o bojador - exercicio de compreensão escrita

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8/3/2019 O Bojador - exercicio de compreensão escrita http://slidepdf.com/reader/full/o-bojador-exercicio-de-compreensao-escrita 1/3  O BOJADOR Escrivão (escrevendo)  – Carta do Infante D. Henrique de Portugal a seu irmão o Infante D. Pedro de Portugal. O Infante (ditando devagar, e parando um instante no fim de cada período) Meu muito amado irmão Primeiro que a ninguém vos quero dar esta notícia. Pois esta obra de navegação antes de ser obra foi ideia. E a ideia foi vossa e minha. Juntos, na nossa juventude, ambos pensámos esta grande empresa: mandar barcos para o mar para saber o que havia. Por isso agora acaba de chegar aqui Gil Eanes, que dobrou o Cabo Bojador. E do outro lado do Cabo não encontrou nem temporal desencadeado, nem correntes irresistíveis, nem vagas de lama, nem nevoeiros negros. Encontrou o mar aberto e livre à sua frente e encon- trou uma terra luminosa e nua. Aqui termina a lenda do Tenebroso. Fomos além do medo, das lendas e da ciência dos Anti- gos. Dobrámos o Cabo onde acabava o mundo. Aqui terminam as eras antigas e começa uma idade nova. Sophia de Mello Breyner Andresen, O Bojador , Ed. Caminho

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Page 1: O Bojador - exercicio de compreensão escrita

8/3/2019 O Bojador - exercicio de compreensão escrita

http://slidepdf.com/reader/full/o-bojador-exercicio-de-compreensao-escrita 1/3

 

O BOJADOR 

Escrivão (escrevendo)

 – Carta do Infante D. Henrique de Portugal a seu irmão o Infante D. Pedro de Portugal.

O Infante (ditando devagar, e parando um instante no fim de cada período)

Meu muito amado irmão

Primeiro que a ninguém vos quero dar esta notícia. Pois esta obra de navegação antes de serobra foi ideia. E a ideia foi vossa e minha.

Juntos, na nossa juventude, ambos pensámos esta grande empresa: mandar barcos para o

mar para saber o que havia.

Por isso agora acaba de chegar aqui Gil Eanes, que dobrou o Cabo Bojador. E do outro lado

do Cabo não encontrou nem temporal desencadeado, nem correntes irresistíveis, nem

vagas de lama, nem nevoeiros negros. Encontrou o mar aberto e livre à sua frente e encon-

trou uma terra luminosa e nua.

Aqui termina a lenda do Tenebroso. Fomos além do medo, das lendas e da ciência dos Anti-

gos. Dobrámos o Cabo onde acabava o mundo. Aqui terminam as eras antigas e começa uma

idade nova.

Sophia de Mello Breyner Andresen, O Bojador , Ed. Caminho

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8/3/2019 O Bojador - exercicio de compreensão escrita

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O texto vou ler, as palavras escolher para melhor preencher  

O ______________ D. Henrique de Portugal dita lentamente ao ________________ uma

  ______________ para o seu __________ Infante D. Pedro de Portugal, para lhe dar a

 ____________ sobre uma ___________ que tinham tido na ___________, mandar barcos

para descobrir o mar.

  ________________ ____________chegou, depois de ter dobrado o _____________

  _____________, onde não encontrou nem ____________ tempo, nem ______________

ferozes, nem vagas de ____________, nem negros ___________, mas onde havia um

 _____________ amplo e livre e uma ___________ brilhante e deserta. Assim, terminou a

  ____________ do Tenebroso, afinal o _____________ não acabava no Cabo. Aqui

 _____________ uma nova era.

Este texto pertence ao género __________________, foi escrito pela autora

  _____________________________________ intitula-se ________________ e foi publicado

pela _____________________.

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Soluções:

Infante / escrivão / carta / irmão / notícia / ideia / juventude.

Gil Eanes / Cabo Bojador / mau / correntes /lama / nevoeiros / mar / terra / lenda / mundo

/começa.

Dramático / Sophia de Mello Breyner Andresen / O Bojador / Editorial Caminho.