o estado verde - edição 22243 - 29 de abril de 2014

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Verde ANO VI - EDIÇÃO N o 335 FORTALEZA - CEARÁ - BRASIL Terça-feira, 29 de abril de 2014 Edição 2014 potencializa a cadeia produtiva da reciclagem Com o objetivo de mostrar o desenvolvimento tecnológico do setor e criar oportunidades de negócios, feira reúne a indústria da reciclagem em Fortaleza. ESPAÇO VERDE Qual o destino de uma Fortaleza sem árvores? Artigo questiona a remoção da cobertura vegetal de Fortaleza e o impacto dessas ações em nossas vidas. SECA EM PAUTA Seminário discute ações contra estiagem Pág. 12 Págs. 8 e 9 Pág. 6 Evento, em Fortaleza, debate convivência com o Semiárido e investimentos em projetos no Nordeste. RECICLA NORDESTE FOTO: ANDERSON SANTIAGO FOTO: TIAGO STILLE

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Jornal O Estado (Ceará)

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Page 1: O Estado Verde - Edição 22243 - 29 de Abril de 2014

Verde ANO VI - EDIÇÃO No 335FORTALEZA - CEARÁ - BRASIL

Terça-feira, 29 de abril de 2014

Edição 2014 potencializa a cadeia produtiva da reciclagemCom o objetivo de mostrar o desenvolvimento tecnológico do setor e criar oportunidades de negócios, feira reúne a indústria da reciclagem em Fortaleza.

ESPAÇO VERDEQual o destino de uma Fortaleza sem árvores?Artigo questiona a remoção da cobertura vegetal de Fortaleza e o impacto dessas ações em nossas vidas.

SECA EM PAUTA Seminário discute ações contra estiagem

Pág. 12Págs. 8 e 9

Pág. 6

Evento, em Fortaleza, debate convivência com o Semiárido e investimentos em projetos no Nordeste.

RECICLA NORDESTE

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Page 2: O Estado Verde - Edição 22243 - 29 de Abril de 2014

O “Verde” é uma iniciativa para fomentar o desenvolvimento sustentável do Instituto Venelouis Xavier Pereira com o apoio do jornal O Estado. EDITORA: Tarcília Rego. CONTEÚDO: Equipe “Verde”. DIAGRAMAÇÃO E DESIGN: Wevertghom B. Bastos. MARKETING: Pedro Paulo Rego. JORNALISTA: Sheryda Lopes. TELEFONE: 3033.7500 / 8844.6873Verde

TARCÍLIA [email protected]

DIÓXIDO DE CARBONO EQUIVALENTEDe acordo com informações que a

Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) acaba de divulgar (13/4), estima-se que as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), pela agricultura, quase que do-braram nos últimos 50 anos, e podem aumentar em 30% até 2050.

Emissões provenientes do gado e de plantações subiram de 4,7 bilhões de toneladas equivalentes de dióxido de carbono (CO2 eq) em 2001 para mais de 5,3 em 2011 – um aumento de 14%. Já as emissões advindas do uso de terras e de desmatamentos diminuíram em quase 10% entre 2001 e 2010 – uma redução de 3 bilhões de toneladas (CO2 eq) por ano. Pense duas vezes antes de comer carne.

FRANÇAO futuro da agricultura no país euro-

peu foi concluído. Na madrugada do último dia 16, senadores franceses acrescentaram penalidades signifi-cativas para quem fabrica, distribui, exibi , coloca à venda , importa e exporta, “um produto com agrotóxi-co adulterado”. O infrator será puni-do com cinco a sete anos de prisão e multa de € 375 mil euros, se o for comprovado que o produto é “perigo-so para a saúde humana ou para o

meio ambiente”, ou quando o delito ocorreu em uma quadrilha organiza-da. Beleza, eles redefiniram o futuro da agricultura naquele país.

REFLEXÃO: “CAOS TOTAL”Durante audiência pública da Comis-

são de Integração Nacional, Desenvol-vimento Regional e da Amazônia, o de-putado Wilson Filho (PTB-PB) criticou o descaso do governo federal com o que ele chamou de “caos total” no Nordes-te. A região sofre com uma seca que se prolonga pelo terceiro ano consecutivo, o que gera problemas sociais e difi cul-ta o desenvolvimento da agricultura e a criação de animais. Além disso, pro-voca a falta de recursos econômicos, gerando fome e miséria no sertão.

A operação carro-pipa distribui água potável para a população das regiões afetadas pela estiagem. Ela é uma parceria do Ministério da Integração Nacional, por meio da Secretaria Na-cional de Defesa Civil, com o Exército Brasileiro. A ação foi interrompida por parte do ministério no começo deste ano para a contenção de gastos. “É muito visível, por exemplo, quando São Paulo entrou em uma realidade bem próxima. De forma rapidíssima, o governo federal e os órgãos compe-tentes, deram essa resposta”, afi rmou.

Vive na Caatinga a ave com maior risco de extinção no Brasil, a ararinha-azul, tam-bém, vive a segunda mais ameaçada do País, a arara-azul de lear. Segundo o Global Biodiversity Information Facility (GBIF), são “espécies, provavelmente extintas”, e a razão disso é também, o comércio de animais e as extensas áreas degradadas.

Todo dia é Dia da Caatinga, não apenas o 28 de abril. E, a prova disso é o traba-lho realizado pela Associação Caatinga, na Reserva das Almas, na coordenação o biólogo, Rodrigo Castro. Ali se trabalha na construção de uma rede de parceiros, potencializando a mobilização de pessoas e instituições interessadas na conserva-ção da biodiversidade da Caatinga, rede ampla que abrange universidades, órgãos técnicos e de fi nanciamento, proprietários rurais e agricultores familiares, empresá-rios, organizações do terceiro setor e instituições governamentais.

A Associação está se transformando num centro de referência para a conservação da Caatinga através da difusão de experiências exitosas. Um bom exemplo a seguir.

TODO DIA É DIA DA CAATINGA

Coluna Verde

GESTORA E EDUCADORA AMBIENTAL

2 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 29 de abril de 2014

VERDE

29 DE ABRILDIA EM MEMÓRIA DE TODAS AS VÍTIMAS DE ARMAS QUÍMICAS• Este dia é anualmente assinalado pela comunidade internacional para recor-dar ao mundo o martírio provocado pelas armas químicas. Este ano é marcado pelo 17º aniversário da entrada em vigor da Convenção de Armas Químicas (CAQ). Hoje, 188 Estados que representam 98% da população mundial fazem parte da Convenção que eles mantêm como um forte instrumento.

30 DE ABRILDIA INTERNACIONAL DE CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE O RUÍDO

• Em ano de Copa do Mundo no Bra-sil, o Dia Internacional de Conscientiza-ção sobre o Ruído (Inad), celebrado dia 30 (quarta), em todos os continentes, escolheu como eixo temático: “O mundo na torcida por menos ruído”. E para des-tacar o impacto excessivo do ruído em nossas vidas, o Inad propõe que façamos 60 segundos de silêncio no horário de 14h25 a 14h26, neste dia.

A Prefeitura de Fortaleza, por meio da Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma), preparou uma série de ações e atividades relacionadas ao dia. Veja mais no site do caderno O estado Verde.

3 DE MAIODIA MUNDIAL DA LIBERDADE DE IMPRENSA

3 DE MAIODIA DO PAU-BRASIL

• A Lei 6.607 de dezembro de 1978 defi niu a espécie como Árvore Nacional e o dia 3 de maio como a data comemo-rativa da planta chamada pelos índios de Ibirapitanga (pau-vermelho).

Na época do descobrimento a árvore do gênero Caesalpinia echinata Lam era abundante em todo o litoral brasileiro, explorada por 370 anos a espécie pratica-mente foi extinta, além de causar a devas-tação de vários quilômetros de fl orestas.

Provavelmente a origem do nome de nosso país esteja aí, talvez, sejamos a única nação do mundo com o nome uma árvore. Da madeira era extraído um pigmen-to de coloração vermelha, àquela época, muito utilizado para tingir tecidos di-versos e que possuía um altíssimo valor comercial. O chamado Ciclo Econômico do Pau-Brasil só terminou no início do século XIX, quando foi descoberto na Europa, um corante artifi cial semelhante ao extraído da árvore.

DE 06 A 08 DE MAIOEQUIPOTEL NORDESTE

• A 4a. Edição regional da maior feira de hospedagem, alimentação e servi-ços da América Latina chegará a sua 4a edição em 2014, na região Nordeste. Informações: http://www.equipotelnordeste.com.br.

AGENDA VERDE

POR TARCILIA REGO*[email protected]

Terra, um ecossistema sob pressão. Como parte dos es-forços da Organização das Nações Unidas (ONU) para

garantir a importância de respeitar e proteger o planeta , no sentido de ga-rantir “o futuro que queremos”, em mensagem proferida no Dia Interna-cional da Mãe Terra (22/04), o se-cretário geral da ONU, Ban Ki-moon, lembra que “a data é uma feliz oportu-nidade para refletirmos sobre a rela-ção da humanidade com a nossa casa. O ar que respiramos, a água que bebe-mos, o solo e a nossa comida, fazem parte de um ecossistema global delica-do e cada vez mais sob pressão devido às atividades antrópicas”.

Para o secretário, precisamos de uma transformação global de atitude e prá-tica. O dia deve levar a sociedade global

a pensar sobre a emergência do para-digma ambiental e os desafi os a serem enfrentados, relativos à adaptação às mudanças climáticas. “A princi-pal causa do fenômeno é a queima de combustíveis fósseis, e todos devem reconhecer que o cresci-mento populacional e o consu-mo dos recursos naturais estão insustentáveis e ameaça cada vez mais prosperidade e estabili-dade em todas as regiões”, disse.

Ban Ki-moon ressaltou que as ações sobre as mudanças climáticas, também, apresentam múltiplas opor-tunidades para “redefi nirmos o nosso relacionamento” com a Mãe Terra e melhorar o bem–esta humano, espe-cialmente para os mais pobres e mais vulneráveis. “É por isso que os líderes mundiais se comprometeram a chegar a um acordo sobre o clima legal global em 2015”. O representante da ONU lembrou a reunião de cúpula sobre o

clima que acontecerá dia 23 de setem-bro, em Nova York.

Durante o discurso, ele convocou as nações a participarem da cimeira. O objetivo do encontro é mobilizar as nações para a assinatura de um novo

tratado climático em 2015, e convidar os chefes de Estado e de Governo , jun-tamente com o setor privado e líderes

da sociedade civil organizada para “apresentarem iniciativas e alianças que possam ajudar a lançar um fu-turo sustentável para o planeta”. Ele convocou um diálogo interativo sobre “Harmonia com a Natureza”, marcado para acontecer, anual-mente, em 22 de abril.

Sobre o Dia Internacional da TerraEm 22 de abril de 1970, o então se-

nador norte-americano, Gaylord Nel-son, convocou o primeiro protesto nacional contra a poluição, mais de 20 milhões de pessoas nos Estados Uni-dos, aderiram ao movimento e a par-tir de 1990 a data passa a ser adotada em vários países e torna-se um evento internacional comemorado livremente em todo o planeta, adequando-se a re-alidade de cada região.

3FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 29 de abril de 2014

VERDE

Durante discurso, o chefe da ONU, Ban Ki-moon, afi rma que as mudanças climáticas podem trazer múltiplas oportunidades para a sociedade global

Humanidade pressiona o planeta, cada vez mais

SUSTENTABILIDADE

Inpe e Fao firmam parceria para monitorar florestas a partir de satélites

Mais satélites para monitorar as fl o-restas. Países da África, Ásia e Amé-rica do Sul serão benefi ciados pelo termo de cooperação assinado entre o Instituto Nacional de Pesquisas Espa-ciais (Inpe) e a Organização das Na-ções Unidas para Alimentação e Agri-cultura (Fao). O acordo lavrado dia 22/04, na sede do Inpe, em São José dos Campos (SP), pelo diretor do insti-tuto, Leonel Perondi, e pelo represen-tante da Fao/Brasil, Alan Jorge Boja-nic Helbingen, objetiva capacitar os

continentes na área de monitoramen-to de fl orestas a partir de satélites.

No Centro Regional da Amazônia do Inpe, localizado em Belém (PA), os téc-nicos estrangeiros terão a oportunidade de aprender a utilizar tecnologias de-senvolvidas pelo instituto brasileiro, que é reconhecido internacionalmente por manter o maior programa de acompa-nhamento de fl orestas do mundo, capaz de calcular taxas anuais de desmata-mento bruto, estimativas de degrada-ção e monitorar em tempo quase real

alterações na Amazônia brasileira.Pelo acordo, cabe ao Inpe empre-

gar sua experiência para o ensino de técnicas de sensoriamento remoto e uso de imagens de satélites voltado para monitoramento de florestas. Os participantes conhecerão ainda as funcionalidades do TerraAmazon, sistema desenvolvido pelo Instituto para seus programas de monitora-mento, como o PRODES e o sistema Deter – Detecção de Desmatamento em Tempo Real. De sua parte, a Fao

garantirá a vinda dos participantes estrangeiros aos cursos, bem como equipamentos e consultoria técnica.

Seis cursos acontecerão ao longo de 2014 e 2015, em português, espanhol, francês e inglês. Participarão técnicos do Uruguai, Argentina, Chile, Guiné Equatorial, Moçambique, São Tomé, Marrocos, Argélia, Tunísia, Congo, Filipinas, Laos, Tailândia, Miamar, Butão, Papua Nova Guiné, Sri Lanka, Nigéria, Gana, África do Sul, Quir-quistão e Tajiquistão.

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POR TARCILIA REGO*[email protected]

Terra, um ecossistema sob pressão. Como parte dos es-forços da Organização das Nações Unidas (ONU) para

garantir a importância de respeitar e proteger o planeta , no sentido de ga-rantir “o futuro que queremos”, em mensagem proferida no Dia Interna-cional da Mãe Terra (22/04), o se-cretário geral da ONU, Ban Ki-moon, lembra que “a data é uma feliz oportu-nidade para refletirmos sobre a rela-ção da humanidade com a nossa casa. O ar que respiramos, a água que bebe-mos, o solo e a nossa comida, fazem parte de um ecossistema global delica-do e cada vez mais sob pressão devido às atividades antrópicas”.

Para o secretário, precisamos de uma transformação global de atitude e prá-tica. O dia deve levar a sociedade global

a pensar sobre a emergência do para-digma ambiental e os desafi os a serem enfrentados, relativos à adaptação às mudanças climáticas. “A princi-pal causa do fenômeno é a queima de combustíveis fósseis, e todos devem reconhecer que o cresci-mento populacional e o consu-mo dos recursos naturais estão insustentáveis e ameaça cada vez mais prosperidade e estabili-dade em todas as regiões”, disse.

Ban Ki-moon ressaltou que as ações sobre as mudanças climáticas, também, apresentam múltiplas opor-tunidades para “redefi nirmos o nosso relacionamento” com a Mãe Terra e melhorar o bem–esta humano, espe-cialmente para os mais pobres e mais vulneráveis. “É por isso que os líderes mundiais se comprometeram a chegar a um acordo sobre o clima legal global em 2015”. O representante da ONU lembrou a reunião de cúpula sobre o

clima que acontecerá dia 23 de setem-bro, em Nova York.

Durante o discurso, ele convocou as nações a participarem da cimeira. O objetivo do encontro é mobilizar as nações para a assinatura de um novo

tratado climático em 2015, e convidar os chefes de Estado e de Governo , jun-tamente com o setor privado e líderes

da sociedade civil organizada para “apresentarem iniciativas e alianças que possam ajudar a lançar um fu-turo sustentável para o planeta”. Ele convocou um diálogo interativo sobre “Harmonia com a Natureza”, marcado para acontecer, anual-mente, em 22 de abril.

Sobre o Dia Internacional da TerraEm 22 de abril de 1970, o então se-

nador norte-americano, Gaylord Nel-son, convocou o primeiro protesto nacional contra a poluição, mais de 20 milhões de pessoas nos Estados Uni-dos, aderiram ao movimento e a par-tir de 1990 a data passa a ser adotada em vários países e torna-se um evento internacional comemorado livremente em todo o planeta, adequando-se a re-alidade de cada região.

3FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 29 de abril de 2014

VERDE

Durante discurso, o chefe da ONU, Ban Ki-moon, afi rma que as mudanças climáticas podem trazer múltiplas oportunidades para a sociedade global

Humanidade pressiona o planeta, cada vez mais

SUSTENTABILIDADE

Inpe e Fao firmam parceria para monitorar florestas a partir de satélites

Mais satélites para monitorar as fl o-restas. Países da África, Ásia e Amé-rica do Sul serão benefi ciados pelo termo de cooperação assinado entre o Instituto Nacional de Pesquisas Espa-ciais (Inpe) e a Organização das Na-ções Unidas para Alimentação e Agri-cultura (Fao). O acordo lavrado dia 22/04, na sede do Inpe, em São José dos Campos (SP), pelo diretor do insti-tuto, Leonel Perondi, e pelo represen-tante da Fao/Brasil, Alan Jorge Boja-nic Helbingen, objetiva capacitar os

continentes na área de monitoramen-to de fl orestas a partir de satélites.

No Centro Regional da Amazônia do Inpe, localizado em Belém (PA), os téc-nicos estrangeiros terão a oportunidade de aprender a utilizar tecnologias de-senvolvidas pelo instituto brasileiro, que é reconhecido internacionalmente por manter o maior programa de acompa-nhamento de fl orestas do mundo, capaz de calcular taxas anuais de desmata-mento bruto, estimativas de degrada-ção e monitorar em tempo quase real

alterações na Amazônia brasileira.Pelo acordo, cabe ao Inpe empre-

gar sua experiência para o ensino de técnicas de sensoriamento remoto e uso de imagens de satélites voltado para monitoramento de florestas. Os participantes conhecerão ainda as funcionalidades do TerraAmazon, sistema desenvolvido pelo Instituto para seus programas de monitora-mento, como o PRODES e o sistema Deter – Detecção de Desmatamento em Tempo Real. De sua parte, a Fao

garantirá a vinda dos participantes estrangeiros aos cursos, bem como equipamentos e consultoria técnica.

Seis cursos acontecerão ao longo de 2014 e 2015, em português, espanhol, francês e inglês. Participarão técnicos do Uruguai, Argentina, Chile, Guiné Equatorial, Moçambique, São Tomé, Marrocos, Argélia, Tunísia, Congo, Filipinas, Laos, Tailândia, Miamar, Butão, Papua Nova Guiné, Sri Lanka, Nigéria, Gana, África do Sul, Quir-quistão e Tajiquistão.

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Inscrições para a 1a Edição do Prê-mio Adel – A Nova Cara do Sertão encerram amanhã, dia 30 de abril. A iniciativa dirigida aos jovens

empreendedores rurais dos municípios do Médio Curu (Apuiarés, General Sam-paio, Pentecoste e Tejuçuoca), que par-ticipam do Programa Jovem Empreen-dedor Rural (PJER) da Adel (Agência de Desenvolvimento Econômico Lo-cal), visa contribuir para o desenvolvi-mento sustentável no semiárido cea-rense através do protagonismo e em-preendedorismo dos jovens. As in-scrições podem ser feitas pelo envio da fi cha de inscrição para o e-mail [email protected] ou entregues na sede da Agência à Rua Francisco Nunes, 318, Acampamento, Pentecoste.

Segundo diretor executivo da Adel, Wagner Gomes, “a criação do prêmio é um desdobramento do trabalho bem su-cedido realizado pelo PJER, nos últimos cinco anos, no território do Médio Curu”. A proposta é incentivar, valorizar e re-conhecer jovens que estão tendo êxito em seus empreendimentos, e hoje são exem-plos de sucesso, resultado da criatividade,

inovação, resiliência e visão de futuro. Os vencedores vão receber recursos

fi nanceiros para investir na melhoria ou expansão do seu negócio, notebooks e tutoria (mentoring) em aceleração de comunicação estratégica e marketing. A entrega dos prêmios acontecerá no dia 29 de maio de 2014, em evento progra-mado em conjunto com a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), em Fortaleza. A Nova Cara do Sertão é uma realização da Adel, com o apoio do Insti-tuto Souza Cruz, Oi Futuro, Fiec, Rum-mos e Movimento Nós Podemos Ceará.

4 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 29 de abril de 2014

VERDE

PRÊMIO ADEL: A NOVA CARA DO SERTÃO

DIA 30 DE ABRIL

JORNALISTA E ESCRITOR

Bens inconfundíveis O bem público de uso comum que

aparece no Código Civil Brasileiro e consta das análises em direito admi-nistrativo, não se confunde com esse bem de uso comum. Com efeito, o ar-tigo 225 da CF não fala em bem públi-co de uso comum e sim em bem de uso comum do povo. Essa distinção é fundamental porque muita gente liga ao bem público de uso comum e é um erro grosseiro, porque temos diversas propriedades particulares que são abraçadas por restrições ambientais, limitações administrativas, que geram restrições ao uso da propriedade, mas não deixam de ser particulares.

Público e difusoO jurista José Afonso da Silva leciona

em seu livro “Direito Ambiental Constitu-cional” que o artigo 225 intenta referir-se ao bem de interesse público e o direito administrativo chama atenção desse de-talhe ao observar que os tipos de bem público são aqueles constantes do art. 99 do CC e ao lado deles tem-se bens de interesse público, que não necessa-riamente são bens públicos. Podem ser perfeitamente bens particulares, mas gravados com restrições legais. A lei faz restrições no seu uso, chamadas limita-ções administrativas, para preservar o in-teresse de toda coletividade. É um bem de interesse comum. A manutenção do meio ambiente é um interesse público, difuso, indeterminado, mas que não au-toriza que o cidadão ingresse alegando ser um bem de uso comum.

Força normativaO Direito Ambiental como o ramo

do Direito que objetiva proteger o meio ambiente, ganhou força norma-tiva constitucional em 1988 com o re-gramento inserto na Carta Maior por intermédio do artigo anteriormente citado. A doutrina, que sobre o tema se debruça desde bem antes da pro-mulgação da Constituição Cidadã, estabeleceu princípios norteadores dos estudos de Direito Ambiental. De par com a atividade de política ambiental exercida por grupos de pressão e a consequente ação legis-lativa nesse mister, os princípios de Direito Ambiental notoriamente con-tribuem para aclarar decisões nos tribunais e para o aprofundamento e aperfeiçoamento do estudo das nor-mas jurídicas nessa área.

Princípios norteadoresO Direito Ambiental se pauta pelos

seguintes princípios: Proporcionalida-de: entre os meios e fi ns, ou seja, entre a lei e o objeto de sua proteção; Pre-venção: os danos ambientais devem ser evitados e as medidas para tal de-vem ser prioritárias; Poluidor pagador: aquele que causar danos ambientais deverá se responsabilizar por seus atos através de penalidades, como multas, pena privativa de liberdade e a recuperação ambiental; Cooperação: entre o Estado e a sociedade, no com-bate às ações degradadoras, e cujo principal instrumento é a ação popular, de acordo com a Constituição Federal.

DIREITO AMBIENTAL NA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA

O Artigo 255 da Constituição da República brasileira estabelece com a devida clareza: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Po-der Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. Ressalta o professor André Queiroz que a expressão “bem de uso comum do povo”, que consta do dispositivo constitucional antes referido, não diz respeito ao bem público de uso comum, pertencente à clássica divisão de bens públicos oferecida pelo Código Civil Brasileiro (art. 99 CC), que divide os bens públicos em: bem de uso comum, bem de uso especial e bem dominical.

Seuma disponibiliza exame auditivo gratuito

RUÍDO

“A poluição sonora é a terceira forma de poluição que mais afeta o planeta” e somando-se a isso, os im-pactos na saúde e no meio ambiente, é considerada um problema de saúde pública mundial. Dada a sua relevân-cia para a vida na Cidade, a Secre-taria de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma) disponibiliza hoje (29/04), das 8h30 às 12h, na sua sede, exame auditivo (emissão fotoacústica) gra-tuito para a população. O serviço faz parte das atividades programa-das pela Prefeitura de Fortaleza em alusão ao Dia Internacional de Cons-

cientização sobre o Ruído (Inad), cel-ebrado no dia 30 de abril.

E amanhã (quarta-feira), o movimen-to à frente do “Inad – Dia Internacio-nal de Conscientização sobre o Ruído” (www.inadbrasil.org ), convoca a popu-lação, em todos os continentes, para fa-zer 60 segundos de silêncio no horário de 14h25 a 14h26. Por conviver com o barulho, as pessoas, em muitos casos, não percebem os efeitos maléfi cos na saúde e na qualidade de vida. Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 120 milhões de pessoas no mundo têm a audição afetada pelo ruído.

Page 5: O Estado Verde - Edição 22243 - 29 de Abril de 2014

5FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 29 de abril de 2014

VERDE

DIMENSÕES DO CONCEITO DE URBANIDADE SÃO:

1. Muitas pessoas utilizando os espa-ços públicos, especialmente as calça-das, parques e praças.

2. Diversidade de perfi s, interesses, atividades, idades, classes sociais, etc.

3. Alta interação entre os espaços abertos públicos e os espaços fecha-dos, tais como:

a. pessoas entrando e saindo das edifi cações (o que é desempenhado especialmente bem pelo comércio de pequeno porte – grandes equipamen-tos tendem a interiorizar essas intera-ções, tal como acontece nos shoppings e nos grandes magazines);

b. mesas nas calçadas;c. contato visual dos andares supe-

riores através de janelas (paredes ce-gas são um veneno para a Urbanidade);

4. Diversidade de modos de trans-porte e deslocamento (pedestres prin-cipalmente, mas também ciclistas, au-

tomóveis, ônibus, trens, etc.);5. Pessoas interagindo em grupos, o

que requer espaços que apoiem essas atividades, como bancos, mesas, áreas sombreadas, etc.)

6. Traços da vida cotidiana – crian-ças indo à escola, pessoas compran-do o jornal, indo à mercearia, fazendo compras, etc. Isso não estava na mi-nha concepção original de Urbanida-de, mas depois de conhecer Veneza (aliás, apenas sua área central) me parece algo essencial. Cidades emi-nentemente turísticas têm milhares de pessoas nas ruas, mas a sensação pode ser a de um museu a céu aberto se não houver traços da vida cotidia-na. Quando todos são turistas, não parece haver urbanidade real, apenas movimento de pessoas.

Fonte: http://urbanidades.arq.br/2011/09/o-conceito-de-urbanidade/

Parklet na esquina da Avenida Paulista com Rua Padre João Manoel na região dos Jardins em São Paulo

O nome não é muito simpáti-co para o português, mas a ideia é boa. Desde meados de abril, a capital paulistana

oferece um novo tipo de espaço público que parece muito simpático aos olhos da população, são os “pocket parks” ou pequena praça. A administradora de empresa, Neuza Pereira, que mora na região da Paulista, gostou da ideia. “Não importa o tamanho, mesmo que seja um mini e charmoso parque. Espero que os “pocket parks” possam se espalhar pela cidade”, é a expectativa de Neuza.

UMA ÁREA DE LAZER PEQUENAÉ exatamente esse, o conceito por trás

da intervenção urbana. Não importa o tamanho, pode ser uma área de lazer, só que pequena. As pequenas áreas verdes – geralmente terrenos baldios reaprovei-tados com bancos ou aparelhos de exer-cícios físicos – estão previstas no novo Plano Diretor da cidade. O conceito nas-ceu em São Francisco, nos Estados Uni-dos, em 2010 e já se espalha pelo mundo.

Já pensou encontrar, no lugar de uma vaga de carro, um espaço para guardar a bicicleta, tomar um banho de sol, ler um livro, se exercitar, ou ainda relaxar em meio à correria coti-diana? Se aprovado com o texto original do vereador Nabil Bonduki (PT), o con-junto de normas que vai coordenar o crescimento e os investimentos da cida-de trará, defi nitivamente, o conceito de miniparques. “Os espaços são menores do que uma praça e podem ser criados entre duas cons-truções ou ainda no meio de um quarteirão. O espaço usado como estacionamento de veículos nas vias públicas é devolvido ao pedestre”.

ÁREA DE LAZER A intenção é que os parques sirvam

como área de lazer para moradores e trabalhadores do entorno. O Plano Di-retor prevê também que prédios e novos empreendimentos residenciais ou co-merciais deixem seus pavimentos térre-os livres para a circulação dos pedestres – de forma semelhante como acontece no Conjunto Nacional, na Avenida Pau-lista esquina com a Rua Augusta. “O objetivo fi nal é que a cidade seja mais convidativa às caminhadas” conforme o movimento Mobiliza.

O parklet paulistano foi implantado na Rua Padre João Manoel, na Bela Vis-ta. Além da transformação da paisagem urbana, o espaço possibilita uma maior convivência dos moradores locais. O decreto que regulamenta os parklets foi publicado no Diário Ofi cial da Cidade de 17/04. Os parklets também podem ser adotados pela iniciativa privada ou por pessoas físicas, que fi carão responsá-veis pelos custos fi nanceiros referentes à instalação e manutenção dos espaços. No momento, o Projeto de Lei do novo Plano Diretor tramita pela Câmara Mu-nicipal e deve ser votado pelos vereado-res, em defi nitivo, até o fi m de maio.

Um exemplo de urbanismo verde que vem de São Paulo

“POCKET PARKLET”

Prefeitura paulistana cria “vaga verde”. O conceito já existe em outros países há décadas e possibilita uma maior convivência dos moradores locais

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Page 6: O Estado Verde - Edição 22243 - 29 de Abril de 2014

6 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 29 de abril de 2014

VERDE

POR: SHERYDA [email protected]

“Formalizar a cadeia pro-dutiva da reciclagem é fundamental para o desenvolvimento do se-

tor. E isso não apenas no Ceará, mas em todo o país”. A declaração foi dada pelo presidente do Sindicato das Em-presas de Reciclagem de Resíduos Sólidos, Domésticos e Industriais do Estado do Ceará (Sindiverde), Marcos Albuquerque, durante a 4a edição do Recicla Nordeste - Feira da Indústria da Reciclagem e Transformação. O evento aconteceu no Centro de Even-tos do Ceará, de 23 a 25 de abril.

A Feira reuniu 48 expositores de pro-dutos e serviços voltados para o setor, todos como o objetivo principal de po-tencializar os negócios da cadeia pro-dutiva da reciclagem no Nordeste. O foco foram os segmentos de sucata me-

tálica, plástico, papel/ papelão e gera-ção de energia. Em paralelo aconteceu o Seminário Reciclagem, Transforma-ção e Meio Ambiente com apresenta-ção de palestras ligadas ao tema.

SETOR IMPORTANTEPara Albuquerque, a oportunidade de

mostrar o quanto a área vem se desen-volvendo pode trazer mais investimen-tos e oportunidades de negócios, e atrair quem ainda prefere atuar na informali-dade. Das 304 empresas de reciclagem no Ceará, segundo ele, apenas 100 são associadas ao Sindicato. “No Brasil, en-tão, não é possível mensurar os dados da cadeia, sem contar a falta de incentivos do Governo”, o que é considerado entra-ve para atrair empresas formalizadas.

“O setor tem uma importância enor-me para a sociedade. Mas nós pagamos a mesma quantidade de impostos que as indústrias poluidoras”, afi rma Al-buquerque, fazendo uma referência

aos serviços ambientais que o setor de certa forma fornece quando reaprovei-ta o que antes era considerado “lixo”. Ele reconhece que a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) contribuiu para o crescimento de 18%, entre 2012 e 2013, do setor, no Estado, mas “a ca-minhada está apenas começando”.

PROSPECÇÃO DE CLIENTESE foi para mostrar o que tem a ofe-

recer que empresas e organizações participaram da Feira. Uma delas foi a Previltech, que fornece pallets, te-lhas, edifi cações moduladas entre ou-tros produtos, tudo feito de resíduos

da indústria petroquímica. Segundo o sócio-diretor Filipe Holanda, mais que vender, o evento foi uma oportunidade para prospectar novos clientes.

Para outros, o saldo não foi positivo. Segundo o diretor da NZ Philpolymer, Thiago Zaude, é a quarta vez que a for-necedora de maquinário para a indús-tria transformadora participa da Re-cicla, e o desempenho foi bem menor que o esperado. “Conseguimos vender algumas máquinas e até fizemos con-tatos com novos clientes, mas poderia ter sido bem melhor”, lamentou, afir-mando que os resultados foram maio-res nos anos anteriores.

Para o presidente do Sindiverde, Marcos Albuquerque, falta incentivo fiscal

O evento reuniu palestras, produtos, exposições e serviços voltados ao setor

Edição 2014 potencializa a cadeia produtiva da reciclagem

RECICLA NORDESTE

Com o objetivo de mostrar o desenvolvimento tecnológico do setor e criar oportunidades de negócio, feira reúne a indústria da reciclagem em Fortaleza

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Page 7: O Estado Verde - Edição 22243 - 29 de Abril de 2014

Entenda o que é “Aquecimento Global”

Empresa lança projeto para compensar impactos da energia elétrica

POR TARCILIA [email protected]

O termo “aquecimento global” serve para descrever o au-mento médio da temperatu-ra da atmosfera próximo à

superfície da Terra, que também pode ocorrer por causas naturais ou pelas ações do homem. Conforme a Terra é atingida pelos raios solares, a superfí-cie do planeta emite de volta ao espaço uma radiação infravermelha de ondas longas. No entanto, parte dessa radia-ção é retida pelos Gases de Efeito Es-tufa (GEE) na atmosfera, causando um

aquecimento. Sem esse fenômeno, não haveria vida na Terra.

Embora haja muitos gases diferen-tes na atmosfera, ela é composta, em sua maior parte, por nitrogênio e oxi-gênio. Os menos abundantes e conhe-cidos como GEE, são essenciais para a manutenção do equilíbrio da tempera-tura. Apesar de representarem menos de 1% da atmosfera terrestre, os gases estufa que surgem naturalmente – so-bretudo o dióxido de carbono, o vapor d’água, o ozônio, o metano e o óxido nitroso – são os principais responsá-veis pela manutenção do calor. Desses os dois mais importantes são dióxido

de carbono (CO2) ou gás carbônico e o vapor d’água. A ausência deles im-plicaria na anulação do mecanismo do efeito estufa e esfriaria a Terra a uma temperatura média de -20º C.

O excesso de emissão de GEE causa descontrole desse calor equilibrado, especialmente o gás carbônico, oca-sionando um bloqueio na atmosfera e não permitindo a saída do calor de volta ao espaço, aumentando assim, a temperatura no planeta e resultando no fenômeno do “aquecimento glo-bal”. De acordo com o Painel Intergo-vernamental sobre Mudanças Climá-ticas (IPCC) da ONU, a probabilidade

do fenômeno ser causado apenas por processos climáticos naturais é menor que 5%, ou seja, os outros 95% são causados pela ação humana.

Estudos do IPCC mostram clara-mente que, se nada for feito, o fenô-meno que já causa graves impactos nas condições de vida dos seres hu-manos, poderá causar efeitos expo-nencialmente maiores e mais da-nosos: derretimento das camadas polares e a subida do nível do mar; a desertificação; a destruição de flores-tas; a diminuição da disponibilidade hídrica; o acirramento dos eventos climáticos extremos etc. e etc...

POR: SHERYDA [email protected]

A emissão de dióxido de carbono ou gás carbônico (CO2) na atmosfera é uma das principais causas do aque-cimento global, mas com o projeto Conta Verde Coelce, emissões pode-rão ser contabilizadas e os impactos do fenômeno, mitigados. A Compa-nhia Energética do Ceará (Coelce) se propõe a medir as emissões de CO2 pelo consumo de energia elétrica de cada cliente e ainda mensurar a com-pensação por meio da reciclagem dos resíduos sólidos destinados pelo consumidor ao Programa Ecoelce, que troca resíduos por descontos na conta de energia. O lançamento da

iniciativa aconteceu dia 24, durante um seminário na 4a Recicla Nordes-te, no Centro de Eventos do Ceará.

Segundo o responsável pela área ambiental da empresa, Sérgio Araú-jo, a ação é pioneira no país e tem uma essência educativa. “Promover essa noção para o cliente vai ajudar a conscientizá-lo sobre o destino dado aos resíduos sólidos e para a questão da emissão de gases poluentes”, afi r-ma. Já na fatura de maio, indústria e grandes comércios, que são os sete mil clientes ligados à rede de alta tensão, serão benefi ciados pelo programa. “Até a metade do ano, todos os três milhões de clientes da empresa, incluindo os re-sidenciais, receberão a informação por meio da conta”, adianta Araújo.

RECICLAGEMA meta da empresa é que o novo pro-

jeto complemente e estimule a partici-pação no Ecoelce, lançado em 2007. De acordo com as informações da Compa-nhia, a ação já promoveu a reciclagem de aproximadamente 15 mil toneladas de resíduos e concedeu mais de R$ 2 mi-lhões em bônus de energia. O desconto também pode ser doado a organiza-ções que façam parte da lista disponível nos Postos de Coleta do Projeto. Araújo destaca, ainda, que o Ecoelce e o Conta Verde estão alinhados aos objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Durante o evento de lançamen-to, a Coelce homenageou a rede Merca-dinhos São Luiz como o cliente que mais reciclou resíduos por meio da parceria.

INFORMAÇÃO AMBIENTAL

CO2

Responsável pela área de meio ambiente da empresa, Sérgio Araújo, afi rma que o objetivo do projeto é promover educação ambiental

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7FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 29 de abril de 2014

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Page 8: O Estado Verde - Edição 22243 - 29 de Abril de 2014

SECA E SEMIÁRIDO EM PAUTAQuarto Seminário acontece em Fortaleza para discutir ações

8 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 29 de abril de 2014

Durante evento, ministro da Integração Nacional, Francisco Teixeira, defende ações integradas e comemora investimentos em projetos no Semiárido

VERDE

O debate fechou um ciclo de quatro palestras realizadas em capitais nordestinas. Os debates anteriores aconteceram em Salvador, Natal e Maceió

POR: SHERYDA [email protected]

Um ciclo de quatro debates foi fechado ontem, em Fortale-za, durante o Seminário Con-vivência com o Semiárido e

Preparação para a Seca. O evento teve a presença do ministro da Integração Na-cional, Francisco Teixeira e do secretário estadual de Desenvolvimento Agrário, Nelson Martins, entre outros represen-tantes de órgãos ligados ao tema.

O objetivo foi integrar informações sobre planos e ações de várias instân-

cias e setores que lidam com questões ligadas ao clima e gerenciamento de recursos hídricos, contribuindo para a Política Nacional de Seca, instituída em 2007. Os debates anteriores acon-teceram em Salvador, Natal e Maceió. O evento teve o apoio do Banco Mun-dial, que tem apoiado o Governo em ações no semiárido.

Entre os principais pontos levanta-dos por Francisco Teixeira está a ne-cessidade de as instâncias Federal, Es-tadual e Municipal atuarem de forma integrada. Para isso, o Ministério está desenvolvendo um sistema digital que

vai reunir informações e disponibilizá--las às organizações envolvidas. “Todo ministério já tem seu sistema de infor-mação. Queremos integrar esses ca-nais, criar um recurso que esteja dis-ponível a qualquer gestor político que queira informações sobre meteorologia e monitoramento da seca”, explicou.

O ministro exaltou ainda as obras realizadas pelo Governo nos últimos dez anos, que segundo ele, contribu-íram para que o país venha passando pela seca da melhor maneira já histo-ricamente registrada. “Nunca tivemos tantos recursos para investir”, come-

morou. Projetos sociais como Bolsa Safra, Bolsa Estiagem e obras de infra-estrutura, de proporções variadas, têm contribuído para que as populações localizadas nas áreas atingidas não re-corram ao êxodo e tenham segurança alimentar, afi rma o ministro.

Entre as ações ampliadas e integradas necessárias, na área da defesa civil, foi destacada a implementação e otimiza-ção de um plano de contingência para situações emergenciais durante a seca. Já para garantir o abastecimento, obras para a ampliação da infraestrutura e melhor gestão de recursos hídricos.

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Page 9: O Estado Verde - Edição 22243 - 29 de Abril de 2014

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PEC 504/2010O Projeto de Emenda Constitucional

(PEC) 504/2010, de autoria do então senador Demóstenes Torres, do Partido Democratas (DEM) em Goiás, altera o parágrafo 4º do art. 225 da Constitui-ção Federal, para incluir o Cerrado e a Caatinga entre os biomas considerados patrimônio nacional. A inclusão do Cer-rado nessa lista foi proposta em 1995, inicialmente por meio da PEC 115/1995, de autoria do deputado Gervásio Olivei-ra e com a inclusão da Caatinga no tex-to em 2010, ela passou para PEC 504.

Saiba por que proteger a CaatingaApesar de ser historicamente lembra-

da como um ambiente seco e de muito

sofrimento, o bioma presente em 1/3 do território brasileiro é de grande impor-tância para o meio ambiente e para a população. A Caatinga:- Ajuda a regular o clima;- É cenário para a produção de man-dioca, feijão, arroz, milho e pecuária de leite, ajudando a garantir segurança ali-mentar;- Detém a nascente de vários rios impor-tantes;- Existe apenas no Brasil;- É morada de cerca de 30% dos brasi-leiros, mais de 28 milhões de pessoas;- Representa 11% do território nacional.

Fonte: Associação Caatinga.

FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 29 de abril de 2014

No viés socioeconômico, o ministro destacou políticas e ações para apoiar a produção no meio rural, visando ame-nizar as perdas da agricultura e pecuá-ria durante a estiagem.

CEARÁO secretário do Desenvolvimento

Agrário, Nelson Martins, representou o governador do Ceará, Cid Gomes, e res-saltou que as políticas de convivência com a estiagem do Estado têm se des-tacado. “Temos recebido inclusive o re-conhecimento do governo Federal, que cita o Ceará como referência”, afi rmou.

Entre as ações, o secretário destaca a universalização da assistência técnica, com a inauguração dos escritórios da Em-presa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce), e do abaste-cimento, através do Programa Água para Todos e do Projeto São José III. “Temos mais de 500 projetos de sistemas de abas-

tecimento ou em execução ou concluindo a fase de licitação”. Ele destaca também o cadastramento de 334.113 agricultores familiares no Garantia-Safra, a distribui-ção de sementes através do Programa Hora de Plantar e projetos produtivos como as Mandalas, sistemas metodológi-cos de divulgação de cultivo agropecuário com base agroecológica, onde se cultivam plantas numa área de 2,5 mil metros qua-drados em canteiros circulares.

PEC DA CAATINGADurante o seminário, tanto o minis-

tro Francisco Teixeira quanto o secre-tário Nelson Martins afi rmaram que são a favor da aprovação da proposta de Emenda Constitucional 504/2010, que reconhece os biomas Caatinga e Cerrado como patrimônios nacionais. A Proposta está na pauta de hoje, na Câmara dos Deputados e tramita há quase 20 anos no Congresso Nacional.

Ministro falou sobre a criação de um sistema de informação integrado de monitoramento da seca

Francisco Teixeira Ministro da Integração

Nacional

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Page 10: O Estado Verde - Edição 22243 - 29 de Abril de 2014

A Caatinga, talvez, seja o bio-ma brasileiro mais esquecido. Além de não ter a exuberância da Amazônia, nem a importân-

cia que o Cerrado tem para o agronegó-cio, mesmo assim, detém riquezas imen-suráveis. Trata-se de um bioma único, só existe no Brasil e grande parte de seu pa-trimônio biológico não pode ser encon-trado em nenhum outro lugar do mundo.

Antigamente acreditava-se que a Caa-tinga seria parecida com a Mata Atlân-tica ou a Floresta Amazônica, com vege-tações bem exuberantes, no entanto sua paisagem mais comum é a que apresenta durante a seca. A “mata branca”, tradu-ção do termo Caatinga de origem Tupi--Guarani que faz alusão às terras secas na longa estiagem, ocupa 11% de terri-tório nacional com aproximadamente 844.453 Km² que abriga população de 28 milhões de pessoas.

Apesar de ser a área brasileira com o menor número de estudos científi cos, é possível encontrar informações relevan-tes sobre a mesma. Dona de uma rica bio-diversidade, segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, abriga 178 espécies de mamíferos, 591 de aves, 177 de répteis, 79 espécies de anfíbios, 241 de peixes e 221 abelhas. Cerca de 27 milhões de pessoas vivem na região de desmatamento, que chega a 46% da área do bioma.

Para o secretário executivo da Asso-ciação Caatinga, Rodrigo Castro, pro-mover a conservação, a isso promover o sustentável e promover a repartição de benefícios. “Temos que aprofundar as discussões, canalizar recursos, conheci-mento e ações políticas e institucionais para que possamos ter de fato um desen-volvimento sustentável no nosso bioma”, explica. A Associação é uma entidade não governamental, sem fi ns lucrativos, com a missão de promover a garantia de todas as formas de vida do bioma.

10 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 29 de abril de 2014

VERDE

Bioma CaatingaINFORMAÇÃO AMBIENTAL

Trabalhos do naturalista ale-mão Carl Friedrich Philipp von Martius na Exposição Brazilian Nature – Mistery

and Destiny, na China. Entre os dias 15 e 18 de abril na Biblioteca da Peking University, em Beijing, a mostra insta-lada na biblioteca considerada a maior da Ásia no Yingjie Exchange Center, no campus da universidade fez parte da programação do Simpósio Brasil--China para Colaboração Científi ca – Fapesp Weeh Beijing, estava.

Composta por 37 painéis, a exposi-ção fez um resgate do trabalho de pes-

quisa realizado entre 1817 e 1820 por Von Martius, que percorreu diferentes regiões do Brasil e foi responsável pelo maior levantamento já realizado sobre a fl ora brasileira – a obra – referência Flora brasiliensis –, publicado em eta-pas entre 1840 e 1906. A mostra foi um retrato dos momentos distintos em que foram registrados e estudados diferentes biomas brasileiros, como Mata Atlânti-ca, Cerrado, Amazônia e Caatinga. O mé-dico e botânico veio ao Brasil com parte da missão Austríaca que acompanhou a princesa Leopoldina para seu casamento com D. Pedro de Alcântara.

Na exposição foi possível ver as re-produções de desenhos feitos no sécu-lo 19 pelo próprio Von Martius e outros naturalistas, com textos explicativos e fotografi as atuais de plantas e biomas. Os dados iconográfi cos ajudaram a entender questões relacionadas à me-gadiversidade biológica do Brasil, país que, sozinho, concentra entre 15% e 20% da biodiversidade do planeta. O papel das pesquisas para a preserva-ção dos biomas também fez parte do contexto da exposição. A exposição é resultado de uma parceria entre a Fa-pesp e o Museu Botânico de Berlim.

CAATINGA Após conhecer a região do Rio de Ja-

neiro e São Paulo partiu para a aven-tura de conhecer o interior, passando por Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e Piauí - aprofundando suas coletas e anotações sobre a Caatinga e multipli-cidade geomorfológica em constante mutação para quem parte do litoral rumo ao interior. Complementando os aproximadamente 10 mil quilômetros de marcha pelo nosso país, a missão percorreu a região Amazônica - com ênfase aos rios Solimões e Negro. Com informações da Fapesp.

FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 29 de abril de 2014

VERDE

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NA CHINA

Biodiversidade brasileira é tema de exposição

INDICAÇÃO DE LEITURA

A versão em português da obra “Just Business – Multinational Corporations and Human Rights”, de John Ruggie, é lançada hoje (29), em São Paulo, com debate sobre empresas e direitos hu-manos. A edição do livro é o resultado de uma parceria entre a Rede Brasilei-ra do Pacto Global das Nações Unidas e o selo Planeta Sustentável.

Na publicação, o autor, um dos ide-alizadores do Pacto Global, aborda o complexo contexto da globalização corporativa, com início na década de 1990, em que a liberalização do co-

mércio, a desregulamentação inter-na e a privatização aumentaram e aprofundaram o impacto provocado pelos mercados. Como consequência, surgiram inúmeras evidências de violações de direitos humanos por parte das empresas.

Lançado originalmente em 2013, “Quando negócios não são apenas negócios”, conta como John Ruggie conseguiu promover uma mobiliza-ção inédita entre corporações, gover-nos, organizações de trabalhadores e especialistas em direitos humanos

para a criação e aprovação nas Na-ções Unidas dos “Princípios Orienta-dores sobre Empresas e Direitos Hu-manos”, popularmente conhecidos como “Princípios de Ruggie”. Ele foi representante especial da ONU na elaboração dos Princípios.

ENTENDAEm 2005, o professor de Direitos

Humanos e Relações Internacionais de Harvard, John Gerard Ruggie, atendendo pedido de ajuda do então secretário geral da ONU, Kofl Annan,

passou os seis anos seguintes – sem remuneração – produzindo o estudo que resultou nos Princípios. Trata-se de um documento que estabelece o padrão global de negócios e direitos humanos, também chamado de res-ponsabilidade social e corporativa.

Pacto GlobalO Pacto Global da ONU é a maior

iniciativa voluntária para a respon-sabilidade social no mundo, reunin-do mais de 12 mil participantes cor-porativos em 145 países.

“Quando negócios não são apenas negócios”

LANÇAMENTO

Resultado de exaustivo trabalho que o autor empreendeu durante seis anos é tema do livro. John Ruggie é um dos idealizadores do Pacto Global

Page 11: O Estado Verde - Edição 22243 - 29 de Abril de 2014

Trabalhos do naturalista ale-mão Carl Friedrich Philipp von Martius na Exposição Brazilian Nature – Mistery

and Destiny, na China. Entre os dias 15 e 18 de abril na Biblioteca da Peking University, em Beijing, a mostra insta-lada na biblioteca considerada a maior da Ásia no Yingjie Exchange Center, no campus da universidade fez parte da programação do Simpósio Brasil--China para Colaboração Científi ca – Fapesp Weeh Beijing, estava.

Composta por 37 painéis, a exposi-ção fez um resgate do trabalho de pes-

quisa realizado entre 1817 e 1820 por Von Martius, que percorreu diferentes regiões do Brasil e foi responsável pelo maior levantamento já realizado sobre a fl ora brasileira – a obra – referência Flora brasiliensis –, publicado em eta-pas entre 1840 e 1906. A mostra foi um retrato dos momentos distintos em que foram registrados e estudados diferentes biomas brasileiros, como Mata Atlânti-ca, Cerrado, Amazônia e Caatinga. O mé-dico e botânico veio ao Brasil com parte da missão Austríaca que acompanhou a princesa Leopoldina para seu casamento com D. Pedro de Alcântara.

Na exposição foi possível ver as re-produções de desenhos feitos no sécu-lo 19 pelo próprio Von Martius e outros naturalistas, com textos explicativos e fotografi as atuais de plantas e biomas. Os dados iconográfi cos ajudaram a entender questões relacionadas à me-gadiversidade biológica do Brasil, país que, sozinho, concentra entre 15% e 20% da biodiversidade do planeta. O papel das pesquisas para a preserva-ção dos biomas também fez parte do contexto da exposição. A exposição é resultado de uma parceria entre a Fa-pesp e o Museu Botânico de Berlim.

CAATINGA Após conhecer a região do Rio de Ja-

neiro e São Paulo partiu para a aven-tura de conhecer o interior, passando por Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e Piauí - aprofundando suas coletas e anotações sobre a Caatinga e multipli-cidade geomorfológica em constante mutação para quem parte do litoral rumo ao interior. Complementando os aproximadamente 10 mil quilômetros de marcha pelo nosso país, a missão percorreu a região Amazônica - com ênfase aos rios Solimões e Negro. Com informações da Fapesp.

FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 29 de abril de 2014

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NA CHINA

Biodiversidade brasileira é tema de exposição

INDICAÇÃO DE LEITURA

A versão em português da obra “Just Business – Multinational Corporations and Human Rights”, de John Ruggie, é lançada hoje (29), em São Paulo, com debate sobre empresas e direitos hu-manos. A edição do livro é o resultado de uma parceria entre a Rede Brasilei-ra do Pacto Global das Nações Unidas e o selo Planeta Sustentável.

Na publicação, o autor, um dos ide-alizadores do Pacto Global, aborda o complexo contexto da globalização corporativa, com início na década de 1990, em que a liberalização do co-

mércio, a desregulamentação inter-na e a privatização aumentaram e aprofundaram o impacto provocado pelos mercados. Como consequência, surgiram inúmeras evidências de violações de direitos humanos por parte das empresas.

Lançado originalmente em 2013, “Quando negócios não são apenas negócios”, conta como John Ruggie conseguiu promover uma mobiliza-ção inédita entre corporações, gover-nos, organizações de trabalhadores e especialistas em direitos humanos

para a criação e aprovação nas Na-ções Unidas dos “Princípios Orienta-dores sobre Empresas e Direitos Hu-manos”, popularmente conhecidos como “Princípios de Ruggie”. Ele foi representante especial da ONU na elaboração dos Princípios.

ENTENDAEm 2005, o professor de Direitos

Humanos e Relações Internacionais de Harvard, John Gerard Ruggie, atendendo pedido de ajuda do então secretário geral da ONU, Kofl Annan,

passou os seis anos seguintes – sem remuneração – produzindo o estudo que resultou nos Princípios. Trata-se de um documento que estabelece o padrão global de negócios e direitos humanos, também chamado de res-ponsabilidade social e corporativa.

Pacto GlobalO Pacto Global da ONU é a maior

iniciativa voluntária para a respon-sabilidade social no mundo, reunin-do mais de 12 mil participantes cor-porativos em 145 países.

“Quando negócios não são apenas negócios”

LANÇAMENTO

Resultado de exaustivo trabalho que o autor empreendeu durante seis anos é tema do livro. John Ruggie é um dos idealizadores do Pacto Global

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FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 29 de abril de 2014

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POR MARTHA ARY*

Em todas as metrópoles do pla-neta, os cidadãos que prezam o verde e as árvores querem viver seu dia a dia trabalhan-

do, deslocando-se e repousando com tranquilidade, sabendo que a cobertu-ra vegetal de sua cidade está entregue em boas mãos, e que há pessoas pre-paradas, com conhecimento de causa, cuidando da saúde das árvores e da paisagem natural de sua cidade.

Infelizmente, não é o que vemos acon-tecer em Fortaleza, pelo contrário, esta-mos muito longe disso. Não existem es-sas mãos sapientes e cuidadosas dentro da estrutura administrativa da Prefeitura desta enorme Capital, não há um órgão, um departamento sequer para tratar dessa questão. As pobres mãos que abor-dam as poucas árvores existentes são violentas, descuidadas, ignorantes dos assuntos da botânica e da paisagística.

E o resultado é uma cidade cada vez mais árida e feia, sem um ornamento vegetal minimamente adequado. Uma paisagem dura, constituída de cimen-to e concreto, pontuada aqui e ali por seres vegetais deformados, adoecidos. Não existem verbas destinadas a cria-ção e implantação de políticas e ações minimamente sérias e consistentes de arborização e “enverdecimento” de nossa cidade.

E assim, vamos caminhando, de sobres-salto em sobressalto, correndo desespera-damente para salvar as árvores decená-rias que ainda nos restam, os manguezais já por tantos anos tolhidos e ameaçados, correndo para promover um plantio aqui e outro ali, buscando com afi nco estudar a fl ora nativa, para adquirir algum conheci-mento de botânica e paisagismo.

As ações que realizamos em prol do verde da cidade são deveras atitudes muito importantes mas, diante do tama-nho da carência e do desafi o, estão fada-das a fi car muito aquém da necessidade. Então façamos a refl exão, o que mudaria na paisagem, no clima, no astral e na sa-lubridade de nossa cidade se (a exemplo de cidades como São Paulo, Rio de Janei-ro, Brasília) houvesse um órgão respei-tável e bem dimensionado, destinado ex-clusivamente a cuidar desses assuntos?

*Integrantes do Movimento Pró-Árvore

A quem entregamos as árvores de nossa cidade?