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A falta de interessados em alguns direitos de transmissão no Brasil levou o grupo DAZN a acelerar a entrada no mercado nacional. O projeto de expansão global da plataforma de streaming tinha o país no radar, mas os planos foram acelerados depois de a atuação de um braço do grupo falhar na captação de interessados na aquisição dos direitos da Copa Sul-Americana. Foi só quando a FC Diez Media não encontrou interessados na aquisição dos direitos da competição continental que o DAZN passou a considerar a entrada no mercado brasileiro. Há cerca de dois meses, a agência, joint ventrue entre a Per- form (marca do grupo DAZN) e a IMG, não conseguiu nenhuma proposta relevante para a aquisição dos direitos da Sul-Americana. Assim, foi alterado o acordo com a O BOLETIM DO MARKETING ESPORTIVO DO POR ERICH BETING Falta de concorrentes acelerou DAZN no país 1 NÚMERO DO DIA EDIÇÃO 1135 - SEXTA-FEIRA, 30 / NOVEMBRO / 2018 de Euros anuais teria recebido o Barcelona pela compra dos naming rights do Camp Nou, segundo a rádio RAC1, da Espanha 20 mi

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Afalta de interessados em alguns direitos de transmissão no Brasil levou o grupo DAZN a acelerar a entrada no mercado nacional. O projeto de expansão global da plataforma de streaming tinha o país no radar, mas

os planos foram acelerados depois de a atuação de um braço do grupo falhar na captação de interessados na aquisição dos direitos da Copa Sul-Americana.

Foi só quando a FC Diez Media não encontrou interessados na aquisição dos direitos da competição continental que o DAZN passou a considerar a entrada no mercado brasileiro. Há cerca de dois meses, a agência, joint ventrue entre a Per-form (marca do grupo DAZN) e a IMG, não conseguiu nenhuma proposta relevante para a aquisição dos direitos da Sul-Americana. Assim, foi alterado o acordo com a

O B O L E T I M D O M A R K E T I N G E S P O R T I V O

DO

POR ERICH BETING

Falta de concorrentes acelerou DAZN no país

1

N Ú M E R O D O D I A EDIÇÃO 1135 - SEXTA-FEIRA, 30 / NOVEMBRO / 2018

de Euros anuais teria recebido o Barcelona pela compra dos naming rights do Camp Nou, segundo a rádio RAC1, da Espanha20 mi

Conmebol, que proibia a venda para empresas ligadas às duas marcas que compu-nham a agência. A entidade sul-americana, então, passou a negociar diretamente com o DAZN, que então chegou a um acordo pela exclusividade da competição.

Na sequência, a empresa foi atrás de dois outros campeonatos de futebol "va-gos" no mercado nacional. As ligas francesa e italiana, inflacionadas com as che-gadas de Neymar e Cristiano Ronaldo, também estavam à disposição. O DAZN fez uma proposta irrecusável para comprar os dois torneios também com exclusivida-de, o que abriu definitivamente as portas para o mercado brasileiro.

A estratégia segue o histórico da empresa em outros países. Quando surgem oportunidades em eventos de alta relevância para o público e que estão disponí-veis, a empresa decide iniciar suas operações. O movimento no mercado brasileiro foi tão rápido que o lançamento da plataforma está previsto apenas para 2019, quando começa a Copa Sul-Americana (o torneio tem início em 5 de fevereiro), mas na próxima semana os perfis do DAZN no Facebook e no YouTube começam a transmitir os jogos de Juventus no Campeonatos Italiano e PSG no Francês.

A ideia de colocar os jogos mais relevantes ao vivo de forma gratuita é parte da estratégia de lançamento. Até lá, o torcedor já começa a acompanhar os perfis da empresa em redes sociais. A promessa do grupo é de que novos eventos de outros esportes sejam anunciados. O problema, para isso, é a falta de disponibilidade de eventos mais populares. As ligas de basquete, vôlei e futsal não estão disponíveis.

Dinheiro não será problema. O DAZN é desde 2014 um braço do Access Industry, conglomerado do bilionário Len Blavatnik que, em 2011, pagou US$ 3,3 bilhões pela Warner Music e, desde 2016, ainda é dono da plataforma de música Deezer.

O P I N I Ã O

Mídia alcança novo patamar de disputa

A entrada do grupo DAZN no mercado brasileiro tem impacto tão signi-ficativo quanto o fim dos canais Esporte Interativo. Empresa 100% do esporte, o DAZN criou uma revolução no streaming em diversos países.

Agora, o objetivo é fazer com que o Brasil entre na lista de propriedades da empresa.A notícia deveria alarmar os outros concorrentes. Nenhuma outra empresa de

mídia que atua no Brasil tem hoje a capacidade de investimento que o DAZN. Se o salto da marca vier acompanhado de uma oferta cada vez maior de acesso à banda larga no país a custos mais baixos para o consumidor, a chance de o streaming ter mais espaço é gigantesca. Isso já acontece nos Estados Unidos e agora começa na Europa.

A questão é saber se o mercado brasileiro está pronto para absorver essa disputa. O fim do EI foi a prova de que não há espaço para tanta empresa de mídia voltada

para esporte no país. Falta dinheiro para bancar tanta oferta de conteúdo. Ter uma plataforma que só transmite jogos ao vivo parece, nesse cenário, um investimento mais certeiro para dar retorno financeiro.

O problema, aí, é saber quanto di-nheiro existe no mercado para bancar essa oferta. Atualmente, o streaming passou a ser oferecido ao consumidor como se fos-sem produtos disponíveis na prateleira.

ESPN, Esporte Interativo, Fox e Glo-bo já cobram mensalidades para conteúdo

online. A IMG tentou implementar o seu serviço para não sepultar o Campeonato Italiano da mídia justamente após a entrada de Cristiano Ronaldo. A Netshoes criou uma TV junto com a agência ESM para ofertar conteúdo de outros esportes.

O ponto é que estamos fazendo esse movimento sem conhecer de fato o real interesse do torcedor. No 1° Fórum Máquina do Esporte, Marcelo Fernandes, do Grupo Globo, falou sobre a pesquisa feita para conhecer um pouco mais os interesses do torcedor. Entre os insights mostrados, estava um que indicava que a pessoa quer, no fundo, acompanhar seu time de coração. Assim, ter diferentes ofertas de conteúdo pago parece ser muito arriscado para ter um negócio lucrativo. A tendência é que, num país com instabilidade econômica, o dinheiro oscile conforme o time na tabela.

Outro problema que o mercado latino-americano traz para o streaming é a falta de capacidade de nossos gestores. A piada da vez foi levar a final da Libertadores da América entre Boca Juniors e River Plate justamente para o país que colonizou os ar-gentinos. Ainda temos muito caminho a percorrer. E o streaming chega atropelando.

DAZN tem muito mais fôlego para

investir do que qualquer concorrente;

só falta o consumidor ter tanto apetite

POR ERICH BETING

diretor executivo da Máquina do Esporte

NBA anuncia escolas com

licença da liga

A Adidas e a EA Sports decidi-ram se unir para criar uma linha exclusiva e inédita de camisas dos quatro clubes europeus de maior expressão patrocinados pela marca alemã. Para começar, as camisas reinventadas de Real Madrid, Ju-ventus, Bayern de Munique e Man-chester United estarão disponíveis no jogo EA Sports Fifa 19.

Além de atuarem no videogame com os uniformes exclusivos dos times prediletos, os fãs ainda terão a oportunidade de ter as camisas no mundo real. Isso porque os mantos deixarão o mundo digital para po-derem ser adquiridos a partir desta quinta-feira (29), na loja on-line da Adidas. As edições são limitadas.

A D I D A S C R I A C A M I S A S PA R A J O G O F I FA , D A E A S P O R T S

A plataforma de streaming da ESPN, a ESPN+, fechou com a agên-

cia IMG, que detém os direitos da Serie A Italiana, e terá o torneio com exclusividade para a América Latina e o Caribe até o final da temporada

2020/2021. O acordo não contempla o Brasil, onde os direitos foram anun-

ciados com exclusividade pelo grupo DAZN, também nesta quinta-feira

(29). Com o contrato, a ESPN volta a ter direitos de transmissão de um torneio que pertencia à Fox Sports.

ESPN+ TERÁ ITAL IANO COM

EXCLUSIV IDADE PARA AMÉRICA

LATINA

POR REDAÇÃO

A NBA anunciou as primeiras escolas e entidades no Brasil que receberão o projeto NBA Basketball School, que dará a licença da marca da liga de basquete dos Estados Unidos e toda a metodologia de ensino da instituição esportiva.

A liga resolveu se espalhar em escolas de diferentes perfis neste primeiro momento. Já são nove escolhidas, que vão do nobre Bandeirantes, de São Paulo, e passa pela Academia de Esporte de Recife, Associação Atlético Caldense, de Poços de Caldas, e o Flamengo, do Rio de Janeiro.

"Ficamos bastante impressionados com a receptividade do programa no mercado nacional. O NBA Basketball School teve uma aceitação importante junto a colégios, academias e clubes, de várias partes do país, incluindo Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Pernambuco, e notamos que essas instituições buscam oferecer não apenas a prática esportiva mas, principalmente, fortalecer os valores do esporte junto a esses jovens atletas", comentou o diretor de marketing da NBA para o Brasil, Rodrigo Vicentini.

O NBA Basketball School foi anunciado para o Brasil em setembro. O projeto faz parte do plano da liga americana em tornar o basquete e a disputa dos Estados Unidos mais populares no país. A metodologia aplicada é pensada para jovens entre 9 e 17 anos e tem sido usada em outros países.

Neste ano, o projeto já havia sido implementado em quatro cidades da Índia. No ano passado, o NBA Basketball School foi colocado na Grécia e na Turquia.

POR ERICH BETING

A Conmebol tomou uma inusitada decisão para a final entre River Plate e Boca Juniors: o jogo será realizado em Madri, capital espanhola. Essa deverá ser a primeira vez que o título da Libertadores da América será

disputado fora da América. Em uma relação curiosa com o nome da competição, o jogo será no país colonizador de maior parte do continente.

Segundo a Conmebol, Madri foi a escolhida pelo alto número de argentinos que vivem na Espanha, cerca de 250 mil pessoas. E quem irá arcar com todos os gastos, mais uma premiação extra pela partida, será o Governo do Qatar, que no primeiro momento queria colocar o jogo em Paris. Atualmente, a Qatar Airways é patroci-nadora do Boca Juniors e também da própria Conmebol.

A notícia, no entanto, não agradou ao River Plate. Na madrugada de quinta-feira para sexta, o time lançou um comunicado para reiterar que irá apelar aos meios legais para garantir que a final da Libertadores seja realizada em seu estádio, o Monumental de Nunes. Foi na arena de Buenos Aires em que o ônibus do Boca Juniors foi apedrejado no último fim de semana.

Nesta semana, a Conmebol já havia anunciado que a decisão entre River Plate e Boca Juniors seria fora da Argentina, com o argumento de que o país não havia conseguido apresentar garantias de segurança para o duelo.

O palco escolhido para a decisão do torneio será o Santiago Bernabéu, a casa do Real Madrid que, no fim de semana da final, jogará em Huesca, pelo Campeonato Espanhol. Com capacidade para mais de 80 mil pessoas, o estádio espanhol foi a sede da final da Liga dos Campeões de 2010.

Final da Libertadores será em Madri

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POR REDAÇÃO

O 1° Fórum Máquina do Esporte deu voz ao esporte paralímpico. Diogo Mourão, diretor de marketing do Comitê Paralímpico Brasileiro, falou sobre o poder transformador do esporte. Mourão, que assumiu o cargo

no CPB este ano, mostrou como o movimento paralímpico pode ser uma grande plataforma para investimento de marcas.

Desde o início de sua apresentação, Diogo deixou clara a importância do es-porte como platafoma de inclusão social para os deficientes. Além disso, também destacou o poder que o esporte tem de transformar a vida das pessoas. Como exemplo, citou o nadador paralímpico Daniel Dias, maior medalhista da história do esporte paralímpico e que começou a nadar apenas depois de ver o também

B O L E T I M E S P E C I A L

POR REDAÇÃO

Fórum mostra peso de esportes paralímpicos

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EDIÇÃO 3 - SEXTA-FEIRA, 30 / NOVEMBRO / 2018

nadador Clodoaldo Silva, hoje aposentado, ganhando seis medalhas de ouro nos Jogos de Atenas em 2004.

Para alcançar os objetivos a longo prazo, o CPB se mudou para São Paulo e começou a fazer uma série de ações. Com a promoção do esporte entre crianças e jovens entre 10 e 17 anos, professores capacitados e parceria com alguns muni-cípios, a entidade passou a buscar as crianças e colocá-las para praticar esporte.

"O fato da criança começar a praticar esporte muda a vida dela e muda a vida da família inteira. A família da criança deficiente tem vergonha e, de um modo geral, a esconde da sociedade. Ao começar no esporte, a criança se socializa, faz amiza-des, conhece outras crianças iguais a ela. E para a família é a mesma coisa. As mães e pais fazem amizades com outras mães e pais que passam pela mesma situação. É o esporte transformando a vida de muita gente", afirmou Mourão.

O executivo ainda citou números importantes que foram alcançados durante os Jogos Paralímpicos do Rio em 2016. A audiência, por exemplo, teve um cresci-mento de 159% nos canais SporTV em relação aos Jogos de 2012. Ao todo, foram 13 milhões de pessoas impactadas pelas transmissões ao vivo.

Os números ajudam na expansão do esporte paralímpico e denotam uma mu-dança da sociedade que é comemorada pelo CPB. O próximo passo é conseguir ganhar força na iniciativa privada, mostrando às empresas que apostar e investir no esporte paralímpico é uma forma de dar visibilidade à marca e, ainda, um retorno ainda maior à sociedade.

Antes do CPB, o ex-atleta paralímpico Clodoaldo Silva, chamado pela Nissan para ser o mentor do Time Nissan (hoje Time Nissan 2.0, nome dado após os Jo-gos do Rio em 2016 e já de olho em Tóquio 2020, que é formado por seis atletas olímpicos e seis paralímpicos, sendo seis homens e seis mulheres), esteve no palco.

Dono de 14 medalhas paralímpicas, sendo seis de ouro, Clodoaldo falou sobre o orgulho e a importância de ter uma marca como a Nissan como parceira.

"Quando recebi o convite da Nissan, fiquei muito emocionado. Anos atrás, as empresas pareciam não querer associar suas marcas a atletas paralímpicos. Por isso, foi ainda mais importante saber que a Nissan veio atrás de mim, não fui eu que fui atrás da Nissan. Para um atleta, ainda mais um paratleta, ter uma empresa desse porte como parceira é motivo de muita alegria e muito orgulho", resumiu o ex-atleta ao público presente no evento, no Allianz Parque.

Nissan exalta eficácia de ativações

Com Marcelo Fernandes, ger-ente de inteligência do consumidor do esporte do Grupo Globo, foi apresentado no Fóruma um estudo inédito com o perfil do consumidor no esporte. Desde 2008, Marcelo coordenou as áreas de inteligência de direitos e inteligência de merca-do do SporTV, além de ter trabal-hado nos projetos ligados à agenda estratégica do futebol.

Entre as conclusões do estudo, uma das mais importantes foi que o esporte ajuda a formar a identidade do brasileiro. O esporte, na essência, tem um capital social muito forte, ajuda na criação e manutenção de grupos sociais, promove a expressão de valores pessoais e ainda ajuda na conexão com a própria origem.

"As pessoas não conseguem falar delas mesmas sem falar de esporte em alguma medida. Ao se auto-definir, a pessoa acaba fazendo al-guma conexão com o esporte. Isso porque todos têm um processo de formação de identidade esportiva desde pequenos, que normalmente vem de pai para filho", analisou Marcelo Fernandes.

O estudo ainda revelou os novos valores que influenciam o esporte no Brasil: diversidade, personal-ização, colaboração e ampliação. Entender a relação do consumidor com cada modalidade é entender a essência por trás dessa relação, e suas dimensões. Em geral, diferen-tes modalidades podem se agrupar numa mesma essência.

G L O B O T R A Ç A P E R F I L D O C O N S U M I D O R D O E S P O R T E N O B R A S I L

POR REDAÇÃO

O diretor de comunicação da Nissan, Rogério Louro, que falou sobre a plataforma de ativação esportiva da montado-ra japonesa, que atualmente tem na Liga dos Campeões da Uefa seu maior ativo dentro das ações no esporte.

Rogério começou sua explanação com a história da Nissan no patrocínio esportivo. O executivo falou como a montado-ra já fazia aporte nos Jogos Olímpicos de 1964, em Tóquio. E deixou claro que, de lá para cá, muita coisa mudou.

Atualmente, a Nissan patrocina diversos esportes, com foco especial no críquete, futebol americano, automobilismo (com a Fórmula E) e, é claro, no futebol (com a Liga dos Cam-peões e o Manchester City). Além disso, desde 2012, possui o Time Nissan, formado por atletas olímpicos e paralímpicos.

Rogério aproveitou para falar sobre a importância de con-seguir ter um alcance global com um patrocínio do tamanho da maior competição de clubes do mundo, além de patro-cínios consistentes, frequentes e diferenciadores. E ainda enfatizou agenda frequente e regular de eventos (aqueles que já estão definidos, com datas certas e que não serão modificadas) como pontos importantes para que a empresa escolha em que vai investir seu dinheiro.

"Planejamento é essencial. Isso porque, hoje, não basta patrocinar. Se você não interagir, o patrocínio não vale nada. A preocupação é estar cada vez mais junto do fã. É levar o fã cada vez mais perto daquele esporte, daquele ídolo que é importante para ele", explicou o executivo.