o cenário das revoltas no norte da África e no oriente médio · o mundo árabe é formado por um...
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O mundo árabe é formado por um conjunto
de países localizados no norte da África e no
Oriente Médio.
A maneira mais usual de identificar as nações
que compõe esse grupo é a Liga Árabe,
fundada em 1945, que tem por objetivo
representar os interesses e articular
politicamente os países árabes.
A instituição tem 22 países-membros. Em
parte deles espalha-se o rastilho da revolta,
a multidão à rua protesta contra as
condições de vida e os governos autoritários.
Tradicionalmente, os EUA mantêm alianças com
várias ditaduras árabes para assegurar seus
interesses estratégicos na região.
O Oriente Médio abriga as maiores reservas de
petróleo e gás do planeta.
Os EUA possuem bases militares na região para
proteger seus interesses e supervisionar a saída
do óleo por mar.
Para os governos ocidentais , autocracias árabes
servem como aliadas contra os fundamentalistas
islâmicos, que lutam pela implantação de
Estados regidos pelo Alcorão e pregam a jihad
(guerra santa) contra o Ocidente.
Assim, ao mesmo tempo
que expressa apoio as
aspirações
democráticas, em
alguns casos, Barack
Obama teme as
consequências das
mudanças na região,
pois estas podem levar
a instabilidades
políticas e ascensão de
grupos extremistas
islâmicos ao poder.
Corrupção administrativa;
Hábitos esbanjadores das famílias dos governantes;
Repressão aos grupos islâmicos;
Ausência de liberdade de expressão;
Regiões separatistas;
Busca por melhores condições de vida e por maior participação na política;
O presidente Zine Ben Ali deposto em janeiro de 2011, permaneceu no poder durante 23 anos através de eleições fraudulentas.
Se aproximou da Europa aprovando códigos sociais liberais e ampliando os direitos femininos ao mesmo tempo que acirrava a repressão a oposição política;
As potências ocidentais o apoiavam em troca de reprimir o avanço de grupos islâmicos;
Desde a saída de Bem Ali, um governo provisório está no comando, mas membros do antigo governo permaneceram, o que provocou novas ondas de protestos;
O que resta saber é se esse frágil governo conseguirá realizar a transição para a democracia;
O rei Abdullah que está desde 1999 no
governo _ filho do rei Hussein, que ficou por
quase 50 anos no poder _caiu em descrédito
por ter um estilo de vida extravagante em
meio à profunda crise econômica do país.
A Jordânia tem poucos recursos naturais,
mas tem um papel importante na região,
devido a aliança com os Estados Unidos e
com Israel, mesmo tendo uma população
majoritariamente palestina que tem o
controle do setor privado.
É governado pelos membros de uma dinastia AL Khalifa _ desde o século XVIII. O rei Hamad governa o país desde 1999;
Apesar de ser uma nação pequena possui grande importância estratégica, pois é ali que se abriga a 5ª Frota Naval dos EUA, que controla o Golfo Pérsico e o Oceano Indico;
Assim como a Arábia Saudita, Barein se opõe a influência na região da teocracia xiita do Irã, mesmo sendo sua população de maioria xiita.
Está sob o comando de Saleh a mais de três décadas;
O Iêmen enfrenta o separatismo no Sul, rebeldes xiitas no norte e a crescente influência da Al Qaeda, que é combatida com a ajuda militar e financeira dos EUA;
Em 2009 o grupo terrorista declarou que o país é sua nova base de operação na península Arábica;
Nação mais pobre do mundo árabe, tem frágil estabilidade política e enfrenta uma revolta popular que luta por reformas sociais e saída de Saleh.
A Líbia tornou-se independente em 1959 quando passou a ser governada pelo rei Idris que permaneceu no poder até 1969, ano em que Kadafi, então general do exército líbio, através de um golpe militar tomou o poder;
Portanto, Kadafi está mais de 40 anos no poder;
Por décadas foi considerado um pária pela comunidade internacional por patrocinar grupos terroristas e sustentar um programa de desenvolvimento bélico;
Em 2000 houve uma aproximação entre seu governo e potências ocidentais interessadas nas vastas reservas de petróleo do país;
A queda de Mubarak é o evento de maior
impacto na onda de revoltas no mundo árabe,
pois este país é peça central no tabuleiro
regional.
O Egito foi a primeira nação a assinar com Israel
um acordo de paz e é o maior aliado local dos
Estados Unidos;
Além de tudo, acontecimentos no Egito
costumam ditar tendências na vizinhança, por
exemplo a ditadura militar implantada há seis
décadas serviu de modelo para outros regimes;
Assumiu o governo em 1981 depois da morte
de Sadat;
Definiu a segurança como prioridade
combatendo o radicalismo islâmico;
Criou a Lei de Emergência que deu a polícia
amplos poderes para prender pessoas sem
acusação prévia;
Limitou a liberdade de expressão e de
reunião;
Agindo assim conseguiu enfraquecer os
grupos extremistas islâmicos;
No campo político monopolizou o poder,
apresentando-se como candidato único em
todas as eleições;
Em 2005 aceitou outros candidatos, mas para
vencer fraudou as eleições;
Permaneceu tanto tempo no poder devido a
forte repressão, a estabilidade econômica e
ao apoio dos EUA, que oferece ao Egito cerca
de 2 bilhões de dólares anuais em forma de
ajuda financeira e militar;
Nos últimos 30 anos a população dobrou e a
pobreza aumentou;
A renda tornou-se ainda mais concentrada
nas mãos de uma minoria _a elite rica _ em
detrimento da maioria pobre;
Cresceu a corrupção;
A repressão foi intensificada;
Abuso de poder por parte do aparato de
segurança do governo;
Crueldade sistemática contra cidadãos
comuns;
Mubarak deixou o poder, mas o regime
representado por ele permanece.
O Egito está sob o controle de uma junta militar
liderada pelo marechal Tantawi, que dissolveu o
parlamento e suspendeu, Constituição e
anunciou eleições num prazo de seis meses;
Existem duas possibilidades: uma é o Egito cair
nas mãos de setores extremistas islâmicos, como
ocorreu no Irã. Outra é o Egito estabelecer um
Estado democrático e laico, mas baseado em
alguns princípios islâmicos, essa posição é
defendida pela Irmandade Árabe, nesse sentido
seu maior exemplo seria a Turquia;