novembro 2012

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APOSENTADOS Palestra trata de qualidade de vida UM NOVO OLHAR Inclusão no ensino regular CONVÊNIO ASSINADO Associados poderão usar piscinas do Tênis Clube ATIVIDADES NAS ESCOLAS Dia das Crianças e homenagens Direito de terço de férias assegurado na Justiça ANO 3, NÚMERO 27 - CANOAS, NOVEMBRO DE 2012 Protestos contra a discriminação do Ensino Infantil Sinprocan dá voz aos professores do Ensino Infantil, que estão recebendo tratamento diferenciado em relação aos colegas do Fundamental.

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Page 1: Novembro 2012

aposentados

palestra trata de qualidade de vida

um novo olhar

Inclusão no ensino regular

convênIo assInado

associados poderão usar piscinas do tênis clube

atIvIdades nas escolas

dia das crianças e homenagens

Direito de terço de férias assegurado na Justiça

ANO 3, NÚMERO 27 - CANOAS, NOvEMbRO DE 2012

Protestos contra a discriminação do Ensino Infantil

Sinprocan dá voz aos professores do Ensino Infantil, que estão recebendo tratamento diferenciado em relação

aos colegas do Fundamental.

Page 2: Novembro 2012

edItorIal

professor, uma carreira em extinçãoNo dia 14 de outubro, véspera do

Dia do Professor, o jornal Zero Hora abordou o drama que viverá a socie-dade brasileira em um futuro não mui-to distante, com a extinção da carreira dos professores. Este é um problema já detectado pelo Sinprocan, e já foi tema de campanha do Sindicato na década de 90, logo após a sua fun-dação.

Com o título “Quem ensinará nos-sos netos?”, a jornalista Rosane de Oli-veira analisou os motivos que levam os estudantes a não escolherem, em sua grande maioria, seguir a carrei-ra de professor. “É chocante consta-tar que nas salas de aula do Ensino Médio é cada vez mais raro encontrar um aluno que queira ser professor. Faculdades estão fechando cursos de formação de professores por falta de interessados. Professores com anos de experiência trocam de emprego porque recebem mais em outra ativi-dade”, salienta a jornalista.

O Sinprocan luta, desde 1993, por melhores condições de trabalho e por

valorização dos profissionais da educa-ção canoense, e acompanha de perto este desmonte no ensino causado por sucessíveis governos que devem ser responsabilizados diretamente pelo caos que a área se encontra. Portanto, tem propriedade para apontar as cau-sas do sucateamento da educação.

É HORA DE MUDANÇAS DE VERDADE

As eleições municipais foram finali-zadas e a população canoense decidiu renovar o voto de confiança ao Sr. Pre-feito por mais quatro anos. O Sindica-to, ao cumprimentar o Sr. Prefeito pela reeleição, vem a público reiterar suas posições frente à sua administração.

Passados quatro anos, os profissio-nais da educação pouco têm para co-memorar. Há muito pouca esperança na mudança prometida e reprometida. O que mudou, até agora, não agrada os professores e demais profissionais de educação. O diálogo e as vias ad-ministrativas estão sendo esgotados. O Sinprocan sempre deixou espaço

aberto para que a Administração fa-lasse direto aos professores e buscas-se as soluções necessárias e urgentes. Os resultados de todas as tratativas até agora são insuficientes. O plano de carreira ainda não sofreu as ade-quações necessárias!

Pouco foi feito.Os professores do Ensino Funda-

mental e Infantil aguardam ansiosos que o Prefeito faça estas melhorias com urgência.

As melhorias no Ensino devem co-meçar pelo elo mais frágil da cadeia neste momento: os professores. So-mente com salário e tratamento dig-nos poderemos transformar escolas em locais que vão construir os cida-dãos que sonhamos para o futuro.

Não haverá uma cidade melhor se o atual governo não devolver a digni-dade ao professor. O Sinprocan estará sempre atento e não medirá esforços para que isso aconteça.

A Diretoria.

aposentados

palestra trata de qualidade de vida

um novo olhar

Inclusão no ensino regular

convênIo assInado

associados poderão usar piscinas do tênis clube

atIvIdades nas escolas

dia das crianças e homenagens

Direito de terço de férias assegurado na Justiça

ANO 3, NÚMERO 27 - CANOAS, NOvEMbRO DE 2012

Protestos contra a discriminação do

Ensino Infantil

Sinprocan dá voz aos professores do

Ensino Infantil, que estão recebendo

tratamento diferenciado em relação

aos colegas do Fundamental.

Reunião do Conselho Sindical

A próxima reunião do Conselho Político Sindical, composto por representantes de escolas, será realizada no dia 20/11/2012, na sede do Sinprocan. Às 17h30min reunião do Ensino Fundamental e, às 19h30min, com representantes do Ensino Infantil.

SINDICATO DOS PROFESSORES MUNICIPAIS DE CANOAS

SINPROCAN

EDITAL DE CONVOCAÇÃO

ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA

A Diretoria do Sindicato dos Professores Municipais de Canoas, no uso de suas atri-buições, CONVOCA, todos os associados em dia com suas obrigações para Assem-bléia Geral Ordinária, no dia, local e horário bem como o motivo especificado abaixo:

Data: 28/11/2012Horário: 1ª chamada – 19h 2ª chamada – 19horas 30Local: Auditório do SINPROCAN (Rua

XV de Janeiro, 121, sala 202, Centro, Ca-noas)

PAUTA: Apreciação da Previsão Orça-mentária para 2013

Jari Rosa de OliveiraPresidente

Page 3: Novembro 2012

Motivo de luta histórica por parte do Magistério, a medida judicial proposta pelo Sinprocan contra o Município de Canoas no ano de 2011 vi-sando assegurar o direito de todos os professores recebe-rem o abono de férias (terço de férias) sobre os 30 dias de recesso foi julgada proceden-te pela Justiça. A publicação da sentença foi realizada no dia 30 de outubro.

O jornal A Voz do Profes-sor consultou o assessor ju-rídico do Sinprocan, o advo-gado Antão Alberto Farias, e publica as principais dúvidas dos educadores quanto ao assunto. Aqueles que tiverem dúvidas sobre a matéria po-dem entrar em contato com o Sinprocan ou com a asses-soria jurídica pelos telefones 3466.1229 e 3472.7470 ou por meio de correio eletrôni-co [email protected].

Quem tem direito de receber o terço de férias incidente sobre o recesso?Todos os professores lotados nas escolas que anualmente usufruem das férias e do re-cesso escolar.

Os professores que es-tão lotados em setores das escolas serão beneficiados com a decisão judicial? Se o professor tem obtido fé-rias e o recesso, então terá direito.

Os integrantes da equi-pe diretiva terão direito? A decisão abrange todos os professores lotados nos esta-belecimentos de ensino, po-dendo ser redimensionada tal abrangência se o Município de Canoas tiver uma regula-mentação que determine que a equipe diretiva por exercer função de confiança não usu-frua do recesso escolar, mas apenas das férias de 30 dias.

Professores que se aposentaram têm direito? A sentença beneficiará todos os professores que estavam

em atividade nos últimos cinco anos, tendo direito de receber proporcionalmente ao tempo trabalhado ou in-tegralmente, dependendo da época em que se jubilou.

Os professores exone-rados terão direito? Sim, os professores que se exoneraram ou foram exo-nerados no lapso temporal de abrangência da sentença terão direito de receber, po-dendo receber o valor inte-gral ou proporcional, depen-dendo da época em que se desligou do serviço público.

Os professores da edu-cação infantil terão direito? A sentença não excetua, portanto os professores lota-dos nas escolas de Educação Infantil, também terão direi-to a receber o terço de férias sobre o recesso escolar.

Qual o período que será considerado? A decisão retroagirá em cin-co anos, contado da data em que foi proposta a medida judicial, pois este é o lapso prescricional. Assim, o marco inicial será no ano de 2006.

Professores que não são sócios do sindicato serão beneficiados com a sentença proferida na medida judicial proposta pelo Sinprocan? Sim, o sindicato represen-ta toda a categoria, logo os professores associados e os que não são sócios terão seus direitos tutelados pela mesma sentença.

Os professores que in-gressaram com ações in-dividuais e não tiveram o reconhecimento de todo período também será be-neficiado com a decisão? Sim, todos os professores estarão sendo beneficiados.

Como o sindicato saberá quem tem direito a receber? Visando resguardar o direito

de toda categoria, já foi re-querido ao Juiz que preside o feito, que determinasse ao Município anexar ao pro-cesso à relação de todos os professores da rede que es-tavam ativos nos últimos cin-co anos. Tal relação já está anexada ao processo.

Há necessidade de en-trar com o processo indi-vidualmente? Os professores que ingressa-ram com processos individu-alizados tendem a receber os valores com maior brevidade que aqueles que aguardarem o processo coletivo. Logo a propositura de ações indivi-duais só é recomendada aos professores que têm interes-se em receber os valores em menor espaço de tempo.

Por que os professores que ingressaram ou in-gressarem com ações in-dividuais receberão mais rápido que os professores que aguardarem a ação coletiva? Ocorre que o universo de pro-fessores que serão beneficia-dos na ação coletiva compre-ende toda a categoria, assim a complexidade dos cálculos para determinar o valor que cada um terá direito a receber será maior, pois haverá mui-tas particularidades que serão consideradas e que ensejarão impugnações. Também há de ser considerado o valor que cada um terá direito a receber, pois nas ações individualiza-das os valores serão menores e deverão ser pagos por meio de RPV, que são pagos em até seis meses após à justiça determinar que o Município pague, enquanto os valores apurados em liquidação de sentença na ação coletiva ten-dem a ser maior, ensejando o pagamento por meio de pre-catório, cujo pagamento de-pende de previsão orçamentá-ria e os pagamentos tendem a ser mais demorados. Atual-mente, o Município de Canoas está pagando precatórios com

atraso de até cinco anos.

Se tiver processo indi-vidual terá direito de re-ceber duas vezes? Não tem direito a receber duas vezes, mas poderá acontecer de receber uma parte dos valores em cada processo, dependendo do período de abrangência de cada decisão judicial.

Quem estava na sala de aula um período e de-pois saiu durante esse tempo receberá propor-cional ao tempo? Sim, por isso que deverão ser levadas a efeito as par-ticularidades de cada pro-fessor, razão pela qual será moroso o cálculo para deter-minar quanto cada professor terá para receber.

O professor que esta-va desdobrando e que no mês de dezembro teve suspenso o desdobro tem direito de receber? Sim, nestes casos o cálculo para determinar o valor leva em consideração a média de meses que ocorreu o desdo-bramento.

É possível determinar o valor aproximado que cada professor terá para receber? Sim, basta que o professor tenha como parâmetro o va-lor recebido do abono relativo aos 30 dias de férias e mul-tiplica pelo número de anos abrangido pela sentença que é de 05 (cinco) anos. Esse va-lor será acrescido de juros de meio por cento ao mês e será corrigido com base no índice da caderneta de poupança, até o efetivo pagamento.

Por que com a aprovação do Plano de Carreira não te-mos mais esse direito? Atualmente, a Justiça só re-conhece o direito de receber o terço de férias, incidente sobre o recesso escolar aos professores que têm tal pre-

visão contida no plano de carreira ou em outra legis-lação própria. Considerando que atualmente o plano de carreira não faz tal previ-são, então em tese não há previsão legal a nível muni-cipal do estabelecimento de recesso escolar para os pro-fessores.

Quando será realizado o pagamento? Ainda não há previsão de quando será efetuado o pa-gamento, pois o processo apenas teve a decisão de primeiro grau. Possivelmen-te, a sentença será objeto de recurso para o Tribunal de Justiça, que só deverá julgar o recurso a partir do segundo semestre de 2013. Após o julgamento do recur-so, se não houver interposi-ção de novo recurso, então o processo retorna para a comarca de origem, para ser processada a Liquidação de Sentença, que deverá ser re-alizada por perito, momento em que será calculado o va-lor que cada um terá direito em receber. Uma vez apu-rado o valor, não havendo impugnações, então será homologado o cálculo. Com a homologação do cálculo, será procedida a Execução da Sentença, durante esta fase processual poderá ser oponível por embargos à execução. Definida a exe-cução de sentença, chega-remos ao momento em que será expedido o precatório, qual seja a ordem para o Município pagar.

Como será realizado o cálculo para determinar o valor que cada profes-sor receberá?

O cálculo será efetuado individualmente, levando em consideração o padrão de remuneração de cada pro-fessor. A complexidade do cálculo ensejará que sua re-alização seja elaborada por perito que será designado pelo juiz.

Ação judicial proposta pelo Sinprocan que visa assegurar abono de férias sobre o recesso de 30 dias é julgada procedente

Direito de 1/3 de férias assegurado na Justiça

A VOz DO PROFESSOR - NOVEMbRO/2012 - 3

D I R E I T O S

Page 4: Novembro 2012

G R U P O D E 4 - NOVEMbRO/2012 - A VOz DO PROFESSOR

Criado há três anos e meio, Grupo de Aposentados tem cumprido seu papel de reunir e dar apoio aos que deixam a sala de aula

Aposentados discutem sobre a hora de parar

No dia 12 de maio de 2009, ocorria, na sede do nosso Sin-dicato, o 1º Encontro de Pro-fessores Aposentados, uma das metas da diretoria do Sin-procan que havia sido empos-sada naquele ano. Foi um mo-mento muito agradável, que possibilitou a troca de ideias, apresentação de sugestões e propostas de atividades para novos encontros, dinâmica mantida durante estes mais de três anos e que teve novos elementos acrescentados ao longo deste tempo.

O presidente do Sinprocan, professor Jari Rosa de Olivei-ra, conta que o Grupo de Apo-sentados surgiu a partir de uma promessa de campanha para eleição do Sindicato em 2008. “Houve solicitação por parte de alguns professores aposentados, pois os mesmos estavam se sentindo excluí-dos a partir do momento que se aposentavam depois de ter trabalhado muitos anos no município”, conta Jari.

No dia 12 de maio de 2009,

ocorreu, então, o primeiro en-contro do grupo e após foram agendados outros encontros mensais de março a dezem-bro. Durante todo esse perío-do desde o primeiro encontro, o grupo já participou de pa-lestras com diversos assuntos, oficinas com trabalhos manu-ais e passeios com diversos destinos.

Atualmente, o grupo se re-úne mensalmente sempre na segunda quinta-feira de cada mês, às 14 horas, na sede do Sinprocan, onde são sugeridas as próximas ações que o gru-po vai realizar. “Mesmo quan-do não há definição de ativi-dades, o simples fato de se encontrar com as colegas as quais foram suas companhei-ras de anos muitas vezes vale a pena, pois é um momento em que são recordadas muitas lembranças”, conta a coorde-nadora do grupo, a professora Vera Teresinha Schneider. To-dos os professores aposenta-dos do município estão convi-dados a participar.

No encontro do mês de outubro o gru-po assistiu palestra com o psicólogo Márcio Quadros, e o assunto tratado foi como es-tar preparado para aposentar-se. Foi uma conversa bastante agradável onde os pre-sentes debateram sobre as expectativas

sobre a hora de encerrar as atividades, os problemas que são enfrentados pelas pes-soas que não estão preparadas para o mo-mento e também os problemas de saúde que alguns enfrentam. Na página ao lado, Quadros aborda o assunto em artigo.

Palestra aborda preparação para aposentadoria

No dia 4 de outubro, foi realizado pas-seio para a cidade de Nova Petrópolis. O Grupo saiu de Canoas e visitou o Buraco do Diabo, em Ivoti; e o Labirinto, Pra-ça das Flores, Rua Coberta, Parque do Imigrante, Recanto dos Pioneiros, Casa de Chocolate e o Shopping Imigrante, em Nova Petrópolis. Em cada lugar que chegava, o grupo aproveitava as bele-zas do local e para dar boas risadas. No café colonial aproveitaram para recuperar as energias, afinal, ninguém é de ferro. No retorno, contaram algumas piadas e foi realizada a entrega do amigo secre-to, embora alguns não se conhecessem. Foi bastante divertido. Vera salienta que o encontro do grupo é muito interessan-te, pois cada um tem alguma lembrança de quando estava em atividade para re-cordar, às vezes o dia se torna pequeno para colocar em dia a conversa que mui-tas vezes não acontecem devido às tare-fas do dia-a-dia. O próximo destino será decidido pelo grupo em reunião, participe e venha trazer suas sugestões. Ao lado, depoimentos de participantes.

Passeio a Nova Petrópolis

Eu voltei ao passado, revi Bento, infância, ado-lescência, a vida com a “noninha”, o museu com tudo (quase) que ainda tem na casa da minha

mãe. Mexeu com lembranças que estavam engavetadas. Fiquei nostálgica (palavra chique,

né?!). Estou esperando o próximo. Abraços.

Passeio maravilhoso, companhia ótima, organiza-ção impecável!!!! Agradecimento especial à Dire-

toria do Sinprocan, que nos dá todo apoio logístico para que possamos realizar nossas reuniões men-sais e nossos passeios. O referido passeio não po-deria ter sido melhor, simplesmente maravilhoso!

Gostaria de agradecer à Diretoria do Sinprocan pelo atendimento aos aposenta-dos e, quanto ao passeio,

foi surpreendente, ótimo em todos os aspectos. Obrigada mais uma vez pela atenção

e cordialidade. Tivemos uma viagem incrível, muito obri-gada pelo serviço excelente! Com certeza vou recomen-dar aos colegas. Até uma próxima oportunidade!

AnA LúciA SiLveirA de SouzA

JAci MAriA dAL PizzoL MAriA LourdeS FortunA eScAriz

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A VOz DO PROFESSOR - NOVEMbRO/2012 - 5

A P O S E N T A D A S

Etapa da vida tão esperada e até idealizada por muitos trabalhadores e trabalhadoras, a aposentadoria pode se tornar motivo de angústias e sofrimentos, dependendo da ma-neira como cada um lida com essa situação. Mesmo sendo um fato aparentemente natural no mundo do trabalho, aposentar-se requer al-guns cuidados e preparativos, para que esse período seja aproveitado de forma tranquila, saudável e com dignidade.

Geralmente acompanhada do en-velhecimento, a aposentadoria se apresenta como um momento de transição específico no ciclo do de-senvolvimento humano (assim como a entrada no mercado de trabalho ou o nascimento dos filhos, por exem-plo). No Brasil, uma parcela cada vez maior da população está situada nessa fase da vida. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a proporção de pessoas com idade acima de ses-senta anos - que, em 1980, era de apenas 6,1% - já estava em 9,6% em 2010, e a projeção é de que, em 2020, chegue a 13%. O tema tem

sido foco de um número também crescente de estudos, assim como de matérias veiculadas nos meios de comunicação, e muitas organiza-ções de trabalho (empresas privadas e órgãos públicos) têm implanta-do programas de preparação para a aposentadoria voltados aos seus funcionários mais antigos.

Após décadas de dedicação diária a um trabalho sistemático, a pessoa que se aposenta vive uma transfor-mação radical em sua rotina, que interfere em aspectos psicológicos, físicos e sociais. Essa interferência varia de acordo com o significado singular que cada um constrói para esse momento da vida e, antes, para o próprio trabalho. É comum surgir uma reação ambivalente diante da aposentadoria: mesmo percebendo ter alcançado um momento de li-berdade, o indivíduo pode sentir-se excluído socialmente e ter uma sen-sação de invalidez.

Disso pode decorrer uma angús-tia cujas causas são compreensíveis à luz do conceito de “função psicológica do trabalho”. A atividade laboral ser-ve, para quem a realiza, não apenas

como meio de obtenção do susten-to material e como contexto em que surgem os estresses inerentes a cada profissão. Em condições adequadas, o trabalho também serve como fon-te de relacionamentos, de reconhe-cimento, de autoestima, de ritmo de vida, de definição do lugar social e de afirmação da identidade. O problema surge se, ao se aposentar, a pessoa tinha o trabalho como a única fonte desses elementos e não a substitui por outras, o que gera uma incômo-da falta de satisfação ou vazio no que se refere àquelas necessidades psi-cológicas. Todo esse processo pode chegar ao ponto de comprometer a saúde biopsicossocial do aposenta-do, surgindo, então, a chamada “Sín-drome da Aposentadoria”, que pode envolver depressão, acirramento de sintomas neuróticos, dependência química (de álcool, de medicamen-tos e/ou de outras drogas), doenças e sintomas físicos, isolamento, senti-mento de estar em condição social in-ferior - entre outros transtornos que, em casos mais graves, podem contri-buir para um óbito precoce.

A prevenção contra a “Síndrome

da Aposentadoria” passa, em linhas gerais, por poder se construir, an-tes e depois de se aposentar, novos significados para a mesma, através de um plano de vida que possa ser realizável (não seja utópico). Esse é um dos principais focos da maioria dos programas de preparação para a aposentadoria hoje existentes. Desenvolver a capacidade de plane-jar, buscar metas e novos projetos que estejam relacionados ao que se gosta de fazer, aprender novas ha-bilidades ou resgatar algumas que foram deixadas de lado com o tem-po, aproveitando a maior disponibi-lidade de horários para isso – essas são algumas das maneiras de não se pautar subjetivamente pela perigosa denominação de “inativo”, enuncia-da nas leis que regem os planos de previdência em nosso País. Trata-se, portanto, de substituir e diversificar as fontes de relacionamento e de autoestima desligadas pela aposen-tadoria, através do planejamento e da realização de metas ligadas a ati-vidades sociais, artísticas, culturais, familiares, turísticas, esportivas, de trabalho voluntário ou até remunera-do, entre outras.

Aqui cabe lembrar o conceito de saúde definido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), segundo o qual “saúde não é apenas a ausên-cia de doença, porém um complexo estado de bem-estar biopsicosso-cial”. Assim sendo, sob o aspecto social, a pessoa que se aposenta precisa manter-se cidadã: conscien-te de seu papel no mundo, que não se resume em direitos e deveres, sendo protagonista da sua história, podendo “amparar histórias alheias e perceber-se como co-responsável pelas relações e pela vida a sua vol-ta” (UNICAMP, Diretoria Geral de Re-cursos Humanos, Programa de Pré--Aposentadoria, 2012).

Em suma, para quem vai se apo-sentar ou já está aposentado, é sem-pre importante a construção de pro-jetos futuros. O bem-estar gerado pela elaboração ou concretização de projetos provoca, por si só, aumento da autoestima e, assim, melhoria da qualidade de vida.

A incerteza humana sobre o tem-po cronológico que cada um ainda terá neste mundo não precisa ter efeito paralisante, e pode servir para que esse tempo seja mais bem apro-veitado. Aposentar-se pode ser algo muito bom, desde que se perceba que nunca é tarde para começar (ou recomeçar) a planejar, a realizar, a criar, a sonhar. Enfim, como lembrou muito bem uma professora municipal aposentada, em recente evento so-bre o tema no SINPROCAN, no qual tivemos a satisfação de participar: “em vez de acrescentar mais anos à nossa vida, devemos acrescentar mais vida aos nossos anos”.

Qualidade de vida na aposentadoria

ARTIGO márcIo quadrosPsicólogo

Page 6: Novembro 2012

“ A E S C O L A F A Z A D I F E R E N Ç A ”6 - NOVEMbRO/2012 - A VOz DO PROFESSOR

As palestras, oficinas e demais atividades que ocorreram durante o X Seminário Municipal de Formação: “A Escola faz a Diferença” realizado nos dias 22, 23 e 24 de outubro, mo-vimentou os docentes da rede mu-nicipal de Canoas, gestores, demais profissionais e comunidade em geral, visando buscar e aprimorar de forma mais efetiva, o processo de inclusão no ensino regular.

Para melhor compreender a te-mática, em relação às pessoas com alguma deficiência, faz-se necessá-rio revisitar o passado, considerando conceitos e sentimentos que mar-caram profundamente a consciên-cia coletiva através das vivências do homem em relação à deficiência. No decorrer da História da Humanidade, inúmeras foram as atitudes assumi-das pela sociedade que foram lenta-mente mudando de acordo com os fatores econômicos, culturais, filosó-ficos e científicos da época. Por via de regra, as pessoas que nasceram ou desenvolveram algum tipo de li-mitação física, sensorial ou cognitiva passaram pela rejeição, eliminação sumária e proteção assistencialis-ta piedosa. Em suma, nesse breve panorama histórico até chegar aos dias de hoje, cabe admitir que ainda buscamos romper com a rejeição e o tratamento assistencialista, através de um “novo olhar” em relação às pessoas com deficiência.

Nesse sentido, percebe-se que a informação e o conhecimento acer-ca desse tema se tornam indispen-sáveis. A qualificação desse processo só terá sucesso se cada um de nós for multiplicador dessa iniciativa que certamente terá repercussão muito além do local onde atuamos como educadores. Conforme Capra (2006), “Quanto mais estudamos os prin-cipais problemas de nossa época, mais somos levados a perceber que eles não podem ser entendidos iso-ladamente.” E mesmo quando se fala em inclusão escolar, cabe reconhecer que toda a sociedade precisa contri-buir, buscando novos caminhos para melhor compreender e lidar com esse desafio, que, de qualquer forma, en-volve todos os cidadãos.

As reflexões e análises realizadas

durante o Seminário em relação à temática trouxe diferentes olhares, concepções e novas possibilidades de ver a inclusão, a prática docente e o contexto educacional. As proble-matizações que surgiram no decorrer das atividades propostas, acerca de um tema tão complexo, polêmico e delicado se situaram, entre as res-ponsabilidades do governo, da famí-lia, da equipe escolar e demais orga-nizações, evidenciando não apenas as demandas, mas reconhecendo os avanços e propósitos até então con-quistados.

Todas essas constatações nos re-metem a seguinte indagação: Como superar tal polarização na nossa forma de pensar e admitir o diver-so, o diferente, o heterogêneo? E na perspectiva da Educação Inclusiva, como superar esse desafio? Como educadores(as) precisamos priorizar reflexões críticas, onde não podemos esquecer que a educação não im-plica somente em aprendizagens de “conteúdos específicos” e repetidos incansavelmente. Trata-se, pois de refletir, duvidar e questionar o que concebemos como normal e/ou natu-ral. Assim, há de se atentar para que as multiplicidades sejam observadas, visando romper com pensamentos binários como aceitável ou inaceitá-vel, bonito ou feio, aluno bom ou alu-no ruim e outras tantas binaridades presente no contexto educacional. O cenário é complexo, onde não é mais possível esquivar-se de discus-sões que permitam a construção de ideários que sustentem o processo de incluir as diferenças. Mesmo reco-nhecendo que nos domínios legais e teóricos houve mudanças importan-tes, não podemos negar que a defici-ência relaciona-se com outras formas de exclusão, como classe social, raça e gênero apenas para citar algumas das mais evidentes.

A escola é atingida diretamente por inúmeras subjetividades entre cultura, saber e poder. Dessa forma, precisamos assumir e enfrentar as in-fluências das representações sociais em torno da deficiência que tanto interferem na dinâmica da rotina es-colar, constituindo-se em verdadeiras muralhas impossibilitando o desen-

volvimento de uma nova cultura or-ganizacional. Pensar em inclusão no ensino regular, como possibilidade de transformação social, requer discutir inclusive sobre o papel da escola na sociedade. Nesse sentido, é preciso compreender que não se trata de ser bom ou ruim, normal ou anormal, ca-paz ou incapaz. Trata-se de se pensar simultaneamente sem que uma linha defina ou determine a outra. Por tudo isso, “A questão das oposições biná-rias constitui, na atualidade, um dos fatores mais nocivos à análise da re-alidade educacional” (SKLIAR. 2005). Raciocinamos de maneira dicotômica e com isso perdemos a capacidade de captar a riqueza da diversidade, do quanto tudo isso, se bem conduzido, pode vir a contribuir para melhorar a qualidade da educação para todos.

A inserção das pessoas com defi-ciência na vida escolar sempre foi um desafio tanto para pais como educa-dores. Sabe-se que não é tarefa fá-cil trabalhar pedagogicamente com a diversidade. Cabe salientar que a Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva acompanha os avanços do conhecimento e das lutas sociais, através de uma ação política, cultural, social e pedagógica, desencadeada em defesa do direito de todos os alunos de estarem jun-tos, aprendendo e participando sem nenhum tipo de discriminação. Na busca dessa efetivação, apenas as leis não são suficientes. Dessa for-ma é fundamental abordar a mesma temática a partir de outras lentes, considerando que estamos tratando de um trabalho coletivo de desenvol-vimento humano que esperamos a médio/longo prazo trazer melhores resultados.

A temática que coloco em questão tem como propósito refletir acerca das inúmeras possibilidades de con-ceber a influência e a complexidade que as questões culturais geram na sociedade, afetando as ações de to-dos os sujeitos, principalmente nas instituições de ensino. Os argumen-tos ressaltados no decorrer do texto visam demonstrar como as questões da cultura podem atuar com protago-nismo nesse espaço. Partindo dessa concepção, amplia-se a discussão do

Inclusão no ensino regular: um novo olhar

ARTIGO denIse da rosa wedmanProfessora da rede municipal, Orientadora Educacional, Psicopedagoga e Mestranda pela Unilasalle

tema e sua influência em todos os segmentos sociais. No processo de diferenciação ou de classificação do outro tão presente no espaço educa-tivo formal é que se vão estabelecen-do hierarquias entre os indivíduos. As relações de poder se dão através desses atributos que desfavorecem, excluem, afastam, tornando o outro um problema para os demais o con-siderando anormal, ou seja, fora do contexto social.

A questão que se coloca envolve desconstruir práticas imbricadas com um sistema de dominação, alienação e poder que historicamente sempre predominaram nas instituições edu-cacionais. Sendo assim evidencia-se que o trabalho educativo precisa ser ressignificado. No entanto, só a partir de uma mudança, que implique dar nova significação num sentido geral para todas essas questões que per-meiam a educação é que poderemos mudar esse cenário.

As mudanças de atitudes e para-digmas são essenciais para a cons-trução de uma escola inclusiva. O sucesso do processo da inclusão está fortemente ligado a uma nova visão capaz de reconhecer e aceitar as di-ferenças. Que se constituirá a partir do desenvolvimento de consciências críticas onde se faz necessário e ur-gente promover e estabelecer no-vas relações, onde todos se sintam acolhidos, respeitados e principal-mente valorizados. Diante de tantas especificidades, além das inúmeras transformações sociais que se refle-tem nesse contexto, a solução para realizar a inclusão está associada entre outros elementos no aprender tentando, a partir dos estudos, das trocas de experiências entre cole-gas, dos diálogos e principalmente da nossa capacidade de reinventar a escola.

Em suma, o X Seminário Muni-cipal de Formação: “A Escola Faz a Diferença” nos ajudou a compreen-der que cabe a cada um de nós con-tribuirmos para implementação das políticas públicas, nos níveis federal, estadual e municipal, possibilitando que as pessoas com deficiência con-quistem e conservem o máximo de independência, autonomia e pleno desenvolvimento bem como a inclu-são e participação em toda socieda-de. Se ainda não é possível visualizar a escola inclusiva concretamente, pelo menos começamos a construir caminhos para que possamos chegar a ela, vencendo antigos paradigmas, de que não podemos fazer porque não sabemos. Podemos aprender fa-zendo, tentando, buscando subsídios para edificar a inclusão. Conforme Boff (2011), “a situação de crise é antropologicamente muito rica. Não constitui uma tragédia na vida, mas sua pujança e regurgitamento. É oportunidade de crescimento”.

Page 7: Novembro 2012

No dia 15 de outubro, as escolas municipais de Educação Infantil traba-lharam normalmente, enquanto as es-colas do Ensino Fundamental, Médio e Superior suspenderam suas atividades, sem questionar a ausência das aulas das instituições, mas questionar a de-sigualdade.

Não convence dizer que a Educa-ção Infantil tem papel social, portanto, não poderá ser fechada, pois os pais precisam trabalhar, entretanto, estes na maioria das vezes são os mesmos pais de alunos em outras modalidades de ensino.

No que se refere a homenagem ao dia dos educadores, realmente deve ser comemorada. Dom Pedro I, em 15 de outubro 1827, determinou que “em todas as cidades e vilas e lugarejos do país tivessem suas escolas de primeiras letras”. Devido a este fato, comemora--se o Dia do Professor, mas a data foi oficializada somente em 1963.

“DECRETO 52.682 DE 14 DE OUTUBRO DE 1963

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL, usando das atribuições que lhe confere o item I do artigo 87 da Constituição Federal, DECRETA:

Art. 1º O dia 15 de outubro, dedicado ao Pro-fessor fica declarado feriado escolar.

Art. 2º O Ministro da Educação e Cultura, através de seus órgãos competentes, promoverá anualmente concursos alusivos à data e à pessoa do professor.

Art. 3º Para comemorar condignamente o dia

do professor, os estabelecimentos de ensino fa-rão promover solenidades, em que se enalteça a função do mestre na sociedade moderna, fazendo delas participar os alunos e as famílias.

Art. 4º Êste Decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Brasília, 14 de outubro de 1963; 142º da In-dependência do Brasil; 75º da República.

JOÃO GOULART”

Este texto não substitui o publicado no DOU. de 15.10.1963 e retificado no DOU de 22.10.1963.

O que difere professores do Ensino Infantil das outras modalidades de ensi-no! Todos realizaram concurso público, têm formação para exercer o cargo e são professores.

Qual a diferença!?Queremos os mesmos benefícios e

tratamento igualitário.Fonte: www.jusbrasil.com.br e www.

ebc.com.brMaterial enviado pelos profes-

sores da EMEI Terezinha Tergolina

A VOz DO PROFESSOR - NOVEMbRO/2012 - 7

L U T A S D O E N S I N O I N f A N T I L

O Sindicato dos Professores Muni-cipais de Canoas (Sinprocan) realizou uma manifestação silenciosa contra a diferença de tratamento existente en-tre os professores de Educação Infan-

til e os de Ensino Fundamental, no dia 23 de outubro. O manifesto ocorreu no prédio 6 da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), onde houve a realização de uma palestra com o tema “Infância,

o fundo de reserva para toda a vida”. De acordo com o presidente do

Sinprocan, Jari Rosa de Oliveira, a ma-nifestação objetivou elencar algumas das disparidades de tratamento con-feridas aos professores de Educação Infantil e a importância de que sejam garantidos direitos iguais aos profes-sores.

“A Educação Infantil não tem re-cesso em julho. Além disso, no Dia do Professor, 15 de outubro, os professo-res do Ensino Infantil não têm folga. Eles acabam tendo os mesmos deve-res que os professores de Ensino Fun-damental, mas não usufruem exata-mente dos mesmos direitos. Estamos apoiando a categoria e acreditamos que há necessidade de mudanças nes-se âmbito”, afirma Jari.

CURSOS DE FORMAÇãOOutro problema apontado pelo pre-

sidente do Sinprocan é a dificuldade que professores de Educação Infantil

enfrentam para a participação em cur-sos de formação. Jari diz, ainda, que conversou com o Departamento da Educação Infantil e que houve a ale-gação de que os professores não po-deriam ser liberados para a realização do curso/seminário. “Houve, recen-temente, um seminário de educação. Os professores de Educação Infantil não conseguiram participar do evento, pois não receberam dispensa, já que tinham de continuar trabalhando”, diz.

A manifestação congregou parti-cipantes da categoria, tendo havido uma repercussão satisfatória no intui-to de alertar sobre as distinções para com professores da Educação Infantil. “Desde julho, já há uma grande insa-tisfação. Resolvemos fazer a manifes-tação silenciosa para que haja atenção em relação aos direitos dos professo-res”, enfatiza. A psicóloga Evânia Rei-cht, de Vale do Ser/Morro Reuter, que era uma das debatedoras da palestra, apoiou a iniciativa.

INDIGNAÇãO!!! SOS Educação Infantil

Sinprocan inicia luta contra a diferenciação no tratamento recebido pelos educadores dos Ensinos Infantil e Fundamental

Contra a discriminação do Ensino Infantil

Ao observar esses pequenos infan-tes enfrentando suas jornadas de qua-se 12 horas dentro das escolas infantis, recordo-me de uma infância diferente, onde podíamos estar em casa, brincar na rua e receber o carinho e educação de nossos pais. A escola viria só mais tarde e com turnos bem menores.

A sociedade se transformou, modi-ficou. Os pais precisam trabalhar mais e necessitam de lugares seguros com pessoas confiáveis capazes de educar e ensinar seus filhos. Para preencher essa lacuna, esses vazios que foram impelidos a participar precisam con-tar conosco Professores de Educação Infantil e Agentes de Apoio. E, é em nome desses profissionais a que ve-nho pedir socorro.

Sabemos que os filhos de uma so-ciedade que arde por conquistar novos espaços estão em nossas mãos. E per-gunto: Como estão os profissionais de Educação Infantil? Como estão sendo valorizados?

O professor é o coração da insti-tuição, se ele não está bem, todo o restante dentro do espaço começa a definhar. Falo aqui sobre o mal-estar docente.

O dia do professor, 15 de outubro,

já nos foi negado, trabalhamos nesse dia enquanto nossos colegas do Ensi-no Fundamental foram presenteados merecidamente.

Agora fomos “pressionados” a não participar de uma formação que nos foi oferecida. Enquanto todas as es-colas de Ensino Fundamental estão fechadas no dia do evento e seus pro-fessores participando do seminário, os professores de Educação Infantil, ten-do o seu direito negado, estavam nas escolas.

Não queremos culpados, pois sabe-mos que não os encontraremos, que-remos valorização e nossos direitos respeitados.

Ainda acreditamos numa educação de excelência que começa na Edu-cação Infantil e tem continuidade no Ensino Fundamental. Mas como per-manecer acreditando se os fatos nos mostram descaso e desvalorização.

Os professores de Educação Infan-til e os Agentes de Apoio começam a gritar pelo que lhes é de direito e pelo que é dever de nossos empregadores.

Ana Cristina Marques Pedroso Pinheiro

Professora de Educação Infantil

Qualificação é direito, Igualdade é dever

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E N S I N O D E J O V E N S E A D U L T O S8 - NOVEMbRO/2012 - A VOz DO PROFESSOR

O artigo veiculado na última edição do Jornal do Sinprocan nos possibilitou ocupar esse espaço para uma efetiva resposta. Mui-tas das críticas dizem respeito a questões estruturais de toda a Rede, e injustamente foram particularizas como se fossem proble-mas pontuais da modalidade EJA. Em respei-to ao leitor, vou me concentrar naquelas cujo debate pode trazer alguma contribuição.

Penso que a melhor maneira de posicionar--se diante das diferentes críticas, em alguns casos chegando a ofensas, seria responder com o trabalho que estamos desenvolvendo à frente da Unidade de Educação de Jovens e Adultos, o qual será publicado na próxima edição do Sinprocan. Se por um lado esse trabalho serviu de referencial para uma maior credibilidade a ser depositada na modalida-de, por outro mereceu o reconhecimento por parte do poder público que, paulatinamente, passou a investir no setor e admitir sua im-portância enquanto política educacional na administração municipal.

O artigo até poderia contribuir para um bom debate não fosse o objetivo de, primei-ro, utilizar a EJA como recurso para atingir única e exclusivamente a mantenedora e a administração pública, e, segundo, por ca-recer de uma base que sustente suas argu-mentações, tanto do ponto de vista legal como administrativo.

Começando pelo que chama de “desmon-te” da EJA, ao defender a manutenção de um sistema educacional anterior a 2009 “que havia trilhado uma caminhada de construção e estruturação”, segundo a visão de seu au-tor, o artigo já peca pelo desconhecimento. Idealiza uma proposta pensada numa mera cópia do modelo baseado na estrutura edu-cacional do diurno que somente reduzia de um ano para um semestre uma concepção pedagógica que fez crescer a distorção ida-de-série. Reflexo dos anos anteriores, con-forme levantamento efetuado pela UA/SME, o número de alunos em distorção idade-sé-rie com 15 anos de idade ou mais, no diur-no, em 2009, foi de 1.212, e em 2010 subiu para 1.789. Associada a esses números, uma proposta curricular excludente que já não respondia às novas realidades educacionais

no diurno era aplicada à noite na EJA. Em 2007, um quarto dos educandos das séries iniciais e um terço das séries finais evadiam. Em 2008, o padrão se repete.

Pergunto: não seria o caso de condenar tal sistema? Segundo o artigo, não. Como felizmente a visão da nova administração foi outra, dentro do processo de transição, em 2009 a evasão já caiu para 20% nas séries iniciais e 25% nas séries finais. Ainda eleva-dos, mas estabelecendo uma nova tendên-cia.

Mudanças eram necessárias no diurno também. Um dos pontos de discussão a cer-ca dos Parâmetros Curriculares Municipais foi justamente a distorção idade-série. As-sim, no ano de 2011, quase que se estabele-ceu uma média entre os dois anos anteriores com 1.428 alunos e em 2012 os números apontam para menos de 900.

Está diminuindo, porém, mesmo assim, outra tendência é grande parte deste núme-ro de educandos migrarem para a EJA. Em 2012, conforme o número de inscrições na EJA, 53,5% dos educandos é composto por adolescentes entre 15 e 17 anos de idade e a maioria sem trabalhar, estando sujeitos aos diversos “perigos” presentes à noite nas ruas. Por conta desta migração, fenômeno de caráter regional e nacional, diga-se de pas-sagem, em 2007 tivemos 4.183 matrículas, em 2008, 4.732 e em 2009 subiu ainda para 5.086. A incoerência do artigo está em não compreender que o que chama “desordem, desrespeito, indisciplina” numa alusão ao fe-nômeno, é fruto justamente daquilo que de-nominou de “uma caminhada de construção e estruturação”.

Dizer que é ideológico alterar uma pro-posta que excluía para adotar novas con-cepções que visem a inclusão, trata-se da mais pura verdade. Assim como era ideoló-gica uma proposta que tratava a EJA como uma mera educação de caráter supletivo, que não respeitava a realidade do educando e a sua experiência de vida, e cuja única preocupação era um complemento em forma de conteúdos visando melhorar sua condição de ingresso no mercado de trabalho. Aliás,

Ações no campo da EJA

ARTIGOalexandre rafael da rosaProfessor; Gestor da Unidade de Educação de Jovens e Adultos/DECD/SME; Graduação em História – UFRGS; Pós-Graduação em Educação de Jovens e Adultos e Privados de Liberdade – UFRGS; Ex-tensão em Educação e Diversidade Étnico – Racial – Faculdades EST.

doutrina ideológica que acarretou a exclusão social de milhares de brasileiros consubstan-ciada no caráter basilar da divisão de classes e sua perpetuação, que no campo da educa-ção encontrava sua lógica no currículo das disciplinas consagradas nos livros didáticos. Essa era a verdadeira “segregação ideológi-ca”. E para combatê-la, foi necessária sim, uma nova ideologia, baseada numa educa-ção libertária, emancipatória, de consciência crítica e que prepare o indivíduo para a cida-dania além do trabalho. E falando nisso, es-tamos falando em uma das funções da EJA, que é a reparadora. E tal reparação histórica seria impossível mantendo-se a mesma con-cepção que a construiu, conforme defendido no próprio artigo, o que caracteriza realmen-te uma grande ingenuidade. Salvo se o autor do artigo pertencer à classe dominante, é claro.

Em certo momento, o artigo chega a de-fender uma “mudança de sucesso com ne-cessidade de um trabalho sistemático e cien-tífico, recurso que advém de uma tradição”. Bem, nada mais positivista e conservador, o que sabemos de antemão não levará a mu-dança alguma, mas perfeitamente adequado ao que pregam os “neoliberais mais conser-vadores e defensores do Estado Mínimo”, cri-ticados no mesmo artigo. Neste caso, esta-mos diante de uma crise de identidade para não falar em outra incoerência na argumen-tação do autor do texto.

O artigo também parece carecer de razão quando passa a se fundamentar na fofoca do “há quem diga” para desrespeitar os(as) coordenadores(as), denominados de “Missi--Dominici”. Nada mais descabido. Primeiro que não somos nós da UEJA/SME que esco-lhemos a equipe pedagógica do noturno, e sim a direção eleita pela sua comunidade e, em alguns casos, pelos professores da esco-la. Segundo, porque os coordenadores pos-suem um papel importantíssimo na interlo-cução entre os educadores e a Unidade EJA, reunindo-se periodicamente para debater os caminhos da EJA numa construção conjunta.

Outro desrespeito é atribuir à Coordenação Geral da EJA dizeres do tipo que “os profes-sores são incompetentes”. E aqui, entramos no plano da agressão pessoal, sem que eu encontre qualquer razão para isso. Nunca disse tal coisa nas reuniões que tive nas es-colas. Mas deixo isso para o julgamento dos próprios professores. O respeito ao corpo do-cente da EJA e a crença na sua capacidade está justamente no fato de chamar esses pro-fissionais para fazer inicialmente um balanço da situação encontrada em 2009, para depois promover o debate em torno de uma nova concepção metodológica e convidá-los para a mudança. Nesse momento, como educador em sala de aula, estive presente em todos os encontros, sendo testemunha desta constru-ção.

Particularmente, enquanto gestor, tenho procurado inverter a lógica de concentrar os professores em um determinado lugar para

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A VOz DO PROFESSOR - NOVEMbRO/2012 - 9

E N S I N O D E J O V E N S E A D U L T O S

promover reuniões ou formação. Pelo con-trário, tenho ido às escolas para me reunir com os mesmos, debatendo questões como planejamento, Regimento, PPP, concepções didático-pedagógicas, avaliações, ações ad-ministrativas, etc. Em três destas ocasiões, neste ano, em diferentes escolas, estive com o autor do artigo, que em nenhum momento se predispôs a debater. Teria sido mais pro-dutivo.

O fato de sistematicamente me colocar à disposição para qualquer discussão com os educadores nas escolas, me parece sinal de respeito aos educadores e ao debate de-mocrático. Argumento em favor desta nova proposta teórico-metodológica por acreditar que ela é capaz de trazer a transformação positiva. Pelo menos até que novas possam ser construídas e se mostrarem mais compa-tíveis com nossa modalidade. Mas idealizar uma volta ao passado que nos legou tama-nha justiça social seria, sem dúvida, um re-trocesso.

Quando nas reuniões preliminares à rea-lização do Encontro Estadual do Fórum da EJA foi levantada a proposta de um dos mu-nicípios apresentarem suas experiências na área, imediatamente coloquei Canoas como a cidade que faria tal exposição. Isso porque considero nossos profissionais incompeten-tes? Os educadores das escolas Erna Wür-th e Max Oderich cumpriram a tarefa com maestria, o que eu esperaria de qualquer outra escola com EJA da Rede, pois temos excelentes projetos, elaborados por excelen-tes educadores, alguns deles já mostrados em nosso Encontro por Quadrantes. Logo, fico a pensar onde está a pouca atração que a proposta pedagógica de Eixos Temáticos tem sobre estudantes e professores? Sobre o autor do artigo certamente, pois de sua parte nenhuma contribuição. Há dificuldades em alguns casos, sem dúvida, mas isso não significa que os educadores não estejam dis-postos a superá-las. Frequentemente rece-bo ideias sobre projetos. Apoio, incentivo, e assim continuarei, independente da posição que eu ocupe.

E mais; o que diríamos agora que inova-ções pedagógicas na modalidade, debatidas dentro dos cursos de pós-graduação, mes-trado e doutorado, apontam em todos os encontros para a educação popular, conheci-mento integral, trabalho com conceitos e te-mas geradores? A SEDUC está orientando a construção dos PPPs na EJA da rede estadu-al com base em Temas Geradores no ensino fundamental e médio. Assim, os educandos que concluírem o fundamental, e que tive-rem 18 anos de idade, ingressarão no ensino médio da EJA dentro da mesma metodologia. Retrocedemos naquilo que temos de mais avançado?

Quando mencionamos que o artigo tam-bém esquece a base legal nos referimos ao fato do mesmo denominar de “anarquizar o desnível das turmas” o processo de compo-sição dos educandos nas turmas de acordo

com a Totalidade e o Segmento. Ora, basta-va ler a Resolução nº 3/2010 do CNE e a Re-solução nº 11/2010 do CME (disponíveis nas escolas) ou o próprio Regimento e PPP da EJA. A EJA não trabalha com séries. Portan-to, 6ª, 7ª e 8ª séries são meras referências para uma compreensão de enquadramento. As Resoluções preconizam que ao classificar um educando na EJA devemos levar em con-sideração a carga horária acumulada. Essa observância determina o enquadramento. Isso significa que o autor do artigo não leu os documentos que foram encaminhados às escolas para serem debatidos, ou seja, não fez o tema de casa.

Ao dizer que “nesse sistema os alunos mais adiantados se desmotivam e perdem a vontade de estudar, enquanto os que pos-suem dificuldades são ridicularizados e so-frem o preconceito de colegas e acabam por desistir”, evidencia sua incompreensão diante da nova proposta, pois analisa com os olhos de quem tem o currículo tradicio-nal linear e sequencial como marca indelével em suas concepções, do qual não consegue apartar-se para sua desconstrução na busca de novas ressignificações do que seja educa-ção de jovens e adultos.

É justamente a construção dessas res-significações que, ao mesmo tempo em que valoriza o conhecimento dos professores, a formação acadêmica, o domínio sobre os li-vros didáticos e não o contrário, a bagagem em termos de experiência e a contribuição dentro da sua área de especialização, tam-bém exige a atualização, a pesquisa, o estu-do e a abertura para novos referenciais. Se predispondo, o profissional passa a depositar todo esse acúmulo que foi a sua formação ao longo da vida para a construção interativa e planejada de uma nova educação para o longo da vida.

O balanço das ações na modalidade ao longo desses últimos quatro anos nos permi-te dizer que muito foi feito, apesar das difi-culdades, e elas existem sim. Não nos furta-mos em reconhecer que certas observações devem ser destacadas e novas propostas na busca de soluções devem ser levantadas. Analisar o contexto, diagnosticar os proble-mas e propor soluções que possam equacio-ná-los é fundamental para avançarmos. Um dos problemas é a grande rotatividade de professores na EJA. Essa rotatividade pre-judica a assimilação da formação continua-da e a sua aplicabilidade. Ao mesmo tempo, significa que parte dos recursos investidos na formação pelo poder público se perde em termos de otimização, tanto do ponto de vis-ta financeiro como do didático-pedagógico. E isso traz consequências negativas no apri-moramento da proposta metodológica. O ideal seria concurso para educadores da EJA ou pelo menos suas permanências na moda-lidade como política da mantenedora.

O grande número de adolescentes que não trabalham, à noite, não é só um caso da EJA. É uma questão social que precisa ser

enfrentada. Já destinamos ao CME justifica-tiva para implantação da EJA no diurno para atender os alunos na distorção idade-série entre 15 e 17 anos, do qual já obtivemos parecer favorável, passando a figurar essa alternativa em nosso Regimento. Com isso, reduziríamos a distorção ao mesmo tempo em que evitaríamos a migração destes ado-lescentes para o noturno.

A superlotação das turmas no início de cada período letivo com a justificativa da evasão precisa ser desmistificada. Para 2013, a SME/UEJA, seguindo Resoluções CNE/CEE/CMEs, quantificou entre 35 e 40 o número de alunos por turma para o 2º Segmento e entre 30 e 35 para o 1º Segmento. Se por um lado racionaliza do ponto de vista admi-nistrativo/pedagógico com reflexos positivos sobre a diminuição da evasão, por outro cor-re o risco de ver crescer suas listas de espera para as matrículas, principalmente em virtu-de do fenômeno “cultura de março”. Afora isso, ainda não deve desconsiderar que le-galmente a matrícula é um direito subjetivo, devendo ocorrer em qualquer tempo, o que provoca uma dicotomia entre planejar a es-trutura da modalidade e atender a demanda independente do tempo em ela se apresente.

Abaixo, algumas referências ao trabalho que desenvolvemos em conjunto – SME, Uni-dade EJA, educadores, educandos, coorde-nadores, diretores e todos aqueles que de uma forma ou outra colabora para o reco-nhecimento e a qualificação da educação de jovens e adultos em nosso município.

“Muito bom, professor Alexandre! Para-béns pelo belo trabalho. Abraços”.

Profa. Dra. Sita Mara Lopes Sant’Anna - Universidade Estadual do Rio Grande do Sul

Vice-Reitora / Superintendente de Plane-jamento

“Companheiros da EJA. Tenho acompa-nhado o esforço de vocês na socialização das diversas atividades dos alunos e professores de EJA deste município e gostaria de dizer que é muito bom vê-los com disposição e criatividade nesta tarefa da educação ao lon-go da vida. Um abraço”.

Profa. Dra. Maria Margarida Machado - Universidade Federal de Goiás

Ex-coordenadora pedagógica do Departa-mento de Educação de Jovens e Adultos - SECADI/MEC.

Vice-diretora da Faculdade de Educação, atuando em pesquisas na área da modalida-de EJA / Coordenadora do Fórum Goiano de EJA

“Parabéns! O trabalho participativo, de equipe e de qualidade política e pedagógica, realizado pelas escolas foi um exemplo de que é possível mudar!”

Profa. Jussara Loch – PUC / RSNúcleo de Educação de Jovens e Adultos /

Coordenadora Estadual do Fórum EJA

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a t i v i d a d e s n a s e s c o l a s10 - NOVEMbRO/2012 - A VOz DO PROFESSOR

Em homenagem ao Dia das Crianças, realizamos uma programação divertida e muito especial para nos-sos alunos: Trabalhamos o Clássico João e Maria e todas as atividades foram criadas em cima deste tema, além do que os alunos mais gostam: dia da bicicleta, motoca e patinete na escola, piquenique, brinquedos infláveis, cama elástica e piscina de bolinha, dia do penteado ma-luco, presentes, brincadeiras e muita diversão.

As crianças vivenciaram também as seguintes ofici-nas: Contação de histórias, Dança e música, Jogos, Pin-

Projeto para a Semana das Crianças

ARTIGO fabIana racoskIDiretora da EMEI Tia Maria Lúcia

COMO DESENVOLVÊ-LO SE NãO COM A PARCERIA DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇãO ATUANTES NA ESCOLA?

A EMEI Carinha de Anjo comemorou o Dia das Crianças com uma semana de atividades dedicadas aos pequenos. Entre os dias 8 e 10 de outubro, a escola movimentou-se com muita alegria para co-memorar esta data. Entre estas atividades, foram realizados um cinemaço com data-show e pipoca; o fechamento da rua para circuito de bicicletas, motocas e patinetes; baile a fantasia; piquenique e circuito de atividades artísticas no pátio da escola. Como fechamento, as crianças curtiram um baile com guloseimas e levaram para casa uma lembran-ça confeccionada pelas educadoras de cada turma.

“Não poderíamos deixar de celebrar em gran-de estilo esta data, tão especial para nossos pe-quenos, pois eles são a razão de nosso trabalho e é por eles que enfrentamos todos os problemas da profissão e seguimos em frente, e ver em seus rostinhos a alegria e felicidade nestes momentos, faz tudo valer a pena”, afirmou a educadora Cáren Bidarte.

tura facial, Pintura com guache e massinha de modelar. Tivemos a parceria de algumas empresas que nos

apoiaram e das famílias que são nossas parceiras in-cansáveis. Frente às atividades desenvolvidas ao longo do mês das crianças, algumas questões me fazem re-fletir sobre a prática docente.

O ato de ser educador na Educação Infantil não é apenas ensinar, ser educador é acender a luz que guia-rá os passos de um ser humano por toda sua infância, adolescência até a fase adulta. Para que isso aconte-ça, é necessário muita dedicação e empenho por parte da equipe de profissionais que atuam em uma escola, sejam os professores, agentes de apoio, estagiários, serventes ou cozinheiras; em minha opinião, esta é uma profissão iluminada, que exige comprometimen-to e muita responsabilidade, eu particularmente devo muito aos meus professores, e agradeço de coração o empenho deles, pois me prepararam para a vida e se-mearam dentro de mim o que hoje minhas educadoras semeiam em seus alunos.

Se nós mesmas não nos valorizarmos, quem o fará? O que temos que ter dentro de nós que o que real-mente queremos é: ”semear“, pois a educação precisa de pessoas envolvidas e comprometidas com todo o contexto infantil.

Por esta razão, aproveito para parabenizar minhas educadoras pelo trabalho que vêm desenvolvendo na EMEI Tia Maria Lúcia. Cada uma com seu jeito de ser, sua história de vida, seu modo de dedicar-se a este trabalho, a educação.

Festa das Crianças na EMEF Sete de Setembro

Depois de muito aguardada, em virtude das chuvas, aconteceu, no dia 17/10, na E.M.E.F. Sete de Se-tembro, a Festa das Crianças. Teve brinquedos infláveis, cama elásti-ca, fla-flu, show de talentos, saco-lé, algodão-doce, cachorro-quente e suco. Tudo gratuito para a crian-çada.

A festa foi patrocinada pelo CPM da escola com a verba arre-cadada na Festa Junina da escola que ocorreu em julho. Durante a Semana da Criança, ocorreu tam-bém a Gincana entre as turmas organizada pelas professoras de Educação Física, Iara e Quelén, foi a maior diversão!

Professores homenageados

A equipe diretiva da E.M.E.F. Sete de Setembro homenageou seus professores em um dia muito animado. As professoras traçaram metas para 2013, receberam um vídeo gravado por seus alunos, fi-zeram brincadeiras e piquinique.

Segundo a Equipe Diretiva, nes-te ano de 2012, a escola passou por muitas dificuldades e várias licenças de saúde, e as professo-ras que fazem parte deste grupo se empenharam diariamente para qualificar seus ensinamentos e ga-rantir junto com a equipe sempre o melhor para os seus alunos.

Dia das Crianças na EMEI Carinha de Anjo

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eJa inscreve novos alunosA Secretaria Municipal de Educação informa que as ins-

crições para alunos novos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) serão realizadas de 1º a 30 de novembro. As matrícu-las ocorrerão a partir de 11 de dezembro.

As inscrições e matrículas serão feitas nas próprias esco-las com EJA. Para inscrição e matrícula, é necessário apre-sentar carteira de identidade, comprovante de residência e histórico escolar, ou atestado de escolaridade.

01 - Cinara Souza da Costa, Cristina Filomena M. Jankee, Denise de Fátima Duarte da Rosa, Elen Maisa Alves da Silva, Nina Rosa Crasoves Lima;02 - Elizabete Oliveira de P. Fettuccia;03 - Carla Pulgatti Cezarino, Cleonice Corrêa Silveira, Nei-va Marta Bartzen Acosta, Oberdan Goulart Peres;04 - Luciane Aparecida G. Estivalet, Neila Jandrey dos Santos;05 - Juliana Cabistany Marcello;06 - Maria Helena Peruffo Minotto, Maristela Mignot, Rosana da Silveira Rivaldo, Silvia Maria Britz;07 - Cristiane Santos Flores, Eliane Domingues da Costa, Jóice Maria Thomé, Taiane dos Reis Bastos, Rosângela Grando Ramos;08 - Neiva Conceição Silva Mayer;09 - Maida Berenice Flores da Silva, Márcio Santos da Rosa, Maria Teresa da Costa Fagundes, Sérgio Luís Santos da Silva, Teresa Blasco Cobalchini;10 - Adriana dos Santos Pessuna, Camila Coitinho, Cilene Rubim Silveira, Eliani Luzia Vedoy, Gabriela Porciuncula Severo Freitas, Nelci Rech de Ávila;11 - Allan Antonio da Silva, Clarice Lazzarin, Luiz Carlos Kujawinski, Regina Helena Sperling Pereira, Tatiana Ze-chlinski P. Valente;12 - Ana Paula Porto Aquino, Loiva Rosa da Silva, Maria Nádia Rocha Galdino, Rosmary Rosália W. Fridrich;13 - Carla Beatriz Perez Guerreiro Braga, Luzia Blazina;14 - Flávia Denise Rodrigues Veber, Isabel Regina Reichert Bastos, Nadja Regina Dias da Costa;15 - Ana Paula Soares Barrozo, Vera Regina dos Santos;16 - Ana Maria Minussi, Andréa Maria Garcia de Freitas, Inês Haiser, Joelma Schroeder Flores, Maria Amália Rosa da Silva, Maria Cristina Cruz Boemeke, Marli Terezinha Balejo Salmoria, Romilda Ziegler, Sandra Kelm Pereira;17 - Ângela Maria Goldani, Luciana Müller Fazio, Vanessa Ferreira Pereira;18 - Juliana Burmeister dos Santos, Luís Gustavo Basso, Marilise dos Santos Lopes;19 - Lenir Souza Rasche, Loiva Finkler, Rosane Maria de S. Lopes;20 - Leila Inês Pagliarini De Mello, Maria De Fátima Crepaldi Broilo, Rubia Cristina Henke Cioato, Tânia Regina Mello Bertissolo;21 - Ana Clara B. Fortes Rodrigues, Célia Welker Scharz, Fabiana do Nascimento Baeta de Mello, Mara Rejane de Oliveira Soares, Sandra Beatriz Faleiro de Souza;22 - Angelita Márcia Lusana Michelon, Eliege Maria Heffel Gil, Glória Brufatto, José Adelino Dacanal;23 - Clara Simone Blanck Terterola, Giuliana Belloli Bello-ra, Luiz Fernando Giacomelli Conte, Rossana Rita Rivero de Oliveira;24 - César Natal Cemin, Eliane Maria Garbin Doege, Ester Marisa da Silva;25 - Andreza Salomé da Costa, Anelise Flores Schmidt, Ione Lair Pertille Osório, Lúcia Natalina Martins Griffante;26 - Lane Beatriz de Paula Moreira, Leila Maria dos Reis Soares, Niva Nunes Porto;27 - Margareth Azevedo Zeni, Rosele Margarete da S. Rodrigues;28 - Beatriz Cristina G. Gutiérrez, Maria Lucila de Oliveira Chultes, Nara Regina Fonseca, Rodrigo Lopes Pires;29 - Gabriela Colombo Silveira, Jainara Corrêa da Silva, Sandra Lima Medeiros, Valquiria da Silva Duarte;31 - Eloir Marta Vieira Siqueira, Iria Corneau, Laci Silva de Aguiar, Nair Moreira Ramos, Sueli Barbieri.

DEzEMbRO

A VOz DO PROFESSOR - NOVEMbRO/2012 - 11

Um momento aguardado com ansiedade e um divisor de águas na educação de um aluno é o momento em que sai da es-cola infantil e vai para a escola fundamental, marcando profun-das transformações na forma de aprendizagem.

Para tentar realizar esta tran-sição de uma forma mais har-moniosa, com menos traumas e mais aproveitamento, a EMEI Professora Carmem Ferreira ins-tituiu o projeto “Olha o quanto eu cresci: da escola infantil para a escola fundamental”, que sur-giu da observação feita pelas professoras do Jardim da ne-cessidade de trabalhar com as crianças esta transição da esco-la de Educação Infantil para a escola de Ensino Fundamental.

Segundo a professora Adria-

na Silva da Costa, tal necessida-de foi percebida ao ser avaliado os anseios comuns das turmas sobre o 1º ano do Ensino Fun-damental, a curiosidade infantil sobre o desenvolvimento da es-crita, como é a escola de Ensino Fundamental e as constantes falas ressaltando o quanto eles “são grandes”.

A partir de então, as profes-soras das duas turmas de Jar-dim se reuniram e lançaram um plano de ações para contemplar as necessidades do grupo e tra-balhar de forma sistemática a transição para a próxima etapa. “Dentre as ações, destaca-se a visita realizada no dia 5 de ou-tubro das crianças do Jardim A e Jardim B da EMEI Profª Car-mem Ferreira à EMEF Max Adol-fo Oderich”, conta.

“Foi uma tarde muito agra-dável em que as crianças foram recebidas com muito carinho pela turma do 1º ano. A profes-sora da EMEF realizou uma hora do conto com as crianças e logo em seguida fizemos uma visita orientada pela escola e as crian-ças puderam observar a escola e conhecer um pouquinho mais desse espaço. O passeio termi-nou com as crianças da EMEI visitando a sala do 1º ano e fa-zendo perguntas para a profes-sora”, relatou Adriana.

“Com esta iniciativa, estamos dando a oportunidade das crian-ças vivenciarem este momento tão especial que é a transição para uma nova escola e abrin-do um novo olhar sobre como a criança entende este processo”, finalizou.

proJeto nota 10

Escola trabalha transição para o Ensino Fundamental

EMEI Profª Carmem Ferreira realiza projeto de conhecimento prévio da escola futura

Crianças do Jardim A e Jardim B da EMEI Profª Carmem Ferreira visitaram a EMEF Max Adolfo Oderich

Inscrições para educação InfantilPeríodo: de 19 de novembro a 14 de dezembroLocal: Subprefeitura do quadrante onde reside Documentos Necessários:Originais e xerox dos seguintes documentos:- Certidão de nascimento da criança;- Carteira de vacinação;- Comprovante de residência; - Comprovante de renda do pai;- Comprovante de renda da mãe;- Declaração de Imposto de Renda do pai e da mãe ou responsáveis legais.

Page 12: Novembro 2012

Os presidentes do Sinprocan e do Cano-as Tênis Clube, Jari Rosa de Oliveira e José Chagas Veloso respec-tivamente, assinaram convênio entre as enti-dades para que os as-sociados do Sindicato dos Professores pos-sam utilizar as pisci-nas do Clube durante a temporada do próxi-mo verão. Para tanto, os associados deverão possuir a nova cartei-rinha do Sinprocan. Para ter uma carteiri-nha nova, o associado deverá enviar para o e-mail [email protected] ou levar à sede do Sindicato uma foto, nome completo, matrí-cula, números do RG e do CPF. Mais informa-ções na próxima edição do jornal AVP.

verÃo

Assinado convênio para uso de piscinas do Canoas Tênis Clube

Associados do Sinprocan poderão utilizar as piscinas do Clube durante temporada do verão

Jari e Veloso fecharam acordo que possibilitará que associados do Sinprocan usem as piscinas do Canoas Tênis Clube

aconteceu...O que foi notícia na cidade

e aconteceu nas escolas de Canoas em outubro

A EMEF Irmão Pedro completou 72 anos de existência em outubro. A atual diretora, Érida do Amaral, define a escola como “uma senhora em ple-na atividade”.

Érida é diretora há dez anos, mas faz 25 anos que atua como profes-sora. As festividades tiveram torneios esportivos, mostra de talentos e festa à fantasia. A escola soma, neste ano, 1.560 estudantes do Ensino Funda-mental e Educação de Jovens e Adul-tos à noite.

A escola Irmão Pedro, no bairro Es-tância Velha, começou como Escola Unitária Municipal. Aos 21 anos, foi elevada à categoria de grupo esco-lar, consolidando-se em 1985 com 1º grau incompleto e em 1993 como completo.

A EMEF Nelson Paim Terra contou com a ilustre presença dos apresenta-dores da RBS, afiliada da Rede Globo, que gravaram o quadro “Correria” com as crianças participantes do Programa Mais Educação na escola.

Foram realizadas brincadeiras com as crianças, com o objetivo de es-timular a atividade física e hábitos saudáveis. A coordenadora do Pro-grama Mais Educação, a professora Ana Rita, inscreveu a escola para participar do quadro.

Os apresentadores, acompanhados de artistas como o Guri de Uruguaina (foto), fizeram a alegria da criança-da, que cercou os ídolos da TV após as atividades por muito tempo en-quanto tiravam fotos e pediam autó-grafos.

JurÍdIco

Ações judiciais coletivasComo é do conhecimento da categoria,

o sindicato ingressou na Justiça com as se-guintes medidas judiciais:

PISO DA CATEGORIA RESERVA 1/3 DA CARGA HORÁRIA

PARA ATIVIDADE EXTRACLASSE Na presente medida judicial está sendo

perquerido o estabelecimento no Piso Nacio-nal do Magistério, aplicado aos professores não graduados, com reflexo na remuneração dos demais professores graduados e respec-tivo índices de reajustamento salarial, bem como está sendo postulada a aplicação ime-diata da reserva de 1/3 (um terço) da carga horária dos professores para desenvolvimen-to de atividades extraclasses, conforme asse-gura a legislação vigente.

A presente ação foi proposta no dia 29/09/2011, está tramitando perante a Se-gunda Vara Cível da Comarca de Canoas, processo nº 008/1.11.0018182-8.

O Município de Canoas e o CANOASPREV já contestaram a ação, sendo apresentada a réplica à contestação pelo Sinprocan.

Está sendo publicada Nota de Expedien-

te, para que as partes informem se preten-dem apresentar outras provas ou se é hipó-tese de julgamento antecipado da lide.

LICENÇA-PRÊMIOA presente ação foi proposta no dia

31/10/2011, está tramitando perante a Quin-ta Vara Cível da Comarca de Canoas, proces-so nº 008/1.11.0019855-0.

Atualmente, o processo se encontra com o MP (Ministério Público) para manifestação e após será encaminhando ao magistrado para prolatar de sentença.

PROFESSOR (A) bIbLIOTECÁRIO (A)

A presente ação foi proposta no dia 25/08/2011, está tramitando perante a Ter-ceira Vara Cível da Comarca de Canoas, pro-cesso nº 008/1.11.0016104-5.

Atualmente, o processo está na fase de instrução, sendo produzidas provas.

PROFESSOR (A) SUbSTITUTO (A)AÇãO JULGADA PROCEDENTEA presente ação foi proposta no dia

26/09/2011, está tramitando perante a Ter-ceira Vara Cível da Comarca de Canoas, pro-cesso nº 008/1.11.0016672-1.

A ação foi Julgada Procedente, sendo re-conhecido o direito dos professores substitu-tos poderem se aposentar com a redução de cinco anos (aposentadoria especial).

Atualmente, o processo está em fase re-cursal, aguardando o prazo do Município de Canoas ingressar com recurso de apelação.

PROFESSOR (A) ATUANTE EM LAbINA presente ação foi proposta no dia

31/08/2011, está tramitando perante a Pri-meira Vara Cível da Comarca de Canoas, pro-cesso nº 008/1.11.0016444-3.

O processo está em fase de instrução, sendo produzidas as provas.

Atualmente, o processo retornou ao car-tório, pois estava em carga com o Município.

TERÇO DE FÉRIASAÇãO JULGADA PROCEDENTEA presente ação foi proposta no dia

11/10/2011, está tramitando perante a Quarta Vara Cível da Comarca de Canoas,

processo nº 008/1.11.0018817-2. Foi prolatada sentença, sendo Julgada

Procedente a ação, reconhecendo o direito dos professores receberem o terço de férias sobre os 30 dias de recesso, favorecendo toda categoria. A sentença foi prolatada, sendo publicada no dia 30/10, abrindo-se o prazo para interposição de recurso.

CLASSE “C”A presente ação foi proposta no dia

31/10/2011, está tramitando perante a Se-gunda Vara Cível da Comarca de Canoas, processo nº 008/1.11.0019854-2.

O processo está na fase de instrução pro-cessual.

Foi designado perito para realizar perícia. O Sinprocan já apresentou os quesitos e

indicou o perito que atuará como assistente técnico.

Jari Rosa de OliveiraPresidente do SINPROCAN

Antão Alberto FariasAssessor Jurídico

ANO 3, NÚMERO 27 - CANOAS, NOvEMbRO DE 2012