Error! No hay texto con el estilo especificado en el documento..7 Dados estatísticos sobre o Capital Próprio, o Resultado Liquido, a Market Capitalization (total do Activo) e a Cotação das Acções (em valor

absoluto)

Capital Próprio Resultado Líquido

Cotação*nº acções

Market Capitalization

Média 671.359.297 -2.953.621 2.359.519.283 1.671.616.558

Mediana 134.366.000 696.592 345.862.500 309.137.169

Máximo 6.106.000.000 508.466.340 22.392.444.158 14.439.063.440

Mínimo 2.905.619 (674.700.000) 1.238.053 2.988.051

Desvio Padrão 1.468.163.436 150.555.981 5.295.142.591 3.501.872.863

Procedendo agora a uma análise mais dentro da estatística descritiva e, como se pode verificar através do

Quadro 5.10, a variável que corresponde à Market Capitalization, em termos médios e para toda a

amostra é de 1.671 milhões de euros (e o desvio padrão de 3.501 milhões de euros), com um máximo de

14.439milhões de euros e um mínimo de 2.988 milhões de euros. A coluna da cotação multiplicada pelo

número de acções revela que, em termos médios, os valores de mercado das empresas deste estudo são

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20

substancialmente superiores aos seus valores patrimoniais. A média do Capital Próprio no final do período

analisado é de 671 milhões de euros (com um desvio padrão de 1.468 milhões de euros) e, seis meses

após o final do ano o seu valor de mercado passa a 2.359 milhões de euros (com um desvio padrão de

5.295 milhões de euros). A variável Resultado Liquido surpreende com um valor médio negativo de 2.953

milhões de euros (e um desvio padrão de 150 milhões de euros).

Quadro ¡Error! No hay texto con el estilo especificado en el documento..8 Impacto dos activos biológicos

Valor dos Activos

Biológicos

Variação do Justo Valor dos Activos Biológicos

Impacto dos Activos

Biológicos no Activo

(Activos

Biológicos / Activo)

Impacto da variação dos

Activos Biológicos nos

Resultados

(Variação do Justo valor dos

Activos Biológicos / Resultado Líquido)

Média 187.703.541 9.750.157,92 0,2342 0,0146

Mediana 57.036.387 38.804 0,1829 0,0000

Máximo 2.244.500.130 153.068.570 0,9681 17,3360

Mínimo 633.119 (20.079.475) 0,0018 -26,5580

Desvio Padrão 397.097.933 33.469.817 0,2088 5,0670

Relativamente à variável que corresponde aos Activos Biológicos no balanço, em termos de valor, o

impacto médio para a amostra é de 187 milhões de euros (e o desvio padrão de 397 milhões de euros),

com um máximo de 2.244 milhões de euros e um mínimo de 0,6 milhões de euros. Analisando a variável

que corresponde aos Activos Biológicos na demonstração dos resultados, em termos de valor, o impacto

médio para a mesma amostra é de 9 milhões de euros (e o desvio padrão de 33 milhões de euros), com

um máximo de 153 milhões de euros e um mínimo negativo de 20 milhões de euros.

Através do Quadro 5.11 observa-se que os activos biológicos representam, em termos médios, 23% do

total do activo em termos globais da amostra (com um desvio padrão de 20%). O elevado valor de desvio

padrão obtido face à média, explica-se pelo facto de existir uma empresa neste estudo cuja representação

dos seus activos biológicos corresponde a mais de 96% do total do seu activo, enquanto que também

existe uma empresa neste estudo cuja representação dos seus activos biológicos corresponde a menos

de 1% do total do seu activo.

5.3.2 Regressão Linear

Para proceder às regressões lineares referidas anteriormente foi necessário, antes de mais, averiguar o

cumprimento dos pressupostos para a validade das mesmas, tendo em conta os dados da amostra em

análise.

Assim, e em primeira instância, para Hill (Hill apud Pestana et all, 2008) o tamanho mínimo da amostra (n)

deve ser, para um dado número de variáveis independentes (K) maior ou igual a 2: n=15K. Este

pressuposto apresentou-se desde logo problemático dado a pequena dimensão da amostra seleccionada

para este estudo. Enquanto que na primeira regressão, com K=2 era necessário n=30 , temos n=43>30

conseguindo-se assegurar este pressuposto; na segunda regressão estávamos muito próximos com

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21

n=43<45 necessários para cumprir este pressuposto; contudo no que diz respeito à terceira regressão o

pressuposto já não foi de todo cumprido com uma amostra n=43<60.

Outra questão, igualmente importante, é o cumprimento de uma distribuição normal pelas variáveis

seleccionadas. As nossas variáveis, do tipo intervalo ou rácio, apresentam desde logo o não cumprimento

de uma distribuição normal conforme se pode observar no Quadro 5.12, pelo facto da significância obtida

ser inferior a 0,05 tanto no teste Kolmogorov-Smirnov, como no Shapiro-Wilk.

Quadro ¡Error! No hay texto con el estilo especificado en el documento..9 Teste à Normalidade das variáveis não transformadas

Kolmogorov-Smirnova Shapiro-Wilk

Statistic DFs Sig. Statistic DFs Sig.

Antigo_MV ,386 45 ,000 ,528 45 ,000

Antigo_BVE ,411 45 ,000 ,324 45 ,000

EPS ,449 45 ,000 ,257 45 ,000

Antigo_BA ,476 45 ,000 ,233 45 ,000

VBA ,494 45 ,000 ,219 45 ,000

a. Lilliefors Significance Correction

Fonte: Resultados obtidos em SPSS

Ao trabalharmos com valores de n diminutos corremos grandes riscos de distorções que uma distribuição

normal das frequências da variável com um valor de n superior resolveriam. Uma análise mais profunda

das variáveis colocou a descoberto um outro importante problema da amostra: a existência de “outliers”

de ordem superior a valores de três vezes o valor do desvio padrão à média, conforme se pode observar

no Quadro 5.13.

Quadro ¡Error! No hay texto con el estilo especificado en el documento..10 Análise de Estatística Descritiva das variáveis não transformadas

Statistic Std. Error

Antigo_MV Mean 60,10289 18,699138 95% Confidence Interval for Mean Lower Bound 22,41725 Upper Bound 97,78853 5% Trimmed Mean 42,63846 Median 6,21000 Std. Deviation 125,437633 Minimum ,040 Maximum 462,500

Antigo_BVE Mean 29,94017 14,282526 95% Confidence Interval for Mean Lower Bound 1,15563 Upper Bound 58,72471 5% Trimmed Mean 9,91768 Median 3,21919 Std. Deviation 95,810097 Minimum ,105 Maximum 498,230

EPS Mean 5,60340 3,707714 95% Confidence Interval for Mean Lower Bound -1,86901 Upper Bound 13,07580 5% Trimmed Mean ,45187 Median ,03630 Std. Deviation 24,872104 Minimum -3,006 Maximum 134,480

Antigo_BA Mean 32,54959 21,553955 95% Confidence Interval for Mean Lower Bound -10,88956 Upper Bound 75,98873

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22

5% Trimmed Mean 3,53972 Median ,95095 Std. Deviation 144,588325 Minimum ,016 Maximum 885,119

VBA Mean 6,29382 4,543298 95% Confidence Interval for Mean Lower Bound -2,86260 Upper Bound 15,45023 5% Trimmed Mean ,24981 Median ,00128 Std. Deviation 30,477368 Minimum -,964 Maximum 187,809

Fonte: Resultados obtidos em SPSS

Os dois grandes “outliers” resumem-se a duas “grandes” empresas agrícolas dedicadas ao cultivo de

largas centenas de hectares de óleo de palma em África e na Ásia, ‘grandes’ quando comparadas com as

restantes empresas deste estudo. Os seus valores, correspondentes às nossas quatro variáveis

independentes Resultado por Acção, Capital Próprio, Activos Biológicos e Variação dos Activos

Biológicos, são tão distantes do conjunto da nossa amostra que tiveram de ser excluídos para se avançar

no sentido de tentar alcançar o cumprimento de uma distribuição normal. A confirmação destes casos

como “outliers” é comprovada quer pela relação entre o desvio padrão e a média quer pela observação

gráfica dos Boxplots, Histogramas e dos Normal e Detrended Q-Q Plots.

Desta forma, a exclusão destes casos apresentou-se como incontornável, na medida dos assinaláveis

ganhos que as distribuições apresentaram com a sua retirada.

Mas executado este processo as variáveis ainda assim não passaram os testes de normalidade de

Kolmogorov-Smirnov ou, o mais ajustado a amostras mais pequenas, o de Shapiro-Wilk, conforme se

pode observar no Quadro 5.14.

Quadro ¡Error! No hay texto con el estilo especificado en el documento..11 Teste à Normalidade das variáveis não transformadas, de 43 casos (excluindo 2 “outliers”)

Kolmogorov-Smirnova Shapiro-Wilk

Statistic DFs Sig. Statistic DFs Sig.

Antigo_MV ,387 43 ,000 ,463 43 ,000

Antigo_BVE ,308 43 ,000 ,511 43 ,000

EPS ,298 43 ,000 ,683 43 ,000

Antigo_BA ,334 43 ,000 ,500 43 ,000

VBA ,382 43 ,000 ,502 43 ,000

a. Lilliefors Significance Correction

Fonte: Resultados obtidos em SPSS

A procura de uma melhor adequação das variáveis a uma distribuição normal levou-nos a experimentar

várias transformações matemáticas, nomeadamente a sua logaritmização ou a transformação através da

raíz quadrada. Nesse sentido, procedeu-se ao teste da logaritmização de base 10 das cinco variáveis,

sendo que apenas nas variáveis Cotação, Capital Próprio e Activos Biológicos se obtiveram resultados

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23

positivos. Após a transformação matemática, estas variáveis passaram a apresentar representações

gráficas muito similares a uma distribuição normal e passaram igualmente a demonstrar valores nos

testes estatísticos atrás referidos com significância estatística, conforme se pode observar através do

Quadro 5.15, rejeitando-se assim a hipótese da não normalidade das variáveis em questão.

Quadro ¡Error! No hay texto con el estilo especificado en el documento..12 Teste à Normalidade de 43 casos (excluindo dois “outliers”), das variáveis Cotação, Capital Próprio e Activos Biológicos Logaritmizadas e com

as variáveis Resultado por Acção e Variação dos Activos Biológicos inalteradas

Kolmogorov-Smirnova Shapiro-Wilk

Statistic DFs Sig. Statistic DFs Sig.

MV ,065 43 ,200* ,982 43 ,744

BVE ,081 43 ,200* ,987 43 ,889

EPS ,298 43 ,000 ,683 43 ,000

BA ,090 43 ,200* ,981 43 ,685

VBA ,382 43 ,000 ,502 43 ,000

a. Lilliefors Significance Correction

*. This is a lower bound of the true significance.

Fonte: Resultados obtidos em SPSS

Relativamente às outras duas variáveis Resultado por Acção e Variação dos Activos Biológicos as

mesmas submetidas a logaritmizações várias, à raiz quadrada e à reciprocalidade não responderam com

alterações significativas no seu ajuste a uma distribuição normal, importando em muitas das

transformações num elevado número de “missing values” para a dimensão da amostra. Decidimos pois

partir para as regressões lineares com as variáveis Cotação, Capital Próprio e Activos Biológicos

transformadas e com as variáveis Resultado por Acção e Variação dos Activos Biológicos inalteradas, já

que estas graficamente se aproximavam de uma distribuição normal das frequências apenas falhando no

teste de Kolmogorov-Smirnov. Atendendo ao Teorema do Limite Central, e devido também ao nosso

pequeno n assumimos que as variáveis em questão tendem para a normalidade.

Os resultados obtidos em virtude das alterações efectuadas na amostra, no que diz respeito ao

cumprimento do pressuposto da normalidade da distribuição das frequências das variáveis, apresentam

assim ganhos assinaláveis em relação à amostra inicial.

5.3.2.1 Teste da associação entre os valores do capital próprio e resultado

No Quadro 5.16 apresentam-se os valores da ANOVA.

Quadro ¡Error! No hay texto con el estilo especificado en el documento..13 ANOVAb referente ao 1º Modelo de regressão linear5

MV i, t+6 = ? 0 + ? 1 BVE i,t + ? 2 EPS i,t + ? i, (5.3.1)

5 Sig.=0,007 < 0,05 para um intervalo de confiança de 95%.

Page 24: O IMPACTO DA IAS 41 E O SEU VALOR RELEVANTE NAS … · objectivo de, com a aplicação das IFRS, ... afectar o valor de mercado da empresa ... e o justo valor ou custo do activo possa

24

Model Sum of Squares DFs Mean Square F Sig.

1 Regression 9,501 2 4,751 5,610 ,007a

Residual 33,874 40 ,847

Total 43,375 42

a. Predictors: (Constant), BVE, EPS

b. Dependent Variable: MV Fonte: Resultados obtidos em SPSS com a aplicação do Modelo

de Regressão.

A análise ao Quadro 5.16 permite afirmar que o modelo estimado é estatisticamente adequado para

descrever a relação entre as variáveis.

O sumário do modelo, apresentado de seguida no Quadro 5.17, reforça o resultado obtido com a ANOVA,

pois obtém-se que o coeficiente de correlação é de 0,468 (quando R~1) e a percentagem de variância

explicada pelo modelo é de 0,219 (21,9%) e a mesma ajustada é de 0,180 (18,0%).

Quadro ¡Error! No hay texto con el estilo especificado en el documento..14 Sumáriob do 1º Modelo de regressão linear

MV i, t+6 = ? 0 + ? 1 BVE i,t + ? 2 EPS i,t + ? i, (5.3.1)

Model

R

R

Square

Adjusted

R Square

Std. Error of

the

Estimate Change Statistics

Durbin-

Watson

R Square

Change

F

Chang

e DFs1 DFs2

Sig. F

Change

dimension0 1 ,468a ,219 ,180 ,92024 ,219 5,610 2 40 ,007 2,278

a. Predictors: (Constant), BVE, EPS

b. Dependent Variable: MV

Fonte: Resultados obtidos em SPSS com a aplicação do Modelo de Regressão.

Neste caso, podemos afirmar que 21,9% da variância encontrada na Cotação parece ser explicada pelas

variáveis independentes Capital Próprio e Resultado por Acção, mas também pode ser explicado por

outras variáveis que não as analisadas.

Para se prever Y a partir de X variáveis encontramos a recta que representa a regressão alterada pelas

transformações efectuadas nas variáveis. Assim, partindo do modelo inicial temos a equação geral da

recta: Y=mx+nz+c. Como procedemos à logaritmização de algumas das variáveis, teremos para o caso

presente: log10 MV= m x log10 BVE + n x EPS + c. Colocando a equação em ordem a Y e recolhendo os

valores de B da tabela de Coeficientes (Quadro 5.18) teremos pois: MV= 10^ (0,574 x log10 BVE + 0,096 x

EPS + 0,373).

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25

Quadro ¡Error! No hay texto con el estilo especificado en el documento..15 Tabela de coeficientesa do 1º Modelo de regressão linear

MV i, t+6 = ? 0 + ? 1 BVE i,t + ? 2 EPS i,t + ? i, (5.3.1)

Model

Unstandardize

d Coefficients

Standardiz

ed

Coefficient

s t Sig.

Collinearity

Statistics

B

Std.

Error Beta

Toleran

ce VIF

1 (Constant ,373 ,174 2,144 ,038

BVE ,574 ,226 ,387 2,534 ,015 ,838 1,194

EPS ,096 ,097 ,150 ,984 ,331 ,838 1,194

a. Dependent Variable: MV Fonte: Resultados obtidos em SPSS com a aplicação do Modelo de

Regressão.

Observa-se que os resultados obtidos através do nosso primeiro modelo de regressão linear permitem

concluir que o valor de mercado das entidades agrícolas analisadas, para o período em questão, é em

parte explicado pelo valor divulgado dos seus Capitais Próprios, contudo, os Resultados por Acção não

têm significância estatística no modelo.

Da leitura dos quadros apresentados obtém-se portanto, que apenas a variável Capital Próprio tem valor

relevante sendo que estes resultados confrontam estudos semelhantes de outros autores (Gueifão, 2007

e Jesus, 2007). Deste modo os investidores parecem ser sensíveis ao valor dos capitais próprios como

medida de relevância na avaliação da performance empresarial.

Para validar a regressão testámos o cumprimento dos pressupostos da homocedasticidade, da

independência e da normalidade das variáveis aleatórias residuais, bem como da ausência de

multicolinearidade entre as variáveis independentes. Começando por esta última, a não colinearidade

entre as variáveis independentes verifica-se na medida em que o valor da Tolerância, observável no

Quadro 5.18 dos Coeficientes, corresponde a 0,838 muito superior ao limite mínimo de 0,1 onde os

fenómenos de colinearidade começam a acontecer.

Por outro lado, para apurar se existe autocorrelação dos erros realizou-se o teste de Durbin-Watson. O

resultado obtido de d=2,2786 (Quadro 5.17), contido no intervalo [1.62, 2.38], significa que a hipótese de

indepêndencia não é rejeitada. Podemos pois admitir que os erros são independentes, ou seja, que se

verifica o pressuposto da independência.

Com vista a apurar a normalidade dos erros foi realizado o teste de Kolmogorov-Smirnov para os

resíduos. Os resultados, como demonstra o quadro seguinte, apontam para a não normalidade uma vez

que a significância estatística do teste se encontra abaixo de 5%. No entanto, apesar de nesta amostra

não se cumprir a hipótese da normalidade dos erros, ou seja de se rejeitar a hipótese nula de

normalidade, é possível afirmar que os estimadores do método dos Mínimos Quadrados Ordinários

6 Com n = 43, k = 2 e a = 0.05, os valores críticos da tabela de Durbin-Watson são: dU = 1.62 e [dU;4-dU] = [1.62,

4-1.62] = [1.62, 2.38], sendo que o valor de 2,278 encontra-se dentro do referido intervalo.

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26

(MQO) satisfazem a normalidade assintótica, baseado no Teorema do Limite Central, ou seja, eles

aproximadamente têm distribuição normal em amostras de tamanhos suficientemente grande (c.f. Hayashi

2000).

Quadro ¡Error! No hay texto con el estilo especificado en el documento..16 Teste à Normalidade do 1º Modelo de

regressão linear

MV i, t+6 = ? 0 + ? 1 BVE i,t + ? 2 EPS i,t + ? i, (5.3.1)

Kolmogorov-Smirnova Shapiro-Wilk

Statistic DFs Sig. Statistic DFs Sig.

Standardized

Residual

,174 43 ,002 ,918 43 ,004

a. Lilliefors Significance Correction Fonte: Resultados obtidos em SPSS com a aplicação do Modelo de

Regressão.

5.3.2.2 Teste da associação entre valor do capital próprio, resultado residual e valor dos activos

biológicos

De seguida, no Quadro 5.20 apresentam-se os valores da ANOVA.

Quadro ¡Error! No hay texto con el estilo especificado en el documento..17 ANOVAb referente ao 2º Modelo de regressão linear7

MV i, t+6 = ? 0 + ? 1 BVE i,t + ? 2 EPS i,t + ? 3 BA i,t + ? i, (5.3.2)

Model Sum of Squares DFs Mean Square F Sig.

1 Regression 10,102 3 3,367 3,947 ,015a

Residual 33,273 39 ,853

Total 43,375 42

a. Predictors: (Constant), BVE, EPS, BA

b. Dependent Variable: MV Fonte: Resultados obtidos em SPSS com a aplicação do Modelo de Regressão.

A análise ao Quadro 5.20 permite afirmar que o modelo estimado é estatisticamente adequado para

descrever a relação entre as variáveis.

O sumário do modelo, apresentado de seguida no Quadro 5.21, reforça o resultado obtido com a ANOVA,

pois obtém-se que o coeficiente de correlação é de 0,483 (quando R~1) e a percentagem de variância

explicada pelo modelo é de 0,233 (23,3%) e a mesma ajustada é de 0,174 (17,4%).

Quadro ¡Error! No hay texto con el estilo especificado en el documento..18 Sumáriob do 2º Modelo de regressão

linear

MV i, t+6 = ? 0 + ? 1 BVE i,t + ? 2 EPS i,t + ? 3 BA i,t + ? i, (5.3.2)

7 Sig.=0,015 < 0,05 para um intervalo de confiança de 95%.

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27

Model

R

R

Squar

e

Adjusted

R Square

Std. Error of

the Estimate Change Statistics

Durbin-

Watson

R Square

Change

F

Chang

e DFs1 DFs2

Sig. F

Change

dimensio

n0

1 ,483a ,233 ,174 ,92366 ,233 3,947 3 39 ,015 2,181

a. Predictors: (Constant), BVE , EPS, BA

b. Dependent Variable: MV

Fonte: Resultados obtidos em SPSS com a aplicação do Modelo de Regressão.

Neste caso, podemos afirmar que 23,3% da variância encontrada na Cotação parece ser explicada pelas

variáveis independentes Capital Próprio, Resultado por Acção e valor dos Activos Biológicos, mas

também pode ser explicado por outras variáveis que não as analisadas.

Para se prever Y a partir de X variáveis encontramos a recta que representa a regressão alterada pelas

transformações efectuadas nas variáveis. Assim, partindo do modelo inicial temos a equação geral da

recta: Y=mx+nz+ow+c. Como procedemos à logaritmização de algumas das variáveis, teremos para o

caso presente: log10 MV= m x log10 BVE + n x EPS + o x log10 BA + c. Colocando a equação em ordem a

Y e recolhendo os valores de B da tabela de Coeficientes, no Quadro 5.22, teremos pois: MV= 10^ (0,752

x log10 BVE + 0,113 x EPS - 0,217 x log10 BA + 0,253.

Quadro ¡Error! No hay texto con el estilo especificado en el documento..19 Tabela de coeficientesa do 2º Modelo de

regressão linear

MV i, t+6 = ? 0 + ? 1 BVE i,t + ? 2 EPS i,t + ? 3 BA i,t + ? i, (5.3.2)

Model

Unstandardize

d Coefficients

Standardize

d

Coefficients t Sig.

Collinearity

Statistics

B

Std.

Error Beta

Tolera

nce VIF

1 (Constant ,253 ,225 1,124 ,268

BVE ,752 ,311 ,507 2,419 ,020 ,448 2,232

EPS ,113 ,100 ,178 1,136 ,263 ,800 1,250

BA -,217 ,259 -,178 -,839 ,406 ,437 2,289

Fonte: Resultados obtidos em SPSS com a aplicação do Modelo de Regressão.

Relativamente ao nosso segundo modelo de regressão linear verifica-se que apesar da variável Capital

Próprio continuar a ser significativamente relevante, o modelo deteriora-se ao adicionarmos a nova

variável independente Activos Biológicos. Os Resultados por Acção e o valor dos Activos Biológicos não

têm significância estatística no modelo.

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28

Uma possível explicação para esta ocorrência será que os investidores não olham isoladamente para os

activos biológicos no balanço mas sim para o valor patrimonial das entidades agrícolas de uma forma

mais global.

Para validar a regressão testámos o cumprimento dos pressupostos dos pressupostos da

homocedasticidade, da independência e da normalidade das variáveis aleatórias residuais, bem como da

ausência de multicolinearidade entre as variáveis independentes. Começando pela última, a não

colinearidade entre as variáveis independentes verifica-se na medida em que o valor da Tolerância,

observável no Quadro 5.22 dos Coeficientes, corresponde a 0,800>0,448>0,437 valores muito superiores

ao limite mínimo de 0,1 onde os fenómenos de colinearidade começam a acontecer.

Por outro lado, para apurar se existe autocorrelação dos erros realizou-se o teste de Durbin-Watson. O

resultado obtido de d=2,1818 (Quadro 5.21), contido no intervalo [1.62, 2.33], significa que a hipótese de

indepêndencia não é rejeitada. Podemos pois admitir que os erros são independentes, ou seja, que se

verifica o pressuposto da independência.

O teste de Kolmogorov-Smirnov para os resíduos, como demonstra o quadro seguinte, provam que os

erros violam a hipótese da normalidade uma vez que a significância estatística do teste se encontra

abaixo de 5%. No entanto, tal como anteriormente referido, é possível afirmar que os estimadores do

método dos Mínimos Quadrados Ordinários (MQO) satisfazem a normalidade assintótica, baseado no

Teorema do Limite Central, ou seja, eles aproximadamente têm distribuição normal em amostras de

tamanhos suficientemente grande (c.f. Hayashi 2000).

Quadro ¡Error! No hay texto con el estilo especificado en el documento..20 Teste à Normalidade do 2º Modelo de

regressão linear

MV i, t+6 = ? 0 + ? 1 BVE i,t + ? 2 EPS i,t + ? 3 BA i,t + ? i, (5.3.2)

Kolmogorov-

Smirnova Shapiro-Wilk

Statisti

c

DF

s Sig.

Statisti

c

DF

s Sig.

Standardized

Residual

,167 43 ,004 ,922 43 ,006

a. Lilliefors Significance Correction Fonte: Resultados obtidos em SPSS com a aplicação do Modelo de Regressão.

5.3.2.3 Teste da associação entre valor do capital próprio, resultado residual, valor dos activos

biológicos e variação dos activos biológicos

De seguida no Quadro 5.24 apresentam-se os valores da ANOVA.

8 Com n = 43, k = 3 e a = 0.05, os valores críticos da tabela de Durbin-Watson são: dU = 1.67 e [dU; 4-dU] = [1.67,

4-1.67] = [1.62, 2.33], sendo que o valor de 2,181 encontra-se dentro do referido intervalo.

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29

Quadro ¡Error! No hay texto con el estilo especificado en el documento..21 ANOVAb referente ao 3º Modelo de regressão linear9

MV i, t+6 = ? 0 + ? 1 BVE i,t + ? 2 EPS i,t + ? 3 BA i,t + ? 4 VBA i,t + ? i,

(5.3.3)

Model Sum of

Squares DFs

Mean

Square F Sig.

1 Regression 10,983 4 2,746 3,221 ,023a

Residual 32,392 38 ,852

Total 43,375 42

a. Predictors: (Constant), BVE, EPS BA, VBA

b. Dependent Variable: MV Fonte: Resultados obtidos em SPSS com a aplicação do Modelo de Regressão.

A análise ao Quadro 5.24 permite afirmar que o modelo estimado é estatisticamente adequado para

descrever a relação entre as variáveis.

O sumário do modelo, apresentado de seguida no Quadro 5.25, reforça o resultado obtido com a ANOVA,

pois obtém-se que o coeficiente de correlação é de 0,503 (quando R~1) e a percentagem de variância

explicada pelo modelo é de 0,253 (25,3%) e a mesma ajustada é de 0,175 (17,5%).

Quadro ¡Error! No hay texto con el estilo especificado en el documento..22 Sumáriob do 3º Modelo de regressão

linear

MV i, t+6 = ? 0 + ? 1 B V E i,t + ? 2 E P S i,t + ? 3 B A i,t + ? 4 V B A i,t + ? i, (5.3.3)

Model

R

R

Square

Adjusted

R Square

Std. Error of

the Estimate Change Statistics

Durbin-

Watson

R Square

Change F Change DFs1 DFs2

Sig. F

Change

dimension0 1 ,503a ,253 ,175 ,92327 ,253 3,221 4 38 ,023 2,150

a. Predictors: (Constant), BVE , EPS, BA , VBA

b. Dependent Variable: MV

Fonte: Resultados obtidos em SPSS com a aplicação do Modelo de Regressão.

Neste caso, podemos afirmar que 25,3% da variância encontrada na Cotação parece ser explicada pelas

variáveis independentes Capital Próprio, Resultado por Acção, valor dos Activos Biológicos e Variação

dos Activos Biológicos, mas também pode ser explicado por outras variáveis que não as analisadas.

Para se prever Y a partir de X variáveis encontramos a recta que representa a regressão alterada pelas

transformações efectuadas nas variáveis. Assim, partindo do modelo inicial temos: Y=mx+nz+ow+pk+c.

Como procedemos à logaritmização de algumas das variáveis, teremos para o caso presente: log10 MV=

m x log10 BVE + n x EPS + o x log10 BA + p x VAB + c. Colocando a equação em ordem a Y e recolhendo

os valores de B da tabela de Coeficientes teremos pois: MV= 10^ (0,788 x log10 BVE + 0,123 x EPS -

0,161 x log10 BA - 0,206 x VBA + 0,285).

9 Sig.=0,023 < 0,05 para um intervalo de confiança de 95%.

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30

Quadro ¡Error! No hay texto con el estilo especificado en el documento..23 Tabela de coeficientesa do 3º Modelo de

regressão linear

MV i, t+6 = ? 0 + ? 1 B V E i,t + ? 2 E P S i,t + ? 3 B A i,t + ? 4 V B A i,t + ? i, (5.3.3)

Model Unstandardized

Coefficients

Standardize

Coefficients t Sig.

Collinearity

Statistics

B Std. Error Beta Tolerance VIF

1 (Constant ,285 ,227

1,253 ,218

BVE ,788 ,313 ,531 2,519 ,016 ,442 2,261

EPS ,123 ,100 ,194 1,230 ,226 ,792 1,262

BA -,161 ,264 -,132 -,609 ,546 ,418 2,394

VBA -,206 ,203 -,161 -1,016 ,316 ,786 1,272

Fonte: Resultados obtidos em SPSS com a aplicação do Modelo de Regressão.

Relativamente ao nosso segundo modelo de regressão linear verifica-se que apesar da variável Capital

Próprio mais uma vez continuar a ser significativamente relevante, o modelo deteriora-se ao adicionarmos

mais esta nova variável independente, Variação dos Activos Biológicos. Desta vez, os Resultados por

Acção, o valor dos Activos Biológicos e a Variação dos Activos Biológicos não têm significância estatística

no modelo.

Aqui também se verifica, novamente, que a regressão vai decrescendo de poder explicativo da variável

dependente à medida que se acrescentam as variáveis Resultado por Acção, Activos Biológicos e

Variação dos Activos Biológicos.

Concluímos que o Resultado por Acção e os valores dos activos biológicos a par da sua variação não se

apresentam valor relevante, parecendo que os investidores não tomam em consideração esta informação

de forma isolada, aquando da tomada de decisão sobre os seus investimentos.

Para validar a regressão temos que averiguar sobre o cumprimento dos pressupostos da

homocedasticidade, da independência e da normalidade das variáveis aleatórias residuais, bem como a

ausência de multicolinearidade entre as variáveis independentes. Começando pela última, a não

colinearidade entre as variáveis independentes verifica-se na medida em que o valor da Tolerância,

observável no quadro dos Coeficientes (Quadro 5.26), corresponde a 0,792>0,786>0,442>0,418 muito

superiores ao limite mínimo de 0,1 onde os fenómenos de colinearidade começam a acontecer.

O teste de Kolmogorov-Smirnov uma vez mais demonstra que a hipótese da normalidade não se cumpre,

uma vez que a significância estatística do teste se encontra abaixo de 5%. Recorremos novamente aos

estimadores do método dos Mínimos Quadrados Ordinários (MQO) na satisfação da normalidade

assintótica, visto que baseado no Teorema do Limite Central eles aproximadamente têm distribuição

normal em amostras de tamanhos suficientemente grande (c.f. Hayashi 2000).

Quadro ¡Error! No hay texto con el estilo especificado en el documento..24 Teste à Normalidade do 3º Modelo de

regressão linear

MV i, t+6 = ? 0 + ? 1 BVE i,t + ? 2 EPS i,t + ? 3 BA i,t + ? 4 VBA i,t + ? i,

(5.3.3)

Page 31: O IMPACTO DA IAS 41 E O SEU VALOR RELEVANTE NAS … · objectivo de, com a aplicação das IFRS, ... afectar o valor de mercado da empresa ... e o justo valor ou custo do activo possa

31

Kolmogorov-Smirnova Shapiro-Wilk

Statistic DFs Sig. Statistic DFs Sig.

Standardized

Residual

,176 43 ,002 ,909 43 ,002

a. Lilliefors Significance Correction Fonte: Resultados obtidos em SPSS com a aplicação do Modelo de Regressão

6 - CONCLUSÃO

No estudo empírico tentamos averiguar sobre a posição dos investidores, de forma a verificar se estes

são sensíveis aos valores dos activos biológicos e suas variações, ao valor do capital próprio e ao valor

do resultado por acção de algumas empresas que se dedicam à actividade agrícola e, que divulguem

activos biológicos de acordo com as normas do IASB, empresas essas cotadas nas bolsas de valores da

Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Inglaterra, Irlanda, Itália, Lituânia,

Luxemburgo, Malásia, Noruega, Polónia, Portugal, Suécia e Suíça. Esta análise incidiu sobre os seus

Relatório de Contas de 2008.

Face aos resultados obtidos, menos de 1% da nossa amostra ainda utiliza o modelo do custo na

mensuração dos seus activos biológicos. No entanto, apesar da IAS 41 exigir uma justificação narrativa

nas notas às DFs para estes casos tal não se verificou. Contudo uma possível justificação para estes

resultados é poder não existir mercado activo para os activos em questão.

Realçamos uma situação em particular fruto do trabalho de observação da amostra. O sector das

Florestas reúne as maiores empresas deste estudo. Este sector apesar de se destacar claramente dos

restantes sectores aqui analisados, tanto em relação ao total do activo como no que diz respeito aos

activos biológicos, apresenta resultados líquidos acentuadamente negativos. Algumas possíveis

explicações para esta ocorrência poderão ser a dificuldade de obter preços de referência do sector, ou o

longo período de crescimento das árvores (por exemplo, as florestas suecas chegam a ter árvores com

mais de 150 anos) ou até a eventual relutância dos gestores actualizarem estes activos biológicos dado o

grande desfasamento de tempo até que os mesmos sejam colhidos e seja realizada a sua venda, afinal

de contas uma das grandes críticas apontadas ao modelo do justo valor reside na subjectividade das

estimativas a utilizar quando não existem mercados de referência para o sector.

No que diz respeito aos modelos de regressão linear estimados, os resultados obtidos permitiram concluir

que:

o justo valor dos activos biológicos tem grande impacto ao nível do total do activo no Balanço;

o justo valor dos activos biológicos e as suas variações não apresentam valor relevante neste estudo e

parecem não estar a ser considerados de forma isolada pelos investidores aquando da sua tomada de

decisões;

ao analisar o valor relevante os investidores parecem ser sensíveis ao valor patrimonial das empresas

agrícolas;

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32

o modelo do justo valor parece não ser relevante ou seja essa informação parece não estar a ser

considerada ou então não ser nova para os investidores aquando da tomada de decisão.

Uma possível justificação para estes resultados poderão ser os diferentes níveis de conhecimentos dos

investidores, queremos com isto dizer que, os investidores que acompanham as grandes empresas

podem reunir conhecimentos técnicos mais profundos sobre as alterações das regras contabilísticas.

Desta forma, é possível que o justo valor dos activos biológicos tenha valor relevante aquando da tomada

de decisão dos investidores.

Em suma, os resultados do estudo parecem sugerir que, o IASB alcançou em parte algum sucesso em

atingir o seu objectivo de, com a aplicação das IFRS, disponibilizar informação que é útil porque esta é,

pelo menos em parte, relevante para a tomada de decisão dos utentes que utilizam essa informação e

suas necessidades.

Há no entanto, uma série de limitações e advertências associados à investigação que devem ser

considerados ao interpretar os resultados deste estudo. Uma primeira preocupação está relacionada com

a generalização das nossas inferências além da nossa amostra. Foram examinadas 45 empresas

agrícolas, no entanto generalizar os resultados para amostras maiores, é uma questão em aberto. Para

uma maior análise dos resultados obtidos e eventual generalização das conclusões consideramos ser

necessária uma amostra de maior dimensão. Outra limitação que este estudo enfrenta é o facto de não

incluir todas as variáveis possíveis que, quando consideradas, poderiam melhorar substancialmente as

relações analisadas ao longo deste trabalho, levando mesmo a outras conclusões.

Acreditamos que este estudo contribui de uma forma geral para o processo de harmonização

contabilística internacional. Em particular, supera algumas das limitações de estudos anteriores nesta

área, contribuindo por um lado para o entendimento sobre a aplicação obrigatória da IAS 41 nas entidades

agrícolas e por outro lado para o entendimento dos investidores e das suas relações com as variáveis

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