nova lei do arrendamento “ineficaz” sem taxa...

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Quarta-feira 18 Janeiro 2012 Nova lei do arrendamento “ineficaz” sem taxa liberatória Profissionais ligados ao imobiliário, designadamente Luís Lima e Reis Campos, defendem que nova legislação só terá sucesso se existirem incentivos ao investimento no arrendamento Páginas 04 e 06 Subscreva a Confidencial Imobiliário! A unidade de inteligência sobre imobiliário em Portugal. Assine já! NEWSLETTER IMOBILIÁRIA IBÉRICA 24 35 38 Mercado Residencial na AM Lisboa Vendas de usados 30% abaixo do preço médio dos novos, segundo Arrendamento Habitacional Rendas em Lisboa perdem mais 0,4% no 3º trimestre, acumulando uma descida anual de 1,0%. Mercado de Retalho Artigo da Jones Lang laSalle, sobre as perspectivas e tendências no mercado de retalho para o ano 2020. Projectos em Carteira Os projectos residenciais em carteira superam os 10 mil fogos na AM Lisboa, segundo dados Ci/ADENE. Tendências e Parcerias Retalho nos centros urbanos e a recuperação económica, em artigo do Urban Land Institute. Mercado Angolano Oportunidades e riscos do investimento em Angola, por Patrícia Viana e Berta Grilo da Abreu Advogados. Ricardo Guimarães | Novembro 2010 · Desde 1988 Índice Ci acumula duas quedas consecutivas Após desvalorizar em Setembro, registaram-se perdas de 0,7% nos novos e de 0,1% nos usados. NEWSLETTER IMOBI L R IA IBÉ R ICA 24 35 38 Mercado Residencial naAMLisboa Vendas de usados 30% abaixo do preço médio dos novos, segundo Arrendamento Habitacional Rendas em Lisboa perdem mais 0,4% no 3ºtrimestre, acumulando uma descida anual de 1,0%. Mercado de Retalho Artigo da Jones Lang laSalle, sobre as perspectivas e tendências no mercado de retalho para o ano 2020. Projectos em Carteira Os projectos residenciais em carteira superam os 10 mil fogos na AM Lisboa, segundo dados Ci/ADENE. Tendências e Parcerias Retalho nos centros urbanos e a recuperação económica, em artigo do Urban Land Institute. Mercado Angolano Oportunidades e riscos do investimento em Angola, por Patrícia Viana e Berta Grilo da Abreu Advogados. Ricardo Guimarães | Novembro2010· Desde1988 ula d du ua as s ula du ua as s dice Ci dice C Índ Ci acumu Ci acumul Índi va vas s queda uedas q iv das consecutiv das consecuti qu bro o bro o, br b Ap Ap b b pós desvalorizar em Setem Após desvalorizar em Setemb % n nos s ,7% % registaram-se perdas de 0,7% registaram-se perdas de 0, s. do dos. s novos e de 0,1% nos u novos e de 0,1% usado NEWSLETTER IMOBILIÁRIA IBÉRICA 07 15 19 24 35 38 Mercado Residencial na AM Lisboa Vendas de usados 30% abaixo do preço médio dos novos, segundo a base de dados do SIR. Arrendamento Habitacional Rendas em Lisboa perdem mais 0,4% no 3º trimestre, acumulando uma descida anual de 1,0%. Mercado de Retalho Artigo da Jones Lang laSalle, sobre as perspectivas e tendências no mercado de retalho para o ano 2020. Projectos em Carteira Os projectos residenciais em carteira superam os 10 mil fogos na AM Lisboa, segundo dados Ci/ADENE. Tendências e Parcerias Retalho nos centros urbanos e a recuperação económica, em artigo do Urban Land Institute. Mercado Angolano Oportunidades e riscos do investimento em Angola, por Patrícia Viana e Berta Grilo da Abreu Advogados. Director Ricardo Guimarães | Novembro 2010 · Desde 1988 Índice Ci acumula duas quedas consecutivas Após desvalorizar em Setembro, registaram-se perdas de 0,7% nos novos e de 0,1% nos usados. Com a subscrição da Ci, aceda gratuitamente* ao Geo-Ci, a plataforma estatística da Confidencial Imobiliário! Com o Geo-Ci configure as suas tabelas, construa os seus cartogramas de dados, com elevada flexibilidade. Saiba mais sobre o Geo-Ci em www.ci-iberica.com *Acesso a dados Ci/LardoceLar e Ci/ADENE para um concelho. A Britalar Turismo e a Hoti Hotéis Portugal estão a desenvolver uma nova unidade hoteleira na cidade de Lisboa. O Hotel Tryp Aeroporto representa um investimento de cerca de 15 milhões de euros e compreende 170 quartos. O novo edifício, com uma área de construção global de mais de 15.000 m², divididos por 13 pisos, está situado junto ao Aeroporto da Portela, em Lisboa, e será explorado sob a insígnia Tryp, da cadeia Meliã. Além dos 130 lugares de estacionamento, esta unidade possui três salas de conferências, restaurante e bar, piscina exterior e interior, integradas num health club & Spa. Segundo as entidades promotoras, este projecto caracteriza-se “por uma elevada qualidade acústica, dada a proximidade ao aeroporto e possuirá certificação energética de classe A”. A sua construção está a cargo da Britalar Engenharia. Pedro Farinha Lisboa vai ter novo hotel junto ao aeroporto

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Quarta-feira18 Janeiro 2012

Nova lei do arrendamento “ineficaz” sem taxa liberatória Profissionais ligados ao imobiliário, designadamente Luís Lima e Reis Campos, defendem que nova legislação só terá sucesso se existirem incentivos ao investimento no arrendamento Páginas 04 e 06

Subscreva a Confidencial Imobiliário!

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N E W S L E T T E R I M O B I L I Á R I A I B É R I C A

243538

Mercado Residencial na AM LisboaVendas de usados 30% abaixo do preço médio dos novos, segundo

Arrendamento HabitacionalRendas em Lisboa perdem mais 0,4% no 3º trimestre, acumulando

uma descida anual de 1,0%.

Mercado de RetalhoArtigo da Jones Lang laSalle, sobre as perspectivas e tendências

no mercado de retalho para o ano 2020.

Projectos em CarteiraOs projectos residenciais em carteira superam os 10 mil fogos

na AM Lisboa, segundo dados Ci/ADENE.

Tendências e Parcerias Retalho nos centros urbanos e a recuperação económica, em artigo

do Urban Land Institute.

Mercado AngolanoOportunidades e riscos do investimento em Angola, por Patrícia Viana

e Berta Grilo da Abreu Advogados.

Ricardo Guimarães | Novembro 2010 · Desde 1988

Índice Ci acumula duas quedas consecutivasApós desvalorizar em Setembro, registaram-se perdas de 0,7% nos novos e de 0,1% nos usados.

N E W S L E T T E R I M O B I L I Á R I A I B É R I C A

243538

Mercado Residencial na AM LisboaVendas de usados 30% abaixo do preço médio dos novos, segundo

Arrendamento HabitacionalRendas em Lisboa perdem mais 0,4% no 3º trimestre, acumulando

uma descida anual de 1,0%.

Mercado de RetalhoArtigo da Jones Lang laSalle, sobre as perspectivas e tendências

no mercado de retalho para o ano 2020.

Projectos em CarteiraOs projectos residenciais em carteira superam os 10 mil fogos

na AM Lisboa, segundo dados Ci/ADENE.

Tendências e ParceriasRetalho nos centros urbanos e a recuperação económica, em artigo

do Urban Land Institute.

Mercado AngolanoOportunidades e riscos do investimento em Angola, por Patrícia Viana

e Berta Grilo da Abreu Advogados.

Ricardo Guimarães | Novembro 2010 · Desde 1988

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N E W S L E T T E R I M O B I L I Á R I A I B É R I C A

— Índice Confidencial Imobiliário (2005=100) — Taxa de Variação Homóloga

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Mercado Residencial na AM LisboaVendas de usados 30% abaixo do preço médio dos novos, segundo a base de dados do SIR.

Arrendamento HabitacionalRendas em Lisboa perdem mais 0,4% no 3º trimestre, acumulando uma descida anual de 1,0%.

Mercado de RetalhoArtigo da Jones Lang laSalle, sobre as perspectivas e tendências no mercado de retalho para o ano 2020.

Projectos em CarteiraOs projectos residenciais em carteira superam os 10 mil fogos na AM Lisboa, segundo dados Ci/ADENE.

Tendências e Parcerias Retalho nos centros urbanos e a recuperação económica, em artigo do Urban Land Institute.

Mercado AngolanoOportunidades e riscos do investimento em Angola, por Patrícia Viana e Berta Grilo da Abreu Advogados.

Director Ricardo Guimarães | Novembro 2010 · Desde 1988

Índice Ci acumula duas quedas consecutivasApós desvalorizar em Setembro, registaram-se perdas de 0,7% nos novos e de 0,1% nos usados.

J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O

20062007

20082009

2010

Com a subscrição da Ci, aceda gratuitamente* ao Geo-Ci, a plataforma estatística da Confidencial Imobiliário! Com o Geo-Ci configure as suas tabelas, construa os seus cartogramas de dados, com elevada flexibilidade.Saiba mais sobre o Geo-Ci em www.ci-iberica.com *Acesso a dados Ci/LardoceLar e Ci/ADENE para um concelho.

A Britalar Turismo e a Hoti Hotéis Portugal estão a desenvolver uma nova unidade hoteleira na cidade de Lisboa. O Hotel Tryp Aeroporto representa um investimento de cerca de 15 milhões de euros e compreende 170 quartos.O novo edifício, com uma área de construção global de mais de 15.000 m², divididos por 13 pisos, está situado junto ao Aeroporto da Portela, em Lisboa, e será explorado sob a insígnia Tryp, da cadeia Meliã. Além dos 130 lugares de estacionamento, esta unidade possui três salas de conferências, restaurante e bar, piscina exterior e interior, integradas num health club & Spa. Segundo as entidades promotoras, este projecto caracteriza-se “por uma elevada qualidade acústica, dada a proximidade ao aeroporto e possuirá certificação energética de classe A”. A sua construção está a cargo da Britalar Engenharia. Pedro Farinha

Lisboa vai ter novo hotel junto ao aeroporto

2 • Público Imobiliário • Quarta-feira 18 Janeiro 2012

Opinião

Estancar o desemprego e criar emprego é condição necessária à coesão social

Luís Lima

Nos finais de 2005, quando a França enfrentava uma profunda crise social bem localizada e identificada nas cidades satélites das grandes cidades, como Paris e Lyon, a Reabilitação

Urbana das periferias foi sempre apontada como fazendo parte da solução de um problema também potenciado pelo aumento do desemprego, principalmente entre os jovens.

O colapso das classes médias e valores de desemprego que em certas regiões de forte concentração urbana chegaram a atingir os 25%, em cenários urbanisticamente degradados, criaram as condições ideais para uma contestação social que, no caso francês, o mundo testemunhou quase em directo. Nicolas Sarcozy era então ministro do Interior no Governo de Dominique de Villepin.

Hoje, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) alerta para o regresso de mais agitação social, em muitos países da Europa e até em Economias emergentes, onde estão a adoptar-se medidas sérias de austeridade e onde o desemprego voltou a crescer. Para a OIT o emprego tem de crescer, anualmente, pelo menos 1,3% para que se consiga, em 2015, os níveis de emprego anteriores à crise.

Mais do que nunca, as opções politicas devem incorporar soluções que apontem para uma maior coesão social e para a adopção de uma transparência e de uma equidade irrepreensíveis quanto à distribuição dos sacrifícios que a crise global e generalizada está a provocar em muitos sectores populacionais de muitos países. Sob pena de vermos ampliados os problemas que

no memorando da troika para revitalização do sistema financeiro nacional (12 mil milhões de euros) e, envolvermos todos os players do sector, desde promotores, passando pela banca (papel muito importante) chegando aos consumidores finais, uns com crédito à habitação vivo ou mesmo sem crédito e motivá-los a “cederem” o património imobiliário líquido de cada um, trocando-os por títulos de um fundo a que o Prof. Augusto Mateus considera poder chamar-se de “Salvação Nacional”.

A ideia é brilhante??? Bem, uns gostarão dela, outros detestá-la-ão e outros, simplesmente, irão considerá-la indiferente; no entanto, é uma ideia nova, diferente do que temos ouvido e comentado. É daquelas ideias que nos levam a pensar …”realmente há necessidade de fazer diferente! Não podemos continuar a fazer tudo da mesma maneira e aguardar que os resultados sejam outros!”.

Neste aspecto ninguém poderá acusar esta ideia que, na minha opinião, é brilhante. O desafio assenta em motivarmo-nos para este novo paradigma que hoje já é uma realidade; transformarmo-nos em arrendatários, detentores de títulos imobiliários que nos permitirão uma determinada rentabilidade financeira.

Se o conseguirmos, teremos os cerca de 8 mil milhões de euros (pelo menos), em vez de inseridos directamente no sistema financeiro, a resolver um problema que, para além de financeiro é sistémico.

Admito que este é um passo de gigante que não sei se estaremos preparados para dar. Contudo, transmite-nos, claramente, que o mercado de arrendamento em paralelo com a Reabilitação Urbana são, de todo, o caminho a perseguir

Para tal, regresso ao início do texto…”E para arrendarem, o mercado tem que ter produto e a preço.”. Este é, de imediato, o grande desafio; posicionar o serviço final da renda, seja pelo incremento de produto/oferta, seja pelo decréscimo do risco (financeiro e jurídico) inerente ao processo.

“Arrendar Casa” já é o presente! O futuro dependerá de uma seguradora e de um país com visão!!

Hoje, com o elevado valor dos spreads associados ao crédito habitação, bem como com as constantes e cada vez mais criteriosas exigências por parte das Instituições Financeiras aquando

da concessão de crédito, seja pela forte exposição ao tema da dívida soberana, seja pelas directrizes claras e sem margem de manobra constantes no “nosso actual programa de governo – memorando da Troika”, todos sabemos que o mercado tem que assumir a mudança de paradigma. O mercado tem que caminhar em direcção ao arrendamento urbano de modo a encontrar as soluções necessárias para a satisfação das necessidades dos clientes.

Os interessados continuam a ter que ir viver para algum lado. Se não conseguem comprar, é necessário poderem arrendar. E para arrendarem, o mercado tem que ter produto e a preço.

Não estou a criticar os proprietários por estarem a exigir demasiado pelo valor do serviço da renda; pelo contrário. Critico é o que obriga o mercado a adicionar ao serviço da renda um elevado prémio de risco por tudo o que envolve um arrendamento urbano no nosso país.

No fundo, os preços são elevados devido à reduzida oferta de produto neste mercado. Esta escassez de oferta entende-se pelos riscos inerentes a esta actividade, nomeadamente, o risco financeiro associado às dificuldades de resolução de eventuais incumprimentos; e este….tem um elevado prémio que encarece consideravelmente o serviço final da renda.

E este tema é tão ou mais importante quando prestigiadas figuras públicas da nossa praça apresentam e defendem que a solução para o crítico momento que hoje vivemos passa por conciliarmos a reabilitação urbana ao arrendamento e a um (ou mais do que um) fundo imobiliário que potencie todo um património e uma rentabilidade necessários para o desenvolvimento do país.

Pegarmos em, pelo menos 65% do fundo previsto

Deste modo, temos desafiado algumas seguradoras a operarem no nosso mercado a desenvolverem um verdadeiro Seguro de Arrendamento.

Seria uma segurança para proprietários/investidores, que passariam a olhar para este sector como uma verdadeira alternativa de rentabilização do seu património, mas também um posicionamento claro de liderança da seguradora que, antecipadamente, se preparar para esta real mudança de paradigma. Será que o risco inerente a um arrendamento é superior ao de um automóvel? Porque não olhar para o arrendamento como olhamos para o simples acto da condução de um veículo motorizado! Um veículo motorizado, para poder circular, tem que ter um seguro; um arrendamento, para poder existir, deveria ter que ter um seguro! Irá encarecer o valor da renda no curto prazo, mas, no médio prazo, com a credibilidade e segurança que trará ao mercado, permitirá um aumento da oferta e o que levará a que a elasticidade da oferta e da procura façam o resto, isto é, que o mercado funcione. O próprio prémio de seguro tenderia a posicionar-se em termos de preço pela magnitude e abrangência.

O arrendamento urbano em sintonia directa com a reabilitação urbana tão necessária para o rejuvenescimento das nossas urbes, têm, cada vez mais, um papel fundamental na socialização das nossas comunidades.

Ao Poder Central, exige-se que tome as diligências necessárias para reduzir ao máximo o risco operativo que hoje todos identificamos, seja canalizando o fundo da troika para apoio da banca de modo diferente, seja legislando de modo a credibilizar o sector do arrendamento como, acredito, está a efectuar.

Acreditamos que o mercado necessita e solicita …”Arrendar Casa”.

director-geral ComprarCasa – Rede Imobiliária da Apemip

Luís Mário Nunes

a França enfrentou nos finais de 2005.Em Portugal, a Reabilitação Urbana e a regeneração

de muitos espaços urbanisticamente degradados pode ser um importante contributo para a recuperação de muito emprego perdido no sector da Construção e do Imobiliário (projectam-se dezenas de milhares de postos de trabalho), parte do qual susceptível de ocupar gente de menor formação inicial e sem idade para adquirir mais competências.

Este comboio da Reabilitação Urbana, para usar uma expressão de um membro do actual Governo para quem este desígnio nacional é um que mais nos devia mobilizar, pode, entre nós, fazer a diferença e estancar tendências socialmente explosivas que olham muito mais para a Economia que sustenta o Sistema Financeiro do que para a chamada Economia real que afecta a generalidade das pessoas.

Em síntese, a solução que parece realmente estar a funcionar, nomeadamente em Economias emergentes onde o emprego cresce, aponta para a adopção de politicas macroeconómicas que combinem investimento, produtividade, crescimento económico e emprego. Nenhum destes factores pode ser descurado, sob pena de podermos gerar desequilíbrios impossíveis de gerir.

Estancar o desemprego e criar emprego é condição indispensável para uma coesão social sem qual não haverá condições para que os mercados em que assenta o sistema politico em que vivemos continuem a funcionar, em normalidade.

Presidente da [email protected]

Público Imobiliário • Quarta-feira 18 Janeiro 2012 • 3

Mercados

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Preços de habitação nova em Lisboa caem 3,1% até Outubro

No que se refere ao total do merca-do habitacional português, em outubro de 2011, a nota mensal foi de desvalo-rização, com uma queda de 0,3% nos preços face a setembro e seguindo a tendência de queda iniciada em agosto, mês que quebrou com a estabilização registadas nos três meses prévios. Esta performance acabou por influenciar

Na Área Metropolitana de Lisboa (AM Lisboa), os preços da habitação nova evidenciaram ao longo de 2011 pior desempenho do que os fogos usados, de acordo com o Índice Confidencial Imobiliário (Índice Ci). Com variações mensais negativas entre -0,1% e -1,5%, os preços da habitação nova na AM Lisboa chegaram a outubro com uma queda homóloga de 3,1%, enquanto nos fogos usados, variação homóloga no mesmo mês se fixou nos -1,0%, refletindo taxas mensais a variarem entre -0,1% e -0,6% ao longo do ano.

No geral, o Índice Ci na AM Lisboa apresentou igualmente perdas mensais ao longo de todo o ano de 2011, com ex-ceção dos meses de janeiro e julho, re-gistando uma variação mensal de -0,2% em outubro. Em termos homólogos os valores de habitação na região metro-politana, chegam a outubro a perder 1,5%, refletindo o agravamento da per-formance mensal do índice.

a variação homóloga, com o Índice a entrar em terreno negativo em junho (-0,3%) e atingindo -1,0% em outubro.

Nos fogos novos, os meses de agosto a outubro foram igualmente palco de quedas mensais no mercado nacional, embora a tendências tenha sido de de-saceleração, com uma variação men-sal de -0,4% em agosto e setembro e de -0,1% em outubro. Já no caso dos usa-dos, o Índice Ci caiu também em outu-bro, com uma taxa de variação mensal na ordem dos -0,4%, num agravamen-

Índice Confi dencial Imobiliário

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ÍNDICE CONFIDENCIAL IMOBILIÁRIO — AM LISBOA

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2006 2007 2008 2009 2010 2011

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www.ci-iberica.com

to face aos -0,1% no mês anterior. Em termos homólogos, a taxa de variação para os fogos novos oscilou entre -0,2% e -1,4% entre junho e outubro, enquanto que para os usados, no mesmo inter-valo de tempo, essa variação foi entre -0,1% e -0,8%.

Actualidade4 • Público Imobiliário • Quarta-feira 18 Janeiro 2012

Sousa Cunhal Turismo aproveitou 2011 para “consolidar” wineresort L’And Vineyards

PÚBLICO Imobiliário – Que balanço faz do ano de 2011?José Cunhal Sendim – O ano de 2011 foi um ano importante tendo a empresa conseguido – apesar do contexto económico – consolidar o ‘wineresort’ L’And Vineyards, com a abertura do hotel, a entrega das primeiras unidades de alojamento e comercialização do primeiro vinho L’And (Reserva 2009). Neste sentido, foi o ano que permitiu materializar a estratégia da empresa, assente na promoção de empreendimentos

A Miele lançou recentemente uma nova linha de aspiradores. A série S6 oferece “uma sintonia exemplar en-tre capacidade de limpeza, conforto de utilização e elevados padrões de higiene e qualidade”, revela a marca em comunicado.

Esta nova linha de aspiradores “comprova que design e funcionali-dade podem conviver de forma har-moniosa e perfeita lado a lado. Curvas suaves, linhas simples e cores vivas for-mam uma unidade com elevado nível de higiene e desempenho de aspiração superior”, pode ler-se no mesmo do-cumento.

Dotados de motores que vão até aos 2.000 Watts de potência máxima, os aspiradores S6 “apresentam uma ca-pacidade de limpeza única” e “uma regulação electrónica da potência de aspiração regulável através de um bo-tão de seis níveis”.

turísticos com integração efectiva das três áreas de negócio da marca L‘And: residências (imobiliário) com serviços associados, hospitality e enologia.De que forma é que a actual crise tem condicionado a actividade da sua empresa?A crise e especialmente o ambiente de incerteza económico e político afectaram, essencialmente, as vendas de residências para o mercado nacional. Apesar do nosso segmento de mercado não ser muito afectado no que respeita a disponibilidade financeira, a elevada incerteza e volatilidade condicionaram a tomada de decisões. Ainda no segmento de imobiliário, 2011 ficou também marcado pelas primeiras vendas para o mercado internacional (Norte

da Europa) o que constitui um bom indício para 2012. No que respeita ao hotel, as vendas situaram-se acima do previsto quer em termos de taxa de ocupação quer em termos de preço médio de venda, o que traduz um indício muito positivo da competitividade da nossa proposta de valor mesmo num contexto económico negativo. Na área do

José Cunhal Sendim, CEO da empresa, faz balanço positivo do ano transacto e mostra-se confiante para 2012

Pedro Farinha

Miele apresenta série de aspiradores S6

vinho, a empresa também conseguiu afirmar a sua proposta de valor comercializando para o mercado nacional e internacional o primeiro vinho Premium L’And.Quais são as expectativas para 2012?Na nossa perspectiva, a evolução do ano de 2012 dependerá acima de tudo da clarificação do enquadramento financeiro e político europeu. Caso se assista a uma clarificação politica positiva, que permita reduzir os níveis de incerteza, estabilizar o sistema financeiro e essencialmente criar condições para uma retoma global da confiança, o ano poderá ser positivo apesar do clima económico recessivo.

Lei do arrendamento urbano gera coro de críticas

C&W com quebra na facturação dos departamentos comerciais

Motivos são díspares mas profissionais do sector da construção e imobiliário, bem como proprietários e inquilinos, estão insatisfeitos face à nova legislação

Rui Pedro Lopes

O Governo está confiante de que a nova lei irá “criar um verdadeiro mercado de arrendamento”, impul-sionado, ao mesmo tempo, a reabi-litação urbana. Todavia, alguns dos principais profissionais do mercado imobiliário não estão tão certos dis-so e dizem que sem taxa liberatória no arrendamento, a nova lei pode-rá ser uma “oportunidade perdida”. Proprietários e inquilinos também não ficaram totalmente satisfeitos com as novas medidas previstas.

“As alterações à lei do arrendamen-to urbano, embora necessárias, não bastam para dinamizar o mercado. Sem mecanismos de incentivo ao in-vestimento nesta área, nomeadamen-te sem uma taxa liberatória sobre os rendimentos a obter neste mercado, a intenção declarada de dinamizar o mercado de arrendamento será um autêntico fiasco”, sublinhou, em en-trevista ao PÚBLICO Imobiliário (ver nestas páginas), Luís Lima, presiden-te da Associação de Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP).

Manuel Reis Campos, presiden-te da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI), afina pelo mesmo diapasão do seu colega, notando que a nova lei só atingiria os seus objectivos se, “além de induzir a necessária confiança aos agentes económicos, fosse, de igual modo, um instrumento de captação

“O ano que passou foi um ano difícil para as nossas equipas comerciais”. Quem o disse foi Eric van Leuven, managing partner da Cushman & Wakefield (C&W), que dá conta de “uma quebra significativa de factura-ção nas áreas” de escritórios, indus-trial e investimento. Contudo, nem tu-do foram más notícias, com as equipas ditas não-transacionais a registarem um “ano excelente”. Para 2012, este responsável demonstra um “cauteloso optimismo”.

A crise que fustigou o mercado imo-biliário nacional em 2011 foi a princi-pal responsável pelos resultados ob-tidos por esta consultora. Assim, na “área de escritórios e de industrial, por exemplo, a falta de actividade traduziu-se em baixos volumes de absorção de mercado e, consequen-temente, numa queda da facturação da C&W, quando comparado com 2010”, afirmou Eric van Leuven, que acrescentou: “Também na área de in-vestimento apenas algumas transac-ções foram fechadas no início do ano”.

Quem não se pode queixar do ano passado são as equipas ditas não-tran-sacionais, como gestão de imóveis, avaliações e gestão de projectos, que “aumentaram a sua facturação e ga-nharam quota de mercado”, anunciou o managing partner da C&W.

Questionado sobre as expectativas para 2012, Eric van Leuven foi pe-remptório: “Em relação à actividade da Cushman & Wakefield, e antevendo um ano tão ou mais difícil que 2011, encaramos 2012 com um cauteloso optimismo pela estrutura e compe-tências da empresa adaptadas a esta nova realidade”. R.P.L.

e de incentivo ao investimento priva-do”. Ora, “é precisamente nestes dois pontos que a proposta falha, eviden-ciando uma falta de ambição” da par-te do Governo, indicou Reis Campos, em artigo publicado na passada sema-na no PÚBLICO Imobiliário.

Para este responsável, esta situa-ção só se inverterá se existir “maior eficácia e celeridade nos despejos, permitindo que os mesmos corram fora dos tribunais” e através da “cria-ção de uma taxa liberatória aplicável em sede de IRS aos rendimentos do arrendamento, que equipare o inves-timento neste mercado, às aplicações em depósitos bancários”. Se no caso dos despejos, Reis Campos entende que “os princípios em que assenta o processo especial são bons” e o os prazos definidos são os “correctos”, já no que se refere à taxa liberatória, as notícias não são as melhores: “Quanto à taxa liberatória, a lei nada mais faz do que referir um regime fiscal es-pecífico a fixar em diploma próprio, escusando-se a traçar objectivos con-cretos e a definir prazos para a apro-vação deste diploma complementar, o que significa que esta é uma medida diferida ‘sine die’”.

Despejos na berlinda Mas as críticas não são apenas dos profissionais da construção e imo-biliário. Por exemplo, a Associação Lisbonense de Proprietários (ALP), apesar de saudar o encurtamento dos prazos para o despejo, considera “exagerado” o valor da indemnização

previsto pelo Governo na nova lei. Sobre o Balcão Nacional de

Despejos, o presidente da ALP, Menezes de Leitão, tem algumas dú-vidas em relação à sua eficiência, isto porque “terá sempre que se recorrer a tribunal se o inquilino manifestar oposição à saída; estamos convenci-dos que, na esmagadora maioria dos casos, irá manifestar”. E acrescentou: “Não sei se essa estrutura terá alguma vantagem num processo que acabará por ter que ir parar a tribunal”.

Já os inquilinos estão “apreensi-

vos” com as medidas anunciadas. Romão Lavadinho, da Associação de Inquilinos Lisbonenses, mostrou-se “preocupado” com os despejos e su-blinha que “é importante questionar o motivo pelo qual as rendas não são pagas”.

Por seu lado, o presidente da Associação dos Inquilinos do Norte de Portugal assegura que os serviços jurí-dicos da associação têm sido constan-temente solicitados para informações aos associados, desde que foi conheci-da a existência de uma nova proposta de lei. “As pessoas estão assustadas”, constatou Manuel Vieira.

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6 • Público Imobiliário • Quarta-feira 18 Janeiro 2012

Actualidade

A reforma do regime do arrendamento urbano, que o Governo propôs recentemente, foi o mote para a entrevista que Luís Lima, presidente da Associação de Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) e vice-presidente da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI), concedeu ao PÚBLICO Imobiliário, na passada segunda-feira. Horas depois de ter sido recebido pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, integrando uma delegação da CPCI, Luís Lima sublinhou a importância da adopção, na nova legislação, de uma taxa liberatória sobre os rendimentos a obter no arrendamento urbano, sem a qual “a urgente necessidade de dinamizar o mercado de arrendamento urbano e com ele muitos projectos, também urgentes, de reabilitação, serão um fiasco”. Sobre o encontro com o chefe do Executivo, o líder da APEMIP nada revelou, num silêncio diplomático que aponta para algumas divergências de opinião.PÚBLICO Imobiliário – Que opinião lhe merece a nova lei do arrendamento apresentada por este Governo?Luís Lima – As alterações à lei do arrendamento urbano, embora necessárias, não bastam para dinamizar o mercado. Sem mecanismos de incentivo ao investimento nesta área, nomeadamente sem uma taxa liberatória sobre os rendimentos a obter neste mercado, a intenção declarada de dinamizar o mercado de arrendamento será um autêntico fiasco. Foram tornadas públicas na compreensível pressão dos timings impostos pelo memorando de entendimento mas servirão apenas para cumprir esse calendário se não forem acompanhadas de medidas complementares sem as quais não será possível captar investimentos externos e até de poupanças internas para este sector. A ideia de uma taxa liberatória sobre os rendimentos a obter neste mercado só pode ser assustadora para quem olha de fora para a nossa realidade

Reabilitação e arrendamento serão “fiascos” sem taxa liberatória na nova lei

só renascerá num outro quadro de incentivos ao investimento. Isto é incontornável.O despejo dos inquilinos por incumprimento no pagamento vai passar a ocorrer ao fim de três meses, depois de uma notificação do senhorio. É uma medida que responde àquilo que referiu de “ser necessário agilizar os despejos”?A medida é e sempre foi consensual. Se um arrendatário não paga a renda a que se obrigou, o contrato de arrendamento cessa e terá de haver uma acção de despejo, voluntária ou decretada por quem de direito. Nunca ninguém contestou isto. A questão estava e está no tempo que demorava, e ainda demora, na resolução do contrato desfeito.

quando analisada superficialmente. Esta opção fundamental para que o próprio mercado funcione fará aumentar as receitas que o Estado recebe pela via fiscal, o que satisfará a obsessão de alguns dos nossos credores. É que embora o Estado possa receber menos de cada proprietário verá aumentar substancialmente o número de proprietários que apostam neste mercado. E sem isto não haverá nem mercado de arrendamento a funcionar, nem reabilitação urbana.Tem sido, nas suas reflexões públicas, muito diplomata relativamente a esta questão. Foi reserva assumida para criar o melhor ambiente para a reunião que a delegação da CPCI manteve, na passada segunda-feira, com o primeiro-ministro? Os resultados obtidos satisfazem-no?É absolutamente natural que haja essa diplomacia e esse respeito pelo relacionamento com os órgãos de soberania, no caso com o Governo e com o senhor primeiro-ministro. O meu pensamento e a minha maneira de agir é sempre assumida pela positiva. Procura sempre realçar os pontos convergentes e, principalmente, ter uma visão elevada – em gestão diz-se a ‘visão de helicóptero’ – sobre os problemas para que a solução nunca seja toldada por interesses particulares ou corporativos. A defesa da taxa liberatória como condição indispensável para que o mercado de arrendamento, e por inerência também o da reabilitação urbana, funcione é justa por ser real e, nesta perspectiva, tem sido assumida. Não pode, realmente, ser adiada, sob pena de estarmos a alimentar a ilusão de que haverá um mercado de arrendamento segundo as regras do mercado e apetência para a reabilitação urbana. A reunião de uma delegação da CPCI com o senhor primeiro-ministro não foi totalmente esclarecedora sobre a evolução que estes projectos possam vir a ter. O presidente da CPCI, Reis Campos, vai convocar uma reunião com os representantes de todas as associações da confederação para, em conjunto, perspectivarmos a acção futura. Está em causa uma matéria sensível, como já referi, pois toca na fiscalidade sobre

o imobiliário, mas quando as projecções sobre este mercado são feitas, com rigor, percebe-se que não há outra alternativa se se quer realmente iniciar uma reabilitação urbana digna deste nome e, por via destes projectos, contribuir para a própria recuperação económica do país em muitas frentes, registe-se, no turismo, no combate ao desemprego num sector muito fustigado por este fenómeno. A reabilitação urbana não pode ser assumida apenas como opção em função dos custos imediatos. Optar pela reabilitação urbana é, no nosso sector, a atitude mais sustentável e a mais coerente com as obrigações éticas que, nesta matéria da sustentabilidade, a nossa geração tem relativamente às gerações vindouras. Estou sinceramente esperançado que o senhor primeiro-ministro, o mais jovem primeiro-ministro de Portugal, acabará por ser sensível a estes argumentos. Portugal precisa da reabilitação urbana, a reabilitação urbana precisa de uma mercado de arrendamento a funcionar e este

Luís Lima, presidente da APEMIP e vice-presidente da CPCI, lança fortes críticas à nova lei do arrendamento, apresentada recentemente

Rui Pedro Lopes Tempos houve em que isso demorava anos, o que até facilitou o aparecimento de inquilinos que cronicamente deixavam de pagar a renda, mantendo-se nesta situação seis, sete e até oito anos até saírem, sem qualquer problema pois o senhorio, cansado da situação, o que queria era ver-se livre de tal inquilino. Diminuir esse tempo de espera para três meses é um passo muito importante nesta questão. É regressar a um tempo justo para que possa haver justiça. Espero que isso venha a acontecer em breve, como prometido, e se isso vier a acontecer é necessariamente uma medida importante no conjunto de todas as medidas que se impõem para mudar de paradigma neste sector.Como vê a proposta do Governo de que a actualização das rendas antigas partirá de uma proposta do senhorio, à qual se poderá seguir uma contraproposta do inquilino? É um ponto de partida, como outro qualquer, para colocar todos os contratos de arrendamento em valores de mercado. Como sempre digo, o segmento do arrendamento urbano não pode ser visto como um cenário de guerra ou de luta de classes, entre a classe dos inquilinos e a classe dos senhorios, mas, às vezes, certas abordagens parecem apontar nesse sentido, insistindo na ideia de que os proprietários de imóveis têm de arcar com funções sociais face aos inquilinos que incubem ao Estado. Fazer convergir, num processo eventualmente evolutivo, as rendas antigas com os valores normais de mercado, é uma atitude óbvia que terá de ser assumida. Há, certamente, situações que têm e devem ser salvaguardadas, mas estas nunca estiveram em causa, como às vezes alguns analistas, cujas análises são mais emotivas do que racionais, parecem fazer crer. Não há mercados equilibrados com insensibilidades sociais.

Público Imobiliário • Quarta-feira 18 Janeiro 2012 • 7

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Que balanço faz da actividade desenvolvida pela APEMIP em 2011?É um balanço muito positivo. Começámos o ano com um debate em Lisboa, organizado pela Federação Internacional do Imobiliário (FIABCI) com o apoio da Comissão Económica das Nações Unidas para a Europa, que se debruçou sobre a necessidade da transparência dos mercados imobiliários como vector fundamental para que se assumam, de novo, peças importantes no desenvolvimento sustentado das nações, e acabámos o ano com os Encontros de Dezembro da FIABCI, o maior evento imobiliário jamais realizado em Portugal, com a presença de mais de 200 especialistas do sector de mais de 40 países. Ao longo do ano, marcámos presença significativa

Credibilização e internacionalização

APEMIP faz “balanço muito positivo” da actividade desenvolvida em 2011

na Imobitur e no SIL – Salão Imobiliário de Portugal, durante o qual a APEMIP e a AICCOPN foram associações anfitriãs na Reunião de Outono da Confederação do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa (CIMLOP). Isto sem esquecer todo o trabalho normal da associação, na formação dos seus associados e na defesa dos interesses do sector, em várias frentes, da qual destaco a de uma reflexão constante e pública sobre as matérias que interessam ao sector da construção e do imobiliário. Um dos principais objectivos traçados por si para o ano passado, enquanto presidente da APEMIP, foi a promoção do imobiliário português no estrangeiro. Foi um objectivo concretizado?A promoção do imobiliário português no estrangeiro será sempre um objectivo nunca acabado. O que não significa que não esteja a ser conseguido. Neste ano que passou a imagem

do nosso imobiliário subiu vários pontos no ranking internacional muito por força das reuniões que organizámos em Portugal em conjunto com a Federação Internacional do Imobiliário. Noutro plano, a nossa presença em eventos do sector imobiliário, como feiras imobiliárias, seja na Europa, como foi o caso de Madrid, seja em Angola ou no Brasil, dois mercados emergentes, é também manter a chama do nosso imobiliário como potencial e reconhecido refúgio seguro para quem quer investir no sector.A APEMIP foi anfitriã, no passado mês de Dezembro, das December Business Meetings, que se realizaram em Lisboa. Como enquadra esse evento no reforço

da credibilização internacional de uma associação como a APEMIP?O principal objectivo dos Encontros de Dezembro – colocar o mercado imobiliário português no mapa mundo dos investidores e dos profissionais do sector que se revêem nesse enorme e prestigiado clube de negócios que é o FIABCI – foi plenamente atingido e, nesse sentido, a APEMIP saiu profundamente prestigiada. O nosso país mostrou-se, aliás, como um verdadeiro tesouro do imobiliário europeu, nas próprias palavras de vários participantes estrangeiros. Acresce que reunir à mesma mesa, como aconteceu em Lisboa, o presidente Mundial da FIABCI, o presidente da NAR, a maior associação do sector dos Estados Unidos, e o presidente do SECOVI São Paulo, a maior associação empresarial da construção e imobiliário da América Latina, é também uma prova desse reconhecimento internacional.

Quais são os seus objectivos para 2012 à frente da APEMIP?Manter acesa esta chama do imobiliário português como um refúgio seguro para quem quer investir neste sector, quer interna, quer externamente, contribuindo desta forma para que as empresas que representamos possam continuar a contribuir para o desenvolvimento da nossa economia, tão necessário no momento de aperto que atravessamos.