o fenômeno da regressão de memória

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O fenômeno da regressão de memória Mauricio Mendonça Jr. Capítulo 1 - A Regressão de Memória “Regressão de memória é o processo provocado ou espontâneo, por meio do qual, o espírito encarnado ou desencarnado fica em condições de relembrar o passado, da vida atual ou em existências anteriores, sejam elas recentes ou remotas”. A definição acima é bem ampla, e está assentada nos preceitos básicos da doutrina espírita, sem, no entanto ser uma criação desta, e nem oriundas de uma revelação transcendental revestidas de caráter místico ou dogmático. Antes é um fenômeno natural que pode ser pesquisado utilizando métodos e técnicas apropriadas, e que apesar dos recentes estudos e pesquisas, sabemos de sua utilização já em culturas antigas como no Egito e na Grécia. A aplicação prática mais usual para esse tipo de pesquisa, seria uma inclusão no modelo clínico atual no tratamento para as doenças da alma, traumas psicológicos e até somáticos, em muitos casos mostra- se uma técnica que facilita a solução de muitos problemas. Além disso, vislumbro a perspectiva de podermos utilizar a regressão de memória como instrumento de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal, e/ou como instrumento para terapeutas possibilitando um melhor conhecimento do paciente de psicanálise, sobre essa questão sugiro a leitura do livro Investigando Vidas Passadas, de Raymond Moody Jr. Poderíamos também conjecturar, em que seria possível uma espécie de arqueologia espiritual, onde poderíamos explorar determinados pontos obscuros da história, em beneficio geral da humanidade. Como exemplo cito o livro de HCM - Hermínio C. Miranda, “Eu sou Camille Desmoulins”, onde ele mostra um magnífico caso de regressão, identificando um dos líderes da revolução francesa, o qual teremos um capítulo com a sua síntese. Da minha parte posso acrescentar um outro caso que ainda estou pesquisando (até essa data), onde foi identificadas a Rainha Nefertiti, Faraó do Egito na XVIII dinastia, co-regente com o Faraó Akenaton. Há de se ressaltar que essa obra foi compilada, quase que totalmente transcrita dos livros de Hermínio C. Miranda, e principalmente do livro “A Memória e o Tempo”. O autor, apesar da sua modéstia, na minha opinião, é um dos maiores pensadores encarnados em se tratando desse assunto,. Uma outra parte foi tirada de diversos autores, bem

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O fenmeno da regresso de memriaMauricio Mendona Jr.Captulo 1 - A Regresso de MemriaRegresso de memria o processo provocado ou espontneo, por meio do qual, o esprito encarnado ou desencarnado fica em condies de relembrar o passado, da vida atual ou em existncias anteriores, sejam elas recentes ou remotas.A definio acima bem ampla, e est assentada nos preceitos bsicos da doutrina esprita, sem, no entanto ser uma criao desta, e nem oriundas de uma revelao transcendental revestidas de carter mstico ou dogmtico. Antes um fenmeno natural que pode ser pesquisado utilizando mtodos e tcnicas apropriadas, e que apesar dos recentes estudos e pesquisas, sabemos de sua utilizao j em culturas antigas como no Egito e na Grcia. A aplicao prtica mais usual para esse tipo de pesquisa, seria uma incluso no modelo clnico atual no tratamento para as doenas da alma, traumas psicolgicos e at somticos, em muitos casos mostra-se uma tcnica que facilita a soluo de muitos problemas.Alm disso, vislumbro a perspectiva de podermos utilizar a regresso de memria como instrumento de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal, e/ou como instrumento para terapeutas possibilitando um melhor conhecimento do paciente de psicanlise, sobre essa questo sugiro a leitura do livro Investigando Vidas Passadas, de Raymond Moody Jr.Poderamos tambm conjecturar, em que seria possvel uma espcie de arqueologia espiritual, onde poderamos explorar determinados pontos obscuros da histria, em beneficio geral da humanidade. Como exemplo cito o livro de HCM - Hermnio C. Miranda, Eu sou Camille Desmoulins, onde ele mostra um magnfico caso de regresso, identificando um dos lderes da revoluo francesa, o qual teremos um captulo com a sua sntese. Da minha parte posso acrescentar um outro caso que ainda estou pesquisando (at essa data), onde foi identificadas a Rainha Nefertiti, Fara do Egito na XVIII dinastia, co-regente com o Fara Akenaton.H de se ressaltar que essa obra foi compilada, quase que totalmente transcrita dos livros de Hermnio C. Miranda, e principalmente do livro A Memria e o Tempo. O autor, apesar da sua modstia, na minha opinio, um dos maiores pensadores encarnados em se tratando desse assunto,. Uma outra parte foi tirada de diversos autores, bem como do aprendizado prprio atravs de algumas experimentaes prticas de nossa parte. Recomendo ao leitor que caso se interesse por esses estudos no deixe de ler esse e outros livros do autor que constam na bibliografia.Um pouco de histriaAs tradies orais que chegaram at ns, falta de documentos mais confiveis, foram de grande valor, mas, no curso dos sculos, tornaram-se desfiguradas, como medalhes corrodos, cuja idade os arquelogos tentam decifrar... (Christian Paul, 1972)Equivale a dizer, que o conhecimento de importantes aspectos do esprito e das leis naturais, foi muito extenso e profundo em remotas eras e que a histria oficial no tem registros. No Egito antigo foi desenvolvida a tecnologia de desdobramento. Nesse estado que atualmente muitos chamam de estado alterado de conscincia o ser espiritual, parcialmente liberto, tinha condies de utilizar-se de conhecimentos que na vida de viglia lhe seriam inacessveis; de deslocar-se no tempo e no espao; de entrar em contato com seres desencarnados, etc. Posteriormente algumas dessas tcnicas foram utilizadas na Grcia e em Roma, mas a j com grandes deformaes... E depois, uma grande represso na Idade mdia sufocou quase que totalmente essas tradies.Aps o trmino do perodo de tirania da Igreja Catlica, houve uma retomada no desenvolvimento de outras reas do conhecimento humano. Um dos pioneiros foi Paracelso (1.493), o mdico maldito, que reconhecia o aspecto espiritual do homem e questes como a reencarnao. Reencarnaria depois como Hahnemann (1.755) com as mesmas idias e criaria a homeopatia. Antonie Mesmer (1.733), mdico excntrico, que descobriu o magnetismo-animal, ou seja o fluido-animal, que pode ser utilizado com fins curativos, aplicado hoje nos centros espritas sob o nome de passe.Desde meados do sculo XIX, diversos pesquisadores vem contribuindo para elucidao desse mistrio; nomes como Allan Kardec, Gabriel Delanne, Ernesto Bozzano, Albert de Rochas, etc. E mais recentemente outros nomes tem contribudo com suas pesquisas: Ian Stevenson, Denis Kelsey, Helen Wambach, Edith Fiore, Brian Weiss e muitos outros.Premissas bsicasConforme foi dito anteriormente, o fenmeno de regresso de memria um fenmeno natural e como tal obedece a leis e no a dogmas ou princpios religiosos. Espero que o leitor cptico que por ventura esteja nos dando a honra de sua leitura, possa simplesmente aceitar os princpios que seguem abaixo como hipteses de trabalho e ir em frente. Porm para aqueles que conhecem a doutrina dos espritos ou tem algum outro tipo de conhecimento espiritual, lembro que embutidos na estrutura do fenmeno esto os seguintes conceitos fundamentais: Existncia do esprito, ser consciente e em evoluo. Existncia de um corpo sutil, denominado perisprito. Preexistncia do esprito sua vida na carne. Sobrevivncia do esprito aps morte do corpo fsico. A vida noutra dimenso no intervalo entre as vidas na carne. A reencarnao (em um novo corpo ). A responsabilidade pessoal, pelos atos praticados.TcnicasAlgumas pesquisas de regresso, dizem respeito a lembranas espontneas em adultos e principalmente em crianas. Nesses casos no so requeridas tcnicas, bastante uma metodologia para coleta e checagem dos dados. Para a regresso provocada, algumas tcnicas foram desenvolvidas e aplicadas em conjunto a fim de possibilitar a leitura das memrias que no esto acessveis ao que chamamos de conscincia.a. Relaxamento induzido: Devem ser aplicadas sugestes verbais, em local confortvel e com msica prpria para facilitar o relaxamento;b. Hipnotismo com Sugesto: Utilizado o Hipnotismo clssico, atravs de sugesto verbal;c. Passes Magnticos: Aplicao de passes e relaxamento;d. Hiper-Oxigenao: Acelerao acentuada da respirao;e. Relaxamento pelo Sono: Utilizao do cansao produzido pelo sono;f. Drogas alucingenas;Dessas tcnicas nos deteremos no estudo de trs, a saber: Relaxamento profundo, Hipnose e Passes. Nossa ateno, no decorrer dessa obra, ser focada nos mecanismos que do suporte ao fenmeno, no iremos no deter, portanto, nas prticas de terapia usando a Regresso de Memria como instrumento de trabalho.Captulo 2 - A Verdadeira Histria do TempoPara entendermos os mecanismos e as tcnicas de Regresso de Memria imperioso mergulhemos no profundo oceano de idias e conceitos que envolvem duas das grandezas das mais exticas: A memria e o tempo. Deixo-lhes aqui com o Pensamento de Hemnio C. Miranda, HCM, em A Memria e o Tempo.O TempoQue o tempo? Pergunta aparentemente simples e de fcil resposta. No nos iludamos, porm, com sua enganosa simplicidade. Todos conhecemos as noes usuais sobre o tempo como a sucesso de minutos, dias, meses, etc., Mas mergulhe um pouco mais fundo e ficar abismado ante a complexidade do fenmeno tempo. Santo Agostinho, confessou honestamente a sua dificuldade em definir o tempo, escreveu ele:Que , ento, o tempo? Se ningum me perguntar, eu sei; se desejo explic-lo a algum que me pergunte, no sei mais.Aristteles na sua Fsica, fez uma penetrante anlise que ainda hoje impressiona. Para ele o agora uma partcula indivisvel de tempo encravada entre o passado e o futuro e que de certa forma, tem de pertencer um pouco a cada um deles, do contrrio no poderia lig-los.O agora o fim e o princpio do tempo, no ao mesmo tempo, contudo, mas o fim do que passou e o incio do que vir No incio do sculo XX, Albert Einstein revolucionou a Fsica com suas idias sobre o universo. Uma de suas equaes demonstra o que ficou conhecido como paradoxo dos gmeos, onde em uma fictcia viagem espacial prximo velocidade da luz, um dos gmeos partiria na nave e o outro permaneceria na terra. Passado dez anos na terra a nave retornaria, sendo que o para o gmeo que viajou teria se passados apenas alguns meses. HCM entende que o tempo realidade que transcende nossas limitaes espaciais:A diviso presente, passado e futuro meramente didtica, destinada a reduzir a termos compreensveis uma realidade que, sob muitos aspectos, ainda nos escapa, mas que parece ser contnua e simultnea. O presente apenas uma linha mvel que arbitrariamente imaginamos, para separar em duas passado e futuro uma realidade indivisvel e global.Ento, O futuro j existe?Somos levados a admitir, conjugado com a teologia, e a metafsica a dizer que sim: evidente que vivemos num universo perfeitamente ordenado, criado e mantido por uma inteligncia prodigiosa, inconcebvel para ns. O futuro, portanto, no poderia conter surpresas e imprevisto para Deus, suprema inteligncia criadora: seria o caos. E se Deus conhece essa realidade Ela j existe. LEF - Lembrana de Um Evento Futuro:Um acontecimento no raro que acontece com praticamente com todas as pessoas a ntida sensao de que uma cena (uma conversa, por exemplo) que est acontecendo agora,nesse momento, e no entanto tem-se a certeza que aquela cena j aconteceu antes, exatamente da mesma forma. Ou seja, como se tivssemos lembrando de um evento futuro. A esse fenmeno estou atribuindo o nome: LEF Lembrana de Um Evento Futuro. Outro tipo de experincia que demonstra essa idia, realizada nos laboratrios de parapsicologia ou de pesquisas PSI. Onde sujeitos (pessoas que se submetem a experincia) tentam prever quais cartas ou imagens iro ser sorteadas por um programa de computador. Os resultados mostram um nvel de acerto bem maior do que seria apresentada pelo acaso, ou sorte.Podemos concluir da que o futuro pode ser lembrado, ou seja observado antes que o fato acontea. Temos a, um paradoxo... Se o futuro pode ser lembrado, ele pode ser alterado? H um determinismo absoluto na nossa vida? Como ficaria o conceito de livre arbtrio? ... Parada para respirar...Prximo voO fsico Stephen Hawking[1], cujo livro Uma Breve Histria do Tempo serviu de inspirao para o ttulo desse captulo, nos seus livros de fsica para leigos, prope interessantes teorias para as questes como a origem do universo e a natureza ntima do tempo. Tambm prope cenrios onde se admitem outras dimenses paralelas a essa que conhecemos, com seres inteligentes pertencendo a essa realidade alternativa. No captulo referente a forma do tempo ele diz:O que o tempo? Um rio ondulante que carrega todos os nossos sonhos? Ou os trilhos de um trem? Talvez ele tenha curvas e desvios, permitindo que voc possa continuar seguindo em frente e, ainda assim, retornar a uma estao anterior Stephen Hawking. O fsico Laplace, sculo XVII, acreditava que o universo obedecia as Leis mecanicistas de Isaac Newton[2], e portanto se soubssemos a velocidade e a posio inicial das partculas poderamos teoricamente calcular todos os eventos que ocorreriam no futuro. Atualmente, de acordo com a fsica quntica existe o princpio da incerteza, que afirma exatamente o contrrio, ou seja, ns no podemos conhecer a posio e a velocidade das partculas ao mesmo tempo. Fica ento de acordo com a fsica atual a impossibilidade do conhecimento prvio de qualquer acontecimento futuro. Apesar disso certos fenmenos indicam que de certa forma pode se prever o futuroDeterminismo X Livre- arbtrio A seguir tento mostrar o meu pensamento de como conciliar essa aparente contradio. Para a prxima fase desse quebra-cabea precisamos nos armar de algumas ferramentas auxiliares: Mente: O mais complexo elemento do universo; Conscincia: Instrumento da mente para percepo e ao da realidade; Deus: A super mente e a super conscincia; Projeo: Capacidade de Projetar o Futuro; Futuro P: O futuro projetado por uma mente qualquer.Hiptese:A mente tem a capacidade natural de projetar o futuro (Futuro P) de acordo com os dados acessados e principalmente s vastas informaes armazenados em si prpria. Quanto mais evoluda e capacitada for a mente, mais provvel de acontecer ser o Futuro P projetado por essa mente.

Sendo assim se a mente do Indivduo X, pode projetar um futuro P. com uma certa probabilidade que se torne real.Surge a partir da duas questes sumamente importantes:1. Uma mente infinitamente poderosa (Deus) poderia projetar o futuro P. com absoluta certeza?2. Ou seja, nosso futuro est inexoravelmente traado na mente de Deus?? A resposta da primeira pergunta Sim, a segunda No. Explico:Deus nos d o livre arbtrio relativo, proporcionalmente a nossa responsabilidade em relao s leis csmicas imutveis. Quanto maior a responsabilidade adquirida, maior a sua liberdade de escolha, o livre arbtrio. Como compatibilizar a existncia de um futuro P. (Projetado) com a liberdade de escolha por cada um de ns? A resposta de uma certa bvia; porque trata-se de um futuro PROJETADO, e no REALIZADO. Portanto em determinado momento de sua existncia, o indivduo X, toma uma deciso radical (certa ou errada), se sua escolha for contrria ao que estava no futuro P. original, instantaneamente um novo futuro P2 calculado; na realidade sempre um novo futuro Pn calculado a cada instante, similarmente ao que se passa quando se joga uma partida de xadrez, uma nova seqncia calculada a cada jogada. Isso de certa forma est de acordo com ao princpio da incerteza, onde no h o determinismo absoluto. Por analogia podemos tomar um outro exemplo: Imagine uma planilha de calculo eletrnica (qualquer computador pessoal possui esse recurso), onde calculado a lucratividade na fabricao de um determinado produto. Para se chegar margem de lucro desejada, temos que informar ao programa, uma srie de ndices e valores iniciais a fim de obter o resultado. Suponhamos que dado uma srie S1 de dados iniciais, chegamos ao resultado de lucratividade igual a 1,328; Caso haja uma variao nos dados, no decorrer do tempo, e alterarmos uma varivel de maneira radical, poderemos ter uma nova lucratividade igual a 1,456.Desta forma podemos conjeturar que o tempo na realidade seria uma realidade nica, um eterno passado-presente-futuro. E nosso estado de conscincia normal, apenas consegue captar com maior exatido o presente; com alguma dificuldade em perceber o passado e com uma dificuldade muito maior em perceber o futuro. De qualquer maneira a forma habitual como entendemos o tempo, falsa. De alguma maneira os fatos passados, presentes e futuros esto l. O que nos falta normalmente a percepo de como observ-lo. O PASSADOOutra complicada questo : O passado pode ser alterado, ou simplesmente observado?Ao que parece o Passado est na categoria dos eventos j realizados e no mais estaria sujeito a alteraes, podendo ser revisto ou at mesmo vivenciado mentalmente, mas no mais seria passvel de mudana.A MemriaAgora voltemos, ao pensamento sereno de HCM:Memria faculdade de reter idias, impresses e conhecimentos adquiridos anteriormente. Lembrana, reminiscncia, recordao. Embora o conceito de memria no seja to complexo quanto o de tempo, oferece tambm dificuldades quanto ao seu perfeito entendimento. Vejamos o que disse o filsofo Plato, h mais de dois mil anos:Sendo a alma imortal e tendo nascido muitas vezes e tendo visto tudo quanto existe... conhece tudo; no admirao alguma que ele tenha condies de trazer de volta lembrana tudo quanto j soube acerca da virtude e de tudo. (Plato)Na verdade isto que ocorre: nossos arquivos mentais (as nossas memrias) so exageradamente vastos, h neles um dossi completo para cada uma de nossas vidas. Ali esto, perfeitamente arrumados, classificados e a disposio do ser humano; todas as suas vivncias, do suspiro ou sorriso at as agonias da mais terrvel tragdia. Uma das funes mais importantes da mente a de esquecer, no esquecer em definitivo, e sim guardar fora da memria consciente todo o material que no est sendo interessante reter no momento. At mesmo nas memrias da vida presente algumas no conseguimos nos lembrar a no ser por meio da hipnose (ou outro mtodo semelhante).Existem dois tipos de patologias envolvendo a memria, uma onde a pessoa no consegue lembrar do que aconteceu minutos atrs, e outra onde a pessoa mantm uma espcie de memria fotogrfica de tudo que se passou com ele durante toda a sua vida. Esta ltima aparentemente parece ser uma vantagem, mas na realidade torna-se uma maldio porque causa uma sobrecarga nas funes cerebrais e no consegue-se viver de uma maneira tranqila e feliz, nem to pouco utiliza outros aspectos no mnemnicos como a arte e outras inteligncias, as chamadas inteligncias emocionais.Um problema real que no podemos ignorar a possibilidade de se implantar memrias falsas na mente de uma pessoa, atravs da hipnose. Isso levou a que a polcia americana se precavesse quanto a utilizao da hipnose (mesmo sem transe profundo) para a obteno de confisses de crimes ou como identificao de suspeitos. Isso aconteceu devido a algumas condenaes baseadas em lembranas recuperadas sob hipnose e que depois se mostraram falsas. Por esse motivo, nas sees de RM devem ser evitadas ao mximo sugestes que levem o sujeito criar personagens e fatos fictcios. Muito embora nos transes mais ou menos profundos o sujeito rejeita as sugestes que esto em desacordo com as lembranas e reafirmam o que realmente esto vendo ou sentindo. Em todo caso, no convm introduzir fatores de erros nas pesquisas de RM.ConclusoDiante desse quadro, nada h de surpreendente no fato de que se empregando a tcnica apropriada seja possvel no apenas sincronizar com aquela realidade da memria chamada da memria que chamamos passado, como a outra realidade do tempo que chamamos futuro. De alguma forma, portanto possvel encontrar nas estruturas do tempo brechas csmicas por onde os sensores da mente aprofundam-se na intimidade de nossos registros inconscientes e reproduzem sons, imagens e emoes de um passado esquecido, mas no destrudo, da mesma forma que a metodologia da hipnose pode rebuscar os registros da vida atual no mbito da subconscincia e do inconsciente. O esquecimento conveniente, contido por certos condicionamentos, mas no absoluto e total.Tempo e Memria so dois conceitos fundamentais da tcnica de regresso de memria, embora encontremos tambm referncias de natureza espacial.Captulo 3 - A Alquimia da MenteA Alquimia da Mente - Este o ttulo do livro do HCM, que tenta desvendar os mistrios da mente humana. Foi ao mesmo tempo difcil e recompensador a tarefa de estudar e resumir as concluses do escritor. Nesse livro alm de conceitos pertinentes doutrina dos espritos, mostrado tambm pensamentos e idias de grandes nomes de filsofos e pesquisadores da mente de uma forma em geral, desde Freud at Anne Besant.O Crebro e a Mente: muito comum se fazer confuso entre os conceitos de crebro e mente, ou seja, serem tomados como sinnimos. Muitos querem atribuir ao crebro a funo de criador de pensamento/conscincia, assim como o fgado produz bile, ou rim produz a urina, a questo que a bile ou a urina so substncias bioqumicas, enquanto o crebro produz elementos subjetivos como idias, emoes e inteligncia. Mais de acordo com a doutrina dos espritos o conceito de que a mente seria a entidade inteligente que comanda o rgo material crebro, semelhante ao motorista que dirige um grande caminho. Poderamos melhor comparar com o que na informtica chamamos de hardware e software. Onde hardware seriam os circuitos eletrnicos digitais e o software seriam os programas que agiro nesse hardware. Dessa forma o hardware (matria) seria o crebro e o software (Inteligncia), a mente. Ou seja, um o agente, o outro o instrumento.Crebro: Lado Esquerdo x Lado DireitoO crebro , portanto um sofisticado e complexo circuito bio-eletrnico, por onde trafegam idias que recebe, interpreta, processa e despacha. H uma simetria na forma do crebro, conjugada com uma assimetria de suas funes. O hemisfrio esquerdo controla o lado direito do corpo e dele recebe as sensaes correspondentes, ao passo que o hemisfrio direito do corpo controla o lado esquerdo. exceo dos canhotos, a fala e o pensamento espacial constituem atribuies praticamente exclusivas do hemisfrio esquerdo. Por outro lado, o direito especializado em aspectos no verbais, tais como: aspectos imateriais, emoes, msica e artes em geral, sendo-lhe pois indiferente que passem por esse ou aquele hemisfrio.O pensamento consciente costuma ser eminentemente verbal, portanto no domnio do lado esquerdo, enquanto o lado direito como no verbal sediaria os pensamentos inconscientes.Curioso observar que nos canhotos todas as funcionalidades do crebro esto invertidas. Mais ainda, se um dos hemisfrios se danifica, o outro pode assumir tarefas para as quais, em princpio, no estaria programado.Individualidade e Personalidade:Seguindo as estruturas desse estudo, precisamos de dois conceitos fundamentais, abalizados pela experincia do Hermnio C. Miranda. Individualidade:O ser inteligente, o esprito eterno. Guarda em si, todas as experincias fisiolgicas e psicolgicas desde a sua criao, todas as memrias de suas vidas na matria e fora dela; normalmente instalada (conectada) no hemisfrio direito; a mente.Personalidade:O mesmo ser individual,porm sem todos os recursos da individualidade. Dispe, regra geral, da memria da vida atual, do ncleo dos instintos, das aquisies morais e de Inteligncia, sem, no entanto lembrar-se das memrias arquivadas das existncias anteriores; normalmente instalada no hemisfrio esquerdo; a alma.O esprito, esse ser consciente, responsvel, lcido e permanentemente ligado mente csmica, est instalado no hemisfrio cerebral direito seu posto de monitorizao e comando. a Individualidade que traz nas suas prprias estruturas espirituais, no apenas a vivncia de todo um passado de experincias, como a programao para cada nova experincia que se inicia na carne. Uma vez colocados na memria operacional da criana, no hemisfrio esquerdo, os programas necessrios manuteno da vida, ela se retira para o contexto que lhe prprio e, atravs de seus terminais no lobo direito, monitora a atividade que a Personalidade vai desenvolvendo.Pelo mecanismo da reencarnao, a Individualidade vai aprendendo a vencer as limitaes da matria e a domin-la, sendo cada vez mais ela prpria, at que a personalidade no lhe constitua mais empecilho sua manifestao. Assim quando uma Individualidade atinge o nvel evolutivo do Cristo, a matria na qual se acha mergulhada a Personalidade no oferece mais nenhum obstculo expresso da Individualidade. Nesse caso praticamente no mais perceptvel a diferena entre a individualidade e a personalidade encarnada.A AlmaPequeno vocbulo que apresenta segundo o dicionarista, 26 significados. Relacionemos alguns que interessam ao nosso estudo para anlises:Verbete: alma1. Princpio de vida. (Princpio Vital)2. Filos. Entidade a que se atribuem, por necessidade de um princpio de unificao, as caractersticas essenciais vida (do nvel orgnico s manifestaes mais diferenciadas da sensibilidade) e ao pensamento: as faculdades da alma. 3. Princpio espiritual do homem concebido como separvel do corpo e imortal: "A alma precisa de silncio e prece" (Cruz e Sousa, ltimos Sonetos, p. 95): Reza pelas almas dos vivos... (Perisprito). 4. O conjunto das funes psquicas e dos estados de conscincia do ser humano que lhe determina o comportamento, embora no tenha realidade fsica ou material; esprito: Seu estado de alma sempre lhe transparece nos olhos. 5. Pop. Esprito desencarnado: Diz ele que anda vendo almas. (Perisprito)6. Pessoa, indivduo: Era uma boa alma; Mora num lugarejo de dez mil almas. Quando o Allan Kardec perguntou aos espritos que lhe assessoravam O que a alma?, responderam simplesmente que o esprito encarnado, mas que isso dependeria do entendimento que se quisesse dar a essa palavra. A reposta, apesar de curta, apresenta uma grande objetividade e coerncia com os demais postulados da doutrina dos espritos. Para o sentido popular 6. Esprito desencarnado, temos o conceito de perisprito (veja o captulo do Magnetismo animal), que mesmo Ka dos egpcios, ou corpo espiritual (ou pneumtico) no dizer do apstolo Paulo.A alma, portanto seria no presente estudo um sinnimo para personalidade. , portanto uma entidade da mesma natureza que o esprito (ou individualidade), porm no dispondo de todos os seus recursos; ou seja, um esprito encarnado, e dessa forma limitado pelas circunstncias que lhe so imposta pela sua condio de encarnado.Consciente e InconscientePodemos agora relacionar essas duas definies com os conceitos geralmente utilizados na psicologia. Consciente: a interface entre a Personalidade e a vida/mundo material.Inconsciente: a parte da Individualidade no incorporada personalidade.Os habituais conceitos da psicanlise de consciente e inconsciente nos induzem a crer que h dois seres dentro de cada pessoa encarnada. No podemos deixar de reconhecer que suas dissemelhanas apresentam-se to veementes que justifica em parte o pensamento acima. Apesar disso, no h dois seres distintos em ns, o que h uma realidade nica, o psiquismo superior, ou Individualidade, que, mergulhado por uma de suas pontas na matria densa, tem a outra acoplada ao que poderamos chamar de psiquismo csmico. O Livro dos Espritos, no capitulo VIII, da emancipao da alma, trata dessa questo, ou seja, das atividades que o esprito encarnado exerce nos seus momentos de liberdade relativa. HCM observa que no deve ser qualificado de inconsciente, um processo consciente de si mesmo e que sabe o que quer e para que metas se dirige.Acesso Memria IntegralSendo assim e tendo em mente as estruturas de tempo e espao, nada h de surpreendente no fato de que se empregando tcnicas apropriadas seja possvel ter acesso tanto memria da vida atual (prpria da Personalidade) quanto memria integral pertencente a Individualidade. HCM sugere que a memria integral semelhante a um conjunto de disquetes (eu diria hoje, CD regrvaveis que so mais durveis e de maior capacidade). Para cada nova existncia, um novo disquete preparado para armazenar toda aquela vida. Ao final da experincia na carne os dados seriam transferidos para a rea de armazenamento da individualidade. Isso explicaria em parte o fenmeno da recapitulao panormica no momento da morte, conforme relatos medinicos e as pesquisas de experincias de quase morte. A personalidade teria ento um fcil acesso as gravaes da vida presente. Durante o transe numa seo de Regresso de Memria, a personalidade adquire momentaneamente alguns recursos a mais da individualidade, incluindo a o recurso de acesso aos disquetes armazenados de existncias passadas, e at mesmo de perodos entre as encarnaes. Dessa forma o mecanismo envolvido na recuperao das lembranas seria to somente uma questo de memria, ou seja, a capacidade de recuperar todas as informaes gravadas anteriormente, e no envolveria diretamente a dimenso tempo e, portanto no explicaria as progresses de memria.Um outro esquema possvel para acesso memria integral como se o lado direito do crebro (ou comandado por ele) pudesse sintonizar da mesma forma como em um receptor de ondas eletromagnticas de rdio ou TV, com um tempo no-presente e obter as informaes detalhadas de todos os perodos das suas existncias. Assim explicaria tanto as progresses de memria, quanto a grande carga emocional que o sujeito apresenta quando regride e tambm o fato dele se sentir l como se tivesse revivendo a cena. Muitas vezes, em transe profundo, como se fizesse uma viagem no tnel do tempo.Talvez tambm possa ser um misto das duas idias. De qualquer forma bom ter em mente essas idias e quem sabe em futuro breve possamos pesquisar mais profundamente essas questes. Por enquanto nos limitaremos a pesquisar o fenmeno da regresso em si, sem nos preocuparmos qual o mecanismo intimo do armazenamento e acesso s informaes.Captulo 4 - Regresso no Livro dos EspritosNesse ponto poderamos questionar quanto a tica sob o ponto de vista esprita, do acesso desses arquivos inconscientes e traz-los a nvel consciente da personalidade. Implantar em uma Sociedade Esprita, um trabalho de estudo (e, por conseguinte de pesquisa) sobre o fenmeno de regresso de memria, no uma tarefa das mais fceis. Embora tenhamos conseguido o apoio da Diretoria da S.E., obviamente algumas vozes se levantaram, se no contra, mas pelo menos em sinal de alerta, que alis tem sua razo de ser. Por muito tempo tinha escapado das criticas me apoiando nas consideraes do Herminio C. Miranda, porque em linhas gerais o mesmo tipo de pesquisas que procuramos desenvolver. A seguir procurei fazer as minhas prprias argumentaes. Na verdade eu busquei no Livro dos Espritos-LE algum material que possa servir de discusso. Em primeiro lugar, gostaria de deixar claro a diferena entre 'Regresso de memria - RM' e TVP - Terapia de Vidas Passadas. TVP como o prprio nome diz terapia, e, portanto requer um Paciente, um Problema (psicolgico no caso) e um Terapeuta Habilitado. No sendo at o momento objeto de pesquisa da nossa parte. Como pretendemos nos apoiar no LE, convm relacionar a RM com o fenmeno denominado *sonambulismo* (natural ou magntico), ou seja, a RM um dos fenmenos que pode ser conseguido quando o indivduo se encontra no estado de sonambulismo ou de xtase. Informando ao leitor caso desconhea, que sonambulismo nesse caso no se refere ao distrbio do sono onde o indivduo caminha durante o sono. No sentido aqui utilizado o sonambulismo um estado alterado de conscincia onde o indivduo em transe demonstra maior inteligncia e conhecimento e sentidos ampliados do que em estado de viglia.Vejamos o que consta no Livro dos espritos:425- Como se pode explicar o Sonambulismo?? uma independncia da alma, maior do que no sonho, e nesse caso suas percepes esto mais desenvolvidas. ... O espirito inteiramente ele - mesmo. ... Que eles so uma conseqncia de uma lembrana precisa de acontecimentos de uma vida anterior, e algumas vezes mesmo uma espcie de intuio do futuro. 426 - O chamado sonambulismo magntico tem relao com o sonambulismo natural? a mesma coisa, exceto que ele provocado.445- Que conseqncias se pode tirar dos fenmenos do sonambulismo? ... Que ele estude esses fenmenos e a encontrar a soluo de mais de um mistrio que a sua razo procura inutilmente penetrar. 455- Resumo terico do sonambulismo... ... O sonambulismo magntico pode ser reproduzido artificialmente como tantas outras coisas... um fato, e contra fato no existe raciocnio possvel, ele se propaga, malgrado a m vontade de alguns. ... Para o espiritismo o sonambulismo mais que um fenmeno psicolgico uma luz derramada sobre a psicologia. ai que se pode estudar a alma, porque se mostra a descoberto... Apesar dessas questes no tratarem somente da RM, evidente que ele esta contida no rol dos fenmenos do sonambulismo, a saber: Desdobramento (ou viagem astral), clarividncia, mediunidade, telepatia, autoscopia, regresso e progresso de memria, etc.A seguir veremos as consideraes sobre o "vu sobre o passado", o principal ponto levantado como argumento contrrio a utilizao da RM, uma espcie de tabu. O esquecimento do passado...392 - Por que o espirito encarnado perde a lembrana do seu passado? R - O Homem no pode nem deve tudo saber, Deus assim o quer... Pelo esquecimento do passado, ele mais ele - mesmo. Nessa resposta no h propriamente uma proibio, mais uma justificativa do 'por que' do esquecimento. Evidentemente no d para contestar a necessidade do esquecimento temporrio das lembranas do passado, mas sendo possvel utilizar essas memrias com fins teis, no inteligente rejeitarmos essa possibilidade. De acordo com as respostas dos espritos temos duas hipteses:1) No pode De acordo com as observaes de HCM e de nossas prprias experimentaes, algumas memrias esto como que censuradas. Muitas vezes o prprio sensitivo diz que sentiu que no deveria lembrar. De qualquer maneira no convm forar para que determinados fatos venham a nvel consciente. Entretanto na grande maioria dos casos as memrias estiveram acessveis e no ofereceram riscos a estabilidade emocional do sensitivo.2) No deve - a questo aqui aprofundar a questo para saber o que deve e o que no deve saber. Obviamente nenhum dos objetivos para recuperar as nossas memrias secretas pode ser a curiosidade e devemos ter sempre em vista as questes ticas e morais. Vejamos as questes seguintes:394 - Nos mundos mais avanados que o nosso. ... eu pergunto se, na sua posio, os habitantes desses mundos no se crem mais infelizes do que nos.. no tendo a lembrana de uma existncia anterior para comparao? R - A isso precisa dar duas respostas diferentes. Ha entre aqueles que falas, cujos habitantes tem uma lembrana muito clara e muito precisa de suas existncias passadas. ... Outros no apreciam sua felicidade, pelo fato de que no tem lembrana de um estado mais infeliz. Se eles no a apreciam como homens, apreciam como espritos. 395 - Podemos ter algumas revelaes sobre nossas existncias anteriores? R- Nem Sempre. ... Essa resposta est de acordo com praticamente todos os pesquisadores de RM, espiritas ou no. Ou seja, somente podemos nos lembrar das coisas que esto digamos, liberadas por uma lei tica independente da nossa prpria vontade consciente, e no convm forar a barra para lembrar de fatos passados que esto bloqueados de alguma forma para acesso pela personalidade. 397 - Nas existncias corporais de uma natureza mais elevada que a nossa, a lembrana das existncias anteriores mais precisa? R- Sim. ... A lembrana do passado mais clara para aqueles de um mundo de ordem superior. Lgico pensar que a Terra ir um dia, talvez breve, mudar de ordem e nesse caso como se processaria esse acesso s lembranas? Naturalmente? Isto , vindo dos espritos, ou requer a participao dos homens de cincia? Ou quem sabe at dos espiritas? permita-me uma pitada de ironia.Kardec comenta assim sobre esse esquecimento: ... o espirito perde momentaneamente a lembrana de suas vidas passadas... e elas podem lhe serem reveladas em certas circunstancias; mas apenas pela vontade de espritos superiores, com o fim til e jamais para satisfazer uma v curiosidade. Aplicao prtica da RM mais evidente a TVP Terapia de Vidas Passadas, inmeros pesquisadores, a maioria no esprita, j observou a eficcia desse tipo de teraputica, em muitos casos, poucas ou somente uma, sesso de regresso j foram suficientes para conseguir uma melhora significativa dos sintomas. Disso nos ocuparemos um pouco mais frente. Outros pesquisadores, dentre eles, o americano Dr. Raymood Jr. autor do bestseller vida alm da vida, mostram a possibilidade de se usar a RM como meio de Buscar o auto-conhecimento , fazendo um estudo sistemtico das nossas vidas e buscando fazer um relacionamento entre elas e o nosso presente de uma maneira positiva e como forma de aprendizado. HCM sugere que podemos realizar uma espcie de Arqueologia espiritual, onde personalidades histricas e ou participantes dela, encontrada nos casos estudados possam permitir verdadeiras entrevistas com quem realmente participou dos tramas e dramas da humanidade.Na minha opinio, ns espiritas estamos 'enterrando' os talentos que recebemos. Somos aqueles a quem foi confiado o talento do conhecimento e com medo de errar, arriscar, preferimos nos esconder atrs da desculpa de que isso no permitido, que seria pecado profanar o sagrado. Enquanto vacilamos na nossa misso outros pesquisadores fora do movimento, mesmo em condies adversas em termos de conhecimento, desbravam esse terreno fantstico.O movimento esprita, como todo movimento humano esta sujeito a cometer erros, um dos mais graves a meu ver a quase total ausncia de grupos de pesquisas nas sociedades espritas. Precisamos urgentemente mudar esse panorama e oferecer comunidade de uma forma em geral, programas de pesquisas modernas que possa dar ao espiritismo uma conotao cientfica dinmica e no aquela fossilizada no sculo XIX. Alm de grupos de pesquisa precisamos de publicaes especializadas, sites na internet e acesso nas universidades. Sei das enormes dificuldades para tornar isso realidade, da falta de incentivo, de verba; mas nada conseguido sem o devido esforo, o importante sair da inrcia. Com programas desse tipo, podemos atrair mentes acadmicas e outros pesquisadores e com isso propiciar a retro-alimentao dos mesmos.Muitos reclamam do ceticismo irracional da comunidade acadmica e da falta de adaptao das exigncias do paradigma cientifico atual; e com razo, mas temos que propor mudanas, e mais, mostrar resultados que possam ir aos poucos moldando esses postulados e sua filosofia, ou por outra, a mudana do paradigma da filosofia cientifica atual. No captulo A questo cientfica, me arrisco a propor um modelo para uma teoria cientifica sobre Regresso de Memria a vidas passadas RMVP.Captulo 5 - A Leitura da AlmaVejamos o que diz A Memria e o Tempo:Poucas lnguas preservaram o sentido original da palavra magia, como em francs, por exemplo, em que a palavra magie, deve ser considerada como mistrios no sentido de conhecimento de uma realidade superior e transcendental. As tradies orais que chegaram at ns, falta de documentos mais confiveis, foram de grande valor, mas, no curso dos sculos, tornaram-se desfiguradas, como medalhes corrodos, cuja idade os arquelogos tentam decifrar... (Christian Paul, 1972)No Antigo EgitoO Antigo Egito era possuidor dessa magia, tinha conhecimento da realidade espiritual, o Deus nico, a lei de ao e reao e a doutrina da reencarnao era uma das colunas mestras dessa estrutura de conhecimento e sabedoria. Tecnologia adequada foi desenvolvida para obter-se o desdobramento, ou seja, a separao temporria e controlada entre o perisprito e o corpo fsico, no ser encarnado. Relativamente livre da priso celular, a Personalidade tinha condies de utilizar-se da memria integral; de deslocar-se no tempo e no espao; de entrar em contato com seres desencarnados; realizar diagnsticos em si mesmo ou em outras pessoas, recomendando tratamento adequado para os males do corpo e da mente. No era, pois, de se admirar que to rigorosos fossem os testes criados para no deixarem a mnima dvida quanto s faculdades e moral do candidato posse de tais conhecimentos. Ali se operavam o desdobramento, a regresso de memria, a autoscopia, diagnose por psicometria ou vidncia, a telediagnose, o tratamento por passes, a mediunidade, materializaes, etc.Vejamos uma descrio do processo de iniciao, descritos por algum, durante uma seo de regresso:n Os iniciados eram levados at uma porta, o vu de Osris. Entravam numa sala onde estavam representados os sete smbolos sagrados da vida. Havia ento uma srie de portas e tinha que descobrir a porta da sabedoria.n Ento ele passava a uma sala escura e fria, onde um poo profundo e uma passagem estreita simbolizava a passagem da sabedoria cega para a racionalizao do esprito. Ele devia descobrir a sada dessa sala.n Depois ele passaria pela segunda sala, a prova da gua, simbolizava o batismo, era a prova da sabedoria e da coragem.n Com sabedoria e coragem, chegava at a terceira prova, a do fogo, o vu de Osris e a sabedoria de R.n E a ltima prova, a mais dificil de todas, a tentao da carne. Mulheres lindas que lhes tentam os sentidos, comidas finas, vinhos saborosos. Se sucumbir, ser escravo de nossas pirmides, para sempre. Se passar, ser ento admitido iniciao.n Estudar astrologia, os segredos da filosofia, um mundo de sabedoria, mas ainda no ter conhecido Osris nem R.n Somente aps anos de estudo, quando ele aprender a ser humilde e destitudo, de tudo, ento ser levado aos grandes mestres, sala de Osris. L ele ser levado, a um sarcfago. Ser encerrado vivo e, por uma longa noite, conhecer tudo que j foi.Todos esses conhecimentos foram aos poucos se perdendo, at que ma idade mdia forma quase que totalmente esmagados pelo poder dogmtico da igreja dominante.A Chave do UniversoA alma a chave do universo, escreveu Schur na introduo de Os grandes iniciados. Mas era necessrio o segredo para usar a chave. Por sculos esse segredo ficou oculto ao ocidente, e uma das reas mais prejudicas foi a medicina, que ainda hoje v no homem apenas o corpo material. Aps o trmino do perodo de tirania da Igreja Catlica, houve uma retomada no pensamento nessa rea do conhecimento humano. Um dos pioneiros foi Paracelso (1.493), o mdico maldito, que reconhecia o aspecto espiritual do homem e questes como a reencarnao. Reencarnaria depois como Hahnemann (1.755) com as mesmas idias e criaria a homeopatia. Antonie Mesmer (1.733), mdico excntrico, que descobriu o magnetismo-animal, ou seja, o fluido-animal, que pode ser utilizado com fins curativos, e que hoje aplicado hoje nos centros espritas.Se a alma a chave do universo, ento podemos concluir que a chave da alma a reencarnao. Nenhuma abordagem racional aos problemas da alma, bem como elevada percentagem dos problemas do corpo fsico ser vivel sem levar em conta o conceito das vidas sucessivas e tendo como pano de fundo a responsabilidade pessoal de cada um pelos seus atos. Junto ao conceito de reencarnao, est o de evoluo do ser espiritual, onde a cada nova etapa absorve novos conhecimentos e novas experincias.Leitura da AlmaNo captulo III Alquimia da mente, pudemos conjeturar como seria o mecanismo de armazenamento e recuperao das informaes na memria. Reconhecemos ali a impossibilidade, no atual estgio de pesquisa, de chegarmos a alguma concluso. No entanto, as tcnicas e mtodos de leitura dessas lembranas esto muito bem definidas e documentadas, e so elas que nos deteremos a detalhar nesse momento.Com certeza as tcnicas a serem utilizadas para acessar a memria integral da Individualidade, no podem ser as mesmas que investigam os fenmenos de mbito e natureza essencialmente materiais. O caminho desenvolver tcnicas que reduzam a influncia inibidora do corpo fsico sobre a Personalidade, ou seja, provocando o desligamento parcial e controlado entre um e outro. o fenmeno do desdobramento onde o perisprito se afasta pelo menos um pouco do corpo continuando a ele ligado, e nessas condies possa transmitir seu pensamento, que como Individualidade, pode acessar os seus arquivos secretos e transmitir informaes por intermdio de seu prprio corpo fsico. Trata-se, portanto de um fenmeno anmico.Estado Alterado de ConscinciaNo momento em que o sensitivo est em estado de desdobramento, isto , consegue fazer com o seu perisprito se afastasse um pouco do corpo fsico, as suas ondas cerebrais apresentam claros sinais de alterao, podendo inclusive ser mensuradas por aparelhos especficos para essa funo. As ondas cerebrais variam de 25 Hz, que o estado de viglia e 0 Hz, que o estado de morte cerebral.Classificao das Freqncias CerebraisHzOndaDescio

14 a 25BetaVigilia

08 a 13AlfaRelaxamento

04 a 07TetaHipnose Profunda

01 a 03 DeltaEstado de sono profundo

Quando o crebro passa a emitir ondas na faixa de 01 a 13 Hz, dizemos que esse indivduo est em um estado alterado de conscincia. Podemos ver claramente pela tabela que quanto menor o acoplamento do perisprito, menor a freqncia das ondas cerebrais. H vrias maneiras de conseguir as condies necessrias para o desdobramento, ou seja, de conseguir esse acoplamento entre os a memria integral e os sensores do indivduo encarnado. Em princpio, portanto, qualquer tcnica que provoque o desprendimento parcial vlida: hipnose, magnetizao, uso de drogas especficas (anestesia, por exemplo), choques eltricos e emocionais, rebaixamento do nvel de vitalidade, sono comum, relaxamento muscular profundo, hiper-oxigenao, sopros, fixao do olhar, etc.Aqui vamos nos concentrar no estudo e aplicao dessas duas tcnicas: Magnetismo animal e Hipnose, que embora para muitos seja a mesma coisa, manteremos a diferenciao. Magnetismo utiliza passes e/ou toques, enquanto a hipnose fica restrita sugesto verbal, transmitindo as instrues, em cadncia e tom de voz adequada. Sendo que os dois mtodos tanto podem ser usados separadamente, como ser combinados e aplicados simultaneamente, conforme teremos a oportunidade de aprofundarmos no assunto a seguir. Captulo 6 - Magnetismo AnimalA tcnica mais simples e muitas vezes mais eficaz de provocar o desdobramento, a utilizao do que no meio esprita denominamos passe. Para entendermos seus mecanismos precisamos recuar no tempo e estudarmos o que ficou conhecido como magnetismo animal a partir do sculo XVIII.Magnetismo AnimalAps a vulgarizao do Magnetismo animal por Mesmer (1.733), muitos outros pesquisadores deram continuidade ao estudo e aplicao dessas tcnicas. Alm da aplicao para cura, outros fenmenos podiam acontecer durante uma aplicao magntica, entre elas podia ocorrer clarividncia, telepatia, comunicao medinica e anmica (inclusive sonambulismo). Esses fenmenos eram atingidos, geralmente, pela aplicao de passes com ou sem toques, mas tambm eram utilizados sopros quentes, fixao do olhar, msicas ritmadas, etc.No presente estudo, nos concentraremos somente na utilizao de passes, que demonstra melhor eficcia aliada a sugesto hipntica. De qualquer forma todas as tcnicas levam ao mesmo resultado, que um afastamento do perisprito e do corpo fsico mais ou menos acentuado e isso que permite a ocorrncia dos fenmenos, o que chamamos de desdobramento.O PassePara compreender o passe, devemos entender, primeiramente, os conceitos de fluido csmico, perisprito e aura. O fluido csmico universal o plasma divino com o qual se estruturam os mundos, as estrelas, os espaos entre os corpos celestes. Andr Luiz, no livro Mecanismos da Mediunidade, nos informa em que esse fluido de essncia eletromagntica, portanto um campo, e subentende-se que ele enche todo o espao, no existindo o vazio em toda a amplido sideral. Podemos compar-lo a um m comum, esses em forma de ferradura, por exemplo, e aproximemos de seu campo magntico limalhas de ferro; vamos ver que essas limalhas sero atradas; que, de dentro para fora, o campo vai diminuindo de intensidade, ou de energia, e que essa energia pode passar para outro corpo; mergulhando no campo um outro corpo, uma chave de fenda, por exemplo, esta vai absorver a energia e, por sua vez, integr-la em seu prprio campo magntico e atrair, agora, embora com menor intensidade, outras limalhas que se lhe aproximarem.O perisprito o corpo estrutural que sobrevive morte do corpo fsico, similar na aparncia e funcionalidade. Composto tambm de clulas que obedecem ao comando da mente.Tanto o corpo fsico, como o corpo espiritual (perisprito), so essencialmente, de natureza eletro-magntica; e tm seu prprio campo magntico associado, e que so diferenciados por estarem em faixa vibratrias diferenciadas. A resultante desses campos chamada de aura. Esse campo magntico influencia e influenciado por outros campos, sendo possvel por assim dizer uma transferencia de fludo de magnetismo animal. O que vem a ser o passe? Ao que se deduz de tudo o que foi dito, e do prprio ato em si, podemos dizer que o passe a ao ou esforo de transmitir, para um outro indivduo, energias magnticas, prprias ou de um Esprito, a fim de socorrer-lhe a carncia fsica e, ou mental, que decorre da falta dessa energia e ainda de provocar o estado alterado de conscincia, ou transe medinico ou anmico. Sendo esse ltimo o enfoque maior que daremos no presente estudo. O passe geralmente aplicado estando o paciente sentado, e o magnetizador em p sua frente, executa lentos movimentos com as mos, partindo da cabea at os ps a uma distncia de aproximadamente 20 cm. pessoa que tem potencialidades para transmisso desses fluidos chamaremos aqui, de magnetizador.Podemos classificar o magnetismo animal quanto a sua fonte, nos seguintes termos: Magnetizador comum: que transmite as suas prprias energias magnticas ao sujeito que tem sob a sua ao. Fenmeno anmico puro. Mdium curador: que transmite o fluido magntico cedido por um Esprito que o assiste. Este fluido de natureza espiritual. Natureza mista: onde o magnetizador comum recebe a ajuda dos Espritos que lhe ativam a faculdade medinica, e lhe transmitem seus recursos magnticos.O perisprito recebe a energia atravs de pontos determinados, chamados por Andr Luiz (autor espiritual) de centros de fora e que certas escolas espiritualistas chamam de chacras. Em seu livro Entre a Terra e o Cu, encontramos a notcia referente aos centros de fora do perisprito:_ Como no desconhecem, o nosso corpo de matria rarefeita est intimamente regido por sete centros de fora, que se conjugam nas ramificaes dos plexos e que, vibrando em sintonia uns com os outros, ao influxo do poder diretriz da mente, estabelecem, para nosso uso, um veculo de clulas eltricas, que podemos definir como sendo um campo eletromagntico, no qual o pensamento vibra em circuito fechado.Esses campos de fora, localizados no perisprito, teriam a forma de pequenas rodas ou vrtices, para a captao e expulso de energia, ou, querendo-se, diminutos discos giratrios, movimentando-se constantemente e afunilados para dentro, em forma de cone.De resto, aconselhvel, para uma perfeita sintonia mental do paciente, o recurso da prece, a fim de estabelecer o clima espiritual propcio para o sucesso do socorro magntico. Quanto mais f se tem na recepo de qualquer benefcio de ordem espiritual, mais se recebe e com maior proveito, porque o organismo necessitado absorve com maior facilidade.Aplicao da TcnicaPara utilizao com a finalidade de provocar o desdobramento, o passe deve ser aplicado em um local adequado, com o sensitivo em uma posio confortvel (deitado se possvel), e com uma msica instrumental suave ao fundo (desejvel). Aplicar passes longitudinais ao longo do corpo e principalmente na cabea por alguns minutos (10 a 15 min), at perceber alguns sinais de transe, ou seja: movimentos das plpebras, relaxamento do maxilar, respirao um pouco acelerada e caso haja possibilidade tcnica mudana nos sinais do encefalograma.Iniciar um dilogo com o sensitivo, comandando que ele descreva o que est vendo e de acordo com a resposta, prosseguir com os passes ou prosseguir com os comandos. Pode se combinar com o sensitivo que quando ele veja alguma cena, faa um pequeno sinal, como levantar um determinado dedo da mo.Uma das formas para iniciar o processo de regresso propriamente dita :__Agora Imagine que voc esta descendo, uma escada e no final dessa escada tem uma porta. Pausa.__ Depois dessa porta voc, vai ver imagens do que aconteceu em uma outra vida sua. Pausa.__ Abra a porta. Pausa. O que esta vendo? __estas frases devem ser ditas calmamente e com firmeza.Caso a operao tenha sido bem sucedida, continue com o dilogo procurando alcanar os objetivos desejados.Para finalizar o transe, aplique passes transversais e/ou comande para que desperte, lembrando de tudo (se for interessante) quando eu contar at 3. um... dois... trs. Acorde!Um modelo de como deve ser conduzido o dilogo pode ser visto na Fase 3 do anexo 1. Sendo que o dilogo deve ser conduzido de acordo com o objetivo da experincia e do bom senso do operador. A forma de iniciar a visualizao tambm pode ser como est exemplificado no anexo 1, ou pode tambm simplesmente perguntando ao sensitivo se est vendo algo, ou ainda combinar antecipadamente um sinal quando ele estiver visualizando algo. Nas regresses individuais, deve-se sempre levar em conta que o melhor mtodo para obteno do transe depende de qual mtodo o sensitivo tem melhor aceitao. Convm ento experimentar de diversas formas e escolher o mais produtivo.Experincia PessoalNo nosso grupo de 30 pessoas, dividi em 15 duplas e alternadamente um fez a vez de sensitivo e o outro de magnetizador (operador). Dessa forma foi possvel realizar a regresso individual de uma forma bem produtiva, uma vez que foi possvel estabelecer o dialogo entre ambos durante o transe. Conseguimos uma margem de 60% na obteno de regresses usando esse mtodo, ou seja, 18 pessoas ao mesmo tempo tiveram experincia de regresso no estado sonamblico, com interessantes dilogos. Na formao das duplas deve ser levado em considerao: A afinidade e a confiana entre o sensitivo e o operador; A capacidade e o conhecimento terico do operador; a facilidade de cada sensitivo entrar em transe; e o ambiente espiritual propcio, ou seja, com harmonia e o amparo espiritual. No demais lembrar, a utilizao da prece no incio dos trabalhos a fim de obter garantia quanto obteno de resultados positivos no trabalho.Captulo 7 - O HipnotismoPrimrdiosA hipnose (hipo radical grego para sono) a prtica para se conseguir o desdobramento, que utiliza basicamente a sugesto verbal do hipnotizador para o sensitivo. O primeiro a definir tcnicas de hipnotismo foi o Dr. James Braid (1847), com isso reformulou alguns conceitos do que se chamava at ento de magnetismo animal, mas tambm caindo no erro de pensar que tudo era explicado somente pela sugesto. Na realidade so conceitos distintos, mas que produzem basicamente o mesmo resultado; dois caminhos diferentes, mas que chegam ao mesmo destino. Pessoas refratrias a um mtodo podem ceder ao outro, bem como os insensveis a um certo mtodo por uma pessoa podem mergulhar em um transe profundo com o mesmo mtodo aplicado por outra pessoa. O Dr Libaut, um dos pioneiros, determinou que cerca de 87% das pessoas so susceptveis de chegar a um estgio de transe mais profundo.Atualmente usada na psicologia e na odontologia (em pacientes a que no lhes podem ser administrados sedativos ou analgsicos) a hipnose aceite na comunidade cientfica atual desde 1965, data em que num congresso mdico em Paris a hipnose foi considerada vlida cientificamente. Quando digo na comunidade cientfica, refiro-me a minoria de cientistas, claro que nem todos aceitam o valor da hipnose.TeoriaA teoria do mecanismo de funcionamento da hipnose ainda hoje muito vaga, exatamente porque ela trata diretamente dos mecanismos internos da mente, e sabemos que isso de difcil exame. No entanto vamos seguir o raciocnio de HCM, nesse terreno: Existe semelhana entre o hipnotismo e o Sono comum?Sim. Existem semelhanas e tambm diferenas. Assemelha-se no aspecto externo e por ambos serem desdobramento. A principal diferena est no dilogo que pode ser mantido entre Operador e Sensitivo. Por que tantas sugestes so aceitas e cumpridas sem exame crtico?No nos ocorre por que nenhum argumento racional, para explicar por que o indivduo em estado hipntico cumpra ordem que recusaria prontamente em estado normal, como, por exemplo, tocar um violino imaginrio ou comer uma cebola achando que uma deliciosa ma. No entanto essa aceitao se verifica quase sempre, somente nas fases iniciais do transe. Na fase mais profunda do transe, a chamada sonamblica pelos magnetizadores, no ocorre mais essa cega obedincia, e muito pelo contrrio, s vezes o sensitivo se recusa a obedecer e repreende o operador. E, por qu a obedincia nesses casos?No sei. Talvez seja, como sugere Dr. Pavlov, similar a paralisao automtica que ocorre em certos animais quando sem possibilidades de fuga, incapaz de fugir ou reagir ele se faz de morto para no chamar ateno do predador. Mecanismo semelhante parece fazer com que em estgio intermedirio, o indivduo enquanto no completa o processo de desdobramento, prefere agradar o operador, no qual, confia desconfiando. Uma vez que a Individualidade considera a posio de certa forma segura, reassume as posies de crtica.ConsideraesA idia de controlar a vontade de qualquer outra pessoa totalmente impossvel, pois ela deve estar pr-disposta e aceitar esse controle.Auto-hipnose assistida seria provavelmente o nome mais adequado a ser atribudo a uma sesso de hipnose, j que o sensitivo precisa estar pr-disposto a ser hipnotizado, e o hipnotizador no ser mais que um mero guia, condutor ou explorador.Uma analogia interessante a visualizao de um filme no cinema: o espectador sabe que apenas um filme, contudo assume que a histria real durante o tempo que dura o filme.No necessrio ao condutor qualquer tipo de faculdades paranormais ou medinicas.Os indivduos demasiado rgidos (conservadores) ou que se acham espertos (como aqueles que desafiam que se lhes tente hipnotizar) no so, obviamente, bons candidatos.Pessoas inteligentes e calmas, ou ento inseguras ou inquietas so preferveis. Deve-se sempre esclarecer que a hipnose no controlada pelo hipnotizador, mas pelo sensitivo, que pode sempre interromper a sesso a qualquer momento.Existem dezenas de livros e manuais de tcnicas de induo hipntica, um confivel manual de Hipnose Mdica e Odontolgica do Professor Osmard de Andrade.TcnicaExistem vrias tcnicas de Induo hipntica, a seguir descrevemos uma tcnica como exemplo: Preparao do local da sesso: Uma diviso isolada de som, sem elementos distrativos prefervel. O sensitivo dever estar confortavelmente instalado, preferivelmente numa cadeira reclinvel e com braos. Gravata e objetos dos bolsos devero ser retirados antes da sesso. Preparao do sensitivo: Para que a experincia acontea, necessrio que o sensitivo esteja calmo e totalmente confiante no condutor. Um modo de testar e acalm-lo a queda para trs: Estando ambos de p e direitos, o condutor apia as mos nos ombros do sensitivo e verifica que os ps esto juntos e paralelos. Para confirmar que o sensitivo est relaxado, levanta-se-lhe um brao em cerca de 30 e larga-se - dever cair sem qualquer resistncia. Em seguida pede-se ao sensitivo para fechar os olhos, levar as pupilas acima (olhando para cima) e levantar a cabea um pouco para trs. Dizer-lhe algo como Agora eu vou contar at dez, a cada nmero vai pensando intensamente em cair para trs. Quando eu chegar ao nmero dez tu cairs para trs - na minha direo - tranqila e confiantemente. Proceder a uma contagem lenta.Importante: segurar o sensitivo para que no caia. Resultados:O sensitivo dever oscilar ligeiramente sobre si, estando em p, reflexo de falta de tenso; Ser visveis uma ausncia de suor e deglutio, e a boca entreaberta. Bloqueio: Nesta fase o sensitivo j estar mais sugestionvel e receptivo. Proceder-se- ao bloqueio de um membro, como uma perna. Olhando o sensitivo a cerca de meio metro, dir-se- algo como agora as tuas pernas esto a ficando insensveis... e ao som da minha voz vais ficando com sono... cada vez mais insensveis... bloqueados na cadeira..., quando eu bater as palmas voltars ao normal e sentir-te-s perfeitamente bem. Pedir ao sensitivo que se levante devagar e sem esforo e bater as palmas assim que possvel. Bloqueio ocular : O objetivo produzir cansao nos msculos oculares, para que eles se mantenham fechados durante o resto da sesso. H vrias opes, como fixar-lhe o teu olhar, faz-lo seguir um objeto oscilando ou ento - a minha escolha - pedir que se abram e fechem os olhos de um modo repetido e montono enquanto so introduzidas sugestes de cansao ... as tuas plpebras esto ficando mais pesadas... quanto mais as tentas abrir... mais te pesam... j no consegues abrir as plpebras porque esto muito pesadas... j no queres abrir..., s poders faz-lo quando eu disser. Avaliar o tempo entre a abertura e fecho das plpebras, que dever aumentar progressivamente; A pupila dever dilatar-se e fugir para cima.Fase do sono hipntico alcanada. O sensitivo est consciente. Verificao e aprofundamento: Pedir ao sensitivo que levante um brao (este dever subir lentamente) enquanto se lhe instrudo ... Os teus olhos esto perfeitamente fechados... Agora levanta o brao bem esticado e com o punho fechado... Devagar... O teu brao comea a ficar insensibilizado, comeando pelo ombro... Passando pelo cotovelo... mo fechada... Vou contar at dez, a cada nmero que eu contar o teu brao estar cada vez mais insensvel. Quando eu disser "dez" podes abrir os olhos, sentir-te-s bem, mas no consegues dobrar o brao. S poders faz-lo quando eu disserNota: Se desejares acordar o sensitivo nesta fase, recomendvel esperar pelo menos um minuto. O despertar deve ser suave, usando uma contagem algo como vou contar at cinco, a cada nmero vais-te sentindo mais desperto. Quando eu disser "cinco" sentir-te-s perfeitamente bem e sereno. Sugesto verbal: Esta fase dirigida para o terreno mais frtil: a imaginao. Deveremos ter previamente, uma idia do campo pessoal dos desejos, aptides, esperanas, tenses, ocupaes e diverses do sensitivo. perguntado ao sensitivo se prefere a praia, o campo ou a cidade. H que saber se o sensitivo sofre de claustrofobia ou outros medos que sero evitados a partir deste ponto. requerida do condutor uma linguagem adequada, criando um cenrio tridimensional, rico em detalhes e sensaes, incluindo o olfato. Contagem de ajuste: Agora vou contar at vinte, e a cada nmero voc ficar cada vez com mais sono, o seu sono vai-se tornar cada vez mais profundo. Quando eu chegar a vinte voc estar completamente adormecido. Iniciar a contagem.ComentriosToda a ateno do sensitivo dever estar centrada no que o operador est dizendo, pelo que se aconselha sugerir voc dorme profundamente, muito profundamente. Tudo no mundo est distante para voc... S ouve a minha voz... O seu sono torna-se cada vez mais profundo..., est ouvindo a minha voz e a seguindo o que eu estou dizendo.Se o sensitivo tiver mostrado preferncia pela cidade, pode-se-lhe administrar a sugesto do elevador, caso tenha escolhido o campo, a sugesto do prado. Pessoalmente recomendo uma combinao das duas sugestes (ligando-as mais ou menos assim: saia do elevador, ests agora num prado...) a no ser que uma averso por um dos cenrios seja evidente. Aprofundar com a visualizao de:a. Um elevador pequeno, cmodo, quente, acolhedor que vai descendo lentamente, enquanto aprofunda o sono. Insistir na sua segurana. Alguns detalhes como luzes azuladas (que tm o efeito de relaxamento) ou o fato de ser silencioso contribuem para uma sensao de relaxamento. A viagem deve ser lenta, mas no longa (Maximo 3 minutos). Parar o elevador, sair para o sono profundo.b. Um prado descrito com os seus aromas e cores, o perfume da erva recm cortada, uma leve e tpida brisa primaveril.No tens problemas de tempo, no tens nenhuma preocupao, a tua mente est em branco, ests perfeitamente calmo e tranqilo, sentes-te incrivelmente bem. No ar morno, movido por uma leve brisa, h um aroma muito agradvel de erva acabada de cortar. Ao longe ouve-se o som claro de um riacho a correr. Sentas-te e respiras este ar balsmico a plenos pulmes e, desse modo, voltas a carregar-te de energia vital. Tudo paz e bem-estar... tua volta... e dentro de ti.Verificar as expresses faciais. Num estado mais profundo perguntar o que v. Caso surjam elementos perturbadores no sensitivo, acordamos sem perder a calma, contando at vinte. No permitir que as recordaes desagradveis sejam recordadas.Sugestes exemplo:A partir deste ponto poderemos introduzir sugestes negativas (que impedem ou limitam aes, como deixar de poder dobrar um brao) ou positivas.Ordem ps-hipnticaQuando eu te despertar e ouvires a palavra letra, diriges-te mesa e tentars levantar o livro que est em cima dela, porque vais querer observ-lo melhor (indicar o motivo, sempre). Por muitos esforos que faas no conseguirs levant-lo, porque extremamente pesado, nem sequer mov-lo. Quando eu bater quatro palmas, eliminars por completo esta sugesto. Agora vou contar at 10, quando disser 10 estars completamente desperto e sentir-te-s muito bem, no recordars nada desde o incio da sesso incluindo esta sugesto, ainda que a executes pontualmente. Iniciar a contagem.Se voc leitor j viu um programa de hipnotismo na televiso, reparou que as hipnoses so rpidas. Isto acontece porque foi dada ao sujeito a ordem ps-hipntica de re-hipnotizao rpida, ao que se lhe dir algo como: Agora segue com muita ateno o que eu te digo: no futuro, basta que eu diga letra e conte at 10. Quando eu, e s eu disser 10, estars profundamente adormecido, mais adormecido do que agora e s aceitars as minhas sugestes.As instrues ps-hipnticas, particularmente de re-hipnotizao, so extremamente sensvel e nem sem sempre funcionam. H fatores que podem inviabilizar as sugestes: a ordem no foi claramente expressa pelo operador; a ordem choca com a forma de ser do sensitivo (ridculo, p.e); a ordem produz-se depois de o sensitivo ter estado com o operador. Aplicao na Regresso de MemriaVia de regra os facilitadores de RM, utilizam as tcnicas de hipnose associada um mtodo de relaxamento. Esse mtodo consiste em fazer uma contagem regressiva, de 20, 10 ou de 5 at 1. Em cada numero, sugerir relaxamento muscular em partes especificas do corpo. O tempo para induo ao transe varia entre 10 a 20 minutos e depende da facilidade e das repeties com cada sensitivo, quanto mais habituado menor o tempo necessrio. Mostro no Anexo I um roteiro bsico que temos utilizado com um bastante sucesso, para regresso de grupo. O roteiro pode ser facilmente adaptado para regresso individual.Captulo 8 - Pesquisadores ModernosAt agora nesse trabalho, vimos as estruturas do psiquismo humano e algumas tcnicas que levam obteno de desdobramento perispiritual, seguindo a tica do Prof. Hemnio C. Miranda, experimentado pesquisador da Mediunidade e de outros fenmenos psquicos. Dentre estes, o fenmeno da Regresso de Memria. Este por sua vez, alm da sua prpria experincia de mais de 20 anos, apoiou-se nas experincias e concluses de outros pesquisadores desse e do sculo passado.Nesse roteiro vamos, nos concentrar na dinmica de como se processaram as experincias de vrias pessoas e apresentar os competentes comentrios de HCM, alm do nosso prprio quando for necessrio. O primeiro pesquisador foi o Cel. Albert de Rochas (1837 1914), Francs, coronel-engenheiro. Interessou-se pelo magnetismo e escreveu nessa rea dois livros: A Exteriorizao da Sensibilidade, e As Vidas Sucessivas. J havia experimentado a tcnica de regresso de memria em alguns sensitivos, mas, sempre procurando explorar as memrias da vida atual, mesmo porque no cogitara ser possvel obter memrias de vida anterior e nem se interessava por isso. Certa vez em 1904 resolveu magnetizar, meio sem propsitos claros, uma jovem de 18 anos, Josphine, e foi surpreendido quando mesmo sem sugesto a jovem ps-se a narrar fatos de sua infncia. Depois de algumas sees o Cel. resolveu continuar com passes longitudinais para provocar uma regresso mais distante no tempo, e para sua surpresa, ela narrou memrias de durante a gestao, antes da concepo e finalmente de uma vida anterior. ... de incio, tive alguma dificuldade em determinar a natureza da manifestao..., disse ele.A Dra. Helen Wambach, psicloga americana formada com o tradicional pensamento acadmico, publicou na dcada de 70, Recordando Vidas Passadas. Desenvolvia seu trabalho de psicanlise normalmente, quando esbarrou no conceito de Reencarnao. Iniciou o tratamento de um garoto de quatro anos que tinha sintomas de autismo. Quando conseguiu que ele falasse com ela, falou insistentemente que era um guarda de trnsito e deu detalhes sobre essa vida. A partir da ela dedicou-se a estudar fenmenos psquicos e utilizando a hipnose/relaxamento consciente; dessa forma regrediu mais de duas mil pessoas.Sua linha de pesquisa consistia basicamente em entrevistar um grande nmero de pessoas que foram postas em estado de transe consciente e depois ao despertarem preenchem um formulrio respondendo de acordo com as experincias das vidas lembradas. Os itens faziam referencia principalmente a questes culturais e sociais. Por exemplo, qual o tipo de calado, tipo de prato ou utenslios domsticos, raa, idade e tipo de morte, etc. A partir desses dados ela podia chegar a outras concluses como a classe social a qual cada indivduo pertencia e a densidade demogrfica das populaes.O prximo passo ento foi elaborar uma srie de grficos com base nos dados, mostrando a comparao entre as quantidades e ndices obtidos na pesquisa e esses mesmos elementos retirados de estudos histricos e sociais reais. A concluso a que chegou seu trabalho que as respostas dos indivduos que participaram da pesquisa correspondiam ao que de fato aconteceu com as civilizaes durante o perodo da histria humana, o que no aconteceria se os relatos fossem uma mera experincia alucinatria.O Dr. Brian Weiss, psiquiatra, lanou na dcada de 90, o bestseller Muitas Vidas, Muitos Mestres, da mesma forma inesperada, se chocou com o conceito das vidas sucessivas quando uma de suas pacientes, em transe, comeou a narrar fatos de uma vida passada. Seguiram-se uma srie de sesses, que o convenceram dos fenmenos da reencarnao e mediunidade.O Dr. Raymood Jr. o autor do consagrado livro Vida aps a vida onde estuda o fenmeno de quase morte, entrevistando pacientes que passaram por experincia de morte clnica e depois conseguem voltar a vida. Segundo ele, no livro Investigando vidas passadas, durante as suas diversas palestras enfocando esses estudos, muitas pessoas perguntavam sobre outros fenmenos relacionados questes da sobrevivncia da alma, reencarnao e tambm queriam saber da sua opinio sobre a regresso de memria. Sobre esse ponto ele respondia que no possua conhecimentos para dar uma opinio abalizada, no entanto pessoalmente considerava que se tratava de algum tipo de alucinao, algo parecido com um sonho e que isso s acontecia com pessoas crdulas ou msticas.J no final da dcada de 90, uma sua amiga psicloga lhe falou que estava realizando terapias utilizando a RM, e sugeriu que ele prprio participasse de uma seo hipntica conduzida por ela. Ele aceitou o convite, e sem maiores dificuldades nesse mesmo dia, pode visualizar nove vidas passadas. A partir da o conceito que tinha da RM mudou completamente e resolveu ele mesmo fazer algumas experincias e delas surgiu um livro onde apresenta alguns casos de regresso e terapia dirigidos por ele e tenta explicar o fenmeno por meios convencionais e pela prpria reencarnao.O Professor Hermnio C. Miranda, h mais de 20 anos estuda e experimenta fenmenos psquicos. Suas exploraes na rea de regresso de memria, no foram de maneira alguma casual, fez um programa de pesquisa com um pequeno grupo e entre outros casos encontrou a estria de Camille Desmoulins, um dos lderes da revoluo francesa, reencarnado como o tambm jornalista Luciano dos Anjos. Um espantoso nmero de detalhes histricos que puderam ser confirmados posteriormente, esse talvez seja o caso mais bem documentado de regresso de memria envolvendo uma personagem histrica real.Os Mtodos de InduoComo j vimos, so vrios os mtodos de induo ao transe, vamos recapitular quais os utilizados pelos pesquisadores aqui destacados. O Cel. Albert de Rochas utilizava os passes magnticos longitudinais, para uma maior regresso (mais distante no tempo) continua com passes longitudinais e para despertar o sensitivo usava os passes transversais; o professor Hermnio Miranda tambm preferencialmente utiliza os passes, e a partir de conseguido o transe, sugestes para dirigir o processo; J a Dra. Wambach e o Dr. Brian Weiss recorrem a hipnose/ relaxamento profundo para iniciar e continuar o processo. Na realidade, o melhor mtodo de induo depende mais do sensitivo, ou seja, qual o mtodo que ele melhor se adequa.Consideraes GeraisExistem diversas fases no decorrer do aprofundamento do Transe, em linhas gerais podemos dizer que diminui a sensibilidade dos sentidos e tambm a sugestionabilidade, passando o sensitivo a oferecer resistncia praticamente invencvel aos comandos do operador. Lao luminoso:Durante o desdobramento a ligao corpo/perisprito feita atravs de um lao luminoso. Pode ocorrer do sensitivo poder ver com os olhos fechados e inclusive visitar lugares distantes, podendo tambm se relacionar com seres desencarnados ou em desdobramento (de Rochas).Recordar-se e estar l:Apesar de semelhantes h uma sutil diferena, numa fase mais profunda o sensitivo tem a sensao de estar l... No mesmo local e no mesmo tempo de antes, sendo assim mais fcil falar de detalhes daquela existncia (HCM). Numa fase de transe mais superficial, o sensitivo sente-se consciente e mesmo assim pode visualizar imagens ou relembrar de uma vida passada, e muitas vezes ao final da seo insiste em afirmar que esta aqui (consciente) o tempo todo, e acha que tudo foi apenas inveno da sua cabea. No entanto as informaes histricas (poca, pas, governante) checadas posteriormente comprovem no se tratar de uma simples mistificao. Este tem sido o que acontece em nossas experincias pessoais.Incorporao da personalidade:Apesar de parecer incrvel, exatamente o que acontece. Pude comprovar esse fato em alguns dos meus sujeitos. Mas sem dvida o caso mais patente, foi o caso Nefertiti, citado alhures onde por diversas horas estive frente, entrevistando uma das mais famosas rainhas da histria, pelo menos essa foi a sensao que eu tive. Interessante anotar que nessa situao o sujeito perde a noo da realidade presente, no reconhece o operador e nem sabe o que est se passando. Pode acontecer que o sujeito se recorde ou no dos detalhes de toda as fase da experincia ao despertar,ngulo de observao:Interessante observar que algumas vezes, principalmente no inicio da seo, o sensitivo v imagens na perspectiva de um observador externo, como se assistisse a um filme em trs dimenses, estando na cena mas sem pertencer a ela. Na seqncia da seo, ele pode passar a visualizar a cena no ngulo de um dos personagens, com a qual ele se identifica como ele prprio, vivendo com uma outra personalidade. Pode-se conseguir esse efeito, comandando para que o sensitivo olhe para os seus ps, depois que ele descreve a cena. Outras vezes, a lembrana vem como uma recordao de uma estria sem nenhuma imagem, a qual poder surgir a seguir em forma flashes ou passar para uma das fases iniciais (experincia pessoal).Anacronismo:Confuso de datas quanto acontecimentos e pessoas. Convm lembrar, que o sensitivo desdobrado tem noo muitssimo diferente do habitual quanto ao conceito de tempo. A memria no igual ao uma agenda que todos os dias esto muito bem determinados, um em cada folha. No , pois de admirar se durante as experincias ocorrerem alguns anacronismos. Outras vezes a memria se mostra com uma incrvel competncia. Veremos depois o caso de uma regresso onde o sensitivo, do nosso grupo, lembra de uma vida na Galilia e ele diz que o ano 800, na poca do Imperador Claudius, o quarto depois de Csar. Nesse caso interessantssimo, a data est surpreendentemente correta, pois o mesmo se referia ao calendrio utilizado na epoca, o Romano, que contado a partir da fundao de Roma em 753 AC.Pontos Hipngenos:Existem pontos que quando tocados (aps a devida preparao) induzem o transe e outros que o encerram. Segundo as pesquisas de de Rochas, podemos identific-los devido a insensibilidade dessas reas. Ele cita: pulsos, atrs da orelha, peito e nas costas, mas pode variar de pessoa para pessoa. Eu no me dispus a fazer essas verificaes em nenhum sujeito.Regresses em espritosHemnio C. Miranda realizou inmeras regresses em espritos durante a manifestao medinica, utilizando basicamente o mtodo de magnetizao. Dessa forma possvel realizar verdadeira psicanlise em espritos desencarnados.Progresso de memria:Albert de Rochas tambm tentou fazer experimentos de progresso de memria, ou seja, fazer o sensitivo ver o seu futuro. Porm foram poucos e inconclusivos. Penso eu, que as experincias de progresso mostram uma possibilidade de futuro, talvez a mais provvel no momento (mas somente uma hiptese). Vislumbro tambm utiliz-la como uma espcie de imagem mental criativa, a fim de fazer uma mentalizao positiva, ou uma simulao de determinadas cenas que facilitem o tratamento psicolgico.Apoio espiritual:Nas nossas experimentaes, estamos supondo que h uma equipe espiritual que participam na obteno dos fenmenos, e at induzem as pocas das regresses que possam atender a determinados objetivos, e isso podemos ter percebido durante as prticas, Conforme veremos mais frente. E tambm no que tange a ausncia de manifestaes medinicas, salvo uma, por enquanto, que garantia a presena deles na conduo do trabalho e solicitando sinceridade nos propsitos e oferecendo segurana no processo.Efeitos colaterais:Quando h ocorrncia de um transe mais profundo, comum que o sensitivo guarde por algum tempo o desconforto devido s fortes emoes que foram revividas. Pode at mesmo causar reaes posteriores em funo daquelas lembranas. Portanto extremamente importante, que antes de trazer o paciente para o presente, seja feito um lento trabalho de re-equilbrio, dando sugestes de calma, serenidade, sade, etc. fazendo-o compreender que deve manter as memrias, mas as emoes devem ficar restritas a aquele determinado perodo no tempo.Captulo 9 - Experincia PessoalMuito provavelmente esse nosso trabalho um dos primeiros dessa envergadura realizado dentro de uma Sociedade Esprita, dessa forma convm fazer um relato de como se procedeu, para se for o caso, outros possam aproveitar os pontos positivos e evitar os erros cometidos. No incio do ano de 2001 formamos dois grupos, cada grupo foi composto por 20 pessoas cada, que se renem um dia na semana. O objetivo principal foi o estudo terico, e de nenhuma forma seria objetivo obter cura para males espirituais ou orgnicos (Terapia), muito embora dois casos tenham surgido sem inteno prvia. O primeiro caso, foi de uma senhora que tinha enxaquecas constantes e a partir do momento que se viu como uma menina, que andando a cavalo bateu com a cabea numa rvore, cessaram as dores de cabea. No segundo, foi uma jovem que tem pavor de cobras, e se viu morrendo em um poo com cobras numa espcie de penalidade no antigo Egito[3] na poca da XVIII dinastia (uma jovem Nbia). Diminui o nvel do pavor, e no teve mais os sonhos recorrentes sendo atacada por cobras, no entanto, ainda no se sente totalmente curada. Durante os estudos tericos poderia haver experimentaes prticas, que, alis, foram realizados com absoluto sucesso conforme veremos adiante. Dessa forma assumi o papel de facilitador e aprendiz de um processo fascinante.No primeiro encontro alm da explanao sobre os objetivos do trabalho, foi realizada uma dinmica de grupo chamada de Tcnica do caminho (vide anexo II) cujo objetivo principal demonstrar atravs de smbolos a relao do indivduo com vrios aspectos da vida, alm de propiciar um excelente meio de se habituar com visualizaes mentais, proveniente de um estado alterado de conscincia, ou transe. Na realidade o meu objetivo principal era avaliar o grau de envolvimento do grupo nesse processo de entrega. Praticamente todos do grupo visualizaram as imagens sugeridas, cerca de 80% dos participantes.Nos prximos encontros foram estudados os Aspectos tericos e histricos envolvendo toda a fenomenologia da mente, concentrando-nos no fenmeno de RM. A seguir realizamos uma pratica de regresso vida presente, onde foi utilizada a tcnica de sugesto/relaxamento em grupo. Antes da prtica propriamente dita, apliquei tcnicas variadas de relaxamento (respirao, visualizao, etc) para que o grupo se habituasse com esse estado. Os participantes foram levados atravs de sugesto a dois momentos felizes, um na juventude outro na infncia, as experincias se mostraram ricas em imagens e emoes. Praticamente todo o grupo pode ter algum tipo de experincia, e a maioria, cerca de 80%, no nvel mais intenso. Alguns depoimentos foram gravados em K7, para futuras anlises. Nos prximos dias, estudamos outros aspectos tericos.A partir da metade do trabalho iniciamos a pratica de regresso em grupo, mais uma vez foi usado para conseguir o estado de transe o relaxamento profundo. Aps 15 minutos iniciais de relaxamento, foi solicitado que se imaginassem em um jardim, e depois um castelo. E que no interior desse castelo havia uma escada com uma porta fechada no alto da escada. Foi sugerido ento que no final da contagem de 1 a 3, abriria a porta e ao abrir a porta veria uma cena/imagem de uma vida anterior em que teria sido feliz. Dessa forma cerca de 70% das pessoas conseguiram visualizar/sentir lembranas de uma vida anterior e puderam gravar seu depoimento aps a seo. Interessante observar que antes do incio da prtica foi informado tudo o que se pretendia fazer, bem como, as sensaes e fenmenos que podiam ocorrer, como por exemplo, o surgimento de imagens e uma certa movimentao nos olhos ou a sensao de dormncia e de desdobramento do perisprito. A metade das pessoas levou colchonetes nesse dia e algumas participaram em cadeiras de plstico um tanto quanto desconfortveis, que, no entanto, no impediu a obteno de bons resultados.Pratica de regresso utilizando relaxamento profundo01/02/2001 - Depoimentos Gravados. (Considerando a profundidade do transe numa escala de 1 a 6). Essa escala no objetiva nem bem determinada, to somente meu sentimento perante o caso. Baseado nos sintomas fsicos e psicolgicos aparentes. Ento o nvel 1 representaria um transe superficial, quase totalmente consciente, mas que o sensitivo consegue visualizar alguma coisa de uma vida passada e muito poucas informaes objetivas (nome, lugar, poca, etc.). O nvel 6 representaria um transe muito profundo onde o sensitivo realmente se sente na poca e no local da lembrana e passa a assumir a personalidade antiga no momento do transe.Caso 1 Carlos: Um jovem castel Francs do sculo XVIII. Um cavaleiro da poca, aquele chapeuzinho meio bicudo, aquelas penazinhas, aquele negcio meio fru-fru atrs,... uma espada... uma pessoa alegre, muito extrovertida.. e pelo jeito muito querido pela famlia... O transe foi bastante superficial (nvel 1), mesmo assim as imagens foram bem ntidas, sem contedo histrico. Na prximo seo com o Carlos h alguma informao histrica. Onde ele se v em uma reunio social. Seu nome era Richelier (no o Cardeal), na companhia de alguns amigos, dentre os citados um deles chamado Danton, ao periodo da revoluo francesa. Aps seu depoimento, perguntei se ele sabia quem era Danton, e ele garantiu que no sabia. Danton era o nome de um dos lderes da revoluo francesa e que depois foi acusado de trair a revoluo e foi guilhotinado. Ele tambm disse que eles no comungavam com os mesmo gostos e idias, daquelas pessoas da festa, e ficavam isolados dos demais. Seria interessante um transe mais profundo para maiores detalhes da poca.Caso 2 Lda: ... me vi num local... um jardim, com roupas bem antigas; vestidos longos. Como se estivesse lendo algum livro.. O transe no muito superficial (nvel 2), imagens ntidas, um bom contexto social, mas sem contedo histrico.Caso 3 Edvan (Homem) - O campons Escocs. Um transe j um pouco profundo (nvel 3), com imagens ntidas, um bom contexto social, e um timo contedo histrico, os dados fornecidos pelo sensitivo em transe, foram confirmados, exceto o nome do Conselheiro ( Na britnica chamado Guardian`) que seria de acordo com ele denominado Malcon. Pude verificar que antes de 1294 e depois do domnio Ingls os Reis foram da linhagem dos Malcon`s. O Sensitivo ficou receoso em relatar a experincia pois achava que nada disso fazia sentido e que no existia essa estria de conselheiro Malcon.Pratica de regresso usando passes magnticos (em duplas)Aps algumas aulas tericas, voltamos prtica dessa feita utilizando a tcnica do passe magntico. No nosso grupo de 30 pessoas, dividi em 15 duplas e alternadamente um fez a vez de sensitivo e o outro de magnetizador (operador). Dessa forma foi possvel realizar a regresso individual de uma forma bem produtiva, uma vez que foi possvel estabelecer o dialogo entre ambos durante o transe. Conseguimos uma margem de 60% na obteno de regresses usando esse mtodo, ou seja, 18 pessoas ao mesmo tempo tiveram experincias de regresso no estado sonamblico, com interessantes dilogos. Na formao das duplas deve ser levado em considerao: A afinidade e a confiana entre o sensitivo e o operador; A capacidade e o conhecimento terico do operador; a facilidade de cada sensitivo entrar em transe; e o ambiente espiritual propcio, ou seja, com harmonia e o amparo espiritual.Caso 4 Robson, o cigano eslavo: Um transe bastante profundo (nvel 5), a sensao de estar l, respondeu sem nenhuma dificuldade a todas as perguntas pessoais, e contextuais, poca (final do sculo 19), local (Russia), e o nome do Czar (no verificado), um excelente contexto social. Chegou a ler a mo da operadora numa demonstrao de seus afazeres. Iniciou o dilogo com um pequeno choro, lamentando-se porque sua amada estava acidentada, com a perna quebrada depois de um acidente com a carroa que virou.Caso 5 Ranieri, Um rico Galileu:Eu sou um comerciante rico... Tenho 4 filhos...3 homens 1 mulher...__Qual a sua religiao?.. No tenho.__ Qual a sua crena, em que voc acredita?...Dinheiro, Trabalho. (Descreve o ambiente da sociedade e alguns locais)...__ Quem era o governante da regio em que morava??.. Arquimedes, Governador amigo de religiosos...__ Novo, ele ?...No, (tem) os seus 60 anos...__ Qual a descendncia dele?... Romano, amigo do imperador...__ Governa a quanto tempo?... 13 anos...__ Este o ano que voc est, 813? (Havia entendido errado). ... No!!... 800...Ele governa h 13...__ E qual o Imperador romano nessa poca? (Pausa de 20 segundos tentando lembrar)...Quarto depois de Csar...(Tentei comandar para que ele lembrasse o nome do imperador, mas ele no conseguiu lembrar).Fim da Seo. Um transe tambm bastante profundo (nvel 4), imagens muito ntidas, um bom contexto social, e com timo contedo histrico. Impressionante a forma como foi respondida a questo quanto ao ano: 800 (respondido com absoluta convico) e sem nenhum esforo respondeu quem era o imperador de Roma: o IV depois de Csar. Informou tambm o nome do governador da Galilia na poca Arquimedes, amigo do Imperador que tinha 60 anos aproximadamente e h 13 era o governador.Interessante a aparente incongruncia quanto ao ano 800, pois pelo calendrio ocidental os dados estariam sem nenhum sentido real.Fazendo os clculos, tomando o marco inicial da era Romana como sendo a fundao de Roma em 753 AC, o ano 800 R corresponde a 47 d.C. Portanto na era de Claudius, o 4o. depois de Csar. A informao ento confere de forma singular. Resta ainda a confirmao do governador Arquimedes na Galileia, ento com 13 anos de nomeao, segundo o sensitivo.Interessante o pequeno enigma com relao ao ano. Isso reduz drasticamente a hiptese da criptominsia. Ainda mais que ele sabe a ordem dos imperadores, mas no lembrou do nome, mostrando tratar-se de vivncia e no memorizao como se ocorresse o contrrio.A ordem dos imperadores romanos:0. Julio Cesar .. a.C (Que no chegou a ser imperador)1. Otavio augusto .. a.C 2. Tiberius em 37 d.C. 3. Caligula 37 a 41 d.C 4. Claudius 41 a 54 d.C