o diáro no seu bairro - tuiuti

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MARINGÁ, PR www.odiario.com OUTUBRO DE 2015 MAIS QUE UMA AVENIDA Mais conhecida pela avenida, a Tuiuti, que lembra importante e violenta batalha ocorrida durante a Guerra do Paraguai, é representativa de uma extensa região formada por mais de duas dezenas de bairros, alguns novos, muitos antigos, que contam parte da história da cidade, imortalizada em painéis artísticos pintados em 2007 no viaduto da Colombo, mas que passam facilmente despercebidos. O mesmo não ocorre com a Avenida Tuiuti, percebida como via cada vez mais importante 6. HISTÓRIA Tuiuti ‘homenageia’ batalha sangrenta ocorrida durante a Guerra do Paraguai 26. EDUCAÇÃO Branca da Motta prioriza diálogo para promover integração social 16. ARTE Viaduto da Tuiuti é uma imensa tela com painéis sobre história de Maringá 28. LENDA Ademir da Guia, ‘O Divino’, teria jogado na Tuiuti para atender amigo? 12. PERSONAGEM Zé Jorge, 63 anos, coleciona troféus e medalhas como maratonista TUIUTI

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Page 1: O Diáro no seu bairro - Tuiuti

MARINGÁ, PR www.odiario.comOUTUBRO DE 2015

MAIS QUE UMA AVENIDA Mais conhecida pela avenida, a Tuiuti, que lembra importante e violenta batalha ocorrida durante a Guerra do Paraguai, é representativa de uma extensa região formada por mais de duas dezenas de bairros, alguns novos, muitos antigos, que contam parte da história da cidade, imortalizada em painéis artísticos pintados em 2007 no viaduto da Colombo, mas que passam facilmente despercebidos. O mesmo não ocorre com a Avenida Tuiuti, percebida como via cada vez mais importante

6. HISTÓRIA Tuiuti ‘homenageia’ batalha sangrenta ocorrida durante a Guerra do Paraguai

26. EDUCAÇÃO Branca da Motta prioriza diálogo para promover integração social

16. ARTE Viaduto da Tuiuti é uma imensa tela com painéis sobre história de Maringá

28. LENDA Ademir da Guia, ‘O Divino’, teria jogado na Tuiuti para atender amigo?

12. PERSONAGEM Zé Jorge, 63 anos, coleciona troféus e medalhas como maratonista

TUIUTI

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FUNDADA EM 1974 POR JOAQUIM DUTRA

IARIOODO NORTE DO PARANÁD Presidente

Franklin Vieira da Silva

Vice-presidenteRosey Rachel Vieira da Silva

Diretor de ConteúdoMichael Vieira da Silva

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Diretora de MercadoLucienne Vieira da Silva

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O historiador Reginaldo Dias afirma, descompromissado, que a ‘mitologia da Tuiuti é da primeira fase’, referindo-se ao período em que a avenida, já asfaltada, avançava até as proximidades do Colégio Branca da Mota Fernandes. A partir dali, a via era uma estrada de terra, pontuada nas margens por uma ou outra casa. Na verdade, a região era uma imensa fazenda, dividida entre as famílias Dias (Orlando) e Nyffeller (Alfredo). A fama da avenida se sustenta em referências, como as boates de ‘vida fácil’ existente nos fundos

do campo da Telefônica, depois, da Zacharias, onde hoje está um grande supermercado, na esquina da Colombo com Tuiuti. O próprio campo, palco de confrontos amadores, ajudou a fortalecer a imagem da Tuiuti na cidade. A proximidade de grandes empresas como Irmãos Esteves e a Sanbra, que referendavam o processamento de grãos e algodão nos anos de 1960/70 também ajudaram a construir a ‘mitologia’ da avenida, cujas lembranças mais recorrentes entre moradores mais antigos é a enorme galeria para águas pluviais,

que começava na Colombo e se estendia até o cruzamento com a avenida Alexandre Rasgulaeff. A obra antecipou a pavimentação, na segunda metade da década de 1970. Sobre a Sanbra, o primeiro empreendimento de capital estrangeiro a se instalar na cidade, é importante lembrar da enorme chaminé de tijolo, identificado com o apito que três vezes por dia tocava, marcando o início do turno de trabalho (6 horas), horário de almoço (12 horas) e fim do expediente (18 horas). Quem vivia num raio de até 4 km ou mais em relação a empresa se

orientava pelo ‘relógio do apito’. Curioso observar também que a avenida se tornou conhecida (ou fez fama!) muito antes da implantação do loteamento Residencial Tuiuti, bem ao fundo da via. Aliás, quando se fala em Tuiuti, deve se considerar uma ampla região formada por mais de duas dezenas de bairros, que se espalham à esquerda e à direita da avenida formando um mosaico de residenciais (jardins, parques...) com limites indefinidos entre eles. De maneira geral, as pessoas dizem que moram na ‘Tuiuti’.

Tuiuti: uma avenida de muitas histórias EDIVALDO MAGRO

[email protected]

2 I AVENIDA TUIUTI O DIÁRIO DO NORTE DO PARANÁ Outubro de 2015

Editor: Edivaldo Magro

Colaboradores: Donizete Oliveira (textos)João Cláudio Fragoso (fotos)

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AVENIDA TUIUTI I 3O DIÁRIO DO NORTE DO PARANÁ Outubro de 2015

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Passei a infância e adolescência no Jardim Alvorada, cruzando com cautela os limites com a Morangueira e a Tuiuti, que no final dos anos de 1970 cultivavam rivalidades, resolvidas, muitas vezes, no punho. As ‘racinhas’ (as ‘gangues’ de outrora), refinavam suas diferenças nas ‘brincadeiras’ dançantes – os ‘sons’, geralmente realizados na casa de um ou outro amigo, eventos para os quais, claro, não se convidavam os rivais. Mas eles apareciam para provocar e quase sempre a presença inesperada (ou esperada!) terminava em pancadaria. Não havia uma razão criminosa para a existência dos grupos. O tráfico inexistia e, no máximo, integrantes das ‘racinhas’ se envolviam em pequenos delitos. Era vaidade que cimentava a relação entre amigos para fortalecer a ‘gangue’ e dar elas um perfil,

geralmente centrado na figura do líder. A ‘honra’ de defender o lugar de origem, com brados do tipo ‘ sou da Operária’, dava alguma legitimidade ao grupo e reforçava em seus membros a perspectiva de que, unidos, podiam tudo, numa época em que a polícia preocupava-se mais com agitadores políticos. Dr., Negão, Professor, Grilo, Jiló, Véio, Motoca, Valtinho, Duda, entre tantos outros apelidos, apontavam para jovens temidos da Morangueira/Tuiuti por liderarem grupos que se opunham a outros, do Alvorada, Operária e Mandacaru. Muitas vezes as ‘racinhas’ se enfrentavam no ‘buracão’, hoje Parque Alfredo Nyffeler, em brigas sem armas – no máximo paus e pedras. As disputas deixavam mais feridas na honra do que no corpo. Quem levava a pior, esperava o momento

certo para revidar. E isso ocorria com surpreendente frequência. Os mesmos adolescentes temidos por gostarem de uma boa briga, também eram bons de bola. Jiló e Véio, por exemplo, formavam uma surpreendente dupla de ataque. Canhoto, Jiló era ágil e com um surpreendente repertório de dribles. Como todo bom atacante, era ‘fominha’, defeito entre colegas que foi visto como virtude por Zé Preto, o histórico treinador do Frigorífico Central, onde passou por uma ‘peneira’, fez alguns jogos para depois se embrenhar numa vida de crimes. Dizem que morreu numa troca de tiros com a polícia. Véio não foi além das disputas de peladas. Alto, de chute forte, humilhava zagueiros com mudanças rápidas de trajetória, usando o corpo esguio para enganar a marcação. Acabou preso anos depois por suposto envolvimento

em um suicídio. Puxou cadeia e nunca mais se ouviu falar dele. O irmão, Biga, que organizava os torneios, talvez numa tentativa de apaziguar os ânimos entre os ‘racinhas’, virou pequeno empresário do ramo de confecções. Morreu jovem, vítima de um acidente de moto na avenida São Domingos, na Morangueira. A ‘urbanização’ do buracão, com trabalho de dragas do extinto Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS), trazidas à região para resolver problemas de erosões na região Noroeste, começou a mudar a paisagem do entorno do local, consolidada com a inauguração do parque na segunda metade da década de 1980. As transformações urbanas e sociais da região parecem ter colocado fim nas ‘racinhas’ e suas chefias, substituídas por modelos diferentes de lideranças. Todos crescemos, enfim!

‘Racinhas’ viviam de vaidades e disputa pelo domínio de territórios EDIVALDO MAGRO

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AVENIDA TUIUTI I 5O DIÁRIO DO NORTE DO PARANÁ Outubro de 2015

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80% da população do Paraguai morreu com a guerra, que devastou a economia do país, considerado até então uma grande potência da América Latina. O país também deixou uma dívida impagável com o Brasil, perdoada por Getúlio Vargas meio século depois.

Tuiuti lembra episódio sangrento Nome da avenida se refere a batalha com 10 mil mortos ocorrida em 1866, auge da Guerra do Paraguai

A Tuiuti, a principal avenida da região, faz homenagem a um episódio trágico da Guerra do Paraguai. A Batalha de Tuiuti, nome de um lago localizado numa área pantanosa do território paraguaio, começou às 11 horas do dia 24 de maio de 1866, opondo as forças da Tríplice Aliança (Brasil, Uruguai e Argentina) e as tropas de Francisco Solano Lopes. Estima-se que 50 mil soldados se envolveram nos combates, com vantagem numérica para os aliados, que levaram ao campo de batalha mais de 30 mil combatentes.

O combate foi travado na sequência das batalhas de Passo da Pátria e de Estero Bellaco, quando as tropas da Tríplice Aliança, comandada pelo argentino Bartolomeu Mitre, avançou sobre o terreno paraguaio sem conhecer o terreno. À época, os mapas eram

precários e os soldados se deslocavam baseados em referências geográficas pouco confiáveis – ou guiados por nativos, que pouco conheciam o terreno. Solano Lopes, presidente vitalício do Paraguai e líder de seu exército, acompanhava o movimento das tropas invasoras.

Solano Lopéz acreditava que poderia subjugar o inimigo, superior em número de combatentes, com um ataque de surpresa, concentrado no centro da formação liderada por Bartolomeu Mitre. A vitória dos paraguaios poderia empurrar o exército da Tríplice Aliança de volta ao rio Paraná e mudar o curso da guerra a seu favor. O otimismo do comandante não era partilhado pelos soldados, que temiam a superioridade do inimigo. Lopes também desconsiderou as condições do

terreno, mais propício à defesa do que ao ataque.

O exército paraguaio avançou em três colunas, concentrando o grosso de suas tropas no centro e flanqueando as tropas da Tríplice Coroa. A estratégia

era isolar o grupo principal de soldados e cercar os aliados, apressando a vitória que, imaginava Solano Lopes, seria rápida e fácil. Sem comando (Mitre estava ausente no momento do ataque), os aliados enfrentaram momentos de confusão no início da batalha, quando surgiu a figura do General Osório, militar brasileiro que passaria à história como herói do combate.

Os aliados se impuseram pela vantagem numérica e estratégica, vencendo a batalha, considerada um das mais sangrentas da guerra – e, para muitos historiadores, o túmulo do exército paraguaio. Após seis horas de combates, as margens do lago Tuiuti estavam repletas de mortos e feridos. Os números não são precisos, mas estima-se em 6 mil o número de baixas entre os paraguaios e 4 mil entre os aliados.

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AVENIDA TUIUTI I 7O DIÁRIO DO NORTE DO PARANÁ Outubro de 2015

q A GUERRA

A Guerra do Paraguai começou com o aprisionamento de um navio brasileiro, em novembro de 1964. No mês seguinte, tropas paraguaias nvadiram Mato Grosso. No início de 1865, os paraguaios invadiram cidades na Argentina e no Rio Grande do Sul, como parte do plano do ditador Francisco Solano López de ampliar os limites fronteiriços de seu país e obter uma saída para o Oceano Atlântico através dos rios da Bacia da Prata. Brasil, Argentina e Uruguai se uniram contra o ditador em acordo formalizado no dia 1º de maio de 1865 quando foi criada a Tríplice Aliança. Em sucessivas e sangrentas batalhas, Solano López foi morto, o Paraguai acabou derrotado e sua população quase totalmente dizimada.

A Guerra do Paraguai terminou em 1870, na Batalha de Cerro Corá, quando Solano Lopes foi morto, episódio que ainda hoje é controverso, pelas circunstâncias em que ocorreu. Lópes, segundo entendimento teria sido ‘assassinado’ por brasileiros, após a derrota na batalha. Perseguido, caiu ao tentar atravessar o riacho. Rendido, teria desembainhado sua espada e gritado: ‘morro com minha pátria e a espada na mão’. Subjugado, teria sido morto com um tiro disparado por soldado gaúcho.

A motivação da guerra e a vitória brasileira, celebrada como ‘heróica’, também são objeto de revisionismo histórico. Num dos livros mais polêmicos sobre o tema, ‘Genocídio Americano - A Guerra do Paraguai’, o escritor José Júlio Chiaventto considera que as ações bélicas brasileiras representaram um deliberado extermínio da população paraguaia, comparando os excessos do exército à forçca desproporcional usada pelos Estados Unidos durante a Guerra do Vietinã contra civis. Alheio à polêmica, Solano López segue como um herói entre os paraguaios, mito criado por sucessivos ditadores para justificar suas próprias atrocidades.

Representação artística da Batalha do Tuiuti, que envolveu cerca de 50 mil combatentes e deixou um saldo de mais de 10 mil mortos

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Ex-pastor serve garapa e lições Da garapeira onde trabalha há 9 anos, Nilo Hilário assiste o tempo passar e só espera pela eternidade

Nilo Hilário do Prado saca uma minúscula caderneta do bolso e crava: 15 de outubro de 2007. A data se refere ao dia em que começou a moer cana na esquina da avenida Tuiuti com rua La Paz. A garapeira é negócio que reproduz a tranquilidade do ex-pastor, há mais de 30 anos em Maringá. Conta sua história entremeando-a com passagens bíblicas e adágios populares de inspiração religiosa. Deixou Terra Rica aos 14 anos e antes dos 30 era pastor missionário, que corria o Paraná pregando a palavra de Deus. Adventista da Promessa, só não trabalha aos sábados. A lida religiosa logo se mostrou pouco promissora no correr dos anos. “Pagavam pouco”, afirma Nilo Hilário. Deixou a pregação, mas continuou na estrada como vendedor da extinta Casas Alô Brasil, atacadista de

produtos alimentícios que fez história na cidade. A experiência com vendas o animou a abrir seu próprio negocio. Primeira uma mercearia modesta, depois um supermercadinho. “O fiado me quebrou”, decreta. “A vida é um romance”, resume o garapeiro. Aos 74 anos, aposentado e pais de duas filhas, avô de dois netos e bisavô de dois bisnetos, não espera mais nada da vida. “Espero só a vida eterna”, afirma, confiante na promessa bíblica, sem iludir-se que essa transição ocorra imediatamente após a morte. “Quem morre é entregue ao esquecimento”, afirma, lembrando, porém, que um dia todos renascerão para acertar as contas com Deus. Assim, o pastor que deixou o púlpito, mas não a vocação para pregar a palavra, se acomoda em sua cadeira à espera de cliente, tranquilo. Nilo Hilário com sua bíblia e a garapeira: vida de pregação hoje consagrada a tranquilidade

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‘Não dou corda para vagabundo’ O palmeirense Mário Barbado é exemplo de tradição na Tuiuti, onde toca um pequeno bar há 37 anos

Ponteiro direito rápido e ágil quando mais jovem, o comerciante Mário Barbado é exemplo de tradição na avenida Tuiuti. Há 37 anos ele está atrás de balcão num boteco de aparência regulamentar, ou seja, de características que preservam a essência de local, onde a conversa rola sem pressa na companhia de cerveja ou cachaça. Aliás, uma infinidade de rótulos se enfileira nas prateleiras, algumas raridades. Mesa de bilhar (ou sinuca, snooker...) no centro, bem cuidada, como demonstra a capa de vinil a cobri-la, e uma infinidade de pôsteres na parede, do Palmeiras, revela que o bar tem muitas históricas – ou muitas histórias se contaram ali, por fregueses ainda vivos e outros tantos que já se foram. Barbado já viu muito freguês se consumir na cachaça em longas e repetidas sessões

de tragos. Não demonstra na aparência a idade: 80 anos. Também assistiu partidas intermináveis de ‘porrinha’, modalidade de disputa em que os jogadores (4 geralmente) ‘matam’ as bolas cujos números constam no fundo de tampinhas de garrafa, divididas antes da partida. “Mas já não se joga mais como antigamente. Hoje, os mais jovens preferem o celular”, lamenta o comerciante. Ex-operário de fábrica de compensados, Barbado diz que vagabundo no seu bar ‘não se cria’. “Não dou corda”, resume, lembrando que abre todos os dias, das 7 às 9 da noite. Aos domingos se permite expediente mais curto, mas até às 12 horas enche vários copos de cachaça para os clientes, observados por craques que fizeram história no Palmeiras, eternizados nos muitos pôsteres do bar. Mário Barbado no balcão de seu bar, cercado por pôsteres do Palmeiras e muitas histórias

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Zé Jorge não para: corre e corre Atleta de 63 anos corre 20km por dia, disputou 59 maratonas e ganhou mais de mil medalhas e troféus

José Jorge do Livramento Medeiros é inquieto. Mas para por alguns minutos e, sentado num banquinho na frente de sua casa conta sua história: “nasci em Itambé, fui registrado em Mandaguari e criado em Maringá”. A inquietação se justifica pela atividade de atleta amador, que já colecionou mais de mil títulos, entre troféus e medalhas, em provas de longa distância. Zé Jorge não para.

Ao cruzar a linha de chegada de uma maratona, já está preparado para outra corrida. Já disputou 59 maratonas e chegou a correr cinco dessas provas num ano. Não por acaso no seu vasto círculo de amigos consta um nome de respeito no meio: do maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima, de quem Zé Jorge diz ter sido o primeiro treinador.

Oficialmente ele começou a correr em 1976, exatamente na Prova Tiradentes,

criada no ano anterior. Montou uma equipe, a Tartaruga, com seis atletas, e entre 120 competidores obteve a 20ª colocação, posição que lhe garantiu a última medalha da prova. Tomou gosto pelas corridas e organizou três provas na avenida Tuiuti.

Aos 63 anos, casado com Eva desde os 19, pai de 4 filhos e avô de 5 netos, Zé Jorge ganha a vida fabricando peças de ferro, já que as corridas não lhe dão nada além de prazer. Presidente da Associação dos Corredores de Rua de Maringá (Acorremar), corre 20 km todos os dias e este ano já participou de meia dúzia de competições, todas de longa distância (maratonas e meias maratonas). Em todas obteve desempenho surpreendente em sua categoria (60/64) anos, aumentando sua coleção de troféus e medalhas. Zé Jorge corre por prazer e paixão o fez colecionador de uma infinidade de medalhas

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Garantia de algum divertimento Mesa e banquinhos de concreto no meio do canteiro da avenida estimulam as conversas e carteado

A mesa e os banquinhos de concreto no meio do canteiro central na avenida Tuiuti são um convite ao passatempo - seja uma simples conversa entre amigos ou uma disputa despretensiosa de cartas. Antes ali existia um toco de árvore usada exatamente para o entretimento de aposentados. No início do ano, a pedido, a prefeitura caprichou no ponto de encontro: fez a instalação que logo passou a ser usada com mais frequência pelos ‘sócios’ do local.

“Aqui a gente se encontra, conversa e se diverte”, resume o ex-motorista de ônibus José Francisco da Silva. Aposentado, como o vidraceiro Antonio Rosa, dois dos vários frequentadores da ‘mesa’, como se referem ao local, costumam se encontra pela manhã ou no final da tarde para longas partidas de cartas. “Só falta aqui uma

cobertura”, aponta Quirino Miguel. “Se tivesse proteção contra sol ou chuva seria muito mais frequentado”, acredita.

“Proteção mesmo nós precisamos é contra os desocupados. Acho que eles usam mais esse local que a gente”, afirma o vendedor autônomo Manoel Correia, se referindo a um grupo de jovens que ocupa o local para consumo de bebidas e, eventualmente, até drogas. “A polícia passa por aqui, mas não faz nada”, lamenta ‘seu’ Mané.

Mas mesmo assim a ‘mesa’ é ponto de encontro para quem vê o tempo passar na companhia de bons amigos, deixando a conversa rolar sem pretensão de discutir esse ou aquele assunto além do necessário. “O importante é encontrar os amigos e passar o tempo, sem pressa”, afirma José Francisco. No meio do canteiro central da Tuiuti mesas de concreto servem de ponto de encontro

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Painéis contam história da cidade Elaborados por estudantes de Artes Visuais do então Cesumar, em 2007, painéis esperam restauração

Os painéis artísticos que hoje quase não são percebidos por quem passa pelo viaduto da avenida Tuiuti estão lá desde 2007, quando alunos do curso de Artes Visuais do então Cesumar, coordenador pela professora Deborah Kemmer, decidiram revitalizar o local contando parte da história da cidade. “Foram quatro meses trabalhando no atelier construindo as imagens de mosaico e depois 25 dias em andaimes para montagem dos painéis. Cada um deles tem uma referência da história de Maringá. Para melhorar ainda mais o local, a prefeitura pretende instalar um sistema de iluminação especial que valorize os painéis artísticos e construir uma praça no entorno do viaduto”, segundo disse ‘a época a coordenadora do projeto. São seis painéis que reproduzem

aspectos distintos da trajetória da cidade desde 1947:

História O painel representa a história das dificuldades e da luta da cidade desde 1947 até os dias de hoje, representada como um negativo de um filme fotográfico, simbolizando o registro. Foram feitas pesquisas em registros e livros de pioneiros de Maringá, para saber quais eram as atividades e como as pessoas viviam aqui naquela época. O painel mostra homens desbravando as matas, caçando e pescando e também mostra como eram as casas da época, o comércio que existia na região, a capela nossa senhora da glória, entre outros símbolos da cidade. A idéia é mostrar os homens chegando à Maringá e começando a constituir uma cidade.

Evolução Representa Maringá

florescendo, onde de cada árvore – uma de cada lado do painel - florescem as ruas e os nomes dos pioneiros da cidade, representadas por placas de trânsito e de ruas. As placas representam que depois de todo o processo de fundação, começa o processo de organização da cidade. O painel simboliza a organização, o crescimento e a evolução de Maringá. Nele também está representada a educação, a agricultura, o esporte, a mulher no mercado de trabalho, fatores que contribuíram para o crescimento da cidade.

Conhecimento Esse painel mostra a evolução do próprio homem, tendo a religião representada pela bíblia, o conhecimento presente nos livros e a representação de profissões como medicina e jornalismo. Relógios

mostram que o tempo não pára e as coisas estão sempre evoluindo. Também está representada a arte, a família, pensadores antigos como Sócrates e Platão e símbolos como as araucárias, representando a natureza do Paraná, em meio a um código de barras e um computador, lembrando a evolução da tecnologia. No painel foi usado o mosaico, uma técnica antiga que resiste ao tempo. A intenção é mostrar que é preciso sempre seguir em frente.

Transportes Um outro painel representa o ano de 1974 em Maringá, quando o viaduto estava sendo planejado à mão, sem computador, mas que precisava ser feito, pois a cidade estava crescendo muito. Vários veículos utilizados naquela época, como a rural, a catita (primeiro ônibus que veio para Maringá) e o maverick, foram feitos em

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AVENIDA TUIUTI I 17O DIÁRIO DO NORTE DO PARANÁ Outubro de 2015

mosaico. O objetivo do painel é deixar a mensagem de que o tempo passa, a organização acontece, as pessoas vêm e vão, deixando sua marca no seu tempo.

Cotidiano Mostra o dia-a-dia do homem na cidade correndo, trabalhando, sua rotina.

Infância Mostra a ingenuidade da criança, com peças de brinquedos

rolando, livros infantis, crianças sonhando, felizes e brincando. Representa também a cultura e a dança com a figura de uma bailarina.

Apesar de bastante expressivos visualmente, a falta de manutenção deixou os painéis pouco visíveis, a ponto de passarem despercebidos pelas pessoas, como o aposentado Juarez

Macedo, que ficou surpreso ao ser ‘apresentado’ às obras. “Passo aqui quase todos os dias e não havia reparado. Pensava que era algum tipo de pichação”, afirma. Ao observar com mais cuidado, encontra referências de sua história. “Bonito isso”, resume, lembrando que chegou em Maringá nos anos de 1960. “Isso aqui não existia.

Era tudo mato e barro”, conta, fixando-se nos painéis e reencontrando origens, pois é exatamente essa a proposta do trabalho: ‘viajar’ pela história da cidade resgatando elementos importantes de sua trajetória. Enfim, os painéis são expressivos de uma iniciativa artística que merece não apensar ser preservada, mas principalmente admirada.

Painéis desenhados na base do viaduto da Tuiuti com Colombo retratam diversos elementos importantes da história de Maringá, mas arte, existente desde 2007, passa quase despercebida

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18 I AVENIDA TUIUTI O DIÁRIO DO NORTE DO PARANÁ Outubro de 2015

Água é ‘remédio’ contra o calor Para manter corpo saudável em períodos de altas temperaturas, é preciso aumentar consumo de água

Com temperaturas elevadas, a necessidade de consumir mais água não é determinada apenas pela sede. É preciso manter o corpo hidratado para não predispor o organismo a distúrbios graves. Sem água, o corpo humano funcionaria apenas por alguns dias. Basta 20% de desidratação para começarem uma sequência de problemas que pode levar à morte.

Muitas pessoas não associam a água a uma boa alimentação, mas ela é, depois do oxigênio, a substância mais importante para a manutenção da vida. Nos próximos meses, quando a média de temperatura deverá ultrapassar os 30ºC, as necessidades serão ainda maiores e todos nós deveremos ficar atentos para repor as perdas que ocorrem nesse período.

A perda de água no ser humano

ocorre de várias formas: através dos rins em forma de urina, por exemplo. Quando a ingestão e água é insuficiente, os rins compensam liberando uma urina mais concentrada, com coloração amarelo mais acentuado. Um baixo consumo crônico de água aumenta o risco de cálculos (pedras) renais ou cálculos na bexiga.

Mas qual a quantidade de água adequada? Em geral, adultos devem consumir 35 ml por quilo de peso e crianças de 50 a 60 ml. Isto quer dizer que se uma pessoa pesa 70Kg ela deverá ingerir diariamente cerca de 2,5L de água. Sucos, refrigerantes, chá, café e os alimentos contém água. Mas a pessoa deve dar preferência à água pura. Esse volume pode ser aumentado de acordo com as atividades físicas, que proporcionam maior perda de água.

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‘Esse negócio de música é vício’ Geraldinho é uma das muitas figuras ilustres da Tuiuti, que fez e ainda faz história na música sertaneja

Um sujeito simpático, que não economiza palavras quando o assunto é moda caipira. Assim é Geraldinho. Funcionário público aposentado, ele se chama Geraldo Alves da Silva. Nascido em 13 de setembro de 1938, mora na rua Quito, Vila Morangueira, próximo da Avenida Tuiuti. De Muriaé (MG) veio para o interior de São Paulo e de lá para Marialva, onde chegou em 1958.. Em 1965, casou-se e veio para Maringá.

Na época, Geraldinho cantava com o irmão Silvinho e chegaram a gravar um disco compacto nos estúdios da Rádio Cultura de Maringá, além de se apresentarem em rádios paulistanas. Em São Paulo, quase gravaram disco na Chantecler, poderoso selo na época. Gravação de sambas enredos pela gravadora impediu a realização do sonho, adiado e depois desfeito pela

colheita do café, quando a dupla ficou impedida de retornar à capital. A morte do irmão num acidente de carro pôs fim à parceria. Entristecido, abandonou a música. mas retomou a carreira para formar com seu compadre a dupla Dione e Dionel.

Participaram de vários festivais pelo Paraná, fazendo sucesso com a música “Escolinha do Mobral”, de Geraldinho e Zé Moreno.

Geraldinho também formou dupla com Chico de Abreu, o Chiquito, acompanhados pelo sanfoneiro Gauchinho. Atualmente, ele voltou a cantar com Miguel formando um trio com o sanfoneiro Vicente. “Esse negócio de música é um vício, a gente não para mais”, diz Geraldinho, não sem antes buscar o violão para dedilhar e posar para a foto que ilustra este texto. Geraldinho e o seu inseparável violão: parceria que rende boas músicas e muitas histórias

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AVENIDA TUIUTI I 21O DIÁRIO DO NORTE DO PARANÁ Outubro de 2015

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A arte de escrever bem e bonito Dentista aposentado, Ambrózio Buzzi cultua a caligrafia, uma arte que ‘desenha’ as letras com esmero

Enfrentar a tecnologia é um dos desafios de quem trabalha com a caligrafia. Mas Ambrózio Buzzi, 85, não se importa com a concorrência da era digital. O que ele quer mesmo é exibir suas letras desenhadas com esmero. Caligrafia é uma palavra que deriva do grego e significa “escrita bela”. Ser calígrafo é escrever de forma bela, uniforme e elegante.

Nascido em Blumenau (SC), Ambrózio veio para Maringá em 1966. Foi gerente de banco e logo começou a exercer a profissão de dentista. O dom para escrever bonito foi aperfeiçoado no Colégio Marista em Curitiba. “Naquele tempo os professores exigiam caligrafia e como eu gostava fui aperfeiçoando”, conta.

Um dos treinos que fazia no Marista era copiar a Ave Maria por diversas

vezes. De tanto treinar, Ambrózio ganhou um concurso de caligrafia e daí em diante não parou mais.

O dentista aposentado afirma que muita gente valoriza a caligrafia embora hoje o computador tenha tomado conta da escrita. “Muitos preferem o trabalho manual por ser mais bonito e charmoso”, declara.

Quem quiser valorizar e dar requintes a objetos utilizados na vida pessoal e profissional, fale com Ambrózio: convites de casamentos, formaturas, festas de quinze anos, aniversários, diplomas, cartazes, monogramas, cartões de apresentação, display de mesas, cardápio de buffet, capas de menu, legenda de álbuns de fotografia, dedicatória em livros, marcadores de páginas personalizados, poemas e textos para homenagens. Ambrózio Buzzi desenha cada letra com muito esmero, dando forma e beleza à escrita

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Papai Noel chega em novembro A abertura das festividades natalinas em Maringá será no dia 28; avenida Tuiuti terá iluminação especial

A decoração do Natal de Maringá será inaugurada no dia 28 de novembro, com a chegada do Papai Noel e uma novidade: a ‘Parada de Natal’, Serão instaladas na cidade 110 mil metros de mangueiras decorativas em 2.750 árvores localizadas nas principais avenidas e praças do município. Além da iluminação em tom amarelo, uma das novidades este ano será a iluminação com mangueiras verdes, que vão enfeitar 18 praças.

As vias que serão contempladas com mangueiras amarelas são: avenida Brasil, rua Santos Dumont, rua Néo Alves Martins, avenida Tiradentes, avenida Getúlio Vargas, avenida XV de novembro, avenida Duque de Caxias, avenida Herval, avenida Papa João XXIII, avenida João Paulino Filho, avenida Rio Branco, avenida Paraná,

avenida São Paulo, avenida Cerro Azul, avenida Nildo Ribeiro da Rocha (trecho da Cerro Azul até a Gastão Vidigal na altura do Hospital Municipal), avenida Mandacaru, avenida Alziro Zarur, avenida Pedro Taques, avenida Kakogawa, avenida das Palmeiras, avenida Morangueira, avenida Tuiuti, avenida J.K., avenida Centenário, distritos de Iguatemi e Floriano.

As mangueiras verdes, novidade desta edição do Natal Maringá, serão colocadas em 18 praças: 7 de Setembro (Peladão), Ouro Preto (Morangueira), Todos os Santos (Cerro Azul), Divino Espírito Santo, Farroupilha (Pedro Taques), Kakogawa, Rocha Pombo, Souza Naves, Emiliano Perneta, São Judas Tadeu, Santo Antônio, José Bonifácio, Dom Pedro 1º, Manoel Ribas.

Também vão receber decorações

especiais a Praça da Catedral, Praça Raposo Tavares, Praça dos Expedicionários, Praça Napoleão Moreira da Silva e Centro de Convivência Deputado Renato Celidônio. Serão contemplados ainda com decorações especiais o Parque do Ingá, o Bosque dos Pioneiros (Bosque II), Praque Alfredo Nyffeler, Travessa Jorge Amado, Largo Irineu Muraze, Paço Municipal e Hospital Municipal. Os quatro portais nas principais vias de acesso à cidade, na região norte, sul, leste e oeste, também vão ser decorados.

A chegada do Papai Noel está prevista para o dia 28 de novembro, às 20 horas, na Avenida Getúlio Vargas. Este ano haverá a ‘Parada de Natal’, com uma estrutura de arquibancada montada para atender 5.500 pessoas. A queima de fogos vai ocorrer tanto

na chegada do bom velhinho quanto na Virada do Ano. Durante todo o período de festejos a população terá acesso gratuitamente também a apresentações culturais natalinas, que são desenvolvidas e organizadas pela Secretaria de Cultura.

A gerente de Turismo da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ivana Murad, destaca além da decoração, a Vila Gourmet, que será instalada na Vila do Papai Noel, oferecendo a gastronomia típica do Natal.

“As barracas de artesanato ficarão no Centro de Convivência Renato Celidônio e a Secretaria de Cultura oferecerá uma programação variada em diversos pontos da cidade, além dos passeios de trenzinhos pelo centro da cidade entre outras ações que vão encantar a população “, afirma.

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Mais conversa, menos violência Branca da Mota investe em reuniões com pais, professores e alunos para fortalecer a integração social

O Colégio Estadual Branca da Mota Fernandes, ensino fundamental, médio e profissionalizante, vive uma de suas melhores fases no que se refere à redução dos índices de violência e integração com a comunidade escolar. Quem garante é o diretor daquele estabelecimento de ensino, professor Gickson Silva, 45. Desde que assumiu o cargo, há sete anos, ele e os professores promovem ações para diminuir a violência e o bullying na escola. “Procuramos dialogar, buscar alternativas para resolver os problemas, sempre ouvindo professores, alunos e pais”, afirma ele.

Segundo ele, a construção do diálogo se dá em reuniões. No começo de cada ano letivo, há uma reunião com os pais, na qual são debatidos problemas e possíveis soluções. Durante o ano,

há reuniões com os alunos, sempre perseguindo os objetivos traçados com a comunidade escolar. “Essa estratégia mexeu com os alunos”, diz Silva. “Hoje, se um aluno quebrar um vidro da escola, por exemplo, ele vem à secretaria e se justifica”. Com 1480 alunos distribuídos nos turnos da manhã, tarde e noite, o Branca da Mota se tornou referência para os bairros da região da Avenida Tuiuti.

As discussões resultaram no Estatuto Anti-Bullyng, elaborado no colégio por meio de palestras, vídeos e slides. Há também discussões sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), enfatizando medidas socioeducativas, que podem ser aplicadas em possíveis infrações cometidas pelos alunos. Destaque ainda para a necessidade em cumprir o Regimento Escolar no que

”Essa estratégia mexeu com os alunos, que, se algum deles quebrar um vidro, vem à secretaria e se justifica Gickson Silva Diretor do colégio

se refere à frequência e aprovação dos alunos. “Estamos contentes com os resultados obtidos”, acrescenta Silva. “Agradecemos aos alunos pelo comportamento e convívio harmonioso, o que vem colocando este colégio como

referência para outras instituições, pois são raras as ocorrências registradas pela Patrulha Escolar”.

História O colégio estadual Branca da Mota Fernandes surgiu em 1970. Criado pela Lei Municipal 777/1970 da Câmara de Maringá, era denominado Grupo Escolar Branca da Mota Fernandes localizado no mesmo lugar onde funciona até hoje: Avenida Tuiuti, esquina com rua Caracas. Naquela época, atendia alunos de 1ª a 4ª séries. Em 1° de março de 1975 teve início a implantação do ensino de 5ª e 6ª séries ginasial, no período diurno e a extensão para as 7ª e 8ª séries, complementando o ensino fundamental.

Em 1976, a Associação de Pais e Professores (APP), presidida por João Francisco Lopes, promoveu diversas reuniões e iniciou a construção de novas

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instalações no estabelecimento. Havia uma demanda de cerca de 920 alunos, mas a capacidade física da escola era para 280 alunos. A ampliação culminou com as novas instalações, inauguradas em 1978. Em 1982, houve a implantação do primeiro e segundo graus, dando origem ao atual nome: Colégio Estadual Branca da Mota Fernandes.

Quanto à participação da escola nos meios comunitários destaca-se o departamento musical como fator de integração, disciplina, ordem e cidadania de seus alunos. Sua fanfarra juvenil mista, fundada em 2 de junho de 1982, conseguiu oito títulos de campeã estadual nos anos de 1983, 1986, 1988, 1993, 1995 e 1996 e tricampeã nacional de bandas e fanfarras entre 1994 e 1996.

No projeto político-pedagógico, a educação especial é inclusiva nas modalidades: sala de recursos 1ª a 4ª séries; sala de recursos de 5ª a 8ª séries; salas de alunos portadores de deficiência visual-DV; salas de alunos portadores de deficiência mental-DM, e salas de apoio à aprendizagem. No campo pedagógico, há estreita relação com os órgãos de apoio dentro da escola: Conselho Escolar e Associação de Pais, Mestres e Funcionários, com resultados muito positivos. Direção e professores do Branca da Mota, tradicional colégio da região da Tuiuti, buscaram no diálogo solução para problemas com alun

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Ademir da Guia jogou na Tuiuti? Pista dava alguma consistência à história, desconstruída por Zé Jorge, fundador de time na década de 70

Ademir da Guia, célebre meia que fez história no Palmeiras, time pelo qual jogo por 15 anos e marcou 163 gols em mais de 901 partidas, teria jogado pelo time do Tuiuti num dos confrontos contra o Alvorada, em algum momento de 1970. O ‘Divino’ teria entrado em campo em atenção a um amigo de longa data, que teria conhecido nos tempos ainda que jogava no Bangu, time que o projetou no futebol. De passagem pela região em excursão com o Palmeiras, acabou vestindo o uniforme alvinegro da Sociedade Esportiva Tuiuti e encarando a terra vermelha do campo, então existente na esquina da avenida Tuiuti com rua La Paz.

O Alvorada era adversário recorrente da Tuiuti e as disputas eram esperadas pela rivalidade e nível dos jogos, que raramente terminavam sem brigas,

nada, porém, que tirasse o brilho do confronto. Da Guia teria jogado por 20 minutos, com a conivência do adversário, descrente na presença do craque. Nem o público teria se dado conta, até que alguém gritara: “É o Ademir da Guia!” Nas poucas vezes em que pegou na bola, até para evitar entrada mais maldosa de um zagueiro mais determinado, fez lançamentos precisos à esquerda e à direita. Não marcou, mas participou das jogadas do único gol da partida.

Não há nenhum registro sobre o episódio, exatamente porque nunca aconteceu. O jogo com certeza ocorreu, pois Jardim Alvorada e Vila Operária eram rivais frequentes da Sociedade Esportiva Tuiuti, mas o palco em que supostamente Ademir da Guia desfilou seu repertório de jogadas só virou

”Era um ponta esquerda ‘rompedor’, que corria muito. Até troquei de posição, jogando mais de meia esquerda; Pra mim não tinha bola perdida. José Jorge do Livramento Medeiros Ex-jogador

campo em 1975, depois que a geada dizimou o café que cobria toda a área. Quem lembra é José Jorge do Livramento Medeiros, fundador do time e um dos ‘operários’ que limpou o

terreno para colocar duas traves, riscar o chão e chamar aquele espaço de ‘campo’, depois de negociar a empreitada com o dono da propriedade. Zé Jorge se reconhece até hoje, aos 63 anos, como um jogador de boa qualidade, ‘ponta esquerda rompedor’, como bem se define. “Pra mim não tinha bola perdida”, lembra Zé Jorge, que depois trocou de posição: foi ser meia esquerda. Cita com orgulho nomes e apelidos como Pelegão, Mosquito, Valdirzinho e Enio, jogadores que mereciam destino de craques. O Tuiuti não terminou a década de 1970, mas no período em que existiu era respeitado da Placa Atalaia ao Km 115, em campos de várzea onde o futebol se jogava sem muita estratégia, mas muita determinação, mesmo em condições precárias de terreno e sobriedade. “Sinval estava

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q QUEM FOI ADEMIR DA GUIA

O Palmeiras nunca teve um jogador tão talentoso e que unisse perfeitamente a classe e a habilidade com a bola nos pés com a capacidade de conquistar títulos como o “Divino” fez em 16 anos de clube. Sua genialidade transcendeu as quatro linhas, virando poesia e filme (“Um Craque Chamado Divino”, de 2006). Comandante das Academias dos anos 60 e 70, está eternizado em um busto de bronze nos jardins do Palestra Italia. É o jogador que mais partidas disputou na história do clube: foram 903 jogos (515 vitórias, 233 empates e 155 derrotas) e 154 gols. (Fonte: www. Palmeiras.com.br)

esempre bêbado”, conta Zé Jorge. Sinval era zagueiro dos bons, rígido

com os companheiros e mais ainda com os adversários, tratados com o rigor de seu corpanzil e habilidades incomuns num defensor. Mas gostava de uma birita. Colocar todo mundo no caminhão era sempre um desafio para Zé Jorge, que começava a empreitada na madrugada. Antes das 5 da manhã ele estava à caça dos atletas para garantir que todos estariam no lugar marcado, um pouco qualquer da avenida Tuiuti. “Naquele tempo a gente se deslocava na carroceria de um caminhão, coisa que não pode mais hoje em dia”, lembra Zé Jorge, apontando para um meio de transporte muito característico do quase extinto futebol de várzea, que tantos craques revelou país afora.

Sinval era o que mais lhe dava trabalho. Geralmente já embarcava sob efeito de cachaça. Dormia durante o trajeto e pouco antes do jogo se jogava embaixo de um cano de água gelada. Recobrava a boa forma e, invariavelmente, fazia uma grande partida, sem deixar que o álcool atrapalhasse seu desempenho. Depois do jogo, a comemoração era na pinga com limão, levada num garrafão de cinco litros.

Ademir da Guia em lance com Rivelino em jogo do início da década de 1970: Rivelino revelaria mais tarde que Ademir da Guia era seu ídolo

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Acim realiza curso sobre o Excel Aulas buscam ampliar conhecimento sobre planilhas eletrônicas, nem sempre devidamente exploradas

Cálculos e planilhas eletrônicas são tarefas que fazem parte da rotina de muitos profissionais. No entanto, a ferramenta Excel, da Microsoft Office, nem sempre é explorada em sua plenitude. Para otimizar o trabalho e proporcionar soluções efetivas, o Centro de Treinamento da Associação Comercial e Empresarial de Maringá (ACIM) oferece o curso “Excel: Construindo Planilhas”.

As aulas começam segunda-feira (26), das 19h às 23 horas, e seguem até quinta-feira (29). O instrutor será o Silvio Carvalho, especialista em Excel Avançado com VBA pela Impacta Certificação e Treinamento em São Paulo - empresa credenciada da Microsoft. A proposta é ensinar conceitos e práticas que levem os participantes a assimilarem a dinâmica

da ferramenta. Compras De 26 a 29 de outubro,

a ACIM também oferece o curso “Negociação avançada em compras”, das 19h às 23 horas. A capacitação ficará a cargo do coach Edvaldo Eliezer Gomes da Silva, que há mais de 20 anos atua na área de compras e vendas. A proposta é oferecer aos participantes uma metodologia que permita utilizar comunicação efetiva em qualquer tipo de negociação, bem como aprender a evitar armadilhas e utilizar a criatividade para gerar alternativas que ajudem a melhorar os acordos comerciais.

Planejamento Com o propósito de ensinar métodos e ferramentas de planejamento e controle da produção para otimizar os recursos de um processo produtivo, a ACIM programou

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o curso “PPCP – Planejamento, programação e controle da produção”, conduzida por Paulo Henrique Ramos Uchikawa, graduado em Engenharia da Produção e Processos Gerenciais, com especialização em Qualidade e Produtividade. As aulas serão de 26 a 30 de outubro, das 19h às 23 horas.

Forte e lucrativa Em meio a um contexto de crise econômica muitas empresas têm enfrentado desafios. Para estimular a reflexão sobre os fatores que sustentam os empreendimentos no mercado, será realizada nos dias 27 e 28 de outubro, das 19h às 23 horas, o curso “Como tornar sua empresa mais forte e lucrativa”. A instrutora Sandra Katayama também vai citar competências e atitudes que garantem mais preparo aos gestores.

E-commerce Quem pretende abrir um negócio de vendas pela internet terá a oportunidade de participar, de 27 a 29 de outubro, das 19h às 23 horas, da capacitação “E-commerce: Criação e gestão de loja virtual”. O curso será ministrado pelo consultor Felipe Orsoli, que abordará questões de planejamento, logística, meios de pagamento, estratégias de Marketing e opções de plataformas.

Vendas Para finalizar a programação

A proposta é ensinar práticas que levem os participantes a assimilarem a ferramenta SILVIO CARVALHO Instrutor

de cursos de outubro, a ACIM promove ainda a capacitação “Excelência em vendas”, que será dos dias 27 a 29, das 19h às 23 horas, com o consultor Paulo Henrique Ribeiro, que há mais de 15 anos atua no ramo de varejo com experiência na área comercial e Gestão de Pessoas. O objetivo é desenvolver habilidades que garantam profissionalização e diferencial no mercado.

Capaz O programa Capaz é outra oportunidade para quem busca

qualificação. O treinamento oferece teoria e prática sobre as atividades e habilidades necessárias para a atuação na área de call center/telemarketing.

Serviço Os cursos serão realizados na sede da ACIM (rua Basílio Saltchuk, 388). Informações: (44) 3025-9631, 9912-1089 (WhatsApp) ou pelo e-mail: [email protected] e também pelo site www.acim.com.br/cursos.

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