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Sempre consigo a cuidar de si Entrevista com... Drª Maria Lopes Sistema de notificação de eventos e incidentes adversos NÚCLEO DE DIABETES Bimestral | Novembro Dezembro 2011 / Edição N.º 40 “UM DIA, UM TEMA” Tratamento Cirúrgico de Hemorróidas Sistema de notificação de eventos e incidentes adversos “UM DIA, UM TEMA” Tratamento Cirúrgico de Hemorróidas cuidados permanentes! Pés doentes... Hospital de Santarém, EPE Uma abordagem ao Pé Diabético Dr.ª Catarina Pinto Podologista Curso de Insulinoterapia

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Sempre consigo a cuidar de si

Entrevista com... Drª Maria Lopes

Sistema de notificaçãode eventos e incidentes adversos

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N.º

40

“UM DIA, UM TEMA”Tratamento Cirúrgico de Hemorróidas

Sistema de notificaçãode eventos e incidentes adversos

“UM DIA, UM TEMA”Tratamento Cirúrgico de Hemorróidas

cuidados

permanentes!

Pés doentes...

Hospital de Santarém, EPE

Uma abordagem ao Pé Diabético

Dr.ª Catarina PintoPodologista

Curso de

Insulinoterapia

Propriedade:

Avenida Bernardo Santareno, 2005-177 Santarém

Conselho de Administração

Telef: 243 300 200

E-mail: [email protected]

Site: www.hds.pt

Hospital Distrital de Santarém, EPE

Direcção:Contactos:

Edição:Projecto gráfico:

Marta Bacelar | Helena Grais

António Calixto

Impressão:

HDS Forma

Tiragem:

Gráfica Galdete, Lda.

A Newsletter é uma publicação

bimestral do Hospital Distrital de Santarém que

integra o Suplemento Cient fico.

1.000 exemplares

in

Distribuição Gratuita

í

2 |

HDS Forma Edição n.º 40In |

Sempre consigo a cuidar de si

Ficha técnica

Editorial

Suplemento Científico

À conversa com… Dr.ª Maria Lopes

Impacto da intervenção em grupona diminuição da ansiedade em doentescom doença crónica

Núcleo de Diabetes

Sistema de notificaçãode eventos e incidentes adversos

Semana Mundial do AleitamentoMaterno

Formação no Controlo da Via Aérea

Mestrado em Ciências do Sono

Objectivos 2012

Tratamento Cirúrgico de Hemorróidas

A Saúde, a Razão e a Troika

O nosso Hospital foi visitado pelaTroika. Mais do que o nosso Hospital,foi um Hospital público Portuguêsporque toda a temática abordada navisita é comum a todos os HospitaisPortugueses: a dívida, a gestão da dívidae assegurar cuidados de saúde, mesmocom dívidas. A questão não é nova, não é

deste século e remonta ao fim dos orçamentos suplementares ourectificativos, habituais nos anos noventa. Viver com orçamentosdesequilibrados, diga-se deficitários, tornou-se a ciência da“multiplicação dos pães”, só que, feita por comuns mortais, oresultado não é o mesmo, embora o esforço de todos mereçaalgum reconhecimento. Mas voltemos à visita da Troika.Depois dos habituais cumprimentos de boas vindas, falou-sesobre as dívidas do Hospital e passou-se ao modelo de controlointerno, função que foi fácil de demonstrar e, aparentemente, deconvencer, concluindo-se que esgotado o orçamento, mais nãoresta ao Hospital do que suportar a sua actividade inadiável,contraindo d vida. E foi este o momento de espanto da Troika.Como é possível o Hospital esgotar o orçamento de despesa econtinuar a fazer mais despesa?! E aqui, o C.A. evitando mostrarespanto sobre o espanto, explicou que a saúde das pessoas temrazões que a razão não pode esquecer, nunca, mesmo quando oorçamento se esgota. Se o orçamento para a aquisição de pace-makers se esgota e se o médico identifica uma necessidade,recomenda o bom senso que se priveligie o doente e não oorçamento porque caso contrário, quando houver orçamentopoderá já não haver doente. Se o orçamento para a aquisição deantivíricos se esgota e permanecerem cidadãos em tratamento,recomenda o bom senso que se priviligie o cidadão e não oorçamento porque, caso contrário, o cidadão voltará a ser doentee todo o investimento já realizado nele, se transformará em purodesperdício.É por estes dois exemplos, de entre muitos que poderíamosenunciar, que a saúde tem razões que demos a conhecer à Troika.O bom senso orçamental, em saúde, tem o limite do clinicamenteinadiável, da dor, do direito à vida com qualidade. Mais do que onosso posicionamento como um “bom pai de família”, revejamo-nos no outro como se de nós próprios se tratasse. Mais do quenunca reafirmamos, a Missão do nosso Hospital e prestarcuidados de saúde de qualidade, acessíveis em tempo oportuno,num quadro de desenvolvimento económico e financeirosustentável. A sustentabilidade caracteriza-se pela adequaçãodos recursos e o orçamento equilibrado é a verdadeira dimensãodessa adequação, permitindo o cumprimento dos objectivosassistenciais e os resultados orçamentais.

Dr. José Rianço Josué

í

Presidente do C.A.

HDS Forma Edição n.º 40In |

| 3Sempre consigo a cuidar de si

Objectivos 2012

RCA

No dia 26 de Novembro, realizou-se no Hospital deSantarém o evento "Um Dia, Um Tema”, cujo tema escolhidopela equipa cirúrgica do Hospital de Santarém foi o“Tratamento Cirúrgico de Hemorróidas”.Na sessão inaugural, estiveram presentes a DirectoraClínica, Dr.ª Maria Lopes e o Director do Serviço de Cirurgia,Dr. José Barbosa que receberam os participantes e oscirurgiões convidados, Dr. Sílvio Alves, do Hospital de SãoFrancisco Xavier e Dr. Paulo Alves, do Hospital de Leiria.Durante a manhã foram transmitidas duas cirurgias emdirecto a partir do Bloco Operatório para a Sala Polivalente.A primeira foi uma intervenção de Milligan Morgan, com a

“UM DIA, UM TEMA”Tratamento Cirúrgico de Hemorróidas

Texto FotoPedro Mesquita Vasconcelos Marta Bacelar

utilização de Ligasure e a segunda, uma hemorroidopexia,realizada pela Técnica de Longo, utilizando um PPH, tendoambas decorrido sem intercorrências. Depois do almoço detrabalho no refeitório do Hospital, foi transmitida mais umacirurgia em directo, uma desarterialização hemorroidária,HALRAR, usando um doppler. Proporcionou-se depois, umespaço de discussão das técnicas utilizadas, com a presençados cirurgiões intervenientes, que apresentaram asvantagens e limitações de cada uma.Foi um dia de aprendizagem para todos os que tiveram aoportunidade de estar presente e ficou mais uma vezdemonstrada a capacidade de organização do Serviço deCirurgia do Hospital de Santarém, bem como oreconhecimento dos cuidados cirúrgicos que se prestam aosdoentes nesta Instituição.Participaram cerca de sessenta médicos, internos,especialistas e alguns enfermeiros, provenientes de diversosHospitais, tendo o evento apenas sido possível graças aoapoio da Sociedade Portuguesa de Cirurgia e dos diversospatrocinadores.

Dr. Sílvio Alves Dr. Paulo Alves Dr. Nuno Vilela

O Hospital de Santarém, a ACSS e a ARSLVT estão a ultimaros trabalhos conducentes à definição das metas queorientarão a actividade para o ano de 2012. Este processoiniciou-se em Agosto de 2011 com reuniões com todos osDepartamentos do Hospital, tendo como pano de fundo ocenário de contenção de custos definido para as Instituiçõesde saúde.Apesar do panorama actual recomendar níveis de produçãoque não incrementem os custos, o Hospital de Santarémprocurou que a sua actividade assistencial não decrescesse,mesmo em áreas onde há maior dificuldade em asseguraruma resposta efectiva apenas devida à falta de profissionais.À excepção do Bloco de Partos e das Intervenções Cirúrgicas,em todas as linhas de produção se prevêem crescimentos. Nocaso do Bloco de Partos, os números propostos traduzem atendência quase generalizada do país de uma diminuiçãosignificativa da taxa de natalidade. Embora a procura destescuidados dependa de factores exógenos ao Hospital, aremodelação do Bloco de Partos com o apoio das verbas doQREN em 2012, permitirá exercer uma atracção de utentesfavorável ao reforço do número de partos. Em relação aosdoentes a necessitarem de intervenção cirúrgica, asprevisões resultaram de abordagens baseadas na capacidadeinstalada prejudicada pela falta de profissionais médicos emáreas cruciais.Todo este esforço de resposta aos nossos utentes deve serconjugado com uma forte retracção dos custos em 11%

determinada superiormente pela Troika, tornando oHospital de Santarém num exemplo paradigmático da faltade lógica e de consistência do modelo de financiamento daactividade produzida e de subfinanciamento crónico.O ano de 2012 constitui assim um desafio de enormeresponsabilidade e de grande alcance, incluindo numaperspectiva nacional de Estado que o Hospital aceitou e comele envolveu e comprometeu todos e cada um dostrabalhadores do Hospital, certos que só a procuraincessante dos melhores níveis de eficiência pode trazer asustentabilidade ao projecto empresarial do Hospital e, emúltima instância, a sustentabilidade do Serviço Nacional deSaúde.

Texto Conselho de Administração

Sempre consigo a cuidar de si4 |

HDS Forma Edição n.º 40In |

Formação no Controlo da Via AéreaSaber manusear a via aérea é uma necessidade de todos os profissionais queprestam cuidados directos.Existe uma grande vontade de aprender. Os pedidos de formação surgem detodos os lados. O Serviço de Anestesiologia e a Associação para o estudo da ViaAérea de Santarémtêm procurado dar resposta aos pedidos nesta região dop ís.Aqui ficam alguns momentos de 6 acções deformação realizadas nos últimos 6 meses,em locais distintos. Há mais pedidos porsatisfazer. O plano para o próximo ano estáem discussão.

a

Texto Fo sReinaldo Cabanita A.E.V.A.S.to

Mestrado em Ciências do Sono

Estão de parabéns as Técnicas de Cardiopneumologia, Eva Rodrigues e Joana Alexandre que concluíramrecentemente o Mestrado em Ciências do Sono, na Faculdade de Medicina de Lisboa.O tema das teses foi a “Microestrutura do sono na Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono”, recaindo a

investigação sob a “Análise de Fusos do Sono NREM eComplexos K e sua relação com a apresentação clínica da SAOS “e a “Análise de REM e Micro-Alertas e sua relação com aapresentação clínica da SAOS“, respectivamente. Ambas as tesesde mestrado, avaliadas com 19 valores, foram orientadas pelaProfª Doutora Teresa Paiva tendo recebido, por parte do ilustrejúri, honrosos elogios científicos.Está de parabéns também o Serviço de Pneumologia,nomeadamente o Laboratório da Patologia do Sono, onde játrabalha um Técnico com mestrado na área deGestão da Saúde, e que fica agora mais enriquecidocientificamente. É de louvar o mérito dos que investem no saberpara melhor fazer.

( Helder Simão),

Semana Mundial do Aleitamento Materno

O Serviço de Alimentação e Dietética assinalou no passado dia 6 de outubro, a comemoração daque este ano se comemorou de 3 a 9 de Outubro, com a realização de

uma sessão de educação alimentar, proferida pela Dra. Maria Duarte, subordinadaao tema O evento foi dirigido às puérperas do Serviço deObstetrícia, tendo como finalidade dar a conhecer os benefícios do aleitamentomaterno, promover a adesão desta prática pelo menos até aos 6 meses de idade dobebé e assim contribuir para aumentar a prevalência do aleitamento maternoexclusivo até aquela idade,

Semana

Mundial do Aleitamento Materno 2011,

“Amamentar é preciso!”.

complementado com outros alimentos até aos 2 anosde idade.

Texto Maria Duarte

Texto Fotoe Cristina Reis

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HDS Forma Edição n.º 40In |

Sempre consigo a cuidar de si

Texto Carlos Henriques

apontados os seguintes resultados:Há uma taxa de incidência de eventos adversos de

11,1% em episódios de internamento;Destes, 53,2% são evitáveis;Para os eventos identificados estimou-se 10,7 dias de

prolongamento, em média, dos episódios deinternamento.

Extrapolando para um hospital com 17.000internamentos por ano, como o nosso, poderíamoscontar com cerca de 944 eventos adversosEVITÁVEIS por ano a que corresponderiam mais de10.000 dias de internamento EVITÁVEIS acrescidos.

A Direcção-Geral de Saúde encontra-se a desenvolvero Sistema Nacional de Notificação de Incidentes eEventos Adversos (SNNIEA).O desenho do processo de notificação e melhoria poderesumir aos seguintes quadros:

Esperamos poder disponibilizar a todos oscolaboradores o acesso ao SNNIEA no decurso de2012.

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-

-

-

-se

Um Sistema de Notificação português

Com a publicação do relatório 'To err is human' noano 2000, o Institute of Medicine lançou para acomunidade internacional a questão da segurança dosdoentes. Este relatório apontava pela primeira vezpara dois factos. Primeiro, a dimensão humana efinanceira dos eventos adversos em saúde. Segundo,que uma parte significativa dos eventos podia serprevenida.Em 2002 a Assembleia Mundial de Saúde da OMS

reconhece a necessidade de promover a segurança do doente como umprincípio fundamental de todos os sistemas de saúde.Mais próximo de nós, em Junho de 2009, o ConselhoEuropeu emite a recomendação 2009/C151/01 sobresegurança do doente, prevenção de Infecçõesassociadas aos cuidados de saúde. Neste documento oCE reconhece:

A necessidade de promover a segurança do doentecomo um princípio fundamental dos sistemas desaúde;

Que os mesmos princípios de Segurança do Doentese aplicam aos cuidados primários, secundários eterciários;

A necessidade de promover uma coordenação abertados regulamentos sobre Segurança do Doente a nívelnacional e internacional.É recomendado aos Estados-Membros que promovam o desenvolvimento de sistemas de notificação deincidentes em Segurança do Doente para promover asegurança e a aprendizagem. Estes sistemas deveriampossuir as seguintes características:

Não punitivos e justos nos seus objectivos;Independentes de processos com fins punitivos;Concebidos de forma a motivar os profissionais para

a notificação de incidentes na segurança (garantir anotificação voluntária, anónima e confidencial);

Estabelecer um sistema de notificação para acolheita e análise de eventos adversos a nível local,agregados a nível regional e nacional;

Envolver o sector público e o privado- Facilitar o envolvimento dos doentes, familiares eoutros cuidadores informais.

Mais recentemente, em 2011, no Estudo “Segurança dodoente: eventos adversos em hospitais portugueses:estudo piloto de incidência, impacto e evitabilidade”,da autoria de Paulo Sousa, António de Sousa Uva,Florentina Serranheira, Ema Leite e Carla Nunes, são

através da Recomendação 55.18, -

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;

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A dimensão do problema de segurançaem Portugal

N E DE EVENTOS ADVERSOSDE NOTIFICAÇÃO DE INCIDENTESSISTEMA NACIONAL

O responsável pela gestãodo risco e/ou qualidadedetermina se a notificaçãomerece análise posterior.

Do , do ,do .

quando com o quêquê

Determinar o percurso doevento, causas e factores,medidas e avaliações deimpacto.

As metas e finalidadesforam atingidas Hánecessidade de novoplano Quando repetir a

?

?

A notificação é umaoportunidade demelhoria, se foraproveitada como tal.

Um plano de intervençãoé preparado: , o

,e

Quemquando com o

como para oquê, quê

quê.,

Processo

Processo

Notificação

Planeamento

Validação

Acompanhamento

Análise

Análise dosImpactos

RCAFMEA

Ishikawa

PDCARADAR

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HDS Forma Edição n.º 40In |

HISTÓRICO

O Núcleo de diabetes é hoje uma realidade que surgiunas nossas mentes há cerca de 20 anos.A consulta de diabetes foi criada pelo Serviço deMedicina I e deu os seus primeiros passos nestehospital no ano de 1992. Com crescente progressão,atingiu tal desenvolvimento que obrigou à primeirareestruturação. Assim, no ano de 2000, foi criado oNúcleo de Diabetes do Hospital de Santarém,integrando um conjunto de quatro médicos, comvários períodos de consulta e um Hospital de Dia deDiabetes, com uma enfermeira com formaçãoespecífica e dedicada a ensinos individuais e de grupo,bem como, avaliação e cuidados aos pés.A segunda reestruturação decorreu em Fevereiro de2011, com a passagem para as novas instalações(correspondentes à área das antigas instalações daconsulta externa de Dermatologia). Neste novoespaço propôs-se o Núcleo de Diabetes efectuaralgumas alterações consideradas pertinentes para amelhoria dos cuidados prestados ao doente diabético.A contratação de uma Podologista, com competênciaprofissional e especializada na área e com apoio de umgabinete apropriado e material de apoio específico,para o exercício das suas funções, permitiu assim,oferecer aos nossos doentes, disponibilidade esegurança na prestação de cuidados ao pé diabético emelhorar o nosso serviço de atendimentoespecializado. Durante estes últimos anos foi todo umtrabalho progressivo de organização, aquisição de

NÚCLEO DE DIABETES

Sempre consigo a cuidar de si

diverso material e reunião de uma equipa de trabalho.

A nossa principal missão é, sem dúvida a assistênciaclínica ao doente diabético; actuar ao nível dodiagnóstico, prevenção e tratamento multidisciplinarorganizado das complicações precoces e tardias dadiabetes e prestar cuidados de excelênciahospitalares, em regime de ambulatório ouinternamento a doentes diabéticos.Os nossos objectivos baseiam-se em gerir de formaintegrada a diabetes, minimizando as complicaçõesmajor, reduzindo a sua incidência, a morbilidade emortalidade, tratar os doentes internados com odiagnóstico de diabetes descompensada, fazer umaeducação terapêutica adequada ao doente e família,através de Sessões de Ensino, assim como, detectarfactores de risco predisponentes e agravantes damesma. Procuramos e valorizamos a prontidão noatendimento, o combate aos custos financeiros,pretendendo melhorar a assistência e humanizaçãodos cuidados aliviando o internamento e diminuindoconsecutivamente o número de complicações daDiabetes Mellitus.

Desde Abril de 2010 o Núcleo de Diabetes funcionasob orientação e responsabilidade da Drª CristinaEsteves.

MISSÃO, VALORES, VISÃO

EQUIPA

Texto Foe Cristina Estevestos

Sempre consigo a cuidar de si | 7

HDS Forma Edição n.º 40In |

Actualmente, fazem parte do corpo clínico, a Dr.ªCristina Esteves, a Dr.ª Cristina Santos, a Dr.ªFilomena Roque e o Dr. Nelson Rodrigues.Afecta à consulta participa diariamente a EnfermeiraCarla Vitorino e desde 1 de Julho, a Podologista Dr.ªCatarina Pinto.

A Enfermeira reparte a sua actividade pela consulta ehospital de dia, cabendo-lhe a tarefa de ensinos,vigilância e educação, participando de forma activano apoio ao doente em ambulatório e dointernamento que transita para ambulatório.De salientar é também o apoio prestado pela nutriçãocom a equipa: Dr. Santo Amaro com consultasindividualizadas e a Dr.ª Maria Duarte com arealização de um período de ensino de grupo. Para aactividade conjunta do núcleo é ainda fundamental aactividade diária da administrativa D. Teresa, a qualcolabora com o Núcleo desde 1998.

A actividade assistencial ao doente diabéticodesenvolvida nestes últimos 7 anos tem vindo acrescer de forma progressiva, atingindo a partir doano 2008 mais de 2.000 consultas de Diabetes e noano de 2010 cerca de 2.611. Recordemos também aparticipação do Núcleo de Diabetes na “Consulta deDiabetes Materna”, consulta multidisciplinar,realizada em conjunto com o Departamento de Saúdeda Mulher e da Criança, a qual se destina aoseguimento regular de grávidas diabéticas.

No âmbito da sua actividade formativa, o Núcleo deDiabetes realizou a 14 de Novembro de 2011, o “ Cursode Insulinoterapia”, curso teórico-prático cominscrições limitadas.

Actividade Assistencial

Actividade formativa

ACTIVIDADES E PROJECTOSDESENVOLVIDOS

No próximo ano, inserido no mesmo âmbito serãorealizadas várias acções de formação incluindo:“Pés doentes…Cuidados permanentes Umaabordagem ao pé diabético” , “Cursos deInsulinoterapia” e o ”Curso de Terapêutica Oral naDiabetes”. Recordamos também com sucesso, asJornadas de Diabetes do Hospital de Santarém,realizadas em 2010 e 2011, estando previstas asJornadas de 2013.

A educação terapêutica, (Consulta de Educação emDiabetes, realizada semanalmente) é hojeconsiderada um pilar de formação do doentediabético e constitui também uma das nossasvertentes. Assim e dadas as condições de quedispomos, passámos a utilizar na sala de espera, com oapoio de meios audiovisuais, vídeos educativos sobrea alimentação e exercício físico indicados à nossapopulação diabética, os quais tem vindo a contribuirpara uma melhor abordagem educativa para o nossodoente.De forma pontual, o Núcleo de Diabetes tambémcolabora em sessões educativas destinadas àpopulação, a última das quais decorreu a 6 de Agosto,em Arronches.

Pretendemos, futuramente, relembrar, com eventosalusivos à data, o “Dia Mundial da Diabetes”,realizando rastreios, sessões de ensino e formação apossíveis doentes e familiares. São nossasperspectivas evoluir e investir na formação, no ensinoe na investigação clínica, contribuindo para aevolução na área de diabetes e do pé diabético.Pretende-se ainda criar uma

a qual terá como objectivo a avaliação dosdoentes com “pé de risco”. Para tal pretendemosintegrar uma equipa multidisciplinar de profissionaismotivados e com formação específica na área.Integrado no âmbito do “ Dia Mundial da Diabetes, 14Novembro”, o Núcleo de Diabetes do Hospital deSantarém participou activamente com a realização de

nos dias 15, 16 e 17 de Novembro.

Porque a diabetes é uma doença crónica e sistémica eque exige um profundo trabalho de equipa desejamoscrescer enquanto núcleo, enquanto pessoas eenquanto profissionais.A diabetes é a grande pandemia do séc. XXI, por isso,queremos que relativamente ao nosso passado,prestar no presente, um contributo para um futurobem melhor.

-

Actividade educativa

Consulta de PéDiabético,

Acção de Rastreio

PERSPECTIVAS FUTURAS

CONCLUSÃO

HDS Forma Edição n.º 40In |

8 | Sempre consigo a cuidar de si

À conversa com… Dr.ª Maria LopesTexto Foe Marta Bacelarto

Quando que surgiu a sua paixão pela medicina?

Na edição anterior, aquando da sua nomeação,

mencionou que o seu percurso estudantil passou

por Vila Nova de Gaia. Que aspecto mais a marcou

nesta sua passagem pelo Norte do País?

Como nova Directora Clínica, quais são as

prioridades e objectivos da Direcção Clínica?

Considerando a sua nova função e sendo

especialista de cirurgia geral, não terá tendência em

direccionar as suas prioridades para aquela área em

detrimento da área médica?

Relativamente ao contexto actual, enfrenta um

desafio que é conjugar a prestação de cuidados de

qualidade aos utentes com o clima de contenção que

é

Foi um gosto que surgiu muito nova, foi uma profissãoque me atraiu, a relação médico/doente, conseguirmelhorar a vida, a saúde, a forma de estar dos outros,das pessoas com quem convivemos. Cirurgia, porquegosto de cortar, gosto de acção, porque permiteresultados mais imediatos. A nossa actuação, acapacidade de resposta, de intervir, de rapidamentedecidir, em especial na urgência ou no trauma, sãofundamentais, faz-nos sentir que salvamos pessoas.

A minha infância, a adolescência e mais tarde, a minhavida estudantil, ocorreu no Norte. É uma zona do paísmuito agradável. Sinto-me bem no ambiente do Norte,no contacto com as pessoas, uma afabilidade, umrelacionamento simples, descomplexado, talvezconservador, mas humano, quente. É muito prezado ocontacto, a convivência entre a família, entre osvizinhos. É uma forma de estar que me marcou e queainda hoje, muitas das comparações que faço, faço-asrelativamente ao tempo em que vivi no Norte.

Os objectivos são desempenhar este cargo o melhorpossível, incentivando sempre o respeito pela práticamédica, a independência científica, alinhando estesobjectivos com as necessidades que neste momento jáforam definidas. Esta Direcção Clínica é muitomarcada pelo momento conjuntural, pela crise. Eupercebo que chego numa altura má em fim de ciclo,tenho de acabar o que está a ser desenvolvido eresolver o que não pode deixar de ser resolvido.

Necessariamente que a nossa especialidade interferecom a nossa forma de visualizar os problemas. Ocirurgião é algu m de decisões porque se não for, nãopode estar na cirurgia, pois não pode adiar decisões. ODirector Clínico é o Director de todas asEspecialidades e não tendo um conhecimentoprofundo de todas, terá necessariamente de teradjuntos, para que tenha uma visão ampla e tantoquanto possível, imparcial, porque a Direcção Clínicanão é médica nem cirúrgica, é uma Direcção global.

é

a actual conjuntura económica determina. Como

pensa resolver esta equação de elevado grau de

dificuldade?

Para finalizar, como é a cidadã Maria Lopes no seu

dia-a-dia? Que interesses tem para além da

medicina?

Quem trabalha nas instituições sabe que existedesperdício que pode ser reduzido. É o desperdício daluz acesa em gabinetes vazios, o aquecimento ligadocom as pessoas em casa, a múltipla impressão defolhas… Mas estes são exemplos de desperdíciossimples, pois há outros maiores. Se posso fazer umaintervenção usando uma máquina que me dê parafazer pequenas e grandes suturas, não preciso de usaruma máquina para as pequenas e uma máquina paraas grandes. Não posso usar sempre a melhor próteseque existe no mercado. Temos de adequar cadasituação em função do que é a previsão natural danecessidade, da durabilidade dos dispositivos e dodoente. Temos de continuar a trabalhar na elabora

protocolos terapêuticos, tentar uniformizar aabordagem das situações e adequar a terapêutica.Todo este trabalho tem de ser desenvolvido ao longodo tempo. Um mandato

não chega...

Sou uma pessoa normal. Casada, com uma filhaadolescente, com as inerentes obrigações a cumprir.Sou calma, não gosto de uma vida agitada, não gostoda vida nocturna. Gosto do mar, gosto de praia. Gostode trabalhos manuais, de pintar, de bordar. Não gostode ruídos, de ir a cafés. Gosto muito de ir ao cinema, aoteatro. Prefiro conviver calmamente com amigos, semessa vertente muito exterior. Tenho saudades dotempo em que estava a fazer a preparação para aespecialidade, em que nos juntávamos um grupo deamigos no café, sistematicamente, estudávamos,conversávamos e almoçávamos… Era muito agradável,mas isso são tempos de juventude...

çãode

,certamente

à partida limitado

HDS ForumInSUPLEMENTO CIENTÍFICO

IMPACTO DA INTERVENÇÃO EM GRUPO, NA DIMINUIÇÃO

DA ANSIEDADE EM DOENTES COM DOENÇA CRÓNICA

Uma Intervenção de Enfermeiros Especialistas em Saúde Mental e Psiquiatria do Hospital Distrital de Santarém

Dionísia Venâncio ; Ana Bento ; Maria Teresa Massano¹ ² ³

¹

²

³

Enfermeira, Especialista em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiatria, Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental do Hospital Distrital de Santarém

Enfermeira, Especialista em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiatria, Serviço de Especialidades Cirúrgicas do Hospital Distrital de Santarém

Enfermeira, Especialista em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiatria, Enfermeira Chefe e Coordenadora do Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental do Hospital Distrital de Santarém

Suplemento Científico 9|

RESUMO

As doenças crónicas incapacitantes abrangem hojecerca de 40% a 50% do total das doenças sinalizadasno nosso país. A sua repercussão nas actividades devida diária, as expectativas e as emoções que evocam,são factores desencadeantes de ansiedade.A ansiedade é um estado emocional com componentespsicológicos e fisiológicos, que faz parte dasexperiências humanas, e é responsável pela adaptaçãodo organismo às situações de perigo. Em certa medidaé desejável, mas, quando se torna excessiva, podeatingir níveis com os quais os indivíduos nãoconseguem lidar adequadamente (RACHMAN, 1978citado por SERRA, 1999).A Organização Mundial de Saúde (OMS, 2007),recomenda que os profissionais da área de SaúdeMental e Psiquiatria, ajudem o doente e a família alidar com os problemas pessoais e sociais,relacionados com a doença e o consequentedesajuste/reajuste a esta.A intervenção em grupo, feita por EnfermeirosEspecialistas em Saúde Mental e Psiquiatria é uminstrumento terapêuticamente eficiente na promoçãoe manutenção da saúde mental, com ganhos em saúdesusceptíveis aos cuidados de enfermagem eeconomicamente vantajoso, uma vez que leva àeconomia de recursos humanos (MONTEIRO, 1996).Esta investigação emerge da necessidade em darresposta a um problema A intervenção em grupo, porEnfermeiros Especialistas em Saúde Mental ePsiquiatria diminui a ansiedade em doentes comdoença crónica. Tivemos como objectivo:

referenciados à Consulta da Dor (CD) e

-

Avaliarqual o impacto da intervenção em grupo nadiminuição da ansiedade em doentes com doençacrónica

Consulta de Cirurgia Vascular (CV) do Hospital deSantarém.A investigação foi efectivada essencialmente em 3momentos: 1º momento, avaliação das necessidadesda intervenção e construção de um programa deintervenção para os dois grupos. 2º momento,implementação do programa de intervenção nos doisgrupos. 3º momento, avaliação comparativa antes eapós a intervenção.Considerando os resultados que emergiram destapesquisa e tratando-se de grupos diferentes, emrelação ao género social, idade, escolaridade, estadocivil e não partindo de um nível semelhante deansiedade, segundo aplicação da escala AnsiedadeEstado-Traço, pode inferir-se que ambos os gruposapresentaram diminuição dos valores de ansiedadeapós a implementação do programa de intervençãoem grupo, realizado por Enfermeiros Especialistas emSaúde Mental e Psiquiatria.

Doença Crónica; Ansiedade;Intervenção em Grupo; Enfermagem de SaúdeMental.

A gestão da doença crónica é considerada, a nívelEuropeu, uma prioridade chave por ser a principalcausa de mortalidade e morbilidade, contribuindo em86% do total de óbitos prematuros. A complexidade eextensão da problemática inerente à vivência dacrónicidade da doença tem levado diversos autores(SANTOS, SEBASTIANI, 2001) a desenvolverestudos com o objectivo de analisar o impacto desta

Palavras-chave:

INTRODUÇÃO

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HDS Forum Edição n.º 40In |

Suplemento Científico

condição sobre a qualidade de vida das pessoasatingidas por doença crónica e os efeitos que poderáter nos níveis de ansiedade. Estes aspectos, no futuro,irão impor, um maior peso na saúde a nível Europeu.O indivíduo portador de uma doença crónica vê-seperante mudanças nos seus hábitos e no seu estilo devida, passa por diversas crises, que vão alterando a suacondição saudável, desempenho de papéis eresponsabilidades (SANTOS, 1997). A necessidade decontrolar os efeitos da doença nas actividades de vidadiária, as expectativas do que pode acontecer e asemoções que evocam, são factores desencadeantes deansiedade. Promover suporte emocional durante aprogressão da doença e o processo de adaptação àmesma, para a protecção, promoção e manutenção daSaúde Mental, são competências do EnfermeiroEspecialista de Saúde Mental e Psiquiatria(Competências Especificas do EnfermeiroEspecialista em Saúde Mental, 2011).Aprender a intervir em grupo, melhorar técnicas dedinâmicas de grupo, tem vindo a ser uma necessidadecada vez mais premente para os profissionais da áreade Saúde Mental e Psiquiatria, no sentido em quepodem tirar partido de um ambiente em que ospróprios doentes se sentem apoiados, não só pelapresença do técnico, mas também pela presença depessoas que partilham de experiências de vidasemelhantes, relacionadas com a doença. Desta forma,promove-se a qualidade dos cuidados e obtêm-seganhos em saúde.

Com o propósito de encontrarmos resposta para oobjectivo em estudo formulamos a seguinte hipótesede investigação:

A fim de validar esta hipótese realizou-se um estudodescritivo, correlacional, quase experimental elongitudinal, com uma amostra de 22 doentes comdoença crónica, em que 11 doentes frequentavam a CDe 11 doentes frequentavam a CV do Hospital deSantarém.Inicialmente fez-se um diagnóstico da situação, com oobjectivo de avaliar a ansiedade presente em ambos osgrupos, antes da intervenção, através daaplicação do Inventário da Escala deAnsiedade Estado Traço (IDATE). Oquestionário, para além dos dados sócio-demográficos do doente tinha um segundogrupo de questões com a escala IDATE. Estaescala é composta por duas escalas de auto-avaliação que visam medir a ansiedade-estado

A ansiedade em doentes comdoença crónica diminuiu após a implementação doprograma de intervenção em grupo nos doentes daConsulta da Dor e nos doentes da Consulta deCirurgia Vascular.

-

METODOLOGIA

e ansiedade-traço. Enquanto o estado de ansiedadereflecte uma reacção transitória directamenterelacionada com uma situação de adversidade que seapresenta em dado momento, o traço de ansiedaderefere-se a um aspecto mais estável relacionado àpropensão do indivíduo lidar com maior ou menoransiedade ao longo de sua vida (CATTELL, 1961citado por FIORAVANTI, 2006).Assim, foram aplicados 22 questionários numprimeiro momento (t1), aos dois grupos-alvo: grupoda CD (n=11) e grupo da CV (n=11). Após aimplementação do programa de intervenção a estesdois grupos, e num segundo momento (t2), foramnovamente aplicados os 22 questionários, de modo areavaliar as respostas e testar a hipótese formulada,que decorreu no período de 8 de Outubro a 2 deNovembro 2009.A intervenção em grupo teve a duração de 4 sessões eem cada sessão foi desenvolvido apoio psicossocial,educação para a saúde e intervenção cognitivo-comportamental. Foi utilizado sobretudo a técnica derelaxamento, através da imagética, o qual temrevelado grande eficácia, sobretudo a nível dadiminuição da tensão muscular e dos níveis deansiedade, além de contribuir para a melhoria dosquadros que lhe estão associados (SEQUEIRA, C.,2006: 175).

Este estudo baseia-se, numa amostra de 22 doentescom doença crónica, com média de idades de 54,73anos para o grupo da CD e 68,45 anos para o grupo daCV (Quadro 1).

Em relação ao génerosocial, o grupo da CDé c o n s t i t u í d oexclusivamente por

APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOSRESULTADOS

Quadro 1 Caracterização dos grupos quanto à idade:

Gráfico 1: Distribuição por géneros - Grupo CD

Feminino

Masculino

Gráfico 2: Distribuição porgéneros - Grupo CV

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Suplemento Científico 11|

mulheres, enquanto que o Grupo daCV apresenta uma distribuição maishomogénea(Grá ficos 1 e 2).Quanto ao estado civil, pode verificar-se que no grupo da CD há mais doentescasados do que na CV. Não há doentesviúvos na CD. Relativamente aossolteiros os valores são iguais havendomais divorciados na CD que na CV(Quadro 2).Em relação à escolaridade como podeconstatar-se, todos os inquiridos daC D s a b e m l e r e e s c r e v e r .Relativamente à Consulta da CV 36%dos inquiridos não sabe ler e escrever(Quadro 3).Em relação à ansiedade de modo a distinguir os doismomentos da aplicação do questionário, criaram-se

as variáveis de ansiedade-estado (no momento t1)e ( no momento t2 ), bem como as variáveis de

ansiedade-traço (no momento t1) e (nomomento t2).A amostra da CD apresenta um valor médio deansiedade estado (S1=64,73%; p=0,005), e um valormédio de ansiedade traço (T1=64,00; p=0,009); aamostra da CV apresenta um valor médio deansiedade estado (S1= 54,82; p=0,005) e um valormédio de ansiedade traço (T1=54,55, p=0,009).Podemos constatar que não existe homogeneidadenos pontos de partida dos 2 grupos (p<0,005) ao nívelde ansiedade.Verifica-se que o grupo de CV apresenta no momentot1 valores menores para a ansiedade, em comparação

-

-

S1S2

T1 T2

aos do grupo da CD e que ambos os gruposapresentam diminuição dos valores de ansiedade apósa implementação do programa de intervenção(Quadro 4).Analisando os resultados na CD, verificamos quetodos os valores são menores que 0,05, podendoconfirmar-se que

. Tal como evidenciado neste nosso estudo,também BARBOSA, OLIVEIRA E FERNANDES(2004) focam na sua pesquisa a importância dosgrupos, por proporcionarem o compartilhar deexperiências de vida, relacionadas com a doença e aprocura no colectivo de soluções para os seusproblemas. Ainda neste estudo, são referidos osmotivos que levam os doentes a procurar a vivênciaem grupo, sendo estes o apoio emocional epsicológico, apoio terapêutico, apoio educativo eapoio interactivo; além de considerarem o grupocomo um espaço de lazer e entretenimento,permitindo desenvolver laços de amizade entre osparticipantes. Também reforçam a ideia de que oapoio psicológico oferecido pelos grupos, ajuda asuperar o estigma e o isolamento social e é uma formade adquirir apoio e o esclarecimento de dúvidas o que

pode ajudar no sucesso do tratamento e a viver deforma mais saudável (Quadro 5).

Analisando novamente o valor da significância obtidapara CV, verifica-se que todos os valores de

há influência da implementaçãodo Programa de Intervenção nos resultadosobtidos para o nível de ansiedade no segundomomento

Par Média Desvio-Padrão t sig(Diferenças) (Diferenças)

S1- S2

T1 T2

23,545 8,141 9,593 0,000

- 18,364 8,078 7,540 0,000

Quadro 5: Relação S1-S2 e T1-T2 para amostras emparelhadas Teste T-Student

Quadro 2: Caracterização dos grupos quanto ao estado civil

Quadro 3: Caracterização dos grupos quanto á escolaridade

ESCOLARIDADE n % n %

Não sabe ler e escrever

4º ano antiga 4ª classe

6º ano antigo ciclo

9º ano antigo liceu

0 0 4 36,4

7 63,6 3 27,3

2 18,2 4 36,4

2 18,2 0 0

TOTAL 11 100 11 100

Grupo CD Grupo CV

Grupo CD Grupo CV

ESTADO CIVIL n % n %

Casada/junta

Solteira

Divorciada/Separada

Viúva

9 81,8 7 63,6

1 9,1 1 9,1

1 9,1 0 0

0 0 3 27,3

TOTAL 11 100 11 100

Grupo CD

Quadro 4: Caracterização em ambos os momentos da ansiedade-estado (S1 e S2) e ansiedade-traço (T1 e T2)

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Suplemento Científico

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O trabalho grupal e a reabilitação da

mulher mastectomizada.

Gestão da Doença Crónica e a Avaliação das Técnologias de

Saúde.

Propriedades Psicométricas do

Inventário de Ansiedade Traço-Estado

Viver a relação de ajuda: abordagem teórica e prática

de um critério de competência do enfermeiro

A relação enfermeiro-doente como intervenção

terapêutica

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no mundo 2001 saúde mental: nova concepção, nova esperança

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Perfil das Competências Especificas do Enfermeiro

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doença crónica: um estudo de portadores de insuficiência renal crónica

em hemodiálise

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pessoa portadora de doença crónica

O stress na vida de todos os dias

Introdução à prática clínica:

diagnósticos e intervenções

Enfermagem Psiquiátrica: Princípios e

Prática

significância obtidos são menores que 0,05, o que nosleva a concluir que

Estes resultados vão também deencontro à pesquisa realizada por MONTEIRO(1996:450) “a investigação feita com grupos parapessoas com problemas de saúde graves ou crónicos,(…) apresentava melhores respostas de adaptação,

menos distúrbios do humor e sobrevivência maisprolongada” (Quadro 6).

Com base no objectivo inicial de Avaliar o Impacto daIntervenção em Grupo na Diminuição da Ansiedadeem Doentes com Doença Crónica e considerando osresultados que emergiram desta pesquisa são derealçar as seguintes conclusões:- Verificou-se que são grupos diferentes, em relação aogénero social, idade, escolaridade, estado civil e nãopartiram de um nível semelhante de ansiedade;- No grupo da CD a intervenção foi positiva, namelhoria da ansiedade estado (p<0,001), verificando-se o mesmo para o grupo de CV (p = 0,008);- No grupo da CD (p < 0,001) e CV (p=0,003) aintervenção foi positiva na melhoria da ansiedadetraço.- Comparando os 2 grupos - 1º e 2º momento,concluímos que a intervenção resultou numa claradiminuição da ansiedade, com ressonância estatísticaao apresentar uma significância de p<0,001 para ogrupo da Consulta da Dor na ansiedade-estado e dep<0,001 para a ansiedade-traço, e uma significância dep=0,008 para a ansiedade estado e de p=0,003 para aansiedade-traço para o grupo da Consulta da CirurgiaVascular.Apesar da limitada investigação relativamente àefectividade da intervenção em grupo em doentes comdoença crónica, os resultados são bastante motivantese interessantes, levando-nos a concluir que existiram

existe uma relação de causa-efeito entre a implementação do Programa deIntervenção desenvolvido por EnfermeirosEspecialistas de SM e a diminuição da ansiedadeapresentada.

CONCLUSÕES

ganhos em saúde susceptíveis aos cuidados deenfermagem, tal como evidenciado no nosso estudo eem outros (BARBOSA, OLIVEIRA E FERNANDES,2004; MONTEIRO, 1996).Após a realização deste estudo, na nossa opinião,entendemos poder salientar que a implementação deintervenção em grupo é uma estratégia a desenvolver,quer a nível da problemática do doente com doençacrónica/ansiedade, quer a nível de outraspsicopatologias.Consideramos também pertinente, o estudo de novasestratégias de intervenção que pudessem ser eficazesna diminuição da ansiedade em pessoas portadoras dedoença crónica.Sugerimos igualmente o estudo em amostras maiores,para poder obter-se resultados mais representativos ei n c l u i r o u t r a s v a r i á v e i s , n o m e a d a m e n t e :funcionalidade familiar, percepção do estado desaúde e auto-conceito.

Quadro 6: Relação S1-S2 e T1-T2 para amostras emparelhadas Teste Wilcoxon

Par Ordens n w sig

Grupo CV

Positivo 1Negativo 10Empate 0

Positivo 0Negativo 11Empate 0

S1 - S2

T1 - T2

-2,669 0,008

-2,934 0,003