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FACULDADE CAPIVARI CIÊNCIAS CONTÁBEIS O CONTROLE DOS CUSTOS EM UMA EMPRESA DE TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGA LEONARDO DA SILVA GOULART Capivari de Baixo, junho de 2017

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FACULDADE CAPIVARI

CIÊNCIAS CONTÁBEIS

O CONTROLE DOS CUSTOS EM UMA EMPRESA DE TRANSPORTE

RODOVIÁRIO DE CARGA

LEONARDO DA SILVA GOULART

Capivari de Baixo, junho de 2017

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LEONARDO DA SILVA GOULART

O CONTROLE DOS CUSTOS EM UMA EMPRESA DE TRANSPORTES

RODOVIÁRIOS DE CARGA

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em

Ciências Contábeis da Faculdade Capivari, requisito

parcial à obtenção do título de Bacharel em Ciências

Contábeis.

Orientação de: Prof. Msc. Edilson Citadin Rabelo.

Capivari de Baixo, junho de 2017

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Dedico este trabalho aos meus pais Jailson e

Jucelma, que me criaram com todo amor e

carinho e que jamais mediram esforços para

que os meus sonhos e objetivos fossem

alcançados.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por ter abençoado e guiado meus passos durante esta

caminhada, por permitir que este sonho se tornasse realidade.

Aos meus pais Jailson e Jucelma pelo amor a mim dedicado, pelas abdicações de seus

sonhos para que o meu fosse realizado, pela confiança depositada para que eu chegasse até

aqui. Peço desculpas pela ausência durante este percurso e agradeço a vocês por tudo o que eu

era, que sou e tudo que ainda serei.

As minhas irmãs Vanessa e Letícia, que são a razão do meu viver, sei que poderei

contar com vocês em todos os momentos da minha vida. Com vocês jamais estarei sozinho.

Agradeço a Transroriva Transportes Rodoviários de Carga LTDA. por possibilitar a

realização da pesquisa com sucesso.

Ao professor e orientador Edilson Citadin Rabelo pela atenção, dedicação e apoio

durante o desenvolvimento do trabalho.

Ao corpo docente do curso que contribuiu para minha formação profissional.

Aos membros da banca examinadora, por aceitarem o convite e se mostrarem

dispostos a avaliar este estudo.

Por fim, agradeço todos que não foram citados, mas que direta ou indiretamente

fizeram parte desta caminhada.

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“Só se pode alcançar um grande êxito quando nos mantemos fiéis a nós mesmos”.

(Friedrich Nietzsche)

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RESUMO

O artigo apresenta uma análise dos custos em uma empresa de transporte rodoviário de

cargas, com enfoque na importância da gestão de custos. Os dados utilizados na análise foram

coletados da Transroriva Transportes Rodoviários LTDA., e representam a real situação de

uma empresa em atividade com relatórios de viagens e informações sobre as despesas obtidas

e tabulação dos dados por meio de planilhas eletrônicas, para melhor compreensão da

temática abordada. A análise desenvolvida permitiu observar os custos totais de cada

prestação de serviço, além de obter informações gerenciais para apoiar na tomada de decisão.

Por fim, conclui-se que os gastos de cada prestação de serviço em uma transportadora de

carga são determinados pelos seus custos variáveis e influenciam a rentabilidade da empresa.

Palavras-chave: Custos. Transportadoras de carga. Prestação de serviço.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 7

2 EMBASAMENTO TEÓRICO ............................................................................................. 8

2.1 CONTABILIDADE DE CUSTOS ....................................................................................... 8

2.1.1 Terminologia .................................................................................................................... 9

2.1.1.1 Gastos ............................................................................................................................. 9

2.1.1.2 Desembolso .................................................................................................................. 10

2.1.1.3 Custos ........................................................................................................................... 10

2.1.1.3.1 Sistemas de custos ..................................................................................................... 10

2.1.1.3.2 Tipos de custos .......................................................................................................... 11

2.1.1.2 Despesas ....................................................................................................................... 11

2.1.1.3 Investimentos ................................................................................................................ 12

2.1.1.4 Perdas ........................................................................................................................... 12

2.1.2 Rateio dos custos ............................................................................................................ 12

2.1.3 Métodos de custeio ......................................................................................................... 13

2.1.3.1 Custeio por absorção .................................................................................................... 13

2.1.3.2 Custeio variável ............................................................................................................ 13

2.1.3.3 Custeio pleno ................................................................................................................ 14

3 MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA ...................................................................... 15

4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ......................................................................... 16

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO ........................................................... 16

4.1.1 Histórico ......................................................................................................................... 16

4.2 ANÁLISE DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ................................................................. 17

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 26

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 27

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1 INTRODUÇÃO

O mercado econômico está em constante mudança, isto faz que a competitividade

entre as empresas influencie no resultado final de suas atividades. Neste contexto, a

Contabilidade desde o seu surgimento, sempre teve como objetivo o controle do patrimônio

da entidade, com relatos dos seus acontecimentos, entre eles identificar, medir e ponderar os

custos.

A Contabilidade de Custos ajuda no controle dos gastos relacionados à empresa, para

isso estabelece metas para serem seguidas e auxilia na tomada de decisão, além de contribuir

para a manutenção do patrimônio que é o objeto de estudo da Contabilidade. Atualmente a

Contabilidade não é de uso exclusivo das entidades ou indústrias, pois cresceu em outras áreas

do mercado, como em instituições financeiras, estabelecimentos comerciais e principalmente

em prestadoras de serviços, onde pode ser feito o levantamento dos projetos em andamento

(MARTINS, 2003).

O assunto corrobora para o conhecimento da situação financeira da empresa, do

patamar econômico do atual mercado e as mudanças ocorridas em ambas e em outros

aspectos. Assim, o estudo leva em consideração especificamente as empresas de transporte

rodoviário de carga, com o objetivo de identificar os principais custos de uma empresa de

transporte rodoviário de carga para a geração de informações necessárias ao controle

gerencial.

Os objetivos específicos da pesquisa são verificar na empresa estudada os aspectos

relacionados a custos, coletar dados da empresa Transroriva Transportes Rodoviários no

período compreendido entre fevereiro, março e abril de 2017 e analisar os dados coletados

comparados aos critérios estabelecidos pela literatura.

Identificar e controlar os custos de uma empresa auxilia no seu desenvolvimento

econômico, e no setor de transportes este aspecto está sendo tratado com maior importância

pelas entidades que no mercado cada vez mais competitivo necessitam de uma gestão de

custos (CREPALDI, 2011).

Para alcançar o objetivo proposto, o estudo foi estruturado em cinco partes, inclusive

esta primeira, de introdução. A segunda apresenta o embasamento teórico que sustenta a

pesquisa; na terceira discutem-se os procedimentos metodológicos, na quarta é feita a análise

e discussão dos resultados da pesquisa e na quinta seção apresenta-se as considerações finais,

e por fim, às referências.

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2 EMBASAMENTO TEÓRICO

Esta seção trata do embasamento teórico que norteia a pesquisa, sendo fundamental a

abordagem de alguns aspectos relacionados à Contabilidade de Custos.

2.1 CONTABILIDADE DE CUSTOS

Com o surgimento da Revolução Industrial e a grande concentração de entidades

industriais, a Contabilidade tinha dificuldade de adaptar a apuração dos resultados que

normalmente eram feitos em empresas comercias que apenas revendiam as mercadorias, para

as empresas industriais que compravam a matéria prima e a transformavam em produto pronto

para venda. A solução encontrada foi alterar a nomenclatura compras pelo pagamento dos

componentes inseridos na produção: matéria prima, mão de obra, energia elétrica, máquinas e

o consumo de combustíveis, então todos os gastos envolvidos no processo industrial foram

chamados de custos de produção, e o ramo que controlava esses gastos foi denominado de

Contabilidade de Custos (VICECONTI; NEVES, 2010).

Crepaldi (2010) conceitua a Contabilidade de Custos como uma ferramenta utilizada

para identificar, analisar, informar, mensurar, planejar, alocar e registrar os custos de um

produtos ou serviço, com o fornecimento de informações importantes para os administradores

e auxílio para a tomada de decisão.

Para Leone (1985) a Contabilidade de Custos é o ramo financeiro que mensura, avalia,

evidencia e interpreta todos os valores de estoques, serviços, setores da entidade, planos de

produção e direcionamento de esforços para obter resultados, corrobora ao gestor para

práticas decisivas em relação ao futuro e o planejamento estratégico.

Segundo Carioca (2014) a Contabilidade de Custos é uma fonte de informações

importantes para a gestão da entidade, tanto para o controle de seus componentes operacionais

e administrativos, como no processo decisório.

Medeiros (1994) salienta que a Contabilidade de Custos é uma ferramenta de domínio

eficiente, pois está sempre presente nos acontecimentos internos da entidade, e quando é feito

de forma organizada consegue chegar aos objetivos propostos pela gerência por intermédio do

tráfego de informações, sendo assim, uma função importante no procedimento de tomada de

decisão.

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Derberck e Nagy (2001) relatam que a Contabilidade de Custos é uma geradora de

informações que possibilita aos seus administradores destinar recursos às áreas mais rentáveis

da entidade, com a consequente melhora no processo de produção.

Ainda, Maher (2001) entende que é o ramo da Contabilidade que registra, analisa,

mensura e descreve todas as informações relacionadas aos custos da empresa.

Desta forma, pode-se entender que a Contabilidade de Custos é um ramo da

Contabilidade que coleta, analisa identifica, mensura e transforma todos os dados

relacionados a custos em informações importantes para o setor administrativo de uma

entidade.

2.1.1 Terminologia

Segundo Martins (2003), a terminologia da Contabilidade de Custo pode ser

compreendida como um conjunto de conceitos e ideias que caracterizam esta disciplina.

2.1.1.1 Gastos

É toda ação ou movimento financeiro praticado pela empresa para adquirir um bem ou

receber um serviço prestado, geralmente feito em troca de bens como moeda. Isto se aplica a

qualquer setor da empresa, sendo identificados quando assumida a sua dívida. Um gasto pode

ser denominado como um investimento inicialmente de forma temporária e depois passar a ser

um custo ou uma despesa.

Para Martins (2003), gastos são todos os esforços financeiros que uma empresa pratica

para obter um produto ou serviço. Esses esforços são representados em troca de ativos,

normalmente dinheiro, e isso se aplica a todos os bens e serviços adquiridos pela empresa,

tanto na produção, como na administração, e os gastos só são reconhecidos quando há uma

baixa no ativo.

Bruni (2008) cita que os gastos podem ser classificados em custos ou despesas,

dependerá de sua participação no processo de elaboração do produto, pois um gasto pode ser

temporariamente classificado como investimento, mas à medida que for utilizado será

classificado como custo ou despesa.

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2.1.1.2 Desembolso

Para Martins (2003), desembolso seria a quitação de um bem ou serviço adquirido

pela empresa, podendo ocorrer antes, depois ou na hora da aquisição. É o pagamento de uma

dívida assumida pela empresa.

2.1.1.3 Custos

Segundo Medeiros (1994), custos são os gastos de recursos financeiros da empresa

utilizados para conseguir a produção, bens ou serviços e colocar a disposição de seus clientes.

Para Bruni (2008), os custos representam a transformação de um investimento em

produto final, que seria o produto em elaboração, para o produto pronto resultaria no seu

custo, assim como todos os gastos neste processo de produção. Pode-se entender então que

custos são todos os esforços financeiros da entidade em adquirir um investimento para a

produção, a fim de transformá-los em um produto final ou em um serviço.

2.1.1.3.1 Sistemas de custos

Para Crepaldi (2011) a Contabilidade de Custos que no passado atendia apenas ao

fornecimento de informações para levantamento de estoque e apuração de resultado, nos

últimos anos ganhou muita importância para a Contabilidade Gerencial na função de geração

de dados para o auxílio e controle de gastos da entidade, assim assumiu um papel relevante

para a tomada de decisão e tornou-se uma das áreas mais importantes dentro de qualquer

empresa. Esse papel exercido pela Contabilidade de Custos deve-se ao seu envolvimento em

praticamente todos os aspectos importantes de uma empresa.

Crepaldi (2011) afirma que para uma empresa se manter competitiva no mercado é

preciso que a mesma atualize os seus sistemas de custos, pois as informações que são geradas

nela podem dar uma vantagem em relação à concorrência, além de agregar mudanças na

forma de trabalho e proporcionar assim melhor desempenho e qualidade. A parte de custos de

uma entidade deve estar em harmonia com a controladoria, que normalmente analisa o

mercado financeiro atual e as tendências para o futuro.

Atualmente com a informatização nas empresas é possível fazer um sistema de custos

bem organizado e que atenda as necessidades de requisitos básicos, que possam determinar o

custo unitário, o preço de venda de um produto e o valor de estoques ou serviço prestado pela

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entidade num determinado período. Para os gestores é importante conhecer através do sistema

de custos todo o esforço gasto em bens e serviços na atividade desenvolvida. Dentro dessas

informações é preciso analisar os gastos em mão de obra, matéria prima, energia consumido,

entre outros, para que seja possível levantar um custo unitário do produto (HAUSSMANN,

2001).

2.1.1.3.2 Tipos de custos

Megliorini (2001) diz que os custos têm duas definições básicas que determinam o seu

valor no produto: a alocação dos custos ao produto (diretos e indiretos) e para determinar os

custos no seu volume de produção (fixo e variáveis).

Custos diretos, segundo Wernke (2004), são os gastos incorporados ao produto, fazem

parte dele sem precisar de rateio, assim seriam facilmente identificados. Já para Crepaldi

(2010) os custos diretos são os custos inseridos diretamente ao produto, variam conforme a

produção e dependem do material direto (matéria prima, material secundário, embalagens) e

da mão de obra direta.

Crepaldi (2010) descreve custos indiretos como os gastos imperceptíveis aos produtos

e necessitam de rateio para serem identificados, pois são os custos que necessariamente não

estão ligados ao produto, e sim ligados ao processo de produção.

Os custos variáveis segundo Wernke (2004) relacionam-se diretamente ao nível

produtivo da empresa, quanto mais produz a entidade, maior é o custo variável.

Por fim, os custos fixos para Crepaldi (2010) são os gastos fixos, que se mantém

independentemente do volume produzido, com pouca oscilação no seu valor.

2.1.1.2 Despesas

As despesas são todos os esforços financeiros feitos pela entidade, investidos nos seus

setores administrativos com a finalidade de obter receita, diferentemente dos custos onde os

investimentos são utilizados na criação de produtos.

De acordo com Leone e Leone (2010), despesas são todos os gastos feitos que sejam

consumidos de um investimento durante as ações de uma pessoa, ou de modo contábil, são os

gastos para se obter receita para a entidade.

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Megliorini (2001) cita que despesas são os gastos que não estão ligados à produção

bens e serviços da entidade, mas assim aos departamentos administrativos da empresa, como

comissões de vendas, móveis de escritório, salário de diretores, entre outros.

2.1.1.3 Investimentos

Bruni (2008) diz que, investimentos são os gastos na aquisição de um ativo para o seu

consumo futuro, que inicialmente é incorporado aos ativos da empresa como investimento, e

quando começa a ser consumido ele pode ser transformado em custos ou despesas.

Wernke (2004) explana que os investimentos são gastos que trarão resultados

financeiros em um tempo vindouro, visando os produtos produzidos a partir do desembolso de

recursos. Assim qualquer matéria-prima ou imobilizado são contabilizados como

investimentos, com exceção as depreciações dos imobilizados.

2.1.1.4 Perdas

Segundo Leone e Leone (2010), perdas são os produtos que são consumidos de forma

anormal e involuntária. As perdas normais são incorporadas aos custos da produção e toda

perda representa uma diminuição do ativo sem que aja ganho financeiro.

Martins (2003) menciona que perdas não podem ser confundidas com despesas ou

custos, e que elas irão estar presentes nas contas de resultado, apesar de não representarem um

esforço para obter lucro.

Por outro lado Viceconti e Neves (2010) entendem que as perdas ocorridas com

imprevisibilidade são consideradas despesas, e quando a perda faz parte do processo de

produção ela é considerada um custo. Pode-se afirmar que essa distinção entre custo e

despesas é importante, pois se a perda é classificada como custo, o preço do produto vendido

será afetado e classificado como despesa no resultado do exercício.

2.1.2 Rateio dos custos

Segundo Crepaldi (2010) rateio é o meio utilizado para a divisão dos custos, ou seja, o

principal motivo da repartição dos custos indireto. Para Maher (2001) o rateio de custos

representa todas as inserções do custo indireto a sua base que é o produto.

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Benato (1992) complementa que os elementos rateados são divididos aos produtos ou

serviços conforme critérios já estabelecidos. É um método bastante utilizado na identificação

dos custos unitários.

2.1.3 Métodos de custeio

Os métodos de custeio objetivam identificar os gastos inerentes ao processo produtivo,

que se acumulam de forma organizada aos produtos. Estes custos podem ser aplicados a

diferentes objetos tais como: produtos, departamentos, atividades, processos, ordem de

produção, ou outras formas que o gestor possa demonstrar interesse (CREPALDI, 2010).

2.1.3.1 Custeio por absorção

O custeio por absorção abrange todos os gastos relacionados às atividades

operacionais de produção de uma empresa.

Viceconti e Neves (2010) descrevem o custeio de absorção como a apropriação de

todos os custos, sejam eles fixos ou variáveis ao processo produtivo, descarta todos os outros

gastos que não tem nenhuma relação com a produção.

Maher (2001) complementa que o método de custeio por absorção é uma adequação

sistêmica aos produtos fabricados ou aos serviços prestados de todos os dispêndios fixos e

variáveis envolvidas na produção de bens e na realização de serviços.

2.1.3.2 Custeio variável

O custeio variável identifica a integração dos custos variáveis de produção, diretos e

indiretos Classifica-se os custos fixos como despesas em relação ao período e inseridos

diretamente ao resultado do exercício, não sendo atribuída a conta estoque. O custeio variável

é o melhor método de custeio para uma tomada de decisão (VICECONTI; NEVES, 2010).

Portanto, é o método de custeio que informa a empresa quanto será os gastos de

acordo com o seu volume de produção.

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2.1.3.3 Custeio pleno

Segundo Martins (2003) o custeio pleno ou Reichskuratoriun fur Wirtschaftlichtkeit

(RKW) surgiu na Alemanha no início do século XX, e consiste na aplicação do rateio não só

de todos os custos de produção de mercadorias, mas também de todas as despesas

administrativas aos produtos, por sua vez, com esse método é possível alcançar todos os

gastos de produção e venda de um produto, basta somente adicionar a margem de lucro

desejada para o gestor.

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3 MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA

Os métodos de pesquisa classificam os objetivos e a abordagem do estudo e os seus

procedimentos metodológicos.

O procedimento adotado para a realização desta pesquisa foi o estudo de caso, já que

segundo Gil (2007), consiste em um intenso e abrangente estudo de um ou poucos objetos, de

maneira que possa ser possível a sua compreensão total, tarefa praticamente impossível diante

de outros fatos relevantes.

A natureza dos objetivos de uma pesquisa pode ser apresentada de exploratória,

descritiva ou explicativa (GONÇALVES, 2014). Este estudo caracteriza-se de forma

descritiva, que para Silva (2010) tem como objetivo descrever características de determinada

população ou fenômeno, e apresentar relações entre elas. O estudo abrange todos os

envolvidos com a Transroriva Transportes Rodoviários de Carga, especificamente os

motoristas responsáveis pelo transporte dos produtos, os supervisores e os gerentes.

A lógica da pesquisa neste estudo será feito pelo método indutivo, que de acordo com

Marconi e Lakatos (2010) caracterizam-se como um curso de análise mental por meio do

qual, a partir de informações isoladas e apuradas, gere conclusões mais abrangentes do que as

premissas nas quais se basearam.

Em relação à abordagem, esta pesquisa foi classificada como quantitativa, pois tem o

objetivo de analisar, interpretar e explanar os resultados alcançados através de tabelas e

gráficos. Para Gonçalves (2014), na pesquisa quantitativa é coletado e quantificado as

informações, análises e interpretações com o uso de recursos e métodos estatísticos, parte-se

da mais simples para a mais complexa.

A coleta de dados foi realizada junto ao setor administrativo, com a coleta de

informações dos relatórios de prestação de contas de viagens de cada veículo e em planilhas

eletrônicas elaboradas no Microsoft Excel®.

A amostra da pesquisa foi composta pelos custos de viagens dos veículos, onde foi

realizada a comparação dos valores unitários de cada tipo de custo identificado dos meses de

fevereiro, março e abril de 2017. Os dados da pesquisa foram armazenados em planilhas do

Microsoft Excel®, com a posterior análise estatística dos dados.

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4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Esta seção possui, então, a finalidade de apresentar a empresa Transroriva Transportes

Rodoviários, além da análise dos dados pesquisados.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO

Atualmente a empresa conta com um quadro de 16 (dezesseis) profissionais

qualificados que atuam nas áreas administrativa e operacional. A atual estrutura

organizacional da empresa está assim estabelecida:

a) Gerente Geral, o proprietário da empresa;

b) Gerente de Frota, encarregado de gerenciar todas as cargas transportadas pelos

caminhões;

c) Gerente de Departamento Pessoal, responsável pela parte financeira da empresa;

d) Auxiliar Administrativo, responsável pela parte financeira da empresa;

e) Setor Operacional composto por 12 (doze) motoristas, responsáveis pela prestação

de serviço.

A empresa transporta principalmente telhas de barro e pisos cerâmicos do município e

região, com destino a vários Estados do Brasil, retornam com ferro gusa, grãos, cal, zinco,

frutas e outros produtos para os Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

4.1.1 Histórico

As atividades da empresa em estudo iniciou em 1988 com apenas um veículo de carga

com capacidade para transportar 13 (treze) toneladas. Nesta época havia pouca rotatividade de

cargas na região, era necessário se deslocar para outros municípios para conseguir fretes.

Com o passar do tempo, o município de Sangão, que era um produtor de telhas de

barro com pouca capacidade, passou a se destacar no segmento dentro do cenário nacional

com a venda do seu produto para todas as regiões do país.

Assim, o proprietário Rorivaldo de Souza Inocêncio percebeu que precisaria de um

caminhão com maior capacidade de carga devido às balanças que na época começavam a

pesar com maior frequência nas rodovias. Em 1990 comprou outro veículo com capacidade

para 15 (quinze) toneladas, para melhorar o atendimento aos clientes com maior precisão e

perfeição, e também, para diminuir os problemas de excesso de peso ou multas.

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Em 1996 surgiu a necessidade de trocar o veículo, pois este começou a apresentar

problemas de manutenção. Com a venda do veículo e algumas economias o empresário fez

um financiamento e adquiriu um novo caminhão com o objetivo de melhorar a qualidade do

transporte e diminuir os gastos com manutenção. Assim, as coisas fluíram com maior rapidez

e em 1999 esse mesmo veículo que teria capacidade de apenas 15 (quinze) toneladas, fosse

trocado por uma carreta com capacidade para 27 (vinte e sete) toneladas, e com isso

aumentaria o seu faturamento, por se tratar de um veículo com maior capacidade de carga.

No início de 2001, Rorivaldo comprou a segunda carreta, e então foi necessário

contratar um motorista para dirigir o outro veículo. Em 2004 conseguiu fazer a compra de

outro veículo, um truck com capacidade para 15 (quinze) toneladas. Apesar de ter passado um

tempo sem esse tipo de caminhão compro, pois recebeu uma proposta de frete garantido que

seria ideal.

Em 2005 comprou mais um truck com capacidade para 15 (quinze) toneladas esse zero

km. Através de um consórcio programado, a empresa adquiriu uma nova carreta da marca

Scania, a mais valorizada do mercado naquela época. O trabalho sério e eficiente conquistou a

confiança dos clientes, surgiu, portanto, a necessidade de renovar e ampliar a frota. Em 2009

foram adquiridos mais dois veículos, e em 2010 quatro veículos novos, sendo assim, renovada

a frota.

Ainda, em 2011 realizaram a compra um novo veículo da mesma marca com um

diferencial, esse com suspensão a ar no cavalo mecânico, que fornecia mais qualidade ao

transporte. No mesmo ano para acompanhar a inovação do mercado, compra um caminhão

com caixa de câmbio automática com mais economia para a transportadora e tranquilidade

para o motorista. Hoje a frota da empresa é composta por 12 (doze) veículos.

4.2 ANÁLISE DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Com a análise da estrutura da empresa e da composição de seus gastos, foi possível

verificar-se que os componentes de custos são aqueles relacionados aos serviços prestados de

transporte da carga.

Para esta análise foram coletados dados dos meses de fevereiro, março e abril de 2017

e classificados os principais custos fixos, custos variáveis relacionados ao período. Depois se

efetuou a distribuição dos gastos destes itens em relação ao número de viagens, para que

assim, se possa identificar o valor unitário dos custos fixos, custos variáveis e custos totais de

cada viagem e ao final a produção da Demonstração do Resultado do Exercício - DRE.

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No Quadro 01 verifica-se o total de viagens no período de fevereiro, março e abril do

ano de 2017.

Quadro 01 - Demonstrativo do número de viagens nos meses de fevereiro, março e abril

de 2017

Mês Total de Viagens

Fevereiro 18

Março 22

Abril 21 Fonte: Dados da pesquisa, 2017

Com a análise do Quadro 01 percebe-se que houve um aumento no número de viagens

em relação ao mês de fevereiro e março e se manteve quase constante em abril. Esse resultado

está atrelado ao crescimento do mercado de revestimentos cerâmicos, sendo este produto a

maioria de seus transportes.

O Quadro 02 demonstra os custos fixos de monitoramento de veículos que ficaram

com o valor de R$ 3.438,52 (três mil, quatrocentos e trinta e oito reais e cinquenta e dois

centavos) sendo o mais alto dos itens, já o seguro de carga teve o custo de R$ 966,42

(novecentos e sessenta e seis reais e quarenta e dois centavos) nos meses de referência,

portanto, o mais baixo do grupo, e os gastos com IPVA/Seguro DPVAT/Licenciamento que

como o seu pagamento é anual, os valores foram divididos mensalmente para a representação

tendo um valor de R$ 2.318,11 (dois mil, trezentos e dezoito reais e onze centavos).

Quadro 02 - Demonstrativo dos custos fixos dos meses de fevereiro, março e abril de

2017

Descrição Fevereiro Março Abril

Monitoramento de Veículo R$ 3.438,52 R$ 3.438,52 R$ 3.438,52

Seguro de Carga R$ 966,42 R$ 966,42 R$ 966,42

IPVA/DPVAT/Licenciamento R$ 2.318,11 R$ 2.318,11 R$ 2.318,11

Total R$ 6.723,05 R$ 6.723,05 R$ 6.723,05

Fonte: Dados da pesquisa, 2017

O critério de rateio para encontrar o custo unitário de cada viagem nos meses de

fevereiro, março e abril de 2017 será utilizado conforme demonstra o Quadro 03 que segue:

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19

Quadro 03 - Critério de rateio para os custos fixos

Custo

Unitário: Custos Fixos

Nº de Viagens

Fonte: Dados da pesquisa, 2017

O Gráfico 01 apresenta o custo unitário de cada viagem no decorrer dos meses de

fevereiro, março e abril de 2017.

Gráfico 01 - Custo fixos em cada viagem

Fonte: Dados da pesquisa, 2017

O Gráfico 01 demonstra que o custo unitário no mês de março foi menor, pois

ocorreram mais viagens neste mês, assim, como os custos fixos são sempre os mesmo

independentemente da quantidade de produção bens ou serviços, então quanto maior o

número de viagens feitas, menor será o seu custo unitário.

O Quadro 04, demonstra os custos variáveis dos itens de combustíveis, comissão de

motoristas, peças e manutenção, estacionamento, gorjeta, descarregamento, pedágio e

diversos ( custos não comuns em viagens).

R$ 373,50

R$ 305,59 R$ 320,15

R$ 0,00

R$ 50,00

R$ 100,00

R$ 150,00

R$ 200,00

R$ 250,00

R$ 300,00

R$ 350,00

R$ 400,00

Fevereiro Março Abril

Custo Unitário

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Quadro 04 - Custos variáveis nos meses de fevereiro, março e abril de 2017

Descrição Fevereiro Março Abril

Combustível R$ 133.582,71 R$ 171.053,19 R$ 141.279,12

Comissão de

Motoristas R$ 40.962,53 R$ 59.436,49 R$ 40.745,24

Peças e Manutenção R$ 3.992,41 R$ 9.838,97 R$ 7.401,15

Estacionamento R$ 513,00 R$ 781,00 R$ 404,00

Gorjeta R$ 550,00 R$ 375,00 R$ 460,00

Descarregamento R$ 1.605,00 R$ 2.258,03 R$ 1.405,94

Pedágio R$ 29.349,52 R$ 29.349,52 R$ 30.000,00

Diversos R$ 933,00 R$ 1.192,00 R$ 801,00

Total R$ 211.488,17 R$ 274.284,20 R$ 222.496,45 Fonte: Dados da pesquisa, 2017

Em relação ao Quadro 04 as principais ponderações são que os custos variáveis

obtiveram uma oscilação no mês de março, com um aumento de aproximadamente 30%

(trinta por cento) no seu valor devido ao aumento na prestação dos serviços de transportes,

com isso os itens combustíveis, comissão de motoristas, peças e manutenção, estacionamento

e descarregamento também tiveram os seus valores elevados.

Para encontrar o custo unitário de cada viagem em relação aos custos variáveis, será

feito o rateio conforme demonstrado no Quadro 05:

Quadro 05 - Critério de rateio para os custos variáveis

Custo

Unitário:

Custos

Variáveis

Nº de Viagens

Fonte: Dados da pesquisa, 2017

O Gráfico 02 demonstra que os custos unitários dos meses de fevereiro, março e abril

de 2017 seguem o critério de rateio.

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21

Gráfico 02 - Custo variáveis em cada viagem

Fonte: Dados da pesquisa, 2017

Verifica-se no Gráfico 02 que o custo unitário no mês de março foi maior, pois como

normalmente os custos variáveis mudam conforme a quantidade de bens ou serviços

produzidos. Neste mês a empresa prestou um número maior de serviços e então arcou com

mais gastos para variáveis para obter receita. Em abril, os custos variáveis de cada viagem

feita por um veículo da empresa reduziu.

Os custos totais, que seriam os custos fixos mais os custos variáveis ficariam com o

valor de R$ 218.211,22 (duzentos e dezoito mil, duzentos e onze reais e vinte e dois centavos)

no mês de fevereiro, R$ 281.007,25 (duzentos e oitenta e um mil, sete reais e vinte e cinco

centavos) no período de março e R$ 229.219,50 (duzentos e vinte e nove mil, duzentos e

dezenove reais e cinquenta centavos) para abril de 2017.

O Gráfico 03 demonstra o quanto de custo fixo e custos variáveis estão inseridos no

custo total da prestação de serviços de cada mês.

Gráfico 03 - Os custos fixos e variáveis inseridos no custo total

Fonte: Dados da pesquisa, 2017

R$ 11.749,34

R$ 12.467,46

R$ 10.595,07

R$ 9.500,00

R$ 10.000,00

R$ 10.500,00

R$ 11.000,00

R$ 11.500,00

R$ 12.000,00

R$ 12.500,00

R$ 13.000,00

Fevereiro Março Abril

Custo Unitário

Fevereiro Março Abril

Custos Fixos R$ 6.723,05 R$ 6.723,05 R$ 6.723,05

Custos Variáveis R$ 211.488,17 R$ 274.284,20 R$ 222.496,45

R$ 0,00

R$ 50.000,00

R$ 100.000,00

R$ 150.000,00

R$ 200.000,00

R$ 250.000,00

R$ 300.000,00

96,92% 97,61% 97,07

3,08%

2,39%

2,93%

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22

Ao analisar o gráfico observa-se que os custos variáveis têm bastante influência

correspondendo aproximadamente de 97% sobre os custos operacionais da empresa, por isso

eles precisam ser devem ser tratados para que o resultado final alcançado seja o no mínimo

satisfatório.

Com base no critério de rateio utilizado nas ocasiões anteriores, inserindo agora os

custos totais, o Gráfico 4 mostra o valor unitário dos custos totais para o período de meses de

fevereiro, março e abril.

Gráfico 04 - Custos totais de cada viagem

Fonte: Dados da pesquisa, 2017

Ao analisar o Gráfico 04 percebe-se que o custo total de cada viagem obteve uma

elevação no mês de março em relação ao mês de fevereiro de 2017, por conta do aumento dos

serviços prestados, e diminuiu em abril de 2017em razão das prevenções da empresa em

alguns veículos, com mais manutenções, além da diminuição do consumo de combustíveis.

Diante das informações adquiridas na empresa em questão, surge a necessidade de

encontrar o resultado auferido nos meses em análise, ou seja, fevereiro, março e abril de 2017,

tendo como ponto essencial à necessidade de conhecer seus resultados, positivos ou

negativos.

E assim, para a apresentação do resultado do período é necessário o levantamento das

despesas para a presente confecção da Demonstração do Resultado, conforme a Tabela 01

abaixo.

R$ 12.122,85

R$ 12.773,06

R$ 10.915,21

R$ 9.500,00

R$ 10.000,00

R$ 10.500,00

R$ 11.000,00

R$ 11.500,00

R$ 12.000,00

R$ 12.500,00

R$ 13.000,00

Fevereiro Março Abril

Valor Unitário

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Tabela 01 - Despesas e as comparações entre os resultados

Descrição Fevereiro Março % Abril %

Salário e Encargos R$ 30.985,42 R$ 30.985,42 0% R$ 30.985,42 0%

Assessoramentos R$ 1.817,00 R$ 1.817,00 0% R$ 1.817,00 0%

Sistemas R$ 278,00 R$ 278,00 0% R$ 278,00 0%

Telecomunicações R$ 1.142,07 R$ 1.137,21 -0,43% R$ 1.192,78 4,89%

Água R$ 56,21 R$ 56,21 0% R$ 56,21 0%

Consórcios R$ 19.590,17 R$ 19.590,17 0% R$ 21.290,17 8,68%

Despesas Jurídicas R$ 19.590,25 R$ 19.590,25 0% R$ 19.862,65 1,39%

Financiamentos R$ 46.026,32 R$ 46.026,32 0% R$ 46.026,32 0%

Tributos R$ 6.366,14 R$ 5.660,42 -11,09% R$ 6.500,00 14,83%

Associações R$ 7.436,76 R$ 6.863,00 -7,72% R$ 8.871,63 29,27%

Despesas Financeiras R$ 14.700,00 R$ 14.700,00 0% R$ 22.580,75 53,61%

Seguros R$ 99,11 R$ 99,11 0% R$ 99,11 0%

Outras Despesas R$ 1.962,16 R$ 2.296,16 17,02% R$ 1.962,16 -14,55%

Total de Despesas R$ 150.049,61 R$ 149.099,27 -0,63% R$ 161.522,20 8,83%

Fonte: Dados da pesquisa, 2017

A Tabela 01 demonstra que os itens salários e encargos, assessoramento de terceiros,

sistemas, água, financiamentos e seguros mantiveram os seus valores inertes durante todo o

período. Para as contas consórcios, despesas jurídicas e despesas financeiras houve aumento

em apenas em abril de 2017, sendo que 8,68% (oito vírgula sessenta e oito por cento) para

consórcio; 1,39% (um vírgula trinta e nove por cento) para despesas jurídicas e 53,61%

(cinquenta e três vírgula sessenta e um por cento) para despesas financeiras.

Os outros itens oscilaram seus valores em todos os meses estudados.

Telecomunicações obteve uma queda em março de 2017 de -0,43% (menos zero vírgula

quarenta e três por cento) e um aumento de 4,89% (quatro vírgula oitenta e nove por cento)

em abril de 2017, tributos auferiu uma diminuição do seu valor no mês de março de 2017 de -

11,09% (menos onze vírgula zero nove por cento) e uma elevação no mês seguinte de 14,83%

(quatorze vírgula oitenta e três por cento), associações teve um decréscimo de -7,72% (menos

sete vírgula setenta e dois por cento) em um aumento de 29,27% (vinte e nove vírgula vinte e

sete por cento) em março e abril de 2017 respectivamente, e outras despesas obteve um

acréscimo de 17,02% (dezessete vírgula zero dois por cento) no mês de março de 2017 e uma

queda de -14,55% (menos quatorze vírgula cinquenta e cinco por cento) para o mês seguinte.

Portanto, de acordo com as práticas contábeis, vem apresentar a Demonstração do

Resultado dos meses em estudo, visto que, é considerada uma demonstração estática do

patrimônio em determinado momento, como pode ser visto pela Tabela 02.

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Tabela 02 - DRE

Descrição Fevereiro Março Abril

Receita Bruta R$ 343.106,19 R$ 465.855,00 R$ 346.641,04

Custos Fixos R$ 6.723,05 R$ 6.723,05 R$ 6.723,05

Monitoramento de Veículo R$ 3.438,52 R$ 3.438,52 R$ 3.438,52

Seguro de Carga R$ 966,42 R$ 966,42 R$ 966,42

IPVA/DPVAT/Licenciamentos R$ 2.318,11 R$ 2.318,11 R$ 2.318,11

Custos Variáveis R$ 211.488,17 R$ 274.284,20 R$ 222.496,45

Combustível R$ 133.582,71 R$ 171.053,19 R$ 141.279,12

Comissão R$ 40.962,53 R$ 59.436,49 R$ 40.745,24

Manutenção R$ 3.992,41 R$ 9.838,97 R$ 7.401,15

Estacionamento R$ 513,00 R$ 781,00 R$ 404,00

Gorjeta R$ 550,00 R$ 375,00 R$ 460,00

Descarregamento R$ 1.605,00 R$ 2.258,03 R$ 1.405,94

Pedágio R$ 29.349,52 R$ 29.349,52 R$ 30.000,00

Diversos R$ 933,00 R$ 1.192,00 R$ 801,00

Custos Totais R$ 218.211,22 R$ 281.007,25 R$ 229.219,50

Despesas R$ 150.049,61 R$ 149.099,27 R$ 161.522,20

Salário e Encargos R$ 30.985,42 R$ 30.985,42 R$ 30.985,42

Assessoramento de Terceiros R$ 1.817,00 R$ 1.817,00 R$ 1.817,00

Sistemas R$ 278,00 R$ 278,00 R$ 278,00

Telecomunicações R$ 1.142,07 R$ 1.137,21 R$ 1.192,78

Água R$ 56,21 R$ 56,21 R$ 56,21

Consórcio R$ 19.590,17 R$ 19.590,17 R$ 21.290,17

Despesas Jurídicas R$ 19.590,25 R$ 19.590,25 R$ 19.862,65

Financiamento R$ 46.026,32 R$ 46.026,32 R$ 46.026,32

Tributos R$ 6.366,14 R$ 5.660,42 R$ 6.500,00

Associações R$ 7.436,76 R$ 6.863,00 R$ 8.871,63

Despesas Financeiras R$ 14.700,00 R$ 14.700,00 R$ 22.580,75

Seguros R$ 99,11 R$ 99,11 R$ 99,11

Outras Despesas R$ 1.962,16 R$ 2.296,16 R$ 1.962,16

Lucro ou Prejuízo -R$ 25.154,64 R$ 35.748,48 -R$ 44.100,66

Fonte: Dados da pesquisa, 2017

Em análise a Tabela 02 verifica-se que os resultados dos meses de fevereiro e abril de

2017 apresentaram prejuízo para a empresa, enquanto em março de 2017 a empresa auferiu

lucro, isto, justifica-se devido ao cenário nos últimos anos, em que o país entrou em estado de

estagnação econômica agravado pela crise política. Entre as consequências deste momento

está o aumento do preço do dólar que contribui para o crescimento das exportações e

diminuição da circulação de produtos dentro do país, assim, resultou na redução do transporte

de carga.

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25

Agrava ainda mais a situação o reajuste no valor do óleo diesel, com a elevação do

custo dos combustíveis. Para tentar se manter no mercado competitivo, as transportadoras

entendem como opção mais simples diminuir o preço de frete. Esse é o motivo pelo qual a

Transroriva Transportes Rodoviários de Carga teve o seu resultado afetado e

consequentemente teve prejuízo em fevereiro de 2017. Também obteve lucro em março de

2017 devido ao crescimento do setor cerâmico, mas em abril de 2017 sofreu um novo reajuste

no valor do óleo diesel e um aumento de 8,83% (oito vírgula oitenta e três por cento) nas

despesas administrativas da empresa ocasionaram um novo prejuízo.

Em relação ao mercado atual, o IBGE divulgou uma pesquisa sobre o setor de serviços

e constatou que os transportes de carga cresceram 2,2% (dois vírgula dois por cento) na

comparação dos meses de março e abril de 2017(BRASIL, 2017). Porém pode não ser esta a

realidade, pois é um resultado adverso em relação ao da empresa estudada que teve uma

queda na arrecadação de suas receitas no mesmo período.

Informações sobre custos por si só não conduzem a melhores resultados para uma

empresa, mas, quando são empregadas no processo de gestão, podem contribuir para atingir

os objetivos pretendidos.

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26

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo teve como objetivo geral de identificar os principais custos de uma empresa

de transporte rodoviário de carga para a geração de informações necessárias ao seu controle

gerencial, o objetivo proposto foi atingido, visto que desenvolveu uma ferramenta para

apuração dos custos de cada prestação de serviço, sendo possível ainda, a comparação entre

os períodos e a verificação dos custos unitários, portanto, uma ferramenta fundamental para a

tomada de decisão.

O primeiro dos objetivos específicos é verificar perante a empresa estudada a forma de

tratamento utilizada para os aspectos relacionados a custos, o objetivo proposto foi atingido,

pois ao longo da pesquisa, realizou-se um estudo de caso para nortear o desenvolvimento das

ferramentas de trabalho.

O segundo dos objetivos específicos foi coletar dados da empresa Transroriva

Transportes Rodoviários do período de fevereiro, março e abril de 2017, este objetivo também

foi atingido, os custos fixos e variáveis e as despesas foram coletados e tratados para a

aplicação da análise.

O terceiro e último dos objetivos específicos foi analisar os dados coletados

comparados aos critérios estabelecidos pela literatura, este objetivo também foi atingido, pois

foi possível identificar os gastos unitários de cada prestação de serviço e o resultado

financeiro permitiu aos gestores, informações seguras para tomada de decisão.

A análise demonstra que o custo unitário de cada serviço prestado pela Transroriva

Transportes Rodoviários de Carga é influenciado diretamente pelos custos variáveis, assim

presume-se que quando mais atividades forem feitas, maior será o seu custo, por isso deve-se

adotar medidas para amenizá-las para atingir um resultado melhor. Por fim, a DRE mostra a

situação financeira atual da empresa que não auferiu rentabilidade no último mês estudado,

contrastando com índices recentes do IBGE.

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