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O Brasil vive um momento curioso frente ao futebol europeu. Se por um lado o Velho Continente tem se distanciado da televisão, com as ligas italiana e francesa longe das emissoras nacionais, o mercado brasileiro tem sido constantemente valorizado. A Europa tem elevado o peso do país. Somente nesta semana, dois exemplos foram dados desse carinho dos agentes esportivos da Europa com o público brasileiro. A Bundesliga, a liga alemã, lançou mais uma vez campanha focada no país. Com a presença do ex-jogador Zé Rober- to, a entidade exibiu um vídeo chamado "Futebol como deve ser", que exalta a paixão da criança pelo esporte. O filme antecede o "Bundesliga Experience", uma série de ações do torneio no Rio de Janeiro, com a presença de ex-atletas e atra- O BOLETIM DO MARKETING ESPORTIVO DO POR REDAÇÃO Europa eleva peso de mercado brasileiro 1 NÚMERO DO DIA De Reais por ano recebe Giovinco, do Toronto, jogador mais caro da MLS, segundo divulgou a Associação de Jogadores da Liga. 26 mi EDIÇÃO 1113 - QUINTA-FEIRA, 25 / OUTUBRO / 2018

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O Brasil vive um momento curioso frente ao futebol europeu. Se por um lado o Velho Continente tem se distanciado da televisão, com as ligas italiana e francesa longe das emissoras nacionais, o mercado brasileiro

tem sido constantemente valorizado. A Europa tem elevado o peso do país.Somente nesta semana, dois exemplos foram dados desse carinho dos agentes

esportivos da Europa com o público brasileiro. A Bundesliga, a liga alemã, lançou mais uma vez campanha focada no país. Com a presença do ex-jogador Zé Rober-to, a entidade exibiu um vídeo chamado "Futebol como deve ser", que exalta a paixão da criança pelo esporte. O filme antecede o "Bundesliga Experience", uma série de ações do torneio no Rio de Janeiro, com a presença de ex-atletas e atra-

O B O L E T I M D O M A R K E T I N G E S P O R T I V O

DO

POR REDAÇÃO

Europa eleva peso de mercado brasileiro

1

N Ú M E R O D O D I A

De Reais por ano recebe Giovinco, do Toronto, jogador mais caro da MLS, segundo divulgou a Associação de Jogadores da Liga.26 mi

EDIÇÃO 1113 - QUINTA-FEIRA, 25 / OUTUBRO / 2018

ções relacionadas ao futebol, inclusive com transmissão de jogos ao vivo.Também nesta semana, o Paris Saint-Germain anunciou a primeira edição da

"Academy Cup" do clube no Brasil, com apresentação da Universal Orlando Re-sort. O projeto, que acontecerá entre outubro e novembro, envolverá 700 jovens de escolinhas do clube espelhadas pelo país. A final da ativação francesa aconte-cerá no Maracanã, com a presença dos ex-jogadores Raí e Maxwell.

Essa, por sinal, não é a primeira vez que o PSG tem o mercado brasileiro como foco. Na temporada passada, o time chegou até a lançar camisa amarela em ho-menagem à seleção brasileira e aos atletas do país que atuaram no clube.

As ações da Bundesliga e da PSG reforçam o discurso da Uefa. No fim de agos-to, durante a apresentação oficial do Santander como patrocinador da Liga dos Campeões da Europa, o diretor de marketing da entidade, Guy-Laurent Epstein, citou o país algumas vezes em coletiva de imprensa. O dirigente ressaltou que o mercado brasileiro apresenta uma das melhores audiências do torneio. E o próprio Santander exaltou a disputa como ferramenta de ativação em outros continentes, com ênfase às possibilidades de ações no Brasil.

O Santander não é exceção. Nos últimos anos, patrocinadores como a Nissan e a Heineken têm usado o aporte à Liga para fazer ativações no Brasil. Outras ligas também usam seus parceiros comerciais para expandir os negócios no país. Foi o caso da Premier League, a liga inglesa, no ano passado. Com a ESPN, a organiza-ção britânica levou a taça do torneio para o Museu do Futebol, em São Paulo. O objetivo, claro, foi promover a competição em mercado nacional.

F L A M E N G O D E I X A R Á

E S TÁ D I O R O S A

P E N A LT Y C R I A B O L A E M T E C I D O E C O L Ó G I C O

O Flamengo anunciou na terça-fei-ra (23) uma parceria com a Oncologia D’Or, formada por clínicas especializa-das no diagnóstico e tratamento on-cológico e hematológico da Rede D’Or São Luiz, em prol do Outubro Rosa. Clube e rede farão uma série de ações no próximo sábado (27), no Maracanã, durante o jogo contra o Palmeiras pelo Campeonato Brasileiro.

No intervalo da partida, 20 pes-soas vestindo a camisa da campanha “Peitos – É isso mesmo, só queremos chamar a sua atenção” vão ocupar o gramado com o intuito de conscienti-zar os torcedores presentes no estádio e o público presente no estádio.

A Penalty anunciou nesta terça-feira (23) a criação da primeira bola de futebol profissional do mundo feita em tecido ecológico. Desenvolvida a partir de fios de poliéster reciclados de garrafas PET, a “S11 Ecoknit” será a bola oficial do Campeonato Paulista de 2019.

Com o lançamento, a marca quer reforçar seu lado de sustentabilidade e mostrar que é possível pensar em na-tureza e esporte ao mesmo tempo, aproveitando-se, para isso, da alta tecnologia.

O P I N I Ã O

Mercado existe, falta produto ao Brasil

As diferentes ações voltadas para o mercado brasileiro de diferentes ligas, clubes e patrocinadores mostra uma realidade cristalina sobre nosso país. Mercado para consumir futebol existe. O que falta é produto adequado.

Por que o PSG, a Bundesliga ou o Santander podem fazer uma ação para o bra-sileiro e raramente vemos algo sendo feito internamente nesse sentido? Será que falta disposição dos clubes em se relacionar com os torcedores? Ou o problema é outro?

Voltamos para o mercado local. A ação feita pela plataforma Thanksfan com torcedores do Grêmio que foram até Buenos Aires acompanhar o jogo contra o River Plate mostra que há interesse de consumo, mas para isso precisa haver bom produto.

O problema, ao que tudo indica, é a enorme dificuldade que temos em desasso-ciar a gestão do desempenho dentro de campo ou da política fora dele. Na Europa,

a letargia do marketing que dominou os anos 90 acabou assim que o Manchester United começou a ganhar tudo dentro de campo e ainda mais dinheiro fora dele.

A revolução provocada por Beckham e United foi acompanhada pelo cresci-mento global do Real Madrid e, poste-riormente, pela estratégia de novos mer-cados do Barcelona. Agora, lideradas pela Premier League, são as grandes ligas que começam a buscar mercado globalmente.

E o Brasil, nesse período todo, teve alguns lampejos de desenvolvimento da indústria, mas que não conseguiram ter con-tinuidade por causa do modelo político que ainda impera dentro dos clubes.

Enquanto não tivermos profissionais e projetos que perdurem independente-mente do corpo dirigente das instituições, não conseguiremos ter um trabalho cons-tante com os consumidores. Nem mesmo os projetos de sócio-torcedor, que signifi-cam receita recorrente para os clubes, têm tido manutenção entre uma gestão e outra. Um novo presidente, ou diretor de marketing, relança o produto sem razão aparente.

Potencialmente, o mercado de futebol no Brasil conseguiria sustentar-se inter-namente. Não precisamos, como os europeus, exportar nosso produto para ampliar a fonte de receita. O problema é que continuamos a ser preguiçosos para explorar o potencial de consumo dos nossos torcedores. Ou, pior, desperdiçamos receita ao não dar continuidade a bons projetos por pura vaidade de quem assume uma nova gestão.

Enquanto isso, os europeus vão avançando sobre nosso território. Quando acor-darmos, talvez seja tarde demais para virar o jogo. Ou isso dará ainda mais trabalho.

"O problema é que continuamos a ser

preguiçosos para explorar o potencial

de consumo dos nossos torcedores"

POR ERICH BETING

diretor executivo da Máquina do Esporte

Umbro e Iplace ativam Grêmio na

Libertadores

Após renovar com a grife itali-ana Replay no final do mês pas-sado, Neymar foi "escalado" para dar continuidade aos trabalhos da nova campanha da marca. Para o lançamento do jeans Hyperflex +, o jogador brasileiro divide os ho-lofotes com a modelo, atriz e em-presária Emily Ratajkowski, dessa vez em um filme.

O videoclipe criado para divul-gar o Hyperflex é uma mistura de animação e realidade e conta uma história de ficção em que as duas estrelas aparecem lutando contra zumbis. Filmado sob o icônico Stade De France, em Paris, o filme traz Neymar e Emily Ratajkowski em um mundo pós-apocalíptico.

N E Y M A R FA Z C A M PA N H A PA R A M A R C A D E J E A N S

Recém-adquirida pela americana Comcast, a Sky anunciou nesta terça-

feira (23) que terá exclusividade de transmissão da Premier League para a Itália pelas próximas três temporadas.

O atual contrato terminará ao final da atual temporada. Pelo novo acordo, a emissora transmitirá mais de 235 partidas por ano até 2021/2022. A

renovação da parceria inclui a cobe-rtura de pelo menos seis jogos por final de semana e coincide com a

introdução de novo horário de jogos.

S K Y T E R Á E XC L U S I V I DA D E

DA P R E M I E R L E A G U E N A

I T Á L I A

POR REDAÇÃO

A Umbro e a Iplace, ambos patrocinadores do Grêmio, re-solveram se unir para fazer uma ativação ao time nesta sema-na, durante o duelo da equipe gaúcha contra os argentinos do River Plate, pela semifinal da Libertadores.

As duas marcas foram responsáveis pela geração de ex-periências a 144 torcedores que acompanharam o time no voo fretado para Buenos Aires, para assistir ao duelo vencido pelos gremistas na última terça-feira (23).

A principal iniciativa esteve nas celebridades que foram contratadas para ficar com os torcedores. Foram chamados o ex-goleiro Danrlei, ídolo gremista, e o jornalista Duda Garbi, nome que mantém identificação com o clube. Ambos intera-giram com os fãs presentes na viagem.

A Iplace adesivou e personalizou o avião fretado e também foi responsável por receber os torcedores no aeroporto; eles logo receberam pulseiras de identificação para a viagem. A empresa também deu carregadores de celular para os parti-cipantes da ação gremista na Argentina.

A distribuição de brindes foi a estratégia da Umbro na ação, com camisas oficiais, casacos, chuteiras e mochilas. Os itens foram dados aos torcedores em sorteios que acontece-ram durante o voo. Cada participante também recebeu uma carta pela presença na ação com o clube.

A agência responsável por toda a ativação entre as empre-sas e os torcedores foi a ThanksFan, especializada em criar experiências entre fãs de esporte e ídolos.

POR ERICH BETING

No fim de novembro, São Paulo receberá mais uma edição do BSOP Millions, um dos maiores eventos de pôquer do mundo, com premiação de R$ 12 milhões; serão 15 mil pessoas que passarão pelo WTC, na capi-

tal paulista, em 10 dias. O encontro, no entanto, ainda sofre no mercado. A venda ocorre como um esporte, mas a visão geral ainda é discordante.

O circuito BSOP, de Brazil Series of Poker, tem como sócio a Pokerstars, que também patrocina o evento final. Neste ano, o Concha y Toro também dá suporte ao encontro. Mas é só. Em anos anteriores, marcas como Sky, Volkswagen e Jack Daniels também estiveram envolvidas, mas não mantiveram o aporte. Como cada jogador paga uma inscrição, os torneios conseguem sobreviver.

O problema central é que jogo de azar no Brasil é ilegal, o que fez com que a organização fosse atrás de provas que mostrem que a prática está mais próxima do esporte do que de um cassino. "O pôquer sofre com esse estigma, inclusive na Justiça. Tivemos que buscar estudos para provar que esse não é um jogo de azar", comentou o diretor de torneios da BSOP, Devanir Campos, à Máquina do Esporte.

Na hora da venda para o mercado, as ofertas se alinham a de outros eventos es-portivos. São oferecidas ativações com o público, stands, áreas de relacionamento e trabalho de exposição de marca para cada um dos patrocinadores.

"Quando apresentamos o projeto para as empresas, com ativações para um pú-blico com bom poder aquisitivo, os executivos costumam ficar empolgados. Mas na hora da decisão as empresas ficam receosas", comentou Campos.

Entre 'azar' e esporte, Pôquer sofre no Brasil

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POR DUDA LOPES