caderno o estado verde 8 de abril 2014

12
Verde ANO VI - EDIÇÃO N o 332 FORTALEZA - CEARÁ - BRASIL Terça-feira, 8 de abril de 2014 Clima e Recursos Hídricos Ministro da Integração afirma que o Projeto São Francisco é um grande instrumento para adaptação às mudanças climáticas. WED Vem aí mais um Dia Mundial do Meio Ambiente Ano Internacional dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento será o eixo temático do Dia Mundial do Meio Ambiente 2014. SEGURANÇA HÍDRICA Mais 3000 cisternas para comunidades no Semiárido Pág. 3 Pág. 5 Págs. 6 e 7 TRANSPOSIÇÃO FOTO: BETH DREHER

Upload: jornal-o-estado-ceara

Post on 06-Mar-2016

218 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

 

TRANSCRIPT

Page 1: Caderno O Estado Verde 8 de Abril 2014

Verde ANO VI - EDIÇÃO No 332FORTALEZA - CEARÁ - BRASIL

Terça-feira, 8 de abril de 2014VerdeClima e Recursos Hídricos Ministro da Integração afi rma que o Projeto São Francisco é um grande instrumento para adaptação às mudanças climáticas.

WEDVem aí mais um Dia Mundial do Meio Ambiente

Ano Internacional dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento será o eixo temático do Dia Mundial do Meio Ambiente 2014.

SEGURANÇA HÍDRICAMais 3000 cisternas para comunidades no Semiárido

Pág. 3 Pág. 5

Págs. 6 e 7

TRANSPOSIÇÃO FOTO: BETH DREHER

Page 2: Caderno O Estado Verde 8 de Abril 2014

O “Verde” é uma iniciativa para fomentar o desenvolvimento sustentável do Instituto Venelouis Xavier Pereira com o apoio do jornal O Estado. EDITORA: Tarcília Rego. CONTEÚDO: Equipe “Verde”. DIAGRAMAÇÃO E DESIGN: Wevertghom B. Bastos. MARKETING: Pedro Paulo Rego. JORNALISTA: Sheryda Lopes. TELEFONE: 3033.7500 / 8844.6873Verde

TARCÍLIA [email protected]

PARA PIORAR...Estudo sobre desertifi cação: A Linha

da Frente Invisível, publicado pela Con-venção das Nações unidas de Combate à Desertifi cação (UNCCD), em março, mostra ligação entre a desertifi cação, às mudanças climáticas e as crescentes ameaças à segurança nacional e interna-cional. O relatório estima em mais de 1 bi-lhão o número de pessoas que atualmen-te não têm acesso à água, prevendo que “a procura vai aumentar 30% até 2030”.

A desertifi cação – degradação da terra em zonas áridas – já afeta 3,6 bilhões de hectares, somando 25% da massa terres-tre, o que ameaça a subsistência de mais de um bilhão de pessoas em cerca de 100 países. E nós, estamos nesta lista.

CUSTOSEstudo sobre os custos da desertifi ca-

ção na América Latina, conduzido pelo representante da UNCCD na América La-tina, o sociólogo Heitor Matallo, mesmo considerando que a metodologia existen-te para a avaliação econômica deve ser aperfeiçoada, a fi m de oferecer dados mais precisos, “as estimativas das perdas em solos e recursos hídricos representam uma enorme perda econômica que afeta milhões de pessoas e contribui para a po-breza e a vulnerabilidade social”.

No Brasil, onde mais de um milhão de quilômetros quadrados é afetado pela desertifi cação nos estados do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo, o custo das perdas de solo e de recursos hídricos chegam a US$ 5 bilhões por ano, o equi-valente a 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB), e afetam negativamente a vida de

mais de 15 milhões de pessoas. Caso a previsão climática do IPCC sejam concre-tizada, o País poderá perder até um terço de sua economia.

LIXÕESConfederação Nacional de Municípios

(CNM) pede ao Senado que o prazo para elaborar planos municipais de ges-tão de resíduos sólidos, seja prorrogado por mais um ano, e que as prefeituras tenham mais três anos, a partir da fi nali-zação do plano municipal, para erradicar os lixões. Segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) de 2010 o prazo termina em agosto próximo.

Durante debate ocorrido dia 2/4, na Subcomissão Temporária de Resídu-os Sólidos, dia 2/4, representantes da CNM justifi caram o pedido embasadas nas faltas de sempre: recursos, apoio federal e capacidade dos municípios para acessar os mecanismos de solici-tação de apoio técnico, ou melhor, mão de obra qualifi cada.

ESTADIC 2013Dados da Pesquisa de Informações Bá-

sicas Estaduais 2013 (Estadic) do IBGE aponta que o Ceará não teve nenhum projeto voltado para a questão ambiental fi nanciado pelo Fundo Estadual de Meio Ambiente, nos últimos 12 meses.

Refl exão: “Partido, sindicato, estatal, estado, governo… É tudo a mesma coi-sa. É o novo patrimonialismo”. Jornalista Reinaldo Azevedo referindo-se a atual si-tuação política do país.

Dois assuntos que agora, mais do que nunca, após publicação do novo relatório do IPCC dia 30/3, devem ser combatidos conjuntamente, já que os maiores efeitos da crise climática deverão ser sentido [mais fortemente] no mundo em desenvol-vimento. Um aumento nas temperaturas de 2,5ºC com relação à era pré-industrial – 0,5ºC a mais que a meta fi xada pela ONU – reduzirá os ganhos mundiais anuais entre 0,2% e 2,0%, o que corresponde a centenas de bilhões de dólares.

As alterações climáticas provocam fenômenos extremos, como secas prolon-gadas e inundações, afetando comunidades mais vulneráveis à desertifi cação, é o caso do nosso Semiárido. Fica aí o alerta para os que governam e legislam, é preciso [urgentemente] pensar ou pôr em práticas as que já estão aí, políticas e ações efetivas e efi cazes de combate e adaptação ao fenômeno global.

CLIMA E POBREZA

Coluna Verde

GESTORA E EDUCADORA AMBIENTAL

2 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 8 de abril de 2014

VERDE

13 DE ABRIL ANIVERSÁRIO DA CIDADE DE FORTALEZA

• Fortaleza completa 288 anos. Fundada em 13 de abril de 1726, a bela Ca-pital é conhecida por possuir litoral exuberante, com 34 km de praias que atraem turistas do mundo inteiro, um dos motivos que fazem da cidade, um exemplo de qualidade de vida, principalmente para os turistas que a visitam e fi cam deslumbrados com as praias de areias brancas.

Mas, Fortaleza não é só isso, é muito mais, com arquitetura moderna e ampla infraestrutura, desponta como uma das principais metrópoles do Norte e Nor-deste do país, e inserida no destino de grandes eventos econômicos e culturais. É conhecida, também, como a capital brasileira mais próxima da Europa.

A história da cidade começou antes de 1604, quando às margens do Rio Ceará, o Fortim de São Tiago foi erguido. Inicialmente, o povoado do entor-no foi chamado de Nova Lisboa e fi cou sob o domínio dos holandeses que construíram o Forte Schooneborck, até 1644. Retomada pelos portugueses foi rebatizada de Fortaleza de Nossa Senhora de Assunção, e em 1726, o po-voado foi elevado à condição de cidade e com o passar do tempo foi ganhan-do a denominação de Fortaleza, somente. Hoje, o antigo forte abriga a 10ª Região Militar, no Centro da cidade.

Segundo Censo de 2010, Fortaleza ocupa uma área de 313,140 km² com população de quase 2 milhões e meio de habitantes e densidade demográfi ca de 7.819 habitantes por km². O lema da cidade é a palavra em latim “Forti-tudine”, que em português signifi ca: “força, valor, coragem”.

DE 14 A 16 DE ABRIL 5o SEMINÁRIO DO PATRIMÔNIO CULTURAL DE FORTALEZA

• Com o objetivo de reunir experiências inovadoras em educação patrimonial no âmbito nacional e internacional, aproximando as pessoas dos bens culturais e de políticas públicas para a preservação do Patrimônio Histórico e Cultural do município, o 5° Seminário do Patrimônio Cultural de Fortaleza acontece de 14 a 16 de abril, na sede do Crea-CE (Rua Castro e Silva, 81 - Centro). Interessados em participar da programação podem se inscrever online, até o dia 11 de abril, preenchendo formulário disponível em http://migre.me/ikvv2

DIA 16 DE ABRILFIT CITIES SÃO PAULO

• Conferência Fit Cities São, uma realização da USP Cidades e o Cidade Ativa, vai discutir como construir cidades mais saudáveis, relacionando a saúde e o desenho urbano, além das atitudes para mudar a relação das pes-soas com o espaço público. A representante do Departamento de Saúde e Higiene Mental de Nova Iorque, Karen Lee e a urbanista Skye Duncan, do Departamento de Planejamento de Nova Iorque, participarão e trarão a ex-periência anterior do Movimento “Active Design”. As discussões acontece-rão em torno das perspectivas das cidades brasileiras. As inscrições gratuitas e devem ser realizadas no site http://www.cidades.usp.br até dia 15 de abril.

AGENDA VERDE

Page 3: Caderno O Estado Verde 8 de Abril 2014

POR TARCILIA [email protected]

Vem aí, mais um Dia Mundial do Meio Ambiente (WED 2014). Promovido pelo Pro-grama das Nações Unidas

para o Meio Ambiente (Pnuma) e cele-brado em 5 de junho, a data incentiva ações positivas para o meio ambiente em todo o mundo, envolvendo milhões de pessoas. A Organização das Nações Unidas (ONU) considera o dia, o prin-cipal veículo para incentivar a cons-ciência mundial e ação para o meio ambiente. O WED motiva milhões de pessoas a se engajarem e promoverem ações sobre determinado tema.

Este ano, em apoio à designação pela ONU de 2014 como o Ano Internacio-nal dos Pequenos Estados Insulares (SIDS, sigla em inglês) o eixo temático estará centrado nestes estados em um contexto mais amplo das “Mudanças Climáticas e Desenvolvimento”, como tema. Para o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, “o Ano Internacional é uma oportunidade para apreciar a re-siliência extraordinária e rica herança cultural do povo de pequenos Estados insulares em desenvolvimento”. Pela primeira vez, a Assembleia Geral da ONU designa um ano internacional para um grupo de países.

ANO DOS INSULARES O Ano Internacional de Pequenos

Estados Insulares em Desenvolvimen-to teve início dia 24 de fevereiro, nas Nações Unidas. Vai celebrar as contri-buições que este grupo de nações tem dado ao mundo como um todo. Peque-nos Estados insulares em desenvolvi-mento são o lar de culturas vibrantes e distintas, diversidade e herança. Os habitantes dessas pequenas nações em desenvolvimento também estão na vanguarda dos esforços para abordar as questões globais prementes através de criatividade, inovação e uso do co-

nhecimento tradicional.

UM PROBLEMA DO MUNDO INTEIRO Segundo publicado no portal da Unep,

espalhados pelo mundo, do Pacífi co ao Mar da China, do Caribe ao Oceano Ín-dico, os insulares em desenvolvimento, enfrentam uma série de questões am-bientais únicas. “Em particular, estão na linha de frente de um dos maiores desafi os ambientais do nosso tempo – as mudanças do clima – que deixa comunidades costeiras vulneráveis a tempestades e desastres naturais”. São as populações mais expostas. “Além dis-so, com o aumento do nível dos mares, alguns países, como Kiribati, Maldivas, Ilhas Marshall e Tuvalu podem se tor-nar inabitáveis. Uma grande parcela da

população de outros estados insulares terá que ser remanejada para não ser afetada”. Os desafi os enfrentados pelos Pequenos Estados Insulares em Desen-volvimento são também um problema do mundo inteiro.

O lançamento na sede da ONU em Nova York coincidiu com uma reunião preparatória para a Terceira Conferên-cia Internacional sobre SIDS, que será realizada em Apia, Samoa, em setem-bro vindouro. “A mudança climática representa uma grave ameaça para a sobrevivência e viabilidade de um número de nações de baixa altitude”, disse o Ban Ki-moon, em seu discurso durante o evento. A Conferência acon-tecerá no mesmo mês em que a Assem-bleia Geral vai dedicar às deliberações

de alto nível sobre a agenda de desen-volvimento sustentável para além de 2015, o prazo para os Objetivos de De-senvolvimento do Milênio (ODM).

Sob o tema “desenvolvimento sus-tentável dos pequenos Estados insu-lares através de parcerias genuínas e duradouras”, a conferência em Samoa procurará assegurar o crescimento econômico e o desenvolvimento social, protegendo o meio ambiente de modo a contribuir para o aumento da resili-ência destes países. Outros eventos pa-ralelos estão programados e envolvem questões como juventude, dívida públi-ca e proteção ambiental.

O WED deste ano realiza-se num momento em que a grande maioria das ilhas combate ou busca adaptações à devastação das mudanças climáticas, e algumas, como as Maldivas estão li-teralmente afundando. Saiba mais em www.unep.org.

SLOGANO Pnuma promoveu eleição online

para a escolha de slogan do Dia Mun-dial do Meio Ambiente 2014 e este ano, qualquer pessoa pôde votar através do site do Pnuma. A votação encerrou no dia 5 de março e o slogan vencedor – que será usado na chamada para a comunidade global participar – ainda não foi anunciado.

3FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 8 de abril de 2014

VERDE

Dia vai destacar pequenos estados insulares

WED 2014

A costa de areia preta, Malekula Island, segunda maior ilha da naç ã o insular Vanuatu

Banco Mundial/Tom Perry

Page 4: Caderno O Estado Verde 8 de Abril 2014

4 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 8 de abril de 2014

VERDE

Semace apreende 285 aves silvestres em Cascavel

FAUNA

POR SHERYDA [email protected]

A Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), por meio da Diretoria de Fiscal-ização (Difi s), apreendeu 285

aves silvestre nativas, em uma residên-cia no município de Cascavel, Região Metropolitana de Fortaleza, no dia 27 de março. A ação foi ocasionada após a autarquia receber denúncia do fun-cionamento irregular de um cativeiro no local. Segundo Roberto Cavalcante, fi scal da Semace, essa foi a maior apre-ensão realizada desde que a autarquia e o Ibama assinaram acordo de gestão compartilhada de recursos faunísticos em setembro do ano passado.

Ao constatar a veracidade da denún-cia e a situação de fl agrante do cativeiro irregular, a equipe do Setor de Defesa da Fauna da Difi s solicitou apoio da Polícia Militar para adentrar ao local onde estavam os animais. O dono da residência não estava em casa e os ani-mais foram encaminhados ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Ce-tas) do Ibama, em Fortaleza.

Entre as espécies faunísticas encon-tradas, estavam aves como o bigodeiro, papa-capim, golinha, canário-pirrita, azulão, abre-fecha, casaca-de-couro, galo-de-campina, periquito-de-sertão e papacu, sendo essas duas últimas ameaçadas de extinção.

Segundo Roberto Cavalcante, as condições dos animais apreendidos levam a crer que a captura não havia

acontecido há muito tempo. “Foram apenas cinco pássaros que chegaram mortos ao Cetas, o que é um número pequeno nesses casos”, afi rma. Quan-to mais tempo os animais passam em poder de trafi cantes, mais chances há de óbitos ou de mutilações, devido às condições precárias em que são trans-portados. Quando o fl agrante é feito no momento da caça, é possível realizar a soltura imediatamente na natureza.

As equipes da Semace estão passan-do por capacitações técnicas junto ao Ibama, de forma que, até 2015, todas as competências ligadas à fauna de-vem passar ao Estado, com possibili-dade de prorrogação do prazo. Entre tais competências, estão a gestão de criadouros comerciais de fauna nativa e a licença para criadores amadores de passeriformes silvestres nativos, que são aves de pequeno e médio porte, geralmente canoras.

JORNALISTA E ESCRITOR

Projeto rejeitadoCertamente, por conhecer o pro-

blema acima referido, é que a depu-tada Fernanda Pessoa apresentou um projeto de lei à Assembleia Le-gislativa do Ceará determinando a proibição do uso de jalecos e aven-tais pelos profissionais de saúde fora do ambiente de trabalho. Tal determinação vale também para es-tudantes e estagiários da área médi-co-hospitalar, cabendo à Secretaria de Saúde do Estado a implementa-ção de campanhas para a conscien-tização dos profissionais do risco de contaminação biológica. Coisa, aliás, que mais do que ninguém eles deveriam saber. Sabe o que ocorreu com o projeto da deputada Fernan-da Pessoa? Foi transformado em Projeto de Indicação, o que significa dizer que não vai pra frente, porque depende da boa vontade do gover-nador. E pela experiência legislativa, dos trezentos, quatrocentos projetos de indicação que a AL envia ao go-vernador anualmente, retornam pou-quíssimos em forma de proposta do Poder Executivo. Isto quando inte-ressam diretamente o governo.

Ambiente infectadoÉ mais do que evidente que os pro-

fi ssionais que agem sem o devido cuidado higiênico estão contribuindo para infectar o ambiente. O projeto de autoria de Fernanda Pessoa daria uma inestimável contribuição legisla-tiva para a educação sanitária e para a saúde da população. Evitando, inclusive, mortes por infecção hos-pitalar e os consequentes constran-

gimentos da empresa de saúde e do próprio Estado. Segundo, Fernanda Pessoa no Ceará, como na maioria dos estados brasileiros, os índices de infecção hospitalar são preocupantes e, sem dúvida, com a proibição do uso de jalecos e aventais pelos pro-fi ssionais de saúde fora do ambiente de trabalho, haveria uma diminuição nos respectivos casos.

Resina plástica Propositura que discute a criação

de incentivos tributários à pesquisa e produção de resinas plásticas ela-boradas a partir de fontes renováveis está em discussão na Câmara dos Deputados. A Comissão de Meio Am-biente deu sinal verde para o Proje-to de Lei 3894/2012, que isenta de PIS/Pasep e de Cofi ns (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) as aquisições de produtos e máquinas necessários ao desenvolvi-mento de resinas plásticas feitas de material renovável. A proposta ainda precisa passar por duas comissões antes de seguir para o Senado.

Contaminação ambientalEstimativas indicam que, anualmen-

te, cerca de 14 bilhões de toneladas de resíduos plásticos são descartadas em aterros sanitários e mais de 100 mil toneladas vão parar em rios e ma-res. Como o tempo de decomposição do plástico convencional, pode levar mais de cem anos. Diversos proble-mas ambientais são gerados pela dis-posição fi nal inadequada do produto.

O MAU EXEMPLO DE PROFISSIONAIS DE SAÚDEResido próximo a um hospital privado, e o comportamento da própria empre-

sa, bem como de determinados profi ssionais de saúde causa-me espécie. Há um certo desleixo de todos, desde o recolhimento dos resíduos sólidos produ-zidos no estabelecimento, até a higiene pessoal dos profi ssionais. Durante todo o dia se vê pessoas de jaleco branco atravessando a rua para ir às lanchonetes da circunvizinhança e até postada diante de carrinhos que vendem os conheci-dos “cai-duros” nas imediações do hospital. O que eu nunca vi por ali foi qual-quer fi scalização dos órgãos da Secretaria de Saúde do Estado ou da Vigilância Sanitária. Diante disto, como fi ca a saúde dos pacientes atendidos por gente que está irremediavelmente cheia de bactérias?

• Para denunciar crimes ambientais o cidadão deve ligar para o Disque Natureza, que funciona nos números 0800-275-2233 ou (85) 3101-5512. O serviço está disponível para a socie-

dade de segunda a sexta-feira, das 8 às 15 horas. É importante que o de-nunciante informe o fato com o maior número de detalhes, para auxiliar ao máximo o trabalho da fi scalização.

DISQUE NATUREZA

Os animais foram encontrados em condições razoáveis, ocasionando poucas perdas

DIVULGAÇÃO

Page 5: Caderno O Estado Verde 8 de Abril 2014

POR TARCILIA REGO*[email protected]

O prefeito de Mombaça, Ecildo Filho, e o secretário do De-senvolvimento Agrário do Governo do Estado do Cea-

rá, Nelson Martins, assinaram ordem de serviço para a implantação de 2.928 cisternas de placas e 382 cisternas de produção ou enxurrada no município. A solenidade aberta ao público e toda a população mombacense aconteceu sá-bado, dia 5 de abril, às 8 horas, no polo de atendimento do Programa de Apoio às Reformas Sociais do Ceará – Proa-res, bairro Tejubana.

A cisterna é uma tecnologia social simples para a captação e armazena-mento de água da chuva. Com baixo custo, é adaptável a qualquer região, especialmente no Ceará, onde a cister-na representa uma solução de acesso à agua para as comunidades de baixa renda no Semiárido. Além da melho-ria da qualidade da água consumida, que impacta de forma positiva sobre a redução de doenças por veiculação hí-drica em adultos e crianças, a tecnologia também, contribui para a melhoria das condições sociais e econômicas das co-munidades benefi ciadas com o projeto.

Os recursos destinados ao projeto das cisternas totalizam mais de R$ 12 milhões e chegaram até o município por meio do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), do Governo do Estado e da própria administração mu-nicipal de Mombaça. “Será investido um total de R$ 8.105.699,52 para a constru-ção das cisternas de placas e aproxima-damente R$ 3.800.000,00, para as de enxurradas.” Informa a assessoria de im-prensa do município. “O início da obra – prevista pra terminar em dezembro de 2014 - é imediato”, completa.

PRODUZINDO COM VOCÊNa ocasião, a Prefeitura de Mombaça

através da Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento Rural, lançou o pro-jeto Produzindo com Você, o “Proce”, que atuará durante todo o ano na zona rural com quatro ações: construção de barragens subterrâneas, construção de silos, mapeamento dos poços profun-dos e reabastecimento de cisternas de produção. O objetivo do programa é in-centivar a produção junto ao agricultor familiar, até dezembro deste ano serão construídas 110 barragens subterrâne-as, 10 em cada Distrito de Mombaça.

Os recursos investidos serão do Municí-pio e para construção, haverá parceria en-tre Prefeitura e produtor. A administração municipal entrará com a retroescavadeira e as lonas, e o produtor com a mão de obra para limpeza da valeta. A barragem sub-terrânea tem a função de armazenar água no subsolo, a fi m de manter a umidade do solo. Além disso, o projeto também pre-vê a perfuração de um poço amazonas no meio da barragem subterrânea e a água deverá ser utilizada para irrigação.

Já os silos deverão estar prontos até ju-lho deste ano. Também serão construídos

110, divididos nos 11 Distritos de Momba-ça. Nesta ação, a Prefeitura entrará com retroescavadeira e ensiladeira e o produtor com a mão-de-obra. Os silos têm a função de armazenar forragem no período em que ela se encontra com todo teor de proteínas, fazendo assim o melhor aproveitamento do suporte forrageiro. Esta ação visa evitar que o produtor, por falta de pasto, venda o seu rebanho no período em que o preço de mercado está baixo.

A Prefeitura de Mombaça também vai mapear os poços profundos existentes no Município, a fi m de orientar o agri-cultor para melhor uso da água e incen-tivá-lo a produzir alimentos que pode-rão ser vendidos para merenda escolar, através do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).

A quarta ação do Proce é o reabaste-cimento de cisternas de produção pelo carro pipa, com água para consumo animal e agrícola. A ação vai funcionar da seguinte forma: a cisterna secou, o agricultor solicita o reabastecimento na Secretaria de Agricultura do Município.

5FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 8 de abril de 2014

VERDE

CISTERNA DE PLACA

CISTERNA DE ENXURRADA

De formato cilíndrico, coberta e semien-terrada, o reservatório tem capacidade para armazenar até 16 mil litros de água captada das chuvas, através de calhas instaladas nos telhados das casas. A quantidade é su-fi ciente para uma família de cinco pessoas beber e cozinhar, por um período de 6 a 8 meses – época da estiagem na região.

O modelo tem capacidade para acu-mular 52 mil litros e é construída dentro da terra, fi cando somente a cobertura de for-ma cônica acima da superfície. O terreno é utilizado como área de captação. Quando chove, a água escorre pela terra e antes de cair para a cisterna passa por duas ou três pequenas caixas, uma seguida da outra, que são os decantadores. Os canos ins-talados auxiliam o percurso da água que escoa para dentro do reservatório. Com a função de fi ltrar a areia e outros detritos que possam seguir junto com a água, os decantadores retêm esses resíduos para impedir o acúmulo no fundo da cisterna.

A água estocada serve para a criação de pequenos animais, cultivos de hortali-ças e plantas medicinais e frutíferas.

Fontes: www.asabrasil.org.br; www.mds.gov.br

*Com informações da assessoria de imprensa de Mombaça.

Mais de 3000 cisternas para atender comunidades

SEGURANÇA HÍDRICA

Tecnologia social simples e de baixo custo para a captação e armazenamento de água da chuva, vai benefi ciar comunidades na região do Semiárido do Ceará

Prefeito Ecildo Filho assina a ordem de serviço para a implantação de cisternas

DIVU

LGAÇ

ÃO

Page 6: Caderno O Estado Verde 8 de Abril 2014

Francisco Teixeira apresentou o andamento das obras durante almoço realizado em sua homenagem, na sede da Federação das Indústrias do Ceará

Uma adaptação às mudanças climáticas, afirma ministro

6 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 8 de abril de 2014

VERDE

POR SHERYDA [email protected]

Ministro da Integração Na-cional, Francisco Teixei-ra, esteve, ontem, na Fe-deração das Indústrias do

Estado do Ceará (Fiec), para almoço oferecido pelo presidente da casa, Ro-berto Macedo. O motivo do encontro foi agradecer pela visita que o ministro proporcionou a um grupo de empresá-rios da indústria cearense no dia 28 de março junto às obras de Transposição do Rio São Francisco.

A expectativa do governo é de que o projeto atenda às demandas hídri-cas da população e também do setor produtivo, além de apoiar os estados nordestinos a mitigar os impactos das alterações do clima, conforme o 5o Re-latório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) di-vulgado dia 30 de março.

“As mudanças climáticas vêm sen-do discutidas há mais de uma década, e temos acompanhado os debates. A forma de se adaptar ao fenômeno é promover uma ampliação planejada e racional da infraestrutura hídrica existente, e é exatamente isso que o Projeto São Francisco representa”, afirmou o ministro Teixeira. As ações integradas com a Agência Nacional das Águas (ANA), também foram res-saltadas por ele como importantes para uma gestão hídrica no País.

O presidente da Fiec, Roberto Ma-cedo, destacou a visita, e descreveu as obras como “quase faraônicas”. “Fica-mos impressionados com a estrutura, se tivessem sido feitas há um século, hoje estaríamos em outra situação”, disse. Sobre a responsabilidade das

indústrias relacionadas aos dados do IPCC, Macedo disse que o setor não tem um projeto específico para lidar com a questão, mas que as empresas já começam a realizar ações de reu-so da água e tem se preocupado com questões ambientais, diminuindo a emissão de resíduos e gases poluen-tes. “Requer mudança de compor-tamento e muito estudo, e isso leva tempo”, afirmou.

CÂMARA TEMÁTICA CLIMA E RECURSOS HÍDRICOS

O setor produtivo, governo, univer-sidades e outras instituições terão um espaço para discutir questões ligadas ao clima e recursos hídricos. O pre-sidente da União dos Agricultores do Vale do Jaguaribe (Univale),João Tei-xeira, informou sobre a Câmara Temá-tica Clima e Recursos Hídricos, ligada à Agência de Desenvolvimento do Es-tado do Ceará (Adece) e ainda em ela-boração. “O governador já deu sinal verde e essa câmara deve ser lançada nos próximos 60 dias”, afirmou.

O empresário Teixeira, que é irmão do ministro da Integração, durante sua apresentação, ressaltou que além de ter água, é necessário “que haja modos de transportá-la, e que os se-tores privados precisam repensar com urgência suas atitudes em relação ao meio ambiente e aos resultados do re-latório do IPCC”. A importância des-se debate também foi ressaltada pelo secretário executivo de Recursos Hí-dricos do Estado, Ramon Rodrigues. “Como a prioridade legal da água é para o consumo humano e animal, o que é correto, os setores privados têm que se organizar para que a produção tenha o recurso garantido”, afirmou.

PROJETO SÃO FRANCISCO

O ministro apontou benefícios sócioeconômicos das obras e afirmou que estarão prontas até o ano de 2015

FOTOS: BETH DREHER

Page 7: Caderno O Estado Verde 8 de Abril 2014

7FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 8 de abril de 2014

VERDE

Rio São FranciscoConhecido como o “Rio da Integração

Nacional”, o São Francisco, descoberto em 1502, tem esse título por ser o cami-nho de ligação do Sudeste e do Centro--Oeste com o Nordeste. Desde as nas-centes, na Serra da Canastra, em Minas Gerais, até a foz, na divisa de Sergipe e Alagoas, ele percorre 2.700km e rece-be água de 168 afl uentes, dos quais 99 são perenes, 90 estão na sua margem direita e 78 na esquerda.

Ao longo desse percurso, que banha cinco Estados, o rio divide-se em quatro trechos: o Alto São Francisco, que vai de suas cabeceiras até Pirapora, em Minas Gerais; o Médio, de Pirapora, onde co-

meça o trecho navegável, até Remanso, na Bahia; o Submédio, de Remanso até Paulo Afonso, também na Bahia; e o Bai-xo, de Paulo Afonso até a foz.

Os índices pluviais da Bacia do São Francisco variam entre sua nascente e sua foz. A pluviometria média vai de 1.900 milímetros na área da Serra da Canastra a 350 milímetros no semiárido nordestino. Por sua vez, os índices relati-vos à evaporação mudam inversamente e crescem de acordo com a distância das nascentes: vão de 500 milímetros anuais, na cabeceira, a 2.200 milímetros anuais em Petrolina (PE).

Embora o maior volume de água seja

ofertado pelos cerrados do Brasil Cen-tral e pelo Estado de Minas Gerais, é a represa de Sobradinho que garante a regularidade de vazão do São Francis-co, mesmo durante a estação seca, de maio a outubro. Essa barragem, que é citada como o pulmão do rio, foi plane-jada para garantir o fl uxo de água re-gular e contínuo à geração de energia elétrica da cascata de usinas operadas pela Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) - Paulo Afonso, Itapa-rica, Moxotó, Xingó e Sobradinho. E é assim que ela opera.

Fonte: Ministério da Integração Nacional

AMBI

ENTA

LIST

AEM

REDE

.COM

Durante o almoço, Roberto Macêdo elogiou as obras do São Francisco, visitadas por ele em março

ÁGUA PARA O DESENVOLVIMENTOA visita às obras do Rio São Fran-

cisco teve o objetivo de mostrar que a água no Nordeste não será mais um problema, o que possibilita a atração de investimentos para a região. “Os empresários do Ceará representam grande parte do PIB do Estado, ge-rando renda e empregos, e eles que-rem garantias de que o recurso estará disponível”, disse o ministro.

Sanadas as necessidades hídricas de consumo humano, a intenção do go-verno é que a água que sobre nos reser-vatórios possa ser utilizada na produção agrícola e industrial. O titular da Inte-gração Nacional ressaltou que, além da visita do empresariado cearense, existe a possibilidade de novas excursões com representantes do setor produtivo dos estados do Rio Grande do Norte, Paraí-ba e Pernambuco.

Teixeira mostrou-se otimista quanto à Transposição do Rio São Francisco, e a respeito das recentes paralisações nas obras, o ministro espera que não tornem a acontecer. Ele atribuiu as manifesta-ções dos trabalhadores à “infl exibili-dade das leis brasileiras”, mas que todas as providências relativas a contratações e licitações já foram tomadas. O inte-resse da presidente Dilma em ver as obras concluídas foi apontado como um motor para o projeto cujas obras foram iniciadas em 2007. As primeiras etapas serão entregues em 2015.

FOTO

S: B

ETH

DREH

ER

Page 8: Caderno O Estado Verde 8 de Abril 2014

DICIONÁRIO ESTADO VERDE

8 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 8 de abril de 2014

VERDE

• De acordo com Artigo 2o Decreto no. 6.514 de 22/07/2008, “considera--se infração ambiental, toda ação ou omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente, conforme o disposto na Seção III do mesmo decreto”.

As infrações são punidas com san-ções de advertência; multa simples; multa diária. Cabe a Seuma estabelecer multa, embargo de obra e em alguns

casos a demolição de obra; suspensão parcial ou total das atividades. A aplica-ção das sanções administrativas deverá observar os seguintes critérios:

I - gravidade dos fatos, tendo em vis-ta os motivos da infração e suas conse-quências para a saúde pública e para o meio ambiente;

II - antecedentes do infrator, quanto ao cumprimento da legislação de inte-resse ambiental; e

III - situação econômica do infrator.

INFRAÇÃO AMBIENTAL

Comissão do Meio Ambiente da Câmara, fiscais da Seuma e representantes do SOS Cocó, observam um aterro criminoso na Lagoa da Laura, no Bairro José de Alencar

Fiscais da Seuma, vereador Joaquim Rocha e membros do SOS Cocó vistoriam as agressões no entorno do Cocó, no bairro da Boa Vista. Observam-se construções às margens do rio e empresas de lavagens de combustíveis, etc.

A Secretaria de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma), re-alizou quatro vistorias em pontos diferentes de Fortale-

za, na última quinta feira (3/04). A fi s-calização foi acompanhada pelo presi-dente da comissão de Desenvolvimento Urbano, Habitação e Meio Ambiente da Câmara Municipal de Fortaleza, Jo-aquim Rocha (Psol), e os vereadores João Alfredo (Psol) e Deodato Ramalho (PT), além de representantes do movi-mento SOS Cocó. Entre as infrações constatadas, a mais grave, segundo o vereador João Alfredo, é o aterramento da Lagoa do Gravito, conhecida como Lagoa da Laura, por trás da Casa José de Alencar, na Messejana.

Na ocasião, a Seuma emitiu quatro autos de constatação por irregularida-des no uso de caminhões basculantes sem o manifesto de transporte e cadas-tro técnico junto à Prefeitura Municipal

de Fortaleza. No momento da vistoria a equipe fl agrou dois caminhões cheios de terra se aproximando do local. Ao perceber a fi scalização, os dois veículos retornaram sem confi rmar onde despe-jariam o material.

Na manhã seguinte, a equipe de fi sca-lização retornou ao endereço, acompa-nhada pelo Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA), e foi emitido auto de constatação para o proprietário do ter-reno por promover aterro não licencia-do. Também foram expedidos mais dois autos de constatação ao proprietário do caminhão, por ausência de manifesto de transporte e ausência de cadastro técnico de caminhões junto à Prefeitura.

“Havia uma paisagem linda, hoje mal se vê água e resquícios de vegetação. É um crime enorme contra a população e o meio ambiente ter um recurso hídrico aterrado dessa maneira”, afi rmou o ve-reador João Alfredo em entrevista a este

Lagoa da Laura: Mais um espelho d’água é aterrado em Fortaleza Vereadores, fi scais da Seuma e representantes da sociedade civil organizada, visitam áreas às margens do Rio Cocó e constatam impactos que a fi scalização ainda é insufi ciente

CRIME AMBIENTAL

veículo, cobrando que a Seuma apure o caso e puna os responsáveis. Para o parlamentar, vistorias como a realizada na semana passada precisam aconte-cer com mais intensidade e frequência e classifi cou como “débil” a estrutura atual da Prefeitura para a apuração de denúncias. “Não há fi scais sufi cientes, a cidade fi ca desprotegida”, disse.

Outro ponto autuado, na quinta--feira, foi na Rua Francisco Vilela, nas proximidades da Arena Castelão. A equipe constatou atividades comer-ciais e industriais ocorrendo de forma

irregular às margens do rio Cocó. Fo-ram emitidos dois autos de embargo por ausência de licença ambiental e por estar localizada em área de preser-vação ambiental não edificável.

Todos os autos realizados serão enca-minhados à Assessoria Jurídica da Seu-ma, a fi m de serem tomadas as devidas providências judiciais. A assessoria de imprensa da Seuma informou que no ano passado, foram recebidas 13 mil e 168 denúncias relacionadas a crimes ambientais. A Secretaria não informou quantos fi scais há atualmente na Capital.

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Page 9: Caderno O Estado Verde 8 de Abril 2014

9VERDE

Natura inaugura novo complexo industrial

Auditoria atesta boas práticas na compra de gado

Empresa reduz em 37% consumo de água

MEIO AMBIENTE EMPRESARIALAMAZONIA

HENKEL

MG FOODS

A Marfrig Global Foods, uma das maiores empresas globais de alimentos, publica relatório 2013, auditado por consultoria independente. A organização publicou dia 2 de abril, relató-rio que atesta boas práticas de sustentabilidade na compra de gado utilizado em suas unidades produtivas no bioma Amazônia. De acordo com o documento, em 2013, não foi identifi cada nenhuma operação de compra de gado que contrariasse os pontos do compromisso público assumido pelas grandes compa-nhias de carnes do Brasil com a organização não governamental Greenpeace em 2009, conheci-do como “Critérios Mínimos Para Operações Com Gado e Produ-tos Bovinos em Escala Industrial no Bioma Amazônia”.

O acordo estabelece critérios para as compras de gado de propriedades no bioma Amazô-nia, prevendo a exclusão da lis-ta de fornecedores habilitados fazendas que desmataram a fl o-resta após outubro de 2009, de acordo com as listas ofi ciais do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), no Projeto de Monitoramento do Desmatamen-to na Amazônia Legal (Prodes) e no Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), além daquelas que cons-tam da lista de trabalho análogo ao escravo do Ministério do Tra-balho ou como localizadas em terras indígenas ou unidades de conservação, e ou que ainda se encontrem na lista de áreas em-bargadas segundo o Ibama.

FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 8 de abril de 2014

A empresa Natura, con-siderada maior fab-ricante brasileira de cosméticos

e produtos de higiene e beleza, inaugurou em março, um complexo in-dustrial em Be-nevides, município de 50 mil habitantes localizado a 35 km de Belém (PA). Chamado de “Ecoparque”, o empreendimento vai con-centrar a produção de sabo-netes e de óleos fi xos da Na-tura, além de gerar cerca de 250 empregos diretos e indiretos, até dezembro de 2014.

Planejado para ser um empreendi-mento ecologicamente correto, o “Eco-parque” apresenta forma inovadora de atuação. O projeto é inspirado no con-

ceito de simbiose industrial ao conectar empresas de diferentes segmentos de mercado, desde que ten-ham interesses comuns

e necessidades comple-mentares.

“A ideia é criar uma operação verdadeira-mente compartilhada,

uma rede de coopera-ção, em que as indústrias

ins-taladas em um mesmo espaço possam trocar recur-

sos e articular alterna-tivas conjuntas para fomentar a geração de negócios susten-táveis na região. Além de alavan-car a demanda por

insumos da socio-

biodiversidade e o empreendedorismo local”, explica Alessandro Carlucci, di-retor-presidente da Natura.

O conceito de sustentabilidade e res-peito ao meio-ambiente também está presente nas instalações e estruturas do empreendimento. A Natura uti-lizou a tecnologia de jardins filtrantes, um tratamento inovador de efluentes a partir de raízes de plantas. Em um processo de fitorrestauração, livre de produtos químicos, bactérias alo-jadas nas raízes de plantas aquáticas realizam a decomposição dos polu-entes. Reutilização de água da chuva, aproveitamento da ventilação e ilumi-nação natural das instalações, incenti-vo ao uso de bicicletas e a disponibili-zação de carros elétricos para facilitar a mobilidade dos colaboradores e visi-tantes são outras tecnologias e ações empreendidas dentro do Ecoparque.

Há dois anos, a Henkel apresentou uma estratégia de sustentabilidade com ênfase na meta de longo prazo de alcan-çar mais com menos, triplicando sua efi ciência de recursos em 2030 - o que a empresa chama de “Fator 3”. Para atin-gir este objetivo, a empresa apostou na criação de soluções sustentáveis.

A tendência positiva no cartão de pontuação de sustentabilidade para 2013 mostra os esforços contínuos da Henkel para melhorar a efi ciência e se-gurança. Durante os últimos 11 anos, por exemplo, a empresa reduziu o con-sumo de água e de energia em 51% e 44%, respectivamente, e obteve redução

do desperdício de 47% por tonelada de produção. Durante o mesmo período, o número de acidentes caiu em 90%.

O resultado é que na América Latina, comparando-se 2013 a 2010, as unidades produtivas da área de Adhesive Technol-ogies apresentaram redução de 37% no consumo de água (m3/ton) e 15% no uso de energia elétrica (kWh/ton). No Brasil, vale destacar, ainda, a grande redução na emissão de resíduos sólidos (kg/ton) de 79% em suas unidades produtivas.

“Para a Henkel sustentabilidade é a forma como a companhia conduz os seus negócios, é um de nossos cinco valores estratégicos e é um importante

fator competitivo. A sustentabilidade contribui para o progresso social, re-duz as emissões e consequentemente os custos, leva à inovação e fortalece nossa posição nos mercados do futuro”, afi r-ma o executivo da área de sustentabili-dade da empresa que há 59 anos e atua no Brasil nas áreas de adesivos, selantes e tratamento de superfícies.

Page 10: Caderno O Estado Verde 8 de Abril 2014

10 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 8 de abril de 2014

VERDE

INFORMAÇÃO AMBIENTAL

CIDADANIA AMBIENTAL

Origem do termo “gari”

Colaborando com o trabalho do gari

Classe pode ter redução de jornada de trabalho

GARIS

O projeto de lei já passou pela Câmara dos Deputados e segue para votação no Senado. Proposta que estabelece jornada de trabalho de seis horas diárias e 36 horas semanais

O termo “gari” é uma referência a ao francês Pedro Aleixo Gary, primeira pes-soa a assinar um contrato de limpeza pública com o Ministério Imperial, or-ganizando assim, a partir do dia 11 de outubro de 1876, a remoção de lixo das casas e praias do Rio de Janeiro.

Em 1892, a empresa foi extinta e inau-gurada a Superintendência de Limpeza Pública e Particular da cidade, mas os ca-riocas, acostumados com a limpeza feita pela “turma do Gary”, adotou a expressão que aos poucos se generalizou e até hoje os profi ssionais são chamados de “garis”.

Com ações simples, você pode cola-borar com o trabalho dos garis:

- Não jogue lixo ou entulho nas vias pú-blicas, córregos, lotes vagos, bueiros e encostas. Além de poluir a cidade, resíduo jogado nas ruas, entope bocas de lobo e potencializa problemas como enchentes;

- No trânsito, respeite os cones de sinali-zação. Eles estão ali para proteger os var-redores, que estão trabalhando para dei-xar a cidade mais bonita para todos nós;

- A velocidade do caminhão de coleta é em torno de 5 a 7 km/h. Ao fi car atrás de um deles no trânsito, seja colaborativo, não reaja com impaciência e leve em consideração a importância do trabalho realizado pelos garis;

- Respeite os dias e horários de exposi-ção do lixo para coleta, evite deixar seu lixo na rua por mais tempo que o necessário;

- Mesmo que tenha Programa de Co-leta Seletiva no seu bairro ou rua, acon-dicione o seu lixo em sacos separados: um para o seco e outro para o lixo úmido;

- Acondicione com segurança, seu lixo, em sacolas resistentes, bem fecha-das e de tamanho adequado, para evitar que as mesmas se abram e espalhem os resíduos nas vias públicas. Lixo embala-do indevidamente, além de exalar mau cheiro, atrai animais vetores de doenças;

- Acondicione o vidro e outros materiais perfuro-cortantes (estiletes, pregos, lâminas) com material resistente (papelão ou várias fo-lhas de jornal) antes de colocá-los na sacola, bem como deve pressionar as tampas das latas de alumínio ou ferro, para dentro. Esses materiais desprotegidos podem ferir o gari mesmo que ele esteja usando Equipamento de Proteção Individual (EPI).

A Câmara dos Deputados apro-vou, na última quarta feira (02/04), proposta que estabe-lece jornada de trabalho de seis

horas diárias e 36 horas semanais para garis e motoristas de veículos coletores de lixo, que atualmente possuem jornada de até oito horas diárias. A proposta foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça e segue diretamente para o Se-nado, caso não haja recurso para a vota-ção pelo Plenário da Câmara.

Para o autor do projeto, deputado Ro-berto Santiago (PSD/SP), a jornada espe-cial é necessária em razão das condições adversas de trabalho dos garis. “Eles, por exemplo, na cidade de São Paulo, um dos maiores centros do País, e em outras cidades não se dá de maneira diferente,

correm atrás desses caminhões por volta de 25, 30, 35 quilômetros por dia. Isso está constatado. Isso consta dos mapas das empresas que fazem a coleta de lixo na cidade de São Paulo. Esses trabalha-dores têm distensão muscular, proble-mas sérios de saúde por conta dessa ati-vidade, que é uma atividade penosa”.

O parecer do relator deputado Eduar-do Sciarra (PSD/PR), da Comissão de Constituição e Justiça, foi favorável ao projeto e ao substitutivo da Comissão de Trabalho. O substitutivo alterou a deno-minação do projeto original “coletor de lixo” para “gari”. A intenção é garantir uma jornada de trabalho de seis horas diárias, também, a varredores, capina-dores e roçadores; que são responsáveis pela limpeza e manutenção das vias e es-paços públicos das cidades.

FORTALEZAPor meio de sua assessoria de impren-

sa, a Empresa Municipal de Limpeza e Urbanização (Emlurb) informou que a jornada de trabalho dos 600 garis, responsáveis pela varrição das ruas de Fortaleza, já são 6 horas diárias. Além desses, são contratados 1100 profi ssio-nais terceirizados. Já a assessoria da Ecofor informou que a jornada semanal dos 650 trabalhadores da companhia é de 44 horas semanais, e que ainda não há como saber quais as mudanças que a empresa realizará, caso a redução da carga horária seja vigorada.

MAISA Ecofor recolhe mensalmente, 1630

toneladas de lixo domiciliar ao dia, so-mando aproximadamente 50 mil tonela-das/mês. No ano passado, o total foi de 588 mil toneladas. Já os varredores da Emlurb recolheram 17 mil e 817 toneladas de lixo das ruas de Fortaleza em 2013.

(Com informações da Agência Brasil)

DIVU

LGAÇ

ÃO

Page 11: Caderno O Estado Verde 8 de Abril 2014

Após ser resgatada no Mar Medi-terrâneo pela equipe israelense “Sea Turtle Rescue Center”, uma tartaruga marinha teve as patas

dianteiras amputadas, voltou a nadar após receber barbatanas artifi ciais criadas por um estudante de design industrial de Isra-el. A equipe que encontrou o “bichinho” e passou a chama-lo de Hofesh (Liberdade, em hebraico), levou o mesmo a um cen-tro de reabilitação animal em Michmoret, uma comunidade costeira ao norte de Ne-tanya, daquele país.

Foi naquele centro que o estudante de design industrial Shlomi Gez, um amante de animais - que já tinha lido sobre Hofesh na internet adaptou uma

barbatana para peixes feita de polipro-pileno, plástico durável mais fl exível e resistente à água. A nadadeira permite que o peixe mantenha o equilíbrio e a versão fi nal é inspirada em uma aero-nave de combate aéreo, o F22 Raptor. Ele usou “duas pequenas nadadeiras colocadas no mesmo ângulo que os dois winglets traseiros da aeronave”.

A tartaruga Hofesh faz parte de uma espécie ameaçada de extinção, por isso os pesquisadores não hesitaram em en-contrar uma companhia para ela, uma tartaruga que fi cou cega em razão de um acidente com um barco. O casal vive agora em um tanque compartilhado no centro de Michmoret.

FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 8 de abril de 2014

VERDE

11

CURIOSIDADES

INDICAÇÃO DE LEITURA

A publicação Intercaju Gourmet é lançada e traz pratos exclusivos com caju. Ontem (07/04) com o apoio do Governo do Estado, através da Secre-taria da Ciência, Tecnologia e Educa-ção Superior (Secitece), o livro compos-to de receitas exclusivas que utilizam o caju como principal ingrediente e que colocam o fruto no circuito da alta gas-tronomia regional foi lançado.

O trabalho é resultado do 1º “En-contro Gastronômico Intercaju”, evento promovido pelo projeto In-tercaju em outubro de 2013 e que reuniu os principais chefs do Esta-do na preparação de receitas com o fruto. Os renomados profissionais da cozinha demonstraram, através dos pratos, toda a versatilidade do caju, que pode ser utilizado em sua totalidade - pedúnculo (polpa) e

castanha. As receitas estão no livro e comprovam isto, em pratos sim-ples e refinados, doces e salgados.

As pessoas que participaram do lançamento tiveram a oportunidade de degustar pratos que constam na publicação. Foram convidadas auto-ridades e pessoas ligadas à cadeia do caju. “Objetivamos com o livro a con-solidação de uma identidade cultural gastronômica, ao inserir um fruto regional não como coadjuvante, mas como insumo principal dentro das re-ceitas. O incentivo ao consumo e a va-lorização da produção do caju é uma meta que esperamos alcançar com a publicação”, afi rma o secretário da Secitece, René Barreira.

O livro será distribuído gratuita-mente em todo o País, nas principais redes de supermercados, faculdades e

cursos de Gastronomia e em eventos nacionais e internacionais que envol-vam a cadeia produtiva do caju. “A ideia é movimentar a cajucultura ce-arense, benefi ciando diretamente os produtores, no sentido de promover a inclusão social e produtiva das orga-nizações coletivas”, explica Francisco Carvalho, coordenador de Ciência e Tecnologia da Secitece.

PROJETO INTERCAJUO objetivo do Intercaju é promover

a cajucultura no Ceará. Projeto do Governo do Estado/Secitece, Finep, CNPq e Sebrae, em parceria com o Nutec, Centec e Embrapa. A iniciativa quer injetar R$ 2 milhões na cajucul-tura do Estado, presente nos muni-cípios de Amontada, Tururu, Trairi, Itarema, Itapipoca e Barreira, aten-

de aos produtores de caju dos terri-tórios dos Vales do Curu e Aracatiaçu e Maciço de Baturité, promovendo a inclusão social e produtiva das orga-nizações coletivas.

Tartaruga tem patas amputadas, masvolta a nadar com barbatanas artificiais

Intercaju Gourmet é lançado e traz receitas exclusivas com caju

ELIZABETH

Livro será distribuído gratuitamente em todo o País. A ideia é movimentar a cajucultura cearense, benefi ciando diretamente os produtores e promovendo a inclusão social

Page 12: Caderno O Estado Verde 8 de Abril 2014

FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 8 de abril de 2014

VERDE

12

REPÚDIO

POR INTEGRANTES DO MOVIMENTO PRÓ-ÁRVORE

Em tempos de aquecimento glo-bal, de maior conscientização quanto à urgência das questões ambientais historicamente re-

legadas, em tempos de maior difusão da importância da conservação da nature-za, o que infl uirá diretamente na sobre-vivência da espécie humana, nos causam arrepios as práticas quanto à arborização de nossa Capital, elemento fundamental à qualidade de vida nas cidades.

No fi nal de 2013, por volta do dia 23 de dezembro, portanto bem próximo ao Natal, que signifi ca nascimento, mais um absurdo contra o meio ambiente se deu – a derrubada de cerca de 12 Cajuei-ros (Anacardium occidentale) de grande porte, com mais de cinquenta anos de idade, no estacionamento da OAB-CE, situado no Fórum Clóvis Beviláqua, jus-tamente o espaço privilegiado de uso ex-clusivo dos advogados, com belas e ter-nas sombras proporcionadas por aquelas grandes árvores, hoje mortas.

O motivo? Ampliar as vagas para veí-culos dos advogados que se dirigem ao Fórum (conforme informe publicitário da OAB-CE publicado em 15.01.14, em jornal da cidade). Ora vejam, se o obje-tivo era aumentar o número de vagas, porque então não adquirir um terreno nas proximidades e destiná-lo a tal fi m? Isso evitaria o doloroso sacrifício da-quelas lindas árvores.

O motivo alegado àqueles que se in-dignaram com o triste episódio seria o ataque de cupins mas, se haviam cupins, que tivessem sido tratadas aquelas árvo-res, antes e hoje, a solução seria sua eli-minação sumária? Demonstra que não

se dava a devida atenção aos entes vivos daquele terreno – os cajueiros.

Importa lembrar que o plantio/doação de mudas NÃO RECUPERA o dano, vis-to que os benefícios ambientais forneci-dos por árvores adultas, grandes, se dão pela grande biomassa (que armazena carbono) e a superfície foliar, cujo efeito direto – a sombra, é capaz de reduzir a temperatura local em até cinco graus.

Em substituição, pasmem, puse-ram Nins (Azadirachta indica), uma

espécie exótica invasora, que com-provadamente afeta drasticamente a biodiversidade nativa autóctone, além de possuir um crescimento exagerado, que no futuro ensejará novos cortes, perdendo-se com isso um largo tempo sem os benévolos daquela arboriza-ção. Um contrassenso.

Mudas de árvores se bem plantadas, acompanhadas, serão árvores adultas daqui a pelo menos doze anos, e não há nenhuma garantia de que um certo nú-

mero de mudas se tornem árvores adul-tas, pois demandaria cuidados e acompa-nhamento, inusuais em nosso contexto.

O melhor espaço para estacionamen-to de veículos no Fórum fora reservado à OAB, onde havia a farta sombra dos belos cajueiros. Hoje, mortos - inexistem - não passam de lembranças de tempos melhores. Fica aqui registrada a profun-da indignação do Movimento Pró-Árvore a esta lastimosa ação perpetrada pela OAB-CE em nossa cidade.

Corte de cajueiros decenários no Fórum Clóvis Beviláqua

DIVULGAÇÃO