nova etapa na regulação econômica de medicamentos

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Nova etapa na regulação econômica de medicamentos número34 agosto de 2003 ISSN 1518-6377 www.anvisa.gov.br pp.4 e 5 Brasil e OEA discutem uso de entorpecentes p. 3 Bancos de células placentárias são regulamentados p. 7

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Page 1: nova etapa na regulação econômica de medicamentos

Nova etapa na regulaçãoeconômica de medicamentos

número34agosto de 2003

ISSN 1518-6377

8 agosto de 20037agosto de 20036 agosto de 2003

www.anvisa.gov.br

pp.4 e 5

Brasil e OEAdiscutem uso deentorpecentesp. 3

Conferência discutirá diretrizes do SUS Produtos apreendidos e interditados(15 a 30 de julho)

Parcerias que multiplicam conhecimento

Bancos de célulasplacentárias sãoregulamentadosp. 7

Marcada para um ano antes do pre-visto, a 12ª Conferência Nacional deSaúde (CNS) será realizada, em Brasília,entre os dias 7 e 11 de dezembro ehomenageará o ex-secretário de GestãoParticipativa do Ministério da saúde,Sergio Arouca, falecido recentemente.

O encontro apresenta como eixocentral de debate o tema “Saúde: umdireito de todos, um dever do estado- a Saúde que temos, o SUS quequeremos”. O objetivo é promoverum amplo debate para analisar o Sis-tema Único de Saúde (SUS) e apon-tar novos rumos para o futuro da saú-de pública no Brasil.

A conferência, que ocorre a cada qua-tro anos, deve reunir cerca de três milpessoas de todos os estados do país en-tre profissionais de saúde, prestadoresde serviços, usuários, representantes doMinistério Público, especialistas e es-

tudiosos. Batizada de Conferência Ser-gio Arouca, a 12ª edição terá três eta-pas: municipal, estadual e nacional.

Para antecipar a discussão sobre ostópicos da conferência, o Conselho Na-cional de Saúde realizou, no dia 27 deagosto, a primeira teleconferência do en-contro, na qual foram apresentadas asteses que nortearão o debate dos dez ei-xos temáticos e divulgada a metodologiada sua 12ª edição.

Mais de 200 per-guntas, sugestões e crí-ticas foram enviadas pore-mail, telefone e faxinstalados nos 27 audi-tórios da Embratel dascapitais brasileiras. O coordenador-ge-ral da conferência, Eduardo Jorge, su-geriu a realização de mais duas sessõesdo debate virtual, em virtude da boareceptividade.

Bancos de células-tronco terão critérios de funcionamentoA partir de janeiro de 2004, os bancos de sangue de

cordão umbilical e placentário deverão estar em dia com aslicenças de funcionamento emitidas pelas vigilâncias sani-tárias locais. Esta é uma das exigências previstas na Resolu-ção RDC nº 190/03 da Anvisa, que ainda estabelece nor-mas para coleta, processamento,armazenamento e utilização de cé-lulas-tronco, também conhecidascomo células-mãe porque sãoextraídas do cordão umbilical eplacentário, utilizadas em trans-plantes de medula de pacientescom leucemia e para outrasfinalidades.

Um exemplo que mostra a ne-cessidade de regulamentar o setor éa constatação de casos no país emque a coleta das células se deu ain-da com a placenta dentro do útero.Esse procedimento intra-uterinointerfere no processo natural do par-to e pode causar infecções na mãe,de acordo com especialistas daAgência.

Existem dois tipos de bancos de sangue de células-tron-co: os alogênicos não-aparentados, que atendem ao públicoem geral; e os autólogos, que atendem apenas a pacientesque possuem graus de parentesco entre si. Atualmente exis-

tem no Brasil três bancos de sangue de células-tronco públi-cos e outros três privados.

Entre as exigências das regras instituídas pela Anvisa, osbancos são obrigados a fazer seleção das gestantes candidatasà doação, obter consentimento e fazer a coleta das células. O

sangue do cordão umbilical não podeser comercializado e toda informaçãorelativa a doadores e receptores, que per-mita a sua identificação, deve sermantida em sigilo.

As campanhas publicitárias para adoação de células-tronco devem ter ca-ráter geral, destacando-se pelavoluntariedade e o altruísmo do ato e odesinteresse material. Fica proibida apropaganda exclusiva para uma únicapessoa - física ou jurídica. A legislaçãodetermina ainda que deverão ser colhi-das amostras de sangue da mãe na horado parto e em um prazo de dois a seismeses depois para controle de doençasinfecciosas transmissíveis pelo sangue.

As licenças de funcionamento dosbancos de sangue de cordão umbilical e placentário deverãoser renovadas anualmente. Os serviços e empresas que nãorespeitarem as normas poderão ser notificados, autuados emultados com valores que variam de R$ 2 mil a R$ 1,5milhão, conforme a Lei nº 6.437/77.

B.I - A Vigilância Sanitária do estadoé recente, tem apenas 14 anos. Queáreas foram consideradas prioridadee em quais já é possível verificar re-sultados positivos?

Na área de produtos e serviços ob-tivemos grandes avanços em relação aomodelo nacional, mas verificamos anecessidade de intensificarmos nossosesforços para dar continuidade ao tra-balho da Anvisa, principalmente naárea de Alimentos com prioridade paraas fábricas de produtos dispensados deregistro. Isso porque o número de em-presas têm crescido, em especial as demanipulação de produtos artesanais eas de pequeno porte. Atualmente,estamos trabalhando de forma integra-da com as vigilâncias sanitárias muni-cipais para divulgar e fazer cumprir asnormas de alimentos. Uma populaçãoque consome produtos mais saudáveistem uma melhor qualidade de vida.

B.I - Qual o principal projeto desen-volvido hoje pela diretoria nessa li-nha de divulgar a Vigilância Sanitáriapara a população, empresários e co-merciantes?

Em fevereiro deste ano, colocamosem prática o projeto “Vigilância Sani-tária, Cidadania e Participação”, quevisa promover a sensibilização da co-munidade para as questões de Vigilân-cia Sanitária. Esse trabalho é feito coma divulgação dos instrumentos jurídi-

cos de defesa do cidadão por meio depalestras, campanhas educativas nas es-colas e treinamento dos conselheirosde saúde e representantes do poderlegislativo municipal. O projeto estáem fase de desenvolvimento nos mu-nicípios do Tocantins e contamos como apoio das secretarias estaduais deEducação e municipais de Saúde.

Temos uma equipe de inspetores dasáreas de Alimentos e Educação Sanitá-ria compostas por dentista, nutri-cionista e médico veterinário. Estesprofissionais já visitaram cerca de 50municípios das regiões norte, sul, su-deste e central do estado. A idéia é for-mar multiplicadores, inicialmente apartir dos municípios menores, mas ameta é levar o projeto para todas as 139cidades do Tocantins.

B.I - Além das secretarias estaduais emunicipais de Saúde e Educação,com quais outros órgãos a diretoriatrabalha em parceria para expandiras ações de Vigilância Sanitária?

Trabalhamos em conjunto com oMinistério Público, por meio da Pro-motoria de Justiça e Cidadania, para omelhor desenvolvimento das nossasações.

É importante a ação da Saúde emconjunto com o Direito, pois haverámais eficácia na aplicação de regras eprincípios de Vigilância Sanitária querege a proteção da Saúde Coletiva.

entrevista: Glênia de Abreu e Silva

O fortalecimento da Vigilância Sanitária por meiode parcerias foi um dos mais importantes aprendizadosque os nove anos de experiência no setor trouxeram àfarmacêutica Glênia de Abreu e Silva. No comando daDiretoria de Vigilância Sanitária do Estado do Tocantinshá sete meses, a especialista em Saúde Pública, de 34anos, procurou o apoio das instituições de ensino e dosórgãos de defesa do consumidor para levar aos estudan-tes conhecimentos básicos que melhoram a qualidadede vida de suas famílias. Goiana da capital, Glênia, àfrente da diretoria, criada em 1989, apostou em proje-tos educativos para mostrar a população que a vigilânciafaz parte da rotina de todos.

Para o treinamento dos nossos fis-cais, firmamos parceria com a Anvisa,Sebrae e Senac tanto para o conheci-mento técnico como para o entendi-mento da legislação. Profissionaisatualizados exercerão com mais segu-rança o trabalho de fiscalização.

B.I - Como é feito o apoio aos muni-cípios e como está o trabalho dedescentralização das ações?

Pelo tempo trabalhado com fiscali-zação e o bom relacionamento com asvigilâncias municipais foi possível rea-lizar um planejamento direcionado eparticipativo de apoio às ações locais.Hoje temos um setor específico volta-do para a capacitação e educação sani-tária que, além de atender as solicita-ções dos municípios em baixa comple-xidade devido à alta rotatividade de re-cursos humanos, intensificou os cur-sos específicos em Boas Práticas deManipulação de Alimentos e novas re-gulamentações, entre outros assuntos.

As ações de baixa complexidade sãorealizadas por 100% dos municípiosdo estado do Tocantins desde 1997.Com a descentralização das ações deVigilância Sanitária por meio do repas-se financeiro do Piso de Atenção Bási-ca (PAB), os municípios assumiram afiscalização e os controles sanitáriosconsiderados básicos, como o do co-mércio de alimentos. A idéia é fortale-cer os municípios tocantinenses.

Dentro da programação da Conferên-cia Sergio Arouca, o Ministério da Saú-de e o Conselho Nacional de Saúde rea-lizaram, entre os dias 15 e 18 de setem-bro, a primeira Conferência Nacional deMedicamentos e Assistência Farmacêu-tica (CNMAF), em Brasília.

O encontro abordou a situação dosmedicamentos no Brasil e definiu algu-mas diretrizes para uma Política Nacio-

nal de Medicamentos eAssistência Farmacêutica.O projeto de lei que atua-liza a lei do comércio far-macêutico (5.991/73) e omonitoramento da propa-ganda de medicamentos

feito pela Anvisa também foram discu-tidos durante o encontro.

O tema da conferência foi “Acessopara todos, Qualidade e Humanização– O Brasil tem direito”.

Laila

Mu

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Glênia: “Nossa prioridade foi cuidar dos alimentos“

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As primeiras células de cordão

umbilical foram isoladas em 1998

A CNS érealizada acada 4 anos

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nistrativos contra laboratórios em ca-sos de desobediência à legislação. A MPnº 123, além de haver propiciado àCMED o resgate dessas atribuições,permitiu o avanço em diversos outrospontos. Entre eles, a possibilidade defixar as margens de comercialização paratoda a cadeia produtiva, as competên-cias para sugerir a celebração de acor-dos e convênios internacionais relativosao setor de medicamentos e para solici-tar informações sobre produção,insumos, matérias-primas e vendascomo suporte no monitoramento domercado brasileiro de medicamentos.

À nova CMED cabe também opi-nar sobre regulamentações que envol-vam tributação de medicamentos e su-gerir a adoção, pelos órgãos competen-tes, de diretrizes e procedimentos vol-tados à política de acesso da populaçãoa medicamentos, atuando como órgãode apoio a programas planejados e a se-rem implementados pelo Executivo.

A Câmara de Regulação do Merca-do de Medicamentos é composta porrepresentantes dos ministérios da Saú-de, Fazenda, Justiça e Casa Civil, e temsua Secretaria-Executiva a cargo daAnvisa. A CMED existe para acompa-nhar os números do mercado, criar po-líticas de regulação, além de evitar ecoibir excessos em relação a preços. Acâmara é mais uma área de atuação da

editorial notas

expediente

Anvisa Boletim Informativo é uma publicaçãomensal da Agência Nacional de VigilânciaSanitária (ANVISA)-Ministério da Saúde.

Conselho Editorial: Luis Carlos Wanderley Lima, Cláudio MaierovitchPessanha Henriques e Ricardo OlivaEdição: Carlos Dias Lopes, registro MTb 7476/34/14/DFSub-edição: Laila Muniz, registro MTb 4951/14/101/DFTextos: Carlos Tavares, Fabiana Reis e Laila MunizRevisão: Carlos TavaresColaboração: Graça Guimarães e Melissa FreitasProjeto e Design Gráfico: Daniel Ferreira (Gerência de ComunicaçãoMultimídia - GECOM)Editoração: Daniel Ferreira (GECOM)Capa: Renato Berlim (GECOM)Apoio: Janaina Moraes e Daniella SilvaImpressão: Gráfica BrasilTiragem: 60 mil exemplaresEndereço: SEPN Quadra 515, Bloco B, Ed. ÔmegaBrasília/DF CEP 70770-502Telefones: (61) 448-1022 ou 448-1301/ Fax: (61) 448-1252E-mail: [email protected]: 1518-6377

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2agosto de 2003

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Anvisa suspende propagandas sobre dificuldade de ereção

Mais responsabilidades para a Secretaria-Executiva da CMEDDoping

A Unidade de Produtos Controlados da Anvisaparticipará da Comissão de Combate ao Doping criadapelo Ministério do Esporte. A entidade é composta por13 órgãos e atuará no âmbito do Conselho Nacionalde Esporte (CNE). Um dos objetivos da comissão émodificar e divulgar a lista de substâncias e métodosproibidos na prática do esporte, observadas as regrasinternacionais da Agência Mundial Antidoping.

Congresso

A Anvisa teve uma intensa participação no VIICongresso Brasileiro de Saúde Pública realizado pelaAssociação Brasileira de Pós-Graduação em SaúdeColetiva (Abrasco) entre os dias 30 de julho e 2 deagosto. Sessenta trabalhos foram apresentados pelaAgência, sendo que dois receberam menção honrosada comissão científica do congresso. O encontroreuniu seis mil pessoas, entre pesquisadores,professores universitários e profissionais de saúde.

Arouca

O médico sanitarista Sérgio Arouca morreu decâncer no dia 2 de agosto, em sua casa. Ele foipresidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) esecretário de gestão participativa do Ministério daSaúde. Arouca foi um dos grandes responsáveis pelaaprovação da emenda que criou o Sistema Único deSaúde (SUS). Nascido em Ribeirão Preto, completaria62 anos no dia 20 de setembro.

Conhecimento

O Boletim Informativo da Anvisa se traduz em ummosaico de conhecimentos e idéias, fortalecendo osleitores para que sobrevivam nessa guerreira arte deser um vigilante sanitário.

Adler Tamay Vitória, Maria da Conceição Feitosae Marcos PavanattyVigilância Sanitária de Igauí - Bahia

As propagandas institucionais so-bre dificuldade de ereção de três em-presas farmacêuticas estão suspensasdesde o início do mês. Os laborató-rios Eli Lilly do Brasil, Bayer S/A ePfizer não estão autorizados a anun-ciar, em nenhum veículo de comu-nicação de massa, publicidade querelacione, de forma direta ou indire-ta, imagem, logotipo e produtos dasreferidas indústrias a medicamentosou tratamentos para disfunção erétile desempenho sexual.

A medida determinada pelaAnvisa pretende evitar os efeitos queesse tipo de publicidade pode cau-sar na população, como o estímuloao consumo de medicamentos, prin-cipalmente por estar relacionado aprodutos para o tratamento de difi-culdade de ereção que exigem pres-

Com a criação das novas regras deregulação econômica do mercado farma-cêutico, instituídas pela Medida Provi-sória nº 123, de 26 de junho de 2003,e pelo Decreto nº 4.766, da mesmadata, o Ministério da Saúde passou aocupar a presidência da Câmara deRegulação do Mercado de Medicamen-tos (CMED), que antes era do Minis-tério da Justiça, mantendo a Anvisa nopapel de Secretaria-Executiva. Permane-cem o Ministério da Saúde e a Anvisa,portanto, no topo do processoregulatório do setor farmacêutico bra-sileiro, ao lado de outros ministérios.

Ao contrário da antiga Camed, ex-tinta em junho de 2003, que só ti-nha poderes para atribuir responsa-bilidades aos laboratórios, a novaCâmara tem atribuições maisabrangentes para deliberar sobre pre-ços e para elaborar diretrizes deregulação do setor, podendo respon-sabilizar todos os atores do setor far-macêutico: a indústria, o atacado e ovarejo. Sua composição também di-fere da antiga Camed, já que, comotodo Conselho de Governo existentehoje, conta com a presença do minis-tro-chefe da Casa Civil da Presidên-cia da República.

Na vigência da antiga Câmara, o tra-balho desenvolvido limitava-se à análi-se e aprovação dos preços dos medica-mentos que eram lançados no merca-do, a fixar os limites para os reajustesde preços e a instaurar processos admi-

Agência e a sua importância dentro doespectro das atividades da Anvisa se dáem defesa dos direitos do consumidor,explica Luiz Milton Veloso Costa, se-cretário-executivo da CMED.

“O mercado farmacêutico brasilei-ro apresenta características específi-cas, que chamamos de falhas de mer-cado, e por isso deve ser regulado.Entre essas características, podemoscitar a essencialidade do produto, asignificativa concentração de oferta emcada classe terapêutica, a presença doconsumidor substituto, que é o mé-dico, e a forte assimetria de informa-ção. Tudo isso torna o grau de substi-tuição de produto por parte do con-sumidor praticamente inexistente,facilitando a imposição do preço”,explica Luiz Milton, justificando anecessidade do controle de preços, embenefício do consumidor.

Ele observa ainda que, quando sefala em fiscalizar preços, a CMED atuaem geral em parceria com os Procons eoutros institutos de defesa do consu-midor, além do apoio do próprio usuá-rio, que poderá fazer suas denúnciaspelo serviço “Disque-Medicamentos”,no telefone 0800 6440644. Criadopela CMED (ver box), o serviço aten-derá as demandas da população quan-do esta eventualmente se sentir lesadano ato da compra de um produto nafarmácia ou quando necessitar de maisinformações relativas a preços de medi-camentos e explicações sobre genéricos.

O novo marco regulatório instituí-do pelo Governo Federal com a MP nº123 e o decreto nº 4.766, de junhodeste ano, que criam e dão poderes àCMED, prevê a adoção de medidasadicionais ao novo modelo de regulaçãodo mercado, como o incremento da po-lítica de genéricos com o objetivo dereduzir o preço médio dos tratamentosdos consumidores, considerando-se ofato de que genéricos são sempre emmédia 40% mais baratos que os pro-dutos de referência.

Será desencadeada ainda uma dis-cussão nacional com a classe médica paraestabelecer mecanismos que resultemna prescrição pela Denominação Co-mum Brasileira – nome genérico – einclusão no receituário de uma segun-da prescrição. Além disso, ainda sobregenéricos, a Anvisa procurará manter,renovar e assinar contratos de parceriacom Procons representativos de todasas regiões brasileiras, buscando apoioem suas ações e a difusão do medica-mento genérico em todos os estados dafederação.

Outra mudança importante que aCMED trouxe foi o critério estabelecidopara o realinhamento de preços com baseem um índice que melhor refletisse a rea-lidade financeira do consumidor brasilei-ro. “Por isso escolhemos o Índice Nacio-nal de Preços ao Consumidor Amplo(IPCA), calculado pelo Instituto Brasilei-ro de Geografia e Estatística (IBGE), quemede os preços no varejo”, explica PedroJosé Baptista Bernardo, gerente-geral deRegulação Econômica e Monitoramentode Mercado, que participou na constru-ção da nova arquitetura regulatória dogoverno.

Com a nova política de regulaçãoeconômica do mercado farmacêutico,ficou estabelecido pelos representantesda CMED que os reajustes de preçosdo setor serão anuais, ocorrendo o pri-meiro em março de 2004, e que o Con-selho de Ministros poderia, como defato aconteceu, promover excepcional-mente um ajuste em 31 de agosto de

A implementação de um novo modelo de regulaçãoeconômica do mercado farmacêutico brasileiro devol-veu à Anvisa a competência de coordenar os trabalhosda Secretaria-Executiva da Câmara de Regulação doMercado de Medicamentos (CMED) num momentoem que o governo federal dá partida a uma série deestratégias de crescimento econômico, investe no de-senvolvimento de programas sociais, para resgatar acidadania da população, e na construção de um con-junto de medidas para melhorar os padrões de saúdepública do país.

Entre estas, o controle de preços de medicamentosse faz necessário porque em um país como o Brasil omercado se caracteriza pela ausência de concorrência epela formação de oligopólios, o que restringe as alter-nativas da população na compra de medicamentos maisbaratos. Por outro lado, o monitoramento dos preços,embora não gere concorrência, é capaz de subsidiar adecisão de como tratar diferentemente os medicamen-tos que enfrentam concorrência e aqueles que estãosozinhos - ou quase - no mercado.

Com uma reconhecida experiência no manuseio dosnúmeros do mercado e na elaboração de legislaçõesque regulam o setor, a Anvisa reaparece no novo cená-rio regulador como peça de fundamental importânciapara mover os mecanismos legais e estruturais daCMED. Sua equipe de técnicos, que trabalha no acom-panhamento dos preços, na fixação de critérios parareajustes, na feitura das leis e no diálogo com a indús-tria e a população é a mesma que aciona os trabalhosda Gerência-Geral de Regulação Econômica eMonitoramento de Mercado, principal base de ope-rações da CMED.

Nesta edição do Boletim Informativo, o leitor teráoportunidade de conhecer o sistema de funcionamen-to da CMED, suas medidas e atribuições relacionadasaos critérios de reajustes de preços, além do novo Dis-que-Medicamentos, que atende pelo número 0800644 0644.

crição médica. “A suspensão foi tam-bém motivada pela banalização douso de medicamentos indicados paracombater a disfunção erétil”, explicaa gerente de Controle e Fiscalizaçãode Medicamentos e Produtos daAnvisa, Maria José Delgado. O estí-mulo ao consumo de medicamentosé proibido pela Lei nº 6.360/76 epelo Decreto nº 79.094/77.

Para o uso de medicamentos devenda sob exigência de prescriçãomédica são necessários orientação eacompanhamento de profissional, e

Brasil preside reunião de peritosem produtos farmacêuticos

Pela primeira vez, o Brasil, por meio da Anvisa, pre-sidiu um encontro de peritos em substâncias farmacêu-ticas. A II Reunião do Grupo de Especialistas de Produ-tos Farmacêuticos da Comissão Interamericana para oControle de Abuso de Drogas (CICAD) foi realizadaem Brasília entre os dias 25 e 27 de agosto. Na reunião,que teve a participação de 13 países membros da CICAD- instituição da Organização dos Estados Americanos(OEA), o grupo de especialistas discutiu o documentoque trata dos “Elementos para o Controle de Produtos

Farmacêuticos que contenham Entorpecentes e Subs-tâncias Psicotrópicas”, elaborado pelas delegações doMéxico e Estados Unidos.

Na abertura do encontro, o diretor-presidente daAnvisa, Cláudio Maierovitch Pessanha Henriques,enfatizou a importância do desenvolvimento de siste-mas informatizados para ampliar o controle de substân-cias psicotrópicas e entorpecentes: “é fundamental oinvestimento em sistemas de informação maisabrangentes que permitam o acompanhamento e avali-ação das substâncias controladas desde a matéria-primaaté a prescrição e venda nas farmácias”.

Uma equipe da Anvisa apresentou aos peritos o Sis-tema Nacional de Gerenciamento de Produtos Contro-lados (SNGPC), projeto em fase de desenvolvimentopela Unidade de Produtos Controlados da Agência. Alémdisso, foram apresentados os guias de Referência sobreSistemas Nacionais de Produtos Farmacêuticos para aIndústria e sobre o Papel dos Profissionais de Saúde naPrevenção e na Detecção do Uso Indevido de ProdutosFarmacêuticos e seus Desvios para Canais Ilícitos.A intenção da CICAD é elaborar manuais para indús-tria e profissionais de saúde, além de estabelecer os ele-mentos para o controle ao abuso de drogas de formapadronizada entre os países membros. A confecção dosguias está prevista para a próxima reunião do grupo deespecialistas, a ser realizada em 2004 ainda sem data elocal definidos.13 delegações discutiram o controle de psicotrópicos

Anvisa cria 0800 para receber denúncias

O novo modelo de regulação dosetor envolve ainda a instituição doserviço “Disque-Medicamentos”,criado tanto para tirar dúvidas doconsumidor, quanto para receberdenúncias de descumprimento dalegislação, constituindo-se noprincipal canal de comunicaçãoentre a população e a CMED. Umaequipe de 30 funcionários treinadospor técnicos da Anvisa se revezará em dois turnos de trabalho, de 8h às18h, de segunda a sexta-feira, para responder as questões dos usuáriosde medicamentos.

Informações sobre preços e tabelas com valores máximos a seremcobrados pelas farmácias depois do ajuste de 2% e esclarecimentos sobremedicamentos genéricos, produtos de venda livre (fora do controle depreços do governo) estarão disponíveis no novo serviço.

O “Disque-Medicamentos” também receberá denúncias deconsumidores sobre abusos que eventualmente venham a ser praticadospelos proprietários de farmácias e drogarias. As queixas serão levadas aostécnicos da Câmara, que cobrarão explicações dos laboratórios suspeitosde reajustarem seus preços acima do permitido. Se as reclamações foremsobre farmácias que cobram valores acima dos que a lei determina, adenúncia deverá ser encaminhada aos órgãos de defesa do consumidor.O consumidor deve guardar as notas fiscais no ato da compra paracomprovar suas denúncias em casos de abertura de processosadministrativos contra os estabelecimentos.

Composição

Reajustes

2003 nos limites de 2% para quemcumpriu o Protocolo de Intenções, as-sinado em 27/12/2002. Para quemdescumpriu o Protocolo de Intençõesreajustando seus preços acima do limi-te estabelecido, o ajuste de preços de2% somente pôde ser aplicado depoisque os preços foram reduzidos aos pa-tamares corretos, o que gerou a dimi-nuição efetiva nos preços de cerca de 150medicamentos.

Antes de 31 de agosto, a equipe detécnicos da Secretaria-Executiva daCMED e da Gerência-Geral deRegulação Econômica e Monitora-mento de Mercado já havia preparadouma lista com cerca de 10 mil apresen-tações de produtos farmacêuticos queexibiam preços nos limites estabeleci-dos pelo governo, outra com 370 apre-sentações de laboratórios quedescumpriram o acordo, uma terceiracom três mil produtos em avaliação,além de uma quarta lista com 1.426

apresentações de medicamentos de ven-da livre, com preços liberados pelaCMED. Ficou decidido que estas listasseriam publicadas no sítio da Anvisaa partir de 2 de setembro –www.anvisa.gov.br.

Esta foi uma das estratégias que anova CMED adotou para que não hou-vesse casos de números conflitantes nomercado. A última publicação oficial delistas de preços de medicamentos acon-teceu há 12 anos.

Para assegurar ainda mais que tantoa indústria, quanto o atacado e o varejoiriam seguir os cálculos da Câmara paraas apresentações com os novos preços,a Secretaria-Executiva da CMED en-viou mensagem aos diretores das revis-tas especializadas determinando que re-produzissem os valores fixados pela Câ-mara e registrados no endereço eletrô-nico da Anvisa, sob pena de seremresponsabilizados pelo não cumpri-mento da lei.

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Serviço tira dúvidas sobre preços

seu consumo deve ser apenas paratratamentos de doenças específicas.A utilização indiscriminada eindevida desses produtos pode acar-retar risco à saúde do consumidor. O descumprimento da determi-nação pode implicar na aplicação depenas da Lei nº 6.437/77, que pre-vê notificação e multas de R$ 2 mila R$ 1,5 milhão, além de outraspunições mais severas, em casos dereincidência.

Desde 2001, quando a Anvisainiciou o monitoramento da propa-ganda de medicamentos, 11 cam-panhas publicitárias irregulares fo-ram suspensas e mais de R$ 3,3milhões em multas aplicadas a in-dústrias e veículos de comunicação.Constatou-se ainda que 90% daspropagandas têm alguma infração.

Entre 2001 e 2003,11 campanhaspubliciárias de

medicamentos foramsuspensas

Page 3: nova etapa na regulação econômica de medicamentos

nistrativos contra laboratórios em ca-sos de desobediência à legislação. A MPnº 123, além de haver propiciado àCMED o resgate dessas atribuições,permitiu o avanço em diversos outrospontos. Entre eles, a possibilidade defixar as margens de comercialização paratoda a cadeia produtiva, as competên-cias para sugerir a celebração de acor-dos e convênios internacionais relativosao setor de medicamentos e para solici-tar informações sobre produção,insumos, matérias-primas e vendascomo suporte no monitoramento domercado brasileiro de medicamentos.

À nova CMED cabe também opi-nar sobre regulamentações que envol-vam tributação de medicamentos e su-gerir a adoção, pelos órgãos competen-tes, de diretrizes e procedimentos vol-tados à política de acesso da populaçãoa medicamentos, atuando como órgãode apoio a programas planejados e a se-rem implementados pelo Executivo.

A Câmara de Regulação do Merca-do de Medicamentos é composta porrepresentantes dos ministérios da Saú-de, Fazenda, Justiça e Casa Civil, e temsua Secretaria-Executiva a cargo daAnvisa. A CMED existe para acompa-nhar os números do mercado, criar po-líticas de regulação, além de evitar ecoibir excessos em relação a preços. Acâmara é mais uma área de atuação da

editorial notas

expediente

Anvisa Boletim Informativo é uma publicaçãomensal da Agência Nacional de VigilânciaSanitária (ANVISA)-Ministério da Saúde.

Conselho Editorial: Luis Carlos Wanderley Lima, Cláudio MaierovitchPessanha Henriques e Ricardo OlivaEdição: Carlos Dias Lopes, registro MTb 7476/34/14/DFSub-edição: Laila Muniz, registro MTb 4951/14/101/DFTextos: Carlos Tavares, Fabiana Reis e Laila MunizRevisão: Carlos TavaresColaboração: Graça Guimarães e Melissa FreitasProjeto e Design Gráfico: Daniel Ferreira (Gerência de ComunicaçãoMultimídia - GECOM)Editoração: Daniel Ferreira (GECOM)Capa: Renato Berlim (GECOM)Apoio: Janaina Moraes e Daniella SilvaImpressão: Gráfica BrasilTiragem: 60 mil exemplaresEndereço: SEPN Quadra 515, Bloco B, Ed. ÔmegaBrasília/DF CEP 70770-502Telefones: (61) 448-1022 ou 448-1301/ Fax: (61) 448-1252E-mail: [email protected]: 1518-6377

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3 agosto de 2003 4agosto de 2003 5 agosto de 2003

Anvisa suspende propagandas sobre dificuldade de ereção

Mais responsabilidades para a Secretaria-Executiva da CMEDDoping

A Unidade de Produtos Controlados da Anvisaparticipará da Comissão de Combate ao Doping criadapelo Ministério do Esporte. A entidade é composta por13 órgãos e atuará no âmbito do Conselho Nacionalde Esporte (CNE). Um dos objetivos da comissão émodificar e divulgar a lista de substâncias e métodosproibidos na prática do esporte, observadas as regrasinternacionais da Agência Mundial Antidoping.

Congresso

A Anvisa teve uma intensa participação no VIICongresso Brasileiro de Saúde Pública realizado pelaAssociação Brasileira de Pós-Graduação em SaúdeColetiva (Abrasco) entre os dias 30 de julho e 2 deagosto. Sessenta trabalhos foram apresentados pelaAgência, sendo que dois receberam menção honrosada comissão científica do congresso. O encontroreuniu seis mil pessoas, entre pesquisadores,professores universitários e profissionais de saúde.

Arouca

O médico sanitarista Sérgio Arouca morreu decâncer no dia 2 de agosto, em sua casa. Ele foipresidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) esecretário de gestão participativa do Ministério daSaúde. Arouca foi um dos grandes responsáveis pelaaprovação da emenda que criou o Sistema Único deSaúde (SUS). Nascido em Ribeirão Preto, completaria62 anos no dia 20 de setembro.

Conhecimento

O Boletim Informativo da Anvisa se traduz em ummosaico de conhecimentos e idéias, fortalecendo osleitores para que sobrevivam nessa guerreira arte deser um vigilante sanitário.

Adler Tamay Vitória, Maria da Conceição Feitosae Marcos PavanattyVigilância Sanitária de Igauí - Bahia

As propagandas institucionais so-bre dificuldade de ereção de três em-presas farmacêuticas estão suspensasdesde o início do mês. Os laborató-rios Eli Lilly do Brasil, Bayer S/A ePfizer não estão autorizados a anun-ciar, em nenhum veículo de comu-nicação de massa, publicidade querelacione, de forma direta ou indire-ta, imagem, logotipo e produtos dasreferidas indústrias a medicamentosou tratamentos para disfunção erétile desempenho sexual.

A medida determinada pelaAnvisa pretende evitar os efeitos queesse tipo de publicidade pode cau-sar na população, como o estímuloao consumo de medicamentos, prin-cipalmente por estar relacionado aprodutos para o tratamento de difi-culdade de ereção que exigem pres-

Com a criação das novas regras deregulação econômica do mercado farma-cêutico, instituídas pela Medida Provi-sória nº 123, de 26 de junho de 2003,e pelo Decreto nº 4.766, da mesmadata, o Ministério da Saúde passou aocupar a presidência da Câmara deRegulação do Mercado de Medicamen-tos (CMED), que antes era do Minis-tério da Justiça, mantendo a Anvisa nopapel de Secretaria-Executiva. Permane-cem o Ministério da Saúde e a Anvisa,portanto, no topo do processoregulatório do setor farmacêutico bra-sileiro, ao lado de outros ministérios.

Ao contrário da antiga Camed, ex-tinta em junho de 2003, que só ti-nha poderes para atribuir responsa-bilidades aos laboratórios, a novaCâmara tem atribuições maisabrangentes para deliberar sobre pre-ços e para elaborar diretrizes deregulação do setor, podendo respon-sabilizar todos os atores do setor far-macêutico: a indústria, o atacado e ovarejo. Sua composição também di-fere da antiga Camed, já que, comotodo Conselho de Governo existentehoje, conta com a presença do minis-tro-chefe da Casa Civil da Presidên-cia da República.

Na vigência da antiga Câmara, o tra-balho desenvolvido limitava-se à análi-se e aprovação dos preços dos medica-mentos que eram lançados no merca-do, a fixar os limites para os reajustesde preços e a instaurar processos admi-

Agência e a sua importância dentro doespectro das atividades da Anvisa se dáem defesa dos direitos do consumidor,explica Luiz Milton Veloso Costa, se-cretário-executivo da CMED.

“O mercado farmacêutico brasilei-ro apresenta características específi-cas, que chamamos de falhas de mer-cado, e por isso deve ser regulado.Entre essas características, podemoscitar a essencialidade do produto, asignificativa concentração de oferta emcada classe terapêutica, a presença doconsumidor substituto, que é o mé-dico, e a forte assimetria de informa-ção. Tudo isso torna o grau de substi-tuição de produto por parte do con-sumidor praticamente inexistente,facilitando a imposição do preço”,explica Luiz Milton, justificando anecessidade do controle de preços, embenefício do consumidor.

Ele observa ainda que, quando sefala em fiscalizar preços, a CMED atuaem geral em parceria com os Procons eoutros institutos de defesa do consu-midor, além do apoio do próprio usuá-rio, que poderá fazer suas denúnciaspelo serviço “Disque-Medicamentos”,no telefone 0800 6440644. Criadopela CMED (ver box), o serviço aten-derá as demandas da população quan-do esta eventualmente se sentir lesadano ato da compra de um produto nafarmácia ou quando necessitar de maisinformações relativas a preços de medi-camentos e explicações sobre genéricos.

O novo marco regulatório instituí-do pelo Governo Federal com a MP nº123 e o decreto nº 4.766, de junhodeste ano, que criam e dão poderes àCMED, prevê a adoção de medidasadicionais ao novo modelo de regulaçãodo mercado, como o incremento da po-lítica de genéricos com o objetivo dereduzir o preço médio dos tratamentosdos consumidores, considerando-se ofato de que genéricos são sempre emmédia 40% mais baratos que os pro-dutos de referência.

Será desencadeada ainda uma dis-cussão nacional com a classe médica paraestabelecer mecanismos que resultemna prescrição pela Denominação Co-mum Brasileira – nome genérico – einclusão no receituário de uma segun-da prescrição. Além disso, ainda sobregenéricos, a Anvisa procurará manter,renovar e assinar contratos de parceriacom Procons representativos de todasas regiões brasileiras, buscando apoioem suas ações e a difusão do medica-mento genérico em todos os estados dafederação.

Outra mudança importante que aCMED trouxe foi o critério estabelecidopara o realinhamento de preços com baseem um índice que melhor refletisse a rea-lidade financeira do consumidor brasilei-ro. “Por isso escolhemos o Índice Nacio-nal de Preços ao Consumidor Amplo(IPCA), calculado pelo Instituto Brasilei-ro de Geografia e Estatística (IBGE), quemede os preços no varejo”, explica PedroJosé Baptista Bernardo, gerente-geral deRegulação Econômica e Monitoramentode Mercado, que participou na constru-ção da nova arquitetura regulatória dogoverno.

Com a nova política de regulaçãoeconômica do mercado farmacêutico,ficou estabelecido pelos representantesda CMED que os reajustes de preçosdo setor serão anuais, ocorrendo o pri-meiro em março de 2004, e que o Con-selho de Ministros poderia, como defato aconteceu, promover excepcional-mente um ajuste em 31 de agosto de

A implementação de um novo modelo de regulaçãoeconômica do mercado farmacêutico brasileiro devol-veu à Anvisa a competência de coordenar os trabalhosda Secretaria-Executiva da Câmara de Regulação doMercado de Medicamentos (CMED) num momentoem que o governo federal dá partida a uma série deestratégias de crescimento econômico, investe no de-senvolvimento de programas sociais, para resgatar acidadania da população, e na construção de um con-junto de medidas para melhorar os padrões de saúdepública do país.

Entre estas, o controle de preços de medicamentosse faz necessário porque em um país como o Brasil omercado se caracteriza pela ausência de concorrência epela formação de oligopólios, o que restringe as alter-nativas da população na compra de medicamentos maisbaratos. Por outro lado, o monitoramento dos preços,embora não gere concorrência, é capaz de subsidiar adecisão de como tratar diferentemente os medicamen-tos que enfrentam concorrência e aqueles que estãosozinhos - ou quase - no mercado.

Com uma reconhecida experiência no manuseio dosnúmeros do mercado e na elaboração de legislaçõesque regulam o setor, a Anvisa reaparece no novo cená-rio regulador como peça de fundamental importânciapara mover os mecanismos legais e estruturais daCMED. Sua equipe de técnicos, que trabalha no acom-panhamento dos preços, na fixação de critérios parareajustes, na feitura das leis e no diálogo com a indús-tria e a população é a mesma que aciona os trabalhosda Gerência-Geral de Regulação Econômica eMonitoramento de Mercado, principal base de ope-rações da CMED.

Nesta edição do Boletim Informativo, o leitor teráoportunidade de conhecer o sistema de funcionamen-to da CMED, suas medidas e atribuições relacionadasaos critérios de reajustes de preços, além do novo Dis-que-Medicamentos, que atende pelo número 0800644 0644.

crição médica. “A suspensão foi tam-bém motivada pela banalização douso de medicamentos indicados paracombater a disfunção erétil”, explicaa gerente de Controle e Fiscalizaçãode Medicamentos e Produtos daAnvisa, Maria José Delgado. O estí-mulo ao consumo de medicamentosé proibido pela Lei nº 6.360/76 epelo Decreto nº 79.094/77.

Para o uso de medicamentos devenda sob exigência de prescriçãomédica são necessários orientação eacompanhamento de profissional, e

Brasil preside reunião de peritosem produtos farmacêuticos

Pela primeira vez, o Brasil, por meio da Anvisa, pre-sidiu um encontro de peritos em substâncias farmacêu-ticas. A II Reunião do Grupo de Especialistas de Produ-tos Farmacêuticos da Comissão Interamericana para oControle de Abuso de Drogas (CICAD) foi realizadaem Brasília entre os dias 25 e 27 de agosto. Na reunião,que teve a participação de 13 países membros da CICAD- instituição da Organização dos Estados Americanos(OEA), o grupo de especialistas discutiu o documentoque trata dos “Elementos para o Controle de Produtos

Farmacêuticos que contenham Entorpecentes e Subs-tâncias Psicotrópicas”, elaborado pelas delegações doMéxico e Estados Unidos.

Na abertura do encontro, o diretor-presidente daAnvisa, Cláudio Maierovitch Pessanha Henriques,enfatizou a importância do desenvolvimento de siste-mas informatizados para ampliar o controle de substân-cias psicotrópicas e entorpecentes: “é fundamental oinvestimento em sistemas de informação maisabrangentes que permitam o acompanhamento e avali-ação das substâncias controladas desde a matéria-primaaté a prescrição e venda nas farmácias”.

Uma equipe da Anvisa apresentou aos peritos o Sis-tema Nacional de Gerenciamento de Produtos Contro-lados (SNGPC), projeto em fase de desenvolvimentopela Unidade de Produtos Controlados da Agência. Alémdisso, foram apresentados os guias de Referência sobreSistemas Nacionais de Produtos Farmacêuticos para aIndústria e sobre o Papel dos Profissionais de Saúde naPrevenção e na Detecção do Uso Indevido de ProdutosFarmacêuticos e seus Desvios para Canais Ilícitos.A intenção da CICAD é elaborar manuais para indús-tria e profissionais de saúde, além de estabelecer os ele-mentos para o controle ao abuso de drogas de formapadronizada entre os países membros. A confecção dosguias está prevista para a próxima reunião do grupo deespecialistas, a ser realizada em 2004 ainda sem data elocal definidos.13 delegações discutiram o controle de psicotrópicos

Anvisa cria 0800 para receber denúncias

O novo modelo de regulação dosetor envolve ainda a instituição doserviço “Disque-Medicamentos”,criado tanto para tirar dúvidas doconsumidor, quanto para receberdenúncias de descumprimento dalegislação, constituindo-se noprincipal canal de comunicaçãoentre a população e a CMED. Umaequipe de 30 funcionários treinadospor técnicos da Anvisa se revezará em dois turnos de trabalho, de 8h às18h, de segunda a sexta-feira, para responder as questões dos usuáriosde medicamentos.

Informações sobre preços e tabelas com valores máximos a seremcobrados pelas farmácias depois do ajuste de 2% e esclarecimentos sobremedicamentos genéricos, produtos de venda livre (fora do controle depreços do governo) estarão disponíveis no novo serviço.

O “Disque-Medicamentos” também receberá denúncias deconsumidores sobre abusos que eventualmente venham a ser praticadospelos proprietários de farmácias e drogarias. As queixas serão levadas aostécnicos da Câmara, que cobrarão explicações dos laboratórios suspeitosde reajustarem seus preços acima do permitido. Se as reclamações foremsobre farmácias que cobram valores acima dos que a lei determina, adenúncia deverá ser encaminhada aos órgãos de defesa do consumidor.O consumidor deve guardar as notas fiscais no ato da compra paracomprovar suas denúncias em casos de abertura de processosadministrativos contra os estabelecimentos.

Composição

Reajustes

2003 nos limites de 2% para quemcumpriu o Protocolo de Intenções, as-sinado em 27/12/2002. Para quemdescumpriu o Protocolo de Intençõesreajustando seus preços acima do limi-te estabelecido, o ajuste de preços de2% somente pôde ser aplicado depoisque os preços foram reduzidos aos pa-tamares corretos, o que gerou a dimi-nuição efetiva nos preços de cerca de 150medicamentos.

Antes de 31 de agosto, a equipe detécnicos da Secretaria-Executiva daCMED e da Gerência-Geral deRegulação Econômica e Monitora-mento de Mercado já havia preparadouma lista com cerca de 10 mil apresen-tações de produtos farmacêuticos queexibiam preços nos limites estabeleci-dos pelo governo, outra com 370 apre-sentações de laboratórios quedescumpriram o acordo, uma terceiracom três mil produtos em avaliação,além de uma quarta lista com 1.426

apresentações de medicamentos de ven-da livre, com preços liberados pelaCMED. Ficou decidido que estas listasseriam publicadas no sítio da Anvisaa partir de 2 de setembro –www.anvisa.gov.br.

Esta foi uma das estratégias que anova CMED adotou para que não hou-vesse casos de números conflitantes nomercado. A última publicação oficial delistas de preços de medicamentos acon-teceu há 12 anos.

Para assegurar ainda mais que tantoa indústria, quanto o atacado e o varejoiriam seguir os cálculos da Câmara paraas apresentações com os novos preços,a Secretaria-Executiva da CMED en-viou mensagem aos diretores das revis-tas especializadas determinando que re-produzissem os valores fixados pela Câ-mara e registrados no endereço eletrô-nico da Anvisa, sob pena de seremresponsabilizados pelo não cumpri-mento da lei.

Laila

Mu

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Bri

to

Serviço tira dúvidas sobre preços

seu consumo deve ser apenas paratratamentos de doenças específicas.A utilização indiscriminada eindevida desses produtos pode acar-retar risco à saúde do consumidor. O descumprimento da determi-nação pode implicar na aplicação depenas da Lei nº 6.437/77, que pre-vê notificação e multas de R$ 2 mila R$ 1,5 milhão, além de outraspunições mais severas, em casos dereincidência.

Desde 2001, quando a Anvisainiciou o monitoramento da propa-ganda de medicamentos, 11 cam-panhas publicitárias irregulares fo-ram suspensas e mais de R$ 3,3milhões em multas aplicadas a in-dústrias e veículos de comunicação.Constatou-se ainda que 90% daspropagandas têm alguma infração.

Entre 2001 e 2003,11 campanhaspubliciárias de

medicamentos foramsuspensas

Page 4: nova etapa na regulação econômica de medicamentos

nistrativos contra laboratórios em ca-sos de desobediência à legislação. A MPnº 123, além de haver propiciado àCMED o resgate dessas atribuições,permitiu o avanço em diversos outrospontos. Entre eles, a possibilidade defixar as margens de comercialização paratoda a cadeia produtiva, as competên-cias para sugerir a celebração de acor-dos e convênios internacionais relativosao setor de medicamentos e para solici-tar informações sobre produção,insumos, matérias-primas e vendascomo suporte no monitoramento domercado brasileiro de medicamentos.

À nova CMED cabe também opi-nar sobre regulamentações que envol-vam tributação de medicamentos e su-gerir a adoção, pelos órgãos competen-tes, de diretrizes e procedimentos vol-tados à política de acesso da populaçãoa medicamentos, atuando como órgãode apoio a programas planejados e a se-rem implementados pelo Executivo.

A Câmara de Regulação do Merca-do de Medicamentos é composta porrepresentantes dos ministérios da Saú-de, Fazenda, Justiça e Casa Civil, e temsua Secretaria-Executiva a cargo daAnvisa. A CMED existe para acompa-nhar os números do mercado, criar po-líticas de regulação, além de evitar ecoibir excessos em relação a preços. Acâmara é mais uma área de atuação da

editorial notas

expediente

Anvisa Boletim Informativo é uma publicaçãomensal da Agência Nacional de VigilânciaSanitária (ANVISA)-Ministério da Saúde.

Conselho Editorial: Luis Carlos Wanderley Lima, Cláudio MaierovitchPessanha Henriques e Ricardo OlivaEdição: Carlos Dias Lopes, registro MTb 7476/34/14/DFSub-edição: Laila Muniz, registro MTb 4951/14/101/DFTextos: Carlos Tavares, Fabiana Reis e Laila MunizRevisão: Carlos TavaresColaboração: Graça Guimarães e Melissa FreitasProjeto e Design Gráfico: Daniel Ferreira (Gerência de ComunicaçãoMultimídia - GECOM)Editoração: Daniel Ferreira (GECOM)Capa: Renato Berlim (GECOM)Apoio: Janaina Moraes e Daniella SilvaImpressão: Gráfica BrasilTiragem: 60 mil exemplaresEndereço: SEPN Quadra 515, Bloco B, Ed. ÔmegaBrasília/DF CEP 70770-502Telefones: (61) 448-1022 ou 448-1301/ Fax: (61) 448-1252E-mail: [email protected]: 1518-6377

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3 agosto de 2003 4agosto de 2003 5 agosto de 2003

Anvisa suspende propagandas sobre dificuldade de ereção

Mais responsabilidades para a Secretaria-Executiva da CMEDDoping

A Unidade de Produtos Controlados da Anvisaparticipará da Comissão de Combate ao Doping criadapelo Ministério do Esporte. A entidade é composta por13 órgãos e atuará no âmbito do Conselho Nacionalde Esporte (CNE). Um dos objetivos da comissão émodificar e divulgar a lista de substâncias e métodosproibidos na prática do esporte, observadas as regrasinternacionais da Agência Mundial Antidoping.

Congresso

A Anvisa teve uma intensa participação no VIICongresso Brasileiro de Saúde Pública realizado pelaAssociação Brasileira de Pós-Graduação em SaúdeColetiva (Abrasco) entre os dias 30 de julho e 2 deagosto. Sessenta trabalhos foram apresentados pelaAgência, sendo que dois receberam menção honrosada comissão científica do congresso. O encontroreuniu seis mil pessoas, entre pesquisadores,professores universitários e profissionais de saúde.

Arouca

O médico sanitarista Sérgio Arouca morreu decâncer no dia 2 de agosto, em sua casa. Ele foipresidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) esecretário de gestão participativa do Ministério daSaúde. Arouca foi um dos grandes responsáveis pelaaprovação da emenda que criou o Sistema Único deSaúde (SUS). Nascido em Ribeirão Preto, completaria62 anos no dia 20 de setembro.

Conhecimento

O Boletim Informativo da Anvisa se traduz em ummosaico de conhecimentos e idéias, fortalecendo osleitores para que sobrevivam nessa guerreira arte deser um vigilante sanitário.

Adler Tamay Vitória, Maria da Conceição Feitosae Marcos PavanattyVigilância Sanitária de Igauí - Bahia

As propagandas institucionais so-bre dificuldade de ereção de três em-presas farmacêuticas estão suspensasdesde o início do mês. Os laborató-rios Eli Lilly do Brasil, Bayer S/A ePfizer não estão autorizados a anun-ciar, em nenhum veículo de comu-nicação de massa, publicidade querelacione, de forma direta ou indire-ta, imagem, logotipo e produtos dasreferidas indústrias a medicamentosou tratamentos para disfunção erétile desempenho sexual.

A medida determinada pelaAnvisa pretende evitar os efeitos queesse tipo de publicidade pode cau-sar na população, como o estímuloao consumo de medicamentos, prin-cipalmente por estar relacionado aprodutos para o tratamento de difi-culdade de ereção que exigem pres-

Com a criação das novas regras deregulação econômica do mercado farma-cêutico, instituídas pela Medida Provi-sória nº 123, de 26 de junho de 2003,e pelo Decreto nº 4.766, da mesmadata, o Ministério da Saúde passou aocupar a presidência da Câmara deRegulação do Mercado de Medicamen-tos (CMED), que antes era do Minis-tério da Justiça, mantendo a Anvisa nopapel de Secretaria-Executiva. Permane-cem o Ministério da Saúde e a Anvisa,portanto, no topo do processoregulatório do setor farmacêutico bra-sileiro, ao lado de outros ministérios.

Ao contrário da antiga Camed, ex-tinta em junho de 2003, que só ti-nha poderes para atribuir responsa-bilidades aos laboratórios, a novaCâmara tem atribuições maisabrangentes para deliberar sobre pre-ços e para elaborar diretrizes deregulação do setor, podendo respon-sabilizar todos os atores do setor far-macêutico: a indústria, o atacado e ovarejo. Sua composição também di-fere da antiga Camed, já que, comotodo Conselho de Governo existentehoje, conta com a presença do minis-tro-chefe da Casa Civil da Presidên-cia da República.

Na vigência da antiga Câmara, o tra-balho desenvolvido limitava-se à análi-se e aprovação dos preços dos medica-mentos que eram lançados no merca-do, a fixar os limites para os reajustesde preços e a instaurar processos admi-

Agência e a sua importância dentro doespectro das atividades da Anvisa se dáem defesa dos direitos do consumidor,explica Luiz Milton Veloso Costa, se-cretário-executivo da CMED.

“O mercado farmacêutico brasilei-ro apresenta características específi-cas, que chamamos de falhas de mer-cado, e por isso deve ser regulado.Entre essas características, podemoscitar a essencialidade do produto, asignificativa concentração de oferta emcada classe terapêutica, a presença doconsumidor substituto, que é o mé-dico, e a forte assimetria de informa-ção. Tudo isso torna o grau de substi-tuição de produto por parte do con-sumidor praticamente inexistente,facilitando a imposição do preço”,explica Luiz Milton, justificando anecessidade do controle de preços, embenefício do consumidor.

Ele observa ainda que, quando sefala em fiscalizar preços, a CMED atuaem geral em parceria com os Procons eoutros institutos de defesa do consu-midor, além do apoio do próprio usuá-rio, que poderá fazer suas denúnciaspelo serviço “Disque-Medicamentos”,no telefone 0800 6440644. Criadopela CMED (ver box), o serviço aten-derá as demandas da população quan-do esta eventualmente se sentir lesadano ato da compra de um produto nafarmácia ou quando necessitar de maisinformações relativas a preços de medi-camentos e explicações sobre genéricos.

O novo marco regulatório instituí-do pelo Governo Federal com a MP nº123 e o decreto nº 4.766, de junhodeste ano, que criam e dão poderes àCMED, prevê a adoção de medidasadicionais ao novo modelo de regulaçãodo mercado, como o incremento da po-lítica de genéricos com o objetivo dereduzir o preço médio dos tratamentosdos consumidores, considerando-se ofato de que genéricos são sempre emmédia 40% mais baratos que os pro-dutos de referência.

Será desencadeada ainda uma dis-cussão nacional com a classe médica paraestabelecer mecanismos que resultemna prescrição pela Denominação Co-mum Brasileira – nome genérico – einclusão no receituário de uma segun-da prescrição. Além disso, ainda sobregenéricos, a Anvisa procurará manter,renovar e assinar contratos de parceriacom Procons representativos de todasas regiões brasileiras, buscando apoioem suas ações e a difusão do medica-mento genérico em todos os estados dafederação.

Outra mudança importante que aCMED trouxe foi o critério estabelecidopara o realinhamento de preços com baseem um índice que melhor refletisse a rea-lidade financeira do consumidor brasilei-ro. “Por isso escolhemos o Índice Nacio-nal de Preços ao Consumidor Amplo(IPCA), calculado pelo Instituto Brasilei-ro de Geografia e Estatística (IBGE), quemede os preços no varejo”, explica PedroJosé Baptista Bernardo, gerente-geral deRegulação Econômica e Monitoramentode Mercado, que participou na constru-ção da nova arquitetura regulatória dogoverno.

Com a nova política de regulaçãoeconômica do mercado farmacêutico,ficou estabelecido pelos representantesda CMED que os reajustes de preçosdo setor serão anuais, ocorrendo o pri-meiro em março de 2004, e que o Con-selho de Ministros poderia, como defato aconteceu, promover excepcional-mente um ajuste em 31 de agosto de

A implementação de um novo modelo de regulaçãoeconômica do mercado farmacêutico brasileiro devol-veu à Anvisa a competência de coordenar os trabalhosda Secretaria-Executiva da Câmara de Regulação doMercado de Medicamentos (CMED) num momentoem que o governo federal dá partida a uma série deestratégias de crescimento econômico, investe no de-senvolvimento de programas sociais, para resgatar acidadania da população, e na construção de um con-junto de medidas para melhorar os padrões de saúdepública do país.

Entre estas, o controle de preços de medicamentosse faz necessário porque em um país como o Brasil omercado se caracteriza pela ausência de concorrência epela formação de oligopólios, o que restringe as alter-nativas da população na compra de medicamentos maisbaratos. Por outro lado, o monitoramento dos preços,embora não gere concorrência, é capaz de subsidiar adecisão de como tratar diferentemente os medicamen-tos que enfrentam concorrência e aqueles que estãosozinhos - ou quase - no mercado.

Com uma reconhecida experiência no manuseio dosnúmeros do mercado e na elaboração de legislaçõesque regulam o setor, a Anvisa reaparece no novo cená-rio regulador como peça de fundamental importânciapara mover os mecanismos legais e estruturais daCMED. Sua equipe de técnicos, que trabalha no acom-panhamento dos preços, na fixação de critérios parareajustes, na feitura das leis e no diálogo com a indús-tria e a população é a mesma que aciona os trabalhosda Gerência-Geral de Regulação Econômica eMonitoramento de Mercado, principal base de ope-rações da CMED.

Nesta edição do Boletim Informativo, o leitor teráoportunidade de conhecer o sistema de funcionamen-to da CMED, suas medidas e atribuições relacionadasaos critérios de reajustes de preços, além do novo Dis-que-Medicamentos, que atende pelo número 0800644 0644.

crição médica. “A suspensão foi tam-bém motivada pela banalização douso de medicamentos indicados paracombater a disfunção erétil”, explicaa gerente de Controle e Fiscalizaçãode Medicamentos e Produtos daAnvisa, Maria José Delgado. O estí-mulo ao consumo de medicamentosé proibido pela Lei nº 6.360/76 epelo Decreto nº 79.094/77.

Para o uso de medicamentos devenda sob exigência de prescriçãomédica são necessários orientação eacompanhamento de profissional, e

Brasil preside reunião de peritosem produtos farmacêuticos

Pela primeira vez, o Brasil, por meio da Anvisa, pre-sidiu um encontro de peritos em substâncias farmacêu-ticas. A II Reunião do Grupo de Especialistas de Produ-tos Farmacêuticos da Comissão Interamericana para oControle de Abuso de Drogas (CICAD) foi realizadaem Brasília entre os dias 25 e 27 de agosto. Na reunião,que teve a participação de 13 países membros da CICAD- instituição da Organização dos Estados Americanos(OEA), o grupo de especialistas discutiu o documentoque trata dos “Elementos para o Controle de Produtos

Farmacêuticos que contenham Entorpecentes e Subs-tâncias Psicotrópicas”, elaborado pelas delegações doMéxico e Estados Unidos.

Na abertura do encontro, o diretor-presidente daAnvisa, Cláudio Maierovitch Pessanha Henriques,enfatizou a importância do desenvolvimento de siste-mas informatizados para ampliar o controle de substân-cias psicotrópicas e entorpecentes: “é fundamental oinvestimento em sistemas de informação maisabrangentes que permitam o acompanhamento e avali-ação das substâncias controladas desde a matéria-primaaté a prescrição e venda nas farmácias”.

Uma equipe da Anvisa apresentou aos peritos o Sis-tema Nacional de Gerenciamento de Produtos Contro-lados (SNGPC), projeto em fase de desenvolvimentopela Unidade de Produtos Controlados da Agência. Alémdisso, foram apresentados os guias de Referência sobreSistemas Nacionais de Produtos Farmacêuticos para aIndústria e sobre o Papel dos Profissionais de Saúde naPrevenção e na Detecção do Uso Indevido de ProdutosFarmacêuticos e seus Desvios para Canais Ilícitos.A intenção da CICAD é elaborar manuais para indús-tria e profissionais de saúde, além de estabelecer os ele-mentos para o controle ao abuso de drogas de formapadronizada entre os países membros. A confecção dosguias está prevista para a próxima reunião do grupo deespecialistas, a ser realizada em 2004 ainda sem data elocal definidos.13 delegações discutiram o controle de psicotrópicos

Anvisa cria 0800 para receber denúncias

O novo modelo de regulação dosetor envolve ainda a instituição doserviço “Disque-Medicamentos”,criado tanto para tirar dúvidas doconsumidor, quanto para receberdenúncias de descumprimento dalegislação, constituindo-se noprincipal canal de comunicaçãoentre a população e a CMED. Umaequipe de 30 funcionários treinadospor técnicos da Anvisa se revezará em dois turnos de trabalho, de 8h às18h, de segunda a sexta-feira, para responder as questões dos usuáriosde medicamentos.

Informações sobre preços e tabelas com valores máximos a seremcobrados pelas farmácias depois do ajuste de 2% e esclarecimentos sobremedicamentos genéricos, produtos de venda livre (fora do controle depreços do governo) estarão disponíveis no novo serviço.

O “Disque-Medicamentos” também receberá denúncias deconsumidores sobre abusos que eventualmente venham a ser praticadospelos proprietários de farmácias e drogarias. As queixas serão levadas aostécnicos da Câmara, que cobrarão explicações dos laboratórios suspeitosde reajustarem seus preços acima do permitido. Se as reclamações foremsobre farmácias que cobram valores acima dos que a lei determina, adenúncia deverá ser encaminhada aos órgãos de defesa do consumidor.O consumidor deve guardar as notas fiscais no ato da compra paracomprovar suas denúncias em casos de abertura de processosadministrativos contra os estabelecimentos.

Composição

Reajustes

2003 nos limites de 2% para quemcumpriu o Protocolo de Intenções, as-sinado em 27/12/2002. Para quemdescumpriu o Protocolo de Intençõesreajustando seus preços acima do limi-te estabelecido, o ajuste de preços de2% somente pôde ser aplicado depoisque os preços foram reduzidos aos pa-tamares corretos, o que gerou a dimi-nuição efetiva nos preços de cerca de 150medicamentos.

Antes de 31 de agosto, a equipe detécnicos da Secretaria-Executiva daCMED e da Gerência-Geral deRegulação Econômica e Monitora-mento de Mercado já havia preparadouma lista com cerca de 10 mil apresen-tações de produtos farmacêuticos queexibiam preços nos limites estabeleci-dos pelo governo, outra com 370 apre-sentações de laboratórios quedescumpriram o acordo, uma terceiracom três mil produtos em avaliação,além de uma quarta lista com 1.426

apresentações de medicamentos de ven-da livre, com preços liberados pelaCMED. Ficou decidido que estas listasseriam publicadas no sítio da Anvisaa partir de 2 de setembro –www.anvisa.gov.br.

Esta foi uma das estratégias que anova CMED adotou para que não hou-vesse casos de números conflitantes nomercado. A última publicação oficial delistas de preços de medicamentos acon-teceu há 12 anos.

Para assegurar ainda mais que tantoa indústria, quanto o atacado e o varejoiriam seguir os cálculos da Câmara paraas apresentações com os novos preços,a Secretaria-Executiva da CMED en-viou mensagem aos diretores das revis-tas especializadas determinando que re-produzissem os valores fixados pela Câ-mara e registrados no endereço eletrô-nico da Anvisa, sob pena de seremresponsabilizados pelo não cumpri-mento da lei.

Laila

Mu

niz

Go

mes

Bri

to

Serviço tira dúvidas sobre preços

seu consumo deve ser apenas paratratamentos de doenças específicas.A utilização indiscriminada eindevida desses produtos pode acar-retar risco à saúde do consumidor. O descumprimento da determi-nação pode implicar na aplicação depenas da Lei nº 6.437/77, que pre-vê notificação e multas de R$ 2 mila R$ 1,5 milhão, além de outraspunições mais severas, em casos dereincidência.

Desde 2001, quando a Anvisainiciou o monitoramento da propa-ganda de medicamentos, 11 cam-panhas publicitárias irregulares fo-ram suspensas e mais de R$ 3,3milhões em multas aplicadas a in-dústrias e veículos de comunicação.Constatou-se ainda que 90% daspropagandas têm alguma infração.

Entre 2001 e 2003,11 campanhaspubliciárias de

medicamentos foramsuspensas

Page 5: nova etapa na regulação econômica de medicamentos

nistrativos contra laboratórios em ca-sos de desobediência à legislação. A MPnº 123, além de haver propiciado àCMED o resgate dessas atribuições,permitiu o avanço em diversos outrospontos. Entre eles, a possibilidade defixar as margens de comercialização paratoda a cadeia produtiva, as competên-cias para sugerir a celebração de acor-dos e convênios internacionais relativosao setor de medicamentos e para solici-tar informações sobre produção,insumos, matérias-primas e vendascomo suporte no monitoramento domercado brasileiro de medicamentos.

À nova CMED cabe também opi-nar sobre regulamentações que envol-vam tributação de medicamentos e su-gerir a adoção, pelos órgãos competen-tes, de diretrizes e procedimentos vol-tados à política de acesso da populaçãoa medicamentos, atuando como órgãode apoio a programas planejados e a se-rem implementados pelo Executivo.

A Câmara de Regulação do Merca-do de Medicamentos é composta porrepresentantes dos ministérios da Saú-de, Fazenda, Justiça e Casa Civil, e temsua Secretaria-Executiva a cargo daAnvisa. A CMED existe para acompa-nhar os números do mercado, criar po-líticas de regulação, além de evitar ecoibir excessos em relação a preços. Acâmara é mais uma área de atuação da

editorial notas

expediente

Anvisa Boletim Informativo é uma publicaçãomensal da Agência Nacional de VigilânciaSanitária (ANVISA)-Ministério da Saúde.

Conselho Editorial: Luis Carlos Wanderley Lima, Cláudio MaierovitchPessanha Henriques e Ricardo OlivaEdição: Carlos Dias Lopes, registro MTb 7476/34/14/DFSub-edição: Laila Muniz, registro MTb 4951/14/101/DFTextos: Carlos Tavares, Fabiana Reis e Laila MunizRevisão: Carlos TavaresColaboração: Graça Guimarães e Melissa FreitasProjeto e Design Gráfico: Daniel Ferreira (Gerência de ComunicaçãoMultimídia - GECOM)Editoração: Daniel Ferreira (GECOM)Capa: Renato Berlim (GECOM)Apoio: Janaina Moraes e Daniella SilvaImpressão: Gráfica BrasilTiragem: 60 mil exemplaresEndereço: SEPN Quadra 515, Bloco B, Ed. ÔmegaBrasília/DF CEP 70770-502Telefones: (61) 448-1022 ou 448-1301/ Fax: (61) 448-1252E-mail: [email protected]: 1518-6377

cartas

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2agosto de 2003

3 agosto de 2003 4agosto de 2003 5 agosto de 2003

Anvisa suspende propagandas sobre dificuldade de ereção

Mais responsabilidades para a Secretaria-Executiva da CMEDDoping

A Unidade de Produtos Controlados da Anvisaparticipará da Comissão de Combate ao Doping criadapelo Ministério do Esporte. A entidade é composta por13 órgãos e atuará no âmbito do Conselho Nacionalde Esporte (CNE). Um dos objetivos da comissão émodificar e divulgar a lista de substâncias e métodosproibidos na prática do esporte, observadas as regrasinternacionais da Agência Mundial Antidoping.

Congresso

A Anvisa teve uma intensa participação no VIICongresso Brasileiro de Saúde Pública realizado pelaAssociação Brasileira de Pós-Graduação em SaúdeColetiva (Abrasco) entre os dias 30 de julho e 2 deagosto. Sessenta trabalhos foram apresentados pelaAgência, sendo que dois receberam menção honrosada comissão científica do congresso. O encontroreuniu seis mil pessoas, entre pesquisadores,professores universitários e profissionais de saúde.

Arouca

O médico sanitarista Sérgio Arouca morreu decâncer no dia 2 de agosto, em sua casa. Ele foipresidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) esecretário de gestão participativa do Ministério daSaúde. Arouca foi um dos grandes responsáveis pelaaprovação da emenda que criou o Sistema Único deSaúde (SUS). Nascido em Ribeirão Preto, completaria62 anos no dia 20 de setembro.

Conhecimento

O Boletim Informativo da Anvisa se traduz em ummosaico de conhecimentos e idéias, fortalecendo osleitores para que sobrevivam nessa guerreira arte deser um vigilante sanitário.

Adler Tamay Vitória, Maria da Conceição Feitosae Marcos PavanattyVigilância Sanitária de Igauí - Bahia

As propagandas institucionais so-bre dificuldade de ereção de três em-presas farmacêuticas estão suspensasdesde o início do mês. Os laborató-rios Eli Lilly do Brasil, Bayer S/A ePfizer não estão autorizados a anun-ciar, em nenhum veículo de comu-nicação de massa, publicidade querelacione, de forma direta ou indire-ta, imagem, logotipo e produtos dasreferidas indústrias a medicamentosou tratamentos para disfunção erétile desempenho sexual.

A medida determinada pelaAnvisa pretende evitar os efeitos queesse tipo de publicidade pode cau-sar na população, como o estímuloao consumo de medicamentos, prin-cipalmente por estar relacionado aprodutos para o tratamento de difi-culdade de ereção que exigem pres-

Com a criação das novas regras deregulação econômica do mercado farma-cêutico, instituídas pela Medida Provi-sória nº 123, de 26 de junho de 2003,e pelo Decreto nº 4.766, da mesmadata, o Ministério da Saúde passou aocupar a presidência da Câmara deRegulação do Mercado de Medicamen-tos (CMED), que antes era do Minis-tério da Justiça, mantendo a Anvisa nopapel de Secretaria-Executiva. Permane-cem o Ministério da Saúde e a Anvisa,portanto, no topo do processoregulatório do setor farmacêutico bra-sileiro, ao lado de outros ministérios.

Ao contrário da antiga Camed, ex-tinta em junho de 2003, que só ti-nha poderes para atribuir responsa-bilidades aos laboratórios, a novaCâmara tem atribuições maisabrangentes para deliberar sobre pre-ços e para elaborar diretrizes deregulação do setor, podendo respon-sabilizar todos os atores do setor far-macêutico: a indústria, o atacado e ovarejo. Sua composição também di-fere da antiga Camed, já que, comotodo Conselho de Governo existentehoje, conta com a presença do minis-tro-chefe da Casa Civil da Presidên-cia da República.

Na vigência da antiga Câmara, o tra-balho desenvolvido limitava-se à análi-se e aprovação dos preços dos medica-mentos que eram lançados no merca-do, a fixar os limites para os reajustesde preços e a instaurar processos admi-

Agência e a sua importância dentro doespectro das atividades da Anvisa se dáem defesa dos direitos do consumidor,explica Luiz Milton Veloso Costa, se-cretário-executivo da CMED.

“O mercado farmacêutico brasilei-ro apresenta características específi-cas, que chamamos de falhas de mer-cado, e por isso deve ser regulado.Entre essas características, podemoscitar a essencialidade do produto, asignificativa concentração de oferta emcada classe terapêutica, a presença doconsumidor substituto, que é o mé-dico, e a forte assimetria de informa-ção. Tudo isso torna o grau de substi-tuição de produto por parte do con-sumidor praticamente inexistente,facilitando a imposição do preço”,explica Luiz Milton, justificando anecessidade do controle de preços, embenefício do consumidor.

Ele observa ainda que, quando sefala em fiscalizar preços, a CMED atuaem geral em parceria com os Procons eoutros institutos de defesa do consu-midor, além do apoio do próprio usuá-rio, que poderá fazer suas denúnciaspelo serviço “Disque-Medicamentos”,no telefone 0800 6440644. Criadopela CMED (ver box), o serviço aten-derá as demandas da população quan-do esta eventualmente se sentir lesadano ato da compra de um produto nafarmácia ou quando necessitar de maisinformações relativas a preços de medi-camentos e explicações sobre genéricos.

O novo marco regulatório instituí-do pelo Governo Federal com a MP nº123 e o decreto nº 4.766, de junhodeste ano, que criam e dão poderes àCMED, prevê a adoção de medidasadicionais ao novo modelo de regulaçãodo mercado, como o incremento da po-lítica de genéricos com o objetivo dereduzir o preço médio dos tratamentosdos consumidores, considerando-se ofato de que genéricos são sempre emmédia 40% mais baratos que os pro-dutos de referência.

Será desencadeada ainda uma dis-cussão nacional com a classe médica paraestabelecer mecanismos que resultemna prescrição pela Denominação Co-mum Brasileira – nome genérico – einclusão no receituário de uma segun-da prescrição. Além disso, ainda sobregenéricos, a Anvisa procurará manter,renovar e assinar contratos de parceriacom Procons representativos de todasas regiões brasileiras, buscando apoioem suas ações e a difusão do medica-mento genérico em todos os estados dafederação.

Outra mudança importante que aCMED trouxe foi o critério estabelecidopara o realinhamento de preços com baseem um índice que melhor refletisse a rea-lidade financeira do consumidor brasilei-ro. “Por isso escolhemos o Índice Nacio-nal de Preços ao Consumidor Amplo(IPCA), calculado pelo Instituto Brasilei-ro de Geografia e Estatística (IBGE), quemede os preços no varejo”, explica PedroJosé Baptista Bernardo, gerente-geral deRegulação Econômica e Monitoramentode Mercado, que participou na constru-ção da nova arquitetura regulatória dogoverno.

Com a nova política de regulaçãoeconômica do mercado farmacêutico,ficou estabelecido pelos representantesda CMED que os reajustes de preçosdo setor serão anuais, ocorrendo o pri-meiro em março de 2004, e que o Con-selho de Ministros poderia, como defato aconteceu, promover excepcional-mente um ajuste em 31 de agosto de

A implementação de um novo modelo de regulaçãoeconômica do mercado farmacêutico brasileiro devol-veu à Anvisa a competência de coordenar os trabalhosda Secretaria-Executiva da Câmara de Regulação doMercado de Medicamentos (CMED) num momentoem que o governo federal dá partida a uma série deestratégias de crescimento econômico, investe no de-senvolvimento de programas sociais, para resgatar acidadania da população, e na construção de um con-junto de medidas para melhorar os padrões de saúdepública do país.

Entre estas, o controle de preços de medicamentosse faz necessário porque em um país como o Brasil omercado se caracteriza pela ausência de concorrência epela formação de oligopólios, o que restringe as alter-nativas da população na compra de medicamentos maisbaratos. Por outro lado, o monitoramento dos preços,embora não gere concorrência, é capaz de subsidiar adecisão de como tratar diferentemente os medicamen-tos que enfrentam concorrência e aqueles que estãosozinhos - ou quase - no mercado.

Com uma reconhecida experiência no manuseio dosnúmeros do mercado e na elaboração de legislaçõesque regulam o setor, a Anvisa reaparece no novo cená-rio regulador como peça de fundamental importânciapara mover os mecanismos legais e estruturais daCMED. Sua equipe de técnicos, que trabalha no acom-panhamento dos preços, na fixação de critérios parareajustes, na feitura das leis e no diálogo com a indús-tria e a população é a mesma que aciona os trabalhosda Gerência-Geral de Regulação Econômica eMonitoramento de Mercado, principal base de ope-rações da CMED.

Nesta edição do Boletim Informativo, o leitor teráoportunidade de conhecer o sistema de funcionamen-to da CMED, suas medidas e atribuições relacionadasaos critérios de reajustes de preços, além do novo Dis-que-Medicamentos, que atende pelo número 0800644 0644.

crição médica. “A suspensão foi tam-bém motivada pela banalização douso de medicamentos indicados paracombater a disfunção erétil”, explicaa gerente de Controle e Fiscalizaçãode Medicamentos e Produtos daAnvisa, Maria José Delgado. O estí-mulo ao consumo de medicamentosé proibido pela Lei nº 6.360/76 epelo Decreto nº 79.094/77.

Para o uso de medicamentos devenda sob exigência de prescriçãomédica são necessários orientação eacompanhamento de profissional, e

Brasil preside reunião de peritosem produtos farmacêuticos

Pela primeira vez, o Brasil, por meio da Anvisa, pre-sidiu um encontro de peritos em substâncias farmacêu-ticas. A II Reunião do Grupo de Especialistas de Produ-tos Farmacêuticos da Comissão Interamericana para oControle de Abuso de Drogas (CICAD) foi realizadaem Brasília entre os dias 25 e 27 de agosto. Na reunião,que teve a participação de 13 países membros da CICAD- instituição da Organização dos Estados Americanos(OEA), o grupo de especialistas discutiu o documentoque trata dos “Elementos para o Controle de Produtos

Farmacêuticos que contenham Entorpecentes e Subs-tâncias Psicotrópicas”, elaborado pelas delegações doMéxico e Estados Unidos.

Na abertura do encontro, o diretor-presidente daAnvisa, Cláudio Maierovitch Pessanha Henriques,enfatizou a importância do desenvolvimento de siste-mas informatizados para ampliar o controle de substân-cias psicotrópicas e entorpecentes: “é fundamental oinvestimento em sistemas de informação maisabrangentes que permitam o acompanhamento e avali-ação das substâncias controladas desde a matéria-primaaté a prescrição e venda nas farmácias”.

Uma equipe da Anvisa apresentou aos peritos o Sis-tema Nacional de Gerenciamento de Produtos Contro-lados (SNGPC), projeto em fase de desenvolvimentopela Unidade de Produtos Controlados da Agência. Alémdisso, foram apresentados os guias de Referência sobreSistemas Nacionais de Produtos Farmacêuticos para aIndústria e sobre o Papel dos Profissionais de Saúde naPrevenção e na Detecção do Uso Indevido de ProdutosFarmacêuticos e seus Desvios para Canais Ilícitos.A intenção da CICAD é elaborar manuais para indús-tria e profissionais de saúde, além de estabelecer os ele-mentos para o controle ao abuso de drogas de formapadronizada entre os países membros. A confecção dosguias está prevista para a próxima reunião do grupo deespecialistas, a ser realizada em 2004 ainda sem data elocal definidos.13 delegações discutiram o controle de psicotrópicos

Anvisa cria 0800 para receber denúncias

O novo modelo de regulação dosetor envolve ainda a instituição doserviço “Disque-Medicamentos”,criado tanto para tirar dúvidas doconsumidor, quanto para receberdenúncias de descumprimento dalegislação, constituindo-se noprincipal canal de comunicaçãoentre a população e a CMED. Umaequipe de 30 funcionários treinadospor técnicos da Anvisa se revezará em dois turnos de trabalho, de 8h às18h, de segunda a sexta-feira, para responder as questões dos usuáriosde medicamentos.

Informações sobre preços e tabelas com valores máximos a seremcobrados pelas farmácias depois do ajuste de 2% e esclarecimentos sobremedicamentos genéricos, produtos de venda livre (fora do controle depreços do governo) estarão disponíveis no novo serviço.

O “Disque-Medicamentos” também receberá denúncias deconsumidores sobre abusos que eventualmente venham a ser praticadospelos proprietários de farmácias e drogarias. As queixas serão levadas aostécnicos da Câmara, que cobrarão explicações dos laboratórios suspeitosde reajustarem seus preços acima do permitido. Se as reclamações foremsobre farmácias que cobram valores acima dos que a lei determina, adenúncia deverá ser encaminhada aos órgãos de defesa do consumidor.O consumidor deve guardar as notas fiscais no ato da compra paracomprovar suas denúncias em casos de abertura de processosadministrativos contra os estabelecimentos.

Composição

Reajustes

2003 nos limites de 2% para quemcumpriu o Protocolo de Intenções, as-sinado em 27/12/2002. Para quemdescumpriu o Protocolo de Intençõesreajustando seus preços acima do limi-te estabelecido, o ajuste de preços de2% somente pôde ser aplicado depoisque os preços foram reduzidos aos pa-tamares corretos, o que gerou a dimi-nuição efetiva nos preços de cerca de 150medicamentos.

Antes de 31 de agosto, a equipe detécnicos da Secretaria-Executiva daCMED e da Gerência-Geral deRegulação Econômica e Monitora-mento de Mercado já havia preparadouma lista com cerca de 10 mil apresen-tações de produtos farmacêuticos queexibiam preços nos limites estabeleci-dos pelo governo, outra com 370 apre-sentações de laboratórios quedescumpriram o acordo, uma terceiracom três mil produtos em avaliação,além de uma quarta lista com 1.426

apresentações de medicamentos de ven-da livre, com preços liberados pelaCMED. Ficou decidido que estas listasseriam publicadas no sítio da Anvisaa partir de 2 de setembro –www.anvisa.gov.br.

Esta foi uma das estratégias que anova CMED adotou para que não hou-vesse casos de números conflitantes nomercado. A última publicação oficial delistas de preços de medicamentos acon-teceu há 12 anos.

Para assegurar ainda mais que tantoa indústria, quanto o atacado e o varejoiriam seguir os cálculos da Câmara paraas apresentações com os novos preços,a Secretaria-Executiva da CMED en-viou mensagem aos diretores das revis-tas especializadas determinando que re-produzissem os valores fixados pela Câ-mara e registrados no endereço eletrô-nico da Anvisa, sob pena de seremresponsabilizados pelo não cumpri-mento da lei.

Laila

Mu

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Go

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Bri

to

Serviço tira dúvidas sobre preços

seu consumo deve ser apenas paratratamentos de doenças específicas.A utilização indiscriminada eindevida desses produtos pode acar-retar risco à saúde do consumidor. O descumprimento da determi-nação pode implicar na aplicação depenas da Lei nº 6.437/77, que pre-vê notificação e multas de R$ 2 mila R$ 1,5 milhão, além de outraspunições mais severas, em casos dereincidência.

Desde 2001, quando a Anvisainiciou o monitoramento da propa-ganda de medicamentos, 11 cam-panhas publicitárias irregulares fo-ram suspensas e mais de R$ 3,3milhões em multas aplicadas a in-dústrias e veículos de comunicação.Constatou-se ainda que 90% daspropagandas têm alguma infração.

Entre 2001 e 2003,11 campanhaspubliciárias de

medicamentos foramsuspensas

Page 6: nova etapa na regulação econômica de medicamentos

Nova etapa na regulaçãoeconômica de medicamentos

número34agosto de 2003

ISSN 1518-6377

8 agosto de 20037agosto de 20036 agosto de 2003

www.anvisa.gov.br

pp.4 e 5

Brasil e OEAdiscutem uso deentorpecentesp. 3

Conferência discutirá diretrizes do SUS Produtos apreendidos e interditados(15 a 30 de julho)

Parcerias que multiplicam conhecimento

Bancos de célulasplacentárias sãoregulamentadosp. 7

Marcada para um ano antes do pre-visto, a 12ª Conferência Nacional deSaúde (CNS) será realizada, em Brasília,entre os dias 7 e 11 de dezembro ehomenageará o ex-secretário de GestãoParticipativa do Ministério da saúde,Sergio Arouca, falecido recentemente.

O encontro apresenta como eixocentral de debate o tema “Saúde: umdireito de todos, um dever do estado- a Saúde que temos, o SUS quequeremos”. O objetivo é promoverum amplo debate para analisar o Sis-tema Único de Saúde (SUS) e apon-tar novos rumos para o futuro da saú-de pública no Brasil.

A conferência, que ocorre a cada qua-tro anos, deve reunir cerca de três milpessoas de todos os estados do país en-tre profissionais de saúde, prestadoresde serviços, usuários, representantes doMinistério Público, especialistas e es-

tudiosos. Batizada de Conferência Ser-gio Arouca, a 12ª edição terá três eta-pas: municipal, estadual e nacional.

Para antecipar a discussão sobre ostópicos da conferência, o Conselho Na-cional de Saúde realizou, no dia 27 deagosto, a primeira teleconferência do en-contro, na qual foram apresentadas asteses que nortearão o debate dos dez ei-xos temáticos e divulgada a metodologiada sua 12ª edição.

Mais de 200 per-guntas, sugestões e crí-ticas foram enviadas pore-mail, telefone e faxinstalados nos 27 audi-tórios da Embratel dascapitais brasileiras. O coordenador-ge-ral da conferência, Eduardo Jorge, su-geriu a realização de mais duas sessõesdo debate virtual, em virtude da boareceptividade.

Bancos de células-tronco terão critérios de funcionamentoA partir de janeiro de 2004, os bancos de sangue de

cordão umbilical e placentário deverão estar em dia com aslicenças de funcionamento emitidas pelas vigilâncias sani-tárias locais. Esta é uma das exigências previstas na Resolu-ção RDC nº 190/03 da Anvisa, que ainda estabelece nor-mas para coleta, processamento,armazenamento e utilização de cé-lulas-tronco, também conhecidascomo células-mãe porque sãoextraídas do cordão umbilical eplacentário, utilizadas em trans-plantes de medula de pacientescom leucemia e para outrasfinalidades.

Um exemplo que mostra a ne-cessidade de regulamentar o setor éa constatação de casos no país emque a coleta das células se deu ain-da com a placenta dentro do útero.Esse procedimento intra-uterinointerfere no processo natural do par-to e pode causar infecções na mãe,de acordo com especialistas daAgência.

Existem dois tipos de bancos de sangue de células-tron-co: os alogênicos não-aparentados, que atendem ao públicoem geral; e os autólogos, que atendem apenas a pacientesque possuem graus de parentesco entre si. Atualmente exis-

tem no Brasil três bancos de sangue de células-tronco públi-cos e outros três privados.

Entre as exigências das regras instituídas pela Anvisa, osbancos são obrigados a fazer seleção das gestantes candidatasà doação, obter consentimento e fazer a coleta das células. O

sangue do cordão umbilical não podeser comercializado e toda informaçãorelativa a doadores e receptores, que per-mita a sua identificação, deve sermantida em sigilo.

As campanhas publicitárias para adoação de células-tronco devem ter ca-ráter geral, destacando-se pelavoluntariedade e o altruísmo do ato e odesinteresse material. Fica proibida apropaganda exclusiva para uma únicapessoa - física ou jurídica. A legislaçãodetermina ainda que deverão ser colhi-das amostras de sangue da mãe na horado parto e em um prazo de dois a seismeses depois para controle de doençasinfecciosas transmissíveis pelo sangue.

As licenças de funcionamento dosbancos de sangue de cordão umbilical e placentário deverãoser renovadas anualmente. Os serviços e empresas que nãorespeitarem as normas poderão ser notificados, autuados emultados com valores que variam de R$ 2 mil a R$ 1,5milhão, conforme a Lei nº 6.437/77.

B.I - A Vigilância Sanitária do estadoé recente, tem apenas 14 anos. Queáreas foram consideradas prioridadee em quais já é possível verificar re-sultados positivos?

Na área de produtos e serviços ob-tivemos grandes avanços em relação aomodelo nacional, mas verificamos anecessidade de intensificarmos nossosesforços para dar continuidade ao tra-balho da Anvisa, principalmente naárea de Alimentos com prioridade paraas fábricas de produtos dispensados deregistro. Isso porque o número de em-presas têm crescido, em especial as demanipulação de produtos artesanais eas de pequeno porte. Atualmente,estamos trabalhando de forma integra-da com as vigilâncias sanitárias muni-cipais para divulgar e fazer cumprir asnormas de alimentos. Uma populaçãoque consome produtos mais saudáveistem uma melhor qualidade de vida.

B.I - Qual o principal projeto desen-volvido hoje pela diretoria nessa li-nha de divulgar a Vigilância Sanitáriapara a população, empresários e co-merciantes?

Em fevereiro deste ano, colocamosem prática o projeto “Vigilância Sani-tária, Cidadania e Participação”, quevisa promover a sensibilização da co-munidade para as questões de Vigilân-cia Sanitária. Esse trabalho é feito coma divulgação dos instrumentos jurídi-

cos de defesa do cidadão por meio depalestras, campanhas educativas nas es-colas e treinamento dos conselheirosde saúde e representantes do poderlegislativo municipal. O projeto estáem fase de desenvolvimento nos mu-nicípios do Tocantins e contamos como apoio das secretarias estaduais deEducação e municipais de Saúde.

Temos uma equipe de inspetores dasáreas de Alimentos e Educação Sanitá-ria compostas por dentista, nutri-cionista e médico veterinário. Estesprofissionais já visitaram cerca de 50municípios das regiões norte, sul, su-deste e central do estado. A idéia é for-mar multiplicadores, inicialmente apartir dos municípios menores, mas ameta é levar o projeto para todas as 139cidades do Tocantins.

B.I - Além das secretarias estaduais emunicipais de Saúde e Educação,com quais outros órgãos a diretoriatrabalha em parceria para expandiras ações de Vigilância Sanitária?

Trabalhamos em conjunto com oMinistério Público, por meio da Pro-motoria de Justiça e Cidadania, para omelhor desenvolvimento das nossasações.

É importante a ação da Saúde emconjunto com o Direito, pois haverámais eficácia na aplicação de regras eprincípios de Vigilância Sanitária querege a proteção da Saúde Coletiva.

entrevista: Glênia de Abreu e Silva

O fortalecimento da Vigilância Sanitária por meiode parcerias foi um dos mais importantes aprendizadosque os nove anos de experiência no setor trouxeram àfarmacêutica Glênia de Abreu e Silva. No comando daDiretoria de Vigilância Sanitária do Estado do Tocantinshá sete meses, a especialista em Saúde Pública, de 34anos, procurou o apoio das instituições de ensino e dosórgãos de defesa do consumidor para levar aos estudan-tes conhecimentos básicos que melhoram a qualidadede vida de suas famílias. Goiana da capital, Glênia, àfrente da diretoria, criada em 1989, apostou em proje-tos educativos para mostrar a população que a vigilânciafaz parte da rotina de todos.

Para o treinamento dos nossos fis-cais, firmamos parceria com a Anvisa,Sebrae e Senac tanto para o conheci-mento técnico como para o entendi-mento da legislação. Profissionaisatualizados exercerão com mais segu-rança o trabalho de fiscalização.

B.I - Como é feito o apoio aos muni-cípios e como está o trabalho dedescentralização das ações?

Pelo tempo trabalhado com fiscali-zação e o bom relacionamento com asvigilâncias municipais foi possível rea-lizar um planejamento direcionado eparticipativo de apoio às ações locais.Hoje temos um setor específico volta-do para a capacitação e educação sani-tária que, além de atender as solicita-ções dos municípios em baixa comple-xidade devido à alta rotatividade de re-cursos humanos, intensificou os cur-sos específicos em Boas Práticas deManipulação de Alimentos e novas re-gulamentações, entre outros assuntos.

As ações de baixa complexidade sãorealizadas por 100% dos municípiosdo estado do Tocantins desde 1997.Com a descentralização das ações deVigilância Sanitária por meio do repas-se financeiro do Piso de Atenção Bási-ca (PAB), os municípios assumiram afiscalização e os controles sanitáriosconsiderados básicos, como o do co-mércio de alimentos. A idéia é fortale-cer os municípios tocantinenses.

Dentro da programação da Conferên-cia Sergio Arouca, o Ministério da Saú-de e o Conselho Nacional de Saúde rea-lizaram, entre os dias 15 e 18 de setem-bro, a primeira Conferência Nacional deMedicamentos e Assistência Farmacêu-tica (CNMAF), em Brasília.

O encontro abordou a situação dosmedicamentos no Brasil e definiu algu-mas diretrizes para uma Política Nacio-

nal de Medicamentos eAssistência Farmacêutica.O projeto de lei que atua-liza a lei do comércio far-macêutico (5.991/73) e omonitoramento da propa-ganda de medicamentos

feito pela Anvisa também foram discu-tidos durante o encontro.

O tema da conferência foi “Acessopara todos, Qualidade e Humanização– O Brasil tem direito”.

Laila

Mu

niz

Glênia: “Nossa prioridade foi cuidar dos alimentos“

otudorP aserpmE oãçautiS ovitoM

lirpotpaC ASUslacituecamrahPaveT oãçatropmIadoãsnepsuS oãçacirbaFedsacitárPsaoBielamocodrocasedme

aniropsolciC GAspaCssiwS oãçatropmIadoãsnepsuS oãçacirbaFedsacitárPsaoBielamocodrocasedme

ºnetol(gm52norpotpaC)730L acifítneiCamrafiC odatidretnI arofovitaoipícnirpodroeT

seõrdapsod

ylFriaHrodaledoMetnazirfseD enihS odidneerpA ortsigermetoãN

etollm/gm1,0(anosatemaxeD)5104740ºn adtLorielisarBotueT oicrémocoodarebiL

siairotarobalsesilánAotudorpoeuqmaratatsnoc

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olutóron

aniteoportirE gnadeJliehC oãçatropmiaasnepsuS oãçacirbaFedsacitárPsaoBielamocodrocasedme

avertsE xemaréhToirótarobaL oãçatropmiaasnepsuS oãçacirbaFedsacitárPsaoBielamocodrocasedme

sneLralucoartnI adtLsocahpideM aasnepsuseodatidretnIadnev

memegalabmeeolutóRodicelebatseomocodrocased

emaxearapateloCedstiKualocinapaP adtLiCtsalploK aasnepsuseodatidretnI

adnev soirátinasseõrdapsodaroF

xelfoI adtLsocahpideM adnevaasnepsus,odatidretnIoãçacirbafae ortsigeriussopoãN

ocitsáleocsiv%2esolulecliteMsaigruricmeetnavujda

sacimlátfo

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g21edatal,buropaVkciV)P3991eKP8231sºnsetol( odacifislaFotudorP odazilitunieodidneerpA odacifislafotudorP

As primeiras células de cordão

umbilical foram isoladas em 1998

A CNS érealizada acada 4 anos

Page 7: nova etapa na regulação econômica de medicamentos

Nova etapa na regulaçãoeconômica de medicamentos

número34agosto de 2003

ISSN 1518-6377

8 agosto de 20037agosto de 20036 agosto de 2003

www.anvisa.gov.br

pp.4 e 5

Brasil e OEAdiscutem uso deentorpecentesp. 3

Conferência discutirá diretrizes do SUS Produtos apreendidos e interditados(15 a 30 de julho)

Parcerias que multiplicam conhecimento

Bancos de célulasplacentárias sãoregulamentadosp. 7

Marcada para um ano antes do pre-visto, a 12ª Conferência Nacional deSaúde (CNS) será realizada, em Brasília,entre os dias 7 e 11 de dezembro ehomenageará o ex-secretário de GestãoParticipativa do Ministério da saúde,Sergio Arouca, falecido recentemente.

O encontro apresenta como eixocentral de debate o tema “Saúde: umdireito de todos, um dever do estado- a Saúde que temos, o SUS quequeremos”. O objetivo é promoverum amplo debate para analisar o Sis-tema Único de Saúde (SUS) e apon-tar novos rumos para o futuro da saú-de pública no Brasil.

A conferência, que ocorre a cada qua-tro anos, deve reunir cerca de três milpessoas de todos os estados do país en-tre profissionais de saúde, prestadoresde serviços, usuários, representantes doMinistério Público, especialistas e es-

tudiosos. Batizada de Conferência Ser-gio Arouca, a 12ª edição terá três eta-pas: municipal, estadual e nacional.

Para antecipar a discussão sobre ostópicos da conferência, o Conselho Na-cional de Saúde realizou, no dia 27 deagosto, a primeira teleconferência do en-contro, na qual foram apresentadas asteses que nortearão o debate dos dez ei-xos temáticos e divulgada a metodologiada sua 12ª edição.

Mais de 200 per-guntas, sugestões e crí-ticas foram enviadas pore-mail, telefone e faxinstalados nos 27 audi-tórios da Embratel dascapitais brasileiras. O coordenador-ge-ral da conferência, Eduardo Jorge, su-geriu a realização de mais duas sessõesdo debate virtual, em virtude da boareceptividade.

Bancos de células-tronco terão critérios de funcionamentoA partir de janeiro de 2004, os bancos de sangue de

cordão umbilical e placentário deverão estar em dia com aslicenças de funcionamento emitidas pelas vigilâncias sani-tárias locais. Esta é uma das exigências previstas na Resolu-ção RDC nº 190/03 da Anvisa, que ainda estabelece nor-mas para coleta, processamento,armazenamento e utilização de cé-lulas-tronco, também conhecidascomo células-mãe porque sãoextraídas do cordão umbilical eplacentário, utilizadas em trans-plantes de medula de pacientescom leucemia e para outrasfinalidades.

Um exemplo que mostra a ne-cessidade de regulamentar o setor éa constatação de casos no país emque a coleta das células se deu ain-da com a placenta dentro do útero.Esse procedimento intra-uterinointerfere no processo natural do par-to e pode causar infecções na mãe,de acordo com especialistas daAgência.

Existem dois tipos de bancos de sangue de células-tron-co: os alogênicos não-aparentados, que atendem ao públicoem geral; e os autólogos, que atendem apenas a pacientesque possuem graus de parentesco entre si. Atualmente exis-

tem no Brasil três bancos de sangue de células-tronco públi-cos e outros três privados.

Entre as exigências das regras instituídas pela Anvisa, osbancos são obrigados a fazer seleção das gestantes candidatasà doação, obter consentimento e fazer a coleta das células. O

sangue do cordão umbilical não podeser comercializado e toda informaçãorelativa a doadores e receptores, que per-mita a sua identificação, deve sermantida em sigilo.

As campanhas publicitárias para adoação de células-tronco devem ter ca-ráter geral, destacando-se pelavoluntariedade e o altruísmo do ato e odesinteresse material. Fica proibida apropaganda exclusiva para uma únicapessoa - física ou jurídica. A legislaçãodetermina ainda que deverão ser colhi-das amostras de sangue da mãe na horado parto e em um prazo de dois a seismeses depois para controle de doençasinfecciosas transmissíveis pelo sangue.

As licenças de funcionamento dosbancos de sangue de cordão umbilical e placentário deverãoser renovadas anualmente. Os serviços e empresas que nãorespeitarem as normas poderão ser notificados, autuados emultados com valores que variam de R$ 2 mil a R$ 1,5milhão, conforme a Lei nº 6.437/77.

B.I - A Vigilância Sanitária do estadoé recente, tem apenas 14 anos. Queáreas foram consideradas prioridadee em quais já é possível verificar re-sultados positivos?

Na área de produtos e serviços ob-tivemos grandes avanços em relação aomodelo nacional, mas verificamos anecessidade de intensificarmos nossosesforços para dar continuidade ao tra-balho da Anvisa, principalmente naárea de Alimentos com prioridade paraas fábricas de produtos dispensados deregistro. Isso porque o número de em-presas têm crescido, em especial as demanipulação de produtos artesanais eas de pequeno porte. Atualmente,estamos trabalhando de forma integra-da com as vigilâncias sanitárias muni-cipais para divulgar e fazer cumprir asnormas de alimentos. Uma populaçãoque consome produtos mais saudáveistem uma melhor qualidade de vida.

B.I - Qual o principal projeto desen-volvido hoje pela diretoria nessa li-nha de divulgar a Vigilância Sanitáriapara a população, empresários e co-merciantes?

Em fevereiro deste ano, colocamosem prática o projeto “Vigilância Sani-tária, Cidadania e Participação”, quevisa promover a sensibilização da co-munidade para as questões de Vigilân-cia Sanitária. Esse trabalho é feito coma divulgação dos instrumentos jurídi-

cos de defesa do cidadão por meio depalestras, campanhas educativas nas es-colas e treinamento dos conselheirosde saúde e representantes do poderlegislativo municipal. O projeto estáem fase de desenvolvimento nos mu-nicípios do Tocantins e contamos como apoio das secretarias estaduais deEducação e municipais de Saúde.

Temos uma equipe de inspetores dasáreas de Alimentos e Educação Sanitá-ria compostas por dentista, nutri-cionista e médico veterinário. Estesprofissionais já visitaram cerca de 50municípios das regiões norte, sul, su-deste e central do estado. A idéia é for-mar multiplicadores, inicialmente apartir dos municípios menores, mas ameta é levar o projeto para todas as 139cidades do Tocantins.

B.I - Além das secretarias estaduais emunicipais de Saúde e Educação,com quais outros órgãos a diretoriatrabalha em parceria para expandiras ações de Vigilância Sanitária?

Trabalhamos em conjunto com oMinistério Público, por meio da Pro-motoria de Justiça e Cidadania, para omelhor desenvolvimento das nossasações.

É importante a ação da Saúde emconjunto com o Direito, pois haverámais eficácia na aplicação de regras eprincípios de Vigilância Sanitária querege a proteção da Saúde Coletiva.

entrevista: Glênia de Abreu e Silva

O fortalecimento da Vigilância Sanitária por meiode parcerias foi um dos mais importantes aprendizadosque os nove anos de experiência no setor trouxeram àfarmacêutica Glênia de Abreu e Silva. No comando daDiretoria de Vigilância Sanitária do Estado do Tocantinshá sete meses, a especialista em Saúde Pública, de 34anos, procurou o apoio das instituições de ensino e dosórgãos de defesa do consumidor para levar aos estudan-tes conhecimentos básicos que melhoram a qualidadede vida de suas famílias. Goiana da capital, Glênia, àfrente da diretoria, criada em 1989, apostou em proje-tos educativos para mostrar a população que a vigilânciafaz parte da rotina de todos.

Para o treinamento dos nossos fis-cais, firmamos parceria com a Anvisa,Sebrae e Senac tanto para o conheci-mento técnico como para o entendi-mento da legislação. Profissionaisatualizados exercerão com mais segu-rança o trabalho de fiscalização.

B.I - Como é feito o apoio aos muni-cípios e como está o trabalho dedescentralização das ações?

Pelo tempo trabalhado com fiscali-zação e o bom relacionamento com asvigilâncias municipais foi possível rea-lizar um planejamento direcionado eparticipativo de apoio às ações locais.Hoje temos um setor específico volta-do para a capacitação e educação sani-tária que, além de atender as solicita-ções dos municípios em baixa comple-xidade devido à alta rotatividade de re-cursos humanos, intensificou os cur-sos específicos em Boas Práticas deManipulação de Alimentos e novas re-gulamentações, entre outros assuntos.

As ações de baixa complexidade sãorealizadas por 100% dos municípiosdo estado do Tocantins desde 1997.Com a descentralização das ações deVigilância Sanitária por meio do repas-se financeiro do Piso de Atenção Bási-ca (PAB), os municípios assumiram afiscalização e os controles sanitáriosconsiderados básicos, como o do co-mércio de alimentos. A idéia é fortale-cer os municípios tocantinenses.

Dentro da programação da Conferên-cia Sergio Arouca, o Ministério da Saú-de e o Conselho Nacional de Saúde rea-lizaram, entre os dias 15 e 18 de setem-bro, a primeira Conferência Nacional deMedicamentos e Assistência Farmacêu-tica (CNMAF), em Brasília.

O encontro abordou a situação dosmedicamentos no Brasil e definiu algu-mas diretrizes para uma Política Nacio-

nal de Medicamentos eAssistência Farmacêutica.O projeto de lei que atua-liza a lei do comércio far-macêutico (5.991/73) e omonitoramento da propa-ganda de medicamentos

feito pela Anvisa também foram discu-tidos durante o encontro.

O tema da conferência foi “Acessopara todos, Qualidade e Humanização– O Brasil tem direito”.

Laila

Mu

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Glênia: “Nossa prioridade foi cuidar dos alimentos“

otudorP aserpmE oãçautiS ovitoM

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sneLralucoartnI adtLsocahpideM aasnepsuseodatidretnIadnev

memegalabmeeolutóRodicelebatseomocodrocased

emaxearapateloCedstiKualocinapaP adtLiCtsalploK aasnepsuseodatidretnI

adnev soirátinasseõrdapsodaroF

xelfoI adtLsocahpideM adnevaasnepsus,odatidretnIoãçacirbafae ortsigeriussopoãN

ocitsáleocsiv%2esolulecliteMsaigruricmeetnavujda

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siairotarobalsesilánAotudorpoeuqmaratatsnoc

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legg/gm001xitorteMg05agansib,lanigav adtLacituêcamraFamrafoiB odatidretnI eovitaoipícnirpedroeT

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As primeiras células de cordão

umbilical foram isoladas em 1998

A CNS érealizada acada 4 anos

Page 8: nova etapa na regulação econômica de medicamentos

Nova etapa na regulaçãoeconômica de medicamentos

número34agosto de 2003

ISSN 1518-6377

8 agosto de 20037agosto de 20036 agosto de 2003

www.anvisa.gov.br

pp.4 e 5

Brasil e OEAdiscutem uso deentorpecentesp. 3

Conferência discutirá diretrizes do SUS Produtos apreendidos e interditados(15 a 30 de julho)

Parcerias que multiplicam conhecimento

Bancos de célulasplacentárias sãoregulamentadosp. 7

Marcada para um ano antes do pre-visto, a 12ª Conferência Nacional deSaúde (CNS) será realizada, em Brasília,entre os dias 7 e 11 de dezembro ehomenageará o ex-secretário de GestãoParticipativa do Ministério da saúde,Sergio Arouca, falecido recentemente.

O encontro apresenta como eixocentral de debate o tema “Saúde: umdireito de todos, um dever do estado- a Saúde que temos, o SUS quequeremos”. O objetivo é promoverum amplo debate para analisar o Sis-tema Único de Saúde (SUS) e apon-tar novos rumos para o futuro da saú-de pública no Brasil.

A conferência, que ocorre a cada qua-tro anos, deve reunir cerca de três milpessoas de todos os estados do país en-tre profissionais de saúde, prestadoresde serviços, usuários, representantes doMinistério Público, especialistas e es-

tudiosos. Batizada de Conferência Ser-gio Arouca, a 12ª edição terá três eta-pas: municipal, estadual e nacional.

Para antecipar a discussão sobre ostópicos da conferência, o Conselho Na-cional de Saúde realizou, no dia 27 deagosto, a primeira teleconferência do en-contro, na qual foram apresentadas asteses que nortearão o debate dos dez ei-xos temáticos e divulgada a metodologiada sua 12ª edição.

Mais de 200 per-guntas, sugestões e crí-ticas foram enviadas pore-mail, telefone e faxinstalados nos 27 audi-tórios da Embratel dascapitais brasileiras. O coordenador-ge-ral da conferência, Eduardo Jorge, su-geriu a realização de mais duas sessõesdo debate virtual, em virtude da boareceptividade.

Bancos de células-tronco terão critérios de funcionamentoA partir de janeiro de 2004, os bancos de sangue de

cordão umbilical e placentário deverão estar em dia com aslicenças de funcionamento emitidas pelas vigilâncias sani-tárias locais. Esta é uma das exigências previstas na Resolu-ção RDC nº 190/03 da Anvisa, que ainda estabelece nor-mas para coleta, processamento,armazenamento e utilização de cé-lulas-tronco, também conhecidascomo células-mãe porque sãoextraídas do cordão umbilical eplacentário, utilizadas em trans-plantes de medula de pacientescom leucemia e para outrasfinalidades.

Um exemplo que mostra a ne-cessidade de regulamentar o setor éa constatação de casos no país emque a coleta das células se deu ain-da com a placenta dentro do útero.Esse procedimento intra-uterinointerfere no processo natural do par-to e pode causar infecções na mãe,de acordo com especialistas daAgência.

Existem dois tipos de bancos de sangue de células-tron-co: os alogênicos não-aparentados, que atendem ao públicoem geral; e os autólogos, que atendem apenas a pacientesque possuem graus de parentesco entre si. Atualmente exis-

tem no Brasil três bancos de sangue de células-tronco públi-cos e outros três privados.

Entre as exigências das regras instituídas pela Anvisa, osbancos são obrigados a fazer seleção das gestantes candidatasà doação, obter consentimento e fazer a coleta das células. O

sangue do cordão umbilical não podeser comercializado e toda informaçãorelativa a doadores e receptores, que per-mita a sua identificação, deve sermantida em sigilo.

As campanhas publicitárias para adoação de células-tronco devem ter ca-ráter geral, destacando-se pelavoluntariedade e o altruísmo do ato e odesinteresse material. Fica proibida apropaganda exclusiva para uma únicapessoa - física ou jurídica. A legislaçãodetermina ainda que deverão ser colhi-das amostras de sangue da mãe na horado parto e em um prazo de dois a seismeses depois para controle de doençasinfecciosas transmissíveis pelo sangue.

As licenças de funcionamento dosbancos de sangue de cordão umbilical e placentário deverãoser renovadas anualmente. Os serviços e empresas que nãorespeitarem as normas poderão ser notificados, autuados emultados com valores que variam de R$ 2 mil a R$ 1,5milhão, conforme a Lei nº 6.437/77.

B.I - A Vigilância Sanitária do estadoé recente, tem apenas 14 anos. Queáreas foram consideradas prioridadee em quais já é possível verificar re-sultados positivos?

Na área de produtos e serviços ob-tivemos grandes avanços em relação aomodelo nacional, mas verificamos anecessidade de intensificarmos nossosesforços para dar continuidade ao tra-balho da Anvisa, principalmente naárea de Alimentos com prioridade paraas fábricas de produtos dispensados deregistro. Isso porque o número de em-presas têm crescido, em especial as demanipulação de produtos artesanais eas de pequeno porte. Atualmente,estamos trabalhando de forma integra-da com as vigilâncias sanitárias muni-cipais para divulgar e fazer cumprir asnormas de alimentos. Uma populaçãoque consome produtos mais saudáveistem uma melhor qualidade de vida.

B.I - Qual o principal projeto desen-volvido hoje pela diretoria nessa li-nha de divulgar a Vigilância Sanitáriapara a população, empresários e co-merciantes?

Em fevereiro deste ano, colocamosem prática o projeto “Vigilância Sani-tária, Cidadania e Participação”, quevisa promover a sensibilização da co-munidade para as questões de Vigilân-cia Sanitária. Esse trabalho é feito coma divulgação dos instrumentos jurídi-

cos de defesa do cidadão por meio depalestras, campanhas educativas nas es-colas e treinamento dos conselheirosde saúde e representantes do poderlegislativo municipal. O projeto estáem fase de desenvolvimento nos mu-nicípios do Tocantins e contamos como apoio das secretarias estaduais deEducação e municipais de Saúde.

Temos uma equipe de inspetores dasáreas de Alimentos e Educação Sanitá-ria compostas por dentista, nutri-cionista e médico veterinário. Estesprofissionais já visitaram cerca de 50municípios das regiões norte, sul, su-deste e central do estado. A idéia é for-mar multiplicadores, inicialmente apartir dos municípios menores, mas ameta é levar o projeto para todas as 139cidades do Tocantins.

B.I - Além das secretarias estaduais emunicipais de Saúde e Educação,com quais outros órgãos a diretoriatrabalha em parceria para expandiras ações de Vigilância Sanitária?

Trabalhamos em conjunto com oMinistério Público, por meio da Pro-motoria de Justiça e Cidadania, para omelhor desenvolvimento das nossasações.

É importante a ação da Saúde emconjunto com o Direito, pois haverámais eficácia na aplicação de regras eprincípios de Vigilância Sanitária querege a proteção da Saúde Coletiva.

entrevista: Glênia de Abreu e Silva

O fortalecimento da Vigilância Sanitária por meiode parcerias foi um dos mais importantes aprendizadosque os nove anos de experiência no setor trouxeram àfarmacêutica Glênia de Abreu e Silva. No comando daDiretoria de Vigilância Sanitária do Estado do Tocantinshá sete meses, a especialista em Saúde Pública, de 34anos, procurou o apoio das instituições de ensino e dosórgãos de defesa do consumidor para levar aos estudan-tes conhecimentos básicos que melhoram a qualidadede vida de suas famílias. Goiana da capital, Glênia, àfrente da diretoria, criada em 1989, apostou em proje-tos educativos para mostrar a população que a vigilânciafaz parte da rotina de todos.

Para o treinamento dos nossos fis-cais, firmamos parceria com a Anvisa,Sebrae e Senac tanto para o conheci-mento técnico como para o entendi-mento da legislação. Profissionaisatualizados exercerão com mais segu-rança o trabalho de fiscalização.

B.I - Como é feito o apoio aos muni-cípios e como está o trabalho dedescentralização das ações?

Pelo tempo trabalhado com fiscali-zação e o bom relacionamento com asvigilâncias municipais foi possível rea-lizar um planejamento direcionado eparticipativo de apoio às ações locais.Hoje temos um setor específico volta-do para a capacitação e educação sani-tária que, além de atender as solicita-ções dos municípios em baixa comple-xidade devido à alta rotatividade de re-cursos humanos, intensificou os cur-sos específicos em Boas Práticas deManipulação de Alimentos e novas re-gulamentações, entre outros assuntos.

As ações de baixa complexidade sãorealizadas por 100% dos municípiosdo estado do Tocantins desde 1997.Com a descentralização das ações deVigilância Sanitária por meio do repas-se financeiro do Piso de Atenção Bási-ca (PAB), os municípios assumiram afiscalização e os controles sanitáriosconsiderados básicos, como o do co-mércio de alimentos. A idéia é fortale-cer os municípios tocantinenses.

Dentro da programação da Conferên-cia Sergio Arouca, o Ministério da Saú-de e o Conselho Nacional de Saúde rea-lizaram, entre os dias 15 e 18 de setem-bro, a primeira Conferência Nacional deMedicamentos e Assistência Farmacêu-tica (CNMAF), em Brasília.

O encontro abordou a situação dosmedicamentos no Brasil e definiu algu-mas diretrizes para uma Política Nacio-

nal de Medicamentos eAssistência Farmacêutica.O projeto de lei que atua-liza a lei do comércio far-macêutico (5.991/73) e omonitoramento da propa-ganda de medicamentos

feito pela Anvisa também foram discu-tidos durante o encontro.

O tema da conferência foi “Acessopara todos, Qualidade e Humanização– O Brasil tem direito”.

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Glênia: “Nossa prioridade foi cuidar dos alimentos“

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As primeiras células de cordão

umbilical foram isoladas em 1998

A CNS érealizada acada 4 anos