novos rumos para mp brasileiro · 2010-12-13 · vasectomia e laqueadura, cirurgias para quem tem...

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ANO 3 l Nº 15 l Goiânia, outubro de 2008 CAMPANHAS EDUCATIVAS Prefeito Iris Rezende assina compromisso público do Votar pra Valer!, antes da eleição (foto). Projetos institucionais do MP mobilizam comunidade na capital e no interior. > 8 > MODERNIZAÇÃO NOVOS RUMOS PARA MP BRASILEIRO VIRANDO O JOGO Programa Nacional de Modernização do Ministério Público (Pró-MP) busca recursos do BID para financiar ações visando aprimorar e fortalecer atuação institucional. > 4 Projeto concebido pelo MP-GO prevê reaproveitamento de componentes eletrônicos de caça-níqueis para montagem de computadores destinados a estudantes de baixa renda. > 5 Plano Estratégico traça diretrizes para MP do futuro METAS DE ATUAÇÃO INSTITUCIONAL PARA OS PRÓXIMOS 14 ANOS, CONSTRUÍDAS NUM AMPLO PROCESSO DE DISCUSSÃO, SERÃO APRESENTADAS EM DEZEMBRO > 3

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Page 1: NOVOS RUMOS PARA MP BRASILEIRO · 2010-12-13 · vasectomia e laqueadura, cirurgias para quem tem mais de 5 graus de miopia, videolaparoscopia (cirurgias realizadas na cavidade abdominal),

ANO 3 l Nº 15 lGoiânia, outubro de 2008

CAMPANHAS EDUCATIVASPrefeito Iris Rezendeassina compromissopúblico do Votar pra Valer!, antes da eleição (foto).Projetos institucionaisdo MP mobilizamcomunidade na capitale no interior. > 8

> MODERNIZAÇÃO

NOVOS RUMOSPARA MP BRASILEIRO

VIRANDO O JOGO

Programa Nacional deModernização do MinistérioPúblico (Pró-MP) buscarecursos do BID parafinanciar ações visandoaprimorar e fortaleceratuação institucional. > 4

Projeto concebidopelo MP-GO prevêreaproveitamentode componenteseletrônicos decaça-níqueis paramontagem de computadores destinados a estudantes de baixa renda. > 5

Plano Estratégico traçadiretrizes para MP do futuro

METAS DE ATUAÇÃOINSTITUCIONAL PARA OSPRÓXIMOS 14 ANOS,CONSTRUÍDAS NUM AMPLOPROCESSO DE DISCUSSÃO, SERÃOAPRESENTADAS EM DEZEMBRO > 3

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Informativo oficial do Ministério Público do Estado de Goiás

Rua 23 esq. c/ Av. B, qd. A-6, lts. 15-24,Jardim Goiás, Goiânia-GO, CEP 74805-100Telefone geral: (62) 3243-8000E-mail: [email protected]

Procurador-Geral de JustiçaEduardo Abdon Moura

Assessora de ImprensaAna Cristina ArrudaDRT-GO 894

CoordenaçãoMac Iditora e Jornalismo Ltda.

EditorMírian Tomé DRT-GO 629

ReportagemFernando Dantas DRT-GO 4895

FotografiasJoão Sérgio Araújo

DiagramaçãoNilton Oliveira

Fotolito e ImpressãoEllite Gráfica e Editora Ltda.

2 GOIÃNIA, OUTUBRO DE 2008

Espaço do Cidadão“Por orientação do médico, procurei o MinistérioPúblico para conseguir alguns medicamentos. É aterceira vez que venho até a instituição e oproblema já está quase resolvido.”

Marcilene daSilva Oliveira, pensionista

“Estou procurando o Ministério Público pelaprimeira vez. Busco resolver uma questão de pensãoalimentícia atrasada. Fui muito bem atendida.”Maria de Fátima, dona de casa

“Estou acompanhando minha mulher, que buscaapoio do Ministério Público pela primeira vez. Atéo momento, o atendimento foi rápido e bom. Oprocesso já está encaminhado. Não temos doreclamar.”

Jean Rodrigues, auxiliar de serviços gerais

EXPEDIENTE

!! Fique Atento !!

Como exigir seus direitos em relação a planos de saúde Os planos de saúde passaram por mudanças em abril deste ano.

Novos procedimentos foram incluídos na cobertura dos segurados, comovasectomia e laqueadura, cirurgias para quem tem mais de 5 graus demiopia, videolaparoscopia (cirurgias realizadas na cavidade abdominal),transplantes de medula autólogos, ou seja, que usam material do própriopaciente, entre outras. Os planos também passaram a ser obrigados a co-brir despesas com consultas com nutricionista, fonoaudiólogo, terapeutaocupacional e psicoterapeuta, com um número de sessões determinadas.Com as mudanças, a lista da Agência Nacional de Saúde Suplementar(ANS) passa a relacionar 2.973 procedimentos. Porém, todas essas altera-ções podem causar dúvidas e provocar problemas no atendimento ao se-gurado. Segundo o coordenador do Centro de Apoio Operacional (CAO)do Consumidor, promotor de justiça Robertson Alves de Mesquita, a princi-pal dúvida dos usuários em relação à inclusão de novos procedimentos ésobre o reajuste de valores. Ele ressalta que a mudança ocorrida em abrilnão pode interferir no valor das mensalidades para quem já possui o pla-no de saúde desde janeiro de 1999. “Agora, quem assinou contrato comas operadoras após abril poderá pagar mais caro pelas mensalidades”,esclarece.

Para quem pretende contratar pela primeira vez um plano de saú-de, o primeiro passo é verificar se a operadora possui registro na ANS, aentidade que regula o setor, explica Robertson. “No momento de assinaro contrato, o consumidor deve ser orientado sobre valores, se o plano dáacesso a ambulatório ou apartamento, procedimentos cobertos, ex-clusões, mudança de faixa etária, doenças pré-existentes, possibilidadede reajuste, enfim, receber todas as explicações referentes ao produtoque está adquirindo”, diz.

A carência do plano também deve ser avaliada. Conforme alertaRobertson, as cirurgias, em geral, têm um período mais longo de carên-cia do que consultas e exames mais simples. Outra orientação do pro-motor é para que o consumidor analise a situação da operadora na re-gião em que é feito o atendimento, para verificar se não existem proces-sos contra a empresa. “É importante observar antes de contratar qual-quer plano se a cobertura no mercado é boa. Verificar se as clínicasestão atendendo por meio do plano em questão ou se está suspenso oatendimento. Deve-se checar também a situação da empresa no Procon

municipal, pois a entidade possui uma lista dos maus fornecedores”, ob-serva. Em Goiás, o consumidor tem a opção de aproximadamente 20planos de saúde diferentes.

LIDERANDO AS RECLAMAÇÕESOs planos de saúde lideram o ranking de reclamações do Instituto

Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), com 17,1% dos 20 mil contatosde consumidores recebidos no ano passado. As principais reclamações sãosobre prazos de carência, cobertura e preço da mensalidades. Caso oconsumidor se sinta lesado individualmente, ele pode procurar o Procon deseu município, onde receberá todas as orientações e saberá que providên-cias tomar. Se caso a conduta lesiva padrão atingir a coletividade, com arecusa, por exemplo, da realização de um procedimento, é possível levar ocaso ao Ministério Público, por meio do CAO do Consumidor. O seguradotambém pode entrar em contato com a própria Agência Nacional de Saú-de Suplementar (confira contatos abaixo).

As operadoras também têm de ter seus direitos garantidos, escla-rece o promotor. Existem situações, informa, de consumidores quecontratam um plano de saúde, esperam a cobertura da carência pas-sar, iniciam diversos procedimentos médicos e ao terminarem, cance-lam o plano. “A Lei 9.656 deixa claro que, nestes casos, as operadoraspodem efetuar o levantamento do que o segurado pagou no ano, oque ele provocou de reparos e coberturas, e podem cobrar sobre essesprocedimentos”, informa. Robertson explica ainda que, caso isso ocor-ra, o segurado pode exigir que a operadora informe, por meio de ex-trato detalhado, todos os gastos com os procedimentos médicos. “Mui-tas operadoras se negam a entregar este extrato. O consumidor, então,precisa ter essas informações para saber se o que foi pago é suficienteou não para cobrir os atendimentos realizados. É direito dele ter a infor-mação clara e transparente da operadora”, adverte.

nAgência Nacional de Saúde Suplementar (ANS): 0800-701-9656nCentro de Apoio Operacional (CAO) do Consumidor:

(62) 3243-8040 / 3243-8039 nProcon Goiânia: 151

F a l e c o n o s c o

Telefone Geral:3243-8000

Denúncia de NepotismoPortal do MP (www.mp.go.gov.br)

Centros de Apoio Operacionais (CAOs):n CAO de Defesa do Cidadão

3243-8077

n CAO de Defesa do Consumidor3243-8038

n CAO do Meio Ambiente3243-8026

n CAO do Patrimônio Público3243-8056

n CAO da Infância e Juventude3243-8029

n CAO de Combate a OrganizaçõesCriminosas3233-0049

nCAO Criminal e de Controle Externo daAtividade Policial3243-8050

Coordenadoria das Promotorias da Capital3243-8192Escola Superior do Ministério Público3243-8068Assessoria de Comunicação Social3243-8499

Editorial

Novas perspectivas

OMinistério Público de Goiás, ao longo dos últimos dois anos,

vem desenvolvendo um amplo e participativo processo de re-

construção institucional, a partir da reflexão e avaliação sobre a

efetividade de sua atuação. Deflagrado pelo planejamento estratégico, esse

repensar tem, como objetivo final, a modernização e o aprimoramento da

instituição, em busca de resultados concretos, palpáveis em benefício da

sociedade, destinatária final das ações do MP.

Pautado pelo respeito à diversidade que caracteriza o Ministério Público,

esse processo está chegando agora a uma etapa decisiva, embora não conclu-

siva. Conforme revela a reportagem principal desta edição, em dezembro,

será apresentado o Plano Estratégico do MP de Goiás, em versão inaugural,

com as diretrizes que vão nor-

tear a atuação institucional nos

próximos 14 anos.

A união, a dedicação e o enga-

jamento de todos que integram a

instituição na execução do Plano

Estratégico representam o dife-

rencial na sua transformação em

um MP moderno, pautado no

profissionalismo e comprometi-

do com a busca de resultados efe-

tivos para a sociedade.

No mesmo sentido de refor-

mulação, de revisão de prioridades,

agora em âmbito nacional, esta pu-

blicação mostra a concepção do

Programa Nacional de Moderni-

zação do Ministério Público, o Pró-MP, uma proposta idealizada dentro do MP

de Goiás e que pretende, em útima análise, o fortalecimento da instituição em to-

do o País, por meio de ações voltadas para a modernização administrativa e o

aperfeiçoamento dos mecanismos de inte-ração com a sociedade. E isso tudo

com a perspectiva de financiamento internacional.

Outros destaques da edição são o balanço do Projeto do Entorno do Distrito

Federal, a ser conferido na entrevista da promotora Patrícia Guimarães, e o Proje-

to Virando Jogo, que aponta uma alternativa socialmente produtiva para transfor-

mar componentes eletrônicos de máquinas caça-níqueis em peças de computa-

dor, com utilização em ações de inclusão digital.

A UNIÃO, A DEDICAÇÃO

E O ENGAJAMENTO DETODOS QUE INTEGRAM A

INSTITUIÇÃO NA EXECUÇÃODO PLANO ESTRATÉGICO

REPRESENTAM O DIFERENCIALNA SUA TRANSFORMAÇÃO

EM UM MP MODERNO,PAUTADO NO

PROFISSIONALISMO

E COMPROMETIDO COM

A BUSCA DE RESULTADOSEFETIVOS PARA A SOCIEDADE

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GOIÃNIA, OUTUBRO DE 20083PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO>

Versão inaugural de Plano será lançada em dezembroNa busca por uma atuação mais

efetiva e pela modernizaçãoda instituição, o Ministério

Público de Goiás vem desenvolvendo,ao longo deste ano, as várias etapas deconstrução participativa de seu planeja-mento estratégico visando à definiçãodo modelo de gestão que será adotado.A próxima etapa, que será realizada apartir de dezembro, consiste em montaro mapa estratégico, desdobrar o PlanoEstratégico até os planos operacionais,definir indicadores mensuráveis e reali-zar o monitoramento das ações e dos re-sultados individuais e globais alcançados.

O resultado de todas as etapas de-verá compor a gestão estratégica da ins-tituição, consolidado no chamado PlanoEstratégico, a ser lançada no dia 5 de de-zembro, em Goiânia. Para o evento,estão previstas a confecção e distribui-ção de material informativo aos inte-grantes da instituição, com todos os pas-sos do planejamento estratégico e asações para o próximo ano.

Assessor administrativo da Procu-radoria-Geral de Justiça (PGJ) e um dosenvolvidos na estruturação desse pro-cesso, o promotor de justiça Juliano deBarros Araújo enfatiza o aspecto de-mocrático e participativo como um dosdiferenciais da metodologia adotada pe-lo MP de Goiás para o seu planejamen-to estratégico. Neste sentido, ele destacaos workshops “MP Rumo à Excelên-cia”, que tiveram a participação de pro-

motores de todo o Estado, como umdos pontos altos deste processo. Julianolembra que foram nestes encontros quediretrizes como a missão e a visão doMP e expectativas de futuro para a ins-tituição foram debatidos. “Os work-shops serviram para discutir com toda aclasse o que a gente chama de DNA doMinistério Público, ou seja, uma dis-cussão completa sobre a instituição, en-volvendo desde o que entendemos pormissão, até estratégias e políticas doMP”, reitera. Ainda em setembro fo-ram realizados debates na forma deconsulta, por meio da intranet. “O dia-gnóstico inicial, as medidas elaboradaspelos 70 promotores e as informaçõescolhidas durante os debates serão anali-sadas e transformadas em indicadores eplano de ação”, informa.

A elaboração do planejamento es-tratégico do MP de Goiás teve início emmarço de 2007. Os primeiros passos pa-

ra um novo modelo de gestão foram da-dos nas áreas de tecnologia da informa-ção, gestão de pessoas, além de melho-rias na estrutura administrativa. Para ga-rantir a eficácias dessas mudanças eorientar melhor as transformações naatuação institucional, deu-se início aoprocesso de construção do planejamen-to estratégico. Para tanto, foi contratadauma empresa de consultoria, que desen-volve o método Grumbach, cujo dife-rencial é permitir a uma instituição fazerseu planejamento a partir da prospecçãode cenários futuros, preparando a insti-tuição para pensar e agir de forma pró-ativa e buscar um futuro melhor para asociedade.

DIAGNÓSTICOPartiu-se, então, para uma outra

etapa, essencial em qualquer planeja-mento: o diagnóstico dos pontos fortese fracos, das ameaças e oportunidades.Os dados, relata Juliano, foram obtidospor meio de um questionário, encami-nhado a membros e servidores. “Comas respostas, reunimos um grupo depouco mais de 70 pessoas (membros eservidores) para formar o chamado Co-mitê de Planejamento Estratégico, queficou encarregado de fazer uma análisede quais medidas poderiam ser tomadaspara resolver os pontos fracos e amea-ças, e o que deveria ser feito para refor-çar os pontos fortes e as oportuni-dades”, revela.

Na seqüência, foi efetuada consultaa cerca de mil pessoas de fora da institui-ção, especialistas em diversas áreas deconhecimento (os chamados peritos),para obter informações sobre a probabi-lidade de alguns eventos impactarem oMP ou a atividade-fim da instituição, emquestões como meio ambiente, consu-midor, segurança pública, infância e ju-ventude, entre outras. A escolha dos pe-ritos foi feita a partir das sugestões apre-sentadas pelo Comitê de Planejamento.

VOTAÇÃO Uma das etapas mais importantes

desse processo foi a definição, numa am-pla votação entre os integrantes da insti-tuição (procuradores, promotores dejustiça e servidores), da missão, visão enegócio do Ministério Público de Goiás,que vão direcionar a identidade e opropósito institucional nos próximos 14anos. Feita pela intranet no período de15 a 21 de outubro, a eleição dessas dire-trizes teve a participação direta de 36%dos membros do MP (procuradores epromotores) e 25% dos servidores.

Esse processo foi mais uma das eta-pas participativas de elaboração do pla-nejamento estratégico, a exemplo dosencontros e workshops para discussãodos principais temas relacionados aonovo modelo de gestão e o próprio dia-gnóstico estratégico, que permitiuconhecer o que os integrantes esperamdo MP no futuro.

Joe Weider, consultor, conduz a escolha das propostas de missão, visão e negócio do MP, que, em seguida, foram votadas pelo Comitê: participação

VOCÊ SABIA>n É um processo gerencial que

permite estabelecer umdirecionamento a ser seguido pelaorganização, com o objetivo de seobter uma melhoria na relação entre aorganização e seu ambiente, ou seja,é o processo que instrumentaliza aresposta que a organização precisaapresentar ao seu ambiente diante deum contexto de mudanças.

O que é Planejamento Estratégico?

Gestãocom foco emresultado efetivo

O assessor administrativo enfatizaque o processo de gestão será contínuo,ou seja, apesar da elaboração de umplano, todas as fases sempre passarãopor avaliação e pela necessária revisão.“A análise será feita praticamente portodos que são responsáveis pelas áreasenvolvidas na gestão estratégica. Essacultura de planejamento será implanta-da em todos os setores da instituição.”

Juliano ressalta que o modelo deplanejamento estratégico adotado peloMP de Goiás tem pelo menos três dife-renciais em relação aos adotados emoutros Estados, como Pernambuco,Mato Grosso, Espírito Santo e MinasGerais. O primeiro, explica, é que aconstrução do plano estratégico estásendo feita de forma participativa, comampla adesão de membros e servi-dores. “São várias as atividades em quetodos tiveram a oportunidade de semanifestar”, revela. Juliano informaque outro diferencial é a análise pros-pectiva de cenários futuros. Esta meto-dologia permite que qualquer fato no-vo durante a execução das ações sejadevidamente dimensionado para redi-recionar ou reorganizar a instituição.

O terceiro diferencial será um desa-fio para o MP, avalia Juliano. “É agestão por resultado efetivo. Não que-remos saber apenas quantas denúnciasforam feitas, por exemplo, sobre a inse-gurança pública. Ficaremos satisfeitoscom o resultado positivo da ação, querdizer, com a redução dos crimes. Ostrês diferenciais nos colocam comomodelo de gestão para outros MPs.”

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Um projeto que pode mudar osrumos do Ministério Públicobrasileiro. Essa é a perspectiva do

Programa Nacional de Modernização doMinistério Público, o Pró-MP. A propostafoi aprovada pelo Conselho Nacional doMinistério Público (CNMP) no início desetembro e encaminhada ao Ministério doPlanejamento, para os trâmites necessáriosaos seu envio para o Banco Interamerica-no de Desenvolvimento (BID). A intençãoé que o BID libere recursos para financiaro Pró-MP, viabilizando a reestruturação emodernização do Ministério Público brasi-leiro prevista no projeto.

Com sua formatação atual, o progra-ma foi apresentado a técnicos do BID e arepresentantes dos MPs de todo o País nodia 19 de agosto, num workshop. No even-to, foi detalhado o propósito do Pró-MP: oprojeto prevê um conjunto de ações nosentido de melhorar os mecanismos de in-teração com a sociedade; o fortalecimentodos mecanismos de efetivação de políticaspúblicas e a modernização da gestão doMinistério Público em todo o País. Casoaprovado o financiamento, o BID deve li-berar R$ 1,89 bilhão nos próximos cincoanos para as 30 unidades existentes do Mi-nistério Público, incluídas as esferas federale estadual. Os recursos serão assumidosvia União, pelo Ministério do Planejamen-to, e haverá uma contrapartida de cada MP.A reunião para aprovação no Planejamen-to está agendada para 27 de novembro.

O Pró-MP foi concebido pelo MP deGoiás a partir de um projeto conceitualelaborado por uma comissão mista doConselho Nacional de Procuradores-Ge-rais de Justiça do MP dos Estados e daUnião (CNPG) e do Conselho dos Corre-gedores-Gerais. Essa comissão foi presidi-da pelo procurador-geral de Justiça deGoiás, Eduardo Abdon Moura. Inicial-mente chamada de Ministério PúblicoContemporâneo, a proposta tinha comofoco reestruturar o Conselho Nacional doMinistério Público (CNMP), que, confor-me relata a promotora Alice de AlmeidaFreire Barcelos – que vem assessorando oprojeto –, apresentava deficiências estrutu-rais e orçamentárias. Depois de percorrertodos os Ministérios Públicos e ser apre-sentado ao procurador-geral da República,Antônio Fernando, que preside o CNMP,o projeto alcançou status nacional ao se

transformar no Programa Nacional deModernização do Ministério Público, oPró-MP, que prevê ações para viabilizar amodernização de toda a instituição emseus diferentes âmbitos de atuação. “Naapresentação do Pró-MP ao BID, houvediversas manifestações de adesão ao pro-grama, chamado por vários procuradores‘de marco revolucionário na história doMinistério Público’”, conta Alice. “Antestínhamos uma visão romântica da institui-ção; agora, vamos poder profissionalizarnossa atuação por meio desse programa.”

O Pró-MP vai possibilitar o nivela-

mento entre os Ministérios Públicos de to-do o País, corrigindo distorções decor-rentes das realidades regionais. Segundodestaca Alice Freire, no último diagnósticorealizado pela Associação Nacional do Mi-nistério Público (Conamp), foi constatadauma diferença estrutural entre as unidadesestaduais e as vinculadas à União. “Houvea necessidade de que os Ministérios Públi-cos fossem nivelados no aspecto estruturalpara que tenham todos a mesma eficácia epara reforçar a unidade institucional. Alémdisso, mais importante que a captação derecursos é dizer aos MPs onde aplicar o

dinheiro vindo do BID, caso seja aprovadoo financiamento do programa”, observaAlice, ressaltando a importância das açõesrelacionadas à reestruturação nos aspectosde gestão de conhecimento, de pessoas eadministrativa.

Ela recorda ainda que, no decorrerda elaboração do Pró-MP, o Tribunal deContas da União aprovou acórdão reco-mendando aos demais órgãos da admi-nistração pública federal que realizemações visando à execução de um planeja-mento estratégico e à implantação demelhorias em tecnologia da informação.

4 GOIÃNIA, OUTUBRO DE 2008

> PRÓ-MP

NOVOS RUMOS>n Ampliação dos mecanismos de

interação com a sociedaden Realização de pesquisas nacionais de

opinião pública n Estruturação das Ouvidorias n Estruturação do Disque-MP (127)n Estruturação do Programa Parceria

Cidadã n Fortalecimento da imagem do MP

perante à sociedaden Padronização e publicação dos

relatórios de gestãon Fortalecimento dos mecanismos de

efetivação de políticas públicasn Identificação dos principais

problemas relacionados às áreas deatuação do MP

n Estabelecimento de metas nacionais,regionais e locais de atuação do MPbrasileiro, correspondentes às suasáreas de atribuição

Modernização da Gestãon Gestão de Pessoas n Formação de líderes e gestores n Capacitação dos membros do MP e

servidores

Gestão de Conhecimento n Melhoria da infra-estrutura de

Tecnologia da Informação (TI) n Desenvolvimento de sistemas de

informação n Aplicação de práticas de governança

em TI n Ampliar o uso da tecnologia da

informação n Valorização da modernização do MP

via planejamento de ações

Gestão Administrativa n Implantação do planejamento

estratégico, tático e operacionaln Implantação do modelo de excelência

em gestão públican Modernização das estruturas

organizacionais; n Implantação de centros de inteligência

governamental n Melhoria da gestão dos processos n Implantação de escritórios de projetos

Confira as ações previstaspelo Pró-MP para cada área:

Programa busca integrar e fortalecer Ministério Público brasileiro

Reunião entre MP de Goiás, CNMP e técnicos do BID: detalhamento dos planos de ação

Procurador-geral de Justiça de Goiás explica o Pró-MP em evento: modernização

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D ar um destino útil e produ-tivo ao maquinário explo-rado pelo crime organiza-

do, reaproveitando o que é produtode crime para transformá-lo emoportunidade. Esse é o objetivo doprojeto Virando o Jogo, idealizadopelo Ministério Público de Goiás pa-ra, em parceria com outras institui-ções, dar um outra destinação às má-quinas caça-níqueis encontradas emoperações contra jogos de azar noEstado. A iniciativa nasceu a partirdo crescimento do número de apa-relhos e equipamentos apreendidosem Goiás, com a intensificação darepressão a esse tipo de crime ocorri-da nos últimos anos. Com os depósi-tos da polícia abarrotados, surgiu ademanda por uma solução que desseuma destinação imediata a esse ma-quinário. Iniciativas bem-sucedidasadotadas em outros Estados e atémesmo em Goiás levaram o MP aestruturar uma proposta que aliasse anecessidade de impedir que essasmáquinas retornassem ao controlede quem explora o jogo com a possi-bilidade de reaproveitar seus compo-nentes eletrônicos de uma formaprodutiva para a sociedade.

Com esse projeto, o MP pre-tende promover a inclusão sócio-digital de crianças, adolescentes epessoas carentes das comunidadesgoianas, por meio da conversão demáquinas caça-níqueis em instru-mento útil, além de evitar o acúmu-lo de lixo eletrônico. O projeto estásendo desenvolvido em Goiás peloCentro de Apoio Operacional deCombate às Organizações Crimi-nosas (CAOCOC).

A proposta está em fase deapresentação a instituições paraconsolidação de parcerias que vãocontribuir na viabilização das açõesprevistas no projeto. Os governosestadual e dos municípios são o fo-co do MP neste primeiro momento.“A realização de convênios com ins-tituições públicas e privadas é defundamental importância para queos objetivos do projeto sejam alcan-çados”, observa o coordenador doCAOCOC, Rodney da Silva.

O MP pretende também obter oapoio de entidades não-governa-mentais que atuam na promoção dodesenvolvimento social nas comar-cas, para contribuir no custeio da

confecção de adesivo de personali-zação do equipamento.

Outra parceria importante que oMP busca para a execução do proje-to é com as instituições de ensinotécnico e superior em informática,tendo em vista a necessidade deconversão das máquinas caça-ní-queis em computadores tradicio-nais. Rodney explica que tambémserá necessário o apoio dos JuizadosEspeciais Criminais para agilizar asdecisões quanto à destinação dasmáquinas caça-níqueis. “São osjuízes criminais que autorizam a li-beração e transformação das máqui-nas em computadores”, esclarece.

Além disso, o MP pretende en-volver os promotores de justiçacom atribuição perante o JuizadoEspecial Criminal, Juizado da Infân-cia e Juventude, coordenadores dosCentros de Apoio Operacional Cri-minal e da Infância e Juventude, eos promotores de justiça das comar-cas do interior do Estado para auxi-liar na efetivação do projeto.

GOIÃNIA, OUTUBRO DE 20085COMBATE AO CRIME ORGANIZADO>

Um outro destino para caça-níqueis

Um dos exemplos que inspiraram aconcepção do projeto Virando o Jogofoi a ação realizada em São Luís deMontes Belos, a 120 quilômetros deGoiânia. O município tem uma expe-riência bem-sucedida de conversão demáquinas caça-níqueis em computa-dores. Por meio de uma iniciativa dopromotor de justiça Deusivone Cam-pelo Soares e da juíza Geovana MendesBahia Moisés, 28 máquinas apreendi-das no início deste ano foram transfor-madas em 10 computadores. Os equi-pamentos foram doados à Sociedadede Assistência ao Menor Aprendiz (Sa-ma), que há 36 anos atua no município.

Cerca de 250 crianças e adoles-centes foram beneficiados com a medi-da, revela Belcholina Maria dos Santos,presidente da Sama. “Foi um resgate dacidadania para estes jovens”, avalia. Opromotor Deusivone explica que, paraviabilizar a iniciativa de inclusão digital,foi necessária a tramitação de todo um

processo judicial. As máquinas apreen-didas tiveram de ser liberadas pelo Jui-zado Especial Criminal para serem uti-lizadas no projeto. “Foram realizadasaudiências em que se declararam perdi-das as máquinas. Tudo foi documenta-do em Termo Circunstanciado deOcorrência”, conta.

O MP contou ainda com a colabo-ração de técnicos da Faculdade deMontes Belos para a reformulação dosequipamentos. Segundo relata o coor-denador de Informática da instituição,Ailton Antônio de Araújo, cada máqui-na foi avaliada para verificar a viabilida-de da conversão. “Nem todos os equi-pamentos são passíveis de alteração.Das 28 máquinas, apenas 10 foramaproveitadas.” Os técnicos receberamapenas os componentes necessários àconversão. O restante, como cartõesde memória de armazenamento desoftware, gabinetes e coletores de ní-quel, foi destruído.

JOGO VIRADO

n Duas pessoas gastam, em média, cinco diaspara transformar 30 máquinas caça-níqueisem computadores;

n Para fazer tudo neste tempo, os técnicostrabalham seis horas por dia;

nO custo de transformação das máquinasdepende bastante da nova arquitetura adotadapara os computadores, que podem ser:cliente-servidor e ponto-a-ponto;

nNa arquitetura cliente-servidor é montado umcomputador especial (servidor) e proporcionalà quantidade de clientes que serãoempregados no laboratório de informática.Este computador deverá ser um equipamentonovo e robusto, pois nele se concentrará todoo processamento e armazenamento desoftwares e dados. Nesta arquitetura, o customédio fica em torno de R$ 3 a R$ 5 mil;

nNa arquitetura ponto-a-ponto, oprocessamento é descentralizado e cadacliente deve garantir o armazenamento do seusistema e de seus dados. Para isso, há umcusto adicional com discos rígidos e eventuaissubstituições de memória RAM em cadaequipamento, que pode superar os R$ 5 mil;

nO sistema operacional existente na máquina eo seu meio de armazenamento não sãoaproveitáveis e devem necessariamente serdestruídos. Um novo sistema operacionaldeverá ser instalado nos equipamentos paraque eles atendam a sua nova demanda;

n A conversão é relativamente simples. Énecessário um conhecimento básico daarquitetura de hardware dos equipamentos;

n Só devem fazer a conversão profissionais comcursos de montagem e manutenção demicrocomputadores e que tenham algumconhecimento de sistemas operacionais.

Curiosidades sobre a conversão de caça-níqueis em computadores

Rodney, ao lado de Alice Freire, apresenta projeto no MP

Slide do Virando o Jogo: inclusão digital como foco

>

Uma iniciativa que deu certo

Convênioviabiliza núcleocontra tráficohumano no MP

OMinistério Público de Goiás firmouconvênio com o Ministério da Justiça paraa instalação, em sua sede, do Núcleo deEnfrentamento ao Tráfico de Pessoas noEstado. O acordo, firmado em junho, pre-vê a elaboração de um plano de ações, quejá está sendo adequado à realidade deGoiás, além da contrapartida de R$ 100 milpor ano do Ministério da Justiça para a exe-cução das atividades previstas no PlanoNacional de Enfrentamento ao Tráfico dePessoas. A parceria entre as entidades foifeita como uma das ações do ProgramaNacional de Segurança Pública com Cida-dania (Pronasci).

Coordenador do Centro de ApoioOperacional (CAO) do Cidadão, MarceloCelestino explica que o núcleo em Goiásatuará em três eixos estratégicos, que são aprevenção e orientação à população, oatendimento e assistência às vítimas e a co-laboração na definição de políticas públicasde repressão ao tráfico humano, para mu-dar a realidade de Goiás. Para desenvolveresse trabalho, será montada uma estruturafísica, integrada pela sede do núcleo, noprédio do MP, e por postos avançados a se-rem instalados no Terminal Rodoviário deGoiânia e no Aeroporto Santa Genoveva.

“O núcleo no Estado será instaladocom um diferencial. É o único em todo oPaís que será coordenado pelo MinistérioPúblico”, detalha. Para a execução das ati-vidades previstas no plano de ação, salientaMarcelo Celestino, servidores e membrosdo MP, além de agentes das entidades par-ceiras, vão participar de cursos de qualifica-ção e orientação. “A população, principal-mente as mulheres, vítimas freqüentes dealiciadores, também receberão orientações,por meio de seminários, campanhas na mí-dia e distribuição de panfletos e folders.”

Para desenvolver as ações, o MP contacom parcerias consideradas essenciais, co-mo as do Ministério Público Federal, daPolícia Federal, Ministério Público do Tra-balho, Polícias Civil e Militar, SecretariasEstadual de Cidadania, da Mulher, de Tu-rismo e do Trabalho, secretarias munici-pais, além de organizações não-governa-mentais com trabalho voltado às mulheres.

Um dos desafios do MP, revela Mar-celo Celestino, é a formatação e a centra-lização de um banco de dados, que per-mitirá or acesso aos dados de todas asentidades que trabalham diretamentecom a questão do tráfico de pessoas.Duas reuniões para definição de parce-rias e formatação do plano de ação já fo-ram realizadas neste ano. O espaço paraabrigar o núcleo no prédio do MP já foidefinido. A sala deverá ter condições defuncionar até o fim do ano.

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6 GOIÃNIA, OUTUBRO DE 2008

> ENTREVISTA ~ PATRÍCIA TEIXEIRA GUIMARÃES

CONSTRUINDO CIDADANIA>Veja algumas das ações realizadas pelo projeto do Entorno do DF

n Reunião no Ministério da Justiça/Secretaria de Direito Econômico para estruturaçãodos Procons nos municípios do Entorno;

n Assinatura de portaria conjunta de atuação entre o MP-GO e o MPDFT;n Ações conjuntas entre os promotores de justiça de Novo Gama e de Santa Maria

(DF) com o objetivo de reestruturar a Feira do Pedregal, além de ações voltadas parao combate aos ferros-velhos na região;

n Reuniões com o Tribunal de Justiça de Goiás para buscar a melhoria da estrutura doPoder Judiciário no Entorno;

n Aprovação da lei que criou os cargos de assessores para as promotorias de entrânciainicial (caso do Entorno);

n Criados cargos de assessores para todas as promotorias do Entorno;n Criada e instalada a zona eleitoral de Cidade Ocidental;n Parceria com o Ministério das Cidades para promoção da regularização urbanística e

ambiental dos municípios do Entorno;n Autorizada a realização de concurso público regionalizado para a

Polícia Civil com previsão de 112 vagas para delegados, 200 para escrivães e 300 para agentes de polícia;

n Também autorizado concurso para preencher 400 vagas de agente prisional, 84para peritos da polícia técnico-científica e outras 49 vagas para auxiliar de autópsia,com compromisso de reestruturação dos Núcleos Regionais de Luziânia e Formosa, eimplantação de um Núcleo em Águas Lindas;

n Adotadas ações junto ao Estado de Goiás para a retomada das obras do Centro deInternação Regional de Formosa;

n Reuniões com a Secretaria Estadual de Saúde e com o Ministério da Saúdepara discutir a conclusão dos hospitais de Novo Gama, Santo Antônio doDescoberto e Valparaíso;

n Encaminhamento à Assembléia Legislativa de projeto de lei ampliando a estrutura daspromorias de justiça do Entorno.

‘Projeto do Entorno é um fiode esperança para população’E m agosto deste ano, completou um ano que o projeto do Entorno do Distrito Federal,

idealizado pelo Ministério Público de Goiás e coordenado pelos promotores de justiçaPatrícia Teixeira Guimarães e Marcus Antônio Ferreira Alves, foi apresentado aos

promotores da região e ao procurador-geral de Justiça, Eduardo Abdon Moura. Neste período,

parcerias e convênios foram firmados com diversas instituições estaduais e nacionais, sugestõesforam acolhidas e inseridas ao projeto inicial e, com isso, 271 ações em várias áreas foramformatadas para serem executadas nos próximos dois anos. Nesta entrevista, PatríciaGuimarães dá detalhes sobre a estruturação do projeto e o início de sua execução.

Como tem evoluído o projeto pa-ra o Entorno do Distrito Federal?

Após a apresentação inicial dasações, em agosto de 2007, o projeto re-cebeu sugestões dos coordenadores dosCentros de Apoio Operacional e de al-guns promotores de justiça da região.Com o auxílio do superintendente deInformática do MP, Frederico Guedes,as ações propostas foram estruturadasna forma de projeto. Superada esta fasee reconhecendo a complexidade dosproblemas da região, o passo seguintefoi buscar parcerias. Durante esta etapa,várias alterações foram realizadas paraque as sugestões dos parceiros fossemincorporadas ao projeto. Foi nesta fase,inclusive, que o projeto passou a integraro Programa Nacional de Segurança Pú-blica com Cidadania (Pronasci), do go-verno federal. O programa tem comoprioridade a prevenção e visa atingir ascausas sociais da violência e criminalida-de em áreas de conflito, sem excluir es-tratégias de repressão ao problema. To-das estas etapas resultaram na formata-ção de 271 ações no projeto.

Quando as ações começarão aser executadas?

Oficialmente, a realização das 271ações previstas no projeto teve inícioem agosto deste ano e vão se estenderpelos próximos dois anos. Apesar disso,várias outras ações foram executadasdurante o primeiro ano de estruturaçãodo projeto. Para os próximos meses,pretendemos continuar acompanhandotodas as ações do Pronasci nos municí-pios contemplados. Depois de aprova-do no Colégio de Procuradores de Justi-ça do MP, já foi encaminhado à Assem-bléia Legislativa projeto de lei comple-mentar que cria novas promotorias dejustiça e cargos em quadros de serviçosauxiliares do MP na região do Entorno,assim como eleva a entrância de algu-mas das promotorias, aprimorando ascondições de trabalho dos promotores,o que resultará, de conseqüência, emmelhoria no acesso da população. OMP-GO integrará ainda o projeto do

Ministério Público do Distrito Federal eTerritórios (MPDFT) de prevenção co-munitária ao crime, à violência e ao usode drogas, em parceria com o Ministé-rio da Justiça e o Escritório das NaçõesUnidas contra Drogas e Crime(UNODC). Os municípios goianostambém serão contemplados pelo pro-jeto do MPDFT. Há também a previsãode implantação de dois presídios regio-nais para jovens infratores em ÁguasLindas e Novo Gama e a entrega dasobras de reforma e ampliação das uni-dades prisionais de Santo Antônio doDescoberto, Novo Gama e Valparaíso.

Quais os parceiros conseguidospelo projeto?

Foram formalizadas parcerias como Ministério Público do Distrito Federale Territórios, Ministério da Justiça (como Pronasci), Secretaria Nacional de Justi-ça e Ministério das Cidades. Além disso,são apoiadores do projeto os governosde Goiás e do DF, Tribunal de Justiça,Secretarias Estaduais de Saúde, de Cida-dania e Educação, prefeituras dos mu-nicípios do Entorno, OAB-GO, Secre-taria Nacional Antidrogas, Tribunal deContas dos Municípios e do Estado, As-sociação Goiana do Ministério Público,Assembléia Legislativa, entre outros.

As parcerias e convênios já pro-duziram resultados?

O resultado desses apoios e colabo-rações até o momento é extremamentepositivo. Durante este ano de estrutura-ção, o projeto do Entorno foi inseridono Pronasci e foram firmados convê-nios com o Ministério da Justiça para aimplantação no MP-GO do Laborató-rio de Tecnologia contra a Lavagem deDinheiro e para a reativação do Núcleode Enfrentamento ao Tráfico de Pes-soas. Um termo de cooperação técnicaentre o Ministério Público de Goiás e o1º Distrito Regional da Polícia Rodoviá-ria Federal foi estabelecido com o objeti-vo de promover medidas necessárias àprevenção e repressão de delitos pratica-dos no Entorno. Estas são apenas algu-

mas das parcerias já definidas (confira maisações no quadro).

Como foi a acolhida da popula-ção ao projeto?

Após a decisão do Ministério daJustiça de incluir o projeto do Entornodo DF no Pronasci, a coordenação pas-sou a acompanhar todas as ações do Mi-nistério da Justiça na região. A equipetécnica do Pronasci-Entorno realizoureuniões em Luziânia, Formosa, Planal-tina, Novo Gama, Valparaíso, CidadeOcidental e Águas Lindas para prepararos municípios para as ações do progra-ma. Todas as reuniões foram acompan-hadas pelo MP, que também apresentouo projeto do Entorno à população.Nesses encontros, foi possível percebera falta de esperança e a revolta da comu-nidade diante de tanta omissão em rela-ção aos problemas enfrentados na re-gião. Também foi a oportunidade paramostrar que as ações do projeto vãoatingir os maiores dilemas do Entorno,como carência absoluta dos serviços desaúde, loteamentos irregulares, violência,prostituição infanto-juvenil, tráfico e de-pendência de drogas, transporte coleti-vo, entre outros. O projeto representaum fio de esperança e, por isso, teve boareceptividade da população.

Qual foi a repercussão da imple-mentação do projeto?

A iniciativa foi muito bem recebidaem Goiás, Distrito Federal, principal-mente nos Ministérios da Justiça, Saúde,Cidades, e pela comunidade. No casoparticular do Ministério da Justiça, foicomentado que o MP-GO estava inau-gurando uma nova era no País, de umMinistério Público extremamente ativoe ligado às causas sociais. A repercussãofora de Goiás foi tão positiva que, emjunho, promotores e procuradores dejustiça do Espírito Santo, São Paulo,Santa Catarina, Tocantins, Distrito Fede-ral e Rondônia estiveram no MP-GOpara conhecer o projeto do Entorno, aforma de atuação com o Ministério daJustiça e como eles poderiam estabelecerparcerias semelhantes.

O que você apontaria como dife-rencial deste projeto?

Sua finalidade não é apenas diminuiros índices de criminalidade, mas propor-cionar melhoria das condições de vida,de cidadania da população do Entorno,fomentando e coordenando ações emdiversas áreas, como defesa do cidadão,infância e juventude, consumidor, patri-mônio público, combate às organiza-ções criminosas. O projeto busca aindaresgatar a dignidade das comunidades esolidificar a credibilidade das institui-ções, a começar pelo Ministério Público.

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GOIÃNIA, OUTUBRO DE 20087GIRO MP>

LEI MUNICIPAL ASSEGURA ACLIENTE ESPERA MÁXIMA DE20 MINUTOS EM AGÊNCIASBANCÁRIAS DE ITUMBIARA

Está em vigor desde o dia 26 de agosto, em Itum-biara, região sul do Estado, a lei municipal que determi-na o tempo máximo de 20 minutos, em dias úteis nor-mais, para atendimento de clientes nas agências bancá-rias da cidade. O prazo pode se estender para 30 minu-tos em vésperas de feriado ou até um dia após o reces-so. Os bancos que não cumprirem a lei vão estar sujei-tos a multas e poderão ter os alvarás de funcionamentocassados pela prefeitura. A previsão de multa pelo des-cumprimento varia de R$ 213 a R$ 3 milhões que, seaplicadas, serão destinadas ao Fundo Municipal de De-fesa do Consumidor. Segundo o promotor de justiça daCuradoria de Defesa do Consumidor, Reuder Caval-cante Motta, um dos incentivadores da aprovação dalei, os bancos terão que instalar máquinas no início dafila. Ele informa que as máquinas vão emitir um boletoindividual com data e hora e, assim que for recebido nocaixa, o cliente poderá entregar o documento ao aten-dente. Em seguida, o funcionário do banco deverá assi-nar o boleto, escrever a hora de chegada ao caixa e ocliente saberá o tempo que ficou aguardando para seratendido. As agências têm 90 dias para se adaptar às no-vas regras. A implantação de sistema semelhante emGoiânia está em estudo.

MP CONSEGUE ORDEM PARA MUNICÍPIO DE GOIÂNIA FISCALIZARCOMÉRCIO DE DVDSE CDS PIRATAS

O juiz da 2ª Vara da Fazenda PúblicaMunicipal, Fabiano Abel de Aragão Fer-nandes, concedeu liminar pedida pelo Mi-nistério Público em ação civil pública edeterminou ao Município de Goiânia quepromova à fiscalização e adote as demaismedidas cabíveis para coibir a pirataria deCDs, DVDs e similares na capital. A açãofoi ajuizada sob coordenação dos Centrosde Apoio Operacional do Consumidor eCriminal, que constataram a crescenteviolação da propriedade intelectual na ci-dade por meio da comercialização de pro-dutos falsificados em espaços públicos, aexemplo das feiras livres, camelódromos elocais públicos e a inércia da Prefeituradiante desses fatos.

A ação sustenta que, não exercendo oMunicípio seu poder de polícia, os produ-tos pirateados vinham sendo comerciali-zados à luz do dia, sem nenhum impedi-mento, embora o fato seja consideradocrime (artigo 184, Código Penal). Deacordo com o sustentado pelo MP, estecomércio fere a garantia de que os produ-tos adquiridos pelos consumidores ten-ham padrões adequados de qualidade, se-gurança, durabilidade e desempenho. Naação, é apontado ainda o não-cumprimen-to do Termo de Cooperação e Ajuste Téc-nico para Distribuição de Competênciasno Combate à Pirataria de DVDs/VHSnas Empresas de Locação e Venda de Ví-deo do Estado de Goiás, termo que deve-ria ser fiscalizado pela Secretaria Munici-pal de Fiscalização Urbana. O descumpri-mento da ordem de fiscalização acarretarámulta diária de R$ 10 mil.

PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA EXPEDERECOMENDAÇÃO SOBRE NEPOTISMO Tendo em vista a edição pelo Supremo Tribunal Federal (STF) da SúmulaVinculante nº 13, vedando o nepotismo nos três Poderes, o procurador-geralde Justiça de Goiás, Eduardo Abdon Moura, expediu, no início de outubro,recomendação aos órgãos públicos estaduais reforçando a proibição dacontratação de parentes de autoridades para cargos em comissão naestrutura administrativa do Estado e dando prazo de 30 dias para demissãode quem estiver em situação irregular, se houver. A advertência, de caráterpreventivo, conforme explicou o procurador-geral à imprensa (foto) foi feitaao Poder Executivo, ao Tribunal de Justiça do Estado, à AssembléiaLegislativa e aos Tribunais de Contas (TCE e TCM) e inclui ainda aschamadas situações de nepotismo cruzado, que ocorre quando dois agentespúblicos empregam parentes um do outro como troca de favor e até paraburlar a proibição. Para garantir a fiscalização do cumprimento darecomendação, o Ministério Público disponibilizou em seu portal na internet(www.mp.go.gov.br) um banner específico para denúncias de nepotismo, quepode ser acessado na página principal. As informações serão recebidas peloCentro de Apoio Operacional do Patrimônio Público. A providência tomadapelo procurador-geral reforça as estratégias de combate ao nepotismoadotadas pela instituição desde abril de 2006, quando foi deflagrada umaofensiva no Estado e nos municípios visando impedir a contratação deparentes de autoridades de forma irregular. Com a decisão do STF, o MPdecidiu intensificar as ações, agora respaldado por um entendimento judicialamplamente favorável. A ofensiva conseguiu a demissão de mais de 1,5 milservidores em situação irregular em todo o Estado, até dezembro de 2007.

PARCERIA MARCA INÍCIO DE AÇÕES PARACOMBATER TRABALHO INFANTIL NOTURNO Reforçar o combate ao trabalho infantil noturno, visando erradicar esse tipode exploração. Esse é um dos objetivos da parceria firmada em 7 de outubroentre o Ministério Público de Goiás, a Superintendência Regional do Trabalhoe Emprego, a Secretaria de Cidadania, a Associação dos Bares eRestaurantes de Goiás (Abrasel) e outras 22 entidades que compõem a redede atendimento à criança e ao adolescente. A celebração do termo decooperação técnica marcou a abertura do seminário “Diga não ao trabalhoinfantil noturno”, realizado no auditório do MP durante toda a tarde, quandofoi lançada a campanha insitucional de mesmo nome. Pelo MP, assinaram odocumento o procurador-geral de Justiça, Eduardo Abdon Moura, e ocoordenador do Centro de Apoio Operacional da Infância e Juventude,Everaldo Sebastião de Sousa (foto). A medida pretende restringir, principalmente, a entrada e a permanência de crianças e adolescentesque comercializam alimentos ou quaisquer outros objetos em bares e restaurantes na Região Metropolitana de Goiânia. A cooperaçãoentre os organismos e as instituições deverá servir de instrumento de ação direta, comunicação e sensibilização da população em geralsobre o problema. Durante a cerimônia, houve também o lançamento de CD com vinhetas de rádio sobre a campanha, com mensagensque procuram conscientizar sobre os perigos e as graves conseqüências do trabalho noturno de crianças e adolescentes.

CATALÃO JÁ TEM SEDEPRÓPRIA PARA MPA população de Catalão conta, desde o dia26 de setembro, com um local específico parao atendimento pelo Ministério Público nacidade. Nesta data, foi inaugurada a sedeprópria das Promotorias de Justiça da comarca,em solenidade que contou com a presença doprocurador-geral de Justiça, Eduardo AbdonMoura, dos promotores da comarca, RoniAlvacir Vargas, Fábio Santesso Bonnas eFernando Gomes Rosa (em auxílio), doprefeito, Adib Elias, servidores do MP, assessoresda Procuradoria-Geral de Justiça, promotoresde outras comarcas, vereadores, entre outrasautoridades. Na foto, a fita inaugural édescerrada pelo procurador-geral, o promotorRoni Alvacir e o prefeito Adib Elias. Com 560metros quadrados (m²) de área construída,num terreno de 1.020 m², a nova sede do MPem Catalão foi edificada em terreno doadopela prefeitura, no Centro da cidade.

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8 GOIÃNIA, OUTUBRO DE 2008

> CAMPANHAS INSTITUCIONAIS

Movimento ‘O que você tem a ver com a corrupção?’ é levado às comarcas do interior

Concebido como um projetonacional pelo Ministério Pú-blico brasileiro, o movimento

“O que você tem a ver com a corrup-ção?”, já lançado em âmbito estadual,iniciou sua “municipalização” emGoiás a partir de 22 de setembro. Estadata, na qual se comemora o Dia Esta-dual de Mobilização pela Garantia dosDireitos de Cidadania, marcou o lança-mento do projeto pelo MP de Goiásna grande maioria das comarcas do in-terior. Em algumas delas, um ato sole-ne marcou a deflagração do movimen-to. Em outras, o MP foi às ruas, pro-movendo passeatas ou adesivaços. Emoutra vertente, promotores estão pro-ferindo palestras sobre assunto na redede ensino, para alunos dos ensinosfundamental e médio. Na avaliação ge-ral, a mensagem do movimento temencontrado respaldo da população.

A municipalização integra a segun-da etapa da campanha, que teve iníciocom o lançamento oficial em Goiânia,em 16 de junho. Nesta fase, o objetivoé deflagrar o trabalho de conscientiza-ção da população no interior de Goiás,incentivando principalmente crianças eadolescentes - público-alvo da cam-panha – a combater a corrupção pormeio de ações honestas, éticas e trans-parentes no dia-a-dia. Cada comarcarecebeu um kit com o material educati-vo da campanha, composto por ban-ners, cartilhas, camisetas e adesivos, pa-ra ser distribuído de acordo com o nú-mero de habitantes do município.

Segundo o coordenador do pro-jeto em Goiás, Umberto Machadode Oliveira, tanto no interior quanto

na capital, a campanha terá caráterininterrupto. Conforme ressalta, asidéias que surgirem durante a realiza-ção do projeto serão analisadas e in-corporadas ao movimento. “Portan-to, no caso das comarcas, os promo-tores de justiça poderão buscar par-ceiros locais para a divulgação domovimento nos municípios, assimcomo foi feito em Goiânia. Aindamais pelo tema se tratar de umaquestão nacional, já que o ConselhoNacional de Procuradores-Geraisdos MPs (CNPG) institucionalizou acampanha. Então, é um movimentoque deve ser feito de forma articula-da. E os colegas têm que se engajarno processo”, observa.

Outra ação do Ministério Públicoé a realização de um congresso inter-nacional sobre corrupção. A data jáestá definida: 8 e 9 de dezembro desteano, no auditório do edifício-sede doMP. A intenção do evento é discutir te-

mas de caráter científico relacionados àquestão da corrupção e à improbida-de, visando principalmente identificarfalhas e aperfeiçoar a legislação exis-tente na área. “Existem mais de 50propostas no Congresso Nacional arespeito do tema corrupção. Pretende-mos falar sobre isso e o que pode serfeito para que novas leis sejam criadasno combate aos atos corruptos”, escla-rece. Umberto informa que todos osparceiros da campanha “O que vocêtem a ver com a corrupção?” serãoconvidados a participar do debate.

A campanha na capital caminhaagora para a fase de implementaçãodas parcerias já firmadas, ressalta Um-berto Machado. Um dos mais recentesapoios foi o do Goiás Esporte Clube,para divulgação das ações da campan-ha, a exemplo do que ocorreu antes dapartida com o Cruzeiro pelo Campeo-nato Brasileiro, no dia 2 de novembro,no Estádio Serra Dourada.

Crianças e adolescentes divulgam campanha no estádio

Em Silvânia, passeata contra a corrupção; em Pires do Rio, teatro: população engajada

‘Votar pra Valer!’ mobilizaeleitores e candidatos em todo o Estado

Um total de 958 banners, 72 mil cartilhas, 5 mil cartazes, 10 vinhetas pararádio e 2 VTs para televisão. Todo este material foi produzido pelo MinistérioPúblico de Goiás, com apoio do Tribunal Superior Eleitoral, TRE-GO, Mi-nistério Público de Contas, Ministério Público Federal (MPF) e Tribunal deContas dos Municípios (TCM), para divulgação da campanha Votar Pra Va-ler! nos 246 municípios goianos. Mobilizadas pela iniciativa, Promotorias deJustiça da capital e do interior atenderam ao chamado institucional e movi-mentaram as comarcas com a divulgação do projeto. A campanha foi levadaà população e aos candidatos durante todo o mês de setembro, antecedendoas eleições municipais de 5 de outubro.

No saldo geral, contabiliza a coordenadora do Centro de Apoio Opera-cional (CAO) do Patrimônio Público, Marlene Nunes Freitas Bueno, uma dasidealizadoras do Votar pra Valer!, foi significativa e positiva a receptividade àmensagem da campanha. O objetivo principal da iniciativa foi tanto o deconscientizar o eleitor sobre a importância de um voto ético e de qualidade,quanto incentivar o candidato a uma nova postura, assumindo compromis-sos com a execução de políticas públicas voltadas para assegurar dignidade ecidadania a toda a população. Em boa parte dos municípios onde foi lançada,a proposta conseguiu a adesão dos candidatos ao pleito municipal.

Em Goiânia, por exemplo, os quatro prefeitáveis – Iris Rezende, SandesJúnior, Gilvane Felipe e Martiniano Cavalcante – firmaram o compromissoda campanha, comprometendo-se “a respeitar a cidadania e agir de acordocom a ética e a lei”, conforme destaca Marlene Nunes. Apesar de a aceitaçãopor parte dos candidatos a vereador na capital não ter sido ampla, a coorde-nadora do CAO salienta o fato de que três dos eleitos – Francisco Vale Júnior,Cidinha Siqueira e Negro Jobs – entenderam a importância da proposta doMP e a ela aderiram.

A promotora lembra que, por ter uma finalidade educativa, a campanhado MP não se esgota nas eleições deste ano. Segundo enfatiza, a intençãomaior é tentar mudar toda uma cultura política e isso não é feito em curtoprazo. Por isso, o material da campanha tem sido distribuído desde agosto emescolas, universidades, órgãos públicos, terminais rodoviários e, claro, nasPromotorias de todo o Estado, de forma proporcional à população e ao nú-mero de eleitores de cada município. A intenção é atingir o maior número depessoas possível. “O material enfatiza que o voto do eleitor é a medida maiseficaz contra a corrupção, a desonestidade e qualquer conduta ilegal e antiéti-ca por parte dos candidatos”, observa Marlene. Ela lembra que a cartilha, porexemplo, chama a atenção do eleitor para verificar a formalização do com-promisso público entre o MP e o candidato.

A campanha Votar Pra Valer! teve ainda uma estratégia preventiva, quefoi o de impedir o uso da máquina administrativa nas campanhas político-partidárias. Desta forma, todos os promotores de Goiás foram orientados aacompanhar as contas públicas em 2008, sobretudo as despesas dos dois últi-mos meses do ano. Os promotores vão conferir minuciosamente os gastospara detectar eventuais abusos, o que poderá resultar na propositura de açõesde improbidade e, eventualmente, até em processos para cassação de eleitos.

Auditório do MP sedia assinatura de compromissodo Votar pra Valer! por candidatos de Goiânia

Divulgação Goiás EC