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O Caminho do Meio Por um diálogo responsável entre meio ambiente e mobilidade Eudo Laranjeiras Costa Economista, empresário e presidente da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Nordeste (FETRONOR) Há um desafio permanente no dia a dia daqueles que planejam os melhores caminhos para interligar os espaços públicos nas cidades: construir pontos de equilíbrio entre a preservação do meio de ambiente e as necessidades de expansão urbana das metrópoles. Há um grupo, em especial, formado por aqueles que se dedicam a pensar os melhores caminhos para que a cidade circule bem, que esse desafio se faz ainda mais presente em todas as suas decisões: como abrir novos caminhos e manter viva a natureza que nos cerca. Buscar esse equilíbrio também é parte da rotina de quem trabalha, produz riqueza e gera empregos com o transporte de pessoas e de mercadorias. Desenvolver o lugar e o respeito a natureza é um dever de todo cidadão consciente de sua responsabilidade social. E a cada um é reservada uma missão, que deve ser cumprida com afinco, responsabilidade e eficiência. Há casos em quem, como o dos empresários do Transporte, que lhes são reservadas inúmeras missões, entre as já rotineiras no dia a dia de todo empreendedor. Para os que trabalham com o Transporte Rodoviário de Passageiros ou de Carga, um desses desafios é encontrar o ponto de equilíbrio a sobrevivência e o respeito às leis, aos direitos das pessoas e ao meio ambiente. Ninguém questiona a importância e a necessidade de se reduzir as emissões de poluentes pelos veículos que circulam diariamente nas ruas e avenidas de nossas cidades. Longe disso, muitas são as vozes que se levantam contra o desenvolvimento e a destruição da natureza. É preciso, no entanto, transformar o discurso emprática e a boa intenção em ação concreta. É necessário equilibrar os interesses do progresso com o respeito e a preservação do meio ambiente. E não é fácil percorrer esse caminho que separa o discurso vazio da realidade presente. Fernando Medeiros 10 V.2 - N.1 - Novembro de 2016 ISSN 2446-9254 ISSN 2447-0295 (on line)

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O Caminho do MeioPor um diálogo responsável entre meio ambiente e mobilidade

Eudo Laranjeiras Costa Economista, empresário e presidente da Federação das Empresas

de Transporte de Passageiros do Nordeste (FETRONOR)

Há um desafio permanente no dia a dia daqueles que planejam os melhores caminhos para interligar os espaços públicos nas cidades: construir pontos de equilíbrio entre a preservação do meio de ambiente e as necessidades de expansão urbana das metrópoles.

Há um grupo, em especial, formado por aqueles que se dedicam a pensar os melhores caminhos para que a cidade circule bem, que esse desafio se faz ainda mais presente em todas as suas decisões: como abrir novos caminhos e manter viva a natureza que nos cerca.

Buscar esse equilíbrio também é parte da rotina de quem trabalha, produz riqueza e gera empregos com o transporte de pessoas e de mercadorias. Desenvolver o lugar e o respeito a natureza é um dever de todo cidadão consciente de sua responsabilidade social.

E a cada um é reservada uma missão, que deve ser cumprida com afinco, responsabilidade e eficiência. Há casos em quem, como o dos empresários do Transporte, que lhes são reservadas inúmeras missões, entre as já rotineiras no dia a dia de todo empreendedor.

Para os que trabalham com o Transporte Rodoviário de Passageiros ou de Carga, um desses desafios é encontrar o ponto de equilíbrio a sobrevivência e o respeito às leis, aos direitos das pessoas e ao meio ambiente.

Ninguém questiona a importância e a necessidade de se reduzir as emissões de poluentes pelos veículos que circulam diariamente nas ruas e avenidas de nossas cidades. Longe disso, muitas são as vozes que se levantam contra o desenvolvimento e a destruição da natureza.

É preciso, no entanto, transformar o discurso emprática e a boa intenção em ação concreta. É necessário equilibrar os interesses do progresso com o respeito e a preservação do meio ambiente. E não é fácil percorrer esse caminho que separa o discurso vazio da realidade presente.

Fernando Medeiros

10 V.2 - N.1 - Novembro de 2016 ISSN 2446-9254 ISSN 2447-0295 (on line)

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Cabe, assim, em meio a esse contexto de incertezas, aplainar o terreno, fortalecer os alicerces, pavimentar a estrada, construir pontes que aproximem pontos aparentemente intransponíveis.

As empresas de transporte público de passageiros por ônibus, que atuam em praticamente todas as cidades do Brasil, têm avocado para si e assumido, por iniciativa própria, a responsabilidade de dar o exemplo ao fazer sua parte nessa aproximação entre respeito ao meio ambiente e garantia do direito fundamental de ir e vir.

Para tanto, as empresas vêm realizando altos investimentos em tecnologia e em novas práticas, capazes de garantir o bom desempenho do setor e de contribuir para a melhoria da qualidade de vida das pessoas e das cidades onde atuam.

O exemplo mais visível desse esforço é o Programa Despoluir, uma iniciativa do setor de transporte de passageiros e de carga, capitaneado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) e realizado pelas Federações das Empresas de Transportes em todo país.

Com o monitoramento permanente das emissões em ônibus e caminhões temos contribuído sensivelmente para a redução dos níveis de poluentes lançados na atmosfera pela frota de ônibus do transporte urbano, metropolitano e rodoviário do país.

Temos investido na instalação de novos sistemas de abastecimento em nossas empresas que nos permitem trabalhar com combustíveis menos poluentes e investido na capacitação de nossos motoristas e mecânicos para a importância de reduzir as emissões de nossos veículos. Com isso, só em 2015 as empresas filiadas à FETRONOR deixaram de emitir na atmosfera 36 toneladas de CO2. Um ganho significativo para o meio ambiente e a saude humana. São aproximadamente 3 mil testes realizados por mês, e temos alcançado níveis de aprovação na ordem de 95%, o que significa dizer que a frota de ônibus hoje que circula em nossas ruas estão emitindo menos poluentes.

Temos a consciência de que, sozinhos, não podemos fazer muito. Para avançar mais, precisamos juntar nossa força à força de outros parceiros, como o Governo Federal, que tem o poder de definir uma política energética que incentive o uso de versões ainda menos poluentes do óleo diesel pelo setor de transporte.

Os Estados e Municípios podem estimular as empresas e operadores de transporte que investem em combustíveis mais limpos. Eles, também, têm o poder de criar condições de trafegabilidade nas cidades que aumentem a velocidade média dos ônibus e, por conseguinte, reduza-se o tempo de viagem e de espera do passageiro, o consumo de combustível e a poluição provocada pela queima de combustível fóssil.

Para chegarmos a esse caminho novo, de mobilidade plena, de cidadãos e cidades saudáveis e de meio ambiente respeitado em toda sua essência, precisamos construir uma agenda positiva de ideias e de ideais, de pontos comuns e de pontes que nos aproximem, de equilíbrio e de racionalidade, de respeito e de coerência. Um caminho do meio (ambiente) que nos conduza ao fim que almejamos.

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V.2 - N.1 - Novembro de 2016 ISSN 2446-9254 ISSN 2447-0295 (on line)