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Page 1: NULIDADES. Nulidade, segundo Aroldo Plínio Gonçalves, é conseqüência jurídica prevista para o ato praticado em desconformidade com a lei que o rege, que

NULIDADESNULIDADES

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Nulidade, segundo Aroldo Plínio Gonçalves, é conseqüência jurídica prevista para o ato praticado em desconformidade com a lei que o rege, que consiste na supressão dos efeitos jurídicos que ele se destinava a produzir. Como conseqüência jurídica, a nulidade se integra na categoria das sanções.

A doutrina costuma classificar as nulidades em: absolutas relativas,

observando a maior ou menor gravidade do vício/defeito processual.

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NULIDADE ABSOLUTA

-o vício/defeito processual grave pode ser argüido em qualquer tempo e grau de jurisdição e mesmo depois de transitada em julgado a sentença penal condenatória (revisão criminal), não ficando, destarte, sujeito aos efeitos da preclusão

-o juiz pode conhecer de ofício do vício/defeito processual grave, não dependendo, portanto, de argüição das partes

- não há necessidade de que aquele que alegue o vício/defeito processual grave demonstre prejuízo, pois este é decorrente da não observância do princípio ou da regra violados.

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NULIDADE RELATIVA

-necessidade de ser argüida no momento processual oportuno, sob pena de preclusão

- demonstração por quem argüir o vício/defeito processual do prejuízo sofrido pela inobservância das formalidades do ato impugnado.se o interessado não argüiu o vício/defeito processual no momento processual oportuno é porque não sofreu prejuízo com o ato praticado. Sem prejuízo não há nulidade a ser declarada.

- o juiz não pode, em regra, conhecer de ofício de vício/defeito processual leve, salvo no caso do vício de incompetência relativa, que no processo penal, pelo art.109 do CPP, o juiz pode conhecê-la, remetendo os autos do processo ao juízo competente.

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PRINCÍPIOS NORTEADORES

1.PREJUÍZO: Art. 563. Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa.

2. FINALIDADE OU INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS:Art. 566 e art. 572, inciso II, estabelecem que não será declarada a nulidade do ato que não tenha influenciado na apuração da verdade ou no julgamento da causa, bem como que não será declarada nulidade do ato, ainda que em desconformidade com a lei que o rege, desde que tenha atingido seu fim.

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PRINCÍPIOS NORTEADORES

3. CAUSALIDADE OU CONSEQUENCIALIDADE: Art. 573, § 1º, A nulidade de um ato, uma vez declarada, causará a dos atos que dele diretamente dependam ou sejam conseqüência.

4. INTERESSE: Art. 565. Nenhuma das partes poderá argüir nulidade a que haja dado causa, ou para que tenha concorrido, ou referente a formalidade cuja observância só à parte contrária interesse.

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PRINCÍPIOS NORTEADORES

5. CONVALIDAÇÃO:

Art. 568. A nulidade por ilegitimidade do representante da partepoderá ser a todo tempo sanada, mediante ratificação dos atos processuais. Art. 569. As omissões da denúncia ou da queixa, da representação, ou, nos processos das contravenções penais, da portaria ou do auto de prisão em flagrante, poderão ser supridas a todo o tempo, antes da sentença final. Art. 570. A falta ou a nulidade da citação, da intimação ou notificação estará sanada, desde que o interessado compareça, antes de o ato consumar-se, embora declare que o faz para o único fim de argüi-la. O juiz ordenará, todavia, a suspensão ou o adiamento do ato, quando reconhecer que a irregularidade poderá prejudicar direito da parte. Art. 572. As nulidades previstas no art. 564, Ill, d e e, segunda parte, g e h, e IV, considerar-se-ão sanadas: I - se não forem argüidas, em tempo oportuno, de acordo com o disposto no artigo anterior; II - se, praticado por outra forma, o ato tiver atingido o seu fim; III - se a parte, ainda que tacitamente, tiver aceitado os seus efeitos.

Convalidar é admitir como válido o ato processual viciado/defeituoso.

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MOMENTO DE ALEGAR

O momento de argüir o vício/defeito processual leve está descrito no art.571 do CPP, mas é possível facilitar a sua leitura, bastando estar atento à seguinte divisão abaixo:

MOMENTO EM QUE OCORREU MOMENTO DE ALEGARAPÓS PRONÚNCIA APÓS PREGÃO

(no dia do julgamento pelo Júri)

DURANTE A INSTRUÇÃO EM ALEGAÇÕES FINAIS

APÓS A SENTENÇA

NAS RAZÕES DO RECURSO(se ocorrer a tempo de ser alegado nelas)

ASSIM QUE ANUNCIADO O JULGAMENTO(se ocorrida após o recurso já ter sidoarrazoado)

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Súmulas do STF

• 155: É relativa a nulidade do processo criminal por falta de intimação da expedição de precatória para inquirição de testemunha;• 156: É absoluta a nulidade do julgamento, pelo júri, por falta de quesito obrigatório;• 160: É nula a decisão do tribunal que acolhe, contra o réu, nulidade não argüida no recurso da acusação, ressalvados os casos de recurso de ofício;• 162: É absoluta a nulidade do julgamento pelo júri, quando os quesitos da defesa não precedem aos das circunstâncias agravantes;• 206: É nulo o julgamento ulterior pelo júri com a participação de jurado que funcionou em julgamento anterior do mesmo processo;• 361: No processo penal, é nulo o exame realizado por um só perito, considerando-se impedido o que tiver funcionado, anteriormente, na diligência de apreensão;

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Súmulas do STF

• 366: Não é nula a citação por edital que indica o dispositivo da lei penal, embora não transcreva a denúncia ou queixa, ou não resuma os fatos em que se baseia;• 431: É nulo o julgamento de recurso criminal, na segunda instância, sem prévia intimação, ou publicação da pauta, salvo em habeas corpus;• 453: Não se aplicam à segunda instância o art. 384 e parágrafo único do código de processo penal, que possibilitam dar nova definição jurídica ao fato delituoso, em virtude de circunstância elementar não contida, explícita ou implicitamente, na denúncia ou queixa;• 523: No processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu; 706: É relativa a nulidade decorrente da inobservância da competência penal por prevenção;

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Súmulas do STF

• 707: Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer contra-razões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de defensor dativo;• 708: É nulo o julgamento da apelação se, após a manifestação nos autos da renúncia do único defensor, o réu não foi previamente intimado para constituir outro;• 709: Salvo quando nula a decisão de primeiro grau, o acórdão que provê o recurso contra a rejeição da denúncia vale, desde logo, pelo recebimento dela;• 712: É nula a decisão que determina o desaforamento de processo da competência do júrisem audiência da defesa.

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ANÁLISE DO ARTIGO 564 DO CPPArt. 564.  A nulidade ocorrerá nos seguintes casos: I - por incompetência, suspeição ou suborno do juiz;II - por ilegitimidade de parte;III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:a) a denúncia ou a queixa e a representação e, nos processos de contravenções penais, a portaria ou o auto de prisão em flagrante;b) o exame do corpo de delito nos crimes que deixam vestígios, ressalvado o disposto no Art. 167;c) a nomeação de defensor ao réu presente, que o não tiver, ou ao ausente, e de curador ao menor de 21 anos;d) a intervenção do Ministério Público em todos os termos da ação por ele intentada e nos da intentada pela parte ofendida, quando se tratar de crime de ação pública;e) a citação do réu para ver-se processar, o seu interrogatório, quando presente, e os prazos concedidos à acusação e à defesa;f) a sentença de pronúncia, o libelo e a entrega da respectiva cópia, com o rol de testemunhas, nos processos perante o Tribunal do Júri;g) a intimação do réu para a sessão de julgamento, pelo Tribunal do Júri, quando a lei não permitir o julgamento à revelia; h) a intimação das testemunhas arroladas no libelo e na contrariedade, nos termos estabelecidos pela lei;i)a presença pelo menos de 15 jurados para a constituição do júri; j) o sorteio dos jurados do conselho de sentença em número legal e sua incomunicabilidade; k) os quesitos e as respectivas respostas;l) a acusação e a defesa, na sessão de julgamento; m) a sentença; n) o recurso de oficio, nos casos em que a lei o tenha estabelecido; o) a intimação, nas condições estabelecidas pela lei, para ciência de sentenças e despachos de que caiba recurso; p) no Supremo Tribunal Federal e nos Tribunais de Apelação, o quorum legal para o julgamento;IV - por omissão de formalidade que constitua elemento essencial do ato.Parágrafo único.  Ocorrerá ainda a nulidade, por deficiência dos quesitos ou das suas respostas, e contradição entre estas. 

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I – por incompetência, suspeição ou suborno do juiz; No direito processual penal, faz-se necessário que o juiz seja competente para analisar o processo que a ele é submetido, bem como se faz necessário que haja a devida união de processos nos casos de conexão e/ou continência. Caso assim não o seja, há de se falar em nulidade relativa, sanada com a devida adequação legal. Ocorre que pode haver também casos onde a nulidade decorrente seja absoluta, isto é, quando o juiz for incompetente em razão da matéria, função, hierarquia ou ainda se a matéria disser respeito à determinada justiça especial. Há, também, conforme o artigo menciona, nulidade quando da ocorrência de suspeição do juiz, ou seja, quando o mesmo é suspeito, literalmente, para julgar determinada demanda: é amigo íntimo ou inimigo capital das partes, por exemplo. Se assim o for, caberá às partes, se o próprio magistrado não se manifestar nesse sentido, argüi-la, nos termos do artigo 98 também do Código de Processo Penal. Por fim, e por óbvio, é absolutamente nulo ato praticado devido a suborno, ou seja, vantagem recebida de forma ilícita pelo magistrado, vez que resta comprometida a imparcialidade jurisdicional, basilar para a efetivação, ou ao menos tentativa de efetivação, do valor eterno Justiça.

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II – por ilegitimidade de parte;

A ilegitimidade pode ser verificada em dois aspectos, quais sejam:

a propositura da demanda por alguém que não o titular do direito em questão (ilegitimidade ad causam); e a propositura de demanda contra quem não possui capacidade processual penal passiva, como por exemplo um inimputável.

Vale ressaltar que em ambos os casos trata-se de nulidades absolutas, e que a sanabilidade existe e é válida apenas para os representantes das partes, devendo ocorrer antes da sentença, com a simples ratificação dos atos processuais ora praticados.

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III – por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:

a denúncia ou a queixa e a representação e, nos processos de contravenções penais, a portaria ou o auto de prisão em flagrante;

Doutrinariamente, diz-se que resta comprovado neste artigo a ausência de peça inicial acusatória, o que impossibilitaria, no todo, a validade e continuidade de qualquer processo. Cumpre lembrar, ainda, que Magalhães Noronha apregoa que tal artigo também faz menção aos atos que não possuem todas as formalidades legais de existência observadas, como, por exemplo, denúncia que simplesmente não narra fato delituoso.

Há de se ressaltar, ainda, que tal artigo refere-se à denúncia, queixa e representação, sendo que conforme relembra com propriedade Tourinho Filho, em seu Manual de Processo Penal:

“Malgrado a omissão, aí também se inclui a requisição do Ministro da Justiça, por força do art. 3º do CPP.”

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III – por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:

o exame do corpo de delito nos crimes que deixam vestígios, ressalvado o disposto no art. 167;

É pacífico na doutrina que tal nulidade seria absoluta, muito embora a realidade nos mostre que caminhos diferentes são tomados. A ineficiência dos métodos persecutórios, bem como o casual desrespeito às garantias individuais, tem feito com que seja cada vez mais aceito pela jurisprudência se admitir o recebimento da denúncia, i.e., mesmo sem o exame do corpo de delito, que passa a ser exigido somente para a sentença.

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III – por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:

a nomeação de defensor ao réu presente, que não o tiver, ou ao ausente, e de curador ao menor de 21 anos;

Atualmente, por expressa previsão legal, deve o acusado contar com um defensor desde o momento anterior ao seu interrogatório, para que possa ser estruturada tese de defesa possível. Conclui-se, assim, que se não possuir causídico para auxiliá-lo e informá-lo acerca de seus direitos constitucionalmente garantidos, inclusive, o acusado não terá contado com o devido amparo legalmente admitido, devendo ser decretada, então a nulidade. Magalhães Noronha, por sua vez, afirma que também há nulidade quando o defensor técnico não atua, mesmo que presente, deixando o réu indefeso. Ademais, nesse mesmo sentido, dispõe o Supremo Tribunal Federal, em sua Súmula 523, que no processo penal a falta de defesa constituiria nulidade absoluta, muito embora a sua deficiência somente o anularia se houvesse prova de prejuízo ao réu.

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III – por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:

a intervenção do ministério público em todos os termos da ação por ele intentada e nos da intentada pela parte ofendida, quando se tratar de crime de ação pública;

Tal nulidade é dita, de forma pacífica, como sanável se não argüida em tempo oportuno.

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III – por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:

a citação do réu para ver-se processar, o seu interrogatório, quando presente, e os prazos concedidos à acusação e à defesa;

A classificação doutrinária preponderante é no sentido de se atribuir nulidade relativa ao previsto na alínea “e” supra, uma vez que o acusado poderia, em tese, abrir mão de ser citado quando comparecesse espontaneamente em juízo. Ocorre que, muito embora tal entendimento seja quase que pacífico, com o advento da Convenção Americana de Direitos Humanos e com as alterações legislativas ocorridas nos últimos tempos, vem-se consolidando o entendimento de que a citação regular não poderia ser “abolida” , permitindo a citação regular que a defesa fosse de melhor forma estruturada, Há de se ressaltar, todavia, que consoante o que dispõe Tourinho Filho:“Assim, se o réu não for citado ou, estando presente, não for interrogado, a nulidade é absoluta.”

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III – por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:

a sentença de pronúncia, o libelo e a entrega de respectiva cópia, com o rol de testemunhas, nos processos perante o tribunal do júri; Resta comprovado que a ausência de sentença de pronúncia, bem como de libelo, acarretam nulidade absoluta dos atos praticados, inclusive pelo fato de que sem a primeira o réu não poderia submeter-se a julgamento. Todavia, ocorrendo apenas à falta de entrega do libelo, a nulidade seria relativa, uma vez que o réu poderia tomar ciência do ocorrido de outros modos, por exemplo.

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III – por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:

a intimação do réu para a sessão de julgamento, pelo tribunal do júri, quando a lei não permitir o julgamento à revelia;

Cumpre informar que o Código de Processo Penal não admite, de qualquer forma, o julgamento à revelia em crimes inafiançáveis que devam ser submetidos ao Tribunal do Júri, bem como no caso da ocorrência do previsto no artigo 366 do mesmo diploma legal.

Todavia, ressalte-se que a falta de intimação pode ser sanada, cumprindo ressaltar que pode o réu, sim, comparecer à sessão do júri mesmo sem ter sido intimado para tanto.

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III – por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:

a intimação das testemunhas arroladas no libelo e na contrariedade, nos termos estabelecidos pela lei;

Tem-se comprovada, nesse caso, a nulidade, cumprindo ressaltar, todavia, que a falta de intimação pode ser sanada nestes casos, conforme o disposto no artigo 572 do mesmo Código de Processo Penal.a presença pelo menos de quinze jurados para ‘a constituição do júri;”

Tal número se faz absolutamente indispensável, uma vez que o texto legislativo é taxativo.

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III – por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:

o sorteio dos jurados do conselho de sentença em número legal e sua incomunicabilidade;

Inicialmente vale ressaltar que todas as nulidades relativas à formação do conselho de sentença são absolutas, vez que se referem ao interesse da administração da justiça.

Assim, nesse mesmo sentido dispõe o Supremo Tribunal Federal, em sua Súmula 206, apregoando que o julgamento por júri que contasse com a participação de jurado que funcionou em julgamento anterior do mesmo processo seria nulo.

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III – por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:

os quesitos e as respectivas respostas; “os quesitos devem ser formulados na ordem prevista em lei: 1.º) sobre o fato principal; 2.º) os de defesa; 3.º) sobre eventual qualificadora; 4.º) sobre eventual agravante; 5.º) sobre a existência de atenuantes; 6.º) sobre as atenuantes que o Juiz entender aplicáveis à hipótese, uma vez respondido afirmativamente o 5º quesito.A inversão dessa ordem induz nulidade.”

Ressalte-se, ainda, que havendo contradição, cabe ao Juiz repetir a votação, muito embora após a votação de determinado quesito, se o subseqüente contradisser o anterior, não poderá ser novamente votado.

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III – por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:

a acusação e a defesa, na sessão de julgamento; Entende-se que tal alínea tem por fim afirmar que a acusação deve embasar-se não somente na mera defesa do réu, mas também deve atentar para a correta aplicação da lei penal, enquanto a defesa, por sua vez, deve ser ao menos suficiente para que nenhum prejuízo seja causado ao acusado.

a sentença; Tal artigo trata, por óbvio, da inexistência de determinados elementos essenciais à sentença, que fariam com que a mesma se tornasse inválida. Não se fala da ausência da sentença, uma vez que, conforme apregoa Tourinho Filho:“Não se anula o que não existe.” Fala-se em, portanto, contradição entre a conclusão da sentença e sua motivação, falta de motivação etc.

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III – por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:

a intimação, nas condições estabelecidas pela lei, para ciência de sentenças e despachos de que caiba recurso; Para que o contraditório seja plenamente exercido, faz-se absolutamente necessário que haja ciência dos atos relativos ao processo. Assim, restaria garantida a ampla-defesa sem qualquer prejuízo. Nesse mesmo sentido dispõe o Supremo Tribunal Federal em sua Súmula 155, que diz:“É relativa a nulidade do processo criminal por falta de intimação da expedição de precatória para inquirição de testemunha.” pelo supremo tribunal federal e nos tribunais de apelação, o quorum legal para o julgamento. Inexistindo a correta administração da justiça, nada mais natural e correto do que ser decretada a nulidade absoluta dos atos praticados.

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IV – por omissão de formalidade que constitua elemento essencial do ato. Doutrinariamente, diz-se que aqui se trata de cláusula residual, uma vez que deve ser nulo todo e qualquer ato que provoque o desequilíbrio na relação processual, havendo desobediência a princípios consagrados e inobservância do legalmente disposto.

Parágrafo único. Ocorrerá ainda a nulidade, por deficiência dos quesitos ou das suas respostas, e contradição entre estas.

Acarreta a nulidade absoluta.