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O envelhecimento bem-sucedido Helena Mancuso, 74 anos, a mais idosa aluna da Universidade, cursa História O envelhecimento bem-sucedido Publicação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Assessoria de Comunicação Social – Ano XXVI – Nº 113 – Março-Abril/2003

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O envelhecimentobem-sucedido

Helena Mancuso,74 anos, a mais idosaaluna da Universidade,cursa História

O envelhecimentobem-sucedido

Publicação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do SulAssessoria de Comunicação Social – Ano XXVI – Nº 113 – Março-Abril/2003

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PUCRS

Outras seções3 Espaço do Leitor4 Pelo Campus – Salão de Atos ganha nova estrutura5 Panorama10 Pesquisa em Foco13 Novidades Acadêmicas – Engenharia muda currículos

Enfermagem lança especialização em Terapia Intensiva14 Saúde – Método inédito de transplante dentário15 Saúde – PUCRS recebe maior prêmio da Psiquiatria brasileira16 Universidade Aberta – PUCRS e ONU, parceiras em ações voluntárias17 Ambiente – Pesquisa avalia pesca do camarão-rosa18 Ciência – A relação entre longevidade e consumo de resveratrol19 Ciência – Estudo mostra os malefícios da margarina22 Tecnologia – O vento como gerador de energia23 Debates – Esporte adaptado auxilia deficientes26 Alunos da PUCRS30 Lançamentos da Edipucrs31 Mercado de Trabalho – Físicos encontram novas alternativas na Medicina32 Cultura – Uma casa chamada Erico Verissimo34 Cultura – Dicionário de espanhol para quem fala português35 Memória – Odontologia completa 50 anos36 Educação Aplicada – Química Orgânica ganha atrativos37 Educação Aplicada – Medicina mais próxima do paciente38 Sinopse42 Social – Oficinas incentivam crianças carentes a ler43 Bastidores – Jardins alegram o Campus44 Eu estudei na PUCRS – João Carlos Oliveira é a voz dos supermercadistas46 Ação Comunitária – Psicologia forma multiplicadores da vida47 Opinião – Padre Pedro Kunrath: Fraternidade e pessoas idosas

6 CapaPUCRS é referênciaem Gerontologia

20 TecnologiaTecnopuc: espaço deparceria entre empresas

24 EntrevistaNovasperspectivaspara o bem-estar docente –Saúl Neves deJesus, respon-sável peloDepartamentode Ciências daEducação ePsicologia daUniversidadede Algarve

45 PerfilAntonio Hohlfeldt: umintelectual no poder

Nesta Edição

ReitorNorberto Francisco Rauch

Vice-ReitorJoaquim Clotet

Diretor-Editor da PUCRSInformação em Revista

Carlos Alberto Carvalho([email protected])Editora Executiva

Magda Achutti([email protected])

RepórteresAna Paula Acauan

([email protected])Paula Oliveira de Sá

([email protected])Carine Simas

([email protected])Angela Vencato

([email protected])EstagiáriasDébora BragaMariana ViciliBianca DiasFotógrafos

Marcos Colombo([email protected])

Gilson de Oliveira([email protected])

Arquivo FotográficoMaria Rosalia Rech([email protected])

RevisãoJosé Renato Schmaedecke

CirculaçãoMirela Vieira da Cunha

Carvalho([email protected])Documentação

Lauro DiasRodrigo Ojeda

([email protected])Relações Públicas

Sandra Becker([email protected])

Conselho EditorialElvo Clemente,

Délcia Enricone,Mainar Longhi e Paulo Galia

Projeto Gráfico eEditoração Eletrônica

Pense DesignImpressão

Epecê-Gráfica

PUCRS Informação em Revista éeditada pela Assessoria de

Comunicação Social da PontifíciaUniversidade Católica do Rio Grande

do Sul, Avenida Ipiranga, 6681,Prédio 1, 5º andar, CEP 90619-900

Fone: (51) 3320-3500, r. 4446 e 4338Fax: (51) 3320-3603

E-mail: [email protected]: www.pucrs.br/pucinformacao

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Espaço do Leitor

Software LivreTenho recebido a PUCRS Informa-

ção e gostaria de parabenizar toda aequipe pela produção de tão bela revis-ta. A propósito, no número 112 li ma-téria sobre o estudante Ivan Santa Ma-ria Filho, que está trabalhando na Mi-crosoft. Foi quando assaltou-me o dese-jo de sugerir que a Universidade, oscursos específicos ou simplesmente seusveículos de comunicação, abordassemum tema que considero de importânciafundamental: o software livre. Até por-que o RS tem legislação pioneira e umtrabalho bastante desenvolvido que ser-ve de exemplo para outros países, esta-dos e cidades.

Jorn. João Manoel Oliveira

Projeto GráficoSou estudante de Jornalismo e gos-

to muito de diagramação. Gostaria deparabenizá-los pelo belo trabalho quevocês fazem com a Revista PUCRS In-formação. Inclusive recomendei aosmeus colegas de classe para que dessemuma olhada e buscassem inspiraçãopara uma revista que fizemos na discipli-na de Revista, no ano passado. Comomoro em Santos (SP) nunca tive a opor-tunidade de ver a revista no papel, sem-pre li na versão PDF que a PUCRS dis-ponibiliza no site.

Fabrício Andrade de Almeida

Adaptação escolarLendo a matéria sobre Alunos têm

dificuldade de adaptação, na edição julho/agosto 2002, a Equipe Técnica do Colé-gio João XXIII gostaria de compartilharuma experiência nesse sentido, que nos-sa Instituição vem desenvolvendo ao lon-go de 10 anos com os alunos de 4ª paraa 5ª série intitulada Mudança de Etapa,justamente trabalhando as questões refe-ridas na matéria. De nossa parte ficaría-

mos satisfeitos em poder fazer trocasnesse sentido, caso haja interesse em co-nhecer mais de perto esse trabalho.

Rosa Ely (CoordenadoraPedagógica), Rosa Berrutti(Orientadora Educacional),

Carla Wilasco (Psicóloga)Colégio João XXIII

AtualizaçãoGostaria de receber a revista

PUCRS Informação e os boletins infor-mativos semanais. Sou ex-aluno da En-genharia Mecânica da Universidade,onde concluí o curso em 1991. Traba-lho para a SMOV na Seção de Oficinas,na manutenção de todas as máquinasrodoviárias e veículos leves da secreta-ria. Cristiano Centeno da Silva, estu-dante de Engenharia da PUCRS, tra-balha comigo como estagiário de Me-cânica. Estes periódicos seriam para mi-nha atualização e procura de aperfeiçoa-mento.

Engº Rogério Rubem Martini

Jornalismo corporativoSempre leio com atenção a revis-

ta. É uma forma de me informar sobrenossa parceira, a PUCRS, e ao mesmotempo, acompanhar esse trabalho. Onº 110 está particularmente rico. Ouvifalar dos planos de adquirir o históri-co quartel do 18º Batalhão. Mas não oimaginava para uso tão pioneiro. Comrelação à revista, impressionante o nú-mero de notícias que conseguem edi-tar. Textos curtos, notas e um jornalis-mo ágil. Vocês encontraram a formule-ta editorial para um gênero literáriotão difícil que é o jornalismo empresa-rial/corporativo. Parabéns a todos daredação!

Sinval de Itacarambi LeãoDiretor e Editor

Revista IMPRENSA

UniversidadesSou estudante de Letras-Inglês e

lendo a Revista PUCRS Informação so-bre a situação das universidades brasi-leiras, não posso deixar de comentar.Nas universidades americanas, européi-as, australianas, canadenses (e acho queem todo o mundo) os universitários têmquartos à disposição para poderem sededicar 100% aos estudos, sem o can-saço de deslocamento (tanto para quemnão mora em Porto Alegre, como paraquem mora e depende de ônibus). Seráque a PUCRS não teria a oportunidadede mudar este conceito de universida-de brasileira que, perdoem-me, é ape-nas mais uma escola para as pessoas.Sei que posso estar sonhando, mas selá as coisas dão certo daquela forma,uma mudança de pensamento não se-ria a solução?

Airan Abdalla Costa

DocentesInicio esta mensagem manifestan-

do meus parabéns pela qualidade e am-plitude dos assuntos tratados na Revis-ta PUCRS Informação. Como professordesta Instituição e pai de aluno creioque a redação tem realizado um traba-lho excepcional face à variedade de in-formações disponíveis na Universidade,tanto pela quantidade de cursos de gra-duação, pós-graduação e de extensão.Acho que um assunto que poderia serabordado é o futuro Parque Tecnológi-co, construído na área do antigo 18º Ba-talhão de Infantaria Motorizada, prin-cipalmente no âmbito de suas finalida-des e abrangência. Como sugestão, pro-ponho que esta publicação seja tambémremetida aos nossos colegas professoresaposentados. Nessa situação encontra-semeu pai, professor da PUCRS desde otempo da sede no prédio do ColégioRosário, que lecionou nos cursos de Ad-ministração, Ciências Econômicas, En-genharia e nos então Institutos de Ma-temática e Física. Após mais de 30 anosde magistério ele optou por retirar-separa o gozo de sua aposentadoria. Aoreceber e ler meu exemplar da revista,levo para ele. Sinto uma satisfação enor-me dele ao ler as reportagens, algumasdas quais dizem respeito aos antigos co-legas e aos cursos que ajudou a criar.Creio que esta seria a mesma sensaçãode outros ex-docentes que aprenderama amar esta Instituição. Aproveito pararenovar minhas saudações.

Prof. Eng. Flávio NestorFerreira Dau

EditorialA partir desta edição, a PUCRS Informação tem novidades

para o seu qualificado público leitor.Consolidando propostas da Assessoria de Comunicação Social,

já integradas ao Plano Estratégico da Universidade, a Revistaapresenta alterações editoriais e gráficas, valorizando textos e ilus-trações, buscando facilitar a leitura.

Agradecemos, antecipadamente, receber opiniões e sugestõesdos leitores.

Carlos Alberto CarvalhoDiretor-Editor

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Pelo Campus

Omaior salão de atos dePorto Alegre, com capaci-dade para mais de 1.700pessoas, está de caranova. Desde a sua cons-

trução na PUCRS, em 1970, esta éa primeira grande reforma feita nolocal. A modificação pode ser per-cebida logo na entrada. O hall do-brou de tamanho e passa a oferecerbar e chapelaria. O clima agradáveltambém faz parte da nova estrutu-ra, que recebeu ar-condicionadoem todas as dependências.

Para os artistas, a boa notícia éum palco novo adequado para a-presentações de balé. O piso do tipoflutuante permite a absorção do im-pacto. Junto ao palco renovou-se omaquinário utilizado para equipa-

Salão de Atos ganhanova estrutura

ANGELA VENCATO

Bibliotecada Medicina

Os alunos da Faculdade deMedicina começam o semestrecom a biblioteca reestruturada.O acesso, que antes era pela re-prografia, foi alterado. A áreade acervo aumentou e há maisterminais de consulta disponí-veis. As salas de estudo ganha-ram acesso à internet e um la-boratório de informática anexo.A reprografia passa a ofereceratendimento ao público internoe externo.

Outras reformas em anda-mento no mês de março são asde instalação do ar-condiciona-do na Biblioteca Central e decalçamento do estacionamentolocalizado na área do antigoquartel. O estacionamento temcapacidade para 2.200 carrose deve ficar pronto até o iníciode abril.

mentos de luz e mudança de cená-rio e foi construída uma sala anexa.Ampliou-se o fosso da orquestra,localizado entre a platéia e o palco,e foram instalados novos dispositi-vos de luz e som, além da criação deum camarim maior. As instalaçõessanitárias receberam uma reformacompleta. Posteriormente, as pol-tronas serão recuperadas.

O acesso ao Salão de Atos seráfacilitado com a construção de umapassarela coberta que ligará o localao estacionamento do antigo quar-tel. Quanto à segurança contra in-cêndio, o espaço passa a ter escadasde fuga. “Com a reforma será possí-vel sediar mais eventos”, diz o maes-tro do Coral e Orquestra da PUCRS,Frederico Gerling Júnior.

Ocurso de Nutrição passa a contar com laboratórios específi-cos da área a partir de abril. São eles o Laboratório Dietéti-co, o Laboratório de Nutrição Enteral e Lactário e o Labo-ratório de Cozinha Industrial, instalados no térreo do esta-cionamento coberto do prédio 41. No local haverá uma

sala de aula equipada com uma bancada de cozinha para o preparode alimentos com projeção simultânea, permitindo que o alunovisualize o alimento elaborado mesmo estando no fundo da sala.

No Laboratório Dietético serão estudadas as característicasorganolépticas de cada alimento, a transformação sofrida de acor-do com as formas de preparo e os diferentes tipos de dietas. NoLaboratório de Cozinha Industrial os acadêmicos aprenderão comoadministrar uma cozinha de grande porte e como planejar e pre-parar alimentos em grandes quantidades, além de conhecer ostipos de equipamentos utilizados.

Junto aos laboratórios será instalado um restaurante experi-mental destinado ao ensino didático-pedagógico e à apresentaçãodos pratos preparados. Segundo a coordenadora do curso de Nu-trição, Martine Hagen, a estrutura permitirá a realização de con-cursos de gastronomia e de cursos de extensão na área. O terceirolaboratório é o de Nutrição Enteral e Lactário, usado para estu-dar e preparar alimentação enteral e fórmulas lácteas.

Laboratóriospara a Nutrição

O hall dobrou de tamanho

Palco foi totalmente reformado

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Panorama

Praticando ações de solida-riedade, oito acadêmicos daPUCRS participaram doProjeto Rondon 2002. Alu-nos de diferentes cursos da

Universidade, juntamente com jo-vens canadenses da ONG JeunesseCanada Monde e brasileiros de ou-tras instituições de ensino, presta-ram serviços comunitários a popula-ções carentes do Brasil e do Canadádurante seis meses. Em dezembro,foi realizada uma celebração paraencerrar as atividades (foto). De ju-lho a setembro, os estudantes reali-zaram trabalhos voluntários na ci-dade de Val d’Or, no Canadá. Nasegunda e última etapa, as açõesocorreram no município gaúcho de

Solidariedade noProjeto Rondon Em 2002, seis cursos da

PUCRS (História, Matemática,Medicina, Odontologia, Psico-logia e Química) obtiveram oconceito A (excelente) no Exa-me Nacional de Cursos, o Pro-vão, realizado pelo Ministérioda Educação. A avaliação anu-al é feita pelos formandos doscursos de graduação. O obje-tivo do Provão é traçar umdiagnóstico dos cursos e ser-vir de instrumento para a me-lhoria do ensino. Nessa últi-ma edição, foram avaliadas 24áreas, abrangendo cerca de90% de todos os estudantesque concluíram a educação su-perior no país.

Cursos notaA no Provão

Os cursos de Ciências Ae-ronáuticas e de Medicina Ve-terinária (Campus Uruguaia-na) da PUCRS receberam oconceito máximo, MB (muitobom), do Instituto Nacional deEstudos e Pesquisas Educacio-nais (Inep) nos três aspectosavaliados: organização didáti-co-pedagógica, corpo docentee instalações. Realizada poruma comissão de professoresdo Ministério da Educação, aavaliação é um instrumentoutilizado para reconhecer ourenovar o reconhecimento deum curso, medida necessáriapara a emissão de diploma aoaluno. Segundo o Inep, os cur-sos da PUCRS apresentam ex-celente padrão acadêmico eadministrativo e revelam comomarca o compromisso social,político e profissional do seucorpo social.

Destaquesde avaliação

AFaculdade de Letras oferececursos de línguas a todos osalunos, professores e fun-cionários da PUCRS. Alu-nos podem inscrever-se no

momento da matrícula de seu curso.São oferecidos português, latim, gre-go, espanhol, francês, alemão, inglêse japonês. As aulas ocorrem em ho-rários alternados e acessíveis. A Fa-culdade dispõe de laboratórios, pro-gramas interativos e uma tecnologia

Cursos de línguasavançada que facilita e torna agradá-vel o aprendizado. Os cursos são mi-nistrados por professores da própriaUniversidade, o que garante a quali-dade dos conteúdos e da didática.Com relação ao curso de português,é oferecido aos alunos um acompa-nhamento. Para os cursos de línguasestrangeiras, é preciso fazer um testede nivelamento. O objetivo dos cur-sos é que o aluno esteja apto para fa-lar, ouvir, ler e escrever o idioma.

Uruguaiana. Eles atuaram em enti-dades e escolas de atendimento aportadores de deficiência e criançasde baixa renda. “Percebemos umagrande produtividade, principal-mente devido à avaliação positiva dascomunidades beneficiadas”, observao professor Edgar Erdmann, coor-denador do programa pela PUCRS.Durante os seis meses, os jovens fi-caram em casas de família em Vald’Or e Uruguaiana e realizaram asatividades em duplas. Esse foi o ter-ceiro ano de participação da Uni-versidade no Projeto Rondon, comalunos de diferentes cursos de gra-duação. As ações estimulam os uni-versitários a desenvolverem uma vi-são humanitária.

O grupo de 2002 reuniu-se na PUCRS

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Capa

PUCRS é referênciaT

ema da Campanha da Fra-ternidade deste ano, naPUCRS o envelhecimentobem-sucedido é o foco deiniciativas voltadas especi-

ficamente para os idosos organiza-das por quem se dedica ao estudoda longevidade com qualidade devida. O Campus se torna ambienteacolhedor e propício à relação entrediferentes gerações e profissionais.A Universidade também prepara es-tudantes para atuarem com essa po-pulação que cresce a cada ano.

Cursos de graduação, como En-fermagem, Fisioterapia, Nutrição eEducação Física, têm disciplinas es-pecíficas sobre Gerontologia. O Ins-tituto de Geriatria e Gerontologia(IGG) completará 30 anos em de-zembro, quando ocorrerão as primei-ras defesas de tese do doutorado emGerontologia Biomédica. O Progra-ma de Pós-Graduação em ServiçoSocial também conta com a linha depesquisa em Gerontologia Social eespecialização na área.

Os profissionais ligados à Ge-rontologia criaram em 1998 o Pro-grama Geron, da Pró-Reitoria de As-suntos Comunitários. Um dos seusresultados é a Universidade da To-talIdade. Cerca de 350 pessoas aci-ma de 50 anos participam das ativi-dades. Vêm para o Campus convi-ver, fazer amigos e receber informa-ções e dicas de saúde e bem-estar.Não é raro ouvir depoimentos comoo de Maria de Lourdes de Oliveira,de 72 anos: “A experiência naPUCRS me fez renascer”. Clélia Lan-ziotti, de 70 anos, diz que não é bomsobrecarregar a família. “Se não te-mos atividades, queremos chamar aatenção”, observa.

Prazer em conhecerA partir de 2002, a equipe do

Geron passou a contar com várias

unidades acadêmicas, ampliando aprogramação. Há exibição e discus-são de filmes no Matinê das Duas eMeia – Cine Comentado. No Trocan-do Idéias, os idosos debatem temasrelativos aos seus interesses. O Gru-po da TotalIdade reúne-se para assis-tir a palestras. Os assuntos são defi-nidos mensalmente em conjunto. Pormeio de música, artes plásticas e fo-tografia, ocorre o Lembranças e Re-

ANA PAULA ACAUAN

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Por que o nome Universidade da TotalIdade ?“TotalIdade é a soma de todas as idades. Ao chegarmos aos 50/60anos é o momento de vivermos plenamente todas as etapas davida. Somos crianças, somos jovens, somos maduros: somamos to-das as fases. Mais do que nunca, precisamos curtir a vida comocrianças, sonhar como jovens e produzir como adultos.”

Programa Geron

miniscências. O Coral da TotalIdaderealiza apresentações na Igreja Cris-to Mestre e fora da Universidade.

No Muita Prosa e Muito Verso osparticipantes treinam a leitura, a ex-pressão e produzem textos. ArodíTrindade, 73 anos, freqüenta porquegosta muito de literatura. Tambémexibe o talento declamando poesias.Com a Campanha da Fraternidade,os organizadores da Universidade

Mulheres são maioria nas atividades da TotalIdade

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em Gerontologiada TotalIdade pretendem promovera integração dos participantes comoutros públicos. Como no final doano passado, quando visitaram oCentro Marista Boa Mãe. “Procura-mos cada vez mais envolver os alu-nos”, diz a coordenadora técnica daUniversidade da TotalIdade, GiseleVarani. Quem participa dos encon-tros atua como multiplicador, levan-do as novidades para a família e osamigos. “O bem-estar do idoso sereflete em toda a família”, constata.

Está superada a idéia de que aUniversidade é voltada apenas parajovens, que traçam a sua trajetóriacom a escolha da profissão. “Quan-do a pessoa não tem mais a obriga-ção de aprender e preocupaçõescom o cotidiano o mais importanteé o prazer em conhecer”, salienta ocoordenador do Programa de Pós-Graduação em Gerontologia Biomé-dica, Emilio Jeckel Neto. O dife-rencial dos projetos e das ações daUniversidade da TotalIdade em re-lação a grupos de terceira idade é aintegração de diferentes áreas e oambiente acadêmico.

O Programa Geron também di-vulga os ensinamentos de uma vidasaudável por meio de publicações.Lançou em 2001 o livro Envelhecen-do com Qualidade de Vida e em 2002Envelhecimento Bem-Sucedido, ambossucesso de vendas. As sugestões parapromover a qualidade de vida sãoindicadas a todas as idades. “Em-

Helena cursa Históriaaos 74 anos

Helena Mancuso, de 74 anos, éa aluna mais idosa da PUCRS.Com o incentivo dos seis filhos,resolveu cursar História. Estána Universidade desde 1997.“Aprendi muito, mas o mais im-portante são as lições de vida”,ressalta. Viúva há 30 anos, He-lena é dona-de-casa. Nas férias,fez curso de computação paramelhor apresentar seus trabalhosde aula. Gosta tanto de Histó-ria que incentivou o filho caçu-la, com quem mora, a cursá-lo.Quando Helena ingressou, eleestava se formando e agora éprofessor da matéria. “Todossentem muito orgulho de eu es-tudar”, conta Helena. Com ra-ros fios de cabelo branco “porfatores genéticos”, ela procuraseguir dieta balanceada e fazercaminhadas para manter a saú-de e a disposição.

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As lições da experiência

Uma das frases que marcaramValentina Garcia nas palestrasna PUCRS foi “Procure morrervivendo, não viver morrendo”.A alegria que expressa em cadapalavra mostra que ela segue oensinamento. Mesmo que, aos 66anos, tenha muitas lembrançastristes. Sofreu as conseqüênciasda Segunda Guerra Mundial naItália. Viu a própria casa serexplodida por uma bomba e oirmão perder um dos braços.Com a situação, Valentina, en-tão com 13 anos, e o pai forampara o Uruguai buscar traba-lho. No país conheceu o marido,com quem está casada há 53anos, e resolveu não voltar paraa Itália. Em 1973, vieram mo-rar em Porto Alegre. Valentinaestudou na Itália o equivalenteao ensino fundamental. O seuobjetivo é resgatar a infância ea adolescência perdidas com aguerra. Espelha-se na mãe, com97 anos, para enfrentar a velhi-ce. Ela mora na Itália, conti-nua independente e saudável.

Com maisde 50 anosSegundo o Censo de 2001da Educação Superior, ocontingente que mais cres-ceu foi o dos alunos commais de 50 anos. O au-mento foi de 23%, enquan-to nas demais faixas etá-rias houve acréscimo de16%. A PUCRS tem 161estudantes acima de 50.

Faixa etária Número

50 – 59 13660 – 69 23Acima de 70 2

Total dealunos 24.970da PUCRS

bora o rejuvenescimento não existacientificamente em termos médicos-farmacológicos, sob o ponto de vis-ta psicológico constata-se que mui-tos indivíduos rejuvenescem quan-do mudam hábitos e corrigem er-ros de uma vida inadequada”, cons-tata o coordenador do Programa,geriatra Newton Terra.

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Capa

Uma das marcas do Institutode Geriatria e Gerontologia(IGG) é formar especialistasna área que priorizem aprevenção de doenças de-

generativas e respiratórias e enten-dam a saúde não apenas em relaçãoaos aspectos biológicos, mas sociais,religiosos e psicológicos. As pesquisaslevam em conta fatores biológicos bá-sicos do envelhecimento, como osefeitos do processo e da dieta na es-trutura celular e tecidualde vários órgãos, e a par-ticipação da morte celu-lar programada (apopto-se) na senilidade de dife-rentes tecidos.

Desde 1997, o IGGfoi nomeado Centro Co-laborador das Organiza-ções Mundial e Pan-Ame-ricana de Saúde para aPrevenção das Patologiase Doenças Crônico-Dege-nerativas Associadas aoEnvelhecimento devido àintensificação das pesqui-sas, como aterosclerose,neoplasias, metabolismoósseo e biologia molecu-lar e celular.

O Instituto é resulta-do do projeto de coopera-ção com a Japan Interna-tional Cooperation Agen-cy. Até hoje funcionacomo colaborador do governo do Ja-pão. Um dos exemplos é o Curso In-ternacional de Geriatria, que formou94 profissionais. O Instituto tambémparticipa de projetos da OrganizaçãoMundial da Saúde para a área de do-enças cardiovasculares desde 1990.

Gerontologia BiomédicaO Programa de Pós-Graduação

em Gerontologia Biomédica está vin-culado ao IGG. O início do mestradoe do doutorado ocorreu em junho de2000. Defenderam até agora disser-tação de mestrado 12 profissionaisde áreas diversas, como Medicina,

Nutrição, Pedagogia, Terapia Ocupa-cional, Fisioterapia, Psicologia e Bio-logia. As primeiras teses de doutora-do estão previstas para este ano.Conta com a primeira linha de pes-quisa em Bioética.

Odontogeriatria também se des-taca. A especialidade foi regulamen-tada no ano passado pelo ConselhoFederal de Odontologia. Além detrazer reflexos na alimentação, porcausa da mastigação e deglutição, a

saúde bucal tem relação com a auto-estima. A professora e dentista DalvaPadilha diz que há campo para a pes-quisa e atuação profissional. Umadas investigações foi sobre os efeitosdo vinho. Em roedores, ficou com-provado que provoca erosão dental.O estudo será ampliado, com a ob-servação em populações, provavel-mente da Serra gaúcha.

Gerontologia SocialA especialização em Gerontolo-

gia Social completa 12 anos no aper-feiçoamento de quem se envolve comos idosos. A Faculdade de Serviço

Social também conta com o Núcleode Pesquisas em Demandas e Políti-cas Sociais (Nedeps), voltado a inves-tigações relativas ao envelhecimento.Um dos estudos se refere ao papelagregador e econômico do idoso nafamília por meio da aposentadoria epensão. A análise da participação depessoas mais velhas no mercado detrabalho em Porto Alegre está emfase de coleta de dados.

O Nedeps também avalia a qua-lidade de vida e o estressepsicossocial em familiaresde idosos portadores dadoença de Alzheimer.Profissionais da PUCRSparticipam de reuniõesdas associações de PortoAlegre, Novo Hamburgoe Caxias do Sul, contribu-indo para que os parenteslidem melhor com a situ-ação. A exclusão social domorador de rua e as redesde inclusão é outro focode investigação realizadoem conjunto com a Fede-ração Internacional deUniversidades Católicas.

ReconhecimentoO Fórum Gaúcho das

Instituições de Ensino Su-perior com Ações Voltadasao Processo de Envelheci-mento é o único no Brasil

com atuação permanente desde 2000.Um dos objetivos das 19 universida-des que o criaram é lutar pelo reco-nhecimento das Ciências do Envelhe-cimento como área de conhecimentopara ampliar o financiamento daspesquisas por órgãos de fomento.“Com a mobilização do fórum, a Fa-pergs passou a convocar consultoresque são especialistas e têm mais con-dições de avaliar os projetos da Ge-rontologia”, comemora Emilio Jeckel,representante da PUCRS no Fórum.Outra iniciativa conjunta é a realiza-ção de um banco com os instrumentosde pesquisa e a coleta de dados.

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Pesquisas com idosos priorizam prevenção

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“A OMS faz prevenção baseadaem nosso trabalho científico”Yukio Moriguchi, fundador e diretor do Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS

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O sucesso dos 30 anos do Instituto de Geriatria e Gerontologia (IGG) daPUCRS pode ser expresso no orgulho do seu fundador e diretor, Yukio Moriguchi.Médico, doutor em Geriatria pela Keio University, do Japão, radicou-se noBrasil em 1971 a convite do então Reitor Ir. José Otão para formar a primeiradisciplina de Gerontologia da América Latina. “A Organização Mundial daSaúde (OMS) faz prevenção em todo o mundo baseada em nosso trabalhocientífico”, afirma. Um dos exemplos é a atuação de Moriguchi nas colôniasjaponesas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina há três décadas. Na épocaos imigrantes morriam, em média, 17 anos antes daqueles que ficaram noJapão. Hoje o número diminuiu para cinco anos, em grande parte devido àsorientações e ao acompanhamento de Moriguchi. Aos 77 anos, ele cumpre àrisca as receitas de saúde e a dedicação que recomenda a pacientes e especialistas.Consegue conciliar oito horas de sono ao hábito de acordar às 4h30min paraestudar. De duas a quatro vezes ao ano viaja ao exterior em busca de atualização.

que significa o marcode 30 anos do Institutode Geriatria e Geronto-logia?

A PUCRS criou o centropioneiro de estudos sobre envelheci-mento quando a expectativa de vida noBrasil era de 60 anos, em média. Nãose pensava no envelhecimento. Agoraisso se inverteu. Esse é o maior proble-ma mundial do século 21. Cada vez seamplia o número de idosos doentes. Oproblema é físico, socioeconômico e fa-miliar. Aumenta a propensão a doen-ças crônico-degenerativas, como derra-me cerebral, enfarte do miocárdio,câncer, osteoporose e à morte súbita. Ovalor da aposentadoria às vezes não ésuficiente para os remédios.

Qual é o papel do Instituto naprevenção?

Na década de 70 não havia pre-venção nos países latino-americanos. Aúnica universidade que está ensinandoisso durante todo esse tempo é aPUCRS. O Instituto faz a campanhade Gerontologia preventiva, que signi-fica envelhecer fisiologicamente, nãopatologicamente. Desde jovem é preci-so fazer dieta, evitar o churrasco todosos finais de semana. O país é jovem,

tem visão a curto prazo. Aqui, gra-ças ao Ir. José Otão, esse trabalhocomeçou há mais de 30 anos.

O que o senhor constata coma pesquisa realizada nas co-lônias japonesas de RioGrande do Sul e Santa Ca-tarina desde 1971?

A cada ano realizo check up em450 pessoas acima de 20 anos eprocuro prevenir doenças geriátri-cas. Há 7,5% de homens com pres-são alta e 9,2% de mulheres. Nascolônias japonesas de Mato Grossodo Sul, onde não há acompanha-mento, 32,8% dos homens e 36,4%das mulheres têm hipertensão. NoRio Grande do Sul e em Santa Ca-tarina, 0,9% dos estudados sãopropensos a enfarte. Em MatoGrosso do Sul, 9%. Isso mostra aimportância da Gerontologia pre-ventiva. Pelos resultados, chegou-se à conclusão de que os fatoresgenéticos influenciam em 20% nasaúde e o estilo de vida, 80%.

Aos 77 anos, quais os cuida-dos que o senhor tem com asaúde?

Não como churrasco, nem

gordura animal, pois tenho hiperten-são. Evito o sal e mantenho o peso ide-al. Venho para a PUCRS a pé todos osdias da minha casa, no bairro Três Fi-gueiras. Passo pela parada de ônibus evejo os jovens esperando, enquanto ca-minho. Durmo oito horas. Não vou àsfestas de formatura porque não possoficar acordado até de madrugadase devo estar na Universidade às7h40min. Há três aspectos importantespara a saúde: alimentação, movimentoe repouso. Sempre confio na vontadede Deus. Deixo as preocupações nasSuas mãos. Tenho quatro filhos e novenetos e sempre rezamos juntos.

O que falta para a PUCRS naárea?

Recursos humanos. Isso leva de20 a 30 anos. Quando os alunos termi-nam o curso de especialização digo aeles: vocês são especialistas, mas nãocientificamente. Alerto que nunca pro-nunciem “Segundo a minha experiên-cia...”. É preciso pelo menos dez anospara formar um geriatra, estudando,atendendo os pacientes e indo a con-gressos. Para Deus, dez anos são me-nos de um segundo. Trinta anos, so-mente dois ou três segundos. É precisoter visão a longo prazo.

O

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Pesquisa em Foco

Atese de doutorado Homensque ultrapassam os obstáculosda idade: a vida além da ex-pectativa de vida, defendidapor Celito Mengarda, iden-

tifica características de personalida-de que contribuem para a longevida-de de idosos entre 81 e 98 anos. Acoleta de dados foi realizada comhomens em boas condições gerais desaúde e satisfeitos com a vida que le-vam. O trabalho evidenciou atribu-tos comuns entre os investigados,como manutenção de atividades pro-dutivas e de papéis sociais, busca daperfeição, visão de que dificuldadessão fatores de crescimento, auto-es-tima, capacidade de perdoar, intera-ção com a natureza, vínculos afetivosprofundos, interesse sexual e duali-dade matéria-espírito (fé). “As quali-dades encontradas na velhice em ge-ral não são diferentes das exercitadasa vida inteira”, constata o professor.

Fatores para alongevidade de homens

Os dez idosos pesquisados ul-trapassam em pelo menos 10% a ex-pectativa de vida, que, segundo oIBGE de 2000, fica em torno de 70anos. Da população brasileira quealcança 80 anos, apenas 40% são dosexo masculino. No Rio Grande doSul, o índice cai para 35%. Nessafaixa etária no Estado, há 1,85 mu-

lher para cada homem. A tese foidefendida no Programa de Pós-Gra-duação em Psicologia da USP. Men-garda utilizou os dois principais tes-tes de avaliação de personalidade, aTécnica de Rorschach e o Teste deApercepção Temática, complemen-tados pela entrevista psicológica.

Os resultados indicam que os ho-mens – provavelmente as mulherestambém – com 80 anos ou mais conse-guiram compreender que a prática demuitas das capacidades humanas(transformação das potências ematos) amplia a qualidade e a extensãoda vida. “Quanto mais experiênciasem diferentes dimensões da vida hu-mana, maior possibilidade a pessoaterá de conquistar estabilidade e en-frentar as dificuldades. Quem age,protege e fortalece a vida. Quem tema vida protegida e fortalecida tem vidacom qualidade. Quem tem qualidadede vida, vive”, afirma Mengarda.

Maria Waleska Cruz realizoutrabalho para o doutoradoa partir da preocupaçãocom a formação de educa-dores. Na sua avaliação,

além dos saberes científicos, a edu-cação deve privilegiar os saberesepistêmico-solidários, pois a articu-lação de ambos possibilita ao edu-cando um desenvolvimento integral,da lógica à sensibilidade. A tese inti-tulada Saberes epistêmicos solidários naformação humana de educadores e edu-cadoras para a escola e para além daescola por uma sociedade de utopia foidefendida no Programa de Pós-Gra-duação em Educação da PUCRS.

Para a pesquisa, Waleska entre-vistou individual e coletivamente 17

Formação humana de educadores

pessoas, entre professores da Uni-versidade, educadores não-formais(de centros sociais) e alunas de Pe-dagogia. Constata que há carência

no ensino universitário de conheci-mentos mais abertos. “Isso possibi-lita o desenvolvimento de produçãoprópria original dos que educam,favorecendo a sua formação paraaprender a aprender, a questionaro contexto e sua influência nele e abuscar o diálogo crítico-reflexivocom a comunidade educativa.”

Waleska verificou também queos educadores não-formais tendema considerar que sua forma deensinar, por meio de oficinas, per-mite mais possibilidades. “Apesardo seu discurso, os seus conteúdossão tão formatados quanto os daescola, não favorecendo a amplia-ção da consciência crítica”, afirmaa autora.

MARIA WALESKA CRUZDiretora da Faculdade

de Educação

CELITO MENGARDAProfessor da Faculdade

de Psicologia

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Pesquisa em Foco

Apartir da idéia de que o de-senvolvimento da Publicida-de está relacionado ao pro-cesso industrial e de consu-mo e a fenômenos contextu-

ais de uma cultura, Mariângela Toal-do realizou a tese de doutorado Amoralidade contemporânea e o cenáriopublicitário brasileiro – a problemáticamoral nos anúncios da revista Veja(1969-1999). A autora constata queno fim do século 20 as concepçõestradicionais sobre os valores entra-ram em crise. “As subjetividades indi-viduais ganham cada vez mais espa-ço”, destaca. Os valores particularestornam-se prioritários em relação aossociais. Daí a idéia de visualizar comoa publicidade articula as questõesmorais para observar os estímulos

Moralidade vistapela Publicidade

que se apresentam ao agir humanona contemporaneidade e as formasde sociabilidade deles resultantes.

O trabalho, defendido no Pro-grama de Pós-Graduação em Comu-

nicação Social da PUCRS, analisa aabordagem publicitária de temasmorais, como liberdade, individua-lismo, hedonismo e solidariedade. Asquestões identificadas e discutidas apartir dos anúncios correspondemàs características dos contextos con-temporâneos abordadas por teóricosmorais e analistas da situação brasi-leira socioeconômica, política e cul-tural do período de 1969 a 1999. “Apublicidade é um fenômeno ao mes-mo tempo de causa e efeito da dinâ-mica dos processos sociais”, afirma.Mariângela vê a necessidade de oprofissional de comunicação reavali-ar a sua atuação diante dos critériosque ressalta na produção publicitá-ria conforme a apropriação de ca-racterísticas contextuais.

Uma das mais importantesobras da história da Teolo-gia sobre a Santíssima Trin-dade foi investigada pelo Ir.Evilázio Teixeira em seu

trabalho de doutorado Mistério e Epi-fania de Deus Pai: estudo teológico sobreo De Trinitate de Santo Agostinho. Atese, defendida na Pontifícia Univer-sidade Gregoriana de Roma, temcomo principal enfoque a Teologiado Pai com o objetivo de explorar omistério de Deus. Ir. Evilázio cons-tata que o sentido de Trindade mos-tra que Deus é Uno e Trino ao mes-mo tempo. Uno, mas não solitário.O Cristianismo postula a fé a partirda experiência de um Deus essenci-almente comunitário.

Segundo Ir. Evilázio, Agostinhonão anula o valor do humano. Procu-rou um caminho possível para chegara Deus por meio da via intelectual,

O mistério de Deus na Trindade

mas não se esquece dos elementos quelevam ao conhecimento pela fé. “Seutrabalho é uma síntese em que o cami-nho intelectual culmina na confissãode fé. A pessoa jamais poderá sercompreendida somente pelos méto-dos científicos, como um dado cosmo-lógico qualquer”, afirma Ir. Evilázio.

Para a tese, o autor consultouos originais dos 15 livros em latimdo De Trinitate e as cinco traduçõesdisponíveis em inglês, italiano, fran-cês, espanhol e português. Agosti-nho chega a oito analogias para ex-plicar o mistério de Deus Uno e Tri-no. A mais conhecida é a que iden-tifica o Pai com o amante, o Filhocomo o amado do Pai e o EspíritoSanto como o amor. “Com a Trinda-de, o ser humano pode apreender oquanto é amado e se descobrir ca-paz de dar e receber amor, o valoreterno que estabelece unidade entrecéus e terra”, diz. Essa concepçãoda Trindade relativa ao amor não ésuficiente, segundo Ir. Evilázio. Amelhor maneira de explicar o mis-tério em Agostinho é a visão do Paicomo memória, do Filho como inte-ligência e do Espírito Santo comovontade.

IR. EVILÁZIO TEIXEIRAProfessor da Faculdade

de Teologia

MARIÂNGELA TOALDOProfessora da Faculdadede Comunicação Social

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Novosmestres edoutoresAutor: Isolde Favaretto –Faculdade de DireitoDissertação: Responsa-bilidade civil do BancoCentral do Brasil por in-tervenções extrajudiciaisde instituições financei-ras-possibilidadesLocal de defesa: Pro-grama de Pós-Graduaçãoem Direito da PUCRS

Autor: Luiz EduardoOurique – Faculdade deMatemáticaTese: Análise qualitativada equação de transporteunidimensional em proble-mas lineares e não-linea-res com transferência ra-diativaLocal de defesa: Pro-grama de Pós-Graduaçãoem Engenharia Mecânicada UFRGS

Autora: Márcia SaleteFaustini – Faculdade deServiço SocialTese: Saberes docentes noServiço Social: da práticaprofissional à prática pe-dagógica – uma análise apartir da perspectiva doprofessorLocal de defesa: Pro-grama de Pós-Graduaçãoem Educação da PUCRS

Autor: Vilson Bilhalva –Faculdade de DireitoDissertação: Mandadode segurança coletivo nostribunais superiores, naJustiça estadual, federaleleitoral e do trabalhoLocal de defesa: Pro-grama de Pós-Graduaçãoem Direito da PUCRS

Pesquisa em Foco

Oeconomista Alfredo Me-neghetti Neto condi-cionou-se ao desafio derealizar a tese de dou-torado não se limitan-

do à análise abstrata e baseadaem números, própria do perfilda sua profissão. Defendeu o tra-balho Redes de cidades: coopera-ção, estratégias de desenvolvimento,limitações constitucionais e divergên-cias – o caso da rede Mercocidadesno Programa de Pós-Graduaçãoem História da PUCRS. Alémde cruzar dados e verificar do-cumentos, Meneghetti entrevis-tou seis dos fundadores e exe-cutivos da rede em Porto Ale-gre. Conclui que o discurso de-les não consegue se sobrepor àsdivergências existentes na Amé-rica Latina devido ao seu cará-ter utópico. “Há uma diferençaenorme entre o que era divul-gado pelo discurso oficial darede Mercocidades e o observa-do no seu relacionamento diá-rio”, diz Meneghetti, que tam-bém atua na Fundação de Eco-nomia e Estatística.

O autor constata que o pro-jeto da Mercocidades é copiadode outros clubes de cidades daEuropa e dos Estados Unidosque se estabeleceram na décadade 50. “Apresentam soluçõesquase idênticas a situações tãodiferenciadas como as dos paí-ses mais desenvolvidos e daAmérica Latina”, afirma. A rededas Mercocidades surgiu em1995 com 12 integrantes. Hojeultrapassa os 70.

Outro problema identifica-

As limitaçõesda redeMercocidades

ALFREDOMENEGHETTI NETOProfessor da Faculdade

de Administração,Contabilidade e Economia

do pela tese se refere às limita-ções constitucionais, pois os mu-nicípios não podem fazer acor-dos com outros, sem o aval dogoverno federal. Segundo Me-neghetti, a rede também nãoleva em conta as rivalidades en-tre os países e não tem infra-estrutura para funcionar adequa-damente. “A América Latina nãose conhece. Nem mesmo nos li-vros didáticos do Brasil há refe-rência à História dos países vizi-nhos”, diz. Por essa razão é ne-cessário adequar o discurso darede à realidade latino-america-na. Com o governo Luiz InácioLula da Silva, que defende a am-pliação da iniciativa das cidadese até criou ministério específico,Meneghetti acredita que a Mer-cocidades poderá conseguir maisreconhecimento e aplicabilidadedos seus projetos. Entretanto, re-comenda mais atenção dos exe-cutivos da rede.

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Novidades Acadêmicas

Apartir do primeiro semestredeste ano, os currículos daFaculdade de Engenhariada PUCRS passam por mo-dificações. A reestruturação

dos cursos de Engenharia Civil, Elé-trica, Mecânica, Química e de Contro-le e Automação (Mecatrônica) deve-seàs exigências do Ministério da Educa-ção, traduzidas pelas novas diretrizescurriculares e pelas necessidades de

Engenharia muda currículosatualização dos currículos vigentes.

Uma das mudanças mais signi-ficativas foi na carga horária em salade aula. Alguns cursos terão entre800 e 1.000 horas/aula a menos, per-mitindo a participação dos alunosem apenas um turno. Contudo, aduração dos cursos, que é de cincoanos, não sofrerá alterações, poisserá exigida do estudante a partici-pação em estágios profissionais e a

AFaculdade de Enfermagem, Fisioterapiae Nutrição começa neste mês de marçoseu primeiro curso de pós-graduação: aespecialização em Terapia Intensiva.Com o objetivo de especializar o enfer-

meiro para o cuidado sistematizado do pacienteadulto em situação crítica de saúde, o curso temduração de 15 meses e o pré-requisito é a con-clusão da graduação em Enfermagem.

Tendo em vista que os cuidados de saúdeem situações agravantes implicam complexidadetécnica e científica, o curso especializará o pro-fissional contemplando, além desses conhecimen-tos, o instrumental, o gerencial e o humanístico.No currículo estão disciplinas como Interface docuidado humano ao paciente em terapia intensi-va, Terapia Intensiva: aspectos bioéticos e sociaisno cuidado ao paciente e família, Avaliação ediagnóstico de enfermagem em terapia intensi-va, entre outras. Informações: (51) 3320-3646,prédio 12 do Campus, 8º andar.

Enfermagem lançaespecialização

complementação dos estudos comatividades extraclasse.

As mudanças entraram em vigorem janeiro deste ano, para os calou-ros. Até 2004 pretende-se estenderaos alunos veteranos. Os cursos novos(Engenharia da Computação, criadoem 2002, e Engenharia de Produção,que começa em março deste ano) jáforam concebidos levando em contaas novas diretrizes.

Educação Físicaforma especialistasem lazer

O curso de especialização em Lazer, Recrea-ção e Jogos Cooperativos da Faculdade de Educa-ção Física e Ciências do Desporto terá início emabril e é destinado a profissionais com curso su-perior e interesse na área. Formará especialistasa partir de uma perspectiva cooperativa paraatuar no planejamento, organização, execução,avaliação e pesquisa relacionada a lazer, recrea-ção e jogos cooperativos.

O profissional especializado estará apto adesenvolver as atividades de planejador, organi-zador, administrador e animador de atividadesrelacionadas com recreação e lazer. Essas açõespodem ser exercidas em diversos setores da so-ciedade, como na iniciativa privada, institui-ções públicas, entidades comunitárias, clubes deserviços, e ainda em atividades de turismo eco-lógico e similares. Informações: (51) 3320-3622e [email protected].

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Método inédito de traSaúde

Um novo método de trans-plante dentário foi desenvol-vido pela Faculdade deOdontologia da PUCRS. Atécnica consiste na utilização

de um dente natural, sem função mas-tigatória, do próprio paciente, parasubstituição em outro local da cavida-de bucal. Testada desde 1996, alcan-çou resultados satisfatórios e foi publi-cada em revistas científicas em 2002.De acordo com o coordenador do pro-jeto, o cirurgião-dentista Roberto deCarvalho e Silva, o método é mais ba-rato, eficaz e evita a necessidade deprótese. “É possível diminuir o custodo tratamento, além de evitar o des-gaste dos dentes normais para a reali-zação de uma prótese fixa”, destaca.

O procedimento é realizado deforma rápida e indolor. O dente é ex-

Medicina inaugura laboratóriosDepartamento de Cirurgiada Faculdade de Medicinainaugurou o prédio 64, aolado do Hospital São Lucas,para abrigar os Laboratórios

de Técnica Operatória, MicrocirurgiaExperimental e Anatomia Patológica.O novo espaço atende os alunos dagraduação, pós-graduação, mestradoe doutorado. O Laboratório de Mi-crocirurgia Experimental é direciona-do às pesquisas na área de microci-rurgia e cirurgia da mão.

A infra-estrutura oferece um blo-co cirúrgico, seis microscópios e ma-terial de microcirurgia. Os equipa-mentos foram adquiridos a partir deuma parceria com o Grupo Gerdau –maior produtor de aços longos nocontinente americano. O local tam-bém foi criado com o objetivo de aten-der à necessidade de formar novosmédicos especializados na área de mi-crocirurgia. “Hoje não existem mui-tos profissionais habilitados nessa área

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traído a partir de uma cavidade naponta das raízes – sendo obturadocom amálgama de prata. O transplan-te pode ser realizado, por exemplo,com o próprio siso do paciente. Outravantagem é a reinserção da membranaperiodontal que se forma e cobre araiz do dente de forma natural, agindocomo um amortecedor no ato da mas-tigação. Nos meios usuais, como nosimplantes artificiais com titânio, nãohá formação dessa membrana.

O transplante dental é mais umaopção para ser oferecida ao paciente,principalmente para aqueles casos emque o dente encontra-se retido (den-tro do osso) e o seu espaço é ocupadopor um dente de leite. Ou nos casosem que o primeiro molar está irrecu-perável e o siso ainda não está total-mente formado – extrai-se o primeiro

molar e transplanta-se o siso para oseu lugar. “Portanto para as pessoasque não se contentam com o artificiali-smo das soluções protéticas fica a op-ção da solução biológica”, conclui oprofessor.

O siso como alternativaOs dentes do siso são molares adi-

cionais que aparecem, normalmente,entre os 17 e os 20 anos de idade,tanto em homens como em mulheres.Os molares são dentes fortes e gran-des que servem para mastigar ou tri-turar os alimentos, por essa razão, fun-damentais. Os quatro dentes do siso(dois superiores e dois inferiores) sãoos últimos a nascerem, sem ordem cer-ta e, na maioria das vezes, imperfei-tos. De acordo com o cirurgião-den-tista Roberto Fernandes, tais molares

visando à demanda nos hospitais dointerior do Estado”, explica Jeffer-son Braga Silva, coordenador do La-boratório de Microcirurgia Experi-mental.

Estudantes da graduação e pós-graduação terão acesso aos equipa-mentos para treinar técnicas opera-tórias em todas as áreas do Departa-

O

mento de Cirurgia. Na disciplina deAnatomia Patológica será possível uti-lizar os laboratórios para macrodisse-cações e visualização das lâminas. Al-guns projetos selecionados serão di-recionados às pesquisas sobre a obesi-dade em ratos, o estudo da regenera-ção nervosa e a possibilidade de trans-plante de tecido composto.

Infra-estrutura: parceria com o Grupo Gerdau

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O maior prêmio dapsiquiatria brasileira

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nsplante dentário

Não é sempre, porém, que ossisos não nascem porque não exis-tem. Muitas vezes o que ocorre éfalta de espaço na arcada dental,malformação (posição errada) do den-te, o que dificulta o seu aparecimen-to. Quando o paciente possui um dos

sisos, ele pode ser uma ótima alterna-tiva para repor algum dente perdido.No futuro, Fernandes pretende desen-volver um banco de dentes para trans-plantes dentários.

Pacientes com insuficiência re-nal crônica em hemodiálise estãosujeitos a intenso estresse, tantopela doença como pelo própriotratamento. A sobrevida dessaspessoas pode ser afetada pela de-pressão – problema psicológicomais freqüente em doentes crôni-cos. A redução da sobrevida peladepressão em quem se submete àhemodiálise é a principal consta-tação do estudo realizado pelo pro-fessor da Faculdade de Medicinada PUCRS Edgar Chagas Diefen-thaler. O docente conquistou oPrêmio Professor Ulysses ViannaFilho, a mais importante distinçãoconferida pela Associação Brasi-leira de Psiquiatria, com a disser-tação intitulada Avaliação da asso-

Edgar Diefenthaler

ciação entre depressão e óbito em pacientesem hemodiálise crônica.

Durante três anos Diefenthaleracompanhou 40 pacientes, em fase ini-cial de hemodiálise, no Hospital SãoLucas. Divididos em dois grupos, commenor e maior intensidade de sinto-mas depressivos, o médico observouque 50% dos pacientes que morrerampertenciam ao grupo com maiores sin-tomas de depressão, enquanto que 11%apresentavam menor intensidade doproblema.

“A depressão influencia fatorescomo nutrição, função imunológica eadesão ao tratamento”, destaca o pro-fessor. Diefenthaler observou que ogrupo dos pacientes menos deprimi-dos saiu mais rapidamente dahemodiálise e teve maior proporção

de transplante renal (50%, contra ape-nas 8% dos deprimidos).

O tratamento da hemodiálise exi-ge que o paciente dependa por muitotempo de uma máquina, à qual ficadependente e imóvel, durante quatrohoras, três vezes por semana. Tambémprecisa seguir uma rigorosa dieta, comrestrições, inclusive de ingestão de lí-quidos, além de usar inúmeros medi-camentos.

tendem a desaparecer no futuro. “Hojeem dia não são todas as pessoas quepossuem os dentes do siso”, esclarece.Eles praticamente perderam a função.Com a evolução natural do ser huma-no, algumas pessoas já nascem sem ogerme dental do siso.

Vantagens danova técnica• Evita a necessidade de inter-

venção protética• Proporciona a inserção natu-

ral da membrana periodontal(conjunto formado pelo ossoem que está implantado cadadente e gengiva)

• Diminui o custo de tratamento• Evita, em alguns casos, o des-

gaste de outros dentes para arealização de uma prótese fixa

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Universidade Aberta

Viajar para uma comunidadedistante, conhecer realida-des de vida diferentes e es-palhar solidariedade, sendovoluntário pela Organiza-

ção das Nações Unidas (ONU). APUCRS firmou uma parceria inéditacom a ONU e está oferecendo a seusalunos a oportunidade de participarde projetos desenvolvidos por orga-nizações não-governamentais parcei-ras da entidade por todo o país. Aprimeira ação começou em fevereirodeste ano, levando um estudante docurso de Multimeios e InformáticaEducativa para Natal, no Rio Grandedo Norte, onde ele está ensinandomeninas de rua de 7 a 18 anos a utili-zar o computador na Casa Renascer.

Os estudantes são selecionadosprimeiramente pelo Programa Col-méia Voluntária, da Pró-Reitoria deAssuntos Comunitários (PRAC), epor último pela ONU. As atuaçõesocorrem em projetos de diversas á-reas, principalmente educação, saúdee meio ambiente, sendo que a cadaação o jovem recebe um certificadosocial, importante para seu currículo,explica a coordenadora do ColméiaVoluntária, Rosa Maria Caldas.

Formação humanaA ONU é a responsável pela ali-

mentação, passagem e estadia do es-tudante voluntário durante o tempode atividade. “Os alunos adquiremexperiência prática e educacional,tornando-se mais envolvidos com ati-vidades de cooperação na melhoriada qualidade de vida das comunida-des. Oportunizar esse tipo de apren-dizagem significa redimensionar ahumanização na formação dos aca-dêmicos”, destaca a pró-reitora deAssuntos Comunitários, Helena Wi-lhelm de Oliveira.

PUCRS e ONU, parceirasem ações voluntárias

CARINE SIMAS

ColméiaVoluntáriaAlunos da PUCRS inte-ressados em integrar oColméia Voluntária po-dem entrar em contatocom a PRAC, na sala 109do prédio 1 do Cam-pus, pelo telefone (51)3320-3508 ou [email protected] informações no sitewww.pucrs.br/prac.

A parceria com a Universidadeé piloto e testará uma iniciativaque a ONU pretende multiplicarem outros países. “O convênio tam-bém é uma oportunidade de abrircaminho para o projeto de volun-tariado da ONU no Brasil, queentrou em funcionamento em2001”, afirma o coordenador doEscritório de Voluntariado da ONUno Brasil, sociólogo Dirk Heg-manns. Segundo Hegmanns, a idéiaé envolver cada vez mais a socieda-de nas atividades da organização,apoiando mundialmente o desen-volvimento humano por meio dapromoção do voluntariado.

SolidariedadeA PUCRS foi escolhida como

pioneira por sua trajetória de en-volvimento com o voluntariado. AUniversidade promove eventos so-bre o tema, mantém parcerias naárea com organizações privadas egovernamentais. Em 2001, implan-tou o Programa Colméia Voluntária,visando promover ações pontuais e

contínuas por meio de projetos queestimulem a solidariedade.

O protocolo de intenções foi assi-nado simbolicamente pelo coordena-dor do Escritório de Voluntariado daONU no Brasil, sociólogo Dirk Heg-manns, e pela pró-reitora de AssuntosComunitários da Universidade, He-lena Willhelm de Oliveira, durantea abertura do 3º Salão de IniciaçãoCientífica e da 2ª Mostra de Extensãoe Ação Comunitária da PUCRS.

Alunos atuam em projetos de educação, saúde e meio ambiente

Foto: Divulgação

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Ambiente

Atese de doutorado em Zoo-logia de Maria Lúcia Antu-nes, realizada no Laborató-rio de Dinâmica Populacio-nal da PUCRS, auxilia o

Instituto Brasileiro do Meio Ambi-ente e dos Recursos Naturais Reno-váveis (Ibama) na efetivação de umapolítica sustentável para a pesca docamarão-rosa no Parque Nacional daLagoa do Peixe. O objetivo do Iba-ma, a longo prazo, é proibir a ativi-dade, mas 168 famílias que mora-vam no local antes de tornar-se par-que nacional dependem da pescapara sobreviver.

Um dos papéis da pesquisa é in-dicar e regulamentar os lugares ade-quados para a pesca. O Ibama exigeque 70% dos animais capturados te-nham mais de nove centímetros a fimde preservar os estoques naturais.

A Lagoa do Peixe é um estuárioutilizado pelo camarão-rosa para sedesenvolver. As larvas chegam comas correntes marinhas na primaverae no verão e permanecem até se tor-narem juvenis. Chegam com apro-ximadamente 1,5 milímetro e retor-nam ao mar com até 16 centíme-tros. A lagoa é o local adequado parao camarão-rosa, pois há comidaabundante e condições ideais ao de-senvolvimento dos juvenis.

Pesquisa avalia pescado camarão-rosa

Redes ilegaisA pesca ocorre à noite, quando

o camarão se alimenta. São usadasredes estacionárias tipo “aviãozinho”(permitidas) ou de arrasto, como as“cocas” (irregulares). Devido à carên-cia de fiscalização, tem-se verificadoa utilização de redes em númeromaior que o autorizado (até 30 porpescador cadastrado), capturas comredes ilegais, além do ingresso naárea de pescadores não-cadastradosdurante o período de safra.

Desde o mestrado, Maria Lúciainvestiga o desenvolvimento do ca-marão-rosa, os fatores que determi-nam a migração das lavras para o es-tuário, sua distribuição e densidade.

Para o doutorado, Maria Lúciaavalia o esforço de pesca, quantificaa mortalidade natural e pela ativi-dade pesqueira, além de identificara relação de entrada e saída de juve-nis com fatores ambientais, como di-reção de ventos e salinidade. Ela cal-cula que em cinco meses são captu-radas 290 toneladas. O Ibama buscaalternativas compatíveis com a rea-lidade dos pescadores antes de proi-bir completamente a pesca. “A nor-matização visa evitar perdas gran-des do camarão que tornem a cap-tura inviável economicamente”, aler-ta a doutoranda, que tem bolsa doCT-Hidro do CNPq.

Parque Nacionalda Lagoa do PeixeCriado pelo Ibama por de-creto em 6 de novembro de1986, o Parque Nacional daLagoa do Peixe tem área de34,4 mil hectares. Localiza-se nos municípios de Tava-res, Mostardas e São Josédo Norte, no Sul do Estado.O seu objetivo é a proteçãodos ecossistemas litorâneos,das espécies animais, par-ticularmente das aves mi-gratórias, e a preservaçãodas áreas úmidas.

Camarão-rosaO Farfantepenaeus paulensis distribui-se ao longo da plata-forma continental brasileira, a partir de Ilhéus (Bahia) até olitoral Nordeste da Argentina. As fêmeas maturas concentram-se principalmente na Costa Centro-Sul de Santa Catarina e noverão dirigem-se ao Norte do Rio Grande do Sul. Nesses locais,a desova ocorre provavelmente durante todo o ano, mas somen-te na primavera e no verão as larvas são transportadas pelascorrentes costeiras em direção ao Sul, penetrando nas regiõesestuarinas do Estado.

Foto: Susana Abreu

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Drosophila, a pequena notável

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Ciência

Enquanto não é encontradaa receita definitiva para atão almejada longevidade,cientistas de todo o mundomobilizam-se em torno de

alternativas para um envelhecimen-to bem-sucedido. Na PUCRS, umgrupo de pesquisadores da Faculda-de de Biociências investiga o aumen-to ou a diminuição do tempo de vidada Drosophila, a mosca-da-fruta, di-ante da ingestão regular de resvera-trol (composto natural encontradoem uvas de diversas variedades, naamora, no amendoim e em outras70 espécies de plantas). Dados pre-liminares colhidos pelo Núcleo In-terdisciplinar de Pesquisa do Enve-lhecimento em Drosophila indicamque a molécula do vinho atua posi-tivamente na longevidade desses in-setos, além de alterar o padrão deuso das reservas energéticas e redu-zir a fertilidade.

Os resultados foram apresenta-dos durante o 3º Congresso Europeude Biogerontologia, em 2002, na Itá-lia. Segundo o professor Gilson DaCunha, da Faculdade de Biociências,a Drosophila envelhece principalmen-te devido à deterioração celular cau-sada pelos radicais livres, de modobastante similar ao homem. “Quere-mos investigar quais genes são ativa-dos ou reprimidos pelo resveratrolpara contribuir na produção de me-dicamentos”, explica Da Cunha.

Restrição de caloriasDietas com poucas calorias pro-

duzem outros benefícios e ampliam alongevidade, de acordo com pesqui-sas realizadas com roedores. “A me-mória e o tônus muscular são melho-res. Eles desenvolvem menos câncere doenças cardíacas”, destaca a biólo-ga Guendalina Oliveira. Estudos com

Longevidade e oconsumo de resveratrol

moscas-da-fruta, que têm genes simi-lares aos dos mamíferos, mostraramque várias enzimas de rotas ligadasao metabolismo energético podem edevem exercer um papel central nocontrole da longevidade.

Na primeira etapa foi feito ummapeamento dos elementos energé-ticos da Drosophila, como a quantida-de de lipídios, triglicerídeos, glicogê-nio e proteínas. O resveratrol alterouo perfil de uso (degradação ou sín-tese) dessas reservas e diminuiu a ve-locidade da respiração em nível ce-lular, evitando a formação de radicaislivres. Ao mesmo tempo, nas fêmeashouve uma alteração dos níveis de

glicogênio (carboidrato de reservaencontrado nos tecidos animais). Asmoscas submetidas à molécula do vi-nho viveram cerca de 30% a 50%mais do que o normal – elas têm umciclo de vida de 25 a 30 dias.

O estudo conta com a partici-pação de alunos e bolsitas dos cur-sos de Biociências e Farmácia. O pró-ximo passo do Núcleo será realizarum levantamento da taxa de danooxidativo sofrido pelas moscas tra-tadas ou não com resveratrol e tes-tes com diferentes enzimas do meta-bolismo energético – cuja atividadepode estar sendo modificada peloconsumo da droga.

Contribuições da mosca-da-fruta para o avanço da pesquisa em Biologia

Principais padrões de transmissão de hereditariedade observados em humanosforam primeiro verificados em Drosophilas.Efeitos mutagênicos de radiações ionizantes e certos agentes químicos foramprimeiro descobertos nesse inseto.Diversas linhagens de Drosophilas têm mutações parecidas com as que causamdoenças em humanos.Cromossomos da larva de Drosophila permitem localizar em microscopia ótica asregiões contendo genes que respondem a tratamentos com diferentes condiçõesambientais (drogas, dietas, poluentes e temperaturas extremas).

Pesquisadores investigam o tempo de vida da mosca-da-fruta

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Ciência

Os professores das Faculda-des de Biociências, de Quí-mica e do Instituto de Ge-riatria e Gerontologia de-senvolvem um estudo para

verificar a quantidade de ácidos gra-xos trans, que aumentam o mau co-lesterol e diminuem a quantidade dobom colesterol, em margarinas àvenda no mercado. A avaliação dosácidos foi feita no Laboratório daFaculdade de Química, por espec-troscopia de infravermelho de reflec-tância atenuada – o método permiteconferir com exatidão o nível de gor-dura saturada encontrada nos ali-mentos. Os resultados preliminaresmostram que as principais mar-cas comerciais de margari-na têm entre 1% e 20%de ácidos gordos transem sua formulação.

Segundo AndréSouto, pesquisador e pro-fessor da Faculdade de Quími-ca, na fabricação industrial das mar-garinas ocorre a hidrogenação doóleo vegetal. Nesse processo forma-se o ácido graxo trans, que aumentaa concentração sangüínea do LDL(mau colesterol) e reduz o HDL (bomcolesterol), com efeitos prejudiciaisà saúde. “A gordura vegetal eleva osníveis de colesterol presente nos ali-mentos industrializados e a trans étrês vezes pior que a gordura satu-rada”, explica Souto.

Vilão à mesaUma dieta alimentar rica em

gordura contribui para o aumentode colesterol no sangue. Existem vá-rios tipos de gorduras e cada umadelas tem influência sobre a taxa deLDL. As gorduras, tanto de origemanimal como vegetal, são constituí-das por ácidos graxos saturados e

Estudo mostra osmalefícios da margarina

insaturados (mono e poliinsatura-dos). Devido ao alto teor de ácidosgraxos saturados de cadeia longa nasua composição, essas gorduras apre-sentam-se em estado sólido, quandoa temperatura ambiente for inferiora 25ºC. Entre os componentes dagordura, o que oferece maiores ris-cos à saúde humana é aquele quecontém os ácidos graxos trans.

No entanto, nem todos os áci-dos graxos atuam igualmente. Osácidos saturados presentes na man-teiga, óleo de coco, carne e banha eseus derivados elevam os níveis deLDL (mau colesterol) no sangue.

Efeito similar é causadopela ingestão de gorduras

hidrogenadas – constituídas porácidos graxos insaturados, na formatrans –, contidas nas margarinas, sor-vetes, chocolates e bolachas. Os áci-dos graxos insaturados na formatrans reduzem os níveis de HDL (co-lesterol protetor), podendo oferecerriscos à saúde.

Os fabricantes de margarina noBrasil ainda não informam na em-balagem a quantidade de ácido gra-

EntendamelhorOs ácidos gordos trans sãogorduras que se formamcomo resultado de hidro-genação de óleos alimen-tares vegetais e fazem au-mentar a taxa de coleste-rol. Esse procedimentopermite conferir estado só-lido às gorduras que an-tes eram líquidas, mesmoà temperatura ambiente.Alguns alimentos comomargarinas, frituras, pro-dutos de pastelaria, bola-chas e outros alimentos,sobretudo refogados e fri-turas, são ricos nesses áci-dos gordos.

xo trans contido nos produtos feitoscom gordura hidrogenada. Souto ex-plica que um dos objetivos da pes-quisa é o de alertar os órgãos gover-namentais a cobrarem das empresasa disponibilização desses dados aosconsumidores. “Temos que fazer comque essa informação conste dos ró-tulos”, diz Souto. Além de biscoitose sorvetes cremosos, frituras tambémpodem ter trans, dependendo domodo de preparo.

A equipe que participou da pes-quisa contou ainda com os professo-res Marcus Seferin, da Faculdade deQuímica, e Luiz Glock, da Faculda-de de Biociências. Além da nutricio-nista Valdeni Zani, integraram o gru-po os professores Emilio Moriguchi

e Ivana da Cruz, do Instituto deGeriatria e Gerontologia, e os

bolsistas JosianeBortoloto e Gra-

ziele Ra-mos.

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TECNOPUC: espaço deTecnologia ANA PAULA ACAUAN

OT E C N O P U C ,Parque Tecnológi-co, recebe emmarço a maiorempresa produto-

ra de software no mundo, aMicrosoft. Essa instalaçãoenvolve também parceriacom a Dell, companhianorte-americana fabricantede computadores, que estáno Parque desde julho doano passado. A empresafornecerá hardware e pes-soal de apoio ao Centro deTecnologia e TreinamentoMicrosoft/PUCRS e a ou-tros locais do país. “Come-çou o efeito de sinergia en-tre os parceiros que buscá-vamos com o Parque”, co-memora Jorge Audy, dire-tor da Agência de Gestão Tecnológicae Propriedade Intelectual (AGT) daPUCRS, gestora do TECNOPUC.

O Centro da Microsoft/PUCRSocupa uma área de aproximadamen-te 500 metros quadrados. O objetivoé difundir a tecnologia Microsoft .Netpara o desenvolvimento de aplicaçõesno ambiente Web. “O Centro possibi-litará a realização de cursos de exten-são em Ciências da Computação, apartir do final do ano”, enfatiza o pró-reitor de Extensão Universitária, Pau-lo Franco.

Empresas-âncoraAlém da Microsoft e da Dell, será

inaugurado em abril o primeiro em-preendimento da HP no TECNO-PUC. A presença das três maiores em-presas no mundo da área de Tecnolo-gia da Informação concretiza o obje-tivo da PUCRS de firmar convêniocom empresas-âncora. Audy acreditaque o Parque representará o novo mo-delo na interação entre empresas euniversidades no país, centrado noapoio à pesquisa e ao desenvolvimen-

to de novas tecnologias. “Buscamosas melhores organizações e trabalha-mos para criar um hábitat de inova-ção de líderes”, afirma.

O pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação e presidente do comitêgestor do TECNOPUC, UrbanoZilles, diz que agora a Universidadetem o desafio de manter as parceriase concretizar a interface com a socie-dade. Lembra que a constituição doParque se deve à capacitação docentee à infra-estrutura. “Há mais de umadécada a PUCRS começou a fortale-cer a área de pesquisa e pós-gradua-ção.” Aposta que a repercussão dessaprodução começa a ter mais efeito apartir do TECNOPUC.

No Centro de Desenvolvimentode Software da Dell atuam cinco pro-fessores com doutorado na área deCiência da Computação, um de Mar-keting e um de Psicologia, além de 30alunos, entre graduação e mestrado.Um dos projetos é o acompanhamen-to do processo de capacitação Capabi-lity Maturity Model (modelo de matu-ridade para a produção de software).

Maior operaçãoA HP ocupará um espaço supe-

rior a 3 mil m². A empresa será amaior operação no TECNOPUC,onde instalará suas áreas de Pesquisae Desenvolvimento (prédio 1) e deserviços (suporte e fábrica de softwa-re, no prédio 2). O segundo empre-endimento deverá começar em ju-lho. A vinda da HP para o Parqueconsolida a parceria iniciada em 1999por meio da Faculdade de Informáti-ca, com a criação do Centro de Pes-quisa e Teste de Software. Hoje con-ta com mais dois projetos de pesqui-sa, o Centro de Pesquisa em AltoDesempenho e o Centro de Pesquisaem Software Embarcado. O gerentede Pesquisa e Desenvolvimento daHP Brasil, Darlei Abreu, diz que osprojetos com a PUCRS têm alcança-do visibilidade internacional.

O TECNOPUC é uma das açõesdo Projeto Porto Alegre Tecnópole, daPrefeitura da Capital, que estimula aatração de novos investimentos. A su-pervisora de Desenvolvimento Tecno-lógico do Município de Porto Alegre,

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parceria entre empresas

Pesquisa aplicada em FísicaA obra mais complexa do Parque

será inaugurada em março. O prédiovoltado aos projetos de pesquisa aplica-da da Faculdade de Física tem 2 mil m².Há laboratórios especializados para osGrupos de Energia Solar (GES), de Estu-dos de Propriedades de Superfícies e In-terfaces (GEPSI), de Física das Radiações(GFR) e de Imagens Médicas (GIM).Com a nova estrutura, os serviços presta-dos a empresas serão ampliados.

O Prêmio Jovem Cientista 2002,recebido pelo professor AdrianoMoehlecke, incentivou ainda mais o GESno desenvolvimento de projetos emenergia solar. O Laboratório de CélulasSolares será o mais moderno da AméricaLatina e se destinará à fabricação de pro-tótipos de células solares de baixo custo ecom alta eficiência. Um dos objetivos éaumentar o índice de 17% de eficiência –o maior valor de um dispositivo fabrica-do no Brasil, alcançado pelo GES.

No terraço do prédio, no Laborató-rio de Medidas Externas, serão caracteri-zados módulos fotovoltaicos concentra-dores desenvolvidos pelo grupo e siste-mas fotovoltaicos autônomos. Os siste-mas fotovoltaicos são uma das melhoresalternativas para proporcionar energiaelétrica à população afastada da rede.

Com capacidade para desenvolvermateriais que apresentem densidade degravação de dados muito mais elevada

do que a atual, o GEPSI pretendefirmar parcerias com as empresasdo TECNOPUC. Os avanços nosdiscos rígidos estão muito mais natecnologia mecânica dos cabeçotesde leitura e gravação do que na mí-dia propriamente dita. Com a novatécnica, é possível obter resultadospara aplicação imediata na indús-tria com investimento pequeno.

O Grupo tem tradição em de-senvolver superfícies resistentes aodesgaste mecânico e corrosivo.Com os dispositivos do tipo multi-layer (filmes finos com camadasdiferentes), será possível criar mí-dias superiores às atuais e resistentesao elevado desgaste mecânico provoca-do pelas altas rotações nos sistemas dedisco rígido.

O GFR contará com infra-estruturade ponta no TECNOPUC para desen-volver pesquisas na área de interaçãoda radiação com a matéria, especifica-mente estudos sobre o efeito da radia-ção ultravioleta em materiais poliméri-cos. O laboratório terá fontes de radia-ção UV-A, UV-B e UV-C e equipamen-tos que possibilitam a análise espectralda radiação infravermelha, visível e ul-travioleta. Devido à crescente incidên-cia da radiação UV-A na superfície ter-restre, o Grupo desenvolve pesquisa paraprestar serviços na quantificação da

emissão de UV-A e UV-B, na verifi-cação do fator de proteção em len-tes óticas e cosmetria.

Profissionais de Física, Compu-tação e Medicina, que integram oGIM, desenvolvem ferramentas com-putacionais de processamento, visua-lização, análise e simulação de ima-gens médicas e sistemas biológicos.Representações de modelos dinâmi-cos, por exemplo, verificam os efei-tos da interação da radiação eletro-magnética no sistema imunológico.O GIM mantém convênios com oHospital São Lucas e o Hospital Uni-versitário da UFSM, além de cola-borações com outros hospitais e clí-nicas do Estado.

Forno para fabricar células solares

Ghissia Hauser, lembra os projetos deimplantação de fibra ótica na cidade ede reforçar a cadeia produtiva nas áreasde eletroeletrônica e informática.

Pequenos e médiosA instalação de empresas-âncora fa-

vorece a economia local, demandandoserviços nas áreas de Informática, En-

genharia e Telecomunicações. Neste ano,a PUCRS buscará a instalação de em-presas gaúchas de pequeno e médio por-tes, além de uma incubadora empresa-rial, visando a completar a cadeia pro-dutiva do TECNOPUC.

Empresas de pequeno e médio por-tes também atuarão no Parque por meioda parceria com a Associação das Em-

presas Brasileiras de Tecnologia da In-formação, Software e Internet e Softsul.A Universidade receberá neste semestreR$ 1,05 milhão da Financiadora de Es-tudos e Projetos (Finep) do Ministérioda Ciência e Tecnologia. A Finep con-templou três parques tecnológicos. Osoutros dois estão localizados no Paranáe em São Paulo.

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Tecnologia

Aenergia eólica,uma fonte limpa,inesgotável e debaixo custo deoperação, que

utiliza o vento como gera-dor, é o principal objetode pesquisa do NúcleoTecnológico de Energia eMeio Ambiente da PUCRS(Nutema). O grupo desen-volve projetos com finan-ciamento da CEEE, CNPqe Fapergs. O trabalho cres-cente é medido pelo volu-me de projetos, recursos e númerode bolsistas que subiu de quatro, em2001, para 20 no ano passado.

A participação da energia eólicacresce mundialmente, chegando asuprir 12% da produção total da Di-namarca, 16% no norte da Alemanhae 23% na região de Navarra, na Es-panha. No Brasil, a capacidade ins-talada é de 20 megawatts (MW), comturbinas de grande porte conectadasà rede elétrica, além de diversas apli-cações em locais isolados.

Sem poluiçãoSegundo a Associação Européia

de Energia Eólica, com políticas ade-quadas, a energia eólica pode suprir10% da energia no mundo até 2020,criando 1,7 milhão de empregos ereduzindo a emissão global de dió-xido de carbono. Estudos do Nute-ma consideram a perspectiva de cres-cimento acentuado da utilização deenergias renováveis no Estado.

Com a CEEE, o Núcleo realizaestudos de viabilidade técnico-eco-nômica de parques eólicos no Esta-do, verificado o potencial energéti-co de regiões, e a possibilidade deinstalação sistema eólicos conectadosà rede elétrica.

O vento comogerador de energia

O trabalho desenvolvido com aCoopersul avalia o potencial eólicoem Aceguá, na fronteira com o Uru-guai. Com a empresa IntercâmbioEletro-Mecânico (IEM), a PUCRStrabalha na recuperação de turbinaseólicas de pequeno porte. Em Coti-porã, próximo a Bento Gonçalves,analisa a implementação de sistemaseólicos e fotovoltaicos (energia so-lar) na região.

Nessas atividades é utilizado oEolusoft, software desenvolvido peloNutema para dimensionar os siste-

mas, de acordo com parti-cularidades geográficas,eólicas e solares de cada lo-cal. Em parceria com o Ins-tituto do Meio Ambienteda PUCRS é realizado ummonitoramento meteo-rológico na região do Pró-Mata, na Serra gaúcha,onde serão testados siste-mas eólicos e fotovoltaicos.

Pesquisa econsultoria

Ainda existem parce-rias com a Universidade Politécnicade Madri, para estudos aerodinâmi-cos, com o Laboratório de EnergiaSolar da UFRGS, voltadas a sistemashíbridos, e com o Instituto de Pes-quisa Hidráulicas da UFRGS, relacio-nada a Pequenas Centrais Hidrelé-tricas. Nessas atividades o Nutemareúne alunos de graduação, pós-gra-duação e de diversas empresas.

Segundo o professor Jorge Vil-lar Alé, coordenador do Núcleo, osprojetos relacionados à energia eóli-ca fortalecem o grupo e abrem asportas para desenvolver pesquisa econsultoria, além de possibilitar suaatuação como laboratório de certifi-cação de equipamentos de mediçãoe geração eólica, em parceria com oCentro Brasileiro de Energia Eólica.

“No Brasil não existem gruposde pesquisas com a mesma prepara-ção, qualidade de recursos humanos,computacionais e equipamentos”,enfatiza o coordenador. Cursos so-bre energia eólica foram ministra-dos pelo Nutema na Espanha e naGuatemala. Outro destaque é a con-sultoria à Agência Nacional de Ener-gia Elétrica, emitindo pareceres eavaliações de projetos relacionadoscom energias renováveis.

Jorge Alé coordena o Grupo de Energia Eólica

Foto: Divulgação

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Debates

Ocenso de 2000 mostra que14,5% da população é por-tadora de algum tipo de de-ficiência. Segundo dadospreliminares, o número

atinge mais de 156 mil pessoas resi-dentes nas regiões urbanas e ruraisdo País. Professores, pesquisadorese alunos dos cursos de Educação Fí-sica, Enfermagem, Fisioterapia, Nu-trição, Educação e Serviço Social daPUCRS mobilizaram esforços paraconscientizar a população durante o1º Congresso de Atividade MotoraAdaptada do Mercosul, promovidopela Faculdade de Educação Física eCiências do Desporto em parceriacom a Pró-Reitoria de Extensão Uni-versitária, a Sociedade Brasileira deAtividade Motora e o Centro de Pro-jetos Educacionais.

Profissionais do Brasil, Argenti-na, Uruguai, Paraguai e Alemanhadebateram o desenvolvimento do es-porte adaptado e a inclusão da pes-soa com necessidades especiais nocontexto cultural, político e social.“Vivemos no mundo da diversida-de, o diferente tem que ser visto defrente”, disse o presidente do con-gresso e diretor da Faculdade deEducação Física da PUCRS, Francis-co Camargo Netto.

Trabalhoem equipe

Na mesa-redonda A atividade mo-tora adaptada a serviço da inclusão, es-pecialistas de órgãos federais e esta-duais falaram sobre a melhor formade incluir os portadores de necessi-dades especiais num mundo cada vezmais voltado para o “ideal de per-feição”. A então coordenadora-geraldo Programa Esporte Solidário daSecretaria Nacional de Esporte doMinistério do Esporte e Turismo,

Esporte adaptadoauxilia deficientes

Nilma Pettengil, defendeu uma po-lítica mais efetiva de inserção social.Nilma vê no esporte a possibilidadede inclusão e adaptação. “Desde1989 a prática desportiva passou aser percebida como atividade espe-cial perante a legislação dos direitoshumanos”, explicou.

A representante da Secretaria dePolíticas Públicas de Emprego doGoverno Federal, Adriana Mustosa,disse que a vida dos portadores dedeficiência tende a ser mais difícilpelas limitações que a própria socie-dade impõe. “Devemos incluí-los deforma positiva e agregadora a partirde ações que gerem atitudes”. Adri-ana atua no Plano Nacional de Qua-lificação do Trabalhador, que pro-move a qualificação profissionalcomo direito e componente básicodo desenvolvimento sustentado. Em2002 mais de 3 mil pessoas forambeneficiadas.

Na conferência ministrada peladiretora Regional de Saúde do Mi-nistério de Saúde Pública do Uru-

guai, Maria Emilia Alvarez, o públi-co conheceu os fatores de autoconfi-ança que potencializam a realizaçãoda atividade física e o lazer. “Estí-mulo, integração social e oportuni-dade contribuem para a formaçãoda saúde integral do indivíduo dife-rente”, concluiu.

O trabalho de inclusão realiza-do pela Faculdade de Educação Físi-ca começa cedo no curso. O currícu-lo inclui fundamentos teóricos sobreo portador de deficiência e ativida-des motoras práticas. O enfoque vaialém da deficiência física, auditiva,mental e visual. “Preparamos os alu-nos para receber pessoas que preci-sam de atenção especial”, explicaCamargo Netto.

Para o segundo semestre, estáprevista a formação de um núcleo deatendimento aos portadores de ne-cessidades especiais, coordenado pelavice-diretora do curso, Jane da SilvaGonzalez. A infra-estrutura utilizadaserá o novo Parque Desportivo daPUCRS.

Foto: Divulgação

Autoconfiança potencializa atividade física

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Entrevista PAULA OLIVEIRA DE SÁ

SAÚL NEVES DE JESUS

Novas perspectivas parao bem-estar docente“O adequado funcionamento do sistema educativo, a qualidade do ensino e a própria motivaçãodo aluno passam pela motivação e realização profissional do professor”, afirma Saúl Neves deJesus, reconhecido em Portugal como uma das maiores autoridades em Psicologia da Educação.Licenciado em Psicologia e doutor em Ciência da Educação pela Universidade de Coimbra,Jesus é responsável pelo Departamento de Ciências da Educação e Psicologia da Universidadede Algarve, onde desempenha as funções de presidente da Comissão Científica Diretiva, alémde dirigir o curso de Psicologia e coordenar o Mestrado de Psicologia em Educação. NaEuropa publicou trabalhos em várias línguas centrados fundamentalmente sobre a motivaçãoe a formação de professores. Foi vencedor do Prêmio Rui Grácio – 1996, anualmente atribuídopela Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação como a melhor obra publicada no domínioda educação em Portugal, além de ser distinguido com o troféu Personalidade do Ano –Educação (1998), pela Associação da Imprensa Regionalista Algarvia. Na PUCRS, o educadorministrou um seminário para o Pós-Graduação em Educação, intitulado Rumo ao Bem-estarDocente, e apresentou conferência aberta ao público.

omo é o seu trabalho naárea de investigaçãodocente?

Trabalho na perspecti-va de identificar os princi-

pais fatores que contribuem para aocorrência do mal-estar. Observo asalterações sociopolíticas e as relaçõesinterpessoais. Além disso, estudo pos-síveis estratégias e medidas que pre-vinam ou minimizem os problemasenfrentados pelos professores. Em vezde enfocar somente o mal-estar do-cente, prefiro trabalhar o conceito debem-estar. Assim como existem pes-soas insatisfeitas e desmotivadas tam-bém há professores realizados. Portan-to, sempre busco analisar os bonsexemplos. As ciências da educação for-necem subsídios para identificar o quefunciona e serve de modelo para seraplicado nas escolas.

Quais as principais causas deestresse vivenciadas pelos pro-fessores?

Na Europa os fatores mais rele-vantes são a indisciplina dos alunosque geram situações de conflito e a fal-ta de trabalho em equipe – onde hámuita personalização e competição.Isso afeta e quebra o ritmo de traba-

lho. Hoje os profissionais estão maisvulneráveis, principalmente em funçãoda ausência de equilíbrio entre a vidaprofissional e pessoal. Cada indivíduoalcança seu nível de satisfação de umaforma diferente.Alguns precisamsentir-se produtivoso tempo todo eseguem a linhados workaholics. Ou-tros necessitam demaior espaço paraa vida privada e sãomais suscetíveis asituações de estres-se. Esse comporta-mento também in-fluencia na motiva-ção do professorcomo educador.

Esse mal-estaratinge todos osníveis de ensi-no?

Há um mal-estar geral em váriosníveis de ensino. De certa forma, tra-duzem a ansiedade da sociedade atual.Deveríamos retomar os valores huma-nistas que norteavam a sociedade nopassado, como a solidariedade. Hoje

os valores são calcados num mundoglobalizado, imediatista e consumista.A incerteza, a imprevisibilidade e a in-segurança se refletem no desempenhodos alunos. Eles se tornam indiscipli-

nados e desmotiva-dos para o apren-dizado. No Brasil,a insatisfação estámuito relacionadaaos baixos saláriose à sobrecarga detrabalho. Em Portu-gal, um professortem carga horáriamenor, o que con-tribui para a prepa-ração das aulas e areflexão. Muitas ve-zes os docentes es-tão motivados, massão absorvidos pelarotina exaustiva efalta de reconheci-mento.

Quais as principais caracterís-ticas do novo perfil de profes-sor?

O professor fundamentalmentedeve ser um bom instrutor das rela-ções interpessoais, em qualquer nível

C“Deveríamos

retomar osvalores

humanistas queorientavam asociedade no

passado, comoa solidariedade.Hoje os valores

são calcadosnum mundoglobalizado,imediatista e

consumista.”

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de ensino. Existe muito aquelaidéia de que, a medida em que avançao nível de ensino, deve-se diminuir ocomponente relacional e aumentar oinformativo. As relações humanas de-vem ser prioritárias nas instituições deensino superior e a pedagogia deve sero aspecto principal na formação doprofessor. Ele deve saber trabalhar oautoconhecimento e potencializá-loem sala de aula. Algumas vezes, as si-tuações de indisciplina entre os alunosrelacionam-se à insegurança transmiti-da pelo professor em sala de aula.

Como o professor pode resgatara sua auto-estima e melhorarseu trabalho em sala de aula?

Há várias formas de conseguir osucesso profissional, mas a melhor ma-neira é seguir em busca do autoconhe-cimento e desenvolver potencialida-des. Às vezes o professor não encontraas condições ideais para realizar suasaulas, mas isso não deve ser um aspec-to limitador. Ele deve aprender a seadequar à realidade que encontra naescola para evitar frustrações. Ao mes-mo tempo, o profissional deve teracesso a estímulos como plano de car-reira, melhor salário e oportunidadede aperfeiçoamento. Vivemos numasociedade economicista e é fundamen-tal que as pessoas possam andar de ca-beça erguida e sejam valorizadas. Essesaspectos somados influenciam no nívelde motivação dos professores e conse-qüentemente numa boa postura noambiente de trabalho.

Qual é o papel da universidadena preparação do futuro profes-sor?

Não só o de preparar o futuroprofessor para ensinar, mas sobretu-do direcioná-lo para refletir e intera-gir em sala de aula. A pedagogia e aeducação devem ser a base para odesenvolvimento de estratégias educa-cionais. O futuro professor deve serorientado na perspectiva do autoco-nhecimento e das relações interpes-soais.

Como o senhor avalia o profes-sor que busca constante aper-feiçoamento e atualização?

Hoje o mercado exige profissio-nais versáteis e atualizados. No Brasilobservo a movimentação das pessoas

em busca de atualização e informação.Mas deve haver uma sintonia entre oinvestimento e a aplicação dessa for-mação. A discrepância é motivo demal-estar docente. Muitas vezes a pes-soa tem um currículo invejável, masnão tem oportunidade de aplicá-lo noambiente de trabalho. É necessário umequilíbrio entre a formação e as condi-ções reais de trabalho.

Hoje qual é a melhor forma deavaliar um aluno?

A avaliação deve ser o momentopara o aluno se auto-avaliar e ir embusca do desenvolvimento pessoal. Afamília e a escola impõem um ritmode competição. Ele é estimulado aconfrontar-se o tempo todo com osoutros. É preciso alterar essa mentali-dade. As pessoas devem ter como pa-râmetro o seu próprio potencial deevolução. O professor faz parte daconstrução desse processo e deve esti-mular o aprendizado de várias formas.Imagino, por exemplo, um professorde Física ou de Matemática dando au-las no Museu de Ciências e Tecnolo-gia da PUCRS. Ele sai da sala de aulae oferece ao aluno um mundo a serexplorado. Sem dúvida é mais atrati-vo e permite aos jovens pensar de umaforma mais abrangente.

O que conta mais no dia-a-dia:teoria ou prática?

Existe aí uma associação comple-xa entre ciência, técnica e arte. Quemage em situações instáveis e indetermi-nadas, como é o caso de quem leciona,deve ter muita flexibilidade e um sa-ber fazer inteligente, uma mistura dis-so tudo. A experiência conta muito,mas tem de ser amadurecida.

Como a escola pode aproximar-se mais da família?

A escola precisa saber trazer a fa-mília para o ambiente escolar. Muitasvezes os pais somente são chamadospara resolver problemas de ordemcomportamental. Isso afasta e prejudi-ca o processo de aproximação. Alémdisso, a nova escola propõe atividadesque envolvam a família do aluno. Osjovens gostam disso e se tornam maisparticipativos. A escola deve ser umafacilitadora desse contato, oportuni-zando maior flexibilização de horárioe maior interação com a família.

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Cyberfam destaca-seAlunos da PUCRS

Alunos do curso de Jornalis-mo da Faculdade de Comu-nicação Social, por meio deseus veículos de comunica-ção, realizaram a cobertura

completa da 48ª Feira do Livro dePorto Alegre. Radiofam, TV Foca eHipertexto produziram matérias so-bre o evento e a revista digital Cy-berFam fez a transmissão de bole-tins em tempo real, direto do local.

A estrutura utilizada pelos es-tudantes impressionou até os pro-fissionais da agência de notícias ins-talada na Praça da Alfândega. Tecnologia de ponta em boletins ao vivo

Jovensprofissionaise voluntários

Um grupo de alunos recém-formados emRelações Públicas, sob orientação da professoraAna Baseggio, desenvolve um projeto que cola-bora para informar sobre a Síndrome do X-Frá-gil, doença genética causadora de deficiênciamental. O problema atinge um em cada 1.250meninos e uma em 2.500 meninas.

As ações são desenvolvidas junto à Funda-ção Brasileira da Síndrome do X-Frágil, divul-gando o trabalho da instituição e esclarecendo aclasse médica e a comunidade sobre a doença.Pesquisa realizada com os públicos da organiza-ção identificou quais as dificuldades enfrentadaspelo sistema de comunicação. O programa Deolho na mídia/Com a cara na rua foi realizado coma Assessoria de Imprensa da Fundação. A açãoVista a camiseta X-Frágil arrecadou fundos com acomercialização das camisetas da instituição etambém divulgou o que é a síndrome. A terceiraação foi realizada com o objetivo de aperfeiçoara comunicação interna da organização.

Os ex-alunos pretendem, por meio de umaparceria entre a PUCRS e a Fundação Brasileirado X-Frágil, que em todos os semestres seja indi-cado um estagiário voluntário de comunicaçãopara atuar na instituição.

Alunos ensaiaminvestimentos

Estudantes do curso de Administração da Faculdade deAdministração, Contabilidade e Informática do Campus Uru-guaiana conquistaram dois importantes prêmios. A equipeURUG2002, formada por Denise Grohe, Leonardo Ustra e

Lisleia Castro, venceu as etapasnacional e latino-americana doTorneio Bancos em Ação – Ci-tibank, contando com o apoioda Associação Comercial e In-dustrial de Uruguaiana.

Na fase nacional, a equipedisputou com 95 grupos desete estados. Apenas dez che-garam à final. A equipe daPUCRS participou do TorneioLatino-americano que, em

2002, realizou-se em Montevidéu. Nessa edição, a URUG2002foi a grande campeã, conquistando o tricampeonato para oBrasil. Em 2003, o Campus Uruguaiana terá nova participa-ção no Torneio Nacional com a equipe SUPER-ADM, com-posta pelos alunos André Reichert, Annei Vargas, CarolinePiegas, Fábio Martins e Rodrigo Besow.

A finalidade do torneio, promovido pela Associação Ju-nior Achievement, em parceira com o Citibank, é incentivara compreensão do sistema bancário-financeiro e motivar osjovens a desenvolver estratégias vencedoras. Os estudantesassumem o papel de banqueiros, tendo sucesso quando con-seguem igualar o valor que possuem em depósitos com ovalor de dinheiro emprestado.

A equipe URUG2002

Fotos: Divulgação

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em coberturaCom o objetivo de reconhecer e

prestigiar os alunos que obtiveram asmelhores notas em seus cursos, o Di-retório Central de Estudantes criou oPrêmio Acadêmico DCE. São consi-derados três aspectos: coeficiente derendimento, percentual de disciplinasconcluídas e número de disciplinas re-provadas.

Em 2002, os estudantes agracia-dos foram: Administração de Empre-sas – Aline Flach Administração deEmpresas/Análise de Sistemas – Lu-ciano Fiterman Arquitetura e Urba-nismo – Denise da Silveira Ciência daComputação – Felipe Franciosi Ciên-cias Aeronáuticas – Rafael Klos Ciên-cias Biológicas – Luiz Cláudio D’AvilaCiências Contábeis – Genise KnechtCiências Econômicas – Karen Mall-mann Ciências Jurídicas e Sociais –Julio Cesar Romeu Ciências Sociais– Tatiana Maia Comunicação Social– Andressa Girotto Educação Física –Caroline Dias Enfermagem – KarenRuschel Engenharia Civil – Hélio Gia-retta Júnior Engenharia de Controlee Automação – Guilherme AzambujaEngenharia Elétrica – Eduardo RohrEngenharia Mecânica – Michel Bru-netto Engenharia Química – Cristia-ne Melo Farmácia – Mauren Bavares-co Filosofia – João Mezzomo Física –Guilherme Burkhardt Fisioterapia –Anete Morales Geografia – Jorge daRosa História – Ana Maria CastellaLetras – Renata Eichenberg Matemá-tica – Márcia Godoy Medicina – JúliaMachado Odontologia – CristinaDall’Agnol Pedagogia – Denise Ma-chado Psicologia – Juliana CastanQuímica – Marcos Trevisan Secreta-riado Executivo – Flávia Haas Servi-ço Social – Andrea Foresti Sistemasde Informação – Douglas GazineuTeologia – Leonardo Pereira e Turis-mo – Camila Blume.

Dois iBooks cedidos pela em-presa Apple transmitiam os sinaisao Airport, equipamento instaladono centro de imprensa, responsávelpor enviar os sinais de vídeo aoservidor da PUCRS. A equipe de15 repórteres, orientada pelos pro-fessores Militão Ricardo, André Pasee Eduardo Pellanda, coordenadorda Cyberfam, realizou entrevistas di-árias ao vivo.

A Cyberfam foi o único veículode comunicação a fazer a coberturacompleta e ao vivo da Feira do Li-vro e também a primeira a utilizar a

tecnologia de ponta dos equipamen-tos. O estudante de Jornalismo Bo-lívar Torres considerou a experiên-cia do jornalismo ao vivo e dinâmi-co um diferencial. “No futuro, essatecnologia será uma ferramenta mui-to utilizada, por isso foi fundamen-tal termos essa base”, analisou.

O Canalfam, produzido e apre-sentado semanalmente por estudan-tes da Famecos, veicula as pautas dasemana, entrevistas sobre temas atu-ais e apresenta bandas. No períodode férias, o site foi atualizado pelosalunos de suas residências.

DCE premianotas altas

Estrangeirosfazem estágios

Além dos acadêmicos estrangei-ros que estudam regularmente naPUCRS, em 2002 dez alunos estive-ram na Universidade, por meio deconvênios e intercâmbios realizadospela Assessoria de Assuntos Interna-cionais e Interinstitucionais (AAII)com instituições como a Agência Es-panhola de Cooperação Internacio-nal e a International Association forExchange Students of Technical Ex-periences.

Os estudantes Kliment Stojonov(Suíça), Marco Graupner (Alema-nha), Martin Skjoedt (Dinamarca) eRubén Pomares (Espanha) fizeramestágios de quatro meses. Atuaram,principalmente, nas áreas de Enge-nharia e Informática, realizando es-tudos, desde a elaboração de homepages até a análise de materiais me-tálicos, pesquisas fisiológicas em si-tuações extremas e na área de flui-domecânica.

Os alunos com os integrantes da AAII

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Manoela Sawitzki, a eAlunos da PUCRS

Desde muito pequena a “ratade biblioteca”, como se au-todenomina Manoela Sa-witzki, elabora mentalmen-te suas histórias. Hoje, a

formanda em Jornalismo é reconhe-cida por ter atraído as atenções du-rante a 48ª Feira do Livro de PortoAlegre com o bem-sucedido lança-mento de sua primeira obra, Nuvensde Magalhães. É uma história de con-flitos de relacionamentos interpes-soais, tendo como pano de fundo o“romance” (não se trata de um amorrecíproco, mas da obsessão de umpelo outro) entre Bianor Magalhãese Marília. Fala de como a posiçãosocial, as ambições, o dinheiro e ou-tros interesses promovem o afasta-mento entre as pessoas, tornando-asfalsas e superficiais. “As convençõessociais colocam-se acima dos senti-mentos, as pessoas perdem sua iden-

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tidade e essa é uma situação que eucresci observando”, analisa.

Para Manoela, que sempre es-creveu em segredo, o sucesso e a re-

percussão de sua obra surpreende-ram. “Meus textos sempre forammuito meus e ter essas questões par-ticulares analisadas por outras pes-

Aequipe de voleibol da Fa-culdade de Educação Físi-ca e Ciências do Despor-to, treinada pelo profes-sor Jader Denicol, foi pre-

miada em importantes torneiosuniversitários. O time integradopor alunos de diversas unidadesda PUCRS, recebe apoio da Co-missão Esportiva, formada pela Fa-culdade, Pró-Reitoria de AssuntosComunitários e Diretório Centralde Estudantes.

Disputando com outros 350 atle-tas, as equipes da PUCRS participa-ram do Campeonato UniversitárioGaúcho, promovido pela FederaçãoUniversitária Gaúcha de Esportes. Otime de voleibol foi o grande cam-peão. Na Copa Esef 2002 (Escola deEducação Física da UFRGS) e na 8ªedição do Campeonato Viva o Vô-lei, promovido pela Prefeitura de

Voleibol conquista vitórias

Porto Alegre, a equipe de voleibolfoi agraciada com o 2º lugar. Na 15ªCopa Unisinos, conquistou o 2º lu-gar. O evento contou com a partici-pação de 1.575 desportistas de 27instituições de ensino superior do

A autora de Nuvens de Magalhães em sessão de autógrafos

Rio Grande do Sul, de outros Esta-dos e de países do Mercosul. A dele-gação da PUCRS participou nas mo-dalidades voleibol, basquetebol, fu-tebol de salão e de campo, totali-zando 60 atletas.

O time campeão de vôlei da PUCRS

Foto: Bárbara Aguiar

Fotos: Divulgação

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scritora

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Prêmios

CriatividadeO tema do Prêmio Applede Criatividade Digital,em 2002, foi Doutores daAlegria, grupo que levaentretenimento às criançashospitalizadas. Na catego-ria Estudantes, os alunosAndré Menna Barretoe Samir Arrage, de Pu-blicidade e Propagan-da, conquistaram o 2º lu-gar. O trabalho Compri-mido foi realizado para adisciplina de Foto Publici-tária I e concorreu commais de 2.500 trabalhos.A proposta do anúncio erapara a mídia impressa (re-vista). O objetivo era desensibilizar as pessoaspara captar recursos pormeio de doações. A PUCRStambém foi premiada comum certificado por ser uma das universidades finalistas quetiveram o maior número de alunos classificados entre os100 melhores da categoria Mídia Impressa Estudantes.

Energia elétricaLucas Lorensi dos Santos, bolsista de iniciação científi-ca do Grupo de Sistemas de Energia Elétrica (GSEE), con-quistou o primeiro lugar na área de Engenharia Elétricano 17º Congresso Regional de Iniciação Científica e Tecno-lógica em Engenharia, realizado na Universidade de PassoFundo. O trabalho Implementação do Sistema de Contro-le de um ULTC utilizando Matlab/Simulink foi orientadopelo professor Flávio Lemos e faz parte da linha de pesquisado GSEE e dos projetos de pesquisa mantidos com a Faper-gs, CNPq e RGE. O trabalho apresentado é aplicado à áreade energia, contribuindo para a eficiência e economia daoperação de sistemas de energia elétrica.

BisposEm comemoração aos seus 50 anos, a Conferência Nacionaldos Bispos do Brasil (CNBB) promoveu Concurso Literário-Científico. O aluno Leonardo Pereira, da Teologia, con-quistou o terceiro lugar e a quantia de R$ 1 mil com amonografia Os 50 anos da CNBB à luz da doutrina sobreas conferências episcopais, sob a orientação do professorGeraldo Hackmann. Os trabalhos apresentados eram ensai-os inéditos sobre a CNBB e versavam sobre os enfoques teo-lógico-pastoral, sociológico, histórico, jurídico-canônico e tes-temunhal (entrevistas e depoimentos). Leonardo abordou emseu trabalho o estatuto teológico das Conferências Episco-pais e a incidência pastoral e social da CNBB na Igreja eno Brasil.

soas, conduzindo-as à reflexão, é muitobom”, diz. Ela admira os escritores Fernan-do Pessoa, Clarice Lispector e o austríacoRainer Maria Rilke. Na Famecos, o profes-sor Juremir Machado da Silva foi um in-centivador. Charles Kiefer, o padrinho daobra, apresentou-a ao mundo editorial.

Apesar da promissora carreira de es-critora, Manoela pretende dedicar-se ao jor-nalismo impresso e conciliar as duas profis-sões. Para 2003, está previsto o lançamentode seu próximo livro, O estranho falecimentode Rosalina Medeiros.

Sabonetesfeitosemaula

A turma do nível B do Jardim da Infân-cia do Colégio Monteiro Lobato, em PortoAlegre, teve aulas sobre ervas medicinais em2002. Os alunos, com idade média de seisanos, pesquisaram sobre plantas, descobri-ram que várias tinham outros efeitos, alémdo valor nutricional, e resolveram plantá-las.Surgiu, então, a idéia de confeccionar algocom plantas medicinais. As acadêmicas deFarmácia Patrícia Farinon e Ana Paula Mar-cantônio foram à escola e ensinaram os pe-quenos a produzir sabonetes com ervas. Aprofessora da turma, Adriana Rodrigues,conta que o momento foi de muito entusi-asmo e as crianças ficaram encantadas como trabalho. Presentearam seus pais com ossabonetes. Para as alunas que desenvolveramo projeto, foi uma excelente oportunidadede interagir com a comunidade.

Alunas da Farmácia ensinam os pequenos

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Cinco novostítulos

Lançamentos da Edipucrs

EM NOME DA LIBERDADEHans-Georg Hickinger

174p. – Coleção Filosofia 153A obra insere-se num amplo projeto deelaboração de um diagnóstico da socie-dade liberal moderna que seja capaz deindicar pistas quanto à sua dinâmica dedesenvolvimento futuro. Nesse empre-endimento, Hickinger utiliza-se, sobre-tudo, de três autores: Hegel, Karl Marxe Carl Schmitt.

CONSPIRAÇÃO CONTRAO ESTADO NOVO

Adriana Iop Bellintani182p. – Coleção História 53

A Conspiração contra o Estado Novo(1937-1942) retrata a resistência execu-tada contra Getúlio Vargas por diversosgrupos políticos, sob a direção do ex-governador gaúcho José Antonio Floresda Cunha. A obra mostra os planos einvestidas da conspiração, suas reaispossibilidades, o capital de que dispu-nham, os principais integrantes e omaterial bélico disponível.

NA INTERFACESEMÂNTICA/PRAGMÁTICA

(Programa de Pesquisa em Lógica eLinguagem Natural)

Ana Maria Tramunt IbañosJane Rita Caetano da Silveira (Orgs.)

465p.O Programa de Pesquisa em Lógica eLinguagem Natural (PPLLN) completauma década de atividades na área daLingüística junto ao CPGL/PUCRS.Coordenado pelo Professor Jorge Cam-pos, o PPLLN vem desenvolvendo in-vestigações sobre propriedades inferen-ciais da nossa linguagem, especialmen-te em termos da interface Semântica-Pragmática. A obra procura divulgaruma linha de investigação interessante,na perspectiva de romper com um cer-to hermetismo que costuma caracteri-zar a atividade de pesquisa.

PUCRS – 50 ANOSFORMANDO JORNALISTAS

Beatriz Dornelles (Org.) – 224p.O livro conta a trajetória dos 50 anosdo Curso de Jornalismo da PUCRS,tendo como objetivo não o registro de-talhado da história, mas os principaismomentos administrativos, pedagógi-cos e políticos do curso. Professores re-latam a história de diversos momentosimportantes do Jornalismo, como asmudanças curriculares, as atividades doex-diretor Antônio Gonzalez, o ensinoda Língua Portuguesa, a criação dos es-túdios de televisão, rádio e jornalismográfico, o SET Universitário e o Cine-ma, entre outros.

AMOR SCIENTIAE –FESTSCHRIFT

EM HOMENAGEMA REINHOLDO

ALOYSIOULLMANN

Draiton Gonzaga de Souza (Org.)740p.

O presente Festschrift constitui-senuma homenagem de amigos ecolegas de profissão, sobretudodas áreas de Filosofia e Teologia,que reconhecem a seriedade dotrabalho do Prof. Dr. ReinholdoAloysio Ullmann e seu “amor àciência”.

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Mercado de Trabalho

Telefone, carro, computador,avião. Esses e inúmeros ou-tros produtos devem muitoà Física. As descobertas des-sa ciência abriram caminho

para várias invenções. Foram os físi-cos responsáveis pela descoberta doraio X, do laser e da energia nucle-ar. Atuando de maneira interdisci-plinar, o físico encontra oportunida-des nas áreas da saúde, informática,desenvolvimento de novos materiais,controle ambiental de radiações, en-tre outras.

A Física é dividida em diferentescampos: acústica, eletromagnetismo,óptica, mecânica, termologia e físicamoderna. Os físicos estudam e de-senvolvem teorias sobre fenômenosnaturais. Utilizam-se delas para solu-cionar problemas como a criação deum novo sistema de comunicação, aimplementação de simulações com-putacionais que reproduzem sistemasbiológicos, o uso de métodos compu-tacionais de processamento e análisede imagens médicas e o desenvolvi-mento de materiais biocompatíveispara transplantes e próteses.

Uma das áreas em crescimentono Brasil é a da Física Médica. Am-pla e multidisciplinar, aplica concei-tos, métodos e instrumentação da Fí-sica para melhorar o diagnóstico e otratamento médico. A atividade é re-gulamentada pelo Ministério da Saú-de e deve ser cumprida por todos osestabelecimentos médicos que utili-zam radiações ionizantes, gerandouma grande demanda por este pro-fissional.

A Física Médica tem sido as-sociada apenas com o uso de radia-ções ionizantes (radiologia, medicinanuclear, tomografia computadoriza-

FÍSICA

Físicos encontram novasalternativas na Medicina

da e hemodinâmica), no tratamentode doenças como o câncer (radiote-rapia) e no estudo dos efeitos produ-zidos pela radiação. Mas há novasáreas como o uso de radiações não-ionizantes (ultra-som, ressonânciamagnética, laser, bioeletricidade, bio-magnetismo e termografia).

Princípios da Física também sãofundamentais na óptica de precisão ena busca de novas soluções energéti-cas, como a energia solar fotovoltai-ca. Estão em expansão as áreas de te-lecomunicações, informática, robóti-ca, indústria aeroespacial, de petró-leo e desenvolvimento de novosequipamentos médicos. O principalcampo de pesquisa trata de estruturada matéria, como física atômica emolecular, física nuclear e física daspartículas elementares.

Na indústria, o profissional tam-bém pode atuar realizando ensaios,experiências e análises para elabo-rar e aperfeiçoar materiais, produ-tos e processos. Outra possibilidadede atuação é como profissional libe-ral, realizando consultorias ou asses-sorias. Até mesmo no mercado fi-nanceiro, o físico pode trabalhar coma modelagem matemática para ana-lisar o comportamento das bolsas devalores.

No ensino, o físico-educadoratua no ensino fundamental e médioou no ensino superior. A remunera-ção média varia de acordo com os tí-tulos do profissional. Para 20h sema-nais, no ensino médio, em escolasparticulares, a média salarial é de R$1.150. Em universidades privadas,em início de carreira é de R$ 1,7 mil,podendo receber um adicional de10% a 25%, com mestrado, e de 25%a 50% com doutorado. Na área de

Física Médica, na indústria ou emempresas, a remuneração pode ficarna faixa de R$ 5 mil.

A Faculdade de Física da PUCRSoferece duas habilitações. A Licen-ciatura em Física habilita físicos-edu-cadores e o Bacharelado em FísicaMédica capacita o físico-médico paraatuar em instituições ligadas à áreada saúde. A Faculdade de Física tam-bém participa de dois programas depós-graduação em parceria com ou-tras unidades: o Mestrado Profissio-nalizante em Educação em Ciências eMatemática e o Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Tecno-logia de Materiais.

Onde cursarFaculdade de Física –Campus Central – Av. Ipi-ranga, 6681, prédio 10.Informações: (51) 3320-3535, [email protected] ewww.pucrs.br/fisica.

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Cultura

Uma casa chamadaO

universo criado pelos escri-tores gaúchos Erico Verissi-mo, Mario Quintana, JosuéGuimarães, Reynaldo Mou-ra, Pedro Escosteguy, Zefe-

rino Brazil, Dyonélio Machado, LilaRipoll, Oscar Bertoldo e Manoelitode Ornellas está mais próximo dacomunidade gaúcha a partir desteano. Inaugurado em dezembro de2002, o Centro Cultural CEEE Eri-co Verissimo, parceria entre a con-cessionária de energia, a PUCRS e oAcervo Literário Erico Verissimo,com um investimento de R$ 4,4 mi-lhões, preservará os registros histó-ricos e a vida dos autores.

Dividido em seis andares, abri-ga o espaço Memória Literária, bi-blioteca, auditório e o Museu da Ele-tricidade. O local, totalmente inte-rativo, é destinado à pesquisa e àdifusão cultural, onde as pessoas po-dem apreciar livros, cadernos de no-tas, móveis e objetos pessoais, cor-respondência, troféus, discos, fitas eobras de arte dos autores. “O espa-ço é formidável e proporcionará àspróximas gerações conhecerem o le-gado desses escritores”, destacou ofilho de Erico, Luiz Fernando Veris-simo, durante a pré-inauguração doCentro Cultural.

À moda antigaAlém dos acervos literários e do

museu, a área ainda oferece salas deexposição, auditório multiuso parapalestras, teatro e cinema; bibliotecae salas de aula para atividades múlti-plas. Na entrada, um espaço prome-te devolver aos gaúchos um poucodo romantismo da antiga Rua daPraia, onde tomar um café despreo-cupadamente em elegantes cafeteriasestava entre as boas opções da cida-

de. O Café do Centro Cultural ocupao mezanino, proporcionando umavisão privilegiada do local. O públicotambém encontrará a coleção com-pleta das obras do dono da casa edos convidados em uma loja-livraria,além de outros objetos e lembranças.

O Acervo do autor de O Tempo eo Vento, formado por mais de 50 militens, e uma síntese da história daliteratura gaúcha ilustram os seis an-dares e 2,5 mil metros quadrados.As obras no local começaram em no-vembro de 2001 e mobilizaram maisde 350 pessoas, num esforço con-junto entre CEEE, PUCRS e AcervoLiterário Erico Verissimo.

Em maio, o 6º Encontro Nacio-nal de Acervos, realizado anualmentepelo Pós-Graduação em Letras, seránas dependências do Centro Cultu-ral. “Queremos transformar o Centronum espaço de lazer, cultura e dire-cionado à produção do conhecimen-to”, explica a professora Maria daGlória Bordini. O espaço também é

“Felicidade é a certeza de que nossa vida não

Loja-Livraria, Café e Sala de Ex-posições O Arquipélago (Térreo) –Venda de suvenires relacionadoscom a temática do local, livros eum Café. A sala de exposições OArquipélago será reservada paraa realização de exposições temáti-cas, focadas na literatura gaúcha,além da realização de mostras deartes plásticas.

Museu da Eletricidade do RioGrande do Sul (2º andar) – Os pro-gramas interativos mostram, porexemplo, como funciona o processode uma usina hidrelétrica.

Memorial Erico Verissimo (3º an-dar) – Uma montagem fotográficade Leandro Selister reproduz, naparede, o ambiente de trabalho doescritor. Alguns móveis, como mesa,

considerado modelo em acesso paradeficientes físicos. Rampas e elevado-res especiais garantem o trânsito daspessoas por todos os andares.

O Centro Cultural, na Rua da Praia, em estilo eclético

PAULA OLIVEIRA DE SÁ

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Erico Verissimo

1982 na condição de primeira pes-quisa relacionada com acervos literá-rios de escritores sul-rio-grandenses.Desenvolvido desde então, semprecom apoio do CNPq e da Fapergs, oacervo do escritor tornou-se, em1994, uma entidade jurídica, manti-da pela Associação Cultural AcervoLiterário de Erico Verissimo. ParaMaria da Glória Bordini, que a co-ordena desde 1982, o novo local é aconcretização de um sonho antigo.

No novo espaço, os bolsistas epesquisadores da PUCRS poderãodar continuidade ao trabalho de co-leta, acondicionamento, arquivamen-to e conservação de documentos-fon-te relativos à vida e à obra de escri-tores da literatura brasileira e suareprodução via microfilme, scannerou transcrição em editor de texto,com disseminação via internet, unin-do em rede todos os acervos partici-pantes em nível nacional.

A família do escritor Moisés Ve-linho procurou a Universidade paradoar o acervo de crítica e biblioteca

sobre literatura do Rio Grandedo Sul para o Centro Literário daPUCRS. Os escritores MoacyrScliar e Luiz Antonio de Assis Bra-sil também já oficializaram a doa-ção de manuscritos, datiloscritos oudigitalizados, disquetes contendotextos, correspondência ativa e pas-siva, notas, rascunhos de livros etoda a vida literária.

Prédio Força e Luz

O edifício, construído na Ruados Andradas, 1223, entre 1926e 1928, pelo engenheiro AdolfoStern, foi inicialmente um cas-sino, conhecido como Palácio dasLágrimas, em referência aopranto dos que perdiam dinhei-ro nas mesas de jogo. Em 1929passou a ser sede da CompanhiaForça e Luz Porto-Alegrense. Areforma, nos quase 2,5 mil me-tros quadrados, contempla aces-so aos deficientes físicos. Os doiselevadores adaptados permitemque os deficientes circulem pelasdependências do Centro.

está se passando inutilmente.” Erico Verissimo

cadeiras e poltronas, complemen-tam a formação do ambiente ondeErico recebia os amigos em encon-tros e saraus. São transmitidos, porrádio e televisão, programas lite-rários direto do local.

Auditório Barbosa Lessa (4º andar)– Com capacidade para 160 pes-soas e camarins, o espaço receberáatrações diversas, como esquetesteatrais, peças infantis, sessões decinema e palestras.

Biblioteca O Continente (6º an-dar) – Armários contendo ediçõesde obras dos autores publicadas noBrasil e no exterior. O espaço pro-porciona a todos os visitantes aces-so a livros de literatura gaúcha,nacional, internacional, clássica emoderna.

Os filhos Luiz Fernando e Clarissa no memorial do pai

Acervos literáriosO Projeto de Organização do

Acervo Literário de Erico Verissimodo Centro de Pesquisas Literárias daPUCRS foi aprovado pelo CNPq em

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Cultura

Um dicionário de espanholpara solucionar as dificul-dades com o idioma pró-prias de quem fala o por-tuguês. Este foi o desafio

de uma equipe de professores e alu-nos da Faculdade de Letras que ela-borou o DELP - Palabras & Palavras:Diccionario Español-Portugués; Por-tugués-Español / Dificultades de losLusohablantes, recém lançado pelaeditora Rígel.

O trabalho foi iniciado em 1998por convite do editor Rui Barbosade Souza. Sob a coordenação da pro-fessora Marina Tazón Volpi, quatrodocentes, com a colaboração de seisalunos de graduação, pesquisaram oléxico espanhol dividindo-o por te-mas. Os estudantes trabalharam ovocabulário mais simples, os campossemânticos elementares. Os docen-tes pesquisaram palavras sofisticadas,gramática, expressões idiomáticas efalsos cognatos (vocábulos iguais comsignificados diferentes).

Uso freqüenteO levantamento foi realizado em

dicionários monolíngües e bilíngües

Dicionário de espanholpara quem fala português

recentes, tendo por base o Diccio-nario de la Real Academia da Espa-nha. A apuração resultou em maisde 40 mil palavras, distribuídas em1.028 páginas. A freqüência do usofoi o principal critério de seleção.“Centramos o léxico no portuguêsfalado no Brasil, abordando as maio-res dificuldades dos falantes de por-tuguês”, explica Marina.

O dicionário é voltado, princi-palmente, para estudantes de espa-nhol de níveis intermediário e supe-

rior. Os autores preocuparam-se comas consultas de quem trabalha nacompreensão de textos. Listaram aspalavras que mais se diferem do por-tuguês, falsos cognatos, palavrasiguais, mas com gêneros, plural ousílaba tônica diferente.

SímbolosO uso de símbolos antes dos

verbetes facilita a procura e alertapara estrangeirismos, palavras he-terotônicas, heterogenéricas e falsoscognatos. “Dificilmente dicionáriosde espanhol apontam esses deta-lhes e os bilíngües não chamamatenção para verbetes com diferen-ciais”, destaca a coordenadora. Atépouco tempo eram raros os dicio-nários bilíngües de espanhol edita-dos no Brasil. Há edições feitas emPortugal.

Outro destaque do DELP estános vocábulos típicos do espanholfalado na América. Por exemplo:fontanero (encanador na Espanha)e plomero (como se fala na Améri-ca). O objetivo é facilitar o diálogoentre os falantes de espanhol e deportuguês, contemplando suas pe-culiaridades específicas. Mais de1.200 expressões idiomáticas cons-tam em anexo no dicionário, mastambém são encontradas nos verbe-tes. As ilustrações de Henry Loren-cena Souza são mais um dos recur-sos utilizados para ajudar a esclare-cer na hora da consulta.

Os autores Susana Quinteros deCreus, Maria Helena de Menezes,Joselma Maria Noal e Aureliano Cal-vo Hernández são professores de es-panhol na PUCRS. Marina e Aureli-ano nasceram na Espanha. MariaHelena morou muitos anos na Ar-gentina e Susana nasceu lá. Joselmaé brasileira.Os autores, professores da Letras, destacaram as diferenças

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Memória

Ainauguração da Faculdade deOdontologia ocorreu em 25de abril de 1953. É resultadodo empenho de pessoas e en-tidades para que o Estado ti-

vesse mais profissionais habilitados. Aluta começou em 1951, liderada pelaAssociação dos Antigos Alunos deOdontologia da Universidade do RioGrande do Sul, comandada por EliasCirne Lima. Naquele ano havia 175candidatos para 40 vagas no vestibularda Faculdade de Odontologia de PortoAlegre. O então Reitor da PUCRS, Ar-mando Câmara, aceitou a idéia de quea nova unidade passasse a fazer parteda Universidade desde que não hou-vesse ônus para a mantenedora.

Em 1952 a Associação lançou aCampanha dos Legionários Protetoresda Faculdade Católica de Odontolo-gia. Cada participante contribuía porcinco anos. Pouco depois, a União SulBrasileira de Educação e Ensino, enti-dade civil dos Irmãos Maristas, assu-miu o encargo de manutenção. O go-verno do Estado também fez doaçõese a Assembléia Legislativa incluiu ver-ba no orçamento de 1953.

O primeiro diretor foi CirneLima. Aos formados da primeira tur-ma, de quem foi paraninfo, disse em1956: “Nossa Faculdade, que foi aprimeira entre os institutos de ensinolivre a lançar o curso em quatro anos,a criar cadeiras que inexistem em seuscongêneres, sente-se desvanecida comvossos triunfos”.

Cidade UniversitáriaDaniel Juckowsky, diretor em 1957

e de 1961 a 1969, lembra as dificulda-des para montar os laboratórios. AOdontologia funcionou no subsolo doColégio Rosário. Algumas disciplinasocorriam na Santa Casa. “Tive a felici-dade de conhecer a evolução extraor-dinária da Odontologia nos últimos 50anos, acompanhada pela Faculdade”,afirma Juckowsky, professor desde oinício até aposentar-se, em 1994.

Odontologia completa50 anos

O primeiro impacto foi a transfe-rência para a avenida Ipiranga. O lan-çamento da pedra fundamental da Ci-dade Universitária ocorreu em 9 demarço de 1957, quando começaram asobras do prédio destinado ao curso queficou pronto em três anos. O acessoera feito pela avenida Bento Gonçal-ves, por uma rua de cem metros dechão batido. O atual diretor, RaphaelLoro, era aluno quando houve a mu-dança. Lembra o descontentamentopela distância e falta de equipamen-tos. A maioria das aulas ocorria à noi-te e havia poucas opções de condução.

Outro marco foi a criação do Ins-tituto de Cirurgia Bucomaxilofacial. Otrabalho começou quando o professorJoão Ephraim Wagner assumiu comotitular da cadeira, em 1960. Sete anosdepois teve início o Instituto de Cirur-

gia para desenvolver as atividades doCurso de Pós-Graduação em CirurgiaBucomaxilofacial.

No cargo desde 1984, Loro destacaque a Faculdade é referencial no atendi-mento e na prevenção de doenças. Citaa prestação de serviço a 500 pessoas pordia, ressaltando que há seleção de casosque interessam ao ensino. Os procedi-mentos são subsidiados pelo SistemaÚnico de Saúde (radiografias e cirur-gias) e pela Universidade. Os pacientesarcam com os custos dos materiais.

Também há o Serviço de Defei-tos da Face, que realiza, desde 1987,um trabalho pioneiro no Estado, comequipe interdisciplinar, atendendo milpacientes. Segundo estimativas doIBGE (1993), de 14.757 portadoresde fissuras no Estado, 80% estão semtratamento.

1953: a solenidade de inauguração no Colégio Rosário

Comemoração do aniversárioAtividades Sociais – Dia 25/410h – Missa em Ação de Graças na Igreja Universitária Cristo Mestre11h – Descerramento de placa no saguão da Faculdade14h – PUCtur na Faculdade e no Campus Central21h – Jantar dançante em homenagem aos professores fundadores

e funcionários no Restaurante Panorama

Atividades CulturaisDe 28 a 31/5 – Jornada Acadêmica dos Formandos31/5 – I Encontro dos Ex-Alunos do Mestrado em Ortodontia31/5 – II Encontro dos Ex-Alunos Extensionistas em Ortodontia

Foto: Arquivo PUCRS

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Educação Aplicada

Adisciplina Laboratório deControle Hidráulico ePneumático, do último se-mestre de Engenharia deControle e Automação (Me-

catrônica), propõe aos alunos umaprática com situações interdiscipli-nares, diferentemente da aula pro-gramada passo a passo em que oerro é evitado. Os cerca de 15 estu-dantes têm a tarefa de integrar com-ponentes hidráulicos e pneumáticospara fazer dispositivos, aplicando asmais modernas tecnologias de ele-trônica e informática. Depois que aestrutura física está pronta, desen-volvem softwares para o gerenciamen-to da máquina.

Nessa iniciativa, as informaçõessão transmitidas apenas quando so-licitadas, com exceção de dados téc-nicos relativos à segurança e danonos componentes. “O aluno passa aconhecer melhor o seu ritmo deauto-aprender ao identificar suas di-

Prática inovadora naEngenharia

ficuldades epensar comopoderá supe-rá-las”, cons-tata o profes-sor Edir dosSantos. Umdos seus pa-péis é esti-mular o cli-ma coopera-tivo e colabo-rativo para que quem acumulou maisexperiência divida com os colegas. Oformando Eduardo Felipe Folle dizque constatou com a disciplina quenão pode esperar pelos professores,mas deve ir atrás dos conhecimentos.“A experiência foi muito legal. Agente acabou se dando conta na prá-tica do que falta aprender”, comple-menta Bruno Scotti, do 8º semestre.

Como o professor é engenheiromecânico, cuja formação não está di-recionada para traduzir conceitos so-

bre eletrônica e desenvolver softwaresde comando e controle de máquinasinteligentes, a aula se torna um desa-fio. “Exponho-me a riscos e aprendotambém com os alunos, que precisamaplicar os conhecimentos que pos-suem”, afirma Santos. O docente pro-cura aperfeiçoar a cada semestre aprática, conforme as sugestões de me-lhorias apresentadas pelos estudantes.Contatos com o professor Santos pelotelefone (51) 3320-3584, ramal 202, epelo e-mail [email protected].

AWebCT, uma das ferramen-tas de Web utilizadas pelaPUCRS Virtual, está modi-ficando o ensino na Facul-dade de Química. Com o

instrumento, 180 alunos têm acessopelo computador a conteúdos, tes-tes, jogos, fóruns de discussão, salasde bate-papo e correio eletrônico.Uma das finalidades da utilização daWebCT é ajudar a solucionar a eva-são e reprovação em disciplinas deQuímica Orgânica. O autor do pro-jeto Tutoramento das Disciplinas deQuímica Orgânica, professor AndréSouto, acredita que a solução passapor um modelo de ensino adequa-do ao perfil de cada estudante.

Química Orgânica ganha atrativosSegundo dados da Divisão de

Ingresso e Registro, na matériaFundamentos de Química Orgâni-ca há em torno de 70 alunos. Amédia cai para 10 na última,Química Orgânica IV. Os resulta-dos dos levantamentos das ferra-mentas da WebCT poderão apon-tar, ainda neste ano, os motivosda diminuição do número, porqueo sistema monitora o acesso, iden-tificando as maiores dificuldadesencontradas. Entre as hipóteses le-vantadas estão o fato de as disci-plinas iniciais serem mais fáceis, odesinteresse dos alunos e professo-res exigentes. “Porém, em vez decair na armadilha de encontrar

culpados, preferimos tentar ensi-nar melhor”, salienta Souto.

Ensino individualizadoA Faculdade começou a adotar a

WebCT no ano passado. O materialfoi todo construído pelos professoresda Química, buscando atender às exi-gências dos diferentes níveis. Alémdo canal direto com o professor, oinstrumento aumenta a oportunida-de de os alunos buscarem visões dife-rentes sobre o mesmo tema e avança-rem no estudo com materiais suple-mentares. A avaliação dos testes tam-bém é simultânea, o que faz com quecorrijam na mesma hora os proble-mas e diminuam as dificuldades.

Estímulo ao auto-aprendizado dos alunos

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Educação Aplicada

Os alunos da Faculdade deMedicina (Famed) daPUCRS vão aplicar o queaprendem na teoria ematendimentos a morado-

res da Capital. Esta ampliação dasatividades comunitárias desenvolvi-das pela faculdade, abrangendoum número maior de alunos emais tempo de aulas práticas, serápossível devido a um apoio dogoverno federal. A Famed foi umadas escolas médicas contempladasno Programa de Incentivo a Mu-danças Curriculares nos Cursos deMedicina (PROMED) e receberáR$ 1,2 milhão dos ministérios daSaúde e da Educação para otimi-zar a formação na área. O aportede recursos ocorrerá por três anos,a partir de 2003.

A consolidação de um Cam-pus da Saúde é a proposta princi-pal do PROMED-PUCRS. Por meiode um convênio com a Secretariada Saúde de Porto Alegre, o novoCampus envolverá Unidades Bási-cas de Saúde, atendimento emdomicílios e entidades como esco-las e creches da região Leste daCapital. Mais de 100 mil pessoasdevem ser beneficiadas com osatendimentos. Atividades tambémocorrerão no Hospital São Lucas eno Centro de Saúde da Vila Fáti-ma, que servem de campo deestágio curricular e formaçãoprofissional a acadêmicos da Fa-med há mais de 20 anos.

Aulas práticasDessa forma, os estudantes po-

derão conhecer desde a atençãode alta complexidade, atuando nohospital, até procedimentos sim-ples, durante o atendimento nasunidade básicas e residências, quan-

Medicina mais próximado paciente

do eles terãocontato com ocontexto devida dos paci-entes e atuar naprevenção dedoenças. Noposto de saúde,os alunos a-prendem a de-tectar, tratar eencaminhar opaciente ao es-pecialista, quando necessário, aomesmo tempo que estão ajudandopessoas carentes.

O ensino médico da PUCRSpassa a oferecer aulas práticasnuma rede de serviços de saúdecompleta. “Todos os alunos terãomais vivência na atenção básica,tão importante na formação domédico. Será possível educar pro-fissionais agentes de mudança so-cial, comprometidos com a promo-ção, proteção, recuperação e reabi-litação da saúde”, observa o dire-tor da Faculdade de Medicina, LuizCarlos Bodanese. Segundo Boda-nese, além de ser um espaço paradesenvolver a formação na áreamédica, o novo Campus da PUCRSabrangerá atividades em outras ci-ências da saúde em níveis de gra-duação e pós-graduação.

O PROMED implica ainda mu-danças curriculares na Famed, apartir de pesquisas, consultorias evisitas a universidades nacionais einternacionais que realizaram re-forma pedagógica. Outra ação pre-vista é a realização de cursos deextensão com temas de adminis-tração e assistência direcionados aprofissionais de saúde do SUS emédicos egressos da Universidade.“A elaboração de um projeto con-

Professora e aluno atendem na Vila Fátima

O que é oPROMEDO Programa de Incentivoa Mudanças Curricularesnos Cursos de Medicina(PROMED), do Ministé-rio da Educação e Cultu-ra (MEC), selecionou 20faculdades de todo o Bra-sil. Nessas instituições se-rão aplicados mais de R$1 milhão em três anospara a formação de mé-dicos capazes de respon-der às necessidades so-ciais em saúde pública,comprometidos com a pro-moção, proteção, recupe-ração e reabilitação dasaúde. Os projetos serãodesenvolvidos com apoiofinanceiro e monitora-mento do MEC, do Mi-nistério da Saúde e daOrganização Pan-Ameri-cana de Saúde/Organiza-ção Mundial de Saúde.

sistente e a experiência da Famedfizeram com que a PUCRS fosseuma das 20 selecionadas pelo Mi-nistério da Saúde, entre todas asfaculdades inscritas do Brasil noPromed”, ressaltou Bodanese.

CARINE SIMAS

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KARATEAlunos e professores de Karate-Do

Wado-Ryu (Caminho da Paz), do cursode extensão do Instituto de Cultura Ja-ponesa da PUCRS, participaram da Fei-ra das Nações. O evento é promovidopelo Colégio Marista Champagnat e estáem sua quarta edição. Trata-se de umaexposição, realizada por alunos de sextaa oitava séries, com a apresentação dascaracterísticas culturais, socioeconômicase políticas do Brasil e de outros paísesdos continentes americano, europeu easiático.

ESTADODois professores da PUCRS toma-

ram posse em importantes órgãos do go-verno estadual. João Guilherme Barone,da disciplina de Cinema e Televisão daFaculdade de Comunicação Social, é onovo presidente do Conselho Estadualde Cultura do Rio Grande do Sul. Foieleito para o cargo por suas realizaçõesna área do cinema como roteirista, dire-tor e produtor. O professor da Faculda-de de Administração, Contabilidade eEconomia Aod Cunha de Moraes Jr to-mou posse como presidente da Funda-ção de Economia e Estatística do Estado,órgão que elabora informações estatísti-cas e análises sobre a realidade socioeco-nômica gaúcha, além de subsidiar o sis-tema de planejamento econômico e so-cial do Estado.

CIÊNCIA ETECNOLOGIA

O estudo Sistema de MonitoraçãoRemota de Temperatura realizado por fun-cionários da Divisão de Engenharia Bio-médica do Instituto de Pesquisas Cien-tíficas e Tecnológicas e apresentado no18º Congresso Brasileiro de Engenha-ria Biomédica, em São José dos Cam-pos (SP), recebeu o prêmio de MelhorTrabalho na categoria Certificação, Con-trole e Garantia da Qualidade em Equi-pamentos Médico-Assistenciais. A pes-quisa aborda o desenvolvimento do pro-jeto de monitorização automática datemperatura das câmaras de conserva-ção de sangue, componentes e hemo-derivados, conforme portarias da Agên-cia Nacional de Vigilância Sanitária. Aequipe premiada: Denis Barbieri,Mauro Neves, Vanderlei Sanhudo, Os-car Gonzalez, Célia Dal Mas e GersonStaevie.

FAFIMCA Faculdade Nossa Senhora da Ima-

culada Conceição (Fafimc) inaugurouuma galeria com fotos dos ex-diretores dainstituição. Na oportunidade, a direçãoprestou homenagem ao professor de Filo-sofia da Faculdade, João Caldana, que le-ciona na Instituição desde a sua criação.

TAXISTA MUSICAL

As pessoas que transitam e freqüen-tam o ponto de táxi em frente à PUCRSpoderão ficar surpresas ao ouvir os acor-des do clarinete tocado pelo motoristaEverson Kaeper. Ele trabalha há quatroanos no local e alegra o ambiente commúsicas eruditas. Clayton toca o instru-mento desde os 12 anos e hoje recebe au-las de partitura musical. “Meu sonho sem-pre foi tocar no Exército, mas como pareide estudar, resolvi praticar nos intervalosdas corridas de táxi”, conta Everson.

NUTRIÇÃOA coordenadora do Curso de Nutri-

ção, Martine Hagen, foi premiada no 1ºSimpósio de Nutrição em Cardiologiacom o trabalho Efeito antioxidante da proteí-na de soja (Samprosoy) e gérmen de soja e suarelação com o conteúdo de isoflavonas. Oevento foi realizado paralelamente ao 13ºCongresso de Cardiologia do RS, emGramado.

ALFABETIZAÇÃOA professora Jussara Margareth

Loch, da Faculdade de Educação, inte-grante do Núcleo de Educação de Jo-vens e Adultos, participou do curso deformação de professores alfabetizadoresem São Tomé e Príncipe, na África. Apartir do curso serão implantadas 110turmas de alfabetização nas duas ilhas,dando continuidade ao trabalho inicia-do em 2001.

REVISTA VIRTUALO Programa de Pós-Graduação da

Faculdade de Comunicação Social lançoua revista virtual Comunicação Organizacio-nal. A publicação (www.pucrs.br/famecos/geacor) pretende ampliar as discussõessobre as teorias de comunicação organiza-cional e as suas interfaces com as RelaçõesPúblicas. A periodicidade é semestral. En-tre os integrantes do grupo de discussãoestão professores universitários, psicólo-gos, profissionais da comunicação e enge-nheiros.

Sinopse

CRUZ VERMELHA

Alunos de Relações Públicas da Faculdade de Comunicação Social e da Ball StateUniversity (EUA) participaram de uma videoconferência, dando continuidade ao projetoRRPP Internacional. O tema foi o case Cruz Vermelha, “cliente” comum dos estudantes deRelações Públicas das duas universidades. Os estudantes norte-americanos propuseramuma campanha antidrogas para a instituição brasileira. Os da PUCRS planejaram umshow de talentos visando à arrecadação de fundos para a Cruz Vermelha nos EUA.

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PROVÃOPatrícia Hackmann, formada recen-

temente na PUCRS em Pedagogia-SériesIniciais, teve o melhor desempenho emnível nacional na área de Pedagogia noprovão do Ensino Superior do Ministérioda Educação. Patrícia, de 31 anos, ressal-tou ser importante, além dos estudos,uma atualização pessoal. A pedagoga le-ciona há 12 anos. Atualmente atua numaescola municipal da Capital, com turmasde Alfabetização e do Laboratório deAprendizagem.

DIREITOPeter Walter Ashton, professor da

Faculdade de Direito, recebeu o prêmioMestre Jurídico pela Escola Superior deAdvocacia/OAB-RS. A distinção é conce-dida a advogados com mais de dez anosde prática jurídica e docência em univer-sidade, que contribuem para a formaçãode juristas pelo seu conhecido saber epostura ética. O professor Ângelo Gian-nakos foi empossado desembargador doTribunal de Justiça do Rio Grande doSul. Salo de Carvalho, do Departamentode Ciências Criminais, foi convidado alecionar no Programa de Doutorado emDerechos Humanos y Desarrolo da Uni-versidad Pablo de Olavide, na Espanha.

SOCIEDADE

Dom Dadeus Grings, Arcebispo dePorto Alegre e Chanceler da PUCRS, lan-çou o livro Sociedade do Futuro – Entre oLimite e a Esperança, pela editora Santuá-rio. O lançamento da obra ocorreu du-rante sessão de autógrafos no EspaçoCultural da Câmara de Vereadores.

JORNALISMOO curso de Jornalismo recebeu o

Prêmio de Contribuição à ComunicaçãoSocial Antônio Gonzalez, da AssociaçãoRio-Grandense de Imprensa, em home-nagem ao seu cinqüentenário, comemo-rado em 2002.

HOSPITAL SÃO LUCASO Hospital São Lucas da PUCRS

conquistou o Prêmio Destaque Setor Saú-de 2002. A distinção é concedida pela Fe-deração dos Hospitais e Estabelecimentosde Saúde do RS e Associação dos Hospi-tais do Estado, com o objetivo de estimu-lar as empresas prestadoras de serviços desaúde e a prática de sistemas de gestão. OMinistério da Saúde apontou o HospitalSão Lucas como referência, no Rio Gran-de do Sul, para o tratamento do Mal deAlzheimer. A União será responsável pelotratamento, distribuição de medicamen-tos, atendimento domiciliar e serviços dehospital-dia.

HISTÓRIAO professor Braz Brancato, do Pro-

grama de Pós-Graduação em História daFaculdade de Filosofia e Ciências Huma-nas, tomou posse como Sócio Correspon-dente Brasileiro no Instituto Histórico eGeográfico Brasileiro, em virtude de suasatividades como historiador. Brancato foisaudado pelo professor Arno Wheling,presidente do Instituto, e proferiu umaconferência sobre tema de sua especiali-dade: A morte de D. João VI e a Espanha deFernando VII. O Instituto, fundado em1838, teve missão estratégica na consoli-dação da unidade nacional do país, re-cém-liberto de Portugal.

OBESIDADE MÓRBIDAO Centro de Obesidade Mórbida

(COM) do Hospital São Lucas recebeu oprimeiro prêmio pela apresentação dotrabalho Resultados preliminares de um cen-tro terciário para tratamento de obesidade mór-bida, na Jornada de Atualização em Ci-rurgia do Aparelho Digestivo 2002, pro-movida pela Sociedade de Cirurgia Ge-ral do Rio Grande do Sul e Colégio Bra-sileiro de Cirurgiões. O COM apresen-tou os resultados de dois anos de atendi-mento ao jovem obeso. Neste ano, o Cen-tro terá um artigo publicado na revistaObesity Surgery, publicação científica derelevância internacional sobre cirurgia daobesidade.

EDUCADORESA Faculdade de Educação e a Secre-

taria de Estado da Educação assinaramconvênio para participar do projeto depesquisa da União Européia Comenius2.1, que busca avaliar a qualidade da for-mação de educadores. Coordenado pelaFrança, o projeto reúne cinco professo-res da universidade e alunos do últimosemestre de Pedagogia. Além da França,universidades de Portugal, Espanha, In-glaterra, Irlanda e Itália estão envolvi-das. O final do projeto, em 2004, prevêuma proposta de formação continuadade professores.

CÂNCER DE MAMA

A Associação das Voluntárias de Câncer de Mama PUCRS/HSL/Fijo esteve no Pre-sídio Central de Porto Alegre orientando as mulheres e familiares dos detentos sobre arealização do auto-exame. No estande estavam expostos os materiais que são doados àspacientes portadoras de câncer de mama, como as próteses de painço e bolinhas parafisioterapia.

Foto: Divulgação

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FÍSICA

Em cerimônia realizada no PalácioPiratini, o professor Adriano Moehleckeda Faculdade de Física recebeu a Meda-lha Negrinho do Pastoreio, por seu traba-lho intitulado Células Solares Eficientes deBaixo Custo. A iniciativa partiu da Secreta-ria de Ciência e Tecnologia do Estado,em reconhecimento pela pesquisa comuso de tecnologia inovadora e maior efici-ência obtida em um equipamento fabrica-do no país. A distinção homenageia per-sonalidades que prestaram serviços dequalquer natureza, em favor do ser hu-mano, do Estado ou da Pátria.

BIOCIÊNCIASJúlio César Bicca-Marques, professor

da Faculdade de Biociências e coordena-dor do Grupo de Pesquisa em Primatolo-gia, foi eleito presidente da SociedadeBrasileira de Primatologia durante o 10ºCongresso Brasileiro de Primatologia rea-lizado em Belém (Pará). É a primeira vezque a diretoria vem para a região Sul eseu presidente pertence a uma universi-dade particular.

ENGENHARIAELÉTRICA

Os professores do Departamento deEngenharia Elétrica e pesquisadores doInstituto de Pesquisas Científicas e Tecno-lógicas, Fernando Castro e Maria CristinaFelippetto de Castro, foram agraciadoscom Menção Honrosa no 28º ConcursoPrêmio Governador do Estado - InventoBrasileiro, concedido pela Secretaria daCiência, Tecnologia e DesenvolvimentoEconômico do Estado de São Paulo. Oinvento, intitulado Processo Concorrentepara Desconvolução Autodidata de Sinais Di-gitais, é objeto de patente internacionalconjunta PUCRS/Unicamp, resultado depesquisa de doutorado dos docentes.

CINCO ESTRELASO curso de Ciências Aeronáuticas

recebeu cinco estrelas (conceito excelente)na avaliação do Guia do Estudante Me-lhores Universidades, edição 2003, daEditora Abril. Foram considerados quatroestrelas (muito bons) Administração deEmpresas, Ciência da Computação, Direi-to, Filosofia, Jornalismo, Odontologia,Pedagogia, Publicidade e Propaganda,Relações Públicas, Secretariado Executi-vo, Serviço Social e Turismo. Segundo oGuia, Ciências Biológicas, Ciências Soci-ais, Engenharia Civil, Engenharia deControle e Automação e História, têmtrês estrelas (bons).

BIOLOGIAO Grupo de Parasitologia da Facul-

dade de Biologia e o Instituto de Pesqui-sas Biomédicas concluíram um estudoinédito sobre a infecção pelo verme An-giostrongylus costaricensis. O verme localiza-se no intestino humano e é transmitidopor moluscos terrestres. A pesquisa foirealizada em Nova Itaberaba, Santa Cata-rina, em parceria com a Empresa Agrope-cuária, a Universidade Federal do Estadoe a Universidade de Akita (Japão). Aequipe da PUCRS está assessorando a Se-cretaria Estadual de Saúde e Vigilância doestado vizinho para reduzir o alarme so-bre o problema e realizando exames.

ESTÁGIO JURÍDICO

A PUCRS e a Procuradoria Regionalda Fazenda Nacional (PRFN) da 4ª Re-gião assinaram convênio de cooperaçãopara que estudantes de Direito realizemestágios no departamento jurídico doPRNF. O estágio faz parte do currículo dagraduação, complementando a aprendi-zagem, proporcionando treinamento prá-tico e desenvolvimento nas relações hu-manas e profissionais. O acordo foi assi-nado pelo diretor da Faculdade de Direi-to, Attila Sá d’Oliveira, e pela procurado-ra regional da Fazenda Nacional da 4ªRegião, Dolizete Michelin.

Sinopse

SOLIDARIEDADEA funcionária aposentada da

PUCRS Sirlei Martins comemora uma vi-tória da solidariedade. Seu filho, JulianoRocha, concluiu o Ensino Fundamentalna Escola Estadual de Ensino Fundamen-tal Aparício Borges. Há 17 anos, Julianofoi submetido a uma cirurgia neurológicade altíssimo risco, por tratar-se de umcaso extremamente raro. Na época, hou-ve uma mobilização da comunidade aca-dêmica na arrecadação de recursos pararealizar a cirurgia que foi um sucesso.

HONRA AO MÉRITO

O professor da Faculdade de Medici-na Nédio Steffen (esq.) foi homenageadopela Sociedade Brasileira de Otorrinola-ringologia por serviços prestados à classemédica e à sociedade brasileira. Duranteo 36º Congresso Brasileiro de Otorrinola-ringologia, Steffen recebeu a medalha dehonra ao mérito por ter sido o mentor eter implantado a primeira Semana Nacio-nal da Voz, em 1999. O professor tam-bém foi o convidado estrangeiro do Con-gresso Venezuelano de Otorrinolaringo-logia, ocorrido em Caracas no mês de no-vembro. Na oportunidade, Steffen apre-sentou técnicas de Fonocirurgia, que per-mitem alterar a freqüência da voz.

FARMÁCIAFlavia Thiesen, professora da Facul-

dade de Farmácia e diretora do Institutode Toxicologia, foi convidada para inte-grar a Câmara Técnica da Gerência-Ge-ral de Toxicologia da Agência Nacionalde Vigilância Sanitária. A Câmara Técni-ca é formada por sete profissionais comnotório saber na área e tem por compe-tência orientar a definição de métodos eprocedimentos científicos, realizar estu-dos e pesquisas e emitir recomendaçõespara orientar a gerência.

Foto: Divulgação

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ObituárioIR. LIBERATO

Ir. Liberato, nascido Wilhelm Heinrich Hunke, ex-Vice-Reitor da PUCRS, faleceu em dezembro, aos 83 anos.Em 1938, iniciou sua atividade no Colégio Rosário e de-pois na PUCRS. Sua vida foi a serviço do ensino, da forma-ção de jovens gerações para a vida marista e profissional.Professor na Universidade, foi também diretor do Institu-to de Letras e Vice-Reitor acadêmico na equipe do ReitorIr. José Otão. Em maio de 1978, com o falecimento deOtão, Ir. Liberato assumiu a Reitoria até 28 de dezembro,quando iniciou o reitorado do Ir. Norberto Rauch, permanecendo como Vice-Reitor até 1986. Esteve trabalhando até 1994. Vítima de isquemia cerebral, em1996 foi para a Casa de Repouso São José, em Viamão. Nos três últimos anos,com o Mal de Alzheimer, falava pouco, mas reconhecia as pessoas.

ANTONIO SPOLIDOROO médico e professor da Faculdade de Medicina da PUCRS Antonio Spoli-

doro faleceu, em dezembro, aos 81 anos. Na década de 70, foi o criador do Ser-viço de Pediatria do Hospital São Lucas. Seu destacado trabalho levou-o a presi-dir em duas oportunidades a Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul, em1969, e no biênio 1985/86. Fez parte do Conselho Regional de Medicina e exer-ceu funções na Associação Médica do Rio Grande do Sul. Spolidoro era membrodo Conselho Acadêmico da Sociedade Brasileira de Pediatria e ocupava cadeirasna Academia Rio-grandense de Medicina e na Academia Brasileira de Pediatria.

ARTHUR MENDELFaleceu, aos 73

anos, Arthur Men-del, funcionário daPUCRS há 34 anos.A pedido do IrmãoNorberto Rauch, odiretor do Museu deCiências e Tecnolo-gia (MCT), JeterBertoletti, saiu aprocura de um “faztudo”. Este homem,foi encontrado fa-zendo estofamentosde automóveis nosfundos de uma casado bairro Santana.Pelo número e qua-lidade de máquinasque utilizava com maestria, Bertoletti logo percebeu que seria a pessoa adequadapara solucionar multiproblemas técnicos da Universidade. Mendel produziugrande número de experimentos interativos de Física do MCT e colaborou mui-tos anos com outros setores da PUCRS.

NELSON RIBASO professor de Neuropsicologia da Faculdade de Psicologia, Nelson Ribas,

faleceu em janeiro, aos 52 anos, vítima de leucemia. Ribas lecionou na PUCRSdurante 12 anos. Por iniciativa dos formandos de 2002/2, durante a formatura foifeita uma homenagem póstuma ao professor. Ribas era presidente do Instituto doExcepcional do Rio Grande do Sul e coordenador do Laboratório de Investiga-ção de Paternidade do Departamento Médico do Tribunal de Justiça do Estado.Também exercia atividades de cunho social em hospitais de Porto Alegre.

Arthur Mendel no dia 16/12/02,por ocasião da Festa de Natal do MCT

PÓS-GRADUAÇÃOA Coordenação de Aperfeiçoamento de

Pessoal de Nível Superior (Capes) recomen-dou novos programas de pós-graduação daPUCRS. O mestrado e doutorado em Biolo-gia Celular e Molecular obteve nota 4, o dou-torado em Odontologia (Dentística Restaura-dora, Prótese Dentária e Materiais Dentários),nota 4 e o Mestrado em Administração eNegócios, nota 3.

NOVA DIREÇÃOEm dezembro de 2002 tomaram posse

como novas diretoras de Faculdades daPUCRS as professoras Regina Zilberman (Fa-culdade de Letras), Jacqueline Moreira (Fa-culdade de Psicologia) e Jussara Mendes (Fa-culdade de Serviço Social).

MUSEUO Museu de Ciências e Tecnologia rece-

beu o Prêmio Expressão de Ecologia 2002,categoria Conservação de Recursos Naturais,referente ao trabalho Monitoramento e conser-vação do lago da Usina Hidrelétrica Passo Fundo,realizado em parceria com a Tractebel Ener-gia. O prêmio é oferecido pela Federação dasIndústrias de Santa Catarina e pela RevistaExpressão de Ecologia. Trata-se de estudo so-bre a fauna e a flora aquáticas e a qualidadeda água do lago da usina. Com os resultadosestá sendo implantado um sistema de gestãoambiental, que promoverá o repovoamentode peixes e atendimento da demanda parapesca e o reflorestamento das áreas ciliares.

MOINHOS DE VENTOA profes-

sora da Facul-dade de Filo-sofia e Ciên-cias Humanas,Elizabeth Tor-resini, elabo-rou a obraHospital Moi-nhos de Vento –75 anos de com-promisso com avida. O livroresultou dapesquisa emcorrespondên-cias, relató-

rios, atas, fotos e documentos da Instituição eregistra a trajetória do Hospital. A riqueza domaterial resultou numa obra que relata, na his-tória de cada pessoa que dela participou, a his-tória do Hospital Moinhos de Vento.

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Social

Aprender ausar o com-putador, de-senhar e lersão alguns

dos motivos que fazemJonathan Rodrigues,12 anos, AdemilsonSouza, 10, Carlos Au-gusto Ocasio, 10, eGustavo Gambine, 9,irem ao Campus Apro-ximado Vila Nossa Se-nhora de Fátima todas as quintas-feiras pela manhã. Eles estão entreas crianças moradoras da vila esco-lhidas para participar do Centro deLiteratura Interativa da Comunida-de (Clic). O projeto é desenvolvidopelo Programa de Pós-Graduaçãoem Letras e tem como função in-centivar a leitura.

Diariamente estudantes de gra-duação e pós-graduação da Faculda-de de Letras realizam oficinas en-volvendo literatura, computador,música, teatro, ilustrações e conta-ção de histórias. Em todas as ativi-dades o livro e seus autores estãoem primeiro lugar. “Tentamos colo-car o livro dentro da vida dessas cri-anças, fazendo com que elas leiam ese expressem em alguma linguagem.É a apropriação de um mundo cul-tural que não é da rea-lidade deles”, ressalta acoordenadora do Clic,professora Vera Aguiar.

Computadore arte

Cada monitor éresponsável por umgrupo de 12 a 15 alu-nos. As atividades ocor-rem nos turnos da ma-nhã e da tarde durante

Oficinas incentivamcrianças carentes a ler

1h30min. Os participantes têm en-tre 7 e 14 anos, são alfabetizados efreqüentam a escola. Eles são esco-lhidos pelo presidente da Associa-ção dos Moradores da Vila NossaSenhora de Fátima, Luís Pedro Fra-ga. Não recebem nota e, no finaldo ano, ganham um certificado departicipação. Algumas crianças es-tão no Clic há mais de um ano,como Gustavo, que há quatro fre-qüenta as aulas. Para ele, o melhoré escrever no computador e dese-nhar. Jonathan, que participou nosdois últimos anos, revela que lê bas-tante e quer continuar em 2003.

O projeto de pesquisa foi cria-do em 1996 e, desde então, passa-ram por lá mais de 300 crianças.As aulas ocorrem numa sala noCampus da Vila Fátima, equipada

com quatro computa-dores, televisão, vídeo,revistas e um acervode mais de 500 livrosde literatura infantil.Semanalmente é rea-lizada uma reuniãopara avaliar o traba-lho, propor novas me-todologias e discutiros casos. Para os estu-dantes que ministramas oficinas, a proposta

ajuda na formação profissional.

Propostas variadas“O trabalho é um desafio por

serem crianças que fogem do perfildas escolas particulares. É a oportu-nidade de aprender sobre uma novarealidade e levar a fantasia até elas”,diz o aluno de doutorado DiógenesCarvalho. Ele acrescenta que, por se-rem bastante ativas, é preciso tersempre mais de uma proposta de tra-balho em aula. Enquanto alguns de-senvolvem atividades no computa-dor, os outros fazem trabalhos como professor. Carvalho destaca queuma das atividades preferidas pelosalunos é escrever cartas para os au-tores favoritos comentando as obras.Outra didática empregada é fazercom que eles ilustrem as histórias

dos livros.Desde o início de

2002 o Clic realiza ofi-cinas com estudantesdo Colégio Champag-nat. Uma vez por se-mana são desenvolvidasatividades com os quetêm dificuldade de lei-tura. Participam trêsmonitores e as aulasocorrem no CampusCentral.

Alunos de 7 a 14 anos moram na Vila Fátima

ANGELA VENCATO

Gustavo, 9 anos, gosta de escrever e desenhar

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Bastidores

Caminhar entre os prédiosda PUCRS tornou-se umagradável passeio. Graçasao trabalho de uma equi-pe, formada por jardinei-

ros, arquitetos e pela engenheiraagrônoma Helena Schanzer. A tare-fa foi iniciada há vários anos pelaarquiteta Léa Japur. O cuidado vaidesde o preparo da terra para oplantio até a elaboração de espaçose recantos que facilitam a interaçãosocial entre alunos, professores e fun-cionários. Projetos de paisagismo es-tão previstos para as novas edifica-ções do Campus.

O planejamento das áreas verdesda Universidade é feito por um grupomultidisciplinar, analisando-se o usoatual e futuro de cada espaço aberto,legislação ambiental, irrigação, tiposde vegetação e solo e manutenção.A seleção das espécies vegetais levaem consideração características comoresistência e rusticidade, longevida-de, beleza, atração da avifauna, custoe facilidade de manutenção.

A equipe responsável pelo cuida-do dos jardins é formada por 12 pes-soas. No preparo da terra utilizamum sistema orgânico, feito com asfolhas que caem das árvores. Segun-do o encarregado do serviço de jardi-nagem, Oscar Plentz, a adubação or-gânica age como fertilizante, correti-vo e condicionador do solo. “Usamosos adubos químicos somente emplantas que apresentam alguma defi-ciência”, explica. Entre os principaisagentes que danificam os jardins es-tão as lagartas, as formigas e os fun-gos. “As baganas de cigarros tambémsão muito prejudiciais, pois liberamtoxinas para a terra”, alerta Plentz.

PássarosNa natureza, tudo tem seu tempo

certo. A poda das árvores, por exem-plo, é feita entre os meses de maio eagosto, época em que estão em dor-

Jardins alegram o Campus

mência, inativas. A grama é cortadasemanalmente, evitando-se a forma-ção do talo que prejudica seu desen-volvimento. Hoje, 70% do Campus écoberto por irrigação mecanizada.

Em locais de grande circulação depessoas, a vegetação não tem muitasflores, evidenciando-se as característi-cas de volume e textura das plantas,conforme explica Henrique Rocha,supervisor da Divisão de Obras. Alémdisso, os tipos de plantas atraem afauna, principalmente aves, que con-tribuem com o preparo da terra. “Os

passarinhos procuram minhocas eoutros organismos no chão, favorecen-do a aeração do solo”, conta Plentz.

Novos projetos de paisagismoestão sendo elaborados para o pré-dio 32 e para o Parque Desportivo,mas pretende-se manter a estruturajá utilizada, facilitando a interação dacomunidade acadêmica. SegundoRocha, a prioridade é preservar a ve-getação existente. “Árvores que fo-rem retiradas serão transplantadaspara outros locais, utilizando-se a tec-nologia adequada”, afirma.

Paisagismo:espécies vegetaisatraem pássaros

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Eu Estudei na PUCRS

Poucos anos antes de JoãoCarlos de Oliveira nascer,o norte-americano DonCharles Bird, casado comsua tia, convenceu os cu-

nhados a abrir o primeiro supermer-cado no Rio Grande do Sul. Netode Joaquim Oliveira, que iniciou asatividades na área há 50 anos, cres-ceu entre produtos, funcionários ecaixas registradoras. Formado emAdministração de Empresas pelaPUCRS em 1978, Oliveira, que faz47 anos dia 16 de março, cuida dosinteresses de mais de 80 mil lojasem todo o país como presidente daAssociação Brasileira de Supermer-cados (Abras). Foi eleito para a ges-tão 2003/2005.

Oliveira procurou o curso deAdministração de Empresas por con-siderar que seria o mais identificadocom comércio varejista. Freqüentouum semestre da então recém-lança-da habilitação em Análise de Siste-mas de Informação, mas retornou àidéia inicial. Considerou fácil a suaadaptação à PUCRS porque sempre

havia estudado no ColégioNossa Senhora do

Rosário. Atése encon-trava comos irmãos

João Carlos é a vozdos supermercadistas

maristas que lecionavam nas duasinstituições. Espera reunir-se com aturma da PUCRS em 2003 para co-memorar o 25º aniversário de for-matura. Também cursou por trêsanos a Faculdade de Economia naUniversidade Federal do Rio Gran-de do Sul, mas não concluiu porquefoi para os Estados Unidos realizarestágios em empresas do segmentosupermercadista.

Desde criança, Oliveira conferiaos balanços de supermercado acom-panhando o pai e os tios. Aos 19anos, começou a atuar para valer.Passou pelas áreas administrativa,comercial, de marketing, relações pú-blicas e planejamento. No início dosanos 90, depois da associação entrea Companhia Real de Distribuição eo grupo português Sonae, Oliveirabuscou mais aperfeiçoamento no se-tor. Ficou por três meses em Lisboa,onde conheceu o funcionamento damatriz do Sonae, que em 1997 ad-quiriu a totalidade acionária do Real.

Depois da venda do Real, Oli-veira permaneceu por um ano emeio na empresa, dirigindo ao mes-mo tempo as atividades no grupoJoaquim Oliveira Participações (Jo-sapar), que atua nos ramos indus-trial, agropecuário e imobiliário. Ogrupo é fabricante do arroz TioJoão, líder nacional em seu seg-mento.

Supermercado BirdEm 1998, Oliveira fez socieda-

de com um primo e lançou o super-

mercado Bird. O nome homenageiao tio, que implantou a idéia de auto-serviço, foi um dos fundadores daAssociação Gaúcha de Supermerca-dos (Agas) e o seu primeiro presi-dente. O supermercado Bird temcinco lojas em Porto Alegre e duasno Litoral Norte gaúcho.

Ao assumir a Abras, Oliveira levaa experiência de 14 anos na direto-ria da Agas, dos quais atuou oitocomo presidente. Uma das suaspreocupações é com a capacitaçãodos supermercados. A Escola Nacio-nal de Supermercados existe em seisestados, entre eles o Rio Grande doSul. São oferecidos, sem custo, cur-sos especialmente para os funcioná-rios de pequenos e médios estabele-cimentos. A mão-de-obra se capaci-ta em aulas de padeiro, verdureiro,fiambreiro, açougueiro, preço devenda e marketing, entre outros.

Na primeira gestão de Oliveiraa Agas aderiu ao Programa Gaúchode Qualidade e Produtividade e em1995 lançou o Programa Agas deQualidade. O seu desafio na Abrasagora é conquistar o direito de ven-der remédios que não precisam dereceitas médicas. Também pretendemanter o crescimento do setor, querepresenta 6% do Produto InternoBruto (PIB) nacional e 7,5% do es-tadual. “Em 50 anos não surgiu ne-gócio mais eficiente do que o super-mercado. A mudança fica por contada segmentação para atender con-sumidores com demandas diferen-tes”, comenta.

“Em 50 anos não surgiunegócio mais eficiente do

que o supermercado”

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Perfil

Professor universitário des-de 1975, jornalista, escri-tor, crítico literário e verea-dor em quinto mandato,Antonio Hohlfeldt prepa-

ra-se para um novo desafio: admi-nistrar o Estado como vice-gover-nador, ao lado do governador Ger-mano Rigotto. Aos 53 anos, auto-denomina-se um irrequieto incan-sável. “Sempre digo: como jornalis-ta falava mal quando levantava osproblemas e identificava as falhas.Como professor, pensava teorica-mente a respeito das coisas e, comopolítico, tenho que meter a mão namassa e tentar resolvê-los.” Até de-zembro de 2002, Hohlfeldt coorde-nou o Programa de Pós-Graduaçãoem Comunicação da PUCRS, masdiz que continuará atuando comoprofessor. “Em 18 anos de trabalhocomo vereador jamais deixei de daraulas.”

Nascido em Porto Alegre, o pro-fessor mantém presente na memó-ria o período vivido na Escola LaSalle São João e no Colégio Júlio deCastilhos, onde cursou o primário eo ginásio. “Parte da minha forma-ção devo ao aprendizado nessas es-colas. O vínculo com o teatro, as ar-tes e a literatura, também teve ori-gem no ensino fundamental.”

Jornalismo e literaturaEm 1965 ingressou no curso

de Jornalismo da PUCRS. Hohlfeldtrecorda de colegas como GeraldoCanali e Ana Amélia Lemos. Umdos episódios que marcaram suapassagem pela Universidade foiquando editou um jornal com aseguinte manchete: Famecos sem di-reção. A crítica à administração nocurso rendeu-lhe um afastamentoda Faculdade.

Hohlfeldt: umintelectual no poder

Mais tarde, ele interrompeu osestudos por motivos financeiros econtinuou cursando Letras naUFRGS. O conhecimento literário olevou a traduzir livros para EditoraGlobo. Na época, também integravaum seleto grupo de alunos compos-to por João Gilberto Noll, ReginaZilberman, Vera Teixeira Aguiar eLuiz Arthur Nunes. “Era uma turmaexcepcional na área da teoria e dacrítica literária, sob a liderança doprofessor Dionísio Toledo”, lembra.

Único filho homem, Hohlfeldtauxiliava o pai no escritório de con-tabilidade. Ao final do expediente,retornava para o escritório, com umagarrafa térmica de café, e passava asmadrugadas lendo clássicos comoSartre e Simone de Beauvoir. “Liaaté às 5h da manhã e depois ia dire-to para a faculdade”. Esse períodoele classifica como um dos mais pro-dutivos, principalmente porque, du-rante a leitura, anotava passagensdas obras.

Crítica e universidadeA carreira de jornalista come-

çou como colaborador da RádioPampa, em 1967, onde apresentavaum programa cultural, aos domin-gos à tarde, junto com o jornalistaVanderlei Cunha. Contratado pelaemissora, apresentou um progra-ma de música clássica nos domin-gos pela manhã e foi redatorde notíciaspara osjornais daemissora. Em 1968, a convite de Pau-lo Fontoura Gastal, passou a escre-ver crítica de cinema na Folha daTarde e a integrar a chamada Equi-pe das Terças – formada por jovensuniversitários que publicavam seuscomentários nas páginas do jornal.

Ao mesmo tempo, atuava como free-lancer do Correio do Povo, realizan-do entrevistas com grandes nomesda cultura brasileira.

“Quando iniciei como professoruniversitário, na Unisinos, em 1975,acabara de chegar de uma bela ex-periência profissional no exterior, naRádio Canadá Internacional, ondefiz um ano de estágio”, conta.

Ingressou na PUCRS oficialmen-te em 1994 – antes ministrava aulascomo professor substituto. Nessemeio-tempo, concluiu o mestrado edoutorado em Letras. Em 1999, as-sumiu a coordenação do Programade Pós-Graduação em Comunicação.“Lecionar é uma paixão. Muitas ve-zes, numa aula noturna, chego can-

sado e saiorecupera-do, pron-to parauma novat a re f a ” ,

resume.

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Ação Comunitária

Aestudante da 6ª série da Es-cola Municipal Nossa Se-nhora de Fátima, Edsa deOliveira, tem apenas 12anos e ministra oficinas de

prevenção à Aids em colégios. Ela in-tegra o Projeto Multiplicação – UmaEstratégia para o Enfrentamento daEpidemia da Aids, que capacita pro-fissionais e acadêmicos da PUCRS e

educadores e alunos da Vila Fátimacomo multiplicadores de ações pre-ventivas às DST/Aids. A estratégia damultiplicação rende bons resultados.As pessoas capacitadas, assim comoEdsa, continuam a desenvolver inicia-tivas de prevenção em seu meio.

Financiado pelo Ministério daSaúde, por meio da Coordenação Na-cional de DST/Aids, o projeto come-çou em julho de 2002 e constrói umarede ativa de intervenção, potencia-lizando o espaço social da Universida-de na prevenção às DST. Na primeiraetapa, as oficinas sobre DST/Aids, se-xualidade, drogas e planejamento fo-ram ministradas por uma equipe mul-tiprofissional aos profissionais de saú-de e acadêmicos do Campus Aproxi-mado da Vila Fátima.

Depois da capacitação dessesagentes de saúde, as capacitações pas-

Psicologia formamultiplicadores da vida

saram a ser desenvolvidas na Vila Fá-tima, no Hospital São Lucas (HSL) ena PUCRS. Abordando temas comosexualidade, drogas, sexo seguro e as-pectos psicossociais relacionados àepidemia, as oficinas utilizaram dinâ-micas de grupo, conversas e muitadescontração. A professora da Facul-dade de Psicologia e coordenadora doprojeto, Jenny Milner, explica que a

estratégia da multi-plicação permite umaabordagem direta.“Atingimos nosso pú-blico por meio deuma linguagem sim-ples, de fácil entendi-mento”, diz.

Açõespreventivas

No Campus A-proximado da VilaFátima ocorreramtrês etapas do proje-to. Além do curso decapacitação de agen-

tes de saúde, educadores e adolescen-tes também foram preparados. Nasescolas, professores abordam o temaem sala de aula, procurando desmitifi-car a questão da Aids. A professoraMárcia Rosseto, da Escola EstadualAntão de Faria, conta que as criançasdiscutem sobre conceitos falsos e ver-dadeiros em relação à doença. Os

adolescentes desenvolvem ações deprevenção com amigos e familiares.“A multiplicação de informações ocor-re de maneira natural e eficiente, for-mando-se uma rede de intervençãosocial e educativa sobre a Aids”, relataa docente.

A Faculdade de Serviço Social rea-liza oficinas sobre Aids junto à Associa-ção de Moradores da Vila Fátima.As Oficinas de Percussão atendem a30 crianças de oito a 15 anos que sereúnem para tocar tambores e pandei-ros e recebem informações sobre Aids.

Os agentes atualizados em DST/Aids do HSL aperfeiçoaram o atendi-mento a portadores do vírus HIV. Ospacientes realizam a psicoterapia noambulatório de Infectologia do hospi-tal. Em 2003, pretende-se ampliar asatividades com a criação de um grupode apoio a soropositivos.

Na PUCRS, o curso de capacita-ção de multiplicadores universitárioscontou com a participação de alunosdas faculdades de Psicologia, Letras,Farmácia, Biologia, Matemática, Co-municação Social, Informática, Direi-to e Enfermagem. “Pretendemos sen-sibilizar os estudantes para que elestambém se tornem multiplicadores”,explica Jenny. Informações sobre oProjeto Multiplicação na Faculdadede Psicologia, prédio 11, sala 905,fone (51) 3320-3633, ramal 206 [email protected].

Contra a AidsEm seis meses do Projeto Multiplicação, 126 pessoas foram capa-citadas como multiplicadores em DST/Aids:

20 agentes de saúde, entre profissionais e acadêmicos queatuam no Campus Aproximado da Vila Fátima21 educadores de escolas da Vila Fátima22 adolescentes do ensino fundamental de escolas da VilaFátima28 professores e estagiários de Psicologia do HSL35 universitários da PUCRS

Edsa, 12 anos, ministra oficina de prevenção

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Opinião

Com o lema Vida, dignidade eesperança descortina-se paraa Igreja e a sociedade noBrasil, no período da Qua-resma, a 40ª edição da

Campanha da Fraternidade, privile-giando neste ano de 2003 a Fraterni-dade e as pessoas idosas. O tema dacampanha se justifica pois, segundoo último censo do IBGE, em 2000,o número de idosos no Brasil atin-giu cerca de 8,6% da população, oque eqüivale a 15 milhões de pesso-as. Para os próximos 20 anos, a pre-visão é de que esses brasileiros serão15% do total da população. A situa-ção do idoso no Brasil é um desafiopara todos e cada um de nós.

A Campanha da Fraternidade de2003 quer ser o grande esforço daIgreja no Brasil para viver intensa-mente o tempo da Quaresma. Cons-titui extraordinário instrumento paraque todas as pessoas possam con-verter-se e viver um tempo de graçae de salvação, preparando-se, pormeio da oração, do jejum e da es-mola, da escuta da palavra de Deus,da participação nos sacramentos ena vida comunitária e da prática doamor solidário, para viver de ma-neira mais intensa o momento maisimportante do ano litúrgico e da his-tória da salvação: a Páscoa.

O Papa João Paulo II, na suaCarta aos Anciãos, em 1999, nos dizque “os anciãos ajudam a contemplaros acontecimentos terrenos com maissabedoria, porque as vicissitudes ostornam mais experimentados e ama-durecidos. Eles são os guardiães damemória coletiva e, por isso, intér-pretes privilegiados daquele conjun-to de ideais e valores humanos quemantêm e guiam a convivência so-cial. Excluí-los é como rejeitar o pas-sado, onde penetram as raízes do

Fraternidade epessoas idosas

presente, em nome de uma moder-nidade sem memória”.

A Campanha da Fraternidade2003 propõe ações que visam a mo-tivar todas as pessoas, a sociedadeinteira, para que, iluminadas porvalores evangélicos, sejam constru-toras de novos relacionamentos, no-vas estruturas, de valorização inte-gral das pessoas idosas e respeitoaos seus direitos. Trata-se de umagir que envolva os quatro segmen-tos de ação transformadora: gover-no, sociedade, família e Igreja. Di-versas iniciativas em prol das pes-soas idosas vêm sendo realizadasno País por órgãos públicos, enti-dades civis, organizações não-gover-namentais e instituições religiosasdas mais diversas denominações.Procurando valorizar essas iniciati-vas, a Campanha da Fraternidadequer intervir na realidade, reconhe-cendo que o desafio do envelheci-mento não é o problema, mas simos mitos, a desinformação, os pre-conceitos para com a pessoa idosae a falta de sentido da vida.

O agir da Campanha da Frater-nidade 2003 põe seu enfoque na ca-pacidade funcional de gerir a vidade forma independente, tanto doponto de vista físico, como do so-cial, do psicológico e do espiritual,priorizando ações preventivas, orien-tações específicas de preparação paraum aumento da longevidade digna,promoção e assistência social, edu-cação, trabalho, previdência social,habitação e urbanismo, justiça e ci-dadania, cultura, esporte e lazer,transporte e acesso aos serviços desaúde, entre outros. A prevenção, apreparação e o autocuidado paratanto passam, necessariamente, poruma grande mobilização em todo oBrasil, apoiando e articulando inicia-

tivas grandes ou pequenas. Essa éuma tarefa de todos.

Não estaria aqui uma grandeoportunidade de todas as unidadesde nossa Universidade se mobiliza-rem para um grande mutirão uni-versitário, para um gesto concretono campo específico de ação pasto-ral com as pessoas idosas? Essas ini-ciativas favorecerão os conhecimen-tos, o apoio mútuo e o fortalecimen-to dos laços sociais.

“A Campanhada Fraternidadequer intervir na

realidade,reconhecendo

que o desafio doenvelhecimento

não é o problema,mas sim os mitos,a desinformação,os preconceitos

para com apessoa idosa e afalta de sentido

da vida.”PADRE PEDRO

ALBERTO KUNRATHProfessor de Teologia e

Coordenador do Departamentode Cultura Religiosa da

Faculdade de Teologia da PUCRS

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