nt 298 2013 aprendizagem setor bancario

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il*" f SECRETARIA DE INSPEÇÃO DO TRABALI-IO DEPARTAMENTO DE FISCALIZAÇÃO DO TRABALHO Referência: 46069.002688/2009-15 Interessado: Federação Nacional dos Bancos (FENABAN) Assunto: Políticas Públicas de Emprego e Renda / Trabalho para a Juventude / Aprendizagem NOTA TÉCNICA NX(201 3/MOB/DEPIT/SIT Trata-se de processo no qual é novamente solicitada a manifestação da SIT/MTE em relação ao pedido da Federação Nacional dos Bancos (FENABAN) de renovação do Termo de Cooperação Técnica n. 08/2010, firmado entre o Ministério do Trabalho e Emprego e a FENABAN, para a implementação do Programa Nacional da Aprendizagem Profissional no Setor Bancário. 2. Assim como a CONJUR/MTE, a SIT/MTE já se posicionou pela desnecessidade da renovação de tal termo (fls. 245 e ss.), pelo fato de que a contratação de aprendizes pelo setor bancário independe deste ou de qualquer outro acordo, uma vez que essa obrigação decorre de lei e que os parâmetros para o seu cumprimento já estão definidos na legislação. 3. É certo, entretanto, que a decisão sobre a conveniência e oportunidade de se firmar acordos de cooperação é do Senhor Ministro do Trabalho e Emprego, assessorado juridicamente pela Consultoria Jurídica de sua Pasta. 4. Assim, caso o Senhor Ministro do Trabalho e Emprego decida pela renovação do termo, considera-se recomendável que se registre no documento a conclusão presente no Parecer n. 334/2013/CONJUR- MTE/CGU!AGU, de que se deve aplicar o divisor 180 (cento e oitenta) para o cálculo do salário mínimo hora dos aprendizes do setor bancário. Vale registrar que essa conclusão está embasada na legislação existente, em particular o art. 224 da Consolidação das Leis do Trabalho e a Súmula n. 124 dá Tribunal Superior do Trabalho, e a sua inclusão no termo apenas daria maior visibilidade a essa obrigação dos bancos.

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Nota tecnica

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il*"f SECRETARIA DE INSPEÇÃO DO TRABALI-IO DEPARTAMENTO DE FISCALIZAÇÃO DO TRABALHO

Referência: n° 46069.002688/2009-15 Interessado: Federação Nacional dos Bancos (FENABAN) Assunto: Políticas Públicas de Emprego e Renda / Trabalho para a Juventude / Aprendizagem

NOTA TÉCNICA NX(201 3/MOB/DEPIT/SIT

Trata-se de processo no qual é novamente solicitada a manifestação da SIT/MTE em relação ao pedido da Federação Nacional dos Bancos (FENABAN) de renovação do Termo de Cooperação Técnica n. 08/2010, firmado entre o Ministério do Trabalho e Emprego e a FENABAN, para a implementação do Programa Nacional da Aprendizagem Profissional no Setor Bancário.

2. Assim como a CONJUR/MTE, a SIT/MTE já se posicionou pela desnecessidade da renovação de tal termo (fls. 245 e ss.), pelo fato de que a contratação de aprendizes pelo setor bancário independe deste ou de qualquer outro acordo, uma vez que essa obrigação decorre de lei e que os parâmetros para o seu cumprimento já estão definidos na legislação.

3. É certo, entretanto, que a decisão sobre a conveniência e oportunidade de se firmar acordos de cooperação é do Senhor Ministro do Trabalho e Emprego, assessorado juridicamente pela Consultoria Jurídica de sua Pasta.

4. Assim, caso o Senhor Ministro do Trabalho e Emprego decida pela renovação do termo, considera-se recomendável que se registre no documento a conclusão presente no Parecer n. 334/2013/CONJUR-MTE/CGU!AGU, de que se deve aplicar o divisor 180 (cento e oitenta) para o cálculo do salário mínimo hora dos aprendizes do setor bancário. Vale registrar que essa conclusão está embasada na legislação existente, em particular o art. 224 da Consolidação das Leis do Trabalho e a Súmula n. 124 dá Tribunal Superior do Trabalho, e a sua inclusão no termo apenas daria maior visibilidade a essa obrigação dos bancos.

5. Além disso, caso o termo seja assinado, seria interessante a inclusão de uma cláusula priorizando a contratação, como aprendizes, de adolescentes afastados do trabalho infantil pela inspeção do trabalho. Sem dúvida, a aprendizagem pode ser uma excelente oportunidade para que esses meninos e meninas continuem seus estudos, profissionalizem-se e, ao mesmo tempo, recebam um salário.

6. Nesse ponto, cabe chamar a atenção para a Agenda Nacional de Trabalho Decente (ANTD), lançada em 2006, que representa um compromisso assumido pelo governo brasileiro, em consulta com as organizações de empregadores e de trabalhadores. A ANTD tem a eliminação do trabalho infantil, em especial suas piores formas, como uma de suas prioridades.

7. Igualmente, o Plano Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente Trabalhador, revisto em 2011 pela Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil (CONAETI), que possui composição quadripartite, prevê que seja estimulado o acesso dos adolescentes à aprendizagem.

8. No Brasil, são vários os órgãos e entidades que atuam diretamente pela erradicação do trabalho infantil e, cada vez mais, o tema tem sido priorizado na agenda não só do governo, mas também das organizações de empregadores, das organizações de trabalhadores e da sociedade civil, o que demonstra a consciência que nosso país alcançou de que é fundamental a participação de todos para a erradicação do trabalho infantil.

9. Com uma cláusula nesse sentido no Termo de Cooperação com a Federação Nacional dos Bancos, o setor bancário seria o primeiro setor empresarial a se comprometer a priorizar a contratação, como aprendizes, dos adolescentes afastados do trabalho infantil pela inspeção. Essa articulação poderia ser feita junto às Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego (SRTE) de todo o País, já que todas possuem um projeto específico de combate ao trabalho infantil.

10. Atualmente, o Auditor Fiscal do Trabalho, ao se deparar com uma criança ou adolescente em situação irregular de trabalho, preenche uma Ficha de Verificação Física que contém, entre outros, o nome completo do menino ou menina, o nome dos seus pais e seu endereço residencial, e as encaminha aos órgãos que compõem a rede de proteção à criança e ao adolescente (por exemplo, Conselhos Tutelares e Ministério Público do Trabalho). Poder-se-ia incluir também como destinatário a FENABAN, para os encaminhamentos acordados.

11. Para registro, em 2012, a inspeção do trabalho afastou 6.363 adolescentes e jovens do trabalho infantil e, até agosto de 2013, 5.051 meninos e meninas foram afastados de situações irregulares de trabalho.

À consideração superior.

Brasília, 29 de outubro de 2013.

/ karina A drade Ladeira Auditora-Fiscal do Trabalho

De acordo. Encaminhe-se ao Senhor Secretário.

Brasília, 54 de (/1r)47C-'t2de 2013.

Maurício Gd _in Si Ia _, fl-

Diretor do Departamento de Fiscalização do Tr balho

De acordo. Encaminhe-se ao Gabinete do Ministro.

Brasília,de 4Q de 2013.

Paulo SérAlmeida Secretário de lnseção do Trabalho