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OGLOBO RIO DE JANEIRO, QUARTA-FEIRA, 27 DE ABRIL DE 2011 • ANO LXXXVI • N o - 28.387 IRINEU MARINHO (1876-1925)  ROBERTO MARINHO (1904-2003) oglobo.com.br Governo economiza R$ 25 bi no trimestre Turismo eleva rombo na conta externa  O dólar em baixa está fa- zendo com que turistas bra- sileiros gastem cada vez mais lá fora. Em março, fo- ram US$ 1,65 bi, enquanto estran geiros deixaram aqui US$ 630 milhões. O rombo na conta de viagens do país cresceu 87%.  Página 27 Maria Silvia é autoridade do Rio para 2016  A convite do prefeito Edu ard o Paes, a economist a Mar ia Silv ia Bas tos Mar ques assume no segundo semes- tre a direçã o da Autorid ade Olímpica Municipal, na qual atuará como uma espécie de prefeita dos Jogos Olím- picos de 2016.  Página 22 Renan e Jucá no Conselho de Ética  Quase três meses depois da posse, começo u a ser instalado o Conselho de Ética do Senado. Dos 15 in- dicado s, oito têm proc es- sos ou inquéritos no STF. Entre eles, Renan Calheiros e Romero Jucá.  Página 3  Como reflexo da política de corte de gastos para conter a inflação, o gover- no registrou superávit fis- cal de R$ 25,5 bilhões no primeiro trimestre. A eco- nomia para pagar juros su- pera, com um mês de an- tecedência, a meta do pri- meiro quadrimestre. Para mostrar comprometimen- to com a austeridade fis- cal, Mantega quebrou o protocolo e revelou os nú- meros antes da divulgação pelo Tesouro.  Página 26 OSB encerra negociações Dilmaabandonadogmado PTeprivatizaaeroportos Obras no Galeão e outros 4 grandes terminais serão tocadas por setor privado No Rio, alerta chega depois da chuva Um ano após tragédia, cidade continua despreparada e nem radar importado detectou temporal  O Rio continua despreparado para enfren- tar temporais fortes, ficou comprovado na noite de segunda-feira quando todos os sis- temas de monitoramento e prevenção falha- ram, de forma não muito diferente do que aconteceu há um ano, na tragédia de abril de 2010. Só às 21h35m, com as ruas já alagadas, foi decretado estado de alerta no município. O radar meteorológico importado dos EUA por R$ 2,5 milhões, inau gura do em dezembro, detectou apenas “momentos antes” a chega- da da maior tempestade desde 1997, como admitiu ontem o prefeito Eduardo Paes, que passou a noite no Centro de Operações da prefeitura. O equipamento mostrou ser limi- tado: só consegue detectar nuvens que cau- sam fortes precipitações com antecedência máxima de 30 minutos. O único sistema que fun cio no u foi o dassire ne s da DefesaCivi l, em 11 favelas, levando 122 moradores a sair às pr ess as de su as cas as à pr ocu ra deabrigo.No Morro da Formiga, uma família escapou de morrer num deslizament o, apesar de não ter deixado a casa.  Páginas 12 a 20 MORADOR do Morro da Formiga, Alan vê a casa invadida por terra. Ele reconheceu que deveria ter acreditado na sirene A CASCATA recém-formada desce pela encosta no Formiga CARROS FICAM amontoados pelas ruas: cenário de guerra após o forte temporal AEROPO RTOSQUE RECEBE RÃO INVEST IMEN TOSPRIVADOS GUARULH OS (SP) Construç ãoe opera çãodo terceir o termina l e demais doisremotos(apenas paraembarquee desem barque , sem check-in e esteirade bagage m) VIRACOPOS (Campinas-SP) Construç ãoe opera çãodo segund o termin al BRASÍLI A (DF) Construç ãoe opera çãodo terceiroterminalde passageiros CONFINS(BH) Aind anão est á def ini doo model o deconcessão GALEÃO- ANTÔNIO CARLOSJOBIM (RJ) Aind anão est á def ini doo modelo deconcessão FONTES:Ipea,governoe Infraer o  Parado há oito anos no Palácio do Planalto, onde sofria restrições do então presidente Lula e da chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, o projeto de concessão dos aeroportos à ini- ciativa privada foi anunciado ontem pelo go- verno como solução para o gargalo aéreo brasileiro. A proposta constava do programa de governo do candidato do PSDB à Presi- dência, José Serra, e foi atacada pelo PT du- rante as três últimas campanhas presiden - ciais. Segundo o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, obras e construção de no- vos terminais em Viracopos (Campinas), Guarulhos (São Paulo) e Brasília serão toca- das pelo setor privado, e o governo federal ainda estuda o modelo de concessão para os aeroportos de Confins (Belo Horizonte) e Ga- leão (Rio de Janeiro).  Página 23 OQUEDEUCERTO Sir enessoar amnas área sde risc o,mas nemtodosos moradoresdeixaramsuas casas Líderescomunitáriosreceberamalertas peloscelularesentregues pelaprefeitura OQUEDEUERRADO O rada r mete orol ógic o de R$2,5 milh õesdetect oua tempestadeapenas “momento s antes”,admitiuo prefeito EduardoPaes O Tw itte r doCentrode Oper açõe sRio deuo 1ºalertasobrechuv a fort e naTijucaquan do asruasdo bairr o játinhamvirad o umrio Ascâmera sda CET -Riomost rava m ruas completame ntealagadas coma indicação “trânsit o bom” Alertasda DefesaCivil municipal não chegarama todosos celulare s cadastrados Semalert a,não hou vetempode mobilizarguardasou policiaispara orientar o trânsitocaótico Os institut os de meteorolog ia previram chu vasacimade 50mm , masa prec ipit ação cheg oua 99mm emuma hora Bruno Gonzalez Carlos Ivan Marcelo Piu MÍRIAM LEITÃO O BC mudou o discurso para afinar o coro com a Fazenda, o que não é ideal.  Página 24

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7/16/2019 O Globo 270411

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OGLOBORIO DE JANEIRO, QUARTA-FEIRA, 27 DE ABRIL DE 2011 • ANO LXXXVI • N o

- 28.387IRINEU MARINHO (1876-1925) ROBERTO MARINHO (1904-2003)

oglobo.com.br

Edição Metropolitana • Preço deste exemplar no Estado do Rio de Janeiro • R$ 2,50 • Circulam com esta edição: Classificados, Segundo Caderno, Carro etc e Caderno Esportes: 114 páginas

Aparelhos que combinam GPS com televisão se tornam

comuns, mas ver a programação ao volante é uma infração.

SEGUNDO CADERNO

O Armazém 6 é ocupado

pela Cia. Ensaio Aberto,

a única com peças de

cunho social.

CARROetc

Leonardo Aversa

GovernoeconomizaR$ 25 bi notrimestre

Turismo elevarombo naconta externa● O dólar em baixa está fa-zendo com que turistas bra-sileiros gastem cada vezmais lá fora. Em março, fo-ram US$ 1,65 bi, enquantoestrangeiros deixaram aquiUS$ 630 milhões. O rombona conta de viagens do paíscresceu 87%. Página 27

Maria Silvia éautoridade doRio para 2016● A convite do prefeitoEduardo Paes, a economistaMaria Silvia BastosMarquesassume no segundo semes-tre a direção da AutoridadeOlímpica Municipal, na qualatuará como uma espéciede prefeita dos Jogos Olím-

picos de 2016. Página 22

Renan e Jucáno Conselhode Ética● Quase três meses depoisda posse, começou a serinstalado o Conselho deÉtica do Senado. Dos 15 in-dicados, oito têm proces-sos ou inquéritos no STF.Entre eles, Renan Calheiros

e Romero Jucá. Página 3

● Como reflexo da políticade corte de gastos paraconter a inflação, o gover-no registrou superávit fis-cal de R$ 25,5 bilhões noprimeiro trimestre. A eco-

nomia para pagar juros su-pera, com um mês de an-tecedência, a meta do pri-meiro quadrimestre. Paramostrar comprometimen-to com a austeridade fis-cal, Mantega quebrou oprotocolo e revelou os nú-meros antes da divulgaçãopelo Tesouro. Página 26

OSB encerranegociaçõese demite 36● Em nota, a Fundação Or-questra Sinfônica Brasilei-ra (FOSB) admitiu que fra-cassaram as negociaçõescom 36 músicos, e confir-mou a demissão deles,dois meses depois de ini-ciada a crise. Página 21

DilmaabandonadogmadoPTeprivatizaaeroportosObras no Galeão e outros 4 grandes terminais serão tocadas por setor privado

No Rio, alerta chega depois da chuvaUm ano após tragédia, cidade continua despreparada e nem radar importado detectou temporal

● O Rio continua despreparado para enfren-tar temporais fortes, ficou comprovado nanoite de segunda-feira quando todos os sis-temas de monitoramento e prevenção falha-ram, de forma não muito diferente do queaconteceu há um ano, na tragédia de abril de2010. Só às 21h35m, com as ruas já alagadas,foi decretado estado de alerta no município.O radar meteorológico importado dos EUA porR$ 2,5 milhões, inaugurado em dezembro,detectou apenas “momentos antes” a chega-da da maior tempestade desde 1997, comoadmitiu ontem o prefeito Eduardo Paes, quepassou a noite no Centro de Operações daprefeitura. O equipamento mostrou ser limi-tado: só consegue detectar nuvens que cau-sam fortes precipitações com antecedênciamáxima de 30 minutos. O único sistema quefuncionou foi o dassirenes da DefesaCivil, em11 favelas, levando 122 moradores a sair àspressas de suas casas à procura de abrigo. NoMorro da Formiga, uma família escapou demorrer num deslizamento, apesar de não terdeixado a casa. Páginas 12 a 20

MORADOR do Morro da Formiga, Alan vê a casa invadida por terra. Ele reconheceu que deveria ter acreditado na sirene

A CASCATA recém-formada desce pela encosta no FormigaCARROS FICAM amontoados pelas ruas: cenário de guerra após o forte temporal

AEROPORTOSQUE RECEBERÃOINVESTIMENTOSPRIVADOSGUARULHOS(SP)Construçãoe operaçãodo terceiroterminal e demais doisremotos(apenasparaembarquee desembarque, semcheck-in e esteirade bagagem)VIRACOPOS (Campinas-SP)Construçãoe operaçãodosegundo terminal

BRASÍLIA (DF)Construçãoe operaçãodoterceiroterminaldepassageirosCONFINS(BH)Aindanão está definidoomodelo deconcessãoGALEÃO- ANTÔNIOCARLOSJOBIM (RJ)Aindanão está definidoomodelo deconcessão

FONTES:Ipea,governoe Infraero

● Parado há oito anos no Palácio do Planalto,onde sofria restrições do então presidenteLula e da chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff,o projeto de concessão dos aeroportos à ini-ciativa privada foi anunciado ontem pelo go-verno como solução para o gargalo aéreobrasileiro. A proposta constava do programade governo do candidato do PSDB à Presi-dência, José Serra, e foi atacada pelo PT du-

rante as três últimas campanhas presiden-ciais. Segundo o ministro-chefe da Casa Civil,Antonio Palocci, obras e construção de no-vos terminais em Viracopos (Campinas),Guarulhos (São Paulo) e Brasília serão toca-das pelo setor privado, e o governo federalainda estuda o modelo de concessão para osaeroportos de Confins (Belo Horizonte) e Ga-leão (Rio de Janeiro). Página 23

● No próximo 1o- de maio, exatos 30 anos depois do

atentado do Riocentro, do qual foi um dos autores, ocoronel da reserva Wilson Luiz Chavez Machado terárenovado seu contrato de prestador de serviços como Instituto Militar de Engenharia. Na instituição, ele éresponsável por analisar currículos. Página 10

 De araponga a barnabé 

OQUEDEUCERTO• Sirenessoaramnas áreasderisco,mas nemtodososmoradoresdeixaramsuas casas

• Líderescomunitáriosreceberamalertaspeloscelularesentregues pelaprefeitura

OQUEDEUERRADO• O radar meteorológico deR$2,5 milhõesdetectouatempestadeapenas “momentosantes”,admitiuo prefeitoEduardoPaes

• O Twitter doCentrode OperaçõesRio deuo1ºalertasobrechuva forte naTijucaquandoasruasdo bairro játinhamvirado umrio

• Ascâmerasda CET-Riomostravam ruascompletamentealagadas coma indicação“trânsito bom”

• Alertasda DefesaCivil municipal nãochegarama todosos celulares cadastrados

• Semalerta,não houvetempode

mobilizarguardasou policiaispara orientaro trânsitocaótico

• Os institutos de meteorologia previramchuvasacimade 50mm, masa precipitaçãochegoua 99mm emuma hora

Bruno Gonzalez

Carlos Ivan

Marcelo Piu

ELIO GASPARI

Estrago de Alckmin com fim

de aulas de inglês parece

coisa de talibã. Página 6

Despenca teto demais um prédio nocampus da UFRJ

Página 22

MÍRIAM LEITÃO

O BC mudou o discurso para

afinar o coro com a Fazenda,

o que não é ideal. Página 24

7/16/2019 O Globo 270411

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2 Quarta-feira, 27 de abril de 2011

O GLOBO

PORDENTRODOGLOBO

 A telinha que distrai AUTOCRÍTICA● Na página 7 de ontem:“Opinião/O papel daoposição”. “...A análise doex-residente...” Erro dedigitação. Certo: “...A análisedo ex-presidente...”P. 18: “Ancelmo Gois/Festasde Brasília...” “Osconvidados não obedeceram

o horário de chegada exigidopara cada um no convite...”Erro de regência. Certo:“...não obedeceram aohorário...” Adiante:“Ancelmo Gois/Zona Franca”.“Dom Orani Tempesta darábenção hoje...” Quaseninguém fala: benção(oxítona) x atual, falada pornós: bênção (paroxítona).Certo: “...dará bênção...”P. 21: “Rapaz que assaltoumédico é preso de novo”.“Desta vez, policiais da UPPdo Borel, na Tijuca,detiveram ele em flagrantepor corrupção.” Erro noemprego do pronome. Certo:

“...detiveram-no...” Napágina 4 do CadernoEsportes: “Carros devemficar a oito quilômetros dedistância”. “...passando porum dos prováveis locais dofun fest: o Anfiteatro Pôr-do-Sol.” Com a reforma, já nãose usam os hifens naspalavras compostas emque há elemento de ligação.Certo: “...o AnfiteatroPôr do Sol.”

(Resumo da crítica internacoordenada pelo jornalista AluizioMaranhão, distribuída todos os diasna Redação do GLOBO)

Écadavez maiscomum ver notrânsitoobrilho das telinhas de televisão inte-gradas ao sistema de navegação GPS.A mania vem conquistando principal-

mente os taxistas: em qualquer corrida, lá es-tá o aparelhinho preso por uma ventosa nopara-brisa, transmitindo novelas, telejornais

ou jogos de futebol. São imagens nítidas queatraem como ímãs os olhares dos motoristas,para desespero dos passageiros...

O que poucos sabem é que, de acordo coma legislação do Departamento Nacional deTrânsito (Denatran), é proibido ter um apare-lho transmitindo imagens de TV ao alcancedos olhos do motorista — é o que mostra ocaderno CARROetc de hoje.

Ao sair com o fotógrafo F ABIOR OSSI para fa-zer as imagens que ilustram a reportagem, orepórter EDUARDO SODRÉ teve uma demons-tração prática do quanto a pequena televisãopode atrapalhar o condutor.

— É muito difícil resistir à tentação de re-parar na telinha. No engarrafamento, como

não desviar o olhar para a tevê ao ouvir umlance de gol? Distrai ainda mais do que aten-der um celular — afirma o repórter.

O GPS vem sendo tema de CARROetc desdemeados dos anos 90, quando os primeirosaparelhos de localização via satélite chega-ram ao Brasil. A enorme evolução do sistema

vem sendo acompanhada de perto. Em 2007,por exemplo, o próprio Sodré testou o dispo-sitivo por 1.200 quilômetros.

— Um GPS é muito útil, mas jamais teria umaparelho combinado com tevê — explica.

Além das avaliações dos modelos recém-lançados, a equipe do suplemento faz testespouco usuais. Recentemente, Sodré passoucinco dias dirigindo um carro blindado, paraconhecer os efeitos colaterais da adaptaçãocontra balas. Para avaliar picapes, é práticado caderno encher bombonas de água atéchegar à capacidade de carga total.

Sentir na pele o que passam motoristasno cotidiano é a melhor forma de abordartemas automotivos.

Domingos Peixoto

Sodré e o GPS: lei permite a venda do aparelho, mas motorista não pode assistir tevê enquanto dirige

O GLOBO NA INTERNET

aLeia a íntegra da colunaoglobo.com.br

França e Itália pedem limiteà circulação de imigrantes● Presidentes dos dois países defenderama reforma nos acordos que preveem a livrecirculação de pessoas na UE para limitar ofluxo de imigrantes. O MUNDO, página 32

Dólar continua em quedae bate a mínima do ano● A moeda fechou em baixa de 0,57%, a R$1,564. O ministro Guido Mantega defendeu

que, sem as ações do governo, estaria abai-xo de R$ 1,40. ECONOMIA, página 27

Greve de policiais civis levacaos à segurança em Alagoas● Policiaiscivisde Alagoas entraram em gre-ve e querem reajuste de 6% para agentes e

escrivães. Boletins de ocorrência nãosãofei-tos; só delegados trabalham. O PAÍS, página 9

Guantánamo: 30 presostinham problemas mentais● Segundo documentos vazados pelo Wiki-Leaks, 30 detentos sofriam de doenças psi-quiátricasprofundas ou depressões graves. A maioria ficou anos presa. O MUNDO, página 32

ARTUR XEXÉOUm romance, escrito há 70

anos, deu minissérie atualíssima

SEGUNDO CADERNO • PÁGINA 12

Flamengo e Vasco jogampor vaga na Copa do Brasil● Flae Vasco,rivais de domingo,lutamho-

je pela classificação na Copa do Brasil. Orubro-negro enfrenta o Horizonte-CE e oVasco pega o Náutico. CADERNO ESPORTES

Rio é a capital do país maisafetada por hipertensão● O país tem um padrão de hipertensãodiferente do restante do mundo. Aqui, mu-lheres e pessoas com baixa escolaridadesão as mais afetadas. CIÊNCIA, página 34

Europeus pressionam por sanções contra regime sírio● A pressão internacional ao regime sírio,que fez 500 prisões em dois dias, aumen-

tou: países europeus defenderam sançõescontra a Síria na ONU. O MUNDO, página 31

 Aposentado tem direito amanter plano de saúde● Apesar de a lei garantir a permanência

de quem pagou mensalidade por mais de10 anos na empresa, muitos têm que re-correr à Justiça. ECONOMIA, página 30

Barrados na festa de William e Kate

Kieran Doherty/Reuters

● Um sósia do príncipe William é cercado por um grupo deturistas e posa para fotos em frente ao Palácio de Bu-ckingham, em Londres. A três dias do casamento real, a po-

lícia britânica começou a executar o plano de segurança,prendendo seis pessoas e banindo outras60 já envolvidas emprotestos no centro da capital. O MUNDO, página 33

PANORAMA POLÍTICO

de Brasília

Fusão é balela● As direções do PSDB e do DEM não farão qualquer

fusão. Se fizessem, estariam escancarando uma ja-

nela, maior que a do PSD, para aqueles que quise-

rem abandoná-los. Pela lei, quem for contra uma fu-

são está liberado para procurar outro partido. Na

oposição, calcula-se que, se isso ocorresse, ela per-

deria um terço de vereadores e prefeitos. Por isso,

dizem: os que defendem a fusão, como o governa-

dor Raimundo Colombo (SC), estão propondo, de

fato, é a implosão da oposição.

Bancos públicos e microcrédito

E-mail para esta coluna: [email protected] 

■ ■ ■ ■ ■ ■

●CONDIÇÃO. O deputado federal Rodrigo Garcia (DEM-SP), próximo a Gilberto Kassab (PSD), ficou noDemocratas com a promessa de ser candidato àprefeitura de São Paulo no ano que vem.

●O PSB vai defender, em inserções comerciais na TVque vão ao ar a partir do dia 10, a adoção dofinanciamento público das campanhas eleitorais.

●O PRESIDENTE do DEM, senador José Agripino (RN),disse que está “comovido” com a manifestação deapreço do ex-senador Jorge Bornhausen.

MEU PIRÃO PRIMEIRO. Em reunião ontem com líderes da Câmara

sobre o novo Código Florestal, o ministro Wagner Rossi

(Agricultura), foto à direita, disse que a agricultura empresarial é

“o dínamo do PIB brasileiro”. Já o ministro Afonso Florence

(Desenvolvimento Agrário), foto à esquerda, afirmou que a

agricultura familiar é responsável por 60% dos alimentos que vão

para a mesa do brasileiro e por 10% do PIB.

Se ele não voltar, isso vai ser o imbróglio da

reunião do Diretório Nacional do PT na sexta-feira” —

 Luiz Sérgio, ministro das Relações Institucionais, sobre a

licença de saúde do presidente do PT, José Eduardo Dutra

Sem piloto● Foi marcada sessão do Con-gresso no dia 3 para votar asregras para eleição do Parla-mento do Mercosul, e no dia11 para apreciar vetos. Mas ogoverno ainda não tem líderno Congresso. O PT não querno cargo o deputado MendesRibeiro Filho (PMDB-RS).

Lista de espera● Assessores da presidenteDilma Rousseff dizem que nãofaltará oportunidade para elase encontrar coma presidenteda Confederação Nacional daAgricultura, senadora KátiaAbreu (PSD-TO).Masque essa

conversa não será agora.

O cerco● Os dirigentes de outros par-tidos, que também estão so-frendo com o assédio do novoPSD, estão avaliando adotar amesmaposição do DEM e proi-bir coligações com o partidode Gilberto Kassab na eleição

municipal do ano que vem.

Parceria● Membros do Conselho Eco-nômicoEuropeu,que assistiamontem à reunião do Conselhode Desenvolvimento Econômi-co e Social, fizeram sinal deaprovação quando a presiden-te Dilma instou os empresáriosa dar 25 mil bolsas para brasi-leiros estudarem no exterior.

 Até Suplicy quer Delúbio de volta● Para surpresa dos demais senadores petistas, EduardoSuplicy (PT-SP) defendeu ontem, na reunião da bancadano Senado, a refiliação do ex-tesoureiro Delúbio Soares,pivô do escândalo do mensalão. “Na nossa Constituiçãonão há prisão perpétua, então sou a favor da volta doDelúbio”, disse ele, que recebeu, há três semanas, umtelefonema do ex-tesoureiro pedindo apoio. Delúbio estáprocurando todos os integrantes do Diretório Nacional.

Ailton de Freitas/31-03-2010

ILIMAR FRANCO com Fernanda Krakovics, sucursais e

correspondentes

A Tarde/18-02-2008

● Os bancos públicos fede-rais (Banco do Brasil, CaixaEconômica Federal, Banco doNordeste e Banco da Amazô-nia) estão sendo duramentecobrados pela presidente Dil-ma Rousseff a participaremdo novo Plano de Combate àMiséria.O Plano seráanuncia-do em maio, e a presidentetem feito reuniões com os di-

rigentesdesses bancos.Dilmaquer que eles criem progra-mas de microcrédito, paraoferecer financiamento para apopulação mais pobre. As cú-pulas dos bancos públicos re-sistem à adoção de progra-mas para os mais pobres. Éum cálculo de custo x benefí-cio. O microcrédito dá muitotrabalho e pouco lucro.

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O P A Í S

Quarta-feira, 27 de abril de 2011 O GLOBO

SobaéticadeRenaneJucáDos 15 parlamentares que vão compor órgão no Senado, 8 têm contas a prestar no Supremo

Adriana Vasconcelos

BRASÍLIA 

Onovo Senado tomou posse há quasetrês meses, mas somente ontem, de-pois de cobrado pelo Sindicatodos Jor-nalistas do Distrito Federal a fazer uma

advertência ou censurar publicamente o sena-dor Roberto Requião (PMDB-PR) por este ter to-mado um gravador das mãos de um jornalista, opresidente José Sarney (PMDB-AP)providencioua instalação do Conselho de Ética da Casa, o quedeve ocorrer hoje de manhã. Dos 15 titulares in-dicados pelos partidos para compor o órgão decaráter disciplinar, encarregadode zelar pelaob-servância dos preceitos de ética e decoro, pelomenos oito respondem a processos ou inquéri-tos no Supremo Tribunal Federal (STF). E outrostantos já se envolveram em polêmicas.

Os que têm contas a prestar no Supremo sãoos peemedebistas Renan Calheiros (AL), Rome-roJucá (RR)e Valdir Raupp (RO), além de MárioCouto (PSDB-PA), Gim Argello (PTB-DF), JaymeCampos (DEM-MT), Acir Gurgacz (PDT-RO) eAntonio Carlos Valadares (PSB-SE).

Se nãobastassemos processosa querespon-dem na Justiça, alguns desses titulares já foramalvo de mais de um processo no próprio Con-selho de Ética. O líder do PMDB no Senado, Re-nan Calheiros, por exemplo, respondeu a cincorepresentações em 2007, que se transformaramem dois processos por quebra de decoro, masfoi absolvido em plenário.

O senador peemedebista teve que renunciarao cargo de presidente do Senado, mas acabouabsolvido peloplenárioem ambos os processos.No primeiro, Renan eraacusadode terusadore-cursos de uma empreiteira para pagar despesas

pessoais. No segundo, respondeu à denúncia dequeteria usado laranjas na comprade um grupode comunicação em Alagoas.

“Renan tem capacidademoral para assumir”● Lobão Filho (PMDB-MA), outro titular indica-do para compor o Conselho de Ética e que tam-bém já foi citado em denúncias de irregularida-des, saiu em defesa do líder de seu partido:

— Renan, no meu entendimento, tem capaci-dade técnica e moral para assumir qualquer car-go no Senado. Sofrer um julgamento em qual-querinstância e ser inocentado lhepermitequal-quer coisa. E ele não só foi absolvido duas vezespelo plenário, como também pelo povo do seu

estado, que o reelegeu no ano passado.Lobão acrescentou que recebeu a missão decompor o Conselho de Ética a contragosto:

— É uma missão extremamente desagradá-vel. Julgar seu par não é fácil nunca. Sempretem um componente emocional.

Já o senador João Alberto (PMDB-MA) não seincomodou com a convocação feita por Renanpara que não só integrasse o Conselho como as-sumisse o seucomando. Eledeveráser eleitoho-je presidente do Conselho pela terceira vez.

Em todas as ocasiões em queocupou o cargo,ajudou a salvar companheiros de partido. Em2001, por exemplo, apresentou um voto em se-parado contra a cassação de Jader Barbalho(PMDB-PA), que acabou renunciando ao manda-to temendo perder os direitos políticos.

— Para assumir essa missão é preciso termuito equilíbrio — disse João Alberto, que jáadiantou que não pretende tomar qualquer

iniciativa contra Requião. — Ao contrário daCorregedoria do Senado, o Conselho precisaser provocado para agir.

Sarney, aliás, indicou ontem o senador Vitaldo Rego (PMDB-PB) para ser o novo Correge-dor do Senado. O cargo estava vago desde amorte do senador Romeu Tuma, no ano passa-do. Assim, caberá a ele responder à represen-tação protocolada ontem pelo Sindicato dosJornalistas do Distrito Federal contra Requião.

Na vice-presidência do Conselho de Ética de-verá ser mantido Gim Argello (DF), atual líder doPTB, que já ocupava a vaga na legislatura passa-da. Quando assumiu o mandato em 2007, após arenúncia do ex-governador Joaquim Roriz, ele foialvo de representação por estar entre os inves-tigados pela Operação Aquarela, da Polícia Civilde Brasília, sobre desvios no Banco de Brasília(BRB). O pedido, porém, acabou arquivado pela

Mesa Diretora sob alegação de que a denúnciareferia-se a fatos anteriores ao mandato. No fimdo ano, Argello renunciou ao posto de relator doOrçamento da União,sobacusação de teratuadopara liberar emendas para empresas fantasmas.

O líder do PT, senador Humberto Costa(PE), tentou minimizar ontem os problemasde natureza ética enfrentados por vários titu-lares do Conselho de Ética:

— O grande problema que os líderes en-frentam para fazer esse tipo de designação éque a maioria dos parlamentares não querparticipar do Conselho de Ética. No caso doPT, por exemplo, fiz três convocações para in-dicar os titulares, entre os quais me incluo.

COLABOROU: Carolina Brígido

O GLOBO NA INTERNET

a Relembre as denúncias contra Renan Calheirosoglobo.com.br/pais

● BRASÍLIA. Da tribuna, o senador Roberto Re-quião (PMDB-PR) apresentou ontem os moti-vos que, segundo alegou, o levaram, na vés-

pera, a tomar um gravador das mãos de umrepórter da Rádio Bandeirantes. Ele admitiuque perdeu a paciência com o radialista quan-do esse tentou vincular as dificuldades finan-ceiras do Paraná com a pensão de R$ 24.117querecebe desde quedeixouo governo do es-tado, ano passado. A postura de Requião ge-rou protestos do sindicato dos jornalistas ede entidades de imprensa:

— Reconheço que perdi a paciência. Ontemfui procurado por um repórter da Rádio Bandei-rantes para falar sobre alta da inflação. Depois orepórterresolve vincular a alta da inflação comapensãoque eu recebo porter sido três vezes go-vernador do Paraná. Respondi uma, respondiduas e na terceira vez irritei-me com a insistên-cia. Entendi que não era mais uma entrevista, ti-nha doses de provocação, ao estilo “CQC” ou“Pânico”. O repórterqueria me extorquir respos-ta, ao modelo desses programas que citei.

Requião acrescentou que optou por ficar com

o gravador para evitar que sua entrevista fosseeditada pelo jornalista “de forma distorcida”,mas não mencionou que apagou a gravação an-

tes de devolver o equipamento ao jornalista Vic-tor Boyadjian. Disse aos colegas senadores quehavia decidido publicar a íntegra em seu site.Num dos trechos, o parlamentar ameaça o re-pórter: “Jápensou em apanhar, rapaz? Já pensouem apanhar? Me dá isso aqui. Não vai desligarmais p... nenhuma. Vou ficar com isso aqui”.

Ao deixar o plenário, Requião foi irônico:— Há uma espécie de bullying da imprensa

contra um senador. Isso tem que acabar.No discurso ele anunciou que vai apresen-

tarà Comissão de Constituição de Justiça pro-jeto para regulamentar o direito de resposta.

O presidente do Sindicato dos Jornalistas doDistrito Federal, Lincoln Maia, protocolou repre-sentação contrao senador junto à Secretaria Ge-ral da Mesa do Senado, com a acusação de queele tentou censurar o trabalho do jornalista. A expectativa de Maia era que o senador pedissedesculpas, o que não aconteceu.

Em nota, o presidente da Associação Bra-

sileira de Emissoras de Rádio e Televisão(Abert), Emanuel Soares Carneiro, disse: “Éinaceitável que ocupantes de mandatos públi-

cos pretendam impedir o livre exercício daatividade jornalística”.A Associação Nacional de Jornais (ANJ)

considerou lamentável a ação do parlamen-tar: “Condenável em qualquer cidadão, o im-pedimento do livro exercício da atividade jor-nalística foi agravado neste caso pelo fato deter partido de um homem público, em totaldesacordo com as mais básicas normas de ci-vilidade e da convivência democrática. Oacesso à informação pública e a liberdade deimprensa são direitos de toda sociedade enão podem ser tolhidos por ninguém, muitomenos por detentores de cargos eletivos”,destacou o vice-presidente da ANJ, FranciscoMesquita Neto, em nota. ■

O GLOBO NA INTERNET

a Requião, uma vocação de ditador. Leia a análise deRicardo Noblatoglobo.com.br/pais

Requião diz ser uma vítima de ‘bullying’Senador alega que perdeu a ‘paciência’ com jornalista; ANJ e Abert protestam

QUEM DO CONSELHO TEM PROBLEMAS COM A JUSTIÇA

● RENAN CALHEIROS (PMDB-AL): Não consta na página do Supremo, mas é de co-nhecimentopúblicoque o senadortem um inquérito contra eletramitandoem sigilo.Foialvode cinco representações no Conselho de Ética em 2007, que se transformaram em doisprocessospor quebra de decoro,masfoi absolvido pelo plenário.Teve querenunciar aocargode presidentedo Senado.No primeiro, foiacusado de terusado recursos de umaempreiteirapara pagar despesas pessoais. No segundo, respondeu à denúncia de que teria usado la-ranjas na compra de um grupo de comunicação em Alagoas.

● ROMERO JUCÁ (PMDB-RR): Inquérito 2.963, que trata de falsidadeideológica, apropriação indébita previdenciária, crimes contra a ordem tri-butária e infração a direitos da criança e do adolescente. Já foi citado emoutras denúncias de desvios em bancos públicos e de uso de laranja paracompra de emissora de TV.

● GIM ARGELLO (PTB-DF): Inquérito 3.059, porcrime contra a lei de licita-ção. O caso chegou ao STFem dezembro de 2010.Quando assumiu em 2007,após a renúncia de JoaquimRoriz, foi alvo de uma repre-sentação no Conselho de Éti-ca por estar entre os investi-gados pela Operação Aqua-

rela, da Polícia Civil de Bra-sília. O pedido acabou arqui-vado pela Mesa do Senado.Em2010,renunciouao pos-to de relator do OrçamentodaUnião,sob a acusação deteratuado para liberaremen-das parlamentares para em-presas-fantasmas

● VALDIR RAUPP (PMDB-RO): Tem cinco açõescontra ele no STF, entre elas, suspeita de crime depeculato e contra o sistema financeiro

● MÁRIO COUTO (PSDB-PA): Inquérito 2.539,que chegou ao STF em maio de 2007 e trata dedesobediência à Justiça Eleitoral.

● JAYME CAMPOS (DEM-MT): Tem duas açõescontra eleno STF;umade peculato e crime contra a leide licitações, e outra sobre uso de documento falso.

● ACIR GURGACZ (PDT-RO): Tem contra ele o in-quérito 2.900, que chegou ao STF em janeiro de2010 e trata de nepotismo.

● ANTONIO CARLOS VALADARES (PSB-SE): In-quérito 2629, sobre crime eleitoral. O caso chegouao STF em outubro de 2007.

● JOÃO ALBERTO (PMDB-MA): Esta será a tercei-ra vez que assume a presidência do Conselho deÉtica. Em todas as ocasiões ajudou a salvar com-panheirosde partido.Em 2001,por exemplo,apre-sentou um voto em separado contra a cassação doex-senador Jáder Barbalho (PMDB-PA), que aca-bou renunciando ao mandato temendo perder osdireitos políticos.● LOBÃO FILHO (PMDB-MA): Quando assumiupela primeira vez o mandato do pai, hoje ministrodas Comunicações, em 2008, foi alvo de um pro-cesso aberto pela corregedoria da Casa, sob sus-peita de sonegação de impostos. Mas a investiga-ção não foi adiante.

Ailton de Freitas/11-3-2010 Ailton de Freitas/18-3-2011

Ailton de Freitas/7-12-2010

Ailton de Freitas/14-5-2008 Ailton de Freitas/8-10-2007 Divulgação/6-9-2009

J os é C ru z/ Ag ên ci a Se na do Wal de mi r B ar re to /A gê nc ia S ena do

OUTROS DESTAQUES

7/16/2019 O Globo 270411

http://slidepdf.com/reader/full/o-globo-270411 4/57

30 ● ECONOMIA Quarta-feira, 27 de abril de 2011O GLOBO.

MALA DIRETA

■ Reclamações devem ser encaminhadas pelohttp://oglobo.globo.com/servicos-  /defesa_consumidor/defesa- _consumidor_1.asp ou no site do jornal, www.oglobo.com.br, no ícone“Defesa do Consumidor”. Por carta,as queixas devem ser enviadas para Rua Irineu Marinho 70, 3 o- andar,Centro, CEP 20230-023 ou pelo fax:(21) 2534-5162. É preciso informar endereço e telefone do consumidor e

da empresa.

❁ CONHEÇA AS VÁRIAS SITUAÇÕES

Consulta pública:pontos polêmicos

DEFESA DO CONSUMIDORONDE RECLAMAR • A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) recebe reclamações sobre problemas com planos e seguros-saúde. A queixa pode ser feita pelo Disque-Saúde (0800-70-19656) ou pelo site www.ans.gov.br

SaídaparaasaúdedeaposentadosConsulta pública cria critérios para manutenção em plano após aposentadoria e demissão

Marcos Alves

MILTON SANCHEZ briga judicialmente para garantir seu direito de permanecer no plano de saúde: sem informação ao sair da empresa

Luciana Casemiro

● As negativas de atendimento dasoperadorasaindasão a razãoquemaisfrequentementelevambeneficiários deplanos de saúde aos tribunais. Noentanto, é crescente o número deaçõesdeaposentadosquebrigamparagarantir o direito de se manter emplanos corporativos após a saída daempresa. É que apesar da Lei 9.656/98garantir a permanência daqueles quetenhamcontribuído como pagamentoda mensalidade por dez anos ou mais,falta informação ao consumidor e in-teresse das operadoras em manteresse grupo em sua carteira. Regu-lamentar os artigos 30 e 31 da lei quetratam dos critérios que garantem obenefício de permanência no plano dedemitidos e aposentados é o objetivoda Consulta Pública 41 da AgênciaNacional de Saúde Suplementar (ANS),que ficará aberta até 18 de maio.

— Um dos nossos desafios é me-lhorar a informação aos consumido-res sobre o benefício garantido pelalei. Por isso, na minuta da resoluçãonormativa previmos que a operadorasó poderá aceitar a exclusão do be-neficiário se a empresa comprovarque comunicou-lhe a possibilidade depermanecer no plano — diz CarlaSoares, gerente-geral de Estrutura eOperação de Produtos da ANS.

Advogada diz que perspectivas

para aposentados não é boa A desinformação é realmente um

dos maiores problemas tanto de de-mitidos quanto de aposentados. Mil-ton Sanchez, de 72 anos, conta quequando foi demitido da empresa emque trabalhava — mesmo após ter seaposentado em 1991 — foi até umdiretor pedir a extensão do prazo deseu plano desaúde semsaberque a leilhe garantia a permanência vitalícia,desde que arcasse com o custo atéentão pago pela companhia. A infor-mação que recebeu da empresa e daAmil foi queteria direito a 32 meses decobertura, contados a partir de julhode 2007, data de sua demissão.

— Já havia contribuído com o pa-gamento do plano de saúde na em-

presa por mais de 15 anos. Nessetempo mudaram quatro vezes de ope-radora. Não sabia que poderia con-tinuar com a operadora atual vita-liciamente, desde que pagasse a men-salidade integral. Eles não divulgamporque não nos querem penduradosno plano por causa da sinistralidade.Tive que entrar na Justiça para fazervaler meu direito. Hoje pago, graças auma liminar, R$ 408 pelo meu plano ede minha esposa. Se estivesse fora doplanocorporativopagaria,pela mesmacobertura, R$ 3.500.

Na liminar concedida a Sanchez,em novembro de 2010, o juiz JorgeAlberto Quadros de Carvalho Silvadeterminou à operadora e ao ex-empregador que mantenham-no noplano, assim como sua dependente,

como beneficiários vitalícios, en-quanto estiverem arcando com ocusto integral, nas mesmas condi-ções anteriores à demissão, sobpena de multa diária de mil reais.

A Amil Assistência Médica informa

que não comenta ações judiciais emandamento.A empresaressalta,porémque cumpre integralmente a liminar.

Lucio Rodrigues Pinho teveum pro-blema muito similar ao de Sanchez.Apesarde terse aposentado em 2002,ele continuou trabalhando na empre-

sa até 2008. Pinho contribuiu por 25anos para o plano de saúde cor-porativo. E, apesar de suaempresaterenviado comunicado, a Notre DameSaúde comunicou-o, por telegrama,que poderia permanecer apenas maisum ano como beneficiário do planocoletivo. No mês que foi cancelado oplano, abril de 2009, Pinho descobriuqueestavacomumcâncerdepróstatae não pôde iniciar o tratamento on-cológico. Um acórdão divulgado noúltimo dia 15, no entanto, confirmousentença favorável à permanência doaposentado no plano.

A Notre Dame esclarece que, porum lapso de processamento, foi in-formado que o reclamante haviasido demitido e não aposentado, o

que motivou a restrição do acesso,mas que já foram restaurados aoassociado todos os direitos.

A advogada Renata Vilhena, só-cia-fundadora do Vilhena Silva Ad-vogados, especializado em direito àsaúde, diz que o número de açõesrelacionadas a aposentadosvem au-mentando muito em seu escritório:

— Com a economia aquecida, hámais pessoasdependentes de planode saúde empresarial. E há aindamuitas interpretações equivocadasem relação à lei.

Examinando a minuta propostapela ANS para regulamentação dalei, Renata ficou preocupada com asituação dos aposentados:

— As perspectivas não são tãoboas quanto imaginei. A única ques-

tão que ficará resolvida é a soma doprazo de várias seguradoras para operíodo total de dez anos, no casodos aposentados, e a hipótese doaposentado continuar trabalhando.Quanto à coparticipação, a reso-

luçãodefinequenãoseenquadranacontribuição do funcionário quantoao plano, ou seja, esta modalidadede pagamento não dá direito à ma-nutenção do plano, o que é umverdadeiro absurdo.

Especialista diz que operadorasmantêm barreiras contra idosos

Outra preocupação levantada pe-la advogada é o fato de a propostapermitir que as empresas segre-guem aposentados e demitidos emum plano específico:

— Essa questãoé completamenterepudiada pela jurisprudência, poiseleva a sinistralidade do grupo e,portanto, o preço da mensalidade,expulsando os aposentados do pla-no. E, muitas vezes, o valor damensalidade é muito superior ao daaposentadoria — diz Renata.

Carla destaca quea segregação dosidosos em um plano à parte já é umaprática adotada pelas empresas:

— A nossa ideia comessaproposta

é abrir um leque maior de opções àsempresas para incentivar que elascontinuem permitindo que os fun-cionários paguem a participação que,no futuro, lhes dará direito ao be-nefício de se manter no plano. Omesmo vale para a possibilidade de aempresa oferecer, além do plano pa-drão de seus empregados, uma al-ternativa mais barata com condiçõesassistenciais diferenciadas.

Juliana Ferreira, advogada do Ins-tituto Brasileiro de Defesa do Con-sumidor (Idec), lembra que umapesquisa feita pela entidade há doisanos já mostrava claramente o de-sinteresse das operadoras em man-ter idosos em suas carteiras:

— Há uma série de barreira anti-idosos. Segregá-los pode elevar os

reajuste de forma a inviabilizar a per-manência deles no plano. É precisodivulgar ao máximo o direito de apo-sentados e demitidos ao plano desaúde, não só pela garantia de re-dução de custo que isso significa,

como pelo fato de que, ao sair de um

plano coletivo, serão muito poucas asopções de quem tem mais de 60 anosde conseguir um plano individual.

O advogado David Nigri levantaainda a necessidade de se dar maistransparência aos valores pagospor empresa e empregados:

—Équenahoradaaposentadoriaovalor da mensalidade cresce absur-damente e o beneficiário não con-segue saber sequer qual era a partepaga pela empresa. Tenho vários ca-sos em que foi preciso entrar naJustiça para descobrir os valores econseguir uma cobrança justa.

A gerente-geral da ANS destaca aimportância que toda a sociedadep a r t i c i p e d a c o n s u l t a(www.ans.gov.br) e recomenda quenão se deixe para enviar todas as

contribuições na última hora:— Pode-se comentar artigo a artigo.

No fim, tudo será compilado. Masobservamos que não deixem para aúltima hora, pois aí enfrentamos pro-blemas, como lentidão do sistema. ■

 Médica sai e não

dá satisfaçãoNo dia 24 de março, estive na clínicamédica da Semeg da Tijuca para meconsultar com uma clínica geral. Es-tava marcada para 18h45m, e che-guei lá por volta de 18h25m. Quandosolicitei informações sobre a consul-ta, fui informada de que a médicatinha ido embora, sem dar satisfa-ções. Os atendentes falaram que amédica é irresponsável e que estaatitude é recorrente. Descobri, tam-bém, que no momento não havia umsupervisor para o qual poderia exporminha situação. Por favor, espero quealgo seja feito, pois, além de des-respeito e descaso com o paciente, aatitude também demonstra ser demáxima falta de educação com opróximo.

SUELY PESSÔA SANTOS Rio

● A Semeg informa que a leitorarecebeu os esclarecimentos a res-peito da reclamação.

 Dificuldade paracomprar ingressoTentei fazer o cadastro da minhaesposa no Ingresso.com para que elapudesse adquirir uma meia-entradapara o show doPaul McCartneydodia23 de maio. Na hora de concluir ocadastro,aparecia a mensagem “datainválida” no campo “data de nas-cimento”. Eu preenchia corretamentetodos os campos, conforme descritono site. Eu já possuía cadastro e

consegui comprar uma meia-entradapara mim, mas, para garantir a en-trada dela, acabei comprando umainteira, já que os ingressos para oshow dodia 22 demaio acabaramempoucomaisde umahora. Acho injustoo pagamento de R$ 180 mais oserviço de entrega de 20% (R$ 36 nocaso), pois, se eu pagasse meia, peloqual minha esposa também tem di-reito,eupagariaR$90maisR$18deserviço de entrega. Exijo que o sitefaça essa correção!

PAULO RAFAEL LIRA DOS SANTOS Niterói, RJ 

● A Ingresso.cominformaque entrouem contato com o cliente, esclareceuo ocorrido e solucionou a questão.

 PropagandaenganosaA Cristal Imobiliária está há mesesanunciando no ZAP um apartamentofalso.Coloca fotosde um imóvellindoque não corresponde ao produto queestávendendo.A metragem quadradatambém é falsa. Tudo no anúncio émentira.

CANDIDA MARIA MONTEIRO Rio

● A Cristal Imobiliária confirma queas fotos e a metragem do anúnciosaíram errados e explica que houveconfusão com outro imóvel na mes-ma rua. A empresa afirma que apessoa responsável pela publicaçãodos anúncios providenciou a alte-ração dos dados do apartamento.

 Seguro não pagalucro cessanteGostaria de contar com a ajuda emrelação a um depósito de lucro ces-sante por parte da Seguradora RSA,deSãoPaulo.Meucarroéumtáxi,eoserviço de recuperação foi bem exe-cutado, no entanto não tive a mesmaprestezapara receber o ressarcimentodos dias que não trabalhei. Dei en-trada na documentação para receberos cinco dias parados, o que deu umtotal de R$ 772, mas a seguradora sóarca com 60% desse valor. Aceitei oacordo e há um mês a empresa in-forma que realizará o depósito, masnão o faz. Peço ajuda a esta seção.

PAULO CÉZAR DE SOUZA  Rio

● A Seguradora RSA afirma que ocrédito foi depositado na conta-cor-rente do leitor.

Situação O que diz a lei Decisão do Judiciário

Empregado que se aposenta após

contribuir por mais de dez anos

para o plano de saúde coletivo,

mediante desconto em folha

O Artigo 31, da Lei no- 9.656/98, garante ao empregado aposentado,

que contribui por mais de dez anos para o plano coletivo, a

permanência vitalícia como beneficiário, desde que assuma o

pagamento integral da mensalidade

A Resolução n o- 21, do Consu, determina que as empresas encaminhem

correspondência ao aposentado para que ele opte, no prazo de 30 dias,

pela permanência ou não no plano. Na prática, algumas empresas

direcionam o aposentado automaticamente para o gozo do benefício do

artigo 30, da lei n a- 9.656/98 e, no fim de 24 meses, enviam notificação

de que o plano será cancelado. O judiciário já decidiu que essa conduta

é abusiva, pois viola o direito adquirido do aposentado.

Empregado que se aposenta e

contribuiu para o plano empresarial,

sob regime de coparticipação

O parágrafo 6o- , do Artigo 30, da Lei 9.656/98, diz que a

coparticipação do consumidor, única e exclusivamente nos

procedimentos médicos, como fator de moderação, não caracteriza

contribuição para o plano. Neste caso, o aposentado apenas teria

direito de permanecer pelo prazo máximo de 24 meses

O consumidor deve ficar atento se a coparticipação não camufla a

contribuição para o plano. Ou seja, o que seria uma singela

coparticipação se transforma em verdadeira contribuição. Existem no

Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo decisões nesse sentido, mas

a matéria não é pacífica.

Empregado aposentado que contribui

por mais de dez anos para o plano de

saúde coletivo, mas continua

prestando serviço para a empresa e

posteriormente é demitido

O fato de o aposentado firmar novo contrato de trabalho, com a

mesma empresa, e posteriormente ser demitido, não o faz perder o

direito à permanência vitalícia no plano de saúde

A jurisprudência denomina o consumidor que está nessa situação como

"aposentado-demitido" e, de forma pacífica, reconhece o direito de

permanência vitalícia como beneficiário do plano de saúde coletivo.

Empregado contribuiu por mais de

dez anos para plano de saúde

coletivo, é demitido e, em seguida,

se aposenta

O Artigo 31 da Lei 9.656/98 não prevê essa situação e deixa margem

para mais de uma interpretação

Existem decisões no Tribunal de Justiça do Rio no sentido de que o breve

hiato existente entre a demissão do empregado e a sua aposentadoria

não exclui seu direito ao benefício da lei, determinando assim o benefício

da permanência vitalícia no plano de saúde coletivo. A matéria, no

entanto, ainda não é pacífica

● SEGREGAÇÃO:A minuta daresolução, em consulta pública,

estabelece a possibilidade deincluir demitidos e aposentadosnum plano específico, diferentedo dos empregados.

● ASSISTÊNCIA DIFERENTE:As empresas poderiam ofere-cer ao demitido e ao aposen-tado, como opção, um planocom assistência especial maisbarato.

● COPARTICIPAÇÃO: Coparti-cipaçãonãocontaparafazerjusao benefício. É preciso parti-cipação fixa na mensalidade.

7/16/2019 O Globo 270411

http://slidepdf.com/reader/full/o-globo-270411 5/57

4 ● O PAÍS Quarta-feira, 27 de abril de 2011O GLOBO.

Promessas de campanha● A tentativa de transformar a gestão públicaem algo

mais transparente e acessível ao escrutínio do cida-

dão comum está no cerne de várias propostas em

discussão hoje no país, desde a nova lei de acesso a

documentos públicos — que deve ser sancionada

pela presidente Dilma Rousseff no próximo dia 3 de

maio, Dia internacional da liberdade de imprensa —

até a criação do Conselho de Gestão e Competitivi-

dade, ligado diretamente à Presidência da Repúbli-

ca, coordenado pelo empresário Jorge Gerdau.

MERVALPEREIRA 

E-mail para esta coluna: [email protected] 

Lula tenta segurar Dutra nocomando do PT; Delúbio voltaráCorrentes do partido já disputam a indicação do novo presidente

 Assembleia do MS temsigilo bancário quebradoJustiça determina apresentação de gastos;denúncias apontam pagamento de propina

Maria Lima e Gerson Camarotti

BRASÍLIA. A presidente DilmaRousseff e o ex-presidente Lulaatuam fortemente, mas aindanão conseguiram evitar a dispu-ta pelo cargo do presidente doPT, José Eduardo Dutra. Afasta-do há um mês por licença mé-dica, Dutra deve reaparecer nasexta-feira,na reuniãodo Diretó-rio Nacional, para anunciar suarenúncia ou licença de até seismeses para se dedicar a um tra-tamentode saúde. Único interlo-cutor de Dutra desde seu afas-tamento, o líder do PT no Sena-do, Humberto Costa (PE), tem oapoio do Planalto, de Lula e damaioria da corrente Construin-do um Novo Brasil (CNB) parapresidir a legenda. Mas há aomenos três outros potenciaiscandidatos, e a briga entre cor-rentes, inclusive a do deputadocassado José Dirceu, prometeser acirrada na reunião.

A corrente Mensagem querlançar o secretário-geral EloiPietá. E um grupo minoritáriodefende a eleição de MarcoAurélio Garcia.

Segundo Costa, no entanto,comrenúncia ou licença, o novopresidente não sai nas reuniõesde sexta e sábado. Em caso derenúncia, o Diretório escolhe osucessor. No caso de licença deaté 180 dias, o vice-presidenteRui Falcão fica como interino.

O certo é que Falcão, que tem

a simpatia do grupo de Dirceu,não será o sucessor definitivode Dutra. Seu nome é vetadopor Dilma e por Lula.

Na noite de anteontem, Lulase reuniu com Dutra no Rio jun-to com Costa e Luis Dulci. Luladisse ao presidente do PT que,antes de decidir pela renúncia,ele poderia ficar de licença mé-dica de até 180 dias. SegundoCosta, Dutra afirmou que refariaexames e, na sexta, com baseexclusivamente no laudo médi-co, anunciaria sua decisão.

Costa contou que a presi-dente Dilma está muito sensi-bilizada pelos problemas mé-dicos enfrentados por seucompanheiro de campanha.

Entre uma reunião e outra pa-ra administrar a sucessãono PT,Dilma e Lula já gravaram comJoão Santana as inserções quecomeçam a ser veiculadas sába-do, no horário partidário do PT.Eles falaram sobre os investi-mentos em aeroportos para aCopa e as Olimpíadas, uma res-posta indireta ao programa doPSDB, que criticou o possívelapagão de infraestrutura.

Delúbio deve voltar oficialmente ao partido

No próximo fim de semana,como aval de Lula, pode acabaro banimento político do opera-dor do mensalão e ex-tesoureirodo PT Delúbio Soares, com sua

reabilitação oficial novamentecomo membro filiado ao parti-

do. Há cinco anos, no auge doescândalo de corrupção, o PTdecidiuexcluirDelúbio.Agora,oentendimento da maioria do Di-retório Nacional é que ele jácumpriu suapena, nãofalou maldo PT e deve agora voltar paradisputar uma vaga de vereadorpor Goiânia em 2012.

Para Humberto Costa, se opedido de refiliação chegar aoDiretório, passa com tranquili-dade. O ex-tesoureiro deve con-tar com votos de pelo menos 59dos 84 membros do diretório.

— A volta do Delúbio é umaquestão ainda muito mal com-preendida pela sociedade, dedifícil assimilação. Mas umacoisa é o que pensa a socieda-de, outra é como o partido temque se posicionar em relação aum membro — disse a senado-ra Marta Suplicy (SP).

— Até os banidos do regimemilitar voltaram — completou oex-presidente do PT, deputadoRicardo Berzoini (SP).

— A decisão sobre a volta doDelúbio sempre foi pacífica. Sehaverá desgaste do PT por acei-tar sua refiliação? A discussãonão pode ser por aí. Não haveráconstrangimento nenhum deaceitar sua volta. Ele já pagou.Não aceitar sua volta seria co-mutação depena — disseo líderdo governo na Câmara, CândidoVaccarezza (PT-SP). ■

Gustavo Miranda/ 7-10-2010

DUTRA: RENÚNCIA ou licença de seis meses para tratamento de saúde

FH reage à debandada no PSDB de São PauloAlckmin tira secretaria de Afif para acomodar o DEM, numa reação ao grupo de Kassab

Tatiana Farah e Silvia Amorim

● SÃO PAULO. O ex-presidenteFernando Henrique Cardosodeu um puxão de orelhas noPSDB pela debandada tucanapara o PSD, novo partido dopre-feito Gilberto Kassab. Para o ex-presidente, “ninguém pode pre-gar a democracia, que implica

pluralidade, se não a pratica”.Fernando Henrique lamentou asaída do ex-deputado WalterFeldmann, 8o

- paulista a deixar alegenda emuma semana, e dissefazer um “apelo à unidade”.

— Acho lamentável a saída de

qualquer pessoa, sobretudo deuma pessoa importante. É o mo-mento de fazermos um esforçopela coesão. Faço até mesmoum apelo: não é o momento deampliar divisões. Se quisermosterum objetivomaior, comotêmos venezuelanos hoje, que é devoltar a ter uma situação de queo PSDB exerça um papel cons-

trutivo no Brasil, na República,nós temos de estar unidos —disse o ex-presidente à impren-sa, durante um seminário comanalistas e a oposição jovem aopresidente da Venezuela, HugoChávez, no Instituto Fernando

Henrique Cardoso (IFHC).O ex-presidente confirmou

que existem propostas de fu-são entre o PSDB e o DEM, masque não há nada definido:

— Existem propostas nessesentido.São aspectosdelicados.Acho que o mais importante émanter a coesão dos partidos e,desde logo, dizer: aconteça o

que acontecer, vamos nos man-ter unidos com certos objetivosmaiores. Não sei qual a tendên-cia, se vai haver fusão ou não.

Ontem, num esforço paramanter o principal aliado, o go-vernador tucano de São Paulo,

Post sobre Aéciona TV Brasilcausa demissão

Funcionário que usouTwitter da emissora

pede desligamento● BRASÍLIA. Em nota divulgadaontem, a Empresa Brasileira deComunicação (EBC) informouqueum funcionário da TV Brasilpediu demissão por ter postadono Twitter daemissorao seguin-te texto:“Aécio Neves mentiuaopaís. A sua habilitação para di-r i g i r f o i r e n o v a d a e m31/05/2010”. Na verdade, na da-ta citada o tucano tinha pedidouma segunda via e não renova-do a carteira.

O nome do funcionário nãofoi divulgado. O pedido de de-missão, segundo a nota, foi so-licitado como “ forma de con-tribuir para a reparação dos

danos causados”.De acordo com a EBC, o fun-cionário entregou carta à presi-dente da EBC, TerezaCruvinel, eao presidente da Associação deComunicação Educativa Ro-quette Pinto (Acerp), ArnaldoCésar Jacob,na qual explica queprovocou o episódio involunta-riamente, acreditando estar fa-zendo o registro em sua contapessoal. Ele justificou que men-sagem foi parar no Twitter daemissora porque utilizava emseu computador uma ferramen-ta que memoriza senhas.

A mensagem foi excluída doTwitter da emissora, na semanapassada, assim que foi desco-berta pela área de comunicaçãoda empresa. Em seguida, aemissora pediu desculpas. ■

GeraldoAlckmin,selou um acor-do de reacomodação do DEMno governoe tirou do secretaria-do o vice-governador, Guilher-me Afif Domingos, que deixou oDEM para ingressar no PSD, re-cém-criado pelo prefeito paulis-tano, Gilberto Kassab. O DEMassumirá a Secretaria de Desen-volvimento Social.

Além do arranjo administra-tivo para garantir governabili-dade, o gesto de Alckmin temos pés nas disputas eleitoraisde 2012 e 2014. À noite, Afifconfirmou em nota a sua saídada secretaria. ■

Paulo Yafusso

 Especial para O GLOBO

● CAMPO GRANDE. O juiz da Varade Direitos Difusos, Coletivos eIndividuais Homogêneos deCampo Grande,AmauryKuklins-ki, atendeu a pedido feito peloservidor aposentado José Maga-lhães Filho, em açãocautelar im-petrada em fevereiro deste ano,e determinou a quebra do sigilobancário da Assembleia Legisla-tiva de Mato Grosso do Sul. Se-gundo a decisão, o Legislativodeve encaminhar toda a movi-mentação financeira de maio de2008 a dezembro de 2010, infor-mando transferências ou paga-

mentos feitos a partir dos repas-ses do duodécimo.Em sua decisão, o juiz deter-

mina a relação dos dados porano “no intuito de reduzir aquantidade de informaçõesparamais rápida apreciação”. Tam-bém devem ser citadas remes-sas ao exterior. Pelo despacho,serão solicitadas informaçõesao Banco Central de todas ascontas bancárias em nome doLegislativo no país.

Amaury Kuklinski diz queaceitouo argumento do autor daação cautelar de “privilegiar ointeresse público” e que serianecessária a quebra do sigilobancário diante da dificuldadepara a obtenção de dados quecomprovem denúncias feitas pe-lo ex-deputadoAry Rigo, emgra-

vação feita peloentão secretáriode governo de Dourados, Elean-dro Passaia, no anopassado. Es-sas gravações se tornaram pú-blicasem setembro, após a Ope-ração Uragano, desencadeadapela Polícia Federal e o Ministé-rio Público Estadual e que resul-tou na denúncia contra 60 pes-soas, entre elas o prefeito deDourados, Ari Artuzi, o vice-pre-feito, Carlinhos Cantor, e o pre-sidenteda Câmara Municipal, Si-dlei Alves. A Operação levou aJustiça Eleitoral a promover no-va eleição para prefeito.

No vídeo, que embasou aação, Ary Rigo aparece, sem sa-ber da gravação, conversando

com Passaia. O então deputadodiz que todos os meses o Legis-lativo devolvia para o governodo estado R$ 2 milhões do duo-décimo, e que o dinheiro erausado para pagar propina amembros do Ministério PúblicoEstadual e do Judiciário. Numdos trechos, Rigo afirma: “Só pa-ra ter uma ideia, nós devolvía-mos R$ 2 milhões em dinheiropara o André, R$ 900 nós dáva-mos para os desembargadores eR$ 300 para o Ministério Públi-co... Nós vamos devolver R$ 6milhões para o governo”. O Rigofalava em tom de reclamação.

A assessoria do Legislativoafirmou que a presidência daCasa só vai se pronunciar de-pois que for notificada oficial-mente da decisão da Justiça.■

A eficiência de cada setorgovernamental será medidapelo estabelecimento de metasa serem cumpridas, como secada ministério assinasse coma Presidência da República um“contrato de gestão”.

Segunda-feira estive na Esco-la de Políticas Públicas daUCAM falando sobreessase ou-tras iniciativas que estão sendotomadas para superar as defi-ciências de nosso sistema degovernança, numa palestra cu-jo tema era “Déficits da Demo-craciaBrasileira: Transparênciano Setor Público e Impunidadedos Crimes de Corrupção”.

Citei o livro “Corrupção e de-mocracia no Brasil, a luta pelaresponsabilização”, de TimothyJ. Power, diretor do Centro La-tino-Americano da Universida-

de de Oxford, na Inglaterra, eMatthew M. Taylor, professorda USP, lançado pela editora daUniversidade Notre Dame dosEstados Unidos. Osautoresafir-mam que a corrupção no Brasilé sistêmica e alimentada pelaimpunidade, afetando a eficáciada gestão pública.

Mesmo que o brasileiro ain-da considere a democracia co-mo o melhor sistema político,como mostram diversas pes-quisas, a confiança nas institui-ções está em declínio nas últi-masdécadas, pois elas nãosãocapazesde identificaros culpa-dos ou de puni-los.

Apesar de tudo, na avaliação

dos autores, o país tem tidouma evolução nessa questãodesdea redemocratização,comvários sistemas anticorrupçãotendo sido criados, como aControladoria-Geral da União(CGU) ou pela atuação da Polí-cia Federal e do Ministério Pú-blico, cujas funções foram am-pliadas na Constituição de1988. Ressaltei apenas que emmuitas ocasiões esses órgãospolitizaram suas ações, mas osaldo é claramente positivo.

Também a atuação da socie-dade civil, através de váriasONGs, e as denúncias atravésda imprensa livre têm tornadoo combate à corrupção mais vi-sível para a sociedade.

A impunidade, no entanto,continua sendo tão danosa àsinstituições quanto a corrup-ção em si mesma, pois corrói aconfiança na classe política eno sistema democrático.

Iniciativa para tentar superaressas deficiências está sendoapresentada esses dias em Bra-sília por Oded Grajew, ex-asses-sorespecial do presidente Lula,um dos criadores do Fórum So-cial e coordenador da ONG Re-de Nossa São Paulo.

A proposta prevê o estabe-lecimento de um Programa deMetas para todo o País, ba-seada na ideia de metas degestão, tornando-a mais efi-

ciente e responsável.A legislação é inspirada naque foi adotado em Bogotá, naColômbia,e foimuito importan-te para que a cidade saísse deuma situação precária em quese encontrava no auge do com-bate ao narcotráfico.

A proposta de emenda cons-titucional dá instrumentos paraque o eleitor acompanhe demaneira mais objetiva a gestão,e obriga a que o mandatário de-fenda projetos mais realistas,tenha mais cuidado com a pro-paganda sem conteúdo.

Repete a experiência pio-neira lançada na cidade deSão Paulo, que Grajew consi-dera um marco na história da

democracia brasileira.No momento, aliás, o prefei-

to Gilberto Kassab está às vol-tascom o nãocumprimento dealgumas metas apresentadas,muitasdas quais,como zerar odéficit decreches, têmmaisba-se no marketing da campanhaeleitoral do que na capacidadereal de serem realizadas.

De acordo com a propostade Grajew, o presidente da Re-pública, governadores e prefei-tos, eleitos ou reeleitos, apre-sentarão à sociedade civil e aorespectivo Poder Legislativo oPrograma de Metas e Priorida-des de sua gestão, até 90 diasapós a posse, que discriminaráexpressamente: as ações estra-tégicas, os indicadores de de-sempenho e as metas quantita-tivas e qualitativas para cada

um dos setores da administra-çãopública diretae indireta porunidades regionais de planeja-mento e desenvolvimento, ob-servando, no mínimo, os obje-tivos, diretrizes, ações, progra-mas e intervenções estratégi-cas e outros conteúdos cone-xos, apresentados como pro-postas da campanha eleitoraldevidamente registradas no ór-gão eleitoral competente.

É uma iniciativa semelhantea já adotadas, desde os anos 80do século passado, por paísespioneiros como a Austrália e aNovaZelândia,massemdúvidaé uma novidade entre nós, tan-to do pontode vistapuramente

administrativo quanto político.O país aindatem poucas ex-periências no sentido de tra-tar o dinheiro público com ba-se em boa gestão, previsão or-çamentária e acompanhamen-to de metas e desempenho,medidas adotadas na maiorparte dos países chamadosdesenvolvidos para tornar oEstado mais eficiente.

Pesquisa do Banco Mundialem parceria com a Organiza-ção para Cooperação e Desen-volvimento Econômico (OC-DE), que reúne os países maisdesenvolvidos, mostra que amaioria deles inclui dados dedesempenho não financeiroem seus orçamentos, sendo

que alguns possuem até mes-mo mecanismos formais parapremiar os funcionários públi-cos, com a combinação entredesempenho, metas atingidase bônus salarial.

A proposta da Rede NossaSãoPaulo, no entanto, peca pe-la tentativa de impor, dentro daemenda constitucional, as me-tas que considera importantesserem atingidas, assumindoum papel que não é o seu, ouseja, determinar um verdadei-ro programa de governo.

Com o agravante de que,entre as propostas, estão al-gumas promessas que dificil-mente poderão ser cumpri-

das, fugindo justamente aoque pretende combater.Está na emenda constitucio-

nal a promessa de promover a“universalizaçãodo atendimen-to dos serviços públicos comobservância das condições deregularidade; continuidade; efi-ciência, rapidez e cortesia noatendimento ao cidadão; segu-rança; atualidade com as me-lhores técnicas, métodos, pro-cessos e equipamentos; e mo-dicidade das tarifas e preçospúblicos que considerem dife-rentemente as condições eco-nômicas da população”.

Um marqueteiro populistanão encontraria melhor motepara uma campanha eleitoral.

7/16/2019 O Globo 270411

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O PAÍS ● 5Quarta-feira, 27 de abril de 2011 O GLOBO

7/16/2019 O Globo 270411

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6 Quarta-feira, 27 de abril de 2011.

O GLOBO

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O P I N I Ã O

Dois militares do Exército estavam àpaisana, em um carro esportivo, noestacionamento do Riocentro, en-quanto transcorria um show orga-

nizadopor gruposde esquerda.A bomba que

explodiu no colo do sargento Guilherme Pe-reirado Rosário, sentado no banco do caronado Puma do capitão Wilson Machado, feridocom gravidade no acidente de “trabalho”, co-locou aquela noite de 30 de abril de 1981 — oshow comemorava na véspera o Dia do Tra-balho — no calendário do sério conflito ocor-rido no processo de redemocratização dopaís entre os “porões” da ditadura e o grupode autoridades, militares e civis, responsá-veis por continuar a execução do projeto deabertura gradual desenhado pela dupla Er-nesto Geisel e Golbery do Couto e Silva, pre-sidente da República e chefe da Casa Civil nogoverno anterior àquele, de João Figueiredo.

O caso já faz parte dos livros da Históriarecente, mas faltavam detalhes importantes,

da guerrilha urbana contra a ditadura militar.Não teve êxito, embora o trancafiamento dopapelóriocontrariasse a Constituição.Conhe-cer bastidores daquele ato de terrorismo con-tra a esquerda, para tumultuar a abertura

conduzida pelo regime em comum acordocom a oposição, renova o oxigênio institucio-nal. Com a aprovação final da lei de regula-mentação do acesso a informações, vai-secriara saudável rotina de abrirarquivossob ocontrole solitário e perigoso de burocratas.

Este exercício de transparência, espera-se,deve facilitar a aprovação no Congresso doprojeto de criação da Comissão da Verdade,já vacinada contra contaminaçõesdo espíritode revanchecom quea ideia foiencaminhadano governo passado. Abrir os porões da di-tadura não apenas é um ato de respeito às fa-mílias de vítimas daquele regime, como exer-cita um princípio essencial na democracia, oda convivência civilizada entre os contráriose a subordinação de todos à Lei.

Caso Riocentro e o direito à informaçãoapurados pelo GLOBO e publicados numa sé-rie de reportagens desde domingo. Os repór-teres fizeram o trabalho não executado pelaJustiça militar: manusearam comatenção o processo e, a partir da

caderneta de telefones do sar-gento, levantaram ligações da-quele porão existente na épocano quartel da Barão de Mesqui-ta, na Tijuca, com um submun-do, de civis e outros militares,que continuaria a atuar de algu-ma forma na arapongagem, de-pois de — felizmente — derrota-do na guerra suja contra a rede-mocratização.

O trabalho de jornalismo in-vestigativo reforça a necessida-de de o Senado aprovar, em instância final, oprojeto de lei 41, enviado em 2009 à Câmarapela então ministra-chefe da Casa Civil, DilmaRousseff,para regulamentare, assim, permitir

o exercício pleno do direito constitucional dasociedade de ter acesso a informações de in-teresse particular e coletivo sob a guarda do

Estado. Passados 26 anos da re-democratização, simbolizada

pela chegada de um civil nova-mente ao poder, e 23 de promul-gada a Constituição do restabe-lecimento dos direitos civis, umdeles, o de consulta a arquivosdo Estado, ainda nãoé usufruídocomo estabelece o espírito daCarta.

Fica-se na dependência do jul-gamento casuístico da autorida-de de ocasião. O GLOBO forma-lizou ao Superior Tribunal Mili-tar pedido para consultar o pro-

cesso do Riocentro. Conseguiu. Mas, durantea campanha de 2010, a “Folha de S.Paulo” fezo mesmo, a fim de ter acesso ao processo deque constam Dilma Rousseff e outros nomes

Senado precisa

aprovar lei que

evita casuísmos

num direito

constitucional

Nos protestos que sacodem o mun-do árabe, o papel das forças arma-das tem sido crucial. Na Tunísia eno Egito, elas ficaram neutras, e os

ditadores nãotiveram comoresistir à pressãopor democracia vinda das ruas. Na Líbia, de-sertores militares reforçaram os mal organi-zados rebeldes, mas Muamar Kadafi conse-guiu manter a seu lado a maior parte das for-ças, e a situação evoluiu para um impasse,apesar da intervenção da Otan em favor dosque lutam contra o ditador.

Na Síria, onde protestos ocorrem há cincosemanas, o presidente Bashar Assad fez algu-mas concessões, como levantar o estado deemergência há anos em vigor, masjogou todo

o peso dasforças de segurançacontra o povosírio. O número de mortos nos confrontos ul-trapassa os 400, e pelo menos 500 pessoas fo-ram presas. Este é o pior caminho possível —endurecer ainda mais um regime autoritário

la corrente minoritária islâmica alawita (12%da população).

Os manifestantes sírios querem democra-cia, o fim das torturas e dos assassinatos pe-las forças de segurança; a libertação dos pre-sos políticos; uma investigação sobre os 400mortos na repressão; e uma reforma consti-tucionalque limitea duração do mandato pre-sidencial. Mas, se depender do clã Assad edos generais, fica tudo como está.

O Ocidente temde seempenhar, viaONU.Eé vital buscar o apoio de organizações regio-nais, como a Liga Árabe e o Conselho de Co-operação do Golfo. Assad construiu um es-quema mais resistente queos de Mubarak, noEgito, e Kadafi, na Líbia. Se a comunidade in-

ternacional não agir com determinação noapoioa um regime mais abertona Síria,estarábloqueando o avançoda democracia no mun-do árabe. Será contraditório com tudo o queaconteceu na região até agora.

 Assad insiste na pior opção para a Síria—, emvez decriarcondições para umdiálogocom as principais forças de oposição.

Os chefes militares dosEUA e do Reino Uni-do rejeitam as acusações de doispesos e duas medidas em rela-ção à Líbia, onde a Otan foi cha-mada a intervir, e à Síria, em re-lação à qual apenas nas últimashoras houve movimentação di-plomática para convocar o Con-selho de Segurança e começou-se a falar em sanções. Em entre-vista no Pentágono, o americanoRobert Gates e o britânico LiamFox ressalvaram que, antes doinício da campanha militar na Lí-

bia, houve apelos do Conselhode Segurança, da Liga Árabe e doConselho de Cooperação do Golfo.

A Síria apresenta uma situação muito maisdelicada. O país é o maior aliado do Irã e su-

pre de armas iranianas o Hezbollah xiita noLíbano e o Hamas sunita na Faixa de Gaza. Éum dos mais implacáveis adversários dos

EUAe inimigo demortede Israel,que em 1967 tomou-lhe as Coli-nas de Golã. Em busca de podernuclear, a Síria tentou construirum reator secreto com a ajudada Coreia do Norte, mas o planofoiabortadoporum bombardeioaéreo israelense.Desde 2003, Da-masco ajudou milhares de radi-cais islâmicos a ir para o Iraque,atacar militares americanos.

Como no caso da Líbia, solda-dos de Bashar Assad têm entra-

do em cidades sírias onde háprotestos, matando, ferindo,prendendo. Como no caso do Bahrein, há umfortecomponente sectário: o núcleo de podere os altos postosmilitares estão ocupados pe-

Inimigo de Israel

e dos EUA,

país tem papel

estratégico no

Oriente Médio

Alckmin ‘matou’ as aulas de inglêsCavalcante

fazer o que pode ser feito e as con-sequências só são percebidas quan-do os outros tomam a iniciativa. Doisêxitos de políticas petistas de alcan-ce social, a criação do ProUni e docrédito consignado, poderiam ter

acontecido durante o tucanato.

ELIO GASPARI

Orepórter Fábio Takahashirevelou que os estudantesda rede pública de SãoPaulo estão sem acesso às

bolsas que lhes permitiam cursar narede privada aulas extras de idiomasestrangeiros, sobretudo de inglês.No ano passado esse programa be-neficiou 80.800 estudantes. Com is-so, o governador Geraldo Alckminconquistou um título. Foi o único go-vernante que suspendeu um progra-ma de estímulo ao aprendizado deidiomas estrangeiros. É provávelque coisa parecida ocorra nas áreasdo Afeganistão domi-nadas pelo Talibã,m a s n e m o m u l áOmar conseguiu pre-judicar tanta gente.

Os educatecas deAlckmin justificam ainiciativa informandoque o programa será

substituído em pou-co tempo por outro,maior e melhor. Tudobem, mas não dizemquanto tempo (e lá seforam quase dois me-ses do ano letivo), muito menos co-mo será o programa. Uma coisa é cer-ta, os educatecas recebem seus salá-rios em dia, mas desde março a ga-rotada paulista está sem acesso aoprograma extracurricular que lhesreforça o aprendizado de idiomas.

A revelação adquire uma dimen-são especial quando se sabe que hápoucoo ex-presidente Fernando Hen-rique Cardoso divulgou uma encícli-ca intitulada “O papel da oposição”,pedindo que seu partido (e de Alck-

min) se volte para as demandas de

milhões de brasileiros que melhora-ram de vida. Aprender inglês, ou ou-tro idioma, é uma das prioridades demilhões de jovens nascidos num paísdiferente daquele em que o governa-dor paulista se formou como médico

e chegou a candidato a presidente daRepública em 2006. Derrotado, foi pa-ra um curso em Harvard e contou:“Eu e a Lu estamos aprendendo com-putador, internet, falar inglês.”

Na China há cem milhões de pes-soas aprendendo inglês. Não é preci-so ir tão longe: a prefeitura do Rio deJaneiro ampliou o ensino do idiomana rede municipal e no ano passadobeneficiou 180 mil crianças. Neste

ano serão 240 mil.A ideia de que se

pode simplesmentesuspender um pro-grama que atendera80.800 jovens da re-de pública é produ-to da demofobia .Coisa de quem não

se preocupa com asconsequências deseus atos quandoeles atingem o andarde baixo. Nem todotucano é demófobo

(até porque o programa paulistanasceu no tucanato), nem todo de-mófobo é tucano, mas, se o PSDBnão se livrar do véu que lhe embaçaa visão do andar de baixo, caminha-rá na estrada que levou o DEM-PFL-PDS-Arena à inanição.

Às vezes a demofobia se manifestaagressivamente, como ocorreu emjunho de 2006, na administraçãoClaudio Lembo, do PFL, quando o go-verno paulista suspendeu o descon-to decimal para os passageiros do

metrô. Em outros casos, ela deixa de

O que fazer com os educatecaspaulistas? Em novembro passado oprefeito de Nova York Michael Blo-omberg entregou a rede escolar dacidade a Cathie Black, presidented a e m p r e s a d e c o m u n i c a ç õ e s

Hearst. Ela fez poucas e boas, che-

gando a dizer que a superlotaçãodas escolas poderia ser resolvidapor meio do controle da natalida-de. Há duas semanas Bloomberg,mandou-a embora.

ELIO GASPARI é jornalista.

Nem a turma do

Talibã conseguiu fazer

no Afeganistão o

estrago que o tucanofez em São Paulo

7/16/2019 O Globo 270411

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OPINIÃO ● 7Quarta-feira, 27 de abril de 2011

O GLOBO

ZUENIR VENTURA Futuro dopassadoMARCO LUCCHESI

U

ma bela notícia do Sena-do Federal. Três das qua-tro comissões que traba-

lham no projeto de leiPLC 41/10 aprovaram as normas deacesso geral à informação, desdeos procedimentos a serem obser-vados pelos órgãos públicos sobreo acesso da informação, ao conteú-do propriamente dito, de acordocom o grau e o prazo de sigilo.

O plenário da Casa deverá extir-par em breve uma nefasta zona desilêncio, além de um conjunto deleis, dúbias e precárias, que adia-ram, da Constituição de 1988 atéhoje, uma legítima demanda detransparência, a que aspiram associedades democráticas.

Há duas formas de se classificar,grosso modo, a espessura do si-lêncio. Uma delas reside no silên-cio da consonância — que firmaum acordo entre as partes, de ja-nelas abertas e ensolaradas para aAlteridade. Já no silêncio disso-nante, perde-se aquele timbre ade-rente e solidário. Resta apenasuma paisagem estéril, pouco lumi-nosa, um deserto de mágoa e res-sentimento, por onde se apaga orosto da Diferença.

Não desejamos essa forma de silên-cio, através de uma atitude assimétri-ca, que projeta um cone de sombra,dissolvendo nastrevas o espaçoda in-formação e da subjetividade.

O direito à informação é a cláu-sula pétrea do edifício republica-no, assim como também é sagradoo desenho de uma memória mistae coletiva, de que fazemos parte,

contra as forças de um silênciodissonante e intransitivo, com suaferida permanentemente aberta.

O projeto de lei que tramita noSenado prevê uma comissão mistade reavaliação de informações, de-signada pela Presidência da Repú-blica, que atribuirá três graus de si-gilo à massa documental do PoderPúblico. O grau ultrassecreto prote-gerá o documento por 25 anos,prorrogáveis uma só vez, por mais25. Eis aqui o golpe de misericórdiados gestores da dissonância: aosrecursos protelatórios já não res-ponderá um futuro de longa e im-precisa duração. Eis o crepúsculode uma espera irrevogável.

Os documentos secretos, por

sua vez, terão prazo de 15 anos desigilo, ao passo que os reserva-dos, não mais que 5. Cada órgãopublicará na internet a classifica-ção das partes de seu respectivoacervo. Os agentes públicos oumilitares que incorrerem porven-tura em atitudes ilícitas, tais comoalterar ou desfigurar informações,agir com dolo ou ma-fé na análisedas solicitações, poderão ser pro-cessados por improbidade admi-nistrativa.

Os inimigos do Acervo, impeli-dos por um “furor higiênico e as-cético” de destruir pastas e dos-siês considerados incômodos ouperigosos, estão com os dias con-tados. Senão todos, boa parte dosque não guardam relações amisto-

sas com o estado de direito.A sociedade brasileira está ma-

dura para repelir tutelas e salva-guardas que limitem o tesouro damemória republicana. Uma vez san-cionada e homologada a lei, os de-safios devem migrar para outraspáginas do Livro que mal começa-mos a escrever sobre os direitoshumanos. Livro de autoria coletiva,escrito com a tinta da inclusão e dodiálogo, amplamente polifônico,sensível e aberto. Livro que evoluadas margens para o centro, da notade pé de página para a mancha dotexto. Livro esboçado a partir deum sumário apto a desenhar o quePaul Valéry chamava de futuro dopassado ( l’avenir du passé  ). A ex-

pressão de um tempo aparente-mente antagônico reitera um fiocompreensivo que aponta parauma delicada passagem entre ostempos. Uma forma de diálogo oude transição entre camadas de pas-sado e de futuro.

Não é possível enterrar o passa-do como quem se livra de um far-do, de uma fonte de miragens edissabores, para abraçar uma es-pécie de futuro desfibrado e semmúsculos. Não queremos um de-vir neutro e sem raízes. Trabalha-mos pelo futuro do passado. As-sim, desse tempo moral e verbalque nos cabe, virá a tênue espe-rança de partilhar com a cidada-nia os direitos sagrados e inadiá-veis da Memória.

MARCO LUCCHESI é escritor 

Um outro casamento

Leviatã, só que, quando não se trata deinteresses, mas de culpa, temos uma“harmonia” cujo centro está no recal-que e no dogma da transparência ab-soluta que suprime o direito à autono-mia e à prerrogativa de ser diferentenum universo de iguais. O que nos levade volta à lindeza democrática de con-cordar em discordar.

Algo que eu chamaria de compreen-são amorosa. Esse gesto fundado no

paradoxo posto por algum outro situa-dofora oudentro decada umde nós.Odesviante tomado como traidor podetambém ser um guia porque enxergouo que ninguém viu. A literatura de Kaf-ka é anterior às considerações de MaxWeber sobre a dominação burocrática.Do mesmo modo que o Thomas Mann

de “José e seus irmãos”antecede as fundamen-tais considerações críti-cas de Louis Dumont so-bre o indivíduo e o indi-vidualismo como inven-ções culturais. E não foipor acaso que Freud leutanto Dostoievski quan-do estudou os danosnascidos quando uma

emoção troca de lugarcom outra.Seria preciso invocar

Jesus Cristo, que, no seuacordo diante da dissonância, pediuperdão por todos nós que rotineira-mente o assassinamos de vários mo-dos, inclusive por meio da intolerânciareligiosa? Dele foi a proposta da doutri-na paradoxal de amar a puta a ser ape-drejadae de daroutro lado da cara,ain-da intacta, para as devidas bofetadas.

Qual a vantagem de,agora sim, amarum Brasil governado pelomeu partido?Seria amor ou obrigaçãoo resultado domandamento que exige honrar pai emãe?O respeitoé algoque chega defo-ra para dentro, como ocorre no amoraos ditadores e nas concórdias políti-cas sem oposição e com vantagens fi-nanceiras, como ocorre hoje no Brasil,ou algo que decorre da compreensão?

ROBERTO DaMATTA 

Um dostextosmaisperturbado-res que li não foi escrito porum dramaturgo, mas por A. R.Radcliffe-Brown, um importan-

te antropólogo de Oxford cujo projetoera uma contradição em termos: cons-truir uma ciência natural da sociedadehumana. Ao discordar de um dos seusprofessores e verificando que a sua dis-

sociação era irremediável, mestre e dis-cípulo chegaram a um acordo parado-xal: concordaram em discordar.

Achei fantástico esse negócio de po-der concordar em discordar quando to-doo meuaprendizado acadêmico(e cul-tural) era o de concordar a despeito dadiscórdia! Esseapanágiodos autoritaris-mos e do processo para-lelo de se sentir culpadoque nasce quando somoscorrigidos porque discuti-mos com Tio Amâncio,cujo lema era: “Ler de-mais produz parafuso demenos.” Eis uma frasequecertamente acolhi.OsAmâncios têm muita ra-zãoe exatamente porisso

merecem ser contesta-dos. E o Brasil não temoposição porque, entreoutras coisas formais (re-formas disso ou daquilo), falta-nos a ín-dole individualiista-igualitária baseadanão no egoísmo, mas na aceitação dadiscordância.

Eliminar a opinião divergente tem co-mo principal aliada a internalização daculpa. Quem não percebeu aquele olharque se segue a um “casual”: “Eu sei oque anda aprontando...” Ou quando oputo do diretor nos manda morder a lín-guainsinuando que teríamosfalado dele“coisas terríveis”. O medo do inquéritoou— quem nãolembra? — da denúncia.Eis um modo de governar por meio daculpabilização de todos contra todos,produzindo o que, em outro contexto,Hobbes chamou (porque ele pensavaque todo mundo nasce com 20 anos) de

ALDO REBELO

D

uas questões estão em jogono debate que envolve a re-

formulação do Código Flo-restal: a primeira, de ordemnacional, diz respeito à soberania dopaís e ao seu direito de dispor de suabase física, seu território, seu solo,seus recursos hídricos. A segunda,de ordem social, consiste na necessi-dade de reter no campo uma massade agricultores que ali tem sua mora-dia e sobrevivência.

No primeiro caso, é preciso esclare-cer que o Brasil foi o país que imobi-lizou 25% de seu território para reser-vas indígenas, parques e outros. Naimensa maioria dos países, a destina-ção não chega à metade desse percen-tual e nem são incluídas como áreas depreservação terras férteis, como aqui,mas sim geleiras, desertos, impróprios

para a atividade agropecuária. A ques-tão social aparece quando os númerosdo Censo Agropecuário, do InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatística (IB-GE), revelam,por exemplo, queno Nor-deste mais de 50% das propriedadestêm até cinco hectares e apenas 0,6%destinados a alguma forma de preser-vação. Isso indica o uso intensivo daterra como condição de sobrevivênciados seus proprietários.

Quando o presidente Luiz Inácio Lu-la, por decreto, adiou para 11 de junhodeste ano o início das autuações dosprodutores rurais que não estiveremcumprindo o Código Florestal em vigorfoi porque percebeu que ele é imprati-cável. Não há como confiscar dessespequenos proprietários 20% da áreapara reserva legal e mais área de pre-

servação permanente. Significa dizerque, se um riacho cruza a propriedade,ao se estabelecer um limite de mata ci-liar de 30 metros de cada lado do ria-cho, 60% dessa propriedade ficam in-terditados para agricultura ou pequenaagropecuária de subsistência.

Aí reside o drama do legislador: pro-teger o meioambiente, semexpulsardaterra esses proprietários, em que cadametro quadrado é fundamental parasua sobrevivência. A solução que apre-sentamos obriga o médio e o grandeproprietário a constituir suas áreas dereserva legal e de preservação perma-nente, mas dá aos pequenos a alterna-tiva de dispensa da recomposição dareserva legal, ficando apenas a obriga-toriedade de proteção dos recursos hí-

dricos e da fragilidade do solo.Não vejo alternativa ao que apresen-tamos, a não ser que se deseje praticaruma políticade extermínio do pequenoagricultor. Hoje, praticamente todoseles estariam na ilegalidade. Estamospropondo uma solução intermediária,no sentidode consolidar as áreas atual-mente em uso e, ao mesmo tempo, tor-nar mais rigorosos os critérios de ocu-pação de novas áreas.

O Congresso precisa arbitrar nessasquestõesimportantes parao país. Mes-mo os setores anteriormente resisten-tes às mudanças já entenderam que oprojeto de país moderno, que respeitao meioambiente, com soberania, passapela reforma do Código Florestal.

ALDO REBELO é deputado federal 

(PCdoB-SP) e relator do projeto que

altera o Código Florestal.

Essa compreensãoque exige a disso-nância e o insólito. O não previsto quejaz em todo planejamento humano jus-tamente porque o verdadeiramente hu-mano é umacaixa de surpresas da qualescapolem a decepção, a frustração e aperda: esses alicerces da vida. A indi-vidualização precisa do seu contrário aser obtido na relação e na visão do to-do que permite a discórdia positiva. Oretorno do limite.

Quando um professor diz a um alu-no: eu e você podemos concordar emdiscordar, ele permite que o aluno pos-sa ser um pouco aplicado e um poucovadio;que elesejaum tanto submissoeum outro tanto insubmisso; que ele se-ja apaixonado e, ao mesmo tempo, ca-paz de ver algumas coisas com objeti-vidade. A objetividade que não leva àforca é a que estádentro decada umdenós. É preciso aprender a discordar pa-ra poder dialogar positivamente comos personagens que habitam nossas al-mas. Não sei se Fernando Pessoa, poe-ta,foi capaz de realizarisso, eleque emtoda a história da literatura foi tantagente, conforme reafirma o admirávellivro de José Paulo Cavalcanti Filho.

Mas sei que pessoas e sociedades

incapazes de dialogo interno, pormais doloroso que isso possa ser —vejam o Japão e a Alemanha apren-dendo liberalismo democrático de-pois da derrota de 1945; vejam os Es-tados Unidos produzindo toda uma li-teratura e uma arte contra o capitalis-mo e agora mesmo dando uma notabaixa à suadívida —,jamais alcançamo cerne do ideal democrático. Eis umideal somente alcançável pela capaci-dade de discordar de si mesmo comorotina, como eu — réu confesso — te-nho feito desde que cheguei nestetriste e miserável mundo de todos osdeuses (e de todos os diabos)...

ROBERTO DaMATTA é antropólogo.

O GLOBO NA INTERNET

OPINIÃO Leia mais artigos

oglobo.com.br/opiniao

A lindeza

da vida

democrática

é concordar

em discordar

Marcelo

 Mudançasessenciais

D

uvido que o casamento deKateeWilliam, para o qual não fui con-vidado, venha a ser mais diver-

tidodo que o de Mariana e Ricar-do, a que assisti no fim de semana. O de lácertamente vai ter mais pompa e luxo, masnão a mesma originalidade que o dos meusnobres amigos plebeus. A começar pela lis-ta de presentes. Você ia à internet, acessa-va o site “iCasei”, escrevia o nome dos noi-vos e vinha uma relação do que o casalgostaria de receber. Como já tinham o bá-sico — eletrodomésticos, roupa de cama,louça, talheres — eles preferiram apresen-tar sugestões para a lua de mel em Paris,com preços ao alcance de vários bolsos.Era só dar o número do cartão.

Entre os presentes de R$ 50, por exem-plo, você poderia escolher baguetes pa-

ra o café da manhã, tíquetes de metrô,aluguel de bicicleta ou sorvete na Mai-son Bertillon. Se estivesse disposto agastar o dobro, poderia ofertar opçõescomo contemplar as “Ninfeias”, de Mo-

net, no Museu de L’Orangerie, assistir aum concerto na Sainte Chapelle, ir aoLouvre tentar ver a Mona Lisa ou conhe-

cer Biarritz. Todos esses itens e outrosmais caros, perfazendo um total de 60,foram logo esgotados, inclusive a passa-gem aérea da noiva, de R$ 2.100.

A cerimônia também foi muito espe-cial: aconteceu num sítio nos arredoresde Porto Alegre, onde, na véspera e namanhã do grande dia, desabou um fortetemporal dando a impressão de que oque deveria ser realizado ao ar livre, nu-ma tenda armada e com as cadeiras dis-tribuídas pelo gramado, teria que seracomodado no interior, o que roubariametade da graça da festa. Não se sabe,porém, se por milagre da natureza oupor diligência da mãe da noiva, o fato é

que o tempo abriu e o enlace acabousendo abençoado por um pôr de sol co-mo jamais se viu nem em todo o ReinoUnido. Consta que Kate e William até pe-diram um igual para sexta-feira.

O casamento civil, celebrado por umajuíza de paz, e o religioso, oficiado por umprofessor de cultura judaica, obedeceram

aos ritos: a noiva, toda de branco, deu se-te voltas em torno do noivo, e ele quebrouo copo pisando em cima. Em seguida, to-dos foram para o salão dando início aobaile, aberto com a famosa dança em queos noivos sentados em cadeiras eram er-guidos acima das cabeças.

Ao contrário do casamento real, abertoa uma multidão de 1.900 convidados, o deMariana e Ricardo foi discreto e seletivo:apenas 200 privilegiados de várias idades— de Lucinda, de 3 anos, a uma bem dis-posta dona Alda, de 94.

A noite contou com um animado DJ ecom o sexteto de Luis Fernando Veris-simo, pai da noiva, entre outras atra-

ções, que incluíram as vozes de Lucia ePedro, mãe e irmão de Mariana. Só às 2da madrugada a festa terminou, tendocomeçado às 5 da tarde. De matar de in-veja Kate e William.

 Discordância e democracia

7/16/2019 O Globo 270411

http://slidepdf.com/reader/full/o-globo-270411 9/57

8 ● OPINIÃO Quarta-feira, 27 de abril de 2011.

DOS LEITORES

O GLOBO

Pelo e-mail, pelo site do GLOBO, por celular e por carta, este é um espaço aberto para a expressão do leitor

O GLOBO acolhe opiniões sobre todos os temas.Reserva-se, no entanto, o direito de rejeitar acusa-ções insultuosas ou desacompanhadas de docu-mentação. Também não serão publicados elogiosou agradecimentos pessoais. Devido às limitaçõesde espaço, será feita uma seleção das cartas equando não forem suficientemente concisas, serãopublicados os trechos mais relevantes.

Ascartas devemser dirigidasà seçãoCartasdosLeitores (O GLOBO — Rua Irineu Marinho 35, CEP20.233.900), pelo fax 2534-5535 ou pelo [email protected]. Só serão levadas em conta

cartas com nome completo, endereço e telefonepara contato, mesmo quando enviadas por e-mail.

 Já passou dahora de o Rioacabar com asinundações, ou asOlimpíadas serãofortes em esportesaquáticos— Antonio José G. Marques

● Já passouda hora deas grandes cidades co-mo o Rio de Janeiro acabarem com as inun-

dações e usarem as pesadas verbas da Copa ede eventos políticos para dar qualidade de vi-da aos moradores que pagam impostos paranada, só dor de cabeça e trabalho. A sujeiranasruas, principalmentena Zona Norte,é algodoloroso e horrível de se ver. Essa deveria sera primeira e grande preocupação, pois dessamaneira as Olimpíadas serão fortes na áreados esportes aquáticos.

ANTONIO JOSÉ G. MARQUES Rio

● Há mais de 40 anos, sempre que chove tor-rencialmente, o trânsito dá um nó. Tijuca ePraça da Bandeira são os bairros mais afeta-dos. Trabalhadores ficam ilhados, presos emseus veículos, em ônibus, e às vezes têm quedormir em seus empregos. Quando as auto-ridades competentes (?) darão um basta nis-so? É todo ano a mesma história e sem so-lução. Sera que depois que estas autoridades

ficarem presas no trânsito, no seu local detrabalho ou tiverem que dormir em seus ga-binetes, a situação vai melhorar, ou somentepobres e alguns miseráveis passam estes su-focos? Porque eles, nestas horas, estão dor-mindo, e a ralé, com água até os joelhos.

PAULO INÁCIO DE OLIVEIRA  Rio

● Gostaria muito que a chuva que me deixoupreso no trabalho de um dia para outro caísseemdobro durantea finalda Copa doMundo de2014 e que fosse entre Brasil e Argentina. O Rioia dar o maior vexame do mundo e a carreirapolítica do prefeito, do governador, da presi-dente e detodosiria literalmentepor águaabai-xo. Assim, talvez dessem atenção para esseproblema. O que já se gastou no Maracanã nosúltimos dez anos, e na construção do Enge-nhão, resolveria com facilidade o problema deenchentes no Rio e ainda sobraria dinheiro pa-ra fazer um estádio bom, de forma honesta.

IVANDRO DE ALMEIDA OLIVEIRA  Rio

● O que mais impressiona ao ver as imagenschocantes de novo alagamento na Tijuca, prin-cipalmente na área do Maracanã, é a passivi-dadede meusconterrâneos.Vejo a desculpadoprefeito Eduardo Paes de que a solução para oproblema será em dois anos, a partir da libe-ração do dinheiro do PAC. Quanto escárnio,quanta falta de consideração comum povoquefoi enganado por uma propaganda em que omelhor para o Rio seria votar em Sérgio Cabrale Eduardo Paes por estarem irmanados comLula e o PT. O carioca acreditou nisso, votou evai percebendo que, mais uma vez, foi vítimade um “estelionato eleitoral”. Até quando? To-do o dinheiro aplicado nas inúmeras “refor-mas”do Maracanãnão daria pararesolveresseproblema? E ainda querem fazer a final da Copano Maraca? Tem quecombinar comSão Pedro,senão... Cariocas, ano que vem tem eleição, e“eles” voltarão com as promessas de sempre.Reage, Rio!

JOSÉ MAURO SAAR

 Iguaba Grande, RJ 

● Pela segunda vez em um ano, fortes chuvascausaram inundações de ruas e casas no Ma-racanã, em torno do Estádio Mário Filho. Umdos principais motivos da rápida subida daágua, como nas chuvas de abril de 2010, foique as duas ocorreram numa segunda-feira ànoite, na hora da coleta do lixo domiciliar. Mi-lharesde sacosde lixo estavam nascalçadas enão foram recolhidos a tempo, obstruindoimediatamente todos os ralos boca de lobo ecausando a rápida inundação que cobriu au-tomóveis e invadiu casas. A solução para aquestão da coleta de lixo é instalar gradescompelomenosum metrode alturaem frentea cada prédio da região, hoje proibido pelaprefeitura do Rio. Uma solução simples e ba-rata quevai aliviar a populaçãodas chuvasdopróximo verão. Por que esta solução é proi-bida? Com a palavra, o prefeito.

JOSÉ ANTONIO CARVALHO DA CRUZ Rio

● Quantos precisarão morrer para que a pre-feitura desfavelize a Grajaú-Jacarepaguá?Trata-se de área de risco, com pedras apoia-das sobre o saibro. A população deve ser re-tirada daquela área que, replantada, seria in-corporada ao Parque da Floresta da Tijuca.

PAULO ROBERTO STEINDOFF Rio

● Os temporais no Rio são conhecidos mun-dialmente, bem como seus efeitos, somentenão sabendo desse fenômeno da natureza nos-so prefeito, que juntamente com seus assesso-res não consegue acabar com um declive queexiste há anos na Avenida Ayrton Sena, ou ins-talar um ralo para, em caso de temporais, otrânsito naquele local não ficar prejudicado. Omesmo ocorre em toda a cidade, com os famo-sosalagamentosna Praça da Bandeira, RioMa-

racanã, Centro, Bonsucesso, Avenida Brasil eoutros pontos já conhecidos do carioca. O quefalta? O prefeito, o governador e a presidenteestão preocupados com as megaobras para aCopa do Mundo e as Olimpíadas.

ROSSINI ARAUJO Rio

● Choveu! Nas maiores cidades do Brasil,quando isso acontece, temos de imediato al-gumas certezas: vaialagar tudo; vaifaltarluz;e vão morrer pessoas/contribuintes. O Brasildito democrático, já há algum tempo, inven-tou a ditadura político-democrática. De fazerinveja aos maiores déspotas da História, co-bra tributos absurdos, achaca a plebe e nadaoferece em troca. Não temos escolas públi-cas de período integral de qualidade para re-ter e bem formar nossas crianças, nem segu-rança, nem boas estradas/aeroportos/por-tos,somosobjeto dechacotadas operadoras

de serviços públicos e nosso sistema de saú-de é de fazer inveja à Santa Inquisição.WLADIMIR DOS SANTOS

 Rio

● Nossos infelizes governantes sofrem do malcrônico da incompetência e da inoperância. Há35 anos, a cada chuva mais forte, amargamosprejuízos com os danos causados pelas en-chentes, e arcamos com as despesas de recu-peração e limpeza, inclusive com o alto consu-mo de água para remover lixo e lama da rua, oque nos é cobrado duas vezes. Nada se fez, na-dase faze nadaseráfeito para mudaresse qua-dro dramático. A Praça da Bandeira e adjacên-ciasdeveria, no mínimo,ser isenta do IPTU. Pa-goR$ 4 mil por esseimposto enfadonho,e semretorno. Se atrasar, as multas e os juros são co-brados em escalas geométricas; são vorazespara arrecadar e competentes para gastar male lesar os cofres públicos. Gostaria muito deverumafinal daCopade 2014 noMaracanã nu-

ma situação idêntica à de hoje (ontem).RICARDO KIMAID

 Rio

Tempos idos● Ao melhor estilo do ex-presidente JoãoBatista Figueiredo, da era da opressão peladitadura, o senador Roberto Requião, ex-governador do Paraná, fez-nos voltar namemória aos idos tempos do bato, prendoe arrebento. Por não ter gostado de umapergunta, em pleno Senado Federal, Re-quião ameaçou bater no repórter, arran-cou-lhe o gravador, apagou todo o conteú-do e, sem o menor constrangimento, divul-gou tudo em detalhes na internet, mostran-do orgulho da sua performance.

ABEL PIRES RODRIGUES Rio

● Essa história de o senador Requião arran-caro gravadordasmãosdo repórterquelheperguntava sobre a aposentadoria imoralquerecebecomo ex-governador do Paraná écoisa de quem tem culpa no cartório e berrapara distrair as atenções e assim tentar sairda situação incômoda. A sabedoria popularhá muito já identificou o cão que ladra. Umavergonha para o cidadão paranaense.

CARLOS FERNANDO MOREIRA E SILVA  Rio

● O jeito e o estilo de Roberto Requião se por-tar todos já conhecem, mas como senador daRepública quebrou todos os parâmetros deformalidade do cargo ao arrancardas mãosdeum repórter seu gravador. Não bastando isso,subtraiu o objeto ao levá-lo ao seu gabinete,sendo que este só foi devolvido ao jornalistadepoisque o trecho da entrevista foideletado.E mais: Requião postou o trecho em questãono seu twitter, apossando-se da autoria do tra-balho de um profissional. Conclusão: Requiãopraticou ato de censura através da violência

que sempre caracterizou sua personalidade. Éum Brucutu... travestido de senador.

MARA MONTEZUMA ASSAF São Paulo, SP 

● Atitudes como a do senador Roberto Re-quião, infelizmente, só demonstram a falênciade instituições/organismos que, se atuantes,fariam comque o senadore muitas outras “au-toridades” pensassem duas vezes em situa-çõessemelhantes.Por que,em casos comoes-tes, a Comissão de Ética não enquadra os par-lamentares? Por que a Polícia Legislativa nãolavrou a ocorrência? São situações que se re-petem e que nos fazem meditar a respeito datão completa democracia supostamente de-fendida pelos congressistas. Democracia seriao repórter ter obtido a resposta tão esperadapelos eleitores, e em não tendo, e vendo seudireito de trabalhar impedido, tivesse a certe-za de que o senador teria este ato julgado epunido. O senador perdeu uma bela oportuni-dade de praticar a democracia.

ROGERIO FERREIRA ESTEVES Rio

● Revoltante a agressão do senador RobertoRequião. Certamente,aqueleparlamentar nãodispõe de argumentos consistentes para jus-tificar a discrepância entre sua aposentadoria— fora asbenessesvitalícias— e a demilhõesde trabalhadores que, após 35 anos de suor,vivem com uma miséria que não lhes permiteuma velhice digna. Lastimável a desigualdadesocial, marca registrada neste Brasil.

MOACIR PEREIRA DA COSTA  Rio

● Para José Sarney, a atitude de Roberto Re-quião é “questão de temperamento”. Como équestão de temperamento, também, um ex-presidentearranjar empregono Senado para onamorado da neta e achar isso normal. Re-quião e Sarney são políticos formados na di-tadura militar e se comportam como se aindavivessem nessa época. Basta lembrar os inci-

dentes com o senador Luís Eduardo Maga-lhães, que fez o mesmo com um repórter —que o indagara sobre questões políticas — e ogeneral Newton Cruz, que saiu batendo noscarros que faziam um “buzinaço”, num legíti-mo protesto contra o governo Figueiredo.Quem são esses homens, afinal? Deuses doOlimpo, que podiam violar simplesmente por-queeram deuses?Esseshomens podem trans-gredir porque são simplesmente políticos?

JOSÉ ARNULFO ALVES DA FRANÇA  Rio

● O senador Roberto Requião usa os mes-mos métodos autoritários da dita ditaduramilitar. Confiscar e apagar os registros docartãode memória do gravador do repórteré de uma truculência ímpar, digna do gene-ral Newton Cruz. A liberdade de imprensa éuma das maiores conquistas da democra-cia. E ainda dizem que os militares eram au-toritários e antidemocráticos!

EMMANUEL ALEXANDER BALTZ Rio

Conselho de Ética● A nova configuração do Conselho de Éticado Senado é um espanto! Tem, entre os seusmembros: Renan Calheiros, que renunciou àpresidência da Casa para não ser cassado porcorrupção; Romero Jucá, cujo patrimônio foitransferido para “laranjas”, acusado de desviode verbas públicas e de receber propina emseu estado, Roraima; Gim Argello, que respon-de a processos por grilagem de terras, desviode verbas, peculato, corrupção passiva, lava-gem de dinheiro e parceiro do ex-senador Joa-quim Roriz; Edson Lobão Filho, o Edinho, acu-sado de sonegar milhões em tributos e de sersócio oculto de diversas empresas. Vou ficarpor aqui, lamentando mais este escárnio e de-boche. Brasil, política sem esperança! Que éti-ca eles vão produzir no Senado Federal?

PAULO MARIO CORREA CARDOZO Rio

Combate à inflação● Interessante a presidente Dilma dizer quevai combater acirradamente a inflação semuito pouco depende dela... Só se ela cha-marparaapagar o incêndioos espertos quejá a debelaram uma vez. Mesmo assim, vaiser difícil apagar o fogo se as torneiras es-tão abertas do outro lado.

RICARDO TOLEDANO DOS SANTOS Rio

Calçadão em Copa● Em resposta à carta do leitor Márcio Silva(25/4), a Orla Rio esclarece que o serviço derecomposição docalçadãodo Posto 6 da Praiade Copacabana está em fase de finalização. A 

construtora contratada pela concessionáriatem uma equipe encarregada exclusivamentede fazer o pente-fino em todos os trechos quesofreram intervenções. A concessionária res-salta ainda que, antes do início das obras, foifeito um relatório fotográfico do estado do cal-çadão e definidos com fiscais da prefeitura ostrechos de responsabilidade da empresa.

JOÃO MARCELLO BARRETOvice-presidente da Orla Rio

Chuvas e caos no Rio● O prefeito Eduardo Paes informou que o índice pluviométrico da Ti-

juca, realmente, foi o maior. Entretanto, acredito que não seja só essemotivo que acarretou o fato de haver inundações extremas dentro decasas e comércio. Será que nada mais pode ser feito para ajudar essaárea? Será que é só o alto índice de chuva que ocasionou tanto es-trago? Ou esse discurso é utilizado para parecer que nada pode serfeito? Minha casa foi inundada pela chuva várias vezes, incluindo anopassado e esta de segunda-feira. Mas a água não entrou pela porta dafrente da casa, pois háuma barreirade madeira muito forte construídaparaimpedir que issoocorresse.Então, por ondeela entrou? Peloralo.Agora, o que podemos fazer quanto a isso? Nada. A não ser levantartudo o quepudermos. Para terminar, o discurso do meumagnífico pre-feito é de que está tudo normal. Convido-o a passar uma noite aqui naPraça da Bandeira e nos ajudar a limpar o estrago. Mas não se esqueçaque mesmo não dormindo — ninguém dorme ao ver o que ocorre —deve trabalhar no dia seguinte, porque tudo está normal.

JESSICA MORAES Rio

● O constrangimento do prefeito EduardoPaes numa entrevista à TV era evidente. Ad-mitiu que o alagamento da Praça da Bandeiraé um tormento que paralisa o Rio de Janeirohá décadas. Afirmou, porém, que aguarda ver-bas do PAC 2 para começar as obras. A julgarpela lerdeza do PAC 1, que se arrasta por ab-soluta faltade recursos,os cariocas vão sofrercom os alagamentos por um bom tempo. Oque causa indignação é que, apesar da pre-mência de uma solução definitiva para o pro-blema das enchentes, Eduardo Paes, SérgioCabral e Lula acharam mais relevante incluirnoPAC1 obrascomoo complexoesportivo daRocinha, o elevador panorâmico do Cantaga-lo/Pavão-Pavãozinhoe o teleféricodo Alemão.Ou seja, optou-se por fazer um agrado às fa-velas em detrimento das reais necessidadesda cidade. Até quando o dinheiro público vaiser torrado com intuito puramente eleitoral?

JOSÉ CESAR RODRIGUES RUBIOLI Rio

● Mais uma vez, nós, cariocas, temos que con-viver com as enchentes, e o que vemos é no-vamente um descaso total. O que mais me dei-xaperplexo é o prefeito vira público, atravésdaimprensa, dizer que as obras para acabar comas enchentes na Praça da Bandeira só poderãocomeçar em três anos. Perdeu uma boa opor-tunidade de permanecer calado. E digo mais,nós que moramos na Zona Norte, em especial,Méier, Cachambi, Maria da Graça, Del Castilho,Pilares, Abolição e outros, estamos abandona-dos, não temos prefeitura. O que se vê é muitasujeira, mendigos aos montes... Prefeito, não seesqueça que as eleições estão batendo à porta.Está mais do que na hora de começar a admi-nistrar para aquela gente sofredora da ZonaNorte que muito lhe ajudou a se eleger.

ANTÔNIO CARLOS MONTES Rio

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N A I N T E R N E T E N O C E L U L A R.............................................................

 NoTwitter Desocupados. (@emersonsea) RT @JornalOGlobo: Três diasantes do casamento deWilliam e Kate, britânicos jáacampam em frente à igreja.

Brincadeira tem hora!(@ayrton_gerin) RT @JornalOGlobo: RenanCalheiros é indicado pelo PMDB para o Conselhode Ética do Senado.

Como assim? (@souquemsou2) RT @JornalOGlobo: Especialista diz que radaresnão conseguiriam prever chuva forte no Riocom antecedência.

Algumas mulheres também.(@miraxburguer) RT @JornalOGlobo: Plantasfingem doença e até criaminsetos para se proteger e atrair fertilização.

A China é aqui? (@leostamillo) RT @JornalOGlobo: ONU diz que Brasil estádesalojando pessoas à força para Copa e Olimpíadas.Siga: twitter.com/jornaloglobo

Foto de Nelson Veiga

UMA CRATERA provocada pelas obras de ampliação da Avenida das Américas impede

que funcionários de um escritório na altura do Recreio dos Bandeirantes estacionem seus

carros na garagem do edifício. Segundo o leitor Nelson Veiga, os trabalhos estão parados

há 20 dias e, com as chuvas, o solo cedeu. A Secretaria municipal de Obras (SMO) disse

que técnicos tomarão providências para tapar o buraco. — oglobo.com.br/eu-reporter

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 Participe● Na sua opinião,quais medidas daprefeitura do Rio

deram certo e o quenão funcionoudurante a chuva desegunda-feira?oglobo.globo.com/rio

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Vote● Para você,como o governodeve se posicionar

ante a recenteameaça dedisparada dainflação no país?oglobo.globo.com/pais/noblat

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Opine● Apenas 18% dosingleses são a favorda proclamação da

República por lá.Você acha que amonarquia dariacerto no Brasil?oglobo.globo.com/rio/ancelmo

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AUDIÊNCIA● Após viver a presidiária Araci nanovela “Insensato coração”, a atrizCristiana Oliveira se libertou dapersonagem em uma visita a Paris,como mostrou um post do blog dacolunista Patrícia Kogut. A notíciafoi a mais lida no site do GLOBOna terça-feira.

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MAIS COMENTADAS● Após 30 anos da frustradatentativa de atentado noRiocentro, surge uma novatestemunha do caso. A revelação,feita com exclusividade peloGLOBO, foi uma das notíciasmais comentadas pelos leitoresdo site ontem.

“Os donos das capitaniashereditárias continuam aconduzir os nossos postos decomando. Penso que devemosiniciar um movimento parapromover nossa insatisfação,tal como tem acontecido nospaíses onde os governantesnão atendem mais aos anseiosdo povo. Temos que ir daPraça ao Palácio.” — De LeonardoBraz Penna, sobre a indicação de RenanCalheiros (PMDB-AL) para o Conselho deÉtica do Senado.

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 NoFacebookwww.facebook.com/jornaloglobo

O senador  Roberto Requião perdeuuma belaoportunidadede praticar 

a democracia— Rogerio Ferreira Esteves

7/16/2019 O Globo 270411

http://slidepdf.com/reader/full/o-globo-270411 10/57

O PAÍS ● 9Quarta-feira, 27 de abril de 2011 O GLOBO

LOTERIAS

●QUINA: As dezenas sortea-das no concurso 2.580 fo-ram 20, 38, 40, 45 e 48.

●DUPLA SENA: As dezenassorteadas no concurso

962 foram 02, 06, 13, 24, 40e 50 (primeiro sorteio) e02, 12, 24, 31, 35 e 44 (se-gundo sorteio).

•O leitor deve checar os resultados tambémem agências oficiais e no site da CEF por-que, com os horários de fechamento do jor-nal, os números aqui publicados, divulgadossempre no fim da noite pela CEF, podemeventualmente estar defasados.

CódigoFlorestalvaiavotaçãosemconsensoAgricultores e ambientalistas não chegam a acordo sobre anistia e fim de reserva legal em pequenas propriedades

Catarina Alencastro

● BRASÍLIA. O texto que altera oCódigo Florestal vai à votaçãona próxima semana com dois

pontos principais sem consen-so: anistia para quem desmatouilegalmente até 2008 e o fim dareserva legal para pequenosagricultores. Em outro trechopolêmico, sobre as Áreas deProteção Permanente nas mar-gens dosrios, o governo aceitouque produtores rurais sejamobrigados a recuperar área deaté 15 metros, metade do limitemínimo exigido atualmente.

Ontem, após reunião dos líde-res partidários para discutir asmudanças noCódigoFlorestal—que contou com a presença dosministros Luiz Sérgio, das Rela-ções Institucionais, Izabella Tei-xeira, do Meio Ambiente, e Wag-ner Rossi,da Agricultura —, o re-lator da proposta, Aldo Rebelo(PCdoB-SP), disse que vai retirardo texto a moratória que tinhaproposto inicialmente e que im-pediria novos desmatamentosnos próximos cinco anos.

O Executivo não abre mão demantera exigênciade quetodos

os produtores rurais (pequenos,médios ou grandes) destinemparte de sua propriedade parareserva legal. O relator defendeque quem tem terras com me-nos de quatro módulos fiscais(que podem chegar a áreas deaté 400 hectares) marque como

reserva apenas aquilo que res-toude vegetaçãonativa em suaspropriedades. Essa obrigação,prevista na legislação atual, de-pende do bioma onde se encon-traa fazenda.Na Amazônia,é de80%; e, nos demais biomas, de20%. Nas áreas de transição en-

tre Cerrado e Amazônia, o per-centual exigido é 35%. Se vencera proposta de Aldo, um produ-tor com 1% de reserva legal naAmazônia estará na legalidade.

Com relação à mata ciliar, ain-da não está certo se Aldo man-terá em seu texto a redução da

proteção mínima de 30 para 15metros daáreaa ser mantidanasmargens de rios mais estreitos.Relator e o governo discordamsobre o reflorestamentode áreas

já desmatadas. O governo jáaceita que o produtor recompo-nha só metade, mas Aldo queratender a um pedido da agricul-tura familiar, que quer ser obri-gada a recompor apenas 7,5m.

—Vamos chegar a um textoque vai refletir a média ponde-rada entreo quequerem os agri-cultores e os ambientalistas —disse o ministro Luiz Sérgio.

Os pontos já acordados são amanutenção da restrição de pro-dução em áreas comdeclividadede 25 e 45 graus, a permissão deque a reserva legal possa ser re-florestadacom espécies exóticas(e não só com nativas, mais ca-ras)e a permissãode exploraçãode baixo impacto em APPs. Ou-tra questão é a compensação dereserva legal, que poderá ser fei-ta fora da propriedade, inclusiveem outro estado.

O tema está tão confuso e ge-ra tanto calor entre ambientalis-tas e ruralistas, que o próprioPT ameaça atrapalhar os planos

de votar a reforma do código nasemana que vem.

Ontem, em visita ao Brasil, osubsecretário-geral da ONU,Achim Steiner, disse que é posi-

tivo o país discutir melhorias nocódigo, masavisouque o mundoirá julgar a decisão que o Con-gresso tomar com base nos efei-tos queelapossa causar na“pro-dutividade das florestas”. AoGLOBO, Steiner disse que a alte-ração doslimites dasmatascilia-res temque serdiscutidaconfor-me o que recomenda a ciência.

— Temos que usar o melhorconhecimento científico dispo-nível para determinar o impactoque as mudanças propostas tra-rão. Elas reduzirão futuramenteos serviços e funções dessesecossistemas? Elas trarão im-pacto econômico e ecológico?As mudanças se justificam sobessas perspectivas? Eu achoque este é o debate que estáocorrendo no Brasil.A única coi-sa que eu espero que não acon-teça com o Código Florestal éque ele não reduza o compro-metimento do Brasil de mantera produtividade de suas flores-tas e ecossistemas — disse. ■

O P I N I Ã O

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SEMÂNTICA ● JUÍZES NÃO queremvestir toga, hoje. Umdeles garantiu que não

se trata de “greve”, masde uma “paralisação”.

QUESTÃO PUERIL de se-mântica. Quem precisados serviços essenciaisda Justiça será prejudi-cado do mesmo jeito,seja “paralisação” ou“greve”, que de fato é.

Policiais civis fazem greve em Alagoas

● MACEIÓ. Os policiais civis de

Alagoas entraram em greve namanhã de ontem. De acordocom a Confederação Brasileirade Trabalhadores Policiais Civis(Cobrapol), a categoria reivindi-ca reajuste de 6% dos saláriosde agentes e escrivães, equipa-rando os vencimentos com odos delegados, que é R$ 12 mil.

Segundo a Cobrapol, agentese escrivães ganham cerca de R$

1,8 mil em início de carreira.

Com a reivindicação, o valorpassaria para R$ 7,2mil. A grevedeixou a maioria das delegaciasfechada. O registro de boletinsde ocorrência e as investigaçõesforam suspensos e os inquéritosparalisados. Os delegados nãoaderiram ao movimento.

A Secretaria de Defesa Socialde Alagoas e a Polícia Civil aindanãose pronunciaram sobre a pa-

ralisação dospoliciais, sob a ale-

gação que não foram informa-dos oficialmente pela categoriasobre a greve. Segundo a Cobra-pol, o estado tem cerca de 1,9mil policiais e a adesão da grevejá atinge delegacias da capitalMaceió e do interior do estado.

De acordo com a categoria,uma outra paralisação foi pro-movida de 8 a 11 deste mês,com as mesmas reivindicações.

O governo doestado fezpropos-

ta de reajuste de 5,91%, que foirecusada pelos policiais. ■

Com informações do G1

O GLOBO EM SMS

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Ailton de Freitas

OS MINISTROS Luiz Sérgio, Izabella e Rossi e o deputado Marco Maia: texto sobre Código Florestal em discussão

Maioria das delegacias está fechada; categoria reivindica 6% de reajuste

7/16/2019 O Globo 270411

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10 ● O PAÍS Quarta-feira, 27 de abril de 2011O GLOBO.

A REDE SECRETA DO SARGENTO

Coronel Wilson hoje analisa currículos no IMETrinta anos depois, no mesmo 1o

- de maio, oficial que participou do atentado tem contrato renovado pelo Exército

Chico Otavio e Alessandra Duarte

No trigésimo aniversário doatentado no Riocentro, o coro-nel da reserva Wilson LuizChaves Machado, sobreviven-te da explosão, tem um motivopara comemorar. A partir dodia 1o

- de maio, domingo, pordecisão do Exército, o seucontrato de prestador de ser-viços para o Instituto Militarde Engenharia(IME)será pror-rogado por mais 13 meses.

Há 30 anos, no mesmo 1o- de

maio, Wilson padecia no Hos-pital Miguel Couto, com o ab-dome dilacerado pela bombaque explodira, na noite do diaanterior, no colo do sargentoGuilherme Pereira do Rosário,seuparceirona ação terroristatramada contra o festival demúsica organizado para mar-car o Dia do Trabalhador.

Embora indiciado no segun-do inquérito policial-militar(IPM) aberto pelo Exército, em1999, para apurar as responsa-bilidades sobre a ação, Wilsonnunca foi punido pelo episó-dio. O Superior Tribunal Mili-tar (STM), em decisão confir-mada pelo Supremo, entendeuque o oficial estava cobertopela Lei da Anistia.

No IME, tradicional escolada Praia Vermelha, Wilson éresponsável pela “análise fun-cional dos cargos de engenhei-ro militar”, como informa oExército. O trabalho consisteno “estudo das atribuições,deveres e responsabilidadesinerentes aos cargos”.

Lotado na Subdivisão de Cur-sos e Graduações do IME desde2005, ganha R$ 3,3 mil mensaispara exercer a função. Com es-se valor, mais o que ele ganhacomo coronel da reserva, suarenda mensal passa de R$ 13mil. Em nota, o ExércitoafirmouqueWilson temas qualificações

necessárias ao trabalho.O IME fica ao lado do Círculo

Militar, clube onde Wilson gosta-va de jogar vôlei (sempre de ca-misa, para esconder as cicatri-zes) e até hoje sereúne com ami-gos para tomar chope. Apesardo eventual assédio da impren-sa, a vida do militar é tranquila.

No site da turma de oficiaisformados com Wilson na Aca-

demia Militar das Agulhas Ne-gras em 1972, a “MarechalMascarenhas de Morais”,consta que o militar comprouduas passagens para um cru-zeirode novediasa BuenosAi-res e Punta del Leste, em janei-ro do ano que vem. Ele ocupa-rá a cabine 9221 do navio“Costa da Fortuna” no passeiobatizado pelos oficiais de “En-contro sobre as ondas”.

O mesmo site, que tem qua-tro fotos de Wilson em soleni-dades anuais da turma, todasexibindo o sorriso do oficial,também revela que, na épocadas Agulhas Negras, ele foi umoficial mediano, concluindo aformação com média 6,230, oque lhe garantiu um discreto78o

-lugar entre os 117 forman-dos da Infantaria.

Com essa média, ainda quenão tivesse se envolvido coma ação terrorista no Riocentro,Wilson dificilmente chegaria ageneral. Depois da explosão,teve carreira medíocre noExército, passando pelo Colé-gio Militar de Brasília e pelaDiretoria de Movimentação.Sua maior virtude, em 30 anos,foi ficar de boca fechada.

Quando o atentado ocorreu,em 30 de abril de 1981, Wilson

era novato no Destacamentode Operações de Informaçõesdo 1o

- Exército (DOI I). Ele foratransferido para a unidade noano anterior, depois que umacidente de moto, em 1979,abortou o sonho de seguir car-reira como comandante do Pe-lotão de Motociclistas, que fa-zia a escolta dos presidentesem visitas ao Rio. Um dos or-gulhos da unidade era formaruma pirâmide humana.

No DOI I, principal centro detorturas do regime militar noRio, Wilson era chefe do sar-gento Rosário na Subseção deOperações Especiais.

Wilson fica em silêncio ao

atender ligação de repórter O GLOBO foi ontem ao en-

dereço de Wilson, um condo-mínio de classe média alta naBarra da Tijuca. Uma mulherque atendeu pelo interfone daportaria disse que ele não seencontrava, e que a coberturado jornal sobre o caso “nãocoincidia”. A repórter tambémligou para o celular do oficial,que atendeu e, ao saber doque se tratava, ficou em silên-cio e depois desligou. ■

Reprodução do site da turma de Wilson na Aman

WILSON MACHADO (ao centro) em evento promovido pela turma de formandos de 1972 das Agulhas Negras

Nas páginas do GLOBO, ‘furos’ sobre caso RiocentroEm 1981, jornal revelou que havia mais 2 bombas no Puma. Em 1999, série provocou reabertura da investigação

CORREÇÃO

● O coronel do Exército

Marcelo Romeiro da Ro-za, fundador da NetworkInteligência Corporati-va, não foi indiciado enem acusado de respon-sabilidade pelos gram-pos contra o BNDES. Em-bora reportagem publi-cada na segunda-feirapassada tenha informa-do que o oficial teria seenvolvido com o caso,ele apenas foi chamadoa d e p o r p e l a P F , e m1999, uma vez que o seunome constava em dos-siê investigado pelos po-liciais. O telefone do co-ronel foi encontrado na

agenda pertencente aosargento Guilherme Pe-reira do Rosário, mortono atentado a bomba noRiocentro, em 1981. Ro-meiro da Roza fazia par-te da chamada “comuni-dade de informações”.

● A revelação da existência da agenda detelefones do sargento Guilherme Pereirado Rosário e dosnomes queela continha,em reportagem publicada no último do-mingo pelo GLOBO, é mais um “furo” —revelação exclusiva — do jornal na cober-tura sobre o caso Riocentro. Em 6 demaio de 1981, a coluna então chamada“Política Hoje Amanhã”, na época escritapelo jornalista Merval Pereira, publicouem primeira mão que o laudo da explo-são havia confirmado a presença de ou-tras duas bombas no Puma dirigido pelocapitão Wilson Machado. Em 1999, O

GLOBO deu outro “furo”, que provocou areabertura do caso. A série de reporta-gens de Ascânio Seleme, Chico Otavio eAmaury Ribeiro Jr. ganhouo PrêmioEssode Jornalismo daquele ano.

Em maio de 81, a informação da coluna escri-ta por Merval sobre a existência de outras duasbombasno Puma foia manchete da primeira pá-gina do GLOBO. Em reportagem publicada pelojornal ontem, Mauro César Pimentel, moradordo Rio que estava no Riocentro no dia da explo-são, contou que viu o homem no banco do ca-rona do Puma — o sargento Guilherme do Ro-sário— manusearum objetocilíndricoe que, naparte detrás do carro, haviamais dois cilindros,iguais ao que estava com Guilherme.

“O laudo pericial (...) confirma que foram encon-tradas, e desativadas por peritos, mais duas bom-bas, dentro do Puma que era dirigido pelo capitão

Wilson Machado”, dizia a coluna, segundo a qualessa informação era “confirmada por duas fontesdiferentes, uma delas política e ambas dignas decrédito. O laudo foi entregue diretamente pelo se-cretário de Segurança do Rio ao comandante do IExército”. As fontes de Merval eram Tancredo Ne-ves e o então diretor da Polícia Federal.

Em 1999, O GLOBO voltaria a destacar o episó-dio numa série premiada de reportagens. Elas tra-tavam da reabertura do caso pelo procurador-ge-ralda Justiça Militar Kleberde Carvalho Coêlho, oque deu origem ao segundo inquérito. Com essareabertura, o capitão Wilson Machado acabousendo indiciado, passando de suposta vítima aréu, mas foi beneficiado pela Lei da Anistia.

REPORTAGENS DA série publicada pelo jornal em 1999 sobre a

reabertura do caso Riocentro, ganhadora do Prêmio Esso

A PRIMEIRA página do GLOBO do dia 6 de maio de 1981

Reproduções

7/16/2019 O Globo 270411

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O PAÍS ● 11Quarta-feira, 27 de abril de 2011 O GLOBO

A REDE SECRETA DO SARGENTO

Em relatório, Aeronáutica tentou negar atentado‘A imprensa, aproveitando a oportunidade, passou a explorar o fato de forma sensacionalista e tendenciosa’, diz texto

TrechosdodocumentoDocumento do IIIComar da Aeronáutica,de 7 de maio de1981, desqualifica onoticiário sobre oatentado do Riocentroe tenta difundir aversão oficial de queos dois militares queestavam no Puma nãotinham envolvimentocom as bombas

 Jailton de Carvalho

BRASÍLIA. Relatório confiden-cial da Aeronáutica mostra queo serviço secreto da instituiçãocriou uma versão para tentarinocentar os militares envolvi-dos no atentado ao Riocentro,em 30 de abril de 1981. O docu-mento confidencial — escritono III Comando Aéreo Regional(Comar) em 7 de maio de 1981,umasemana após o atentado —desqualifica a informação, di-vulgada pelos jornais da época,de que a explosão foi resultadode uma fracassada tentativa demilitares de extrema direita decometer um atentado e, com is-so, forçar um retrocesso na in-cipiente abertura política nopaís. O inquérito, concluído em2000, responsabilizou o capitãoWilson Machado e o sargentoGuilherme Pereira do Rosáriopela fracassada manobra.

O relatório do III Comar fazparte do acervo de 50 mil docu-mentosque Arquivo Nacional li-berou à consulta pública háduas semanas. “A imprensa,aproveitando a oportunidade,passou a explorar o fato de for-ma sensacionalista e tendencio-sa. Os militares são apresenta-dos como terroristas, acusadose condenados sem qualquerprova ou fundamento, sem ne-nhuma chance de defesa, den-tro da técnica da orquestraçãonos periódicos na área, com re-

flexos em todo o país”, diz o do-cumento, de três páginas.No texto, distribuído naquele

período por todo o aparato derepressão da ditadura, o serviçosecreto tenta negar até a exis-tência de mais duas bombas nobanco traseiro do Puma, ondeestavam o capitão e o sargento,nomomentoda explosão.“A no-tícia veiculada dando conta que

existiria outros artefatos explo-sivos no interior do veículo é fal-sa”, diz o documento. Pela ver-

são militar, “os cilindros apre-sentados pelas câmeras, comose fossembombas,são apenas2(dois) tubos fumígenos porta-dos por umdos soldadosda Po-lícia Militar encarregados de iso-lamento do local”.

Em reportagem no GLOBO deontem, o corretor de imóveisMauro César Pimentel confirmaa existência dos dois artefatos

no banco traseiro do Puma. Osdoisartefatosseriam similares àbomba que explodiu no colo do

sargento Rosário. Pimentel teriavisto os dois artefatosao passarpelo Puma do capitão Machado,no estacionamento. O corretorera, naquela época,um dosmui-tos jovens que foram Riocentropara assistir aos shows do 1 o

- deMaio, promovidos pelo CentroBrasil Democrático.

No texto, o serviço secretotentou responsabilizar a esquer-

da: “Pelo que foi exposto, verifi-ca-se que a imprensa infiltradada área de há muito vem traba-

lhando no sentido de formaruma opinião pública desfavorá-vel às ações das Forças Arma-das em relação à defesa inter-na”. Para os arapongas, a cam-panha criou na sociedade uma“imagem negativados órgãos desegurança, podendo haver al-cançado até o público interno”.Naquele momento, os serviçosde inteligência já estariam “de-

tectandolevantamentos de seusagentes, e até mesmo de organi-zações militares, por elementos

de esquerda, com o objetivoúnico de desmantelar ou des-truir o aparato repressor”.

O relatório sustenta aindaque“o crime terrorista perpetra-do está sendo investigado e to-do o esforço vem sendo realiza-do para identificar sua origem”.Mas o primeiro inquérito poli-cial militar não apontou culpa-dos. Só com a reabertura do ca-

so, duas décadas depois, é queainvestigação responsabilizou osdois militares pela explosão.

Pela nova apuração do caso,os dois militares planejavam co-meter o atentado no Riocentroe, com isso, tumultuar a abertu-ra política. O plano fracassou.Umadas bombas explodiuantesdo momento previsto, matou osargento Rosárioe deixou feridoo capitão Machado. A primeirainvestigação oficial foi encerra-da sem apontar culpados. ■

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 Jobim busca apoio paraComissão da Verdade

Ministro se reúne com líderes da oposição

Evandro Éboli

● BRASÍLIA. Sem alarde, o mi-nistro da Defesa, Nelson Jo-bim, iniciou um processo deconvencimento da oposiçãopara aprovar o projeto decriação da Comissão Nacio-nalda Verdadeno Congresso.Jobim reuniu em seu gabine-te cinco líderes opositores,fezuma apresentaçãodo pro-jeto, argumentou que a co-missão tem o apoio dos trêscomandos das Forças Arma-das e da Secretaria Especialde Direitos Humanos.

A comissão terá poder pa-ra investigar casos de mortee desaparecimento durante aditadura, mas sem punir res-ponsáveis. Compareceramao encontro com Jobim, em30 de março, os deputados elíderes Antônio Carlos Maga-

lhães Neto(DEM),Duarte No-gueira (PSDB),Rubens Bueno(PPS), Paulo Abi-Ackel (Mino-ria) e Sarney Filho (PV).

Os parlamentares recebe-ram uma pasta com a íntegrada propostado Executivopa-ra a Comissão da Verdade edasleis quecriarama Comis-são de Mortos e Desapareci-dosPolíticos,de 1995, e a Co-missão de Anistia, de 2002.

Na conversa, Jobim asse-gurou que o assunto é priori-dade do governo DilmaRous-seff e que não há divergên-cias internas, como ocorreuno governo do ex-presidenteLula. Sobre os embates queteve com Paulo Vannuchi, ex-ministro da Secretaria de Di-reitos Humanos, Jobim disseque a discussão evoluiu eque está afinado com a atualministra, Maria do Rosário.

Editoria de Arte

7/16/2019 O Globo 270411

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R I O

3ª edição • Quarta-feira, 27 de abril de 2011O GLOBO

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Salve-sequempuder

ÁGUAS DE ABRILFoto do leitor André Oliveira Foto do leitor Gionatan Vassallo Foto do leitor Marcos Lauria

Laura Antunes, Luiz Ernerto Magalhãese Maria Elisa Alves

Pouco passava das 20h30mquando, anteontem, o Rio vol-tou, literalmente, a mergulharno caos. A chuva torrencial —

a maior em volume concentrado dosúltimos cinco anos — escapou de to-dos os sistemas de monitoramento eprevenção implantados desde o trági-co temporal de abril do anopassadoepegou de surpresa tanto a populaçãocomo as autoridades, que somente às21h35m, com as ruas já alagadas, de-cretaram estado de alerta no municí-pio. Em meio às já familiares cenas decidadãosilhadossem poder voltar pa-ra casa, ruas transformadas em rios,imóveis inundados, carros submersose vias sempoliciamento ou agentes detrânsito, o diferencial ficou por contado fracasso da maioria dos mecanis-mos criados para minimizar os trans-tornos e evitar o caos. Na Praça daBandeira, um homem morreu, possi-

velmente por afogamento.O pouco que funcionou foi tardia-mente. O radar meteorológico impor-tado dos EUA ao custo de R$ 2,5 mi-lhões, inaugurado em dezembro, de-tectou a chegada da tempestade ape-nas “momentos antes”, como admitiuontem o prefeito Eduardo Paes. Emseu primeiro grande teste, o radar —preparado, em tese, para analisar da-dos de nuvens de baixa altitude e pre-ver chuvas com até quatro horas deantecedência — mostrou ter limita-ções: no caso de cumulus nimbus (nu-vens que causam fortes precipita-ções), elesó conseguedetectá-las comantecedência máxima de 30 minutos.

Inaugurado em 31 de dezembro, oCentro de Operações Rio tambémnão conseguiu antecipar aos cariocas

os problemas que estavam a cami-nho. Pouco depoisdo meio-dia de on-teontem, o Twitter do centro divul-gou que a tarde seria de “céu nubla-do, com possibilidade de chuva fra-ca”. Às 19h12m, uma nova mensa-gem, ainda incapaz de alertar os mo-radores sobre os transtornos envia-dos pela natureza: “Novasinstabilida-des vindas do oceano provocarãopancadas de chuva isoladas na ZonaOeste do município”, dizia o texto,sem destacar a Tijuca, a área maisafetada pelo temporal. Às 20h24m,veio a constatação do óbvio: o alerta,via Twitter, avisava: “Chove forte,neste momento, na Tijuca, Alto daBoaVista, Santa Cruz, Barra da Tijucae Santa Teresa”. O informe sobre o

alagamento da Praça da Bandeira foidivulgadono Twitter oficial apenasàs21h29m. Seis minutos depois, foi in-formado que o Rio estava em estadode alerta, no qual a chuva forte po-deria provocar alagamentos e desli-zamentos isolados.

Sem alerta em tempo hábil, evi-dentemente as ruas da cidade nãoganharam o reforço de agentes detrânsito para orientar os motoristasilhados ou sem saber por quais viascircular. Como no temporal de abrildo ano passado, o trânsito ficousem regras: motoristas trafegavamna contramão e até sobre calçadas,para escapar dos pontos de alaga-mento que provocaram longos en-garrafamentos. Operários da prefei-tura também poderiam ter sidoacionados para desentupir bueiros.

Mesmo nos comunicados à im-prensa, o Centro de Controle errouno timing. Somente às 23h34m, como caos já instalado, um e-mail che-

gou às redações: “Devido às forteschuvas que caem na região da Gran-de Tijuca nas últimas horas, o Cen-tro de Operações da Prefeitura doRio recomenda aos motoristas queevitem a região”. Infelizmente, a po-pulação já sabia disso.

Para prefeito,sistema funcionou● Nem as câmeras da CET-Rio foramcapazes de ajudar os motoristas. Às21h20m, com as ruas alagadas, o bo-letim de trânsito online do órgão exi-bia, porexemplo, imagens da Praça daBandeiracom a indicação de “trânsito

bom”. A explicação foia de quehouvefalha na integração dos sistemas daCET-Rio com o Centro de Operações.Até os alertas de temporais emitidospela Defesa Civil municipal, via SMS,para as pessoas cadastradas no servi-ço foram inoperantes: ou não chega-ram ou chegaram já durante a enxur-rada.

Apesar da série de falhas, Paes dis-se que o Centro de Operações cum-priu o seu papel. Segundo ele, com aconcentração de órgãos públicosnum único espaço foi possível plane-jar ações práticas, como a implosãoda pedra gigante que obstruiu a Gra-jaú-Jacarepaguá e remover detritos ecarros enguiçados das ruas.

— O alerta por sirenes tambémfuncionou. Nem todo mundo saiu decasa, mas as pessoas ficaram aten-

Fernando Quevedo

O TRÂNSITO CAÓTICO na Avenida Francisco Bicalho, onde os canteiros desapareceram sob as pistas alagadas: motoristas e passageiros ficaram horas dentro dos veículos

UM CARRO levado pela enxurrada fica presonuma estrutura de ferro na Praça da Bandeira

NO BAIRRO do Maracanã, um passageiro sobeno teto de um ônibus isolado pelas águas

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 Socorro vem das redes sociais

Tuiteiros se ajudam indicando por onde não passar

● Abandonados à própria sorte, os motoristas se viraram como pu-deram durante a enchente. Redes sociais foram a tábua de salvaçãopara muitos evitarem bolsões d’água e ruas intransitáveis. O Twitterrapidamente se tornou a única ajuda disponível. O marcador #chu-varj permaneceu mais de 15 horas na lista dos dez termos mais men-cionados no Brasil,segundo o site Trend.it, quefaz a medição. A hash-tag — como o marcador é chamado — foi citada mais de 3.200 vezesaté o fim da tarde de ontem, segundo o site Topsy.com. As mençõescomeçaram a crescer à meia-noite, atingindo o ápice às 3h.

Com fotos, vídeos, links de notícias e relatos, os tuiteiros não sóalertavam outros usuários, como criticavam as autoridades e apro-veitavam para comentar de forma bem-humorada e ácida o ocorrido.“Água não para de subir na Av. Maracanã. Dois ônibus estão presos.Passageiros em pânico”, enviou a seus seguidores em uma das men-sagens, com a colaboração do tuiteiro @luizfmcastro.

Alertas falham e, um anodepois, chuva volta a

pegar cidade despreparada

Radar de R$ 2,5 milhõessó detectou tempestade

em cima da hora

Câmeras da CET-Rioindicavam ‘trânsito bom’

em ruas alagadas

tas. Só por já ter salvo uma vida, oinvestimento se pagou — alegouele, referindo-se ao rapaz que, aoouvir a sirene, saiu da cama de casa,no Morro da Formiga, antes de a pa-rede do quarto desabar.

O prefeito, porém, reconheceu fa-lhas, como a falta de atualização dasinformações das câmeras do boletimde trânsito. No entanto, Paes afir-mou que o radar meteorológico é “oque existe de mais moderno no mer-cado” e que compraria um segundoequipamento se existisse algummais confiável. Ele prometeu melho-rar o sistema de previsão de chuvas,acrescentando que a expectativa éque dentro de dois meses comece aoperar o programa PMAR (Previsão

Meteorológica de Alta Resolução),desenvolvido pela IBM, que permiti-rá prever com 48 horas de antece-dênciaa intensidade daschuvas e osbairros a serem atingidos.

Os institutos de meteorologia che-garam a prever as chuvas no Rio,mas subestimaram a precipitação:entre25 e 50 milímetros (emuma ho-ra). Ontem, porém, em uma horachegou a chover 99,6 milímetros — e274 milímetros em 24 horas.

O Inmet, por exemplo, manteve umaviso de risco de chuvasfortes (a par-tir de 50 milímetros em uma hora)desde domingo para todo o estado. Jáo Climatempo divulgou um alerta ain-da mais atualizado:às 19h43m, um bo-letim em seu site informava sobre o

risco de chuvas fortes (acima de 25milímetros em uma hora) e de rajadasde ventos nas horas seguintes no Rio,em Niterói e na Baixada Fluminense.

Embora sem indicar a precipita-ção, o Centro de Previsão de EstudosClimáticos (Cepetec) do Instituto Na-cional de Pesquisas Espaciais (Inpe),localizado em Cachoeira Paulista(SP), também emitiu um boletim so-bre chuvasfortes, ainda commais an-tecedência: às 11h35m — cerca de 12horas antes do temporal.

No entanto, mais uma vez, os ór-gãos públicos demostraram falta dediálogo no repasse de informações.Às 18h de anteontem, com base emprognósticos para as horas seguin-tes, o Sistema de Meteorologia doEstado (Semerj) emitiu um alerta.Mas a capital não foi incluída.

— As informações tomaram comobase dados do radar da Aeronáutica

do Pico do Couto (Petrópolis) sobre aaproximação de uma frente fria. O Se-merj emitiu o alerta, mas não comu-nicou à capital porque ela dispõe desistema próprio — justificou o subse-cretário estadual de Ciência e Tecno-logia, Luiz Edmundo Costa Leite.

Para José Ricardo de Almeida,professor do Instituto de Meteorolo-gia da UFRJ, as condições para o for-te temporal existiam e foram forne-cidas por diferentes fontes:

— Nos dias anteriores, fez calormuito forte, favorecendo a evapora-ção e, assim, o aumento da umidadedo ar. Associado a isso, havia ainda aprevisão da chegada de uma frentefria, que entraria em contato com o arquente. Já seria o suficiente para semobilizarem equipes e tentar evitartantos problemas. ■

A DESOLAÇÃO de motoristas na Praça da Bandeira,onde a água encobriu as rodas dos carros

7/16/2019 O Globo 270411

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RIO ● 13Quarta-feira, 27 de abril de 2011 O GLOBO

ÁGUAS DE ABRIL

Sirenes soaram em favelas com áreas de riscoRecurso foi usado em 11 comunidades da Grande Tijuca, mas nem todos os moradores deixaram suas casas

Ana Cláudia Costa, Taís Mendese Thamyres Dias*

● Inaugurado em janeiro desteano, o sistema de alerta da pre-feitura para moradores de áreasde risco — emque sirenes soamquando a chuva, medida porpluviômetros, atinge uma inten-sidade capaz de provocar desli-zamentos de terra— foi aprova-do após passar por uma provade fogo no temporal de anteon-tem. Os alarmes tocaram, a in-tervalos de dez minutos, em 11comunidades da Grande Tijuca,levando 122 moradores a deixa-rem às pressas suas casas à pro-cura de um abrigo seguro. Masnem todos desceram.

As áreas que ganharam oequipamento são os morrosdo Borel, Formiga, Chacrinha,Cotia, Encontro, Santa Terezi-nha, Morro da Liberdade, Ma-tinha, Dona Francisca, Ca-choeira Grande e Macacos.

Na Formiga, alerta sooudurante toda a madrugada 

No Morro da Formiga, porexemplo, o barulho das sirenes— instaladas em três pontos dafavela — começou por volta das19h30m de anteontem e só pa-rou às 5h30m de ontem. A maio-ria dos moradores de áreas derisco reconheceu o chamadour-gente e foi procurar onde ficar.Alguns elegeram casas de pa-rentes; outros, um dos três abri-

gosà disposição na comunidadeparaestas ocasiões— duasigre-jas e a sede da associação demoradores. A empregada do-méstica Gisele Gomes da Silvafoi para a casa do irmão:

— Para falar a verdade, nãoqueriasair de casa. Mas a sirenetocavasem parar e aquilofoi medeixando nervosa. Foi como sefosse a voz da consciência. Pe-

guei as crianças e saí correndo.A mesma coisa fez a diarista

Cristiane Maria da Conceição,de 40 anos, que saiu de casacom os três filhos, por volta das21h de anteontem. Para ela, a si-rene teve suaprova de fogo nes-te temporal e mostrou que dábons resultados:

— Antes,o único barulho queouvíamos era o das casas jácaindo e os moradores desespe-rados gritando por socorro.Agora,já temos como saber quea chuva está muito forte e deve-mos procurar abrigo.

Até mesmo quem não fezmuita fé nas sirenes comprovou

a eficácia do equipamento, co-mo o dançarino Alan Pereira daSilva,de 25 anos. Morador da lo-calidade Vila Rica, no alto doMorro da Formiga, ele ignorouos avisos.Durantea madrugada,uma dasparedesdo barraco emque ele morava ruiu com a chu-va. Alan, dois filhos, uma tia edois sobrinhos somente se sal-varam porque ele ouviu antes obarulho da terra caindo. Ao ladoda parede, estava a cama de ca-sal onde a família dormia.

— Ouvi a primeira sirene por

volta das 19h de anteontem. De-pois, várias outras, mas nãoquis sair de casa porque acheique essas coisas só acontecemcom os outros. Ainda bem queeu estava acordado e consegui-mos sair a tempo — disse ele.

As sirenes não foram a únicaforma eficaz de alerta. Líderescomunitários receberam um te-lefone celular da prefeitura, que

MORADORAS DA CASA que caiu no Morro São João sobre os destroços: duas crianças foram soterradas

Cleber Jr Carlos Ivan

ALAN DA SILVA observa a pedra sobre sua casa: ele ignorou sirenes

seria usado em casos de emer-gência. A presidente da Associa-ção de Moradores do Morro dosMacacos, Janaína Maria da Silva,foiumadas primeiras a saber docaos que a cidade viveria: às16h30m, ela recebeu uma men-sagem de celular avisando quehavia previsão de chuvas fortes.Ao todo, o alerta foi dado maisde quinze vezes. Durantea noite,a comunicação com a Defesa Ci-vil foi constante:

— Falava por telefone comuma equipe a todo o momento.

Em favela sem o sistema,dois barracos desabaram

O prefeitoEduardo Paesdisseontem que todas as comunida-des que passaram por uma si-tuação mais crítica já tinhamalerta de sirenes. Ele anunciou

queatéofimdoanotodasasco-munidades mapeadas pela Geo-Riocom possíveis riscosde des-lizamentos terão o sistema.

— A sirene não é porque oprefeito olha para o céu e dizque vai chover. Ela segue cri-térios técnicos. É muito im-portante que a população en-tenda que esse sistema é feitopara proteção — disse Paes.

O secretário de Conservaçãoe Serviços Públicos, Carlos Ro-berto Osório, fez coro:

— As pessoas precisam en-tender que a prefeitura não dá oalerta de orelhada. Existe umprotocolo, e nessas comunida-des choveu mais de 40 milíme-tros em uma hora.

Comunidades que não con-tam com o sistema tiveram pro-blemas. No Morro São João, noEngenho Novo, dois barracosna Rua Abatirá desabaram an-teontem, aumentando a sensa-ção de insegurança. Duas crian-ças ficaram soterradas. Umadelas — Carlos Henrique, de 9anos, — foi levada para o Hos-pital do Andaraí e está fora deperigo. A tia do menino, Claudi-lene Ventura, de 32 anos, nãosabe por onde recomeçar.

— Perdi tudo, só fiquei coma roupa do corpo. Agora esta-mos morando no barraco daminha irmã, aqui no morromesmo. Quero sair daqui, masnão tenho pra onde ir — con-tou Claudilene, que dividia acasa com oito pessoas, sendosete crianças. ■

*do Extra

O P I N I Ã O

.

PROGRAMA DE ALERTA ● É PROVIDÊNCIA oportunaa instalação de sirenesem todas as áreas de ris-co mapeadas pela Geo-Rio, como promete o pre-feito Eduardo Paes.

MAS É igualmente provi-dencial que a prefeiturafaça treinamentos com

os moradores.

SEM O hábito de saída es-pontânea de moradoresdiante da ameaça de desa-bamentos, o sistema dealerta terá o desempenhode um computador equipa-do com um hardware massem software.

Maçã gala, mamãopapaya ou tomatea granel - kg

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Caqui chocolate, caqui fuyunacional ou melão amarelonacional a granel - kg 1,99

Banana-nanica, limão taiti oumamão formosa a granel - kg 0,99

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Abacaxi-pérolaou maçã redimportada - kg 2,67

*Campanha válida para o dia 27/4/2011. Todas as lojas Extra no Brasil cobrem as ofertas anunciadas pela concorrência direto no caixa, bastando entregar ao caixa, no ato da compra, o anúncio impresso da concorrência, para a oferta ser coberta pelo Extra, por meio de desconto no valor da sua compra. Não serão aceitas, para efeitos de comparaçãode preços, as ofertas emitidas por comerciantes ou empresas atacadistas. A campanha “PREÇO NÃO SE DISCUTE” é válida somente para as lojas físicas do Extra Hiper, não valendo para as lojas Extra Fácil ou loja virtual www.extra.com.br. Caso a sua compra já tenha sido finalizada, você deverá dirigir-se ao SAC da loja, levando o cupom fiscal e oanúncio impresso da concorrência para receber a diferença. Será válido somente o anúncio impresso da concorrência, na forma de tabloide, lâmina, folheto ou anúncio de jornal de grande circulação, com o prazo de oferta dentro do período desta promoção, para produtos idênticos (mesma marca, modelo, tipo, voltagem, cor, sabor, quantidade, pesoou unidade etc). O anúncio apresentado não será devolvido ao cliente e ficará retido com o caixa ou SAC da loja Extra. A comparação entre os preços praticados pelo Extra e pela concorrência restringe-se às lojas sediadas nos mesmos municípios. Esta condição não é válida para promoções especiais com múltiplos de produtos – Ex. “pague 2 e leve3”, “leve 4 e, com mais um centavo, leve o utro produto ou mais um exemplar do mesmo produto”. Para melhor atendermos aos nos sos clientes, não vendemos por ata cado e reservamo-nos o direito de limitar a quantidade dos produtos anunciados pela concorr ência, por cliente, em 5 unidades/kg por produto da categoria alimentos e 2 unidades porprodutodacategorianãoalimentos.Paramaisinformações,consulteoSACdaslojasExtra.

Ofertas válidas para 27/4/2011 ou enquanto durarem os estoques. Após essa data, os preços voltam ao normal. Verique a disponibilidade dos produtos na lojamais próxima. Garantimos a quantidade mínima de 5 unidades/kg de cada produto por loja em que ele esteja disponível. Para melhor atender nossos clientes,não vendemos por atacado e reservamo-nos o direito de limitar, por cliente, a quantidade dos produtos anunciados. Pagamento a vista pode ser feito emdinheiro, cheque, cartão de débito ou com os cartões de crédito Amex, Aura, Diners, Good Card, MasterCard, Policard, Sorocred, Unik, Vale Shop ou Visa. No sitewww.extra.com.br, as ofertas e formas de pagamento podem ser diferenciadas. Consulte condições para p agamento com cheque na loja. O Extra aceita vários

 vales-alimentação (conra relação na loja). Fica ressalvada eventual reticação das ofertas aqui veiculadas.

Ofertas válidas para todas as lojas Extra Hiper ou Extra Supermercado do Rio de Janeiro.Não são todos os produtos que estão disponíveis nas lojas Extra Hiper e Extra Supermercado podendo variar de acordo com o estoque e sortimento de cada loja. Consulte a loja mais próxima.

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7/16/2019 O Globo 270411

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14 ● RIO Quarta-feira, 27 de abril de 2011O GLOBO.

Divulgação

A COLUNA, DIÁRIO oficial do Jardim Botânico do Rio, cumpre o dever anual de anunciar a edição de

2011 da exposição “Orquídeas do Jardim”, que já faz parte do calendário carioca. A festa para os

olhos começa sexta e vai até domingo. Este ano, a novidade será uma visita guiada com um

especialista que vai explicar ao público tudo sobre a flor (veja esta aí, que beleza) e seu cultivo. Eu vou

Baú de ossosLuiz Schwarcz, da Companhia

dasLetras, depoisde adquirir osdireitos de publicação da obrade Drummond, fechou com a fa-mília de Pedro Nava e a Ateliê,editora do grande memorialista.

Vai republicar os sete volu-mes de suas memórias.

Ouvir estrelasO acadêmico EvanildoBecha-

ra chegou da China impressio-nado como investimento no en-sino de português nas escolas enas universidades de Macau:

— Ouvi chineses recitaremOlavo Bilac sem sotaque, comapenas um mês de aulas.

Lembrai-vos do JapãoSó agora se soube. Dia 30 de

dezembro, em suas últimas ho-ras no poder, Lula assinou medi-da provisória que deu total isen-ção fiscal à importação de equi-pamentos da indústria nuclear.

Um craque no assunto dizque o texto “embola um mon-tede coisas juntase tem tanto

maldades quanto bondades”.

É grave a criseO controle de gastosnão pou-

pou nem a primeira reunião deDilmacom o Conselho de Desen-volvimento Econômico e Social.

Com Lula lá, eram servidoscafé, sucos, bolos, salgados...Ontem, babau, nem café teve.

Assessor sofreDepoisde Dilma criticar seus

assessores numa reunião comgovernadores do Nordeste porerrarem o nome de uma cida-de, ontem foi Guido Mantega.

Ao apresentar um gráfico so-

bre a dívidaexterna que,por umerro, exibiao título“dívida públi-ca”, o ministro não se conteve:“Cadê o assessor que fez isso!?”

Volta de JoãosinhoA Beija-Flor vai homenagear

dois maranhenses em seuenre-do sobre o estado de Sarney.

Desfilarão pela escola Alcio-ne e seu maior carnavalescoemtodosos tempos, JoãosinhoTrinta, que deixou a Beija-Florem 1992 e, hoje, vive novamen-te em São Luís, onde nasceu.

Concerto dos músicosDapianista Cristina Ortiz,ex-

plicando por que vai participarda apresentação dos ex-músi-cos da OSB, sábado, no Rio:

— Nunca na vida meposicio-nei politicamente. Mas sou mú-sica e não é justo que músicossejam encurralados. A músicaé mais forte do que todos nós.

 Abdias mereceO Sindicatodos Jornalistas do

Rio lançará, dia 10 de maio, oPrêmio Nacional Jornalista Ab-dias do Nascimento, justa home-nagem ao brasileiro de 97 anos,coleguinha com registrode 1947e umdos maiores líderes da luta

contra o racismo no país.

Festa do livroDilma vem à 15 a

- Bienal doLivro, no Rio, em setembro.

Hotel FlaO Flamengo tem um projeto

para transformar sua sede doMorro da Viúva em hotel.

A proposta está na mesa deEike Sempre Ele Batista.

Ah, bom!Ontem à noite, a Rioluz, es-

tatalcariocada iluminação pú-blica, mandou aos jornais um

comunicado, acredite, dizen-do que vários trechos do Cen-tro do Rio estavam... “sem luzpor falta de energia elétrica”.

Zéfiro, o filmeA vida de Carlos Zéfiro, fa-

moso entre jovens dos anos1960 e 1970 por seus quadri-nhos eróticos, vai virar filme.

Paulo Biscaia, que já dirigeumapeça sobre Zéfiro,adapta-rá o roteiro para o cinema. Asfilmagens começam em 2012.

ZONA FRANCA● O chanceler Antonio Patriota faz

aniversário hoje.● O cinema do Shopping Leblon é

Kinoplex. Falha nossa.● É hoje a missa de 7o

- dia da jornalis-

ta Aline Domingues, no Notre Dame.● SBO e Uaderj lançaram projeto Oftal-

mologista Amigo do Jovem Diabético.● Léa e Esther Nigri lançaram

coleção de joias no Bar do Copa.● Começa hoje a 2a

- Expo Direito,

no Rio. Terá participação da GMX.● Hermann Baeta autografa com

coquetel “Os fantasmas da cidade”,

hoje, às 18h, no IAB, no Rio.● A Adma Eventos recebe hoje o

Prêmio Colunistas Promo de Agência

de Eventos do Ano de 2010.● Cláudio Domênico recebe para

palestra na Clínica São Vicente o

embaixador Ovídeo de Andrade Melo.

Gois em WestminsterNa coroação de Elizabeth II,

em 1953, na Abadia de West-minster, perguntaram ao escri-tor inglês Noël Coward quemera o baixinho que acompa-nhava a rainha de Tonga:

— Deve ser o jantar dela es-ta noite — respondeu.

Em tempo...“Jantar”, no sentido canibal.

Sois reiO Museu Imperial de Petró-

polisvai exibirnumtelão o ca-samento do príncipe Williamcom Kate Middleton, sexta.

Com direito à presença dafamília imperial brasileira.

Réquiem da princesaHoje, às 18h, na antiga Sé do

Rio, a monarquia brasileira vaise reunir numa missa de ré-quiem em memória da princesaTereza Teodora, neta da prince-sa Isabel, falecida semana pas-sada, em Portugal, aos 91 anos.

 ANCELMOGOIS

oglobo.com.br/ancelmo

7/16/2019 O Globo 270411

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RIO ● 15Quarta-feira, 27 de abril de 2011 O GLOBO RIO ● 15Quarta-feira, 27 de abril de 2011 O GLOBO

GATÃO DE MEIA-IDADE Miguel Paiva

ÁGUAS DE ABRIL

Praça da Bandeira, o eterno ralo entupido

da cidade, não vai melhorar tão cedoConstrução de três reservatórios de água depende de verbas do PAC-2

Ana Cláudia Costa, Célia Costa eTaís Mendes

● Tão previsíveis quanto asfortes chuvas, as enchentesnaPraça da Bandeira não vãosair da rotina do carioca tãocedo. O prefeito Eduardo Paes— que passou a noite e a ma-drugada acompanhando asconsequências do temporalno Centro de Operações Rio,de onde só saiu por volta das8h de ontem — admite que es-

se problema não será resolvi-do a curto prazo:

— A Praça da Bandeira dificil-mente estará diferente no anoque vem. Só após as obras doPAC-2 (Programa de Aceleraçãodo Crescimento, do governo fe-deral), uma intervenção de R$400 milhões. O recurso já foiaprovado, mas estamos aguar-dando a liberação do dinheiro.

Apesar de aprovado pelo Mi-nistério das Cidades o contrato

do financiamento da Caixa Eco-nômica Federal (CEF) para oprojeto que visa a construir trêsreservatórios que vão reter aágua daschuvas na região da Ti-juca, somente deveser assinadoa partir de agosto desse ano. A obra será financiada com recur-sos do Fundo de Garantia porTempo de Serviço (FGTS). Oprojeto tem prazo de conclusãode até 18 meses.

— É um projeto que será fei-toa médio e longoprazo.Após

a conclusão com certeza tere-mos os problemas de alaga-mento da Praça da Bandeira eGrande Tijuca sanados — dis-se o secretário municipal deObras, Alexandre Pinto.

O Ministério das Cidades in-formou que os dois projetos doPAC-2 para a Praça da Bandeirajá foram entregues pelaprefeitu-ra e estão aprovados. Como oPAC-2 ainda está na fase de con-trataçãodos projetos, ainda não

houve o repasse de verbas. Asprefeituras têm até o dia 29 deabril paraentregar as propostas.Se não houver pendências, é fei-ta a seleção da construtora res-ponsável pela obra, e o ministé-rio passa a transferir a verba.

Rio Joana vai ser desviadodiretamente para o mar 

A construção dos três reser-vatórios de água — dois na Ti-juca e um em Vila Isabel — deacordo com o secretário Alexan-

dre Pinto, vai começar somenteapósa licitação, quesó acontecedepois que o prefeito assinar ofinanciamento com a Caixa Eco-nômica. Segundo o secretário,as intervenções vão beneficiarTijuca, Praça da Bandeira, Anda-raí, Vila Isabel e Grajaú. Por es-ses bairros passam o rios Trapi-cheiros, Joana e Maracanã quetransbordam sempre que há umgrande volume de chuvas.

O secretário explicou que os

reservatórios, quando prontos,vão reter o volume de água daschuvas, impedindo que os riostransbordem na Grande Tijuca.Quandoa chuvaparar, a água se-rá liberadaaos poucos,sem cau-sardanos à população. Além dis-so, consta do projeto o desviodireto para o mar do Rio Joana.

A luta do Rio contra as en-chentes é antiga, e busca de so-luções, também. Desde os anos1920, a Praça da Bandeira, queontem foi definidapelogoverna-

dor Sérgio Cabral como um “es-torvo histórico”, tem projetosidealizados para resolver osproblemas de inundações. Noentanto, como o carioca pôdever na noite de anteontem, pou-ca coisa (ou nada) foi feito. ■

O GLOBO NA INTERNET

GALERIA Fotos antigas mostramenchentes no Rio e revelam que oproblema não é novooglobo.com.br/rio

PONTO FINAL

● Renan no Conse-lho de Ética é comoo príncipe Williamdirigir um PartidoRepublicano, ZecaPagodinho comandar a liga contra a cerveja e Ronaldo Fe-nômeno assumiro Clube dosMagros.NadacontraWilliam,Zeca e Ronaldo, naturalmente. Com todo o respeito.

Vera Donato

DANIELEVALENTE,

a atriz toda

bela da série

“Batendo

ponto”, da TV

Globo, posa, a

poucos dias de

dar a luz àValentina, para

ensaio da

fotógrafa Vera

Donato, que

lançará seu

site no fim de

maio

Divulgação

DILMA FAZ UMchamego no

acadêmico Antônio

Carlos Secchin em

dia de condecoração

do nosso escritor no

Itamaraty

COM ANA CLÁUDIA GUIMARÃES, MARCEU VIEIRA, AYDANOANDRÉ MOTTA E DANIEL BRUNET

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DÍVIDAS FISCAIS - DEFESAS Autuações e Execuções Fiscais

Parcelamentos

7/16/2019 O Globo 270411

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16 ● RIO 2ª edição • Quarta-feira, 27 de abril de 2011O GLOBO.

.

 Sufoco à espera dos ônibusPassageiros dizem que motoristas não paravam nos pontos

● Com as luzes internas apagadas e sem os le-treiros indicando as respectivas linhas, os ôni-bus confundiam os passageiros que estavamnos pontos. Na Rua Conde do Bonfim, na Ti-juca, segundoo veterinário JoséCavalcante,sófoipossível embarcar quandoum motorista pa-rou para um passageiro sair.

— Só consegui subir porque bati na portaquando o ônibus parou. Mesmo assim o mo-torista não queria deixar. Disse que estavaindo para a garagem — contou.

A Secretaria municipal de Transportes infor-mou que motoristas que não param nos pon-tos cometem uma infração média, com multade 40 Ufirs, cerca de R$ 85. Os passageiros pre-judicados podem denunciar o caso pelo núme-

ro de atendimento da prefeitura: 1746. As li-nhas citadas por passageiros ouvidos peloGLOBO foram 422, 607 e 434. A Rio Ônibus, po-rém, afirmou que as empresas Transurbe, Via-ção Acari e Estrela Azul, responsáveis pelas li-nhas, não receberam queixas.

Sufoco para uns, uma noite diferente paraoutros: um grupo de passageiros de um ôni-bus da linha 434 passou a noite batendo papoe improvisando um lanche coletivo. O publi-citário Marcelo Mendonça entrou no ônibuspróximo à Uerj e passouquatro horas no mes-mo lugar. A solução foi emprestar o guarda-chuva para que a trocadora fosse a um postode gasolina comprar pizzas e se informassesobre o que acontecia no resto da cidade.

Um pesadelo

que não acabaCom ruas tomadas por água e lama, passageiros deônibus e estudantes ficam ilhados; manhã foi de caos

ÁGUAS DE ABRIL

Ana Carolina Torres*, WaleskaBorges, Tais Mendes e

Ronaldo Braga

● Um ônibus parado, cercadopor água por todos os lados, e40 pessoas sem ter para aondeir. A força das águas assustavaos passageiros. Do lado de fora,num edifício da Avenida Mara-canã, a empresária Lucy Furta-do, de 55 anos, se desesperacom o drama do grupo. Sembarcoou boia, elatoma umaini-ciativa.Jogaum colchão inflávelna água e começa a resgatar ospassageiros. Eles seguiam paraVila Isabel, por volta de 23h deanteontem, quando a chuva for-te quecaiu sobre a cidade inter-rompeu a viagem. São inúmerasas histórias de cariocas que vi-raram a madrugada sem podervoltar para casa, mas todos têmem comum o sentimento de im-potência. Com as ruas tomadaspelas águas, eles precisaram dasolidariedade para sobreviverao temporal.

— Ninguém tinha barco no

prédio. Tive a ideia de pegar umcolchão de ar, que flutuava naágua. Fomos transportando ospassageiros. Quase 40 pessoaspassaram a noite aqui no pré-dio. Umas ficaram no play e ou-tras nos apartamentos dos mo-radores — lembrou Lucy, con-tando que abrigou três passa-geiros na suacasa. — Eles foramembora às 4h, quando já erapossível passar na rua com aágua abaixo do joelho.

Estudantes ficam ilhados em

escola e universidade

● Do alto, a imagem assustava.Uma imensa piscina de águabarrenta tomou conta do pátio

interno do Colégio Militar, na Ti-juca. Os alunos dos colégios daregião também passaram porsufoco na noite de anteontem.No Centro Federal de EducaçãoTecnológica Celso Suckow daFonseca(Cefet),estudantesfica-ram ilhados, só conseguindosair horas depois que a águabaixou. Algumas salas foraminundadas e, por isso, o colégiosuspendeu as aulas ontem.Além dos alunos da Universida-de Veiga de Almeida, na Rua Ibi-turuna, estudantes do InstitutoSuperior de Educação, na RuaMariz e Barros, não tiveram au-las ontem pela manhã.

Por causa da chuva, o estu-dante de Engenharia Civil Rafael

Hall, de 28 anos, passou a noiteem uma sala de aula da Veiga deAlmeida. Rafael contou que, aochegar à universidade por voltade 18h20m, deixou o carro naRua Senador Furtado próximo àPraça daBandeira, queficou ala-gada. O pesadelo continuou pe-la manhã, quando ele viu queseu Fiat Idea fora arrastado acerca de 150 metros.

— NaRua Ibituruna,os carrosestavam com água até o teto.Não havia como sair da univer-sidade,que abriu o auditório pa-

ra acomodar os estudantes.Pas-sei a noite na sala de aula con-versando com os amigos — dis-se Rafael, que estuda no local háquatro anos e nunca tinha pas-sado por essa situação.

Na Rua Carmela Dutra, na Ti-juca, cerca de 30 alunos e fun-cionáriosdo Colégio Silva e Sou-za ficaram ilhados pela água,que chegou a quase um metro.Eles utilizaram as salas de aulacomo dormitórios. A merendei-ra Ana Mendes, de 41 anos, foiuma dessas pessoas. Ontem de

manhã, Ana ajudava a limpar olocal. Por conta das dependên-cias inundadas, as aulas do tur-no da manhã foram suspensas:

— A rua virou um rio. Somen-te às 5h deixamos a escola.

Na mesma rua, moradores deum edifício de cinco andares fi-caram sem os dois elevadores,pois o subsolo inundou, assimcomo a garagem subterrânea.Foi necessário usar uma bombapara tirar a água. ■

* do Extra

PÁTIO DOCOLÉGIO Militar,

na Tijuca,

alagado (no alto);

na Praça da

Bandeira (ao

lado),

funcionários

limpam a loja e

enfrentam a falta

de luz

CAOS PELAMANHÃ: no alto,

veículo arrastado

pela chuva

parado no

canteiro do ponto

de ônibus lotado,

na Avenida

Presidente

Vargas; Lucy

Furtado (acima)

usou colchão

inflável para

resgatar

passageiros de

um ônibus

SEM SAÍDA: veículos parados na Avenida Presidente Vargas

Cenário de devastação após a enchenteCidade amanhece com lixo, lama e congestionamentos

Gabriel de Paiva

Genilson Araujo Gabriel de Paiva

Marcelo Theobald

Foto do leitor Victor Lobo

● De manhã, o cenário era de destruição pelasruas da Tijuca, Praça da Bandeira e Centro. La-ma, lixo, carros abandonados. No ar, muitapoeira. Bolsões de água complicaram o trânsi-to na hora do rush e dezenas de passageirosprecisaram uma dose extra de paciência paraenfrentar a lama nos pontos de ônibus e a de-mora dos coletivos. O congestionamento co-meçava em Bangu e seguia até o Centro.

Assim que amanheceu, garis, moradores ecomerciantes pegaram vassouras e manguei-ras para tentar apagar os efeitos da chuva. Osecretário de Conservaçãoe ServiçosPúblicos,Carlos Roberto Osório, afirmou que a a drena-gem foi prejudicada porque o grande volumede água arrastou lixo, obstruindo os bueiros. A Comlurb removeu 300 toneladas de lama e lixoapós as chuvas. A companhia atuou com umaequipe de 310 homens na área da Praça daBandeira e Grande Tijuca.

Enquanto limpavam as lojas, os comer-ciantes contabilizavam seus prejuízos. NaRua Mariz e Barros, Tânia Mara Vieira, dona

de uma lanchonete, perdeu geladeira, free-zer e fogão. E tomou um grande susto ao versuas panelas boiando na cozinha e a geladei-ra tombada.

— Estou sem chão; não sei o que fazer e aquem recorrer.

Na Rua São Francisco Xavier, na altura donúmero 318, os moradores estavam sem luzno início da manhã. A água invadiu casas e lo-

jas. Divanete Bezerra, que trabalha num açou-gue na rua, reclamava que, sem eletricidade,não podia moer carne para os fregueses.

O Centro de Operações Rio registrou aqueda de uma árvore que interditou um tre-cho da Rua Deputado Soares Filho, na alturado número 204, no Maracanã. Na Rua Adria-no, no Méier, outra árvore caiu e deixou otráfego em meia pista.

O GLOBO NA INTERNET

VÍDEO Imagens registradas por leitores mostram

os estragos feitos pelas chuvas. Confira

oglobo.com.br/participe

 

   

 

 

7/16/2019 O Globo 270411

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RIO ● 17Quarta-feira, 27 de abril de 2011 O GLOBO

7/16/2019 O Globo 270411

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18 ● RIO 2ª edição • Quarta-feira, 27 de abril de 2011O GLOBO.

ÁGUAS DE ABRIL

Pedra de 600t

desliza e fecha

autoestradaPedregulho para no meio da pista da

Grajaú-Jacarepaguá e atinge carro

Paulo Nicolella

COM A AJUDA de máquinas, operários quebram a pedra de 600 toneladas que deslizou da encosta no meio da pista da Grajaú-Jacarepaguá

Ana Cláudia Costae Simone Candida

● A forte chuva que caiu na re-gião da Grande Tijuca na noitede anteontem e na madrugadade ontem fez com que uma pe-dra de 600 toneladas deslizassedo alto do morro por cerca de180 metros e caísse sobre a pis-ta na AutoestradaGrajaú-Jacare-paguá, nas proximidades doMorro da Árvore Seca. A gigan-tesca pedra só parou na divisó-ria das pistas. A via expressa,principal ligação entre as zonasNorte e Oeste, ficou interditadadurante todo o dia de ontem. A prefeitura não tem previsão so-bre a reabertura da via.

Até ser retirada do carro pelaporta de trás, a ex-BBB e fisiote-rapeuta Inês Carolina, de 27anos, não tinha ideia de ondeseu Eco Sport havia batido naGrajaú-Jacarepaguá. Ao sair docarro, ela levou um susto e,emocionada, agradeceu a Deus:a pedra havia acabado de rolar,

passando pela frente de seucar-ro. A parte da frente do veículofoi totalmente destruída.

— Só posso dizer que foiDeus. Por questões de segun-dos a pedra não passou porcima de mim. Estou até agorame recuperando do susto. SóDeus explica — disse Inês,que é moradora do Grajaú econtou que voltava da casade um paciente, no Recreio,dirigindo a cerca de 40km/hpor causa da chuva.

Casas próximas ao local doacidente foram esvaziadas

Foram necessários seis qui-los de dinamite e duas implo-

sões para quea pedra começas-se a ser retirada da pista. Casasque ficavam próximas ao localdo acidente tiveram de ser es-vaziadas, para evitar que fos-sem atingidas por pedaços degranito. Quando os explosivosforam acionados pedaços depedra voaram e caíram a 200metros de distância.

Segundo o secretário munici-pal de Obras, Alexandre Pinto, odeslizamento de uma rocha tãopesada, que ficava acima de ou-tras, pode ter deixado pedras eo solo sensível com risco de no-vos desmoronamentos. Ele in-

formou ainda que a contençãoda encosta realizada pela Geo-Rio minimizou o acidente, quepoderia ter sido muito grave.

Moradores contaram que apedra roloupor voltadas 23hdeanteontem. A manicure LuanaGomes,de 25anos,disse quees-tava em casa com seu filho e sóouviu o estrondo e o pedido desocorro dos moradores. Luanateme novos acidentes e pensaem deixar o local.

Especialistas defendemmapeamento de risco

Muitas pedras ainda podemrolar sobre a Grajaú-Jacarepa-guá se um minucioso trabalhode mapeamento de risco e con-tenção dos blocos de rocha daárea não for feito naquelas en-costas. De acordo com especia-listas, pelo menos dez pedregu-lhos podem vir abaixo, invadin-do a via, somente no trecho on-dea pedrade 600toneladas des-lizou. Segundo o professor WillyLacerda, do Programa de Enge-

nharia Geotécnica da Cop-pe/UFRJ, por ter sido cortadanuma área geologicamente su-jeita a formação de blocos re-dondos, a estrada pode ser con-siderada um ponto de risco per-manente.

— Aquele é um morro de ori-gem granítica, em alguns pontoscomgranito-gnaisse.Quandoes-te tipo de rocha sofre alteração,seja por ação do tempo, do gáscarbônico ou por corte, ela for-ma blocos arredondados. Essesblocos, quando a erosão atingea terra em volta, ficam expostose, se eles estão inclinados, po-dem se soltar e rolar em dias dechuva forte.

Na avaliação do professor Al-berto Sayão, Ph.D. em Engenha-ria Geotécnica da PUC-Rio, alémde manter um controle frequen-te do surgimento de novos blo-cos, a Geo-Rio deveria usar umsistemasemelhante ao usado naItália, em que barreiras flexíveismetálicas, de aço, são usadaspara impedir que as pedras ro-lem para as estradas. ■

O GLOBO NA INTERNET

VÍDEO Assista ao exatomomento em que pedra éimplodida na Grajaú-Jacarepaguá

oglobo.com.br/rio

Chuva fecha rota de escape de AngraTrecho da Rio-Santos desaba após temporal; pista tem ainda rachaduras

.

 Lagoa amanhece

 suja de lama● O temporal que caiusobre o Rio também dei-xou uma mancha numdos cartões-postais dacidade: a Lagoa Rodrigode Freitas amanheceusuja de lama, ontem, dei-xando o espelho d́águacom uma cor escura,amarronzada.

Segundo o biólogo Má-rio Moscatelli, após uma

chuva torrencial é co-mum que sedimentos se-jam transportados pelabacia hidrográfica paradentro da lagoa:

— A maior contribui-ção de sedimentos vemdo Rio dos Macacos, aolado do Jardim Botânico.Esse é um processo na-tural, que pode ser agra-vado pelas ocupaçõesdesordenadas, comoocorre na bacia do RioRainha, na Rocinha —disse o especialista.

Dicler de Mello e Souza, DuiloVictor e Paulo Roberto Araújo

● As chuvas que caíram desdea noite de anteontem em An-gra dos Reis puseram em che-que a segurança das usinasnucleares instaladas no muni-cípio. Metade da pista da Ro-dovia Rio-Santos, no sentidoRio, desabou na manhã de on-tem, na altura do quilômetro521, perto de Praia Brava. A outra parte da pista, no senti-do Paraty, está com trincas ecom risco iminente de desaba-mento. Os carros circulam pe-lo trecho em sistema de pare esiga. A Rio-Santos é uma via deescapeem caso de acidente nausina nuclear.

Integrante da Comissão deMinas e Energia da Câmarados Deputados, Fernando Jor-dão (PMDB-RJ) disse ontemque vai pedir a revisão do Pla-no de Emergência Nuclear dasusinas por causa dos proble-mas na Rio-Santos.

Segundo o superintenden-te do Departamento Nacio-nal de In fra -Estrutura deTransportes (Dnit) no Rio,Marcelo Cotrim, há 12 obrasde contenção no trecho flu-minense da rodovia e outros30 em de projeto. Ele infor-mou ainda que o trecho afe-

tado passa por um estudopara ser refeito com basesde concreto.

Também na manhã de on-tem, uma queda de barreira in-terrompeu o tráfego nos doissentidos da Rodovia Rio-San-tos, na altura do quilômetro440, em Mangaratiba, segundoa Polícia Rodoviária Federal.Mais cedo, uma queda de ár-vore bloqueou o trânsito noquilômetro 431 da mesma via.Nos dois casos, os obstáculosforam removidos.

O temporal provocou estra-gos em alguns bairros de An-

gra dos Reis. Houve desliza-mentos no Frade, e uma pedracaiu de um barranco na loca-lidade de Boa Vista. Houvealagamentos no Bracuhy eGamboa, mas não existemocorrências de vítimas.

Desta vez, a Região Serranafoi poupada de grandes estra-gos. Segundo a Defesa Civil,não houve ocorrências emTeresópolis nem em Nova Fri-burgo. Em Petrópolis, o RioQuitandinha transbordou ehouve ainda um deslizamen-to de terra sem vítimas na re-gião de Taquaral. ■

Manoel Francisco de Oliveira

O TRECHO DA Rio-Santos destruído por um deslizamento de terra

7/16/2019 O Globo 270411

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RIO ● 19Quarta-feira, 27 de abril de 2011 O GLOBO

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20 ● RIO 2ª edição • Quarta-feira, 27 de abril de 2011O GLOBO.

OTEMPONOGLOBO

Temporal foi o 3o-mais intenso desde 1997

Chuvas na Tijuca chegaram a 99,6mm em uma hora. Marca mais alta ainda é 116mm em Campo Grande, em 2000

Ludmilla de Lima

● A chuva que caiu sobre a re-gião da Tijuca na noite de an-

teontem foi a terceira maior re-gistrada na cidade desde a cria-ção do Sistema Alerta Rio, em1997. A estação pluviométricada Tijuca e da Muda chegou aregistrar um pico de 99,6 milí-metros em uma hora. O tempo-ral começou às 21h50m de an-teontem. Em 24 horas, entre amanhã de segunda-feira e a ma-nhã de ontem, a mesma estaçãocaptou uma incidência de chuvade 274,2 milímetros.

Pelos dados do Alerta Rio di-vulgados pelo Centro de Opera-ções daprefeitura, em menosdequatro horas, choveu 180 milí-metros na área, mais do que amédia para todo o mês de abrilda estação pluviométrica da Ti-

juca, que é de 161,4 milímetros.A média da cidade para o mes-mo mês é de 110 milímetros.

A maior precipitação registra-da pelo Alerta Rio foi no dia 18de março de 2000, em CampoGrande: 116 milímetros em umahora. A segunda mais forte foi,no Sumaré, no dia 11 de junhode 2006, quandoo índicepluvio-métrico atingiu 103,4 milímetrosem uma hora. Apesar de ter dei-xado um rastro de destruiçãoem vários pontos do Rio, a chu-va de abril do ano passado al-cançou 280 milímetros, mas em24 horas. Outras medições tam-bém apontam números expres-sivos em 24 horas. Como o tem-

poral de 1971, em que a precipi-tação chegou a 349,4 milíme-tros, no Engenho de Dentro. E atrágica enchente de 1966, a ter-ceira maior da história do país,com índice de 282 milímetros.

A região da Tijuca tem umatopografia que favorece os ala-gamentos. De suas encostas,descem três rios, Joana, Trapi-cheiro e Maracanã. Meteorolo-gista do Climatempo, AlexandreNascimento explica que a áreatambém é propícia ao acúmulode umidade e formação de nu-vens. O Maciçoda Tijuca funcio-na como uma espécie de barrei-ra para o vento úmido:

— Essa chuva foi uma com-binação de frente fria e ventobatendo no maciço, o que ge-rou um acúmulo de muita umi-

dade. Sem poder avançar, essaumidade sobe, formando nu-vens carregadas — observa ometeorologista.

Não houve, de acordo comNascimento, uma mudança dastradicionaischuvas de março —que inspiraram a canção “Águasde Março” de Tom Jobim — pa-ra o mês de abril:

— É uma expressão poética.Chove muito mais em fevereiroe janeiro do que em março.

Marlene Leal, meteorologista

do Instituto Nacional de Meteo-rologia (Inmet), afirma que operíodo de transiçãoentreo ve-rão e o outono, que começouno dia 20 de março, é favorávelà ocorrência de chuvas.

Meteorologista do Centro dePrevisão de Tempo e EstudosClimáticos do Inpe, Felipe Fa-rias explica que a umidade vin-da do oceano provocou chuvasfortes e ventos intensos no lito-ral do estado. As rajadas chega-ram a 100km/h em Arraial do

Cabo. Farias explica que, nesseperíodo de transição, nem sem-pre é possível prever a intensi-dade do temporal.

Outras áreas da cidade tam-bém foram atingidas por umgrande volume de chuvas entreanteontem e ontem. Segundo oSistema Alerta Rio, no Grajaú,foram 185,4 milímetros de chu-va em 24 horas. O índice no Al-to da Boa Vista foi 175,6 milíme-tros; em São Cristóvão, de 160milímetros; e em Santa Teresa,

de 107,2 milímetros.Ontem, por volta das 17h,

voltou a chover no Rio, masnão houve alagamentos ou in-cidentes graves. Falou luz naPraça da Bandeira e na Aveni-da Francisco Bicalho. Os prin-cipais institutos de meteorolo-gia do país preveem tempocom bastante nuvens até ama-nhã e possibilidade de chuvasesparsas na capital. Felipe Fa-rias, do Inpe, diz que hoje devechover forte, mas apenas no li-

toral do Norte Fluminense.— Apenas na quinta o sol

começa a aparecer — disse.O Inmet prevê que a nebulo-

sidade trazida pela frente fria nanoite de domingo deve conti-nuar até amanhã. De acordocom o Climatempo, chove noRio até a manhã de hoje. No fimde semana, os termômetros de-vemvoltar a subir, e há previsãode sol no domingo. ■

COLABOROU Vinícius Lisboa

Espetáculo elétrico

nos céus da cidadeRaios foram incomuns nesta época

Elenilce Bottari

● Confundida com explosões de geradores de luz ou até degranadas, a tempestade de raios que caiu sobre a cidade nanoite de anteontem e na madrugada de ontem teve de anor-mal a quantidade de descargas para o horário — 135 raios dotipo nuvem-terra — e a localização, concentrada no Centro ena ZonaSul. Segundoo coordenadordo Grupo de EletricidadeAtmosférica (ELAT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espa-ciais (INPE), Osmar Pinto Junior, no Rio, a maior incidência deraios acontece em janeiro e fevereiro e à tarde:

— Para o mês de abril e para o horário, 135 raios são defato um número expressivo, acima da média para esta épo-ca — explicou Osmar, acrescentando que os raios que

atingiram a cidade são do tipo nuvem-terra, mais baru-lhentos. — Eles podem ser ouvidos a até 15 quilômetros.O estrondo chamou a atenção do fotógrafo Hugo Dutra:— Quando ouvi a primeira explosão, pensei que fosse o

gerador da rua. Ao olhar a janela, pude ver a tempestadede raios se aproximando, indo em direção ao Leblon.

Foto do leitor Hugo Dutra/ Eu-Repórter

RAIO ILUMINA a Lagoa, como mostra foto do leitor Hugo Dutra

ZONA SUL

CENTRO

E

A chuva que caiu sobre a Tijuca na noite de

anteontem foi a terceira mais volumosa (noperíodo de uma hora) registrada na cidadedesde a criação do Alerta Rio, em 1997

Uma frente fria, emconjunto com vento

úmido vindo do oceano,avançou sobre a cidade,indo de encontro aoMaciço da Tijuca

1

Sem poder avançar,a umidade acabousubindo e formandonuvens bem carregadassobre a região

3

A região da Tijuca épropícia ao acúmulo

de umidade e àformação de nuvens.O maciço funciona comouma espécie de barreirapara o vento úmido

2

Nuvens detempestade

Ventoúmido

MACIÇODA TIJUCA

Porque choveutanto naTijuca

TIJUCA

HÁ UM ANO, 65 MORTES SÓ NA CAPITAL

● A violência das chuvas no Rio vem deixandovítimas e causando estragos com assustadorafrequência. Há um ano, em abril do ano pas-sado, um temporal de proporções históricasmatou 249 pessoas em todo o estado, sendo164 em Niterói e 65 na capital. Quatro mesesantes, na virada do ano de 2009 para 2010, umoutro temporal deixou 53 mortos, e destruiudezenas de casas e pousadas em Angra dosReis, no litoral do estado. A região teve enorme

dificuldade para se reerguer economicamentedevido aos prejuízos.O mesmo problema se abateu sobre a

Região Serrana do Rio, devastada em ja-neiro último pelas chuvas. Cerca de 900pessoas morreram e 400 ficaram desapa-

recidas. Os deslizamentos de pedras e ter-ra causados pelas tempestades foramclassificado como um dos dez piores domundo nos últimos 111 anos de acordocom o ranking da Organização das NaçõesUnidas (ONU). Centenas de pessoas per-manecem desalojadas em abrigos públi-cos. Alguns dos principais pontos turísti-cos de Nova Friburgo, Teresópolis e Petró-polis — os municípios mais afetados— fo-

ram totalmente destruídos.Em novembro de 2009, três pessoas mor-reram em Nova Iguaçu e outras três em Gua-pimirim. Na época, quase 36 mil pessoas fo-ram afetadas pelas chuvas em todo estadosegundo a Defesa Civil.

ÁGUAS DE ABRIL

7/16/2019 O Globo 270411

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RIO ● 21Quarta-feira, 27 de abril de 2011 O GLOBO

MúsicosnãocedemeOSBencerranegociaçõesDemitidos não aceitam proposta da fundação e decidem fazer concerto sábado com a pianista Cristina Ortiz

Catharina Wrede

● As tentativas de acordo entrea Fundação Orquestra SinfônicaBrasileira (FOSB) e os 36 músi-

cos demitidos fracassaram. Osinsurgentes tinham até anteon-tem para acatarem a propostaelaborada pela instituição, po-rém, ninguém se pronunciou.Em nota oficial, a FSOB infor-mou, ontem à noite, que devidoao não comparecimento dos in-surgentes à sede da fundaçãoaté a data limite, o caso está en-cerrado e os 36 músicos estão,

de fato, demitidos.“A FOSB sempre acreditou

em um desfecho positivo e seempenhou ao máximo paraatender as solicitações do gru-

po de músicos, mas infelizmen-te não houve consenso. Apósmais de dois meses do iníciodeste processo, a Fundaçãoacredita que deve dar continui-dade ao projeto de transformara OSB na melhor orquestra dopaís e pensar na execução daTemporada 2011. (...)”

De acordo com o documen-to, a temporada 2011 da OSB

começa dia 3 de junho e todosos concertos do segundo se-mestre estão mantidos.

A proposta sugerida pela fun-dação desagradou os músicos.

Ela convertia as demissões porjusta causa em suspensões dedois dias e mantinha o pivô dacrise, o maestro Roberto Minc-zuk, em sua funções regulares— de diretor artístico e regentetitular da OSB. Os músicos, en-tretanto, pediam suas reintegra-ções ao corpo orquestral semnenhum tipo de punição e e so-licitavam o afastamento de

Minczuk. O maestro foi desliga-do, apenas, da direção artísticado Teatro Municipal, cargo quetambém ocupava.

— Ninguém apareceu lá ( na

sede da fundação ) porque a pro-posta deles é indecente: man-tém o maestro e nos dá suspen-são. Ou seja, já voltamos de ca-beça baixa. Assim, é melhor fi-car de fora — diz Luzer Mach-tyngier, ex-presidente da comis-são de músicos da OSB.

Além disso, a proposta dafundação mantinha as avalia-ções, responsáveis por detonar

toda a crise, reagendadas parajunho. O que mudava eram ostermos, acordados, entre as par-tes, segundo a fundação, no úl-timo dia 8: elas seriam em con-

junto, em formato de música decâmara, e com repertório esco-lhido pelos músicos.

Os 36 músicos demitidos vãofazer um concerto no próximosábado, na Escola Nacional deMúsica, às 19h— mesmo diaemqueo segundo concerto da tem-porada 2011 com a OSB Jovemocorreria. O concerto, no entan-do, foi adiado, pois a pianista

Cristina Ortiz e o maestro Ro-berto Tibiriçá, convidados daocasião, cancelaram suas apre-sentações em solidariedade aosmúsicos demitidos. Cristina, po-

rém, vai participar do concertodos insurgentes, e, além de to-car, vai reger todo o segundoato. Quem comanda a batuta noprimeiro é o mastro paulistanoOsvaldo Colarusso.

— A temporada da OSB co-meça no dia 3 de junho e atemporada dos músicos demi-tidos da OSB começa dia 30 deabril — alfineta Luzer. ■

Vagas: shoppings mantêm cobrançaAdministradoras vão aguardar publicação de decisão do TJ sobre estacionamentos

Marcelo Dutra

● A maior parte dosshoppingsdo Rio e do Grande Rio deci-diu ontem não alterar a formade cobrança de seus estacio-namentos até que a decisãodo Órgão Especial do Tribunalde Justiçado Rio, queconside-rou inconstitucional a Lei5.862/2011, seja publicada noDiárioOficial, o quedeve ocor-rer nos próximos dias. Até lá,os estacionamentos manterãoa cobrança fracionada. Na prá-tica isso quer dizer que o pre-ço da vaga continuará muito

mais alto se comparado ao co-brado antes de janeiro, quan-do a lei, de autoria da deputa-da estadual Cidinha Campos(PDT), foi sancionada pelo go-vernador Sérgio Cabral.

O subsecretário adjuntodos Direitos do Consumidordo Procon, Bonifácio Novelli-no, disse ontem que o órgãoestá aguardando que a Procu-radoria Geral do Estado recor-ra da decisão do TJ no Supre-no Tribunal Federal (STF).

— Já estávamos preparadospara interditar os estaciona-mentos reincidentes. Haveria

uma interdição temporária de24 a 48 horas. Mas, por en-quanto, as multas aplicadasnesses estabelecimentos es-tão sem efeito.

Procon: consumidor deveguardar tíquetes

Novelino aconselha aos con-sumidores que utilizam essesestacionamentos a guardaremos tiquetes. Segundo o subse-cretário, no futuro eles poderãoser beneficiados caso o Supre-mo reveja a decisão do TJ:

— O cliente poderá ter essedinheiro devolvido em dobro.

Além disso, esse tíquete é umaprova que o consumidor temcaso queira formalizar umaqueixa. Só esse bilhete forma-liza a relação de consumo.

Desde janeiro, a lei que mudaas regras da cobrança pelo tem-po de permanência em estacio-namentos no estado, provocouuma enxurrada de recursos naJustiça. A decisão de anteontemdo TJ vai ao encontro do desejodo Sindicato das Atividades deGaragens, Estacionamentos eServiços do Estado, que benefi-cia todas as atividades e opera-ções do setor. ■

NOTAS

● MILICIANO SOLTOO PM Fábio GonçalvesSoares teve habeas cor-pus concedido pela se-gunda turma do Supre-mo Tr ibunal Federal(STF), ontem. Ele erasuspeito de pertenceruma milícia acusada de,em 2008, sequestrar etorturar uma equipe dereportagem do jornal “ODia” na Favela do Batam,em Realengo. Condena-do pelo delito de posseilegal de arma, ele agora

pode recorrer da conde-nação em liberdade. Elefoi presoem 2008por po-liciais da Draco.

● PRESOS NA BARRAPolicias da 16a

- DP (Barrada Tijuca) prenderamhoje dois homens acusa-dos de praticar o crimeconhecido como saidi-nha de banco. No últimodia 14, os dois e um ter-ceiro suspeito teriamabordado dois clientesde uma agência bancáriano Barra Shopping, naZona Oeste. Eles leva-ram R$ 10 mil das víti-mas. Com os criminosos

os agentes apreenderamtrês pistolas, além docarro e da moto utiliza-das no crime. TEREZINHA MOREIRA

 Adalberto D. Cordeiro Guerra, seus filhos JoãoHenrique e Luis Roberto, sua sogra Thereza deJesus Moreira convidam para Missa de suamulher, amiga e companheira a ser realizada nodia 28 de abril de 2011, quinta-feira, às 18:308 de abril de 2011, quin ta -feira , à s 18:30horasoras, na paróquia Santa Mônica, na Rua JoséLinhares, 96, Leblon.

WILTON BASTOS BARROSOMédico

Ely, Wilton Filho, Elianne, Ana Beatriz, Igor, Mariana, Luísae Raíssa convidam para a Missa de 7º Dia de seuquerido marido, pai, sogro e avô a ser celebrada dia 28de abril, quinta-feira, às 10h, na Paróquia N. S. da Paz,Rua Visconde de Pirajá, Ipanema.

PROFESSOR DR. FERNANDO GOMES FERREIRAMissa de 7º Dia

Com profundo pesar, sua viúva Maria Elizabeth Caldeira de Alvararia Elizabeth Caldeira de Alvarenga Ferrnga Ferreira (Betinha)ira (Betinha),

seus filhos, genro, nora, netos e bisneto convidam para a Missa por intenção de sua

alma, que será realizada no dia 30 de Abril, às 17:30h, na Paróquia de Nossa Senhora

de Copacabana - Rio de Janeiro. A família agradece as manifestações de amizade eapreço prestadas na ocasião de seu falecimento.

HELIO DE ALMEIDA FERNANDES1935 - 2011

Carminha, esposa, Rita, João Adolpho, Publius, Siddharta,Gaalahad, Lohengrin e Thiago, filhos, genro, noras e netos con-vidam para a Missa de 7º Dia de seu falecimento que será rea-lizada nesta quinta-feira, dia 28 de abril, às 19h, na Capela doColégio São Vicente de Paulo, a Rua Cosme Velho, 241.

Deixou para todos aqueles

com quem conviveu, as mais

ternas lembranças.

Oremos pela sua alma!

Família Cruz

MANOEL GOMES DA CRUZ

7 Anos de Saudade

LUCIA DOS SANTOS BARROS AGRADECIMENTOGRADECIMENTO

 A sua famíli a agradec e, penhora damente , a toda equipe médica e deenfermagem, aos fisioterapeutas, técnicos e demais auxiliares dasunidades de emergência, CTIs geral e cardiológico e de tratamento semi-intensivo (unidade ventilatória) do HOSPITAL COPA D’OR, pela dedicação,presteza, eficiência e carinho no atendimento à LUCIA, durante o longoperíodo de sua internação.

7/16/2019 O Globo 270411

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22 ● RIO Quarta-feira, 27 de abril de 2011O GLOBO.

Ex-supersecretária será a ‘prefeita’ da Rio 2016Maria Sílvia Bastos Marques é convidada por Eduardo Paes para comandar a Autoridade Olímpica Municipal

Luiz Ernesto Magalhães eCláudio Motta

● A economista Maria SilviaBastos Marques, que vai diri-

gir a Autoridade Olímpica Mu-nicipal — conforme antecipouAncelmo Gois, em seu blog nosite do GLOBO —, será umaespécie de prefeita dos JogosOlímpicos de 2016. A definiçãodas atribuições é do prefeitoEduardo Paes, que a convidoupara o cargo. Caberá a MariaSilvia, que assumirá o postono segundo semestre, o papelde gerenciar o andamento dosprojetos da prefeitura para oevento. Ela será também a in-terlocutora da prefeitura juntoà Autoridade Pública Olímpica(APO), que será dirigida peloex-presidente do Banco Cen-tral Henrique Meirellles.

— Nós estamos trazendoum grande quadro de volta à

prefeitura. O prefeito tem quecuidar do dia a dia da cidade edelegar atribuições para cui-dar dos Jogos — disse Paes.

Formada em Administra-

ção Pública, mestre e douto-ra em economia pela Funda-ção Getúlio Vargas (FGV), Ma-ria Silvia foi secretária de Fa-zenda do prefeito Cesar Maiaentre janeiro de 1993 e maiode 1996. Na época, ela encon-trou o Rio em dificuldades fi-nanceiras e se dedicou a re-cuperar a capacidade de in-vestimento do município. Opoder valeu-lhe o apelido de“supersecretária”.

Logo em seguida, ela assu-miu o comando da CompanhiaSiderúrgica Nacional, uma dasmaiores empresas do Brasil.Presidiu também o InstitutoBrasileiro de Siderurgia. Che-gou a ser incluída pela revistaamericana “Fortune” na lista

das mulheres mais poderosasdo mundo. Foi ainda diretorafinanceira e de Planejamentodo BNDES e está, há cincoanos, à frente da Icatu Segu-

ros, cuja presidência deixaráno fim do semestre.

Economista se diz

emocionada com convite

Em nota, a futura prefeitados Jogos lembrou seu “pro-fundo envolvimento” com acidade. “Recebi do prefeitoEduardo Paes um convite pa-ra dirigir a Autoridade Olím-pica Municipal, empresa queserá a responsável pela coor-denação dos diferentes as-pectos relativos à realizaçãodas Olimpíadas em nossa ci-dade. Este é um desafio quemuito me motiva, pois enten-do que estamos vivendo ummomento especial e temos achance concreta de mudar-

mos o destino do Rio. Por is-so, decidi aceitar este convi-te e somar meu trabalho eentusiasmo ao das equipesda prefeitura, do estado e do

governo federal, que estarãoempenhadas em fazer destasOlimpíadas um grande su-cesso”, disse a ex-secretáriade Fazenda.

No texto, Maria Silvia explicaainda que será substituída porKati Almeida Braga, presidentedo Conselho de Administraçãoda Icatu Seguros. Mesmo forada presidência, a economistanão deixará a empresa, pois foiconvidada para integrar o Con-selho de Administração. ■

O GLOBO EM SMS

Receba as principais notícias dacidade no seu celular. EnvieOGLRIO para 50020 (R 0,10 por

notícia, mais impostos). Até 3 pordia MARIA SÍLVIA, que foi secretária municipal de Fazenda de 1993 a 1996

Divulgação / 28-12-2010

Parte de teto em prédio da UFRJ caiDesabamento, causado por cupins, aconteceu no campus da Praia Vermelha

Lauro Neto

● Menos deum mês apósum in-cêndioter destruídoa capeladoPalácio Universitário, o Campusda Praia Vermelha, da UFRJ,passou por novo problema se-mana passada. Parte do teto do

prédio anexo do curso de Servi-ço Social desabou. O acidenteaconteceu na última quarta-fei-ra, véspera do feriado de Tira-dentes. Os alunos estão sem au-las desde ontem. Segundo o rei-tor, Aloisio Teixeira, não houvevítimas e o desabamento foiprovocado por cupins.

O edifício tem dois andares eoito salas. Segundo um cartazafixado na porta do prédio, as-sinadopela direção do curso,asaulas voltariam ao normal on-tem, mas isso não ocorreu. Cer-ca de450 estudantes doscursosde Economia, Ciências Contá-beis e Psicologia também te-riam aulas no prédio. Elas foram

suspensas ou remanejadas. Deacordo com o reitor, a universi-dade estuda uma medida emer-gencial para que as aulas pos-sam ser retomadas no máximoaté a próxima semana, já que aprevisão é de que o edifício fi-que interditado por pelo menostrês meses para obras.

— O cupim comeu parte doteto do segundo andar e veri-ficamos que havia uma pode-rosa colônia de cupins tam-bém nas vigas do telhado. In-terditamos o prédio por ques-tões de segurança e estamosestudando uma obra emergen-cial de substituição do teto e

escoramento,que ficaria pron-ta entre três e quatro meses.Estamos estudando uma solu-ção emergencial para que a in-terrupção da aula não seja de-morada. Vamos adquirir salaspré-moldadas ou contêinerespara instalar no campus —ex-

plicou Aloisio Teixeira.O reitor acrescentou que osprédios antigos do campus es-

tão passando por um proces-so de descupinização. O servi-ço já vinha sendo realizado noPalácio Universitário, mas te-ve que ser interrompido de-pois do incêndio que destruiua capela do prédio histórico.Apesar de não ser tombado, o

edifício anexo do Serviço So-cial é bastante antigo, como oprédio do Diretório Central Es-

tudantil (DCE), que fica ao la-do e será vistoriado.

— A princípio, não há novosriscos de desabamento, mas va-mos vistoriar o prédio do DCEpara evitar o risco de contami-nação por cupins. O serviço dedescupinizaçãocomeçou no Pa-

lácio Universitário, onde houveum sério problema com cupinshá 20 anos — disse o reitor. ■

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Canecão: nada muda com eleição na UFRJ Dois candidatos a reitor concordam com realização de shows na casa

● A eleição de reitor da UFRJ será definidahoje, com a apuração dos votos, mas o fu-turo do Canecão, que pertence à universida-de desde o ano passado, não depende tantoassim do resultado. Os dois candidatos, Go-dofredo Oliveira Neto e Carlos Antônio Levida Conceição, concordam quanto à utiliza-

ção do espaço: de segunda a quarta, ativi-dades acadêmicas, e de quinta a domingo,shows comerciais, mantendo a tradição dacasa de espetáculos fundada em 1967.

— Estamosprocurandoum modeloquepos-sibilite a utilização de nossas atividades acadê-micas e shows, segundo a tradição que já estápresente no imaginário da cidade. A definiçãodesse modelo não está definida — avaliou Car-los da Conceição, professor da Coppe que re-cebeu 7.823 votos no primeiro turno.

O outro candidato, o professor GodofredoNeto, da Faculdade de Letras, tem uma opi-nião semelhante sobre o Canecão:

— A UFRJ tem condições de transformaraquele local em um espaço de excelência paraa prática dos alunos. Ela também tem capaci-

dade suficiente para administrar o espaço deforma a receber músicos nacionais e interna-cionais — afirmou Neto, que propôs a constru-ção de um centro de convenções de porte mé-dio para complementar as atividades.

A UFRJ garantiu na Justiça a posse do ter-reno onde funcionouo Canecão pormaisde 40

anos, mas os bens do empresário Mário Priolli,antigo administrador da casa, continuam aocupar o prédio. De acordo com o diretor depatrimônio da pró-reitoria de Planejamento eDesenvolvimento da UFRJ, Helcio Carlos Go-mes, enquanto os objetos não forem retirados,o trabalhode reformapara a reutilização does-paço não poderá avançar.

— Enquanto perdurar essa pendência,não podemos fazer nada lá dentro. Não po-demos correr o risco de algo sumir ou serdanificado — disse.

Dentro do Canecão, há mesas, cadeiras,material de escritório e até equipamentosde cozinha. Segundo Gomes, ainda há salascom documentos e equipamentos que estãolacradas pela Justiça.

Robô começa afazer buscas noavião da Air France

Equipamento tentalocalizar as caixas-pretas do Airbus● SÃO PAULO. O Escritório deAnálises e Investigações daFrança ( BEA, na s i g l a emfrancês) disse que o robô Re-

mora 6000 realizou ontemsua primeira missão de mer-g u l h o n o s d e s t r o ç o s d oavião da Air France que caiuquando fazia o voo 447 doRio de Janeiro para Paris háquase dois anos. Todas as228 pessoas a bordo morre-ram, e a causa do acidenteainda não foi esclarecida.

O BEA disse, em um comu-nicado, que o navio Ile de Seinchegou ao local dos destroçosno início da manhã, e que umrobô submarino é utilizado pa-ra ajudar a localizar e recupe-rar as caixas-pretas na partetraseira do avião, que é a prio-ridade desta quinta fase das

buscas.Com as coordenadas geo-gráficas precisas dos destro-ços, obtidas através da análisedas fotos tiradas por outrosrobôs submarinos que locali-zaram a fuselagem no início deabril, será possível uma inter-venção mais rápida do robôRemora 6000.

Especialistas dizem que,sem recuperar os gravado-res de voz e alguns dados,não haveria quase nenhumapossibilidade de determinaro que causou o acidente, opior desastre da história daAir France. ■

Rio produz maior quantidade delixo do Brasil

Carioca joga fora por

dia 50% mais detritos

que o restante do país

● O Rio, conhecido mundial-mente como a Cidade Maravi-lhosa, é também a que maisproduz lixo no Brasil. Pesqui-

sa divulgada ontem pela Asso-ciação Brasileira de Empresasde Limpeza Pública e Resí-duos Especiais (Abrelpe) mos-tra que cada carioca joga forapor dia 1,861 Kg de detritos,50% mais do que a média na-cional (1,251 Kg). Logo em se-guida, estão Brasília com 1,624Kg e Fortaleza, com 1,389 Kg.O “Panorama dos Resíduos Só-lidos no Brasil” revela tambémque a produção de lixo urbanocresceu 6,8% de 2009 para2010, o que representa seis ve-zes mais do que o crescimentopopulacional no período.

— Na análise dascapitais e ci-dades com mais de 500 mil ha-

bitantes, detectamos que no Rioocorre a maior geração per ca-pita de lixo no Brasil. Esse é umdado bastante expressivo e em-blemático. Entendemos que oaquecimento da economia doestado trouxe um impacto forte.São Paulo, porém, ficou maispróximo da média nacional,com1,221 Kg porpessoa.Vamosfazer mais análises e propor aoestado do Rio medidas adequa-das — disse Carlos Silva Filho,diretor executivo da Abrelpe.

A pesquisa considera apenasdados oficiais, não leva em con-sideração lixões clandestinos evazamentos irregulares. ■

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7/16/2019 O Globo 270411

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23Quarta-feira, 27 de abril de 2011

O GLOBO

ECONOM IA  .

GUINADA AÉREA

De olho na Copa, governo vai conceder a empresas administração e construção de terminais

Chico de Gois, Geralda Docae Martha Beck

BRASÍLIA e RIO

Ogovernobateuomartelopelaconcessão parcialà iniciativaprivada dos cinco principaisaeroportos de conexão e in-

ternacionais do país, informou ontemo ministro-chefeda CasaCivil,AntônioPalocci. Segundo ele, em reunião nasegunda-feira com o ministro da Se-cretaria de Aviação Civil (SAC) daPresidência, Wagner Bittencourt, apresidente Dilma Rousseff definiu osmodelos para Cumbica (Guarulhos) eViracopos (Campinas), em São Paulo,e Brasília. Continuam em estudo, queserá concluído em pouco tempo, fri-sou Palocci, as opções para Confins(Belo Horizonte) e Antonio Carlos Jo-bim (Galeão, no Rio de Janeiro).

Com a decisão, caberá ao PT —tradicionalmente refratário às pri-vatizações realizadas em governosanteriores, como a das telecomu-nicações — abrir às empresas pri-vadas a exploração do setor ae-roportuário, única área da infraes-trutura nacional que continua sobcomandoexclusivo doEstado. Os 67

principais terminais do país são ad-ministrados pela Infraero.Segundo Palocci, a ideia é dividir a

administração dos grandes terminaisentre a estatal e o setor privado, paracaptarmaisrecursos,aceleraras obraseintroduziracompetiçãonosistema.A concessão deverá ser feita por lici-tação, mediante pagamento ao gover-no (outorga). Os primeiros editais po-dem ser concluídos em maio:

— A presidente já definiu o critériode concessão dos serviços para osterminais de Guarulhos, Viracopos eBrasília. Num curto espaço de tempo,vamos ter obras no regime de con-cessão nos três principais aeroportosque necessitam de investimento.

‘Ideologia ficou delado’, diz especialista● A concessão de aeroportos foi sis-tematicamente postergada no governoLula. Nas últimas campanhas presi-denciais, as privatizações foram du-ramente criticadas pelo PT. Mas, se-gundo participantes do encontro mi-nisterial de anteontem, Dilma foi en-fática ao reconhecer que será impos-sível ampliar a capacidade de trans-porte de passageiros sem recursosprivados. O governo corre contra otempo para dar conta da maior de-

manda interna e da proximidade deCopa de 2014 e Olimpíadas de 2016.

— Dilma acredita que a concessãoparao setorprivado é a única forma deenfrentar a deficiência da infraestru-tura aeroportuária brasileira — afir-mou um ministro ao GLOBO.

Para o coordenador do núcleo delogística e infraestrutura da FundaçãoDom Cabral, Paulo Resende, a decisãode conceder à iniciativa privadaalguns

dosprincipais aeroportosdo país mos-tra que a face gestora de Dilma desobrepôs à face política, diante dasnecessidades do setor e os possíveisconstrangimentos durante a Copa:

— A voz da gestora falou mais alto.Enquanto em outras áreas da eco-nomia se percebe uma tendência àcentralização nas mãos do Estado, naaviação a ideologia ficou de lado.

Segundo Palocci, os estudos do

melhor modelo de concessão con-tinuam para Confins e Galeão.

— A presidente também pediu paraque a Secretaria avance os estudossobre Confins e Galeão, que são tam-bém aeroportos prioritários. Portanto,cinco grandes aeroportos terão ini-ciativas de curto espaço de tempo emregime de concessão — disse.

Segundo um interlocutor, Dilma des-cartou a construção do terceiro ae-

roporto de São Paulo, em Caieiras.Alémde problemastopográficos,Caiei-ras poderia competir com Viracopos eprejudicaros planosda presidente,quepretende transformá-lo em “um ae-roporto do futuro, com espaço paraampliação”, segundo uma fonte. Porisso, explicou essa fonte, Dilma de-fende que Viracopos seja controladomajoritariamente pelo governo.

Concessões terãoprazo de até 25 anos● Para Guarulhos — a atual jóia dacoroa, com metade das receitas comaluguel de áreas comerciais arreca-dadas pela Infraero e 35% das taxas deembarque —, os planos de concessãoestão restritos à construção e explo-ração de novas áreas, como o terceiroterminalde passageiros.Dois terminaisremotos (queservem apenasparaem-barque e desembarque, sem área decheck-in e recolhimento de bagagens)também podem entrar no lance.

Galeão será concedido mais porpressão política do governador do Rio,Sérgio Cabral, pois suas obras já estão

em andamento. Uma nova reunião nasexta-feira vai decidir os rumos doaeroportodo Rioe tambémdeConfins.A perspectiva é que os editais deGuarulhos e Brasília saiam em maio.Entre junho e julho,seriamconhecidasas regras de Viracopos e, depois, deConfins e Galeão. A concessão deveráter prazo entre 20 e 25 anos.

Técnicos envolvidos nos trabalhosafirmam que o governo não quer aca-bar com a Infraero e vai adotar ummodelo híbrido de administração ae-roportuária, estatal e privada. A ideia éque a Infraero mantenha alguns ter-minais (alguns lucrativos, regionais ede fronteira), ficando com um total de34. Os demais entrarão em regime deconcessão parcial ou serão transfe-

ridos a governos e municípios quepoderão fazer o mesmo.— É importantemanter a Infraero,

que será profissionalizada para umprocesso de abertura de capital nofuturo — explicou um técnico.

Porém, a presidente não tem es-condido a insatisfação com a estatal.Ela acha que a Infraero só tem futuronumambiente de competitividade.Emoutra frente, o governo negocia com aoposição incluir numa medida pro-visória um sistema diferenciado para aInfraero, que dispensa licitações, nosmesmos moldes da Petrobras.

COLABOROU Danielle Nogueira

OS PLANOS DO GOVERNOGUARULHOS

INVESTIMENTO PROGRAMADO PELA INFRAERO ATÉ 2014 (em R$)

VIRACOPOS BRASÍLIA CONFINS GALEÃO

Como podeser aconcessão

Cidade

Privatização daconstruçãoe operaçãodo terceiroterminal.Construçãoe operaçãodedois terminaisremotos

Concessão daconstrução eoperação dosegundo terminal

Concessão daconstrução eoperação do terceiroterminal depassageiros

Ainda não estádefinido

Ainda não estádefinido

Principaisobrasnecessárias

Fase deexecução

Inauguraçãoprometida

Atual

Meta 2014

Estimativade fluxoem 2014(Ipea)

Inauguraçãoprevista pelo Ipea

CAPACIDADE (em milhões de passageiros/ano)

Emprojeto Editaldecontrataçãodo projeto

Em projeto Projeto pronto Obrase m andamento

São Paulo Campinas Brasília Belo Horizonte Rio de Janeiro

NOV/2013 DEZ/2013 ABR/2013 OUT/2013 SET/2012

2017 2017 2017 2016 2012

Construçãodoterceiroterminal depassageiros,sistemadepistae pátioe pistade táxi(saídarápida)

Reformado Terminal1de passageiros econstruçãodesegundoterminal depassageiros e pátio

Ampliaçãodo terminalde passageiros

Reformae ampliaçãodo terminaldepassageiros e reformae ampliação da pistadepousoe dospátios

Reformado terminal1de passageiros econclusão da reformadoterminal 2depassageiros

20,5 3,5 10 5 18

26

17,9

8,5

10,6

18

20,7

11

7,4

35

39,2

Galeão

Confins

Brasília

Viracopos

Guarulhos 1,219bilhão

748,4 milhões

742 milhões

687,3 milhões

408,6milhões

ESTIMENTO PROGRAMADO PELA INFRAERO ATÉ 2014 (em R )

1,219 b

ilhões

s

arulhos

h

il

Brasília 48,4

il

ilhões

87 3

raco os 742

onfins 08 6

Galeão

FONTES: Ipea, governo e Infraero

AeroportosemmãosprivadasEditoria de Arte

7/16/2019 O Globo 270411

http://slidepdf.com/reader/full/o-globo-270411 25/57

24 ● ECONOMIA Quarta-feira, 27 de abril de 2011O GLOBO.

COM ALVARO GRIBEL

oglobo.com.br/miriamleitao • e-mail: [email protected] 

PANORAMA ECONÔMICO

MÍRIAMLEITÃO

Visão parcial● O governo tem um diagnóstico parcial da

inflação e todos, inclusive o Banco Central,

estão incentivando uma perigosa interpretação

de que a inflação subiu no mundo inteiro e que o

Brasil não está tão mal assim. Parecem não ter

entendido que o país tem uma história diferente

na relação com esse problema. Não demonstram

perceber o risco da reindexação.

O presidente do BancoCentral,Alexandre Tombini, eo ministro Guido Mantega es-tavam completamente afina-dos, mas quem mudou o dis-curso foi o BC para afinar ocoro com a Fazenda; quandoo ideal é que houvesse simum coro afinado, mas com aFazendaentendendomais de-cisivamente a parte que lhecabe nesse combate, que sófunciona em várias frentes.

ParaoministrodaFazenda,

“oBrasilnão está malna foto”quandose tratade inflação. A taxaestánotetodametaevaisuperá-la em breve, mas a“foto” que ele se refere é querelativamente a outros esta-mosbem.Tombinitombounamesma direção e deu núme-ros em transparências quemostravam os outros: ReinoUnido, 4%; Índia, 8,8%; China,5,4%. Vários países com me-tas explícitas já ultrapassa-ram a meta. Outros, sem me-tas, estão com taxas altas.

— A inflação é tema dedebate internacional. Nosnossosencontrosdebanquei-ros centrais é assunto recor-

rente — disse Tombini.Essa ideia de que se osoutros podem, também po-demos,elideo fato deo Brasilter convivido por 30 anoscom uma superinflação inde-xada, e o risco é fortalecer osmecanismos de indexaçãoainda presentes. Tombiniapresentou um mapa-múndicom todos os números e co-res para confirmar o diag-nóstico de que é um fatomundial. Admitiu que há “ou-tros componentes”, comoumainflaçãodeserviços,masque também seriam “comunsa outros países emergentes”,que retomaram o crescimen-to mais rapidamente e por

isso têm uma inflação maior.O diagnóstico não está er-

rado, mas é parcial. Ao serparcial, pode errar no remé-dio.Houveaumentoforte nospreçosdas commoditiesapósa crise de 2008, puxado prin-cipalmente pelo crescimentoda China e afetado por pro-blemas climáticos. Mas não ésó isso que explica a alta depreços. No Brasil, ela foi ali-mentada com aumento fortedogasto público, incentivo aocréditoeaoconsumoquenãoforam suspensos no momen-to certo, por motivos polí-ticos.O país já haviasaído darecessão, mas o governo por

imprudência ou cálculo po-lítico manteve os gastos e osincentivos fiscais em 2010.

O ministro Guido Mantegadisse que o governo fez “umaredução significativa” dos ga-tos públicos e deu os nú-meros: as despesas aumen-taram 19,3% em 2010 e vãoaumentar 7,1% este ano. Tro-cando em miúdos, o que oministro estáadmitindoé quenum ano em que o país cres-cia fortemente, ele estava fa-zendo uma política pró-cícli-ca, elevando as despesas emquase 20%. Aumentar gasto

em ano de crise, faz sentido;mas quando a economia jáestá acelerada, é uma formade contratar mais inflação.Em 2011, as despesas serãomaiores do que as do anopassado em outros 7,1%.“Nãodevemos poupar armas,devemosusartodasas armaspossíveis contra a inflação,sejam monetárias ou fiscais”,disse Mantega. Palavras for-tes, mas que não convencemquando secomparam comos

dados que eles mesmos di-vulgam. O governo fará su-perávit primário porque estáarrecadando mais e não porcorte de gastos. Apenas oritmo de crescimento dasdespesas é que foi reduzido.

A ideia de que o atual gru-po no poder é inventor deumanova fórmulaeconômicaatravessou o governo Lula econtinua sendo proclamadopela presidente Dilma.

— Nós todos aqui presen-tes sabemos que o Brasil pas-sou e passa por um novomomentona suahistória.Nósmudamos, de fato, os cami-nhos do desenvolvimento.

Quando nós assumimos, deuma forma muito especial, aconvicção de que não haviacontradição entre desenvol-vimento econômico, distri-buição de renda e inclusãosocial, nós mudamos os ca-minhos que o país tinha tra-çado até então — disse apresidente.

Isso fica ótimo em cam-panhaeleitoral,masdadoqueela já nos governa há quatromeses pode restabelecer averdade histórica. Quemdiziaquehaviaessacontradição—e queera preciso fazer o bolocrescer paradepoisdividir —era o então ministro, hojealiado do governo, Delfim

Netto, nos anos 70. Não foi ogoverno atual,nem o de Lula,que inventou a inclusão. Bas-ta olhar as estatísticas de re-dução da pobreza pós-esta-bilização e qualquer econo-mista constatará que o cír-culo virtuoso começou na es-tabilização. A inflação, comose sabe, tem o poder per-verso de tirar renda exata-mente de quem tem menos.Por isso, não se faz distri-buição de renda em meio àinflação alta, o que a torna ogrande inimigo de qualquerprojeto de inclusão.

Para ficar claro que o go-verno atual tem a mesma vi-

são partida da história re-cente do Brasil, o presidentedo Banco Central, AlexandreTombini, começou sua expli-cação com uma série de da-dos bons que chamou de“conquistas da sociedadebrasileira nos últimos dezanos.” Então fomos informa-dos de que a virtude come-çou há dez anos. Pena queessetemponãoincluaumdosmomentos importantes doprocesso quefoi a introduçãoda política de metas de in-flação em 1999, na qual Tom-bini teve participação.

GUINADA AÉREA: ‘Há pressão porque vivemos próximos do pleno emprego’ 

Dilma: gargalo em aeroportos e faltade mão de obra são ‘bons problemas’Presidente alega que aumento de viagens supera crescimento do país

ONU critica remoções para obras da CopaSegundo entidade, há despejos forçados e violação de direitos humanos

IRTenho um imóvel, que está alu-gado. O contrato de locaçãoestá em meu nome, porém,divido o valor do aluguel comminha ex-mulher. Podemos de-

clarar quecada um ganha 50%do valor total, mesmo que oinquilino informe em sua de-claraçãoque soueu quereceboo pagamento? (Herval Lima)● Para que possa separar osrendimentos em uma propor-ção de 50% para cada um,deve constar no contrato delocação uma cláusula que in-forme o pagamento do alu-guel para dois locadores. Ca-so não haja, não é possívelefetuar a separação dos ren-dimentos. Nesse caso, façaum aditivo ao contrato.

A empresa na qual trabalho

contratou um plano de saúdecorporativo. Os funcionáriosnão pagam mensalidades, masparticipam com 25% do valordas consultas e dos exames.Essa parcela é descontada di-retamente no contracheque.Como lançar essas despesas?Qual CNPJ utilizar, o do em-pregador ou da operadora doplano? (Fernando Soares)● Se você não conseguir oCNPJ da operadora do planode saúde, poderá utilizar o daempresa para a qual trabalha.Seus gastos devem ser infor-mados naFicha PagamentoseDoações Efetuados.

■ As respostas às dúvidas dosleitores estão a cargo da

consultoria DeclareCerto IOB. O

GLOBO e a DeclareCerto IOB se

reservam o direito de selecionar 

as perguntas que serão

respondidas e publicadas no

site e no jornal.

Chico de Gois e Martha Beck

● BRASÍLIA. A presidente DilmaRousseff atribuiu ontem os re-centes conflitos trabalhistasem empreendimentos do Pro-grama de Aceleração do Cres-cimento(PAC)aofatodeopaísainda estar se readaptando àsgrandes obras, retomadas nagestão Lula. Segundo Dilma, oBrasil enfrenta hoje bons pro-blemas, resultantes do cres-cimento econômico do país, eum exemplo disso é o gargalonos aeroportos.

— Sabemos que muitos dosproblemas que vivemos hoje, etemos o compromisso de en-frentá-los e resolvê-los, podemser chamados de bons pro-blemas. Por exemplo: os ae-roportos que temos de expan-dir porque o aumento das via-gens aéreas supera o cresci-mento do país — afirmou, ob-servando que a atenção do go-

verno estará voltada não ape-nas para minimizar os efeitospara a Copa e para as Olim-píadas, mas também com umavisão de longo prazo por causado aumento da demanda.

Sobre os conflitos trabalhis-tas — como os que parali-saram, no mês passado, asobras da usina hidrelétrica deJirau, em Rondônia —, Dilmagarantiuqueogovernotomarámedidasparaenfrentarospro-blemas, não só os diretamenterelacionados aos confrontos,mas também aqueles ligados àcapacitação dos profissionais.

— Hoje nós sabemos, vol-tando aos problemas, aosbons problemas, que há pres-são de mão de obra porquevivemos próximos do plenoemprego. Há problemas deconflitos nas grandes obras,porque elas voltaram a existir,depois de muitos anos em queo país não sabia o que era

vai criar bolsas para os es-tudantes se aperfeiçoarem noexterior. A meta é distribuir 75mil bolsas até 2014, sobretudoem ciências exatas. Dirigindo-se à plateia de empresáriospresente à primeira reunião doConselho de DesenvolvimentoEconômicoeSocial(CDES),elapediu participação:

— Eu acredito que o setorprivadopode comparecercomuma ajuda aos estudantes bra-sileiros e ao Brasil, de formaque nos permita chegar a 100mil bolsas em 2014.

A presidente disse aindaque é melhor enfrentar os pro-blemas do crescimento, comoampliar aeroportos e formarmão de obra qualificada:

— É sempre melhor enfren-tar os problemas do cresci-mento do queos problemasdodesemprego, da falta de renda,da falta de investimento e dadepressão econômica. ■

Fábio Fabrini

● BRASÍLIA. A Relatoria Especialda Organização das Nações Uni-

das (ONU) sobre o Direito àMoradia Adequada acusou on-tem autoridades brasileiras depromoverem despejos forçadosnasáreas destinadasàs obras daCopa de 2014 e das Olimpíadasde 2016. Dossiê elaborado pelaentidade relaciona denúncias deviolação dedireitoshumanosemremoções no Rio e mais setecapitais.E cobraprovidências dogoverno federal que, embora in-formado doscasos há quase cin-co meses, ainda não se mani-festou, segundo o organismo.

O relatório foi elaborado apartir de queixas encaminhadaspor ONGs, promotorias e de-fensorias públicas das cidades-

sede. Além decitar a pressão dasprefeituras para a desocupação,diz que os moradores têm sido

avisados da mudança com pou-cotempo,sem condiçõesde pro-por alternativas. Muitos sãotransferidospara áreasdistantes

e sem infraestrutura. Outro pro-blema é o baixo valor das in-denizações,que podefavoreceraformação de mais favelas.

— Estou particularmentepreocupada com o que pareceser um padrão de atuação, defalta de transparência e de con-sulta, de falta de diálogo, de faltade negociação justa e de par-ticipação das comunidades afe-tadas em processos de desa-lojamento executados ou plane-jados em conexão com a Copa eos Jogos Olímpicos — comentouarelatoraespecialdaONUparaaMoradia Adequada, Raquel Rol-nik, professora da Faculdade deArquitetura e Urbanismo da Uni-

versidade de São Paulo (USP).Além do Rio, o dossiê de-nuncia problemas em SãoPaulo,

Belo Horizonte, Recife, PortoAlegre, Curitiba, Natal e Forta-leza. Na capital fluminense, al-gumas das denúncias mais gra-

ves estão relacionadas à cons-trução de corredores para ôni-bus (BRTs), como o Transoeste,que ligará a Zona Sul à Barra daTijuca, desalojando moradoresdas favelas da Restinga, do Re-creio e Vila Harmonia.

Conforme a relatoria, que no-tifica o Conselho de Direitos Hu-manos da ONU dos casos deviolação ocorridos pelo mundo,algumas casas foram marcadascom spray de tinta e famílias,ameaçadas de não receber in-denização, caso não acatassemlogo à oferta do município. A pressão teriacontinuado mesmodepois de a Defensoria Públicaobter liminares para suspender

as demolições.OMinistériodoEsportenãosepronunciou sobre o relatório. ■

construir uma grande usina ouuma ferrovia importante —afirmou a presidente.

“É melhor do que osproblemas do desemprego”

Ela prometeu ação enérgicapara coibir irregularidades nosempreendimentos e reafirmouo lançamento, em breve, doPrograma Nacional de EnsinoTécnico e Capacitação Profis-sional (Pronatec), cujas dire-trizes foram antecipadas no úl-timo sábado pelo GLOBO.

— Nós não ficaremos pas-sivos, olhando os problemas,vamos enfrentá-los. E isto sig-nifica enfrentá-los especifica-mente, em cada obra, cadaacontecimento, mas significatambém a preocupação do go-verno com a melhoria e a ca-pacitação dos seus trabalha-dores e trabalhadoras — dis-se Dilma.

Elaantecipouque o Planalto

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7/16/2019 O Globo 270411

http://slidepdf.com/reader/full/o-globo-270411 26/57

ECONOMIA ● 25Quarta-feira, 27 de abril de 2011 O GLOBO

DilmadizquecombateàinflaçãoéprioridadePresidente afirma que, por sua orientação, política econômica é voltada para controle de preços a curto e longo prazo

Martha Beck e Chico de Gois

● BRASÍLIA. A presidente DilmaRousseff aproveitouseu primeirodiscurso no Conselho de Desen-

volvimento Econômico e Social(CDES), o Conselhão, para darum recado direto ao mercado: ocombate à inflação é uma prio-ridade para seu governo. Masisso não significa ceder a pres-sões dos agentes econômicosnem sacrificar o crescimento dopaís. Dilma defendeu as açõesque vêm sendo adotadas peloBanco Central e pelo MinistériodaFazendaparaconteraaltadospreçose fezquestãode destacarque elas são orientação sua:

— Eu me preocupo com aquestão do crescimento e docontrole da inflação simulta-neamente. O que garante a es-tabilidade da inflação no longoprazo é o aumento do inves-timentoedaprodutividade.Eoque permite que o Brasil cres-ça no curto prazo é o controledo processo inflacionário quecorrói a renda da população.Nessesentido é queeu orienteias ações da política econômi-ca, tanto para a inflação nocurto prazo como para as me-didas de longo prazo.

Dilma disse que, desde oprimeiro momento, seu gover-no está comprometidocom es-tas diretrizes:

— Eu tenho um compromisso.Assumi desde o primeiro mo-mento em meu discurso de pos-se e ao longo da minha cam-panha: é o controle da inflação.

Semelenãohá desenvolvimentosustentável. E eu cumpro meuscompromissos. Eu também te-nho compromisso com o cres-cimento econômico e social por-que isso é que gera empregos epossibilita a inclusão de milhõese milhões de brasileiros na con-dição de cidadãos plenos.

Ela também deixou claro quesua equipe econômica, que vem

● BOSTON. A economia chinesaultrapassará a americana pelaprimeira vezna História daqui acinco anos. A informação, quese refere à paridadede poderdecompra e está baseada nas úl-timas estimativas divulgadaspelo Fundo Monetário Interna-cional (FMI), encontrava-se dis-ponível desde abril e ninguémpercebeu, segundo o colunistaBrett Arends, do jornal finan-

ceiro americano “The Wall Stre-etJournal”.Aafirmação,foifeitano site MarketWatch, hospeda-do pelo “WSJ”, e reabriu o de-bate sobre o fim cada vez maispróximo da hegemonia ameri-cana no cenário global.

Em artigo intitulado “IMFbombshell:Age of Americanearsend” (A bomba do FMI: a eraamericana se aproxima do fim),

Arends cita dados do último re-latório “World Economic Outlo-ok” do FMI, que indicam que oPIB chinês medido pelo critériode paridade de poder de comprapassará dos atuais US$ 11,2 tri-lhões para US$ 19 trilhões em2016, superando o americano,que hoje está em US$ 15,2 tri-lhões e será de US$ 18,8 trilhõesdaqui a cinco anos. Em 2016,Pequim responderia por 18% da

produção mundial, enquantoWashington ficaria com 17,7%.Segundo a “BBC Brasil”, o FMI

afirmou ao “WSJ” que não con-sideraadequadoo critério usadopela coluna. “Na paridade depoder de compra, os preços sãoinfluenciados por serviços nãocomerciáveis, que são mais re-levantes no planodomésticoqueno plano global”, disse o Fundo.

Outro critério indica que osEUA continuarão como maiorpotência econômica. O PIB empreçoscorrentes — valordapro-dução convertido emdólarespa-ra efeitode comparação—, mos-traqueosEUA(US$18,8trilhões)permaneceriam quase 70%maior que a China (US$ 11,2trilhões) em 2016. Ainda assim,segundo a “BBC Brasil”, Arendsconsidera que a comparação na

qual a China supera os EUA “é oque importa”: “As taxas de câm-bio variam rapidamente. E astaxas de câmbio adotadas pelaChina são falsas. A China man-tém a sua moeda, o yuan, ar-tificialmente desvalorizado atra-vés de grandes intervenções nomercado. Isto é muito mais queuma questão de estatística. É ofim da era americana”. ■

Gustavo Miranda

DILMA CONVERSA com Mantega (à esquerda), ao lado de Palocci: controle da inflação para país crescer, disse ela

China ultrapassará os EUA em 2016Previsão, baseada em dados do FMI, é citada por colunista do ‘WSJ’

sendoapontada poranalistasco-mo leniente com a inflação, nãocederá a pressões e adotará no-vas medidas quando entenderque são necessárias. E destacou

que o impacto da estratégia deusar medidas fiscais e pruden-ciais — como cortar gastos pú-blicos e elevar o Imposto sobreOperações Financeiras (IOF) pa-ra o crédito — combinadas comaltas mais modestas da Taxa Se-lic ainda não foi totalmente sen-tido pelo mercado.

Mantega: mercado interno é‘galinha dos ovos de ouro’

Os agentes criticaram for-temente a decisão do Comitêde Política Monetária (Copom)de elevar os juros em apenas0,25 ponto percentual na se-mana passada e já passaram aprojeção de inflação para 2011para 6,34%, encostando no te-

to da meta do ano, de 6,5%.A fala da presidente foi an-

tecedida por explicações do mi-nistro da Fazenda, Guido Man-tega, e do presidente do BC,

Alexandre Tombini, sobre os es-forços no combate à inflação.Mantega ressaltou que o Brasil“não está malna foto” dainflaçãomundial. Ele apresentou dadosque mostram que diversos paí-ses emergentes também lutamcontra a alta dos preços. NaRússia, por exemplo, a inflaçãoacumulada até março de 2011 éde 9,4% e na Índia, de 8,8%.

O ministro admitiu que ademanda doméstica ainda es-tá muito aquecida:

— É muito importante mo-derar o crescimento da de-manda.Mas é preciso moderarsem matar a galinha dos ovosde ouro que é o mercado in-terno brasileiro. ■

.

 Preço do gás fica estável Clientes do Rio terão redução de 0,2%

Ramona Ordoñez

● A CEG informou ontem que, em vez de pagarem mais, osclientes residenciais e comerciais no Rio terão uma re-dução de 0,2% nas tarifas do gás. Já as tarifas para asindústrias e para o Gás Natural Veicular (GNV) usado nosautomóveis não terão alteração alguma.

As tarifas do gás natural canalizado fornecido pela CEG eCEG Rio no estado ficarão inalteradas ou terão essapequena redução a partir do próximo dia 1 o

- de maio. As

duas companhias informaram ontem que isso será possívelem função do desconto dado pela Petrobras de 9,7% sobreo reajuste na venda do gás natural produzido no país.

Sem o desconto da Petrobras, as tarifas residenciaisteriam um reajuste entre 1,5% e 1,8%, enquanto as co-merciais aumentariam entre 1,3% e 1,4%. As industriaisteriam um aumento entre 6,1% a 8,7%. O GNV, por sua vez,taria um reajuste de 9,2% nos preços. A medida daPetrobras teve o objetivo de melhorar a competitividadedo gás nacional, mais caro que o importado da Bolívia.

7/16/2019 O Globo 270411

http://slidepdf.com/reader/full/o-globo-270411 27/57

26 ● ECONOMIA Quarta-feira, 27 de abril de 2011O GLOBO.

INDICADORESO GLOBO NA INTERNET

a Veja mais indicadores e números do mercado financeirooglobo.com.br/economia/indicadores

ÍNDICESNOVEMBRO DEZEMBRO JANEIRO FEVEREIRO MARÇO ABRIL

Bovespa -4,2% +2,36% -3,94% +1,22% +1,79% N.D.

S al ár io m ín im o ( Fe de ra l) R$ 5 10 R$ 5 10 R$ 5 40 R$ 5 40 R$ 5 45 R$ 5 45

Salár io mínimo (RJ) R$ 581,88 R$ 581,88 R$ 581,88 R$ 581,88 R$ 581,88 R$ 639,26

TR

23/04:0,0886% 24/04:0,1116% 25/04:0,1484%

Selic: 11,75%

IMPOSTO DE RENDA

IR na fonte • Abril/2011Parcela

Base cál culo Alíquot a a deduzir

R$ 1.566,61 Isento —

De R$ 1.566,62 a R$ 2.347,85 7,5% R$ 117,49

De R$ 2.347,86 a R$ 3.130,51 15% R$ 293,58

De R$ 3.130,52 a R$ 3.911,63 22,5% R$ 528,37

Acima de R$ 3.911,63 27,5% R$ 723,95

Deduções: a) R$ 157,47 pordependente; b) dedução especial paraaposentados, pensionistas e transferidospara a reserva remunerada com 65 anosou mais: R$ 1.566,61; c) contribuiçãomensal à Previdência Social; d) pensãoalimentícia paga devido a acordo ousentença judicial. • Obs: Para calcular oimposto a pagar, aplique a alíquota ededuza a parcela correspondente à faixa.• Esta nova tabela só vale para o

recolhimento do IRRF este ano.Correção da primeira parcela: -Fonte: Secretaria da Receita Federal

INSS/AbrilTrabalhador assalariadoSalário de contribuição (R$) A líquota (%)

Até 1.106,90 8

de 1.106,91 até 1.844,83 9

de 1.844,84 até 3.689,66 11Obs: Percentuais incidentes de forma nãocumulativa (artigo 22 do regulamentoda Organização e do Custeio daSeguridade Social).

Trabalhador autônomoPara o contribuinte individual efacultativo, o valor da contribuição deveráser de 20% do salário-base, que poderávariar de R$ 545 a R$ 3.689,66

UfirAbrilR$ 1,0641Obs: foi extinta

Ufir/RJAbrilR$ 2,1352

Unif

Obs: A Unif foi extinta em 1996. CadaUnif vale 25,08 Ufir (também extinta).Para calcular o valor a ser pago,multiplique o número de Unifs por 25,08e depois pelo último valor da Ufir (R$1,0641). (1 Uferj = 44,2655 Ufir-RJ)

INFLAÇÃO

IPCA (IBGE)Índ ice Variações percentuais

(12/93=100) No mês No ano Últ . 12meses

O ut ub ro 3 14 9, 74 0 ,7 5% 4 ,3 8% 5 ,2 0%

N ov em br o 3 17 5, 88 0 ,8 3% 5 ,2 5% 5 ,6 3%D ezem br o 3 19 5, 89 0 ,6 3% 5 ,9 1% 5 ,9 1%

 Janeiro 3222,42 0,83% 0,83% 5,99%

Fev er ei ro 3 24 8, 20 0 ,8 0% 1 ,6 4% 6 ,0 1%

M ar ço 32 73, 86 0, 79 % 2, 44 % 6 ,30 %

IGP-M (FGV)Índ ice Variações percentuais

(08/94=100) No mês No ano Últ . 12meses

O ut ub ro 4 40 ,8 29 1 ,0 1% 8 ,9 8% 8 ,8 1%

Novembro 447 ,206 1 ,45% 10,56% 10,27%

Dezembro 450 ,301 0 ,69% 11,32% 11,32%

 Janeiro 453,875 0,79% 0,79% 11,50%

Fevereiro 458 ,397 1 ,00% 1 ,80% 11,30%

M ar ço 46 1, 24 9 0, 62 % 2, 43 % 1 0, 95 %

IGP-DI (FGV)Índ ice Variações percentuais

(08/94=100) No mês No ano Últ . 12meses

O ut ub ro 4 34 ,8 82 1 ,0 3% 9 ,1 6% 9 ,1 1%

Novembro 441 ,754 1 ,58% 10,88% 10,75%

Dezembro 443 ,427 0 ,38% 11,30% 11,30%

 Janeiro 447,764 0,98% 0,98% 11,27%Fevereiro 452 ,047 0 ,96% 1 ,94% 11,12%

M ar ço 45 4, 80 5 0, 61 % 2, 57 % 1 1, 09 %

CÂMBIO

DólarCompra R$ Venda R$

D ól ar c om er ci al ( ta xa Pt ax ) 1 ,5 64 6 1 ,5 65 4

Paralelo (São Paulo) 1,51 1,68

Diferença entre paralelo e comercial -3,48% 7,32%

Dóla r-tu ri smo esp . ( Banco do Brasi l) 1,48 1,62

D ól ar -t ur is mo e sp . ( Br ad es co ) 1 ,5 0 1 ,6 5

Obs: A cotação Ptax do dólar americanode dias anteriores pode ser consultada nosite do Banco Central, www.bc.gov.br.Clicar em “Economia e finanças” e,posteriormente, em “Séries temporais”.

Outras moedasCotações para venda ao público (em R$)

Euro 2,28737Franco suíço 1,78485Iene japonês 0,0191579L ibra est erl ina 2,57 453Peso argentino 0,38 3341Yuan chinês 0,239354Peso chileno 0,00337984Peso mexic ano 0,13 4977D ól ar c an ade ns e 1 ,6 41 71Fonte: Mercado

Obs: As cotações de outras moedas

estrangeiras podem ser consultadasnos sites www.xe.com/ucc ewww.oanda.com.br.

BOLSA DE VALORES: Informaçõessobre cotações diárias de ações eevolução dos índices Ibovespa e IVBX-2podem ser obtidas no site da Bolsa deValores de São Paulo (Bovespa),www.bovespa.com.br.CDB/CDI/TBF: As taxas de CDB e CDIpodem ser consultadas nos sites de Anbid

(www.anbid.com.br), Andima(www.andima.com.br) e Cetip(www.cetip.com.br). A Taxa BásicaFinanceira (TBF) está disponível no sitedo Banco Central (www.bc.gov.br). Épreciso clicar em “Sala de imprensa” e,posteriormente, em “Séries temporais”.FUNDOS DE INVESTIMENTO:Informações disponíveis no site daAssociação Nacional dos Bancos deInvestimento (Anbid), www.anbid.com.br.Clicar, no quadro “Rankings eestatísticas”, em “Fundos deinvestimento”.IDTR: Pode ser consultado no site daFederação Nacional das Empresas deSeguros Privados e de Capitalização(Fenaseg), www.fenaseg.org.br. Clicar nabarra “Serviços” e, posteriormente, emFAJ-TR. Selecionar o ano e o mêsdesejados.ÍNDICES DE PREÇOS: Outrosindicadores podem ser consultados nossites da Fundação Getulio Vargas (FGV,www.fgv.br), do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE,www.ibge.gov.br) e da Andima(www.andima.com.br).

Correção da PoupançaDia Índice23 /04 0, 61 07 %24 /04 0, 57 78 %25 /04 0, 55 49 %26 /04 0, 56 06 %27 /04 0, 58 39 %28 /04 0, 62 36 %29 /04 0, 53 71 %30 /04 0, 53 71 %01 /05 0, 53 71 %02 /05 0, 51 58 %03 /05 0, 54 83 %04 /05 0, 59 34 %05 /05 0, 56 26 %06 /05 0, 58 87 %07 /05 0, 58 28 %08 /05 0, 56 12 %09 /05 0, 53 65 %10 /05 0, 56 03 %11 /05 0, 60 36 %12 /05 0, 56 31 %

Dia Índice1 3/ 05 0, 577 1%1 4/ 05 0, 585 1%1 5/ 05 0, 568 1%1 6/ 05 0, 539 5%1 7/ 05 0, 563 5%1 8/ 05 0, 592 7%1 9/ 05 0, 569 3%2 0/ 05 0, 576 5%2 1/ 05 0, 589 0%2 2/ 05 0, 589 0%2 3/ 05 0, 589 0%2 4/ 05 0, 612 2%2 5/ 05 0, 649 1%

Obs: Segundo normado Banco Central,os rendimentos dos dias

29, 30 e 31correspondemao dia 1

o- do mês

subsequente.

Superávit fiscal do governo bate meta com folgaNo primeiro trimestre do ano, economia para pagar juros da dívida chega a R$ 25,5 bi. Mantega quebra protocolo

Eliane Oliveira e Martha Beck

● BRASÍLIA. Como reflexo da po-lítica contracionista adotada pe-la equipe econômica para com-

bater a inflação, o governo cen-tral (Tesouro Nacional, Previ-dência e Banco Central) regis-trou um superávitprimárioacu-mulado de R$ 25,5 bilhões nostrês primeirosmesesdeste ano,valor que supera, com um mêsde antecedência, a meta fixadapara o primeiro quadrimestre,de R$ 22,9 bilhões. Em março, aeconomia para o pagamento dejuros da dívida somou R$ 9,134bilhões, o segundo melhor re-sultado para o mês desde 2008,quando atingiu R$ 10,606 bi-lhões.Em março de 2010, houveum déficit de R$ 4,553 bilhões.

Satisfeito em relação à eco-nomia para o pagamento de ju-ros e, ao mesmo tempo, preo-cupado em demonstrar compro-metimento com a austeridadefiscal e a redução dos gastospúblicos, o ministro da Fazenda,Guido Mantega, quebrou ontemo protocolo e revelou os nú-meros momentos antes da di-vulgação oficial, feita pelo se-cretário do Tesouro, Arno Au-gustin. Segundo Mantega, até ofimde abril,o superávit primárioserá equivalente a quase 50% dameta estabelecida para todo oano de 2011, de R$ 81,8 bilhões.

Tesouro: política fiscal,agora, busca evitar inflação

— Estamos num processo deconsolidação fiscal, com rever-

são dos estímulos que foramdados à economia durante a cri-se mundial de 2008 e com umcortedeR$50bilhõesnosgastospúblicos para reconstituirmos asituação anterior a 2008 — disseo ministro na reunião do Con-selho de Desenvolvimento Eco-nômico e Social (CDES).

O secretário do Tesouro afir-mouqueocortedeR$50bilhõesno Orçamento, anunciado emfevereiro, foi sentido com ênfaseem março. Ele lembrou que, di-ferentemente do ano passado,quandoa economia precisava de

estímulos para crescer, a políticafiscal, agora, busca evitar pres-sões inflacionárias. Augustin en-fatizou que apenas as despesasdo Programa de Aceleração do

Crescimento (PAC), que subiram35%, serão mantidas.— Estamos reduzindo as des-

pesas em mais de 4%. O ladofiscalestá contribuindopara quenão haja pressões inflacionáriasdemasiadas. A economia, até2010, precisava de estímulos pa-ra retomar o crescimento. Agora,estamos fazendo um papel con-tracionista. O resultado fiscal es-tá dando a contribuição ade-quada ao crescimento susten-tável da economia e ajudando aconter as pressões inflacionárias— afirmou Augustin, garantindonãoser intenção dogoverno eco-nomizar acimada meta.— Nossaprogramação se compromete acumprir a meta cheia. Não hádefinição de fazermos excessode superávit.

No mês passado, o Tesourocontribuiu parao resultado comum superávitde R$ 12,3 bilhões.Já a Previdência e o Banco Cen-tral tiveram déficit de, respec-tivamente, R$ 3,1 bilhões e R$10,7 milhões. A receita total demarço foi de R$ 73,5 bilhões,enquanto as despesas somaramR$ 32,5 bilhões. No trimestre, aarrecadação totalizou R$231,390 bilhões e os gastos so-maram R$ 163,6 bilhões.

De acordo com o ministro daFazenda, o ajuste fiscal de 2011vai melhorar a qualidade dosgastos do governo, aumentando

investimentos e dando espaçopara que os juros caiam quandoa inflação estiver controlada.Mantega destacou que as des-pesas com pessoal registraramqueda de 4,4% entre janeiro emarço, em comparação com omesmo período de 2010.

— O Brasil tem um dos me-lhores desempenhos fiscais domundo.Foi por isso quetivemosuma elevação do nosso rating pela Fitch (agência de classifi-cação de risco) e, em breve,deveremos ter outras, por agên-cias como a Moody’s — disse.■

2,77%

ORETRATODASCONTASR$ sobre jan-mar/10

30,06 bilhões10,8 bilhões17,7 bilhões

Jan-mar/11231,3 bilhões

183 bilhões

25,9 bilhões

R$ sobre fev/106,5 bilhões6,2 bilhões6,8 bilhões

Março/1173,5 bilhões

63,9 bilhões

9,134 bilhões

DiscriminaçãoReceita total

Despesa total

Resultado primário

RESULTADO PRIMÁRIO DO GOVERNO CENTRAL EM REAIS (receitas menos despesas, excluindo gastos com juros)

EVOLUÇÃO DO RESULTADO PRIMÁRIO DO GOVERNO CENTRAL(nos últimos doze meses)

Fonte: Ministério da Fazenda.

MarFev JanDezNovOutSetAgo Jul JunMaiAbrMar

RESULTADO DO GOVERNOCENTRAL EM RELAÇÃO AO PIB(no período de janeiro a março)

TesouroNacional

PrevidênciaSocial

BancoCentral

GovernoCentral

2010 2011

2,69%

3,8%

-1,7%

-1,01%

-0,01%

-0,02%

0,97%

(em R$ bilhões)

-4,553

16,599

-0,505

0,668 0,7794,005

26,018

7,797

1,028

14,411

2,465

9,134

14,274

2010 2011

ICMS menor conteria guerra de estadosGoverno propõe corte gradual do imposto cobrado sobre importados

● BRASÍLIA. Para acelerar a mi-nirreforma tributária, que teráquatro pontos e foi antecipadapeloGLOBOnoiníciodeabril,ogoverno apresentou ontem noSenado uma nova proposta pa-ra desoneração gradual doICMS cobrado sobre produtos

importados. Esse é um dos mo-tivos da guerra fiscal entre osestados. A ideia inicial, de zerara tributação, foi substituída pe-la redução da alíquota por trêsanosaté o imposto chegara 2%,em 2014. As unidades da Fe-deração manifestaram aceitarapenas uma redução até 4%. Ogoverno também enviará aoCongresso, em maio, um pro-jeto para desonerar a folha depagamento das empresas.

O plano foi apresentado àComissão de Assuntos Econô-micos (CAE) pelo secretário-

executivo do Ministério da Fa-zenda, Nelson Barbosa. Hoje, aalíquota do ICMS sobre pro-dutos importados é de 12% ou7%,mas pelo menos 18 estados,como Santa Catarina e EspíritoSanto, reduzem a alíquota, ofe-recem financiamentos a juros

baixos para pagamento do im-posto ou postergam seu reco-lhimento para atrair empresas.

Além de prejudicar a arre-cadação dos estados nos quaisas companhias importadorastêmsedes, a estratégiaincentivaa compra de produtos no ex-terior em um momento no qualaindústrianacionaljásofrecomoutras deficiências, cambiais ede infraestrutura. Um produtochinês, segundo estudo recenteda Federação das Indústrias deSão Paulo (Fiesp), chega a ficar10%maisbaratosóporcontado

ICMS menor, sem considerar oincentivo da valorização do realfrente ao dólar.

Pela proposta oficial do go-verno, para solucionar o impas-se, uma transição seria criada.As alíquotas de ICMS de 12%cairiam a 8% no ano que vem, e

as de 7%, a 4%. Em 2013, oprimeiro grupo de estados aspassariapara4%(osdosegundoficariam estáveis) e, em 2014,todos alinhariam a cobrançaem2%.Uma alíquotaúnicade ICMS,de 2%, poderia ser estabelecidatambém para as demais ope-rações interestaduais, em 2016.

— A guerra fiscal gera umefeito nocivo ao Brasil como umtodoe diminuia competitividadeda indústria nacional. É impres-cindível que a gente comece aeliminar os incentivos fiscais àsimportações — disse Barbosa.■ .

 Fundo do

 Brasil perde R$ 1,5 bi● A resistência da equipeeconômica em aceitarum reajuste do preço dagasolina provocou estemês uma perda de R$ 1,5bilhão no patrimônio lí-quido do Fundo Sobera-no do Brasil (FSB), quetem como principal in-vestimento as ações daPetrobras. Segundo da-dos da Comissão de Va-lores Mobiliários (CVM),a rentabilidade do fundoestá negativa em 7,72%em abril até o dia 25.

O FSB tem 57% de seupatrimônio aplicados emações ordinárias (ON, co-mo voto) da Petrobras eoutros 23% em papéis pre-ferenciais (PN, sem voto)dacompanhia.AsaçõesdaPetrobras registraram, po-rém, quedas de 10,02% e8,17%, respectivamente,este mês até o dia 25.

O tombo dos papéisestá relacionado à pres-são do governo para quea Petrobras mantenha ospreços dos combustíveismesmo que seus custostenham subido com a al-ta do petróleo no mer-

cado internacional.O patrimôniodo FSBen-colheu,assim,deR$19,717bilhões no último dia útilde março para R$ 18,194bilhões no dado mais re-cente. Criado para evitarque o país sofra choquesexternos, o fundo tem ain-da aplicações no Banco doBrasil (9% do patrimônio)e em títulos do governo(11% restantes). (  BrunoVillas Bôas, com agênciasinternacionais )

Brasil é o mais empreendedor do G-20Pesquisa do Sebrae mostra melhor resultado em 11 anos, à frente dos EUA

Ronaldo D’Ercole e Paulo Justus

● SÃO PAULO. Com mais de 21milhões de pessoas tocando ne-gócios próprios, o Brasil regis-trou em 2010 a maior taxa deempreendedorismo entre os paí-ses do G-20 (grupo que reúne as20 maiores economias do mun-do), revela a “Pesquisa GlobalEnterpreneurship Monitor”, aGEM 2010, divulgada ontem peloSebrae. O país teve seu melhorresultado em 11 anos, alcançan-

do Taxa de Empreendedores emEstágio Inicial (TEA, que incluinegócios recém-criados ou jáfuncionando há menos de trêsanos e meio) de 17,5% da po-pulaçãoadulta— índicesuperiorao obtido por China (14,4%), Ar-

gentina (14,2%), Austrália (7,8%)e Estados Unidos (7,6%).

A GEM 2010 revela que iniciarum investimento aqui deman-dava um investimento relativa-mente baixo: 18% disseram tergastado menos de R$ 2 mil paracomeçaronegócio,enquantopa-ra 23,1% o investimento inicialficou entre R$ 10 mil e R$ 30 mil.A maioria usou recursos pró-prios (36%) ou pediu ajuda àfamília (70,5%). A razão, disse-ram, é que o acesso ao crédito

bancário aqui, além de difícil de-vido às exigências, é muito caro.

— Como o nível de inves-timento é baixo, ele vai buscarnas próprias economias ou nafamília. Isso acontece tambémem mercados como os EUA e a

Europa. Depois que o negócio seestabelece, vai ao mercado fi-nanceiro — diz o presidente doSebrae, Luiz Barretto.

O estudo mostrou que o em-preendedorismonopaístambémcresce qualitativamente. Houveum aumento no número de no-vos negócios motivados poroportunidadesde mercado: paracada 2,1 empreendimentos aber-tosporoportunidade, um foipornecessidade — em 2009, essarelação erade 1,6. O resultadode

2010 colocou o Brasil em linhacom a média dos 60 países pes-quisados: de 2,2 por um.

Nem a crise econômica mun-dial afastou Cristina Sakaue dadeterminação de ter seu pró-prio negócio. Ela decidiu abrir

sua loja de roupas em novem-bro de 2008, quando a eco-nomia começou a desacelerar.

— Convenci meu marido avender nosso apartamento paraque pudéssemos investir na re-forma da loja. Era um imóvelconquistado com sacrifício.

Cristina aplicou R$ 30 mil nareforma da loja de 45m2 nobairrodoIpiranga,emSãoPau-lo. Para reduzir os gastos, as-sumiu o desenho da decora-ção e até das sacolas.

Compoucomaisde dois anos,a Cris Sakaue Personal Stylisttriplicou o quadro de funcioná-riaseofaturamento.Hoje,adonatem mais que o suficiente paracomprar outro apartamento,mas prefere reinvestir na loja.■CRISTINA SAKAUE vendeu um apartamento para abrir uma loja de roupas

Editoria de Arte

7/16/2019 O Globo 270411

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ECONOMIA ● 27Quarta-feira, 27 de abril de 2011 • 2ª edição O GLOBO

GastodeturistasbrasileirosnoexteriorérecordeConta de viagens tem rombo de US$ 1 bi em março, uma alta de 87% sobre 2010. Déficit externo atinge US$ 5,6 bi

Dólar cai a R$ 1,564, mínima do anoMantega diz que, sem medidas do governo, moeda já estaria abaixo de R$ 1,40

MAIS ECONOMIA HOJE NA INTERNET:oglobo.com.br/economia

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O GLOBO

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IMPOSTO DE RENDA: Site especial traz todas as

informações sobre como fazer a declaração 2011

na reta final da entrega

TEMPO REAL: Acompanhe as oscilações do mercado

financeiro na página de Indicadores da Economia

Sem peças doJapão, Honda vaiparar produçãoFábrica paulista deixaráde montar 6 mil carrosentre maio e junho

Wagner Gomes

● SÃO PAULO. Depois da Toyota,foi a vez de a Honda anunciaruma suspensão na produção deveículos,em SãoPaulo, porcon-

ta de problemas com o forne-cimento de peças feitas no Ja-pão.Agendadainicialmenteparajulho, a paralisação foi anteci-pada para o período de 23 demaio a 3 de junho. Na MotoHonda da Amazônia, em Ma-naus, a produção será mantidaem ritmo normal.

A Honda informou que 6 milcarros deixarão de ser monta-dos. A fábrica de Sumaré, nointerior paulista,produzo HondaFit, o New Fit e o New Civic.Segundo a empresa, com a pa-ralisação da fábrica no Japão, háescassez de componentes ele-trônicos para uma série de sis-temas, como transmissão e a

injeção eletrônica.Essa será a primeira parali-sação por problemas com for-necimento de peças da matrizdesde que a montadora se ins-talou no país, em 2007. A Hondacostumafazerumaparadanofimde cada ano. No Japão, as uni-dades da Honda Motor Co. en-frentam problemas desde 14 demarço, por causa do terremotoque devastou parte do país.

A Toyota foi a primeira marcajaponesa a anunciar uma paradana produção por falta de peças.As atividades foram paralisadasna última segunda-feira na fá-brica de Indaiatuba, também nointerior de São Paulo. Uma novaparalisação ocorrerá nosdias 6 e20demaio. Aotodo,909veículosdeixarão de ser produzidos.■

Obras do Porto do Açu,de Eike, são retomadasApós protestos, projeto volta a operar no turnonoturno. Produtores rurais negociam acordo

Dinheiro de fundos de pensão devesalvar a Gradiente, parada há 2 anosDívida da empresa chega a R$ 395 milhões. Meta é ter 3% do mercado

Paulo Justus

● SÃO PAULO.A Gradienteanun-ciou ontem a conclusão dareestruturação de sua dívida eo plano de volta da marca nomercado, contando com a in-jeção de dinheiro dos fundosde pensão estatais. Segundo a

IBG, empresa detentora damarca Gradiente, a dívida deR$ 395 milhões será quitadaem nove anos, a partir dosrecursos obtidos com o ar-rendamento da marca e alu-guel de imóveis.

Para viabilizar o aluguel damarca, a Companhia Brasileirade Tecnologia Digital (CBTD),uma das empresas abertas noprocesso de reestruturação dadívida da IBG, vai receber uminvestimento de R$ 68 mi-lhões. Esse total será divididoigualmente por quatro inves-tidores: a empresa de equi-pamentos eletrônicos Jabil, osfundos de pensão da Caixa

(Funcef) e da Petrobras (Pe-tros) e a Agência de Fomentodo Estado do Amazonas (li-gado ao governo estadual).

Perguntado sobre o aportedos fundos, o presidente in-terino da CBTD, Eugênio StaubFilho,disseque os novos sóciosteriam interesses complemen-tares. A americana Jabil, queconcorre com a Foxconn nomercado internacional, tem aintenção de estar mais próximado consumidor, enquanto aagênciadefomentoestariamaisinteressada em promover o de-senvolvimento regional. Já osfundos, segundo ele, entramco-mo investidores que veem oretorno financeiro do negócio.

— A CBTD tinha sido criadano início do processo de re-

estruturação, no final de 2008,mas nunca tinha sido usada.

Staub Filho, diz que nem elenem seu pai, Eugênio Staub —aliado de primeira hora do en-tão presidente Lula —, par-ticiparão diretamente na ges-

tão da nova companhia. Am-bosfarãopartedoconselhodeacionistas, que vai contar tam-bém com mais dois represen-tantes dos novos investidorese um conselheiro independen-te que será indicado pelos no-vos acionistas.

A nova companhia deve em-pregar inicialmente 350 pessoasnuma fábrica arrendada da IBG.O início das operações está pre-visto para ocorrer no último tri-mestre do ano. A expectativa éque, em 2012, a empresa fatureR$ 380 milhões.

— Apesarde o mercado apre-sentar uma competição exacer-bada, temos convicção de queexisteespaço parauma empresacom a marca Gradiente, mascom uma atuação diferente. Não

éoobjetivodaCBTDserlíder—afirmou Staub Filho.

A empresa espera ter par-ticipaçãode mercado entre1% e3%, com uma carteira mais en-xuta, que deve ter de 10 a 15eletroeletrônicos, ainda a serem

especificados. SegundoStaub Fi-lho, os produtos serão monta-dos no Brasil e terão compo-nentes vindos das fábricas daJabil na Ásia e de outros for-necedores asiáticos.

Mesmo com o crescimentoprojetado, a CBTD fica longe dofaturamento de R$ 2 bilhões quea Gradienteteve em 2006, épocaem que detinha uma média de20% do mercado brasileiro. Des-de que entrou em recuperaçãoextrajudicial para pagar os R$395 milhões em dívidas e R$ 70milhõesem tributosatrasados,aempresa praticamente encerrousuas atividades. Em 2007 e 2008,as fábricas ainda operaram. Nosúltimos dois anos, a receita daempresa veioprincipalmente doaluguel de imóveis e fábricas.■

Arquivo/13-9-2007

EUGÊNIO STAUB: empresa já teve 20% do mercado de eletroeletrônicos

Aloysio Balbi

● CAMPOS. As obras do Porto doAçu — da empresa de logísticadoempresário Eike Batista, a LLX— em São João da Barra, noNorte Fluminense, ficaram pa-

radas ontem pelo segundo diaconsecutivo. Mas, à noite,as bar-ricadas que obstruíam as quatrovias de acesso ao porto foramremovidas e, segundo a LLX, osfuncionários do turno noturnoiniciaram a jornada normalmen-te. Produtores rurais da regiãohaviam interditado as estradasem protesto contra a desapro-priação de áreas que serão usa-dos para o distrito industrial.

Ontem, foi realizada uma reu-nião entre governo estadual eprodutores rurais. Uma ata foiassinada por Conceição Ribeiro,presidente da Companhia de De-senvolvimento Industrial do Es-tado do Rio de Janeiro (Codin),

que responde pela desapropria-ção, e Rodrigo Gomes, vice-pre-

sidente da Associação dos Pro-dutores Rurais e Imóveis de SãoJoão da Barra (Asprim). Mas apalavra final sobre a continua-ção ou fim dos piquetes só seriadada em assembleia marcadapara as 22h de ontem.

Segundo Gomes, a Codin serecusavaasuspenderoprocessode desapropriação daspequenaspropriedades. Mas ele disse quehouve avanços nas negociações.Segundo a ata, foram feitos ajus-tes nos critérios de desapropria-ção. O governo estadual se com-prometeu a pagar uma espéciede bolsa agrícola a cada pro-prietário rural, com base no fa-turamento mensal de sua pro-priedade, até que a indenizaçãoseja definida e paga. Falta agoraavaliaro faturamentomensal dascerca de 1.500 pequenas pro-priedades rurais. Ficou acertadoquea Codinvaiinstalarum postoavançado na localidade, estabe-

lecendoumcanalpermanentedenegociação. ■

Geralda Doca

● BRASÍLIA. Impulsionados pelodólar barato, os gastos dos tu-ristas brasileiros no exterior ba-

teram recorde em março e le-varam a conta de viagens in-ternacionais a virar o mês comdéficit de US$1,020bilhão— altade87% nacomparação comigualperíodo de 2010. Enquanto osbrasileiros deixaram lá fora US$1,650 bilhão, os turistas estran-geirosgastaram US$630milhõesaqui. No primeiro trimestre, oresultado negativo somou US$2,927 bilhões, o maior da históriapara os primeirostrês meses.Osdados parciais de abril tambémapontam para saldo negativo deUS$ 1,001 bilhão até o dia 26. A série histórica do Banco Central(BC), que divulgou os dados,começa em 1947.

O crescimento das despesascom viagens fora do país ajudoua pressionar o desempenho dastransaçõescorrentes(operaçõesde troca de bens e serviços dopaís com o resto do mundo) nomês passado, que ficaram novermelho em US$ 5,676 bilhões,atingindo US$ 14,631 bilhões en-tre janeiro e março e US$ 50,047bilhões nos últimos 12 meses.Foram os piores resultados paratais períodos em 64 anos.

O pagamento do aluguel deequipamentos no exterior tam-bém contribuiu para o compor-tamento das contas externas,tendo registrado déficit de US$1,259 bilhão em março — pra-ticamenterepetindoo recordede

igual mês de 2010 e alcançandoresultado negativo de US$ 3,619bilhões no primeiro trimestre.

— Há ampliação do déficit emconta corrente porque o paísestá crescendo e, com isso, pre-cisa importar bens de capital,bens intermediários, de consu-mo e (exibe) uma demandamaior no volume de serviços —disse o chefe do DepartamentoEconômico do BC, Túlio Maciel.

O desempenho das contas ex-ternas, segundo ele, não preo-cupa porque o país tem atraídocada vez mais investimentos es-trangeiros no setor produtivoque cobrem com folga o déficitde transações correntes. Em

março, o chamado investimentoestrangeiro direto (IED) atingiuR$ 6,791 bilhões, o melhor re-sultado para o mês, somandoUS$ 17,473 bilhões no primeiro

trimestre — também recorde.Medidas do governo não

têm surtido efeito

A despeito do efeito positivodo ingresso de capital externopara o equilíbrio do balanço depagamentos, formado pelas con-tas corrente e de investimentos,o presidente da Sociedade Bra-sileira de Estudos de EmpresasTransnacionais (Sobeet), LuisAfonso Lima, chama a atençãoparao crescentedéficitcorrente,quecaminhapara 3%do ProdutoInterno Bruto (PIB) este ano. Se-gundo ele, esse comportamentonãoé sustentável no longo prazoe acabará por incomodar os in-vestidores estrangeiros.

— As medidas tomadas pelogoverno brasileiro, como taxa-çãodoIOF,nãotêmsurtidoefeitono câmbio. Então, está na horade agir, pensando no longo pra-zo. O Estado pode melhorar acompetitividade dos produtosnacionais,enfrentandoa questãotributária, trabalhista e os gar-galos na infraestrutura — disse.

Devido ao crescente ingressodo capital externo, subiram asremessas de lucros e dividendosem março, com déficit de US$3,716 bilhões, o mais alto desdemarço de 2008 e somando noprimeiro trimestre resultado ne-gativo de US$ 8,398 bilhões.

— Isso reflete o ingresso

expressivo de investimentosestrangeiros nos últimos anos,uma conjuntura favorável daeconomia brasileira, com ascompanhias enviando lucrospara as matrizes no exterior —explicou Maciel.

Até o dia 26deste mês,a contade investimentos estrangeirosestavapositiva em US$4 bilhões,devendofecharomêsemUS$4,3bilhões. Os dados apresentadosontem pelo BC mostram aindaque a dívida externa total subiuUS$ 22,4 bilhões entre dezembroe março, sendo que US$ 18,9bilhões do total foram recursoscaptados porbancoslá fora paraexpandir o crédito no país. ■

Bruno Villas Bôas e Martha Beck

● RIO e BRASÍLIA. Pressionado

pelas expectativas de que osjuros permaneçam baixos nosEstados Unidos, o dólar co-mercial recuou 0,57%,cotado aR$ 1,564. É a menor cotaçãodesde 4 de agosto de 2008. OBanco Central (BC) voltou arealizar dois leilões de comprada divisa no mercado à vista,na tentativa de conter a des-valorização, mas o dólar se-guiuemsuatendênciamundialde enfraquecimento.

Segundo analistas, a moedaamericana continuará se des-valorizando em função do di-ferencial dos juros entre Brasile o restante do mundo, in-dependentemente das medi-

das do governo brasileiro.— Enquanto o governo ame-

ricano continuar com essa po-

lítica de injetar dinheiro naeconomia, vamos ter muita li-quidez e investidores ávidospor elevados retornos — disseReginaldo Galhardo, da Tre-viso Corretora.

OFederalReserve(Fed,ban-cocentralamericano)sereúnehoje para decidir os juros nosEUA. O mercado acredita namanutenção da taxa próximade zero ao ano.

A Bolsa de Valores de SãoPaulo (Bovespa) avançou0,26%, aos 67.144 pontos peloIbovespa, principal índice domercado, com um giro finan-ceiro de R$ 5,26 bilhões. Ossetores de construção e ban-

cário ficaram entre os desta-ques de alta do pregão. Asações MRV ON (ordinárias,

com voto) avançaram 2,92% (aR$14,10)eospapéisONdoBBganharam 1,38% (a R$ 29,40).

Com dólar mais baixo,indústria ‘iria para o beleléu’

Ontem, o ministro da Fazen-da, Guido Mantega, defendeuas ações do governo para con-ter o derretimentodo dólar. Eledisse que a cotação estariaabaixo de R$ 1,40 sem as ini-ciativas. O número é diferente,no entanto, do que foi dadopelo próprio ministro há al-gumas semanas ao anunciar oaumento do Imposto sobreOperações Financeiras (IOF).Na ocasião, o dólar estava co-

tado a R$ 1,60 e Mantega afir-mouque a moeda já teria caídopara R$ 1,50 sem a ação do

governo. No dia seguinte, amoeda voltou a despencar.— As medidas que tomamos

atenuaram esse tsunami de ca-pital externo — disse Mantegaao discursar na primeirareuniãodo Conselho de Desenvolvimen-toEconômicoeSocial(CDES)dogoverno Dilma Rousseff.

O ministro rebateu os ar-gumentos de analistas que de-fendem que o governo sim-plesmente deixe o real se va-lorizar e aguarde um ajustenatural da moeda no futuro:

— Se pensássemos assim, odólar já estaria em R$ 1,40 e aprodução industrial brasileirairia para o beleléu. ■

Marco Antonio Teixeira/13-3-2011

PORTO DO Rio: gasto de turistas no exterior é impulsionado pelo dólar barato. Saldo negativo até 26 de abril já era de US$ 1,001 bilhão

7/16/2019 O Globo 270411

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28 ● ECONOMIA Quarta-feira, 27 de abril de 2011O GLOBO.

NEGÓCIOS&ciaMaria Fernanda Delmas (interina)

A ALTA BOOKS já investiu US$ 1,5 milhão na série americana “Para

leigos” (“For dummies”), vendendo cem mil livros no Brasil em 2 anos. Fez

um blog e prevê 40 lançamentos em 2011, inclusive “Pôquer para leigos”.

Cidade histórica 1● Será assinado hoje umprojeto de parceria público-privada (PPP) para levarsaneamento a Paraty. Uma

empresa, a ser escolhida porlicitação, bancará as obras àvista, e receberá parte dovalor em prestações. Em dezanos, o governo do Riopagará o equivalente a R$ 35milhões, e a prefeitura deParaty, valor semelhante.

Cidade histórica 2● Esses R$ 70 milhões sãopara a estação de tratamentoe troncos coletores. A empresa terá de entrar comR$ 30 milhões para ligaçõesdomiciliares e hidrômetros,além de bancar operação emanutenção. Mas ficará com areceita do serviço. O modelo

vai possibilitar uma tarifa maisbarata, diz o secretário doAmbiente, Carlos Minc.

Emissões● A lei que SP aprovou parareduzir emissões de CO2 em20% até 2020 tem muitosdesafios. Com a enxurrada deveículos, a briga por ora épara conseguir umcrescimento menor dasemissões. Só em 2014 ou 2015daria para reduzir o volume,diz o secretário paulista deEnergia, José Aníbal.

Matriz● Há um mês, SP criou o

Conselho Estadual dePolítica Energética. Faráações como um alcoolduto,ampliação da capacidade dahidrovia do Tietê e ativaçãode trechos de ferrovias. “A matriz energética de SP éreferência de modelo limpo,mas a matriz de transportesainda é suja”, afirma Aníbal.

 Acordo

● Um acordo vai permitir queo Boulevard ShoppingCampos seja aberto aopúblico sem problemas,

sexta-feira. O MinistérioPúblico Federal, com base emrelatório da Polícia RodoviáriaFederal, encrencou com oshopping, às margens da BR-101. A Miller Advocacia eConsultoria assinou umTermo de Ajustamento deConduta, acertando uma obrapara que o fluxo deconsumidores não colida como movimento de carros noperímetro urbano da rodovia.

Novos escritórios● A Gafisa lança até junho umprojeto comercial na Barra daTijuca. Ficará no encontrodas avenidas das Américas eSalvador Allende. Serão 700unidades, entre lojas, áreas esalas corporativas, num totalde 20 mil metros quadrados.A previsão de vendas é de R$300 milhões.

Parceria

● O 1 o- resultado da parceria

entre a Cury Construtora ea João Fortes Engenharia éum empreendimentoresidencial na Zona Nortedo Rio, com vendasprevistas de R$ 136 milhões.

Inteligência● A agência Agnelo Pachecocriou um núcleo deinteligência para o setorimobiliário, com 18 pessoas.Já trabalha em trêslançamentos. O publicitárioAgnelo Pacheco provoca: paraele, está tudo muito igual napublicidade de imóveis. Onúcleo ainda fará pesquisas.

Mudança cinematográfica● O Grupo Severiano Ribeiro vai usar amarca Kinoplex, de tecnologia de última

geração, como a única em suas salas deexibição. E subirá ao segundo lugar noranking de exibidoras no país, atrás doCinemark, multinacional com sede nosEUA.A Kinoplexpassaa levar a assinatura“A nova geração Severiano Ribeiro” e,considerando dados de 2010, totaliza R$200,1milhõesemrenda.Ascifrasrobustasincluem os resultados ainda dos cinemasque o grupo mantém em parceria com aUCI.São 50 salas nessa joint-venture, entreUCI Ribeiro e UCI Kinoplex, todas nopadrão multiplex. Todo o conjunto do

grupo beira os 16% em participação demercado por renda no segmento de exi-bição nacional e 15,3% por público. Osdados são do site Filme B.

Os 86 cinemas com a marca SeverianoRibeiro serão reformados e modernizadospara se adequarem à arquitetura e à tec-nologia Kinoplex até 2017, quando a em-

presa vai comemorar seu centenário defundação. Outra meta para esses seis pró-

ximos anos é a abertura de mais 300 salasno Brasil, afirma Patrícia Cotta, gerente demarketing e programação. O investimentototal chegará a R$ 450 milhões, contandoreformas e inaugurações.No Rio,principalpraça do Severiano Ribeiro, o processo detransformação das salas em Kinoplex estáavançado, conta ela. Há locais, continuaPatrícia, em que será preciso fechar ocinema Severiano Ribeiro e reconstruí-lodo zero como Kinoplex. “Às vezes, até oespaço físico precisa mudar, caso do Rio-Sul e do Maceió Shopping”, diz.

Severiano Ribeiro adota marca

Kinoplex para todas as salas eserá 2o- maior exibidor no país

Bolsas para as mães

      D      i     v     u      l     g     a     ç      ã     o

O SHOPPING LEBLON está investindo R$ 600 mil em campanha para o

Dia das Mães, com produção de Ana Laet. A promoção pela data começa

amanhã. Valerá bolsas da Zibba. Os anúncios circulam a partir do dia 1o-.

Astros em série

      R     e     p     r     o      d     u     ç      ã     o

O UNIVERSAL CHANNEL ganha nova identidade visual na 2a-. A

campanha “Emoções em séries”, da Script, aposta no magnetismo de

personagens como Dr. House (Hugh Laurie), para apresentar a mudança.

Rio Grande do Sul quer gestão eficiente● O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, passa o dia dehoje na Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio. Vai debater com acúpulada instituição o plano de modernização dagestãopúblicae aestratégia de desenvolvimento local. Um convênio assinado há trêssemanasseloua parceriacoma FGV, quecomeçarápelodesenhodomapa estratégico do estado e de suas secretarias, que terão metas.A ideiaé monitorarseu cumprimento pormeiode sistemaintegrado,que levará em conta indicadores como execução do orçamento e

satisfaçãosocial.O acompanhamento de dadosserá prioridadeparaa secretaria de Planejamento e Gestão. “Tudo será automatizado.Alémda avaliaçãointerna,a FGVfarápesquisaspara sabera opiniãoda sociedade sobre ações em curso”, diz o professor Marco AurelioRuediger, responsávelpelo projeto.Tambémem pautaestá a criaçãode um Gabinete Digital, para fortalecer o diálogo entre governo esociedade civil. O plano é adotar o Orçamento Participativo Digital,como na Alemanha. É possível que comece ainda este ano.

Usiminas avalia investir em unidade

de beneficiamento de minério no RioEmpresa também estuda construir terminal portuário em área da antiga Ingá

Danielle Nogueira

● O presidente da Usiminas, Wil-son Brumer, afirmou ontem queavalia investir em uma peloti-zadora — processo siderúrgicoanterior ao alto-forno, — emItaguaí (RJ), na área onde fun-cionava a antiga fábrica IngáMercantil. A companhia com-prou o terreno em 2008 e, nomomento, analisa os projetosque serão implementados no lo-cal. Além da unidade de pe-

lotização,estáem estudoa cons-trução de um terminalportuárioparaescoamentode seuminériode ferro produzido em MinasGerais.Brumernão deudetalhessobre valores de investimento.

— É quase natural que esseminério seja pelotizado. Certa-mente uma área de 850 mil me-tros quadrados (equivalente acem campos de futebol do Ma-racanã) nãoé só para armazenarmontanhas de minério — disseBrumer em evento no Rio.

Cabral: ‘Quero que a Usiminas vire Usicarioca’

A Usiminas comprou a áreaem 2008 por cerca de R$ 72

milhões emumleilãopúblico.Nocontrato, a empresa se compro-meteu a recuperar a região, con-siderada até hoje um dos gran-des passivos ambientais do es-tado. Lá se encontram 2 milhõesde toneladas de rejeitos, incluin-do elementos tóxicos como cád-mio, chumbo e zinco, uma he-rança da massa falida da Ingá.

Em maio, a siderúrgica iniciaarecuperação ambiental do ter-reno, com investimento de R$ 92milhões em 18 meses. No de-correr desse tempo, a empresavai avaliar as possibilidade deprojetos na região. O terminalportuáriopara exportaçãode mi-nério poderiaser usado tambémpor pequenos produtores de Mi-nas Gerais que não conseguemescoar sua produção para o ex-

terior. Hoje, a Usiminas tem aopção de escoar seu minériopelo Porto do Sudeste, por meiode acordo firmado ano passadocom MMX e LLX, empresas dogrupo de Eike Batista.

A construção de uma side-rúrgica na região, como gos-taria o governador Sérgio Ca-bral, está descartada, segundo

Márcia Foletto/14-9-2007

MONTANHA DE

rejeitos da

antiga Ingá

Mercantil, em

Itaguaí:

Usiminas

começa a

recuperar

terreno em maio

.

 Acionistas vão deter avanço da CSN É preciso ter 15% das ações para garantir cadeira no Conselho da Usiminas

● A estratégia da CSN de avançar sobre aUsiminas vai esbarrar na aposta de longoprazo dosacionistas queestãohojeno bloco

de controle da siderúrgica, indicou o pre-sidente da Usiminas, Wilson Brumer.— Acho natural que outros possíveis in-

teressados no setor olhem oportunidades. Ago-ra, entre isso e alcançar os objetivos tem “n”coisasque precisam serolhadas,e osacionistasque controlam a empresa renovaram o acordoaté 2031. É uma demonstração clara de que sãoinvestidoresdelongoprazoquequeremesperaresse melhor momento (da Usiminas).

O bloco de controle da Usiminas é formadoporNipponSteel, Votorantim,Camargo CorrêaeCaixa dos Empregados da Usiminas. A CSN já

tem 10% das ações com direito a voto (ON) dasiderúrgica. Pela Lei das S.A, ela precisa de 15%das ações votantes ou 10% das preferenciaispara garantir uma cadeira no Conselho.

— Se ela vai ter ou não condição decolocar um membro no Conselho, isso é aassembleia de acionistas que vai decidir (...)Na nossa visão, ela não tem (direito).

A açãoON daUsiminascaiu2,07%, a R$27,50,na Bovespa. E a PNA, 0,29% a R$ 17,40. (D.N)

Brumer.Aomenosporenquan-to, pois há uma sobreoferta deaço no mundo de cerca de 600milhões de toneladas.

— Nossa preocupação é ge-rar valor agregado. Quero quea Usiminas vire também Usi-carioca — brincou Cabral,também presente no evento.

A iniciativa da Usiminasvai se

somar a outros empreendimen-tos em andamento em Itaguaí eredondezas, como a construçãode uma base para o pré-sal,projeto que vem sendo tocadopor Petrobras, CSN e Gerdau. Ototal de projetos somam maisdeUS$10 bilhõesaté 2014, segundoa Secretaria deDesenvolvimentoEconômico do Estado do Rio. ■

Ambev promete cervejaque não dá inchaçoSkol 360 terá ‘homem baiacu’

Divulgação

Bruno Rosa

● A AmBev está investindomais de R$ 20 milhões emseumaior lançamento desdeque foi criada, há mais dedez anos. Trata-se da Skol360, uma nova cerveja queserá lançada em maio emtodo o país, cujo principalapelo é a fórmula que pro-mete acabarcom a sensaçãode “inchaço” para quem be-be junto com refeições. Orótulo fará parte da família

Skol, marca mais consumidado país, com 33% de par-ticipação. O catálogo damaior companhia do setorno país vai ganhar ainda no-vo reforço, com a chegada,no segundo semestre desteano, da Budweiser, que élíder nos EUA, e foi incor-porada após a compra daAnheuser-Busch pela InBev,dona da AmBev, em 2008.

Para desenvolver a Skol360 foram necessários trêsanos de pesquisa, conta Pe-dro de Sá Earp, diretor deMarketing de Skol. Para criarum líquido que não “estufa”quemconsomeo produto, foi

preciso criar um novo pro-cesso de fermentação, comciclos rápidos de baixa fer-mentação. O produto foi ain-da o primeiro a ser desen-volvido em conjunto porequipes do Brasil e da Bél-gica, onde está a sede daInBev. A ideia da cerveja sur-giu após pesquisas teremconstatado queessa eraumadas principais reclamaçõesdos consumidores:

— Foram mais de 30 pro-tótipos desenvolvidos e qua-tro mil consumidores ouvi-dosem pesquisas. O produtoterá o mesmo preço da Skol.Estamos olhando o potencialdo mercado, os concorrentes— disse Earp, lembrando que

a marca teráainda novidadesem embalagens.

Após teste piloto no Cen-tro-Oeste em 2010, a Skol 360alcançou 15% de participa-ção nas vendas dos super-mercados. Para ter bons ín-dices, a empresa aposta empublicidade.Serãotrêsfilmesna primeira fase e um novopersonagem, o homem baia-cu, que, ao comer e beber,incha até voar sozinho.

A CERVEJA criada no Brasile na Bélgica: investimentosde R$ 20 milhões

7/16/2019 O Globo 270411

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ECONOMIA ● 29Quarta-feira, 27 de abril de 2011 O GLOBO

L IVRE MERCADO

O HOTEL URBANO, site de compras coletivas de hotelaria, agora vende

também por telefone. O serviço é mantido pelo lucro com o tíquete médio

superior ao do mercado, diz o site. A previsão é elevar em 30% a receita.

• COM A coleção do Dia dasMães, a Natan espera vendas20% maiores que nos mesesfora da data.

• O LIVRO “Viver a vida”, deJorge Félix, sobre asconsequências econômicas esociais do envelhecimento dapopulação, será lançado 2 a

- naTravessa de Ipanema.

• ROMEU DOMINGUES é o novopresidente do Conselho deAdministração da Dasa, demedicina diagnóstica.

• A BRADESCO Saúde dará kits àscrianças do plano Concierge, em queo público infantil representa 10%.

• FLÁVIA OLIVEIRA voltaamanhã. Obrigada pela leitura.

E-mail: [email protected] 

COM GLAUCE CAVALCANTI E MARIANA DURÃO

Seguro em alta● A Mongeral Aegon fechou o1o- trimestre com receita de

prêmios de R$ 105 milhões,alta de 19% sobre o mesmoperíodo de 2010. Os ativos dacompanhia cresceram 17%,somando R$ 385,8 milhões. A seguradora lançou a PrivateSolutions, sua 1a

- linha paraalta renda no país. Em 2011espera vender 30% mais.

 Apito inicial● Fora de campo no futebol, ojogador Petkovic assumiu aCâmara de Comércio Brasil-Sérvia, em cerimônia naAssociação Comercial do Rio.Para Pet, o Brasil pode ajudarseu país a desenvolver fontesde energia sustentável. Comacordo de livre comércio comRússia e Ucrânia, a Sérvia éporta para o Leste Europeu.

Um naco dos seguros● Com um investimento inicialde R$ 125 milhões, o Grupo

Austral, criado no fim de 2010pela Vinci Partners — de ex-sócios do Banco Pactual —,tem planos agressivos em se-guros e resseguros. A AustralSeguradora quer ter, até o fimdeste ano, 5% a 10% dos mer-cados de seguro-garantia e se-guro de riscos de engenharia,apostandonoavançodasobrasdeinfraestrutura.O primeirodágarantias de desempenho dasempresas que executam umaobra e protege contra quebrade companhias e não cumpri-

mento deprazos. Mas tem sidocada vez mais usado como ins-

trumento financeiro, por exem-ploemdiscussõestributárias.Éum segmento que cresceu 39%em cinco anos.A áreade riscosde engenharia (danos que pos-sam ocorrer em uma obra, co-mo os tumultos na hidrelétricade Jirau) cresceu 15%. Os doismercados tendem a avançar50% até 2016.

Na Austral Re, o objetivo éter 10% do mercado de res-segurosem cinco a sete anos.O grupo acredita muito emresseguro rural.

DIGITAL & MÍDIA 

SEGUNDA-FEIRAGarimpo Digital

QUARTA-FEIRAMobilidade

QUINTA-FEIRARedes Sociais

SEXTA-FEIRAColunista Convidado

TERÇA-FEIRAGames e Pedro Doria

SÁBADOMultimídia e Cora Rónai

MAIS DIGITAL & MÍDIANA INTERNET:oglobo.com.br/digitalemidia

O GLOBO

AMAZON.COM: Vendas

da empresa crescem,

mas são limitadas por

investimentos

CHINA: ZTE prevê forte

alta nas vendas de

celulares e tablets

Acompanhe a coberturade tecnologia e de mídiano Twitter:twitter.com/digitalemidia

Brasileiros dobram seu interesse porrecursos disponíveis via smartphonePesquisa destaca serviços financeiros, geolocalização, vídeos e redes sociais

Bruno Rosa

● Com o crescimento nas ven-das de smartphones no país,mais que dobrou o interesse emassistir a vídeos na internet, pa-gar contas, postar mensagensnas redes sociais e utilizar ser-viços de geolocalização peloaparelho celular. É o que revelapesquisa inédita feita pela con-sultoria TNS em 43 países. Ape-sar do avanço, analistas ressal-tam que o potencial de cres-cimentoaindaéenorme,jáqueomaior país da América Latinaainda está atrás da China, dosEUA e de nações europeias.

O levantamento revela que23% dos brasileiros querem umcelular que permita a visuali-zação de vídeos na internet comboa qualidade, fatia bem maiorque os 12% de 2010. A prefe-rência por aparelhos com a pos-sibilidade de postar mensagensnas redes sociais avançou de11%para24%.Terliberdade parabaixar aplicativos saltou de 13%para 22% dos usuários.

Na lista, há ainda serviçosque mal são oferecidos no Bra-sil. Entre eles, o recurso degeolocalização — que permiteao usuário se encontrar em ummapa, compartilhar sua loca-

lização e também checar ondeestão seus contatos —, cujointeressesaltou de10% em 2010para 21%. Os aplicativos quetransformam o aparelho móvelemmeiodepagamentotambémchamam atenção: a preferênciasubiu de 9% para 20%.

—OBrasilestásedestacandono cenário internacional comoum país que vem adotando es-ses novos serviços com mais

facilidade, tanto que já se en-contra acima da média global ecom mais intenção de utilizaçãodesses recursos do que outrasnações da América Latina e paí-sescomo Rússiae Índia — disseAlexandre Momma, diretor deAtendimento do setor de Tec-nologia da TNS.

Entre os aparelhos vendidos,20% são smartphones

No ano passado, os smart-phones — que permitem co-nexão 3G, conferindo maior ve-locidade ao acessar a internet— responderam por20% dos50milhões de aparelhos vendidosnoBrasil,segundoaSamsung.A decoradora Denise Claveriepassou a usar o aparelho para

atender seus clientes commaior facilidade:

— É essencial estar conectada24 horas. Existem aplicativos es-pecíficos de decoração que aju-dam no dia a dia. Eu mostrovídeosde decoração,disponíveisem sites, pelo meu smartphone,e os clientes adoram.

Para estimular esse mercado,as operadoras alteram suas es-tratégias. A Oi aumentou o par-celamento de aparelhos de dezpara 15 vezes. Os fabricantesapostam ainda em modelos ba-ratos, os chamados webphones,que permitem conexão à inter-net, mas de uma forma limitada.

— É preciso um trabalho con-juntoentre empresasde internet,fabricantes e operadoras para

estimular o mercado. Os bra-sileiros têm interesse em conhe-cer esses novos serviços. Estãobem abertos a novas experiên-cias móveis — ressalta Momma.

Apesar da maior procura, oBrasil ainda fica atrás de paísescomo a China. No gigante asiá-tico, os recursos já estão mais

difundidos. Lá, 32% querem bai-xar aplicativos, contra 24% noBrasil. Nos EUA, esse número éde 32% e na Coreia, de 34%.

— Em muitos aspectos a Chi-na é parecida com o Brasil, ondegrandeparte ainda nãotem aces-so. Por outro lado, há mais in-fraestrutura. Por isso, o nível deinteresse é maior, e os recursossão encarados como padrão —diz o consultor Virgilio Freire. ■

André Teixeira

DENISE CLAVERIE: “Mostro vídeos de decoração, disponíveis em sites, pelo smartphone, e os clientes adoram”

.

 Muitos vídeos e TV na web

Brasileiros conectados lideram rankingAndré Machado

● Mesmo com os incipientes serviços debanda larga no país, o brasileiroconectadoéo que mais vê vídeos e TV através dainternet. É o que revelou pesquisa feita pelaAccenture com 6.500 internautas em setepaíses. Segundo o estudo, 89% dos bra-sileiros acessam aplicações de vídeo nagrande rede, contra 80% nos EUA e 75% noReino Unido. Lideramos também no uso dodesktop para fazê-lo: 82% o preferem, contraaproximadamente 70% nos EUA.

— Dadas as condições da banda larga noBrasil, o estudo revela uma demanda re-primida por mais vídeo on-line e em outrosdispositivos — comenta Renato Improta,diretor de mídias digitais e mobilidade da

Accenture. — Se no uso da TV tradicional oBrasil está junto com os outros países (92%no total, 90% aqui), nos outros meios ele sedestaca: 78% veem TV por meio da rede, emais de 80% pelo smartphone.

A pesquisa mostra que a tendência emdireção aos novos meios de acesso a vídeosaumentou drasticamente desde o ano pas-sado: mais de 40% dos usuários brasileirosouvidos passaram a vê-los pelo computador,notebook ou smartphone; mais de 35% pas-saram a ver TV também pela rede, e cerca de25% adotaram o Blu-Ray.

— Se com a banda larga ainda no começojá estamos assim, imagine como ficará quan-do o mercado amadurecer — diz Renato.

Sete por cento dos brasileiros tambémcomeçaram a usar tablets para ver vídeos.

Sony cria tablets para brigar com iPadLançamento pode ser o mais importante da empresa desde o Playstation, em 1994

● TÓQUIO. A Sony lançou ontemseusprimeiros tablets visando aconquistar a segunda posiçãoem um mercado dominado peloiPade quedeve quadruplicaremquatro anos. Os novos apare-lhos, chamados S1 e S2, usam osistema operacional móvel An-droid 3.0, codinome Honey-

comb,daGoogle,epodemserosmais importantes lançamentosda empresa desde a estreia doconsole Playstation, em 1994.

A Sony, que também criou ofamoso Walkman, enfrenta di-ficuldades para desenvolverprodutos de sucesso e melho-rar sua margem de lucro emmeio à concorrência de Apple,Samsung e Nintendo.

— A expectativa que qual-quer empresa surja com umdesafiosérioàAppleébaixa—disse JayDefibaugh,diretordepesquisa de ações na MF Glo-bal, de Tóquio. — A Sony meparece ter uma chance legí-tima de combinar seu conteú-

do exclusivo e seus serviçosde rede a uma forma interes-sante para atingir seu objetivodeclarado de tomar o segundoposto no mercado.

O Galaxy Tab, da Samsung, éo mais forte concorrente daApple até agora, enquanto Mo-

torola, LG Electronics e HTCestão lançando modelos quetambém rodam Android.

Os dois tablets da Sonyapresentam revestimentopreto brilhante e serão os pri-meiros tablets a permitir ouso de jogos do PlayStation,

disse Kunimasa Suzuki, pre-sidente-assistente do grupode bens e serviços ao con-sumidor, na cerimônia de lan-çamento, ontem.

Aparelhos têm designincomum e assimétrico

A Sony está apostando no

design incomum, assimétrico,do S1 e no acesso a jogos daprimeira geração do PlayStatione a outras formas de seu con-teúdo disponível em rede paradiferenciar seus produtos do di-lúvio de tablets que está inun-dando o mercado.

As vendas de tablets devemquadruplicar, para cerca de 294milhões de unidades, entre 2011e 2015. Metade desse total deveser compostapor aparelhos querodam Android, estimou a firmade pesquisa Gartner.

A Sony não informou os pre-ços dos novos aparelhos, quevão concorrer com o iPad 2,vendido a partir de US$ 499. ■

Reuters/Kim Kyung-Hoon

KUNIMASA SUZUKI, da Sony, e o novo tablet S2: jogos do Playstation

Brasil poderá ganhar ‘data center’ da MicrosoftPaís é forte candidato, mas disputa com Índia eChina investimentos de até US$ 100 milhões

 YouTube oferecerá serviçode aluguel de ‘blockbusters’

Lançamentos do cinema por US$ 2

● MOUNTAINVIEW, Califórnia. O YouTube vailançar emmaioumserviço de vídeo pordemanda, quefunciona como um alugueldefilmesemmodo streaming , para lançamentosde Hollywood.Segundo reportagem exclusiva do site The Wrap, a Google fezuma parceria comgigantescomo Sonye Warner pararivalizarcom o Netflix e o iTunes, da Apple, que dominam o mercado.

De acordo com a reportagem, os internautas poderão

assistir no YouTube a lançamentos do cinema por preços nafaixa de US$ 2. Os estúdios Universal e Sony já fecharamacordo com a Google. Disney, Paramount e Fox ainda não.

O The Wrap diz que esta semana ou na próxima seráanunciado o serviço, que estará restrito aos EUA. Pro-curado, o YouTube se esquivou de comentar o assunto,declarando que já “aluga” filmes há mais de um ano.

“Nós acrescentamos cada vez mais títulos ao nossoserviçodefilmesparaalugueldesdequeelefoilançado,hámais de um ano, e agora temos milhares de títulosdisponíveis. Fora isso, nós não comentamos rumor ouespeculação”, disse, em nota, uma porta-voz da empresa.

Porém, rebateu o The Wrap, o YouTube nunca alugoublockbusters simultaneamente ao lançamento deles em DVD:“Os grandesestúdios, queviamcom desconfiança o YouTube,agora o enxergam como uma plataforma potencialmentelucrativa”. E não é para menos. Afinal, o YouTube tem 100milhões de usuários.

Lino Rodrigues

● SÃO PAULO. O Brasil é um doscandidatos a receber o pri-meiro data center da Microsoftna América do Sul. A infor-mação foi dada ontem pelopresidente para mercadosemergentes da companhia, ocolombiano OrlandoAyala. Se-gundo o executivo, a escolhado país onde ficará o novocentro da empresa de Bill Ga-tes será anunciada em trêsmeses. No páreo, além do Bra-

sil, estão China e Índia.

Para montarum data center , aMicrosoft analisa o custo daeletricidade no local, a garantiade energia abundante e con-tínua e a infraestrutura de te-lecomunicações da região. Como crescimento da demanda porserviços on-line na América La-tina, a empresa necessita am-pliar sua capacidade de arma-zenamento de dados. Os inves-timentos,observaAyala, devemficar entre US$ 80milhões e US$100 milhões.

— O Brasil é um candidato

forte — disse. ■

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7/16/2019 O Globo 270411

http://slidepdf.com/reader/full/o-globo-270411 31/57

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O M U N D O

Quarta-feira, 27 de abril de 2011 O GLOBO

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EuropaameaçaSíriacomsançõesUso de tanques contra civis gera condenações e leva discussão para ONU e UE

DAMASCO

Mesmo sob intensa pressãointernacional, o regime sí-rio enviou ontem milharesde soldadose policiais para

reprimir os protestos em diversas ci-dades do país, com as forças de segu-

rança disparando contra prédios, es-colas e mesquitas em Deraa, segundotestemunhas. A brutal repressão àsmanifestações, que se intensificounosúltimos dias, já deixou cerca de 400mortos, como regime sírio prendendo500 manifestantes pró-democracia so-mente em dois dias, segundo organi-zações de direitos humanos. O cres-cente usoda força levouontemváriospaíses europeus a criticar o governodo presidente Bashar al-Assad, defen-dendo sanções contra o país.

Num pronunciamento conjunto,França e Itália pediram que a ONU e aUnião Europeia aumentem a pressãosobrea Síria.O ministro doExterior daHolanda, Uri Rosenthal, defendeu quea UE imponha sanções e o embargode

armas. Segundo fontes diplomáticas, oassunto será discutido pelo bloco eu-ropeu na sexta-feira e pode incluir aproibição de visto e o congelamentode bens da família Assad e de mem-bros do regime.

— A Síria está numa encruzilhada— disse o chanceler britânico, WilliamHague, ao Parlamento. — Seu governopode escolher entre adotar uma refor-ma radical, e somente elapode levar apaze a estabilidadeà Síria.Ou umare-pressão ainda mais violenta. Se fizeristo, vamos trabalhar com nossos par-ceiros europeus e outros para adotarmedidas, incluindo sanções, que te-nham impacto no regime.

EUA retiram pessoalnão essencial● França, Reino Unido, Alemanha ePortugal fizeram circular ontem, en-tre os demais membros do Conselhode Segurança da ONU, uma declara-ção pedindo uma resolução que con-dene Assad. O texto apoia o pedidodo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, por uma investigação inde-pendente para esclarecer a morte demanifestantes. No entanto, a discus-são foi adiada para hoje e é poucoprovável que sanções sejam adota-das, pois China e Rússia são contrá-rias à medida. Ao fim da reunião deontem, Ban condenou “a violênciacontínua contra manifestantes pací-

ficos, particularmente o uso de tan-ques e munição que mataram e feri-ram centenas de pessoas”.

Separadamente, a França pedia“medidas fortes” contra a Síria e con-denava “a escaladade repressão, mar-cada pelo uso de carros de combate”.A Espanha apoiou uma investigação

sobre as mortes, que segundo a Anis-tia Internacional chegam a 393. Maspelas contas de organizações não go-vernamentais sírias, elas passam de400. Some-se a isso as prisões — 500em dois dias, segundo o grupo de di-reitos humanos Sawasiah, e que on-tem voltaram a ocorrer em Deraa.

O Reino Unido pediu que seus cida-dãos deixem imediatamente a Síria eanunciou ter um plano para retirar os700britânicosno país. Os EUA, quenavéspera condenaram a violência síria,anunciaram que estão retirando pes-soalnão essencial e familiares dos fun-cionários da embaixada.

Comas manifestações em suasextasemana, o uso de tanques e o fecha-mento da fronteira indicam que Assad

cada vezmaisadota umaestratégiadeforça. Ativistas temem que ele repitamedidas do pai, Hafez al-Assad, queem 1982 reprimiu uma revolta islâmi-ca numa ação que deixou mais de dezmil mortos. A agência estatal afirmaque 15 soldados e policiais morreramna segunda-feira, vítimas de “gruposcriminosos”. Já os manifestantes ci-tam 35 mortos somente em Deraa.

Ontem, tiros de artilharia pesada efuzis eram ouvidos na parte antiga dacidade. Com Deraa sem eletricidadeou telefones, era difícil obter informa-ções independentes. Segundo teste-munhas, os soldados começaram aatirar assim que chegaram à cidade. A brigada seria lideradapelo irmão maisnovo de Assad, Maher, e estaria bom-bardeando prédios, invadindo casas e

detendo pessoas. Moradores conta-vam que escolas e mesquitas estavamsendo atingidas, e colunas de fumaçasurgiam em vários pontos do horizon-te. Corpos eram vistos pelas ruas.

— Deraa se tornou uma prisão.Não se pode sair sem colocar a vidaem risco — contou um morador.

Mais de 2 mil policiais foram deslo-cados para Douma, um bairro de Da-masco, bloqueando ruas. Blindadoscom metralhadoras percorriam asruas, enquanto agentes da polícia se-creta carregavam fuzis. Em Banias, umporto petroleiro, as forças de seguran-ça tomavam posição, enquanto umamultidão, estimada em até dez mil pe-los próprios organizadores, entoava:

— Queremos derrubar o regime.

David E. Sanger

 Do New York Times

● WASHINGTON. A Casa Branca estuda

novas sanções contra a Síria — prin-cipalmente envolvendo os bens de al-tos funcionáriosao redor do presiden-te Bashar al-Assad — mas membrosdo governo reconhecem que o país jáestá sob tantas sanções que os EUA têm pouca margem de manobra.

— Estamos falando de um país cujaeconomia é do tamanho da de Pitts-burgh — disse uma fonte. — Há me-didas que podem ser tomadas paraaumentar (o volume de sanções), maso impacto financeiro é pequeno.

Além do impacto reduzido, a diplo-macia americana não dispõe, no mo-mento, de alternativas a Assad: o go-verno acaba de restabelecer relaçõesdiplomáticas plenas com a Síria e con-ta com um suposto ânimo reformistado jovem presidente — algo um tantoduvidoso após as repressões às mani-

festações — como um de seus eixospolíticos no Oriente Médio. Talvez porisso, fontes dizem que os EUA aindanão desistiram de pressionar Assad

para que altere o curso e ouça os pe-didos de mudança que vêm das ruas.Embora tenha ordenado que algunsdiplomatas deixem o país, Washingtonmanterá aberta a embaixada em Da-masco para manter canal de diálogo.

— Acreditamos que a linha de co-municação diplomática oferece umaoportunidade de diálogo — disse o di-retor de planejamento político do De-partamento de Estado, Jake Sullivan.

Sanções adotadas em 2006 e 2007restringiram negócios

O problema que o governo enfrentacom a Síria é similar ao que envolveCoreia do Norte e Mianmar, há anossob sanções. Em 2006, os EUA proibi-ram transações com o Banco Comer-cial da Síria. Em 2007, acusaram qua-tro organizações ligadas ao governo

de trabalharem pela proliferação dearmas de destruição em massa, proi-bindo negócios. Agora, Obama buscasanções específicas contra indivíduos,

embora a maior parte do dinheiro de-les esteja na Europa ou no Líbano.Obama nãochegou a pedir a renún-

cia de Assad ou a dizer, como no casode Muamar Kadafi, que ele perdera aautoridade moral para governar. Per-guntado por que Assad é tratado deforma diferente, a Casa Branca disseque cabia “ao povo sírio decidir quaisdeveriam ser os seus líderes”.

Fontes dizem que ao mesmo tempoem que faltam ferramentas econômi-cas eficazes, creem que Assad sejasensível a uma imagem brutal de seuregime. Recentemente, a Casa Brancaaumentou as denúncias contra o go-verno sírio e mesmo contra Assad,acusado por Obama de “colocar inte-resses pessoais à frente do povo”. ■

Com agências internacionais

Í I A

ascoLÍBANO

 Ma r Me di te rr ân eo

ISRAEL

JORDÂNIA

IRAQUE

TURQUIA

UMPAÍSEMCONVULSÃO

PRESSÕES

INTERNACIONAIS IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA

LÍBA ODERAAFrancoatiradores atacam pessoas quetentam recuperar corpos demanifestantes mortos nas ruas. Aeletricidade e a água foram cortadas ea cidade estaria sendo bombardeada,com prisões e buscas de casa em casa

DOUMADezenas de pessoas são presas. Linhastelefônicas são cortadas em Douma

 JABLEHDezenas de pessoassão presas

BANIASEntre 2 mil e 3 mil pessoas protestamcontra o regime e dezenas são presas

REPRESSÃOGrupos de direitos humanos relatam mais de 400mortes desde o início dos protestos em março. Mais de500 pessoas foram presas nos últimos três dias

Síria IrãIraque

Arábia

Saudita

ONUReino Unido, França, Alemanhae Portugal pressionam Conselhode Segurança a tomar medidascontra Damasco; ONGs fazemcampanha contra a eleição daSíria para uma vaga noConselho de Direitos Humanosda ONU, em maio

UEHolanda propõe suspensão daajuda a Damasco, sanções alíderes e embargo de armas

EUAEstudam sanções contra Assad,sua família e seu círculo íntimo

TURQUIAO premier Recep TayyipErdogan ligou para Assad epediu comedimento

IRÃAliada do Irã, a Síria fornece uma ponta de lançaao regime dos aiatolás junto a Israel, permitindoa Teerã ajudar o grupo xiita Hezbollah noLíbano, e o Hamas na Faixa de Gaza

LÍBANOO premier Najib Mikati é aliado de Assad e foidesignado em janeiro, contra a vontade até doHezbollah, tradicional aliado de Damasco quederrubou o governo anterior no Parlamento.Mudanças na Síria podem ter reflexo no Líbano,reabrindo tensões sectárias

ISRAELDamasco mantém abertos canais de conversacom Israel sobre as Colinas de Golã, ao mesmotempo em que apoia os grupos palestinosHamas e Jihad Islâmica

TURQUIATeme que uma queda de Assad abra caminhopara reivindicações dos curdos sírios, o quepoderia ter reflexos entre os curdos turcos

ECOS DA REVOLUÇÃO DO NILOReutersAP

CAIXÕES QUE levariam corpos de soldados e policiais mortos na segunda-feira deixam um hospital em Damasco. Segundo manifestantes, 35 civis morreram em Deraa no mesmo dia. Em Banias, novo protesto

O desafio de Obama: punir um governoque se encontra sob restrições econômicasSem contar com alternativa a Assad, medidas americanas miram em figuras do regime

Reuters/16-4-2001

ASSAD:

europeus vão

debater proposta

de sanções, que

podem congelar

bens do

presidente e de

sua família

Editoria de Arte

7/16/2019 O Globo 270411

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32 ● O MUNDO 2ª edição • Quarta-feira, 27 de abril de 2011O GLOBO.

Guantánamo: 30 detentos com doenças mentaisWikiLeaks revela que prisioneiros eram mantidos na cadeia durante anos apesar de estado de saúde deteriorado

Fernando Eichenberg

Correspondente

● WASHINGTON. Trinta detentosda prisão de Guantánamo so-

friam de doenças psiquiátricasprofundas ou de depressõesgraves. Dezenas de presos ten-taram o suicídio, alguns com su-cesso. Novos documentos se-cretos vazados pelo site Wiki-Leaks, publicados pelo“El País”,revelam que a maioria dos pre-sidiários diagnosticados comproblemas mentais permaneceuanos encarcerada na base ame-ricana da ilha de Cuba.

Modulah Abdul Raziq, de 40anos, detido no Afeganistão etransferido para Guantánamoem janeiro de 2002, comia suaspróprias fezes, lambuzava seucorpo com os excrementos, be-bia xampu e rasgava seu unifor-me. Em um memorando, o gene-ral Michael Lehnert informa:

“A equipe de psiquiatrasasse-gura que o preso número 356 éincapaz de fornecer um depoi-mento veraz. Os interrogatóriosdeterminaram que não é mem-bro do al-Qaeda. Devido ao seuestado mental, o detento não écapaz de dar informação real.”

Nova versão para fuga deBin Laden

Mesmo avaliado com “extre-mos comportamentos psicóti-cos” desde a sua chegada à ba-se, Raziq amargou oito mesespreso até ser devolvido ao seupaís. O iemenita Ayman Said Ab-dulah Batarfi, 41 anos, médico

do líder da al-Qaeda, Osama binLaden, nascavernas de ToraBo-ra, permaneceu seteanospreso,apesar de seu informe médicoregistrar: “Pobre estado men-tal... paranoia e esquizofrenia.”

Juma Muhamed al-Latif al-Do-sari, 38 anos, do Bahrein, fezuma dúzia de tentativas “sérias”de suicídio. Sua ficha médicaatesta que o “preso goza de boasaúde”, mas apresenta “uma de-sordem depressiva”. Classifica-do como detento de “alto risco”,

passou cinco anos em Guantá-namo e foi transferido à ArábiaSaudita. Já Yasser al-Zahrani, le-vadoao centrode detençãocom17 anos, morreu emsua cela aos21,em 2006,ao sesuicidarnuma

ação coordenada com outrosdois presos. Familiares dos três,no entanto,questionama versãooficial de suicídio.

Os documentos revelam tam-bémque, dos14 menores deida-de presos em Guantánamo, ape-nas um forneceu informações

relevantes à segurança dos EUA.A maior parte deles, no entanto,não tinha nenhuma razão paraestar ali, como reconhece o pró-prio comando militar da prisão.

“Avaliamos o detento como

uma criança soldado, obrigadapelos talibãs a se alistar emsuastropas”, diz, por exemplo, umdocumento sobre Naqib Ullah,um afegão preso aos 14 anos.

Diante do escândalo provo-cado pelas revelações, o secre-tário de Justiça dos EUA, Eric

Holder, deplorou o vazamentode documentos secretos sobrea prisão militar de Guantánamoao site WikiLeaks, mas garantiuque as informações não terãoimpacto na retomada dos julga-

mentos na base naval, suspen-sos desde janeiro de 2009.

Baseado nas informaçõescontidas nos documentos, o“Guardian” revelou uma novaversão da fuga de Bin Laden deseurefúgio emTora Bora,em de-zembro de 2001. Segundo depoi-

mentosfornecidos por detentos,o fugitivoteria escapadodas for-çasespeciais americanase britâ-nicas em direção ao norte, emvez de optar pelo sul, rumo aoPaquistão, hipóteseconsiderada

até hoje a mais provável. Teste-munhos obtidos em Guantána-mo indicam que Bin Laden teria— junto com seu mais próximocolaborador, Ayman al-Zawahiri— rumado ao norte até a casado afegão Awal Malim Gul, emJalalabad ou proximidades. Osdois teriam viajado a cavalo atéa província de Kunar, onde per-maneceram por dez meses.

Os documentos revelam ain-da as divergências de métodosde interrogatóriosentre as agên-cias de inteligência em atividadena base naval.Alémda Força Ta-refa Conjunta Guantánamo (JTFGTMO), cujo comando é a auto-ridademáxima na base,há a uni-dade de elite Força Tarefa de In-vestigação Criminal (CITF) emembros da CIA e do FBI.

Os agentes do CITF discorda-vam do uso de métodos maisduros de interrogatório pratica-dos pelo JTF GTMO. A CIA, queadministrava uma área secreta

— o Campo Sete, revelado em2008 — também ameaçava a le-galidade no tratamento dadoaos presos; contrariamente aoFBI, que rejeitava a técnica detortura por afogamento.■

Reuters/ 11-01-2002

PRESOS VESTINDO uniformes laranja aguardam na prisão de Guantánamo: agências americanas divergiam sobre métodos de interrogatório

ENTREVISTA

Maria Corina Machado

‘Chávez perde respaldo interno’ 

CORINA NO IFHC, em São Paulo: deputada de oposição mais votada

Deputada acusa presidente de radicalizar ações contra a iniciativa privadaMarcos Alves

● SÃO PAULO. Deputada de opo-sição mais bem votada na Vene-zuela, Maria Corina Machadodesponta como um dos possí-veis nomes para enfrentar HugoChávez nas eleições do próximoano e o acusa de, por trásde umdiscursomais ameno,endureceras medidas contra os parlamen-tares e a iniciativa privada. NoBrasil para uma série de ativida-des políticas, Maria Corina dizque o presidente venezuelanoestá fragilizado tanto internaquanto externamente. Em even-to ontem no Instituto FernandoHenrique Cardoso (IFHC), Cori-na criticou o silêncio de países

vizinhos, incluindo o Brasil.

Tatiana Farah

O GLOBO: Hugo Chávez tem perdido influência na América Latina, recebendo críticas de líde- res que já foram próximos a ele,como o peruano Ollanta Humala. Seus aliados têm se resumido a Bolívia e Equador. Por quê? MARIA CORINA MACHADO:O maisimportante é queCháveznão tem perdido sua influênciaapenas na região, mas tem per-dido respaldo dentro da Vene-zuela.Em 2012, daqui a 586dias,não só mudaremos o governo,mas começará uma nova erapa-

ra a América Latina.● Chávez tem passado a ima-  gem de que está abrandandoo governo, diminuindo a pres- são sobre a TV e libertandouma de suas adversárias polí- 

ticas. Isso é verdadeiro? CORINA: Mais brando em seudiscurso apenas. Temos de termuito cuidado. Ele sabe que éminoria. E isso é, obviamente,uma estratégia eleitoral. Porqueas medidasque temtomado nosúltimos meses são muito maisseveras. Nas eleições de setem-bro, apesar de termudado as re-gras, nós obtivemos maioria.Desde então, ele radicalizousuasações contra a propriedadeprivada, empresas e pequenosnegócios, além de uma ofensivacontra os empreendimentosimobiliários. Ele aplicou pratica-

mente um golpe de Estado sobrea Assembleia Nacional, obrigan-do-a a aprovar todas as leis dochamado poder popular, crian-do a figura das comunas. Ondehá figuras semelhantes? No Li-vro Verde de Kadafi.

● O que pensa sobre o ingressoda Venezuela no Mercosul? CORINA: Chávez tem dito hácinco anos que vai entrar noMercosul e nada aconteceu.Realmente, há contradição pro-funda, gigantesca, entre o Mer-cosul e Chávez. O Mercosul falaem promover investimentos e ocomércio recíproco; Chávez põecontroles e travas à importaçãoe à exportação. O Mercosul falaem promover acordo amplo naOMC, Chávez quer excluir-se detodo acordo com a OMC. O Mer-cosultemum tratadode livre co-mércio com Israel, Chávez rom-

peu relações diplomáticas comIsrael, entre outras. O obstáculopara o Mercosul é Chávez.

● Qual a proposta da oposi- ção venezuelana? CORINA: Um novo modelo de

desenvolvimento para a Vene-zuela, que busque a inclusãoreal e nãoa perseguiçãoaos que

pensam diferente, com institui-ções democráticas. Buscar umcrescimento econômico da po-pulação, com um país de empre-endedores, para acabar com apobreza e não para exaltá-la eutilizá-la como um mecanismode chantagem política, como fazesse governo. Essa é sua grandetragédia. E devemos buscar umverdadeiro modelo de integra-çãoregional,porque nãonos en-ganemos: Chávez não defende aintegração. A relação da Vene-zuelacom o Brasil é danosa paraos dois países.

● A senhora será candidatanas primárias da oposição? CORINA: Estou concentrada

agora em fortalecer a oposiçãoem nível nacional. O que o paísexige de nós é que demonstre-mos nossa disposição em servirà Venezuela. Estou decidida aservi-la e o farei onde for maisútil, seja qual for o lugar.

● A senhora é criticada por ter vindo de uma ONG, a Sumate,que seria financiada pelo go- verno dos Estados Unidos. Não seria uma intervenção? CORINA: Em todos os paísesexistem programas de coope-ração internacional. Por quese busca financiamento exter-no? Para ser independentedos grupos econômicos locais

e para ser independente dogoverno. Fui da Sumate pormuitos anos. Recebemos coo-peração do Congresso dosEUA e também de outros go-vernos. Aqui há cooperaçãointernacional e é pública. ■

França e Itália queremcontrolar fronteirasSarkozy e Berlusconi defendem reforma de acordos

que permitem livre trânsito em países europeus

Miguel Mora Do El País

● ROMA. Num exercício de cinis-mo, aparecendo porum lado co-mo reféns de suas respectivasextremas-direitas, mas mostran-do-se ao mesmo tempo comopaladinos das revoltas nos paí-ses árabes, o presidente francês,Nicolas Sarkozy, e o premier ita-liano, Silvio Berlusconi, concor-daram ontem em impulsionaruma “reforma urgente” dosAcordos de Schengen — quepermitem a livre circulação depessoas por 26 países europeus.A ideiapor trásda proposta, nãoverbalizada masevidente, é limi-tar o trânsito de imigrantes ile-

gais entre os países.— Queremos que Schengen

continue vivo — explicou Sarko-zy, tentando esconder com pala-vras o golpe desferido contra otratado que, em 1985, permitiu aabolição das fronteiras dentroda União Europeia. — Mas, paraque continue vivo, Schengen de-ve ser reformado. Queremosmais meios para garantir que asfronteiras de Schengen sejamrespeitadas.

Atualmente, a livre circulaçãode pessoas pelos 26 países sig-natários pode ser interrompidatemporariamente apenas em ca-so de “uma séria ameaça à or-dem pública ou à segurança in-

terna” — como foi alegado pelaFrança ao suspender por algu-mas horas o tráfego ferroviáriocom a Itália, na tentativa de bar-rar a entrada de imigrantes tuni-sianos, há dez dias. Até então, a

livre circulação havia sido sus-pensaapenas por contade gran-des ocasiões, como casamentosreais ou eventos esportivos.

Fazendo coro com Sarkozy,Berlusconi afirmou não querernegar o Tratado de Schengen,mas disse que ele deve ser mo-dificado “em caso de dificulda-des excepcionais na adminis-tração das fronteiras externascomuns”, como a atual crisemigratória provocada pelache-gada de milhares de africanosà Itália. Em tom conciliatório,após seu governo ter se irrita-do com Paris pelo fechamentoda fronteira, o premier italianolembrou que a França acolhepor ano cinco vezes mais imi-

grantes do que seu país.— Vamos trabalhar com a

França e a Tunísia para frear aimigração. Também pedimosmais solidariedade da Europacom os países do sul do bloco.Não podem nos abandonar.

Os dois dirigentes decidiramsolicitar a modificaçãodos acor-dos por meio de uma carta, en-viada à Comissão Europeia e aoConselho Europeu em Bruxelas.Elesnão esclareceram qualseriao alcance das modificações pro-postas, mas disseram que oConselho Europeu deve decidirem junho sobre a questão.

Diante da polêmica, a Comis-são Europeia afirmou que vai re-

definir as “condições excepcio-nais” quepermitema suspensãotemporária dos acordos.

— Vamos resolver as diferen-ças de interpretação sobre as re-gras — disse um funcionário.■

NOTAS

● MORRE No-2 DA AL-QAEDA NO AFEGANISTÃO

As forças internacionais no Afeganistão anuncia-ram ontem a morte de Abdul Ghani, o númerodois da al-Qaeda no país. Ghani era saudita, e foimorto num bombardeio da Otan há duas sema-nas na província de Kunar, perto do Paquistão.Segundo a Aliança Atlântica, ele era responsávelpor campos de treinamento de insurgentes e pe-lo planejamento de ataques a estrangeiros.

MAIS MUNDO HOJE NA INTERNET:oglobo.com.br/mundo

EM 3D: Passeie pela rota do desfile de William e

Kate em Londres

QUIZ: Concorra a uma caneca dos noivos

CLÁSSICO: Conheça o modelo para a noivaescolhido pelos leitores do GLOBO

O GLOBO

Ataques impedem resgate em Misurata● Um navio que resgataria centenas de líbios e imigrantes foiimpedido de aportar ontem na cidade de Misurata, na Líbia, devidoao intenso bombardeio promovido pelas forças de Muamar Kadafi,que matou três pessoas. Uma delegação de autoridades líbias viajouà Venezuela para discutir possíveis soluções para o conflito no paísafricano, segundo o presidente Hugo Chávez.

O P I N I Ã O

.

NORMA 

● HOUVE TOTAL falta decritério dos EUA em rela-ção aos presos de Guan-tánamo.

O QUE confirma: procedi-mentos arbitrários à mar-gem da lei conduzem amonstruosidades.

7/16/2019 O Globo 270411

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O MUNDO ● 33Quarta-feira, 27 de abril de 2011 O GLOBO

ScotlandYardinicia

planodesegurançaSessenta pessoas são banidas do centro de Londres e outras

seis foram detidas para evitar distúrbios na sexta-feira

C A S A M E N T O

REAL

● FLORES ORGÂNICAS NA CERIMÔNIAShane Connolly, o florista oficial do casamento, visitou,ontem, a Abadia de Westminster. Ele garantiu que está tra-tando o evento como cuida de “qualquer outro casamen-to” e elogiou Kate Middleton, com quem mantém contatoconstante. Segundo ele, a futura princesa é a “clienteideal”, que prefere “beleza à extravagância”. A decoração

refletirá a personalidade do casal, disse o florista. A Aba-dia de Westminster será adornada com flores orgânicasbritânicas, arbustos e árvores, retirados, em sua maiorparte, de propriedades reais.

NOTAS DE

 W  K &

Fernando Duarte

Correspondente

● LONDRES. Às voltas com peri-gos em várias frentes, a Sco-tland Yard (polícia metropolita-na de Londres) começou a pôrem prática ontem seus planosmais drásticos para a seguran-ça do casamento real: 60 pes-soas foram banidas do centrode Londres na sexta-feira e ou-tras seis foram detidas comoforma de evitar protestos emfrente à Abadia de Westminster,onde será realizadaa cerimôniareligiosa da união do príncipeWilliam com Kate Middleton.De acordo com a polícia, trata-se de pessoas presas duranteas violentas manifestações es-tudantis e anarquistas queocorreram nos últimos mesesem Londres.

Pormaisque a principalpreo-cupação seja com o terrorismo— num momento emque o aler-ta tanto para o extremismo islâ-mico quanto para os grupos pa-ramilitares norte-irlandeses estánum dos níveis mais altos dosúltimos anos, apontando um

ataque “altamente provável’’ emsolo britânico — as autoridadesde segurança não querem darmargem a nenhuma oportunida-de de distúrbios.

Ordens incluem se atirar 

na frente dos noivos

Haverá um efetivo de cincomil agentes nas ruas, incluindointegrantes do esquadrão es-pecial antibombas e centenasde oficiaisà paisana circulandoentre o público. Além disso, avigilância também tomou con-ta do ciberespaço, com agen-tes da Scotland Yard monito-rando sites como o Facebook eo Twitter em busca de pistas

sobre a organização de protes-tos-relâmpago, nos moldes dojogo de gato e rato com as au-

toridades que foi visto nas re-voltas do mundo árabe.

O efetivo conta até com o usode guarda-costas disfarçados deguardas cerimoniais, com a fun-ção exclusiva de agir caso al-guém ameaçador fure o blo-queio policial — e suas ordenssão até para se atirar na frentede Kate e William. A ScotlandYard, porém, sabe que não exis-te sistema perfeito, ainda maisdiante da expectativa de pelomenos um milhão de pessoasnas ruas, e por isso ontem tam-bém fez um apelo por ajuda.

— Precisamos que o públicoseja nossos olhos e ouvidos nasruas. E que alerte os agentes ca-so veja qualquer coisa de sus-peito — pediu a subcomissáriaLynne Owens, que comanda aoperação de segurança.

Nas últimas semanas, a polí-cia recebeu de grupos anarquis-tas e muçulmanos pedidos deautorização para protestos emfrente à abadia. Todos foram ne-gados, mas, legalmente, mani-festações podem ser realizadasem ruas vizinhas, e a preocupa-çãotambém é coma convergên-

cia de grupos rivais. A organiza-ção de extrema-direita Liga de

Defesa Inglesa, por exemplo,ameaça confrontar manifesta-ções muçulmanas.

Longe de excesso de zelo, aScotland Yard age com respaldodas estatísticas: nos últimos 30anos, nada menos que oito milameaças à segurança da famíliareal foram registradas, indo desimples cartasao atentado a ba-la sofridopelarainhaElizabeth IIem 1981, durante um desfile emcarro aberto em Londres. Noano seguinte, a soberana acor-dou com um estranho em seusaposentos, numa bisonha falhada segurança real.

Chuva deve alterar 

desfile do casal

Só que nada poderá ser feitocontra um inimigo vindo do céu:segundo a meteorologia, haveráfrio e pancadas de chuva na sex-ta-feira — ironicamente depoisde os últimos dias terem sido osmaisquentes da História do paísno mês de abril. O mau tempoprovocaria alterações, em espe-cial na chegada de Kate à abadiae em seu desfile com William atéo Palácio de Buckingham, origi-

nalmente previsto para ocorrerem carro aberto. ■

Matt Dunham/AP

Kieran Doherty/Reuters

CRIANÇAS PARTICIPAM de

uma festa em comemoração

ao casamento em

Buckingham, sul da

Inglaterra. Ao lado, sósias

de William e Kate passeiam

em frente ao Palácio

de Buckingham

Charles Krupa/AP

A XARÁ americana de Kate virou sensação na imprensa local

Uma Kate Middleton americana●

Uma versão americana de Kate Middleton temcausado confusão entre os entusiastas do casamentoreal. A mulher de 32 anos homônima da futuraprincesa mora em Boston, nasceu no pacato estadode Kentucky, e teve seu perfil no Facebook deletado,depois de ser acusada de ser uma impostora. Alémdisso, repórteres aparecem regularmente na loja debicicletas onde Kate trabalha para pedir que ela dêentrevistas com o sotaque britânico.Tudo começou em janeiro, quando a Kate americana desco-briu que haviam cancelado seu perfil no Facebook com sus-peitas de que fosse falso. Ela escreveu um email para a em-presa, explicando que seu nome era de fato Kate Middleton.Uma semana depois, o engano foi reparado. Mas ela não foi aúnicaKateMiddleton a serbanida do Facebook:ao menos ou-tras três — uma australiana e duas britânicas — foram excluí-das e só readmitidas após provarem não serem impostoras.

Sem convite, mas com vista VIPFãs da realeza acampam por lugar privilegiado em frente a abadia

Akira Suemori/AP

A TRÊS DIAS do casamento real, barracas já ocupam calçada oposta a Westminster

● LONDRES. Com um volu-me de voz surpreendentepara a frágil figura, GwenMurray pede tempo parao festival decâmeras e mi-crofones à volta. Emborajá soubesse ser impossí-vel não chamar a atenção

depois de armar ontemuma tenda em frente àAbadia de Westminster, aaposentada de 76 anosnão esperava ter de daruma entrevista a cada cin-co minutos para explicarsua decisão de chegar aolocal do casamento realtrês dias antes da cerimô-nia. Tudo para garantirumaboa visão da chegadade nobres e dignitários.

— Preciso de cinco minutosparamolhara garganta, juro queconverso com todo mundo de-pois — dizia Gwen, um poucoatônita com as perguntas simul-tâneas de uma rádio espanhola

e uma equipe de TV malaia.Apesar de um pouco de tossee da possibilidade de frio e chu-va nos próximos dias, a aposen-tada jamais pensou em perder o

que será seu quarto casamentoreal. Ainda quedesta vezprecisede mais precauções que há 30anos, quando veio de Attlebo-rough,vilarejo a 170quilômetrosde Londres, munida apenas deum saco de dormir para as bo-

das de Charles e Diana.— Vio casamentodo príncipeAndrew, em 1986, e o segundode Charles (com Camilla Parker-Bowles, em 2005). Não poderia

perder este momento histórico:o filho de Lady Di trazendo pararealeza uma moça que tem tudopara ser uma nova Diana.

A seu lado, a filha Trishausava o celular para avisar aconterrâneos que os espaços

na calçada oposta à abadia es-tavam sendo tomados por ou-tras barracas. Uma preocupa-ção que só não é maior que apossibilidade de a polícia re-

mover o acampamentocomo parte das medidasde segurança para o ca-samento.

— Os policiais podemnos revistar se quiserem eaté confiscar o fogareiro,se acharem que é perigoso

— concedeu Trisha.Para outro aposentado,

John Loughrey, o estarda-lhaço é a arma para con-vencer as autoridades deque não representa perigo.Trajado numa espécie deuniforme combinando abandeira britânica comuma camiseta com a fotode William e Kate, Lough-rey se transformou numa

atração para os turistas visitan-do a abadia, e seu colchão de arcomas cores nacionais virou ce-nário para fotos de curiosos.

— Cheguei anteontemà noitepara celebrar não só a monar-quia, mas também excêntricos

como eu. Somos todos pecu-liarmente britânicos — brincouele, que também acampou nolocal, em 1997, para ver o fune-ral da princesa Diana. (F.D.) ■

Ministério do

Desenvolvimento, Indústriae Comércio Exterior

Concorrência Pública Para Alienação AA – 01/2011 - BNDES

OBJETO: Alienação por meio de concorrência pública, a quem ofertar o melhor preço, de bens imóveis de propriedade doBNDES, conforme especificações do presente EDITAL e de seus ANEXOS.EDITAL: Disponível a partir de 27/04/2011, no endereço: Av. Presidente Juscelino Kubitschek, 510 – 5º andar, Vila NovaConceição - São Paulo – SP e no portal www.bndes.gov.br.DATA DA SESSÃO: 09/06/2011 às 10:00 horas (Horário de Brasília).LOCAL DA SESSÃO: Av. Presidente Juscelino Kubitschek, 510 – 5º andar, Vila Nova Conceição - São Paulo – SPDATA DA VISTORIA: Nos dias 02 de junho de 2011, das 14h00 às 18h00 e 03 de junho de 2011, das 09h00 às 13h00, no

seguinte endereço: Avenida Paulista, nº 460, 13º andar, Bela Vista, São Paulo/SP.Rio de Janeiro, 25 de abril de 2011. Mônica Gallardo Rey – Gerência de Licitações 3 - DELIC/AA.

AVISO DE LICITAÇÃO

7/16/2019 O Globo 270411

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34 Quarta-feira, 27 de abril de 2011

O GLOBO

C I Ê N C I A  .

Menos estudo, mais hipertensãoPessoas com menor escolaridade são as mais afetadas no Brasil. Rio tem pior índice

Antônio Marinho e Roberto Maltchik

RIO e BRASÍLIA 

Quanto menor a escolarida-de, maior o risco de sofrerpressão alta. É o que mos-tra pesquisa divulgada on-tempelo Ministérioda Saú-

de, no Dia Nacional de Prevenção àHipertensão Arterial. O dado con-tradiz a ideia atual de que a doençaé prevalente nas classes favore-cidas e, em tese, com mais anos deestudo. Em média, 23,3% dos bra-sileiros eram hipertensos em 2010.E as mulheres são as mais afetadas.O Rio está mal: tem a maior in-cidência de doentes em compa-ração com as outras capitais.

A hipertensão no Brasil atinge30% dos entrevistados com 0 a 8anos de escolaridade, contra 15,3%daqueles que disseram ter estu-dado entre 9 e 11 anos. E a doençaataca 16,2% da população com 12ou mais anos de ensino regular,segundo o levantamento “Vigilân-cia de Fatores de Risco e Proteçãopara Doenças Crônicas por Inqué-rito Telefônico” (Vigitel), realizadoem parceria com a USP.

A diferença entrehipertensosau-menta quando a comparação levaem conta o sexo. Pelo menos 34%

das entrevistadas com menor es-colaridade tinham hipertensão em2010, contra 13% entre as mulherescom 12 ou mais anos de estudo.Elas têm mais diagnósticos dadoença do que os homens: enquan-to 20,7% da população masculinasofre do mal, a prevalência entre asmulheres é de 25,5%.

No Rio, 29,2% da população sãohipertensos.No casodas mulheres,este índice alcança 33,9%, e noshomens, 23,6%. Na semana pas-sada, outra pesquisa do Ministérioda Saúde mostrou que 52% dosmoradores do Rioacimade 18 anosestão acima do peso, e 16% obesos.E a gordura em excesso aumenta apressão no sangue:

— A obesidade é maior entre aspessoas com menor escolaridade efaixa de renda.Quem temmenosdeoito anos de escolaridade usa me-nos o tempo de lazer para ati-vidades físicas. A ideia de que hi-pertensão é doença de classe mé-dia e alta não corresponde à rea-lidade— disse o ministroda Saúde,Alexandre Padilha, acrescentandoque o alto índice no Rio pode estarassociado ao maior número de ido-sos vivendo na cidade.

Em 2006, a doença atingia 21,6%

dos brasileiros. Em 2009, este nú-mero subiu para 24,4%,caindopara23,3% no ano passado. Segundo oMinistério da Saúde, mais de 50%das pessoas acima de 55 anos têmpressão alta. Padilha afirma que osnúmeros da Vigitel apontam paraestabilidade do número de casos.

— Envelhecimento é o principalfator de prevalência de hiperten-são. Como as mulheres procurammais o médico, há mais diagnós-ticos nesse grupo — diz Padilha.

O levantamento Vigitel — em 27capitais, com dois mil entrevista-dos em cada — indica ainda que apopulação de Palmas (TO) apre-senta o menor índice: 13,8%.

Quando a pressão arterial semantém igual ou superior a 14mm-Hg por 9mmHg em mais de duasconsultas, o paciente sofre de hi-pertensão, principal causa de in-farto, derrame e falência dos rins.

Segundo o ministério, 43.642bra-sileiros morreram em 2009 devidoàs consequências da hipertensão.Este número representaum aumen-to de 83,98% de óbitos em relação a2000. Porém, segundo Padilha, talelevação é motivada principalmen-te pelo aumento da notificação.

Falta de adesãodificulta tratamento● Os números da hipertensão noBrasil podem ser maiores, segundoa Sociedade Brasileira de Hiper-tensão (SBH). Pelo menos 50% daspessoas acima de 65 anos sofremde pressão alta, mal que atinge 5%das crianças e adolescentes. A doença é responsável por 40% dosinfartos, 80% dos acidentes vas-culares cerebrais e 25% dos casos

de insuficiência renal grave.O problema é que a pressão alta

— desencadeada na maioria doscasos pelo estreitamento das ar-térias — não causa sintomas noinício e, aos poucos, vai compro-metendo estruturas vitais, comoartérias, cérebro, coração, olhos erins. Quando os sintomas se ma-nifestam é porque a situação seagravou, e a pessoa pode ter dorcabeça, enjoo, vômito, falta de ar evisão borrada.

A causa do mal é desconhecida,mas se sabe que hereditariedade,excesso de peso, sedentarismo, fu-mo, consumo de sal e álcool emexcesso, além de envelhecimento,contribuem para o problema.

— Os números apontam que ahipertensão é um problema graveno Brasil e atingeum númeromuitomaior de brasileiros do que o dia-betes, com índice estimado em 7%.Em relação aos países desenvol-vidos, o Brasil está na média — dizEno Lopes, conselheiro da SBH.

A prevalência em mulheres tal-vez possa ser explicada pelo gran-de número de mulheres acima dopeso, diz o médico:

— Obesidade é uma das prin-cipais causas de hipertensão —lembra o médico, acrescentando

que as dificuldades no tratamentonão são a eficácia e os efeitos ad-versos dos fármacos para baixar apressão, mas sim a falta de adesãopela maioria dos pacientes. — Emum terço é possível controlar apressão tomando apenas uma dro-ga ao dia. Há casos de pacientesque precisam de mais de três. ■

Os destaques da pesquisa● MUNDO: O Brasil tem percentual de pessoashipertensas semelhante ao de países desen-volvidos, como o Reino Unido e Estados Unidos,conhecidos por seus elevados índices de dis-túrbios cardiovasculares.

● PADRÃO DIFERENTE: Porém, diferentementedos países desenvolvidos, onde a hipertensão émais frequente em classes com maior esco-laridadee poder aquisitivo,no Brasil a faixamaisafetada é a com menor nível de escolaridade. Osmotivos seriam alimentação inadequada e se-dentarismo.

● MULHERES: Outra peculiaridade brasileira é omaior percentual de mulheres hipertensas, pro-blema em geral associado com mais frequênciaaos homens. Aqui, o problema seria mais c omumem mulheres porque elas apresentam também

maior taxa de obesidade.

● RIODE JANEIRO: A cidadequejá exportoupadrãode beleza e boa forma é a capital brasileira commaior percentual de hipertensos: elessão 29,2%doscariocas.Para especialistas, a causa seria o elevadopercentual de obesos (16%) e o de pessoas idosas,mais vulneráveis à pressão sanguínea elevada.

Fantasmas de Chernobylainda assustam mundoCerimônia lembra 25 anos do maior acidentenuclear da história de olho na crise no Japão

● Uma cerimônia realizada on-tem lembrou o 25º aniversáriodo pior acidente nuclear daHistória na usina de Cherno-byl, na Ucrânia. Enquanto omundo ainda tenta lidar comos fantasmas deixados por es-sa crise, outra já aparece nohorizonte, com o Japão se es-forçando para controlar os va-

zamentos de radiação na suausina de Fukushima, afetadapelo terremoto seguido de tsu-nami do mês passado.

No dia 26 de abril de 1986, oreator número 4 da usina deChernobyl, então na União So-viética, explodiu e pegou fogodepois que um teste de segu-rança deu catastroficamente er-rado. A detonação espalhouumanuvem de radiação sobre toda aEuropa. Ao todo, 31 pessoasmorreram imediatamenteno aci-dente, mas muitas outras (o nú-mero é incerto até hoje) pe-receram de doenças relaciona-das à radiação, como o câncer,grande parte no que é hoje oterritório da Bielorrússia. Alémdisso, dezenas de milhares fo-ramretiradasde Prypyat,cidade

que tinha uma população de 50mil pessoas na ocasião e era amais próxima do local do aci-dente, e nunca retornaram.

Ajuda internacional para novo edifício de contenção

Na semana passada, indu-zida pela crise em Fukushima,a comunidade internacional

prometeu US$ 780 milhões emajuda para construir um novoedifício de contenção sobre oreator afetado de Chernobylem substituição a outro, im-provisado, que começou a va-zar radiação.

— Chernobyl é um desafio dedimensões planetárias e a res-posta a esse desafio só pode serdada pela comunidade interna-cional — disse o presidenteucraniano Viktor Yanukovich. —Durante muito tempo a Ucrânialutou sozinha contra esta ca-lamidade, mas felizmente nãoestamos mais sós.

Também presente na cerimô-nia, o presidente da Rússia, Dmi-try Medvedev, pediu regrasmaisduras de segurança para usinasnucleares em todo o mundo. ■

China vai construir estação espacialPaís pretende finalizar projeto até 2020 e mantê-lo em órbita por dez anos

● Depois de tomar de assalto aeconomia mundial, tornando-seem poucos anos o segundo paísmais rico do mundo, atrás ape-nas dos EUA, a China agora sepreparapara expandirsuas fron-teiras rumo ao espaço. O go-verno chinês divulgou ontemplanos para construir uma es-tação espacial até 2020.

Com um módulo central de18,1 metros de comprimento in-terligando dois laboratórios umpouco menores, de 14,4 metros,e pesando um total de cerca de

60 toneladas, ela será bem me-nor que a Estação Espacial In-ternacional (419 toneladas) e aextinta estação russa Mir (137toneladas), mas mostra a dis-posição chinesa de tomar a li-derança da conquista espacialdos próprios americanos e deseus ex-rivais russos, menos deuma década após lançar o seuprimeiro astronauta. O anúnciotambém acontece num momen-to em que o outrora poderosoprograma espacial americano sedespede de seus ônibus espa-

ciais e perde orçamento.— Ela será a terceira estação

espacial multi-modular a serconstruída, o que normalmentedemanda uma tecnologia muitomais complicada que um labo-ratório espacial de um módulo— diz o pesquisador PangZhihao, também editor da re-vista “Space International”.

Segundo Jiang Guohua, doCentro de Pesquisas e Treina-mento de Astronautas da China,a ideia é que a estação fique emórbita por pelo menos dez anos,

recebendo tripulações de trêsastronautas que farão estudossobre microgravidade, radiação,biologia e astronomia em tem-poradas de até 20 dias no es-paço. Paratanto,porém, a Chinaterá de desenvolver antes umanave de carga comdiâmetromá-ximo menor que 3,35 metrospara levar suprimentos e equi-pamentos para a estação.

— A China é um grande país,com uma economia poderosa, equer se estabelecer como umdos principais agentes do ce-nário internacional — comentouBernardo Patti, chefe do pro-grama de estações espaciais da

Agência Espacial Europeia(ESA), ao jornal inglês “Guar-dian”. — Eles decidiram poli-ticamente pela autonomia e cer-tamente avaliaram que esta op-çãoéamelhor.Terumoutropaísconstruindo sua própria infraes-trutura no espaço é uma com-petição, e a competição semprenos estimulaa fazermelhor nos-so trabalho — concluiu.

Já John Logsdon, conselheiroda Nasa e ex-diretor do Institutode Política Espacial da Univer-sidade George Washington, vênos planos da China uma buscapor uma experiência própria emvoos espaciais tripulados.

— A China quer dizer que

pode fazer tudo que os outrosprincipaispaísespodemfazernoespaço — disse ele ao “Guar-dian”. — Um significativo, e pro-vavelmente visível, posto avan-çado orbitando sobre a maiorparte do mundo servirá comoum poderoso símbolo político.

Inicialmente batizada Tian-gong (palácio celestial), a es-tação chinesa, assim como afutura nave de carga, terão seusnomes escolhidos em consultapública, disse Wang Wenbao, di-retor do Escritório de Engenha-ria Espacial Tripulada da China:

— Sentimos que o públicodeve ser envolvido neste enor-me projeto que vai aumentarnosso prestígio internacional efortalecer um sentimento nacio-nal de coesão e orgulho. ■

A POSTOS: Tudo pronto para voo do Endeavour 

Scott Audette/Reuters

● O comandante MarkKelly acomoda-se nojato de instrução T-38 ao chegar no CentroEspacial Kennedy, em Cabo Canaveral, naFlórida. Ele estará à frente da tripulação doúltimo voo do ônibus espacial Endeavour,cuja decolagem está prevista para sexta-feira. Entre os espectadores estará a de-putada Gabrielle Giffords, mulher de Kelly.A parlamentar foi baleada na cabeça em

janeiro, em um tiroteio no estacionamentode um supermercado do Arizona. Parcial-menterecuperada, ela poderá acompanhara decolagem do marido à frente do veículoque está na ativa desde 1992, tendo jácompletado mais de 3 mil órbitas ao redorda Terra. O Endeavour é o penúltimo ôni-bus da Nasa a se aposentar. O próximo ederradeiro, em junho, será o Atlantis.

PROTESTOS antinucleares, como esse em Veneza, lembraram o desastre

AFP

7/16/2019 O Globo 270411

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esportes esportes Quarta-feira,27deabrilde2011oglobo.com.br/esportes

    O    G    L    O    B    O

Na cidade  onde seu tradicional uniforme é fabricado, Flamengo, sem Ronaldinho Gaúcho eLéo Moura, tem a obrigação de vencer o modesto Horizonte-CE para seguir na Copa do Brasil

ComaforçadacamisaHORIZONTE, Ceará

A

s camisas que os 11 rubro-negros vestirão às 21h50mde hoje, contra o Horizon-te-CE, pelas oitavas de fi-nal da Copa do Brasil, sãoproduzidas numa fábricalocalizada a poucos quilô-metros do Estádio Domin-gão. Depois do surpreen-

dente empate por 1 a 1 no Engenhão,na semana passada, os jogadores doFlamengo precisarão mostrar o mes-mo espírito operário do segundo tem-po do Fla-Flu do último domingo.Quem ganhargarante vaga nasquartasde final; um empate sem gols favoreceo time cearense, o 1 a 1 leva a decisãopara os pênaltis e igualdades commaisgols classificam o Flamengo.

Foram colocados à venda poucomais de dez mil ingressos. Perto dali,na hora do jogo, cerca de cinco mil

trabalhadores estarão iniciando oturno da noite-madrugada na fábricado fornecedor de uniformes do Fla-mengo. Como em quase todas as ci-dades do Nordeste, o rubro-negro ca-rioca tem maioria na preferência dostorcedores locais.

Os que trabalham na linha de pro-dução do “manto sagrado” não terãofacilidade para ver o jogo. Com de-manda crescente, a fábrica não podeparar. Mas os chefes sabem que amudança na rotina com a presençado Flamengo na cidade é inevitável.

— Pouco antes da hora do jogotem a troca de turno, com cinco milfuncionários chegando. Na Copa doMundo, a gente para tudo no jogo doBrasil, mas agora não vai dar. Já teve

gente pedindo para trocar o turno...E já sei que na quinta-feira vamosouvir muitas justificativas de funcio-nários que não vieram trabalhar nahora do jogo. Gente que ficou doen-te, teve compromisso — prevê, bem-humorado, o coordenador de produ-tos esportivos da Vulcabrás em Ho-rizonte, Léo Mesquita.

Ronaldinho ainda sente joelho Ontem, o Flamengo treinou num

CT de Itaitinga, município localizadoentre Fortaleza e Horizonte. Obriga-do a mexer no time depois de perder,na semana passada, o lateral LéoMoura, o volante Maldonado e Ronal-dinho Gaúcho, o técnico VanderleiLuxemburgo não adiantou a escala-ção para o confronto decisivo desta

noite.O crescimento da equipeno se-gundo tempo do Fla-Flu, quando o ar-gentino Bottinelli substituiu o volan-te Fernando e o time melhorou, podefazer com que o técnico mude a for-mação mais uma vez.

No ataque, Diego Maurício deve sermantido após ter ido bem contra oFluminense, mas Deivid pode recupe-rara vaga de centroavante nolugardeWanderley. O time não fez coletivo,mas treinou cobranças de pênalti.

Nos minutos finais da atividade, osportões foram abertos para os torce-dores que se aglomeravam do lado defora, e puderam apoiar, pedir autógra-fos e tirar fotos com os jogadores.

Enquanto o time treinava no Ceará,Ronaldinho Gaúcho e Leonardo Mou-ra começaram, no Rio, o tratamento

para terem condições de enfrentar oVasco, na final da Taça Rio, no domin-go. Eles fizeram fisioterapia em doisperíodos no Ninho do Urubu. Duranteos exercícios na academia, de manhã,Ronaldinho se queixou de dores nojoelho esquerdo, onde foi constatadoum edema ósseo. A cinco dias da de-

cisão, parece difícil que o meia tenhacondições de entrar em campo.

O volante Maldonado foi submeti-do na manhã de ontem a operaçãopara refazer o enxerto que substituio ligamento cruzado anterior de seujoelho esquerdo. Em 2009, o chilenopassou pela mesma cirurgia, mas o

enxerto então colocado rompeu-seeste ano. Segundo o médico do Fla-

mengo, José Luiz Runco, que coman-dou a cirurgia, o resultado foi satis-fatório e Maldonado deve voltar aoscampos em seis meses.

Ingressos para o clássico à venda A venda de ingressos para o clás-

sico de domingo começa hoje. Ospontos de venda são as bilheteriasda Gávea, do Engenhão, de São Ja-nuário, das Laranjeiras, do Tijuca Tê-nis Clube, da Arena Multiuso, da As-sociação Atlética Volantes de Mes-quita e do Clube Nilopolitano. Os pre-ços variam de R$ 30 a R$ 60, commeia entrada, e cada torcedor podecomprar no máximo três bilhetes. Hávenda também pelo site www.ingres-sofacil.com.br. Hor izonte: Alex, Éderson, Dou-

glas, Carlinhos, Robert; Júnior Cea-rense, Valter, Elanardo, Isaac; DiegoPalhinha, Siloé. Flamengo: Felipe,Galhardo, Wellinton, David Braz eRodrigo Alvim; Willians, Fernando(Bottinelli), Renato e Thiago Neves;Diego Maurício (Bottinelli) e Wan-derley (Deivid). Juiz: Héber RobertoLopes (Fifa-PR). ■

TRANSMISSÃO: Rede Globo, Band, Sportv 2,

ESPN e Rádio Globo

THIAGO NEVES

chuta uma bola

no treino de do

Flamengo em

Itaitinga (CE).

Sem Ronaldinho,

ele tem de

liderar o time

hoje à noite. Ao

lado, Negueba

dá autógrafo a

torcedores

cearenses que

foram dar seu

apoio aos rubro-

negros na

véspera do jogo

Fotos de Alexandre Vidal/Fla Imagem

7/16/2019 O Globo 270411

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2 ESPORTES O GLOBO 27/04/2011

Ausências do diaA prova da importância de Ronaldinho

Gaúcho para o Flamengo está se

apresentando exatamente agora que ele se

contundiu. Pois é ele a notícia: joga ou não

joga? A ausência de Ronaldinho no jogo de

hoje com o Horizonte, na Copa do Brasil,

pode não ser determinante, mas sua

presença contra o Vasco, domingo, na final

do segundo turno carioca, certamente é.

Quer dizer: seria. Uma coisa é ter RonaldinhoGaúcho no time; outra coisa é não ter RonaldinhoGaúcho. Uma coisa é enfrentar um time comRonaldinho Gaúcho; outra coisa é enfrentar umtime sem Ronaldinho Gaúcho. Perguntem ao Vascose não é assim.

E nem precisa estar jogando tanto — como porsinal ele não está. Mas é o nome, é a marca — amarca do craque. É o que Ronaldinho Gaúcho(ainda) pode fazer no jogo. Não quer dizer que elefará, ninguém garante isso. Mas que ele pode fazer,isso todos sabem. Alguma coisa ele pode fazer,alguma coisa que decida um jogo, que seja umpasse, um chute, uma falta, um córner.

É como Ronaldinho funciona para o Flamengoneste futebol do Rio e neste futebol do Brasil. Semele, o Flamengo, digamos assim, não pode tanto.Com ele, não se sabe exatamente o que o Flamengopode, mas sabe-se que pode. O Vasco também sabeisso. O Flamengo de hoje se preocupa não só com oHorizonte mas também com o jogo de domingocontra o Vasco, porque as chances de Ronaldinho

participar da decisão não são muito animadoras. Ea preocupação se expressa no longo treinamentoque o Flamengo realizou ontem de cobrança depênaltis. É isso mesmo: contra o Horizonte.

O outro finalista da Taça Rio também seapresenta logo mais, com tarefa mais fácil, porquejá derrotou o Náutico por 3 a 0 na primeira partida.O Vasco pode se dar ao luxo de poupar jogadorespara domingo, como promete fazer o técnicoRicardo Gomes. O Vasco poupado e o Flamengodesfalcado (também de Leonardo Moura) nestanoite de quarta-feira não devem servir como boaavaliação para o jogo final de domingo.

DUELO ADIADO. Pois outro bambambã do futebolbrasileiro tem desfalque igualmente sério hoje, naCopa do Brasil, contra o Goiás, e também no fim desemana, em jogo da reta final do CampeonatoPaulista. No mesmo caso do Flamengo: o desfalque

deverá ser mais sentido depois, no sábado. A diferença é que o craque, em vez de veterano, égaroto: Lucas. Mas de igual importância.

Imaginem o São Paulo logo sem o Lucas nassemifinais do Campeonato Paulista, contra ninguémmenos do que o Santos. O São Paulo, que é um timecompetitivo, sem dúvida, mas nem sempre pleno decriatividade. E ainda perdemos a oportunidade dever um duelo de classe entre Lucas e Neymar —acredito eu que o mais jovem duelo de classe quese pode produzir hoje no futebol brasileiro.

DUELO CONFIRMADO. E já que o assunto são asausências da grande rodada de quarta-feira, que talesta: Iniesta desfalca o Barcelona contra o RealMadrid, no primeiro jogo da espetacular semifinalda Liga dos Campeões. Que momento! O momentoem que, além de tudo, o técnico do Barcelona, PepGuardiola, está brigando com José Mourinho, doReal Madrid, dentro e fora de campo. Como será

mais difícil aguentar o Mourinho: dentro ou fora decampo?

Com Iniesta, um dos cérebros do time, Guardiolanão está conseguindo driblar a marcação deMourinho nos últimos jogos. Sem Iniesta, a tarefa ficateoricamente mais complicada. Iniesta, podemosdizer, é exatamente o cerne do futebol de troca depasses que distingue o Barcelona, considerado omelhor time do mundo. Depois do Barcelona, qual é?É o Real Madrid, segundo a maioria das opiniões.Pois é este o grande jogo de hoje.

Pior é que os desfalques não atingem apenas oFlamengo, o São Paulo e o Barcelona, os exemplosacima. Atingem também — e muito — quem planejaassistir aos jogos e fica privado do futebol doscraques. O consolo está no time do Santos: detodos os astros citados acima, o único que joga éNeymar, contra o América do México, pela TaçaLibertadores.

 FERNANDOCALAZANS

   c   a    l   a   z   a   n   s    @   o   g    l   o    b   o .   c   o   m .    b   r

COPA NO BRASIL

Eliminatórias começamemjunho● A Copa do Mundo de 2014, no Brasil, vai ter iníciono dia 3 de junho, com os jogos de ida de um mata-mata entre as 10 equipes de pior classificação daConcacaf. Os jogos de volta serão realizados no dia 7de junho. Com isso, as cinco equipes que seclassificarem se somarão a outras 19 para a primeiraetapa de grupos. O sorteio das chaves de todas aseliminatórias para o Mundial será no dia 30 de julho,no Rio. Os jogos são Montserrat x. Belize, Anguila xRepública Dominicana, Ilhas Virgens Americanas xIlhas Virgens Britânicas, Aruba x Santa Lúcia eBahamas x Turcos e Caicos.

HÁ50ANOS José Figueiredo

Ombro de Pelé próximo do bisturiHoje será decidida a ida de Pelé com o scratch que disputaráas taças Osvaldo Cruz e O’Higgins. De fato, ontem, tendo emmãos as chapas tiradas na véspera pelo craque, o Dr. HiltonGosling dirigiu-se à CBD, e fêz longa exposição do caso aopresidente João Havelange, opinando que Pelé deveria serdispensado e submetido a operação cirúrgica no ombroesquerdo, luxado fortemente há dois meses.

Flu, 9 anos invicto no water poloA equipe de water polo do Fluminense sagrou-se ontem ànoite campeã invicta da cidade, pela oitava vez consecutiva,derrotando o Vasco por 6 x 1. Com êsse triunfo, o tricoloralcançou a 96a

- partida invicta desde 1952.

Tricampeonato de basquete à vistaA seleção nacional de basquete prosseguiu ontem em bomritmo para a conquista do tricampeonato sul-americano,vencendo o Paraguai por 94 x 58 no Maracanãzinho.

São Cristóvão pega a estradaA excursão de 26 jogos do São Cristóvão pelo interior do paíscomeça em Luz (MG), neste sábado, contra o Cruzeiro.     h   a

    5    0   a   n   o   s

   o    l   o    b   o .   c   o   m .    b   r

27 DE ABRIL DE 1961

 Até vítimadesmente

 súmulacontraAbreuÁrbitro do jogo contra Avaí diz que atacante do Botafogo iniciou confusão,

 mas capitão catarinense admite tê-lo provocado: ‘Chupa, gringo!’ 

À ESPERA DO BRASILEIRO

CAIO JÚNIOR, técnico do Botafogo: “Chamei o árbitro de covarde”

Fernando Maia/15-4-2011

Pela súmula do juizmineiro RicardoMarques Ribeiro,foi o uruguaio Lo-c o A b r e u q u e mdeu início à panca-daria após o empa-te em 1 a 1 entreBotafogo e Avaí,

dia 20 passado, na Ressacada,pelas oitavas de final da Copado Brasil. O problema é que opróprio meia Marquinhos, doAvaí, que de acordo com o tex-to do árbitro apenas revidaracomum pontapé apósser atin-gido por Abreu com socos etapas, admitiu ontem ter pro-vocado o atacante do Botafo-go no instante do apito final.

Um pênalti inexistente contrao Botafogo marcado por Ribei-ro, aos 42 do segundo tempo,garantiu o empate e a classifica-ção dos catarinenses. O técnicoCaio Júnior foi expulso por re-clamação, após o pênalti, e umabriga generalizada começou aofim do jogo. As confusões naRessacada devem parar no tri-bunal. O procurador-geral do

Superior Tribunal de JustiçaDesportiva, Paulo Marcos Sch-mitt, já pediu as imagens do jo-go e deve ser aberto inquéritoesta semana para julgar o caso.

Técnico se defende No documento divulgado

ontem pela CBF, consta queLoco Abreu atingiu Marqui-nhos na altura do peito e dorosto, levando um pontapé euma gravata do jogador doAvaí em seguida. Os dois fo-

ram expulsos. O capitão daequipe catarinense desmentiuontem a versão de que teriadançado o “créu” para Abreu,provocando a briga. Disse terlevado uma cotovelada douruguaio e, no fim do jogo, gri-tou: “Chupa, gringo!”.

— Não dancei o créu. O quefiquei chateado é que no últi-mo lance ele me deu uma co-tovelada. Em nenhum momen-to, a nossa zaga foi deslealcom ele. Olhei para ele, cerrei

os dois punhos e vibrei falan-do: “Chupa, gringo!” — disseMarquinhos, ao site Globoes-porte.com. — Saí correndo eele saiu correndo atrás demim. Aí, me agarrei com ele,foi a única coisa que fiz. Nãoagredi ninguém. O Herrera,sim, me agrediu no chão.

O técnico do Botafogo tam-bém foi citado na súmula e po-de ficar em situação complica-da no tribunal.Ele negou quete-nha xingado Ribeiro. Segundo

Caio Júnior, foram apenas críti-cas à polêmica atuação do árbi-tro. No documento divulgadoontem, porém, consta que otécnico teria chamado Ribeirode “ladrão”, “safado”, “sem ver-gonha” e “covarde”, além de terproferido alguns palavrões. Aosaber do conteúdo da súmula, otreinador alvinegro desabafou.

— É uma situação que merevolta. Assumo publicamenteque chamei o árbitro de covar-dee reafirmoque ele foi covar-de. Foi o único termo que usei.Quando ele me expulsou, aúnica questão que coloquei foio porquê de ele não ter marca-do o escanteio (no lance ante-rior ao pênalti) — disse Caio.— Na súmula, ele escreve queusei palavrões, mas isso não édo meu feitio, pois respeito to-dos os árbitros. Fiquei revolta-do com essa súmula e preten-do me defender pessoalmenteperante os juízes.

Crise alvinegra com Anaf O episódio azedou de vez a

relação entre o Botafogo e a

Associação Nacional de Árbi-tros de Futebol (Anaf), comacusações de ambos os lados.O presidente Mauricio As-sumpção chegou a pedir oafastamento do presidente daAnaf, Sérgio Corrêa. Ontem,Caio Júnior defendeu uma sus-pensão a Ribeiro:

— Nosso trabalho é julgadopor resultados, e acabou poreliminar um clube de tradição.Um árbitro que erra como eleerrou, deve ser punido. ■

Corinthians busca acordo para estádioPromotor diz que pedirá embargo das obras caso débito com prefeitura não seja quitado

● SÃO PAULO.Antes de começaras obras para a construção doestádio em Itaquera, o Corin-thians precisar encerrar aspendencias judiciais sobre aposse de terreno. Para retiraro processo quepede suadevo-lução à Prefeitura, o MinistérioPúblico estadual exige do clu-be o pagamento de R$ 6 mi-lhões — que pode ser reverti-do em ações sociais — refe-rentes ao uso da área nos úl-timos três anos como centrode treinamento.

Conhecido como Parque

Ecológico do Tietê, o terreno

de mais de 200 mil metros qua-drados foi cedido ao Corin-thians em 1988 em usufrutopor 90 anos. Segundo o pro-motor José Carlos de Freitas,autor da ação de reintegraçãode posse, o clube não cumpriuo compromisso de construirum estádio nos primeiros cin-co anos. Por isso, o MP pede aanulação da concessão e a in-denização pelo tempo de uso.

— Se colocarem uma pá pa-ra escavar o terreno, vou en-trar com uma medida cautelarpara paralisar qualquer tipo

de obra de construção do es-

tádio — disse Freitas.Para evitar que o impasse

seja resolvido judicialmente, aPromotoria de Habitação e Ur-banismo ofereceu um acordoao clube, que pode tambémquitar o débito por meio daprestação de serviços sociaisna região, opção preferida pe-lo Corinthians. O valor da dí-vida é baseado num lei muni-cipal de 2007

— O Corinthians não achaque tem que dar dinheiro àPrefeitura, mas praticar açõessociais. Se existe essa lei, va-

mos acatá-la. O Corinthians

acredita que tem condições defazer obras até num valormaior que esse de R$ 6 mi-lhões — , disse Sérgio Alvaren-ga, diretor de assuntos jurídi-cos do Corinthians. — Esta-mos perto de um acordo. Oclube entregou na semanapassada uma contrapartidapara o promotor

Comapoio daprefeiturae dogoverno de São Paulo, o Corin-thians quer erguer em menosde três anos uma arena commais de 65 mil lugares para re-ceber o jogo deaberturada Co-

pa do Mundo de 2014. ■

7/16/2019 O Globo 270411

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27/04/2011 ESPORTES O GLOBO 3

     o

      l     o      b     o .     c

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 planeta que rola planeta que rolaALLAN CALDAS E MARCELOALVES

O caminho para a final brasileira na Libertadores

Tomas Bravo/Reuters (20-04-2011)

DECISÃO: Real

Salt Lake, dos

EUA, e Monterrey,

do México, fazem

hoje à noite a

final da Liga dos

Campeões da

Concacaf, em

Utah. No jogo de

ida (foto), houve

empate em 2 a 2.

● As oitavas de final da Libertadores começaram ontem, mas o Brasil já pode garantir semanaque vem sua presença na decisão. Para isso, basta que Cruzeiro, Santos, Grêmio e Interpassem para as quartas. Neste caso, a tabela indica um cruzamento entre mineiros e

paulistas e outro entre os rivais gaúchos, garantindo dois times do país na semifinal. Como aregra atual da competição obriga o confronto entre compatriotas nesta etapa, um brasileiro jáestaria na decisão. Se além disso o Fluminense também chegar à semifinal, o Brasil poderáenfim driblar o regulamento da Conmebol e voltar a fazer uma final caseira, como ocorreu em2005 e 2006. Caso este otimista exercício de futurologia se confirme, teríamos o Flu contraum time gaúcho numa semi, e Cruzeiro ou Santos contra uma equipe estrangeira na outra.

Ostimes que estão a uma rodadadotítuloArturo Rodriguez/AP

● Os campeonatos que adotam a temporada europeia vãochegando ao fim, e cada rodada agora pode ser decisiva.Na Itália, o Milan tem chance de ser campeão já nestedomingo. No mesmo dia, o Twente pode ser bi na Holanda.A torcida do Borussia Dortmund espera festejar sábado, naAlemanha. Contagem regressiva também em Gana: oBerekum Chelsea está 12 pontos à frente do Asante Kotoko.Mas lá a próxima rodada será apenas no dia 8 de maio.

 Baseforte● Dos 139 gols feitos até agorapelo Barcelona na temporada,exatamente 100 forammarcados por jogadoresformados nas divisões de basedo clube espanhol. Só oargentino Messi balançou asredes adversárias 50 vezes.

 Festa portuguesa● Se hoje a Espanha estará deolho no duelo Real x Barça,amanhã é a vez de Portugalparar. Três times do país jogampela semifinal da Liga Europa:Benfica enfrenta o Bragaenquanto o Porto pega o único“intruso”, o espanhol Villarreal.

Surpresairaniana● A Liga dos Campeões da Ásiaainda está na primeira fase, masum país já se destaca: o Irã, quepode ver seus quatro times nasoitavas. Invictos, Sepahan e ZobAhan lideram seus grupos. EEsteghlal e Persepólis têm boaschances nas suas chaves.

Um Vasco sério até demaisTime pode  perder por dois gols de diferença para o Náutico, hoje, que estará nas quartas definal da competição, em noite que Felipe comemora 300 partidas com a camisa do clube

COPA DO BRASIL

FLAMENGO

Caxias-RS*

Palmeiras*

Santo André

Atlético-PR*

Bahia

 20/4 Hoje- 21h50m

13/4 Hoje- 21h50m

Ceará

Coritiba

0

4 Avaí*

SãoPaulo*

Goiás

1

0

Horizonte-CE*

1

1

G. Prudente*

2

1

1º jogo2º jogo

1º jogo2º jogo

13/4 20/4

13/4 20/4

 21/4 Hoje- 19h30m

14/4 Amanhã- 19h30m

13/4

 21/4

 20/4

 Hoje- 21h50m*Faz o segundo jogo em casa

VASCO*

BOTAFOGO

Náutico

2

2

1

1

SEMIFINAL SEMIFINAL

FINAL

QUARTASDE FINAL

OITAVASDEFINAL

OITAVASDEFINAL

QUARTASDE FINAL 3

0

2

1

1

0

1

1

5

0

Avaí 

Atlético-PR

Palmeiras

Fábio Juppa

Adversário do Vas-co esta noite, às21h50m, o Náuticonão acredi ta naclassificação paraas quartas de finalda Copa do Brasil.Como perdeu nosAflitos por 3 a 0 e

no fim de semana faz o segun-do jogo da semifinal do Cam-peonato Pernambucano, con-tra o Sport, o time que vem aoRio é formado por reservas ejogadores fora dos planos dotécnico Roberto Fernandes,que deve ser substituído no

banco por um velho conheci-do de São Januário, o hoje au-xiliar Zé do Carmo.

O cenário parece armadopara o torcedor vascaíno cele-brar a vaga e o ídolo Felipe,que fará sua 300 a

- partida coma camisa do clube, mas às vés-peras de uma decisão contra oFlamengo, em que as atençõestendem a estar todas voltadaspara o confronto com o rival,festa é um termo inconvenien-te e quase proibido.

— Gostaria que, nesse jogo,a equipe me desse de presentea classificação — pediu Felipe.— Temos uma boa vantagem,mas é bom respeitar para nãosermos pegos de surpresa. Va-

mos pensar no Náutico e dei-xar o Flamengo para depois.

O discurso, apesar de tudo,soa excessivamente cautelosoquando até o adversário fazpiada da própria situação.

— Nós somos realistas emsaber que é muito difícil, masquem sabe os caras não to-mam um suco de maracujá e

 São Paulotem Goiás ecampo ruim pela frente

Clube tenta 

 recuperar Morumbi e suas estrelas para reta final do Paulista

e da Copa do Brasil● SÃO PAULO. Com a vantagemdo empate diante do Goiás,hoje, às 21h50m no Morumbi,uma das maiorespreocupações do São Paulo éo estado do gramado, ondenão atua desde a vitória por3 a 0 sobre o Santo André em13 de março. Desde então, oestádio recebeu shows deShakira, Iron Maiden e U2,enquanto o time mandavaseus jogos em Barueri. Oespetáculo do próximosábado, no entanto, será asemifinal do CampeonatoPaulista contra o Santos.Antes, o São Paulo precisa

confirmar a vantagem obtidacom a vitória por 1 a 0 sobreo Goiás no Serra Dourada.

Além do campo, o tricolortrabalha para recuperar seuantigo artilheiro e seu talentomais promissor. EnquantoLuís Fabiano teve suareestreia adiada devido asdores no joelho, Lucas estáfora da semifinal do Estaduale não participará da primeirapartida das quartas de finalda Copa do Brasil, contra o jáclassificado Avaí, caso o SãoPaulo passe hoje pelo Goiás.

— O que não mata,fortalece. Vou voltar aindamelhor, partindo para cima e

ajudando o São Paulo avencer — disse Lucas, quesofreu estiramento muscularna coxa direita e passarápelos menos duas semanasem tratamento.

Em confronto que vaiapontar o adversário doFlamengo ou do Horizonte-CE, o Ceará enfrenta oGrêmio Prudente hoje, às19h30m, no interior paulista,com a vantagem de tervencido o primeiro jogo por 2a 1. Para invertê-la, basta aotime da casa uma vitória por1 a 0 já que o regulamento dacompetição adota os golsmarcados fora de casa comocritério de desempate emcaso de igualdade no saldo. ■

Cezar Loureiro

A CAMISA com o número 300 que Felipe vestirá contra o Náutico: o ídolo pediu a classificação ao time

DestaquesnaTV

REDE GLOBO12:45 “Globo esporte”

15:45 Liga dos Campeões:Real Madrid x Barcelona

21:50 Copa do Brasil:Horizonte-CE x Flamengo

REDETV!11:00 “RedeTV! esporte”

BAND11:15 “Jogo aberto”

15:45 Liga dos Campeões:Real Madrid x Barcelona

21:50 Copa do Brasil:Horizonte-CE x Flamengo

SPORTV09:00 “Sportv news”10:00 “Redação Sportv”

13:15 “Sportv news”

14:00 “Arena Sportv”

18:00 “Sportv tá na área”19:30 Copa do Brasil:

Grêmio Prudente x Ceará21:50 Copa Libertadores:

Santos x América-MEX

00:00 “Sportv news”

SPORTV 2

14:00 Campeonato Francês:Olympique de Marselha x Nice

19:30 Copa Libertadores:Estudiantes-ARG x CerroPorteño-PAR

21:50 Copa do Brasil:Horizonte-CE x Flamengo

ESPN BRASIL10:00 “Pontapé inicial”11:30 “Sportscenter”12:30 “Bate bola”18:45 “Bate bola”21:40 Copa do Brasil:

Vasco x Náutico23:30 “Sportscenter”

ESPN11:00 “Sportscenter”15:45 Liga dos Campeões: Real

Madrid x Barcelona21:50 Copa do Brasil:

Horizonte-CE x Flamengo

ESPN HD15:45 Liga dos Campeões:

Real Madrid x Barcelona21:50 Copa do Brasil:

São Paulo x Goiás

ESPORTE INTERATIVO20:00 Barcelona x Osasuna (VT)00:00 “Caderno de Esportes”

OBS: Horários e programaçãofornecidos pelas emissora

comem uma feijoada e nós va-mos para cima? — brincou Zédo Carmo, campeão brasileiropelo Vasco em 1989.

Felipesó nãofoi capazde ne-garque o jogo de hoje realmen-te tem algo de especial. Para omeia, a carreira vitoriosa e acondição de ídolo do Vasco fo-

ram um prêmio à persistênciadopai, queo levavaaos treinosdesde criança. De sua geração,apenas ele e o amigo Pedrinho,que também marcou época noclube, chegaram ao time pro-fissional. Quando pisar emcampo,disse,vai se lembrar decenas de uma trajetória que

ainda o emociona:— Tudo o que aconteceu faz

com que eu valorize aindamais a posição que ocupo ho-je. Tem funcionário que estáaqui desde que tenho oitoanos, e me viu crescer.

Felipe vai jogar apenas 45minutos. No segundo tempo, o

técnico Ricardo Gomes lança-rá Fellipe Bastos no lugar docapitão. O mesmo deve acon-tecer na lateral direita, posi-ção na qual começa jogando oatual titular, Allan, e na etapafinal deve ser ocupada porFágner, que reaparece no timerecuperado de um problemano joelho que o deixou afasta-do por um mês.

Diego Souza poupado Como a vantagem é bastan-

te confortável — o time podeperder por até dois gols de di-ferença que fica com a vaga —Ricardo sequer vai relacionaro volante Rômulo, o atacante

Alecsandro, ambos titulares, eo lateral Márcio Careca, queestão pendurados e se tomas-sem o terceiro cartão estariamfora do primeiro jogo dasquartas definal.O casode Die-go Souza é diferente. Ele serápoupado para se preparar me-lhor para a decisão da TaçaRio, contra o Flamengo. Omeio-campo terá três novida-des: Jumar, Eduardo Costa eBernardo, que volta a ter umachance desde o início. O ata-que terá Élton e Éder Luís.

— Estamos pensando nomelhor. A estrutura do timenão muda — afirmou Gomes.

Vasco: Fernando Prass, Al-lan, Dedé, Anderson Martins e

Ramon; Jumar, Eduardo Costa,Felipe e Bernardo; Éder Luís eÉlton. Náutico: Douglas, Peter,Wescley, Jorge Felipe e Jeff Sil-va; Rodolfo Potiguar, Élton eDeyvid Sacconi; Fábio Reis, Si-las e Ricardo Xavier. Juiz:De-varly Lira do Rosário (ES). ■

TRANSMISSÃO: ESPN Brasil

Editoria de Arte

7/16/2019 O Globo 270411

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4 ESPORTES O GLOBO 27/04/2011

Siga os lances deHorizonte-CE xFlamengo e Vasco xNáutico, às21h50m

CLIQUE TEMPO REAL

Patrícia Amorim:Falta de patrocíniodificulta criação detime feminino doFlamengo

CLIQUE CALCINHA

Gottardo falasobre o fim de suaprimeiraexperiência comotécnico de futebol

CLIQUE BOLA DE MEIA

NA INTERNET oglobo.com.br/esportes

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No Planeta: umacomparação dascarreiras de Messie Cristiano Ronaldoem números

CLIQUE INFOGRÁFICO

FluselivradetodososmalesPela primeira vez  na temporada, departamento médico do clube estará vazio. Emerson é

 retirado da lista da competição, mas ficará nas Laranjeiras até ser negociado com outro time

COPA LIBERTADORES

Gian Amato

O

Fluminense estácurado. A espe-rança de uma no-va vida na Liberta-dores foi o remé-dio para a elimina-ção do Carioca. A prova de que oclube ganhou imu-

nidade depois de muito tempoestá em campo. Pela primeiravez nesta temporada, a comis-são técnica poderá ficar semnenhum jogador no departa-mento médico. Ninguém quercontinuar como paciente nestemomento de urgência.

— Nem tinha me dado contaque o departamento médicoestá vazio. Não gosto nem defalar para não enchê-lo nova-mente — disse o preparadorfísico Ronaldo Torres.

Deco r ecuperado Os dez dias que ficou no de-

partamento médico foram o su-ficiente para Deco perdero jogodo ano até agora. Com um ede-ma na coxa esquerda, ele ficoude fora da classificação históri-ca na Argentina, mas voltou atreinar com bola ontem e deve-rá jogar na segunda partidacom o Libertad, dia 4 de maio,no Estádio Defensores del Cha-co, em Assunção. Já o atacanteRodriguinho, que ficou ausentepor dois meses com lesão nacoxa direita, está relacionadopara o primeiro jogo com o Li-bertad, amanhã, no Engenhão,de acordo com Torres.

Ainda na manhã de ontem, ozagueiro Leandro Euzébio trei-nou pela primeira vez nas La-ranjeiras depois de ter feitouma artroscopia no joelho di-reito em 23 de março. Ele tra-balhou com o fisioterapeuta Fá-bio Marcelo e nofim de semanacomeçará a treinar com Torres.O lateral-esquerdo Carlinhosestá na mesma situação. Damesma maneira que Euzébio,ele se machucou contra o Boa-vista, dia 20 de março, quandotorceu o tornozelo esquerdo.

Dos cinco jogadores recém-recuperados, Digão é o únicoque não voltou a campo. Masisto deverá acontecer no iní-cioda próxima semana, segun-

do Torres. O zagueiro, que so-freu estiramento na coxa dire-ta no clássico com o Vasco (27de março), faz musculação.Todos os cinco foram inscri-tos na Libertadores.

Diogo é inscrito nas oitavas Depois da alta, a preocupa-

ção agora é que os jogadoresnão voltem para o departa-mento médico. O trabalho foifacilitado pelo fato de o timejogar uma vez por semana, oque garante maior tempo derecuperação. Como aconteceuontem, com Diguinho (panca-da no pé direito) e Conca, comdores musculares, liberados

do treino. Como a equipe sóvoltará a jogar na próximaquarta-feira, a comissão técni-capoderáaté dar folgapara osjogadores na sexta-feira, de-pois do jogo com o Libertad.

Com Fred e Deco, que têmsofrido com seguidas lesões, ocuidado será redobrado.

— Não os sobrecarrego.Mas não posso prever. São se-res humanos — disse Torres.

O atacante Emerson, afasta-do, deverá ser negociado e nãofoi inscrito na segunda fase daLibertadores. Diogo entrou emseu lugar. Giovani, atacante de19 anos, ex-Internacional, foicontratado para o time sub-23.Henrique, goleiro do Olaria, po-derá ser contratado. ■

OITAVAS DEFINAL

CRUZEIRO*

OnceCaldas (COL)

Libertad(PAR)*

FLUMINENSE

LDU(EQU)*

Vélez(ARG)

INTERNACIONAL*

Peñarol(URU)

GRÊMIO

U. Católica (CHI)*

América(MEX)*

SANTOS

 Junior deBarranquilla(COL)*

 Jaguares(MEX)

Cerro Porteño(PAR)*

Estudiantes(ARG)

SEMIFINALSEMIFINAL

FINAL

QUARTAS DE FINALQUARTAS DE FINAL

OITAVAS DEFINAL

*Faz o segundo jogo em casa

 Hoje- 21h50m

 4/5- 21h50m

 Hoje- 21h50m

 3/5- 22h45m

 Hoje- 19h30m

5/5- 23h50m

 Hoje- 19h30m

5/5- 21h30m

1º jogo

2º jogo

1º jogo

2º jogo

 Amanhã- 21h50m

 4/5- 21h50m

Ontem

 4/5- 19h30m

 Amanhã- 19h30m

 4/5- 19h30m

Ontem

 4/5- 21h50m

1

2

Ivo Gonzalez

DECO SE prepara para chutar em seu primeiro treino com bola, ontem, nas Laranjeiras, depois de ficar dez dias parado para se recuperar de um edema na coxa esquerda

 Nervoso, Grêmio perdeUniversidad Catolica  faz 2 a 1 no Olímpico e complica os gaúchos

● PORTO ALEGRE. O Grêmio abu-sou dos erros e do nervosismo,em especial diante dos erros doárbitro argentino Nestor Pitana.Mesmo com a torcida ao seu la-do,o time gaúchoperdeu para oUniversidad Catolica, do Chile,por 2 a 1 no Olímpico e terá quevencer por dois gols de diferen-ça, em Santiago, em 4 de maio.

Sem que o juiz nada fizesse,Fábio Rochemback levou um pi-são no rosto. Pitana também ig-norara faltas para o Grêmio.Mas os gaúchos também erra-vam muito na defesa e davamespaços ao Universidad Catoli-

ca. Aos 28, eram dois jogadoresdo time chileno contra um de-fensor. Pratto, na saída de Mar-celo Grohe, fez1 a 0. Para piorar,Borges, aos 34, foi expulso pordar uma cotovelada no zagueiroHenríquez. Douglas ainda levouperigo com um chute na trave.

Douglas tentou mudar a his-tória do jogo. Aos 13 do segun-do tempo, acertou lindo chutede fora da área e empatou o jo-go. Aos 24, Valenzuela deu en-trada violentíssima em Lins e ojuiz deu só cartão amarelo. Ten-tando virar, o Grêmio se expôsde novo. Aos 29, Pratto, livre na

área, cabeceou para fazer 2 a 1.Grêmio: Marcelo Grohe, Ga-

briel, Rafael Marques, Neuton eGilson (Escudero); Fábio Ro-chemback, Adílson, William Ma-grão (Lins) e Douglas; Leandro(Carlos Alberto) e Borges. Uni- 

versidad Catolica: Garcés, Valen-zuela, Martínez, Henriquez eEluchans;Ormeño,Silva(Gutiér-rez), Meneses, Costa (Sepulve-da) e Cañete (Villanueva); Prat-to. Juiz: Nestor Pitana (Argenti-na). Cartões amarelos: Adílson,William Magrão, Valenzuela, Elu-chans, Martínez, Silva e Costa.Cartão vermelho: Borges. ■

 Em lados opostos, àespera do encontro

● SANTOS. Cruzeiro e Santosiniciam hoje suas participa-ções nas oitavas de final de

maneiras distintas, mas com apossibilidade de se encontra-rem no meio do caminho. Se otime do técnico Cuca, dono damelhor campanha da primeirafase, vencer o Once Caldas, naColômbia, terá cumprido umaboa parte do percurso até asquartas de final, porque deci-dirá a vaga em casa. Já a equi-pe de Muricy Ramalho recebeo América do México na VilaBelmiro precisando abrir van-tagem para decidir fora. Aspartidas serão às 21h50m.

Antes mesmo de jogar aprimeira partida hoje, quedeverá ter a casa cheia, Mu-ricy Ramalho já reclamou da

troca de estádio no segundojogo. Por ser o palco de umshow do U2, o Estádio Azte-ca estará indisponível no dia3 de maio e o Santos terá quejogar a 200km da Cidade doMéxico, em Querétaro.

— É cansativo e Querétaro émais de duas horas e meia dis-tante da Cidade do México —declarou Muricy.

Neymar não sente a pressão Para Neymar, tanto faz. O

que ele quer é jogar. E bem, se-ja em Santos ou no México. Oatacante garante que não sesente pressionadoàs vésperasde jogos decisivos. No sábado,o Santos enfrentará o São Pau-lo na semifinal do Paulista:

— Não muda nada. Quandoestou dentro de campo, as coi-sas acontecem naturalmente.

Não importa se é contra oAmérica, o São Paulo ou qual-quer outro time — disse.

O Cruzeiro foi à Colômbiadisposto a manter o curtoretrospecto contra o OnceCaldas no Estádio Palogran-de. Os dois times se enfren-taram apenas uma vez, jus-tamente na inauguração doestádio, em 1994. O cruzeirogoleou por 5 a 2. Mas Cucanão está preocupado com opassado. E sim com o atualOnce Caldas.

— O Rentería está vivendoum grande momento. E temoutroatacante rápido, o DayroMoreno. Jogam com três za-

gueiros ou com uma linha dequatro. E aproveitam muito ofator casa — explicou Cuca.

Mas o passado insiste embater à porta do treinador. Seo retrospecto é bom para oCruzeiro, o mesmo não se po-de dizer quando o confronto éentre Cuca e o time colombia-no. Em 2004, o técnico, no SãoPaulo, foi eliminado da compe-tição pelo Once Caldas:

— Era outro time, como eutambém estou dirigindo umaoutra grande equipe. Foramdois jogos. O primeiro, 0 a 0. Eo segundo estava 1 a 1 e acon-teceu uma fatalidade. A genteacabou perdendo e ficando defora da grande final com o Bo-ca Juniors. ■

Santos e Cruzeiro  enfrentam América-MEX e Once Caldas-COL de olho nas quartas

Editoria de Arte

7/16/2019 O Globo 270411

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2ª edição • 27/04/2011 ESPORTES O GLOBO 5

Prontoparaa reviravoltaApós um  início ruim de temporada, Hélio Castroneves espera um bom resultado no circuito de rua da etapa

 brasileira, domingo, para, enfim, ‘entrar’ no campeonato. Piloto ainda pretende homenagear Ayrton Senna

FÓRMULA-INDY 

Carol Knoploch

SÃO PAULO

Hélio Castroneves,da Penske, sonhacom uma revira-volta. E no Brasil.É que o piloto tri-campeão das 500Milhas de Indianá-polis (2001, 2002 e2009) começou a

temporada da Fórmula-Indycom o pé esquerdo. O brasilei-ro afirma que uma boa corridana etapa de São Paulo, no do-mingo, será o combustível pa-ra entrar de vez no campeona-to, já de olho no próximo cir-cuito, em Indianápolis — elepode se igualar a A. J. Foyt, AlUnser e Rick Mears em casodo tetra. Além disso, sonhahomenagear Ayrton Senna empleno 1o

- de maio, no 17o- ani-

versário da morte do ícone.— Tentamos, com Roger

Penske (dono da equipe) e aorganização do evento, trazero modelo que ele pilotou em1993. O carro estáem perfeitascondições, mas precisávamosde mais tempo para toda a lo-gística, para testá-lo antes etc.A ideia era ter o Bruno Senna,seu sobrinho, na pista com es-te carro. Infelizmente, não deu

certo. Mas se eu ganhar a cor-rida, vou levar a bandeira doBrasil no carro como ele fazia— contou Helinho, frustradocom este início de 2011. —Mas estou virando a página.Correr bem no Brasil pode sera reviravolta.

Kanaan é melhor brasileiro 

Na corrida de estreia, emSão Petersburgo (EUA), Heli-nho se envolveu em acidentelogo na primeira curva, comScott Dixon, Mike Conway,Oriol Servia e Ryan Briscoe.Voltou para a corrida e com-pletou em 20o

-, a 15 voltas dovencedor Dario Franchitti. No

Alabama, fez uma corrida ins-tável e terminou em sétimo,três posições inferiores à dalargada. E na última etapa, em

Long Beach, bateu no compa-nheiro de equipe, Will Power.Chegou a pedir desculpas pú-blicas pelo episódio.

— Não é por falta de traba-lho que o resultado ainda nãoveio. Foram situações. Tenhode superar isso — explicou o

piloto, que se desdobra desdesegunda-feira com compro-missos fora da pista.

Desde 1995, Helinho mora

longe do Brasil. Quando vemao país, a agenda fica lotada:atende a jornalistas, parceirose patrocinadores, comparece a

eventos e promovea categoria.Este ano, soma dez compro-missos por dia até sexta-feira.Hoje, por exemplo, irá sambar

na quadra da escola CamisaVerde e Branco, ao lado de Ra-fael Matos, do espanhol OriolServia, da suíça Simona de Sil-

vestro e do japonês Takuma Sa-to. Tudo para promover a cor-rida de domingo:

— É como se fosse uma cor-

rida antes da etapa da Indy. Opior são os pedidos de convi-tes e credenciais... (risos). Fi-co mais ansioso, mas me acos-

tumei com todo este clima.Faz parte do pacote.

Aos poucos, os pilotos de-sembarcam em São Paulo paraa quarta etapa da temporada,em circuito de rua, com larga-da e bandeirada na pista doSambódromo. Os carros ti-nham chegada prevista paraontem à noite. No total, sãocerca de 300 toneladas deequipamentos, transportadospor 40 carretas.

Helinho, Tony Kanaan e BiaFigueiredo já estão na cidade.Kanaan, da KV, é o melhor bra-sileiro, em terceiro, com 87pontos. Dario Franchitti tem122; e Will Power, que venceua prova paulista em 2010, so-ma 115 pontos.

Meira foi terceiro em 2010 

Ontem, Kanaan ficou sobcuidados médicos por contade uma virose. Teve de des-marcar todos os compromis-sos para ficar de repouso ab-soluto. Entre os outros brasi-leiros, Raphael Matos tem che-gada prevista para hoje, às12h. Já Vitor Meira, cuja espo-sadeu à luza Juliana noúltimodomingo, chegará amanhã.Meira foi o melhor piloto bra-sileiro na prova do ano passa-do. Largou em 18o

- e terminou

em terceiro lugar.As estrelas internacionaisdevem chegar entre amanhã esexta-feira. Os treinos para adefinição do grid acontecerãono sábado, às 15h. O warm-up(treino de aquecimento) acon-tecerá no domingo, às 8h30m.A corrida, com 74 voltas emcircuito de 4.080 metros, seráno domingo, às 13h.

Em 2010, na estreia destecircuito, a organização teve defazer ranhuras na pista na vés-pera da prova, adiando, inclu-sive, o treino de classificação.Este artifício já foi realizado,assim como a pavimentaçãode alguns trechos. Sobre uma

possível homenagem a AyrtonSenna,a organizaçãoinformouque ainda não há definição so-bre o assunto. ■

FUNCIONÁRIOS DÃO os últimos retoques na pista que, no domingo, receberá a quarta etapa da temporada da Fórmula-Indy, em São Paulo

Fotos de Eliária Andrade

O SAMBÓDROMO, ainda interditado, onde serão a largada e a chegada

Darron Cummings/AP/28-5-2010

CASTRONEVES: “NÃO é por falta de trabalho que o resultado não veio”

Há6,6milhõesdeingressosvendidos

● Acabou ontem o prazopara os residentes da Grã-Bretanha compraremingressos para os Jogos deLondres-2012. No últimodia, a procura foi tanta que

o site oficial saiu do ar.Foram vendidos 6,6milhões de bilhetes (2/3do total) para 654 eventos.

LONDRES-2012

Belluccivence, após44dias● Após 44 dias e derrotasnas estreias em Miami,Monte Carlo e Barcelona, obrasileiro Thomaz Belluccicomemorou ontem aclassificação à segundarodada do ATP 250 de

Estoril, ao bater odinamarquês FrederickNielsen por 7/5 e 6/1.

TÊNIS

Rússiareceberá reuniãoolímpica● Tradicionalmenterealizada no país-sede dosJogos Olímpicos, a reuniãode cerca de 200 dirigentesde federações olímpicas,em 2012, será na Rússia.Com problemasfinanceiros, Londresdesistiu de receber oevento.

LONDRES-2012

Claudio Nogueira

● O Flamengo venceu ontem asegunda partida contra o Ita-bom/Baurueempatouem1a1asérie melhor de cinco das quar-tas de final do NBB. Jogando emcasa, na Arena Multiuso, o ru-bro-negro bateu a equipe paulis-tapor79a71(51a28)e,hoje,nomesmo local (às 20h), pode pas-sar à frentena briga por uma va-ga nassemifinaisda competição.O quarto jogoserá sexta-feira,às20h30m, em Bauru.

Cestinha da partida, com 26pontos, Marcelinho ditou o rit-mo do jogo desde o início. Asequipes foram para o intervalocom a confortável vantagem ru-bro-negra de 23 pontos: 51 a 28.

Na volta, o domínio do Flamen-gose manteve,e o terceiroquar-toterminouem73a52.Noquar-to período, porém, o rubro-ne-gro quase se complicou. Come-çou a desperdiçar ataques e viuo Bauru reagir. No fim, vitória de79 a 71 para os cariocas. Irrita-dos com as marcações da arbi-tragem, por pouco os jogadoresnão brigaram em quadra.

— O time deu um apagão,achando que o jogo estava de-cidido, mas não se faz isso emplayoffs — criticou Marcelinho.

O jogador Leandrinho, doToronto Raptors e da seleçãobrasileira assistiu à partida.Com seu time fora dos playoffsda NBA e ainda às voltas comuma lesão no punho direito,

ele precisará passar por cirur-gia e ainda não sabe se poderáse juntar à seleção brasileirano Pré-Olímpico, a partir de 30de agosto, na Argentina. Flamengo: Hélio (3), Teague

(13), Marcelinho (26), Teich-mann (13) e Wagner. EntraramJéfferson (9), Duda (4), Átila

Santos (7), Fred (2) e Guto (2). Bauru: Larry (13), Alex (2), Jeff(19), Fischer (12) e Pilar (16).Entraram Gui (6), Tiago Aleo(3), Castellón e Renato.

Mais resultados: Franca 79 x78 São José (2 a 0); Brasília 109x 73 Uberlândia (1 a 1); Pinhei-ros 84 x 70 Joinville (2 a 0). ■

BASQUETE

FlavenceBauruemcasaeempataasérieRubro-negro quase se complica no fim, mas consegue vitória por 79 a 71. Hoje, novamente

 na Arena Multiuso, equipe pode passar à frente na briga por vaga nas semifinais do NBB

Um Bebê na Terra dos gigantes da NBA

Jovem pivô  de 2,13m é inscrito no Drafte pode ser o quinto brasileiro na liga

● O basquete brasileiro poderá ter um time completo naNBA a partir da próxima temporada. O quinto jogador na-cional na competição deverá ser o pivô Lucas Riva Ama-rante Nogueira — mais conhecido como Lucas Bebê —, de18 anos e 2,13m, que teve confirmada sua inscrição noDraft, o processo de seleção para as equipes da liga ame-ricana, marcado para dia 24 de maio.

Lucas vai se juntar a Nenê, do Denver Nuggets, Lean-drinho (Toronto Raptors), Anderson Varejão (ClevelandCavaliers) e Tiago Splitter (San Antonio Spurs). Há poucomais de duas semanas, Bebê havia participado de um cam-ping de treinamento em Portland (EUA).

Nome certo na seleção que vai disputar o Mundial Sub-19,naLetônia,o pivô do Asefa Estudiantes (Espanha)viráao Bra-sile, em maio, embarcará paraos EstadosUnidos paratreinar.Nascido em São Gonçalo, tem a idade mínima para o Draft.

— Estar inscrito no Draft é uma sensação diferente. Po-de ser um salto na minha carreira. Quero estar o mais tran-quilo possível e bem preparado para mostrar o meu bas-quete e aproveitar esta oportunidade — afirmou Bebêque, no ano passado, foi o destaque da seleção sub-18 naCopa América de San Antonio e treinou com a seleçãoadulta antes do Mundial da Turquia.

De acordo com o site NBADraft.net, Lucas Bebê é o sex-to entre os pivôs, atrás de Enes Kanter, Jonas Valanciunas,Jeremy Tyler, Bismack Biyombo e Jordan Williams. Issosignifica que deverá ser bem disputado pelas equipes. ■

Fernando Maia

ÁTILA SANTOS sobe para fazer mais dois pontos na vitória do Flamengo

7/16/2019 O Globo 270411

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o globo.com.br/esportes6 27/04/2011

DUELO DE GIGANTES

0,038 0,040 0,040

0,0480,053

0,0560,061 0,062

0,0730,079

FONTE: AgênciaSporting Intelligence

FATURAMENTO DOS CLUBES EM 2010

OS GANHOS COM SÓCIOS E ESTÁDIOS

RECEITA COM MARKETING

ORIGEM DAS RECEITASBARCELONA REAL MADRID

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

 F 259milhões

 F 291,2milhões

 F 405,2milhões

 F 483,6milhões

 F 551,3milhões

 F 641milhões

 F 674,6milhões

 F 773,2milhões

 F 316milhões

2001

 F 41,4milhões

2003

 F 48,2milhões

2005

 F 75,1milhões

2005

 F 63,7milhões

2009

 F 109,3milhões

2010

 F 115,5milhões

2009

 F 117,3milhões

2010

 F 148,6milhões

Mídia

Marketing

Sócios e estádio

38%

32% 31%

30% 39% 30% 39%29%

32%

33%35%

32%

Mídia

Marketing

Sócios e estádio

2009 2010 2009 2010

2003

 F 25,3milhões

2005

 F 47,6milhões

2009

 F 117,2milhões

2010

 F 120,9milhões

2001

 F 38,6milhões

2005

 F 124milhões

2009

 F 139milhões

2010

 F 145milhões

FONTE:“Indústria doEsporte– AnáliseRealMadride Barcelona, os clubes commaiorreceitado esporteglobal (abrilde 2011)”,elaborado pelaBDORCS AuditoresIndependentes

BARCELONA

REAL MADRID

 F 442,3milhões

 F 385,6milhões

 F 192,3 milhões (43%)

 F 235,2milhões (61%)

% do PIB da EspanhaAS RECEITAS DOS DOIS CLUBES EA PARTICIPAÇÃO NO PIB ESPANHOL

Leonel

Messi

CristinanoRonaldoTotal

Gastos com salários

Total

Gastos com salários

 F 827,9

milhões

LIGA DOS CAMPEÕES

Acapital domundodabolaReal Madrid  e Barcelona fazem primeiro confronto das semifinais no Santiago Bernabéu num clássico de

 altas emoções e cifras. No duelo dos técnicos, Mourinho provoca Guardiola que não terá Iniesta, machucado

Pedro Motta Gueiros*

Detentores de ummonopólio nacio-nal que avança pe-lo planeta, RealMadrid e Barcelo-na movimentarão0,1% do ProdutoInterno Bruto es-panhol até a tem-

porada 2012/13. De acordocom estudo da BDO, um em ca-da mil euros gerados no paísvirão da paixão pelos dois clu-bes. A considerar o capital po-lítico e cultural envolvido na ri-validade, toda a Espanha jápõe suas fichas no clássico dehoje, às 15h45m, no SantiagoBernabéu, no primeiro con-fronto das semifinais da Ligados Campeões. Nove mesesdepoisde a Fúria levantar a Co-pa na África do Sul, nasce umanova geopolítica da bola. Hoje,mais do que nunca Madri é acapital do futebol mundial.

Além de uma receita maiorno último balanço (442,3 mi-lhões x 385,3 milhões), o RealMadrid é mais rico em sua salade troféus, com nove taças daEuropa contra três do rival.

Em valores individuais e naaplicação coletiva, no entanto,o Barcelona acumula as me-lhores cotações no ano, embo-ra no clássico as ações osci-lem sem relação com o quepassou. Depois de o time cata-lão ter dado a maior prova desuperioridade nos 5 a 1 do pri-meiro turno do CampeonatoEspanhol, nos últimos con-frontos o Real Madrid encon-trou alternativas para se im-por nos últimos dez dias. De-pois do empate em 1 a 1 pelosegundo turno, em Madri, o ti-me da capital comemorou o tí-tulo da Copa do Rei, em Valên-cia, com gol de Cristiano Ro-

naldo na prorrogação.Chororô à espanhola 

Apesar da altaqualidade dosjogadores, boa parte do triunfofoi creditada à estratégia de Jo-sé Mourinho. Num livro recém-lançado nas bancas de Madri,150 frases do técnico portu-guês formam “O evangelho se-gundo Mourinho”. Entre a cau-tela para explorar os contra-golpes e a ousadia para se lan-çar ao ataque, o técnico sur-preende a começar pela faltade modéstia “Não tenho falsahumildade, ganhei o prêmio demelhor técnico do mundo pormerecimento”. Ontem, ao co-mentar as reclamações do téc-nico Pep Guardiola, em relaçãoa um impedimento marcadocorretamentecontra o Barcelo-na no último confronto, Mouri-nho revelou sua ironia:

— Até agora tínhamos doisgrupos de treinadores. Um,muito pequeno, com técnicosque não falam de árbitros. Ou-tro, muito grande e no qual meincluo, que os critica quandoerram. Com as declarações dePep, entramos numa nova era.

Um novo grupo que só temele: reclamar do acerto do juiz— debochou Mourinho.

Irritado tanto pela provoca-ção do rival quanto por se jul-gar mal interpretado em suasdeclarações, Guardiola pos-tergou o desafio:

— Dou-lhe um troféu parti-clular da competição que sejoga fora de campo. Na outra,falaremos em campo.

Polvo à madrilenha A irreverência de Mourinho

talvez seja uma forma de não fa-lar sério sobre seus planos parao jogo em que não terá Khedira,machucado, e Ricardo Carva-lho, suspenso. Albiol, Sérgio Ra-mos, Di María e Cristiano Ronal-do estão pendurados pelo se-gundo cartão amarelo. Kaká fi-cará no banco. Apesar das au-sências de seus três laterais es-querdos, Abidal, Maxwell eAdriano, o maior problema doBarcelona é o desfalque deIniesta,que tentaráse recuperarde lesão muscular para o segun-do jogo, dia 3, no Nou Camp.

Usado pelos técnicospara ti-rar o peso ou aumentar o valorde suas responsabilidades, o

clichê de que o jogo mais im-portante é sempre o próximocabe bem no clássico de hoje.Às vésperas da terceira semifi-nal de Liga entre os rivais, nãoexiste antes nem depois, ape-nas a dimensão da eternidadeque só se oferece aos vencedo-res. No confronto direto entreas maiores estrelas, Messi eCristiano Ronaldo, foram cincovitórias do argentino, duas doportuguês e dois empates.

A disputa se estende ao cam-po das celebridades. Depois deo beijo de Iker Cassillas naapresentadora Sara Carbonerocomover o país após a conquis-ta da Copa, agora é o zagueiro

do Barcelona, Piqué, que ganhaas manchetes pelo romancecom a cantora Shakira. Numadisputa apaixonada, a media-ção é sempre tendenciosa. Ba-tizado em homenagem ao golei-ro do Real Madrid e da seleção,o polvoIkerpendeuparao ladomadrileno no ritual premonitó-rio que fez do falecido Pauluma das estrelas da última Co-pa. Por maiores que sejam amística e as cifras envolvidas, opoder sobrenatural do clássicoestá justamente em seu caráterimprevisível. Real Madrid eBarcelona são igualmente gran-diosos em suas diferenças. Al-gumas serão dirimidas hoje.

 Real Madrid: Casillas; Arbe-loa, Sergio Ramos, Albiol e Mar-celo; Pepe, Diarra, Xabi Alonso,Di María e Özil; Cristiano Ronal-do. Barcelona: Valdés;Daniel Al-ves, Piqué, Mascherano ePuyol; Keita, Busquets e Xavi;Pedro, Messi e Villa. Juiz: Wolf-gang Stark (ALE). ■

*Com agências internacionais

TRANSMISSÃO: Rede Globo,

Bandeirantes e ESPN

 Manchester marcha unido para decisãoTime vence  Schalke por 2 a 0 na Alemanha e já vislumbra a finalíssima em Wembley

Reuters/Wolfgang Rattay

ROONEY ABRE os braços para festejar seu gol, o segundo dos ingleses

● GELSENKIRCHEN. Enquanto anobreza britânica se preparapara o casamento, a cidadeoperária de Manchester faz afesta. Como a final da Liga dosCampeões será disputada emjogo único, no dia 28 de maio,no Estádio de Wembley, emLondres, o Manchester Unitedjá se sente praticamente con-vidado para o baile da capital.Com a vitória por 2 a 0 sobre oSchalke, ontem, na Alemanha,o time inglês pode até sofreruma derrota simples no OldTrafford na quarta-feira paraavançar à sua quinta decisão

do torneio, sendo a terceiranos últimos quatro anos

No início do jogo, quem es-perava uma pressão naturaldos donos da casa acabou tes-temunhando uma grande atua-ção do goleiro Neuer. Das onzefinalizações feitas pelo time in-glês no primeiro tempo, setetinham a direção do gol nãofosse a onipresença do camisa1. Entre as diversas boas defe-sas, todas se tornaram co-muns diante do voo cego dogoleiro, que espalmou chutefrontal de Giggs mesmo com avisão encoberta, aos 27.

No segundo tempo, depoisde um breve equilíbrio, o Man-

chester precisou de apenasdois minutos para praticamen-

te liquidar um confronto de180 minutos. Aos 21, Rooneydeu lindo passe para Giggs to-car na saída do goleiro a fazer1 a 0. Com o rival atordoado, otime inglês trocava passes noataque até Chicharito Hernan-dézajeitar paraRooney fazer 2a 0, aos 23. No fim, Evra quasemarcou o terceiro, o que seriaum prêmio à sua boa atuaçãona partida. A maior recompen-sa, no entanto, é ver o cami-nho aberto para Londres, em-bora os jogadores também en-xerguem problemas como for-ma de evitar a acomodação

— Jogamos muito bem, masestamos um pouco desaponta-

dos por termos perdido algu-mas chances — disse Rooney.

Às vésperas do casamentoreal, o tapete vermelho se ex-tende também ao ManchesterUnited. Entre nobres e ple-beus, o reino celebra unido omomento do sim como se fos-se um grito de gol.

 Schal ke 04: Neuer, Uchida,Matip, Metzelder e Sarpei (Es-cudero); Farfán, Papadopou-los, Jurado (Draxler) e Baum-johann (Kluge); Edu e Raúl. Man ch es ter Un it ed: Van derSar, Fábio, Ferdinand, Vidic eEvra; Valencia, Carrick, Giggs e

Park (Scholes); Rooney (Nani)e Chicharito (Anderson). ■

7/16/2019 O Globo 270411

http://slidepdf.com/reader/full/o-globo-270411 41/57

SEGUNDO CADERNOSEGUNDO CADERNOQUARTA-FEIRA, 27 DE ABRIL DE 2011

Ex-sócia da Arte em Dobro abre novagaleria de arte em Ipanema hoje • 2

CD da modelo britânica Karen Elson,mulher de Jack White, chega ao Brasil • 3

O grande palcoO grande palcodo teatro políticoA Cia. Ensaio Aberto, única do Rio dedicada exclusivamente a temas

sociais, ocupa o Armazém 6 e rechaça favorecimento do governo federal

Leonardo Aversa

O DIRETOR

Luiz Fernando

Lobo (de

camisa cinza) e

atores do grupo

no Armazém 6:

permissão de

uso por um ano

Luiz Fernando Vianna

Após uma sessão de“Missa dos quilom-bos”, uma especta-dora cumprimen-tou o diretor LuizFernando Lobo pe-lo espetáculo:

— Poderia estar em cartaz naBroadway.

A intenção era fazer um elogio,mas nada mais distante do traba-lho de Lobo do que as superpro-duções de Nova York. Sua compa-nhia, a Ensaio Aberto, é a únicado Riodedicada exclusivamente atemas sociais e políticos. Se há al-go que a aproxima dos espetácu-los americanos — e explica a fra-se da fã — é a grandiosidade.

Não era assim até 2002, quandoestreou “Missa dos quilombos”.Desde então, a versão para o mu-sical de Milton Nascimento, Pe-dro Casaldáliga e Pedro Tierra foivista por 80 mil pessoas e conso-lidou em Lobo a ideia de que erahora de a companhia dar o seumaior salto.

Ele acontece agora com o Arma-zém da Utopia, como foi batizadaa ocupação dos 4.800 metros qua-drados do Armazém 6, na regiãoportuária do Rio. A programaçãocomeça na próxima terça-feiracom a abertura da exposição mul-

timídia “Ensaio Aberto 18 anos”,que reúne imagens do caminho dogrupo até a maioridade.

— A exposição mostra o tama-nho da companhia, pois o mate-rial estava disperso — diz Lobo,que já abrigou a Ensaio Aberto nopequeno Teatro da Aliança Fran-cesa (1995 a 97) e no médio Glau-ce Rocha (1998 a 2000). — Nos úl-timos anos passamos a fazer es-petáculos para a massa: duas mil,três mil, dez mil pessoas (caso da“Missa” na mineira Ipatinga, em2004). Agora, não queremos ape-nas ir até o público, mas tambémque ele venha até o teatro. Por is-so precisamos de um lugar comoo armazém.

O grupo tem um Termo de Per-missão de Uso, assinado pela Se-cretaria Especial dos Portos, paraocupar o espaço pertencente àCompanhia Docas do Rio de Ja-neiro durante um ano, até abril de2012. Para permanecer, precisaráprovar a viabilidade artística e fi-nanceira de seu projeto.

Recursos públicos

Estão confirmadas a estreia em14 de maio de “7 sentimentos ca-pitais — Corpos e cidades” — umaparceria com a Secretaria de Direi-tos Humanos da Presidência daRepública para tratar de violênciasexual — e as reestreias de “Hava-na Café” (junho) e “Missa dos qui-lombos” (julho). No segundo se-

mestre serão remontadas “OlgaBenario” e “Sobre o suicídio”.

Lobo terá uma pressão a maispara provar que merece o Arma-zém 6: a do suposto favorecimen-to político. Ele tem ligação histó-rica com o PT, dirigiu durante ogoverno Lula cerimônias como ada Ordem do Mérito Cultural etambém foi o diretor do ato deapoio de artistas a Dilma que, em18 de outubro do ano passado,deu novo ânimo à campanha daentão candidata petista.

Agora, além do espaço federal,conseguiu patrocínio da Petro-bras para a exposição e para umlivro sobre a companhia, e aguar-da resposta da Eletrobras ao pe-

dido de apoio para o projeto so-cial Construindo o Armazém daUtopia, que formará jovens, emespecial da região portuária, paratrabalhar no segmento cultural.

— Lula foi derrotado três ve-zes, e nunca parei de fazer o meutrabalho. Ao contrário, ele cres-ceu, chegou à Europa (“Estaçãoterminal” estreou em Londres, em2007, com verbas do Spill Festival)e atingiu milhares de pessoascom temas espinhosos como tra-balho escravo e suicídio, o quenos fez, antes da vitória de Dilma,ter a pretensão de ocupar um ar-mazém. Mas não há como ter essadimensão sem recursos públicos,pois seria impossível cobrar in-gressos baratos. Continua na página 2

“MISSA DOS QUILOMBOS” (à esquerda) e “Olga Benario” são exemplares do

repertório político da companhia que serão apresentados na região portuária

Divulgação/Mauro KuryDivulgação/Luiz Fernando Lobo

7/16/2019 O Globo 270411

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2 ● SEGUNDO CADERNO Quarta-feira, 27 de abril de 2011O GLOBO.

● FRANCISCO BOSCO: a coluna volta ser publicada em 4 de maio

UmcasarãoparaanovageraçãodaarteCinco meses após deixar a Arte em Dobro, Luciana Caravello abre hoje nova galeria em Ipanema com coletiva de 20 artistas

Suzana Velasco

Nos últimos cinco me-ses, Luciana Caravel-lo conviveu com cer-cade 80obrasde arte

em casa, embrulhadas, à esperade um espaço definitivo. Foi otempo entre ela deixar a socie-dade com Maria Cristina Maga-lhães Pinto, com quem coman-dava a galeria Arte em Dobro,encontrar uma casa de três an-dares em Ipanema, fazer a refor-mae abrir a galeria que levaseunome, hoje, às 19h. Muitas des-sasobrasnem chegarão à reser-va técnica. Vão direto para asparedes recém-pintadas do tér-reo, com a inauguração da cole-tiva “Proposição”, na qual a cu-radora Daniela Labrareuniu tra-balhos dos 20 artistas represen-tados pela galeria, como DingMusa, Mariana Tassinari, BrunoMiguel, Alexandre Mazza, Rena-to Leal, Luciano Zanette, Maíradas Neves e Marcelo Solá.

— Queria ir para um lugarpara fazer o que eu não conse-guia na Arte em Dobro, que eraum local muito pequeno.Às ve-zes, os artistas tinham quecriar obras menores para ex-porna galeria. Noano passado,na individual do Marcelo Solá,eu queria telas que foram paraa mostra paralela na Laura Al-vim, mas não era possível nemsubir os trabalhos para a gale-ria. Estava me sentindo muito

limitada — conta Luciana.Depois de 16 anos numa salanumprédio no Leblon, a galeris-ta passou a ter 500 metros qua-drados a seu dispor, espaço su-ficiente para expor telas monu-mentais e esculturas ao ar livre,

numa área aberta no térreo,com uma parede de plantas decinco metros. O projeto do ar-

quiteto Erick Figueira de Mello,com iluminação de ManecoQuinderé, transformou o casa-rão dos anos 1950 em quatromeses. Além da área principal,de cerca de 90 metros quadra-dos, e das salas administrativas

e de reserva técnica no segun-do andar, o últimopiso abrigaráuma pequena biblioteca de li-

vrosde arte,com umespaçodeleitura, e duas salas de exposi-ção, uma delas dedicada a pro-jetos especiais — o primeiro se-rá uma coletiva de cinco fotó-grafos, organizada pela produ-tora cultural Belvedere, a partir

do dia 18 de maio. Ela pretendemontar ali mostras dos artistasKarim Hashid e Alex Flemming,

que moram no exterior e por is-so não podem apresentar suaprodução regularmente no Rio.

Na exposição inaugural, queserá aberta hoje para convida-dos, Luciana quer mostrar acara da galeria, formada so-

bretudo pela nova geração daarte contemporânea. Mas háartistas de carreira mais longa,

como Luiz Hermano e Nazare-no, e, no outro extremo, no-mes como os paulistas Ricar-do Villa e Felipe Bertarelli, quenunca haviam trabalhado comuma galeria comercial. Grandeparte do elenco — 70%, diz ela

— é formada por artistas vin-dos da Arte em Dobro.

— Quando saí, fiz a propos-ta para artistas com quemqueria muito trabalhar, semsaber para onde eu ia. Deixei agaleria em novembro sem terumnovoespaço— diz ela,res-saltando que foi um fim amigá-vel. — A Arte em Dobro estavadando certo, a gente vendiasuperbem. Mas estávamos emcaminhos opostos. A Cristinaabriu um espaço para múlti-p l o s e o b j e t o s d e a r t e(  Mul.ti.plo, no mesmo local daantiga galeria ), que era exata-mente o que eu não queria.

Foco nas feiras de arte

Luciana quis levar os artis-tas Rosana Ricalde e FelipeBarbosa, mas eles não abrirammão de representar suas pró-prias obrasna galeria queinau-guraram no ano passado, aCosmocopa. E ela não trabalhacom artistas que tenham maisde uma galeria na cidade:

— Há dez anos, muita gentevendia os mesmos artistas.Como mercado de hoje, é impossívelnão ter exclusividade no Rio.

Agora, ela quer apresentarsua nova galeria para esse mer-cado, por isso deve levar obrasdetodoo timede artistaspara aSP Arte, feira de galerias que se-rá realizada de 12 a 15 de maio,em São Paulo, e para a ArtRio, aprimeira feira carioca, em se-

tembro deste ano. Quando a co-letiva de abertura terminar, em28 de junho, a ideia é começar afazer individuais, de artistas co-mo Bruno Miguel e Daniel Lan-nes, recentemente incorpora-dos a seu elenco. ■

O grande palco... • Continuação da página 1

LUCIANA CARAVELLO na casa dos anos 1950 reformada: 500 metros quadrados para obras monumentais, esculturas ao ar livre e projetos especiais

Mônica Imbuzeiro

É

comum, nos es-petáculos da Cia.Ensaio Aberto,haver entradas a

R$ 1, R$ 3 ou R$5. Grupos l iga-dos a movimentos sociaistambémsão convidados. Istocontribui para que as apre-sentações, em sua maioria,estejam lotadas.

— Não existe problema depúblico no teatro, e sim qua-se todas as produções bus-cando o mesmo tipo de pú-blico — afirma Luiz Fernan-do Lobo.

As sessões cheias dão aodiretor a certeza de que o pa-trocínio dado em 2002 porPetrobras e Eletrobras a“Missa dos quilombos” — aúnica vez em que as duas es-tatais tinham apoiado o gru-

po — é uma “otimização dodinheiro público”.

— O espetáculo atingiu,por enquanto, 80 mil espec-tadores, dando 80 empregosdiretos, sendo 27 pessoas nopalco. E isto com a mesmaverba pública que usam empeças de quatro, cinco ato-res que ficam poucos mesesem cartaz — diz Lobo. — Háessa perversão da Lei Roua-net que faz ser mais vantajo-so se livrar logo de uma pro-dução e captar recursos pa-ra outra, pois se ganha maisdinheiro. O artista não vivecomo artista, mas como em-presário. Por isso, o patrocí-

nio a um espaço é a formamais pública de distribuiçãode dinheiro. O espaço é caroe, para mantê-lo, é precisoter plateia.

A Petrobras, por meio desua assessoria de comunica-ção, ressalta que o patrocí-nio à exposição e ao livro“faz parte de um projetomaior, a inauguração do Ar-mazém 6 na capital fluminen-se, como parte da revitaliza-ção da zona portuária”. Elembra que a empresa jáapoiou projetos como “livroe DVD do Grupo Galpão,DVDs do Teatro Oficina, fil-me de 30 anos do Grupo Cor-

po, livro do Armazém Cia. deTeatro, entre outros, semprecom o objetivo de contribuirpara a preservação da me-

mória do teatro brasileiro”.A Eletrobras informa queainda está analisando o pedi-do da Ensaio Aberto.

Subvenção a grupos

A companhia já realizouespetáculos com patrocíniode empresas privadas, comotelefônicas, e graças à cama-radagem de amigos famosos— para ajudar “Companhei-ros” (1999), Oscar Niemeyere Carlos Scliar leiloaramobras, e João Bosco fez umshow. Mas Lobo pensa que éhora de debater o financia-mento público de grupos.

— O Brasil está meio sécu-lo atrasado em relação à Eu-

ropa. Não existe teatro sériono mundo sem subvenção. OEstado precisa fomentar acultura — afirma.

A preparação formal parao salto de agora se deu em2007 com a criação de umaOscip (Organização da Socie-dade Civil de Interesse Públi-co), o Instituto Ensaio Aber-to. Estabelecido que não ha-via interesse de lucro, foimontado o projeto de ocupa-ção, cujo esboço apareceuno Armazém 6 em novembrode 2010 com as duas apre-sentações (1.200 espectado-res cada) de “A pedra docais”, um “tributo ao Dia da

Consciência Negra”.— A ocupação não se resu-me aos nossos espetáculos.O Rio não tem hoje um localpara grandes produções deartes cênicas e plásticas. Oarmazém pode ser um polode atração de companhias —diz Lobo.

Ele anseia convidar, paraperíodos de residência, gru-pos nacionais comoo mineiroGalpão e as também políticasCompanhiado Latão (SP) e ÓiNóis Aqui Traveiz (RS). E estána disputa para receber oThéâtre du Soleil, de ArianeMnouchkine, que chega deParis em novembro.■

Todorov em busca da medida da belezaUm dos mais influentes teóricos literários dos últimos anos discute o valor da arte e do belo

Miguel Conde

Com cinco anos de atra-so, o leitor brasileiropode enfim compreen-der a dupla briga inte-

lectual que o filósofo TzvetanTodorov comprou no biênio2006-2007, e que pode ser resu-mida muito simplesmente co-mo um esforço para repensar aimportância da arte e da bele-za em nossas vidas. Tarefa queexigiu do autor o confronto, aíjá não tão simples, com os doisúltimos séculos do pensamen-to estético ocidental.

A notícia de umaguinadapo-lemista na produção de Todo-rov, um dos mais influentes

teóricos literários das últimasdécadas, chegou aqui pela me-tade em 2009 com o lançamen-to de “A literatura em perigo”(Difel), um ataque aos críticose professores que, segundo olivro, esvaziam o poder da lite-ratura ao tratá-la como umaatividade fechada em si mes-ma, sem relação direta com omundo. “A beleza salvará omundo” (Difel, tradução deCaio Meira), lançado na Françaem 2006 e publicado agoraaqui, é um complemento indis-pensávelà discussão, poisneleTodorov se bate de modoigualmente incisivo contra oextremo oposto dessa visão

ressequida, criticando em vezdisso o que chama de tradiçãodo absoluto, em que a arte épensada como a realizaçãomais elevada da vida humana.

Se no outro livro tratava-sede reafirmar a importância daarte para a vida, criticandosua redução a uma atividadeautorreferente, agora Todorovprocura estabelecer os limitesdessa importância, criticandoos exageros de artistas e filó-sofos que colocaram a estéti-ca acima de todas as outras di-mensões da existência, espé-cie de redenção extraordiná-ria para a mediocridade irre-cuperável do cotidiano. É por-

tanto da cons-trução proble-mática de algocomo um cami-nho do meio en-tre essas duas vi-s õ e s r a d i c a i sque Todorov se

ocupou na meta-de da última dé-cada, valendo-separa isso de suaconhecida aptidão para sinte-tizar discussões complexas econstruir panoramas intelec-tuais ao mesmo tempo amplose matizados, demonstrada emsua vasta produção sobre ahistória intelectual da moder-nidade. Em “A beleza salvará omundo”, esse projeto se traduznuma tentativa de situar a artecomo apenas uma entre as vá-rias manifestações da buscahumana por uma vida plena esignificativa. O prazer da bele-za, argumenta Todorov, é uma

experiência hu-mana fundamen-tal,masnãoemsisuperior a outrasformas de reali-zação (por exem-plo, a que encon-tramos na convi-

vência com umamigo, ou na rea-lização de um ob-jetivo) que dão

sentido à nossa vida.— As obras de arte nos afe-

tam menos pelas ideias queveiculam, sua mensagem, doque por seu envolvimento como mundo humano interior e ex-terior, pelo conhecimento dehomens e mulheres a que elasnos reenviam. As criações ar-tísticas não são as únicas a nosconduzir por esse caminho,mas, nos melhores casos, elasnos oferecem uma versão con-densada desse conhecimento— diz Todorov em entrevista

por e-mail ao GLOBO.Em oposição a essa compre-ensão da arte como algo liga-do ao cotidiano, Todorov des-creve no livro uma linhagemsegundo ele de raízes mani-queístas, na qual a beleza éconsiderada uma experiênciade elevação que retira o serhumano de sua miséria exis-tencial, para aproximá-lo doabsoluto. Como casos exem-plares dos resultados trágicosdessa aposta ilimitada no va-lor da arte, Todorov elege emseu livro Oscar Wilde, RainerMaria Rilke e Marina Tsvetae-va, examinando as ideias dostrês escritores sobre a relaçãoentre arte e vida, bem como os

desdobramentos desse pensa-mento na trajetória pessoal decada um. Num longo epílogo,Todorov situa a gênese moder-na dessa associação entre artee absoluto nas ideias dos idea-listas e românticos alemães,dando atenção especial a au-tores como Schiller (1759-1805) e Schelling (1775-1854).

Diálogo não travado com Kant

Um grande ponto cego do li-vro talvez seja o diálogo nãotravado com Immanuel Kant(1724-1804), que, ao defender aideia de que o prazer da belezase distingue de todos os outrosprazeres humanos por ser de-

sinteressado (não dependernem de inclinações fisiológicasnem de objetivos práticos), in-fluenciou de modo decisivo ospensadores e artistas critica-dos por Todorov. Questionado,no entanto, ele não se furta adiscutir a estética kantiana:

— A experiência da belezatem sua especificidade, masnão está separada do resto denossas aspirações por um mu-ro intransponível. Se a repre-sentação artística em palavrasou imagens não fosse nadaalém de evasão, ou lazer, ouprazer desinteressado, ela nãoteria se perpetuado desde a An-tiguidade até nossos dias. ■

TZVETAN TODOROV: polêmico livro de 2006 chega agora ao Brasil

Arquivo

7/16/2019 O Globo 270411

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SEGUNDO CADERNO ● 3Quarta-feira, 27 de abril de 2011 O GLOBO

Prancha e violão do outro lado da praiaJack Johnson volta ao Brasil para shows e ignora o passado da surf music

Mart’nália valoriza álbum

menor de sua discografiaNo palco do Rival, a cantora se mostra maiorque o CD ‘Minha cara’, lançado há 15 anos

Michele Miranda

Mar, areia, sol, pran-cha, parafina... surfmusic. Essa é a as-sociação que o pú-

blico de Jack Johnson costumafazer quando os acordes de seuviolãocomeçam a ecoarem cai-xas de som no Havaí, em Ipane-ma ou em qualquer praia domundo. Mas o som do cantorpraieiro — ex-surfista profissio-nal — nada tem a ver com adançante surf music populari-zada por Dick Dale e The Beach

Boys entre os anos 1950 e 1960.E é exatamente uma identidadeprópriao queJohnson busca naturnê de seu quinto álbum, “Tothesea”, quechega ao Brasil nodia 21 de maio para oito shows,compassagem pelo Rio em5 dejunho, na HSBC Arena. A rendada venda dosingressos, queva-riam entre R$ 160 e R$ 480, serátotalmente revertida a institui-ções de caridade. Os shows te-rão a abertura de G. Love.

Um dia, uma música dançante

— Não acho que meu traba-lho tenha uma definição. Aspessoas costumam chamar desurf music, porque vim da

praia,masnão tenho nada a vercom Dick Dale ou os BeachBoys. Nunca os ouvi, nãome in-teresso — diz Johnson, em en-trevista por telefone, de Hono-lulu, onde nasceu e mora. —Minha música não é para dan-çar, masmuitos DJsfazem remi-xes, e eu geralmente gosto.Pro-vavelmente vou fazer uma mú-sica dançante um dia, mas éaquela coisa: a inspiração temque acontecer. Se um dia euacordar com um batidão na ca-beça, não vou hesitar em usar,apesar de eu seguir um estiloespecífico que me satisfaz.

Além de músico e ex-docu-mentarista, Johnson é pai detrês filhos. Elejá foifotografadodiversas vezes — pelos papara-  zzi que tanto se esforça para

evitar em sua vida pacata —tentando ensiná-los a surfar, noHavaí, e se diverte com a fasemusical das crianças.

— Quero que meus filhos fa-çam parte da minha vida, ob-viamente. Por isso, faço ques-tão de ensiná-los a surfar e es-pero, do fundo do coração, queeles gostem dissopara mefazercompanhia. Com a música tam-bém: eles falam muito do JustinBieber, e eu acho graça, masmostro que existem mestres,como Jimi Hendrix, Bob Marleye os Beatles — diverte-se.

Família, aliás, é parte es-sencial de sua vida, além deser fundamental em suascomposições — sobretudo asque falam de amor. O cantormostra-se observador de fa-tos do cotidiano.

— Não vou lançar nada novonos próximos dois anos. Estoume dedicando à turnê, mas já

tenho algumasmúsicasprontaspara um novo CD. Estou sem-pre compondo. Por exemplo,todas as minhas músicas sobre

o amor surgem quando estoutentando fazer minha mulhersorrir. “Banana pancakes”(“Panquecas de banana”) nas-ceu assim. Estávamos no caféda manhã, e olhar para ela meinspirou — derrete-se o cantor,que viaja com a mulher, Kim, eos filhos para suas turnês. —Minha família sempre viaja co-migo, e as famílias dos músicostambém, então no meu cama-rim não tem nada de drogas oumulheres. É mais uma festa emfamília, com brincadeiras decriança e jogos de cartas.

Apesar de ter um públicofiel no Brasil e de saber disso,Johnson parece querer fazershows ainda melhores do queos de 2006, quando estreouno país. Para montar um se- 

tlist perfeito, ele quis saberseus maiores sucessos poraqui e prometeu inovar o re-pertório com uma espécie de

mash-up de suas músicas e deoutros compositores.— Não é porque estou indo

para o Brasil, mas acho o pú-blico daí o melhor e mais ani-mado do mundo. Eu e a bandaconversamos sobre isso cons-tantemente. Queremos fazer onosso melhor. Normalmentetocamos um repertório 80%igual em todos os shows. Sãomúsicas que todo mundo fazquestão de ouvir, como “Bub-bletoes”, “Flake”, “Sitting, wai-ting, wishing” e “Good peo-ple”. Além disso, eu tenho fei-to cover de bandasde quegos-to muito. Introduzo um trechodessas músicas nas minhasmúsicas, como se fosse ummash-up. Vocês gostam de Su-blime e White Stripes? ■

MART’NÁLIA canta de hoje a sexta, além do CD, Candeia e George Benson

Ana Branco

Leonardo Lichote

Martinho da Vila, di-retor do show queMart’nália volta aapresentar de hoje a

sexta-feira no Rival (a estreia foihá duas semanas), disse que fa-riaa filha ficarmais contida, maisconcentrada, do que dispersapelas percussões. Quando elaentra em cena com o cartão de

visitas “Pé do meu samba” (deCaetano Veloso), só com o tam-borim tocado no dedo e, poucodepois, acompanha-se ao violãoem“Para umamorno Recife” (dePaulinho da Viola), há uma im-pressão de que Martinho teriaconseguido. Engano. Ao longodo show, ela se expande pelaspercussões — boa parte do tem-po, com a baqueta na mão.

Sem problemas. Mart’nália nopalco, como ela é, é luxo só. Suapersonalidade como intérprete,sua elegância de rua, seu gostoque circula sem cerimônia porvários terreiros da música popu-lar brasileira, fazem dela umadas maiores cantoras hoje. Tu-do isso está presenteem “Minhacara”, show dedicado ao CD ho-mônimo, lançado há 15 anos e

SHOW

CRÍTICA

reeditado pela Biscoito Fino.É exatamente no conceito,

porém, que residem as fraque-zas do show. O simpático CD“Minha cara” tem bons momen-tos, mas não traz a Mart’náliamaior que se mostraria a partirde “Pé do meu samba”. Ou seja,esta está no palco como intér-prete, mas sem um repertórioque a sustente. Se a cantora quetraz a síncope no nome soa exa-

ta nos momentos mais samba,as inflexões soul, o foco incertodas baladas e os arranjos nãotêm a calibragem que ela alcan-çou nos últimos trabalhos.

Do CD, Mart’nália lembra can-ções como “Calma”, “Não me ba-lança mais”, “Coleção” e “Grandeamor”. E passa (bem) por Geor-ge Benson, Candeia e o já citadoPaulinho (é ótimo vê-la cantar asgraves “Preciso me encontrar” e“Para um amor no Recife” comum sorriso no rosto, recriandoas canções a partir daí).

No fim, entre a contenção dodiretor e a expansão da canto-ra, entre a grandeza da intér-prete e o repertório irregular,“Minha cara” fica num meio docaminho. Mas um caminho deMart’nália — não é pouco. ■

Divulgação

JACK JOHNSON:

café da manhã

com a mulher,

em casa, o

inspirou a

compor a

música

“Banana

pancakes”

OsomcountryesombriodasenhoraJackWhiteA modelo inglesa Karen Elson enfrenta os preconceitos e estreia em disco com produção do maridão roqueiro

William Helal Filho

Toda modelo que se

atreve a cantar vira te-ma de ladainha. “Ros-tos bonitos das passa-

relas não têm lugar nos pal-cos”, dizem os patrulheiros do“cada um no seu quadrado”.Mas o caso da britânica KarenElson ainda tem um temperoque faz jorrar veneno das máslínguas: ela é mulher de JackWhite, um dos roqueiros maiscultuados do nosso tempo. A beldade de 32 anos sabia queenfrentaria preconceito porcausa do “pistolão”, principal-mente quando deixou o mari-do produzir seu disco, “Theghost who walks”, recém-lan-çado no Brasil pelo selo Lab344. Mas é dela a marca auto-ral das belas canções de at-mosfera country do CD.

— Eu ficava me escondendopela casa, compondo as músi-casem segredo.Não queriaa in-tervenção de Jack nesse início,até porque só sei compor quan-do estou absolutamente sozi-nha. Quando ele descobriu oque eu andava fazendo, disse al-go como “Por que diabos vocêestava escondendo isso demim? Deixade serbobae vamosgravar” — conta a modelo-can-tora, em entrevista por telefone,imitando a voz brava de Jack.

Karen veio dossubúrbios deManchester, cidade industrialno norte da Inglaterra. Nos

corredores da escola, ouvia PJHarvey e Nick Cave solitária, jáque os colegas curtiam poucacoisa além de Blur e Oasis emmeados dos anos 90. Alta, ma-gra e de pele bem branca, faziao tipo esquisitona. Atraiu suacota de bullying, mas soube sevirar. “The ghost who walks”(“o fantasma que anda”) é umapelido cruel da época de en-

sino médio que, falsamente ig-norado na adolescência, vol-tou martelando a cabeça de

Karen quando ela criou os riffsda música-título.— Eu já queria ser cantora

na época da escola, mas acha-va que era um sonho impossí-vel. A chance de virar modelofoi a oportunidade que apare-ceu para eu sair da minha cida-de e rodar o mundo. Então, eua agarrei com força — conta.

A moça tinha 16 anos quan-do foi descoberta por umaagência e, desde então, traba-lhou com alguns dos princi-pais fotógrafos de moda, co-mo Mario Testino e Bruce We-ber. Karen também andou qui-lômetros em passarelas defen-dendo criações de Marc Ja-cobs, Alexander McQueen,Dolce & GaBbana e outras gri-fes badaladas. Ganhou statusde supermodelo, mas a vonta-de de cantar continuava pe-dindo vez, e a britânica entroupara a Citizens Band, uma tru-pe nova-iorquina que faz co- vers em clima de cabaré.

Casamento no Rio Amazonas

A deixa para gravar um discoautoral, no entanto, veio com amudança para Nashville. A cida-de no Sul dos EUA, centro dacultura country, recebeu Karene Jack logo depois que eles secasaram, numa cerimônia cele-brada no leito do RioAmazonas,em 2005, quando Jack veio com

a dupla White Stripes ao Brasilese apresentou em Manaus.— Ouço compositores co-

mo Gram Parsons e Neil Younghá muito tempo. A culturaamericana do blues e do coun-try é uma influência forte paramim. Nem saberia dizer desdequando — garante ela.

O casamento e os dois filhosem anos consecutivos geraram

a pausa de que a modelo Karenprecisava para dar espaço àcantora. Também foi ótimo ter

um estúdio muito bem equipa-dodentro decasa,assim como aajuda do maridão com fama demidas musical.Além do celebra-díssimoe extintoduoWhite Stri-pes, Jack comanda as excelen-tes bandas Raconteurs e DeadWeather. Durante a entrevista,Karen disse quese sentiuintimi-dada pelo talento da sua cara-metade, mas encarou a expe-riência como aprendizado.

— Ficava intimidada com eledomeu lado noestúdio,mas porque não aproveitar a minha pro-ximidade com Jack para tornarmeu álbum melhor? No início, fi-queinervosa, maso processo foimuito divertido e inspirador —descreve. — Muita gente não vêcom bons olhos uma modeloque grava um CD produzido pe-lo marido músico. Mas não per-co tempo pensando nisso.

Lançado lá fora no início de2010, o resultado dessa parce-ria é um disco muito elogiadopor veículos como a BBC deLondres e a revista americana“Spin”, que chegou a compará-la a Nancy Sinatra. No percur-sodas 12faixas, a voz delicadade Karen procura uma texturameio dark, moldando músicasque falam de amores finitosem tom de luto, como “Stolenroses” e “Lunasa”. Órgãos e te-clados lamurientos ajudam acriar o clima.

— No estúdio, Jack sabiaexatamente que instrumentosusar pra chegar a esse tom umpouco dark que eu estava pro-curando — elogia a cantora,antes de deixar claro que o talestúdio não está a sua inteiradisposição. — Jack está sem-pre gravando alguma coisa.Tem vários projetos. Se entrarlá, é para trabalhar sério. ■

Divulgação

KAREN ELSON: dois filhos em anos seguidos renderam uma pausa na carreira da modelo, agora cantora

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4 ● SEGUNDO CADERNO Quarta-feira, 27 de abril de 2011O GLOBO.

AGENDA [Teatro]

Por Luiz Felipe Reis

ARTES CÊNICASCENA ABERTA

TEATRO

CRÍTICA

[Dança]

VÁ AO TEATRO

        P      a      s      s      a      n        d      o

      o

        t      e      x        t      o

SEGUNDA-FEIRA

Artes VisuaisQUARTA-FEIRA

Artes CênicasQUINTA-FEIRA

CinemaSEXTA-FEIRA

TransculturaTERÇA-FEIRA

Música

Montagem de texto de Alan Aykbourn não faz jus ao consagrado autor inglês de comédiasDivulgação/Flávio Sagai

 JÚLIA CARRERA, única com rendimento razoável, e Eduardo Muniz: crítica à dramaturgia e à interpretação televisivas destruída por péssima encenação

Alan Aykbourn é omais consagradoautor de comédiaspopulares que a

Inglaterra vem produzindodesde a década de 60 do sé-culo passado; com completodomínio dos mais variadosrecursos dramatúrgicos pa-ra a comédia, o autor temproduzido sucesso após su-cesso nos palcos londrinos.Já tendo escrito mais de 70peças , Aykbourn é quasedesconhecido no Brasil, e oque parece ser a terceira co-média sua a ser montada nopaís, “Tempo de comédia”,um espetáculo desastrado,põe em dúvida o seu maisque consagrado talento.

Totalmente dedicado aoteatro, “Tempo de comédia”é uma crítica à dramaturgia eà interpretação televisivas,destruída por uma encena-ção de péssima qualidade.Fica difícil, a partir do que é

mostrado, entender como oespetáculo pode ter sido umgrande sucesso em São Pau-lo. No palco do Teatro SescGinástico, são pouquíssimosos momentos e as falas quechegam a sugerir que o textopossa ter qualidades.

Cenário e figurinos fracos

Já quando abre a cortinatemos um péssimo cenário,de Ana Rita Bueno, que suge-re improviso e desgaste para

v i a g e m , c u j o s p e q u e n o sadendos para mudar o localda cena são todos pobres edestituídos de qualidade.Pior, esse ambiente é habita-do por atores que vestem fi-gurinos (Claudia Schapira)dos mais feios e malfeitosque tenham aparecido emmuito tempo, tudo isso comuma iluminação medíocre deMarina Bentivegna e inex-

pressiva trilha de Fábio Ta-gliaferi. A direção de ElianaFonseca revela total ignorân-cia do tom necessário para aação crítica que devemos su-por seja a intenção de Ayk-bourne ao criar seu texto.

Com a única exceção deJulia Carrera, que consegueum rendimento razoável pa-ra a robô-atriz que protago-niza a ação, o elenco está to-

do muito fraco, principal-mente Arnaldo Marques (odiretor) e Cris Larin (a dire-tora geral), ambos exagera-dos e caricatos, e EduardoMuniz, o roteirista que seapaixona pela robô, este úl-timo apenas inexpressivo.Bia Borin, Ricardo Ventura,Livia Guerra, Liviz Lisboa,André Frazzi e Gustavo Da-masceno estão todos muito

fracos, mas também, semdúvida, prejudicados peloerro básico da diretora, queleva tudo para uma quasechanchada, coisa que Ayk-bourn f ica longe de fazer,com suas comédias críticas.É realmente lamentável queo autor seja tão mal servido,e que continue, portanto,ainda mal conhecido do pú-blico brasileiro. ■

A Cia. Atores de Laura prepara adaptação dopremiado ‘O filho eterno’, de Cristovão Tezza

Divulgação

O ATOR CHARLES FRICKS interpreta o primeiro monólogo do grupo

Depois do sucesso de“Adultério”, a Cia.Atores de Lauraemenda com um

texto que tem em seu conteú-do o trunfo para mais umatemporada de elogios. A ver-são para o premiado livro “Ofilho eterno”, escrito por Cris-tovão Tezza, chega ao palcodo Oi Futuro (Flamengo) emjunho como um monólogo in-terpretado pelo ator Charles

Fricks. É a primeira vez que a

companhia, dirigida por Da-niel Herz, e o ator encaram oformato.No palco, Fricks vivea luta de um homem que pre-cisa lidar com as dificuldadesda paternidade, enfrentandoas suas próprias limitaçõesao cuidar de um filho comsíndrome de Down.

— A ideia era poder parti-cipar de uma montagem quenão necessitasse de grandesproduções, e de muita gente

— explica Charles.

Mais prêmios para ‘Pterodátilos’Divulgação/Cristina Granato

NANINI: melhor ator para a APTR

● “Pterodátilos”,peça dirigidapor Felipe Hirsch, ganhou omaior número de troféus noprêmioda Associação de Pro-dutores de Teatro do Rio deJaneiro (APTR), segunda-feiraà noite.Foram quatro: melhorpeça, produção, cenário (Da-niela Thomas) e ator (MarcoNanini, que havia ganhado amesma categoria no PrêmioShell). A peça, em cartaz emSão Paulo, acumula 12 prê-mios e 20 indicações em 2011.Na direção, quem levou foiAndré Paes Leme, por“Hame-lin”.Rodrigo Nogueira ganhoucomo melhorautor, por“Pon-to de fuga”. E Júlia Lemmertz

foiescolhidamelhoratriz, por“Deus da carnificina”.

Pós-Câmbio● Iniciada em maio de

2 0 1 0 , a o c u p a ç ã oCâmbio, comandadapor César Augusto, sedespede do TeatroGláucio Gil l com oDon’t Cry For Me Fes-tival, entre os dias 29de abril e 2 de maio.César celebra um to-tal de 61 espetáculos,405 sessões, públicode mais de 20 mil pes-soas, e segue adiante.No dia 11, ele e Susa-na Ribeiro estreiam asegunda edição da sé-rie Autopeças, com aCia. dos Atores, no Es-paço Sesc. “Apesar dacorreria, essas ‘Peçasde encaixar’ são a me-lhor coisa dos meusdias”, diz Cesar, queno dia 12 vai a Ams-terdã defender a pro-dução carioca no talkshow “Brazil Today”.

De olho no mundo● O Humaitá ficou pe-queno para o Proje-to_ENTRE, ocupaçãocoordenada por Da-niela Amorim e Joel-son Gusson no Espa-ço Cul tura l Sérg ioPorto. De olhos aten-tos ao mundo, eles

criaram o ENTRE_Lu-gares, que já começaa estabelecer parce-rias com instituiçõesde referência em Lon-dres, Praga, Lisboa eBuenos Aires. A pri-meira delas é com oChelsea Theatre deLondres. A ideia é tra-zer o Sacred Festival,focado em l ive art ,teatro e dança, para oRio, e em troca levarcinco espetáculos na-cionais a Londres nes-te segundo semestre.Também será nessesmoldes a parcer ia

com a bailarina LucíaRusso. Além disso,uma parceria com aprodutora portugue-sa Marta Vieira trará apeça “Se uma janelase abrisse”, de TiagoRodrigues, diretor daCia. Mundo Perfeito,referência atual emLisboa.

Enfim, a estreia● Depois de uma apre-sentação no PortoAlegre em Cena, em2 0 1 0 , G i l b e r t oGawronski foi con-templado com o Fate

e agora estreia o mo-nólogo “Ato de comu-nhão”, no próximo dia4, no Sérgio Porto. Si-tuado entre o happe- ning  e a performance,o texto do argentinoLautaro Vilo narratrês momentos na vi-da de um homem: suafesta de aniversáriode 8 anos, a cerimôniafúnebre da mãe emsua juventude e, jáadulto, o encontrocom alguém que co-nheceu pela internet,com consequênciasbizarras.

O MAIS IMPORTANTE

é que eu sinto a presença

de Deus em todas as

coisas que me dão prazer.

No vento que me fustiga

os cabelos, quando ando

a cavalo. Na água do rio,

que me acaricia o corpo,

quando vou me banhar.

No corpo de Augusto,

quando roça no meu (...).

Pois Deus está em tudo

isso. E amar a Deus é

amar as coisas que Ele

fez para o nosso prazer.

É verdade que Deus

também fez coisas para

o nosso sofrimento.

Mas foi para que

também o temêssemos

e aprendêssemos a dar

valor às coisas boas

Trecho de “O santo inquérito”,em cartaz no Teatro do Jockey

● “‘Memória da cana’ é um espetáculomá-gico, visceral! Nunca vi, e olha que tenhomuito tempo de trabalho, uma peça comtamanha entrega. O Newton Moreno e ogrupo Os Fofos Encenam conseguem fazeruma encenação praticamente cinemato-gráfica, sem deixar de ser teatro. Tudo teme ganha um significado. É extremamenteemocionante assistir a algo deste quilate”

Paulo Goulart

Hoje• Escrita pelos atores RodrigoCandelot e Saulo Rodriguescom a escritora Paula Rocha, acomédia “Os capangas” iniciatemporada, às 21h, no TeatroCândido Mendes (2267-7295).Com direção de Rubens Camelo(também em cartaz na cidadecom as peças “Clichê” e “Nava-lha na carne”), a peça faz umacritica ácida à realidade daclasse artística, tratando douniverso de três atores desem-

pregados que dividem um con-jugado em Copacabana.

Amanhã, dia 27• Com Rosamaria Murtinho, Ca-mila Amado, Marly Bueno e La-fayette Galvão no elenco, “Opacto das três meninas” estreiaàs 21h30m no Teatro Clara Nu-nes (2274-9696). A comédiaconta a história de três amigasque, aos 20 anos, firmam umpacto de se encontrarem cincodécadas depois.

Sexta, dia 28• Após a sessão de “Merci”, às19h, no Centro Cultural da Justi-ça Federal (3261-2552), a atriz eprodutora do monólogo, Ana Bar-roso, media o debate “Daniel Pen-nac, o educador: o verbo ler nãopermite imperativo”, com as pro-fessoras Eliana Yunes e CristinaCarvalho e a escritora e tradutoraLeny Werneck.• Contemplados pelo projeto RumosItaú Cultural Teatro, os grupos Cia.Teatro Autônomo (RJ) e Irmãos Gui-

marães, de Brasília, promovem noInstituto do Ator (2221-8040), das11h às 15h, o primeiro encontrocom apresentações e discussõesabertas ao público. A programaçãoserá repetida no sábado.

Domingo• Termina às 20h a temporada de“Anticlássico”, de Alessandra Cola-santi, no Espaço Sérgio Porto(2535-3846). Incluída na ocupa-ção “Invasão Bailarina de Verme-lho”, a peça foi o primeiro espetá-

culo solo e autoral da atriz e dire-tora, e propõe uma reflexão sobrecultura e linguagem.•Após a sessão de “Murro em pon-ta de faca”, no Espaço Sesc(2547-0156), Paulo José recebe-rá, às 21h30m, Cecília e FabianBoal, viúva e filho de AugustoBoal (1931-2009). Eles vão con-versar com o público sobre a peçaescrita por Boal em 1971, quan-do o autor acabara de se exilar naArgentina. O texto narra a dura rea-lidade de um grupo de exilados.

Amanhã, dia 28• A Companhia Dançando ParaNão Dançar toma a laje do Colé-gio Estadual Monteiro de Carva-lho (2334-4089), em Santa Tere-sa, a partir das 11h. No progra-ma, o espetáculo “Favela”, commúsicas do rapper  MV Bill e domaestro Leandro Braga, e o balé“Corsário”, que tem como convida-do o bailarino Carlos Cabral. A di-reção geral e a artística são assina-das pelos bailarinos Thereza Agui-lar e Paulo Rodrigues.

Um espetáculo desastrado

Desafiosdepai

‘Tempo de comédia’Teatro Sesc Ginástico

Barbara Heliodora

7/16/2019 O Globo 270411

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SEGUNDO CADERNO ● 5Quarta-feira, 27 de abril de 2011 O GLOBO

CURTINHAS

● A Discobertas lança CD com as

músicas que Taiguara cantou nos

festivais entre 1966 e 1970.● Fabrizio Giannone lança

coleção hoje na Beaux.

●O Exaltasamba promove o

ExaltaWeekend neste fim de

semana no Med Angra.

●Noemi Ribeiro inaugura mostra

amanhã na Cândido Mendes.

Vieira na Vieira● A casa onde funcionava orestaurante Gourmet, naPraia de Ipanema, vai abrigaro restaurante italiano VieiraSouto. Terá como sócio osommelier João de Souza,vencedor do último PrêmioRio Show de Gastronomia.

Breve, os cariocas● Mais de três mil chinesesforam batizados com o nomepróprio de “Olimpíadas” naocasião dos Jogos Olímpicoslá. A descoberta, do cineastaFelipe Lacerda, vai ao aramanhã, no Canal Brasil, noúltimo episódio de “Na China— O império pelo avesso”.

As adolescentes● Thalita Rebouças, a escritorapara adolescentes que estácompletando um milhão delivros vendidos, retwittou amensagem de uma fã: “Minha

vida tá uó. Na boa, só nãovou pra baixo da ponteporque não tem internet”.

Mães de adolescentes● “À noite, também pelotwitter”, conta Thalita, “a mãeme disse que estava toda bobapor eu ter retwittado a filha.Achei engraçado ela estar zerochateada com o desabafo damenina. Mães de adolescentesdeviam ganhar prêmio, sabe?”

COM CLEO GUIMARÃES, MARIA FORTUNA E FERNANDA PONTES • E-mail: [email protected]

GENTE BOA

Um outro olhar● Fernando Barcellos, moradorda Cidade de Deus, espera osim de Eike Batista para rodaro documentário “Notícias deum império particular” sobreo empresário. Barcellos querinverter o foco, preferênciado documentário brasileiro,em que o rico observa a vida

do pobre.

Autoriza, Eike● O filme, com produção deRafael Dragaud, tem JoãoMoreira Salles e Cacá Dieguescomo entusiastas. “Não queropatrocínio, preciso que elepermita que eu meaproxime”, diz o diretor.

Cuidado, Lady Kate● O casal Camila e RafaelGuilherme Medeiros receberáR$ 15 mil de indenização daSociedade Coral Concórdia. Osdois alugaram o salão de

festas da empresa para seucasamento, mas faltou luz nomomento em que dançavamperante seus convidados.Segundo o desembargadorAgostinho Teixeira, da 20ª Câmara Cível, a noite de galase transformou em vergonha.

‘Rio’, UPP e Copa● O recorde de visitação doParque da Tijuca era de 15 milturistas, em janeiro de 2010.Sexta-feira foram 17 mil. É oefeito UPP, “Rio” e Copa 2014.“A segurança e a divulgaçãodos eventos que vãoacontecer ajudaram”, dizLoreto Figueira, diretora.

Tóquio-Cannes-Rio● A mais premiada diretorajaponesa em Cannes, NaomiKawase vem ao Rio em maio,logo após o festival.Apresentará mostra de seusfilmes no CCBB.

Teatro faz festa para escolher melhores da temporada 2010

FLÁVIO MARINHO, Maitê Proença e o secretário de Cultura, Emílio Kalil: encontro no João Caetano

‘ORioédasOlimpíadas,daCopadoMundoedaCultura’

 JOAQUIM FERREIRA DOS SANTOSFotos de Marcos Ramos

‘Obrigada por teremenfrentado a chuvae as trovoadas”, dis-se Bibi Ferreira, a

homenageada do Prêmio APTR deTeatro, que aconteceu anteontem,no CarlosGomes, sobum toró. “Em1950, eu estava em cartaz aquicom ‘Escândalos‘ e o teatro pegoufogo”, lembrava Bibi, “hoje acheique ele ia cair com a tempestade”.

● Tempestade que impediu apresença do prefeito EduardoPaes, que iria entregar o prêmioa Bibi Ferreira. “Chove muito eestamos com problemas no

trânsito, o prefeito foi para ocentro de operações”, explicouo secretário municipal de Cultu-ra, Emílio Kalil, que substituiuPaes na função.

● Kalil foi muito aplaudido em seupequeno discurso ao abrir a ceri-mônia. “O Rio de Janeiro não seredescobre só com Jogos Olímpi-cos e Copa do Mundo, mas com asua cultura também”, disse, paraser ovacionado em seguida.

● Fernanda Montenegro subiulogo depois ao palco para tam-bém homenagear Bibi. “Quempode se ombrear com Bibi? Nin-guém. Não há no Brasil nenhu-ma personalidade de sua dimen-

são. Estou aqui hoje aos pésdessa mulher”, disse Fernando-na, aplaudida de pé.

● “Tomei uma chuva desgraçada e já chorei demais de emoção, nemprecisava de prêmio...”, brincou Jul ia Lem mer tz, ele ita mel horatriz por “Deus da carnificina”.

● “Então posso ficar com o che-que?”, zoou Lilia Cabral, no palcopara entregar a amiga os R$ 4 milcom que cada vencedor era con-templado, além do troféu.

● Aquele cabelo sedoso e plati-nado de Antonio Fagundes tam-bém sofreu com o toró, mas ra-pidinho a namorada do ator,Alexandra Martins, deu um jei-to, ajeitando cuidadosamenteos fios para trás.

● “Fagundes está aqui, é claro queele vai ganhar”, dizia o eleganteMarco Nanini, no hall do teatro,

antes de saber que ele próprio se-ria eleito melhor ator por “Ptero-dátilos”. A peça, aliás, também le-vou troféu de melhor espetáculo,produção e cenografia. “Estou mesentindo Claudio Botelho e Char-les Möeller”, brincou o produtorFernando Libonati, na segundavez que subiu ao palco.

● A noite teve números musicaiscomandados por João Carlos As-sis Brasil em homenagem a Bibi.Amanda Acosta interpretou ‘Icould have danced all night’, de‘My fair lady’, e Izabella Bicalhocantou ‘Gota d’água’.

● “Eu queria agradecer aos juradospelo bom-gosto”, brincou Dani Bar-

ros, atriz coadjuvante vencedorapor “Maria do caritó” e “As con-chambranças de Quaderna”. O pro-dutor Eduardo Barata encerrou anoite deixando firmado o compro-misso da prefeitura, nova parceiradoevento, para o anoquevem. “Tu-do certo para 2012, né, secretárioKalil?”. O secretário disse que sim.

“Quem pode se ombrear

com Bibi? Ninguém.Não há no Brasilnenhuma personalidadede sua dimensão. Estouaos pés dessa mulherFernanda Montenegro

EXPEDIENTE

Editora: Isabel De Luca ([email protected])Editores assistentes: Bernardo Araujo ([email protected]), Fátima Sá([email protected]) e Nani Rubin ([email protected])Fotografia: Leonardo Aversa ([email protected])Diagramação: Christiana Lee, Cristina Flegner, Érica Wirth e Raquel CordeiroTelefones/Redação: 2534-5703

Publicidade: 2534-4310 ([email protected])Correspondência: Rua Irineu Marinho 35, 2º andar. CEP: 20233-900

‘Laranja mecânica’ em Cannes●

O 64o-

Festival de Cannes, de 11 a 22 de maio, vaicelebrar os 40 anos de “Laranja mecânica”, de StanleyKubrick (1928-1999), com uma versão restaurada daprodução. Além do protagonista, Malcolm McDowell, aviúva do cineasta, Christiane Kubrick, estará na sessão,agendada para o dia 19. No dia 20, McDowell ministrauma palestra sobre atuação em Cannes.

ALEXANDRA MARTINS, Antonio Fagundes e Maria Clara Gueiros: ainda molhados do temporal

MARIANA LIMA e Marco Nanini

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6 ● SEGUNDO CADERNO Quarta-feira, 27 de abril de 2011O GLOBO.

RIO SHOWO BONEQUINHO VIU...

Os endereços das salas de exibição e os preços

das sessões estão na seção Nos Bairros.

Pré-Estreia

> ‘Como você sabe’. “How Do You Know”. DeJames L. Brooks (EUA, 2011). Com Owen Wil-son, Reese Witherspoon, Jack Nicholson.

Comédia romântica. Aos 27 anos, Lisa Jorgen-sonsevê nomeiodeum triânguloamorosoentreum homem de negócios e um jogador de beise-bol. 116 minutos. Não recomendado para me-nores de 10 anos.Zona Sul: Cinépolis Lagoon 6: 21h15m. Esta-ção Vivo Gávea 1: 18h10m. Kinoplex FashionMall 3: 21h30m. Leblon 1: 18h40m. Roxy 2:18h30m, 21h. São Luiz 2: 21h15m.

Estreia

> ‘O amor chega tarde’. “Love comes lately”.De Jan Schütte (Alemanha/Áustria/EUA,2007). Com Otto Tausig, Caroline Aaron, Oli-via Thirlby.Comédia romântica. Baseado em um conto deIsaac Bashevis Singer. Max Kohn, aclamadoescritor de contos e imigrante austríaco quevive em Nova York, está chegando aos 80anos, mas sente que sua vida está apenas co-meçando. 86 minutos. Não recomendado pa-ra menores de 12 anos.Zona Sul: Espaço de Cinema 2: 14h30m,16h15m, 18h, 19h45m, 21h30m. EstaçãoI p a n e m a 1 : 1 4 h , 1 5 h 4 5 m , 1 7 h 3 0 m ,19h15m, 21h. Estação Vivo Gávea 2: 14h,16h, 19h30m, 21h20m.

> ‘Bróder’. De Jeferson De (Brasil, 2009).Com Caio Blat, Jonathan Haagensen, SilvioGuindane.Drama. A história de três amigos da periferia deSão Paulo e suas diferentes escolhas de vida. 93minutos. Não recomendado para menores de 14anos.Barra da Tijuca/Recreio: Cinemark Downtown0 2 : 2 0 h5 0 m . C i n e m ark Down t own 0 6 :1 8 h. C i n e sy s t e m R e cre i o Shop p i n g 3 :14h30m, 17h, 19h30m, 21h40m. UCIN e w Y o r k C i t y C e n t e r 1 6 : 1 4 h 4 5 m ,16h50m, 18h55m, 21h.Niterói/São Gonçalo: Box Cinemas São Gonçalo3: 14h50m, 17h, 19h15m, 21h25m.Zona Norte: Cinecarioca Nova Brasília: 22h. Ci-n e m ark C ar i oca 7 : 1 2 h4 0 m , 1 7 h2 0 m ,21h50m. Ponto Cine: 14h, 16h, 18h, 20h.Shopping Iguatemi 7: 14h40m, 16h50m, 19h,21h10m. UCI Kinoplex 08: 14h, 16h05m,18h10m, 20h20m, 22h25m.Zona Oeste: Cine 10 Sulacap 6: 15h, 17h, 19h,21h. Star Center 1: 14h50m, 16h50m,18h50m, 20h50m.Zona Sul: Unibanco Arteplex 2: 14h, 16h, 18h,20h, 22h.

> ‘A garota da capa vermelha’. “Red ridinghood”. De Catherine Hardwicke (EUA, 2011).Com Amanda Seyfried, Michael Hogan, ShilohFernandez.Horror. Versão sombria da história de Chapeu-zinho Vermelho, conto publicado no séculoXIX pelos Irmãos Grimm. 100 minutos. Nãorecomendado para menores de 14 anos.Barra da Tijuca/Recreio: Cinemark Downtown11: 11h50m, 14h10m, 16h30m, 18h50m,21h10m. Espaço Rio Design 2: 14h, 16h20m,18h40m, 21h10m. UCI New York City Center03: 13h20m, 15h30m, 17h40m, 19h50m,22h. Via Parque 4: 14h30m, 16h40m,18h50m, 21h.Niterói/São Gonçalo: Cinemark Plaza Shopping1: 11h40m, 14h, 16h20m, 18h40m, 21h.Zona Norte: Cinemark Carioca 2: 13h30m,15h40m, 17h50m, 20h, 22h10m. KinoplexN o v a A m é r i c a 4 : 1 4 h 1 0 m , 1 6 h 2 0 m ,18h30m, 20h40m. Shopping Iguatemi 6:14h, 16h20m, 18h40m, 21h. UCI Kinoplex09: 13h30m, 15h40m, 17h50m, 20h,22h10m.Redondezas: Cinemaxx Mercado Estação 3:15h, 17h, 19h, 21h10m.

> ‘Hop — Rebeldes sem Páscoa’. “Hop”. DeTim Hill (EUA, 2011). Vozes de James Marsden,Elizabeth Perkins, Russell Brand.Animação. Depois que o coelhinho é atropeladoacidentalmente por um carro, cabe ao motoristasalvar a Páscoa. 97 minutos. Livre.Baixada: Cinesercla Nilópolis Square 2 (dub):13h50m, 15h35m, 17h20m, 19h05m,20h50m. Iguaçu Top 2 (dub): 14h20m,16h30m, 18h40m. Kinoplex Grande Rio 1( d u b ) : 1 4 h 2 0 m , 1 6 h 3 0 m , 1 8 h 4 0 m ,20h50m. Multiplex Caxias 1 (dub): 13h30m(qua), 15h30m (qua), 17h30m, 19h30m,21h30m. Multiplex Caxias 6 (dub): 15h15m,

17h15m, 19h15m, 21h15m.Barra da Tijuca/Recreio: Cinemark Downtown02 (dub): 11h20m, 13h35m, 16h, 18h30m.Cinemark Downtown 03 (dub): 12h30m,14h50m, 17h10m, 19h30m, 21h50m. Ci-nesystem Recreio Shopping 2 (dub): 14h,16h30m, 19h10m, 21h30m. UCI New YorkCity Center 05 (dub): 13h40m, 15h50m,18h, 20h10m, 22h20m. UCI New York CityC e n t e r 1 3 ( d u b ) : 1 3 h 3 0 m , 1 5 h 4 0 m ,17h50m, 20h, 22h10m. Via Parque 2 (dub):14h20m, 16h30m, 18h40m, 20h50m.Ilha do Governador: Cinesystem Ilha Plaza 3(dub): 14h, 16h30m, 19h, 21h30m.Niterói/São Gonçalo: Bay Market 1 (dub):14h20m,16h30m,18h40m,20h50m. BoxCi-n e m as São G on çal o 8 (d u b ): 1 4 h4 0 m ,16h50m, 19h, 21h10m. Cinemark Plaza Shop-p i n g 2 (d u b ): 1 1 h2 5 m , 1 3 h4 0 m , 1 6 h,18h25m, 20h40m.Zona Norte: C i n e m ark C ar i oca 1 (d u b ):11h40m, 13h50m, 16h10m, 18h20m,20h30m. Cinesystem Via Brasil Shopping 2( d u b ) : 1 4 h 1 0 m , 1 6 h 2 0 m , 1 9 h 1 0 m ,21h30m. Kinoplex Nova América 6 (dub):14h30m, 16h40m, 18h50m, 21h. KinoplexShopping Tijuca 5 (dub): 14h30m, 16h40m,18h50m. Madureira Shopping 2 (dub):14h10m, 16h20m, 18h30m, 20h45m.Shop p i n g I g u at e m i 4 (d u b ): 1 4 h2 0 m ,16h30m, 18h40m, 20h50m. UCI Kinoplex05 (dub): 13h10m, 15h20m, 17h30m,19h40m, 21h50m.

Zona Oeste: C i n e 1 0 Su l acap 2 (d u b ):15h30m, 17h30m, 19h30m, 21h30m. Ci-n e s e r c l a I t a g u a í 1 ( d u b ) : 1 3 h 5 0 m ,15h35m, 17h20m, 19h05m, 20h50m. Ci-n e s y s t e m B a n g u 4 ( d u b ) : 1 4 h 1 0 m ,1 6 h5 0 m , 1 9 h1 0 m , 2 1 h2 0 m . K i n op l e xWest Shopping 1 (dub): 14h, 16h10m,18h20m, 20h30m. Star Center 2 (dub):14h40m, 16h40m, 18h40m, 20h40m.Zona Sul: C i n e m ark Bot af og o 3 (d u b ):11h30m, 13h50m, 16h10m, 18h30m,2 0 h 5 0 m . C i n é p o l i s L a g o o n 3 ( d u b ) :12h30m, 14h55m, 17h05m, 19h15m. Ki-noplex Fashion Mall 1 (dub): 16h50m, 19h.Kinoplex Leblon 2 (dub): 15h, 17h10m,19h20m. Rio Sul 4 (dub): 14h, 16h10m,18h20m, 20h30m. Roxy 1 (dub): 14h50m,1 7 h, 1 9 h1 0 m . São Lu i z 2 (d u b ): 1 4 h,16h20m, 18h40m.Redondezas: Cine Show Nova Friburgo 3 (dub):14h30m, 16h30m, 18h30m, 20h30m. CineShow Teresópolis 2 (dub): 14h45m, 16h45m,18h45m, 20h30m. Top Cine Hipershopping ABC2 (dub): 14h50m, 16h50m, 18h50m, 20h50m.

> ‘A minha versão do amor’. “Barney’s Ver-sion”. De Richard J. Lewis (Canadá/Itália,2010). Com Paul Giamatti, Dustin Hoffman,Minnie Driver.Comédia romântica. Baseado no l ivro deMordecai Richler. A história de Barney Pa-nofsky, um homem aparentemente normal,cujas confissões abrangem quatro décadas,

dois continentes e três casamentos. 134 mi-nutos. Não recomendado para menores de14 anos.Barra da Tijuca/Recreio: Cinemark Downtown09: 18h25m, 21h20m. Estação Barra Point 2:13h45m, 18h45m. UCI New York City Center07: 14h45m, 20h15m.Zona Norte: C i n e m ark C ar i oca 6 : 1 8 h,20h50m.Zona Sul: Cinemark Botafogo 2: 18h50m,21h50m. Cinépol is Lagoon 1: 16h20m,19h05m, 21h50m. Estação Laura Alvim 3:13h50m, 16h30m, 19h, 21h30m. EstaçãoVivo Gávea 5: 14h15m, 16h45m, 19h15m,2 1 h 5 0 m . K i n o p l e x F a s h i o n M a l l 4 :1 5 h 1 0 m , 1 8 h 1 0 m , 2 1 h . L e b l o n 1 :15h50m, 21h10m.

> ‘Nana Caymmi em Rio Sonata’. “Rio So-nata: Nana Caymmi”. De Georges Gachot (Suí-ça, 2010).Documentário. A trajetória da cantora NanaCaymmi, ex-mulher de Gilberto Gil, musa deMilton Nascimento, amiga de Nelson Freire econsiderada uma das maiores cantoras do Bra-sil. 85 minutos. Livre.Barra da Tijuca/Recreio:Estação Barra Point 1:15h40m, 19h50m, 21h30m.Zona Sul: Espaço de Cinema 3: 14h15m, 16h,17h45m,19h30m,21h15m.EstaçãoLauraAl-vim 1: 14h15m, 16h, 17h45m, 19h30m,21h15m. Estação Vivo Gávea 4: 13h10m,16h30m, 18h30m, 20h15m, 22h.

> ‘Sobrenatural’. “Insidious”. De James Wan(EUA, 2010). Com Barbara Hershey, Rose Byr-ne, Patrick Wilson.

Horror. Uma família tenta impedir que maus es-píritos aprisionados em seu filho em coma do-minem sua mente. 102 minutos. Não recomen-dado para menores de 14 anos.Barra da Tijuca/Recreio: Cinemark Downtown05: 12h40m, 17h20m, 19h40m, 22h. UCINew York City Center 11: 14h05m, 16h20m,18h35m, 20h50m.Zona Norte: Cinemark Carioca 3: 16h50m,19h10m, 21h30m. Kinoplex Shopping Tijuca3: 16h40m, 21h20m. UCI Kinoplex 04:16h40m, 18h55m, 21h10m.Zona Oeste: Cine 10 Sulacap 4: 14h, 16h, 18h,20h, 22h.

Continuação

> ‘Alémda vida’. “Hereafter”.De ClintEastwo-od (USA, 2010). Com Matt Damon, Cécile DeFrance.Drama. Um médium americano, uma jornalistafrancesa e um menino inglês protagonizam três

tramas vividas entre o mundo dos vivos e o dosmortos. 129 minutos. Não recomendado paramenores de 12 anos.Zona Sul: Estação Botafogo 2: 16h40m.

> ‘Amor?’.De João Jardim (Brasil, 2010). ComEduardo Moscovis, Lilia Cabral, Leticia Colin.Drama. Uma mistura de documentário e ficçãoem que atores e a trizes interpretam o depoimen-to de pessoas reais. 100 minutos. Não recomen-dado para menores de 14 anos.Barra da Tijuca/Recreio: Cinemark Downtown05: 15h.Zona Sul: Estação Laura Alvim 2: 13h20m,15h30m, 17h30m, 19h45m, 21h45m. Es-tação Vivo Gávea 1: 14h, 16h10m, 22h10m.Instituto Moreira Salles: 14h, 16h, 18h, 20h.Unibanco Arteplex 5: 13h10m, 15h20m,17h30m, 19h40m, 21h50m.

> ‘Bebês’. “Bébé(s)”. De Thomas Balmès(França, 2010).Documentário. O filme acompanha quatro bebêsdesde o nascimento até o primeiro ano de vida emseus países e culturas de origem: Mongólia, Namí-bia, Estados Unidos e Japão. 80 minutos. Livre.Barra da Tijuca/Recreio:Estação Barra Point 1:14h.Zona Sul: Cine Glória: 18h, 20h. Estação Bo-tafogo 1: 13h10m. Estação Botafogo 3:16h10m, 20h10m. Estação Vivo Gávea 1:20h30m. Estação Vivo Gávea 2: 17h50m. Es-tação Vivo Gávea 4: 14h50m. Unibanco Arte-

plex 1: 17h40m.> ‘Biutiful’.“Biutiful”. De Alejandro GonzálezIñárritu (Espanha/México, 2010). Com JavierBardem, Maricel Álvarez, Guillermo Estrella.Drama. Pai de dois filhos, Uxbal está à beirade morte e luta contra uma dura realidade eum destino que o impede de perdoar e per-doar-se. 147 minutos. Não recomendado pa-ra menores de 16 anos.Niterói/São Gonçalo: Cinemark Plaza Shopping5: 19h (qui).Zona Sul: Estação Botafogo 2: 19h.

> ‘Cisne negro’. “Black swan”. De Darren Aro-nofsky (EUA, 2010). Com Natalie Portman, Vin-cent Cassel, Mila Kunis.Drama. O sonho de Nina é ser a primeira bai-larina da companhia de dança. Mas, pressio-nada pelo diretor artístico de uma montagemde "O lago dos cisnes", ela terá que resolversérios problemas interiores, agravados pelachegada de uma rival. Vencedor do Oscar nacategoria melhor atriz. 107 minutos. Não re-comendado para menores de 16 anos.Barra da Tijuca/Recreio: UCI New York CityCenter 18: 22h05m.Centro: Odeon: 14h, 18h30m.

> ‘Contracorrente’. “Contracorriente”. De Ja-

vier Fuentes-León (Peru/França/Colômbia,2009). Com Tatiana Astengo, Manolo Cardona,José Chacaltana.Drama. Em uma pequena vila de pescado-res, Mariela está prestes a ter seu primeirofilho com Miguel. Até que a chegada de San-t iago ameaça o re lacionamento do casal .100 minutos. Não recomendado para meno-res de 14 anos.Zona Sul: Unibanco Arteplex 3: 14h, 16h30m,19h, 21h30m.

> ‘Cópia fiel’. “Copie conforme”. De AbbasKiarostami (França/Itália/Irã, 2010). ComJuliette Binoche, William Shimell, AngeloBarbagallo.Drama. Um escritor inglês na meia-idade conhe-ce uma jovem francesa enquanto está na Itáliapara promover seu último livro e embarca comela em uma viagem. 106 minutos. Livre.Barra da Tijuca/Recreio: Estação Barra Point 2:21h15m.Centro: Cine Santa Teresa: 15h, 19h20m.Zona Sul: Estação Botafogo 1: 14h40m,

19h20m.> ‘O discurso do rei’. “The king’s speech”. DeTom Hooper (Reino Unido/Austrália, 2010).Com Colin Firth, Geoffrey Rush, Helena BonhamCarter.Drama. Baseado em uma história real. Do-no de uma incontrolável gagueira que o im-pede de discursar para o público, o jovem edespreparado rei George precisa reencon-trar sua voz e conduzir o país na guerra con-tra os alemães. Vencedor dos Oscars de me-lhor filme, ator, diretor, roteiro original. 118minutos. Não recomendado para menoresde 12 anos.Barra da Tijuca/Recreio: UCI New York CityCenter 06: 21h40m.Centro: Odeon: 16h10m.

> ‘Em um mundo melhor’. “Haeven”. De Su-sanne Bier (Suécia/Dinamarca, 2010). Com Mi-kael Persbrandt, William Jøhnk Nielsen, MarkusRygaard.Drama. Anton é um médico que trabalha emum campo de refugiados em um lugar qual-quer da África. Na Dinamarca, seu país na-tal, estão sua mulher e seus dois filhos, umdeles vítima de bullying. Vencedor do Oscarde melhor filme estrangeiro. 118 minutos.N ão re com e n d ad o p ara m e n ore s d e 1 4anos.Zona Sul: Espaço Museu da Repúbl ica:14h40m, 17h, 19h20m.

> ‘Esposa de mentirinha’. “Just go with it”.DeDennis Dugan(EUA,2011).Com AdamSan-dler, Jennifer Aniston, Nicole Kidman.Comédia romântica. Durante uma viagem, Dan-ny, um jovem cirurgião plástico, convence suaassistente a se fazer passar por sua ex-mulherpara conquistar uma garota. 117 minutos. Nãorecomendado para menores de 12 anos.Barra da Tijuca/Recreio: UCI New York CityCenter 09 (dub): 14h45m, 17h15m.Niterói/São Gonçalo: Box Cinemas São Gonçalo5 (dub): 20h30m.Zona Norte: Cinesystem Via Brasil Shopping 6:dub, 14h05m, 16h35m, 19h35m; leg,22h05m.

> ‘Eu sou o número quatro’. “I am numberfour”. De D.J. Caruso (EUA, 2011). Com AlexPettyfer, Teresa Palmer, Kevin Durand.Ficção científica. Baseado no livro de PittacusLore. Anos atrás, nove crianças ameaçadas pe-los Mogadorians fugiram do planeta Lorien e seesconderam na Terra, mas a caçada continuou etrês delas estão mortas. O jovem John Smith é opróximo alvo. 105 minutos. Não recomendadopara menores de 12 anos.Baixada: Cinemaxx Unigranrio Caxias 2:14h50m, 18h50m. Kinoplex Grande Rio 3(dub): 14h30m, 16h45m, 19h, 21h15m. Mul-

tiplex Caxias 5 (dub): 19h, 21h15m.Barra da Tijuca/Recreio: Cinemark Downtown10: 11h30m, 14h05m, 16h25m, 19h,21h40m. Espaço Rio Design Vip: 14h20m,19h10m. UCI New York City Center 06 (dub):14h40m, 17h, 19h20m. UCI New York CityC e n t e r 0 8 : 1 3 h 4 0 m , 1 6 h , 1 8 h 2 0 m ,20h40m. Via Parque 6: 14h20m, 19h10m.Ilha do Governador: Cinesystem Ilha Plaza 2:14h20m, 19h20m.Niterói/São Gonçalo: Bay Market 4 (dub):14h10m, 18h50m. Box Cinemas São Gonçalo4 (d u b ): 1 4 h1 5 m , 1 6 h3 0 m , 1 8 h5 5 m ,21h15m. Cinemark Plaza Shopping 5: 17h15m(até qua), 19h40m (até qua), 22h05m.Zona Norte: Cinemark Carioca 7 (dub): 15h,19h30m. Kinoplex Nova América 2: 14h30m,16h45m, 19h, 21h15m. Shopping Iguatemi 5:14h10m, 16h30m, 18h50m, 21h20m. UCIKinoplex 02 (dub): 14h35m, 16h55m,19h15m, 21h35m.Zona Oeste: Cine 10 Sulacap 3 (dub): 17h,19h20m, 21h30m. Cinesercla Itaguaí 4 (dub):14h30m, 16h30m, 18h30m, 20h30m. Cine-

system Bangu 6 (dub): 14h20m, 16h40m,19h20m, 21h45m.Zona Sul: Cinemark Botafogo 1: 12h30m, 15h,17h30m, 20h, 22h20m. Cinépolis Lagoon 2:17h.CinépolisLagoon 3:21h30m.Kinoplex Le-blon 3: 14h45m, 19h10m. Roxy 2: 14h,16h10m. São Luiz 1: 14h30m, 16h50m,19h10m, 21h30m.

> ‘Gnomeu e Julieta’. “Gnomeo and Juliet”.De Joann Sfar (EUA, 2011). Vozes de Jason Sta-tham, Emily Blunt, Maggie Smith.Animação. Versão do clássico de William Sha-kespeare. Gnomeu e a jovem Julieta são anõesde jardim. Os dois estão apaixonados, mas vãoter que enfrentar muitos obstáculos para viveresse amor. Exibição em 3-D em algumas salas.84 minutos. Livre.Barra da Tijuca/Recreio: UCI New York CityCenter 10 (dub): 13h15m, 15h.

> ‘Homens e deuses’. “Des hommes et desdieux”.De Xavier Beauvois(França,2010).ComLambert Wilson, Michael Lonsdale, Olivier Ra-bourdin.Drama. Em uma vila, oito monges franceses vi-vem em harmonia com a população muçulmanaaté que um grupo de trabalhadores estrangeirosé massacrado e o pânico assola a região. 122minutos. Não recomendado para menores de 12anos.Barra da Tijuca/Recreio:Espaço Rio Design Vip:16h40m, 21h50m. UCI New York City Center

07: 17h30m.Zona Sul: Espaço de Cinema 1: 14h, 16h30m,19h, 21h40m. Estação Ipanema 2: 13h50m,16h30m, 19h, 21h30m. Estação Vivo Gávea 3:13h50m, 16h20m, 19h, 21h30m. UnibancoA r t e p l e x 1 : 1 3 h , 1 5 h 2 0 m , 1 9 h 3 0 m ,21h50m.

> ‘Incêndios’.“Incendies”. DeDenis Villeneuve(Canadá, 2010). Com Lubna Azabal, MélissaDésormeaux-Poulin, Maxim Gaudette.Drama. Adaptação da peça homônima deWajdi Mouawad. Na leitura do testamentoda mãe, os gêmeos Simon e Jeanne desco-brem que têm um irmão e que o pai, que osdois achavam que estava morto, ainda vive.130 minutos. Não recomendado para meno-res de 14 anos.Barra da Tijuca/Recreio: Estação Barra Point 2:16h15m.Zona Sul: Estação Botafogo 1: 16h50m,21h30m.

> ‘Jogo de poder’. “Fair game”. De Doug Li-man (EUA, 2010). Com Naomi Watts, SeanPenn, Ty Burrell.Suspense. Baseado nas memórias de ValeriePlame, agente da CIA que teve sua identidadesecreta revelada por um jornalista durante a in-vasão dos EUA ao Iraque. 108 minutos. Não re-

> ‘Cisne negro’ — “Darren Aronofsky li-berta o demônio que mora na graciosaNatalie Portman.” (R.F.)> ‘Contracorrente’ — “Mostra comoumaboahistória podeser contada dema-neiraeficiente, mesmocom poucos recur-sos financeiros.” (M.J.)

> ‘Incêndios’ — “Apoiadoem roteiro bri-lhante, interpretações intensas, alta qua-lidade de fotografia e trilha sonora, Den-nis Villeneuve exibe forte domínio narra-tivo.” (S.S.)

> ‘O pequeno Nicolau’ — “Um filmeinesquecível.” (E.R)

> ‘Rio’ — “É difícil segurar o fôlego frenteà exuberância de seu visual.” (R.F.)

> ‘O sequestro de um herói’ — “Bel-vaux faz um filme de gênero sem recorreraos clichês de thriller  policial.” (M.J.)

> ‘Além da vida’ — Para M.A., o bone-quinho aplaude sentado: “Mais um filmeaudacioso de Eastwood, que procura nãose repetir.” Para A.M., o bonequinho dor-me: “Ouve-se um ou outro suspiro na pla-teia, mas lá no fundinho bate aquela des-confiança de que alguma coisa não se en-caixou bem.”

> ‘Amor?’ — “Mistura-sena tela omelhorde dois mundos: o ficcional e o documen-tal.” (R.F.)

> ‘O amor chega tarde’ — “A trama éabordada com delicadeza e humor.”(S.S.)

> ‘Bebês’ — “Um bem-humorado tratadoantropológico.” (E.R.)

> ‘Cópia fiel’ — “Realização impecável,pode frustrar os súditos do diretor irania-no, mas também seduzir e intrigar por suatrama bem urdida.” (S.S.)

> ‘O discurso do rei’ — “Não é nadaalém da fala de um homem. E é justamen-te isso que o faz tão interessante.” (A.M.)

> ‘Em um mundo melhor’ — “Exploramcom muita sensibilidade as relações entrepais e filhos.” (E.A.)

> ‘Homens e deuses’ —“Umaobraaus-tera, reflexiva e extremamente contempo-rânea.” (S.S.)

> ‘Que mais posso querer’ — “SilvioSoldini não transforma o longa em libelocontra o adultério.” (M.A.)

> ‘Rango’ — “Um filme de animação en-volvente.” (M.J.)

> ‘Ricky’ — “Um drama agridoce sobreas agruras e eventuais alegrias de uma fa-mília proletária.” (R.G.)

> ‘Turnê’ — “Almaric trafega com elegân-cia pelas margens de um cinema de ob-servação.” (R.F.)

> ‘Uma manhã gloriosa’ — Para R.F., obonequinho aplaude sentado: “HarrisonFord presta um tributo a mestres do riso”.Para A.M., o bonequinho dorme: “As inter-pretações são compostas de trejeitos ex-cessivos.”

> ‘As aventuras de Sammy’ — “Apesarde direcionado ao público infantil, tam-bém irá agradar ao adulto.” (M.A.)

> ‘Biutiful’ — “É coerente com a obra docineasta.” (S.S.)

> ‘Bróder’ — “Conjuga competência téc-nica e alta voltagem emotiva.” (R.F.)

> ‘Desconhecido’ — “Investe na diver-são escapista.” (M.A.)

> ‘Eusouo númeroquatro’ — “Nãoes-capa dos chavões, mas traz muitos e bonsmomentos de ação.” (E.R.)

> ‘Gnomeu e Julieta’ — “Uma anima-ção apenas bonitinha, mas com uma óti-ma trilha sonora.” (E.R.)

> ‘Jogo de poder’ — “Peca pela super-ficialidade da trama e dos personagens.”(A.M.)

> ‘A minha versão do amor’ — “Um fil-me apenas correto.” (R.G.)

> ‘Nana Caymmi em Rio Sonata’ —“Costura depoimentos com delicadeza,embora sem refinamento plástico de mon-tagem.” (R.F.)

> ‘Pânico 4’ — “Não chega ao nível doprimeiro, mas contém momentos antoló-gicos.” (M.A.)> ‘O retrato de Dorian Gray’ — “Umapoderosa crônica ao narcisismo e à obses-siva busca pela juventude.” (M.A.)

> ‘Sexo sem compromisso’ — “Não émais do que um passatempo corriqueiro.”(T.L.)

> ‘Sobrenatural’ — “Oroteiropreservaasensação de ameaça constante.” (M.A.)

> ‘Esposa de mentirinha’ — “A duplaAdam Sandler/Jennifer Aniston tem char-me e cria empatia, mas o filme jamaisacha um ritmo.” (R.G.)

> ‘A garota da capa vermelha’ —“Não consegue equilibrar terror com ro-mance adolescente.” (M.A.)

> ‘Hop — Rebeldes sem Páscoa’ —“A experiência é enfadonha tanto para ascrianças, como também para os adultos.”(M.A.)

> ‘Semlimites’ — “Tem alguns dos mo-vimentos de câmera mais incríveis dos úl-timos anos, mas isso não é o bastante.”(A.M.)

> ‘VIPs’ —“Ummerofilmedeação,bemproduzido e com boas atuações, mas su-perficial.” (A.M.)

> ‘As mães de Chico Xavier’ — “É umretrocesso narrativo.” (R.F.)

> ‘Vovó...zona 3: tal pai, tal filho’ —“As piadas têm gosto de prato requenta-do.” (T.M.)

CINEMA> ‘Que mais posso querer’. “Cosa voglio dipiù”. De Silvio Soldini (Itália/Suíça, 2010). ComPierfrancesco Favino, Alba Rohrwacher, Giusep-pe Battiston.Drama. Um homem e uma mulher começamumarelaçãoextraconjugal,sem perceberque tu-do está saindo do controle. 121 minutos. Nãorecomendado para menores de 16 anos.Barra da Tijuca/Recreio: Estação Barra Point 1:17h30m.Zona Sul: Estação Botafogo 3: 13h50m,17h50m.

> ‘Rango’. “Rango”. De Gore Verbinski (EUA,2011). Vozes de Johnny Depp, Alanna Ubach,Abigail Breslin.Animação. Rango é um camaleão com crise de

identidade que, ao se ver numa cidade do VelhoOeste, infestada de bandidos, transforma-sesem querer em herói. 107 minutos. Não reco-mendado para menores de 10 anos.Centro: Cine Santa Teresa: 17h10m.

> ‘O retrato de Dorian Gray’. “Dorian Gray”.De Oliver Parker (Reino Unido, 2011). Com Co-lin Firth, Ben Barnes, Rebecca Hall.Suspense. Baseado na obra de Oscar Wilde. Ob-cecado por sua própria beleza e juventude, Do-rian aceita que lhe pintem um retrato. Ao vê-lopronto, afirma que daria sua própria alma paratereternamenteaquelaaparência.112minutos.Não recomendado para menores de 16 anos.Centro: Odeon: 20h40m (até qua).

> ‘Ricky’. “Ricky”. De François Ozon (Fran-ça/Itália, 2009). Com Alexandra Lamy, Sergi Ló-pez, Arthur Peyret.Comédia. Quando Katie, uma mulher comum,conhece Paco, um homem comum, algo de má-gicoe milagrosoacontece:umahistóriade amor.Dessa união nascerá um bebê extraordinário: Ri-cky. 90 minutos. Não recomendado para meno-res de 12 anos.Zona Sul: Estação Botafogo 2: 13h.

> ‘Rio’. DeCarlos Saldanha(EUA,2011). Vozesde Anne Hathaway, Jesse Eisenberg, JamieFoxx.Animação. Blu é uma arara-azul domesticadaque nunca aprendeu a voar e vive nos EstadosUnidos, até descobrir que existe uma fêmea desua espécie no Rio. Exibição em 3-D em algu-mas salas. 96 minutos. Livre.Baixada: Cinemaxx Imperial (dub): 15h, 17h,19h, 21h. Cinemaxx Unigranrio Caxias 1( d u b ) : 1 4 h 3 0 m , 1 6 h 3 0 m , 1 8 h 3 0 m ,20h30m. Cinesercla Ni lópol is Square 1( d u b ) : 1 4 h 4 0 m , 1 6 h 4 0 m , 1 8 h 4 0 m ,20h40m. Cinesercla Ni lópol is Square 3(dub): 14h30m. Iguaçu Top 1 (3-D/dub):14h, 16h10m, 18h20m, 20h30m. IguaçuTop 2 (dub): 20h50m. Kinoplex Grande Rio 2( 3 - D / d u b ) : 1 5 h , 1 7 h 1 0 m , 1 9 h 2 0 m ,21h30m. Kinoplex Grande Rio 4 (dub):14h30m, 16h40m, 18h50m, 21h. KinoplexGrande Rio 5 (3-D/dub): 14h, 16h10m,18h20m, 20h30m. Multiplex Caxias 2 (3-D/dub): 13h30m (qua), 15h30m (qua), 16h( q u i ) , 1 7 h 3 0 m ( q u a ) , 1 8 h 3 0 m ( q u i ) ,19h30m (qua), 20h30m (qui), 21h30m(qua). Multiplex Caxias 3 (dub): 15h15m,17h15m, 19h15m, 21h15m. Multiplex Ca-xias 5 (dub): 15h, 17h.Barra da Tijuca/Recreio: Cinemark Downtown01 (dub): 12h55m, 15h20m, 17h40m, 20h.Cinemark Downtown 04 (3-D): dub, 11h40m,13h55m; leg, 16h20m, 18h40m (até qua),21h (até qua). Cinemark Downtown 06 (dub):13h15m, 15h35m, 20h40m. Cinemark Down-town 08 (3-D): 12h10m, 14h30m, 16h50m,

19h10m (até qua), 21h30m (até qua). Cine-mark Downtown 09 (dub): 11h25m, 13h40m,16h05m. Cinemark Downtown 12 (3-D/dub):11h10m, 13h25m, 15h50m, 18h10m,20h30m. Cinesystem Recreio Shopping 1(dub):14h20m, 16h40m,19h, 21h10m.Cine-system Recreio Shopping 4 (dub): 13h50m. Es-paço Rio Design 1 (3-D): dub, 14h, 16h30m,19h; leg, 21h40m. UCI New York City Center02 (3-D): dub, 14h40m, 16h50m, 19h; leg,21h10m. UCI New York City Center 04 (dub):14h50m, 17h, 19h10m. UCI New York CityCenter 09: 19h45m, 21h55m. UCI New YorkCity Center 12 (3-D): dub, 14h10m, 16h20m,18h30m; leg, 20h40m. UCI New York City Cen-ter 14 (3-D): dub, 13h, 15h10m, 17h20m; leg,19h30m, 21h40m. UCI New York City Center17 (dub): 14h30m, 16h45m, 19h. UCI NewYork City Center 18 (dub): 13h25m, 15h35m,17h45m, 19h55m. Via Parque 1 (dub): 14h,16h10m, 18h20m, 20h30m. Via Parque 3(dub): 14h40m, 16h50m, 19h, 21h10m. ViaParque 5 (3-D/dub): 15h10m, 17h20m,19h30m, 21h40m.Ilha do Governador: Cinesystem Ilha Plaza 1(dub): 14h30m, 17h20m, 19h30m, 21h40m.Cinesystem Ilha Plaza 4 (3-D): dub, 13h30m,15h40m, 17h50m, 20h; leg, 22h10m.Niterói/São Gonçalo: Bay Market 2 (dub): 14h,16h10m, 18h20m, 20h30m. Bay Market 3 (3-D/dub):14h40m,16h50m,19h, 21h10m.Box

Cinemas São Gonçalo 1 (3-D/dub): 14h30m,16h40m, 18h50m, 21h. Box Cinemas SãoGonçalo 2 (dub): 13h30m, 15h40m, 17h50m,20h. Box Cinemas São Gonçalo 5 (dub): 14h,16h10m, 18h20m. Box Cinemas São Gonçalo6 (dub): 15h, 17h10m, 19h20m, 21h30m. Ci-nemark Plaza Shopping 3 (3-D): ; leg, 11h10m,13h30m, 15h50mdub, 18h10m, 20h25m. Ci-nemark Plaza Shopping 4 (3-D/dub): 12h10m,14h30m, 16h50m, 19h20m, 21h40m. Cine-mark Plaza Shopping 5 (dub): 12h45m, 15h.Cinemark Plaza Shopping 7 (3-D/dub): 12h,14h15m, 17h05m, 19h30m, 21h50m.Zona Norte: Cinecarioca Nova Brasília (3-D/dub): 14h, 16h, 18h, 20h. Cinemark Carioca3 (dub): 12h30m, 14h40m. Cinemark Carioca4 (dub): 12h, 14h10m, 16h20m, 18h50m,21h20m. Cinemark Carioca 5 (dub): 11h,13h10m, 15h20m, 17h30m, 19h50m, 22h.Cinemark Carioca 6 (dub): 11h30m, 13h40m,15h50m. Cinemark Carioca 8 (dub): 11h50m.Cinesystem Via Brasi l Shopping 3 (dub):14h15m, 16h45m, 19h15m, 21h45m. Cine-system Via Brasil Shopping 4 (3-D): dub,14h30m, 17h, 19h30m; leg, 22h. CinesystemViaBrasilShopping5 (3-D/dub):14h,16h30m,19h, 21h20m. Kinoplex Nova América 1 (dub):14h20m, 16h30m, 18h40m, 20h50m. Kino-plex Nova América 5 (3-D/dub): 14h, 16h10m,18h20m, 20h30m. Kinoplex Nova América 7(3-D/dub): 15h10m, 17h20m, 19h30m,21h40m. Kinoplex Shopping Tijuca 1 (3-D/dub): 14h40m, 16h50m, 19h, 21h10m. Ki-noplex Shopping Tijuca 4 (3-D): dub, 15h10m,17h20m, 19h30m; leg, 21h40m. KinoplexShopping Tijuca 6 (dub): 14h10m, 16h20m,18h30m, 20h40m. Madureira Shopping 1(dub): 14h30m, 16h40m, 18h50m, 21h. Ma-dureira Shopping 4 (dub): 14h, 16h10m,18h20m, 20h30m. Shopping Iguatemi 1 (3-D/dub): 14h30m, 16h40m, 18h50m, 21h.Shopping Iguatemi 2 (dub): 14h50m, 19h20m.Shopping Iguatemi 3 (dub): 14h, 16h10m,18h20m, 20h30m. UCI Kinoplex 01 (3-D):dub, 14h10m, 16h20m, 18h30m; leg,20h40m. UCI Kinoplex 03 (3-D/dub): 13h,15h10m, 17h20m, 19h30m, 21h40m. UCIKinoplex 04 (dub): 14h30m. UCI Kinoplex 07(dub): 13h20m, 15h30m, 17h40m, 19h50m,22h. UCI Kinoplex 10 (3-D/dub): 14h50m,17h, 19h10m, 21h20m.Zona Oeste: Cine 10 Sulacap 1 (3-D): dub,14h30m,16h40m,18h50m;leg,21h.Cine 10Sulacap 3 (dub): 14h40m. Cine 10 Sulacap 5(dub): 15h, 17h20m. Cinesercla Itaguaí 2(dub): 14h40m, 16h40m, 18h40m, 20h40m.Cinesercla Itaguaí 3 (dub): 14h30m. Cinesys-tem Bangu 1 (3-D): dub, 13h30m, 15h40m,17h50m, 20h; leg, 22h10m. Cinesystem Ban-gu 2 (3-D/dub): 14h, 16h30m, 19h, 21h20m.Cinesystem Bangu 3 (dub): 14h30m, 17h,19h30m, 21h40m. Cinesystem Bangu 5 (dub):13h20m. Kinoplex West Shopping 2 (3-D/dub):

15h10m, 17h20m, 19h30m, 21h40m. Kino-p l e x We st Shop p i n g 3 (d u b ): 1 4 h4 0 m ,16h50m, 19h, 21h10m. Kinoplex West Shop-ping5 (3-D/dub):14h10m,16h20m, 18h30m,20h40m. Star Center 3 (dub): 14h, 16h10m,18h20m, 20h30m.ZonaSul: Cinemark Botafogo 2 (dub): 11h50m,14h10m,16h30m.CinemarkBotafogo 4 (dub):12h40m, 14h55m. Cinemark Botafogo 5 (3-D/d u b ): 1 2 h1 0 m , 1 4 h3 0 m , 1 6 h5 0 m ,19h10m,21h30m.CinemarkBotafogo 6 (3-D):dub, 11h10m, 13h30m, 15h50m, 18h10m;leg, 20h30m. Cinépol is Lagoon 1 (dub):14h10m. Cinépol is Lagoon 4 (3-D/dub):13h15m, 15h30m, 17h45m, 20h, 22h10m.Cinépolis Lagoon 5 (3-D): 14h, 16h15m,18h30m, 20h45m. Cinépolis Lagoon 6 (3-D/dub): 14h30m, 16h45m, 19h. KinoplexFashion Mall 2 (3-D): dub, 15h20m, 17h30m,19h40m; leg, 21h50m. Kinoplex Fashion Mall3 (dub): 17h, 19h10m. Kinoplex Leblon 1(dub):14h,16h10m,18h20m, 20h30m.Kino-plex Leblon 4 (3-D): dub, 14h30m, 16h40m,18h50m; leg, 21h. Leblon 2 (3-D): dub,15h10m, 17h20m, 19h30m; leg, 21h40m.Rio Sul 1 (dub): 14h30m, 16h40m, 18h50m,21h. Rio Sul 2 (3-D): dub, 15h10m, 17h20m,19h30m; leg, 21h40m. Roxy 3 (3-D): dub,15h10m, 17h20m, 19h30m; leg, 21h40m.São Luiz 3 (3-D): dub, 15h10m, 17h20m,19h30m; leg, 21h40m. São Luiz 4 (3-D/dub):

14h30m, 16h40m, 18h50m, 21h. UnibancoArteplex 4 (3-D): dub, 13h, 15h10m, 17h20m,19h30m; leg, 21h40m. Unibanco Arteplex 6:14h30m, 17h, 19h30m, 22h.

JULIA LEMMERTZ submete-se a uma experiência com um pé na ficção e outro no documentário em “Amor?”, longa-metragem laureado com

o prêmio do júri popular no Festival de Brasília de 2010. Em cartaz no Rio há duas semanas, o filme é dirigido por João Jardim, que disputou

o Oscar de melhor longa documental em fevereiro com “Lixo extraordinário”, codirigido por Lucy Walker e Karen Harley. João reuniu relatos

reais sobre violência entre casais que são recriados na tela por Julia e outros oito atores, entre eles Eduardo Moscovis e Lilia Cabral.

Divulgação

comendado para menores de 12 anos.Redondezas: Cine Bauhaus 1: 14h30m.

> ‘As mães de Chico Xavier’. De Glauber Fi-lho, Halder Gomes (Brasil, 2011). Com NelsonXavier, Caio Blat, Via Negromonte.Drama. Baseado em histórias reais e inspi-rado no livro "Por trás do véu de Isis", de Mar-cel Souto Maior. A trajetória de três mãesque perderam seus filhos e vêem sua reali-dade se transformar quando recebem con-forto através de cartas psicografadas porChico Xavier. 111 minutos. Não recomenda-do para menores de 12 anos.Barra da Tijuca/Recreio: UCI New York CityCenter 01: 16h50m, 21h30m.Centro: Cine Santa Teresa: 21h30m.Zona Oeste: Star Center 4: 13h40m, 16h,18h20m, 20h40m.

> ‘Pânico 4’. “Scream 4”. De Wes Craven(EUA, 2011). Com David Arquette, Neve Camp-bell, Courteney Cox.Terror. Dez anos se passaram e Sidney já

conseguiu deixar o passado para trás. Quan-do tudo parecia entrar nos eixos, ela recebea visita do esfaqueador mascarado. 111 mi-nutos. Não recomendado para menores de14 anos.Baixada: Cinemaxx Unigranrio Caxias 2 (dub):16h50m, 20h50m. Cinesercla Nilópolis Square3 (dub): 16h35m, 18h40m, 20h45m. IguaçuTop 3 (d u b ): 1 4 h3 0 m , 1 6 h4 0 m , 1 9 h,21h15m. Kinoplex Grande Rio 6 (dub):14h10m, 16h30m, 19h, 21h20m. MultiplexCaxias 4 (dub): 15h, 17h15m, 19h30m,21h45m.Barra da Tijuca/Recreio: Cinemark Downtown0 1 : 2 2 h2 0 m . C i n e m ark Down t own 0 7 :15h40m, 18h20m, 21h05m. Cinesystem Re-cre i o Shop p i n g 4 : 1 6 h5 0 m , 1 9 h2 0 m ,21h50m. UCI New York Ci ty Center 10:16h45m, 18h55m, 21h05m. UCI New York Ci-ty Center 15 (dub): 14h50m, 17h10m,19h30m, 21h50m. Via Parque 6: 16h50m,21h30m.Ilha do Governador: Cinesystem Ilha Plaza 2:16h50m, 21h50m.Niterói/São Gonçalo: Bay Market 4 (dub):16h20m, 21h. Box Cinemas São Gonçalo 7(dub): 13h50m, 16h20m, 18h45m, 21h20m.C i n e m ark P l aza Shop p i n g 6 : 1 1 h3 0 m ,14h05m, 16h30m, 19h10m (qua), 21h45m.Zona Norte: Cinemark Carioca 8 (dub): 16h,18h30m, 21h. Kinoplex Nova América 3:14h40m, 16h50m, 19h10m, 21h30m. Ki-n o p l e x S h o p p i n g T i j u c a 2 : 1 4 h 1 0 m ,

16h30m, 18h50m, 21h30m. MadureiraShopping 3 (dub): 14h20m, 16h30m, 19h,2 1 h 1 5 m . S h o p p i n g I g u a t e m i 2 : 1 7 h ,21h30m. UCI Kinoplex 06: dub, 13h50m,16h10m, 18h30m; leg, 20h50m.Zona Oeste: Cine 10 Sulacap 5 (dub): 19h40m,22h. Cinesercla Itaguaí 3 (dub): 16h35m,18h40m, 20h45m. Cinesystem Bangu 5 (dub):15h20m, 17h40m, 20h, 22h20m. KinoplexWest Shopping 4 (dub): 14h20m, 16h30m,18h50m, 21h20m.Zona Sul: Cinemark Botafogo 4: 17h10m,19h35m, 22h05m. Cinépol is Lagoon 2:19h20m, 21h40m. Kinoplex Leblon 3: 17h,21h45m. Rio Sul 3: 16h30m, 21h20m.Redondezas: Cine Show Nova Friburgo 1:21h15m. Cine Show Teresópolis 1: 21h15m.Cinemaxx Mercado Estação 2: 14h40m,18h50m.

> ‘O pequeno Nicolau’. “Le petit Nicolas”. DeLaurent Tirar (França, 2009). Com Maxime Go-dart, Valérie Lemercier, Kad Merad.Comédia. Baseado na obra de Jean-JacquesSempé e René Goscinny. Nicolau é um garotinhomuito amado pelos pais que leva uma vida tran-quila até que sua mãe fica grávida. Com medode não ter mais a mesma atenção, ele entra emdesespero. 91 minutos. Livre.Zona Sul: Estação Botafogo 2: 14h50m.

7/16/2019 O Globo 270411

http://slidepdf.com/reader/full/o-globo-270411 47/57

SEGUNDO CADERNO ● 7Quarta-feira, 27 de abril de 2011 O GLOBO

Este caderno não se responsabiliza por mudanças em preços e horários. Ambos são fornecidos pelos organizadores dos espetáculos.

Como nem todas as casas fornecem a classificação etária, é recomendável a pais e responsáveis a consulta prévia por telefone, fax ou e-mail.

NOS BAIRROS

RIO SHOWZonaSul

> Cine Glória — Praça Luís de Camões, s/nº,Memorial Getúlio Vargas, subsolo, Glória —2556-1586. O cinema funciona de ter a dom.(116 lugares): As aventuras de Sammy, 14h,16h. Bebês, 18h, 20h. R$ 12 (ter, qua e qui) eR$ 14 (sáb e dom).

> Cinemark Botafogo — Praia de Botafogo,400, Botafogo Praia Shopping, 8° piso, Bota-fogo — 2237-9485. Sala 1 (124 lugares): Eu sou o número quatro, 12h30m, 15h, 17h30m,20h, 22h20m. Sala 2 (139 lugares): Rio, dub,11h50m, 14h10m, 16h30m; e A minha ver- são do amor , 18h50m, 21h50m. Sala 3 (219lugares): Hop — Rebeldes sem Páscoa, dub,11h30m, 13h50m, 16h10m, 18h30m,20h50m.. Sala 4 (186 lugares): Rio, dub,12h40m, 14h55m; Pânico 4, 17h10m,19h35m, 22h05m. Sala 5 (290 lugares): Rio,(3-D), dub, 12h10m, 14h30m, 16h50m,19h10m, 21h30m.. Sala 6 (290 lugares): Rio,(3-D), dub, 11h10m, 13h30m, 15h50m,18h10m; leg, 20h30m.. R$ 13 (qua), R$ 14(seg, ter e qui, até as 17h), R$ 16 (seg, ter equi, após as 17h), R$ 17 (sex a dom e feriados,até as 17h), R$ 19 (sex a dom e feriados, apósas 17h), R$ 22 (qua, 3-D), R$ 23 (seg, ter equi, 3-D) e R$ 27 (sex a dom e feriados, 3-D).Maiores de 60 anos e crianças menores de 12 pagam meia-entrada. Toda a semana, na Ses- são Desconto, é selecionado um filme nas ses- sões das 15h e m que o espectador paga R$ 4(consulte qual é o filme da semana por tele-fone, no site www.cinemark.com.br ou no pró- prio cinema).

> Cinépolis Lagoon — Av. Borges de Medei-ros 1.424, Estádio de Remo da Lagoa, Leblon.Sala 1 (235 lugares): Rio, dub, 14h10m; e Aminha versão do amor , 16h20m, 19h05m,2 1 h5 0 m . S ala 2 (1 5 0 l u g are s ) : V IP s,12h40m, 14h50m; Eu sou o número quatro,17h; e Pânico 4, 19h20m, 21h40m. Sala 3(162 lugares): Hop — Rebeldes sem Páscoa,dub, 12h30m, 14h55m, 17h05m, 19h15m; eEusouo númeroquatro, 21h30m. Sala4 (173lugares): Rio, (3-D), dub, 13h15m, 15h30m,17h45m, 20h, 22h10m. Sala 5 (161 lugares):Rio, (3-D), 14h, 16h15m, 18h30m, 20h45m.Sala 6 (232 lugares): Ri o, (3 -D), d u b ,14h30m, 16h45m, 19h; e pré-estreia de Comovocê sabe, 21h15m. R$ 19,50 (seg a qui, ex-ceto feriados), R$ 23,50 (sex a dom e feriados),R$ 25,50 (seg a qui, exceto feriados, 3-D) e R$29,50 (sex a dom e feriados, 3-D).

> Espaço de Cinema — Rua Voluntários daPátria, 35, Botafogo — 2266-9952. Sala 1(267 lugares): Homens e deuses , 14h,16h30m, 19h, 21h40m. Sala 2 (228 lugares):O amor chega tarde, 14h30m, 16h15m, 18h,19h45m, 21h30m. Sala 3 (104 lugares): Na-na Caymmi em Rio Sonata , 14h15m, 16h,17h45m, 19h30m, 21h15m. R$ 15 (seg aqui) e R$ 18 (sex a dom e feriados).

> Espaço Museu da República — Rua doCatete, 153, Catete — 3826-7984. (90 luga-res): Em um mundo melhor , 14h40m, 17h,19h20m. R$ 10 (seg a qui) e R$ 12 (sex a dome feriados).

> Estação Botafogo — Rua Voluntários daPátria, 88, Botafogo — 2226-1988. Sala 1(280 lugares): Bebês, 13h10m; Cópia fiel,14h40m, 19h20m; e Incêndios, 16h50m,21h30m. Sala 2 (41 lugares): Ricky, 13h; O peque no Nicol au, 14h50m; Além da vida,16h40m; Biutiful, 19h; e O sequestro de umherói, 21h40m. Sala 3 (66 lugares): Que mais pos so que rer , 13h50m, 17h50m; Bebês,16h10m, 20h10m; e Turnê, 21h50m. R$ 15(seg a qui) e R$ 18 (sex a dom e feriados).

> Estação Ipanema — Rua Visconde de Pi-rajá, 605, Ipanema — 2279-4603. Sala 1(141 lugares): O amor chega tarde , 14h,15h45m, 17h30m, 19h15m, 21h. Sala 2(163 lugares): Homens e deuses, 13h50m,16h30m, 19h, 21h30m. R$ 16 (seg a qui) eR$ 20 (sex a dom e feriados).

> Estação Laura Alvim — Av. Vieira Souto,176, Ipanema — 2267-4307. Sala 1 (73 lu-g are s ) : N a na C a ymmi em R io S ona ta ,14h15m, 16h, 17h45m, 19h30m, 21h15m.S ala 2 (3 7 l u g are s ) : A mor?, 13h20m,15h30m, 17h30m, 19h45m, 21h45m. Sala3 (45 lugares): A minha versão do amor ,13h50m, 16h30m, 19h, 21h30m. R$ 16 (sega qui) e R$ 20 (sex a dom e feriados).

> Estação Vivo Gávea — Rua Marquês deSão Vicente, 52, Shopping da Gávea, 4º piso,Gávea — 3875-3011. Sala 1 (79 lugares): Amor?, 14h, 16h10m, 22h10m; pré-estreia deComo você sabe, 18h10m; e Bebês, 20h30m.Sala2 (126lugares): Oamorchegatarde,14h,16h, 19h30m, 21h20m; e Bebês, 17h50m.Sala 3 (91 lugares): Homens e deuses,13h50m, 16h20m, 19h, 21h30m. Sala 4 (84lugares): Nana Caymmi em Rio Sonata,13h10m, 16h30m, 18h30m, 20h15m, 22h;e Bebês, 14h50m. Sala 5 (156 lugares): A mi-nha versão do amor , 14h15m, 16h45m,19h15m, 21h50m. R$ 18 (seg a qui) e R$ 24(sex a dom e feriados).

> Instituto Moreira Salles — Rua Marquêsde São Vicente, 476, Gávea. O cinema funcionade ter a dom — 3284-7400. Sala 1 (120 lu-gares): Amor?, 14h (qua e qui), 16h (qua equi), 18h (qua e qui), 20h (qua e qui). R$ 15(ter, qua e qui) e R$ 17 (sex a dom e feria-dos).

> Kinoplex Fashion Mall — Estrada da Gá-vea, 899, Fashion Mall, 2º piso, São Conrado— 2461-2461. Sala 1 (139 lugares): Hop — Rebeldes sem Páscoa, dub, 16h50m, 19h; eUmamanhãgloriosa, 21h15m. Sala2 (195 lu-gares): Rio, (3-D), dub, 15h20m, 17h30m,19h40m; leg, 21h50m. Sala 3 (114 lugares):Rio, dub, 17h, 19h10m; e pré-estreia de Comovocê sabe, 21h30m. Sala 4 (129 lugares): Aminha versão do amor , 15h10m, 18h10m,21h. R$ 20 (seg a qui), R$ 24 (sex a dom eferiados), R$ 26 (seg a qui, 3-D) e R$ 30 (sex adom e feriados, 3-D).

> Kinoplex Leblon — Av. Afrânio de Melo

Franco, 290, Shopping Leblon, 4º piso, Leblon— 2461-2461. Sala1 (170 lugares): Rio, dub,1 4 h , 1 6 h 1 0 m , 1 8 h 2 0 m , 2 0 h 3 0 m ,22h40m.Sala 2 (171 lugares): Hop — Rebel-d es sem P á scoa , d u b , 1 5 h, 1 7 h1 0 m ,19h20m; e Uma manhã gloriosa, 21h30m.Sala 3 (172 lugares): Eu sou o número quatro,1 4 h4 5 m , 1 9 h1 0 m ; e P â nico 4 , 1 7 h,21h45m. Sala 4 (161 lugares): Rio, (3-D),dub, 14h30m, 16h40m, 18h50m; leg, 21h.R$ 20 (seg a qui, exceto feriados), R$ 24 (sex adom e feriados), R$ 26 (seg a qui, 3-D) e R$ 30(sex a dom e feriados, 3-D).

> Leblon — Av. Ataulfo de Paiva, 391, lojas A eB, Leblon — 2461-2461. Sala 1 (640 lugares):pré-estreiade Comovocêsabe, 18h40m;e  A mi-nha versão do amor , 15h50m, 21h10m. Sala 2(300 lugares): Rio , (3-D), dub, 15h10m,17h20m, 19h30m; leg, 21h40m. R$ 20 (seg aqui, exceto feriados), R$ 24 (sex a dom e feria-dos), R$26 (seg a qui, excetoferiados,3-D)e R$30 (sex a dom e feriados, 3-D).

> Rio Sul — Rua Lauro Müller, 116, ShoppingRio Sul, 4º piso, Botafogo — 2461-2461. Sala1 (159 lugares): Rio, dub, 14h30m, 16h40m,18h50m, 21h. Sala 2 (209 lugares): Rio, (3-D), dub, 15h10m, 17h20m, 19h30m; leg,2 1 h4 0 m . S ala 3 (1 5 1 l u g are s ) : V IP s,1 4 h2 0 m , 1 9 h; e P â nico 4 , 1 6 h3 0 m ,21h20m. Sala 4 (156 lugares): Hop — Rebel-d es sem P á scoa , d u b , 1 4 h, 1 6 h1 0 m ,18h20m, 20h30m. R$ 14 (qua), R$ 15 (seg,ter e qui, até as 17h), R$ 17 (seg, ter e qui,após as 17h), R$ 18 (sex a dom e feriados, atéas 17h), R$ 20 (sex a dom e feriados, após as17h), R$ 23 (seg a qui, 3-D) e R$ 26 (sex adom e feriados, 3-D).

> Roxy — Av. Nossa Senhora de Copacabana,945, Copacabana — 2461-2461. Sala 1 (304lugares): Hop — Rebeldes sem Páscoa, dub,14h50m, 17h, 19h10m; e Uma manhã glorio- sa, 21h20m. Sala 2 (306 lugares): Eu sou onúmero quatro, 14h, 16h10m; e pré-estreia deComo você sabe, 18h30m, 21h. Sala 3 (309lugares): Rio, (3-D), dub, 15h10m, 17h20m,19h30m, 21h40m. R$ 14 (qua), R$ 15 (seg,ter e qui, até as 17h), R$ 17 (seg, ter e qui,após as 17h), R$ 18 (sex a dom e feriados, atéas 17h), R$ 20 (sex a dom e feriados, após as17h), R$ 23 (seg a qui, 3-D) e R$ 27 (sex adom e feriados, 3-D).

> São Luiz — Rua do Catete, 311, Largo doMachado — 2461-2461. Sala 1 (140 lugares):Eu sou o número quatro, 14h30m, 16h50m,19h10m, 21h30m. Sala 2 (258 lugares): Hop — Rebeldes sem Páscoa, dub, 14h, 16h20m,18h40m; e pré-estreia de Como você sabe,21h15m. Sala 3 (267 lugares): Rio, (3-D), dub,15h10m, 17h20m, 19h30m; leg, 21h40m.Sala 4 (149 lugares): Rio, (3-D), dub, 14h30m,16h40m, 18h50m, 21h. R$ 14 (qua), R$ 15(seg, ter e qui, até as 17h), R$ 17 (seg, ter e qui,após as 17h), R$ 18 (sex a dom e feriados, atéas 17h), R$ 20 (sex a dom e feriados, após as17h), R$ 24 (seg a qui, 3-D) e R$ 28 (sex a dome feriados, 3-D).

> Unibanco Arteplex — Praia de Botafogo,316, Botafogo — 2559-8750. Sala 1 (150 lu-gares): Homens e deuses, 13h, 15h20m,19h30m, 21h50m; Bebês, 17h40m. Sala 2(126 lugares): Bróder , 14h, 16h, 18h, 20h,22h. Sala 3 (109 lugares): Contracorrente,14h, 16h30m, 19h, 21h30m. Sala 4 (165 lu-gares): Rio , (3-D), dub, 13h, 15h10m,17h20m, 19h30m; leg, 21h40m. Sala 5 (136lugares): Amor?, 13h10m, 15h20m, 17h30m,19h40m, 21h50m. Sala 6 (250 lugares): Rio,14h30m, 17h, 19h30m, 22h. R$ 14 (qua),R$ 16 (seg, ter e qui), R$ 20 (sex a dom e fe-riados), R$ 24 (seg a qui, 3-D) e R$ 26 (sex adom e feriados, 3-D).

BarradaTijuca/Recreio

> Cinemark Downtown — Av. das Américas,500, Downtown, bloco 17, 2º piso, Barra —2494-5004. Sala 01 (143 lugares): Rio, dub,12h55m, 15h20m, 17h40m, 20h; e Pânico4, 22h20m. Sala02 (131 lugares): Hop— Re-beldes sem Páscoa, dub, 11h20m, 13h35m,16h, 18h30m; e Bróder , 20h50m. Sala 03(261 lugares): Hop — Rebeldes sem Páscoa,dub, 12h30m, 14h50m, 17h10m, 19h30m,21h50m. Sala 04 (286 lugares): Rio, (3-D),dub, 11h40m, 13h55m; leg, 16h20m,

18h40m (até qua), 21h (até qua). Sala 05(159 lugares): Sobrenatural , 12h40m,17h20m, 19h40m, 22h; e Amor?, 15h. Sala06 (1 5 6 l u g are s ) : Ri o, d u b , 1 3 h1 5 m ,15h35m, 20h40m; e Bróder , 18h. Sala 07(172 lugares): Cine Cult (ver programação def i lmes); P â nico 4 , 1 5 h4 0 m , 1 8 h2 0 m ,21h05m (qua e qui). Sala 08 (297 lugares):Rio , (3-D), 12h10m, 14h30m, 16h50m,19h10m (até qua), 21h30m (até qua).. Sala09 (1 5 4 l u g are s ) : Ri o, d u b , 1 1 h2 5 m ,13h40m, 16h05m; e A minha versão do amor ,18h25m, 21h20m. Sala 10 (172 lugares): Eu sou o núme ro quat ro, 11h30m, 14h05m,16h25m, 19h, 21h40m. Sala 11 (145 luga-res): A garota da capa vermelha, 11h50m,14h10m, 16h30m, 18h50m, 21h10m. Sala12 (267 lugares): Rio, (3-D), dub, 11h10m,13h25m, 15h50m, 18h10m, 20h30m. R$ 11(qua), R$ 14 (seg, ter e qui, até as 17h), R$ 16(seg, ter e qui, após as 17h; sex a dom e fe-riados, até as 17h), R$ 18 (sex a dom e feria-dos, após as 17h), R$ 21 (qua, 3-D), R$ 22(seg, ter e qui, 3-D) e R$ 24 (sex a dom e fe-riados, Sala 3-D). Toda semana, na SessãoDesconto, é selecionado um filme nas sessõesdas 15h em que o espectador paga R$ 4 (con- sulte qual é o filme da semana pelo telefone,no site www.cinemark.com.br ou no próprio ci-nema). Para Cine Cult, R$ 10.

> Cinesystem Recreio Shopping — Av. dasAméricas, 19.019, Recreio dos Bandeirantes

— 4005-9030. Sala 1 (286 lugares): Rio,dub, 14h20m, 16h40m, 19h, 21h10m. Sala2 (286 lugares): Hop — Rebeldes sem Pás-coa, dub, 14h, 16h30m, 19h10m, 21h30m.Sala 3 (212 lugares): Bróder , 14h30m, 17h,19h30m, 21h40m. Sala 4 (212 lugares):Rio , dub, 13h50m; e Pânico 4, 16h50m,19h20m, 21h50m. R$ 8 (seg), R$ 12 (qua,até as 17h; qui; ter), R$ 14 (sex a dom e fe-riados, até as 17h; qua, após as 17h) e R$ 16(sex a dom e feriados, após as 17h). Promo-ção do Beijo: às quintas-feiras, o casal queder um beijo na bilheteria paga R$ 12 (o ca- sal). Promoção Segunda Maluca: ingres so aR$ 8. Promoções por tempo indeterminado enão válidas em feriados.

> Espaço Rio Design — Avenida das Améri-cas, 7777, Rio Design Barra, 3º piso, Barra —2438-7590. Sala 1 (149 lugares): Rio, (3-D),dub, 14h, 16h30m, 19h; leg, 21h40m. Sala 2(88 lugares): A garota da capa vermelha, 14h,16h20m, 18h40m, 21h10m. Sala Vip (116lugares): Eu sou o número quatro, 14h20m,19h10m; e Homens e deuses, 16h40m,21h50m. R$ 19 (seg a qui), R$ 24 (sex a dome feriados), R$ 25 (seg a qui, 3-D), R$ 29 (sexa dom e feriados, 3-D), R$ 32 (seg a qui, SalaVIP) e R$ 40 (sex a dom e feriados, Sala VIP).

> Estação Barra Point — Av. Armando Lom-bardi, 350, Barra Point, 3º piso, Barra —3419-7431. Sala 1 (165 lugares): Bebês,

14h; Nana Caymmi em Rio Sonata, 15h40m,19h50m, 21h30m; e Que mais posso querer ,17h30m. Sala2 (165 lugares): A minha versãodo amor , 13h45m, 18h45m; Incêndios,16h15m; e Cópia fiel, 21h15m. R$ 15 (seg aqui) e R$ 18 (sex a dom e feriados).

> UCI New York City Center — Av. das Amé-ricas, 5.000, Barra — 2461-1818. Sala 01(168 lugares): As mães de Chico Xavier ,1 6 h5 0 m , 2 1 h3 0 m ; e V IP s , 1 4 h3 0 m ,19h10m. Sala 02 (238 lugares): Rio, (3-D),dub, 14h40m, 16h50m, 19h; leg, 21h10m.Sala 03 (383 lugares): A garota da capa ver-m e l h a , 1 3 h2 0 m , 1 5 h3 0 m , 1 7 h4 0 m ,19h50m, 22h. Sala 04 (383 lugares): Rio,dub, 14h50m, 17h, 19h10m; e Sexo semcompromisso, 21h20m. Sala 05 (299 luga-res): Hop — Rebeldes sem Páscoa , dub,13h40m, 15h50m, 18h, 20h10m, 22h20m.Sala 06 (173 lugares): Eu sou o número qua-tro, dub, 14h40m, 17h, 19h20m; e O discursodo rei, 21h40m. Sala 07 (158 lugares): Ho-

mens e deuses, 17h30m; e A minha versão do amor , 14h45m, 20h15m. Sala 08 (297 luga-res): Eu sou o número quatro, 13h40m, 16h,18h20m, 20h40m. Sala 09 (159 lugares): Es- posa de mentirinha, dub,14h45m,17h15m; e

Rio, 19h45m, 21h55m. Sala 10 (166 luga-res): Gnomeu e Julieta, dub, 13h15m, 15h; ePânico 4, 16h45m, 18h55m, 21h05m. Sala11 (215 lugares): Sobrenatural , 14h05m,16h20m, 18h35m, 20h50m. Sala12 (252 lu-gares): Rio, (3-D), dub, 14h10m, 16h20m,18h30m; leg, 20h40m. Sala13 (383 lugares):Hop — Rebeldes sem Páscoa, dub, 13h30m,15h40m, 17h50m, 20h, 22h10m. Sala 14(252 lugares): Rio, (3-D), dub, 13h, 15h10m,17h20m; leg, 19h30m, 21h40m. Sala 15(215 lugares): Pânico 4, dub, 14h50m,17h10m, 19h30m, 21h50m. Sala16 (166 lu-gares): Bróder , 14h45m, 16h50m, 18h55m,21h. Sala 17 (297 lugares): Ri o, d u b ,14h30m, 16h45m, 19h; e Sem limites,21h15m. Sala 18 (277 lugares): Rio, dub,13h25m, 15h35m, 17h45m, 19h55m; e Cis-ne negro, 22h05m. R$ 13 (qua), R$ 14 (seg,ter e qui, até às 17h), R$ 18 (seg, ter e qui,após as 17h; sex a dom e feriados, até as 17h),R$ 20 (sex a dom e feriados, após as 17h), R$23 (seg a qui, 3-D) e R$ 26 (sex a dom e fe-riados, 3-D). Sessão Família: sáb, dom e feria-dos, os ingressos para as sessões iniciadas até as 13h55m custam R$ 13. Ticket Família: nacompra de quatro ingressos — dois adultos eduas crianças de até 12 anos —, a família pa- ga R$ 39 para assistir a qualquer sessão (ex-ceto na sala 3-D) em todos os dias da semana.Na sala 3-D, o valor do Ticket Família é R$ 55.Promoções por tempo indeterminado e não vá-lidas para sessões em 3-D.

> Via Parque — Av. Ayrton Senna, 3.000,Barra — 2461-2461. Sala 1 (242 lugares):Rio, dub, 14h, 16h10m, 18h20m, 20h30m.Sala 2 (311 lugares): Hop — Rebeldes semPáscoa, dub, 14h20m, 16h30m, 18h40m,20h50m. Sala 3 (308 lugares): Rio , dub,14h40m, 16h50m, 19h, 21h10m. Sala 4(311 lugares): A garota da capa vermelha,14h30m, 16h40m, 18h50m, 21h. Sala 5(313 lugares): Rio , (3-D), dub, 15h10m,17h20m, 19h30m, 21h40m. Sala 6 (242 lu-gares): Eu sou o número quatro, 14h20m,19h10m; e Pânico 4, 16h50m, 21h30m. R$10 (qua e qui), R$ 12 (seg e ter), R$ 14 (sex adom e feriados, até as 17h), R$ 17 (sex a dome feriados, após as 17h), R$ 21 (seg a qui, 3-D)e R$ 24 (sex a dom e feriados, 3-D). Maioresde60 anos e crianças menores de 12 anos pagammeia-entrada. Segunda Irresistível: ingresso aR$ 7. Promoções por tempo indeterminado enão válida para feriados e filmes em 3-D.

ZonaNorte

> Cinecarioca Nova Brasília — Rua NovaBrasília s/n, Bonsucesso. (93 lugares): Rio, (3-D), dub, 14h, 16h, 18h, 20h; e Bróder , 22h.R$ 4 (moradores da região, estudantes e pro-fessores) e R$ 8.

> Cinemark Carioca — Estrada Vicente Car-valho, 909, Carioca Shopping, Vicente de Car-valho — 3688-2340. Sala 1 (282 lugares):Hop — Rebeldes sem Páscoa, dub, 11h40m,13h50m, 16h10m, 18h20m, 20h30m. Sala2 (188 lugares): A garota da capa vermelha,13h30m, 15h40m, 17h50m, 20h, 22h10m.Sala 3 (188 lugares): Rio , dub, 12h30m,14h40m; e Sobrenatural, 16h50m, 19h10m,21h30m. Sala 4 (312 lugares): Rio, dub, 12h,14h10m, 16h20m, 18h50m, 21h20m. Sala5 (312 lugares): Rio , dub, 11h, 13h10m,15h20m, 17h30m, 19h50m, 22h. Sala 6(228 lugares): Rio, dub, 11h30m, 13h40m,15h50m; e A minha versão do amor , 18h,20h50m. Sala 7 (188 lugares): Bróder ,12h40m, 17h20m, 21h50m; e Eu sou o nú-mero quatro, dub, 15h, 19h30m. Sala 8 (282lugares): Rio, dub, 11h50m; CineCult (ver pro-gramação de filmes); e Pânico 4, dub, 16h,18h30m, 21h. R$ 9 (seg, ter e qui, até as 17h;qua), R$ 11 (seg, ter e qui, após as 17h), R$14 (sex a dom e feriados, até as 17h) e R$ 16(sex a dom e feriados, após as 17h). Toda se-mana, na Sessão Desconto, é selecionado umfilme nas sessões das 15h em que o especta-dor paga R$ 4 (consulte qual é o filme da se-mana pelo telefone, no site www.cine-mark.com.br ou no próprio cinema). Para CineCult, R$ 10.

> Cinesystem Via Brasil Shopping  — ViaBrasil Shopping. Rua Itapera, 500, Vista Alegre

— 4003-7049. Sala 1 (143 lugares): Invasãodo mundo: batalha de Los Angeles , dub,14h20m, 16h50m, 19h20m; leg, 21h50m.Sala 2 (192 lugares): Hop — Rebeldes semPáscoa, dub, 14h10m, 16h20m, 19h10m,21h30m. Sala 3 (161 lugares): Rio , dub,14h15m, 16h45m, 19h15m, 21h45m. Sala4 (267 lugares): Rio, (3-D), dub, 14h30m,17h, 19h30m; leg, 22h. Sala 5 (213 lugares):Rio, (3-D), dub, 14h, 16h30m, 19h, 21h20m.Sala 6 (184 lugares): Esposa de mentirinha,dub, 14h05m, 16h35m, 19h35m, 22h05m.R$ 10 (ter e qua), R$ 12 (seg e qui), R$ 16 (sexa dom e feriados, até as 17h), R$ 18 (sex a dome feriados, após as 17h; ter e qua, 3-D), R$ 20(seg e qui, 3-D) e R$ 23 (sex a dom e feriados,3-D). Promoção do Beijo: às quintas-feiras, ocasal que der um beijo na bilheteria paga R$12 (o casal) e R$ 20 (o casal, em sala 3-D).Promoção por tempo indeterminado e não vá-lida para feriados.

> Kinoplex Nova América — Av. Martin Lu-ther King Jr., 126, Shopping Nova América, DelCastilho — 2461-2461. Sala 1 (206 lugares):Rio , dub, 14h20m, 16h30m, 18h40m,20h50m. Sala 2 (144 lugares): Eu sou o nú-mero qua tro, 14h30m, 16h45m, 19h,21h15m. Sala 3 (183 lugares): Pânico 4,14h40m, 16h50m, 19h10m, 21h30m. Sala4 (155 lugares): A garota da capa vermelha,14h10m, 16h20m, 18h30m, 20h40m. Sala5 (274 lugares): Ri o, (3 -D), d u b , 1 4 h,

16h10m, 18h20m, 20h30m. Sala 6 (311 lu-gares): Hop — Rebeldes sem Páscoa , dub,14h30m, 16h40m, 18h50m, 21h. Sala 7(285 lugares): Rio , (3-D), dub, 15h10m,17h20m, 19h30m, 21h40m. R$ 11 (qua), R$13 (seg, ter e qui, exceto feriados, até as 17h),R$ 15 (seg, ter e qui, exceto feriados, após as17h), R$ 17 (sex a dom e feriados, até as 17h),R$ 19 (sex a dom e feriados, após as 17h), R$21 (seg a qui, exceto feriados, 3-D) e R$ 24(sexa dome feriados,3-D). Maioresde 60anose crianças menores de 12 anos pagam meia-entrada. Segunda Irresistível: ingresso a R$ 7.Promoções por tempo indeterminado e não vá-lidas para feriados e sessões em 3-D.

> Kinoplex Shopping Tijuca — Av. Maraca-nã, 987, Loja 3, Tijuca — 2461-2461. Sala 1(340 lugares): Rio , (3-D), dub, 14h40m,16h50m, 19h, 21h10m. Sala 2 (264 lugares):Pânico 4 , 14h10m, 16h30m, 18h50m,2 1 h3 0 m . S ala 3 (1 9 7 l u g are s ) : V IP s,14h30m, 19h10m; e Sobrenatural, 16h40m,

21h20m. Sala 4 (264 lugares): Rio, (3-D),dub, 15h10m, 17h20m, 19h30m; leg,21h40m. Sala 5 (340 lugares): Hop — Rebel-des sem Páscoa, dub, 14h30m, 16h40m,18h50m; Uma manhã gloriosa, 21h.. Sala 6(405 lugares): Rio, dub, 14h10m, 16h20m,18h30m, 20h40m. R$ 15 (qua; seg, ter e qui,até as 17h), R$ 17 (seg, ter e qui, após as17h), R$ 18 (sex a dom e feriados, até as 17h),R$ 20 (sex a dom e feriados, após as 17h), R$24 (seg a qui, 3-D) e R$ 28 (sex a dom e fe-riados, 3-D).

> MadureiraShopping — Estrada do Portela,222, loja 301, Madureira — 2461-2461. Sala1 (159 lugares): Rio, dub, 14h30m, 16h40m,18h50m, 21h. Sala 2 (161 lugares): Hop — R eb eld es sem P á scoa , d u b , 1 4 h1 0 m ,16h20m, 18h30m, 20h45m. Sala 3 (191 lu-gares): Pânico 4, dub, 14h20m, 16h30m,19h, 21h15m. Sala 4 (191 lugares): Rio, dub,14h, 16h10m, 18h20m, 20h30m. R$ 7 (qua,exceto feriados), R$ 9 (seg, ter e qui) e R$ 12(sex a dom e feriados). Segunda Irresistível: in- gresso a R$ 7. Promoções por tempo indeter-minado e não válidas para feriados.

> Ponto Cine — Estrada do Camboatá,2.300, Guadalupe Shopping - 1º piso, Guada-lupe — 3106-9995. O cinema funciona de tera dom. (73 lugares): Bróder , 14h, 16h, 18h,20h. R$ 6.

> Shopping Iguatemi — Rua Barão de SãoFrancisco, 236, 3º piso, Vila Isabel — 2461-2461. Sala 1 (240 lugares): Rio, (3-D), dub,14h30m,16h40m,18h50m, 21h. Sala2 (156lugares):Rio, dub, 14h50m, 19h20m; e Pânico

4, 17h, 21h30m. Sala 3 (156 lugares): Rio,dub, 14h, 16h10m, 18h20m, 20h30m. Sala 4(188 lugares): Hop — Rebeldes sem Páscoa,dub, 14h20m, 16h30m, 18h40m, 20h50m.Sala 5 (155 lugares): Eu sou o número quatro,14h10m, 16h30m, 18h50m, 21h20m. Sala 6(152 lugares): A garota da capa vermelha, 14h,16h20m, 18h40m, 21h. Sala 7 (146 lugares):Bróder , 14h40m, 16h50m, 19h, 21h10m. R$9 (qua, exceto feriados), R$ 11 (seg, ter e qui),R$ 14 (sex a dom e feriados, até as 17h), R$ 16(sex a dom e feriados, após as 17h), R$ 17 (sega qui, 3-D) e R$ 19 (sex a dom e feriados, 3-D).Maiores de 60 anos e crianças menores de 12 anospagam meia-entrada.SegundaIrresistível:ingresso a R$ 7. Promoções por tempo indeter-minado e não válidas para feriados e sessõesem 3-D.

> UCI Kinoplex — Av. Dom Helder Câmara,5.474, Pátio NorteShopping, Del Castilho —2461-0050. Sala 01 (244 lugares): Rio, (3-D), dub, 14h10m, 16h20m, 18h30m; leg,20h40m. Sala 02 (182 lugares): Eu sou onúmero quatro, dub, 14h35m, 16h55m,19h15m, 21h35m. Sala 03 (170 lugares):Rio , (3-D), dub, 13h, 15h10m, 17h20m,19h30m, 21h40m. Sala 04 (178 lugares):Ri o , d u b , 1 4 h 3 0 m ; e S o b r e n a t u r a l ,16h40m, 18h55m, 21h10m. Sala 05 (471lugares): Hop — Rebeldes sem Páscoa, dub,13h10m, 15h20m, 17h30m, 19h40m,21h50m. Sala 06 (471 lugares): Pânico 4,d u b , 1 3 h 5 0 m , 1 6 h 1 0 m , 1 8 h 3 0 m ,20h50m. Sala 07 (165 lugares): Rio, dub,13h20m, 15h30m, 17h40m, 19h50m,22h. Sala 08 (159 lugares): Bróder , 14h,16h05m, 18h10m, 20h20m, 22h25m. Sala09 (166 lugares): A garota da capa verme-lh a, 13h30m, 15h40m, 17h50m, 20h,22h10m. Sala 10 (230 lugares): Rio, (3-D),dub, 14h50m, 17h, 19h10m, 21h20m. R$10 (qua, exceto feriados), R$ 12 (seg, ter equi, até as 17h), R$ 14 (seg, ter e qui, apósas 17h), R$ 16 (sex a dom e feriados, até as17h) e R$ 18 (sex a dom e feriados, após as17h). Maiores de 60 anos e crianças meno-res de 12 anos pagam meia-entrada. SessãoFamília: R$ 11 (sáb, dom e feriados, em ses- sões in iciadas at é as 13h5 5m). Tic ket Famí-lia: na compra de quatro ingressos — dois adultos e duas c rianças d e até 1 2 anos —, afamília paga R$ 39 para assistir a qualquer  sessão ( exceto na sala 3-D ) em to dos os di asda semana. Na sala 3-D, o valor do Ticket Fa-mília é R$ 53. Promoções válidas por tempoindeterminado. Promoções por tempo inde-terminado e não válidas para feriados e ses- sões em 3-D .

Centro

> Caixa Cultural Rio — Av. Almirante Barro-so, 25, Centro — 2544-4080. O cinema fun-

ciona de ter a dom. (83 lugares): A luz e o ci-nema de Rogério Sganzerla, até 8 de maio (verprogramação de filmes). R$ 2.

> Centro Cultural Banco do Brasil — RuaPrimeiro de Março, 66, Centro — 3808-2007.O cinema funciona de ter a dom. (110 lugares):Cinema brasileiro: anos 200), 10 questões ,até 8 de maio (ver programação de filmes). R$6 (acesso livre a todos os filmes da mostra).

> Cine Santa Teresa — Rua Paschoal CarlosMagno, 136, Largo dos Guimarães, Santa Teresa— 2222-0203. (56 lugares): Cópia fiel, 15h,19h20m; Rango, 17h10m; e As mães de Chico Xavier , 21h30m. R$ 12 (exceto sáb e dom) e R$14 (sáb e dom e feriados).

> Odeon — Praça Floriano, 7, Centro —2240-1093. (600 lugares): Cisne negro,14h, 18h30m; O discurso do rei, 16h10m; eO retrato de Dorian Gray, 20h40m (até qua).R$ 12.

IlhadoGovernador

> Cinesystem IlhaPlaza — Av. Maestro Pau-lo e Silva, 400, Ilha Plaza Shopping - 3º piso,Ilha do Governador — 2468-8100. Sala 1(292 lugares): Rio, dub, 14h30m, 17h20m,19h30m, 21h40m. Sala 2 (206 lugares): Eu

 sou o número quatro, 14h20m, 19h20m; ePânico 4, 16h50m, 21h50m. Sala 3 (206 lu-gares): Hop — Rebeldes sem Páscoa, dub,14h, 16h30m, 19h, 21h30m. Sala 4 (292 lu-gares): Rio, (3-D), dub, 13h30m, 15h40m,17h50m, 20h; leg, 22h10m. R$ 7 (ter e qua,exceto feriados), R$ 9 (ter e qua, exceto feria-dos, 3-D), R$ 12 (seg; qui), R$ 16 (sex a dome feriados, até às 17h), R$ 18 (sex a dom e fe-riados, após as 17h; sex a dom e feriados, 3-D,atéas17h),R$20(seg,3-D;qui, 3-D)e R$23(sex a dom e feriados, 3-D, após as 17h).

ZonaOeste> Cine 10 Sulacap — Avenida Marechal Fon-tenelle, Jardim Sulacap. Sala 1 (406 lugares):Rio, (3-D), dub, 14h30m, 16h40m, 18h50m;leg,21h. Sala 2 (235lugares): Hop— Rebeldes se m Pá sc oa , d u b , 1 5 h3 0 m , 1 7 h3 0 m ,19h30m, 21h30m. Sala 3 (255 lugares): Rio,dub, 14h40m; e Eu sou o número quatro, dub,

17h, 19h20m, 21h30m. Sala 4 (239 lugares):Sobrenatural, 14h, 16h, 18h, 20h, 22h. Sala 5(137 lugares): Rio, dub, 15h, 17h20m; e Pâ-nico 4, dub, 19h40m, 22h. Sala 6 (101 luga-res): Bróder , 15h, 17h, 19h, 21h. R$ 6 (ter equa), R$ 8 (seg e qui, até as 17h), R$ 10 (ter equa, 3-D; seg e qui, após as 17h), R$ 12 (sex adome feriados, atéas 17h;sege qui,3-D.Atéas17h), R$ 14 (seg e qui, 3D. Após as 17h; sex adom e feriados, após as 17h), R$ 16 (sex a dome feriados, 3D. Até as 17h) e R$ 18 (sex a dome feriados, 3D. Após as 17h).

> Cinesercla Pátio Mix Itaguaí — RodoviaRio Santos s/n, Itaguaí, Shopping Pátio Mix, 1°piso, Itaguaí — 3781-8694. Sala 1 (121 lu-gares): Hop — Rebeldes sem Páscoa, dub,13h50m, 15h35m, 17h20m, 19h05m,20h50m. Sala 2 (178 lugares): Rio , dub,14h40m, 16h40m, 18h40m, 20h40m. Sala3 (177 lugares): Rio, dub, 14h30m; e Pânico4, dub, 16h35m, 18h40m, 20h45m. Sala 4(121 lugares): Eu sou o número quatro, dub,14h30m, 16h30m, 18h30m, 20h30m. R$ 8(seg e qua), R$ 10 (ter e qui) e R$ 12 (sex adom). Às terças e quintas-feiras, preço único para todos: R$ 5. Promoção por tempo i nde-terminado e não válida para feriados.

> Cinesystem Bangu Shopping — Rua Fon-seca, 240, loja 145, Bangu — 4005-9030.Sala 1 (371 lugares): Ri o, (3 -D), d u b ,13h30m, 15h40m, 17h50m, 20h; leg,22h10m. Sala 2 (368 lugares): Rio, (3-D),dub, 14h, 16h30m, 19h, 21h20m. Sala 3(197 lugares): Rio , dub, 14h30m, 17h,19h30m, 21h40m. Sala 4 (187 lugares): Hop — Rebe lde s sem Pás coa , dub, 14h10m,16h50m, 19h10m, 21h20m. Sala 5 (211 lu-gares): Rio, dub, 13h20m; e Pânico 4, dub,15h20m, 17h40m, 20h, 22h20m. Sala 6(201 lugares): Eu sou o número quatro, dub,14h20m, 16h40m, 19h20m, 21h45m. R$ 7(ter), R$ 10 (ter, 3-D), R$ 20 (seg, qua e qui, 3-D) e R$ 23 (sex a dom e feriados, 3-D). Pro-moção Terça Mais Cinema: às terças-feiras, to-dos pagam R$ 7. Nas salas 3-D, R$ 10. Pro-moção do Beijo: às quintas-feiras, o casal queder um beijo na bilheteria paga R$ 14 (o ca- sal). Nas salas 3-D, R$ 20 (o casal). Promo-ções por tempo indeterminado e não válidasem feriados.

> Kinoplex West Shopping  — Estrada doMendanha, 550, loja 401 E, Campo Grande —2461-2461. Sala 1 (223 lugares): Hop — Re-beldes sem Páscoa , dub, 14h, 16h10m,18h20m, 20h30m. Sala 2 (221 lugares): Rio,(3-D), dub, 15h10m, 17h20m, 19h30m,21h40m. Sala 3 (202 lugares): Rio , dub,14h40m, 16h50m, 19h, 21h10m. Sala 4 (133lugares): Pânico 4, dub, 14h20m, 16h30m,18h50m, 21h20m. Sala 5 (285 lugares): Rio,(3-D), dub, 14h10m, 16h20m, 18h30m,20h40m. R$ 11 (qua, exceto feriados), R$ 14(seg, tere qui,excetoferiados),R$16 (sexa dome feriados, até às 17h), R$ 18 (sex a dom e fe-riados, após às 17h), R$ 21 (seg a qui, excetoferiados, 3-D) e R$ 24 (sex a dom e feriados, 3-D). Segunda Irresistível: ingresso a R$ 7. Pro-moções não válidas para feriados e sessões em3-D.

> Star Center Shopping Rio — Av. Geremá-rio Dantas, 404, Tanque, Jacarepaguá —3312-5232. Sala 1 (208 lugares): Bróder ,14h50m, 16h50m, 18h50m, 20h50m. Sala2 (148 lugares): Hop — Rebeldes sem Páscoa,dub, 14h40m, 16h40m, 18h40m, 20h40m.Sala 3 (148 lugares): Rio, dub, 14h, 16h10m,18h20m, 20h30m. Sala 4 (148 lugares): Asmã es d e C hico Xa v ier  , 1 3 h4 0 m , 1 6 h,18h20m, 20h40m. R$ 6 (qua, exceto feria-dos), R$ 8 (ter, exceto feriados), R$ 12 (seg equi) e R$ 16 (sex a dom e feriados). Quarta-Maluca: toda quarta, R$ 12, com meia-entra-da para todos. Promoção por tempo indetermi-nado e não válida para feriados.

Baixada> Cinemaxx Imperial — Rua Dominique Le-vel, Centro, Paracambi. (272 lugares): Rio,dub, 15h, 17h, 19h, 21h. R$ 8 (seg a qui, ex-ceto feriados, até 17h59m), R$ 10 (seg a qui,exceto feriados, após 18h; sex a dom e feriados,até 17h59m) e R$ 12 (sex a dom e feriados,após 18h). Terça-feira, exceto feriado, todos pagam meia-entrada.

> Cinemaxx Unigranrio Caxias — Rua Mar-quês de Herval, 1.216, loja A, box 306, JardimVinte e Cinco de Agosto, Duque de Caxias —2672-2875. Sala 1 (120 lugares): Rio, dub,14h30m, 16h30m, 18h30m, 20h30m. Sala2 (195 lugares): Eu sou o número quatro,14h50m, 18h50m; e Pânico 4, dub, 16h50m,20h50m. R$ 8 (seg a qui) e R$ 10 (sex a dome feriados). Maiores de 60 anos e crianças me-

nores de 12 pagam meia-entrada. Promoção por tempo indeterminado e não váli da para fe-riados:às segundas,quartase domingos,todos pagam meia-entrada.

> Cinesercla Nilópolis Square — Rua Pro-fessor Alfredo Gonçalves Filgueiras, 100, Cen-tro, Nilópolis — 2792-0824. Sala 1 (172 lu-gares): Rio, dub, 14h40m, 16h40m, 18h40m,20h40m. Sala 2 (102 lugares): Hop — Rebel-des sem Páscoa, dub, 13h50m, 15h35m,17h20m, 19h05m, 20h50m. Sala 3 (102 lu-gares): Rio, dub, 14h30m; e Pânico 4, dub,16h35m, 18h40m, 20h45m. R$ 8 (seg equa), R$ 10 (ter e qui) e R$ 12 (sex a dom eferiados). Às terças e quintas-feiras, preço úni-co para todos: R$ 5. Promoção por tempo in-determinado e não válida para feriados.

> Iguaçu Top — Rua Governador Roberto Sil-veira, 540, 2º piso, Centro, Nova Iguaçu —2461-2461. Sala 1 (222 lugares): Rio, (3-D),dub, 14h, 16h10m, 18h20m, 20h30m. Sala2 (234 lugares): Hop — Rebeldes sem Páscoa,dub, 14h20m, 16h30m, 18h40m; e Rio, dub,20h50m. Sala 3 (200 lugares): Pânico 4, dub,14h30m, 16h40m, 19h, 21h15m. R$ 10(qua), R$ 12 (seg, ter e qui), R$ 14 (sex a dome feriados, até as 17h), R$ 17 (sex a dom e fe-riados, após as 17h), R$ 18 (seg a qui, 3-D) eR$ 21 (sex a dom e feriados, 3-D). Maiores de60 anos e crianças menores de 12 pagammeia-entrada. Segunda Irresistível: R$ 7. Pro-

moçõesportempo indeterminadoe nãoválidas para feriados e sessões em 3-D.

> KinoplexGrandeRio — Rodovia PresidenteDutra, 4.200, Jardim José Bonifácio, São Joãode Meriti — 2461-2461. Sala 1 (304 lugares):Hop — Rebeldes sem Páscoa, dub, 14h20m,16h30m, 18h40m, 20h50m. Sala 2 (305 lu-gares): Ri o, (3-D), dub, 15h, 17h10m,19h20m, 21h30m. Sala 3 (231 lugares): Eu sou o número quatro, dub, 14h30m, 16h45m,19h, 21h15m. Sala 4 (232 lugares): Rio, dub,14h30m, 16h40m, 18h50m, 21h. Sala 5(304 lugares): Rio, (3-D), dub, 14h, 16h10m,18h20m, 20h30m. Sala 6 (305 lugares): Pâ-n ico 4 , d u b , 1 4 h1 0 m , 1 6 h3 0 m , 1 9 h,21h20m. R$ 10 (qua), R$ 12 (seg, ter e qui),R$ 14 (sex a dom e feriados, até as 17h), R$17 (sex a dom e feriados, após as 17h), R$ 19(seg a qui, 3-D) e R$ 22 (sex a dom e feriados,3-D). Segunda Irresistível: ingresso a R$ 7.Promoção não válida para feriados e sessõesem 3-D.

> Multiplex Caxias Shopping  — RodoviaWashington Luiz, 2.895, Caxias Shopping, 2ºpiso, Parque Duque, Duque de Caxias — 2784-2240. Sala 1 (392 lugares): Hop — Rebeldes sem Pás coa , dub, 13h30m (exceto qui),15h30m (exceto qui), 17h30m, 19h30m,21h30m. Sala 2 (273 lugares): Rio, (3-D),dub, 13h30m (exceto qui), 15h30m (excetoqui), 16h (qui), 17h30m (exceto qui), 18h30m(qui), 19h30m (exceto qui), 20h30m (qui),21h30m (exceto qui). Sala 3 (254 lugares):Rio , dub, 15h15m, 17h15m, 19h15m,21h15m. Sala 4 (204 lugares): Pânico 4, dub,15h, 17h15m, 19h30m, 21h45m. Sala 5(193 lugares): Rio, dub, 15h, 17h; e Eu sou onúmero quatro, dub, 19h, 21h15m. Sala 6(193 lugares): Hop — Rebeldes sem Páscoa,dub, 15h15m, 17h15m, 19h15m, 21h15m.R$ 5 (qua), R$ 7 (seg; qua, 3-D ), R$ 9 (seg, 3-D), R$ 10 (ter e qui), R$ 13 (ter e qui, 3-D), R$15 (sex a dom e feriados, até as 17h59m) e R$17 (sex a dom e feriados, a partir das 18h).

Niterói/SãoGonçalo

> Bay Market — Av. Visconde do Rio Branco,360, loja 3, Centro — 2461-2461. Sala 1(221 lugares): Hop — Rebeldes sem Páscoa,dub, 14h20m, 16h30m, 18h40m, 20h50m.Sala 2 (221 lugares): Rio, dub, 14h, 16h10m,18h20m, 20h30m. Sala 3 (207 lugares): Rio,(3-D), dub, 14h40m, 16h50m, 19h, 21h10m.Sala 4 (207 lugares): Eu sou o número quatro,dub, 14h10m, 18h50m; e Pânico 4, dub,16h20m, 21h. R$ 10 (qua, exceto feriados),R$ 11 (seg, ter e qui; sex a dom e feriados, atéas 17h), R$ 13 (sex a dom e feriados, após as17h), R$ 17 (seg a qui, 3-D) e R$ 20 (sex adom e feriados, 3-D). Segunda Irresistível: R$7. Promoções por tempo indeterminado e nãoválidas para feriados e sessões em 3-D.

> Box Cinemas São Gonçalo Shopping  —

Rodovia Niterói-Manilha, Km 8,5, Boa Vista —2461-2090. Sala 1 (169 lugares): Rio, (3-D),dub, 14h30m, 16h40m, 18h50m, 21h. Sala2 (159 lugares): Rio, dub, 13h30m, 15h40m,17h50m, 20h. Sala 3 (169 lugares): Bróder ,14h50m, 17h, 19h15m, 21h25m. Sala 4(169 lugares): Eu sou o número quatro, dub,14h15m, 16h30m, 18h55m, 21h15m. Sala5 (169 lugares): Rio, dub, 14h, 16h10m,18h20m; e Esposa de mentirinha , dub,20h30m. Sala 6 (169 lugares): Rio, dub, 15h,17h10m, 19h20m, 21h30m. Sala 7 (215 lu-gares): Pânico 4, dub, 13h50m, 16h20m,18h45m, 21h20m. Sala 8 (215 lugares): Hop — Rebe lde s sem Pás coa , dub, 14h40m,16h50m, 19h, 21h10m. R$ 7 (seg), R$ 9(qua), R$ 10 (ter e qui) e R$ 14 (sex a dom eferiados).

> Cinemark Plaza Shopping  — Rua Quinzede Novembro, 8, Plaza Shopping, 3º piso,Centro — 2722-3926. Sala 1 (207 lugares): A garota da capa vermel ha, 11h40m, 14h,16h20m, 18h40m, 21h. Sala 2 (301 luga-res): Hop — Rebeldes sem Páscoa , dub,13h40m, 16h, 18h25m, 20h40m. Sala 3( 3 4 5 l u g a r e s ) : Ri o , ( 3 - D ) , 1 1 h 1 0 m ,13h30m, 15h50m, dub, 18h10m, 20h25m.Sala 4 (345 lugares): Ri o, (3 -D), d u b ,12h10m, 14h30m, 16h50m, 19h20m,21h40m. Sala 5 (195 lugares): Rio , dub,12h45m, 15h; Eu sou o número quatro,17h15m (até qua), 19h40m (até qua),

22h05m; e Biutiful, 19h (qui). Sala 6 (225lugares): Pânico 4, 11h30m, 14h05m,16h30m, 19h10m (exceto qui), 21h45m.Sala 7 (317 lugares): Rio, (3-D), dub, 12h,14h15m, 17h05m, 19h30m, 21h50m. R$10 (seg, ter e qui, até as 14h), R$ 12 (sex adom e feriados, até as 14h), R$ 15 (seg, ter equi, das 14h às 17h; qua), R$ 17 (sex a dome feriados, das 14h às 17h; seg, ter e qui,após as 17h), R$ 19 (sex a dom e feriados,após as 17h), R$ 20 (qua, 3-D), R$ 22 (seg,ter e qui, 3-D) e R$ 24 (sex a dom e feriados,3-D). Toda semana, na Sessão Desconto, é seleci onado um filme nas sessões das 15hem que o espectador paga R$ 4 (consultequal é o filme da semana pelo site www.ci-nemark.com.br ou no próprio cinema).

Redondezas>Cine Bauhaus — Rua Dr. Nelson de Sá Earp,88, lojas 8 e 12, Centro, Petrópolis — (0xx24)2237-0312. Sala 1 (155 lugares): Jogo de po-der , 14h30m; e Desconhecido, 16h30m,18h45m, 21h15m. Sala 2 (130 lugares): Rio,15h, 17h, 19h, 21h. R$ 10 (seg a qui, excetoferiados, até às 15h59m), R$ 12 (seg a qui, ex-ceto feriados, após às 16h; sex a dom e feria-dos, até às 15h59m) e R$ 14 (sex a dom e fe-riados, após às 16h).

> CineItaipava— Estrada União e Indústria,11.000, Shopping Estação Itaipava - loja102 C, Centro, Itaipava — (0xx24) 2222-3424. O cinema funciona de ter a dom (84lugares): Rio, dub, 15h, 17h, 19h. R$ 6 (tere qua, exceto feriados) e R$ 14 (sex a dom equi e feriados).

> Cine Show Nova Friburgo — Praça GetúlioVargas, 139, Friburgo Shopping, 3º piso, Centro,Friburgo — (0xx22)2523-1626. Sala 1 (188lu-gares): Rio, dub, 14h30m, 16h45m, 19h; e Pâ-nico 4, 21h15m. Sala 2 (198 lugares): Rio, (3-D), dub, 14h, 16h15m, 18h30m, 20h45m. Sa-la 3 (190 lugares): Hop — Rebeldes sem Pás-coa , dub, 14h30m, 16h30m, 18h30m,20h30m. R$ 11 (seg e ter), R$ 14 (qua e qui),R$ 16 (sex a dom e feriados; seg e ter, 3-D), R$20 (qua e qui, 3-D) e R$ 24 (sex a dom e fe-riados, 3-D).

> Cine Show Teresópolis — Rua EdmundoBittencourt, 202, loja 201, Várzea, Teresópolis— (0xx21) 2641-4961. Sala 1 (174 lugares):Rio, dub, 14h30m, 16h45m, 19h; e Pânico 4,21h15m. Sala 2 (127 lugares): Hop — Rebel-des sem Páscoa, dub, 14h45m, 16h45m,18h45m, 20h30m. Sala 3 (200 lugares): Rio,(3-D), dub, 14h, 16h15m, 18h30m, 20h45m.R$ 11 (seg e ter), R$ 14 (qua e qui), R$ 16 (sexa dom; seg e ter, 3-D), R$ 20 (qua e qui, 3-D)e R$ 24 (sex a dom e feriados, 3-D). Promoção:meia-entrada todos os dias. Promoção por tempo indeterminado.

> Cinemaxx Mercado Estação — Rua PauloBarbosa, 296, Centro, Petrópolis — (0xx24)2249-9900. O cinema funciona de ter a dom.Sala 1 (113 lugares): Rio , dub, 14h30m,16h30m, 18h30m, 20h30m. Sala 2 (117 lu-gares): Pânico 4, 14h40m, 18h50m; e Vovó...Zona 3: tal pai, tal filho, dub, 16h50m, 21h.Sala 3 (93 lugares): A garota da capa verme-lha, 15h, 17h, 19h, 21h10m. R$ 10 (ter, quae qui, até as 15h59m) e R$ 12 (sex a dom eferiados, até as 15h59m).

> Top Cine Hipershopping ABC — Rua Te-resa, 1.415, HiperShopping ABC, 2° Piso, Altoda Serra, Petrópolis — (0xx24) 2249-9900. Ocinema funciona de ter a dom. Sala 1 (210 lu-gares): Rio, dub, 14h30m, 16h30m, 18h30m,20h30m. Sala 2 (208 lugares): Hop — Rebel-des sem Páscoa, dub, 14h50m, 16h50m,18h50m, 20h50m. R$ 10 (ter, qua e qui, ex-ceto feriados, até as 15h59m) e R$ 12 (sex adom e feriados, até as 15h59m).

colmTurnere seuenteadose disfarçamde vovós pa-ra proteger os estudantes de uma escola que foramtestemunhas de um assassinato. 107 minutos. Nãorecomendado para menores de 12 anos.Redondezas: Cinemaxx Mercado Estação 2(dub): 16h50m, 21h.

Reapresentação> ‘As aventuras de Sammy’. “Sammy’s ad-ventures: the secret passage”. De Ben Stassen(Bélgica, 2010). Vozes de Tim Curry, AnthonyAnderson, Melanie Griffith.Animação. A história de uma tartaruga marinha,desde o seu nascimento, em 1959, até a suamaturidade, em 2009, numa jornada de tirar ofôlego. Exibição em 3-D em algumas salas. 86minutos. Livre.Zona Sul: Cine Glória: 14h, 16h.

> ‘Desconhecido’. “Unknown”. De JaumeCollet-Serra (EUA/Alemanha/Reino Unido/França, 2011).Com Liam Neeson, Diane Kruger, Aidan Quinn.Suspense. Baseado no livro "Out of my head", deDidier Van Cawelaert. Martin Harris acorda apósum acidente de carro em Berlim e descobre quesua esposa não o reconhece e que outro homemassumiu sua identidade. 113 minutos. Não re-comendado para menores de 14 anos.Redondezas: Cine Bauhaus 1: 16h30m,18h45m, 21h15m.

> ‘Invasãodo mundo:batalhadeLos Ange-les’. “Battle: Los Angeles”. De Jonathan Liebes-man (EUA, 2011). Com Aaron Eckhart, MichelleRodriguez, Bridget Moynahan.Ficção científica. Grupo de militares luta contrauma invasão alienígena nas ruas de Los Angeles.Exibição em 3-D e em 4K em algumas salas.

116 minutos. Não recomendado para menoresde 12 anos.ZonaNorte:CinesystemVia BrasilShopping1: dub,14h20m, 16h50m, 19h20m; leg, 21h50m.

Extra> Cine Cult. No Cinemark Downtown 7, às14h: “Malu de bicicleta”, de Flávio Tambellini(Brasil, 2009. Não recomendado para menoresde 14 anos. No Cinemark Carioca 8, às 14h:

“Um homem que grita”, de Mahamat-Saleh Ha-roun (França/Bélgica/Chade, 2010). Livre.Barra: Cinemark Downtown 2. Shopping Down-town (Av. das Américas 500, bloco 17, 2o

- piso,Barra — 2494-5004). Até qui, às 14h. R$10.ZonaNorte:Cinermark Carioca 8 (Estrada Vicen-te de Carvalho 909, Carioca Shopping, Vicentede Carvalho — 3688-2340). Até qui, às 14h,R$ 10.

> Cinema Brasileiro: anos 2000, 10 Ques-tões. A mostra, que começou ontem e segue até8 de maio, exibe cerca de 60 filmes nacionais epropõe uma reflexão sobre a produção cinema-tográfica nos últimos dez anos. Além da exibiçãode filmes, a mostra conta com debates nos quaisserão discutidas dez questões propostas pela cu-radoria do evento. Qua, às 13h30m: “2 filhos deFrancisco”, de Breno Silveira (Brasil, 2005). Li-vre. Às 16h: “Cidadão Boilesen”, de Chaim Li-tewski (Brasil, 2009). Não recomendado paramenores de 12 anos. Às 18h: “Madame Satã”,de Karim Aïnouz (Brasil, 2002). Não recomen-dado para menores de 16 anos. Às 20h, debate:“Para onde vão nossos heróis?”, com HernaniHeffner e Mariana Baltar.Centro: Centro Cultural Banco do Brasil/Cinema1 (Rua Primeiro de Março 66, Centro — 3808-2007). R$ 6.

> A luz e o cinema de Rogério Sganzerla. Amostra, em cartaz de 26 de abril a 8 de maio,

exibe 24 filmes do cineasta catarinense. Qua, às17h30m: “Abismu”, de Rogério Sganzerla (Bra-sil, 1977). Não recomendado para menores de14 anos. Às 19h: “Tudo é Brasil”, de Rogério

Redondezas:CineBauhaus2:15h,17h,19h, 21h.Cine Itaipava(dub):15h,17h,19h.CineShow NovaFriburgo 1 (dub): 14h30m, 16h45m, 19h. CineShow Nova Friburgo 2 (3-D/dub): 14h, 16h15m,18h30m, 20h45m. Cine Show Teresópolis 1 (dub):14h30m, 16h45m, 19h. Cine Show Teresópolis 3(3-D/dub): 14h,16h15m,18h30m,20h45m. Cine-

maxx Mercado Estação 1 (dub): 14h30m, 16h30m,18h30m, 20h30m. Top Cine Hipershopping ABC 1(dub): 14h30m, 16h30m, 18h30m, 20h30m.

> ‘Sem limites’. “Limitless”. De Neil Burger(EUA, 2011). Com Bradley Cooper, Robert DeNiro, Anna Friel.Suspense. O escritor Eddie Morra sofre há anosde um bloqueio criativo. Quando um amigo lheapresenta a um remédio revolucionário, ele pas-sa a viver sem limites. 105 minutos. Não reco-mendado para menores de 14 anos.Barra da Tijuca/Recreio: UCI New York CityCenter 17: 21h15m.

> ‘O sequestro de um herói’. “Rapt”. De Lu-cas Belvaux (França, 2009). Com Yvan Attal,Anne Consigny, André Marcon.Policial. Um rico industrial é brutalmente se-questrado. Enquanto ele passa por torturas físi-cas e psicológicas, a polícia e a diretoria de suacompanhia negociam um resgate de 50 milhõesde euros. 125 minutos. Não recomendado paramenores de 14 anos.Zona Sul: Estação Botafogo 2: 21h40m.

> ‘Sexo sem compromisso’. “No strings at-tached”. De Ivan Reitman (EUA, ). Com NataliePortman, Ashton Kutcher, Cary Elwes.Comédia romântica. Amigos de longa data, Emma eAdam quase estragam a amizade quando transam..Para proteger a relação, eles fazem um pacto paramanterseurelacionamento semqualquercompromis-

so, ciúmes, brigas ou apelidos fofinhos. 108 minutos.Não recomendado para menores de 14 anos.Barra da Tijuca/Recreio: UCI New York CityCenter 04: 21h20m.

> ‘Turnê’. “Tournée”. De Mathieu Amalric(França, 2010). Com Mathieu Amalric, MirandaColclasure, Suzanne Ramsey.Drama. Joachim, ex-produtor de televisão fran-cês, largou tudo para recomeçar a vida na Amé-rica. 111 minutos. Não recomendado para me-nores de 16 anos.

Zona Sul: Estação Botafogo 3: 21h50m.> ‘Uma manhã gloriosa’. “Morning glory”. DeRoger Michell (EUA, 2010). Com Rachel McA-dams, Harrison Ford, Diane Keaton.Comédia. Becky Fuller é produtora de TV e suacarreira não vai bem, assim como sua vida amo-rosa. Diante do desafio de driblar o humor de seuelenco e ver o trabalho dar certo, ela encontraespaço para abrir seu coração e se encantar porAdam Bennett. 107 minutos. Não recomendadopara menores de 12 anos.Zona Norte: Kinoplex Shopping Tijuca 5: 21h.Zona Sul: Kinoplex Fashion Mall 1: 21h15m. Ki-noplex Leblon 2: 21h30m. Roxy 1: 21h20m.

> ‘VIPs’. De Toniko Melo (Brasil, 2010). ComWagner Moura, Gisele Fróes, Juliano Cazarré.Drama.Baseadono livro“VIPS– Históriasreaisde ummentiroso”,de MarianaCaltabiano. O maiorprazer deMarcelosemprefoiimitaras pessoasese passarpelosoutros, até dar o maior golpe de sua vida: fingir ser oempresário Henrique Constantino, filho do dono daGol. 98minutos.Não recomendado paramenoresde12 anos.Barra da Tijuca/Recreio: UCI New York CityCenter 01: 14h30m, 19h10m.Zona Norte: Kinoplex Shopping Tijuca 3:14h30m, 19h10m.Zona Sul: Cinépol is Lagoon 2: 12h40m,14h50m. Rio Sul 3: 14h20m, 19h.

> ‘Vovó... Zona 3: tal pai, tal filho’. “Big

mommas: like father, like son”. De John White-sell (EUA, 2011). Com Martin Lawrence, Bran-don T. Jackson, Max Casella.Comédia. No terceiro filme da série, o agente Mal-

PISTA

MÚSICA

Gay

> 1140.Rua Capitão Menezes 1.140, Praça Se-ca, Jacarepaguá — 3017-1792. Qua, a partirdas 23h. R$ 20. Não recomendado para meno-res de 18 anos.Comemoração de 25 Anos da Boate!: DJs Mar-cão Rezende, Robson Araújo, Fábio Mesquita,Claudinho, Edu Saad e Igor (house, techouse,pop e anos 80) e apresentação de Suzy Brasil,Samara Rios, Karina Karão, Kayka Sabatella eVeluma. Show especial com LuGuessa e AlexMarie.

> Le Boy. Rua Raul Pompéia 102, Copacabana— 2513-4993. Qua, a partir das 23h. Homem,R$ 10 (até meia-noite), R$ 15 (até 1h) e R$ 20;mulher, R$ 50. Dose dupla de cerveja, até 1h.Não recomendado para menores de 18 anos.Free Funny Party by Rose Bombom: Na pista 1,DJs Vine e Ricardo Rodrigues (house tribal). Napista 2, DJ Arli Pinsard (mix).

> Galeria Café. Rua Teixeira de Melo 31, Ipa-nema — 2523-8250. Qua, a partir das 23h. R$25 (até 0h30m) e R$ 35. Não recomendado pa-

ra menores de 18 anos.Santa MPB: O DJ LC Ambient recebe as DJspromoters Clarisse Miranda e Carol Kiss(MPB).

Grátis >MúsicadeÓrgãonoCCBB.OInstitutodeCultura e ArteOrganísticarealizadois recitaisde ór-gão.Oprimeiro,aomeio-diaemeia,édidático,comaorganistaDomitila Ballesterostocandoe fazendoco-mentáriossobreobrasdaItáliaedaEspanha.Ooutroconcerto, quecomeça às 18h,terá comointérpreteEduardo Biato, mestreem órgãoe professorde con-trapontoda Escola deMúsicada UFRJ. O programaincluiobras deMendelssohn,Bach-Vivaldi,FranckeDubois.Centro Cultural Banco do Brasil: Rua Primeirode Março 66, Centro — 3808-2020. Qua, aomeio-dia e meia e às 18h. Livre.

Grátis >MúsicanoMuseu.Oflautista AlessandroCrosta ea pianistaNadiaTestafazemrecitalcomobrasdeS.Alassio,W.Popp,Offenbacheoutros.Museu da República: Rua do Catete 153, Catete— 3235-3693. Qua, ao meio-dia e meia. Livre.

> Orquestra Petrobras Sinfônica. Regidapelo maestro Carlos Prazeres e tendo como so-lista convidado o bandoneonista Daniel Binelli, aorquestra apresenta o programa “Todo tango”,com obras de Binelli e Piazzolla.Teatro Oi Casa Grande: Rua Afrânio de MeloFranco 290, Leblon — 2511-0800. Qua, às20h30m. R$ 30 (balcão setor 2), R$ 60 (balcãosetor 1), R$ 70 (plateia), R$ 85 (camarote) e R$90 (plateia vip). Livre.

Grátis >TalentosUFRJ. AsopranoAnneMeyereapianista Cláudia Feitosa apresentam o programa“Modinhasimperiais”,comobrasdeCândidoIgnacio

daSilva,PadreTelleseoutros.Escola de Música da UFRJ: Rua do Passeio98, Centro — 2240-1391. Qua, às 18h30m.Livre.

Sganzerla (Brasil, 1998). Livre.Centro: Caixa Cultural Rio (Av. Almirante Barro-so 25, Centro — 2544-4080). R$ 2.

7/16/2019 O Globo 270411

http://slidepdf.com/reader/full/o-globo-270411 48/57

8 ● SEGUNDO CADERNO Quarta-feira, 27 de abril de 2011O GLOBO.

TEATRO

SHOW> AnnaClara Valente.A cantora interpreta su-cessos de Tom Jobim, Baden Powell, Cartola eDorival Caymmi, além de músicas autorais, den-tro do festival Nova Cena Musical.Teatro Café Pequeno: Av. Ataulfo de Paiva 269,Leblon — 2294-4480. Qua, às 19h. R$ 20.Não recomendado para menores de 18 anos.

> Boemia Carioca. O grupo faz um passeio porclássicos do samba, do choro e do partido-alto.Café Cultural Sacrilégio: Av. Mem de Sá 81, La-pa — 3970-1461. Qua, às 21h. R$ 16. Nãorecomendado para menores de 18 anos.

> DamarisMoraes. Ao lado do violonista NoahMoreno, a cantora interpreta sucessos da MPB eda bossa nova.Vinicius Show Bar: Rua Vinicius de Moraes 39,Ipanema — 2523-4757. Qua, às 22h. R$ 30.Não recomendado para menores de 18 anos.

Grátis >DuplaCristelo. Glaucioe suaesposa,TayDantas, tocamsucessosde gruposcomo Guns’nRo-ses,Coldplay eBeatles.New York City Center: Av. das Américas 5.000,praça de eventos, Barra. Qua, das 20h às21h30m. Livre.

> Élidah Trinta. A cantora e compositora cario-ca apresenta o show “Brumas de Ipanema”, debossa nova, samba e pop internacional.Colher de Pau: Rua Farme de Amoedo 39, Ipa-nema — 2523-3018. Qua e qui, às 19h. R$ 6.Livre.

> ElisaAddor. Acantora fazrodadesamba jun-to com o grupo Cana de Litro. Abertura comThaís Macedo.

Carioca da Gema: Av. Mem de Sá 79, Lapa —2221-0043. Qua, às 19h (abertura) e às 22h. R$20. Não recomendado para menores de 18 anos.

> Flávio Jacaré. O cantor da banda Sideways,acompanhado por Edu Pereira, canta baladas,clássicos do pop e do rock no show “VersõesAcústicas”.Lapa Irish Pub: Rua Evaristo da Veiga 147, La-pa — 2221-7236. Qua, às 20h. R$ 10. Nãorecomendado para menores de 16 anos.

> João Bosco. O cantor e compositor de suces-sos como “O mestre dos mares” e “O bêbado e oequilibrista” (parcerias com Aldir Blanc) mostraseu repertório.Teatro Sesi: Av. Graça Aranha 1, Centro —2563-4164. Qua, às 19h. R$ 20. Não reco-mendado para menores de 12 anos.

> Marcel Powell e Dilma Oliveira. O filho deBaden Powell apresenta com a cantora cançõesbrasileiras e sucessos do pai.MC Galeria de Arte: Rua Francisco Otaviano 55,Arpoador — 2247-7793. Qua, às 21h. R$ 15.Não recomendado para menores de 18 anos.

Grátis > MárciaGuedes. Acantora apresentaumrepertóriorecheadodeMPBeclássicosdosambaquevãodeCartolaaChicoBuarque.Bossa Nossa Lapa: Rua do Lavradio 170, Lapa— 2232–4959. Qua, às 18h30m. Não reco-mendado para menores de 18 anos.

> Mart’nália. A cantora faz as últimas apresen-tações do show “Minha cara”, baseado em ál-bum que ela lançou há 15 anos e que marcou oinício de sua carreira.Teatro Rival Petrobras: Rua Álvaro Alvim33/37, Cinelândia — 2240-4469. Qua a sex,às 21h30m. R$ 50 (os 100 primeiros pagan-tes) e R$ 60. Não recomendado para menoresde 16 anos.

> PuroAcaso.O grupode sambatocaclássicosdo gênero.Mofo da Lapa: Av. Mem de Sá 94, Lapa —2221-9851. Qua, às 22h. R$ 15. Livre.

> Quarta democrática. O evento de músicanordestina recebe hoje Tribo de Gonzaga e Quar-teto Capixaba. Nos intervalos, DJ Sérgio Feijó.Clube dos Democráticos:RuaRiachuelo91,La-pa — 8848-8889 (informações). Qua, às 22h.R$ 20. Não recomendado para menores de 18anos.

> Simone Mazzer. A cantora interpreta com-positores paranaenses como Bernardo Pellegri-ni, Maurício Arruda Mendonça e Robinson Bor-ba, e lembra grandes nomes como Jair Oliveira,Rita Lee, Chico Buarque, Sting e Janis Joplin.Bar Semente: Rua Joaquim Silva 138, Lapa —2507-5188 e 9781-2451 (informações). Qua,às 21h30m. R$ 13 (mulher) e R$ 15 (ho mem).Não recomendado para menores de 18 anos.

> Tiganá Santana. O músico baiano faz showdo álbum “Maçalê”, autoral, que tem canções

em línguas africanas.Solar de Botafogo: Rua General Polidoro 180,Botafogo — 2543-5411. Qua, às 22h. R$ 30(os 100 primeiros pagantes) e R$ 40. Não re-comendado para menores de 14 anos.

> Tonho Crocco. O músico gaúcho lança seuprimeiro álbum, “O lado brilhante da lua”’, quepasseia por estilos como afrobeat, soul e samba.Participação de Márcio Local.Zozô: Av. Pasteur 520, Urca — 2542-9665.Qua, às 22h. R$ 40. Não recomendado paramenores de 18 anos.

> Trio Almendrix. João Carlos Assis (piano),Paulo Pedrassoli (violino) e Karla Bach (percus-são) tocam de Chiquinha Gonzaga a Bach, pas-sando pelos contemporâneos brasileiros e a mú-sica medieval.Lapinha: Av. Mem de Sá 82, Lapa — 2507-3435. Qua, às 21h30m. R$ 20. Não recomen-dado para menores de 18 anos.

> Velha Guarda da Mangueira. O grupo é ho-menageadoduranteo projeto“Clubedo Cozido”,queé comandadopelogrupoDivinoDom.No re-pertório, clássicos da escola e também de ZecaPagodinho, Dorina e Alindo Cruz, entre outros.Barril 8000 Praia: Av. Lúcio Costa 8.000, Barra— 2433-1730. Qua, das 13h às 21h. R$ 10 eR$ 15 (com cozido). Livre.

INFANTIL/JOVEM

RIO SHOW

Estreias> ‘Os capangas’. Texto: Rodrigo Candelot,Saulo Rodrigues e Paula Rocha. Direção: Ru-bensCamelo.ComCharlesParaventi,Igor Paiva,Mário Hermeto, Aldo Perrota, Rodrigo Candelote Saulo Rodrigues.Na comédia, três amigos, atores desemprega-dos, fazem pequenos papéis para ganhar a vidae ficam marcados no meio artísticos por suasatuações de capangas.Teatro Candido Mendes: Rua Joana Angélica63, Ipanema — 2267-7295. Ter e qua, às21h. R$ 40. 80 minutos. Não recomendadopara menores de 14 anos. Até 13 de julho. Es-

treou ontem.

Últimasemana> ‘Frank Sinatra forever’. Texto e direção:Sidnei Domingues. Com Wyll Sinatra, Luiz Ce-sar,Sidnei Domingues, Samara Souza.A peça conta a história do ídolo com 15 suces-sos ao vivo.Teatro dos Quatro: Shopping da Gávea. Av.Marquês de São Vicente 52, Gávea — 2239-1095. Qua, às 19h. R$ 60. 65 minutos.Livre.Último dia.

> ‘As mãos de Eurídice’. Texto: Pedro Bloch.Direção: Cico Caseira. Com Alex Rech.O monólogo narra as desventuras do escritor Gu-mercindo Tavares, que decide abandonar os tor-mentos que sua família causava fugindo comEurídice, uma jovem bela e ambiciosa.Teatro Clara Nunes: Shopping da Gávea, 3o

- pi-so. Rua Marquês de São Vicente 52, Gávea —2274-9696. Ter e qua, às 21h. R$ 50. 60 mi-nutos. Não recomendado para menores de 10

anos. Último dia.

> ‘Patagônia’. Texto: Furio Lonza. Direção:Xando Graça. Com Joana Lerner e Diana Hime.A peça mostra a relação de duas prostitutas quese encontram no enterro de uma cafetina e vão,pouco a pouco, se conhecendo.Teatro Maria Clara Machado: Planetário da Gá-vea. Rua Padre Leonel Franca 240, Gávea —2274-7722. Ter e qua, às 21h. R$ 30. 60 minu-tos. Não recomendado para menores de 16 anos.Último dia.

Continuação> ‘O barril — Uma comédia filosófica’. Tex-to: Ângela Dip. Direção:Vivien Buckup. Com Ân-gela Dip.Enquanto executa movimentos de contorcionis-mo, a atriz fala da solidão da personagem semnome, sexo e idade, que está confinada dentrode um barril.Teatro das Artes: Shopping da Gávea, 2o

- piso.Rua Marquês de São Vicente 52, Gávea —2540-6004. Qua e qui, às 21h30m. R$ 50. 60minutos. Não recomendado para menores de 12anos. Até 12 de maio.

> ‘Belelê balaio’. Direção: Gilvan Balbino.Com Bruno Olivieri, Filippe Neri, Gilvan Balbinoe Pâmela Vicenta.Na comédia de cordel, Maria Muxibenta desejacasar as três filhas: Maria Com Graça, MariaSem Graça e a Virgem Maria.Teatro Café Pequeno: Av. Ataulfo de Paiva 269,Leblon — 2294-4480. Qua e qui, às 21h30m.R$ 30. 55 minutos. Não recomendado para me-nores de 18 anos. Até 28 de maio.

> ‘Decolando’. Texto, direção e atuação. AndréTeixeira.No stand-up comedy, o humorista cearenseconta, de forma bem-humorada, histórias vivi-das por ele.Teatro Ipanema: Rua Prudente de Moraes 824,Ipanema — 2523-9794. Qua, às 21h. R$ 30.70 minutos. Não recomendado para menores de14 anos. Até 4 de maio.

> ‘Loucura — Um autoelogio desconcer-tante!’. Texto: adaptação da obra de Erasmode Rotterdam. Direção: Brunna Napoleão. ComPaula Goja.Crítica à excessiva dose de razão nas relaçõeshumanas.Casa de Cultura Laura Alvim: Av. Vieira Souto176, Ipanema — 2332-2015. Ter e qua, às21h. R$ 30. 60 minutos. Não recomendado pa-ra menores de 12 anos. Até 1o

- de junho.

> ‘Memória da cana’. Texto: Nelson Rodri-gues. Direção: Newton Moreno. Com CarlosAtaíde, Kátia Daher, Luciana Lyra, Paulo de Pon-tes, Marcelo Andrade e Viviane Madu.Inspirada em “Álbum de família”, a peça — quemarca os dez anos do Grupo Os Fofos Encenam— se passa em uma fazenda no Nordeste do-minada pelo modelo patriarcal.Centro Cultural Banco do Brasil (Teatro 2): RuaPrimeiro de Março 66, Centro — 3808-2020.Qua a dom, às 19h30m. R$ 10. 90 minutos.Não recomendado para menores de 16 anos.Até 5 de junho.

> ‘Negro relâmpago perpetuamente livre’.Texto e direção: Claudio Castro Filho. Com Clau-dio Serra.Um relato sobre a amizade entre os poetas Gar-cía Lorca e Pablo Neruda.Espaço Sesc: Rua Domingos Ferreira 160, Co-pacabana — 2548-1088. Ter e qua, às 20h. R$16. 70 minutos. Não recomendado para meno-res de 18 anos. Até 4 de maio.

> ‘A olho nu’. Texto e direção: Duda Gorter.Com Rose Abdallah e Alexandre Dantas.Mulher desamparada resolve romper com omundo para conseguir resolver suas angústias.Teatro dos Quatro: Shopping da Gávea. Av. Mar-quêsdeSão Vicente52,Gávea— 2239-1095.Terequa,às 21h30m.R$ 60.70 minutos.Nãorecomen-dado para menores de 14 anos. Até 27 de julho.

> ‘Profetas da chuva’. Texto, direção e atua-ção: Clara Santanna e Paula Cavalcanti.O interior brasileiro através de personagens reaisda Região Nordeste.Casa da Gávea: Praça Santos Dumont 116, Gá-vea — 2239 3511. Qua, às 21h. R$ 30. 60 mi-nutos. Não recomendado para menores de 14anos. Até 25 de maio.

> > ‘Quem vai ficar com ela?’. Texto: FelipeAdleer. Direção: Luiz Furlanetto. Com FelipeAdleer, Luciana Simi e Lucas Lins e Silva.Julia, uma mulher carente de 25 anos, procuraum namorado em site de relacionamentos.Teatro Miguel Falabella: NorteShopping. Av. DomHelder Câmara 5.474, Cachambi — 2595-8245.Ter e qua, às 18h. R$ 20. 70 minutos. Não reco-mendado para menores de 12 anos.

OGLOBOindica >‘Shirley Valentine’.Texto:WillyRussel.Direção: GuilhermeLeme.Com BettyFaria.No monólogo, Shirley é uma dona de casa comum,que se sente desvalorizada, mas recebe um convitepara uma viagem e muda sua vida.Centro Cultural Banco do Brasil (Teatro 1): RuaPrimeirode Março 66,Centro —3808-2020.Quaedom,às20h.R$ 10.70minutos. Nãorecomendadopara menores de 12 anos. Até 8 de maio.

Cinema

> ‘A fábrica de chocolate’. O clássico infantilé um dos destaques do Cine 6-D, um simuladorcom seis filmes em 3-D que duram cinco minu-tos cada e têm efeitos especiais de vento, chuva,cheiro e luzes.RioSul: Pista de patinação. Rua Lauro Müller116, piso G3, Botafogo — 3527-7257 e 2122-8070. Seg a sex, das 14h às 22h. Sáb, 10h às22h. Dom e feriados, do meio-dia às 21h. R$10 (por sessão). Livre.

Planetário

> Planetário da Gávea. Ver os planetas e es-

EXPOSIÇÃOAbertura

Grátis >‘Mostraar teBrasil’. AexposiçãoreúnefotosdeDomJoãodeOrleanseBragança,esculturasdeEdgarDuviviere pinturasde Maurício BarbatoeDanielGrosman.Até17demaio.Palácio Itamaraty Rio de Janeiro: Av. MarechalFloriano 196, Centro — 2263-1703. Seg a sex,das 10h às 17h.

> Projeto Respiração. Na 13 a- edição doevento, o convidado é Carlito Carvalhosa, que

usou mais de 200 lâmpadas fluorescentes,além de copos e taças de vidro, em sua incur-são no Projeto Respiração, que prevê interven-ções no acervo da Fundação Eva Klabin. Até26 de junho.Fundação Eva Klabin: Av. Epitácio Pessoa 2.480,Lagoa — 3202-8550. Ter a dom, das 14h às 18h.Grátis (menores de 10 anos) e R$ 10.

Museusecentrosculturais

Grátis >ArquivoNacional. Praçada República173,Centro— 2179-1273. Sega sex,das 8h30màs18h.’Registros de uma guerra surda’: O período som-brio da história brasileira entre 1964 e 1985, aditadura militar, é o tema da exposição. O país vi-via sob um sistema de vigilância e repressão queincluía prisões ilegais, torturas, assassinatos e de-saparecimentos. A exposição reúne material dosórgãos de repressão política da época. Uma mos-tra de filmes completa a exposição. Até 26 deagosto.

Grátis >CaixaCultural.Av.AlmiranteBarroso25,Centro— 2544-7666.Tera sáb,das10hàs 22h.Domeferiados,das10hàs21h.‘A forma forjada’: Paulistano de 50 anos, RogérioMirandaRezendese dedicaà técnicade ferronnerie,

práticade forja emferro usada na arquitetura. Nain-dividual, exibe 26 quadros-esculturas em ferro cor-tado. Até 1o

- de maio.‘Poética Pop’: O artista mineiro Raymundo Colares(1944-1986)ganhamostra com38 obras,entrede-senhos, serigrafias e livros-objetos, nas quais explorao grafismo. Até 15 de maio.‘Rubens Gerchman: os últimos anos’: A expo-sição reúne 30 serigrafias de autoria de Gerch-man (1942-2008), além de prova de sua últimagravura. Até 8 de maio.‘O universo gráfico de Glauco Rodrigues’: Re-trospectiva do pintor, desenhista, gravador, ilus-trador e cenógrafo gaúcho Glauco Rodrigues(1929-2004) com mais de cem obras originais,entre litografias, serigrafias e capas de revistas,livros e discos. Até 8 de maio.

Grátis >CentroCulturalCorreios.RuaViscondedeItaboraí20,Centro—2253-1580.Teradom,domeio-diaàs19h.Erickson Britto: O artista paraibano expõe 30esculturas e objetos. Até 22 de maio.‘Fernando Pessoa, plural como o universo’: Aexposição aborda os heterônimos do poeta por-tuguês e explora recursos cenográficos para pro-porcionar uma experiência sensorial com a poe-sia de Fernando Pessoa. Até 22 de maio.‘Palavra e imagem’: A mostra reúne 11 álbunsde arte, feitos por artistas plásticos e escritores,que foram produzidos ao longo de 36 anos pelaLithos Edições de Arte. Entre os trabalhos estãoas ilustrações de Carybé para “O compadre de

Ogum”, de Jorge Amado. Até 22 de maio.Paola Salgado: A artista uruguaia, radicada noRio,apresentadez esculturase quatropainéis degrande formato. Até 22 de maio.

Grátis >CentroCulturalJustiçaFederal. Av.RioBranco241,Centro.Teradom,domeio-diaàs19h.‘Memórias da cidade’: Imagens do Rio das dé-cadas de 50 e 60 compõem a mostra, com cu-radoria de Ricardo Mello. Os registros foram se-lecionados em uma pesquisa que reuniu mais detrês mil fotos do acervo da Agência O Globo, quetem mais de cinco milhões de imagens. A expo-siçãotem34 fotografiasimpressase projeçãode40 registros. Até 22 de maio.‘Thomas Henriot no Brasil’: A mostra traz ilus-trações que o francês Thomas Henriot fez quan-do passou pelo Brasil. As imagens são registra-das em pergaminhos de até 22 metros de com-primento. Até 22 de maio.

Grátis > CentroCulturalBancodo Brasil.RuaPrimeirode Março66, Centro— 3808-2020. Ter adom,das9hàs21h.‘I in U — Eu em tu’: Retrospectiva da artistamultimídia, cantora e compositora americanaLaurie Anderson com 31 obras, incluindo duasinéditas. Uma mostra de filmes completa a ex-posição. Até 26 de junho.

Grátis > InstitutoMoreiraSalles. Rua MarquêsdeSãoVicente476,Gávea— 3284-7400.Tera sex,das13hàs20h.Sáb,domeferiados,das11hàs20h.

‘Fayga Ostrower — Ilustradora’: Cem obras daartista, entre gravuras, desenhos e colagens. Até15 de maio.‘Retratosdo Impérioe doexílio’:A mostra reúneimagens inéditas da família imperial brasileirapertencentes ao acervo fotográfico herdado pelopríncipe Dom João de Orleans e Bragança, queagora ficará sob a guarda do Instituto MoreiraSalles. Até 29 de maio.‘Video portraits de Robert Wilson’: A exposição,que já passou por Berlim, Milão, Nova York,Moscou, Miami, Praga, São Paulo e Porto Ale-gre, reúne 14 videorretratos de celebridades eanônimos. Entre os retratados estão os atoresBrad Pitt, sem camisa na chuva, e Winona Ry-der, que aparece como Winnie, personagem dapeça “Dias felizes”, de Samuel Beckett. Até 15de maio.

> Museu Casa do Pontal. Estrada do Pontal3.295, Recreio — 2490-3278. Ter a dom, das9h30m às 17h. R$ 10.‘Máquinaspoéticas — AbrahamPalatnik’: Aex-posição promove o encontro da arte cinética deAbraham Palatnik com os artistas popularesAdalton, Laurentino, Nhô Caboclo e Saúba. Até5 de junho.

> Museu da República.Ruado Catete153,Ca-tete— 3235-3693.Tera sex,das10h às17h. Sáb,dom e feriados, das 14h às 17h30m. Grátis (àsquartas-feiras e aos domingos) e R$ 6.‘Estandartes do Museu Histórico da Cidade —

Representações da nossa história’: Bandeiras eestandartes históricos, como o feito para a festade inauguração da estátua de Dom Pedro I(1862) e o da festa de fundação da cidade doRio de Janeiro (1910), compõem a exposição.Até 30 de abril.‘A Res publica brasileira’: A exposição se divideem seis ambientações que pretendem recriar, his-toricamente, o período republicano.

> Museu de Arte Contemporânea de Nite-rói. Mirante da Boa Viagem s/no

-, Niterói — 2620-2400. Ter a dom, das 10h às 18h. R$ 5.‘(Re)construções: Arte contemporânea da Áfri-ca do Sul’: Coletiva com obras de 13 artistassul-africanoscomcuradoriade DaniellaGéo. Até15 de maio.

> Museu de Arte Moderna. Av. Infante DomHenrique 85, Aterro do Flamengo — 2240-4944. Ter a sex, do meio-dia às 18h. Sáb, dome feriados, do meio-dia às 19h. Grátis (até 12anos) e R$ 8. Dom, ingresso-família a R$ 8.Grátis ‘29ªBienaldeSãoPaulo—Obrasseleciona-

das’:Com90obrasde17artistas,amostraéumre-corteda29ª Bienalde SãoPaulo,quereuniu850obrasde159artistasdeváriospaíses.Aseleção,queinclui vídeo deJean-LucGodard,foifeitapeloscura-doresMoacirdos Anjose AgnaldoFarias.Até15demaio.Grátis ‘Celebrações/negociações—Fotógrafosafri-

canosnacoleçãoGilbertoChateaubriand’: Aexposi-ção,comcuradoriade CezarBartholomeue Marta

Mestre,apresenta30imagensregistradasde1950a1970porMalickSidibé,SeydouKeita, JeanDepara,entreoutrosartistasafricanos.Até15demaio.‘Placebo’: O destaque da exposição de TatianaGrinberg é uma instalação multissensorial. Até 5de junho.Grátis ‘Terceirametade — ManuelCaeiro, Tatiana

Blasse Yonamine’:Comcuradoria deLuiz CamilloOsorioe MartaMestre,oprojetoincluiexposições,se-minários,mostradecinemaetrabalhosdostrêsartis-tasque dãonomeao eventoe articulamsuasprodu-çõescomaarquiteturadomuseu.Até15demaio.

> Museu Histórico Nacional. Praça MarechalÂncoras/no

-, Praça Quinze— 2550-9220.Tera sex,das 10h às 17h30m. Sáb, dom e feriados, das 14hàs 18h. Grátis (aos domingos) e R$ 6.‘Novo circuito de exposições de longa duração’:Omuseutem quatronovosgrandesnúcleosde ex-posição: “Oreretama”, “Portugueses no mundo:1415-1822”, “A construção da nação: 1822-1889” e “A cidadania em construção: 1889 àatualidade”. As mostras abrangem da pré-históriabrasileira ao século XXI, incluindo obras de artis-tas contemporâneos.

> Museu Nacional de Belas Artes. Av. RioBranco 199, Centro — 2219-8474. Ter a sex,das 10h às 18h. Sáb, dom e feriados, do meio-dia às 17h. Grátis (dom) e R$ 5.‘A lírica da cor’: O holandês Leo Fisscher mostra20 obras em acrílica sobre tela selecionadas pe-lo poeta Carlos Dimuro. Até 15 de maio.

ColetivasGrátis >‘3xdesenho’. Coletivados jovensartistas

GabrielNetto,LeandroPereirae Marinho.Até7 de

maio.Largo das Artes: Rua Luís de Camões 2, sobra-do, Centro — 2224-2985. Ter a sex, do meio-dia às 18h. Sáb, do meio-dia às 17h.

Grátis >‘Botequim’. Naexposição-instalação,GigiManfrinatoeSandraLeemostramumavisãoestereo-tipadadeum bare seusfrequentadores.Até15 demaio.EspaçoCulturalEletrobrasFurnas— EspaçodeConvivência Herbert de Souza: Rua Real Gran-deza 219, Botafogo — 2528-4334. Ter a sex, das14h às 18h. Sáb, dom e feriados, das 14h às 19h.

Grátis >‘Crônicasurbanas’. Participamda coleti-vaos artistasBárbaraSchall, BinhoBarreto,BrunoCançadoeoutros.Até10demaio.Galeria Anna Maria Niemeyer: Praça Santos Du-mont 140, loja A, Gávea — 2540-8155. Ter a sex,do meio-dia às 21h. Sáb e dom, das 14h às 18h.

Grátis >‘Desenhoem campoampliado’. Coleti-vacom trabalhosdos jovens artistasCarolinaPonte,Daniela Antonelli,MaluSaadi ePedroVarelae cura-doriadeNoéliRamme.Até29demaio.Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto: RuaHumaitá 163 (entrada pela Rua Visconde de Sil-va), Humaitá — 2535-3846. Ter a dom, das14h às 22h.

Grátis > ‘Poéticaexpositiva’. Mostra comobrasdeAdolfoMontejoNavas,Ana Linnemann,EduardoCoimbra,LenoradeBarros,RicardoAleixoeVictorAr-

ruda.Até8demaio.Cavalariças do Parque Lage: Rua Jardim Botâ-nico 414, Jardim Botânico — 3257-1800. Sega qui, do meio-dia às 20h. Sex a dom, das 10hàs 17h.

Individuais

Grátis ‘Alucinaçãoà beira-mar’. ComcuradoriadeFernandoCocchiarale, a mostrareúne11 trabalhosdeMarcos Chaves,sendosete inéditos. Usandoví-deo,instalação,objetoefotos,oartistafazreferênciasàpaisagemdoRio.Até5dejunho.Galeria Laura Alvim: Av. Vieira Souto 176, Ipane-ma — 2332-2017. Ter a dom, das 13h às 21h.

Grátis >‘CeroUno.’ Aexposiçãocom11esculturasdeparedeem acrílico,polímerode altadensidadeePVC,do argentino AbelVentoso, inauguraa galeria.Até7demaio.Athena Contemporânea: Shopping CassinoAtlântico. Av. Atlântica 4.240, loja 211, Copa-cabana — 9494-9678 (informações). Seg asex, das 11h às 19h. Sáb, das 13h às 18h.

Grátis >‘Coisasdevaloreovalordascoisas’.Oportuguês Rodrigo Oliveira mostra telas e obje-tospintados.Até1 o

- demaio.Cosmocopa Arte Contemporânea: Rua SiqueiraCampos 143, 2o

- piso, loja 32, Copacabana —2236-4670. Seg a sex, das 10h às 19h. Sáb,

das 10h às 15h.Grátis >Derlone MartaJourdan.O artista apre-

senta pinturas sobre madeira. E a artista expõe“Óleo”,peçacinéticaquerefleteo entorno.Até30 deabril.Artur Fidalgo Galeria: Rua Siqueira Campos143, 2o

- piso, lojas 147 e 150, Copacabana —2549-6278. Seg a sex, das 10h às 19h. Sáb,das 10h às 14h.

Grátis > ‘Extensão— Minhavista’. O paulistanoDingMusamostrafotografias.Até22demaio.Centro de Arte Hélio Oiticica: Rua Luís de Ca-mões 68,Centro— 2242-1012.Tera sex, das11hàs 18h. Sáb, dom e feriados, das 11h às 17h.

Grátis > ‘Feminices’.SolangePalatnikmostrapin-turasfeitascomcolheres,pincéisepurpurina,emqueretratafigurasfemininas.Até7demaio.Wall Street Escritório de Arte: Shopping CassinoAtlântico. Av. Atlântica 4.240,loja 308,Copacabana— 2287-5697. Seg a sáb, das 10h às 19h.

Grátis >‘Afestanocéueasrosas’.BernardoRa-malhomostradesenhos,esculturas,objetoseinstala-ções.Até21demaio.A Gentil Carioca: Rua Gonçalves Ledo 17, so-brado — 2222-1651. Ter a sex, do meio-dia às19h. Sáb, do meio-dia às 17h.

Grátis >‘Meumundo’. AciaStern,israelensedeTel-Aviv, apresenta11 pinturasfigurativasnas quaisre-

tratapersonagensinspiradosna nobreza. Até30 deabril.Academia Brasileira de Letras: Av. PresidenteWilson 203, Centro — 3974-2500. Seg a sex,das 10h às 18h.

Grátis >‘Minhaspequenasvitórias’ e ‘Comquemvocêtem bordado?’. Naprimeiraexposi-ção,JúniorSucimostradesenhosevídeos.Nasegun-da,RodrigoMogizexpõe12trabalhosdeparede,umdípticoetrêsalmofadas,comosbordadosquedãono-meàmostra.Até6demaio.Galeria de Arte Ibeu: Av. Nossa Senhora de Co-pacabana 690,2 o

- andar, Copacabana —3816-9432. Seg a sex, das 13h às 19h.

Grátis >‘Pedra,ferroefogo’.Ex-alunodeAmilcardeCastro,o artistaJorgedos Anjos, conhecidocomoMineiro,exibeesculturasempedra-sabãoepeçasemmadeiraemetalnagaleria,alémdeumaesculturaemferrocomdoismetrosdealturaexpostanoParquedoFlamengo.Até28demaio.Galeria Coleção de Arte: Praia do Flamengo278, Flamengo — 2551-0641. Seg a sex, domeio-dia às 18h. Sáb, das 10h às 18h.

Grátis >‘Preto/Branco—1963/1966’. Aexpo-siçãoreúnexilogravurase desenhosde RobertoMa-galhães.Até8demaio.Escola de Artes Visuais do Parque Lage: RuaJardim Botânico 414, Jardim Botânico —3257-1800. Seg a qui, das 9h às 22h. Sex adom, das 9h às 17h.

FotografiaGrátis >‘Jorge’.OfotógrafoVanorCorreiaexibeum

ensaiofotográficorealizadode2007a2009nosfes-tejosdeSãoJorge.Amostratambémapresentaescul-turasfeitasporartistaspopulares.Até20demaio.Galeria Cândido Portinari: Uerj. Rua São Fran-cisco Xavier 524, Maracanã. Seg a sex, das 9hàs 20h.

Grátis > ‘Oponto’.FernandaMetelloexpõedezobrasfeitascombotõeselinhasqueultrapassamosli-mitesdastelas.Até30deabril.Symposium: Rua Ipiranga 65, Laranjeiras —2205-3122. Seg a sáb, das 11h às 20h.

Grátis >‘Ramos’. ImagensdofotógrafopaulistaJu-lioBittencourtregistradasno Piscinãode Ramosem2008,2009e2010.Até7demaio.Galeria da Gávea: Rua Marquês de São Vicente431, loja A, Gávea — 2274-5200. Seg e sex,das 11h às 19h, mediante agendamento. Sáb,das 11h às 19h.

Grátis > ‘Rio’.OsfotógrafosCustódioCoimbra,EvandroTeixeira,LeonardoAversa,RenanCepedaeRogérioReismostramimagensqueregistraramnaci-dade.Até4dejunho.Galeria Tempo: Av. Atlântica 1.782, Copacabana— 2255-4586. Ter a sáb, das 11h às 19h.

ExtraGrátis > ‘Atlânticocontemporâneo’.O evento

reúnedezgaleriasdoshoppingCassinoAtlântico,on-delinhasamarelasno chãotraçamumaespéciedemapadasexposições participantes.Entreos artistasquetêmobrasnamostra, estãonomescomoFransKrajcberg,na MarciaBarrozo doAmaral Galeria deArte,e CarlosVergara,na AthenaContemporânea.Até30deabril.Shopping Cassino Atlântico: Av.Atlântica 4.240,Copacabana. — 2523-8709. Seg a sex, das 11hàs 19h. Sáb, do meio-dia às 18h.

Grátis >‘Cerrado,a mãed’água’.Mostramulti-mídiacomtrabalhosdePauloJobim,Cafi,SergioBer-nardeseWashingtonNovaes.Até20demaio.Galpão das Artes do Jardim Botânico: Rua Jar-dim Botânico 1.008, Jardim Botânico — 2274-7012. Ter a dom, das 10h às 17h.

Grátis >‘LoscaprichosdeGoya’. OsensocríticodeGoyamarcaoretratodasociedadeespanholado fim do século XVIII traçado nas 80 gravurasdaexposição.Oartistaironizacostumesecren-ças,com mençõesa caraterísticasobscurantis-tas como a superstição. O material que vem aoBrasil foi estampado para uma primeira exibi-ção,em1929,emSevilha.Últimodia.Instituto Cervantes: RuaViscondede OuroPreto62, Botafogo — 3554-5910. Seg a sex, das10h às 19h. Sáb, das 11h às 14h.

Grátis >‘®NovaCulturaContemporânea’. Maisde100artistasdeváriaspartesdomundoparticipamdamostra, que,além da CasaFrança-Brasil,ocupatambémo ParqueLage.A ideiaparte docoletivo Ro-jo®,fundadohá dezanos, emBarcelona,porDavidQuilesGuilló,curadorda mostra.Os trabalhosin-

cluemarte emprogresso, multidimensionale colabo-rativa.Até30deabril.Casa França-Brasil: Rua Visconde de Itaboraí78, Centro — 2332-5120. Ter a dom, das 10hàs 20h.Escola de Artes Visuais do Parque Lage: RuaJardim Botânico 414, Jardim Botânico —3257-1800. Seg a qui, das 9h às 22h. Sex adom, das 9h às 17h.

feriados, após as 18h; sáb, dom e feriados). Apartir das 21h, menores de 13 anos só com oresponsável.

> PhiladélfiaPark & Games. Espaço com no-ve pistas.Center Shopping Rio: Av. Geremário Dantas404, Jacarepaguá — 3410-5777. Seg a qui,das 14h à meia-noite. Sex e sáb, das 14h às 2h.Dom e feriados, do meio-dia à meia-noite. Preçopor período de uma hora: R$ 48 (seg a qui, sexe véspera de feriado, até 18h), R$ 58 (seg a qui,após 18h), R$ 79 (sex e véspera de feriado após18h), R$ 79 (sáb, dom e feriados). Menores de13 anos devem estar com um responsável.

> Top Kart Indoor. Adultos e crianças podem

disputar corrida nas pistas.NorteShopping: Av. Dom Hélder Câmara 5332,subsolo, Cachambi — 2178-4545. Seg a sex,das 15h às 23h. Sáb, dom, véspera de feriadose feriados, das 14h às 23h. Kart adulto: R$ 39por piloto (modalidade 6,5hp), em 20 minutosde bateria. Kart infantil: R$ 29 por piloto, em 15minutos de bateria. Recomendado para criançascom altura mínima de 1,20 metro.Extra 24h: Av. Das Américas 1510, subsolo,Barra — 2484-4545. Seg a sex, das 15h às23h. Sáb, dom, véspera de feriados e feriados,das 14h às 23h. Kart adulto: R$ 39 por piloto(modalidade 6,5hp) e R$ 59 por piloto (moda-lidade 9hp), em 20 minutos de bateria. Kart in-fantil: R$ 29 por piloto, em 15 minutos de ba-teria. Recomendado para crianças com alturamínima de 1,20 metro.

Patinaçãonogelo

> Barra On Ice. A nova pista de patinação tem450 metros quadrados e capacidade para 100pessoas.Hipermercado Extra 24 horas: Av. das Américas1.510, Barra — 3151-3354 e 2431-4602. Tera qui, das 14h às 21h. Sex, das 14h às 22h.Sáb, dom e feriados, das 13h às 22h. R$ 30,por uma hora de patinação incluindo equipa-mento de segurança. Recomendado para maio-res de 5 anos.

> Espaço RioSul de Patinação no Gelo. Apista tem 300 metros quadrados e comporta 70pessoas.RioSul: RuaLauro Müller 116,Botafogo— 3527-7257 e 2122-8070. Seg a sáb, das 10h às 22h.Dom e feriados, das 15h às 21h. R$ 20 (meia ho-ra) e R$ 30 (1 hora) incluindo equipamento. Nãorecomendado para menores de 1 ano. Crianças en-tre 1 e 4 anos entram na pista com um trenó.

> Norte On Ice. A pista de patinação no gelotem 300 metros quadrados, capacidade para100 pessoas e som computadorizado.NorteShopping:Av. DomHélderCâmara5.474,Estacionamento Pedras Altas, Cachambi —2178-4606 e 2178-4607. Seg a qui, das 14hàs 21h. Sex, das 14h às 22h. Sáb, das 13h às22h. Dom e feriado, das 13h às 21h. R$ 25.Recomendado para maiores de 5 anos.

O CANTOR e compositor João

Bosco se apresenta hoje, às 19h,

no Teatro Sesi Centro (Avenida

Graça Aranha 1). Em 2009, ele

havia lançado seu primeiro CD com

inéditas em seis anos, “Não vou

para o céu, mas já não vivo no

chão”. Entre as 13 faixas,

composições feitas sozinho ou com

parceiros como Aldir Blanc e Nei

Lopes. Somente uma, o samba

“Ingenuidade”, não leva a assinatura

de Bosco (é de Serafim Adriano).

Ano passado, ele rodou o Brasil e a

Europa apresentando o trabalho.

Com Aldir Blanc, seu principal

parceiro, fez clássicos como “O

bêbado e o equilibrista”, “O mestre-

sala dos mares” e “Bala com bala”.

Outra parceria importante foi com

Capinam, com quem fez “Papel

machê”. Os ingressos custam R$

20 e R$ 10 (meia).

Mônica Imbuzeiro

trelas através demodernostelescópiose comex-plicações de astrônomos profissionais. Essa é aproposta do programa gratuito “Observação docéu”, hoje, às 18h30m, desde que o tempo nãoesteja nublado.A exposiçãopermanente “Museudo Universo” tem 56 experimentos interativosnas áreas de astronomia fundamental e astrofí-sica. Temporariamente, a exposição “Número ecores: uma história da Astronomia” conta a his-tória da Astronomia através da evolução dos re-gistros e imagens construídas por nossos ante-passados até os dias atuais. Na cúpula, há ses-sões de filmes de média-metragem para o pú-blico infanto-juvenil, com temática espacial.Planetário da Gávea: Rua Vice-Governador Ru-bens Berardo 100, Gávea — 2274-0046. Ter asex, das 9h às 17h. Sáb, dom e feriados, das15h às 18h. Sessões na cúpula: Sáb, dom e fe-riados, às 15h30m, às 16h45m e às 18h. Ob-servação do Céu: Qua, às 18h30m. R$ 16 (ex-posição e sessão na cúpula) e R$ 8 (só a expo-sição). Livre.

Recreação

> Espaço Cultural da Marinha. O espaçomostra a história do Brasil e da navegação. A ga-leota Dom João VI, do século XIX, o submarinoRiachuelo e o helicóptero-museu são algumasdas atrações. Em cartaz, a exposição temporária“30 anos da mulher militar na Marinha do Bra-sil” mostra a participação feminina nas ForçasArmadas. Nos finais de semana, há uma peçasobre o tema. O visitante pode ainda fazer o pas-seio à Ilha Fiscal em escuna, de quinta a domin-go, ao meio-dia e meia, às 14h e às 15h30m.Espaço Cultural da Marinha: Av. Alfred Agaches/n o

-, Praça Quinze — 2233-9165. Ter a dom,do meio-dia às 17h. Peça “O passeio mágico”:sáb e dom, às 14h30m e às 16h. Grátis (visi-tação e peça) e R$ 10 (passeio). Até o fim deabril (a exposição). Livre.

> Jardim Zoológico. O parque conta com umplantel de 1.900 animais, entre aves mamíferos

e répteis.Quinta da Boa Vista: São Cristóvão — 3878-4200. Ter a dom, inclusive feriados, das 9h às16h30m. R$6.Criançascommenosdeum me-tro, maiores de 60 anos e deficientes físicos nãopagam. Livre.

> Lagoa Aventuras. Os fãs de atividades ra-dicais vão se sentir em casa no Parque da Ca-tacumba, onde podem fazer escaladas, arvoris-mo, tirolesa e rapel.Parque da Catacumba: Av. Epitácio Pessoa3.000, Lagoa — 4105-0079. Ter a dom, das9h30m às 16h30m. R$ 15 (muro de escaladas).R$ 20 (arvorismo e tirolesa). R$ 40 (rapel). Nãorecomendado para menores de 4 anos.

Grátis >Museude Astronomia. Emexposição,ometeoritoSantaLuziade Goiás,segundomaiordopaís,etambémasmostras“LeonardodaVinci:mara-vilhasmecânicas”,sobreos projetosdemecânicadoartista,e “Asestaçõesdo ano:Terra emmovimento”,sobreosciclosdosdiasedasnoites,asfasesdaLuaeasestaçõesdoano.Museu de Astronomia: Rua General Bruce 586,São Cristóvão — 2580-7010. Ter, qui e sex, das9hàs 17h.Qua,das 9hàs 20h. Sáb,das 14hàs20h. Dom e feriados, das 14h às 18h. Livre.

> Museu Nacional. No acervo do museu, hátrês mil itens de Antropologia, Botânica, Ento-mologia e Paleontologia, como a coleção de ar-tefatos egípcios de Dom Pedro I.

Museu Nacional: Quinta da Boa Vista s/no

-, SãoCristóvão— 2562-6042. Ter a dom,das 10hàs16h. R$ 3. Livre.

Grátis >MuseudaVida.Osvisitantes podemco-nhecero CasteloMourisco, visitaro EspaçodaBio-descobertaea exposição“CarlosChagasFilho:Cien-tistabrasileiro,profissão esperança”.Museu da Vida: Fiocruz. Av. Brasil 4.365, Man-guinhos — 2590-6747. Ter a sex, das 9h às16h30m. Sáb, das 10h às 16h. Livre.

> Sensaçõesdo PassadoGeológicoda Ter-ra. A formação dos continentes, os dinossauros,o surgimento da espécie humana e sua evoluçãosão retratados na mostra, que permite aos seusvisitantes sentir a sensação de um terremoto, to-car em rochas de bilhões de anos, explorar umainstalação multimídia sobre o surgimento do oxi-gênio e interagir com o Baurusuchus salgadoen-sis, espécie de crocodilo que viveu há 90 mi-lhões de anos no Brasil.Casa da Ciência da UFRJ: Rua Lauro Müller 3,Botafogo — 2542-7494. Ter a sex, das 9h às20h. Sáb, dom e feriados, das 10h às 20h. Até15 de maio. Livre.

 Jogos

> Barra Bowling. Espaço com 20 pistas.BarraShopping: Av. das Américas 4.666, Barra— 2431-9566. Seg a qui, do meio-dia à meia-noite. Sex, do meio-dia à 1h. Sáb, das 11h às 3h.Dom,das11h à meia-noite.R$ 55(sega sex,atéas18h),R$75(sega qui,apósas18h)eR$ 105(sex e véspera de feriados, após as 18h; sáb, dome feriados). A partir das 21h, menores de 13 anossó com o responsável.

> Big Boliche. Instalado numa área de dois milmetros quadrados, o boliche tem 12 pistas automa-tizadas, dois salões de festas e área para games.Shopping Grande Rio (estacionamento): Rodo-via Presidente Dutra 4.200, São João de Meriti —2651-2337. Seg a dom, das 13h às 22h. R$ 48(seg a qui) e R$ 56 (sáb, dom e feriados). Livre.

> Casabowling. Espaço com 14 pistas. Até ofim de abril, o atleta Mário Tavares, três vezescampeão carioca de boliche, ministra cursos pa-ra iniciantes a partir de 10 anos. As aulas têminício às 15h e terminam às 19h, sempre nosdias úteis. Para participar, basta o aluno reservarhorário em uma das pistas.CasaShopping: Av. Ayrton Senna 2.150, Barra— 2108-8142. Seg,das 16hà meia-noite. Ter asex, do meio-dia à meia-noite. Sáb e dom, das10h à meia-noite. Preço por período de u ma ho-ra: R$ 55 (seg a sex, até as 18h), R$ 75 (seg aqui, após as 18h) e R$ 105 (sex e véspera de

SEÑ OÑOR TAN G OTANGOcom Sidnei Dominguez, Luiz Cesar, bailarinos de Jaime Arôxa☎ 2274-7246 e 7690-1194Teatro Vannucci - quintas às 19h

Reservas: L       I       V       R

       E

7/16/2019 O Globo 270411

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SEGUNDO CADERNO ● 9Quarta-feira, 27 de abril de 2011 O GLOBO

7/16/2019 O Globo 270411

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10 ● SEGUNDO CADERNO Quarta-feira, 27 de abril de 2011O GLOBO.

0

10

O GLOBO NA INTERNET

a

PATRÍCIA K OGUTC O N T R O L E R E M O T O

COM ELIZABETE ANTUNES E FLORENÇA MAZZA • E-mail: [email protected]

oglobo.com.br/kogut

....................................................

twitter.com/PatriciaKogut

facebook.com/PatriciaKogutOGlobo

Piada com autismo causa indignação● Uma piada do “Comédia MTV” envolvendo autis-

tasdespertou a indignação de inúmeros familiares eassociações de vítimas de autismo. No quadro, Mar-

celo Adnet imita Silvio Santos e apresenta “A casa

dos autistas”. A brincadeira, além de cruel, é sem

graça. Está no YouTube, busque por “Casa dos au-

tistas e Caetano Veloso”.

...E mais● A MTV recebeu incontáveiscartas de repúdio ao progra-ma. A Afaga (Associação deFamiliares e Amigos da GenteAutista), sediada em Salvadore uma das atuantes do país,estáinstandoseus membros aescrever e ligar para o canal.

...O outro lado● A fala oficialdo canal: “A MTVacredita na liberdadede expres-são. Sabe que autismo é coisaséria. Também sabe que humoré uma coisa séria, ainda que fa-ça rir. Pedimos desculpas paraqualquer grupo ou indivíduoque tenha ficado ofendido”.

O futuro● Duas séries que ainda nãotêm o futuro garantido marca-ram excelentes audiênciasnos EUA estasemana:“Despe-rate housewives” e “Brothers& sisters”. O fato fez crescer a

esperança de quem sonhacom novas temporadas.

Valorização...● Por causa de “Insensato co-ração”, aumentou a procurapor imóveis no Horto, onde ometro quadrado está valendoR$ 11 mil. Vários dos persona-gens da históriamoramlá e co-

mentamsobre a paz, o verde,osilêncio, macaquinhos etc.

...Do Horto● “Este frisson costuma duraro tempo da novela”, diz Ru-bem Vasconcellos, vice-presi-dente da Ademi (Associaçãode Dirigentes de Empresas doMercado Imobiliário do Rio).

Segundo ele, foi assim comBúzios (em “Viver a vida”).

Para a cena damorte de Araci(Cristiana Oliveira),anteontem em

“Insensato coração”.As duas atrizes — GlóriaPires e Cristiana — estavammuito bem, o suspense foicrescente e a tramaconvenceu.

Para as cenas deLeila (BrunaLinzmeyer) e André(Lázaro Ramos)anteontem em

“Insensato coração”. O banhodela, maquiada, a frieza dele,artificial demais, e o que eladisse para a irmã (“explosões,céu” etc), tudo soou falso.

Ernani d’Almeida

MARCOS PASQUIM, o

Abner de “Morde &

assopra”, posou para

a revista “Contigo!”.

O ator, na entrevista,

admite que já foi

namorador, mas

garante ter passado por

grandes mudanças.

“Fui muito mulherengo.

Agora continuo com

essa cara de cafajeste,

mas é só a cara”,

brinca: “Sinto falta

de ter uma namorada,

mas não de morar

junto e casar”.

Pasquim também falou

sobre seu esporte

preferido: o golfe.

Leia mais no

oglobo.com.br/kogut

Reprodução

       T       V

       G       l     o       b     o

• Jorge Fernando assina o livrodos 46 anos da Globo. Oespectador que vencer umconcurso via Twitter vai ganharos 46 autógrafos.

AS

HAVAIANAS

com a

imagem do

casal real

inglês foram

para Londres

na bagagem

de Cazé

Peçanha,

da MTV.

Fofas, né?

Veja a grade das emissoras e o resumo das novelas em oglobo.com.br/revistadatv

HOJE NA TV:

O GLOBO NA INTERNET

a

Arquivo

‘40 dias e 40 noites’

“40 days and 40 nights”. EUA/ França/Reino Unido, 2002. Direção:Michael Lehmann. Comédia romântica.

Frase em destaque. Aos 32 anos, Joshua Daniel Hartnett, que impressionourealizadores como Brian De Palma eRidley Scott, testou seus dotes para heróiromântico nesta trama contraceptiva naqual interpreta um infeliz destinado a ficarum mês sem sexo. E afins. Record, 23h.

F I L M E S

‘Zoando na escola’

“How to eat fried worms ”. EUA,2006. Direção: Bob Dolman. Comédia.

Gincana ginasial. A fim de fintar o bullying alheio, o pequeno Billy (LukeBenward) aceita um desafio indigesto parase livrar de surras e outras torturas: cevarsua barriguinha com uma dieta apetitosade minhocas. A direção desta iguariacoube a Bob Dolman, roteirista de “Willow— Na terra da magia”. SBT, 17h45m.

‘9 canções’

“9 songs”. Reino Unido, 2004. Direção:Michael Winterbottom. Romance musical.

Vitrola. Enquanto seu “Código 46”, de2003, corria o mundo, o mais prolíficodos cineastas autorais ingleses finalizou esta apaixonante experiênciamusical na qual os encontros tórridosde Matt (Kieran O’Brien) e Lisa (MargoStilley) são entremeados por concertos.Telecine Cult, 23h45m.

“O fim da escuridão” (“The edge of darkness”).EUA, 2010. Direção: Martin Campbell. Thriller . HBO 2, às15h35m e à 0h30m.

Tirando a ferrugem da ‘Máquina mortífera’MEL GIBSON interpreta um pai vingador nesta versão para a telona de uma minissérie da TV inglesa

Fotos de divulgação

P R O G R A M A S

TV Globo/Divulgação

“Cidades e soluções”. Jornalístico. Globo News,23h30m.

‘Une heure sur Terre’

 Jornalístico. TV5 Monde, 19h.

O especial “Os Estados Unidos obesos” destaca a cidadeamericana de Huntington, na Virgínia, que possui um dosmais altos índices de obesidade do país. Nos cardápios dascrianças, hambúrgueres e pratos congelados. Diante dasituação, um cozinheiro britânico resolveu ajudar apopulação do local a ter um peso saudável. Ele abriu umaescola de culinária onde as mulheres podem aprender acozinhar e melhorar os seus hábitos alimentares e o desuas famílias.

Comemoração verde

TV5/Divulgação

‘Comentário geral’

Variedades. TV Brasil, 19h30m.

A palavra cruz e seus múltiplossignificados são o tema do programa.Entre os convidados, a professora deteologia Maria Clara Bingemer explica osentido simbólico das cruzes. Já HenriqueRamos, diretor editorial da Ediouro,comenta sobre as palavras cruzadas.

‘Jersey shore’

Reality. MTV, 22h.

No episódio inédito, o clima é tenso. Arelação entre Jwoww e Sammiesquenta e a casa tem que separar osdois. Ronnie e Vinny quase saem notapa, mas Pauly D impede. E Snookieconta a Sammi que Angelina foi aresponsável pela carta anônima.

‘De carona pelo mundo’

Reality. Multishow, 16h.

Na primeira parte do episódio, Alexchega a um acampamento no Quênia etrabalha em troca de acomodação. Delá, segue para Nairobi. Após a estadiaafricana, ele ruma para Mumbai, naÍndia. No entanto, um imprevisto mudaseus planos.

RODRIGO FONSECANATALIA CASTRO

● Piloto de “Lanterna Verde” (“Green Lan-

tern”), que pousa nas telonas dos EUA em 17de junho, o neozelandês Martin Campbell ain-da não havia ressuscitado (e por duas vezes!!)a franquia James Bond, à frente de “007 contraGoldeneye” (1995) e “Cassino Royale” (2006),quando ganhava a vida dirigindo seriados deTV de produção inglesa ou canadense. Alcan-çou enorme prestígio quando emplacou naBBC a minissérie “No limite das trevas”, exi-bida de novembro a dezembro de 1985. Quan-do o produtor Graham King (“Os infiltrados”)acreditou que investir num remake do progra-ma para a telona, tendo MelColumcilleGerardGibson no elenco, seria lucrativo, Campbellfoio realizador escolhido para assumir as filma-gens. Com US$ 60 milhões de orçamento, o ci-

neasta imprimiuna telauma estéticaseca, que

evoca Michael Winner (“Desejo de matar”), aonarrar a cruzada vingadora de Thomas Cra-ven, tira que investiga as conexões entre o as-sassinato de sua filha e uma indústria de ar-mas radioativas, chefiada por Bennett (DannyHuston). Robert De Niro, que viveria o agenteDarius Jedburgh, acabou substituído por RayWinstone. Na bilheteria americana, o longa de-sapontou: rendeu apenas US$ 43 milhões, so-mando outros US$ 38 milhões mundialmente.

Armando Tiraboschi, reator de talento dadublagem paulistana, cede a voz a Gibson.

● O programa denúmero 200 é espe-cial. Na edição deaniversário, o jor-nalista André Tri-g u e i r o d i s c u t equestões sobre om e i o a m b i e n t ebrasileiro com es-pecialistas no as-sunto. O apresen-tador entrevista oeconomista Anto-nio Delfim Netto,ministro da Fazen-da no período co-nhecido como “mi-lagre econômico”;

Rubens Ricupero,ministro do MeioA m b i e n t e e d aA m a z ô n i a L e g a lem 1993 e 1994 eministro da Fazenda em 1994; e o econo-mista Armínio Fraga, que presidiu o BancoCentral entre 1999 e 2003. Os três falam desuas impressões sobre os novos temposda economia e como a questão ambientalvem se tornando cada vez mais importan-te. Durante a atração, os convidados aindacomentam o novo relatório da ONU — “Ru-mo à economia verde: Caminhos para o de-

ARMÍNIO FRAGA é um dos convidados de André Trigueiro na edição

senvolvimento sustentável e a erradicaçãoda pobreza”.

O programa também exibe vídeos envia-dos por telespectadores, que mostram so-luções sustentáveis encontradas por elespara melhorar o dia a dia.

7/16/2019 O Globo 270411

http://slidepdf.com/reader/full/o-globo-270411 51/57

SEGUNDO CADERNO ● 11Quarta-feira, 27 de abril de 2011 O GLOBO

BICHINHOS DE JARDIM

LIBERTY MEADOWSDUSTIN

AGENTE ZERO TREZE

URBANO, O APOSENTADO

A CABEÇA É A ILHA

Clara Gomes

Frank ChoSteve Kelley e Jeff Parker

Arnaldo Branco e Claudio Mor

A. Silvério

André Dahmer

VOU FICAR ESSES DIAS COM O MENINO AQUIDO LADO, O FILHO DA VIZINHA !

ALGUÉM VIU O MARC DeRAIL?ESTÃO PROCURANDO POR ELENO SET DE FILMAGENS PARA

A CENA FINAL!

SABE COMO m, TIPOBABYSITTER!

QUANTO ELEESTh

COBRANDO?

MINHA NOSSA, LESLIE! O QUEACONTECEU? ONDE ESTÁ O MARC

DeRAIL?

Acidentede carro...

uma vacapassou e...

UM

A VA

C

A?SOU SUA

FÃ!SENHOR D eRAIL... SENHOR

MARC DeRAIL?

H Q s

M O UAGE S O L

EI

C R U Z A D A S

L O G O D E S A F I OSÔNIA PERDIGÃO

Foram encontradas 25 palavras: 15 de 5 le-

tras, 9 de 6 letras e 1 de 7 letras, além da

palavra original. Com a sequência de letras

EI foram encontradas 11 palavras.

INSTRUÇÕES: Encontrar a palavra original

utilizando todas as letras contidas apenas no

quadro maior. Comestasmesmasletras,formar

o maiornúmeropossível de palavrasde 5 letras

ou mais. Achar outras palavras (de 4 letras ou

mais) com o auxílio da sequência de letras do

quadro menor. As letras só poderão ser usadasuma vez em cada palavra. Não valem verbos,

plurais e nomes próprios.

   S   O   L   U   Ç   Ã   O :   A l   g  u    m ,   g l   o  s  a ,   g   o  e l  a ,   g   o  s    m  a , l  é  -   g  u  a , l  e  s  ã   o , l  e  s    m  a , l   o  u  s  a ,    m  e l  ã   o ,    m   o  e l  a ,    m   o  u  s  e ,    m  u  s   g   o ,   ô    m  e   g  a ,  s  a l    m   o ,  s   o l  ã   o ;  a l  -   g  u  é    m ,  e  s    m   o l  a ,   g  a  u l  ê  s ,   g  u l   o  s  a ,   g  u l   o  s   o ,    m  e l   o  -  s  a ,    m  e l   o  s   o ,   o l  e   o  s  a ,  s  ê    m   o l  a ;  e    m  u l  s  ã   o ;    M   U  -   S   E   Ó   L   O   G   A .   C   o    m  a  s  e   q  u  ê  n  c i  a   d  e l  e  t  r  a  s   E I :   g  e  - l  e i  a ,   g  u l   o  s  e i    m  a , l  e i   g  a , l  e i   g   o ,    m  e i  a ,    m  e i  ã   o ,

    m  e i   g  a ,    m  e i   g   o ,    m  e i   o ,    m  e i   o  s ,  s  e i   o .

CLAUDIA LISBOA

H O R Ó S C O P O

ÁRIES (21/3 a 20/4)Elemento: fogo. Modalidade: im-pulsivo. Signo complementar:

Libra. Regente: Marte.O excesso de energia disponível deveser usado com muita sabedoria. Docontrário, estaremos desperdiçandoum enorme potencial de realização.É tempo de ter tranquilidade para 

selecionar os planos que são mais

importantes de ser realizados.

TOURO (21/4 a 20/5)Elemento: terra. Modalidade: fi-xo. Signo complementar: Escor-

pião. Regente: Vênus.Nem sempre é possível integrar a in-dividualidade com o espírito de equi-pe, principalmente quando é precisose sentir livre para criar e produzir. Étempo de encontrar a medida justa 

para se expressar como indivíduo

dentro do seu grupo.

GÊMEOS (21/5 a 20/6)Elemento: ar. Modalidade: mutá-vel. Signo complementar: Sagi-

tário. Regente: Mercúrio.Às vezes, uma única conversa é o su-ficiente pra esclarecer as situaçõesmais complicadas. Insistir em conti-nuar explicando, pode por tudo a per-der. É tempo de entender que o ex-

cesso de conversa não é garantia 

de um bom entendimento.

CÂNCER (21/6 a 22/7)Elemento: água. Modalidade:impulsivo. Signo complementar:

Capricórnio. Regente: Lua.O controle das emoções é a força res-ponsável por sua determinação emaprofundar as experiências vividas,não se intimidando para tomar atitu-des transformadoras. É tempo de de-

sapegar-se dos velhos sentimentos

para dar lugar a novas emoções.

LEÃO (23/7 a 22/8)Elemento: fogo. Modalidade: fi-xo. Signo complementar: Aquá-

rio. Regente: Sol.

Seo prestígioalcançado é resultadodeum trabalho árduo e que demandoutempo e dedicação, o melhor a fazer épreparar-se para receber os aplausosmerecidos. É tempo de celebrar suas

vitóriassem sedeixardominarpelo

excesso de autoconfiança.

VIRGEM (23/8 a 22/9)Elemento: terra. Modalidade:mutável. Signo complementar:

Peixes. Regente: Mercúrio.Ao analisar cuidadosamente e sempressa as possibilidades que a vidalhe apresenta, certamente as escolhasserão sábias. É tempo de cultivar a 

racionalidade, resguardando-se

dos desgastes emocionais provo-

cados pelas ações impulsivas.

LIBRA (23/9 a 22/10)Elemento: ar. Modalidade: impul-sivo. Signo complementar: Áries.

Regente: Vênus.Compartilhar os bons momentos e re-tribuir com gratidão as atenções rece-bidas é o suficiente para construir ba-ses sólidas de uma relação de confian-ça e respeito. É tempo de ficar atento

para o modo como trata as pessoas

com quem convive.

ESCORPIÃO (23/10 a 21/11)Elemento: água. Modalidade: fixo.Signo complementar: Touro. Re-

gente: Plutão.A inconstância pode fazer com que,em certas ocasiões, diga aquilo quevem à cabeça, sem medir as conse-quências e ferindo os outros com suaspalavras. É tempo de prestar atenção

ao modo como se comunica com as

pessoas.

SAGITÁRIO (22/11 a 21/12)Elemento: fogo. Modalidade: mutá-vel. Signo complementar: Gêmeos.

Regente: Júpiter.A generosidade faz com que tenha co-ragem de continuar fazendo o que achajusto. Mas é preciso saber dimensionar aforça exata do seu adversário para sepreparar para a luta. É tempode perma-

necer fiel aos seus ideais.

CAPRICÓRNIO (22/12 a 20/1)Elemento: terra. Modalidade:impulsivo. Signo complementar:

Câncer. Regente: Saturno.A maturidade legitimará as decisões demudança. Para não comprometer sua es-tabilidade, é precisoque tenha um tempomais longo para se organizar e decidir. Étempo de ter flexibilidade para reco-

nhecer e driblar suas dificuldades.

AQUÁRIO (21/1 a 19/2)Elemento: ar. Modalidade: fixo.Signo complementar: Leão. Re-

gente: Urano.

Talvez as circunstâncias estejam exigin-do um pouco maisde organizaçãoparaque sejam contornadas. Isso pode setornar motivo de tensão e de confron-tos. É tempo de ter paciência e tomar 

as providencias necessárias para re-

solver seus problemas.

PEIXES (20/2 a 20/3)Elemento: água. Modalidade: mu-tável. Signo complementar: Vir-

gem. Regente: Netuno.A dificuldade em estabelecer um limiteentre a realidade e a fantasia faz comque possa se perder num universo ima-ginário. As desilusões estão, portanto,sempremuito próximas.É tempo de ter 

cuidado para não idealizar as pes-

soas com quem se relaciona.

H Á 5 0 A N O S JOSÉ FIGUEIREDO

O GLOBO NOTICIAVA EM 27 DE ABRIL DE 1961

● Às 8h (hora lo-cal) de hoje, a esquadra fran-cesado Mediter-r â n e o e n t r o u ,sem oposição,na baía de Ar-ge l, capital daArgélia.

● O premier FidelCastro disse on-tem, em um pro-grama de televi-são captado emMiami,que pretendecolocar ante o pelotão de fuzilamento apenasalgunsdos invasores da Baía dos Porcos, não obstante a opinião pública cubanaexija a morte de todos. “Se matássemos a todos, estaríamos diminuindo

nossa esplêndida vitória”, declarou.● Os líderes udenistas de Goiás reuniram-se, ontem, em Brasília, em de-bates prolongados, que foram até à madrugada de hoje, e nos quais ficoupositivado um rompimento virtual com a candidatura do sr. Juscelino.

● Os arquitetos Vladimir Alves de Sousa e Jorge Eduardo Alves de Sousa con-ceberam um cemitério vertical, com 15 andares, a ser construído na Zona Sul,para substituir o São João Batista , cuja lotação está prestes a esgotar-se. Oplano será submetido ao governador Carlos Lacerda .

● O engenheiro-arquiteto Pedro Carlos Tavares da Silva concluiu o projetoda embocadura, com urbanização, na capital fluminense, do túnel Rio-Niterói e o entregará amanhã, às 16h, ao prefeito Wilson de Oliveira. A en-trega do projetoserá feita em solenidadeorganizadapelo Comitê Pró-Cons-trução do Túnel, que marcará, também, um dosúltimos atos preparatóriosda construção de túnel, cuja embocadura ocupará parte de um atêrro en-tre a Ponta d’Areia e o Forte de Gragoatá, de aproximadamente dois qui-lômetros de extensão, por 600 metros de largura.

7/16/2019 O Globo 270411

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12 ● Quarta-feira, 27 de abril de 2011

SEGUNDOCADERNOSEGUNDOCADERNO

E-mail: [email protected]

ARTUR X EXÉO

O espírito de MildredPierce continua no ar

Minissérie mostra a atualidadede personagem criada há 70 anos

Fotos de arquivo

Pode um romance, escrito 70 anos

atrás, retratando modos e costumesde sua época, fazer algum sentido em2011? “Mildred Pierce”, a minissérie

que a HBO está exibindo e cujo último capí-tulo vai ao ar no próximo domingo, está pro-vando que sim. Retratando o antagonismo en-tre uma mãe e uma filha, ambientado nos Es-tados Unidos da Grande Depressão, o livro deJames M. Cain, escrito em 1941, virou um filmnoir  clássico em 1945, inspirou uma telenove-la brasileira em 1988 e agora é uma minissériede TV que, neste 2011, destaca-se na drama-turgia fílmica americana deixando para trásqualquer filme de cinema que aquele país te-nha produzido este ano.

“Mildred Pierce”, o romance, tem um tru-que que o torna irresistível: não tem medo depôr mãe e filha como antagonistas da trama.Na época, foi um escândalo. Nos dias de hoje,ainda funciona. Mildred Pierce, divorciada efrustrada sexualmente, torna-se, em plena cri-se econômica, uma bem-sucedida proprietá-ria de uma rede de restaurantes em Los An-geles, enquanto descobre os prazeres da car-necomum playboy falido. Mas, durante toda asua trajetória descrita pelo livro, vai ter quese indispor com a filha que, esnobe, não acei-ta uma mãe trabalhadora e, vingativa, vai rou-bar-lhe o amante gostosão.

O filme de 1945, dirigido por Michael Curtiz(o mesmo cineasta de “Casablanca”), pegou le-ve na questão sexual. Em compensação, criouum crime quenão existena trama original.Logonasprimeirascenas,o espectador já sabe queo

 playboy foi morto e que Mildred confessa a au-toria do crime. A partir daí, vamos ver em flash- back como a situação chegou àquele extremo.Sucesso instantâneo, “Mildred Pierce”, que noBrasil recebeu o dramático título“Almasem su-

plício”, deu um Oscar a Joan Crawford, que in-terpretou o papel-título, recuperando sua car-reira que, na época, não ia lá muito bem.

Quem tiver a chance de ver o filme, disponí-vel em DVD (no Brasil, a versão em disco foi re-batizada de “Alma em suplício”) e figurinha ca-rimbada na programação de canais especializa-dos em títulos de outrora, certamente verá se-melhanças entre ele e a novela “Vale tudo”, de

Gilberto Braga e Aguinaldo Silva. Os autoresnunca esconderam a fonte de inspiração. No fil-mee na novela, a crise econômica — décadade1940 nosEstados Unidos, anos1980no Brasil—envolve toda a ação. O negócio da protagonista(Mildred no cinema, Raquel na novela) é comi-da. O ex-marido deMildred e o ex-marido deRa-quel são desempregados e gente boa. Há mes-

mo um acontecimento que se repete nas duasobras. Em “Almas em suplício”, Mildred, paraevitar que a filha (Veda) vá para a prisão, con-fessa a autoria do assassinato. Em “Vale tudo”quando a vilã Odete Roitman é assassinada, afilha de Raquel (Maria de Fátima) é uma dassuspeitas. Acreditando quea filha é a assassina,Raquel confessa o crime e se entrega à polícia.

Veda e Maria de Fátima parecem a mesma pes-

soa. E, principalmente, “Vale tudo” manteve omaior ponto de atração de “Mildred Pierce”: oantagonismo entre mãe e filha.

Na nova versão da HBO, as coisas são bemdiferentes. Na verdade, o crime de “Almas emsuplício”, que origina toda a narrativa do fil-me, é invenção de Hollywood. Ele não existeno romance de Cain. A minissérie de agora éinteiramente fiel ao livro. Num ritmo lento, àsvezes lento em excesso, talvez pela necessi-dade de se adaptar ao formato de uma minis-série, “Mildred Pierce” narra como mãe e filhaviram inimigas. O diretor Todd Haynes (omesmo cineasta de “Longedo paraíso”)inves-te na reconstituição de época e no trabalhominucioso de Kate Winslet, a nova Mildred.Sem o crime, que transforma a primeira ver-são num film noir , sobram o drama, o melo-drama (como sofre Mildred Pierce!) e a sexua-lidade transbordante. Mas a base de tudo ésempre o truque de James M. Cain: o antago-nismo de mãe e filha. Veda é tão diabólica, tãoMaria de Fátima, que a própria mãe tem von-tade de matá-la. E o espectador também.

■ ■ ■ ■ ■ ■

Nas fotos que ilustram esta coluna, apare-cem Regina Duarte, a Raquel de “Vale tudo”,uma espécie de Mildred Pierce tropical; JoanCrawford, a primeira Mildred do cinema; e Ka-te Winslet, a Mildred que está no ar.

■ ■ ■ ■ ■ ■

No último domingo, entre reminiscênciasde meus tempos de catolicismo praticante,escrevi que todo bom católico tem que co-mungar pelo menos uma vez por ano, na Qua-resma. Leitores, como Maruza Fontes, me cor-rigem: “Realmente a Quaresma é o período de

40 dias que antecedem a Páscoa, mas a obri-gatoriedade de comungar pelo menos umavez não é na Quaresma, e, sim, na Páscoa. En-tende-se por Páscoa não apenas o domingoque encerra a Semana Santa, mas o períodode 50 dias que vai deste domingo até o domin-go de Pentecostes.”

Anovaapostadeumdiretorqueestreouaos56Cinco anos após a consagração de ‘Eu me lembro’, seu primeiro longa, o baiano Edgard Navarro finaliza ‘O homem que não dormia’

Rodrigo Fonseca

Doses lúdicas de realis-mo mágico prometemgarantir um sono tran-quilo a Edgard Navar-

ro nas semanas que faltam paraencerrar o processo de finaliza-ção de “O homem que não dor-mia”, filme idealizado pelo ci-neasta baiano de 61 anos em1978 e só agora em maturaçãopara chegar às telas. Filmada em2009, em Igatú, na Bahia, a pro-dução, de cerca de R$ 2,5 mi-lhões,fica prontano fimde maio,para serexibida no Seminário In-

ternacional de Cinema e Audio-visual, em Salvador, em julho, edepois correr atrás de uma vaganos festivais de Veneza e do Rio.Mas para quem só estreou noslongas-metragens aos 56 anos,com “Eu me lembro” — aliás,uma estreia consagradora, comdireito a sete Candangos no Fes-tival de Brasília de 2005, incluin-doos demelhorfilme e diretor, evaga na competição do Festivalde Montreal —, as três décadasde espera não foram castrado-ras. Elas amadureceram o espíri-to críticoe até a doçura no olharde Navarro para personagenscomo Pafrente Brasil (RamonVa-ne), vítima da ditadura militar

que, numa noite, compartilhacom mais quatro habitantes deum lugarejo no interior baiano omesmo pesadelo.

— Tudo se passa em doisdias, em torno de cinco pessoasquesonham o mesmo pesadelo,ligado a uma alma penada, o ba-rão Teodoro, que eu interpreto.Fui para a Chapada Diamantinaatrás de um Brasil profundo, fil-mar uma parábola sobre a bus-ca de um tesouro imaterial —conta Navarro, que surpreen-deuo cinemabrasileiroem 1989com o média-metragem “Supe-rOutro”, passando para os lon-gas só 16 anos depois. — “O ho-mem que não dormia” é umpro-jeto anterior a “SuperOutro” e a“Eu me lembro”. Esse argumen-to me veio em 1978 e, na época,

foi escrito para Leonardo Villare Joffre Soares. Fui tomando ne-

gativas e ele nunca aconteceu.Talvez tenha demorado a acon-tecer para que eu estivessepronto para encarar a esfinge.Elepodeme libertar daneurose.Por isso, eu mesmo tive que in-terpretar o barão. Aos 61 anos,você vive a sensaçãode quenãoteve tempo para fazer o queveio ao mundo para fazer.

No papel de Teodoro, “O ho-mem que não dormia” do título,Navarro modifica as vidasde Pa-frente Brasil, Dona Brígida (Eve-lin Buchegger), Madalena (Ma-riana Freire), Vado (Fabio Vidal)e do padre Lucas, vivido por Be-trand Duarte, o protagonista de“SuperOutro”, que o cineastatenta agora lançar em DVD.

— Jung falava de fantasmas.Meu novo filme é, de certa for-

ma, a contraparte junguiana de“Eu me lembro”. É um filme delibertação. Talvez, depois dele,eu pare de dirigir filmes e pas-se a fazer florais — brinca o ci-neasta, que tem pronto o rotei-ro de “Eu, pecador”, uma críti-

ca à intolerância religiosa.O barão Teodoro será ainda

uma espécie de espírito obses-sor “encostado” no peregrinoMisquici, papel confiado a umalenda do cinema na Bahia: o oc-togenário cineasta Luiz Paulino

dosSantos, diretor de “Marcor-rente” (1967) e roteirista de

“Barravento”, primeiro longadeGlauber Rocha (1939-1981).— Paulino é uma pessoa

imensamente larga de espírito,de uma simplicidade comoven-te. Ele é cineasta há muito tem-po, estando apenas “exilado”por longo período, durante oqual se dedicou a curar pessoascom ervas, rezas e principal-mente com a ayahusca, umavez que ele faz parteda seita dodaime. Não é uma personalida-de baiana, é uma pessoa que jáultrapassou há muito esse lugargeográfico onde nasceu. ViveunaÍndia,noRio,emSampa,ago-ra mora nas montanhas do sulde Minas, num paraíso chama-do Matutu — diz Navarro, queterá seu “Eu me lembro” exibi-doamanhã, às18h,no CCBB, na

retrospectiva Cinema Brasilei-ro: Anos 2000, 10 Questões.

Num artigo para O GLOBO nasemana de estreia do longa, odiretor Walter Salles definiu “Eume lembro” como “umfilme quechegou para irrigar o cinemabrasileiro, com momentos depura poesia”. Apesarde suacar-reira comercial limitada a 15.094ingressos vendidos, a produçãode Navarro teve cadeira cativanas listas dos melhores filmesbrasileiros da última década.

— Percorri um circuito de fil-mes iconoclastas na juventudeaté chegar a “Eu me lembro”. O

filme, que me deixou perto dacriança que eu fui, tinha umolharinocente, e fez parte de umcírculo de maturidade que meconduziu a “O homem que nãodormia” com a sensação de queafirmo as mesmas verdades deum modo mais afetivo, pois a vi-da conjuga amor e dor. Fazer ci-nemaé umaforma de sobrevivera mim mesmo — diz Navarro. —Fazer cinemame tornamais leve,mais saudável, mais bonito.

Cinema da Bahia cresce

Em 2010, três longas com aBahia no DNA foram exibidosno Festival do Rio: “Trampolimdo forte”, “Jardim das Folhas

Sagradas” e “Filhos de João —Admirável mundo novo baia-no”. O filme de Navarro dá con-tinuidade à produção do esta-do, que só em 2001 ganhou umedital próprio para fomentar aprodução local.

— O cinema baiano hoje estácrescendo em número e quali-dade, conseguindo crescente re-conhecimento em festivais —diz ele. — Trabalhamos paraque o governo promova umapolíticade apoio maisconstanteao audiovisual. Acredito na for-ça da poesia e no potencial cria-tivo dessa juventude que estáchegandocom tudo. Quemsabetenhamos um novo ciclo, aindamais fecundo e duradouro doque aquele que revelou GlauberRocha, nosso eterno farol. ■

O DIRETOR Edgard Navarro (à esquerda) contracena com Luiz Paulino dos Santos, roteirista do primeiro longa de Glauber Rocha, em seu novo filme

O ELOGIADO “Eu me lembro” passa amanhã em mostra no CCBB

Divulgação/Calil Neto

Arquivo

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CARROetcCARROetcQUARTA-FEIRA, 27 DE ABRIL DE 2011

Só imagem:Uno Sporting tem

 apelo no estilo e

 pouco motor 

ForadesintoniaTV digital no carro vira moda, mas ver a programação ao volante é infração grave

Ofertas declassificados:Veículos novos e

usados nesta edição

Eduardo Sodré

 A permissão para usar navega-dores por GPS no Brasil foium avanço em nossa legisla-ção de trânsito. Mas a tecno-

logia também evolui e, agora, há vá-rios aparelhos no mercado que,além dos mapas, exibem a progra-mação da TV aberta. E o que tem degente por aí vendo seus programasfavoritos ao volante...

— Pega muito bem, só nos túneisé que sai do ar. Não me distraio, ficosó ouvindo — jura um taxista queassistia a um telejornal matutino.

O aparelho estava fixado por umaventosa ao parabrisa. Fui seu passa-geiro por três quilômetros, e conteinove olhadelas dele para a televisãoao longo do curto trecho. O motoris-ta não sabia, mas estava desrespei-tando uma determinação do Depar-tamento Nacional de Trânsito (De-natran) e poderia ser multado.

A mesma norma que regulamentao GPS proíbe seu uso como televi-

são. “Fica proibida a instalação, emveículo automotor, de equipamentocapaz de gerar imagens para fins deentretenimento”, diz o artigo 3º daResolução 242 do Conselho Nacio-nal de Trânsito (Contran).

Multa de R$ 255 ecinco pontos na carteira 

Há, porém, duas possibilidadesprevistas na lei: se o equipamentofor instalado na parte dianteira, de-verá ter mecanismo automático queo deixe inoperante ou o comute pa-ra a função de navegação, indepen-dentemente da vontade do motoris-ta e/ou dos passageiros, quando oveículo estiver em movimento. Etambém não há problema se apenas

os passageiros do banco traseiroconseguirem ver as imagens, comoacontece nos DVDs de teto ou nastelas instaladas nos encostos de ca-beça. Nos GPS com TV, não há nemuma coisa, nem outra. Resta o bomsenso do motorista.

Basta um olhar atento pelo trân-sito para ver através de vidros escu-recidos a luz colorida das televisõese DVDs em funcionamento — e temmotorista que até fixa o celular comTV no painel para não perder a no-vela ou o futebol... Caso seja flagra-do com o aparelho ligado, ele perdecinco pontos na carteira e paga mul-ta de R$ 255. É mais do que a assi-natura mensal das operadoras decanais digitais. Continua na página 2 

ASSIM NÃO PODE: o GPS Aquarius Discovery é um dos que transmitem o sinal da televisão aberta. Assisti-la com o carro em movimento é proibido pelo código de trânsito

Fotos de Fabio Rossi

DE ACORDO COM A LEI, não há

problema em deixar o equipamento

ligado no modo navegação. À esquerda,

a situação que mais distrai: tentar

mudar de emissora

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2 ● CARROETC Quarta-feira, 27 de abril de 2011O GLOBO.

O GLOBO

         C        A

        R        R         O      e        t      c

MÃO NA RODA

 Vice e Versa● Na semana passada, a Nissan apresentou na China a no-va geração do Tiida hatch — modelo que se chama Versanos Estados Unidos. O carro cresceu (passando a ter amesma distância entre eixos do Sentra) e ficou mais bo-nito e sofisticado.

Mas o que aconteceria com o Tiida sedã, que hoje é opatinho feio da linha? A resposta acaba de ser revelada: opróximo modelo com o nome Versa Sedan nos EUA nãoterá plataforma do Tiida, mas sim do compacto March. É otrês volumes Sunny.

O carro chegará ao Brasil no fim deste ano ou no início de2012, com motor 1.6 16v. Será produzido no México, mas háchances de ser feito em São José dos Pinhais (PR).

A TRASEIRA harmoniosa em nada lembra o Tiida três volumes

BMW sul-americano● A BMW anunciou, em março, que construirá uma fábricana América Latina, e o Brasil foi apontado como o favoritona disputa para receber o empreendimento. Não é só maisum boato de mercado: em entrevista ao portal iG, o pre-sidente da marca no país, Henning Dornbusch, disse quehá grandes chances disto se tornar realidade. A divulga-ção do local (e de quais modelos serão produzidos na uni-dade) acontecerá em outubro.

● http://lambrettasc.ning.com O Clube da Lambretta é um

ponto de encontro virtual para os amantes da marca ita-liana que virou sinônimo de motoneta. Destaque para os

links do blog “Lambretta Brasil”, no canto direito da tela.

ESTRADA VIRTUAL

Kia de alma nova● A Kia Motors acabou demostrar no Salão de NovaYork a linha 2012 do Soul. Omodelo sofreu vários reto-ques externos, em um típi-co “tapa de meia vida”. Masas alterações mais impor-tantes são mesmo mecâni-cas: o Soul ganhou novoscâmbios de seis marchas(manual ou automático se-quencial, como no Cerato)

e o motor 1.6 ficou mais po-tente, alcançando 135cv.

A versão 2.0, que é vendi-da nos EUA, também ficarámais forte: passará para142cv. Por fora, mudaramgrade frontal, parachoque,saia dianteira e faróis, quepassaram a ter leds. O Soulretocado deve chegar poraqui no fim deste ano, co-mo linha 2012.

Divulgação

O SOUL 2012: reestilizado e com nova caixa de seis marchas

Editor: Jason Vogel ([email protected])

Editor assistente: Marco Antonio Rocha ([email protected])

Repórteres: Eduardo Sodré ([email protected])Roberto Dutra ([email protected])

Diagramadora: Jacqueline Donola

Telefones/Redação:2534-5000

Publicidade: 2534-4310 ([email protected])Correspondência: Rua Irineu Marinho 35 - 2º andar. CEP: 20230-901

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Fotos de divulgação

O NOVO VERSA sedã divide plataforma com o Nissan March

Leaf é o ‘carro do ano’ internacionalNissan elétrico vence o WCOTY, que tem júri com jornalistas de 24 países

 Jason Vogel

Omundo está muitomudado: um carroelétrico acaba de ga-nhar o prêmio mun-

dial de carro do ano. É o WorldCar of the Year (WCOTY), rea-lizado desde 2004 e que temcomo base o neutro Canadá.

Uma vez por ano, um júri in-ternacional de jornalistas au-tomotivos se une, via internet,para elegeros melhores mode-los do planeta. Desta vez, fo-ram 66 votantes, de 24 países(há três representantes doBrasil, incluindo o repórterque vos escreve).

Aston Rapide, Ferrari 458

e Volt também premiadosNa edição 2011 do WCOTY,encerrada na semana passada,o grandevencedorfoi o NissanLeaf, escolhido em uma listade 39 carros. O modelo vitorio-so foi lançado na Europa, naÁsiaenosEUAnoanopassado— não há previsões para o iní-cio das vendas no Brasil.

Entre as qualidades aponta-das pelos jurados está o fatode o Nissan Leaf ser o portãode entradapara o novo mundodos elétricos: um hatch dequatro portas e aparência de“carro normal”, com produçãoem grande escala, mas movidopor um motor elétrico com po-tência equivalente a 108cv, ali-mentado por um pacote de ba-terias de íon-lítio.

Os demais finalistas da cate-goria principal foram os novosAudi A8 e BMW Série 5.

Outro prêmio do WCOTY éo de melhor design do ano,vencido pelo Aston Martin Ra-pide. O inglês foi consideradopelos jurados um “superes-portivo de quatro portas queconsegue uma carroceria deproporções equilibradas”. Al-guns dos outros finalistas fo-ram o Kia Sportage, o CitroënDS3 e o Alfa Romeo Giulietta.

Na categoria World Perfor-mance Car, para modelos es-portivos, quem levou a melhorfoi a Ferrari 458 Italia. Com seumotor V8 musical de 570cv, omodelo deixou na poeira os fi-nalistas Mercedes SLS AMG ePorsche 911 Turbo.

Por fim, a categoria WorldGreen Car, para carros ecologi-camente corretos. O vencedorfoio ChevroletVolt, respostadaGM à críticas de que a empresasó fazia modelos poluidores.

O Volt é um carro elétrico.Em caso de descarga das bate-rias, contudo, um gerador agasolina entra em ação, au-mentando a autonomia.

Os outros finalistas da cate-goria verde foram o NissanLeaf (que ficou com o prêmioprincipal do WCOTY) e o BMW320d EfficientDynamicsEdition— carro a diesel capaz de fazer24,3km/l, ir de 0 a 100km/h em8,2 segundos e alcançar a má-xima de 225km/h. ■

Divulgação

O NISSAN LEAF é um carro 100% elétrico que tem bom desempenho e espaço para cinco ocupantes

FORA DE SINTONIA • Continuação da página 1

Imagens nítidas são um forte apelopara deixar o motorista fora do ar Mexer na televisão é um perigo mesmo quando se está parado no sinal

O taxista que me perdoe,mas não dá para dizer que atelevisão não tira a atenção aovolante. Para produzir as fotosque ilustram esta reportagem,instalei em meu carro, poruma manhã, o GPS com TVAquarius, do grupo Maptec.Selecionei o canal e fui daruma volta pelo Aterro do Fla-mengo.O equipamento funcio-na muito bem (só perdemos osinal no mergulhão da PraçaXV), e este é o problema: ficaimpossível resistir ao apelodas imagens.

O condutor é que deveagir corretamente

Perto da Candelária, uma si-tuação clássica: se eu resol-vesse ajustar a imagem com ocarro em movimento, não te-ria percebido o ônibus queacelerava para trocar de faixana Avenida Presidente Vargas.Certamente o resultado nãoseria bom.

— Antes que as imagensapareçam, uma mensagemque alerta sobre a proibiçãode assistir ou operar a TV en-quanto se está dirigindo é exi-bida na tela. Cabe ao motoris-ta fazer o uso correto do equi-pamento — explica MarceloBittencourt, diretor executivodo grupo Maptec.

Dispotivo corta imagens como carro em movimento

A questão dos GPS com TVé a mesma das modernas cen-trais multimídias vendidas naslojas de acessórios. São equi-pamentos que juntam som,bluetooth, DVD e tevê. Não hánada de errado com a vendadestes produtos mas, sim,com seu uso. É a lógica do ce-lular:vocêpodeterum,só nãopode manuseá-lo ao volante.

Nos Estados Unidos, todoaparelho de televisão ou DVDautomotivo instalado no pai-nel frontal traz um dispositivoque interrompe as imagenssempre que o câmbio sai do

ponto morto. O mesmo acon-tece com as centrais multimí-dia disponíveis em carros co-mo o Ford Fusion e o Merce-des Classe E. É a melhor alter-nativa, pois evita que o moto-rista caia em tentação. TV aovolante, perigo constante. ■

Fabio Rossi

A FRASE EXIBIDA logo ao se selecionar o modo TV alerta o motorista sobre a restrição ao uso do aparelhoThiago Lontra/11-3-2011

A IMAGEM pode ser exibida para quem vai atrás, mas o monitor frontal deve desligar quando o carro se mover

7/16/2019 O Globo 270411

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CARROETC ● 3Quarta-feira, 27 de abril de 2011 O GLOBO

Mobilete

alucinada

Fotos de Marcelo Carnaval

Ágil e leve, Sachs MadAss 125deixa a rotina mais divertida

Roberto Dutra

Em se tratando demotos e afins, hámuita coisa estra-nha. Mas, definiti-vamente, não hánada parecido com

a Sachs MadAss 125 que o ami-go leitor vê nesta página.

O nome, em inglês, significa“bunda maluca”, numa tradu-ção livre... É um projeto da ale-mã Sachs Bikes, que também

faz sofisticadas bicicletas.As MadAss que chegam aoBrasil são fabricadas na Chinae importadas pela Barah Co-mércio Exterior. No Rio, sãovendidas apenas na loja TwoMahana, em Botafogo. Até ofim de maio, estão com preçopromocional de R$ 6.900. Paraquem busca uma máquina di-vertida e, sobretudo, diferen-te, é uma opção interessante.

Visual inusitado echeio de personalidade

É uma moto urbana e cheiade personalidade. EsqueçaHonda CG 125 Titan, YamahaYBR 125 ou Suzuki YES 125. NaMadAss, o vai e vem diário ficabem mais engraçado.

Aestruturadochassiécom-posta por dois tubos que for-mam um “Y”. Em cima deste“Y” vai o piloto e, embaixo, omotor. Simples assim. Por issoa motoé magrinha quesó.Nãohá tanquede combustível comaparência normal — o reser-vatório é na parte superior doquadro, à frente do banco, co-mo nas mobiletes.

O banco é alto e largo, masum tanto duro. Abaixo dele es-tá a ponteira de escape, gran-de e cromada, e uma bela lan-terninha de leds. Coisa fina.

O guidom é comprido e trazum painel de instrumentos di-

gitalbacana, mas simplérrimo:só tem velocímetro e hodôme-tros (total e parcial).

Teoricamente, haveria indi-cação do combustível, só queo tanque não tem boia! A “mar-cação” acende quando liga-mos a moto, mas depois apa-ga. Os dois faróis, um sobre ooutro, são um recurso estéticoarrojado. Mas os quatro pis-cas são pequeninos demais.

Posição de pilotagem édiferente, mas confortável

A avaliação com a MadAss125 foi prejudicada por São Pe-dro. Mesmo com chuva, po-rém, fomos ver do que a moto

é capaz.Sabe aqueles números decirco nos quais um urso peda-lava um bicicletinha empinan-do uma bola no nariz? Ao su-bir na Sachs MadAss 125 pelaprimeira vez, quase senti faltada bolinha colorida...

A motoquinha é bem com-pacta e eu, com 1,70m, sobra-va. Mas, curiosamente, o ban-co é alto, e quase não dá paraapoiar os dois pés no chão si-multaneamente.

A posição de pilotagem é al-go inclinada para a frente, masnão incomoda. Melhora, po-rém, ao se ajustar a posiçãodo suporte do monochoquetraseiro. Fica-se mais reto.

A MadAss 125 é muito ágil.Passa realmente em qualquerespacinho no pior engarrafa-mento. Magra, levíssima emeio alta, desvencilha-se dosproblemas melhor até do queum scooter — e com a vanta-

gem de ter aros de 16 polega-das, menos vulneráveis a bu-racos e afins.

Apesar disso, sofre-se umpouco com as irregularidadesdo piso, porqueas suspensõessão bem rígidas e têm curso

curto. Já em trechos bem pa-vimentados ela vai redondi-nha. E, com freios a disco nas

duas rodas, para bem.Pneus desgarramno piso molhado

Nas curvas, a MadAss nãoprega sustos. Mas, no asfaltomolhado, os pneus desgarramcom relativa facilidade e trans-mitem insegurança. O desem-penho não é retumbante. Omotor monocilíndrico hori-zontal (como na Honda Biz)rende 8,1cv. É valente, masnão poderoso.

O desempenho geral é satis-fatório, ajudado pelo baixíssi-mo peso da moto — 95 quilos.E, conosco, nem foi tão econô-mico como o prometido: a mo-

toquinha fez 32,2km/l (distan-te dos relatos de até 50km/l).Mas é fato que andamos ace-lerando quase todo o tempo.

Apesar da cara de malvada,só com muito esforço alcança-mos 105km/h no painel digital.Era uma descida — a máximadeclarada é de 90km/h. A me-lhor faixa de uso da moto émesmo ali entre os 40km/h eos 70km/h, quando correspon-de bem à proposta urbana.

Daí para baixo é precisocambiar bem. E, para cima, épreciso paciência. Passar dos90km/h só em reta plana e lisa,com vento a favor e os santosajudando. Até São Pedro, seestiver de bom humor. ■

SACHSMADASS125

PREÇO: R$ 8.900 (preço cheio); R$ 6.900 (promocional)ORIGEM: Alemanha/China

MOTOR: monocilíndrico, carburado, regrigerado ar, duas válvulas,

120cm³, potência máxima de 8,1cv (a 8.400rpm) e torque máximo

de 0,8kgfm (a 7.500rpm). Partida elétricaTRANSMISSÃO: câmbio de quatro marchas; secundária por corrente

SUSPENSÕES: garfos dianteiros e monochoque traseiroFREIOS: a disco nas duas rodas

PNEUS: dianteiro 90/80 R16 e traseiro 120/70 R16DIMENSÕES: 1,84m (comp.); 85,5cm (assento) e 95 quilos

TANQUE: 5 litros

DESEMPENHO: consumo de 32,3km/l* e máxima de 90km/h

*Medição de CARROetc

PAINEL DIGITAL é bonitinho, mas só tem velocímetro e hodômetros

A PERERECA de origem alemã é versátil e fácil de pilotar. No trânsito, passa em qualquer espaço mínimo. Fora dele, permite até brincadeiras radicais, como se fosse uma bicicleta

NO PISO molhado, os pneus não transmitiram muita segurança

KASINSKI: uma Prima de respeito

● A Kasinski mostrou o scooter Prima 150 no Salão dasDuas Rodas, em outubro do ano passado, mas somenteagora começa a vendê-lo. O atraso se deveu às mudan-ças para atender às atuais exigências ambientais. O Pri-ma custará R$ 5.990 e a marca espera vender cerca demil unidades por mês (o Honda Lead 110, líder do seg-mento, vende 1.700 unidades mensais e custa R$ 5.690).Seu motor monocilíndrico, refrigerado a ar e carburadorende 12cv (a 8.000rpm). O câmbio é automático do ti-po CVT. Há cores bem originais e de bom gosto, com-binando grená com caramelo e preto com caramelo. Pa-ra quem não gosta, há o tradicional amarelo táxi...

      D      i     v     u      l     g     a     ç      ã     o

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CARROetcCARROetc

4 Quarta-feira, 27 de abril de 2011

UNOSPORTING

PREÇO: R$ 32.170 (duas portas)

e R$ 33.970 (quatro portas)ORIGEM: Brasil

MOTOR: quatro cilindros, 8v, flex,

1.368cm³, potência máxima de

85/88cv (a 5.750rpm) e torque de

12,4/12,5kgfm (a 3.500rpm)

TRANSMISSÃO: manual de cinco

marchas. Tração dianteira

FREIOS: A disco na dianteira e a

tambor na traseira. ABS opcionalPNEUS: 185/60 R15

DIMENSÕES: comprim.: 3,77m;

entre-eixos: 2,37m; peso: 955kgDESEMPENHO: 0-100km/h em

11,2s e máxima de 172km/hCONSUMO NA CIDADE*: 10,5km/l

(gasolina) e 8,4km/l (álcool)*Medição de CARROetc

Cobra semUno Sporting é bom de chão e visual. Falta o motor

 Jason Vogel

R eginaldo, o faz-tudo doprédio, admira embeve-cido o Uno Sporting pa-rado junto ao meio-fio. A cadaconhecido que pas-sa, ele brinca: “Gostou?

É meu, quer comprar?”.Pego o carro e, três quarteirões

adiante, emparelho no sinal comumavan escolar cheia de garotos deseus 11 ou 12 anos. Um começa apuxar a camisa do outro, apontandopara o flamante Uno. Faço um sinalcom o polegar pra cima e os meni-nos enlouquecem pulando e gritan-do: “Caraca, maneiro aí!”.

Em três semanas e 800 quilôme-tros de convivência, cenas assimaconteceram todo o tempo. É incrí-vel que um carro barato (preço ini-cial de R$ 32.170, o de duas portas)

cause tanto abalo. Ao bom desenhodo novo Uno, juntou-se a decoração:rodas esportivas, faixas, saias late-rais, ponteira dupla de escape, faróisde neblina e, principalmente,a exclu-siva pintura na cor Laranja Nemo —que apelidamos poraqui de AbóboraComlurb. É um carro muito simpáti-co e com visual chocante.

Em ação, porém, esse abóboranada tem de selvagem. Apesar donome Sporting, a nova versão doUno tem o mesmo motor Fire Evo1.4 aspirado de seus irmãos menosenfeitados, sem qualquer prepara-ção para conseguir algo mais doque seus 88cv com álcool. Tudo pa-ra obter boa nota no “selo verde”,que classifica os carros de

acordo com as emissões.O p r o b l e m a é q u e , a2.000rpm, você dá pé fundono acelerador e percebe aindisposição do motor parafarras. É apenas um Uno co-mum, não justificando a es-portividade do visual. Co-bra sem veneno.

À insinuação de que dese-jamos diversãomais intensa,o motor responde com umsom frouxo,como se estives-se serrando. Ou melhor: um“uóoooorrr...” como umtrombone tocado sem vigor.

Suspensão mais firme,sem perder o conforto

Também nãoajuda o tram-

bulador herdado do Palio: ocurso é longo e os engates,moles. Torcemos para que apróxima geração do Palio (a ser lan-çada em julho) tenha câmbio maisjustinho, mas é uma vã esperança.

Para tentardisfarçar a falta de mo-tor, encurtaram a quinta marcha e odiferencial. Resultado: a 100km/h, oconta-giros já está apontando3.200rpm. A toda hora, o motoristaprocura uma sexta que não existe.

Falando assim, parece que nãogostamos do carrinho. Alto lá: curti-mos intensamente seu acerto “dechão”. Nos Uno comuns, a larga bi-tola traseira já agrada um bocadonas curvas. No Sporting, a suspen-são foi rebaixada em 2cm e teve mo-dificações em amortecedores, molase barra estabilizadora dianteira, pa-

ra ficar mais firme. Tudo feito de for-ma muito sutil — sem tirar o confor-to. Por mais que provocássemos, ocarro continuava muito controlável.

Os pneus são maiores que os dosUno comuns: ótimos Goodyear Ex-cellence numa medida sem exage-ros: 185/60 R15. Largos o suficientepara garantir boa aderência nas cur-

vas, mas não a ponto de transmitiras asperezas do piso para os ocu-pantes. Coisa rara nesses tempos dearos enormes e perfis baixíssimos.

A embreagem é suave e os freios,bastanteassistidos.O motorista logose adapta. Nosso carro de testes es-tava com ABS (que vem num pacotede R$ 2.488 e inclui duplo airbag).

Também apreciamos a direçãobem rápida e com volante de boa pe-ga (uma ressalva: o ajuste de alturada coluna de direção poderia ter umtantinho a mais de jogo para baixo).

De quebra, o carro é muito econô-mico: sempre rodando na cidade,conseguimos fazer 10,5km/l (comgasolina) e 8,4km/l (com álcool).

Será que teremos umUno realmente esportivo?

Falta calor no desempenho, massobram cores quentes no interior.Volante e forrações têm apliquescor de abóbora — é estimulante.Nos bancos, um padrão original,com bolinhas em baixo relevo.

De série, o Sporting traz direçãohidráulica, rodas esportivas, com-

putador de bordo e acionamentoelétrico de vidros dianteiros e tra-vas. Quer ar-condicionado e toca-CD? Pague mais R$ 2.783. Todo equi-pado, o carro sai por R$ 39.443.

Ao fim da avaliação, despedimo-nos do Uno já com saudades de suacor, suspensão, direção e economia.Agora, só falta a Fiat lançar uma ver-são esportiva com mais motor: bas-ta ir à prateleira da fábrica e buscarum dos E.torQ de 16 válvulas. ■

SAÍDA DUPLA de escape, suspensão mais baixa e belas rodas: roupa esportivaFotos de Fabio Rossi

O LARANJA é exclusivo da versão Sporting: além de prafrentex, a cor é segura, já que torna o carro bem visível. Faróis com máscara negra, saias e faixas completam o visual

O VOLANTE de boa pega e a direção rápida se destacam. Apliques coloridos custam R$ 301

veneno

7/16/2019 O Globo 270411

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