o dia que o rap dominou a marÉ

15
03 om UMA PUBLICAÇÃO DO GRUPO CULTukfttíAFRO REGGAE ANO III 15 MAIO / 1995 IíBíM, o festival de RAP qxxe balançoxx a * I I V 3 **%. descubra a capital do reggae \LPHA \BLONDY Io rçinício da \ carreira depois ^ das drogas OD0CANTAGAL0 E um núcleo de O cultura na zona sul do Rio E MAIS OYOUSSOU NDOUR 4PLANETHEMP 4 ABEL DUÊRÊ

Upload: eduardo-machiavelli

Post on 15-Jun-2015

331 views

Category:

Entertainment & Humor


4 download

DESCRIPTION

A realidade é a mesma e o objetivo, um só: desenvolver a consciência da negritude nas comunidades carentes do Rio e discutir a violência da qual essas comunidades são vítimas. Por isso, um grupo de rappers cariocas resolveu organizar um festival para mostrar seu trabalho em plena favela da Vila do João (uma das que formam o Complexo da Maré, em Bonsucesso, zona norte da cidade). Os rappers são músicos ligados ao rap -palavra derivada das iniciais de "rhythm and poetry" (ritmo e poesia), corrente musical de origem norte-americana que usa batidas eletrônicas pré-gravadas e letras com forte conteúdo de contestação política e social. O 1º Voz Ativa -o nome do festival- acontece amanhã a partir das 13h no meio da rua 14, a principal da favela da Vila do João. Paz "É um evento de paz. A comunidade passa por dificuldades e precisamos acabar com esse estigma da violência", diz Fernando Xhackal, 22, do grupo Realidade Social e um dos organizadores do festival. A idéia de montar o festival surgiu a partir da dificuldade dos rappers em mostrar seu trabalho. Eles são rejeitados por empresários e organizadores de bailes nos clubes cariocas. "Quando dizemos que somos 'da consciência', eles dizem que não têm vagas para shows. Às vezes escondemos que somos rappers", diz Luck, morador da favela da Rocinha (em São Conrado, zona sul do Rio) e letrista do Ponto 50. Segundo os rappers, os funkeiros são preferidos pelos organizadores dos bailes. "As músicas deles não dão consciência para a rapaziada", afirma Julio César, 19, do Justiça Negra. A intenção é fazer um evento pacífico, mas as letras dos raps que serão apresentados pelos grupos mostra que ali não haverá espaço para o "melody" -música para dançar, com letras mais "inocentes". "Somos negros, somos maiorais. Isso mesmo, seu racismo não nos calará jamais", canta Sandra Regina, 23, vocalista do Negro no Poder, grupo formado por músicos da Rocinha. Sandra diz que ouvia e gostava de funk até conhecer o rap. "Meus amigos me mostraram que o funk é alienado. Já apanhei muito da polícia e preciso conscientizar as pessoas para evitar que essas coisas se repitam", diz Sandra, que além de rapper diz trabalhar como "secretária particular numa casa".

TRANSCRIPT

03 om

UMA PUBLICAÇÃO DO GRUPO CULTukfttíAFRO REGGAE ANO III N» 15 MAIO / 1995

IíBíM,

o festival de RAP qxxe balançoxx a

* I

I V

3 **%.

descubra a capital do reggae

\LPHA \BLONDY Io rçinício da

■ \ carreira depois ^ das drogas

OD0CANTAGAL0 E um núcleo de O cultura na

zona sul do Rio

E MAIS OYOUSSOU NDOUR 4PLANETHEMP 4 ABEL DUÊRÊ

AFROREGGAE - Nfi 15 - MAIO 1995

RIAL Desafios !

Na última edição do ARN, pedimos para que os leitores opi- nassem sobre a capa desta edi- ção. Sugerimos Gabriel O Pensa- dor, Joe Higs, Youssou N' Dour, Alpha Blondy e pedimos suges- tões de vocês, leitores, para esta empreitada. Na verdade, quem le- vou foi uma zebra cor- rendo por fora. Pois é, a galera pediu e o ARN atendeu. Ninguém mais do que o Voz Ati- va mereceu tanto essa capa - sem querer des- prezar os outros con- correntes -,- pois Fernando Xhackal, DJ Léo e Manoel Ribeiro fizeram do Festival de Rap um evento políti- co de expressão dos jovens que vivem marginalizados em várias comunidades. Fazer um show no Complexo da Maré foi um desa- fio que esta trup matou no peito, meteu um golaço e foi pro abra- ço.

E é também de desafios que o GCAR vem se mantendo até hoje. Não é à toa que a partir des- ta edição começaremos a falar mais do nosso 29 NÚCLEO CO- MUNITÁRIO DE CULTURA, no Morro do Cantagalo, mostrando alguns aspectos da realidade só- cio-cultural desta comunidade fincada em Ipanema, um dos

bairros mais nobres do Rio. Este trabalho que estamos iniciando no "GALO" (como o morro é cha- mado pelos moradores) esta sen- do respaldado pelo sucesso do Núcleo de Vigãrio Geral e apoia- do por instituições como a FASE,

as pessoas que residem em pré- dios próximos aparentemente parece uma missão não muito grata, mas, quando resolvemos iniciar este trabalho dentro de co- munidades, sabíamos que esta- ríamos expostos a tiroteios, falta

Foto José Renato

Luis Henrique (7) eBirínha (5), estrelas da Ofkina <kPercussão

IBISS, IBASE e Civitaa, que ao longo deste processo de implan- tação vêm discutindo conosco di- ferentes formas para melhor atingirmos o nosso público-alvo, e obter qualidade durante a exe- cução das oficinas, além de su- gerir temas e formas de aborda- gem de discussões que iremos levar para esta comunidade. O funcionamento deste Núcleo será dentro do Complexo Escolar Mu- nicipal João Goulart, no Canta- galo, mas buscaremos atingir os moradores do Pavão-Pavãozinho e, no futuro, os moradores do asfalto. A interação da favela com

de recursos e críticas. Por isso estamos cien- tes de nossas propos- tas e em breve serã nor- mal vocês verem fotos/ notícias desta interação social.

Para terminar esta sessão de desafios, queremos citar a expe- riência vivida no dia 4 de maio, lá em Vigário, quando estávamos sa- indo para uma apre- sentação no Morro do Cantagalo e fomos sur-

preendidos por uma incursão da polícia que, como sempre, chega atirando. O clima foi o pior pos- sível. O que aconteceu naquela data não é mais novidade para quem acompanha os noticiários da TV, novidade mesmo foi ver a determinação das crianças que fazem parte das oficinas de dan- ça e percussão, que se compor- taram como profissionais, pois mesmo abaladas com o tiroteio, fizeram uma boa apresentação no Cantagalo para um especial de 30 anos da Rede Globo.

Essa garotada, com certeza, vai muito longe!

Estou orgulhosa e feliz de saber do sucesso do traba- lho de vocês e também pela bolsa da ASHOKA que o Júnior conseguiu. Parabéns ! Estou enviando algumas

fotos, uma fita de video e uma K-7. Até mais !

Tânia Clprlano (cineas- ta brasileira radicada nos EUA) - Nova York/EUA

Gostaria que me envias- se, na medida do possível, alguns exemplares de todos os n9s do AFRO REGGAE que dispuserem. Tenho muito interesse pelo jornal, que posso utilizar no desen- volvimento de trabalhos cul- turais com alunos, profes- sores e comunidades nas quais atuo, além de desen- volver trabalhos sobre a consciência negra para no- vembro.

Júlio César - Nova Iguaçu/RJ

Vamos te enviar as 4

úítímas edições do ARN.

H Estou montando um cam-

plng Rasta e também estou a mil por hora, mas em bre- ve vai pintar uma verdadei- ra casa de reggae fora da Babilônia. Gostaria que me enviassem o ARN, pois que- ro divulgar o jornal aqui na serra. Em junho espero es- tar com tudo pronto, inclu- sive com uma boutique, um lugar para dançar, fazer re- tiro espiritual e ouvir reggae.

Ras Mak andai Casemlro de Abreu/RJ

toíiüt Centro Òe

Teatro òo Ojmmiòo

Oficinas Livres - Inscrições abertos Av. Rio Branco, 179- 6o andar - Centro

Tel. (021)220-7940

CENTRO DE ESTUDOS E ASSESSORAMENTO DE EMPREENDEDORES

É UM ÓRGÃO DO IPDH R. Álvaro Alvim, 48 -s/812/813 Centro - RJ - CEP 20031-010

(021)262-7730

N.O.T.I.C.I-A.S ANO III - N0 15 - MAIO 1995

UMA PUBLICAÇÃO DO Grupo Cultural ACro Reggae

EXPEDIENTE

Coordenador Executivo: José Júnior Tesoureiro: Plácido Paseoal Diretor Cultural: Luís Lopes (Teko Rastafari) Secretário de Comunicação: José Renato Diretor de Articulação: Rafael dos Santos Diretor Comunitário: Arcélio Faria Diretor Social: Waly Salomão Diretor de Planejamento: José Marmo

Conselho Consultivo: Caio Ferraz, Eduardo de Oliveira, Lorenzo Zanetti, Luis Cláudio de Oliveira e Victor Valia.

Editora: Mônica Cavalcanti (Mtb. 17889). Conselho Editorial: Frei David, Ivanir dos Santos, Jorge Barros, João Batista e Lúcia Xavier.

Sucursais Salvador: Ari Lima Belo Horizonte: Léo Vidigal - (031) 222.9888 Jurídico: Jorge Omir - Distribuição: Moisés Portela e Altair Martins. Núcleo Comunitário de Cultura (Vigário Geral): Angelise Rushigà, Carlos Eduardo (Tafaraogi), Jorge Bonitinho, Kênya Dias, Mareia Florêncio, Mônica Lopes e Sérgio Henrique.

Colaboradores Albino Apolmário(BA), Ana Paula Macedo, Carlos Albuquerque, Cláudio Silva, Dirléia Mathias (PR); Deley de Acari, Fábio Conceição, Flávio Gomes Filho, Geraldo Carvalho, Itallo D Antônio, Jânio de Carvalho (BA), Liko Turle, Marcelo (Teclmomusic), Magalli Pazello, Mareia Senna, Mariano Ramalho, Meagan, Peter Fry, Simone Barros, Vanderlei Berzó e Zé Maria, Zé Virgílio (BA).

Agradecimentos ASHOKA (Cinthia Paes e Maria Néo), ATCON (Edwiges e Xhackal), Caixa Econômica Federal (Manoel Ribeiro), Casa da Paz, CEAP (Programa Racial - Jorge Damião), CEM João Goulart (Tânia Novo), Cindy Albertal Lessa, FASE (Saap - Cléa Silveira), IBISS (Nanko G. Van Buuren), Instituto Civitas, ISER (ARCA - Milton Quintino), Kabeça, UERJ (Sub-reitoria Para Assuntos Comunitários), Vereador Edson Santos.

Projeto Gráfico: Ré Fotos da Capa: José Renato PuUiddade-DRPM Consultoria & Serviços Editoração Eletrônica: Wal Pinto Impressão: Graficado Jornal dos Sports Tiragem: 12 mil exemplares Sede: Rua General Roca, 818/301, Tijuca - RJ; cep 20 521-070 Tds: (021) 228 5487 - Fax: (021) 205 4796

O JORNAL AFRO REGGAE NOTÍCIAS é uma publicação do GRUPO CULTURAL AFRO REGGAE (GCAR) e não se respon- sabiliza pelas alterações de última hora nos horários e endereços fornecidos pelos organizadores de eventos e empresas citadas. As matérias assinadas são de total respon- sabilidade de seus autores.

Para quem estiver interessado em contribuir financeiramente com o GCAR, conta n" 62727-5, Banco do Brasil, agência 0288-7, Tijuca/ RJ.

AFROREGGAE - N0 15 - MAIO 1995

onda da música que

fotos José Renato no Imperator

Jâ está mais do que provado que os ritmos provenientes da Jamaica, África e Caribe, misturados ao suingue brasileiro, vieram para ficar no pais

Mônica Cavalcanti

Mais um verão se foi, as folhas das árvores já estão caindo, é outono e os shows de reggae nacionais e internacionais continuam pipocando por todo o país, numa boa. E olha que muita gente apostou que o ritmo seria, mais uma febre de temporada, como aconteceu com a lambada, e depois sumiria do mapa- Engano brutal e total falta de informação. Até porque, o reggae chegou de mansinho, conquistando adeptos ao longo do tempo e provou com todas as letras que tem peso, verdade e alegria ... Não é em- buste. Cidade Negra e Skank estão estouradaços, agenda lotada, rodan- do o BrasiL Sucesso mais do que merecido.

Um bom exemplo deste feito é a noite paulistana (que me desculpem os cariocas). São Paulo é reggae de terça a domingo, num circuito pra ninguém botar defeito, onde estão inchadas casas noturnas da melhor qualidade como o Soweto, Btdetfbn, Cally, Blen Blen Club, Lombar e a mais recente a entrar para a tchurma", Hollywood Concerta. Estes es- paços também tocam muita musica africana e caribenha, com direito a salsa, soukus, zouk, zaiko, makossa e por aí vai. O público dança e os DJs detonam. Essa é a regra geral Só não vale o sonf bate-estaca. E ainda existe a grande vantagem dos músicos locais, vez por outra, terem a oportunidade de mpsírctr o seu trabalho.

E se o Füo de Janeiro ainda não possui tantas opções para dançar e se divertir (algo que realmente não dá pra entender, muito menos pra explicar), pelo menos em matéria de shows não pode reclamar. Para se ter uma idéia dessa efervescência da música negra na cidade, vale a pena lembrar de alguns shows que rolaram pela cidade, passada a estação dos 40 graus, e que deram o que falar, como o do grupo Skank, Youssou NTtour, Carlinhos Brown, Alpha Blondy e Nadigueto.

(30/03J Valeu a pena espe-^ rar pelo show de lanç^m^rito de Calango, último álbum da banda de reggae mineira Skank, no Rio de Janeiro. Nesta oportunidade, Samuel Rosa, Leio Zaneti, Haroldo Ferretti e Henrique Portugal tam- bém receberam o Disco de Ouro pelas mais de 100 mil cópias ven- didas que, por sinal, já bateram a casa das 300 mil.

O público, que encheu o Impe- rator, dançou e cantou até não po- der mais antigos hits (Indignação,

Macaco Prego, O Homem Que Sa- bia Demais) e várias músicas do mais recente CD, como É Proibido FUmar, Amolação e Pacato Cidadão. Com direito a uma ótima versão para Muié Rendeira.

A noite teve uip clima de festa na casa do melhor amigo, com ban- da e platéia super a vontade, e um bis que durou quase meia hora. Os meninos de Beagá souberam divi- dir perfeitamente a sua alegria e satisfação pela conquista do segun- do disco de ouro com a galera, que retribuiu com muita empolgação.

Casquete Chaveiros Bottons

• Conf. em geral • CD's • Bonés • Fitas • Conjuntos infantis • Brindes.

ESPALHANDO PELO MUNDO A GRIFE AFRO-BRASILEIRA

• Kangas • Livros de autores negros •etc...

Praça José de Alencar, 9, 1Q andar • Pelourinho TELEFAX.: (071) 241-3875 • Bahia • Brasil

AFROREGGAE - N9 15 - MAIO 1995

Youssou N'Dour no Heineken concerts (08/04) Convidado pelo anfitrião (Çarlinhos Brown) daúltima noite do Heineken Concerts no Rio de Janeiro, o cantor senegalés Youssou N'Dour fez uma participa- ção impecável no palco do Metropolitan, acompa- nhado pela sua banda e o contrabaixista Habib Faye - também senegalés e seu arranjador ao lon- go de toda a sua carrei- ra. Youssou - chamado por um brincalhão Brown de Wittson do Olodum - sa- cudiu um público com- portado com o seu ginga-

do afro-pop ao detonar músicas como Shake The Tree, Seven Seconds e Chimes o/Freedom.

Depois do show, um pouco cansado, mas con- tente com o resultado da apresentação, o cantor fez questão de ressaltar que o mais importante no encontro musical que acabava de acontecer era a forte ligação entre a cultura da África e do Brasil.

- O contato entre a Música Popular Brasilei- ra e a africana ainda tem muito o que se estreitar.

para que haja a consoli- dação. Essa experiência de tocar junto com Çar- linhos Brown, com certe- za, foi um passo muito importante para esse pro- cesso de evolução. Acho que deu para sentir que Bahia e África estão em perfeita sintonia. Até por- que o tambor'é a nossa primeira língua - disse.

Pela segunda vez no Brasil (a primeira foi em 1988, no show da Anistia Internacional em São Paulo, quando cantou ao lado do seu padrinho Peter Gabriel), Youssou NDour contou que assim que chegou no país já es- tava convencido de que a percussão brasileira fun- cionaria muito bem nas suas canções.

-Ao contrário da mú- sica pop ocidental, os sons da África e do Brasil ainda não foram explora- dos totalmente e temos muito o que fazer ainda. Infelizmente, o mercado fonográfico africano é controlado por uma pe- quena gravadora e isso atrapalha um pouco, mas não impede que a música feita na região atravesse as fronteiras. Aí, quando aparecemos, nos rotulam como world music, um tí- tulo completamente sem sentido se levarmos em conta que o mundo oci- dental sempre teve uma imagem.pejorativa e, quando muito, exótica do 39 mundo. O que eles ain- da não se deram conta é que o mundo inteiro já se tomou uma coisa urbana. Eu simplesmente Canto a minha realidade, sempre aberto a influências que venham acrescentar algo mais no meu trabalho - concluiu o senegalés.

nnwtttntft reggae roots e aqui

CD'S K7'S VÍDEOS CAMISETAS

Riu Francisco Otaviano 67 Ij 13 - Arpoador

Rio de Janeiro cep 22080-040

tel (021)5216144 fax (021)3261567 mandamos para todo Bmsü

Brown faz a ponte entre Bahia e África

A noite de Çarlinhos Brown no Heineken Con- certs teve como convida- dos o cantor senegalés Youssou N'Dour, o contrabaixista Habib Faye, o ex-Titãs Arnaldo Antunes e o guitarrista americano-pernambu- cano Arto Lindsay. Pode- ria ter ficado, muito bem obrigado, com os dois pri- meiros e já seria um su- cesso. O entrosamento de Brown, Youssou e Habib no palco foi perfeito. A noite também contou com duas ótimas partici- pações especiais: Caeta-

no Veloso e Marisa Mon- te, que subiram ao palco para cantar Chcuies Anjo 45 e Canto para o Sene- gal

Brown aproveitou a oportunidade para apre- sentar músicas inéditas que farão parte do seu primeiro disco, como Amores Lemores - um misto de pagode/rock. Cumplicidade de Armário e Doce do Mar, que com- pôs com Arnaldo Antu- nes. Apesar de não se considerar um músico, mas um "amontoador de questões", ele cantou, to-

Brovm, Youssou N'Dour, Caetano Veloso e Marisa Monte' no palco do Metropolitan

BUMíãPOP .-

FUNDIÇÃO PROGRESSO

27 de maio 21;00hs '

VÍDEOS • • DJs • SHOWS SORTEIOS; camisetas,cds,cassetes e vídeos

^ Medusas Dreads § Ras Bernardo á BBBT 3.0

Lançamento mundial do novo LP

" NATURAL MISTIC " de

MARLEY informações: 220-5022

AFROREGGAE - N9 15 - MAIO 1995

cou violão e guitarra, ar- repiou na percussão e ainda mudou de visual várias vezes, vestindo-se de pajé com fraque, ado- tando um modelito mais grunge com direito a cal- ça comprida rasgada, até o final apoteótico, onde colocou todos os músicos de lençóis e guarda-chu- vas coloridos, enquanto do teto choviam latinhas de cerveja. Mas de onde vem tanta criatividade?

- Faço parte de uma cultura oral, de rua e há 20 anos sou assim... ati- vo. A diferença é que ago- ra existe a mídia atrás de mim divulgando tudo o que invento, mas não é por isso que vou mudar minhas atitudes. Aliás, só vou gravar um disco por- que existe a necessidade de se deixar um registro. Minhas maiores influên- cias foram Os Hercu- lóides e os Titãs são meus Beatles. - tenta explicar Brown. Precisa mais al- guma coisa?

Diante disso, já dá pra se ter uma idéia de que tudo pode acontecer em seu álbum de estréia que sairá pela Virgin/ EMI, á princípio em se- tembro deste ano. Essa superprodução vai contar com assinaturas de Arto Lindsay, Wally Badaron CLevel 42) e Bob Power (The Roots).

(12/04) A escolha da casa de espetáculo não foi das melhores, o trânsito para se chegar à Barra da Tíjuca estava péssimo, mes- mo assim a galera regueira compareceu ao show do cantor africano Alpha Blondy, nascido na Costa do Marfim há 41 anos, que não decepcionou a massa e fez uma das melhores apre- sentações de reggae dos úl- timos tempos, acompanha- do da competente banda Sofar System.

Alpha conquistou o público logo de cara, quan- do abriu o show com o clás- sico Jerusalém. Ele não dei- xou de fora antigos suces- sos (Adonai) e cantou vári- as músicas do seu último álbum, Dieu, como Abortíon ís a crime, WüdTime e Heol

Com a bíblia na mão, Alpha Blondy abriu o show

me. Mas o ponto alto ficou por conta da versão para Wdr, de Bob Marley, canta- da em francês e rebatizada como La Guerre.

Totalmente voltado pa- ra o seu lado espiritual des- de que saiu de uma clínica onde ficou internado por um bom tempo para "trata- mento de cabeça", o cantor mudou totalmente o seu discurso e, para surpresa de muitos, faz questão de falar que é totalmente contra a vinculação do reggae ã ma- conha.

- Não faço mais uso da erva. Tenho 12 filhos e de repente bate o peso da res- ponsabilidade. Não.dá pra ficar vivendo de divagações. É preciso pensar no futuro com muita lucidez e paz de espírito e não necessito de

■municação & Publicidade CGC 00 417 096/0001-98

Uma

Agência (iltiaaCriacão

Av. Treze de Maio 47, Gr. 2213 Cinelândia -RJ -Tel.: (021) 262-3770

H C I E

nenhuma droga para alcan- çar estes objetivos. O reggae não é sinônimo de maco- nha, como muitos fazem questão de divulgar. A sua verdadeira imagem precisa aparecer, não há necessida- de de ficar envolta nesta nuvem de fumaça - disse.

Este é mais um lado do africano que lutou muito para chegar ao sucesso. Ainda no colégio, Alpha for- mou sua primeira banda, The Atomic Vibrations, e já fazia músicas que falavam em injustiças sociais. Por conta disso foi expulso da instituição. Na adolescência morou durante dois anos em Nova York, período em que estudou na Columbia University, trabalhava num escritório para se sustentar e o tempo que sobrava fica-

va rodando os bares do Harlem e cantando Bob Marley de forma muito pe- culiar. Não foi ã toa que em 1986 gravou o álbum Jeru- salém com o grupo The Wailers.

- Sou um cidadão do mundo e sempre procurei incorporar elementos de várias culturas no que faço. Daí essa minha vocação em fazer músicas utilizando palavras de diversas lín- guas, cantando em francês, inglês, árabe - explica Alpha Blondy.

O responsável em abrir a grande noite foi a banda de reggae baiana Nade- gueto, que acaba de lançar seu primeiro CD pela War- ner Continental e já está com a faixa Anoíe aí tocan- do nas rádios.

Fazendo do show uma grande festa através de mú- sicas que mesclam o pop- reggae com vários outros estilos (funk, rap, dance- hall, samba-reggae, ska), o Nadegueto - formado por Túlio Zani (vocal), Théo Fi- lho (guitarra), Tony Alves (sax acústico e MIDI), Tus- tão Cunha (percussão), Serginho Resende (bateria), Papau (teclado) e Erick Firmino (baixo) - não se in- timidou e botou o público para dançar, com direito a ótimas versões das músicas Corações e Meníes, do Titãs, e They Long To Be (Close to youj, dos Carpenters.

«Uma noite de muito peso, com fumaça só de ci- garro, fato que não apagou o brilho do evento.

.BAR.

NEGRA MUSICA [&(âD3g®Gfl®(»lsff]^

DRPM Comunicação & Publicidade (02 1) 262 3770

6 AFROREGGAE - N» 15 - MAIO 1995

Gilberto Hilário, Tânia Novo e Wandedei Berzó: lideres do Càntagalo que se uniram para apoiar o CCAR

José Rçnato Textos e fotos

Levando os valores lia cultura e da cidadania, o Grupo Cultural Afro Reggae inicia mais um Núcleo Comunitário de Cultura, agora no Morro do Càntagalo, em conjunto com o Centro Educacional Munici- pal Presidente João Goulart (conhe-

cido como CIEP Ipanema), o Proje- to Surfavela - oficina de aprendiza- do de surf e confecção de pranchas voltada para os adolescentes do morro - e a Associação de Morado- res do Càntagalo e do Pavão- Pavàozinho. Por enquanto só está funcionando a oficina de dança afro, mas em breve haverá teatro, poesia e composição de música popular

com Waly Salomão, sem falar na de informática que já está sendo viabilizada.

Em setembro do ano passado, o Càntagalo teve contato com o GCAR através de um evento deno- minado "íincamento da bandeira". Nesta ocasião convidamos o Bloco Afro Tafaraogi, As Damas do Rap e o poeta e compositor local Adão

Xelebara para se apresentarem na quadra da escola de samba Alegria da Zona Sul. O sucesso foi muito grande e desde então a comunida- de só fazia cobrar dos nossos par- ceiros a data do início das oficinas.

Acostumados a só ouvir o funk que toma conta da quadra nas noi- tes de sexta a domingo, o fato do AFRO REGGAE ter subido o morro

A Caixa investe em Vigário Geral T ' '*■ ^^^F ' '^^^w RKv wt I«JT^

^^LCA^IíJ»^

''ia. ■ %mM mí ' filÊí ^k»' J%'*í''tJí'

7 ,11! m-rf^' JU ^Êr^ íf■ w/S*

ELm m

'f udo começou com a Casa da Paz. Gra- " ♦ças à Caixa Econômica Federal, a co-

munidade de Vigário Geral teve o projeto de reforma da casa, em que aconteceu a chaci- na, feito por um arquiteto profissional. Seu nome é Manoel Ribeiro, que atualmente alem de ser o Coordenador do Escritório de Cida- dania da CEF é também Diretor Cultural da Casa da Paz.

Agora, são as oficinas de percussão e dança afro do Grupo Cultural Afro Reggae - GCAR que estão recebendo um apoio mais efetivo. Sem um financiamento que permita cobrir as despesas com instrumentos musi- cais, material de consumo, remuneração dos

instrutores e outros gastos diversos, o apoio que a CEF ofereceu na época da implantação do Núcleo Comunitário de Vigário Geral ce- dendo kombis para o tranporte dos instrumen- tos de percussão e, ibais recentemente, ao con- tratar a banda show Afro Reggae / Casa da Paz para tocar durante a apresentação de Magic Johnson no Festival Olímpico de \fe- rão foi de fundamental importância para o sucesso deste projeto.

Oito meses depois do início desta inter- venção cultural na favela de Vigário Geral, com o trabalho começando a florescer, o GCAR pode dizer que a Caixa Econômica Federal é um banco que investe no social.

CAIXA ECONÔMICA FEDERAL Com o apoio de empresas como a CEF e MW Barroso a oficina de percussão

vem mudando a vida das crianças da favela.

AFROREGGAE - N9 15 - MAIO 1995

[7 úcleo Comunitário de u i/r u 5t>\ já está sendo visto por alguns mo- radores como a soluçáo para que haja mais alternativas de cultura.

- O meu sonho era que aqui, no Cantagalo, a gente montasse uma banda semelhante a que já existe em Vigário Geral. Eu fiquei muito emocionada quando fui as- sistir a uma apresentação lá em Vigário. Achei incrível como as cri- anças aprenderam rapidinho. É a questão da raiz negra mesmo. E a comunidade tem que ter alternati- vas ã massificação. Aqui só toca furik, e até o pagode está perdendo espaço porque na quadra da esco- la de samba é funk do início ao fim - afirma Tânia Novo, diretora do CEM João Goulart, local onde vão funcionar as ofi- cinas do GCAR.

À frente da escola des- de 1990, e completando o seu terceiro mandato consecutivo graças ao voto dos professores e pais de alunos, Tânia Novo considera muito produtiva a aproximação do Estado com as ONGs (organização não-govema- mentais).

- As ONGs no Brasil estão assumindo o papel que deveria ser do poder público. E eu acho que é por aí mesmo, porque é bom que o poder esteja com a sociedade civil. Nesta parceria, o GCAR pode tra- zer uma motivação para os pro- fessores, que estáo interessados em participar das oficinas como alu- nos, já que as atividades extracur- riculares propostas pelo município têm sido recusadas por eles - afir- ma a diretora.

Além do show promovido em setembro, pela primeira vez o canto de amor e conscientização de Bob

Marley foi escutado no Morro. Para os mais velhos foi motivo de orgu- lho, enquanto os mais novos, mes- mo sem entender as letras, pararam para escutar aquela música, como se ela já fosse muito íntima deles.

- Acredito no AFRO REGGAE desde o primeiro número do jornal e me considero um afro-reggae-ma- níaco. A nossa aliança começou, em primeiro lugar, porque o reggae é a música oficial do surf seja na favela, seja entre os ricaços. Aqui no Cantagalo o furik é o que mais se curte. O reggae, por en-

existe um controle. Mas sempre que os garotos vão em bailes de outros morros correm o risco de "dançar", como já aconteceu com sete adolescentes só neste ano, por causa da guerra de gangs. O reggae pode trazer uma mensagem paci- fista para as comunidades - avaliza Vanderlei Berzó, coordenador do projeto Surfavela.

Um dos

-í^ois»— quan- A^T to, só os gatos

pingados, mas se você bota um funkeiro para escutar ele gosta. Na nossa comunidade os bailes são muito calmos porque

n» ores pro-

blemas do Morro do Cantagalo é a incompetên-

cia do poder público em dotar a co- munidade da infraestrutura bási- ca, assim como a violência. Com a instalação do Centro de Cidadania pelo governo estadual, a situação melhorou, mas nem isto conseguiu conter as atitudes arbitrárias do

Exército durante a ocupação do local.

- O projeto que o Exército dis- se que ia trazer para a comunida- de, que é de ação social com médi- co e dentista, nós não vimos nada. Se o AFRO REGGAE vem para tra- zer cultura, vamos receber de bra- ços abertos. De tudo o que o go- verno prometeu na época da Ope- ração Rio I, nada foi concretizado a não ser a violência. Se nem a de- fensora pública do Centro de Cida- dania eles escutaram, imagine a comunidade - analisa Gilberto Hilário, vice-presidente da Associ- ação de Moradores.

No dia 4 de maio o GCAR re- alizou uma apresentação das ofici- nas de dança e percussão do Nú- cleo de Vigário Geral no Morro do Cantagalo, encomendada pelo ar- quiteto e empreendedor social Manoel Ribeiro, para uma parti- cipação especial num programa de comemoração dos 30 anos da Rede Globo, que deverá ir ao ar em julho.

- Fiquei muito satisfei- to com o desempenho das crianças que participam das oficinas de Vigário e com o poder de penetração que o AFRO REGGAE já tem no

Cantagalo. Estou muito interes- sado nesse trabalho e, inclusive, tive uma reunião com uma empre- sa privada de educação, onde fo- ram levantadas algumas possibili- dades de serem realizados novos projetos juntamente com a comu- nidade, aliados aos projetos que já estão em execução, como o Surfa- vela e as próprias oficinas implan- tadas pelo GCAR - conclui Manoel Ribeiro.

ms.

.W. Barroso silk screen Ltda Rio: R. Alvarenga Peixoto, 80 • Vigário Geral • RJ • CEP 21240-690 Tel.: (021) 372-4955 • Fax: (021) 371-7110 Telex: (021)35358

S. Paulo: Av. Brigadeiro Faria Lima, 830 Conj. 64 • Pinheiros • SP

CEP 01452-000 Tel.: (011) 210-6122 Fax:(011)212-2759

DANDO VIDA A SUA IMAGEM

■■ mm

AFROREGGAE - N9 13 - FEV/MAR 1995

^Sm** TA'S. 0

^<&^

M*>a

movi- mento hlp hop do Rio de Janeiro não está para brincadeira. No último dia 22 de abril a Favela do João,

no Complexo da Maré, viveu uma tar- de de glória. Rolou por lá o le Maré Voz Ativa, um festival de rap. Duran- te oito horas, mais de 20 grupos se apresentaram para um publico esti- mado em 5 mil pessoas, mandando o seu recado em diferentes estilos. En- tre eles o Realidade Social, Contex- to, CCR (Crime com Recompensa), The Black Brothers, Olho Negro, Ryo Rad\kaV Re^z., DJ TR, POTVIO 50, MV Bíll e os Internacionais MD MCs.

O evento começou no meio da tarde, e as bandas se sucediam bus- cando os seus 15 minutos de fama ao destilar mensagens de rebeldia, exaltação à negritude, além de con- tar o dia a dia de quem está exposto á violência policial. O público da fa- vela da Maré tinha o seu primeiro contato com o panorama do hip hop carioca, até acontecer a primeira po- lêmica. A banda Ryo Radical Repz foi proibida de cantar o seu maior hit, incluída até no repertório dos shows de Gabriel Pensador: Fodct-se a Polí- CLCL

Sob a alegação de que poderia haver problemas com uma música cheia de palavrões, a direção do even- to pediu ao vocalista do grupo, Yuri, que segurasse a língua. Um contra- senso num evento que tinha o objeti- vo de ser pela liberdade de expressão. O RRR aceitou não cantar e a bomba, que eles não levaram, estourou logo depois, quando vários grupos canta- ram o que bem entenderam. E o caso teve que ser abafado nos bastidores, já que Yuri e Johny, do RRR, ficaram revoltados.

- Se o show fosse de 10 da noite ás duas da manhã ele poderia can- tar o que fosse, mas as duas horas da tarde havia muitas crianças e fa- mílias presentes e tinha ordem de cima da favela para não haver exces- sos.

- O Yuri veio aqui cantar, mas depois ele foi embora para sua casa.

E u durmo na Maré

e tive que censurar por- que era a minha cabeça que esta-

va a prêmio - defende-se Fernando Xhákal, produtor do Voz Ativa e inte- grante do Realidade Social.

Nada disto, no entanto, tirou o brilho do evento. Saindo do recolhi- mento forçado de cinco meses, o Con- texto fez um show barulhento. Este é um dos únicos grupos de rap que se apresenta com banda formada pelo trio bateria, baixo e guitarra. Márcio Sá, guitarrista do gtupo, confessa ter sofrido a influência do rock e que às vezes sua levada escorrega para o blues. Mas o grupo adverte:

- A letra é rap puro! Nós aponta- mos a realidade: a luta contra a dis- crimmação, contra o abatidotvo das favelas e das crianças. - diz Leandro.

Os MD MCs mostraram um show diferente, embalados pelo suingue baiano. É o rap tribal, como a própria dupla define. Eles são acom- panhados ainda por uma vocalista e dois bailarinos que mostram não só os movimentos da dança de rua, mas também um pouco da capoeira.

Morando em Nova Iorque há quatro anos, os MCs Marivaldo e Davi estão no Brasil desde dezembro para divulgar o disco que saiu pela gravadora EMI. No Voz Ativa mostra- ram ao público Você me Deixou, atual música de trabalho, Rap à Ia Bahia, uma gostosa mistura de rap com timbaus e outros instrumentos percussivos, e Salvador Astral músi- ca incluída na coletânea Planei Rap lançada nos Estados Unidos e já á venda no Brasil

s O entusiasmo com o show foi tan- to que os MD MCs estão pensando num evento no mesmo estilo, em Sal- vador, sua cidade natal. Em maio, quando eles voltarem dos Estados Unidos, começarão os preparativos.

- Em Salvador a axé music é muito forte, mas tem muita gente que faz e curte rap. Tem espaço - avisa um entusiasmado Marivaldo.

O RAP na Favela Prestigiado pela grande impren-

sa, este evento pode ter sido um pon- to de partida para que o rap venha a ser mais conhecido. Na opinião de todos que estiveram por lá, shows

como os que aconteceram no Voz Ati- va são fundamentais para o cresci- mento do movimento hip hop e deve- riam acontecer em todas as comuni- dades do Rio,.

- Esta ê uma forma de conscien- tizar o pessoal, mostrando um traba- lho diferente, um lance tranqüilo. E acho que a Prefeitura tem que esti- mular cada vez mais. - opina Togun, cantor do grupo CNC, de newjack suAng.

- Mais do que isso, "ê um espaço para os artistas e uma oportunida- de para divulgar o movimento no Rio - define Ricardo Brasil, cantor do Olho Negro.

Para a maioria dos grupos o movimento hip hop está crescen- do, mas ainda vai ter que ven- cer o ceticismo de alguns artis- tas mais antigos. Leandro, do

Contexto, conta que ouve essa mes- ma história desde que começou, no então Consciência Urbana junto com Big Richards, há cinco anos.

Mas um dos principais pontos de discussão no circuito hip hop atual- mente é o crescimento do movimento funk. Até porque, o que se ouve aqui no Brasil não ê o verdadeiro funk, mas sim o Miami - batida antiga dos Estados Unidos. Sem falar que os funkeiros começaram a cantar a re- alidade em que vivem, classificando as músicas como sendo rap, para desgosto dos adeptos do hip hop. Di- ante desta polêmica, muitos pensa- vam que poderia haver problemas quando funkeiros e rappers se encon- trassem pela primeira vez. Só que na prática, o que se viu no Voz Ativao foi uma atitude de respeito ao trabalho dos grupos de arribos os lados.

- O importante foi ter consegui- do mostrar o rapper não como um mo- leque, mas como um artista que es- tava lá pa- ra apresen- tar e divul- gar o seu trabalho. Com isto, con-

Padrão ê o grafiteiro obrigatório dos festivais de rap do Rio

muito positivo - comemora Xhakal. Xhákal ê otimista e acredita que

se houvesse mais shows dentro das favelas, muitos jovens se interessari- am em compor rap. Ele mesmo já foi funkeiro, cantava o Miami (ritmo con-

fundido com o rap) nos bailes, mas insatisfeito, com a

pressão dos donos de equipe que queriam de- terminar o que ele ti- nha que cantar, entre tantos outros motivos,

partiu para o hip

hop.

seguimos criar um elo de respeito. E os fun- keiros que estavam pre- sentes bate- ram palmas e curtiram o som. Se o ca- ra gosta de funk, isso não significa que não precise res- peitar os outros artistas, e vice- versa. O resulta- do do evento foi Madeira América, Ponto 50 e Togwrforam duas atrações da Voz Ativa

- Eu ia para o baile cantar e nas letras a gente pedia a paz, enquanto na quadra a porrada comia. Fudido brigando com fudido. E depois que perdi 3 amigos assassinados na por- ta de um baile, percebi que não ti- nha nada a ver comigo. Agora faço le- tras sem meios termos, falando o que quero, sem lá lá lá nenhum.

Além dos funkeiros, o show tam- bém reuniu, sem problemas, jovens de favelas tidas como inimigas, que em dia normal não poderiam entrar ali. Havia moradores da Nova Ho- landa, Mineira, Rocinha e Alemão e muito garoto da zona sul.

- Os playboys estão vindo até a gente. Estão vendo que nós temos condições de montar um grande pal- co e de cantar com microfone sem fio também. Eles estão vendo de perto que o negro não é aquilo que ensi- naram - afirma Xhakal.

Assim como nas duas edições do CDD (festival de rap da Cidade de Deus), organizadas pela ATCON, o grafiteiro Padrão esteve presente mostrando a sua arte. Ele está en- volvido com o movimento desde 1989, quando começou a dançar breakem Belo Horizonte. Pelo fato de não compor músicas e gostar de de- senhar, esta foi a forma encontrada por ele para passar as suas mensa- gens. Padrão acha que o movimento no Rio está melhor do que no resto do país, apesar de ser o mais novo.

Mesmo engatinhando, o movi- mento hip hop do Rio promete, mas quem perdeu o Voz Ativa não precisa se desesperar. Em julho tem o 39

CDD. No mais, YO!

-/^A572l SUJ^F Vl/S-AA?

K: 7*m&£ Lo^5<o SIS

.AJETRO

Femumentfó AFRO • relaxantes Cortes AMO; RAP; geométricos e com desenho.

Trabalhamos com hora marcaòa Aceitamos cartão de crédito e c^fMe pré-òataòo

-EJNTZLA

A^ora também com Produções artísticas D Festas de aniversário D CermioHias D 15 anos D Eventos 0 Casamentos D filmagens

Rua Carolina Machado, 752 - Madureira - RJ - Tel.: (021) 390-5685

A N U CIE ¥■¥¥¥¥

José Renato Reportagens fotográficas e cobertura de eventos

CONTATO PUBLICITÁRIO: DRPM (021) 262-3770 (021)551-5882

EE

10 AFROREGGAE - N9 15 - MAIO 1995

I na diáspora Africana

Negros brasileiros e americanos vivem um mnrnento favorável a aproximação

José Renato

As relações entre Brasil e Esta- dos Unidos sempre primaram pela desigualdade. Ela poderia ser des- crita pela relação entre o primo po- bre e primo rico. Não foi à toa que o Presidente Fernando Henrique, em- balado pelo plano real, teve que anunciar antes de embarcar para os Estados Unidos que não estava indo para pedir nada, mas sim para fir- mar uma relação de parceria.

O curioso de toda esta histó- ria é que os próprios americanos co- meçam a demonstrar um real inte- resse pelo Brasil. Em fevereiro des- te ano, o Departamento de Comércio Americano enviou uma delegação de empresãrios negros que visitaram as cidades de Rio, São Paulo e Sal- vador. Gostaram muito do que viram e fizeram muitos contatos. Corre-se o risco deles perceberem, antes mes- mo dos brasileiros, um dos fatos mais óbvios. Que 50% da população brasileira é negra (pretos e mulatos) e que o Brasil é, portanto, um enor- me mercado em potencial para os seus produtos.

Em meio a este clima de rea- valiação das relações entre os, dois países, as comunidades negras dos dois países parecem ter acordado para o fato de que se não travarem um contato direto, novamente fica- rão excluídas dos ganhos. Um tra- balho ainda pequeno, mas com a persistência de duas formiguinhas deve vir a trazer muitos resultados. Edna Thomaz Rodrigues da BASE [Brazil Action SoUdaríty Exchange), uma ong que visa promover o inter- câmbio entre os dois países, e Maurice Camey - PhD em Ciências Políticas e coordenador de um pro- jeto de formação de lideranças polí- ticas negras - têm levado brasilei- ros para os EUA a fim de que divul- guí*n seus projetos, normalmente na área social, e consigam parceri- as com entidades americanas. José Marmo, diretor de planejamento do GCAR e coordenador do projeto ODÒ-YÂ - pertencente ao ISER, onde trabalha com a prevenção da aids em

terreiros de candomblé, esteve no mês de abril em quatro cida- des americanas (Wa shington, Nova York, San Fran- cisco e Ber- kley).

En- tre os vã- rios en contros que teve, ele destaca

gr os do mundo não importa se afr o-brasileir o, afro- caribenho ou afro-ameri- cano estejam juntos neste momento. E isto é que possi- bilitou um mai- or con- t a t o com

um com an- tropólogos que trabalham com antropolo- gia médica na África, em que houve um amplo debate sobre a me- dicina tradicional, para que se possa avaliar a importância de sua viagem.

- Foi muito bom ^ saber que na África isto continua acontecendo, para sabermos como no Brasil os tratamentos apli- cados por pais e mães de santo através do uso das fo- lhas, dos banhos, dos ébos, além da utilização das garrafadas e das raízes têm muitas semelhanças - recorda Marmo.

Neste encontro discutlu-se ain- da as maneiras pelas quais se pode- riam manter um contato permanen- te daqui para frente. O resultado é que serã firmado um contrato de trabalho com a Universidade de Berkley para que um grupo de an- tropólogos venha ao Rio conhecer as oficinas dos Núcleos Comunitários de Cultura do GCAR (dança afro, percussão, reciclagem de lixo e es- porte), e os trabalhos desenvolvidos pelo projeto ODÔ-YÂ.

- Os negros brasileiros são im- portantes neste momento para os americanos, até para eles reforçarem a sua identidade. Eles já perceberam que sozinhos não vão conseguir mui- ta coisa. É preciso que todos os ne-

o s EUA

N a medida

que este pensa- - £ íA* Ifc erf1 mento se difunde have- J0 tr*! r^ mals brasileiros indo para ^ lã e mais americanos vindo para o

Brasil - resume a situação, Marmo.

Realidade» Diferente* Nos EUA, até pelo telefone sabe-

se qual é a cor da pessoa com quem se fala, devido ao sotaque. Um fato inimaginãvel no Brasil, onde a mis- cigenação atingiu um estagio tão for- te que mesmo os brasileiros que se consideram brancos, quando viajam para lá, são tratados como hispâni- cos.

De formação católica ou protes- tante, a religiosidade afro é desco- nhecida para eles. O candomblé não existe, a não ser por alguns poucos pais e mães de santo da Bahia que estão abrindo casa por lã ou tem fi- lhos de santo americanos. O que eles melhor conhecem são as santerias cubanas, que estão se proliferando com muita rapidez.

Se nos EUA a organização polí-

tica é maior - desde os mais pobres até os mais ricos normalmente têm em suas casas um retrato de líderes como Marthin Luther King ou Malcom X-, os negros ainda são uma minoria étnica, por maior visibilida- de social que tenham conseguido através do poder econômico. No Bra- sil, as ligações com as tradições afro impregnaram a cultura brasileira a tal ponto que não se consegue mais distinguir com nitidez onde começa e termina a influência do negro na sociedade.

Na educação eles também já avançaram bastante. Na Universida- de de Howard, por exemplo, em Wa- shington, com 12 mil alunos cerca de 98% são negros, sendo que des- tes 8% são estrangeiros.

Mesmo nos bairros pobres ame- ricanos a maioria tem carro e mora em apartamentos equipados com to- dos os eletrodomésticos. Mas a evi- dência de que as coisas não vão bem está nos altos índices de alcoolismo e consumo de drogas entre os negros.

- Por mais que falássemos da nossa desorganização, os america- nos mesmo diziam que a experiência deles não deveria servir de modelo para nós. É equivocado pensar que os negros americanos cultivam uma postura de prepotência. Eles não acreditam que possa haver alguma mudança interna, se não houver uma aliança internacional, e o Brasil é visto como o ponto de partida para que ela aconteça - afirma Luís Carlos Gâ.

Conselheiro da Casa Brasil Nigéria, Gá esteve durante 10 dias em Maryland e Washington, duas cidades da costa leste, como inte- grante de uma comissão de cinco brasileiros, composta por represen- tantes do Centro Cultural Munici- pal José Bonifácio, Instituto Pal- mares de Direitos Humanos, além do vereador Edson Santos, que foram buscar apoio para iam projeto de co- memoração dos 300 anos de Zumbi.

- Na visão deles Palmares extrapola a todas as lutas dos negros da diáspora, já que todas tinham um caráter abolicionista. Mas Palmares tinha o objetivo de formar uma na- ção - sentencia Gá.

INSTITUTO CIVITAS Rua Buenos Aires, 2 sala 1303

Cep 20070 - Rio de Janeiro Tel. (021) 2534080

PROGRAMA VIBRAÇÕES POSITIVAS Rádio Imprensa FM 102,1

Todos os Domingos 14hàsl6h

Produção Musical: Teko Rastafari

Quadro da Mulher:

Joselina da Silva

Apresentação:

Fábio Conceição

REALIZAÇÃO VP PRODUÇÕES Vibrando Positivamente e Balançando Sem Perder a Base

AFROREGGAE - N9 15 -. MAIO 1995 11

LAN ET az rap' lolldobom

Mônica Cavalcanti

Usuário é o nome do álbum do Planet Hemp que acaba de ser lançado pela Sony Music, o primeiro da série SuperDemo (uma di- visão do selo Chãos) e que escancara nas letras e no som, numa mistura pra lá de interessante, onde o rap e o metal dão a tônica. Só que a ban- da, formada por Marcelo D2 (vocal), BNGÃO - pronuncia-se benegão - (vocal). Bacalhau (ba- teria), Rafael (guitarra) e Formlgão (baixo), não parou por aí e se embrenhou pelos caminhos do pagode de morro, soul, funk, reggae, dancehall, blues, rock e hardcore. Dá pra ima- ginar? Só ouvindo...

Das 17 músicas do disco, 14 falam a res- peito da maconha, aliás, como a própria pala- vra hemp (uma das tantas gírias utilizadas para a erva), além de todos os integrantes do PH não terem a mínima cerimônia em falar abertamen- te que fazem uso dela. Mas que fique claro: nem de longe eles pretendem fazer apologia ã droga.

: Só estamos expondo a nossa opinião e conseguimos espaço para isso através da músi- ca. Não queremos levantar bandeira alguma, pró qualquer coisa. Um dos maiores problemas que o Rio vem enfrentando está muito claro e diz respeito ao tráfico de drogas. O exército foi para as ruas e a guerra nos morros da cidade conti- nua. Não dá pra ficar passivo diante desta situ- ação. E a descriminação da maconha vai, pelo menos, diminuir o alto poder dos traficantes - diz Marcelo D2.

O Planet dedicou o CD ao ex-vocalista Skunk, morto de Aids ano passado, quando o

O grupo carioca lança o

* primeiro disco e prega a

descriminação da

MACONHA

grupo ainda era sócio de carteirinha do Garage Art Cult, lar doce lar do underground carioca. Há 2 anos, época em que Marcelo D2 e Skunk eram camelôs no centro do Rio, a dupla saiu a procura dos demais integrantes na correria, pois já haviam marcado um show no local e ainda não tinham banda. E o grupo, passado esse tem- po, continua assim, com pressa, só que agora de falar o que pensam para um público maior, e que ninguém tente modificar seus objetivos, proposta de trabalho, visual ... porque eles vi- ram fera. São autênticos por natureza.

- O disco foi produzido pelo próprio gru- po, junto com o engenheiro de som Fábio Henriques, que soube se integrar perfeitamen- te ao nosso som e idéias e só veio a acrescentar, dando toques importantes, mas mantendo com fidelidade o nosso som. Por isso, também fize- mos questão de participar de todo o processo, desde as fotos de divulgação, passando pelo CD até o vídeo. Tudo é a nossa cara, do jeito que imaginávamos - explicam.

Legalize Já, a primeira música de traba- lho, já está tocando na§ rádios e o clip (sensaci- onal!) acaba de ser liberado para passar na MtV após ás 23:00h. Apesar de estar sendo encara- do pela galera como um hino de campanha a favor da descriminação da maconha e contar com um sampler no fim da canção de Legalize It, de Peter Tosh, o PH avisa que não está engajado em nenhum movimento para a libera- ção da erva. O negócio dos caras é cantar e to- car e isso hão é papo furado de maluco beleza. Eles também abordam de forma rápida e direta, semmelancolismo, problemas como o racismo, violência policial, miséria e as chacinas de me- ninos de rua. Mesmice e tédio não tém nada a ver com essa turma que, desde o início, já vem provocando muito reboliço, e do bom, no cená- rio musical carioca. E ao que tudo indica, vão conquistar o país. Para o Planet Hemp vale tudo, até um ótimo ragga-rapeado.

Já estão à venda camisetas com o símbolo da Cctsa da Faz (Vigário Geral), por apenas R$ 8>00.

Compre e colabore com a manutenção do loctd, Maiores informações pelo telefone (021) 372-9373 ou na it Antônio Mendes, 13 - Vigário Geral/ Rf

c Centro de

popul Rua da Lapa: ns 200 si.809

Tel:*(021

P ibul rginali

ação de

) 224 - CEP 20021- Rio de Janeiro - RJ

6771 - 224-6887

Asc^'

PROJETO SURFAVIiA Oferece serviços em fibra: impermeabilização, reforços e concertos em geral (pranchas) Silk screen: telas e camisas Tel.: (021) 267-8410

Vanderiel Berzó ou Man

CLAUDIUS BUFFET

Buffet e Turismo Especialidade comida

baiana Tel. (021)228-5487

12 AFROREGGAE - N9 15 - MAIO 1995

# A Sony ^luslc acaba de lançar no mercado mais uma banda de reggae brasileira, que desta vez vem de Porto Alegre: a Papas da T-*wpia Formado há 2 anos, o grupo fez um planejamen- to de sua carreira que significou, en- tre outras coisas, gravar logo uma demo e bater à porta das gravadoras. Para espanto de muitos que Já tenta- ram esse árduo caminho, o Papas saiu da Sony contratado. Eles definem seu trabalho como uma mistura de reggae, rock, MPB e música negra. É ouvir para conferir.

# A dupla de rap MD MCs (M de Marivaldo e D de Davi) Já está com o seu álbum de estrela na rua, via EMI Odeon, e prontíssima para cair na es- trada. Participam do disco desses baianos que moraram por 3 anos em Nova Iorque figuras como Gerônlmo, Lord K, o reggaeman Papa Linley e o rapper Otello. Destaque especialíssimo para a faixa Rap à Ia Bahia, que mis- tura rap com ümbaus. Multo bom!

# O grupo de reggae carioca Negril (an- tiga KMDS e uma das bandas mais antigas da Baixada Fluminense) está com uma fita demo da melhor quali- dade rolando pela. cidade e tem tudo para detonar. Com a entrada do novo vocalista Walney, eles mostram um vi- gor e suingue ainda maior ao unir as influências do soul ao reggae tradicio- nal. Além de composições próprias, o NegrlI inclui em seu repertório versões para músicas de Steel Piulse (Shining) e Thlrd World (Commited). Quem teve a oportunidade de vê-los abrindo o show do Cidade Negra em março, no Circo Voador, sentiu que os caras não estão para brincadeira. Alô, aló grava- doras ... o que vocês estão esperando? Contatos pelo telefone (021) 29S-6138 (falar c/ Andréa ou Clara).

| 3S | L* ^

irTVK REGGAE ESCOREGGAE (SP) - Nova FM - 89,7 - sexta e domingo, de 2 Ih às 22h -produção: Domy D. e Herve Tano REGGAE RAIZ (SP) - Rádio Brasil 2000 - 107,3 - terça e quinta, de 20h às 22h -produção; Jai Mahal e China Kane REGGAE A COMPANHIA (ES) - Rádio Universitária - domingo, de 17h às 18h - produção: Saul Castelo Filho SUNSPLASH RÁDIO REGGAE (PA) - Rádio Cultura - 93,7 - sábado, de 17:30h às 18:30h - produção: Toni Soares LIBERAL RÁDIO REGGAE (PA) - Rádio Marabá Liberal - 93,9 - sábado, de 20h às 21h - produção: Heribcrto Dutra REGGAE POINT (MA) - Rádio Mirante - 96,1 -

# Atenção galera! Não vai demorar mul- to para o ótimo cantor baiano Lazzo lançar o seu 4e álbum de reggae. O ARN teve a oportunidade de ouvir algu- mas músicas antecipada mente e pôde compro- var que o traba- lho - gra- va-

d o n a

- ê de peso e ótima qualida- de, com direito a uma criativa versão de Gostam Tonto de Você, do mestre Tim Mala. Quem também Já está prestes a colocar no mercado o seu primeiro disco é a banda de reggae paulista Walking Liona, provavelmente de agosto.

ro programa de rádio inteiramente vol- tado para os grupos afro-brasilel-

ros numa FM do Pio. Pois ê, 3 anos depois ele vem cres- cendo e se diversificando cadaveematiBÜO Progra- ma Vlbraç&ea Poslti-

, que: era a única e exclusiva referência dos Blocos Afros do Rio no seu inicio, hoje toca de tudo um pouco, mas sem perder a sua origi- nalidade que ê a música negra. Parabéns a toda equipe ! Vibra- ções Positivas!

# Tem mais reggaeman internacio- nal pin- tando no pedaço. Desta vezé o

no mes

# Em maio de 1992 foi ao ar o primei-

Jamai- sYw(>>' cano Primi-

tive, que acaba de yii'e J lançar seu primeiro álbum,

Razz Mouemenís, pela gravadora Eldorado. Ele esbanja versatilidade e talento ao fundir as mais variadas ten- dências do reggae, como o dancehaü, raggamuffln, ska, roots rockers, lovers rock e o razz (rasta Jazz) - que une a pegada Jamalcana com o refinamento

Jt ■ L.; .J). UL > U P »& qf '•H'

segunda à sábado, de- 17h às 18h - produção: Fauzy Beydoun DOUTOR R1P(SP) - Rádio Rádio Metrô FM àe 2' à 6' às 12h. Apresentador Paulo Brown. -

JP?**. Variedades ARGO/V/lí/r/tS (SP) - Eldorado FM - 92,7 - sexta às 12h e reprise sábado às 20h- produção: Matias HBRAÇÕES POSITIVAS (RJ) - Rádio Imprensa - 102,1 -domingo, de 14h às 16h-produçao:AnaPaula Macedo. CHARME CASSINO DISCO CLUBE (RJ) - Rádio Imprensa - 102,1 - sábado, de 15h às-lóh - produção: Zezmho. TRIBUNA WORLD MUSIC (PetrópoUs) - Rádio Tribuna FM - 88,5 - quinta, de 22h às 23h

riVI FÜNK BIG MIX (RJ) - Rádio RPC - 100,5 - segunda a

melódico e harmônico próprio do Jazz. Primitive Já está com shows agendados no mês de Junho em São Paulo, Salva- dor e Curitiba. Quem sabe o Rio tam- bém entra nesse circuito?

# Agora é pra valer. Depois de vetado pelo Prefeito do Rio, a lei que institui o Dia da Conaclencia Negra (20 de no- vembro) como feriado municipal foi aprovada pela Câmara. O autor da fa- çanha. Vereador Edson Santos, mal co- - memorou a conquista e Já enviou ou- tro projeto à Câmara, criando incenti- vo fiscal pra projetos culturais em ho- menagem a Zumbi dera Palmares. De acordo com a proposta do vereador as pessoas Jurídicas poderão deduzir até 10% do ISS devido para patrocínio dos projetos até o limite de SSOO unifs por cota de patrocínio e de 27.800 unifs no caso de assumir todo o projeto. A proposta está sendo apreciada pelas comissões da Câmara - Já foi aprova- da por duas - e deve ir a votação no segundo semestre.

# Está armado o mais novo point do reggae. Todos os feriados no Bar Aqua- Ventiw - praia de Geribá - em Búzios, o DJ Leo e o professor Marcão agitam a moçada com muito reggae e lambaeróbica.

# O Grupo Cultural Olodum comemo- rou 19 anos de fundação em abril e, mostrando que a renovação é impor- tante mesmo em time que está ganhan- do, aproveitou para dar posse a sua nova diretoria. José Carlos Conceição, o Nego, é o Presidente, Eusébio Ferreira é o Vice e João Jorge passa a ser Dire- tor de. Ctíltssra. Nós, do GCAR, deseja- mos mais 15 anos de sucesso, com axé especial paia Walmlr França, Asses- sor de Cultura de todas as diretorias do Olodum.

as\ *tf o K

sábado, de 16h às 18h - produção: DJ Malboro SEIS E DANCE (RJ) - Rádio RPC -100,5 - segunda a sexta, de 1 Sh as 20h-produção: DJCorello ÁGUIA DISCO e A COVA (XX) - Rádio Imprensa - 102,1 - segunda a sexta, de 12h às 13h - produção: Wandir e Português OMELHORDA C/iSHBOX (RJ)-Rádio Imprensa - 102,1 - segunda a sexta, de 13h às 15h - produção: Marcão e Mingau FURACÃO 2000 (RJ) - Rádio Imprensa -102,1 - segunda a sexta, de 17h às 19h - produção: Rafael SOM NA CAIXA (RJ) - Rádio Imprensa -102,1 - segunda a sexta, de 13hàs 15h - produção: Zézinho ZZCLUB (RJ)-RádioImprensa-102,1 -segundaa sexta, de 15h às 17h - produção: DJ Malboro

AJVI Programas de ümband» e Candomblé

.m r-p «p II= RÁDIO SOLEMÕES

MAGIA E MISTÉRIOS - quinta, de 24h às 2h - produção: Gina de Yansã e Ruy de Ogum UMBANDA RELIGIÃO REGE UMA NAÇÃO - terça, de 23h às 24h -produtor: Nelson de Azanssum PROGRAMA CULTURAL AFRO BRASILEIRO - domingo, de 22h às 24h - produção: José Beniste

RÁDIO METROPOLITANA POR DENTRO DO CANDOMBLÉ - sábado, de 21h às 23h - produtor: Guilherme de Ogum

RÁDIO REGGAE (MA) Rádio Ribamar - 1.180-segunda a sexta, de 16hàs 1 Th - produtor: Fauzi Beydoun

TV FURACÃO 2000 (RJ) - CNT - Canal 9 - sábado, de 12h às 14h - apresentação: Rômulo Costa e Verônica Costa

Cortes Afro

Relaxamento

Permanente

Entrelace ■_^ ^ :

Direção: Janir 5. Josá da Silva

Rua Parfre Januário, 209 Lojae A e & / M£ Fundoe \ Inhaúma - Rio de Janeiro - Tek(02t) 260 5669 I

.. .■.-:::-;*üL*

AFROREGGAE - N9 15 - MAIO 1995 13

Mônica Cavalcanti

Fica difícil tentar rotular o trabalho musi- cal do cantor angolano/brasileiro Abel Duèrê, a começar pela sua história de vida. Nascido em Benguela (Angola), mora no Brasil desde 1978 quando fugiu da guerra e também tem uma li- gação muito forte com Portugal, para onde seus pais se mudaram e moram até hoje. Vivendo entre o Rio e Bahia, em 88 resolveu batalhar por sua carreira de cantor e foi aí que ficou mais explícita as influências que foi sofrendo pelo que classifica de um "triângulo amoroso entre An- gola, Brasil e Portugal".

- O que eu faço é uma grande mistura de elementos musicais que representam a minha experiência de vida humana e cultural. Minha

P

L

Uma agradável profusão de ritmos, com elementos que vão do

POP-ERÜDITO mãe é angolana e sempre cantou muitos fados, daí eu também cantar em Mora. E é assim que vou resgatando um pouco da história de minha terra natal, através do folclore - analisa Abel.

Depois de lançar três CDs - Criotinha (89), Aryo do Bem (92) e Kaué (93) -, Abel foi finalista no festival Les Decouverts em Paris, ainda em 93, e em 94 saiu vencedor do Troféu Caymmi nas categorias Melhor Show do Ano, Melhor In- térprete, Banda, Direção Musical, Composição, Backing Vocal e Produção, o que lhe garantiu a gravação do seu quarto álbum, Batuquerê, que acaba de sair do forno.

Batuquerê segue a mesma linha dos ante- riores, onde o kilapanga (ritmo muito usado no sul da África) é bastante explorado. Abel Duêrê vai do pop ao erudito, fazendo um som tribal e ao mesmo tempo rústico, cantando nos diale-

tos klkongo, kumbundu e humbundu, além do bom e velho português. Tudo isso acoplado a um suingue próprio que ele diz ter incorporado através da experiência em trabalhar com músi- cos brasileiros, com espaço para o afro-pop e dançante, que se funde o reggae, funk e afro- jazz.

Um bom exemplo desta fusão é a faixa TVem de Muitas Estações, um lamento em for- ma de fado, onde se misturam de forma harmo- niosa os instrumentos de percussão africana com a guitarra portuguesa. Belíssima música.

O disco conta com a produção afinada de Jodele Larcher e participações especiais de Sivuca,(acordeon), Robertinho do Recife (gui- tarra) e Léo Ortiz (violino). E tem tudo para de- tonar, com um batuque super-original do pon- to de vista rítmico e cultural.

IBASE DIVERSIDADE, PRECONCEITO E EXCLUSãO

Rua Vicente de Souza, 29 - Botafogo - Cep 22251-070 - Rio de Janeiro

(021)286-6161

TECHNOMUSIC Obra Prima em Som

Iluminação para Festas & Eventos

Preços Especiais para leitores do ARN Tel.: 261-3102 - Marcelo

7FKO RASTAFAR/ Agora no Point Afro Reggae Arpoador

Todos oe final» de semana

EXPOSIÇÃO BARRACA DO TEKO

Tudo em artigo Afro Keqqae

*D ci% o, l év ó, InaUuH&tt* de coÁdot cnajluu,

ÚIMçM, peuMHOttc «fa,

idUuíMteHt». MÚieUçMiettfo.

^OH^ec^eA e (kjutewxã. ofyuy.

SDS - Sd. fauc Sfy H*36 Id (061) 3Z2-3W2 - VÇ

14 AFROREGGAE - N9 15 - MAIO 1995

Marcada pela colonização européia, Curitiba Foto Adriana Fcrra^

José Júnior e Teko Rastafari

15 de abril de 1995. Mais um marco na história do Grupo Cultu- ral Afro Reggae. Foi neste dia que começamos a desvendar Curitiba, a fim de conferir a fama que esta cida- de vem ostentando. Bandas como O Rappa, Cidade Negra e Skarik já vi- nham indicando o caminho do ouro há muito tempo, contando o calor e a receptividade com que foram acolhi- dos pelo público curitibano. As noti- cias que chegavam sempre causavam surpresa. Afinal, como o sul do país, onde o frio dura quase todo o ano, poderia competir com as raízes re- gueiras das cidades com população marcadamente negras. Puro precon- ceito, pois nada melhor para esquen- tar o sangue do que uma boa músi- ca. Curitiba há muito tempo é o lo- cal onde todos os shows de reggae lotam, e onde os eventos primam pela organizaçáo. Se náo bastasse isio, e ia que mora ^eraiao c;arvamo, o maior colecionador e articulador de reggae do país. Por essas e outras é que nós fomos conferir de perto o que rola por lá.

Logo ao desembarcarmos fomos direto para a Boca Maldita (uma es- pécie de Cinelándia do Rio), pois aos sábados de manhã sempre rolam en- contros com vários grupos de Hip Hop, e naquele dia a galera estaVa esperando a presença de rap^èrs e breakers de São Paulo. São jovens de 16 a 23 anos de idade que bus- cam através da música, da dança e

BATUQUE ORUNMILA Afro - Samba - Re^ae

A Cor òo Rio

Ensaios todas às terças a partir das 20h na quadra do Morro da Mineira.

A partir de julho, aos domingos, terreirão na Escola de Samba Difícil é o Nome* Av. Suburbana

Rua Guineza, 321 - Abolição / Rio Contatos: (021) 502-4573 / 3649

Teko, Geraldo Carvalho e José Júnior firmaram em Curitiba mais uma parceria do GCAR

do grafite manifestar a sua opinião contra a discriminação racial e o descaso das au- toridades para os problemas sociais. Al- guns casos de abuso de autoridade da polícia também nos foram relatados. Ou- tras formas de discriminação que estes jovens sofrem é quando entram em shopplngs ou nas grandes lojas. Os alto- falantes chamam os seguranças para o setor onde eles se encontram e acabam sendo vigiados até que se retirem da loja.

Pelo que pudemos perceber, o forte desta garotada é o break, que em locais como o Rio já teve o seu auge no início dos anos 80 e hoje só é praticado pelos mais aficcionados que sobreviveram ao modistrio. Conversamos com Jonathan, Bill, Marcelo, Paulo e Aranha,.todos ti- nham as mesmas opiniões e sempre res- saltavam a importância da conscientiza- ção do negro através das suas tradições. Em breve eles pretendem montar uma as- sociação de Hip Hop, tipo a Casa do Rap (Geledés/SP) e a ATCON(RJ), e estão mui- to interessados em manter um intercâm- bio. Por unanimidade todos estes jovens artistas de rua são fãs do Ice T, Public Enemy e dos Racionais MCs. Conhecem e respeitam artistas como Big Richard, Thaíde e DJ Hum, Ryo Radikal Repz, Pi- vete e Câmbio Negro.

Também procuramos saber o que eles achavam do funk Miami. Todo mundo contestou, mas ninguém conhecia a atual geração do funk carioca. Fomos em várias lojas de discos e descobrimos que as bo- lachas de Stevie B e Latino (artistas con- sagrados do funk melody) são bastante consumidas. Então vimos que muitos ou- vem funk achando que é dance music, este ritmo por sinal é a coqueluche das rádios locais, depois vem o reggae, o pagode e o rap. Agora quem dá um banho na progra- mação são os grupos Skank e Cidade Ne- gra, que conseguem emplacar quase to- das as faixas dos seus CDs. Uma tendên-

cia que vem crescendo é o ragga. Muito tocado pela Rádio Alternativa, é digerido nos locais mais diversos, como no som am- biente do comércio, nos táxis e em bares.

E Curitiba tem tudo para revelar al- guns artistas para todo o Brasil. Um que esta só esperando a oportunidade de gra- var para acontecer é EDDIE TOSTER. O cara é um verdadeiro raggaman. Canta em português, espanhol e agora esta se pre- parando para atacar em francês. Eddie faz uma mistura de Tiger, Shaggy, Tappa Zükle e El General, e vem se consolidando por também cantar Jungle (aquele ritmo que o Yuca, baterista do Rappa, sempre fala ). Eddie já fez uma participação especial com o Rappa e com a Banda Jualé, de SP. Além de cantar e dançar muito bem, ele possui uma tremenda presença de palco e neste momento está buscando apoio para sua primeira fita demo, que será gravada no Rio e produzida pelo Marcelo Yuca . Todas as músicas que canta são de sua autoria e a partir de agora Eddie está preparando uma nova coreografia para os seus shows, bus- cando dar mais sensualidade, com a par- ticipação de duas dançarinas negras no es- tilo Afro-Ragga.

A produtora de Eddie Toster é Adriana Ferraz, que está começando a a- gendar os shows do artista. Ela também se mostrou interessada em trazer grupos de rap do Rio e de São Paulo para se apresen- tarem em vários points da cidade.

Nesta nossa tumê fomos ciceroneados por Dirléia Mathias do grupo Baluarte Ne- gro, uma ONG que vem trabalhando com mulheres negras de todas as idades, pro- movendo desfiles de moda e eventos que valorizem a cultura afro-brasileira. O Ba- luarte é o responsável pela distribuição do ARN na cidade.

Um dos motivos da nossa ida para Curitiba foi a festa de lançamento da 15S

edição do Jornal Afro Reggae NotíciaB na quadra da escola de samba Embaixadores

AFROREGGAE - N9 15 -MAIO 1995 15

prova da música negra e se embebeda de prazer da Alegria, no bairro de Santa Qul- téria. Esta é a única escola de sam- ba de Curitiba que possui um ^o- cal próprio para os seus ensaios. O Diretor Cultural da Escola é o Doutor Saul D^vila, militante da cultura afro que nas horas de folga é médico, pois o seu tempo é qua- se todo dedicado ao crescimento da sua agremiação e da popularização do samba naquela região. Assisti- mos a uma espécie de oficina de percussão, e a maioria dos jovens que se mostraram interessados em aprender a tocar samba eram bran- cos de cabelos louros, mostrando que hoje a cultura afro brasileira não fica só restrita ao negro, e sim a todos aqueles que de alguma for- ma se identificam com ela.

A noite curitibana tem dois points em que a peãozada - gíria local - comparece em peso: o Zimbabwe, um bàr que no dia em que fomos tocou de "tudo menos reggae, e o Hermes Bar, que além de sacudir a moçada com reggae e samba-reggae, abre espaço para atrações ao vivo, como a banda Aquarela que toca o melhor da mú- sica negra nacional. A Rua 24 ho- ras é o local da saideira da rapazi- ada.

OGCAR também foi responsã- vel por uma atração turística que durou três dias, sabem por qué? O Teko (Diretor Cultural do GCAR), com as suas roupas e os dreads chamava mais atenção do que o re- lógio das flores. Por onde ele pas- sava era normal ouvirmos gritinhos do tipo: "E dali rasta", "E aí Bob Marley!". Teko chegou até a encon- trar com seu clone, o percussio- nista e vendedor de produtos rastas (batas e bandeiras) Carlitus Reis. Ele tem uma barraca na feira de ar- tesanato e chama a atenção por ser negro, usar eketé e um óculos es- curos by James Brown. Um visual comum entre os integrantes do mo- vimento rastafari de Curitiba, do

qual ele faz parte. Aos domingos rola a tradici-

onal Feira da Garibaldi, onde se comercializam produtos de artesa- nato, pró- ximo "rT^HMHm^HB^S Arcadas do Pelou- rinho uma es- pécie de corredor cultural. Resolve- mos dis- tribuir o ARN por onde pas- sávamos, e para nossa surpresa várias pessoas idosas do tipo pola- co de- monstra- vam uma enorme r e c e p - tividade ao receber o jornal, querendo saber tudo so- bre o trabalho que estamos desen- volvendo no Rio. A capoeira tam- bém está presente através de al- guns grupos organizados e da griflfe Abada, do Mestre Camisa, que em Curitiba é representada pelo Mes- tre Periquito.

Falar de reggae em Curitiba é falar de Geraldo Carvalho, uma das figuras mais populares do cenário nacional do reggae. Ir a Curitiba e não conhecer o Geraldo é como ir no Pelourinho e não ver o Olodum tocar. Sua casa é um verdadeiro museu, pois tem várias fotos auto-

grafadas de artistas como Steel Pul- se, Joe Higs, Pato Banton, Culture, Wailers e outros papas do ritmo jamaicano, além do maior aj-quivo

_ , ■ i, , _ M de discos, Foto arquivo Baluarte Negro fitas pira- tas, CDs, vídeos e cartazes que já se teve notí- cia em ter- ra bra- silis. Ge- raldo é o principal responsá- vel pelo boom do reggae no Sul do país. Re- c e n t e - mente, ele parou de produzir o seu pro- grama se- manal Es- ta ç á o Jamaica, na Rádio Estação Primeira. Uma per- da lasti- m áve1,

pois o programa tinha uma grande audiência e tocava o melhor do reggae mundial. Há possibilidade de voltar em outra emissora.

Recentemente chegou em suas mãos um vasto material de divulgação sobre as bandas de reggae do continente africano e ele já está se mobilizando para trazer alguns destes artistas ao Brasil. Podemos adiantar que não estarão entre eles Alpha Blondy (que este- ve recentemente por aqui) ou Lucky Dube. Sua proposta é trazer nomes que não são conhecidos por aqui.

Baluarte Negro: um cartão postal diferente em Curitiba

fazendo uma tumê promocional. Agora, isso não quer dizer que no- mes como The Wailers, Bunny Wailer, Bumny Spear estejam des- cartados. Com relação ao reggae nacional, ele gosta muito de ouvir os CDs do Rappa, Cidade Negra, Skank e Tribo de Jah, mais duas bandas locais que ainda não tive- ram a oportunidade de gravar. São a African Band e o Sr. Bananas.

Quanto a passagem do Reggae Sunsplah pelo Brasil, ele que acompanhou bem de perto, tem a sua opinião formada.

- É um evento superviável no país, só que não com a fórmula que os organizadores daqui resolveram utilizar. Acho que poderia ter mais artistas de peso e a produção de- veria ficar sob a responsabilidade de pessoas que realmente enten- dam de reggae. Na passagem do Sunsplash por Curitiba, eu mesmo tive a preocupação de divulgar o evento, apesar de não fazer parte da organização. Conseguimos co- locar 10 mil pessoas na Pedreira Paulo Leminsk, enquanto em ou- tros estados o público pagante não atingiu nem 20% disto - avalia.

O trabalho dos Núcleos Co- munitários de Cultura também foi reconhecido e encomendado em Curitiba. Recebemos vários pedi- dos para implantarmos oficinas de dança e percussão, mas por en- quanto não achamos viável sair do Rio de Janeiro. Mas quem sabe... pode ser que na nossa próxima vi- agem a gente mude de idéia, devi- do ao carinho e a receptividade da muvuca.

Tudo é possível!

Agradecemos a Díríéia e Angela, que nos hospedaram e transitaram com a gente pela cidade, e também ao Ge- raldo e Adriana, que nos abriram as portas da cidade, nos levando a todos os points do reggae e apresentando às pessoas que promovem cultura.

Permanente Afro • Corte • Relaxante etc^ 7FL- 254-9647

APLIQUES 100% NATURAL - TRATAMENTO RASTA

Pça. Saens Pena R. Conde Bonfim, 346 Lj. 303 -Shopping Vitrine da Tíjuca - RJ CABELEIREIROS

16

BUM POP REGGAE III (27/05) Rola a maior festa reggae do Rio, com direito a lançamento do álbum Legend II, de Bob Marley, e ainda a discotecagem do DJ Carlos Albu- querque e do DJAH "feko Rastafari. Também haverá exposição de artigos afro e show dos grupos BBBT, 3.0 AT, Ras Bernardo e Banda e The Medusas Dreads. Tudo isso a partir das 21h, na Fundição Progresso (Arcos da Lapa).

4o ANIVERSÁRIO DO MEDUSAS DREADS (02/06) Show da banda aniversariante The Medusas Dreads e discotecagem do DJAHTekoRastafari. Apartirdas21h, no Teatro de Lona da Barra (Av. Ayrton Senna - Barra da Tljuca).

NOITE DE REGGAE (09/06) Show com as bandas Negril (ex- KMD5), Grupo Vissungo e O Rappa. E nas pick-ups o DJAH Teko Rastafari.

AFROREGGAE - Ne 15 - MAIO 1995

EISIDA Divulgação

Ó Grupo Negril estará mostrando todo o seu suíngue na Danceteria Blue Carden

Acontece a partir das 21h, na Danceteria Blue Garden (Av. Suburbana, 6.131 Pilares/próximo Norte Shopping).

SEGUNDAS BLACK EM PRETO Todas as segundas-feira, a partir das

I9h, a Companhia de Teatro Black em Preto apresenta uma série de leitura de textos de autores negros. Acontece na FEBARJ (Av. Mem de Sá, 37 - Lapa).

SEXTAS MUSICAIS Happy Hour das 19 às 24h, todas as

sextas-feirasno IPCN (Av. Mem de Sá, 208 - Centro), com cerveja gelada e petiscos afrodizíacos. Participação especial da cantora Maria Moreno. Realização de Renato "Radical" e Sidnei Marques. ENTRADA FRANCA.

INDEPENDENTE NIGHT REGGAE Sábados às 22h e domingos às 19h, você dança ao som do roots reggae, no melhor estilo maranhense, sob o comando dos DJs Ribamar e Murilo. O ingresso de sábado (R$5,00) dá direito a duas cervejas, mais uma entrada para o próximo sábado. Acontece na Rua do Resende, 60 - Centro - esquina com a Av. Mem de Sá. Damas grátis até meia-noite.

SEU MANO REGGAE SHOW Todos os sábados, a partir das 22h, você dança reggae do jeitinho maranhense no Elite Clube (Rua Frei Caneca, 4 - Centro - Campo de Santana).

lUistribuição Em todos os anunciantes, terreiroes, shows e mais:

ZONA SUL/BJ ASCA - R Alberto de Campos. 12 (CEP) - Ipanema Dana Point - R Francisco Otaviano. 67. Ij 17 - Arpoador LFRJ - ECO - Praia Vermelha. Urca FACHA - R. Muniz Barreto, 151 - Botafogo FASE - R. Palmeiras. 90 - Botafogo Livraria Francisco Alves - R. Farme de Amoedo, 57 - Ipanema Modern Sound - R. Barata Ribeiro, 502, D - Copacabana Nativo Art - R. Francisco Otaviano. 67, Ij 49 - Arpoador Rip Curl - R. Visconde de Piraji 580, Ij 112 - Arpoador Quiosque do Gaúcho - Av. Antônio Carlos Jobim. Ql 01 - Arpoador Quiosque Niterói - Av. Antônio Car- los Jobim. 250 - praia de Ipanema . Centro Cultural Municipal Oduvaldo Mana Filho (Castelinho do Flamen- go - Praia do Flamengo. 158 Afonjá - Av. Princesa Isabel, 254 Cob. 02 - Copacabana Afonjá II - Av. Ataulfo de Paiva. 1079 SI. 202 - Leblon Livraria Argumento - R. Dias Ferreira. 417-Leblon Livraria Letras e Expressões - Av. Ataulfo de Paiva. 1292 - Lj. C

CENTRO / RJ Casa Criola - R. das Marrecas, 19-A Bar Beco Da Liunria - R. Vinte de Abril. 14 (Esc. de Teatro Martins Pena) Barraca do MahaVisnu - Em frente ao Cine Odeon - Cinelãndia Centro Cultural Mun. José Bonifácio - R. Pedro Ernesto. 80 - Gamboa Casa Paschoal Carlos Magno - R. Hermenegildo deBarros, 161 - S"Te- reza IPCN - Av. Mem de Sá. 208 Livraria Francisco Alves - R. Sete de Setembro, 177 e R. Uruguaiana, 98 Up Town - R. Conde de Lajes, 44, Ij

101 - Glória Cia. de Dança Rubens & Barbot - Trav. do Mosqueira, 13 - Lapa Ducarmo Disco - R. Buenos Aires, 2 si. 303 IBISS - R. 7 de Setembro, 43/5" andar - Centro Pivação - R. do Ouvidor. 161, lj 101 - Centro

ZONA NORTE / RJ Atol das Rocas - Pça Saens Pena - Shop. 45 Lj. 113 Academia Bv Fit - R. Conde de Bonfim, 422 - Sobreloja Barraca do Livreiro Júlio - Em frente ao cine Carioca - Praça Saens Pena Dana Point - Madureira Shopping Grêmio do Colégio Prado Júnior (Evilin Fernanda) - R Mariz e Barros - Tijuca Ptução - Madureira Shopping, lj. 171 Livreiros do Hospital Pedro Ernesto - Vila Isabel UERJ-Coord de Interação Comuni- tária SR3 - SI. 3034 - BI E - Maracanã Suck - Tijuca Off Shopping Video Game Center - R. Conde de Bonfim, 346 - si 204 - Pça Saens Pena Kahana -Shopping Vitrine da Tijuca - Pça Saens Pena Kahana - Shopping 45 - Pça Saens Pena Kahana - Madureira Shopping Traillcr Surf Reggae Orango Tango - Em frente ao Parque de Diversão de Marechal Hermes

BARRA DA TIJUCA / RJ QuiosqueToa-Toa-A\ Semanbetiba, 56A / 56B (em frente ao n0 6300) Back Doer Svf Shop - Av. Ayrton Senna, 3000. lj 1069 - Shopping Via Parque

LEOPQLDINA / RJ AMUPA - Acari G.R.E.S. Balanço de Lucas - Parada de Lucas

IlHA DO GOVERNADOR / RJ Ilha Shopping

Atol das Rocas - 1° piso. Ij 144 Jamf- Io piso, lj 136 Sljits - 2o piso, lj 239

Rasta Surf Music ; Estr. do Galeão. 1285 si. 304

NITERÓI / RJ DCE da UFF - Coordenação Livraria Orelha em Pé - UFF Campus do Gragoatá Point Afro Reggae ( no Campus de História da UFF/Ras Gilberto) - R. Visconde de Itaboraí, em frente ao pré- dio do correio - Centro. Sábados e domingos na Feirinha de Artesanato, no Campo de São Bento

ZONA OESTE / RJ Associação de Moradores do Con- junto Dom Jaime de Barros Câmara - R. Bom Sossego, 382 - Padre Miguel Point Afro Reggae Oju Dudu - As sextas e sábados em frente ao terminal rodoviário de Campo Grande Cidade de Deus - R Josias, 15 - Cidade de Deus

NILÓPOLIS / RJ Fi Clube Bob Marley - R Almirante lamandaré, 646 - Nilópolis

SÃO JOÃO DE MERITI / RJ Igreja da Matriz - Pça da Matriz, s/n°

DUQUE DE CAXIAS / RJ Federação do Reizado do Estado do RJ - Av. Duque de Caxias. 207, si 210

NOVA IGUAÇU / RJ Discorama - Trav. Rozinda Martins, 29 - Centro LocaLoca Vídeo - R. Cel Francisco Soares, 162 - Centro

VOLTA REDONDA / RJ Espaço Afro Reggae - R. 249/12 - Conforto

ANGRA DOS REIS / RJ Banca Beco do Mascote - R. do Comércio, Beco do Mascote - Centro

CABO FRIO Candja - R. Jorge Lossio, 516 lj 4 - centro

CAMPOS / RJ Sociedade Independente dos Artis-

tas do Samba de Campos - R. 21 de Abril, 205 - Centro Fundação Cultural Vovó Tereia - R 28 de Março. 672 - Centrd Casa da Cultura \ illa Maria - Reito- ria da UENF - R. Baroneza da Lagoa Dourada, 234 - Centro

SÃO PAULO / SP Bar Mambo - R. Wisard, 565 - Pinhei- ros Soneto - R. João Moura, 749 - Pinhei- ros Blen Blen Club - R. Cardeal Arcoverde, 2978 - Pinheiros Lambar - R. Joaquim Floriano, 899 - Itaim Balafon - Rua Sergipe, 160 - Higienópolis Cally - Est. Santa Inês, Km 11 - Serra da Cantareira Livraria Francisco Alves - R. Doutor Vieira de Carvalho, 144 e R. Barão de Itapetininga, 246 Centro Cultural Municipal Jaba- qnara - Ao lado da estação do Metro DeBa - R, 25 de Março, 641 - 8o and. - Centro Disco Club Horácio Lane - Univ Mackenz ie

CAMPINAS / SP Biblioteca Central da UNICAMP. Escola Municipal P.G.VirginiaM.V. de Vasconcellos (Maria Olivia de Cas- tro - Diretora Educacional) - R. Ar- mando dos Santos, 255 - Jd. Maria Rosa

PINDAMONHANGABA / SP Adilson (Power Dance) - R José Be- nedito Cursino, 18

GUABATINGUETÁ / SP Luis Cláudio Olhera - R. Prof Aní- sio Novaes, 27 - Pedreira

BELO HORIZONTE / MG Masshe Reggae - R. Padre Rolim. 636/103 Academia de Capoeira Gerais - R. Carangola, 44 - Santo Antônio

• TRÊS CORAÇÕES / MG Afro Muzenza de Angola - R. das Violetas, 3 - Jardim Orion

CURITIBA / PR Baluarte Negro - R. Voluntários da Pátria, 92, conj 201 IWs Club - Pça general Osório, 333 - Galeria do Comércio, lj 09

PORTO ALEGRE / RS Conexão Ras - R. Guilherme Alves, 1176 - Partenon Asses, de Comunicação Negra - Av João Goulart 551 (usina do gasômelro)

BRASÍLIA / DF Bazafro - Higs 709, BI M casa 30 (061) 243-6091

SALVADOR / BA Bahia Bar - Largo do Pero Vaz - Liberdade, Banda Furacão Ilê Ayê-R. do tinmi,233-Liberdade Faculdade de Comunicação/L FBa - R. Basílio da Gama - Campus/Canela Bar e Restaurante Aladin - R. Mar- quês de Leão, 173 Barra Atelíer Amarelo Sete (Hotel Pelouri- nho) - R. Alfredo de Brito, 20 - Pelou- rinho Kaya CD's - Beco Maria da Paz, Ed. Bandeirantes - lj. 1 - Centro Brazilian Sound - R. Francisco Moniz Barreto, 18/20 - Pelourinho Litoral Norte - R. Grcgório de Mattos, 31 - Pelourinho Casa do Benin - R. Pe. Agostinho Gomes, 17 - Pelourinho Fundação Casa de Jorge Amado - Laigo do Pelourinho Dinha do Acarajé - R. Vise. de Ca- choeira, s/n - Rio Vermelho Museu Afro BrasDero - Pça. Terreiro de Jesus, 17-Centro Jânio de Carvalho - R. Professor Sá Nunes, 53 - Cidade Nova

MARAGOGIPE / BA Jamaika Drink's - "Bar do Reggae" - R. Gerhard Meyer, s/n" - Centro

PORTO SEGURO / BA Centro Cultural de Porto Seguro - Av. dos Navegantes, s/n0

Academia de Capoeira Gerais Porto Seguro - Arraial D1 Ajuda Beco das Cores - Est. Mucugê. s/n° - Arraial D'Ajuda Boite Buraco Loko - Praia do Mucugê, s/n" - Arraial D'Ajuda Beto Discos - Trav. Augusto Borges

ARACAJU / SE Casa da Cultura Afro Sergipana - R. Mato Grosso, 677 - Siqueira Campos

SÃO LUÍS / MA Centro de Cultura Negra - R, dos Guaranis, s/n0 - Bares - João Pessoa

UNIÃO DOS PALMARES / AL Rádio Popular - R. Antônio Gomes da SiKa - Bairro Roberto C. de Araújo

BELÉM / PA Cedenpa - R. dos Timbiras, passagem Paulo VI, 244

MARABÃ/ PA Casa da Cultura de Marabá - Folha 31, Quadra Especial - Nova Marabá

RECIFE / PE Baloguns - R. do Hospício, 194 - Boa Vista, Ed Olímpia, si 704 Afrika Produções - R. Comendador Tento Aguiar, 56 - Madalena Centro Lnis Freire (Cristiano) - R. 27 de janeiro, 181 - Carmo

GOIÂNIA / GO CA de Comunicação - UFGO

VITÓRIA / ES Rádio Universitária - UFES Grupo Zulu- Ed. Espenelio, apf 202, 6" etapa - Coqueiral de Itaparica - Vila Velha

CAMPO GRANDE / MS Grupo de Trabalho e Estudos Zumbi - R. Marechal Rondom, 408 ünh. Popular do MS ( Naelson da Silva Freire) - R. Barào do Rio, 488 conj. S/01

FORTALEZA / CE Grucon - R. Nogueira Accibly, 2025 - Piedade