o divórcio e as responsabilidades parentais à luz da lei n...
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O Divórcio e as
Responsabilidades Parentais
à luz da Lei n.º 61/2008
Ordem dos Advogados / CDL / Luís
Nuno Perdigão / 28-10-09
Estrutura da apresentação
Normas e Diplomas alterados pela Lei n.º
61/2008 de 31/OUT
Modalidades do divórcio
Administrativo por mútuo consentimento
Fluxograma
Judicial
Por mútuo consentimento
Fluxograma
Sem o consentimento
Fluxograma
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Estrutura da apresentação
Consequências do divórcio
Alimentos
Partilha
Crédito de compensação
Destino e uso da casa de morada de
família
Reparação de danos
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Estrutura da apresentação
As responsabilidades parentais
Na constância do casamento
Após o divórcio
Na união de facto
Fora do casamento e união de facto
Resumo do regime das RP
Normas aplicáveis às RP
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Estrutura da apresentação
A mediação familiar
Bibliografia Consultada
Agradecimento por me terem ouvido /
lido!
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Normas e Diplomas alterados
Título I do Livro IV do Código Civil
◦ Art.º 1585.º
Secção I do Capítulo IX (do Título II
do Livro IV do Código Civil)
◦ Efeitos do casamento quanto às pessoas
e aos bens dos cônjuges: alterado o art.º
1676.º
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Normas e Diplomas alterados
Secção I do Capítulo XII (do Título II
do Livro IV do Código Civil)
Divórcio
◦ Subsecção I - Disposições gerais
Artigo 1773.º
Artigo 1774º
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Normas e Diplomas alterados
Subsecção II – Divórcio por mútuo
consentimento
1775.º
1776.º
1776.º-A – aditado
1777.º – revogado desde 2001
1778.º
1778.º-A
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Normas e Diplomas alterados
Subsecção III – Divórcio sem consentimento de um dos cônjuges◦ 1779º
◦ 1780.º - revogado
◦ 1781.º
◦ 1782.º - revogado o n.º 2
◦ 1783.º - revogado
◦ 1784.º - revogado desde 1998
◦ 1785.º
◦ 1786.º - revogado
◦ 1787.º - revogado
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Normas e Diplomas alterados
Subsecção IV – Efeitos do divórcio
◦ 1788.º - manteve-se a redacção
◦ 1789.º
◦ 1790.º
◦ 1791.º
◦ 1792.º
◦ 1793.º - aditado o n.º 3
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Normas e Diplomas alterados
Na SECÇÃO II do Capítulo XII (do
Título II do LIVRO IV do Código Civil)
◦ Separação judicial de pessoas e bens
1795.º-D
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Normas e Diplomas alterados
Na Subsecção IV do Capítulo II (do Título III do LIVRO IV do Código Civil)◦ Exercício das Responsabilidades
Parentais
o1901.º
o1902.º
o1903.º
o1904.º
o1905.º
o1906.º
o1907.ºo1908.ºo1909.ºo1910.ºo1911.ºo1912.º
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Normas e Diplomas alterados
No Capítulo II (do Título V do LIVRO
IV do Código Civil)
◦ Dos Alimentos
◦ Disposições Especiais
2016.º
2016.º-A – aditado
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Normas e Diplomas alterados
Alterações ao Código de Processo
Civil
◦ A epígrafe do Capítulo XVII do Título IV
do Livro III passou a ter a seguinte
redacção: “Do divórcio e separação sem
consentimento do outro cônjuge”
◦ A epígrafe do artigo 1421.º passa a ter a
seguinte redacção: “Conferência”
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Normas e Diplomas alterados
Alterações ao Código do Registo Civil◦ Alterado o artigo 272.º
Alterações ao Decreto-Lei n.º 272/2001 de 13/OUT (procedimentos perante a Conservatória do Registo Civil)◦ Alterados os artigos 12.º, n.º 1, alínea b) e
14.º, n.º 3
Alterações ao Código Penal◦ Alterados os artigos 249.º e 250.º
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Modalidades do divórcio
Divórcio administrativo◦ Divórcio por mútuo consentimento
Implica necessariamente os cônjuges estarem de acordo quanto a todas as matérias
Divórcio judicial◦ Divórcio sem consentimento
◦ Divórcio por mútuo consentimento
Diferente do divórcio administrativo, quando os cônjuges não estão de acordo quanto a todas as matérias, mas apenas quanto ao facto de se quererem divorciar
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Divórcio administrativo por mútuo
consentimento
Corre termos junto de qualquer conservatória do registo civil
É obrigatório que os cônjuges apresentem todos os acordos complementares previstos no art.º 1775.º/1/CC◦ Vd. DL n.º 272/2001 de 13/OUT com as
rectificações introduzidas pela declaração de rectificação n.º 20-AR/2001 de 30/NOV e as alterações do DL n.º 324/2007 de 28/SET e L. n.º 61/2008 de 31/OUT
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Divórcio administrativo por mútuo
consentimento
Acordos de apresentação obrigatória◦ Relação especificada dos bens comuns, com
indicação dos respectivos valores
Se os cônjuges optarem pela modalidade divórcio com partilha, apresentação de acordo sobre a partilha ou pedido de elaboração do mesmo
◦ Acordo sobre o exercício de responsabilidades parentais
Quando existam filhos menores
Desde que não regulado tal exercício judicialmente
Se as RP já estiverem reguladas judicialmente, há que juntar certidão judicial dessa regulação
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Divórcio administrativo por mútuo
consentimento
Acordos de apresentação obrigatória
(conntinuação)
◦ Acordo sobre a prestação de alimentos
ao cônjuge que deles careça
◦ Acordo sobre o destino da casa de
morada de família
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Divórcio administrativo por mútuo
consentimento
É de notar que Lei n.º 61/2008 permitiu
que os interessados peçam ao
conservador ou aos oficiais de registo
que elaborem os acordos acabados de
referir e até o modo da partilha (cfr.
art.º 272.º/2/Código Registo Civil)
Devem ainda juntar certidão da
escritura de convenção antenupcial, se
a houver
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Divórcio administrativo por mútuo
consentimento
Aquando da recepção do pedido, o
conservador deve informar de imediato
os cônjuges da existência e objectivos
dos serviços de mediação familiar
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Divórcio administrativo por mútuo
consentimento
• Esta modalidade de divórcio por
mútuo consentimento é requerido a
todo o tempo, junto de uma
conservatória do registo civil à escolha
dos cônjuges, e apresentado pelos
cônjuges ou seus procuradores
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Divórcio administrativo por mútuo
consentimento
Não havendo fundamento para
indeferimento liminar, os cônjuges são
convocados para uma conferência
Na conferência, deixou de ter lugar
qualquer tentativa de conciliação
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Divórcio administrativo por mútuo
consentimento
Caso haja filhos menores, e caso não exista prévia regulação judicial (ou por outra forma válida) de responsabilidades parentais, o conservador remete o processo ao MP junto do tribunal de primeira instância da circunscrição a que pertence a conservatória – art.º 1776.º-A/CC
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Divórcio administrativo por mútuo
consentimento
• O MP dispõe do prazo de 30 dias para
se pronunciar sobre o acordo, em
especial se este tem em conta e
acautela os reais interesses dos(s)
menor(es)
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Divórcio administrativo por mútuo
consentimento
Se o MP der parecer negativo sobre o
acordo relativo ao exercício das RP,
propondo suas alterações:
◦ O conservador, após a recepção do
processo vindo do MP, notifica os
cônjuges para que, em dez dias (art.º
153.º/CPC):
Apresentem novo acordo ou
Alterem o acordo apresentado em
conformidade com o parecer do MP
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Divórcio administrativo por mútuo
consentimento
Os requerentes poderão:◦ Apresentar novo acordo – o processo
retorna ao MP para que este se pronuncie sobre o novo acordo
◦ Alterar o seu acordo nos termos propostos pelo MP – marca-se dia para a conferência de divórcio
◦ Discordam do MP e não pretendem alterar o acordo quanto às RP, mantendo o propósito de se divorciar – o processo é remetido ao tribunal
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Divórcio administrativo por mútuo
consentimento
No caso de remessa ao tribunal:
◦ O legislador atribuiu competência neste caso
ao tribunal de comarca, de competência
genérica – solução criticada por Tomé
d’Almeida Ramião
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Divórcio administrativo por mútuo
consentimento
• Note-se que o conservador também
poderá remeter ex officio o processo
ao tribunal (de comarca…) se
entender que os acordos não
acautelam os interesses de algum dos
cônjuges
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Divórcio administrativo por mútuo
consentimento
É relevante referir que, na conferência (vd. art.º 1776.º/1/CC) o conservador pode convidar os cônjuges a alterar todos ou algum dos acordos, caso entenda que os mesmos não acautelam os interesses de algum deles ou dos filhos – a referência aqui feita ao interesse dos filhos causa alguma estranheza, pois não é o conservador quem aprecia, nos termos deste preceito, os acordos referentes ao exercício das responsabilidades parentais, mas sim o MP
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Divórcio administrativo por mútuo
consentimento
Cremos que este preceito estará mais vocacionado para os casos em que o MP não se pronunciou expressamente, e dando assim uma oportunidade ao conservador para propor alterações ao acordo apresentado pelos requerentes quanto às responsabilidades parentais
O conservador, no caso de propor alterações quanto a qualquer dos acordos nos termos acabados de referir, pode para determinar a prática de actos (p.ex., inquérito social) e a produção de prova
Após esta fase, homologa os acordos e decreta o divórcio, devendo ao invés remeter o processo ao Tribunal caso entenda que os acordos não tutelam devidamente requerentes e/ou filhos
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Divórcio administrativo por mútuo
consentimento
Chamada de atenção para o art.º
1776.º/3/CC:
As decisões proferidas pelo
conservador no divórcio por mútuo
consentimento produzem os
mesmos efeitos das sentenças
judiciais sobre idêntica matéria
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Divórcio administrativo por mútuo
consentimento
• Entendemos, porém, que o conservador não pode
decidir em lugar dos cônjuges quanto aos acordos
cujo conteúdo não merece a concordância do
conservador, apesar da redacção do art.º
1776.º/1/fine
• Apenas pode convidar os cônjuges a alterá-los
determinando para tanto a prática dos actos e a
produção de prova eventualmente necessária
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Divórcio administrativo por mútuo
consentimento
• Terá de recusar a homologação dos
acordos caso com eles não concorde
e não decretar o divórcio, remetendo o
processo ao tribunal nos termos e
para os efeitos do disposto no art.º
1778.º/CC
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Divórcio administrativo por mútuo
consentimento
Convém referir que, havendo acordos, e sendo decretado o divórcio, o conservador deverá homologar tais acordos, embora a actual redacção do art.º 1778.º/CC já não se refira expressamente à homologação
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Divórcio administrativo por mútuo
consentimento
• Qualquer dos cônjuges pode desistir a
todo o momento do pedido de divórcio
ou separação de pessoas e bens,
devendo o conservador homologar a
desistência
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Divórcio administrativo por mútuo
consentimento
Se faltar um ou ambos os cônjuges à
conferência, o processo aguardará que
seja requerida a designação de novo dia
(art.º 1776.º/CC + 1422.º/2/CPC)
A instância será declarada interrompida
pelo conservador, caso tal requerimento
não seja efectuado no prazo de um ano
(cfr. art.º 285.º/CPC, ex vi do art.º 19.º
DL 272/2001)
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Divórcio administrativo por mútuo
consentimento
O cônjuge ausente do continente ou
ilha em que tiver lugar a conferência
ou que se encontre impossibilitado de
comparecer poderá fazer-se
representar por procurador com
poderes especiais
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Divórcio administrativo por mútuo
consentimento
O artigo 1776.º/2/CC manda aplicar
ao processo de divórcio administrativo
os artigos 1420.º, 1422.º/2 e 1424.º,
todos do CPC
Ora, o art.º 1421.º/CPC é inteiramente
aplicável ao divórcio administrativo,
havendo um lapso (Tomé d’Almeida
Ramião) na sua não referência no
texto do artigo 1776.º/2/CC
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Divórcio administrativo por mútuo
consentimento
A remissão para o citado art.º 1421.º/CPC decorre, aliás, do art.º 14.º/8/DL n.º 272/2001 e 275.º/5/Cód.Reg.Civ. – disposições não revogadas pela Lei n.º 61/2008
Não cabe recurso do convite à alteração dos acordos
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Divórcio administrativo por mútuo
consentimento
Das decisões do conservador cabe recurso para o Tribunal da Relação (cfr. Arts. 274.º, 288.º, e 289.º do Cód.Reg.Civ.)
Porém, da decisão de remessa do processo para o tribunal de comarca não cabe recurso
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Divórcio administrativo em caso de
remessa para o tribunal judicial
Em caso de remessa para o tribunal, o juiz aprecia os acordos que os cônjuges apresentaram, convidando-os a alterá-los se continuar a entender que não salvaguardam os interesses de algum deles ou dos filhos
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Divórcio administrativo em caso de
remessa para o tribunal judicial
• O juiz continuará a poder sindicar a
posição do MP quanto ao acordo do
exercício das RP e a posição do
conservador quanto aos restantes
acordos
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Divórcio administrativo em caso de
remessa para o tribunal judicial
Se o juiz não concordar com a
posição do MP e do conservador por
entender que os acordos
efectivamente salvaguardam os
interesses dos filhos e cônjuges
deverá homologá-los e decretar o
divórcio (ou a separação judicial de
pessoas e bens)
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Divórcio administrativo em caso de
remessa para o tribunal judicial
Se o juiz também entender que os
acordos devem ser alterados, convida os
cônjuges a alterá-los, homologando-os e
decretando o divórcio se do consenso
resultar a salvaguarda dos interesses
em apreço
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Divórcio administrativo em caso de
remessa para o tribunal judicial
• Se não se obtiver o consenso, o
processo terá de prosseguir para que
sejam decididas todas as matérias
divergentes
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Divórcio administrativo em caso de
remessa para o tribunal judicial
Saliente-se que, mantendo os
cônjuges o propósito de se
divorciarem, o divórcio terá de ser
decretado, imediatamente após a
decisão pelo juiz das matérias em que
não tenha havido acordo ou que não
acautelem os interesses dos cônjuges
e / ou dos filhos menores
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1
Conserva-dor propõe alterações?
NãoConservador homologa os acordos e decreta o
divórcio
FIM
Sim
2
Reque-rentes
modificam os
acordos?
NãoConservador remete processo ao tribunal de
primeira instância
MP dá parecer
negativo?
Sim
2
Divórcio administrativo
Pedido em qualquer conservatória
Conservador informa sobre existência e
objectivos da mediação familiar
Há filhos menores
sem prévia regulação das RP?
Não
SimConservador remete
processo ao MP junto do tribunal de primeira
instância
Conferência (proibida a tentativa de conciliação)
1
Não
Nota: com todos os acordos do
1775º/CC
FIM
Sim
De acordo com o
proposto?Sim
1
Não
3
Conferência (proibida a tentativa de conciliação)
1 de 2
3
Progeni-tores
apresentam novo
acordo?
NãoConservador remete
processo ao tribunal de primeira instância
FIM
Sim
MP dá parecer
negativo?
Sim
2
Conservador remete processo ao MP junto
do tribunal de primeira instância
Não
1
Conferência (proibida a tentativa de conciliação)
O conservador pode rejeitar liminarmente o pedido de
divórcio
Notas e observações
O conservador pode remeter ex officio o processo ao tribunal (de
comarca) se entender que os acordos não acautelam os interesses de algum dos
cônjuges
Após convite do conservador para alteração dos acordos, ele pode determinar a prática de actos e a produção de prova eventualmente necessários
2 de 2
Divórcio judicial com mútuo consentimento
A lei n.º 61/2008 permite divórcio
judicial por mútuo consentimento no
caso de os cônjuges não
apresentarem todos ou algum dos
acordos complementares
É a vontade de ambos os cônjuges,
neste caso, que constitui requisito
para esta forma de divórcio
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Divórcio judicial com mútuo consentimento
Aplica-se o art. 1778.º-A/CC
No seu n.º 1 diz-se que o requerimento “é apresentado no tribunal”
No art. 1778.º/CC diz-se que o processo é remetido ao tribunal da comarca a que pertença a conservatória, por decisão do conservador, como vimos
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Divórcio judicial com mútuo consentimento
Deve entender-se, porém, que no art.
1778.º-A/CC o legislador pretende
que a competência seja dos tribunais
de família e menores e já não do de
comarca – solução defendida por
Tomé d’Almeida Ramião
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Divórcio judicial com mútuo consentimento
Embora o n.º 1 do art. 1778.º-A/CC se
refira aos acordos previstos pelo art.
1775.º/1/CC, entre os quais relação
especificada dos bens comuns ou
acordo sobre a partilha dos mesmos,
convém precisar que apenas deve ser
entregue acordo sobre partilha nos
divórcios administrativos
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Divórcio judicial com mútuo consentimento
Ou seja, o art. 1778.º-A/1/CC contém
uma remissão imprecisa pois neste
divórcio judicial por mútuo
consentimento em que falte algum dos
acordos, o juiz não pode decidir sobre
a partilha dos bens comuns
Quanto aos acordos efectivamente
apresentados, deverão ser
homologados pelo Tribunal
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Divórcio judicial com mútuo consentimento
O que significa o art. 1778.º-A/3/CC?
◦ “O juiz fixa as consequências do divórcio
nas questões referidas no n.º 1 do art.
1775.º sobre que os cônjuges não
tenham apresentado acordo, como se se
tratasse de um divórcio sem
consentimento de um dos cônjuges”
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Divórcio judicial com mútuo consentimento
Não se trata de remeter para o regime
processual dos artigos 1407.º e
1408.º/CPC (divórcio e separação
sem consentimento do outro cônjuge)
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Divórcio judicial com mútuo consentimento
Recorde-se que continuamos perante
divórcio por mútuo consentimento,
previsto processualmente nos artigos
1419.º a 1424.º/CPC
O que se pretende é que o juiz fixe as
consequências do divórcio nas
questões em que haja desacordo
entre os cônjuges
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Divórcio judicial com mútuo consentimento
Assim, nesta modalidade os cônjuges apresentam os acordos que obtiveram
Pretendendo ambos a decretação do divórcio
Mas assumindo a posição de requerente ou requerido nas questões em que não há acordo, pois só assim se pode entender o alcance do n.º 3 do art. 1778.º-A/CC:◦ “O juiz fixa as consequências do divórcio nas
questões referidas no n.º 1 do art. 1775.º sobre que os cônjuges não tenham apresentado acordo, como se se tratasse de um divórcio sem o consentimento de um dos cônjuges” – subl. nosso
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Divórcio judicial com mútuo consentimento
Logo, p.ex., o cônjuge que pretenda
alimentos tem de alegar todos os
factos que sustentam essa pretensão,
a justa medida dos alimentos que
pretende, etc.
Ou que tem necessidade da casa de
morada de família, etc.
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Divórcio judicial com mútuo consentimento
Este processo é de jurisdição voluntária, em que o juiz não decide por critérios de legalidade, mas pela equidade
Com apresentação de todos os meios de prova (art.º 1409.º/CPC e art.º 303.º/CPC, para o qual o primeiro remete)
Regendo sobre esta modalidade de divórcio os arts. 1419.º a 1422.º, e 1424.º/CPC; 1409.º a 1411.º/CPC; e 1773.º/2, 1774.º, 1778.º-A/CC
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Divórcio judicial com mútuo consentimento
No que respeita à aplicação dos arts. 1409.º a 1411.º/CPC e 302.º a 304.º/CPC, o tribunal investiga livremente os factos, ordena os inquéritos que entender e recolhe as informações convenientes (ainda que com base em requerimento de qualquer das partes)
Só são admissíveis as provas que o juiz entenda necessárias
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Divórcio judicial com mútuo consentimento
Realizados todos os actos determinados pelo juiz e produzida a prova, o juiz profere decisão sobre as questões sobre as quais não houve acordo, devendo promover o acordo de ambos os cônjuges e tomá-lo em consideração, se tal acordo vier a ser obtido na pendência do processo
Homologa todos os acordos (ie, os apresentados inicialmente e os obtidos na pendência)
Decreta o divórcio, depois de decididas todas as questões em que não houve acordo
Ordem dos Advogados / CDL / Luís
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Divórcio judicial com mútuo consentimento
Em súmula:
1. O requerimento é apresentado no Tribunal
se os cônjuges não o acompanharem de
alguns dos acordos previsto no artigo
1775.º/1/CC (cfr. ainda art. 1773.º/2/CC)
2. Recebido o requerimento, o juiz aprecia os
acordos que os cônjuges tiverem
apresentado, convidando-os a alterá-los se
esse acordos não acautelarem
suficientemente os interesses de algum
deles ou dos filhos
Ordem dos Advogados / CDL / Luís
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Divórcio judicial com mútuo consentimento
3. O juiz fixa as consequências do divórcio nas questões referidas no artigo 1775.º/ 1/CC sobre as quais os cônjuges não tenham apresentado acordo, como se se tratasse de um divórcio sem consentimento de cada um dos cônjuges
4. Tanto para os pontos 2. e 3., o juiz pode determinar a prática de actos e a produção de prova eventualmente necessária
Ordem dos Advogados / Deleg. Torres
Vedras / Luís Nuno Perdigão
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Divórcio judicial com mútuo consentimento
5. O juiz decreta em seguida o divórcio,
procedendo ao seu registo
6. Na determinação das consequências
do divórcio, o juiz deve sempre
promover e levar em conta o acordo
dos cônjuges
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1
Juiz decide sobre as matérias cobre as quais ainda não houve acordo
FIM
2
Requeren-tes
alteram?
Divórcio judicial por mútuo
Pedido junto do tribunal de família e
menores
Juiz examina os acordos
Juiz convida a
alterações?
Sim
Não
1
Não
Nota: quanto falte algum dos acordos do 1775º/CC
2
Juiz decide sobre as matérias sobre as quais
não houve acordo
Sim
Juiz decreta o divórcio e procede ao seu registo
Juiz decreta o divórcio e procede ao seu registo
FIM
1 de 2
O juiz deve, antes de decidir, promover e levar em conta o
acordo dos cônjuges
Notas e observações
O tribunal investiga livremente os factos, ordena os inquéritos que
entender e recolhe as informações convenientes (ainda que com base em requerimento de qualquer das
partes)
Só são admissíveis as provas que o juiz entenda
Notas e observações
Este processo é de jurisdição voluntária, com apresentação de
todos os meios de prova
Realizados todos os actos determinados pelo juiz e
produzida a prova, o juiz profere decisão sobre as questões sobre
as quais não houve acordo
Os cônjuges apresentam os acordos que obtiveram, assumindo a posição de
requerente ou requerido nas questões em que não há acordo
2 de 2
Divórcio sem consentimento de um dos
cônjuges – casos possíveis
Casos em que é admissível:
◦ Separação de facto
◦ Alteração das faculdades mentais
◦ Ausência sem notícias
◦ Ruptura definitiva
Ordem dos Advogados / CDL / Luís
Nuno Perdigão / 28-10-09Índice
Divórcio sem consentimento de um dos
cônjuges – separação de facto
Art.º 1781.º/a)/CC
Por um ano consecutivo
Quando não há comunhão de vida
◦ Separação de leito, mesa e habitação
Intenção de um ou ambos os cônjuges
em não restabelecer a vida em comum
A mera propositura da acção demonstra
o propósito de não restabelecer a
comunhão de vida
Ordem dos Advogados / CDL / Luís
Nuno Perdigão / 28-10-09Índice
Divórcio sem consentimento de um dos
cônjuges – separação de facto
A separação de facto tem de estar verificada há um ano (ou mais) ao tempo da propositura da acção
Se os cônjuges não habitam, porque, p.ex., trabalham longe um do outro, não há separação de facto – para havê-lo tem de haver o elemento subjectivo de não querer (algum deles) retomar a plena comunhão de vida conjugal
Trata-se de uma de divórcio independente de culpa do(s) cônjuge(s)
Ordem dos Advogados / CDL / Luís
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Divórcio sem consentimento de um dos
cônjuges – alteração faculdades mentais
Art.º 1781.º/b)/CC
Alteração das faculdades mentais do
cônjuge contra o qual o divórcio é
pedido
Que dure (a alteração das faculdades
mentais) há mais de um ano
Que seja grave
E que comprometa a vida em comum
Ordem dos Advogados / CDL / Luís
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Divórcio sem consentimento de um dos
cônjuges – alteração faculdades mentais
Compromete a vida em comum se a manutenção do casamento for um sacrifício exagerado para o requerente
Deve ponderar-se um cônjuge “ideal”:◦ Um cônjuge razoável
◦ Com entendimento normal
◦ Com são entendimento
◦ Tendo-se presente o grau de educação e a sensibilidade moral dos cônjuges
Ordem dos Advogados / CDL / Luís
Nuno Perdigão / 28-10-09Índice
Divórcio sem consentimento de um dos
cônjuges – alteração faculdades mentais
Só pode ser requerido pelo cônjuge que invoca a alteração
A ele incumbe o ónus da prova
O requerente fica obrigado a indemnizar o requerido pelos danos morais que cause o divórcio
O pedido de indemnização tem de ser formulado na acção de divórcio
Trata-se de uma causa objectiva e independente de culpa do(s) cônjuge(s)
Ordem dos Advogados / CDL / Luís
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Divórcio sem consentimento de um dos
cônjuges – ausência sem notícias
Art.º 1781.º/c)/CC
Trata-se também de uma causa
objectiva e independente de culpa
do(s) cônjuge(s)
Ausência sem notícias por período de
um ano ou superior
Sem que haja notícias do cônjuge
ausente, seja por parte deste, seja por
parte de terceiros
Ordem dos Advogados / CDL / Luís
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Divórcio sem consentimento de um dos
cônjuges – ruptura definitiva do casamento
Art.º 1781.º/d)/CC
Abolição do divórcio-sanção e da culpa como fundamento litigioso do divórcio
Qualquer cônjuge, sem o consentimento do outro, pode obter o divórcio desde que demonstre a existência de ruptura definitiva do casamento e independentemente de culpa de qualquer deles na ocorrência dessa ruptura definitiva
Ordem dos Advogados / CDL / Luís
Nuno Perdigão / 28-10-09Índice
Divórcio sem consentimento de um dos
cônjuges – ruptura definitiva do casamento
Esta figura de divórcio aplica-se
quando não seja possível utilizar as
demais que o art.º 1781.º/CC
prescreve
◦ P.ex., se a separação de facto for inferior
a um ano, não será causa autónoma de
divórcio: neste caso, a separação de
facto, em si, não demonstra a ruptura
definitiva do casamento
Ordem dos Advogados / CDL / Luís
Nuno Perdigão / 28-10-09Índice
Divórcio sem consentimento de um dos
cônjuges – ruptura definitiva do casamento
A ruptura definitiva do casamento tem de assentar em factos objectivos e alegados pelo interessado
Tendo presente os deveres conjugais dos arts. 1674.º a 1676.º/CC, pode ser necessário alegar a violação de qualquer deles, por vontade culposa do outro cônjuge – p.ex., por um deles ter abandonado o lar conjugal e ido viver com um terceiro(a)
Ordem dos Advogados / CDL / Luís
Nuno Perdigão / 28-10-09Índice
Divórcio sem consentimento de um dos
cônjuges – ruptura definitiva do casamento
Por outras palavras: desapareceu a
questão da culpa enquanto pressuposto
do direito ao divórcio e seu elemento
integrante
Mas não enquanto elemento
demonstrativo da “ruptura definitiva” do
casamento
Presentemente, o tribunal não pode
declarar a culpa de nenhum dos
cônjuges no divórcioOrdem dos Advogados / CDL / Luís
Nuno Perdigão / 28-10-09Índice
Divórcio sem consentimento de um dos
cônjuges – ruptura definitiva do casamento
Esta modalidade passou a assentar
apenas no facto objectivo,
independentemente da prova da culpa
Mesmo que tal facto seja praticado
culposamente
Ordem dos Advogados / CDL / Luís
Nuno Perdigão / 28-10-09Índice
Divórcio sem consentimento de um dos
cônjuges – ruptura definitiva do casamento
O divórcio, aqui, depende apenas da
verificação da ruptura definitiva do casamento
Podendo os factos constituir ou não, e em si,
uma violação culposa de qualquer dever
conjugal
Naturalmente que, se um dos cônjuges
abandona o lar conjugal para ir viver com um
terceiro, violou, de todo o modo, e de forma
culposa e grave, e ilicitamente, os deveres de
coabitação, fidelidade e respeito
Ordem dos Advogados / CDL / Luís
Nuno Perdigão / 28-10-09Índice
Divórcio sem consentimento de um dos
cônjuges – ruptura definitiva do casamento
A prova da culpa é assim irrelevante para
que se decrete o divórcio
Mas os factos podem assentar – ou não –,
na culpa de algum dos cônjuges
Factos que não se consubstanciem em
violação culposa dos deveres conjugais
são agora fundamento de divórcio
◦ P.ex., a falta de laços afectivos de um cônjuge
pelo outro, de molde a que este não pretenda
manter o casamento, será facto integrador no
conceito legal de ruptura definitiva
Ordem dos Advogados / CDL / Luís
Nuno Perdigão / 28-10-09Índice
Divórcio sem consentimento de um dos
cônjuges – ruptura definitiva do casamento
Processo especial: arts. 1407.º e
1408.º/CPC
O autor tem de narrar a factualidade
fundamentadora do pedido, bem
como o pedido e demais elementos
prescritos pelo art.º 467.º/CPC
Ordem dos Advogados / CDL / Luís
Nuno Perdigão / 28-10-09Índice
Divórcio sem consentimento de um dos
cônjuges – ruptura definitiva do casamento
Pode também formular pedido de fixação de regime provisório (cfr. art.º 1407.º/7/CPC) quanto:
◦ Ao exercício de responsabilidades parentais [o 1407.º/7/CPC ainda refere “exercício do poder paternal”…]
◦ Ao destino da casa de morada de família
Ordem dos Advogados / CDL / Luís
Nuno Perdigão / 28-10-09Índice
Divórcio sem consentimento de um dos
cônjuges – ruptura definitiva do casamento
• Caso necessite de alimentos, é
também na acção de divórcio que o
cônjuge que deles careça deduz o
respectivo pedido (cfr. art.
470.º/2/CPC) e articula os respectivos
factos
Ordem dos Advogados / CDL / Luís
Nuno Perdigão / 28-10-09Índice
Divórcio sem consentimento de um dos
cônjuges – ruptura definitiva do casamento
Tribunal competente: o de família e menores da área do domicílio do autor
Caso não exista: o tribunal cível
Ordem dos Advogados / CDL / Luís
Nuno Perdigão / 28-10-09Índice
Divórcio sem consentimento de um dos
cônjuges – ruptura definitiva do casamento
1774.º/CC: antes do início do processo de divórcio o tribunal (e a conservatória) devem informar da existência e objectivos dos serviços de mediação familiar
◦ Tendo em conta que as acções se iniciam pelo CITIUS, este artigo é de nula aplicação…
◦ Terá de ser na tentativa de conciliação que o tribunal terá de e poderá cumprir esta obrigação legal, interpretando-se desta forma aquele artigo
Ordem dos Advogados / CDL / Luís
Nuno Perdigão / 28-10-09Índice
Divórcio sem consentimento de um dos
cônjuges – ruptura definitiva do casamento
Após a apresentação da petição, se a acção estiver em condições de prosseguir, é designada data para a tentativa de conciliação
O autor é notificado dessa data e o réu citado para comparecerem pessoalmente ◦ No caso de estarem ausentes do continente
ou ilha onde decorre o processo, podem fazer-se representar por mandatário com poderes especiais, sob pena de multa
Ordem dos Advogados / CDL / Luís
Nuno Perdigão / 28-10-09Índice
Divórcio sem consentimento de um dos
cônjuges – ruptura definitiva do casamento
O autor é notificado dessa data e o réu citado para comparecerem pessoalmente
◦ No caso de estarem ausentes do continente ou ilha onde decorre o processo, podem fazer-se representar por mandatário com poderes especiais, sob pena de multa
Ordem dos Advogados / CDL / Luís
Nuno Perdigão / 28-10-09Índice
Divórcio sem consentimento de um dos
cônjuges – ruptura definitiva do casamento
A tentativa de conciliação é obrigatória – 1779.º/1/CC
Só não se realizará se o réu for ausente em parte incerta e após o tribunal ter realizado as diligências do art.º 244.º/CPC
Se houver conciliação, ficará a constar a desistência do pedido na acta e o juiz absolvirá o réu da instância (299.º/2 e 300.º/CPC)
Ordem dos Advogados / CDL / Luís
Nuno Perdigão / 28-10-09Índice
Divórcio sem consentimento de um dos
cônjuges – ruptura definitiva do casamento
Na falta de conciliação, o juiz procurará o consenso dos cônjuges para o divórcio mutuamente consentido◦ Se existir consenso para tal e também
quanto a todos os acordos complementares, homologam-se e decreta-se o divórcio por mútuo consentimento (1407.º/4, 1419.º, 1421.º/CPC)
Durante a formação do consenso, o juiz poderá convidar os cônjuges a alterar os acordos para acautelar os interesses de um deles ou do(s) filho(s)
Ordem dos Advogados / CDL / Luís
Nuno Perdigão / 28-10-09Índice
Divórcio sem consentimento de um dos
cônjuges – ruptura definitiva do casamento
◦ Se não houver consenso quanto aos acordos, mas apenas para a convolação em si, seguir-se-á os termos do processo de divórcio por mútuo consentimento (previsto pelo art.º 1778.º-A/CPC) O juiz decidirá as questões sobre as quais não houve
acordo e decretará o divórcio mutuamente consentido
A convolação em divórcio por MC poderá ocorrer até ao trânsito em julgado da decisão final – 1407.º/3/CPC◦ Mas, se o divórcio por MC não vier a ser
decretado por motivo que não seja a reconciliação, qualquer das partes pode pedir a renovação da instância de divórcio sem o consentimento de um dos cônjuges
Ordem dos Advogados / CDL / Luís
Nuno Perdigão / 28-10-09Índice
Divórcio sem consentimento de um dos
cônjuges – ruptura definitiva do casamento
Não se obtendo conciliação nem acordo para a convolação para divórcio por MC, o juiz procurará obter o acordo◦ Quanto aos alimentos e exercício das RP do(s)
menor(es)
◦ Quanto ao destino da casa de morada de família na pendência do processo – 1407.º/2
◦ NOTA: a Jurisprudência entende que estes acordos serão apenas para valer na pendência do processo – transitado em julgado que decretou ou negou o divórcio, estes acordo caducam, havendo que lançar mão dos meios processuais adequados para decidir as suas matérias – cfr. acs. STJ de 5/NOV/97 e 20/OUT/2008
Ordem dos Advogados / CDL / Luís
Nuno Perdigão / 28-10-09Índice
Divórcio sem consentimento de um dos
cônjuges – ruptura definitiva do casamento
◦ E é permitido que o juiz, a todo o tempo, regule essas matérias provisoriamente, ordenando previamente a realização das diligências necessárias – art.º 1407.º/7/CPC
◦ O juiz está aqui apenas sujeito a critérios de conveniência e oportunidade
◦ Pode regular tais matérias se o quiser e quando quiser por sua iniciativa
◦ Ou após requerimento da(s) parte(s) nesse sentido
Ordem dos Advogados / CDL / Luís
Nuno Perdigão / 28-10-09Índice
Divórcio sem consentimento de um dos
cônjuges – ruptura definitiva do casamento
Se tiver faltado alguma das partes ou
não sendo possível a sua conciliação
nem o acordo para o divórcio com
MC, o juiz ordena a notificação do réu
para contestar em 30 dias, se estiver
presente – 1407.º/5 (sem prejuízo de
poder multar a parte ausente)
Ordem dos Advogados / CDL / Luís
Nuno Perdigão / 28-10-09Índice
Divórcio sem consentimento de um dos
cônjuges – ruptura definitiva do casamento
Não havendo de contestação (sendo
que não há confissão) não haverá
mais articulados e o autor é notificado
para em 10 dias apresentar o rol de
testemunhas (máximo: 8) e requerer
outras provas, seguindo-se a
designação de audiência e o
julgamento
Ordem dos Advogados / CDL / Luís
Nuno Perdigão / 28-10-09Índice
Divórcio sem consentimento de um dos
cônjuges – ruptura definitiva do casamento
Havendo contestação, seguem-se os
termos do processo ordinário
◦ Na contestação pode ser deduzido pedido
reconvencional
◦ Ser pedido um regime provisório quanto
às matérias do art.º 1407.º/7/CPC
◦ E ser deduzido pedido de alimentos
contra o autor
Ordem dos Advogados / Deleg. Torres
Vedras / Luís Nuno Perdigão
Ordem dos Advogados / CDL / Luís
Nuno Perdigão / 28-10-09Índice
Divórcio sem consentimento de um dos
cônjuges – ruptura definitiva do casamento
Tomé Ramião entende que a dedução de pedido reconvencional na acção de divórcio por ruptura definitiva do casamento “parece não fazer sentido”◦ É que, abolida a declaração da culpa, e a exclusão
da culpa enquanto facto constitutivo do direito ao divórcio, se o cônjuge réu reconvir com a decretação do divórcio, estarão reunidas as condições para a prossecução dos autos como de divórcio por MC; o juiz decidirá quanto a alimentos, e outros acordos em falta, como na acção de divórcio por MC, e decretará o divórcio; só quando for importante fixar para efeitos patrimoniais a data da separação de facto (cfr. 1779.º/2/CC) poderá ter utilidade prosseguir a acção de divórcio com a sua normal tramitação
Ordem dos Advogados / CDL / Luís
Nuno Perdigão / 28-10-09Índice
Divórcio sem consentimento de um dos
cônjuges – ruptura definitiva do casamento
Os efeitos pessoais do divórcio (extinção da relação matrimonial) produzem-se a partir do trânsito em julgado da decisão
Os efeitos patrimoniais:◦ Quanto aos cônjuges, contam-se a partir da
data de entrada da acção de DsC
Apenas se a separação de facto estiver provada, pode qualquer dos cônjuges requerer que os efeitos patrimoniais do divórcio retrotraiam
◦ Quanto a terceiros, os efeitos patrimoniais do divórcio só podem ser-lhes opostos após a data do registo da sentença
Ordem dos Advogados / CDL / Luís
Nuno Perdigão / 28-10-09Índice
Divórcio sem consentimento de um dos
cônjuges – ruptura definitiva do casamento
O divórcio é averbado ao assento de
casamento e ao de nascimento
O tribunal comunica electronicamente
o divórcio no prazo de cinco dias após
o trânsito em julgado da decisão
Ordem dos Advogados / CDL / Luís
Nuno Perdigão / 28-10-09Índice
1
Consenso para
acordos?
SimJuiz homologa os
acordos e decreta o divórcio
FIM
Não
Divórcio sem consentimento
Petição inicial(Tribunal de Família e
Menores)
Tentativa de conciliação
Não
SimConstará desistência do pedido na acta e o juiz
absolvirá o réu da instância
1
Conciliação?
FIM
Consenso para
divórcio por mútuo?
Sim
Não
2
Passa a seguir os termos de divórcio
judicial com mútuo sem todos os acordos
Ver fluxograma verde
2
Juiz procurará acordo quanto aos alimentos e
exercício das RP
Idem, quanto ao destino da casa de
morada de família na pendência do processo
31 de 2
3
Sim
Segue para julgamento
A convolação em divórcio por mútuo poderá ocorrer até ao
trânsito em julgado da decisão final
Notas e observações
Juiz pode a todo o tempo, por sua iniciativa ou a requerimento,
regular provisoriamente as matérias compreendidas nos
acordos complementares
Na contestação, pode haver reconvenção quanto a alimentos
devidos ao outro cônjuge
Notificação do réu para contestar em 30 dias
Contestação?Não Autor é notificado para
indicar meios de prova (10 dias)
Segue termos da acção ordinária
FIM DO FLUXOGRAMA
2 de 2
Consequências do divórcio – alimentos
Art.º 2016.º/1/CC – após o divórcio, cada cônjuge deve prover ao seu sustento
2016.º/2/CC: após o divórcio, qualquer cônjuge tem direito a alimentos
2016.º-A/1/CC: na determinação do montante desses alimentos atende-se:◦ À duração do casamento
◦ À colaboração prestada à economia do casal
◦ Idade e estado de saúde dos (ex-)cônjuges
◦ Qualificações profissionais e possibilidades de emprego
◦ Tempo que terão de dedicar à criação de filhos comuns
◦ Os seus rendimentos e proventos
◦ Um novo casamento ou união de facto
◦ Todas as circunstâncias que influam sobre as necessidades do alimentante e do alimentando
Ordem dos Advogados / CDL / Luís
Nuno Perdigão / 28-10-09Índice
Consequências do divórcio – alimentos
Medida dos alimentos, 2004.º/2:
◦ Necessidade do alimentando
◦ Possibilidades do alimentante
◦ Possibilidade de o alimentando prover à
sua subsistência
Não se deve exigir que o alimentante
preste alimentos de sorte que coloque
em risco a sua subsistência
Ordem dos Advogados / CDL / Luís
Nuno Perdigão / 28-10-09Índice
Consequências do divórcio – alimentos
É ao requerente de alimentos quem
incumbe o ónus da prova das suas
necessidades e de que o alimentante
as pode prestar
2016.º-A/3/CPC: o credor de
alimentos não tem o direito de manter
o mesmo padrão de vida de que
gozou enquanto casado
Ordem dos Advogados / CDL / Luís
Nuno Perdigão / 28-10-09Índice
Consequências do divórcio – alimentos
2005.º/CC: em regra, são prestados em dinheiro
São devidos desde a propositura da acção (2006.º/CC)
Características da obrigação alimentar:◦ Indisponível
◦ Impenhorável
◦ Incompensável
◦ Actual (proporcionalidade)
◦ Variável (podem ser alterados após a sua determinação)
◦ Prescrevem no prazo de cinco anos (310.º/f)/CC)
◦ São garantidos por hipoteca legal sobre os bens do alimentante (705.º/d)/CC)
Ordem dos Advogados / CDL / Luís
Nuno Perdigão / 28-10-09Índice
Consequências do divórcio – alimentos
A obrigação alimentar cessa caso o
alimentado contraia novo casamento,
se torne indigno do seu benefício por
comportamento imoral, com a morte
de alimentante e alimentado, por o
alimentado deixar de deles carecer, e
por o alimentante deixar de poder
continuar a prestá-los
Ordem dos Advogados / CDL / Luís
Nuno Perdigão / 28-10-09Índice
Consequências do divórcio – alimentos
Os alimentos definitivos podem ser
pedidos na acção de divórcio
(470.º/2/CPC)
Podem ser pedidos em acção
autónoma, comum
O processo para formular pedido de
alteração ou cessação de alimentos
vem previsto no art.º 1121.º/CPC
Ordem dos Advogados / Deleg. Torres
Vedras / Luís Nuno Perdigão
Ordem dos Advogados / CDL / Luís
Nuno Perdigão / 28-10-09Índice
Consequências do divórcio – alimentos
Em caso de separação de facto dos cônjuges não imputável a qualquer deles, o dever de assistência na pendência do casamento mantém-se –1675.º/2/CC
Sendo a separação de facto imputável a um dos cônjuges ou a ambos o dever de assistência só incumbe ao único ou principal culpado na separação
Portanto, a questão da culpa na separação de facto mantém-se relativamente ao dever de assistência
Ordem dos Advogados / CDL / Luís
Nuno Perdigão / 28-10-09Índice
Consequências do divórcio – alimentos
Note-se que o pedido de alimentos em
caso de separação de facto não se
confunde com o de alimentos
definitivos em caso de divórcio sendo,
aqui, a culpa irrelevante para a sua
concessão
Na separação de facto o matrimónio
ainda existe, daí o dever de assistência
e o de prestar alimentos (cfr. art.º
2015.º/CC)Ordem dos Advogados / CDL / Luís
Nuno Perdigão / 28-10-09Índice
Alimentos provisórios
Como dependência da acção em que, a título principal ou acessório, se pede a prestação de alimentos, pode haver dedução de pedido de fixação de alimentos provisórios – 399.º/CPC
Através do procedimento cautelar especial de alimentos provisórios –382.º/CPC
Enquanto a primeira prestação de alimentos definitivos não for paga, mantém-se a obrigação de pagamento dos provisórios
Ordem dos Advogados / CDL / Luís
Nuno Perdigão / 28-10-09Índice
Alimentos provisórios
Os alimentos provisórios são devidos a partir do primeiro dia do mês subsequente àquele em que for deduzido o pedido – 401.º/1/CPC
Recorde-se que os alimentos provisórios podem ser pedidos e fixados no âmbito do processo de divórcio sem consentimento (1407.º/7/CPC), mas estes cessam com o trânsito em julgado da decisão; se não foram pedidos provisoriamente na pendência da acção de divórcio, poderão ser pedidos através do cit. art.º 399.º/CPC (em sede de procedimento cautelar, e como dependência de acção principal de alimentos)
Ordem dos Advogados / CDL / Luís
Nuno Perdigão / 28-10-09Índice
Alimentos provisórios
Os alimentos provisórios serão fixados de acordo com o prudente arbítrio do julgador
E apenas têm por objecto o estritamente necessário para o sustento, habitação e vestuário do requerente
Independentemente do resultado da acção principal, após fixados, os alimentos provisórios nunca são restituídos –2007.º/2/CC
◦ Porém, caso o requerente tenha agido de má-fé, terá de indemnizar o requerido, tal como é regra geral nos procedimentos cautelares
Ordem dos Advogados / CDL / Luís
Nuno Perdigão / 28-10-09Índice
Consequências do divórcio – a partilha
Decretado que seja o divórcio cessam as relações patrimoniais entre os cônjuges
Qualquer dos ex-cônjuges pode pedir a partilha dos bens (o direito à partilha é irrenunciável)◦ Por acordo
◦ Ou em processo de inventário
A partilha é feita em função do regime de bens adoptado◦ Cada cônjuge recebe os bens próprios
◦ E a sua meação nos bens comuns: Cada cônjuge presta, “entrega” o que dever ao património
comum e depois partilha-o – art.º 1689.º/1/CPC
Ordem dos Advogados / CDL / Luís
Nuno Perdigão / 28-10-09Índice
Consequências do divórcio – a partilha
Como se processa isto?◦ Cada um dos patrimónios próprios do ex-cônjuge
restitui o que dever ao património comum, sendo este partilhado P.ex. – um dos ex-cônjuges havia financiado obras num
bem próprio do outro através de dinheiro comum do casal
Tem de devolver esse dinheiro ao património comum do antigo casal – cfr. arts. 1722.º/2 e 1726.º/2/CC
◦ Os créditos de cada cônjuge sobre o outro (porque, noutro ex., aquele pagou uma dívida comunicável, ficando credor pela parte que excede metade da sua comparticipação nesse pagamento) são pagos pela meação do devedor nos bens comuns; sendo estes insuficientes, respondem os bens próprios do cônjuge devedor
Ordem dos Advogados / CDL / Luís
Nuno Perdigão / 28-10-09Índice
Consequências do divórcio – a partilha
Nos termos do disposto no art.º
1790.º/CC (red. da L. n.º 61/2008) em
caso de divórcio nenhum dos antigos
cônjuges pode receber na partilha mais
do que receberia se o casamento tivesse
sido celebrado segundo o regime da
comunhão de adquiridos (abolido o
divórcio por culpa, o divórcio-sanção,
acabou a sanção na partilha para o
cônjuge único ou principal culpado no
divórcio)Ordem dos Advogados / CDL / Luís
Nuno Perdigão / 28-10-09Índice
Consequências do divórcio – o crédito de
compensação
1676.º/2/CC – na partilha (e não
antes) o ex-cônjuge que contribuiu de
forma consideravelmente superior ao
que era devido à sua participação nos
encargos da vida familiar tem o direito
de exigir o seu crédito de
compensação
Vamos analisar os pressupostos deste
direito
Ordem dos Advogados / CDL / Luís
Nuno Perdigão / 28-10-09Índice
Consequências do divórcio – o crédito de
compensação
O dever de assistência implica que
cada cônjuge, de acordo com as sua
possibilidades, contribua para as
despesas da vida familiar
Para haver direito ao crédito de
compensação terá de ter havido uma
contribuição consideravelmente
superior de um dos cônjuges
Ordem dos Advogados / CDL / Luís
Nuno Perdigão / 28-10-09Índice
Consequências do divórcio – o crédito de
compensação
Sendo imperativo que tal contribuição
excessiva se tenha feito à custa da
renúncia (excessiva…) à satisfação
dos seus interesses, nomeadamente
profissionais, a favor da vida comum
do casal
◦ Ex.: um dos cônjuges, para se dedicar
pessoalmente à vida comum ou aos filhos
renunciou a uma promoção no emprego
Ordem dos Advogados / CDL / Luís
Nuno Perdigão / 28-10-09Índice
Consequências do divórcio – o crédito de
compensação
Quanto ao trabalho despendido no lar, o legislador não quis remunerá-lo enquanto tal através do crédito de compensação◦ Mas apenas quando esse trabalho
“doméstico” for excessivo e se tiver devido a uma renúncia à satisfação dos interesses desse cônjuge, nomeadamente profissionais (outro ex.: o cônjuge prescindiu de terminar um curso para se dedicar à vida em comum)
Ordem dos Advogados / CDL / Luís
Nuno Perdigão / 28-10-09Índice
Consequências do divórcio – o crédito de
compensação
O crédito deve ser entendido como compensação pelos prejuízos patrimoniais importantes advindos da renúncia dos interesses do cônjuge a favor da vida em comum, e só a favor de tal, e não ao trabalho doméstico em si
Por isso o entendimento de que o cônjuge que se havia dedicado de forma excessiva e com prejuízos patrimoniais importantes, mas que não tenha renunciado a uma actividade profissional não tem direito à compensação
Ordem dos Advogados / CDL / Luís
Nuno Perdigão / 28-10-09Índice
Consequências do divórcio – o crédito de
compensação
Incumbirá ao ex-cônjuge credor invocar e provar o direito a tal crédito no processo de inventário
Questão que os tribunais terão de dirimir será a de saber como se calcula o quantum indemnizatório◦ Critério sugerido por T. Ramião: se os cônjuges devem
contribuir na medida das suas disponibilidades para a vida comum do casal, um membro do casal que ganhe 1000,00€ deve contribuir com 500,00€; logo, o seu quantum indemnizatório será de 500,00€, verificados cuidadosa e realmente todos os pressupostos, pois foi esse o seu prejuízo patrimonial ao ter abandonado a sua carreira para se dedicar expressamente à vida comum do casal
Caso seja materialmente impossível determinar o quantum, terá ele de ser determinado com recurso a juízos de equidade – art.º 566.º/CC
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Consequências do divórcio – destino da
casa de morada de família
Conceito jurídico e não de direito da propriedade
É aquela que constitui ou constituiu a residência permanente e habitual do casal e filhos
Se os cônjuges (sem prejuízo da regulação provisória do art.º 1407.º/7/CPC) não acordarem quanto ao destino da CMF, este terá de ser regulado pelo tribunal, pelo processo previsto pelo art.º 1413.º/CPC
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Consequências do divórcio – destino da
casa de morada de família
Se a CMF for arrendada, o
arrendamento pode ser transmitido ou
concentrado num dos cônjuges
(1105.º/CC), por acordo, ou decisão
do tribunal, de acordo com a
necessidade de cada um deles, dos
filhos, e outros factores que relevem
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Consequências do divórcio – destino da
casa de morada de família
Se a CMF for bem próprio ou comum
o tribunal pode dá-lo de arrendamento
a qualquer um deles, seja o bem
próprio ou comum
Este arrendamento será sujeito às
regras do arrendamento para
habitação mas o tribunal pode definir
os termos desse arrendamento,
ouvidos os cônjuges
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Consequências do divórcio – destino da
casa de morada de família
Estas condições passarão pela
determinação da duração do
arrendamento, valor da renda, e esta
ponderando-se os rendimentos do
cônjuge, n.º de filhos a seu cargo,
preços de mercado, mas sem prejuízo
de se ter em conta as possibilidades
financeiras desse cônjuge
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Consequências do divórcio – destino da
casa de morada de família
Se a casa pertencer somente ao outro cônjuge a renda é devida pela totalidade
Se pertencer a ambos, o arrendatário só pagará metade do valor da renda
Se na futura partilha, sendo bem comum, o imóvel vier a ser adjudicado ao arrendatário, o arrendamento cessa; caso contrário, passará a pagar a totalidade da renda
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Consequências do divórcio – destino da
casa de morada de família
Observe-se que a atribuição da CMF
é válida até à partilha do respectivo
bem
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Consequências do divórcio – destino da
casa de morada de família
Já referimos que o processo judicial para a atribuição da CMF é o prescrito pelo art. 1413.º/CPC
O n.º 4 deste art. indica que o respectivo pedido é deduzido por apenso se estiver pendente ou tiver ocorrido acção de divórcio ou de separação “litigiosos”
No n.º 1 do mesmo art., a remissão para o art. 84.º/RAU deve ser entendida para o art.1105.º/CC
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Consequências do divórcio – destino da
casa de morada de família
Ora, o DL 272/2001, de 13/OUT
impõe a transferência da competência
da atribuição da CMF para as
conservatórias do registo civil: art.
5.º/1/b); recorde-se que este DL prevê
a intervenção das CRC a fim de se
obter acordo quanto às suas matérias,
com remessa do processo a tribunal
se o acordo não for obtido
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Consequências do divórcio – destino da
casa de morada de família
Portanto, é obrigatório regular a atribuição da CMF na CRC; apresentado o pedido, não sendo obtido acordo e havendo oposição as partes são notificadas para em 8 dias alegarem e requerem a produção de meios de prova que não constem no requerimento, sendo então o processo remetido a tribunal aplicando-se os arts. 1409.º a 1411.º/CPC
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Consequências do divórcio – destino da
casa de morada de família
A conjugação de todo este preceituado faz-se desta forma:◦ Emprega-se o PJV do 1413.º/CPC se
estiver pendente acção de divórcio sem o consentimento, por apenso a esta
◦ Se não foi pedida a atribuição da CMF na pendência da acção, ie, se for pedida após o trânsito em julgado da decisão que decretou o divórcio, terá de ser pedida na CRC, interpretando-se em conformidade o art. 1413.º/4/CPC
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Consequências do divórcio – destino da
casa de morada de família
A atribuição da CMF pode ser sempre alterada se circunstâncias supervenientes o justificarem nos termos da nova redacção do art. 1793.º/3/CPC, nos termos gerais em que é permitida a alteração de decisões proferidas em PJV, mesmo que a atribuição tenha sido feita através de acordo segundo os termos do DL 272/2001
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Consequências do divórcio – a reparação
de danos
1792.º/2/CC – reparação de danos
pelo cônjuge que pediu o divórcio sem
consentimento com base em
alteração das faculdades mentais
Também existe a possibilidade de
pedir indemnização pelos danos
patrimoniais e não patrimoniais pela
violação dos deveres conjugais, em
acção a intentar nos tribunais comuns
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As responsabilidades parentais
É a nova designação do antigo “poder
paternal”, com alterações ao seu
regime
Contudo, várias disposições legais
continuam a dizer “poder paternal” –
arts. 124.º, 125.º/2 e 131.º/CC e 146.º,
155.º, 163.º, 167.º, 174.º, 177.º, 180.º,
194.º/OTM
Conteúdo das RP – art.º 1878.º/CC
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As responsabilidades parentais
Na constância do casamento, o
exercício das RP é em conjunto
Em caso de divergência em questões
de particular importância para a vida
do menor, o tribunal decidi-las-á,
ouvindo por regra o menor (já não
apenas quando o mesmo tem mais de
14 anos), salvo se esta audição for
ponderosamente desaconselhada
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As responsabilidades parentais
Se um dos progenitores praticar acto
que integre o exercício das RP,
presume-se que age de acordo com o
outro
◦ Excepto nos casos em que seja
expressamente exigido o consentimento de
ambos os progenitores
◦ E excepto se se tratar de acto de particular
importância, em que o acordo não é presumido
e, se faltar, terá a questão de ser resolvida
pelo Tribunal
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As responsabilidades parentais
Se algum dos pais não puder exercer as
RP por ausência, incapacidade, mesmo
que acidental, ou inibição do exercício
das RP pelo tribunal, o exercício
pertencerá exclusivamente ao outro
No impedimento do outro progenitor,
será alguém da família de qualquer
deles
◦ Desde que haja acordo prévio com validação
legal
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As responsabilidades parentais
Deve entender-se que “validação
legal” é o equivalente de “validação
judicial”
◦ A validação é importante, pois o familiar
poderá praticar actos de particular
importância com terceiro e este terá de
conhecer o acordo e até ajuizar da sua
validação, sob pena de dever recusar
intervenção no acto pretendido
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As responsabilidades parentais
O menor pode ser confiado a terceira pessoa por acordo dos progenitores ou por decisão judicial (1907.º/CC), ou quando se verificarem os pressupostos previstos pelo art.º 1918.º/CC (perigo para o filho)◦ Tema a meditar: será o 1907.º/1/CC inconstitucional face
ao 36.º/6/CRP [“Os filhos não podem ser separados dos pais, salvo quando estes não cumpram os seus deveres fundamentais para com eles e sempre mediante decisão judicial”]?
Donde, o tribunal poder confiar o menor a terceira pessoa mesmo que não se verifiquem os pressupostos do art.º 1918.º/CC
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As responsabilidades parentais
Ainda segundo o 1918.º/CC, o menor
pode ser confiado a estabelecimento
de educação ou assistência, mas
apenas no âmbito de providência
tutelar cível (cfr. arts. 146.º e segs.
OTM)
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As responsabilidades parentais após o
divórcio - alimentos
1905.º/CC: Nos casos de divórcio, separação judicial de pessoas e bens, declaração de nulidade ou anulação do casamento, os alimentos devidos ao filho e forma de os prestar serão regulados por acordo dos pais, sujeito a homologação; a homologação será recusada se o acordo não corresponder ao interesse do menor
◦ Má redacção deste artigo: e se faltar o acordo?
◦ E se for recusada a homologação por o acordo não corresponder ao interesse do menor?
◦ O tribunal não poderá decidir?...
Isto seria absurdo
O tribunal terá de decidir (cfr., aliás, art.º 174.º/OTM; nota - neste artigo, a remissão para o CC está errada: onde se lê art.º 1905.º, deve ler-se artigo 1906.º)
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As responsabilidades parentais após o
divórcio - alimentos
O conteúdo dos alimentos é o prescrito pelo art.º 2003.º/CC
E com a medida do 2004.º/CC◦ Os alimentos devidos ao menor em caso de
divórcio não são os estritamente essenciais
Serão os que lhe assegurem o mesmo nível de vida, idêntico a quando existia a vida familiar, e não fora o divórcio
Sem esquecer as possibilidades do alimentante, ie, do progenitor que não tem a guarda, em função dos seus rendimentos e não propriamente dos seus bens
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As responsabilidades parentais após o
divórcio - alimentos
Se o alimentante não puder prestar alimentos (cfr. 2013.º/1/b) podem eles ser exigidos sobre outros ascendentes do credor (cfr. idem, n.º 2)◦ São eles os indicados no art.º
2009.º/c)/d)/e)/CC
◦ Sem prejuízo do recurso ao Fundo de Garantia de Alimentos Devidos a Menores, se se verificarem os pressupostos da L n.º 75/98 de 19/NOV e DL 164/99 de 13/MAI
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As responsabilidades parentais após o
divórcio - alimentos
◦ Ainda sobre a protecção estatal dos
alimentos devidos a menores, refira-se a
atribuição do Rendimento Social de
Reinserção
Cfr. arts. 8.º/2/a), 29.º/2, 30.º/c), 41.º/1/a) e f)
da L n.º 4/2007 de 16/JAN (bases gerais do
sistema de segurança social)
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As responsabilidades parentais após o
divórcio – o seu exercício
1906.º/CC
O legislador impôs o exercício conjunto das RP nas questões de particular importância para a vida do filho◦ Excepto se o tribunal, em decisão
fundamentada (cfr. 1906.º/2/CC), entender que o exercício em comum das RP em questões de particular importância não seja aconselhado
Apenas para actos da vida corrente o exercício competirá ao guardião
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As responsabilidades parentais após o
divórcio – o seu exercício
O exercício em comum das RP após o divórcio é o ideal, desde que os progenitores se relacionem de forma cordial, sensata e racional, em relação ao(s) menor(es)
Daí que se possa criticar o novo regime, que impõe esta modalidade, entendendo-se que o regime anterior (em que o exercício conjunto podia ter lugar por acordo parental) seria mais adequado (T. Ramião, Maria Clara Sottomayor)
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As responsabilidades parentais após o
divórcio – o seu exercício
Em caso de urgência manifesta (quanto a questões de particular importância) o progenitor pode agir sozinho devendo posteriormente prestar ao outro as informações pertinentes logo que possível
No que respeita aos actos da vida corrente do filho, as RP cabem ao guardião (o progenitor com quem ele resida habitualmente) e ao progenitor com o qual ele esteja temporariamente (aos fins-de-semana, férias, etc.)
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As responsabilidades parentais após o
divórcio – o seu exercício
O progenitor não guardião, embora
possa agir como supra quanto aos actos
da vida corrente do menor, não deve
contrariar as indicações educativas mais
relevantes emanadas do guardião
Enunciemos os conceitos
indeterminados já abordados: questões
de particular importância, actos da vida
corrente, orientações educativas mais
relevantes
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As responsabilidades parentais após o
divórcio – actos de particular importância
A doutrina já está a começar a recortar o
que sejam:
Intervenções cirúrgicas com riscos para
a saúde
Saída do menor para o estrangeiro sem
ser em viagem de turismo e quando
acompanhado por um dos progenitores
Ou para países em conflito ou com
riscos para a segurança e saúde do
filho, mesmo se for em turismoOrdem dos Advogados / CDL / Luís
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As responsabilidades parentais após o
divórcio – actos de particular importância
Prática de actividades desportivas
radicais
Educação religiosa (até aos 16 anos)
Actividades extracurriculares
Matrícula em colégio privado
Disposição ou oneração de bens do filho
Mudança de residência do filho para
local distinto da do progenitor a quem foi
confiado
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As responsabilidades parentais após o
divórcio – actos de particular importância
Autorização para o filho casar
Decisão sobre manutenção dos estudos ou passar a trabalhar
Uso de anticonceptivos
Interrupção voluntária da gravidez
Mudança de escola pública para privada e vice-versa
Autorização para estadia no estrangeiro
Assistência a programas televisivos com impacto negativo
Idem, quanto a jogos informáticos
Idem, quanto ao uso da WWW
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As responsabilidades parentais após o
divórcio – actos de particular importância
Em caso de desacordo sobre estes
actos, a questão terá de ser resolvida
judicialmente – 184.º/OTM
◦ Judicialização excessiva da vida dos
progenitores e do menor?
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As responsabilidades parentais após o
divórcio – actos da vida corrente
Serão os actos quotidianos do menor
◦ Disciplina diária
◦ Rotina diária
◦ Alimentação
◦ Uso do telefone celular
◦ Consultas médicas de rotina
◦ Vestuário
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As responsabilidades parentais após o
divórcio – actos da vida corrente
Visto que o progenitor com quem o
menor reside é aquele que decide
sozinho os actos da vida corrente do
menor, a este deve ser fixada
residência com um deles
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As responsabilidades parentais após o
divórcio – orientações educativas
relevantes
Serão as orientações importantes em
matéria do desenvolvimento da
personalidade e comportamentos do
filho menor
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As responsabilidades parentais
após o divórcio
Impondo a lei como princípio o
exercício conjunto das
responsabilidades parentais em
questões de particular importância,
aos progenitores apenas caberá
acordar quanto a visitas e com qual
deles ficará o menor a residir
◦ Na falta de acordo, o tribunal decidirá
estas matérias
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As responsabilidades parentais
após o divórcio
A fixação da residência deve ter em
conta a disponibilidade:
◦ Do progenitor com quem ele reside de
modo a proporcionar contactos com o
outro progenitor
◦ E do progenitor com quem ele não reside
de modo a este poder manter contactos
com o menor
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As responsabilidades parentais
após o divórcio
Quanto à residência do filho, deverá este residir com o progenitor que seja a sua referência afectiva e de segurança◦ Aquele que, no dia-a-dia do menor lhe
prestava os cuidados
◦ Que seja o mais disponível e capaz para lhe garantir são desenvolvimento físico e psíquico
◦ Em clima de tranquilidade, atenção, e afecto
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Nuno Perdigão / 28-10-09Índice
As responsabilidades parentais
após o divórcio
O fiel da balança, em caso de não
acordo, será sempre o superior
interesse do menor
◦ O qual poderá, no limite, justificar que um
(ou ambos) os progenitores fique(m)
excluído(s) do exercício das RP
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Nuno Perdigão / 28-10-09Índice
As responsabilidades parentais
após o divórcio
O cônjuge não guardião, ie, não
residente [guarda física ≠ guarda
conjunta, a qual apenas se refere à
regra do exercício conjunto das RP
em questões de particular
importância] dispõe não do mero
direito / dever de vigilância
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Nuno Perdigão / 28-10-09Índice
As responsabilidades parentais
após o divórcio
Dispõe ao invés de um verdadeiro e
amplo direito à informação sobre o
exercício das RP nos actos de vida
corrente do menor
◦ Assiste-lhe o direito de ser devidamente
informado sobre a evolução educativa e
condições de vida do filho, estado de
saúde, evolução escolar, mudança de
residência e local de residência
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As responsabilidades parentais
após o divórcio Regulação judicial do exercício das RP – arts.
174.º/ss/OTM
NOTA: no artigo 178.º/1/ da OTM vem referido o
prazo de dez dias para alegações, quando
actualmente esse prazo é de quinze dias, por força
da conversão dos prazos fixados entre 9 e 13 dias
em prazos de quinze (DL 329-A/95 de 12/DEZ, que
alterou o CPC)
Incidente de incumprimento: 184.º/OTM
Responsabilidade criminal: arts. 249.º e 250.º/CP
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As responsabilidades parentais na
união de facto
No dizer do CC: quando a filiação se
encontre estabelecida em relação a
ambos os progenitores e ele vivam
em situações análogas às dos
cônjuges
O regime é o mesmo do exercício das
RP na vigência do casamento
Cfr. arts. 1911.º/CC + 1901.º a 1904.º
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As responsabilidades parentais na
união de facto
Cessada a união de facto, terá o
exercício das RP de ser regulado
quanto aos alimentos
Aplicar-se-á o regime dos arts. 1905.º
e 1906.º/CC
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As responsabilidades parentais quando os
progenitores não vivem em condições
análogas às dos cônjuges
Art.º 1912.º/CC – aplica-se os arts.
1901.º, 1903.º, e 1904.º a 1908.º/CC
Recorde-se que o art.º 1901.º se
refere ao exercício das RP na
constância do matrimónio
Terá sido uma solução demasiado
arrojada ou “forçada”, tendo presente
que os progenitores não convivem?
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Súmula sobre o regime das RP
A titularidade das RP pertence a
ambos os progenitores (vivos): 1877.º
a 1900.º/CC
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Súmula sobre o regime das RP
Na constância do casamento: arts.
1901.º e 1902.º/CC
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Súmula sobre o regime das RP
Em caso de divórcio, separação
judicial de pessoas e bens,
declaração de nulidade ou anulação
do casamento: arts. 1905.º e
1906.º/CC
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Súmula sobre o regime das RP
Em caso de morte de um dos
progenitores: art.º 1904.º
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Súmula sobre o regime das RP
Incapacidade, ausência ou outro
impedimento decretado pelo tribunal:
1903.º/CC
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Súmula sobre o regime das RP
Em caso de mera separação de facto
entre os cônjuges – arts. 1909.º,
1905.º e 1906.º
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Súmula sobre o regime das RP
Filiação estabelecida quanto a um dos
progenitores: art.º 1910.º (o exercício
das RP pertence ao progenitor em
relação ao qual a filiação esteja
estabelecida)
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Súmula sobre o regime das RP
Filiação estabelecida relativamente a
ambos os progenitores que vivam em
situações análogas às dos cônjuges –
art. 1911
E arts.1905.º a 1908.º se cessar a
convivência
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Súmula sobre o regime das RP
Filiação estabelecida quanto a ambos
os progenitores que não vivam em
situações análogas às dos cônjuges –
art.º 1912, que remete para 1904.º a
1908.º
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Exercício das RP - questões de
particular importância Singular –
mediante decisão
fundamentada do
tribunal
Conjunto – regra
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Exercício das RP – actos da vida
corrente Singular – regra;
esses actos são
praticados pelo
progenitor com
quem a criança
viva e com aquele
com quem está
temporariamente
Conjunto – por
acordo dos pais
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Exercício das RP – outra
modalidade Misto:
◦ O filho é confiado a um dos progenitores
◦ Sendo que ambos acordam que certos
assuntos têm de ser sempre resolvidos
pelos dois
◦ Tais assuntos terão de estar devidamente
identificados
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Normas aplicáveis às RP
CRP – art.s 13.º; 26.º/1; 36.º/5 e /6;
67.º; 68.º; 69.º; 70.º
Convenção dos Direitos da Criança
◦ Ligação
◦ Arts. 9.º, 18.º, 27.º (é lei interna – CRP)
Recomendação R(84) 4 sobre as RP
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Normas aplicáveis às RP
Código Civil
◦ 122.º a 129.º – capacidade jurídica dos
menores
◦ 130.º a 133.º – maioridade e
emancipação
◦ 1874.º a 1876.º – efeitos da filiação
◦ 1877.º a 1884.º – princípios gerais
◦ 1888.º a 1900.º – relativamente aos bens
dos menores
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Normas aplicáveis às RP
1901.º a 1912.º – exercício das RP
1913.º a 1920.º-A – inibição e
limitações
1920.º-B e -C – registo das decisões
sobre RP
1921.º a 9172.º – tutela e
administração de bens
2003.º a 2014.º - alimentos
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Normas aplicáveis às RP
OTM – arts. 146.º a 161º; 174.º a 189.º;
191.º a 916.º; 210.º
CPC – 1409.º a 1411.º
Garantia de Alimentos Devidos pelo
Estado a Menores
◦ Lei n.º 75/98 de 19/NOV e DL n.º
164/99 de 13/MAI
Ligação para a página da Procuradoria-
Geral Distrital de Lisboa – secção sobre
menores e famíliaOrdem dos Advogados / CDL / Luís
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A mediação familiar
DL n.º 133/99 de 28/AGO
◦ Este DL aditou à OTM o art.º 147.º-D
O art.º 147.º-D prevê que o juiz, em qualquer
estado da causa e desde que o entenda
conveniente, designadamente em processo de
regulação das RP, determine a intervenção de
serviços de mediação
Despacho n.º 18778/2007 de 22/AGO
Ligação
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A mediação familiar
Meio extra-judicial de resolução de
litígios
O mediador não decide
Ele estabelece e mantém o diálogo
entre as partes discordantes
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A mediação familiar
Garantias da MF
◦ Voluntariedade – a decisão de recorrer ao
sistema [fora do caso do art.º 147.-
D/OTM] é totalmente livre e dos
progenitores
◦ Bem como a decisão de abandonar o
processo de MF
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A mediação familiar
Garantias da MF
◦ Celeridade – duração do procesos entre
30 a 90 dias
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A mediação familiar
Garantias da MF
◦ Proximidade
Entre o mediador e os desavindos
O mediador começa por ouvir ambas as partes
Posteriormente, reunirá com cada uma delas
simultaneamente
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A mediação familiar
Garantias da MF
◦ Flexibilidade
Não só o mediador é flexível, como deverão os
progenitores assimilar que o exercício das RP
também terá de ser flexível, sem violação dos
interesses da criança
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A mediação familiar
Garantias da MF
◦ Confidencialidade
______________________________
Âmbito territorial em OUT/2009:
◦ Almada, Amadora, Barreiro, Braga,
Cascais, Coimbra, Leiria, Lisboa, Loures,
Mafra, Oeiras, Porto, Seixal, Setúbal,
Sintra
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A mediação familiar
O Sistema de MF é assegurado pelo
GRAL – Gabinete para a Resolução
Alternativa de Litígios
Ao GRAL compete o registo e triagem
dos pedidos, a designação do
mediador por cada caso, e outras
atribuições
Existe uma lista de mediadores
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A mediação familiar
Competências do Sistema de Mediação Familiar para
mediar conflitos (art.º 4.º do Desp. 18.778/2007)
◦ Regulação, alteração, e incumprimento do exercício
das RP
◦ Divórcio e separação de bens
◦ Conversão da separação de pessoas e bens em
divórcio
◦ Reconciliação de cônjuges separados
◦ Atribuição e alteração de alimentos, provisórios ou
definitivos
◦ Autorização ou privação do uso de apelidos
◦ Autorização do uso da CMF
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A mediação familiar
• Características do mediador
• Profissional especializado
• Actua desprovido de poderes de
imposição, de modo neutro e imparcial
• Esclarecendo as partes dos seus direitos
e deveres face à mediação
• Desenvolve a mediação no sentido de
apoiar as partes na obtenção de um
acordo justo e equitativo que ponha
termo ao conflito que as opõe
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A mediação familiar
• Deveres do mediador
• Imparcialidade, independência,
confidencialidade e diligência
• Se, por razões legais, éticas ou
deontológicas, a sua independência,
imparcialidade ou isenção possam ser
afectadas, deve solicitar a sua
substituição
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Bibliografia Consultada
• Responsabilidades parentais; Ana Sofia
Gomes; Quid Juris, 2009
• Poder Paternal e Responsabilidades
Parentais; Helena Gome de Melo e outros;
Quid Juris, 2009
• O Divórcio e Questões Conexas; Tomé
d’Almeida Ramião, Quid Juris, 2009
• Organiz. Tut. Menores, Anotada e
Comentada; Tomé d’Almeida Ramião; Quid
Juris, 2009
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Bibliografia Consultada
• Regulação do Exercício do Poder Paternal
nos Casos de Divórcio; Maria Clara
Sottomayor; 4.ª Ed. [não se refere à Lei
61/2008]
• As Responsabilidades Parentais; Paulo
Guerra; conferência do CEJ
• A Nova Lei do Divórcio Portuguesa; Jorge
Duarte Pinheiro; idem
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Obrigado pela vossa
atenção, Meus Colegas!
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