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REVISTA DA DIRECÇÃOGERAL DO AMBIENTE N.° 40 O desafio para os mares da Europa NOVEMBRO DE 2010 | N.° 40 Revista da Direcção-Geral do Ambiente

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R E V I S T A D A D I R E C Ç Ã O G E R A L D O A M B I E N T E ● N . ° 4 0

O desafio para os mares da Europa

NOVEMBRO DE 2010 | N .° 40

Revista da Direcção-Geral do Ambiente

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Assegurar o bom estado ambiental dos mares e das faixas costeiras

da Europa é uma das prioridades ambientais da UE. Algumas das

pressões que os diferentes mares e faixas costeiras enfrentam, como

a poluição e a perda da biodiversidade, são similares. Outras afectam

mais uns que outros, como a sobrepesca e a erosão do litoral. Tal

como demonstrado nos diferentes artigos desta edição, cada caso

exige uma solução específica.

Conforme estabelecido pela Directiva-Quadro Estratégia Marinha,

todas as águas marítimas da UE deverão estar em bom estado

ambiental até 2020. Para ajudá-los nesta incumbência, a Comissão

estabeleceu critérios ambientais para os ecossistemas marinhos.

Estes critérios serão utilizados para avaliar os progressos e adaptar

os planos de acção nacionais, em caso de necessidade.

As faixas costeiras da Europa constituem um dos maiores pontos

de interesse físicos deste continente e atraem milhões de pessoas.

Mas este factor pode gerar pressões indesejadas, como ilustra

bem a região do mediterrâneo. Para assegurar o desenvolvimento

sustentável das suas regiões costeiras a UE tomou uma medida

excepcional com a adopção de um protocolo vinculativo de gestão

integrada das zonas costeiras para o Mediterrâneo, que estabelece

controlos rigorosos sobre as actividades de desenvolvimento

costeiro.

A perda de biodiversidade é um problema comum ao ambiente

terrestre e marinho. A União não conseguiu alcançar o seu objec-

tivo de travar essa perda até 2010, mas as condições parecem

ser mais favoráveis para cumprir a nova meta fixada para 2020.

Desta vez, as prioridades em matéria de biodiversidade deverão

ser solidamente integradas em todos os principais domínios

políticos (pescas, agricultura e fundos estruturais) com impacto

no nosso ambiente e sofrerão também revisão profunda.

Num plano mais local, o MARECLEAN, um projecto LIFE-Ambiente,

está a contribuir para desenvolver soluções a longo prazo para com-

bater a poluição das praias e das águas balneares. Centrado numa

faixa costeira de 40 km situada em redor da cidade de Granville,

na Normandia, este projecto utiliza ferramentas de gestão de riscos

com um grande potencial para outras aplicações mais vastas.

Editorial

Índice03 Novas regras sobre ensaios em animais

04 Aplicar as lições da biodiversidade

05 Redução da poluição costeira através do projecto LIFE MARECLEAN

06 Um novo passo para garantir o bom estado ambiental dos mares europeus

07 Aliviar a pressão sobre o litoral europeu

08 UE proíbe mais nove substânciasquímicas perigosas

09 UE adopta medidas para combater o comércio ilegal de madeira

10 Cancún: uma nova oportunidade para alcançar um acordo global em matéria de clima

12 Novo financiamento para apoiar as tecnologias de captura de carbono e energias renováveis

13 Uma nova apreciação sobre as avaliações de impacto

14 Empresas belga e alemã vencem o European Business Awards for the Environment

15 Novas publicações / Agenda

16 Breves

MEIO AMBIENTE EM LINHAQuer saber o que é que a União Europeia está a fazer para proteger o meio ambiente, o que são políticas integradas de produtos ou como obter o «rótulo ecológico»?Descubra isto e muito mais na página Internet da DG Ambiente:http://ec.europa.eu/environment/index_pt.htm

ADVERTÊNCIAA Comissão Europeia, ou qualquer pessoa agindo em seu nome, não pode ser responsabilizada pela utilização das informações contidas nesta publicação ou por quaisquer erros que, não obstante os cuidados na sua preparação e a sua constante verificação, possam ter ocorrido.

Impresso em papel reciclado certificado com o «rótulo ecológico» para papel gráfico(ec.europa.eu/environment/ecolabel)

Luxemburgo: Serviço das Publicações da União Europeia, 2010ISSN 1831-5798© União Europeia, 2010© Imagens: Laurent DurieuxA reprodução de texto é permitida mediante a indicação da fonte.Interdita a reprodução de imagens.Printed in Belgium

Meio Ambiente para os Europeus ec.europa.eu/environment/news/efe/index.htm

INFORMAÇÃO EDITORIAL

Meio Ambiente para os Europeus é uma revista trimestral

publicada pela Direcção-Geral do Ambiente da Comissão

Europeia. Está disponível em alemão, búlgaro, checo,

espanhol, estónio, francês, grego, inglês, italiano, lituano,

polaco, português e romeno.

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Chefe de redacção: Róbert Konrád

Coordenador: Jonathan Murphy

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Informação e documentos:

http://ec.europa.eu/environment/env-informa/

Página Internet da revista Meio Ambiente

para os Europeus:

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A utilização de animais em experiências

científicas suscita reacções altamente emoti-

vas nalgumas pessoas. Para outras pessoas,

trata-se de uma necessidade inevitável que

permite garantir a segurança dos medicamen-

tos e de outros produtos desenvolvidos pela

indústria. A legislação comunitária aprovada

em Setembro procura conciliar de forma

cuidadosa estas duas perspectivas. Reforça

assim os requisitos de bem-estar animal,

reconhecendo ao mesmo tempo as necessi-

dades dos cientistas e o contributo da investi-

gação para a protecção da saúde humana

e a economia europeia.

A legislação foi adoptada após um vasto

processo de consulta e será aplicada nos

27 Estados Membros a partir de 1 de Janeiro

de 2013. Todas as experiências com animais

passam, pela primeira vez, a ser sujeitas a uma

avaliação ética sistemática e deverão obter

uma autorização específica concedida pelas

autoridades competentes estabelecidas para

o efeito antes de serem realizadas.

Os três «R»

Qualquer ensaio deverá no futuro cumprir

o conceito dos três «R» que consiste na

substituição, redução e aperfeiçoamento

(das iniciais da expressão inglesa «replacing,

reducing and refining») da utilização de ani-

mais em experiências: três princípios essen-

ciais que estão agora consagrados pela lei.

Estes princípios visam incentivar medidas no

sentido de desenvolver métodos alternativos

de experiências em animais, assegurar o menor

recurso possível a animais e melhorar os pro-

cedimentos de testes para causar o menor

prejuízo possível aos animais.

As novas normas colocam grande ênfase no

cumprimento e na aplicação. Todos os centros

de investigação que utilizam animais deverão

efectuar um registo formal. Poderão ser alvo

de inspecções sem aviso prévio e essas

inspecções poderão ser efectuadas com uma

frequência superior verificada actualmente.

O objectivo último da UE consiste em substi-

tuir a utilização de animais, mas não é possível

determinar com exactidão em que medida

irá a legislação reduzir o número de animais

envolvidos nas experiências e testes. A reali-

zação de experiências depende de muitos

factores, tais como as necessidades de

investigação, a existência de financiamentos

apropriados e ameaças não conhecidas que

possam eventualmente surgir no futuro.

Nos casos em que for inevitável realizar testes

em animais, a legislação reforça os requisitos

de bem-estar dos animais de forma signifi-

cativa. Estabelece requisitos mínimos para

o alojamento e os cuidados prestados aos

animais e cada centro de investigação deve

criar um organismo responsável pelo bem-

estar animal, com vista a garantir o melhor

bem-estar e os melhores cuidados dos ani-

mais. A redução das situações de stress para

os animais deverá, em princípio, contri buir

para melhorar a fiabilidade dos resultados

dos testes.

A via a seguir

Cabe agora aos Estados Membros aplicarem

a legislação de forma eficiente. A Comissão

Europeia irá assegurar uma interpretação uni-

forme das novas medidas e espera que outros

países sigam o exemplo lançado pela UE. T

Descubra maishttp://ec.europa.eu/environment/

chemicals/lab_animals/home_en.htm

Pela primeira vez em 25 anos, serão introduzidas alterações de fundo nas normas comunitárias relativas aos ensaios em animais, que estabelecerão os mais exigentes requisitos de bem-estar a nível mundial em matéria de experiências com animais. Essas alterações deverão também melhorar a qualidade das investigações realizadas pela indústria e pela comunidade científica.

Novas regras sobre ensaios em animaisT

Dimensão das experiências com animais

Todos os anos, são utilizados

12 milhões de animais em experiências

na UE. Entre eles, incluem-se ratos

(60 %), ratazanas (18 %), animais de

sangue frio (10 %) e aves (6 %). Cerca

de dois terços (60 %) dos testes são

realizados em actividades de investi-

gação e desenvolvimento nos domínios

da medicina humana, veterinária e den-

tária, bem como em estudos biológicos

de carácter fundamental.

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quantificáveis, não foi devidamente direc-

cionado, o que dificultou também a sua

monitorização.

Esta vasta abrangência teve no entanto uma

vantagem que deverá beneficiar o seu suces-

sor. Obrigou diversos departamentos, agências

e agentes governamentais a comunicar entre

si. Suscitou discussões e reforçou a sensibi-

lização para uma questão crucial que não

estava na agenda de todos os intervenientes.

O plano foi também comprometido por

factores relacionados com prazos. Embora

a meta global de 2010 tenha sido fixada

em 2001, o plano de acção propriamente

dito só foi aprovado em 2006, deixando um

prazo insuficiente para a consecução do

objectivo. Outro factor crucial reside no

facto de as preocupações com a biodiver-

sidade não terem sido suficientemente

integradas nalguns dos domínios políticos

mais importantes, como a agricultura e as

pescas, em que os programas plurianuais

já tinha sido estabelecidos quando o plano

de acção foi concluído.

A biodiversidade é sujeita a várias pressões.

Entre as mais ameaçadoras, incluem-se as

profundas alterações do uso dos solos,

a sobreexploração dos recursos naturais, os

elevados padrões de consumo, as espécies

invasoras, a poluição e as alterações climáticas.

De acordo com o Nível de Referência da

Biodiversidade 2010 da UE, a biodiversidade

na União continua a enfrentar uma séria

ameaça: cerca de 25 % das espécies animais

encontram-se em risco de extinção, a expan-

são urbana alastra-se às zonas húmidas

e prados e a saúde dos ecossistemas está

a deteriorar-se.

O actual plano de acção da UE sobre biodi-

versidade foi concebido para reforçar medidas

destinadas a travar a perda de biodiversidade

até 2010, conforme o objectivo definido pelos

chefes de Estado e de Governo europeus em

2001. Tal como refere a avaliação final da

Comissão, esse objectivo não foi alcançado.

Uma das razões prendeu-se com a vasta

abrangência do plano: com cerca de

150 acções individuais e poucas metas

Com os olhos agora postos numa nova meta

fixada para 2020, a União já dispõe de um

prazo mais favorável. A nova estratégia para

a biodiversidade coincide com as grandes

revisões do orçamento e das principais acti vi-

dades da UE, pelo que a questão da biodiver-

sidade será tomada em consideração logo

desde o início dos novos ciclos políticos.

Uma base sólida

O relatório da Comissão, que contém igual-

mente vastos pormenores sobre o impacto

das diferentes políticas nacionais, identifica

os progressos alcançados em domínios especí-

ficos que poderão impulsionar acções futuras.

Um deles diz respeito à rede Natura 2000,

que já conta com 26 000 sítios designados

e cobre 18 % do território da UE. Nesta última

década, verificaram-se ainda melhorias signifi-

cativas na qualidade do ar e da água. Foi

desenvolvida uma extensa base de conheci-

mentos, que permitiram compreender melhor

as relações existentes entre a biodiversidade

e as alterações climáticas.

A avaliação de progressos de 2010 será útil

para a elaboração da nova estratégia de bio-

diversidade para 2020. Esta nova estratégia

deverá salientar que a biodiversidade,

incluindo os serviços ecossistémicos, deverá

ser integrada nas políticas da UE. A integração

deste elemento importante contribuirá para

fomentar o desenvolvimento económico

e o bem-estar social na UE. T

Descubra maishttp://ec.europa.eu/environment/nature/

info/pubs/docs/2010_bap.pdf

http://ec.europa.eu/environment/nature/

biodiversity/comm2006/

http://ec.europa.eu/environment/nature/

biodiversity/comm2006/index_en.htm

A União Europeia não alcançou o seu objectivo de travar a perda de biodiversidade até 2010. Todavia, conforme nos mostram as avaliações da Comissão sobre as medidas empreendidas nos últimos quatro anos, foram realizados progressos significativos e retiradas lições importantes, existindo agora uma sólida base para a criação de uma estratégia de biodiversidade.

Aplicar as lições da biodiversidadeT

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Estas ferramentas podem ser utilizadas por

qualquer técnico especializado na área da

qualidade da água em toda a UE (especial-

mente nas zonas intertidais da costa do

Atlântico e do mar do Norte) para efectuar

avaliações de risco da poluição pelos esgo-

tos sanitários em zonas costeiras, criar um

consenso local sobre soluções e optimizar

os benefícios ambientais e económicos.

Na Região de Granville, o projecto permitiu

reduzir a poluição de algumas fontes locali-

zadas, assim como melhorar a qualidade das

águas balneares. Esperam-se outras melhorias

nos próximos anos, à medida que o plano

de acção para as águas costeiras da área de

Granville (2009-2015), que o projecto ajudou

a desenvolver, será implementado. T

Descubra mais sobre o projecto http://www.smbcg-mareclean.eu/

Descubra mais sobre o Programa LIFEhttp://ec.europa.eu/life

e húmido e identificar as fontes de poluição

com maior impacto nas zonas costeiras

marítimas afectadas. As fontes identificadas

eram pastos, descargas de esgotos e as acti-

vidades de pastoreio em pântanos de água

salgada, tendo a agricultura revelado um

impacto bastante superior ao que se previa.

Com base nos dados recolhidos, a equipa do

MARECLEAN conseguiu elaborar um modelo

de riscos de poluição em função das condi-

ções meteorológicas e do mar. Depois de estu-

dar a complexa relação entre a terra e a água

do mar, foram desenvolvidos métodos e ferra-

mentas informáticas para ajudar as autoridades

a priorizar as fontes de poluição e os pontos

de descarga que exigiam medidas correctivas

e investimento.

A equipa desenvolveu um modelo de carga

hidráulica (MAREFLUX) e um modelo de dis-

persão marítima (MARS). O projecto desenvol-

veu ainda uma ferramenta de apoio à tomada

de decisão para gerir as descargas das estações

elevatórias, gerir o encerramento de praias,

fomentar o investimento em estações elevató-

rias e priorizar a protecção de margens dos rios.

Os europeus são cada vez mais exigentes

relativamente à qualidade das águas balnea-

res das praias da Europa. Ao mesmo tempo,

as pressões exercidas pelo turismo e pelas

populações contribuem frequentemente

para agravar a poluição nas zonas costeiras.

Cerca de 13 % das águas balneares costeiras

em toda a UE não cumprem os requisitos da

legislação relativa às águas balneares devido

a variadas fontes de poluição.

O MARECLEAN é um projecto criado no

âmbito do programa LIFE-Ambiente com

vista a dar uma solução a longo prazo para

o problema. O projecto implicou a elabora-

ção de um plano de gestão da poluição ao

longo de uma zona costeira com uma exten-

são de 40 km à volta da cidade de Granville,

na Normandia, e com o desenvolvimento

de ferramentas de gestão de riscos.

O turismo e o sector da aquicultura geram

todos os anos receitas num valor de

200 milhões de euros, representando um

contributo importante para a economia local

da região de Granville. Quando o projecto

MARECLEAN foi lançado em 2006, a poluição

microbiológica afectava gravemente a quali-

dade da água do mar e várias praias não

cumpriam os requisitos da Directiva «Águas

Balneares». Os marisco proveniente de quase

todas as zonas de criação tinha de ser tratado

antes de entrar na cadeia de consumo.

Desenvolvimento de modelos

e ferramentas

Para compreender melhor o processo de

contaminação nas águas costeiras, foi reali-

zado um vasto programa de amostragem

e análise que incidiu nos rios, no mar e nas

águas pluviais da região. Foram colhidas cerca

de 1 500 amostras com vista a analisar as car gas

poluentes presentes em rios e águas maríti-

mas costeiras em períodos de tempo seco

As novas ferramentas desenvolvidas por um projecto LIFE-Ambiente permitem às autoridades locais compreender melhor as fontes de poluição que afectam as praias e as águas costeiras, bem como direccionar a sua acção de forma mais eficiente.

Redução da poluição costeira através do projecto LIFE MARECLEAN

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A Directiva-Quadro Estratégia Marinha foi

adoptada há dois anos e estabelece um

quadro abrangente e juridicamente vincula-

tivo para assegurar a qualidade das águas

europeias. Presta também um contributo

explícito para a promoção da biodiversidade

do ambiente marinho, apelando expressa-

mente para a sua preservação.

Embora as medidas legislativas destinadas

a proteger a biodiversidade nos ecossistemas

terrestres da Europa têm incidido sobretudo

em espécies e habitats específicos, a nova

legislação marítima pretende ser mais abran-

gente ao contemplar o impacto de toda

a actividade humana nos ecossistemas

marinhos em todas as águas comunitárias.

Os objectivos da legislação levantam um

desafio considerável aos Estados Membros.

Até meados de 2012, estes deverão apresentar

relatórios de avaliação sobre todas as activi-

dades humanas e desafios ambientais que

afectam as suas águas territoriais e elaborar

estratégias marinhas com metas específicas

para enfrentar estes desafios. As medidas

necessárias deverão ser adoptadas até 2015.

Os planos de acção nacionais devem ter em

conta a estrutura, funções e processos dos

ecossistemas marinhos, proteger as espécies

e habitats marinhos e prevenir ou reduzir as

intervenções humanas que conduzem à perda

de biodiversidade.

Os critérios ambientais aprovados pela

Comissão foram definidos para ajudar as

autoridades nacionais a manter um bom

estado ambiental das águas marinhas que se

encontram sob a sua jurisdição. O objectivo

é possibilitar a existência de oceanos e mares

dinâmicos e ecologicamente diversos,

sãos, produtivos e sustentáveis para as

gerações futuras.

Os critérios abrangem diferentes aspectos

dos ecossistemas marinhos, incluindo

a diversidade biológica, as unidades popula-

cionais de peixes, a eutrofização, os contami-

nantes, o lixo e o ruído. Foram elaborados

com base em pareceres científicos e técnicos

e contemplam os requisitos da legislação

comunitária já em vigor.

Abordagem mais científica,

monitorização mais apertada

O nosso conhecimento dos mares e dos

seus ecossistemas ainda está longe ser

completo e precisamos por essa razão de

aprofundar os nossos conhecimentos científi-

cos. A Estratégia Europeia para a Investigação

Marinha deverá ajudar neste sentido.

O impacto das medidas adoptadas pelas

autoridades nacionais para preservar os

mares limpos e sãos será objecto de uma

permanente monitorização.

Os critérios para determinar o bom estado

ambiental serão revistos e adaptados nos

próximos anos. Deverão também reflectir

a natureza dinâmica dos ecossistemas mari-

nhos, a sua variabilidade natural e o facto

de a pressão a que estão sujeitos evoluir

em função do impacto da actividade

humana e das alterações climáticas. T

Descubra maishttp://ec.europa.eu/environment/water/

marine/index_en.htm

A Directiva-Quadro Estratégia Marinha estabeleceu como objectivo assegurar que todas as águas marítimas da UE estejam em bom estado ambiental até 2020. Para ajudar os Estados Membros a cumprir este objectivo, a Comissão Europeia adoptou um conjunto de critérios ambientais que serão utilizados para traçar uma rota rumo a este objectivo.

Um novo passo para garantir o bom estado ambiental dos mares europeus

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As zonas costeiras da Europa possuem uma

importância estratégica para todos os euro-

peus. Além de albergarem milhões de

cidadãos europeus e de proporcionarem

uma importante fonte de alimentos e maté-

rias-primas, estabelecem uma ligação crucial

para os transportes e o comércio. Estas zonas

enfrentam contudo problemas graves, como

a destruição de habitats, a poluição das águas,

a erosão do litoral e a depleção dos recursos.

As alterações climáticas e o previsível cres-

cimento da população, do turismo e dos

transportes deverão agravar estas pressões.

A Comissão Europeia tem envidado esforços

desde a década de 1990 no sentido de iden-

tificar e promover medidas destinadas a inver-

ter esta deterioração e melhorar a situação

global das zonas costeiras da UE. Estes esforços

culminaram numa recomendação apelando

aos Estados Membros da UE para desenvol-

verem estratégias abrangentes para assegurar

o desenvolvimento sustentável das suas zonas

costeiras, assim como numa abordagem

designada por Gestão Integrada das Zonas

Costeiras (GIZC).

A recente adopção pela UE de um Protocolo

destinado a reduzir as pressões sobre as zonas

costeiras do Mediterrâneo abriu caminho para

a elaboração de uma legislação internacional

para a Gestão Integrada das Zonas Costeiras.

Representa ainda um sinal do compromisso

europeu na protecção e na gestão sustentável

da orla do Mediterrâneo.

O Mediterrâneo é uma região sujeita a pres-

sões particulares. A expansão urbana agrava

o problema da erosão do litoral e das cheias

nas zonas baixas, causando uma perda gradual

das áreas naturais e da biodiversidade,

e aumenta as pressões sobre os recursos de

água. A bacia do Mediterrâneo já é conside-

rada uma das mais zonas mais vulneráveis

aos impactos das alterações climáticas.

O Protocolo GIZC para o Mediterrâneo prevê

um controlo mais rigoroso das actividades de

desenvolvimento nas zonas costeiras, a criação

de uma zona onde não serão permitidas

novas construções e a ponderação obrigatória

de factores ambientais no ordenamento do

território. Encoraja a cooperação, em particular

entre países mediterrânicos vizinhos, em

domínios como a avaliação de impacto

ambiental, a partilha e o intercâmbio de

informações e a investigação. O Protocolo

entra em vigor após o depósito do sexto

instrumento de ratificação, o que deverá

suceder no final do ano. Após a sua entrada

em vigor, o Protocolo fará parte da legislação

comunitária e será vinculativo.

Próximas etapas

A iniciativa OURCOAST dará um contributo

significativo para assegurar um ordenamento

A expansão urbana, o turismo e os efeitos das alterações climáticas são alguns dos desafios que exigem uma nova abordagem de protecção e gestão sustentável do litoral europeu. Graças à recente adopção por parte da UE de um Protocolo sobre a Gestão Integrada da Zona Costeira do Mediterrâneo, os desafios que esta região enfrenta já estão a ser abordados de forma mais eficiente.

Aliviar a pressão sobre o litoral europeuT

e uma gestão do espaço costeiro eficientes.

Será criada no âmbito desta iniciativa uma

base de dados sobre as práticas de ordena-

mento e gestão costeira, com especial incidên-

cia na adaptação aos ricos e às alterações

climáticas. A OURCOAST reunirá e analisará

pelo menos 350 casos, com vista a elaborar

orientações e divulgar boas práticas.

A Comissão tenciona apresentar em 2011

uma nova proposta na sequência da

sua Recomendação inicial sobre a GIZC.

O processo de consulta sobre os aspectos

abordados nesta proposta terá início nos

próximos meses. T

Descubra maishttp://ec.europa.eu/environment/iczm/

Ourcoast http://ec.europa.eu/environment/iczm/

ourcoast.htm

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Na União Europeia, existem já há vários anos diversos actos legislativos rigorosos que proíbem a produção, a venda e a utilização de poluentes orgânicos persistentes no seu território. Em Agosto, foram introduzidas mais nove substâncias à lista das substâncias proibidas.

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Os poluentes orgânicos persistentes (POP)

são substâncias tais como pesticidas, produ-

tos químicos industriais e subprodutos não

intencionais que podem representar graves

riscos para a saúde humana e o ambiente.

Atravessam fronteiras nacionais e o seu efeito

nocivo pode estender-se a regiões tão lon-

gínquas como o Árctico, onde nunca foram

sequer utilizadas ou produzidas.

A União Europeia tem sido muita activa na

eliminação progressiva dos poluentes orgâ-

nicos persistentes. Mas para ser verdadeira-

mente eficiente, é necessário empreender

uma acção mais abrangente. A Convenção

de Estocolmo, da qual a UE e os seus Estados-

Membros fazem parte a título individual,

é o principal meio através do qual esta acção

se organiza. Estabelecida em 2001, esta con-

venção entrou em vigor em 2004 e coorde-

nou uma acção global para proibir uma lista

inicial de 12 POP.

No ano passado, foi estabelecido um acordo

internacional para juntar mais nove produtos

químicos à lista de substâncias perigosas

a eliminar, a utilizar apenas mediante deter-

minadas restrições ou cujas emissões não

intencionais devem ser minimizadas. A UE

teve um papel importante nas negociações,

ao identificar cinco das substâncias que

passarão a ser desde já proibidas ou serão

gradualmente eliminadas.

Onde podemos encontrar

um POP?

A maioria dos 12 POP classificados como tendo

efeitos nocivos para a saúde humana e os

ecossistemas são pesticidas. Os restantes são

produtos químicos industriais e subprodutos.

As nove substâncias referidas são: éteres poli-

bromodifenílicos (PBDE), hexabromobifenilo,

clordecona, alfa-hexaclorociclo-hexano, beta-

hexaclorociclo-hexano, lindano, pentacloro-

benzeno e ácido perfluorooctanossulfónico,

seus sais e fluoreto de perfluorooctanossul-

fonilo (PFOS).

O PFOS já foi amplamente utilizado como

repelente de água, terra e lama e podem ser

encontrados em produtos têxteis, alcatifas,

estofos e espuma de extinção de incêndios.

Ainda é utilizado em determinados produtos

e processos, tais como em líquidos hidráulicos

na indústria aeronáutica e em semicondutores,

revestimentos de metais e fotografia. Os PBDE

são utilizados como substâncias ignífugas em

assentos e encostos de cabeça dos automó-

veis, sofás e colchões, assim como em equi-

pamentos electrónicos.

Para os consumidores, a legislação relativa aos

POP significa que os resíduos que contenham

um teor de POP superior ao limite estabele-

cido devem ser eliminados ou tratados de

forma a garantir que esse teor seja irreversi-

velmente transformado.

O novo regulamento relativo aos POP proibirá

a utilização destas 12 substâncias químicas

perigosas contribuirá para reduzir significati-

vamente as emissões para o ambiente de POP

incorporados nos produtos no fim do seu

ciclo de vida.

Estão actualmente a ser avaliadas no âmbito

da Convenção de Estocolmo mais três subs-

tâncias químicas, com vista a determinar se

devem ou não ser classificadas como POP.

Duas delas foram propostas pela UE. T

Descubra maishttp://ec.europa.eu/environment/pops/

index_en.htm

UE proíbe mais nove substâncias químicas perigosas

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A UE adoptou um novo regulamento que

visa combater a exploração madeireira ilegal

e o comércio de madeira e de produtos de

madeira ilegais.

As novas medidas destinam-se a fechar as

portas da UE a este tipo de produtos obtidos

ilegalmente, proibindo a sua venda no mer-

cado comunitário e reforçando o controlo

dos produtos de madeira comercializados.

A exploração madeireira ilegal é um problema

bastante generalizado com dimensão interna-

cional sendo responsável pela desflorestação

e pela degradação das florestas com graves

consequências ambientais.

Com o novo sistema, os importadores

e comerciantes a verificar deverão verificar

a origem e legalidade dos produtos que tran-

saccionarem. Qualquer empresa ou particular

que colocar pela primeira vez no mercado

interno da UE madeira ou produtos de

madeira deverá aplicar um sistema de dili-

gência, assim como medidas e procedimentos

devidamente documentados e credíveis que

permitam assegurar de forma razoável

a legalidade da madeira.

Quem comercializar ou transaccionar este

tipo de produtos dentro da UE («comerciantes

internos») deverá manter informações básicas

sobre os seus fornecedores e compradores,

que permitam assegurar a rastreabilidade

total de madeiras e de produtos de madeira.

Os registos deve permanecer acessíveis

durante um período de pelo menos 5 anos

e serem transmitidos às autoridades compe-

tentes sempre que solicitado.

O Regulamento abrange um vasta lista de

madeiras e produtos de madeira, incluindo,

a pasta e o papel, mobiliário e construções

pré-fabricadas, conforme especificado no

anexo à regulamentação.

Incentivo à reciclagem

Para incentivar um maior uso de madeiras

e produtos de madeira reciclados, os produtos

de madeira usados que tenham concluído

o seu ciclo de vida e que noutras circunstân-

cias seriam eliminados como resíduos não

estão abrangidos pelas novas medidas.

As medidas não se aplicam também às

madeiras abrangidas pela Convenção sobre

o Comércio Internacional das Espécies da

Fauna e Flora Selvagens Ameaçadas de

Extinção (CITES) para as quais tenha sido

emitida uma licença.

Os produtos de madeira provenientes

de países que tenham celebrado um

acordo bilateral com a Comissão Europeia

ao abrigo da regulamentação FLEGT

(Aplicação da Legislação, Governação

e Comércio no Sector Florestal) são

considerados de exploração legal.

«Sistema de diligência»

Em vez de criar o seu próprio sistema de

diligência, os importadores podem utilizar

um sistema de diligência estabelecido por

uma «organização de vigilância» que deverá

conter os mesmos elementos.

O reconhecimento das organizações de

vigilância (como as federações de comer-

ciantes) será aprovado pela Comissão

Europeia, após consulta das autoridades

nacionais competentes. A Comissão Europeia

publicará no seu sítio Web uma lista das

organizações de vigilância reconhecidas

que será actualizada regularmente.

As medidas propostas tiveram luz verde do

Parlamento Europeu e do Conselho da UE

e deverão entrar em vigor em 2013. T

As florestas do nosso planeta desempenham um papel fundamental para a protecção e preservação da biodiversidade, mas encontram-se seriamente ameaçadas pela lucrativa exploração madeireira ilegal. A UE está a introduzir novas medidas para impedir o comércio de produtos de madeira ilegais nos mercados europeus.

UE adopta medidas para combater o comércio ilegal de madeira

T

Descubra maishttp://ec.europa.eu/environment/

forests/illegal_logging.htm

10 AA LLL TTTT EE RR AA ÇÇÇ ÕÕ E S CCC LL I MMMM ÁÁ TT I CCC AAA SS

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A conferência das Nações Unidas sobre as

alterações climáticas que será realizada em

Cancún, no México, no final de Novembro

e início de Dezembro representa uma nova

oportunidade no sentido de alcançar um

acordo global em matéria de alterações

climáticas.

Alcançar um acordo global consistente,

abrangente e juridicamente vinculativo

é uma das primeiras prioridades da União

Europeia. As alterações climáticas represen-

tam naturalmente um desafio global que só

pode ser enfrentado através de uma acção

firme por parte de todas as economias

mundiais mais poderosas.

E embora se trate de um enorme desafio,

a mudança de um modelo de crescimento

com uso intensivo de carbono para um

modelo de baixo carbono representa por

outro lado uma grande oportunidade para

revitalizar a economia global e pôr fim

à crise económica e financeira.

A UE lidera o exemplo ao estabelecer como

objectivo unilateral para 2020 uma redução

das emissões de gases com efeito de estufa

de 20 % em relação aos níveis de 1990 e ao

propor elevar essa redução para 30 % se as

outras economias mundiais também contri-

buírem para o esforço de redução das

emissões globais.

Progressos alcançados

desde Copenhaga

O objectivo inicial consistia em concluir

à escala mundial um acordo em matéria de

clima na Conferência das Nações Unidas de

Copenhaga, realizada em Dezembro do ano

passado. As expectativas não foram cumpri-

das por falta de vontade política. O Acordo

de Copenhaga não vinculativo que daí

resultou representa todavia um progresso

e poderá constituir uma boa base para Cancún

e para outras cimeiras que se seguirão.

Em primeiro ligar, vários países industrializa-

dos e em desenvolvimento assumiram pela

primeira vez o compromisso partilhado de

manter o aumento da temperatura global

inferior a 2 °C em comparação com os níveis

pré-industriais, com vista a mitigar os impactos

das alterações climáticas.

Cerca de 140 países, responsáveis por mais

de 80 % das emissões globais, aderiram ao

Acordo e mais de 75 países avançaram metas

ou medidas para limitar ou reduzir as suas

emissões. Estes esforços não chegam para

alcançar o objectivo de limitar o aumento de

temperatura abaixo dos 2 °C, mas representam

um passo em frente.

Em segundo lugar, os países industrializados

comprometeram-se a disponibilizar fundos

consideráveis para ajudar os países em desen-

volvimento a combater as alterações climáti-

cas, nomeadamente com um financiamento

de arranque rápido de cerca de 30 mil milhões

de dólares para o período de 2010-2012 e um

financiamento de 100 mil milhões de dólares

até 2020.

Em terceiro lugar, o Acordo de Copenhaga

fornece orientações políticas em diversos

domínios para as negociações sobre um

acordo global.

Problemas persistentes

Muitos dos problemas que impediram

a realização de progressos em Copenhaga

ainda persistem. A ausência de uma legislação

sobre alterações climáticas nos EUA constitui

nomeadamente um grande obstáculo e não

transmite um sinal encorajador. A China não

Na conferência sobre as alterações climáticas que decorrerá no final do ano em Cancún, a UE apelará para que se continue a trabalhar sobre um pacote equilibrado de decisões que possa levar a comunidade internacional a celebrar um acordo global sólido, abrangente e vinculativo em matéria de alterações climáticas.

Cancún: uma nova oportunidade para alcançar um acordo global em matéria de clima

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parece estar disposta a enquadrar num

instrumento internacional as suas medidas

internas no domínio das alterações climáticas,

a não ser que o Congresso norte-americano

adopte medidas legislativas sobre o clima.

«Devemos ser realistas em relação a Cancún»,

afirma Connie Hedegaard, Comissária Europeia

para a Acção Climática. «Não podemos encarar

esta conferência como o último recurso, mas

tal não significa que não devemos ser ambi-

ciosos. Mesmo que não seja possível alcançar

um acordo internacional, Cancún poderá

e deverá fornecer muitas soluções.»

O desafio de Cancún

O desafio que se coloca à cimeira de Cancún

será o de definir um ambicioso pacote de

decisões que integre os progressos realizados

até ao momento e estabeleça uma sólida

base para alcançar um acordo global o mais

breve possível. Deverá também conduzir

à adopção de medidas imediatas em diversos

domínios de acção.

Os países em desenvolvimento estão clara-

mente empenhados em travar a desflorestação

tropical, defendendo uma cooperação tecno-

lógica assim como a adaptação aos efeitos

adversos das alterações climáticas. Pretendem

também assegurar que os principais elemen-

tos de um quadro de financiamento a longo

prazo seja postos em prática.

Além de partilhar estes objectivos, a UE

considera fundamental que as promessas

formuladas no Acordo de Copenhaga sejam

consubstanciadas num processo da ONU

e sejam reforçadas através de uma coopera-

ção internacional.

Financiamento de

arranque rápido

Para apoiar o pacote de Cancún e começar

já a realizar progressos no terreno, algumas

das decisões deverão ser apoiadas através

do lançamento em países desenvolvidos de

projectos específicos financiados por verbas

de arranque rápido.

Na óptica dos países em desenvolvimento,

a prestação rápida, total e transparente do

contributo prometido servirá para testar

a lealdade dos países ricos. A UE está no bom

caminho para contribuir com o montante

prometido de 7,2 mil milhões de euros para

o período de 2010-2012 e apresentará um

relatório completo sobre os progressos

realizados por ocasião da conferência.

Os países em desenvolvimento têm espe-

rança de que a cimeira de Cancún permita

chegar a um acordo no sentido de estabele-

cer um segundo período de compromisso

do Protocolo de Quioto a partir de 2013.

A UE tornou todavia claro que só considera-

ria a assinatura de tal acordo se os principais

emissores que não aderiram ao Protocolo de

Quioto, nomeadamente os EUA e as grandes

economias emergentes como a China, a Índia

e o Brasil, também aceitassem contribuir de

forma justa para o esforço global de redução

das emissões poluentes. O Protocolo de

Quioto abrange menos de 30 % das emissões

globais, pelo que será impossível manter

o aumento do aquecimento global abaixo

dos 2 °C se os países responsáveis pelos res-

tantes 70 % das emissões não adoptarem

também as medidas necessárias.

Outra condição imposta pela UE consiste

em corrigir uma série de lacunas verificadas

no Protocolo de Quioto e que podem com-

prometer a sua eficácia ambiental. Se essas

lacunas não forem resolvidas poderão anular

o impacto das medidas de redução de emis-

sões negociadas ou até mesmo dar azo a um

aumento das emissões.

Existe ainda um longo caminho a percorrer

para alcançar o acordo global sólido, abran-

gente e juridicamente vinculativo de que

o mundo necessita. Apesar dos obstáculos

ainda existentes, a UE mobilizará os seus

esforços em Cancún no sentido de ver apro-

vado um pacote de decisões que permita

aproximar a comunidade internacional

deste objectivo. T

Descubra maishttp://ec.europa.eu/environment/climat/

future_action.htm

12 CC AA PP TTT UU RRR AAA DD E CCCC AAA RR BBB OO NNN O

iniciativa tem um valor de cerca de 4,5 mil

milhões de euros, sendo o maior programa

do género a nível mundial.

O NER300 financiará até 50 % dos custos de

construção e funcionamento dos projectos de

CAC e energias renováveis e deverá mobilizar

investimentos num montante superior a 9 mil

milhões de euros, que serão realizados por pro-

motores de projecto e Estados Membros EM).

As responsabilidades dos

Estados Membros e do BEI

Os Estados Membros receberão as candidatu-

ras dos promotores de projectos, verificarão

a sua elegibilidade e decidirão que projectos

pretendem apoiar (incluindo financeiramente,

embora o financiamento pelos EM não seja

uma condição para obter financiamento da

NER). Uma vez tomadas as decisões sobre os

projectos a apoiar, os Estados Membros

deverão disponibilizar as verbas de financia-

mento atribuídas em função do desempenho

do projecto.

A execução de algumas componentes da

iniciativa é da responsabilidade do Banco

Europeu de Investimento (BEI), a quem cabe

vender as licenças cujo montante se eleva

a 300 mil milhões de euros, gerir as receitas

e transferir as mesmas para a sua atribuição

aos projectos.

O BEI tomará ainda as devidas diligências

relativamente aos aspectos financeiros

e técnicos das propostas de projectos antes

de formular recomendações à Comissão.

A Comissão tomará a decisão final sobre

os projectos que beneficiarão de co-finan-

ciamento após consulta dos Estados

Membros. T

Descubra maishttp://ec.europa.eu/environment/climat/

ccs/index_en.htm

A Comissão Europeia lançou o primeiro

convite à apresentação de propostas para

o apoio financeiro de uma série de projectos

de demonstração sobre a captura e armazena-

mento de carbono (CAC) e novas tecnologias

para a produção de energia de baixo carbono.

O financiamento faz parte do programa

comunitário destinado a apoiar iniciativas

no domínio das alterações climáticas e criar

empregos verdes.

O apoio financeiro a projectos de captura de

carbono incidirá em projectos que ajudam as

centrais eléctricas a capturar as suas emissões

de dióxido de carbono e armazenar o CO2 em

aquíferos salinos e antigos reservatórios de

hidrocarbonetos.

Um dos principais desafios que se colocam

à aplicação de projectos de CAC em grande

escala é o dimensionamento da tecnologia

e a demonstração da sua viabilidade comercial

a longo prazo. A investigação visa promover

a rápida comercialização da tecnologia e avaliar

os riscos para o ambiente. Oito projectos CAC

beneficiarão de apoio (concessão de verbas

de financiamento).

O apoio será prestado a projectos de energias

renováveis de baixo carbono envolvendo bio-

energia, energia solar, energia eólica, energia

geotérmica, energia das ondas e das marés,

redes hidroeléctricas e inteligentes (gestão de

renováveis distribuídas). Cerca de 34 projectos

serão financiados nestas categorias (concessão

de verbas de financiamento).

O apoio financeiro está a ser disponibilizado

no âmbito da iniciativa conhecida por

«NER300» (reserva para novos operadores).

Será financiado a partir da venda de licenças

de emissões num montante de 300 milhões de

atribuídos à Reserva para Novos Operadores

(NER) do regime comunitário de comércio

licenças de emissão (ETS). A preços correntes

de mercado para as licenças de emissão, esta

T Novo financiamento para apoiar as tecnologias de captura de carbono e energias renováveis

Demonstrar a viabilidade comercial das tecnologias de energias renováveis e da captura de e armazenamento subterrâneo de carbono é um dos principais objectivos do novo regime de financiamento a partir da venda de licenças de emissões.

«A iniciativa NER300 terá um papel catalisador na demonstração de novas tecnologias de baixo carbono a uma escala comercial. Estas e outras tecnologias verdes assu-mem uma importância cada vez maior enquanto fonte de crescimento eco-nómico e de criação de empregos. Contribuirão também para alcançarmos as nossas ambiciosas metas em matéria de alterações climáticas para 2010 e após

essa data.»Connie Hedegaard,

Comissária para a Acção Climática

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R E V I S T A D A D I R E C Ç Ã O G E R A L D O A M B I E N T E ● N . ° 4 0

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A legislação comunitária que introduziu

as avaliações de impacto para projectos

públicos e privados já tem 25 anos. Muitas

mudanças decorreram desde que esta

legislação foi adoptada: a União passou

de 10 para 27 Estados Membros, o Tribunal

de Justiça Europeu adoptou acórdãos impor-

tantes que clarificam determinados aspectos

da legislação e várias questões e desafios

imprevistos na altura viram a luz do dia.

No âmbito da consulta pública que decor-

reu de Junho a Setembro, foram recebidas

1 400 respostas de pessoas particulares, empre-

sas, governos e organizações não governamen-

tais, abordando aspectos específicos levantados

pela Comissão num questionário detalhado

publicado nas 22 línguas oficiais da UE.

Numa primeira análise, as respostas confir-

mam o valor da legislação. As suas disposi-

ções asseguram que os factores ambientais

são tomados em consideração nos processos

de planeamento e autorização e, ao prever

o envolvimento do público, conferem

transparência às decisões tomadas.

Não obstante, muitos reconhecem que

o processo de avaliação está a evoluir e que

é necessário introduzir melhorias de modo

a ter em conta a evolução das políticas

e regulamentações da UE e as novas

obrigações internacionais. Estas evoluções

podem dar azo a lacunas, sobreposições

Uma nova apreciação sobre as avaliações de impacto

e incoerências na aplicação das disposições,

uma vez que o texto não sofreu qualquer

alteração significativa desde 1985.

Questões específicas

Os diversos elementos contemplados pela

consulta tinham sido inicialmente identifica-

dos pela Comissão num relatório concluído

em 2009 sobre a aplicação das avaliações de

impacto ambiental. O relatório apontava para

a existência de diferenças significativas dentro

da União, tendo alguns Estados Membros

introduzido requisitos bastante mais rigoro-

sos que outros.

O procedimento de selecção que determina

se um projecto necessita de uma avaliação

de impacto é um exemplo. Alguns países

insistem na realização de um exame para

cada projecto. Outros aplicam uma abordagem

mais flexível. Assim, o número de avaliações

de impacto realizados nos Estados Membros

com a mesma dimensão varia entre 100

e 5 000.

Existem outros aspectos a ter em conta,

nomeadamente a quantidade e a qualidade

das informações incluídas nos procedimentos

de avaliação; os obstáculos administrativos

com que se deparam os projectos envolvendo

vários países; as sinergias com outras legisla-

ções ambientais, nomeadamente nos

domínios da biodiversidade e das alterações

climáticas; e as diferentes práticas e prazos

utilizados nos processos de consulta pública.

A Comissão tenciona apresentar no próximo

ano uma análise final do vasto conjunto de

respostas recebidas. Essa análise fornecerá

uma indicação útil sobre a dimensão das

alterações que deverão ser propostas aquando

da elaboração da legislação, o que sucederá

provavelmente em 2012. T

Descubra maishttp://ec.europa.eu/environment/

consultations/eia.htm

T

De que forma pode a União Europeia actualizar e melhorar os procedimentos de avaliação de impacto? A Comissão lançou a pergunta no início deste Verão e está neste momento a analisar as centenas de respostas recebidas no âmbito de um vasta consulta pública.

14 PP RR ÉÉ MMM I OOOO S ÀÀÀ SSSS E M PPP RR EEE SS AA SS

Este sistema recolhe, armazena e gere dados

sobre consumo de energia de modo a moni-

torizar, visualizar o fluxo de energia e optimizar

a eficiência energética total. Ao medir, registar,

transmitir e armazenar dados sobre consumo

de energia obtidos de vários locais, o sistema

elabora um quadro preciso e completo de

informações sobre energia.

A Tesco, uma cadeia retalhista britânica,

conseguiu reduzir o seu consumo energético

em 20 % nas suas lojas desde que introduziu

o sistema que mede o consumo de electrici-

dade, água, gás e aquecimento em mais de

10 000 contadores instalados nos estabeleci-

mentos da companhia.

O júri elogiou esta aplicação tecnológica pela

sua grande relevância empresarial quer para

o fornecedor do sistema de energia inteli-

gente, quer para os seus utilizadores e reco-

mendou-a a outras empresas.

Prémio processos

O prémio processos, que visa distinguir as

empresas que desenvolveram e aplicaram

tecnologias de produção inovadoras que

contribuem para o desenvolvimento susten-

tável, foi entregue a duas empresas alemãs,

a Zenergy Power GmbH e Bültmann GmbH.

Na modelação de metais não ferrosos, como

o alumínio, o cobre e o latão, a velocidade

e a qualidade de processamento depende da

uniformidade da distribuição do calor nos

biletes de metal. O aquecedor magnético

de biletes é a primeira máquina industrial

concebida com base na tecnologia dos

supercondutores. Melhora a qualidade do

processo térmico, permitindo um aumento

de produtividade na ordem dos 25 % e uma

melhoria significativa da qualidade, com uma

redução de consumo de energia de 50 %.

Na selecção das empresas vencedoras do

prémio processos, o júri salientou que para

um aquecedor magnético de biletes de

2 MW, a potência da bobina eleva-se a ape-

nas 100 W, o que representa uma eficiência

extremamente elevada.

Criado em 1987 pela Comissão Europeia,

o European Business Awards for the

Environment contou este ano com um

número record de 141 participantes oriundos

de 24 países. Além dos quarto vencedores

referidos, o júri teceu um elogio especial

na categoria produtos. A empresa eslovaca

Stredoslovenska energetika a.a. (Grupo EDF)

foi elogiada pela concepção de uma protec-

ção destinada a evitar a electrocussão das

aves nos postes de alta tensão. T

Descubra maiswww.ebae.eu

Na última edição da revista, foram apresentados dados sobre os vencedores do European Business Awards for the Environment deste ano nas categorias de gestão e cooperação internacional. Nesta edição, iremos abordar os vencedores do prémio nas categorias de produtos e processos.

Empresas belga e alemã vencem o European Business Awards for the Environment

T

Prémio produtos

Sediada em Kortrijk (Bélgica), a EnergyICT

venceu o prémio na categoria de produtos

pelo desenvolvimento de um produto ou

serviço inovador que contribui de forma

significativa para o desenvolvimento susten-

tável. Esta empresa criou um sofisticado sis-

tema de monitorização e controlo de energia

denominado EIServer, que integra todas as

funções essenciais necessárias para assegu-

rar uma gestão eficiente da energia em

qualquer edifício.

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Internacional em conjunto com o projecto

comunitário Be-Smarter. A edição de 2010

desta conferência é dedicada a questões

relacionadas com o uso eficiente dos recursos.

O prémio europeu EMAS será atribuído em

reconhecimento dos excelentes resultados

alcançados por organizações EMAS (empresas

de topo e autoridades locais) em domínios

relacionados com a utilização eficiente dos

seus recursos.

http://ec.europa.eu/environment/emas/

conference2010.htm

http://ec.europa.eu/environment/emas/

emasawards/awards.htm

Fórum sobre o nono ETAP 29-30 de Novembro de 2010

O financiamento é fundamental para

a realização e integração da eco-inovação

e o fórum sobre o nono ETAP (Plano de

Acção sobre Tecnologias Ambientais) irá

examinar as tendências actuais, identificar

e discutir os desafios enfrentados pelos

agentes financeiros e as pequenas e médias

empresas (PME). Serão partilhadas boas

práticas e formuladas recomendações úteis

para a definição dos futuros programas de

apoio financeiro.

http://ec.europa.eu/environment/

ecoinnovation2010/2nd_forum/index_en.htm

COP1629 de Novembro – 10 de Dezembro de 2010, Cancún, México

A próxima Conferência das Nações Unidas

sobre Alterações Climáticas comporta a décima

sexta Conferência das Partes (COP) e a sexta

Conferência das Partes enquanto reunião das

Partes no Protocolo de Quioto (CMP).

http://unfccc.int/meetings/items/2654.php

Encerramento do Ano Internacional da Biodiversidade11-12 de Dezembro de 2010, Kanazawa, Ishikawa, Japão

Esta cerimónia de encerramento do Ano

Internacional da Biodiversidade irá traduzir

os compromissos assumidos em Nagoya de

uma forma mais concreta e pragmática para

as empresas, consumidores e partes interes-

sadas, assim como sublinhar a importância

e o valor da biodiversidade para a sociedade.

Este evento aproveitará a ocasião para

anunciar o Ano Internacional das Florestas,

uma iniciativa das Nações Unidas destinada

a sensibilizar a população mundial para

a gestão sustentável, conservação e desen-

volvimento sustentável de todos os tipos

de florestas.

http://www.un.org/en/events/iyof2011/

Novas publicações

Fichas técnicas sobre o ambiente

Foram publicadas mais seis fichas técnicas

da série de brochuras de quatro páginas

a cores, que visam fornecer ao público geral

informações sucintas sobre temas especí-

ficos na área do ambiente. Os novos temas

incluem:

T DG Ambiente (inglês)

T Monitoring the Impact of EU Biodiversity

Policy (inglês, alemão, francês, espanhol,

italiano e polaco)

T Water Scarcity and Drought (inglês)

Agenda

Conferência sobre gestão de estrume 24-25 de Novembro de 2010, Wageningen (NL)

A Direcção Geral do Ambiente da Comissão

Europeia e o Ministério da Agricultura neer-

landês organizam uma conferência sobre

a gestão de estrume e as suas relações com

a protecção da água.

http://ec.europa.eu/environment/water/

workshop_manure.html

Conferência Internacional sobre EMAS: Para uma economia baseada na utilização racional dos recursos 25 de Novembro de 2010, Bruxelas

O EMAS (Sistema Comunitário de Ecoges-

tão e Auditoria) é um sistema de gestão

ambiental voluntário que permite às empresas

avaliar, gerir e melhorar continuamente o seu

desem penho ambiental. A Direcção Geral

do Ambiente da Comissão Europeia e a

Presidência belga do Conselho da União

Europeia organizam esta Conferência

T Soil – a key resource for the EU (inglês)

T Cohesion policy and the environment

(inglês)

T Infra-estruturas verdes (disponível nas

22 línguas oficiais da UE)

Estas fichas técnicas podem ser impressas

ou descarregadas em formato PDF em:

http://ec.europa.eu/environment/pubs/

factsheets.htm

Salvo indicação em contrário, as publicações podem

ser obtidas gratuitamente na EU Bookshop em

bookshop.europa.eu ou no centro de informação

(BU-9 0/11), Direcção-Geral do Ambiente,

Comissão Europeia, B-1049 Bruxelas, Bélgica.

Exploração de petróleo offshore: novas regras sobre condutas

A Comissão Europeia está a preparar novas

regras para assegurar que a UE aplica os mais

altos requisitos de segurança a nível mundial

nas actividades de exploração de gás e petró-

leo offshore. O projecto de legislação deverá

ser apresentado na próxima Páscoa. Visa

prevenir qualquer possibilidade de ocorrer

nas águas comunitárias um desastre seme-

lhante ao provocado este ano pelo Deepwater

Horizon e que teve consequências devastado-

ras no Golfo do México. A proposta legislativa

deverá ser aprovada pelos governos dos

Estados Membros da UE e pelo Parlamento

Europeu e colmatará algumas lacunas exis-

tentes na actual legislação. Visa obrigar as

empresas a possuírem planos de contin-

gências eficientes, assim como recursos

financeiros suficientes para corrigir qual-

quer dano ambiental em caso de desastre.

Introduzirá ainda requisitos e inspecções

de segurança mais rigorosas.

Descubra mais http://ec.europa.eu/energy/oil/offshore/

standards_en.htm

Produtos biocidas mais seguros

Os biocidas utilizados para controlar pragas

e germes serão em breve mais seguros e mais

amigos do ambiente, depois de o Parlamento

Europeu ter aprovado no passado mês de

Setembro por maioria esmagadora alterações

às actuais regras comunitárias relativas a diver-

sos produtos, desde repelentes de insectos

a produtos químicos para o tratamento da

água. Os deputados do PE votaram a favor

da proibição de produtos químicos altamente

tóxicos, em particular aqueles que são carci-

nogénicos, que prejudicam a fertilidade ou

que interferem nos genes e hormonas.

Apoiaram ainda a ideia de introduzir gradu-

almente um sistema europeu de aprovação

centralizado para a maioria dos biocidas.

Pretendem que a Agência Europeia dos

Produtos Químicos passe a avaliar os pedi-

dos de aprovação de produtos com baixo

risco e os produtos com novas substâncias

activas já a partir de 2013, assim como a maio-

ria dos biocidas a partir de 2017. A legislação

revista irá pela primeira vez regular materiais

que incorporam biocidas, como o mobiliário

tratado com agentes anti-deformação e pro-

dutos têxteis com tratamento anti-microbiano.

Descubra mais http://ec.europa.eu/environment/

biocides/revision.htm

OSPAR: ministros concordam

em reforçar a protecção do

ambiente marinho no Atlântico

A Convenção OSPAR, que serve de instru-

mento de cooperação entre a União Europeia

e 15 governos na protecção do ambiente

marinho no Atlântico Nordeste, criou a pri-

meira rede de zonas marinhas em alto mar

protegidas além da jurisdição nacional.

Adoptada na reunião de Bergen em 23

e 24 de Setembro, a decisão alarga as zonas

marinhas protegidas em cerca de 433 000 km2.

Outro marco importante foi a adopção da

Estratégia Ambiental para o Atlântico

Nordeste para 2020. Esta estratégia estabe-

lece objectivos a serem cumpridos pelos

membros da convenção durante a próxima

década e ajudará a aplicação coordenada da

Directiva Quadro Estratégia Marinha da UE

por parte dos Estados Membros na região.

A OSPAR decidiu avaliar as revisões em curso

dos acordos vigentes, incluindo as licenças

para as actividades de perfuração em condi-

ções extremas, a fim de prevenir e eliminar

os riscos de poluição das actividades de

exploração de petróleo e gás em alto mar,

tendo em vista a aplicação de acções suple-

mentares. Chegou-se também a um acordo

no sentido de estabelecer metas mais

ambiciosas para reduzir o lixo marinho.

Descubra mais http://ec.europa.eu/environment/water/

marine/ospar.htm

Breves

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