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O IMORTAL JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 53 Nº 627 Maio de 2006 R$ 1,50 “A vida é imortal, não existe a morte; não adianta morrer, nem descansar, porque ninguém descansa nem morre.” Marília Barbosa “Nascer, morrer, renascer ainda e progredir continuamente, tal é a lei.” Allan Kardec A contribuição das religiões politeístas As primeiras organizações re- ligiosas em nosso mundo tiveram origem entre os povos primitivos do Oriente, aos quais, segundo Emmanuel, Jesus enviava periodi- camente seus mensageiros e mis- sionários. Muitas delas ensinavam o po- liteísmo, mas nem por isso dei- xaram de oferecer uma contribui- ção importante ao desenvolvi- mento dos povos, especialmente a partir da chegada à Terra dos chamados exilados de Capela, quando então os rudimentos das artes gráficas receberam os pri- meiros impulsos e começou a flo- rescer uma nova era de conheci- mento espiritual no campo das concepções religiosas. Os Vedas ensinavam a crença em um Deus supremo: Brama, o criador do Universo e a fonte de onde emanaram todas as divinda- des individuais, que serão no final por ele absorvidas, o que eviden- cia o caráter politeísta e panteísta da religião dos hindus. Pág. 3 O “Mês da Mulher Espírita” inicia-se no dia 7 de maio Fundada em 17 de abril de 1987, a Co- munhão Espírita Cris- tã de Londrina promo- ve no corrente mês em sua sede, na Rua Tadao Ohira, 555, Jar- dim Perobal, mais um Mês da Mulher Espí- rita, uma promoção do Grupo Espírita Cairbar Schutel que se realiza anualmente em maio, com palestras proferidas por mulheres focali- zando a vida e a obra de vultos femininos que se destacaram na história do Cristianismo ou do Espiritismo. As palestras ocorrerão aos do- mingos, a partir das 9 horas, com início no dia 7, quando Ilza Maria Luisa Braga falará sobre “Mei- A doutrinação dos Espíritos, seus objetivos, princípios e métodos Assunto raramente examina- do até mesmo nos cursos e reci- clagens promovidos pelos Cen- tros Espíritas, a doutrinação ou esclarecimento dos Espíritos que se comunicam nas sessões medi- únicas constitui um capítulo im- portante da prática espírita que deveria merecer, por isso mesmo, maior atenção de dirigentes e es- tudiosos do Espiritismo. Como doutrinar os Espíritos? quais os seus objetivos? que mé- todos utilizar? Essas e outras ques- tões fazem parte da matéria espe- cial publicada nas páginas centrais desta edição, visando assim a di- rimir muitas dúvidas que se apre- sentam na prática mediúnica, como por exemplo a questão de se colocar o Espírito na posse de todas as informações que lhe di- gam respeito, inclusive a princi- pal delas: a notícia de sua desen- carnação. A esse respeito, Divaldo P. Fran- co (foto) afirma: “Não podemos ter a presunção de fazer o que a Divin- dade tem paciência no realizar. Essa questão de esclarecer o Espírito no primeiro encontro é um ato de invigilância e, às vezes, de levian- dade, porque é muito fácil dizer a alguém que está em perturbação: Você já morreu! É muito difícil es- cutar-se esta frase e recebê-la sere- namente”. Págs. 8 e 9 Divaldo P. Franco, o conhecido tribuno e médium baiano mei”. As outras palestras serão pro- feridas por Efigênia S. Santos, no dia 14, sobre “Auta de Souza”; Maria Eloíza Ferreira, no dia 21, sobre “Amélie Gabrielle Boudet”, que foi esposa do Codificador do Espiritismo, e por Rosana Voigt Silveira (foto), no dia 28, sobre “Benedita Fernandes”. Pág. 14 Rosana Voigt Silveira, que fará a palestra de encerramento no Mês da Mulher Espírita Opinião d’O Imortal Leia na pág. 2 o editorial Os espíritas cristãos em face da re- encarnação, que comenta a impor- tância da reencarnação como fator decisivo na aceitação das provas e dificuldades que acometem a cria- tura humana, como também na ati- tude que o espírita verdadeiro deve tomar com vistas ao seu aprimora- mento moral e à resolução dos con- flitos que a existência corporal porventura lhe apresente. Semana Espírita começa dia 15 de julho Organizada pela USEL – União das Sociedades Espíritas de Londrina, já está definida a pro- gramação da 15 a Semana Espírita de Londrina, que será realizada no período de 15 a 21 de julho pró- ximo. Na abertura do evento está prevista a participação do confe- rencista Cosme Massi, que estará falando pela primeira vez no Nor- te do Paraná, caso se confirme sua presença. A Revue Spirite há 140 anos .... 15 Aiglon Fasolo ......................... 10 Clássicos do Espiritismo ........... 5 Cleunice Zanuto ...................... 13 Crônicas de Além-Mar ............ 12 De coração para coração ........... 4 Divaldo responde ...................... 5 Editorial .................................... 2 Emmanuel ................................ 2 Espiritismo para as criançasa ..... 6 Estudando as obras de André Luiz ............................... 7 Grandes Vultos do Espiritismo 11 Jane Martins Vilela ................... 7 Joanna de Ângelis ..................... 2 Palestras, seminários e outros eventos ......................... 14 Um minuto com Chico Xavier 12 Ainda nesta edição O auto-amor e o perdão na visão de Alexandra Torres Jornalista com atuação na Rádio CBN de Recife e mem- bro da Associação dos Divulgadores do Espiritismo de Pernambuco (ADE-PE), Alexandra Torres esteve em Londrina em janeiro último, oportunidade em que proferiu palestras, foi entrevistada para o programa Reflexão Espírita e concedeu a este jornal a en- trevista que vai publicada na última página deste número. Espírita e estudiosa da dou- trina desde os 13 anos de ida- de, Alexandra é hoje uma das principais lideranças do movi- mento espírita de Pernambuco, no qual atua como oradora, mestre de cerimônia em even- tos espíritas, e também no cam- po da arte espírita, como vocalista do Grupo Semente de Música Espírita e coreógrafa e diretora do Grupo Sáphyra de Dança. Pág. 16

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Page 1: O IMORTAL - · PDF filese colocar o Espírito na posse de todas as informações que lhe di-gam respeito, inclusive a princi-pal delas: a notícia de sua desen- ... nele colocando

O IMORTALJORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA

Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 53 Nº 627 Maio de 2006 R$ 1,50

“A vida é imortal,não existe a morte;não adianta morrer,

nem descansar,porque

ninguém descansanem morre.”

Marília Barbosa

“Nascer,morrer,renascerainda e

progredircontinuamente,

tal é a lei.”Allan Kardec

A contribuição dasreligiões politeístas

As primeiras organizações re-ligiosas em nosso mundo tiveramorigem entre os povos primitivosdo Oriente, aos quais, segundoEmmanuel, Jesus enviava periodi-camente seus mensageiros e mis-sionários.

Muitas delas ensinavam o po-liteísmo, mas nem por isso dei-xaram de oferecer uma contribui-ção importante ao desenvolvi-mento dos povos, especialmentea partir da chegada à Terra doschamados exilados de Capela,

quando então os rudimentos dasartes gráficas receberam os pri-meiros impulsos e começou a flo-rescer uma nova era de conheci-mento espiritual no campo dasconcepções religiosas.

Os Vedas ensinavam a crençaem um Deus supremo: Brama, ocriador do Universo e a fonte deonde emanaram todas as divinda-des individuais, que serão no finalpor ele absorvidas, o que eviden-cia o caráter politeísta e panteístada religião dos hindus. Pág. 3

O “Mês da Mulher Espírita”inicia-se no dia 7 de maio

Fundada em 17 deabril de 1987, a Co-munhão Espírita Cris-tã de Londrina promo-ve no corrente mês emsua sede, na RuaTadao Ohira, 555, Jar-dim Perobal, mais umMês da Mulher Espí-rita, uma promoçãodo Grupo EspíritaCairbar Schutel que serealiza anualmente emmaio, com palestrasproferidas por mulheres focali-zando a vida e a obra de vultosfemininos que se destacaram nahistória do Cristianismo ou doEspiritismo.

As palestras ocorrerão aos do-mingos, a partir das 9 horas, cominício no dia 7, quando Ilza MariaLuisa Braga falará sobre “Mei-

A doutrinação dos Espíritos, seusobjetivos, princípios e métodos

Assunto raramente examina-do até mesmo nos cursos e reci-clagens promovidos pelos Cen-tros Espíritas, a doutrinação ouesclarecimento dos Espíritos quese comunicam nas sessões medi-únicas constitui um capítulo im-portante da prática espírita quedeveria merecer, por isso mesmo,maior atenção de dirigentes e es-tudiosos do Espiritismo.

Como doutrinar os Espíritos?quais os seus objetivos? que mé-todos utilizar? Essas e outras ques-tões fazem parte da matéria espe-cial publicada nas páginas centraisdesta edição, visando assim a di-rimir muitas dúvidas que se apre-sentam na prática mediúnica,como por exemplo a questão dese colocar o Espírito na posse detodas as informações que lhe di-gam respeito, inclusive a princi-pal delas: a notícia de sua desen-carnação.

A esse respeito, Divaldo P. Fran-co (foto) afirma: “Não podemos tera presunção de fazer o que a Divin-dade tem paciência no realizar. Essaquestão de esclarecer o Espírito noprimeiro encontro é um ato de

invigilância e, às vezes, de levian-dade, porque é muito fácil dizer aalguém que está em perturbação:Você já morreu! É muito difícil es-cutar-se esta frase e recebê-la sere-namente”. Págs. 8 e 9

Divaldo P. Franco, o conhecido tribuno e médium baiano

mei”. As outras palestras serão pro-feridas por Efigênia S. Santos, nodia 14, sobre “Auta de Souza”;Maria Eloíza Ferreira, no dia 21,sobre “Amélie Gabrielle Boudet”,que foi esposa do Codificador doEspiritismo, e por Rosana VoigtSilveira (foto), no dia 28, sobre“Benedita Fernandes”. Pág. 14

Rosana Voigt Silveira, que fará a palestra de encerramentono Mês da Mulher Espírita

Opinião d’O ImortalLeia na pág. 2 o editorial Os

espíritas cristãos em face da re-encarnação, que comenta a impor-tância da reencarnação como fatordecisivo na aceitação das provas edificuldades que acometem a cria-

tura humana, como também na ati-tude que o espírita verdadeiro devetomar com vistas ao seu aprimora-mento moral e à resolução dos con-flitos que a existência corporalporventura lhe apresente.

Semana Espírita começa dia 15 de julhoOrganizada pela USEL –

União das Sociedades Espíritas deLondrina, já está definida a pro-gramação da 15a Semana Espírita

de Londrina, que será realizada noperíodo de 15 a 21 de julho pró-ximo. Na abertura do evento estáprevista a participação do confe-

rencista Cosme Massi, que estaráfalando pela primeira vez no Nor-te do Paraná, caso se confirme suapresença.

A Revue Spirite há 140 anos .... 15Aiglon Fasolo ......................... 10Clássicos do Espiritismo ........... 5Cleunice Zanuto ...................... 13Crônicas de Além-Mar ............ 12De coração para coração ........... 4Divaldo responde ...................... 5Editorial .................................... 2Emmanuel ................................ 2Espiritismo para as criançasa ..... 6Estudando as obras deAndré Luiz ............................... 7Grandes Vultos do Espiritismo 11Jane Martins Vilela ................... 7Joanna de Ângelis ..................... 2Palestras, seminários eoutros eventos ......................... 14Um minuto com Chico Xavier 12

Ainda nesta ediçãoO auto-amor e o perdão navisão de Alexandra TorresJornalista com atuação na

Rádio CBN de Recife e mem-bro da Associação dosDivulgadores do Espiritismode Pernambuco (ADE-PE),Alexandra Torres esteve emLondrina em janeiro último,oportunidade em que proferiupalestras, foi entrevistada parao programa Reflexão Espíritae concedeu a este jornal a en-trevista que vai publicada naúltima página deste número.

Espírita e estudiosa da dou-trina desde os 13 anos de ida-de, Alexandra é hoje uma dasprincipais lideranças do movi-mento espírita de Pernambuco,no qual atua como oradora,mestre de cerimônia em even-tos espíritas, e também no cam-po da arte espír i ta , comovocalista do Grupo Semente deMúsica Espírita e coreógrafa ediretora do Grupo Sáphyra deDança. Pág. 16

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O IMORTALPÁGINA 2 MAIO/2006

EditorialEMMANUEL

A reencarnação é, como sabe-mos, um dos princípios fundamen-tais da Doutrina Espírita e um dosfatores importantes no tocante àaceitação das provas e dificuldadesque acometem a criatura humana,que, ciente de que passamos inúme-ras vezes pela experiência corpórea,sabe que nada na vida acontece poracaso.

É, contudo, uma atitude equivo-cada lembrar a doutrina das vidassucessivas tão-somente como expli-cação das vicissitudes do presente.O filho difícil, a esposa incompre-ensiva, o pai arbitrário, as condiçõesdifíceis da existência corpórea, tudoisso encontra na doutrina da reen-carnação uma explicação plausívelque, sem dúvida alguma, concorrepara a aceitação de nossas provas.

Devemos, porém, lembrar queessa lei tem de ser levada em contaquando vislumbramos o futuro quenos aguarda a todos, visto que ascondições de nossa existência doporvir dependerão exatamente doque fizermos no presente.

Se lidamos com familiares com-plicados, não basta entender o mo-tivo de os termos recebido em nos-so meio. É preciso compreender queas dificuldades de relacionamentoporventura existentes podem e de-vem ser resolvidas, porque foi paraisso que eles e nós nos reunimos nomesmo núcleo familiar.

Muitos homens se atiram afano-samente pela conquista do dinheiro,nele colocando todas as aspiraçõesda vida como sendo a meta única aalcançar. Fazem-se, até mesmo,onzenários.

Inúmeros outros, todavia, nãolhe dão maior valor, desperdiçando-o com frivolidade, esbanjando-o semconsideração. Terminam, dessemodo, na estroinice, na miséria eco-nômica.

O dinheiro, entretanto, não é es-

A atualidade do Cristianismooferece-nos lições profundas, rela-tivamente à declaração acima men-cionada.

Ninguém duvida do sopro cris-tão que anima a civilização doOcidente. Cumpre notar, contudo,que a essência cristã, em seus ins-titutos, não passou de sopro, semrenovações substanciais, porque,logo após o ministério divino doMestre, vieram os homens e lavra-ram ordenações e decretos na pre-sunção de honrar o Cristo, seme-ando, em verdade, separatismo edestruição.

Os últimos séculos estão chei-os de figuras notáveis de reis, dereligiosos e políticos que se afir-maram defensores do Cristianismoe apóstolos de suas luzes.

Todos eles escreveram ou en-sinaram em nome de Jesus.

Os príncipes expediram manda-mentos famosos, os clérigos publi-caram bulas e compêndios, os ad-ministradores organizaram leis cé-

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A Assinatura simples deste peri-ódico custa R$ 35,00 (trinta e cincoreais) por ano, aí incluídas as despe-sas de correio.

A Assinatura múltipla custa R$35,00 (trinta e cinco reais) por mês, jáincluídas aí as despesas de correio. Aofazê-la, o assinante receberá todos osmeses um pacote com 10 exemplares,que poderão ser distribuídos entre osseus amigos, familiares ou integran-tes do Grupo Espírita de que faça par-te. A Assinatura múltipla é a forma

Os espíritas cristãos em face da reencarnaçãoNão é, contudo, o que se tem

visto, se confiarmos nos depoimen-tos de inúmeras pessoas que lutamcom dificuldades dessa ordem. Amuitas delas basta, quase sempre,entender a causa do fato, sem seimportarem com os meios pelosquais é possível reconciliar-nos unscom os outros.

A idéia do perdão e da reconci-liação está, no entanto, claramenteposta nos ensinamentos de Jesus,que nos propôs atitudes claras, comomostram as lições seguintes:

• Antes de entregar a vossaoferenda, reconciliai-vos com osvossos adversários.

• Orai pelos que vos persegueme caluniam.

• Perdoai não sete vezes, massetenta vezes sete vezes.

Numa de suas lapidares frases,Emmanuel, valendo-se das mãos deChico Xavier, deixou-nos a seguin-te advertência: “Se o nosso passadoé o responsável pelas nossas dificul-dades do presente, lembremo-nos deque no futuro o passado será o queestamos fazendo hoje”. Em outrostermos, nossa felicidade porvindou-ra será o resultado direto de nossasrealizações e atitudes do presente.

Vista por esse ângulo, a crençanas vidas sucessivas constitui fatordecisivo de mobilização e renova-ção moral, e não apenas de confor-mação passiva com as limitações e

inibições que porventura importa-mos do passado.

No item 28 do capítulo III daPrimeira Parte d´O Livro dos Mé-diuns, Kardec diz que os espíritaspodem dividir-se em quatro grupos:os espíritas experimentadores, quecrêem pura e simplesmente nas ma-nifestações; os espíritas imperfei-tos, que compreendem a doutrinamas não a praticam; os espíritasexaltados, que aceitam com extre-ma facilidade e sem maior exametudo o que lhe apresentam, e por fim,os verdadeiros espíritas, ou melhor,os espíritas cristãos, que não secontentam com admirar a moral es-pírita, mas a praticam e lhe aceitamtodas as conseqüências.

As relações com eles – afirmaKardec – sempre oferecem seguran-ça, porque a convicção que nutremos preserva de pensar em praticar omal e a caridade é, em tudo, a regrade proceder a que obedecem. Con-victos de que a existência terrena éuma prova passageira, tratam deaproveitar os seus breves instantespara avançar pela senda do progres-so, única que os pode elevar na hie-rarquia do mundo dos Espíritos, es-forçando-se por fazer o bem e coi-bir seus maus pendores.

A consciência de que a reencar-nação é lei divina que nos abarca atodos pode levar-nos a essa condição,e é isso que sinceramente esperamos.

Um minuto com Joanna de Ângelissencial ou secundário na vida. Valepelo que pode adquirir e segundo aconsideração de que se reveste tran-sitoriamente.

*É indispensável que inicies o

processo da tua libertação quantoantes.

Faze um momento habitual desolidão, onde quer que te encontres.Não é necessário que fujas do mun-do, porém que consigas um espaçomental e doméstico para exercitares

Honras vãs

lebres. No entanto, em vão procu-raram honrar o Salvador, ensinan-do doutrinas que são caprichos hu-manos, porquanto o mundo de ago-ra ainda é o campo de batalha dasidéias, qual no tempo em que oCristo veio pessoalmente a nós,apenas com a diferença de que oFarisaísmo, o Tempo, o Sinédrio, oPretório e a Corte de César possu-em hoje outros nomes. Importa re-conhecer, desse modo, que, sobre oesforço de tantos anos, é necessá-rio renovar a compreensão geral eservir ao Senhor, não segundo oshomens, mas de acordo com os seuspróprios ensinamentos.

“Em vão, porém, me honram, ensinandodoutrinas que são mandamentos dos

homens.” – Jesus. (Marcos, 7:7.)

Assine “O Imortal” e ajude, dessemodo, a divulgar a Doutrina Espírita

ideal para os Grupos e Centros Espí-ritas interessados na melhor divulga-ção do Espiritismo, dado o carátermultiplicador desse investimento.

A contribuição mensal dos Man-tenedores é de R$ 35,00 (trinta e cin-co reais) e o Mantenedor recebe tam-bém mensalmente, como nas Assina-turas múltiplas, um pacote com 10exemplares d´O Imortal.

Não é preciso efetuar o pagamen-to agora. Você receberá pelo correioo boleto bancário correspondente, quepoderá ser quitado em qualquer agên-cia bancária.

Lembre que, segundo Emmanuel,a maior caridade que podemos fazer àDoutrina Espírita é a sua divulgação.Ajude-nos, pois, a divulgá-la, colabo-rando com os jornais, os programas derádio e TV e os livros espíritas.

Assinale a opção de sua preferência:( ) Assinatura simples ( ) Assinatura múltipla

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Bairro .............................................................................................................................

Município .......................... Estado .................... CEP ..................................................

Telefone ............................. Número do fax .................................................................

Se estiver conectado à Internet, o seu e-mail ...............................................................

JOANNA DE ÂNGELIS, men-tora espiritual de Divaldo P. Franco,é autora, entre outros livros, de Mo-mentos de Felicidade (EditoraLEAL, 1990), do qual foi extraídoo texto acima.

EMMANUEL, que foi o men-tor espiritual de Francisco Cândi-do Xavier e coordenador da obramediúnica do saudoso médiummineiro, é autor, entre outros li-vros, de “Caminho, Verdade eVida” (FEB, 1948), de onde foiextraído o texto acima.

abandono pessoal e aí fazeres silên-cio, meditando em paz.

Não digas que o tempo não tefaculta ocasião.

Renuncia a alguma tarefa des-gastante, a alguma recreação exaus-tiva, ao tempo que dedicas aoespairecimento saturador e aplica-oà solidão.

Nesse espaço, isola-te e silencia.Deixa que a meditação refunda

os teus valores íntimos e logra liber-tar-te das paixões escravizantes.

Considera o dinheiro e todos osdemais valores como instrumentospara finalidades próximas, cuidan-do daqueloutros de sabor eterno eplenificador, que se te fazem es-senciais para o êxito na tua jorna-da atual, a tua auto-iluminaçãolibertadora.

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O IMORTALMAIO/2006 PÁGINA 3

As religiões politeístas e sua contribuição para a Humanidade

Emmanuel, em seu livro ACaminho da Luz (foto), psico-grafado por Francisco CândidoXavier, afirma que as primeirasorganizações religiosas da Ter-ra tiveram sua origem entre ospovos primitivos do Oriente,“aos quais enviava Jesus, perio-dicamente, os seus mensageirose missionários”. Devido à au-sência da escrita, naquelas épo-cas remotas as tradições setransmitiam de geração a gera-ção por meio da palavra articu-lada; contudo, com a cooperaçãodos exilados de Capela, os rudi-mentos das artes gráficas rece-beram os primeiros impulsos ecomeçou a florescer uma novaera de conhecimento espiritualno campo das concepções reli-giosas.

Os livros dos Vedas, datadosde mais de seis mil anos, já fala-vam acerca da sabedoria dosSastras – os grandes mestres dasciências hindus – que os antece-deram em mais ou menos doismil anos, nas margens dos riossagrados da Índia, o que mostraque a idéia religiosa nasceu pra-ticamente com a própria Huma-nidade, constituindo o alicerce detodos os seus esforços e realiza-ções no plano terráqueo.

Para nos situarmos melhor notempo e no espaço, é bom lem-brar que as raças adâmicas – for-madas por Espíritos exilados dosistema planetário de Capela –reuniram-se na Terra, com otranscurso dos anos, em quatrograndes grupos, que se fixaramdepois nos povos mais antigos,obedecendo às afinidades que osassociavam em Capela. Unidos,novamente, constituíram então ogrupo dos árias, a civilização doEgito, o povo de Israel e as cas-tas da Índia.

Dos árias descende a maioriados povos brancos da famíliaindo-européia, incluindo aí os la-tinos, os celtas, os gregos, osgermanos e os eslavos. Além deformarem os rudimentos de todaa organização das civilizaçõesfuturas, elas introduziram osmais largos benefícios no seio da

THIAGO BERNARDESDe Curitiba

raça amarela e da raça negra, quejá existiam no planeta.

A civilização da Índia - DosEspíritos degredados no ambien-te da Terra, os que se agruparamnas margens do rio Ganges foramos primeiros a formar os pródro-mos de uma sociedade organiza-da. As almas ali exiladas haviamrecebido muito da misericórdia deJesus, de cuja palavra de amorguardaram as mais comovedoresrecordações, traduzidas na belezados Vedas e dos Upanishads. Fo-ram elas as primeiras vozes da fi-losofia e da religião em nosso pla-neta. Segundo Thomas Bulfinch,a religião dos hindus foi fundadapelos Vedas, cuja autoria eles atri-buem a Brama.

Os Vedas ensinam a crença emum Deus supremo: Brama. Seusatributos são representados pelostrês poderes personificados da cri-ação, conservação e destruição,que, sob os nomes de Brama,Vixnu e Siva, formam a trimúrti –ou trindade dos principais deuseshindus. Além desses três deuses,há no bramanismo deuses inferi-ores responsáveis por certos fenô-menos da natureza, como o trovão,o relâmpago, o fogo etc.

Brama é, segundo tais idéias, ocriador do Universo e a fonte deonde emanaram todas as divinda-des individuais, que serão no finalpor ele absorvidas. À vista dessepensamento, observa-se nitidamen-te o caráter politeísta e panteísta dareligião dos hindus. Os brâmanessão idólatras e formam seitas dis-tintas, conforme os deuses que ve-nerem. As influências dobramanismo são boas quando dãoorigem à formação dos Mahatmas,e negativas quando estabelecem osistema de castas.

Civilização egípcia – Dentreos Espíritos exilados de Capela,os que constituíram a civilizaçãoegípcia foram os que mais se des-tacavam na prática do bem e noculto da verdade. Com efeito, se-gundo Emmanuel, eram eles osque menos débitos possuíam pe-rante o tribunal da Justiça Divi-na. Em nenhuma civilização daTerra o culto da morte foi tão al-tamente desenvolvido, porque

nos seus corações morava a an-siedade de voltar ao orbe distan-te, ao qual se sentiam presos pe-los mais santos afetos. Foi poresse motivo que, representandouma das mais belas e adiantadascivilizações de todos os tempos,as expressões do antigo Egitodesapareceram para sempre doplano tangível do planeta. Depoisde perpetuarem nas pirâmides osseus avançados conhecimentos,todos os Espíritos daquela regiãoregressaram à pátria de origem.

A religião egípcia apresenta-va dupla face. Para a massa po-pular, ainda imatura para receberensinamentos mais profundos,era politeísta. Para os sacerdotese iniciados, era monoteísta. O

deus principal do povo egípcioera Amon ou Amon-Ra, mas ha-via outras divindades subalter-nas: Osíris, Horus, Set e outros.A grande contribuição da religiãoegípcia repousa nos ensinamen-tos esotéricos, que não só trans-mitiam a existência de Deus uno,Pai e Criador, como também odestino e a comunicação dosmortos e a pluralidade das exis-tências e dos mundos.

Civilização grega – As expe-riências mais vastas no campo so-cial ocorreram na Grécia, berço defilósofos, sábios e literatos famo-sos. Os gregos eram essencial-mente politeístas e donos de umamitologia inigualável, que ne-nhum povo conseguiu superar.Para os gregos havia um grande

deus: Zêus, que era o deus supre-mo, senhor do Universo, pai dosdemais deuses e deusas e de todaa Humanidade. Além de Zêus,havia outros deuses – os princi-pais, os subalternos, as divindadesinfernais Evidencia-se na Gréciaantiga o papel de duas cidades:Atenas e Esparta. Berço da demo-cracia, onde o povo amava a li-berdade e dedicava-se à cultura,às artes e à beleza, de Atenas saí-ram grandes legisladores e filóso-fos, como Sócrates, Platão eXenofonte. Esparta, ao contrário,representava o poder absoluto,ditatorial, onde se proibia o co-mércio e se condenava a cultura.

A mitologia grega, tão rica efantasiosa como era, favoreceuque os gregos vivessem as expe-riências sociais necessárias à suaevolução. As conquistas socioló-gicas desenvolvidas em Atenasforam o que houve de mais posi-tivo em nosso mundo, mesmoconsiderando os dias atuais.Esparta, no entanto, passou à his-tória como um simples povo desoldados espalhando a destruiçãoe os flagelos da guerra, sem ne-nhuma significação construtivapara a Humanidade.

Civilização romana – Foramprincipalmente os etruscos quederam origem ao povo romano.Esforçados, operosos e inteligen-tes, os etruscos possuíam largasindústrias de metais, uma mari-nha notável, destacado progres-so no amanho da terra e, sobretu-do, sentimentos evolvidos que osfaziam diferentes das coletivida-des mais próximas. Acreditavam

na sobrevivência e ofereciam sa-crifícios às almas dos mortos,venerando os deuses cujas dispo-sições presumiam conhecer atra-vés dos fenômenos comuns danatureza.

Segundo Emmanuel, as influ-ências do povo etrusco foram de-cisivas para as experiências que osromanos precisariam viver maistarde. Nesse sentido, vale recordara figura de Tarquínio Prisco, filhoda Etrúria, que trouxe à cidadegrandes reformas e inúmeras ino-vações importantes na sua conso-lidação e no seu progresso.

Onde, porém, mais se eviden-ciaram as influências etruscas,nas organizações romanas, foijustamente na alma popular, de-votada aos gênios, aos deuses eàs superstições de toda espécie.Cada família, como cada lar, pos-suía o seu gênio invisível e ami-go, e na sociedade alastravam-seas comunidades religiosas.

Ao contrário dos atenienses,os romanos não faziam muitas in-dagações transcendentes em ma-téria religiosa ou filosófica, aten-dendo somente aos problemas doculto externo, sem muitas argu-mentações com a lógica. É porisso que, a despeito da numerosaquantidade de deuses existentesem Roma (o Panteão chegou a termais de 30 mil), a mitologia ro-mana é pobre.

O politeísmo romano contri-buiu, contudo, para que se desen-volvessem na sociedade romanagrandes virtudes, entre as quaisdestacamos os deveres familia-res, em especial o papel dasmatronas.

Nesta obra Emmanuel alude às primeirasorganizações religiosas

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O IMORTALPÁGINA 4 MAIO/2006

Foi um confrade de São Pauloquem nos alertou para uma novaonda que parece invadir o meio es-pírita, segundo a qual estaria bempróximo o advento do chamadomundo de regeneração, um assuntoa que Jesus se referiu no conhecidosermão profético, que o Evangelhode Mateus registrou no cap. 24,versículos 1 a 14, em que o Mestrealude ao chamado final dos tempos,quando “o evangelho do reino serápregado em todo o mundo”.

A classificação dos mundos ha-bitados e suas características prin-cipais são tratadas por Kardec nocap. III d´O Evangelho segundo oEspiritismo.

Ali, o Espírito de Santo Agosti-nho se refere aos mundos de rege-neração como mundos transitórios edá acerca deles as informações que

se seguem (O Evangelho segundo oEspiritismo, cap. III, item 17):

“Os mundos regeneradores ser-vem de transição entre os mundosde expiação e os mundos felizes; aalma que se arrepende neles encon-tra a calma e o repouso, acabandode se depurar. Sem dúvida, nessesmundos, o homem está ainda su-jeito às leis que regem a matéria; aHumanidade experimenta as vos-sas sensações e os vossos desejos,mas está livre das paixões desor-denadas, das quais sois escravos;neles não mais de orgulho que fazcalar o coração, de inveja que otortura, de ódio que o sufoca; a pa-lavra amor está escrita sobre todasas frontes; uma perfeita eqüidaderegula as relações sociais; todos serevelando a Deus, e tentando ir aele, seguindo seus leis. (....)

“Comparados à Terra, essesmundos são muito felizes, e muitosde vós ficaríeis satisfeitos em aí sedeterem, porque é a calma depoisda tempestade, a convalescença de-pois de uma cruel moléstia; mas ohomem, menos absorvido pelas coi-sas materiais, entrevê, melhor doque vós, o futuro; ele compreendeque há outras alegrias que o Senhorpromete para aqueles que delas setornem dignos, quando a morte ti-ver ceifado de novo seus corpospara lhes dar a verdadeira vida.”

*A elevação do planeta em que

vivemos, de mundo de expiação eprovas para mundo regenerador,requer que ocorra em nosso orbeuma série de transformações de or-dem moral que nos parecem dis-tantes dos dias em que vivemos. O

mal e seus derivados reinam sobe-ranamente em nosso mundo, ondeas guerras, a corrupção, a iniqüi-dade, a violência, as desigualdadessociais e as injustiças se verificamem todos os continentes, e não ape-nas em alguns poucos lugares.

Em 1948, ano em que escreveuo livro “Voltei”, psicografado porChico Xavier, diz Frederico Figner– que ali se valeu de um pseudôni-mo: Irmão Jacob – que dos dois bi-lhões de encarnados que viviam en-tão no planeta mais da metade eraconstituído por Espíritos semicivi-lizados ou bárbaros e que as pesso-as aptas à espiritualidade superiornão passavam de 30% da popula-ção global, cerca de 600 milhões decriaturas, distribuídas pelos diferen-tes continentes. (Cf. “Voltei”, de Ir-

De coração para coraçãoASTOLFO OLEGÁRIO DE OLIVEIRA FILHO

De Londrina

O mundo de regeneração está próximo?

O Espiritismo respondeCélia me pergunta se existem

diferentes espécies de família.A resposta é sim. Há, segundo o

Espiritismo, duas espécies de famíliae, em conseqüência, duas categoriasde laços de parentesco: os que proce-dem da consangüinidade e os que pro-cedem das ligações espirituais.

Os laços do sangue não criamforçosamente os liames entre os Es-píritos. O corpo procede do corpo,mas o Espírito não procede do Espí-rito, porque este já existia antes daformação do corpo que o serve. Nãoé o pai que cria o Espírito de seu fi-lho. Ele mais não faz do que lhe for-necer o invólucro corpóreo, cum-prindo-lhe, porém, auxiliar o desen-volvimento intelectual e moral dofilho para fazê-lo progredir.

Os que encarnam numa família,sobretudo como parentes próximos,são as mais das vezes Espíritos sim-páticos, ligados por anteriores rela-ções, que se expressam por umaafeição recíproca na vida terrena.

Pode, contudo, acontecer sejamcompletamente estranhos uns aosoutros os Espíritos que se encar-nam numa mesma família, afasta-dos entre si por antipatias igual-mente anteriores que se traduzem,na vida terrena, por mútuo antago-nismo, que lhes serve de provação.

É fácil entender que não são osda consangüinidade os verdadeiroslaços de família, mas sim os dasimpatia e da comunhão de pensa-mentos, os quais prendem os Es-píritos antes, durante e depois desuas encarnações.

As famílias unidas por laçosespirituais são duráveis, fortale-cem-se pela purificação dos Espí-ritos, e se perpetuam no mundoespiritual, através das várias migra-ções da alma.

As famílias unidas apenas porlaços corporais são frágeis como amatéria, extinguem-se com o tem-po e, muitas vezes, se dissolvemmoralmente já na atual existência.

Devemos ter bastante cuidadocom o uso da locução “atravésde”, que normalmente utilizamosde forma errada. É correto dizer:“Ela olhava através da janela” ou“Caminhou através de uma estra-da abandonada”, textos nos quais“através de” significa “por dentrode”, “ao longo de”.

É, contudo, um equívoco usara locução “através de” em cons-truções como estas, com o sentidode “por”, “por meio de”, “por in-termédio de” ou locução equiva-lente:

- Ela soube da notícia atravésdo rádio.

- Os mudos se comunicam atra-vés de gestos.

- A questão foi decidida atra-vés de decreto.

- Esta mensagem foi psicogra-fada através do Divaldo.

Em casos assim, no lugar de

Pílulas gramaticais“através de”, usemos apreposição“por”, a locução “pormeio de” ou algo equivalente:

- Ela soube da notícia pelo rádio.- Os mudos se comunicam por

meio de gestos.- A questão foi decidida por de-

creto.- Esta mensagem foi psicogra-

fada pelo Divaldo.*

Com relação à pronúncia,lembremo-nos de que é aberto otimbre da vogal tônica dos vocá-bulos seguintes:1. canoro (ó)2. caroços (ó)3. coldre (ó)4. inodoro (ó)5. libelo (é)6. molho (ó) (de chaves)7. pecha (é)8. Pandora (ó)9. rogos (ó)

10. socorros (ó)11. suor (ó)12. torta (ó)13. tortos (ó)14. Vedas (é).

Na leitura dos vocábulos adi-ante enumerados, tenhamos emmente que é fechado o timbre davogal tônica:1. arroto (ô) e arrotos (ô)2. esboço (ô)3. estojos (ô)4. forros (ô)5. globos (ô)6. misantropo (ô)7. molho (ô) (de tomate)8. cocos (ô)9. poça (ô)10. rolo (ô) e rolos (ô)11. sogros (ô)12. polvos (ô)13. soro (ô) e soros (ô)14. virtuose (ô).

mão Jacob, 7a edição, pág. 93.)Ora, de 1948 até agora não se

passaram nem 60 anos, o que im-plica reconhecer que, com toda acerteza, muito pouco se alterou naqualificação dos habitantes destemundo, idéia que é corroboradapelo quadro geral de decomposiçãoe miséria moral a que nos referimos.

Acreditar que um planeta nes-tas condições se encontra próximoda elevação para um mundoregenerador parece-nos mais umadessas crendices baseadas em pre-visões que jamais se confirmaram,conquanto os cristãos saibam mui-to bem que nem Jesus se aventuroua indicar uma data para essa mudan-ça, acrescentando que, quanto a essedia, nem ele nem os anjos podiamalgo dizer, mas somente o Pai.

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O IMORTALMAIO/2006 PÁGINA 5

Clássicos do Espiritismo

A Alma é Imortal (Parte 4)

ANGÉLICA REISDe Londrina

Continuamos a apresentar otexto condensado da obra AAlma é Imortal, de Gabriel De-lanne, traduzida por Guillon Ri-beiro e publicada pela Editora daFEB. As páginas citadas referem-se à 6a edição.

*45. Cahagnet era, porém, um

lutador soberbo que, combaten-do vigorosamente seuscontraditores, reduziu-os ao si-lêncio. O ponto culminante desua obra - que contém as descri-ções de experiências realizadascom oito extáticos que possuíama faculdade de ver os desencar-nados - foi atingido com um de-les: Adélia Maginot, com quemobteve longa série de evocações.Há na obra mais de 150 atas fir-madas por testemunhas que de-clararam haver reconhecido osEspíritos descritos pela sonâm-bula. (Pág. 54)

46. Após reproduzir um doscasos tratados por Cahagnet, De-lanne esclarece que ninguém ja-mais contestou a boa-fé do gran-de magnetizador, mas, reconhe-cendo-o homem honesto, seuscontemporâneos pretenderamque aqueles fenômenos podiamexplicar-se todos por uma trans-missão de pensamento, entre oconsultante e o paciente, uma ob-jeção sem nenhum valor, porquevai contra as circunstâncias dosfatos. (Pág. 56)

47. O caso testemunhadopelo padre Almignana, que pe-diu a Adélia evocasse a irmã desua criada, de nome AntonietaCarré, morta alguns anos antes,é expressivo e concludente nosentido de que a suposta trans-missão de pensamento não ex-

plica todos os fenômenos. (Págs.56 a 58)

48. As narrativas contidas naobra de Cahagnet constituem do-cumentos preciosos, porque seacham autenticados, e mostramque o Espírito conserva ou poderetomar no espaço a forma que ti-nha na Terra, reproduzindo-a comextraordinária fidelidade, de ma-neira a ser reconhecido, mesmopor estranhos. (Pág. 58)

49. Uma questão importante,discutida à época de Cahagnet,foram as roupas pelos Espíritosvistos pelos sonâmbulos. O barãodu Potet ridicularizou o queCahagnet havia dito, no primeirovolume de sua obra, a respeito dasvestes espirituais. Ele e outrosnegavam-se a admitir que os Es-píritos usem vestes terrenas.(Págs. 58 e 59)

50. Delanne transcreve as pa-lavras com que Cahagnet rebateutais críticas, e diz que, na verda-de, o Espírito cria, voluntaria-mente ou não, a sua vestidurafluídica, como mais tarde se veráneste livro. O importante, porém,para Delanne é o fato de que, gra-ças ao sonambulismo, o homemse acha na posse de um meio dever os Espíritos e certificar queeles se apresentam com uma for-ma corpórea que reproduz fiel-mente o corpo físico que tinhamna Terra. (Pág. 60)

51. Da mesma forma que al-guns sonâmbulos, mergulhadosem sono magnético, podem ver osEspíritos e descrevê-los fielmen-te, há pessoas que possuem essafaculdade no estado de vigília: oschamados médiuns videntes.(Pág. 61)

52. Vê-se, assim, que a vistaé uma faculdade do Espírito epode exercer-se sem o concursodo corpo, tanto que os sonâmbu-

los vêem a distância, com osolhos fechados. Quando essesfenômenos se produzem, tem-sea comprovação da existência deum sentido novo, que se podedesignar pelo nome de sentidoespiritual. (Pág. 62)

53. O sonambulismo e a me-diunidade são graus diversos daatividade desse sentido, que é,como os demais, mais ou menosdesenvolvido, mais ou menos su-til, conforme os indivíduos. To-dos, porém, o possuem e é pormeio dele que percebemos oseflúvios fluídicos dos Espíritos eque nos inspiramos com os seuspensamentos. (Pág. 62)

54. A vista espiritual, vulgar-mente chamada dupla vista ou se-gunda vista, lucidez, clarividên-cia, ou, enfim, telestesia e agoracriptestesia, é um fenômeno me-nos raro do que geralmente seimagina. Muitas pessoas são do-tadas dessa faculdade, sem dissosuspeitarem. (Pág. 63)

55. Após transcrever um tex-to escrito por Kardec, publicadona Revista Espírita de junho de1867, Delanne diz que haviaquinze anos que vinha estudan-do a mediunidade vidente, quenem sempre se manifesta com ocunho de constância que se notaem algumas narrativas. As maisdas vezes, ela é fugitiva, tempo-rária, mas, ainda assim, faculta-nos a certeza de que a crença naimortalidade não é vã ilusão esim uma realidade grandiosa,consoladora e demonstrada.(Pág. 64)

56. O envoltório sutil da almafoi objeto de perseverantes estu-dos da parte de Kardec. Em seuscolóquios com os Espíritos elepôde conhecer o corpo fluídico ecompreender o papel e a utilida-de desse corpo. Quem deseje co-

Do livro Diretrizes de Segurança, 3a edição, perguntas 50 e 51,obra publicada pela Editora Fráter, de Niterói-RJ.

Divaldo responde- A partir de que idade o jo-

vem espírita pode participar detrabalhos mediúnicos?

Divaldo P. Franco – Des-de quando esteja disposto a as-sumir responsabilidades. Asjovens médiuns que colabora-ram com Kardec oscilavamentre 12 a 15 anos de idade,mas há muita gente de 40 anosque não sabe manter perseve-rança, nem responsabilidade.O problema não é de idade

cronológica, e sim de maturi-dade espiritual.

- Não basta que o jovem es-pírita tenha conhecimento teó-rico da Doutrina?

Divaldo – Tudo aquilo quefica reduzido a palavras care-ce de fundamentos, de atos. Seele tem conhecimento teóricoda Doutrina, necessita pôr àprova esses conhecimentos,através da boa prática do Espi-ritismo.

nhecer a gênese dessa descober-ta - assevera Delanne - deve ler aRevista Espírita, do período de1858 a 1869. (Pág. 65)

57. Num dos números da Re-vista Espírita - em 1861 - o doutorGlas, evocado por Kardec, escla-rece que os fluidos que compõemo perispírito são muito etéreos, nãosuficientemente materiais para nós,os encarnados. Contudo, pela pre-ce, pela vontade, pela fé, podemtornar-se mais ponderáveis, maismateriais e sensíveis ao tato, que éo que se dá nas manifestações físi-cas. (Pág. 66)

58. Comentando a informação,Delanne observa que todos os Es-píritos têm dito que o envoltórioperispirítico é, para eles, tão real,quanto o corpo físico o é para nós.Tem-se, portanto, aí um ponto fir-mado pelo testemunho unânimede todos os que hão sido interro-gados, o que explica e confirmaas visões dos sonâmbulos e dosmédiuns. (Pág. 67)

59. Desde o começo das ma-nifestações espíritas, organiza-ram-se grupos de estudo em qua-

se todas as cidades da França. Osresultados obtidos com suas pes-quisas se registravam quase sem-pre em atas, cujas súmulas eramenviadas à imprensa. A doutrinaespírita, portanto, não foi imagi-nada; constituiu-se lentamente, ea obra de Kardec, resumindo essaimensa investigação, mais não édo que a compilação lógica de tãovasta documentação. (Pág. 67)

60. Num desses relatos, con-forme publicado em 1864 pelojornal O Salvador dos Povos, deBordéus, vê-se que um sonâm-bulo presente à sessão descreveos Espíritos ali presentes, inclu-sive o de um padre que ali esta-va para manifestar-se. Em segui-da, o médium escrevente recebeuma comunicação do padre C...A visão sonambúlica confirmou,nesse caso, a autenticidade doagente que fazia o médium es-crever, demonstrando o nenhumvalor da teoria que diz que as co-municações procedem sempre doinconsciente de quem escreve.(Pág. 69) (Continua no próximonúmero.)

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O IMORTALPÁGINA 6 MAIO/2006

APRENDENDO A SER MÃEVitória era uma menina boa, in-

teligente e criativa. Todavia eraarteira e não aceitava quando a im-pediam de fazer alguma coisa.

A mãe, preocupada com suasegurança e bem-estar, alertava:

— Vitória, não mexa com fós-foros. Você pode se queimar.

E a garota, respondia:— Não vou me queimar, ma-

mãe. Tenho seis anos e já sou gran-de!

A mãe achava graça, abraçavaa filha com amor, e guardava a cai-xa de fósforos no alto do armário,onde a pequena não poderia alcan-çar.

E assim acontecia sempre.Quando Vitória brincava de casi-nha com as amigas, a mãe tinhaque estar sempre atenta para quenão se machucassem. Ora era umafaca, que a menina pegava parafazer comidinha, ora era o ferroelétrico que ela ligava para passarroupa; de outras vezes, subia numagrande mangueira que havia noquintal para apanhar mangas e as-sim por diante. A mãe não podia“descansar” um minuto.

E Vitória reclamava, batendo opé, indignada:

— Mamãe! Sei o que estou fa-zendo. Já sou grande!

A mãe a colocava no colo eexplicava, com carinho:

— Minha filha, você ainda temmuito o quê aprender. Quandovocê nasceu em nosso lar, Deus mefez responsável por sua vida. Mi-nha tarefa é cuidar, educar e prote-ger você, de modo que nada de mallhe aconteça. Como as mães desuas amiguinhas permitiram queelas viessem brincar aqui em casa,tenho que cuidar delas também.Entendeu?

— Entendi, mamãe.— Ótimo. Mamãe não faz por

mal e nem quer ser desmancha pra-zeres. Quando você crescer e tiverfilhos vai entender melhor. Agora,vá brincar!

No entanto, tudo continuavacomo antes.

Certo dia, Vitória foi com suamãe fazer compras. Na volta, umcãozinho de rua as seguiu. Seu peloera curto, branco com manchasmarrons. Parecia abandonado.

Vitória ficou encantada. Ado-rava cachorros. E aquele era tãopequeno e desprotegido!

— Mamãe, podemos levá-lopara casa?

— Não, Vitória. Ele tem dono.— Foi abandonado, mamãe.

Tenho certeza. Vamos levá-lo.A mãe recusava e a menina in-

sistia. Conversavam paradas emfrente a uma padaria. O dono dapadaria, um simpático português,

entrou no meio da conversa:— Queira desculpar-me, se-

nhora, mas realmente essecãozinho não tem dono. Vem sem-pre aqui porque costumo lhe darum prato de leite.

Vitória, com os olhos brilhan-do e um sorriso radiante, de mãospostas, suplicou:

— Viu, mamãe, não lhe disse?Por favor! Vamos levá-lo para nos-sa casa. Ele terá um lar!

Diante de tanta insistência, amãe acabou concordando.

— Está bem, Vitória. Com umacondição. Que você se responsa-bilize por cuidar dele: dar ração,água, banho e tudo o mais.

A garota concordou, feliz. Pe-gando o filhote no colo, acariciou-o e disse:

— Vamos, Bilú. Serei sua mãe

e cuidarei de você.Desse dia em diante, Vitória só

pensava no animalzinho. Cuidavadele com muito amor. Quando elaia para a escola, ele queria acom-panhá-la; quando ela voltava, elea esperava no portão, e a primeiracoisa que a menina fazia eraabraçá-lo. Mas ela reconhecia queBilú dava trabalho e estava sem-pre cuidando dele, vigiando:

— Bilú, não suba no muro!Não coma porcaria do chão! Nãová para a rua, um carro pode pegarvocê! E assim por diante. Quandoacabava o dia, ela estava cansada,mas feliz, por tê-lo a seu lado.

Na véspera do Dia das Mães,mãe e filha estavam sentadas noquintal observando Bilú que cor-ria, latindo feliz, atrás de uma bor-

No segundo domingo de Maiocomemoramos o Dia das Mães.

Na verdade, todos os dias de-veriam ser dedicados às Mães,porque não há um só dia em queela não esteja pensando ou traba-lhando a benefício da família.

Quando a gente acorda, o cafécom leite e o pãozinho fresco jáestão na mesa nos aguardando. Ouniforme lavado e passado na ga-veta, os tênis limpos, o lanchepara a escola está pronto. Tudo ar-rumado.

Ao voltarmos da escola, o al-moço estará pronto, feito com amor,do jeitinho que a gente gosta.

Às vezes ficamos bravosquando ela cobra alguma coisaque deveríamos ter feito e não fi-zemos. Achamos que ela está setornando chata e implicante.

Na verdade, esse é o papel dasmães. Alguém tem que ser res-ponsável pela casa e pelos filhos,para que tudo funcione da melhormaneira.

Como a mãe fica mais tempocom os filhos, pois o pai passa maistempo fora de casa trabalhando, éela que assume esse papel.

E, muitas vezes, é ela que fazo papel de mãe e de pai, acumu-lando as funções de profissionale dona de casa.

Acontece, também, de outrasvezes, que, na falta da mãe, o pai

assume a dupla função de pai ede mãe.

De qualquer modo, a nossagratidão por tudo o que temosrecebido de nossas mães.

Existem mães que partirampara a espiritualidade deixandoseus filhos aqui na Terra, e filhosque estão separados das mãesporque foram eles que partirammais cedo para o mundo espiri-tual. De qualquer modo, a sepa-ração é sempre dolorosa e a sau-dade intensa.

O importante é lembrar que amorte não existe e que em qual-quer lugar onde estejam, mães efilhos poderão se reencontrar, seabraçar e matar a saudade da se-paração.

Porque o amor não terminanunca, permanece mais vivo eforte, onde quer que estejamos,próximos ou separados.

A nossa gratidão eterna portudo o que temos recebido dasnossas mães. Sentir que o melhorpresente que possamos dar a elasé aquele que o dinheiro não com-pra: o amor, o carinho, a alegria,o respeito, a consideração, a gen-tileza, a compreensão, a paciên-cia e muito mais.

Um abraço a todas as mães,desejando-lhes, do fundo do co-ração, um FELIZ DIA DASMÃES!

ÀS MÃES, NOSSA GRATIDÃO!

boleta. Vitória olhou para a mãe edisse:

— Mamãe! A senhora me dis-se que eu só entenderia o trabalhoque dou quando crescesse e tives-se um filho. Não precisei crescerpara isso. Bilú já me dá muito tra-balho e preocupação. É como seele fosse meu filho!

A mãe sorriu achando graça dojeito sério da filha. Vitória sorriutambém e trocaram um grande ecarinhoso abraço, enquanto a me-nina exclamava:

— FELIZ DIA DAS MÃES,

mamãe! Ainda não comprei seupresente.

A mãe suspirou, satisfeita, en-tendendo que Deus sabe o que faze que dá a cada um, na vida, as ex-periências que precisa para apren-der e amadurecer. Sua filhinha es-tava crescendo e tornando-se me-lhor.

— Não precisa comprar nada,minha filha. Você já me deu o me-lhor presente que eu poderia dese-jar: Você!

TIA CÉLIA

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O IMORTALMAIO/2006 PÁGINA 7

Estudando as obras de André Luiz

No livro “Nosso Lar”, pri-meira obra do Espírito amigo,André já nos mostrava a realida-de espiritual que circunda nossoorbe. As almas daqueles que nãoadquiriram os valores espirituaisnecessários para sua ascensãopara planos mais elevados, ficam

em torno da crosta, retidos pelaspróprias imperfeições, criando alium ambiente bastante difícil emagneticamente muito denso.

Quando os resíduos inferioresde matéria mental vão-se acumu-lando excessivamente nessa re-gião, formam-se tempestadesmagnéticas que lembram muitoos filmes de ficção veiculados naatualidade, talvez criados porpessoas que trazem em seu in-

JOSÉ ANTÔNIOV. DE PAULA

De Cambé

consciente recordações distantesde tais localidades.

No livro “Obreiros da VidaEterna”, André nos apresentauma das maneiras usadas pela es-piritualidade maior, para a depu-ração desses planos negativos, afim de evitar danos maiores como excesso desses fluidos mentaisdeletérios, que com certeza tam-bém afetariam o mundo físico.

Narra o autor: “Entregávamo-

nos, tranqüilos, ao trabalho,quando indescritível choque at-mosférico abalou o escuro céu.Clarão de terrível beleza varouo nevoeiro de alto a baixo, ofe-recendo, por um instante, assom-broso espetáculo. Não era bem orelâmpago conhecido na Crosta,por ocasião das tempestades,porquanto as descargas elétricasda Natureza, sobre o chão den-so, são menos precisas no que se

refere à orientação técnica deordem invisível.

- É o primeiro aviso da pas-sagem dos desintegradores – ex-plicou-nos o Assistente Jerôni-mo.

Antes de maiores explica-ções, ribombou novo trovão nasalturas. O fogo riscou em diver-sas direções, muito longe ainda,como a notificar-nos de sua apro-ximação gradativa.”

Havia um moço chamadoMário.

Um dia ele viajou para Cui-abá, à procura de trabalho.

Quando chegou ao Hotel Es-trelas, logo depois de jantar, foitomar banho. Estava no banhoquando as luzes pareceram seapagar e ele viu um Espírito de-formado que lhe disse, zomban-do:

– Mário, Mário, há uma pros-tituta querendo fazer sexo comvocê!

Mário, que tinha boa forma-ção e sabia um pouco de Espi-ritismo, disse-lhe carinhosa-mente:

– Querido irmão, você de-sencarnou há muito tempo enão deve ficar atormentando aspessoas.

Tocado pelo carinho, o Es-pírito, chorando, lhe disse:

– Quando eu estava vivo,eu me apaixonei por umabelíssima moça e com ela tiveuma filha chamada Rosinha,que morreu com 8 anos. Euqueria muito reencontrá-la!

Mário então explicou:– Na hora certa você a en-

contrará. Por agora o que pos-so fazer por você é uma prece.

E começou a orar:“Pai Nosso que estás no

céu....”Enquanto orava, uma luz su-

ave foi envolvendo o Espírito ecomo que flores de luz se der-ramavam sobre ele, que foi en-tão socorrido, e Mário pôde ter-minar seu banho em paz.

Ele estava vigilante, comonós também devemos vigiar e,se necessário, pedir ajuda a Je-sus.

MATTEUS VILELA ILNICKIDe Cambé

Um Espírito infeliz

Divulgue junto a seu círculo de amigos e na Casa espí-rita que freqüenta a notícia seguinte:

1a. No site www.editoraleopoldomachado.com.br vocêpode ler, na íntegra, as últimas 26 edições do jornal “OImortal” e copiar os artigos e reportagens que achar maisimportantes constantes das mencionadas edições.

2a. No site www.neudelondrina.org.br você pode assis-tir às 6 últimas edições do programa “Reflexão Espírita” etambém gravá-los. O programa vai ao ar aos sábados, às17h30, pela TV Tropical de Londrina (Rede CNT de Tele-visão).

Leia o jornal“O Imortal” pela internet

Há alguns dias, no mês deabril último, estávamos naCasa espírita em que trabalha-mos quando uma senhorasexagenária, muito magra, pa-rou indecisa à entrada da por-ta.

Passados alguns segundos,em que apenas a palestrante no-tou sua indecisão, ela se resol-veu e entrou no recinto. Ficoualguns segundos de pé, meiovacilante e sentou-se.

Após a preleção dirigiu-secom os olhos rasos de lágrimasà palestrante:

– Preciso falar com a senho-ra.

Calmamente a interpeladapediu-lhe que esperasse o tér-mino do trabalho, quando po-

Luz no caminhoJANE MARTINS VILELA

De Cambé

deriam conversar com tranqüi-lidade.

Na sala de passes, ao entrar,a senhora sentou-se defronte dapalestrante e, não se contendo,comentou:

– Eu sinto paz. A senhora medá muita paz e as suas mãos so-bre minha cabeça me dão maispaz ainda.

– Depois conversaremos. Te-nha calma, minha senhora,aguarde um pouco lá fora e po-deremos lhe dar a atenção devi-da - respondeu a palestrante epassista, serenamente.

Quando o trabalho findou, asenhora, emocionada, comen-tou:

– Há 15 anos minha mãe fa-leceu e há 15 anos estava em de-pressão. Havia pensado até emsuicídio. Hoje fui convidadapara vir aqui e disse não. Na horada reunião, parece que uma for-ça superior me obrigou a vir.Quando cheguei, uma voz medisse que eu não entrasse. Fiqueiparada sem saber se entrava ounão, mas uma força me obrigoua entrar.

Prosseguindo, a mulheracrescentou:

– Quando eu a ouvi falando,

senti paz e vi minha mãe a seulado!

Nisso, a senhora começoua chorar emocionada e conti-nuou:

– Agora estou bem. Estouem paz. Vi minha mãe, estoubem. Tenho certeza de que foiela que me obrigou a vir.

Depois que conversaram,ela se retirou, feliz.

Pensamos então, diante dis-so:

Bendita Doutrina Espíri-ta! Bendita luz que o amordivino derramou sobre a Ter-ra! Quantas lágrimas enxuga-das, quanta consolação dis-tribuída!

Queridos irmãos espíritas,estudemos muito e conduza-mos o nosso pensamento emmelhorarmos sempre mais paratermos condições de acalmardores e enxugar lágrimas, au-mentando a distribuição doamor na Terra, de modo que asolidariedade se dissemine,porque as dores estão muito vo-lumosas.

Bendita a hora em que po-demos acalmar um coração emaflição e enxugar lágrimasdoridas!

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PÁGINA 8 PÁGINA 9O IMORTAL MAIO/2006MAIO/2006

ASTOLFO OLEGÁRIO DEOLIVEIRA FILHO

De Londrina

Objetivos da doutrinação e seus métodos

Segundo Edgard Armond (1 ), assessões de doutrinação de Espíri-tos objetivam esclarecer entidadesdesencarnadas a respeito de suaprópria situação espiritual, orien-tando-as no sentido do seu desper-tamento no plano invisível e o seusubseqüente equilíbrio e progres-so espirituais.

Para facilitar o seu desperta-mento ou o seu esclarecimento,Espíritos jungidos ao habitat ter-restre por força da lei de afinidadesão trazidos às sessões de doutri-nação e aí ligados momentanea-mente a médiuns de incorporação,com o que, no contato com os flui-dos benéficos da corrente aí for-mada, acrescidos dos ensinamen-tos recebidos do doutrinador encar-nado, logram quase sempre desper-tar e retomar o caminho do aper-feiçoamento espiritual.

Doutrinar Espíritos não é, po-rém, tarefa fácil, pois exige conhe-cimentos doutrinários bastante de-senvolvidos e senso psicológicopara que o doutrinador possa cap-

tar com rapidez a verdadeira feiçãomoral do caso que defronta e, emconseqüência, encaminhar a doutri-nação no devido rumo.

É necessário ainda ao doutrina-dor possuir paciência e bondade,humildade e tolerância, porque so-mente com auxílio dessas virtudespoderá enfrentar os casos mais difí-ceis em que se manifestam Espíri-tos maldosos, zombeteiros ou em-pedernidos.

Atributos do doutrinador -Observa André Luiz (2 ) que a pes-soa envolvida nessa tarefa não podeesquecer que a Espiritualidade Su-perior confia nela e dela aguarda ocultivo de determinados atributoscomo os que se seguem:a) direção e discernimento;b) bondade e energia;c) autoridade fundamentada noexemplo;d) hábito de estudo e oração;e) dignidade e respeito para comtodos;f) afeição sem privilégios;g) brandura e firmeza;h) sinceridade e entendimento;i) conversação construtiva.

A doutrinação, explica Hercula-no Pires (3 ), existe em todos os pla-nos, mas o trabalho mais rude e pe-sado é o que se processa em nossomundo. Orgulhoso e inútil, e atémesmo prejudicial, será o doutrina-dor que se julgar capaz de doutri-nar por si mesmo. Sua eficiênciadepende sempre de sua humildade,que lhe permite compreender a ne-cessidade de ser auxiliado pelosbons Espíritos. O doutrinador quenão compreende esse princípio pre-cisa de doutrinação e esclarecimen-to, para alijar do seu espírito a vai-dade e a pretensão. Só pode real-mente doutrinar Espíritos quem ti-ver amor e humildade.

Dito isto, Herculano Pires ob-serva, na mesma obra já citada,

que é importante não confundirhumildade com atitudes piegas,com melosidade. Muitas vezes adoutrinação exige atitudes enérgi-cas, não ofensivas nem agressivas,mas firmes e imperiosas. É o mo-mento em que o doutrinador tratao obsessor com autoridade moral,a única autoridade que podemoster sobre os Espíritos inferiores,que sentem a nossa autoridade ese submetem a ela, em virtude daforça moral de que dispusermos.Essa autoridade, no entanto, sóconseguimos adquirir por meio deuma vivência digna no mundo,sendo sempre corretos em nossasintenções e em nossos atos, emtodos os sentidos, porquanto asnossas falhas morais não comba-tidas, não controladas, diminuemnossa autoridade sobre os obses-sores.

Métodos a serem utilizados –Na tarefa de doutrinação dos Espí-ritos que se comunicam nas sessõesmediúnicas não existe regra fixa,pois cada caso é único. Como a dou-trinação não objetiva somente Es-píritos sofredores, mas igualmenteEspíritos ignorantes que ainda per-manecem em esferas de embruteci-mento, e Espíritos maldosos que sedevotam ao mal conscientemente,bem variado deve ser o modo dedoutrinar uns e outros.

Há, entretanto, determinadas re-gras que não podem deixar de seraplicadas nessa tarefa:a) receber com atenção e interesseas comunicações;b) ouvi-las com paciência e imbuí-do da melhor intenção de ajudar;c) envolver o comunicante em umclima de vibrações fraternais, dan-do oportunidade para que ele fale;d) estabelecer em tempo oportunoum diálogo amigo e esclarecedor;e) evitar acusações e desafios des-necessários;

f) confortar e amparar através doesclarecimento;g) não discutir com exaltação ten-tando impor seu ponto de vista;h) não receber a todos como se fos-sem embusteiros e agentes do mal;i) ser preciso e enérgico na hora ne-cessária, sem ser cruel e agressivo;j) evitar o tom de discurso e tam-bém as longas preleções;l) ser claro, objetivo, honesto, ami-go, fraterno, buscando dar ao comu-nicante aquilo que gostaria de rece-ber se no lugar dele estivesse.

André Luiz (4 ) atribui o serviçode doutrinação à equipe de médiunsesclarecedores, a quem ele sugere aobservância da seguinte posturapara o bom cumprimento de sua ta-refa:a) guardar atenção no campo intui-tivo, a fim de registar com seguran-ça as sugestões e os pensamentosdos benfeitores espirituais que co-mandam as reuniões;b) tocar no corpo do médium emtranse somente quando necessário;c) cultivar o tato psicológico, evi-tando atitudes ou palavras violen-tas, mas fugindo da doçura sistemá-tica que anestesia a mente semrenová-la, na convicção de que épreciso aliar raciocínio e sentimen-to, compaixão e lógica, a fim de quea aplicação do socorro verbalistaalcance o máximo rendimento;d) estudar os casos de obsessão sur-gidos na equipe mediúnica, que de-vam ser tratados na órbita da psi-quiatria, para que a assistência mé-dica seja tomada na medida acon-selhável;e) impedir a presença de criançasnas tarefas da desobsessão.

Princípios essenciais à tarefa- André Luiz (5 ) recomenda, ainda,a dirigentes e esclarecedores e a to-dos os que participam das reuniõesmediúnicas, que tenham sempre emmente os 13 seguintes princípios:

1o. Desobsessão não se realiza sema luz do raciocínio, mas não atingeos fins a que se propõe, sem as fon-tes profundas do sentimento.2o. Esclarecimento aos desencarna-dos sofredores se assemelha à psi-coterapia e a reunião é tratamentoem grupo, na qual, sempre que pos-sível, deverão ser aplicados os mé-todos evangélicos.3o. A parte essencial ao entendimen-to é atingir o centro de interesse doEspírito preso a idéias fixas, paraque se lhes descongestione o cam-po mental, sendo de todo impróprio,por causa disso, qualquer discursoou divagação desnecessária.4o. Os manifestantes desencarnados,seja qual for sua conduta na reunião,são, na realidade, Espíritos carece-dores de compreensão e tratamentoadequados, a exigir paciência, en-tendimento, socorro e devotamentofraternais.5o. Cada Espírito sofredor deve serrecebido como se fosse um familiarnosso extremamente querido; agin-do assim, acertaremos com a portaíntima através da qual lhe falaremosao coração.6o. Pelo que ouça do manifestante,

o esclarecedor deduzirá qual o sexoa que o Espírito comunicante tenhapertencido na precedente existência,para que a conversação elucidativase efetue na linha psicológica ideal.7o. Os problemas de animismo oude mistificação inconsciente queporventura surjam no grupo devemser analisados sem espírito de cen-sura ou de escândalo, cabendo aodirigente fazer todo o possível paraesclarecer com paciência e carida-de os médiuns e os desencarnadosenvolvidos nesses processos.8o. É preciso anular qualquer inten-to de discussão ou desafio com osEspíritos comunicantes, dando mes-mo razão, algumas vezes, aos ma-nifestantes infelizes e obsessores.9o. Nem sempre a desobsessão realconsiste em desfazer o processoobsessivo de imediato, porquantoem diversos casos a separação deobsidiado e obsessor deve ser prati-cada lentamente.10o. Quando necessário, o esclare-cedor poderá praticar a hipnoseconstrutiva no ânimo dos Espíritossofredores, quer usando a sonotera-pia para entregá-los à direção e aotratamento dos instrutores espiritu-

ais presentes, com a projeção dequadros mentais proveitosos ao es-clarecimento, quer sugerindo a pro-dução e ministração de medicamen-tos ou recursos de contenção emfavor dos manifestantes que se mos-trem menos acessíveis à enferma-gem do grupo.11o. Não se deve constranger osmédiuns psicofônicos a receberemos desencarnados presentes, atentosao preceito da espontaneidade, fa-tor essencial ao êxito do intercâm-bio.12o. O esclarecimento não deve sealongar em demasia, perdurando apalestra educativa em torno de dezminutos, ressalvadas as situaçõesexcepcionais.13o. Se o manifestante perturbadose fixar no braseiro da revolta ouna sombra da queixa, indiferenteou recalcitrante, o esclarecedordeve solicitar a cooperação dosbenfeitores espirituais presentespara que o necessitado rebeldeseja confiado à assistência espiri-tual especializada. Nesse caso, ahipnose benéfica poderá ser utili-zada para que o magnetismobalsamizante asserene o compa-nheiro perturbado e o afastamen-to dele seja efetivado.

Antes da doutrinação vêm osprimeiros socorros - Reportando-se aos casos em que os Espíritoscomunicantes se mostram demasi-ado renitentes, a ponto de pertur-bar os trabalhos, sugere HerculanoPires (6 ) que aí o melhor a fazer échamar o médium a si mesmo, fa-zendo-o desligar-se do Espíritoperturbador. O episódio servirá ain-da para reforçar a autoconfiança domédium, demonstrando-lhe quepode interromper por sua vontadeas comunicações perturbadoras. OEspírito geralmente voltará em ou-tras sessões, mas então já tocadopelo efeito da doutrinação e desi-

ludido de sua pretensão de domi-nar o ambiente.

Hermínio C. Miranda (7 ) afirmaque, no início, os Espíritos em esta-do de perturbação não estão em con-dições psicológicas adequadas àpregação doutrinária. Necessitam,então, de primeiros socorros, dequem os ouça com paciência e tole-rância. “A doutrinação virá no mo-mento oportuno, e, antes que o dou-trinador possa dedicar-se a este as-pecto específico, ele deve estar pre-parado para discutir o problema pes-soal do espírito, a fim de obter delea informação de que necessita”, es-clarece Hermínio.

Divaldo P. Franco (foto) (8 ) con-corda: “Não podemos ter a presun-ção de fazer o que a Divindade tempaciência no realizar. Essa questãode esclarecer o Espírito no primei-ro encontro é um ato de invigilânciae, às vezes, de leviandade, porque émuito fácil dizer a alguém que estáem perturbação: Você já morreu! Émuito difícil escutar-se esta frase erecebê-la serenamente”. E acrescen-ta: “A nossa tarefa não é a de dizerverdades, mas a de consolar, por-que dizer simplesmente que ocomunicante já desencarnou osGuias também poderiam fazê-lo.Deve-se entrar em contato com aEntidade, participar de sua dor,consolá-la, e, na oportunidade quese faça lógica e própria, esclarecer-lhe que já ocorreu o fenômeno damorte...”. (9 )

A tarefa assemelha-se, assim, aochamado atendimento fraterno queas Casas espíritas dispensam aosencarnados que as buscam, no qualé mais importante ouvir do que fa-lar, idéia essa defendida pela conhe-cida médium e escritora Suely Cal-das Schubert. (10 )

A propósito do assunto, J. RaulTeixeira (11 ) sugere: “O doutrinadordispensará, sempre, os discursosdurante a doutrinação, entendendo-

se aqui discurso não como a linhaideológica utilizada, mas sim afalação interminável, que não dáensejo à outra parte de se exprimir,de se explicar. Muitas vezes, na ân-sia de ver as Entidades esclarecidase renovadas, o doutrinador se perdenuma excessiva e cansativa canti-lena, de todo improdutiva e exas-perante”. “O diálogo com os desen-carnados deverá ser sóbrio e con-sistente, ponderado e clarificador,permitindo boa assimilação por par-te do Espírito e excelente treino ló-gico para o doutrinador.”

Para Roque Jacintho (12 ) a paci-ência inscreve-se como uma das vir-tudes maiores de todos os que sededicam à tarefa de doutrinação dasentidades desencarnadas. “A paci-ência, diz ele, é filha do amor-sá-bio.”

A ironia não cabe na tarefa dadoutrinação - Por isso é que, en-volvendo os nossos semelhantescom as vibrações de nosso amor,poderemos ouvi-los dissertarlongamente sobre seus problemas,sem nos atirarmos à empreitada dedemoli-los ou censurá-los, pois sa-bemos que eles se levantarão umdia.

A ironia jamais nos açulará àação de revide nem a ímpetos deagressão, porque acolheremos anossa humilhação como degraus daescada evolutiva.

Saber ouvir será tão importantequanto falar.

Saber calar será tão urgentequanto redargüir.

Saber pacificar será tão impor-tante quanto reagir.

Saber compreender será tão im-portante quanto ser compreendido.(13 )

Concluindo, podemos afirmarque – seja qual for o método ado-tado – é preciso, para doutrinar,conhecer a Doutrina Espírita e ter

uma conduta que seja a mais cris-tã possível, cientes todos nós deque Jesus opera por meio das pes-soas que se dedicam ao bem,como Emmanuel observa na li-ção que se segue:

“Que os doutrinadores sincerosse rejubilem, não por submeteremcriaturas desencarnadas, em deses-pero, convictos de que em tais cir-cunstâncias o bem é ministrado,não propriamente por eles, em suafeição humana, mas por emissári-os de Jesus, caridosos e solícitos,que os utilizam à maneira de ca-nais para a misericórdia divina;que esse regozijo nasça da oportu-nidade de servir ao bem, de cons-ciência sintonizada com o MestreDivino, entre as certezas doces dafé, solidamente guardada no cora-ção”. (14 )

1 “Trabalhos Práticos de Espiri-tismo”, cap. IV, págs. 59 e seguin-tes.2 “Desobsessão”, cap. 13.3 “Obsessão, o Passe, a Doutrina-ção”, págs. 66 e 67.4 “Desobsessão”, cap. 24.5 Ibidem, cap. 32 a 37.6 “Obsessão, o Passe, a Doutrina-ção”, págs. 85 e 86.7 “Diálogo com as Sombras”, cap.II, págs. 68 e 69.8 “Diretrizes de Segurança”, ques-tão no 62.9 Ibidem, questão no 62.10 Esse pensamento de Suely Cal-das Schubert foi expresso em Se-minário sobre Mediunidade porela ministrado em 7 de outubro de2000 no Centro Espírita NossoLar, em Londrina (PR).11 “Diretrizes de Segurança”,questão no 63.12 “Doutrinação”, cap. 7, págs. 43a 45.13 Ibidem, cap. 7, págs. 43 a 45.14 “Caminho, Verdade e Vida”,cap. CXLV.

O tema doutrinação de Espíritos compõeos cap. 17 e 18 da obra acima

Divaldo Franco quando de sua última estada em Londrina

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O IMORTALPÁGINA 10 MAIO/2006

Sobre a evolução das religiões, ou como Kardec chegou ao Espiritismo(4ª Parte)

AIGLON FASOLODe Londrina

Os judeus - Embora eu tivesseprogramado discorrer sobre as pri-meiras correntes do cristianismo,no primeiro século, fui instado porconselheiro amigo que seria maisimportante falar primeiro sobre araça que tornou possível esse mes-mo cristianismo.

As últimas descobertas arqueo-lógicas, dos anos após a 2ª GuerraMundial, nas regiões entre o Egito eo Oriente Médio modificaram com-pletamente a história dos povos quenela viviam entre os séculos XX eX antes de Cristo. Monumentosegípcios há pouco descobertos entreo deserto do Sinai e o Nilo, contan-do histórias de batalhas contra tribosde salteadores nômades que viviamde assaltar caravanas que por ali tran-sitavam em seus caminhos entre aÍndia, Pérsia e Egito, redesenharamessa história. Milhares de tabletescom escrita cuneiforme procedentesdo império assírio-babilônio, damesma época, só fizeram confirmaros escritos egípcios.

Uma laje de granito entalhadode 2,10 m, encontrada em Tebashá um século, datando de cerca de1208-1207 a.C., o quinto ano doreinado de Merneptah, diz queMerneptah restabeleceu ahegemonia egípcia sobre parte deCanaã, durante a qual “Israel (opovo) é devastado” — primeiramenção não-bíblica aos israelitas(nenhuma pista, note-se, de que osancestrais desses mesmos povostenham sido escravos egípciospouco tempo antes).

Referências a Israel - Semdúvida, Israel já existia em mea-dos do século IX, época da primei-ra evidência independente de umpersonagem bíblico, quando o reiMesha de Moab, reino situado aleste do Mar Morto, mandou fazer

inscrições em um monolito pararegistrar a derrota de seu pai porOmri, rei do norte de Israel. Na-quele momento, Israel está prestesa fundar uma nova religião, comincalculáveis efeitos sobre a histó-ria que se seguiria.

O que podemos dizer sobre asraízes de tudo isto? Nada decerto afavor ou contra a descida ao Egito, apermanência naquela região, oÊxodo ou a Conquista. Quandotentamos verificar, todos os aspec-tos se transformam em incertezas econtrovérsias. Como a história foireunida séculos após a ocorrênciados fatos, é quase impossível deixarde lado a propaganda, o folclore oral,as tradições literárias, os diversosautores e a história. Será que Abraãoexistiu? E Moisés? Em que sentidoIsrael teria existido entre a primeiramenção de seu povo em 1207 a.C. eo seu aparecimento político, prova-velmente por volta de 1000 a.C. Nãoterá esta história sido engendradapara dar um sentido de identidade auma nação emergente?

O melhor é começarmos com aescrita da história. Os israelitas, ten-do fundado uma nação, começam aescrever a sua própria história e aexplicar a si próprios o seu suces-so. O Pentateuco, os cinco livros doAntigo Testamento, foi escrito emvários estágios, começando prova-velmente cerca de 400 anos após aocorrência dos próprios fatos, comacréscimos e modificações que severificaram ao longo de outros 400anos, até serem finalmente editadosem sua forma final, por volta de 400a.C. Naquela época, os israelitasemergiam da catástrofe da destrui-ção de Jerusalém e de duas gera-ções de exílio na Babilônia. Era ahora de encontrar as raízes e reafir-mar a identidade.

Gastou-se muita energia nos sé-culos XIX e XX, principalmente naAlemanha, na identificação de dife-rentes autores ou editores, sendo os

dois principais conhecidos como “J”,que supostamente escreveu as seçõesque se referiam a Deus como Jeová(jahwe em alemão), e “E”, que usa-va o “Elohim”, mais formal. Atual-mente, esse esquema é visto comodemasiadamente simplista, sendo oPentateuco considerado, de modogeral, uma colcha de retalhos das tra-dições orais e literárias. Ao longodesses imensos períodos de tempo,cada incidente teria sido simplifica-do, dramatizado e interpretado paraconter a mensagem judaica essenci-al: a de que os israelitas eram o povoescolhido por Deus que se dirigia,sob sua orientação, para a terra pro-metida. Trata-se de uma história quefica melhor quando contada pormeio de um elenco de heróis, gran-des feitos e momentos decisivos.

Vejamos um cenário adequadoa essa grande criação literária. Bus-cando as raízes de sua identidadeem acontecimentos e povos quenão tinham a menor importância naépoca, os editores reúnem históri-as antigas sobre o que deve teracontecido. Pesquisam as possíveisfontes, ensaiam esboços e novosesboços, incorporando vestígios deocorrências que poderiam parecerhistóricas, que podem ser reais ounão, criando ilusões quanto a lu-gares e épocas, até que a narrativasurge da forma mais convincenteque se poderia imaginar.

O culto a Ramsés, o Grande -Talvez façam pesquisas locais noEgito, e procurem manter na obs-curidade as suas origens, porque osseus ancestrais, no fim das contas,não passavam de meros asiáticosque outrora haviam tomado o po-der como Hyksos, e cuja memóriafora, por essa razão, impiedosamen-te eliminada pelos egípcios, com adestruição da maior parte de seusmonumentos. Os pesquisadoreshebreus descobrem também que nacapital, Tanis, perdura o culto a

Amigos, a vida se nos apresen-ta, certos dias, engraçada; noutrosdias, melancólica; outros, maisradiante; em alguns, com umanuvem de tristeza... E ela se apre-sentará de muitas formas diferen-tes, pois nenhum dia é rigorosa-mente igual ao outro. Não somoscriaturas iguais, nem iguais as coi-sas que fazemos, e, por conseguin-te, os acontecimentos terão a mar-ca particular de cada um de nós.Independente, todavia, da manei-ra como vemos a vida, das expe-riências que passemos, de como océu de nossa existência se apre-sente no dia de hoje – claro, nu-blado ou chuvoso –, o que deveser semelhante a todos é a alegriade viver, a esperança de um novodia, a confiança de que forças su-

Sempre haverá um amanhãperiores regem a vida. Haja o quehouver em nossas vidas, jamaispercamos a satisfação de viver, avontade de lutar e vencer os óbi-ces, a alegria de poder aprendermuito a cada dia, a gratidão pelaspessoas que nos amam, a força depoder reagir e superar as dificul-dades materiais e pessoais... Háuma lei da vida que deve nos ani-mar e impulsionar: “sempre have-rá um amanhã”. E não se trata desofisma, pois é fato patente. Nãohá poder humano que modifiquea marcha da vida e da Natureza.O tempo passa e apresenta suasmarcas. O que é bom permanece;o que é ruim será reciclado pelosmecanismos da existência. Sejaqual for a crença pessoal que car-reguemos, não podemos negar queo novo dia sempre chega e trazcom ele as infinitas Possibilidadesde se resolver todos os proble-mas...

Ramsés, o Grande. Vinculam ofaraó que oprimiu seus ancestrais acidades construídas em condiçõesapropriadamente ameaçadoras,Pithom e Ramsés (embora se enga-nem com os nomes: os egípcios aschamavam de Pi-Ramsés). Eles in-serem uma parte do seu próprio sis-tema legal, de acordo com o qualos escravos não podem ser liberta-dos sem meios para se sustentarem:daí o “empréstimo” egípcio em ouroe prata. Sabem que o faraó anterior,Akhenaton, tinha um único deus,em uma nítida afirmação de domi-nação que, como eles próprios ha-viam sido aquinhoados agora como sucesso, rapidamente adotam.Incorporam com alegria os contosem que o seu deus os auxilia pormeio de milagres, exibindo assim asua superioridade em relação aos

outros deuses. Acreditam que a po-pulação daqueles tempos distantesera a mesma da sua Israel do séculoVIII ao século VI a.C. A pequenafuga dos seus ancestrais se transfor-ma em uma epopéia. Eles inseremum líder heróico que, como todasas culturas asiáticas, vê o Egito aomesmo tempo como a raiz da civi-lização e da opressão. Quanto aotempo que efetivamente se passoudesde então, não têm a menor idéiae precisam se contentar com asgenealogias. Eles situam as origensde sua fé, que vai aos poucos se de-senvolvendo, na aridez do Sinai eimpõem-lhe uma escala de temposimbólica, porque lhes fornece amelhor história. Resumem o desen-volvimento de sua teologia em al-guns poucos episódios dramáticos.(Continua no próximo artigo.)

JOAMAR ZANOLININAZARETHDe Uberaba

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Grandes Vultos do EspiritismoMARINEI FERREIRA REZENDE

De Londrina

quele mosteiro fora provocada porinfluência dele, a fim de prepara-lopara a tarefa mediúnica, que maistarde iria executar.

O primeiro contato com oEspiritismo - Mesmo as doençase privações por que passou deixa-ram sempre claro que uma forçamisteriosa dirigia sua Vida. Em1870 teve seu primeiro contatocom o espiritualismo. A pedido daSra. Speer, leu para ela a obra deDale Owen, “Debatable Land”(Terra Contestada). A Sra. Speerestava enferma e ele a distraía coma leitura desse livro.

Para melhor compreender o as-sunto e poder discuti-lo com a es-posa do seu grande amigo, passoua assistir a algumas sessões mediú-nicas e dentre os trabalhos mais sig-nificativos de que participou pode-mos citar o realizado na primaverade 1872, com o médium LottieFowler. O Dr. Speer, que acompa-nhava Moses nas suas pesquisas,viu-se derrotado no seu materialis-mo e acabou aceitando a realizaçãode sessões mediúnicas em sua casa,tendo sido médium um homem cha-mado William. Foi nessa época queo poder mediúnico de StaintonMoses começou a desenvolver-se.As faculdades surgiam espontanea-mente, sem que a vontade dele pre-dominasse. Pelo contrário, rejeita-va-as, discutia-lhes os fundamentos.

Em 30 de março de 1873, Mo-ses começou a escrever mediunica-mente. Sua mediunidade era ampla,provocando uma grande variedadede fenômenos. Quando estava numasessão era comum ouvir-se pancadasvariadas e inteligentes, que respon-diam a questões faladas ou

mentalizadas. Os assistentes tinhamoportunidade de ver clarões lumino-sos que surgiam sobre a mesa, pene-travam nas tábuas, se infiltravam nasparedes e retornavam, num fenôme-no de beleza e características inusi-tadas. Os participantes geralmente seviam envolvidos por perfumes osmais diversos. E a cabeça do mé-dium, no final da sessão, ficava todaperfumada e, por mais que se enxu-gasse, o perfume permanecia.

Fenômenos de voz direta e es-crita direta eram comuns nas reuni-ões em que Moses participava. Masa força da sua mediunidade surgiaprincipalmente na escrita mediúni-ca, quando os Espíritos davam de-monstrações profundas da imortali-dade da alma e ditavam textos de ele-vada importância, que elucidavam deforma atraente e profunda os gravesproblemas da existência terrena.Stainton Moses, no entanto, não selimitou à atividade mediúnica. Duran-te o período em que atuou mediuni-camente, ocupou-se com assiduida-de em formar sociedade cujo fim eraestudar o espiritualismo.

Contribuiu para criar a Associa-ção Nacional Britânica dos Espiritu-

William Stainton Mosesalistas em 1873; a Sociedade Psico-lógica da Grã-Bretanha em abril de1875, da qual foi um dos primeirosmembros do Conselho; a Sociedadedas Pesquisas Psíquicas, em 1882.

Fundou a Aliança Espiritualistade Londres, da qual foi o primeiropresidente, cargo em que se conser-vou até a morte. A quarta edição de“Ensinos Espiritualistas” (1883), li-vro que contém os trabalhos mediú-nicos de Stainton Moses, foi feitapela Aliança Espiritualista, numa ho-menagem a seu fundador. “EnsinosEspiritualistas” é uma obra de ine-gável valor doutrinário. E aos mé-diuns, iniciantes ou experientes, éuma verdadeira chave que abre asportas para que se entenda com exa-tidão o que é a missão do médium.Seus livros: “Identidade dos Espíri-tos (1879)”; “Aspectos mais Eleva-dos do Espiritismo (1880)”; “Psico-grafia (1882)”. Usava o pseudônimode M. A. Oson para escrever suasobras. Deixou várias obras sobre ele-vados aspectos do Espiritismo e tor-nou-se redator da revista Light.

O ceticismo inicial do grandemédium - Stainton Moses nãoacreditava nos Espíritos. Era umpastor protestante, conhecedor deteologia. Durante o desenvolvi-mento da sua mediunidade mante-ve-se sempre num questionamentoquase implacável diante das comu-nicações e os ensinos transmitidospor seu intermédio. Testava a ca-pacidade dos Espíritos, ficandoalheio ao que era escrito por suaprópria mão. Noutras vezes, deli-ciava-se com outras leituras ouconversas com pessoas, enquantoos Espíritos se utilizavam da suafaculdade mediúnica para transmi-

tir mensagens de inegável sabe-doria sobre religião ou sobre ocomportamento humano.

Vencida a primeira etapa,quando, ainda cético, pouco co-laborava, passou a integrar-se aosensinos obtidos e os transmitia aquantos possíveis fosse. Seu ca-ráter irrepreensível e sua predis-posição à luta pelo Bem, fizeram-no um instrumento habilitadopara que os Espíritos, principal-mente Imperator, pudessem rea-lizar a difícil missão que lhes foraconfiada por Jesus.

O Espiritismo surgira há pou-co tempo e era preciso que emcada ponto do mundo, onde hou-vesse um instrumento, a Verda-de fosse descoberta e mostradaaos homens. Sua mediunidadeabarcou quase todos os fenôme-nos físicos conhecidos. WilliamStainton Moses foi um médiuminglês que escreveu vários livrossob o pseudônimo de “M. A.Oxon” e que se comunicava comuma entidade que se autodenomi-nava “Imperator”.

O contato dele com Olcott e aMadame começou em 1875, a partirda publicação do livro de OlcottPeople from the Other Worlds (“Gentedos Outros Mundos”), gerando umaamizade estreita que durou muitosanos. Há várias passagens nas cartasdos Mestres para Sinnett que citamMoses e “Imperator”. Numa carta, re-ferindo-se a John King como sendoum iniciado, Olcott recomenda queMoses tentasse conversar com eleatravés de médiuns da época.

(Fonte: Artigo de WilsonFrancisco, publicado no

CORREIO FRATERNO DOABC em setembro de 1992.)

Nascido em 1839, foi StaintonMoses o escritor que deixou suamarca mais forte sobre o lado re-ligioso do Espiritismo, até então.Praticante da caridade sem inte-resse, atendia os pobres e doen-tes, fazendo curas em sua igreja.

William Stainton Moses de-sencarnou em 5 de setembro de1892. Segundo Charlton T. Speer,a personalidade de Moses eramuito interessante. A força do seucaráter era pouco comum. Ne-nhum trabalho rejeitava, nenhu-ma particularidade lhe pareciasem importância quando se tra-tava de servir à verdade.

Ainda jovem, tornou-se pastore porque tinha alguns conheci-mentos de medicina, além de fa-lar da palavra de Deus, tambémtratava dos corpos, tendo ajudadode forma irrepreensível ao povo-ado de Maughold, onde epidemiade varíola assolava a cidade.

Esgotou-se ao máximo, já quese deslocara para o campo a fimde cuidar de si próprio.

Era destemeroso. Não poden-do continuar a exercer a função depastor naquele condado, pela de-dicação às vezes desmedida, trans-feriu-se para Lagton. Mas, ali tam-bém não pode manter seu minis-tério, porque teve agravada umamoléstia de garganta e o médico oproibiu de pregar. Nunca desistiude lutar. Convalescente, percorreuvárias cidades, com amigos, atéque permaneceu no velho mostei-ro grego do monte Atos. Curiosoe necessitando de meditação, fi-cou um longo tempo ali, e maistarde, recebeu a informação, daparte de Imperator – seu mentorespiritual, de que sua estadia na-

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O IMORTALPÁGINA 12 MAIO/2006

ELSA ROSSIDe Londres

Naquela manhã, sábado de in-verno, sobrevoando o norte da Ale-manha, em direção à Dinamarca,vislumbravam-se todos os campose cidades cobertos de neve. O solmantinha o brilho intenso. O pilotoanunciara 9 graus abaixo de zero emCopenhague. Avistava-se o marcongelado que circunda as diversasilhas do sul da Dinamarca. Era umespetáculo maravilhoso para osmeus olhos. Como escritora e poe-tisa, meus pensamentos se torna-vam poesias e com os olhos no solome lembrava do livro de CamilleFlammarion e reverenciava Deus naNatureza que se descortinava dian-te de meus olhos.

Já no solo, alegria por estarnovamente na Dinamarca, apóstrês anos que havíamos pisado aterra dos milenares vikings dina-marqueses. Era a segunda tarefaespírita que com muita alegria ha-víamos preparado para trabalharjunto ao GEEAK, a convite de suadirigente, Sonia. Falar do Evange-lho no Lar, como reforço de paz eamparo doméstico é para nós si-nônimo de paz interior. Desdemuitos anos doamos o CD“COMO FAZER O EVANGE-LHO NO LAR”. Anos atrás, eracopiado em fitas K-7. Assim, le-vamos um cd-rom para cada parti-cipante do Seminário, que foi ini-ciado às 11 horas, com o términoàs 3 horas da tarde de domingo.

O GEEAK-DK (Grupo de Es-tudos Espíritas da Dinamarca) foifundado há cinco anos por SilasVillas Boas, espírita que hoje seencontra na Nova Zelândia conti-nuando sua tarefa espírita.

Com a partida do Silas, Soniaficou com a coordenação do Grupo,que chegou a ter doze freqüentado-res. Hoje o GEEAK continua com

os estudos do Livro dos Espíritos edo Evangelho, às sextas-feiras. Olocal do grupo fica muito bem situ-ado, às margens do lago central, nomomento congelado, fazendo comque o freqüentador já se encha deinspiração caminhando à beira dolago até o andar térreo do prédioonde está instalado o Grupo. A salaé bastante iluminada por luz natu-ral. O ambiente é ótimo, pois ali fun-cionam, em outros momentos, gru-pos de meditação e yoga. Com isso,sente-se harmonia fluídica, e apsicosfera é de muita paz.

Como já mencionamos em ve-zes anteriores, muitos grupos naEuropa têm dificuldade de ter umespaço próprio, alugado por mês.Assim também o GEEAK-DK temo espaço às sextas feiras, alugadopor duas horas semanais. Os even-tos que lá se realizam em nome doEspiritismo são alugados à parte.

Assim foi iniciado o Seminá-rio, com a presença de 10 partici-pantes, o que é um bom númeropara os estudos em países como aDinamarca. Isso muito nos ale-grou. O domingo estava lindo,muito sol batendo no branco dogelo, as pessoas caminhando so-bre o lago congelado... e aqueles10 irmãos e irmãs, interessados emconhecer o “Evangelho no Lar eseus Benefícios para a Comunida-de”, ali estavam, com certeza, mui-to iluminados pelo Sol Maior: JE-SUS. Estes deixaram seus famili-ares, seus afazeres, seus lazeres, evieram somar naquela psicosferade harmonia e interesse geral.

Discorríamos nossa fala maiscom alma e coração pela satisfa-ção em poder introduzir o Evan-gelho no Lar naqueles coraçõespresentes.

A parada para o almoço de meiahora foi cronometricamente segui-da, tal a vontade de continuarmoscom a tarefa, todos nós. Amigos de

cidades de Hässleholm e Malmoe(Suécia), outros de Copenhague,Lingby, Farhun confraternizávamospelo reencontro com alguns e en-contros com novos amigos que alifazíamos. Éramos todos brasileiros.Os dinamarqueses comparecem aeventos que tragam alguma feno-menologia ou mediunismo, o queacontece muito no Espiritualismo.Por enquanto não existe uma obrade Allan Kardec disponível no di-namarquês moderno ou mesmo nodinamarquês antigo, que se possaoferecer aos nativos interessados.Tem-se notícia dos livros traduzi-dos, ainda na época de Kardec,quando era mais a elite que estuda-va e praticava a ciência espírita.

Tivemos oportunidade de visi-tar a Biblioteca de Farhun, cidadeonde reside a Sonia, e pela inter-net descobrimos alguns títulos emdinamarquês de Allan Kardec eLéon Denis, mas que não podemsair da Biblioteca pois datam daépoca em que foram traduzidas (sé-culo 19), em seguida às publica-ções pioneiras em francês.

O GEEAK tem planos de mon-tar uma equipe de pessoas que pos-sam passar os livros do dinamar-quês gótico para o dinamarquêsmoderno. Espera-se que o CEI ve-nha a publicá-los um dia, para po-der se trabalhar o Espiritismo emdinamarquês, com livros na línguado país, coisa que ainda não exis-te. Imaginemos se fôssemos espí-ritas no Brasil e não tivéssemosnada pra ler em nossa língua!?

O GEEAK oferece o estudosemanal, mas ainda há dificuldadede conscientização, não só de di-namarqueses mas do europeu emgeral, em buscar o esclarecimentoespiritual por meio dos estudos dasobras espíritas.

Com a preparação do GEEAK-DK com material em dinamarquêstodos têm a esperança e a certeza

de um dia receber os dinamarque-ses. Com certeza isso acontecerá.

De retorno às atividades, está-vamos por realizar a dinâmica degrupo. Trabalhamos em cima doNÃO JULGUEIS PARA NÃOSERDES JULGADOS. Dividimosa equipe em cinco grupos, cada qualtrabalhando uma parte da dinâmicaQUEM é JORGE? Foi muito pro-dutivo, segundo os participantes.

Os 20 minutos finais, que cons-tavam da programação, seriampara harmonização interior. For-mamos um círculo, e conduzimosa meditação. Objetivo: harmoni-zar-nos interiormente, aprender aouvir o nosso silêncio, em dias detantas atribulações quando não te-mos tempo para nós.

Ao final do Seminário, todos fo-ram unânimes em dizer que se sen-tiram muito bem, em paz. E assim,mais um encontro com Jesus se deunaquela tarde linda de inverno, o solbrilhando lá fora e também dentrode cada um de nós, brasileiros emterras dos antigos vikings.

Chico estava psicografando“Nosso Lar”.

Numa das raras pausas que sepermitia, saiu para fazer a barba.O barbeiro era dos antigos. Me-tódico, colocou-lhe a toalhinhasob o queixo, ensaboou-lhe o ros-to. Esta rotina ordeira foi inter-rompida na primeira raspada:

- Chico, estou sentindo muitatonteira. Parece que vou desmaiar.

Posto em descanso, no relati-vo conforto de uma cadeira, olhoscerrados, Chico inquietou-se,abriu os olhos e viu um Espíritotrevoso que enleava o barbeiro,dizendo-lhe aos ouvidos:

- Corta a garganta dele, ...corta.Com o fio da navalha sobre o

pescoço do Chico, o pobre homem

Um minuto comChico Xavier

JOSÉ ANTÔNIOV. DE PAULA

De Cambé

não via nem ouvia o Espírito, massofria-lhe as influências. Daí, aque-las sensações estranhas, o afrouxa-mento dos controles. Voltou a dizer:

- Chico, não sei se vou darconta de terminar sua barba.

- Não se preocupe, meu ir-mão. Barba é assim mesmo, agente faz quando dá certo. Se nãoder hoje, a gente faz amanhã.

Naquele momento, conta oChico depois de uma pausa naconversa:

- Tudo o que eu queria era queele tirasse a navalha do meu pes-coço.

Concluindo, explicou queeram as trevas querendo impedirque “Nosso Lar” fosse concluí-do e viesse à luz espargir luz.

(Trecho extraído do livro“Momentos com Chico

Xavier”, de Adelino Silveira.)

Crônicas de Além-Mar

Retorno à Dinamarca

ELSA ROSSI, escritora e pa-lestrante espírita brasileira radicadaem Londres, é diretora do Depar-tamento de Unificação para os Pa-íses da Europa, organismo do Con-selho Espírita Internacional, vice-presidente do Spiritist Group ofBrighton, diretora do Departamen-to de Eventos da British Union ofSpiritist Societies (BUSS) e edito-ra do Boletim SGB.

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O IMORTALMAIO/2006 PÁGINA 13

A necessidade da auto-educa-ção - Na visão da Pedagogia Espí-rita, a auto-educação é um dos ca-minhos que auxiliará na formaçãodocente. Pode-se compreender issodiante do fato histórico que no Bra-sil essa formação, além da luta paraseu reconhecimento e importânciapara a educação, tem sido enfocadanum contexto formal e certificado.A construção da identidade desseprofissional é defendida por Perei-ra e Martins como sendo um esfor-ço próprio de cada um, bem comoo desenvolvimento no aspectohumanista que a profissão requer.Tanto na visão espírita quanto des-sas estudiosas, o professor auxiliana educação do outro enquantotambém se educa, ou seja, passapelo processo de auto-educação.

Comenius considerava o ho-mem uma síntese do Universo,comparando-o a uma semente queexpande seu potencial através dagerminação, enquanto que o ho-mem o realiza pela vontade. Pen-samento esse também partilhadopor Pestalozzi, evidenciando que oser se desenvolve pelo próprio es-forço, vontade e desejo de melho-ria. No pensar da pedagogiaWaldorf, o professor é a alma daescola; se não se desenvolver e cres-cer, a escola pára, se definha. ParaRohden, a angústia que muitas ve-zes o professor sente nada mais éque a falta do conhecimento de simesmo, necessitando, portanto,auto-realizar-se para auxiliar seueducando a encontrar seu caminho.

Com essas argumentações, oprofessor que realmente quer con-tribuir com uma verdadeira edu-cação deve pensar em sua própria,procurando encontrar o equilíbrioentre emoção, formação, resgateda identidade e auto-estima, afir-ma Incontri em sua obra “Para En-tender Kardec”. O professor NeyLobo afirma que o educador é umser histórico-social, dado seu com-promisso nessa existência diantedas exigências assumidas em vi-das passadas. É um cidadão de doismundos, o material e o espiritual,

sendo, portanto, um intermediárioque recebe e transmite influxos es-pirituais e morais, num processochamado mediunismo pedagógico.Assim sendo, enquanto auxilia napromoção do desenvolvimento e daauto-realização do outro, se auto-educa e se auto-realiza.

Por ser a educação um dos mo-tores do progresso da humanidade,cabe ao professor a mais alta res-ponsabilidade, a de levar seu edu-cando a encontrar caminhos que olevem à felicidade. Nesse sentido,conhecer o poder de seu pensamen-to e ações é imprescindível. Agin-do assim, terá grandes chances deperceber quanto pode se ajudar eauxiliar seu educando.

Evidenciando a contribuição daPedagogia Espírita para a auto-edu-cação do professor, Incontri vê esseprofissional como sendo o agentemobilizador da vontade do educan-do em evoluir. Convoca-o a se cons-cientizar de sua missão e à reflexãoa respeito se é uma mera profissãoou uma real vocação o ser profes-sor. Chama-nos a atenção para o fatode que um técnico, quando não sedá bem no que faz, abandona a pro-fissão e vai à busca de algo melhor.Na educação, porém, isso raramen-te ocorre. O professor continua atu-ando e causando danos, com con-seqüências inimagináveis, resultan-do em marcas profundas deixadaspor suas ações não refletidas.

Para atuar como professor,Incontri ressalta algumas qualida-des básicas a serem desenvolvidasno sentido de ressignificar o ato deensinar e educar, tais como a pai-xão pelo que faz, interesse pelaexistência humana, capacidade dedialogar, autoridade moral, religi-osidade, lucidez espiritual, capaci-dade de observar, humildade, pa-ciência e tantas outras mais. Por-tanto, o processo de educação nadamais é que o ato de educar-se jun-tamente com o outro, afirma ain-da. Sob a ótica dessa pedagogia, éimportante que o professor tenhapercepção e convicção em atingirseu ideal, pois o ato pedagógicoabre caminho para o conhecer-se etransformar-se. Daí a necessidadede ver-se como ser interexistente,

captando no estudante suas heran-ças passadas, suas promessas fu-turas e a relação com o presente.Na posse dessas habilidades, amo-rosamente poderá orientar e influ-enciar, sem, no entanto, ferir a li-berdade de cada um, mas auxiliarna auto-educação de cada um.

Pequenos gestos, grandes ati-tudes - No caos em que a sociedadese vê, milhões trabalham no sentidode transformá-la. São aqueles já pro-pensos ao bem e que buscam incan-savelmente seu desenvolvimentopessoal, imitando a natureza em seuprocesso contínuo de transformação.Nesse sentido, o professor que sepreocupa em auto-educar-se eviden-cia a importância que dá ao senti-mento na relação com aluno, bus-cando o equilíbrio mental, emocio-nal e espiritual, culminando assimem seu autodesenvolvimento e namelhoria do planeta.

Desta forma, o ser humano, emespecial o professor, é chamado auma maior reflexão acerca do mo-vimento interno, no sentido de pro-por algumas mudanças, utilizando-se da liberdade de escolha, sem, noentanto, esquecer que o aprendiza-do muitas vezes ocorre através dospróprios erros.

Para tanto, a vontade, comoassinala Léon Denis, será o pontoimportante nessa ação, pois inicia-se na psique, ajudando a revelar aspotências ocultas, permitindo aohomem mostrar todo o brilho ebeleza de que é portador. Pela von-tade é possível vencer o medo, quemuitas vezes paralisa o indivíduoe não lhe permite que se lance arealizações. Por isso é que é im-portante o “conhecer-se a si mes-mo” descrito por Santo Agostinhona questão 919 d´O Livro dos Es-píritos, para que, aos poucos, vá-se libertando do orgulho e da in-veja, amarras enfraquecedoras dodesenvolvimento do espírito.

De acordo com o momento e ocontexto em que se vive, os sinaisnegativos de que o homem ainda éportador ganham mais importân-cia e urgência de serem combati-dos. Assim, o autoritarismo,operfeccionismo e o preconceito

são, no ambiente escolar, tumoresa serem extirpados em benefício detodos. Nesse processo de melho-ria, a aceitação da real condiçãoajudará a não carregar culpas des-medidas, propiciando a prática doperdão e do auto-perdão, tão sus-citados por Jesus, conforme afir-mam Santo Neto e Camargo.

Dentre tantas necessidades queo espírito possui, quando reencarnacom a missão de ser professor, al-gumas delas são a elevação de suaauto-estima, o resgate e a constru-ção de sua identidade, a aquisiçãoda paciência, mas, principalmen-te, sair da condição de orgulho paraa humildade, quando não deveperder a oportunidade que o ambi-ente escolar propicia por ser umaoficina de intenso labor em prol deum ser melhor. Caso venha afraquejar, a fé será o movimentode encorajamento para sua realiza-ção, conforme esclarece Denis(“Depois da Morte”, p. 258-259).

No entanto, nada do descritoserá possível se as ações não fo-rem envoltas no sentimento máxi-mo vivido por Jesus, o amor. Deacordo com Denis, esse sentimen-to, nas suas mais infinitas nuanças,se renova sem cessar e medra, sepermitido, em todos os seres. Seusefeitos podem ser percebidos namelhoria da humanidade e no de-sejo da conquista da felicidade. Seuaprendizado ocorre à medida queo homem se move na busca de suatransformação. E quando cair emdesânimo, não deve desistir, por-que ainda há o recurso da expan-são íntima da alma para com Deus,o colóquio solitário, o momento derefúgio no santuário da consciên-cia chamado prece, conclui Denis.

Considerações finais - Ao tér-mino desta pesquisa foi possível

perceber quanto a Pedagogia Es-pírita é enriquecida quando aliadaa diversos conhecimentos e discus-sões possíveis no meio acadêmi-co, e quanto poderá contribuir comesse meio, desde que pessoas, comamplo conhecimento, se propuse-rem a desenvolver pesquisas paratal. Educar é um ato contínuo, queocorre no contexto escolar bemcomo em outros espaços; contudo,só será pleno se for com base emuma proposta de educação integral,quando o professor auxilia no de-senvolvimento de seu aluno e aomesmo tempo se auto-educa.

Como o objetivo maior destetrabalho é identificar algumas con-tribuições da Pedagogia Espíritapara o processo de auto-educaçãodo professor, foi possível perceberque, dentre muitas, ele contribui nosentido de que o estudo dessa pe-dagogia deve ser feito por todosaqueles que queiram compreenderfatos que aparentemente não te-nham explicações; que devem serresgatadas as propostas pedagógi-cas para educação deixadas pelospioneiros do Espiritismo no país. APedagogia Espírita não contradizoutras propostas, mas contribui tra-zendo uma visão real do homem,do mundo e da sociedade; ajuda ohomem a compreender o mundo, asi e seu destino; traz a reencarna-ção como uma nova oportunidadee mais um momento educativo.

Essa pedagogia mostra o homemcomo construtor de si mesmo e como compromisso na vida presente,dadas as exigências da vida passa-da. A Pedagogia Espírita é grandealiada da ciência e não impõe às pes-soas a necessidade de se tornaremespíritas, mas aponta a auto-educa-ção como forma de conhecer-se edesenvolver as qualidades necessá-rias à missão de ser professor.

CLEUNICE ZANUTODe Londrina

Auto-educação: uma necessidade inerente à formação docenteAlgumas reflexões na perspectiva da Pedagogia Espírita

(Parte 3 e final)

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O IMORTALPÁGINA 14 MAIO/2006

Palestras, seminários e outros eventos

Ciclo de Palestras daUSEL em Londrina

As palestras de maio progra-madas pela USEL – União dasSociedades Espíritas de Londri-na obedecerão às seguintes datase horários:5 - Centro Espírita Nosso Lar,20 h - O JUGO LEVE – Marce-lo Seneda.6 - Centro Espírita Amor e Cari-dade, 20 h - FRANCISCO DEASSIS – Márcio Cunha.7 - Centro Espírita Meimei, 9h15- AMAR AO PRÓXIMO: UMAQUESTÃO DE INTELIGÊN-CIA – Audérico Natal Sposti.8 - Sociedade de Divulgação Es-pírita Maria Nazaré, 20 h - PRU-DÊNCIA – Eurípedes Gonçalves.12 - Centro Espírita Aprendizesdo Evangelho, 20 h - PERDÃODAS OFENSAS – Jane MartinsVilela.16 - Centro Espírita Allan Kar-dec, 20 h - MEDIUNIDADE NOTEMPO DE JESUS – PedroWanderley.18 - Centro de Estudos Espíri-ta Vinha de Luz, 19h50 -SÍNDROME DO PÂNICO –Dorotéia Ziel Silveira.19 - Centro Espírita CaminhoDamasco, 20 h - EM BUSCA DALUZ – Cristiano Santos.20 - Núcleo Espírita BeneditaFernandes, 16 h - JOÃO EVAN-GELISTA – Wantuil Santana.21 - Centro Espírita Anita Bore-la de Oliveira, 9h30 - A PRECE– Osny Galvão.28 - Comunhão Espírita Cristã deLondrina, 9 h - BENEDITA FER-NANDES – Rosana VoigtSilveira.29 - Centro Espírita Bom Sama-ritano, 20 h - A CADA DIASUAS PREOCUPAÇÕES –Naudemar Nascimento.

30 - Núcleo Espírita Hugo Gonçal-ves, 20h30 - ESTUDO DAS LEISDAS LEIS MORAIS – Lisbeth eAntônio.

Comunhão promove oMês da Mulher EspíritaNo corrente mês de maio reali-

za-se no auditório da ComunhãoEspírita Cristã de Londrina, na RuaTadao Ohira, 555 – Jardim Pero-bal, o Mês da Mulher Espírita,com palestras proferidas porconfreiras focalizando a vida e aobra de vultos femininos que sedestacaram na história do Espiri-tismo ou do Cristianismo. As pa-lestras ocorrerão aos domingos, apartir das 9 horas, observado o se-guinte programa: 7/05/06, IlzaMaria Luisa Braga, sobre “Mei-mei”; 14/05/06, Efigênia S. San-tos, sobre “Auta de Souza”; 21/05/06, Maria Eloíza Ferreira, sobre“Amélie Gabrielle Boudet”; 28/05/06, Rosana Voigt Silveira, sobre“Benedita Fernandes”.

Movimento Espíritana Europa e na OceaniaTodos os que desejarem

acompanhar o Movimento Espí-rita na Europa, na Nova Zelândiae na Austrália podem fazê-lotendo o Boletim Trimestral pu-blicado pela Coordenadoria Eu-ropa do CEI. O Bolet imTrimestral pode ser acessado nosites www.spiritismo.org e www.isc-europe.org

O Boletim Informativo doConselho Espírita Internacional,que traz noticias do movimentoespírita em países das quatroCoordenadorias do CEI, poderá serlido ou impresso no site do CEI: www.spiritist.org.

Notícias do movimento espírita de Jacarezinho

Recebemos o Boletim Informa-tivo de maio de 2006 elaborado

pelos Centros Espíritas João Batis-ta e Nosso Lar, da cidade de Jaca-rezinho (PR). O periódico, que jácircula há 25 anos e divulga todasas atividades das referidas institui-ções, é elaborado sob a supervisãodos confrades José Lázaro Boberge José Aparecido Sanches. Os in-teressados podem obtê-lo escre-vendo para a Rua Mal. Deodoro,701, tel. 3525-0373, e-mail:[email protected], ou acessá-lo pelainternet no site www.cejb.org.br.

Confraria dos EspíritasInvigilantes Anônimos

Foi um sucesso a primeira reu-nião, realizada no dia 30 de mar-ço, da Confraria dos Espíritas In-vigilantes Anônimos (CEIA).Além do culto evangélico, os par-ticipantes deram depoimentos arespeito do objetivo principal daCEIA, que reúne com um mesmopropósito os confrades espíritasque sentem necessidade de ajustarsua prática de vida aos conheci-mentos adquiridos no estudo doEvangelho e da Doutrina Espírita.A próxima reunião da CEIA seráno dia 27 de julho na casa de Mar-lene e Diniz, na Rua dos Cravos,145, em Londrina.

Biblioteca Virtual daFEP oferece 32 títulos

Quem quiser já pode baixar gra-tuitamente, na internet, diversos li-vros de renomados escritores espí-ritas em sua publicação original. Ainiciativa é da Federação Espírita doParaná (FEP) que presta assim va-liosa contribuição à memória espí-rita. Estão disponíveis até o momen-to 32 títulos de autores como AlbertDe Rochas, Gabriel Delanne, PaulGibier, William Crookes e AllanKardec. Entre as raridades, se en-contram a coleção da “RevueSpirite” (Revista Espírita), de 1858a 1877, e “L’ Évangile Selon leSpiritisme” (O Evangelho segundo

ROBERTO CAMARGODe Londrina

o Espiritismo). O endereço da Bi-blioteca Virtual da FEP éwww.bibliotecaespirita.com.

Lançada nova obra psicografadapor Célia Xavier Camargo

Revestiu-se de grande êxito olançamento do novo livro recebi-do pela médium Célia Xavier deCamargo (foto), cuja autoria es-piritual é do renomado escritorrusso Leon Tolstoi, uma publica-ção da Petit Editora, com o suges-tivo título: LEON TOLSTÓI PORELE MESMO. O evento aconte-ceu durante a XIX Bienal Inter-nacional do Livro de São Paulo,no estande da Petit.

Nessa nova obra o grande es-critor relata passagens de sua úl-tima existência na Rússia, falasobre sua vida na espiritualidadee reflete sobre as realidades queencontrou, ampliando seu enten-dimento das leis divinas. O livroemociona, instrui e prende aatenção da primeira à última pá-gina, lançando nova claridadesobre o trabalho literário, a vida

familiar, os ideais religiosos, fi-losóficos e sociais.

Palestras de Divaldo P.Franco na Europa

Nosso estimado confrade Di-valdo Franco cumpre no corren-te mês um extenso programa depalestras no Velho Mundo. De 10a 17 de maio ele fala na Alema-nha, nas localidades de Man-nheim, Stuttgart, Frankfurt,Bonn, Hamburgo; no dia 15, noPrincipado de Luxemburgo; dias18 e 19, em Oslo (Noruega); dias20 e 21, em Helsinque (Finlân-dia); dia 23, em Varsóvia(Polônia) e no dia 26 ou 27 demaio, em Budapeste (Hungria).

Outras informações sobre oassunto podem ser obtidos no Bo-letim CEI Europa nos siteswww.spiritismo.org e www.isc-europe.org.

Círculo de Leitura AnitaBorela de Oliveira

As reuniões do Círculo deLeitura voltam a ocorrer no 1o

e no 3o domingo de cada mês.No dia 7 de maio, na casa deMarlene e Diniz, situada na Ruados Cravos, 145, a obra em es-tudo será o romance “Sinal daVitória”, de Rochester. No dia21, continua o estudo da Revis-ta Espírita de 1868, na casa deTerezinha Demartino, localiza-da na Rua Madame Curie, 199,em Londrina.

Pedimos ao leitor deste jornal que anote e divulgue para os seusamigos, radicados aqui ou no exterior, as informações abaixo:

1a. No site www.editoraleopoldomachado.com.br você podeler, na íntegra, as últimas 26 edições do jornal “O Imortal”.

2a. No site www.neudelondrina.org.br você pode assistir aoprograma “Reflexão Espírita”, que é também apresentado aos sá-bados, às 17h30, pela TV Tropical de Londrina (CNT).

LIGUE-SE E ACOMPANHE PELA INTER-NET OS PROGRAMAS ESPÍRITAS

Célia Xavier Camargo na BienalInternacional do Livro de São Paulo

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O IMORTALMAIO/2006 PÁGINA 15

A Revue Spirite há 140 anos

Revista Espírita de 1866 (Parte 5)

Prosseguimos a publicação do tex-to condensado da Revista Espírita de1866. As páginas citadas referem-se àversão publicada pela Edicel.

*72. Concluindo o artigo sobre Deus,

Kardec assevera: “Diante desses proble-mas insondáveis, nossa razão deve hu-milhar-se; Deus existe: não poderíamosduvidá-lo; é infinitamente justo e bom;é sua essência; sua solicitude se estendea tudo; nós o compreendemos agora; in-cessantemente em contacto com ele, po-demos orar a ele com a certeza de serouvidos; ele não pode querer senão onosso bem; por isso devemos ter confi-ança nele. Eis o essencial; para o resto,esperemos que sejamos dignos de ocompreender”. (Pág. 132.)

73. No artigo seguinte Kardec ex-plica por que, estando Deus em toda aparte, não o vemos. Vê-lo-emos ao dei-xar a Terra? Eis os ensinamentos trans-mitidos pelo Codificador: I – As coisasde essência espiritual não podem ser per-cebidas pelos órgãos materiais: só pelavisão espiritual é que podemos ver osEspíritos e o mundo imaterial. Dessaforma, só a nossa alma pode ter a per-cepção de Deus, mas sua visão consti-tui privilégio das almas mais depuradas.II – O envoltório perispiritual, emborainvisível e impalpável para nós, é para aalma uma verdadeira matéria, muitogrosseira para certas percepções, masque se espiritualiza à medida que a almase eleva em moralidade. III – As imper-feições da alma são como véus que obs-curecem sua visão; cada imperfeição deque ela se desfaz é um véu a menos. IV– Sendo Deus a essência divina por ex-celência, não pode ser percebido emtodo o seu brilho senão pelos Espíritoschegados ao mais alto grau de desmate-rialização. V – O Espírito só se depuralentamente, e à medida que se depuratem de Deus uma intuição mais perfei-ta. Se não o vê, compreende-o melhor.Quando eles dizem que Deus lhes proí-be de responder ou fazer algo, não é queDeus lhes aparece, mas sim que o sen-tem e recebem o eflúvio de seu pensa-mento, como acontece ao homem comrelação aos Espíritos que o envolvemcom seu fluido, embora não os veja. VI– Nenhum homem pode, pois, ver aDeus com os olhos da carne. Se essefavor fosse concedido a alguém, só po-deria sê-lo no estado de êxtase. VII -Como os Espíritos da mais elevada or-dem resplandecem com um brilho des-lumbrante, pode ser que Espíritos me-nos elevados, encarnados ou não, feri-dos por tal esplendor, julgassem ter vis-to o próprio Deus, tal como se vê, porvezes, um ministro tomado por seu so-berano. (Págs. 132 a 134.)

74. Segundo o jornal Concorde, deVersalhes, edição de 22 de fevereiro de

1866, teria ocorrido na Córsega um cu-rioso fato de ressurreição, no qual umamulher, momentos depois de morrer,teria voltado a viver para transmitir umrecado à sua sobrinha Savéria. A ressur-reição é possível? Kardec diz que não eexplica: todas as vezes que houver vol-ta à vida é que não houve morte naacepção patológica do termo. “Quandoa morte é completa, essas voltas são im-possíveis, pois a isto se opõem as leisfisiológicas.” (Págs. 134 e 135.)

75. O assunto foi levado à Socie-dade Espírita de Paris, onde o Espíritode Ebelman explicou o fato. A tia esta-va realmente morta, mas não houve res-surreição. A sobrinha teve, na verdade,uma visão do Espírito da falecida, que,graças à permissão do Pai, pôde falar-lhe. Sua vontade não pôde fazer revivero seu corpo físico, mas pôde dar ao seuinvólucro fluídico as aparências dele.(Págs. 135 e 136.)

O dr. Cailleux desencarna, mas aIgreja lhe nega sepultura

76. Morto em Paris em novembrode 1865, o padre Laverdet, atendendo aevocação feita por Kardec, comunicou-se na Sociedade Espírita de Paris em ja-neiro seguinte, ocasião em que, além demanifestar seu respeito pela doutrinaespírita, lamentou os equívocos come-tidos por seu colega padre Châtel, queprocurou auferir vantagens financeirasà frente da Igreja. (Págs. 136 a 139.)

77. Outra comunicação transcrita pelaRevista diz respeito a um pai que, dado àembriaguez desde a juventude, nenhumapreocupação teve quanto à educação dosfilhos. Um destes seguiu-lhe os passos e,mudando-se para a África, não mais deunotícias. O outro, de natureza diferente,tornou-se espírita fervoroso e devotado.Na comunicação, Charles-Emmanuel, opai, fala das conseqüências de seus errose da tarefa que agora, como Espírito, Deuslhe atribuíra: velar pelo filho Jean, a quemdeveria preservar de qualquer acidente.(Págs. 139 e 140.)

78. Duas informações importantesconstam da comunicação citada: I –Charles-Emmanuel demorou a perceberque desencarnara e bebia sem cessar. II– A dor que o filho experimentava nosacidentes de que o pai o salvou, era estequem suportava. (Págs. 140 e 141.)

79. O Espírito de Baluze, que foiilustre historiógrafo nascido em Tulleem 1630 e morto em Paris em 1718,reporta-se numa comunicação às práti-cas supersticiosas que ainda se manti-nham em uso na região onde vivera eafirma, com convicção, que a doutrinaespírita é a única que pode mudar o es-pírito das populações chafurdadas naignorância, arrancando-as à pressão ab-surda dos que ignoram as grandes leisda erraticidade e querem imobilizar acrença humana num dédalo em que elespróprios se enredam. (Págs. 141 a 144.)

80. A Revista noticia a morte do dr.Cailleux, médico e presidente do Gru-

po Espírita de Montreuil-Sur-Mer, ocor-rida em abril de 1866. Considerado pelopovo o “médico dos pobres”, o faleci-mento do dr. Cailleux consternou toda acidade, como prova a participação deperto de três mil pessoas em seus fune-rais. O devotamento do notável médicoe o respeito que a população lhe votavanão impediram que o clero da cidade lherecusasse sepultura eclesiástica, e isto porum único motivo: o fato de o dr. Cailleuxser espírita. (Págs. 144 a 148.)

81. Logo em seguida à reportagem,a Revista transcreve duas comunicaçõestransmitidas pelo Espírito do dr. Cailleux.Na primeira, obtida no Grupo deMontreuil, ele pede aos seus colegas queperseverem em seus propósitos até amorte, ligando-se uns aos outros peloslaços da caridade, da benevolência e dasubmissão, porque essa é a melhor ma-neira de colher frutos abundantes e do-ces. Na segunda comunicação, dada naSociedade de Paris, o médico disse nãoter demorado a voltar da emoção que sesegue à morte, o que lhe permitiu acom-panhar, perfeitamente lúcido, o sepulta-mento de seu corpo. (Págs. 148 a 150.)

82. Ciente da posição tomada peloclero, dr. Cailleux afirmou: “Perdôo atodos os que, de um ou de outro modo,julgaram fazer-me o mal; quanto aosque se recusaram a orar por mim no tem-plo consagrado, serei mais caridoso quea caridade que pregam: oro por eles. Éassim que se deve fazer, meus bons ir-mãos em crença”. “Crede-me, e perdoaiaos que lutam contra vós, pois não sa-bem o que fazem.” (PP.150 e 151.)

A prece justa e útil recebe deDeus a atenção devida

83. Em 23 de abril de 1866, o Espíri-to do dr. Demeure, valendo-se das facul-dades mediúnicas do sr. Desliens, alertouo Codificador para a necessidade de cui-dar da saúde e recomendou-lhe repouso,esclarecendo que as forças humanas pos-suem limites que ele infringia, movidopelo desejo de ver progredir o ensino. Essaatitude era evidentemente errônea porque,agindo assim, não apressaria a marcha dadoutrina e arruinaria a própria saúde. Kar-dec ouviu-o mas alegou que havia aindamais de quinhentas cartas a responder enão sabia como atendê-las. Dr. Demeurerecomendou que as cartas fossem leva-das em bloco à conta de lucros e perdas eque se publicasse sobre isso um aviso naRevista, para que todos se inteirassem damedida e a compreendessem. O Codifi-cador parece ter aceitado o conselho.(Págs. 151 a 153.)

84. Duas comunicações mediúnicasrecebidas na Sociedade de Paris no mêsde abril de 1866 encerram o número demaio. Na primeira, analisando o temaprece, um Espírito protetor faz oportu-nas observações, adiante resumidas: I –Há quem imagine, erroneamente, que oque pedimos na prece deve realizar-sepor uma espécie de milagre, enquantooutros pensam que, não sendo o pedido

acolhido da maneira que se espera, a pre-ce é inútil. II – Deus, evidentemente, nãoaltera em caso algum o curso das leis queregem o universo, mas para atender àprece não é preciso derrogar ou modifi-car suas leis. III – Obviamente, nenhu-ma atenção é dada pelo Pai aos pedidosfúteis ou inconsiderados, mas a precepura e desinteressada é sempre escuta-da. IV – Quando a prece é justa e útil oseu atendimento, ela recebe do Criadora atenção devida. Os Espíritos executo-res de sua vontade são então encarrega-dos de provocar as circunstâncias que de-vem conduzir ao resultado almejado.Como quase sempre esse resultado re-quer o concurso de um encarnado, os Es-píritos inspiram os que devem nele coo-perar. V – Não existe, assim, acaso nemna assistência que se recebe, nem nasdesgraças que se experimentam. VI –Nas aflições, a prece não só é uma pro-va de confiança e de submissão à vonta-de de Deus, mas tem por efeito estabele-cer uma corrente fluídica que leva lon-ge, no espaço, o pensamento do aflito.VII – Esse pensamento repercute noscorações simpáticos ao sofrimento e es-tes, como atraídos por um poder mag-nético, dirigem-se para o lugar onde suapresença pode ser útil. VIII – Deus po-deria socorrer diretamente a pessoa queora, mas quer que os homens pratiquema caridade, socorrendo-se uns aos outros.Desse modo, quando alguém, após re-ceber uma ajuda inesperada, exclama: “Éa Providência que a envia”, diz uma ver-dade maior do que geralmente supõe,embora o Pai faça com que os meios deação não se afastem das leis gerais e aassistência dos Espíritos não se torne tãoevidente a ponto de levar os homens anegligenciarem o próprio esforço. (Págs.153 a 156.)

O Espiritismo é a aplicação dosprincípios ensinados por Jesus

85. Na comunicação seguinte, so-bre os deveres do espírita, o Espírito deLuís de França tece, entre outras, asseguintes considerações: I – O Espiri-tismo é uma ciência essencialmentemoral. Os que se dizem espíritas nãopodem, pois, sem cometer uma graveinconseqüência, subtrair-se às obriga-ções que impõe. II – Essas obrigaçõessão de duas sortes. A primeira concerneao indivíduo que, ajudado pelas clari-dades que a doutrina espalha, podecompreender melhor o valor de seusatos e a infinita bondade de Deus. Nãose compreende que o homem esclare-cido quanto aos seus deveres para comDeus e seus irmãos continue cúpido,egoísta e orgulhoso. Um indivíduo as-sim só é espírita de nome. III – A se-gunda ordem de obrigação do espírita,que decorre da primeira e a completa, éa do exemplo, que é o melhor dos mei-os de propagação e de renovação. Dis-so advém a obrigação moral que tem oespírita de conformar sua conduta à suacrença e ser um exemplo vivo, um mo-

delo, como o Cristo o foi para a huma-nidade. IV – O Espiritismo não é se-não a aplicação verdadeira dos princí-pios de moral ensinada por Jesus. Foicom o objetivo de fazê-la por todoscompreendida que Deus permite as ma-nifestações dos Espíritos. Ele vem, por-tanto, como o Cristianismo bem com-preendido, mostrar ao homem a abso-luta necessidade de sua renovação in-terior. V – Nenhuma emanação fluídica,boa ou má, escapa do coração ou docérebro do homem sem deixar um si-nal em qualquer parte. A Balança daJustiça divina não é senão uma figuraque exprime que cada um de nossosatos, cada um dos nossos sentimentosé, de certo modo, o peso que carrega aalma e a impede de se elevar, ou o quetraz o equilíbrio entre o bem e o mal.VI – As obrigações impostas pelo Es-piritismo são, pois, de natureza essen-cialmente moral; são uma conseqüên-cia da crença; cada um é juiz e parteem sua própria causa; mas as clarida-des intelectuais que traz a quem real-mente quer conhecer-se a si mesmo etrabalhar por melhorar-se são tais, queamedrontam os pusilânimes, e por istoé ele rejeitado por tanta gente. VII –Outras pessoas tratam de conciliar areforma de que necessitam com as exi-gências da sociedade, do que resultauma mistura heterogênea, uma falta deunidade, que faz da época atual um es-tado transitório. VIII – Se a vida de umadepto da doutrina espírita for um belomodelo em que cada um possa acharbons exemplos e sólidas virtudes, eonde a dignidade se alie a uma gracio-sa amenidade, pode tal confraderejubilar-se porque terá, em parte, com-preendido as obrigações que o Espiri-tismo assinala aos seus verdadeirosadeptos. (Págs. 156 a 159.)

86. Extraído do jornal Salut Public,de Lyon, a Revista refere o caso de umcriança de 4 anos e meio, filha de ho-nestos operários de seda, de Guillotière,que parecia carregar no último grau oinstinto do incêndio. Aos dezoito mesessentia prazer em acender fósforos; aosdois anos punha fogo nos quatro cantosde um enxergão e dias antes tentou in-cendiar a alcova onde dormem seus pais.Depois de examinar as diversas teoriasrelativas à existência da alma e ao mo-mento de sua criação, Kardec asseveraque é na preexistência da alma que seencontra a única solução possível docaso e de todas as anomalias aparentesdas faculdades humanas. As criançasque têm instintivamente aptidões trans-cendentes para uma arte ou uma ciên-cia, devem ter aprendido essas coisas emalgum lugar. Se não foi nesta existên-cia, deve ter sido em outra. Dá-se o mes-mo com o progresso moral. Os víciosde que se desfez não aparecem mais; osque conservou se reproduzem, até quedeles se corrija definitivamente. O ho-mem nasce, pois, tal qual se fez a si pró-prio. (Págs.161 a 164.) (Continua nopróximo número.)

MARCELO BORELADE OLIVEIRA

De Londrina

Page 15: O IMORTAL - · PDF filese colocar o Espírito na posse de todas as informações que lhe di-gam respeito, inclusive a princi-pal delas: a notícia de sua desen- ... nele colocando

O IMORTALPÁGINA 16 MAIO/2006

O IMORTALJORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITARUA PARÁ, 292, CAIXA POSTAL 63CEP 86.180-970TELEFONE: (043) 3254-3261 - CAMBÉ - PR

Alexandra Torres, uma jovempernambucana comunicativa ede muita disposição, esteve emLondrina no mês de janeiro últi-mo, ocasião em que realizou pa-lestras, gravou entrevista para oprograma Reflexão Espírita emanteve intercâmbio com o mo-vimento espírita de nossa região.

Alexandra é jornalista e tra-balha na Rádio CBN de Recife,a qual compõe a rede CentralBrasileira de Notícias. Estudio-sa da doutrina desde os 13 anosde idade, é hoje uma das princi-pais lideranças do movimentoespírita de Pernambuco, atuan-do como oradora, mestre de ce-rimônia em eventos espíritas, etambém no campo da arte espí-rita, como vocalista do GrupoSemente de Música Espírita ecoreógrafa e diretora do GrupoSáphyra de Dança.

Participa da Associação dosDivulgadores do Espiritismo dePernambuco / ADE-PE, sendoresponsável pelas diretorias deRádio e TV.

Nas palestras que por aquirealizou, Alexandra abordou ostemas: O auto-amor; O perdão:receita de saúde e equilíbrio;Amor e tolerância: caminhos daconvivência.

Acompanhando seu trabalho,tivemos a oportunidade de entre-vistá-la para o jornal O Imor-tal, colhendo importantes refle-xões que reproduzimos a seguir.

O auto-amor

A depressão, um dos malesmais comuns de nosso tempo, éum estado doentio crônico queresulta do processo de auto-des-truição em que os sentimentos deculpa e a não aceitação de si mes-mo levam a pessoa a não se achar

“Somos o somatório de tudo o que fizemos de bom ou de negativo”ROBERTO CAMARGO

De Londrina

merecedora defelicidade, deamor e de suces-so profissional.

Para entendera origem dessedesamor, segun-do nossa entre-vistada, devemosanalisar o siste-ma gerador deculpas em quesomos criados.Desde a infância,ensinam-nos aviver entre a pu-nição e a não-pu-nição por nossosatos, quando de-veríamos, istosim, aprender a ser agentes denossa vida, de nossa realizaçãopessoal.

Uma vez que o processo éacumulativo, vamos alimentandoum arquivo mental – denomina-do por alguns autores como“morbo psíquico”, que soma asexperiências da vida presenteàquelas que remontam a vidaspassadas.

De fato, a doutrina espírita en-sina, pelo conceito das sucessivasreencarnações, que somos o so-matório de tudo o que já fizemosde bom ou de negativo, o reflexode nossos erros e de nossos acer-tos. Desse modo, carregando umaherança de culpas, a pessoa deixade trabalhar suas dificuldades epassa a se destruir pelos vícios,pela impaciência e por todas asformas de desamor.

O leitor deve estar perguntan-do: Qual o remédio para esse mal?

E a resposta de Alexandra é: oauto-amor. Ao contrário, porém,do que muitos pensam, auto-amornão é uma supervalorização doego, mas um aprender a gostar desi, conhecendo suas qualidades edefeitos, sabendo das potenciali-dades a desenvolver e aceitando

as imperfeições. Como cristãos,precisamos acreditar na força doamor, como um processo de ilu-minação que constrói interior-mente um mundo de paz e amor,o qual se exterioriza na medida emque, iluminando-se, o ser huma-no ilumina o outro; amando-se eaprimorando-se, aprende a amarseu semelhante.

Nesse caminho da auto-desco-berta e do auto-amor, duas dicassão muito úteis: aceitar nossas im-perfeições não significa acomo-darmo-nos com elas. Podemosmudar, e é para isso que reencar-namos; culpar o passado por to-das nossas dificuldades não é ati-tude sábia, precisamos reconhecerque muitas delas são fruto da rea-lidade presente que vivenciamos.

O perdão

O rancor, as angústias, as má-goas e o ódio interferem em nossavida, como sentimentos desequili-brados e desorganizados que atin-gem nosso corpo físico, causando-nos doenças físicas e mentais.

Só há uma maneira de evitarisso, que é praticando o perdão.Mas é preciso ter consciência de

que perdoar al-guém não é es-quecer o mal co-metido, e simcompreender ascircunstânciasem que ele sedeu.

Jesus com-preendia as pes-soas com quemconvivia, porisso não se ofen-dia com os seusdisparates eagressões. Elecompreendia aslimitações huma-nas e conseguiaolhar as pessoas

com olhos de bondade. Conse-guia, ainda, com sua atitude amo-rosa, reverter os gestos, por vezesagressivos, das pessoas, promo-vendo a reflexão e a modificaçãointerior. Foi assim com MariaMadalena: por não ser condena-da ou agredida por Jesus, ela seviu motivada a se modificar.

Quando Pedro negou Jesus, eEste apenas dirigiu seu olhar amo-roso, o apóstolo conscientizou-sede seu erro e buscou, graças a essacompreensão, modificar-se, e tor-

nou-se o grande esteio do cris-tianismo nascente.

A divulgação do Espiritismo

Sobre a divulgação da dou-trina espírita, Alexandra afirmaque a mídia oferece muitas opor-tunidades, mas os espíritas en-volvidos com esse trabalho pre-cisam entender que só boa-von-tade e conteúdo não bastam; épreciso conhecer as particulari-dades de cada veículo para le-var às pessoas as experiências econhecimentos hauridos no Es-piritismo.

No rádio, por exemplo, a lin-guagem precisa ser rápida, clarae objetiva, senão a informaçãofica truncada, e isso exige capa-citação e domínio da técnica.

É importante ainda que oconteúdo doutrinário estejacontextualizado na vida das pes-soas, discutindo as temáticas domomento à luz dos conceitos es-píritas.

Para isso, os trabalhadorespodem contar com a AssociaçãoBrasileira de Divulgadores doEspiritismo – ABRADE, quecongrega as ADES – associa-ções estaduais.

Entrevista: Alexandra Torres

A jornalista foi também entrevistada por Luis Claudio Galhardi para o “Reflexão Espírita”

Alexandra Torres quando de sua palestra no “Nosso Lar”, em Londrina