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NOTÍCIAS driving science & innovation 1986 > 2016 30º ANIVERSÁRIO COOPERAÇÃO PAIXÃO PELA INOVAÇÃO AMBIÇÃO ORIENTAÇÃO AO CLIENTE RESPONSABILIDADE 42 MAIO 2016 quadrimestral OPINIÃO À conversa com: Rui Guimarães, fundador e primeiro Presidente do INEGI (1986-1989) INOVAÇÃO Aprovado Plano Estratégico de Investimento em IDT (2016-2018) HYPERTURB - Processo de Fabrico de Turbinas para Turbocompressores em Aluminetos de Titânio 30 ANOS Está em curso um amplo Programa Comemorativo

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NOTÍCIASdriving science & innovation

1986 > 2016

30º ANIVERSÁRIO

COOPERAÇÃO

PAIXÃO PELA INOVAÇÃO

AMBIÇÃO

ORIENTAÇÃO AO CLIENTE

RESPONSABILIDADE

42MAIO 2016

quadrimestral

OPINIÃOÀ conversa com: Rui Guimarães, fundador e primeiro Presidente do INEGI (1986-1989)

INOVAÇÃOAprovado Plano Estratégico de Investimento em IDT (2016-2018)

HYPERTURB - Processo de Fabrico de Turbinas para Turbocompressores em Aluminetos de Titânio

30 ANOSEstá em curso um amplo Programa Comemorativo

UTILIZAÇÃO DE NANOTUBOS DE CARBONO EM COMPÓSITOS MULTIFUNCIONAIS

Os materiais compósitos poliméricos reforçados com fibra de carbono (CFRP – “Carbon Fibre Reinforced Polymers”) são um dos materiais mais relevantes para aplicações Aeroespaciais, devido às suas excecionais propriedades estruturais e baixa densidade, quando comparados com os metais. Por essa razão, os CFRP têm sido progressiva-mente utilizados em estruturas aeroespaciais primárias. No entanto, por serem materiais anisotrópicos, não apresentam o mesmo desempenho em todas as direções, tendo, por exemplo, uma excelente condutividade térmica e elétrica na direção longitudinal das fibras e baixas condutividades através da espessura.

Uma das formas de melhorar as propriedades dos materiais compósitos através da espessura é a modificação da matriz polimérica através da adição de cargas que permitam melhorar o seu desempenho. Neste sentido, a utilização de nanomateriais tem-se revelado promissora, uma vez que estes possuem uma elevada área superficial por unidade de massa, fazendo com que, teoricamente, uma pequena quantidade seja suficiente para promover um aumento considerável das propriedades. Em particular, na última década, os nanotubos de carbono (CNT – “Carbon Nanotubes”) são vistos como os materiais mais promissores para melhoria do desempenho estrutural e da condutividade através da espessura em CFRP, devido às suas intrínsecas propriedades mecânicas e condutoras e muito alta área superficial específica. No entanto, devido às fortes interações existentes entre os CNT, dominadas por forças de Van der Walls, estas nanopartículas quando inseridas no pré-polímero do CFRP, formam aglomerados, gerando uma fraca distribuição e dispersão na matriz, resultando na não transferência de propriedades para o CFRP e, em muitos casos, levando até a uma perda de propriedades. Adicionalmente, os elevados valores de viscosidade tornam a formulação quase improcessável pelos métodos convencionais de fabrico de materiais compósitos.

Nos últimos anos, a equipa de desenvolvimento de materiais compósitos do INEGI tem vindo a desenvolver CFRP multifuncionais contendo nanotubos de carbono para aplicações de alto desempenho, como é o caso do Espaço. Exemplo disso são os dois projetos financiados pela agência espacial europeia (ESA) NACO e NACO II (“Non-conventional Matrix/CNT Reinforced Composites for Applications in Space”), onde foram desenvolvidos nanocompósitos com altos teores de CNT, através da infiltração de pré-formas ou estruturas tridimensionais de CNT (“buckypapers”) com uma resina epóxi, e, numa segunda fase, foi realizado o “scale-up” da tecnologia, usando buckypapers de maiores dimensões, assim como

a integração dos mesmos em CFRP. No projeto RTM E-BOX (“Thermally conductive CFRP electronic boxes manufacturing through RTM”), também financiado pela ESA, tem vindo a ser estudada a possibilidade de modificação de uma resina para fabrico de CFRP por RTM (“Resin Transfer Moulding”) com CNT, verificando-se que a filtração de partículas e as altas viscosidades obtidas fazem com que o conhecimento e controlo das caraterísticas reológicas seja um dos aspetos críticos para o RTM com resinas modificadas com CNT.

No projeto FP7 EUCARBON (“European Space Qualified Carbon Fibres and Pre-Impregnated Based Materials”), têm vindo a ser preparados pré-impregnados com resinas modificadas com CNT. Neste projeto tem sido avaliado o impacto no processo de pré-impregnação da utilização de CNT com diferentes tratamentos (formulações químicas ou tratamentos físicos), para diferentes concentrações, condições de processamento e nas propriedades finais do CFRP. Como suporte a este desenvolvimento tem sido estudado o efeito dos diferentes CNT apenas na matriz polimérica, por forma a determinar as características da formulação que determinam a sua processabilidade e o desempenho final do compósito, como é o caso da cinética de cura, do seu comportamento reológico, da formação da rede de nanotubos e da dispersão e distribuição na matriz. Este desenvolvimento permitiu chegar a pré-impregnados contendo 1.5%wt. de CNT na resina epóxi. O balanço de relações entre as características da formulação, o seu processamento e as propriedades finais do CFRP são um aspeto determinante para que os compósitos multifuncionais possam ser um dos produtos mais relevantes num futuro próximo.

INVESTIGAÇÃO

INOVAÇÃO

Integrada no objetivo nacional de manter a continuidade do investimento em investigação e desenvolvimento tecnológico, a CCDRN, através do Programa Operacional Regional - Norte 2020, lançou em meados de 2015 um concurso para candidaturas de Projetos Estruturados de Investigação Científica e Desenvolvimento Tecnológico para um período de três anos. O INEGI, que apresentou duas candidaturas - uma individual e outra em co-promoção - obteve a sua aprovação, assegurando o financiamento de 4,2 milhões de euros para o seu plano estratégico de investimento em investigação científica e desenvolvimento tecnológico para o período 2016-2018.

Os dois projetos aprovados, SciTech – Science and Technology for Competitive and Sustainable Industries e HEBE – Health, Comfort and Energy in the Built Environment, este último em parceria com a Faculdade de Medicina e com o ISPUP - Instituto de Saúde Pública da UP, permitem impulsionar o plano de Investigação científica do INEGI, em resposta aos desafios do crescimento da capacidade regional de I&D na Região Norte, no quadro de quatro das suas linhas de investigação.

Em conjunto, estas proporcionam uma visão holística dos desenvolvimentos científicos fundamentais e das respe-tivas inovações, necessária para enfrentar as prioridades e desafios societais em domínios de especialização especí-ficos identificados na estratégia RIS3 do Norte, como as Indústrias da Mobilidade e Ambiente, Sistemas de Fabrico Avançados e Ciências da Vida e Saúde (não esquecendo, esta última, o papel do edificado). As atividades de investigação previstas também consideram diversas necessidades de inovação da indústria e da sociedade em geral, pelo que resultam do equilíbrio entre a oferta da ciência e a procura por parte dos agentes económicos. A Figura 1 ilustra o plano de trabalho proposto para cada RL (research line), apresentando os principais tópicos de investigação (RT) e grupos de tarefas (WP), assim como as respetivas interdependências entre os tópicos de investigação de cada linha e entre as diferentes linhas.

O projeto SciTech deverá contribuir diretamente para a estratégia global do INEGI em inovação científica e tecnológica nas áreas dos Materiais, Processos e Produtos, através do reforço das atividades fundamentais de investi-gação e abrindo novas áreas de transferência de tecnologia para a indústria. Os desenvolvimentos científicos associa-dos a cada RL representam os principais componentes necessários para desenvolver produtos inovadores para várias indústrias, tais como as relacionadas com a mobili-dade, bens de equipamento e dispositivos médicos. Este projeto terá, assim, um papel crucial no reforço da investigação científica realizada no Norte de Portugal, para formar e reter em Portugal recursos humanos altamente

qualificados, para melhorar a participação em redes e projetos internacionais, e continuar a promover atividades económicas com base no conhecimento e na inovação.

Por seu lado, o projeto HEBE focar-se-á no estudo dos aspetos da saúde decorrentes da exposição a poluentes nos ambientes interiores, bem como nos aspetos do conforto e energia nos edifícios, matérias candentes face aos desafios da reabilitação do parque construído e as suas implicações na suficiência e eficiência energéticas.

APROVADO PLANO ESTRATÉGICO DE INVESTIMENTO EM IDT (2016-2018)

RL2 – PROCESSOS AVANÇADOS DE FABRICO

RL1

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RT2.3 – Modelação de fenómenos multi-físicos nos processos de fabrico

GESTÃO, DISSEMINAÇÃO CIENTÍFICA & EXPLORAÇÃO DOS RESULTADOS

WP 2. 3. 2 - Modelação fenomenológica de processos de fabrico de compósitos

RL3 - D

ES

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RO

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EM

AS

RT2.1 – Tecnologias para a conformação 3D original

WP 2.1.1 – Processamento de Materiais Metálicos

WP 2. 1. 3 - Fabrico Aditivo & Subtrativo

WP 2. 1. 2 - Processamento de Compósitos

RT2.2 – União de Materiais Dissimilares

WP 2. 2. 1 - União por Tecnologia Laser

WP 2. 2. 3 - Soldadura por Fricção

WP 2. 2. 2 - União por Tecnologia Eletromagnética

WP 2. 2. 4 - Juntas Adesivas

RL1 – MATERIAIS & ESTRUTURAS AVANÇADAS R

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RT1.3 – Conceitos para Estruturas Avançadas

GESTÃO, DISSEMINAÇÃO CIENTÍFICA & EXPLORAÇÃO DOS RESULTADOS

WP 1.3.1 – Comportamento Estrutural e Integridade

WP 1.3.2 – Estruturas de Elevado Desempenho

RL3 – D

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AS

RT1.1 – Sistemas de Materiais Avançados

WP 1.1.1 – Hibridização Avançada de Polímeros Reforçados

WP 1.1.3 – Materiais e Compósitos Avançados à base de Metal

WP 1.1.4 – Materiais para moldes de fundição e outras ferramentas

WP 1.1.2 – Novos polímeros modificados para compósitos multifuncionaisWP 1.2.1 – Modelação de Materiais

WP 1.2.2 – Modelação Estrutural

RT1.2 – Modelação Multi-material a diferentes Escalas

RL3 - DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO & SISTEMAS

RL1

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RL2 – P

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RT3.1 - Metodologias & Ferramentas

WP 3. 1. 1 - Ferramentas originais para o Design de Produto

WP 3. 1. 2 - Mecânica de Tecidos, Previsão de Regeneração/Remodelação

GESTÃO, DISSEMINAÇÃO CIENTÍFICA & EXPLORAÇÃO DOS RESULTADOS

RT3.2 - Design de Produto Inovador

WP 3. 2. 1 - Transporte Terrestre Sustentável I

WP 3. 2. 3 - Dispositivos Médicos I

WP 3. 2. 2 - Transporte Terrestre Sustentável II

WP 3. 2. 4 - Dispositivos Médicos II

WP 3. 2. 5 - Sistemas para Fabrico Aditivo

WP 2. 3. 2 - Modelação da falha nos processos de fabrico de materiais metálicos

RL1 – SAÚDE, CONFORTO E ENERGIA NO AMBIENTE CONSTRUÍDO

GESTÃO, DISSEMINAÇÃO CIENTÍFICA & EXPLORAÇÃO DOS RESULTADOS

RT1.1 - Saúde e Exposição ao Ar

WP 1.1.1 - Determinantes nos ambientesinteriores da asma e das alergias na infância

RT1.2 - Saúde, Conforto e Energia

WP 1.1.2 - Efeitos da exposição a sub-produtosde desinfeção em piscinas interiores

WP 1.2.1 - A prioridade à suficiênciaenergética na regulamentação de edifícios

WP 1.2.2 - O papel do parque edificado noplaneamento urbano e na gestão da energia

Figura 1.

E-LOCK MARC – DESENVOLVIMENTO DE SISTEMA ELETRÓNICO MODULAR DE CONTROLO DE ACESSOS

INOVAÇÃO

A fechadura E-Lock resulta de um projeto conjunto entre a empresa Marques S.A. e o INEGI, com o objetivo de desenvolver um produto de gestão de acessos sem fios mais fácil, intuitivo e seguro.

O sistema inteligente E-Lock foi desenvolvido com o intuito de atender aos requisitos de segurança associados aos utilizadores de escritórios e hotéis (Figura 1). Seguro contra entradas forçadas, o sistema de controlo de acessos pode ser conectado e funcionar em rede ou funcionar de forma isolada, é alimentado por pilhas normais que apresentam uma vida útil de até 1 ano de uso intensivo.

O sistema pode ser operado através de quatro tecnologias diferentes: keypad, biométrico, NFC e BLE, incluindo o uso de smartphone através de uma aplicação especialmente desenvolvida quer através da tecnologia iOS Bluetooth LE, quer NFC Android.

A fechadura E-Lock foi projetada para resistir a entradas forçadas, a sua pega é feita de uma liga de metal fundido sólido, capaz de suportar grandes impactos, enquanto a textura recartilhada da pega proporciona tração extra para um uso fácil e seguro.

O sistema E-Lock está disponível em quatro acabamentos: níquel acetinado, cobre, anodizado de Malechite ou bronze escuro (Figura 2).

O sistema pode ser facilmente adaptado em qualquer fechadura mortise e numa grande variedade de espessuras de porta. Peças intercambiáveis permitem a fabricação e manutenção otimizada, permitindo obter os melhores preços junto do consumidor.

Graças ao carácter inovador da sua forma de funciona-mento e comunicação entre fechaduras, o produto foi submetido para patente e entrará em fase de produção durante este ano.

Figura 1. Detalhes da fechadura E-Lock

Figura 2. Família de produtos E-Lock

E-LOCK MARC – DESENVOLVIMENTO DE SISTEMA ELETRÓNICO MODULAR DE CONTROLO DE ACESSOS

EUCARBON – FIBRAS DE CARBONO E PRÉ-IMPREGNADOS EUROPEUS QUALIFICADOS PARA ESPAÇO

O desenvolvimento do processo permitiu obter prepregs com caraterísticas relevantes para a indústria espacial e avaliar a modificação da matriz com nanotubos de carbono para melhoria da dissipação térmica e elétrica.

No final, foram fabricados dois demonstradores (um tubo e um refletor) pela CASA Espacio (Airbus Defence and Space) que permitiu validar os materiais desenvolvidos para utilização em ambiente industrial, bem como o seu desempenho em produtos finais.

http://www.eucarbon-project.eu/

INOVAÇÃO

O INEGI concluiu, em novembro de 2015, o projeto EUCARBON financiado pelo 7º Programa Quadro da Comissão Europeia.

O objetivo deste projeto consistiu na criação de uma instalação piloto, numa empresa de base Europeia, capaz de produzir fibras de carbono de alto módulo para utilização em aplicações Espaciais, para além do desenvolvimento da capacidade de preparar pré-impregnados com base neste tipo de fibras. Estes materiais são considerados uma tecnologia crítica para a exploração do Espaço, já que apenas são fornecidos por empresas não Europeias e que apresentam uma forte tendência para serem abrangidos por restrições de acesso, devido à sua possível utilização em aplicações militares.

Este projeto foi coordenado pelo INEGI e permitiu a instalação da capacidade de produção de fibras de carbono de alto módulo na empresa FISIPE (Barreiro, Portugal), tendo sido atingido um produto com um módulo de 348 GPa e uma resistência de 4300 MPa. No INEGI foi instalada a capacidade de produzir pré-impregnados, com o intuito de validar o novo produto da Fisipe, de desenvolver novas matrizes políméricas para os pré-impregnados e de fornecer materiais para a construção de demonstradores.

DESENVOLVIMENTO DE PLATAFORMA INFORMÁTICA PLM4ALL

INOVAÇÃO

Em colaboração com a ADIRA SA, DREAMO e INESC TEC, o INEGI deu suporte ao desenvolvimento de um produto radicalmente inovador, plataforma informática PLM4all, dedicada à gestão do ciclo de vida de bens de equipamento do tipo mecatrónico.

A colaboração do INEGI neste projeto insere-se na sua estratégia de desenvolvimento de metodologias inovadoras de suporte e gestão ao desenvolvimento de novos produtos, equipamentos e sistemas complexos, como são o claro exemplo das máquinas-ferramentas, aumentando significativamente a competitividade das PME portuguesas no panorama internacional.

A equipa INEGI deu suporte direto ao desenvolvimento da metodologia framework conceptual, base da ferramenta informática PLM4all, designadamente nas vertentes de gestão do ciclo de vida de produto, com a definição das fases, processos, atividades chave do ciclo de vida dos produtos.

A metodologia base PLM4all adotou princípios lean thinking, apresentando-se assim como uma ferramenta simples, intuitiva e de fácil utilização, adequada às necessidades críticas e características de PME com estruturas de RH reduzidas e capacidades de investimentos limitadas.

O PLM4all, que inclui templates pré-configurados para os produtos mecatrónicos, o que permitirá reduzir de forma muito relevante os custos de instalação e aprendizagem, inclui também componentes informáticos que asseguram a conetividade com sistemas legados do tipo ERP e CAD, facilitando a consistência e integridade de informação entre estes dois tipos de sistemas fulcrais na gestão de informação geométrica e técnica de produtos. Foram levados a cabo vários casos de estudo de modo a validar a eficácia da metodologia, para os seus diferentes módulos, incluindo as interfaces CAD-ERP, e um extenso trabalho de pré-parametrização para as diferentes fases, processos e atividades do ciclo de vida de produto.

Fig. 1 – Framework conceptual base da ferramenta informática PLM4all.

CONCLUÍDO O PROJETO BLADE EXTENSION

ENSAIO AERODINÂMICO DE UM MODELO DE CIMBRE EM TÚNEL DE VENTO

CONSULTORIA

A empresa ENERGIKONTOR desenvolveu um produto de extensão das pás eólicas para os seus aerogeradores mais antigos, permitindo-lhe capturar mais energia cinética do vento para conversão em eletricidade. Os protótipos foram instalados no Parque Eólico do Penedo Ruivo sendo alvo de avaliação, tanto no que respeita ao incremento da geração de eletricidade como à manutenção da integridade estrutural dos componentes mecânicos.

Coube ao INEGI, para além da coordenação geral do processo, a avaliação experimental do impacto das extensões na curva de potência dos aerogeradores, nos esforços fletores provocados pelas pás nas respetivas raízes, no momento torsor no veio principal e no desgaste de alguns componentes mecânicos como chumaceiras e rolamentos. A instrumentação com recurso a sensores de Bragg em fibra ótica e a extensómetros convencionais colocados no veio mas interrogados remotamente, foi desenvolvida e testada expressamente para este projecto.

O INEGI foi selecionado pela BERD, S.A. para o ensaio aerodinâmico de um modelo à escala do cimbre de uma estrutura treliçada autolançável usada na construção de pontes de betão armado.

Os ensaios aerodinâmicos foram realizados no túnel de vento do Laboratório de Aerodinâmica e Calibração (LAC), tendo o INEGI concebido e construido uma balança aerodinâmica para este ensaio, adaptada à especificidade do modelo ensaiado e às características do túnel de vento.O modelo do cimbre foi construído à escala e com elevado pormenor por estereolitografia, técnica usada pela primeira vez no INEGI para produção de uma estrutura treliçada, e que permitiu reter características específicas do cimbre necessárias para os ensaios aerodinâmicos. Estes ensaios permitiram a medição das forças de arrasto e sustentação aerodinâmica, geradas na interação da estrutura com o escoamento e que são importantes para a otimização estrutural do equipamento.

CONSULTORIA

PROJETO MEIKSTUDIOEste projeto consiste no desenvolvimento de uma linha de produtos exclusivos constituída por peças de mobiliário interior e peças de iluminação.

O INEGI É PARCEIRO DO PASSAPORTE PARA O EMPREENDEDORISMO

A título de exemplo apresentam-se alguns dos projetos desenvolvidos:

PROJETO ANALISADOR DA DISTORÇÃO LUMINOSA O projeto Analisador da Distorção Luminosa, Light Distortion Analyser, tem como objetivo o desenvolvimento de um dispositivo de avaliação da qualidade da visão. Este dispositivo permite quantificar a distorção luminosa de fontes de luz brilhantes, produzida pelo sistema visual humano.

PROJETO INOVAÇÃO DESIGN MOBILIÁRIO Este projeto consiste na criação de linhas de mobiliário, que se caracterizam por ter um design minimalista e pela utilização de materiais naturais.

PROJETO KITSOLEX Kit elétrico para bicicletas constituído por um motor elétrico que transfere o seu movimento e potência à roda traseira através de atrito, ajudando o utilizador na sua mobilidade.

Simulação Estrutural por Elementos Finitos para validação da estabilidade do candeeiro “CRISIS

Peças em carapaça de cerâmica já após vazamento do latão

Maquinação do protótipo

Candeeiro “CRISIS lamp” (Protótipo)

Candeeiros em pau-santo e em cortiça

FINANCIAMENTO

ENTIDADE GESTORA

O Passaporte para o Empreendedorismo é uma iniciativa do Programa +E+I, promovido pelo IAPMEI, e que pretende estimular jovens empreendedores qualificados a desenvol-verem o seu projeto de empreendedorismo inovador, que se encontre em fase de ideia, facultando-lhes um conjunto de ferramentas técnicas e financeiras.

O INEGI prestou serviços de assistência técnica, auxiliando a conversão de ideias em projetos empresariais estruturados, realizando estudos de viabilidade técnico-científica, atividades de desenvolvimento de produto, prototipagem e transferência de tecnologia.

Esta foi uma iniciativa excelente, uma vez que permitiu a um conjunto de jovens empreendedores desenvolverem o seu projeto, passando da fase da ideia ao protótipo.

O INEGI orgulha-se de ter colaborado em mais de 15 projetos em áreas como: desenvolvimento de produto, simulação estrutural, automação e controlo, design industrial e prototipagem, facilitando a materialização dos projetos e promovendo a transferência de tecnologia e conhecimento para os jovens empreendedores. Como resultado final deste projeto registe-se a criação de um conjunto de startups tecnológicas com base nos produtos desenvolvidos.

OFERTA DE SERVIÇOS

Figura 1 – Número de perícias realizada

Figura 2 – Tipo de acidentes investigados Fotografias de Acidentes investigados

TIPO DE ACIDENTES

22%

72%

6%

Acidentes Viação

Acidentes Industriais

Acidentes Trabalho/Pessoais

PERÍCIAS REALIZADAS

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2014

60

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40

30

20

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2015 2016 Total

18

25

8

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CENPERCA - CENTRO PERICIAL DE ACIDENTESDO INEGI

O CENPERCA – Centro Pericial de Acidentes do INEGI, foi formado em Janeiro de 2014 e tem como finalidade a resolução expedita e estruturada de casos relacionados com acidentes em diversas circunstâncias. As peritagens de reconstituição científica e investigações resultam de solicitações de tribunais, empresas e particulares que procuram o esclarecimento das causas dinâmicas ou estruturais que originaram a ocorrência de um acidente. Desde a sua criação, o CENPERCA realizou cinquenta relatórios periciais (Figura 1) que incidiram não só sobre acidentes de viação (atropelamentos, colisões, mecânica automóvel) mas também sobre acidentes industriais e acidentes de trabalho/pessoais (Figura 2).

O processo de elaboração de cada relatório pericial envolve procedimentos específicos nos quais são requeridos colaboradores especialistas em diversas áreas de engenharia, acesso a bibliografia especializada, artigos científicos, uso de ferramentas de medição e fotografia como aparelhos de medição de atrito, veículos portáteis de vídeo e drones e uso de software de reconstituição, simulação numérica, dinâmica e modelação como o Solidworks, PC-Crash, Adams ou Abaqus.

Os serviços executados pelo CENPERCA são, na sua maioria, relacionados com a reconstituição de colisões,

investigação e análise de causas e falhas de acidentes,sejam com transportes, pessoas, máquinas ou estruturas, e incluindo análise de materiais, mecânica da fratura e fadiga. No entanto, os serviços do CENPERCA abrangem um número crescente de colaborações com a Biomecânica – causalidade de lesões, prevenção e análise de eventos relacionados com acidentes e com a fiscalização e prevenção – verificação de máquinas, estruturas e transportes.

Destacam-se, ainda, as diversas colaborações firmadas com diversas instituições, designadamente o Laboratório de Biomecânica da Universidade do Porto, com o Departamento de Engenharia Mecânica da FEUP, com a GNR – Quartel do Carmo e a cooperação académica com o Mestrado em Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais (Mesho) e o Programa Doutoral em Segu-rança e Saúde Ocupacionais (Demsso).

Neste âmbito salienta-se que o principal intuito destenovo Centro do INEGI é a otimização da investigação e reconstituição científica dos acidentes de um ponto de vista multidisciplinar, e os seus objetivos englobam, sempre, a identificação de fatores que permitam a prevenção e sensibilização de modo a evitar um possível acidente.

OFERTA DE SERVIÇOS

O INEGI, enquanto parceiro das empresas, colabora na área da Segurança e Saúde no Trabalho durante a avaliação de riscos profissionais.

Esta avaliação constitui a base para uma gestão bem-sucedida da segurança e da saúde, sendo um fator-chave para reduzir a ocorrência de acidentes de trabalho e doenças profissionais, melhorando a segurança e a saúde no local de trabalho, bem como o desempenho da empresa em geral.

O LCA, Laboratório de Caracterização Ambiental do INEGI, dispõe de meios técnicos e humanos altamente qualificados capazes de quantificar estes fatores de risco, realizando os seguintes ensaios:

• Avaliação da exposição ao ruído durante o trabalho (ensaio acreditado pelo IPAC);

• Colheita de poeiras totais e poeiras respiráveis (ensaios acreditados pelo IPAC);

• Avaliação da exposição a diversos contaminantes químicos e análise dos efeitos combinados entre substâncias;

• Determinação da concentração de bactérias e fungos; • Avaliação do ambiente térmico - índices de conforto

térmico e stress térmico; • Determinação de índices de Iluminância;• Amostragem e quantificação de Legionella.

SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

A acreditação pelo IPAC – Instituto Português de Acreditação, demonstra que o LCA dispõe de um sistema da qualidade, que é competente e capaz de produzir resultados tecnicamente válidos.

Praticamente desde a sua fundação o INEGI constitui-se como parceiro das empresas na área ambiental, colaborando com as mesmas ao nível da pesquisa e implementação de soluções que minimizem o impacto ambiental da sua atividade, oferecendo, nesta área, um diversificado leque de serviços:

• Auditorias e diagnósticos ambientais;• Relatórios de Sustentabilidade;• Estudos de dimensionamento das alturas das chaminés;• Planos de Gestão de solventes;• Apoios na implementação de sistemas de gestão ambiental;• Caraterização de efluentes gasosos;• Análise de biogás;• Determinação de emissões difusas;• Avaliação de ruído ambiente;• Estudos de previsão de ruído.

INEGI: PARCEIRO DAS EMPRESAS NA ÁREA AMBIENTAL

30º ANIVERSÁRIO DO INEGI

Está já ativo o site dedicado às Comemorações do 30º Aniversário do INEGI que, para além de instrumento de divulgação do programa comemorativo, será um repositório da História, das histórias e dos rostos que ajudaram a construir o INEGI.

O endereço do site é: http://30anos.inegi.up.pt/

SITE DO 30º ANIVERSÁRIO DO INEGI

Comemorando-se, em 2016, o 30º Aniversário do INEGI, decidiu o Conselho de Administração do Instituto promover um diversificado programa comemorativo, com iniciativas que percorrem a História do INEGI e perspetivam o seu futuro. Essas comemorações partem do orgulho que sentimos pelo percurso duradouro e sustentado que já percorremos. Mas, como instituto de Ciência e Inovação que somos, o passado e o presente servem-nos, essencialmente, para continuarmos a antecipar o futuro.

Desse modo, ao longo de 2016 serão organizadas diversas iniciativas que visam envolver os Colaboradores, Associados, Clientes e Instituições com quem temos estabelecido parcerias de cooperação, procurando consolidar as mesmas e estabelecer novas relações de colaboração com mais empresas, setores e mercados.

O INEGI Notícias assumirá um papel importante nas Comemorações, divulgando o seu Programa e fazendo o balanço das iniciativas e constituindo-se, ele próprio, um elemento comemorativo com a evocação de diversos aspetos da história do INEGI. Tudo com um grafismo renovado e associado à efeméride.

As Comemorações do 30º Aniversário do INEGI serão, assim, mais um passo para a concretização da nossa Visão:Crescer, ser o melhor a converter conhecimento em valor e confirmar a nossa forte identidade institucional como parceiro tecnológico das empresas.

OPEN DAY TEMÁTICOS

O Programa Comemorativo do 30º Aniversário do INEGI prevê a realização de quatro OPEN DAY Temáticos.

O objetivo destas iniciativas é o de fomentar, em torno de uma área de competências tecnológicas do INEGI, o diálogo e a troca de experiências entre os Colaboradores do Instituto e os profissionais do tecido empresarial e científico. Havendo espaço para a apresentação de competências, para a descrição de projetos em que o INEGI está envolvido, para a visita às instalações laboratoriais e para a identificação de pontos de conver-gência dos quais podem resultar projetos futuros.

• O primeiro OPEN DAY Temático realizou-se no dia 29 de abril e foi dedicado aos Materiais Compósitos.

• O segundo OPEN DAY Temático será dedicado à Tribologia, Vibrações e Manutenção Industrial e realizar--se-á no dia 6 de maio.

• O terceiro OPEN DAY Temático terá como mote as Tecnologias Avançadas de Produção, estando agendado para o dia 16 de junho.

• O quarto OPEN DAY Temático, a realizar em data a definir, será dedicado ao tema Energia.

A participação nestas iniciativas é livre mas com inscrição obrigatória por intermédio do email:

[email protected]

EXPOSIÇÃO PERMANENTE

Será inaugurado, em maio, no hall de entrada do Edifício do INEGI, o espaço expositivo permanente dedicado às comemorações do 30º Aniversário do INEGI.

Durante o ano serão montadas várias exposições evocativas de diversos aspetos da vida do INEGI.

PRÓXIMAS INICIATIVAS

Espaço expositivo permanente

À CONVERSA COM: PROFESSOR DOUTOR RUI GUIMARÃES

No seu entender, quais os factos que estiveram na origem da constituição do INEGI?

Quando, entre 1981 e 1983, os colegas Carlos Moreira da Silva e Bernardo Calafate de Vasconcelos e eu regressámos de Inglaterra, onde nos tínhamos doutorado em áreas que viriam a permitir a introdução da Gestão Industrial na licenciatura e no Departamento de Engenharia Mecânica, começámos a desenvolver projetos com empresas. A razão era muito simples: entendíamos que numa Escola de Engenharia (ou de Gestão Industrial) seria difícil que os docentes ensinassem bem – ou seja, transmitissem de forma adequada conhecimentos aos seus alunos – se não participassem directamente num esforço de conceção ou desenvolvimento de novos produtos, novos processos ou novos serviços; ou, por outras palavras, se não estivessem envolvidos naquilo que se pode descrever como inovação, que basicamente corresponde a conversão de conhecimento em valor económico ou social.

Pode ilustrar com alguns exemplos os tipos de projetos em que se envolveram?

De memória cito-lhe dois ou três desses projectos:• O apoio à constituição de uma empresa vocacionada para o fabrico de semi-reboques para camiões (num trabalho que envolveu questões desde a transferência de tecnologia até à concepção de instalações fabris); e• O desenvolvimento de modelos de simulação visual interactiva utilizados na avaliação de um armazém automático que ia ser proposto pela Efacec para a Tabaqueira ou na análise da eficácia e da eficiência do processo adoptado pela EDP na condução de barragens em regime de cheias. A nossa atividade começou assim.

Então para quê a constituição do INEGI, em 1986?

O que aconteceu é que um belo dia fomos confrontados com a necessidade de faturar com IVA (imposto criado em 1986), o que significava que tínhamos que ter uma instituição reconhecida que pudesse receber e transferir o IVA. Não tendo nós, a título individual ou em nome do DEMec, essa possibilidade, surgiu a ideia de constituirmos o INEGI, à semelhança do que, ao que creio um ou dois anos antes, tinha acontecido com a constituição do INESC.O INEGI formalmente nasceu do facto de nós queremos desenvolver a atividade de colaboração com as empresas, vontade que se foi generalizando ao Departamento, e, depois, da necessidade de formalizar essa intervenção. E quais foram as áreas de intervenção prioritárias?

Nós começámos com uma ideia que era a de envolver o INEGI em três áreas fundamentais: uma era a de investigação (designadamente a que requeresse meios que não pudessem ser disponibilizados pelo DEMec), outra que era a do apoio às empresas (aquilo que se poderia chamar de desenvolvimento e consultoria avançada) e a terceira que era a formação, porque entendíamos que era preciso proporcionar a muitas pessoas que tinham passado pela FEUP as experiências, as metodologias e as áreas de conhecimento que nós estávamos a transmitir aos novos alunos.

O INEGI, na altura, quase se confundia com o DEMec…

Essa não me parece ser a melhor forma de descrever a relação entre os dois. A estrutura do INEGI era de facto um reflexo do DEMec, no sentido de que existia para servir o Departamento e para que os docentes deste sentissem que tinham uma ferramenta à sua disposição com muito maior flexibilidade do que o DEMec (e, aliás, do que qualquer organismo oficial) permitia. Para que se perceba a importância relativa que o INEGI adquiriu rapidamente, basta referir que no segundo (e último) mandato da Direcção a que presidi, as receitas anuais do Instituto tinham já ultrapassado as receitas anuais totais do DEMec (incluindo aquelas destinadas a pagar o pessoal docente e não docente).

Foi, aliás, o INEGI que lançou, em 1988, o Plano de Reapetrechamento do DEMec…

Sim, é verdade. Este Plano traduziu-se num conjunto de investimentos em equipamentos, designadamente computadores e máquinas ferramentas. Na altura houve muitos colegas que desconfiaram da nossa capacidade de atrair muito dinheiro. Mas a verdade é que, embora não tenhamos conseguido aquilo que desejávamos, atraímos o financiamento de diversas empresas e instituições, permitindo a angariação de cerca de metade do investimento inicialmentre previsto no Plano – o que significou uma quantia muito avultada e um reapetrechamento verdadeiramente crucial para que o DEMec se atualizasse ao nível dos equipamentos de apoio ao ensino e à investigação.

Rui Manuel Campos Guimarães, Professor Catedrático Aposentado da FEUP, onde lecionou diversas disciplinas, designadamente na área da Engenharia e Gestão Industrial. Foi fundador e o primeiro Presidente do INEGI (1986-1989). Assumiu, ainda, a Presidência da Escola de Gestão do Porto e o cargo de Diretor Geral da COTEC Portugal, bem como diversos cargos de Administrador não executivo em diversas instituições nacionais (Fundação de Serralves, Instituto Nacional de Administração, Jornal Público, Porto 2001).

Não sente que, entretanto, INEGI e DEMec se afastaram?

No início, tudo se passava com uma grande proximidade. Éramos muito mais pequenos. O que depois aconteceu – e no que vou dizer não reside qualquer crítica – é que ao longo do tempo se foi assistindo a uma separação progressiva entre o INEGI e o DEMec. Entendo que este facto é absolutamente explicável por duas ordens de razões. Por um lado, decorreu do crescimento significativo da actividade do INEGI a que se associou o desenvolvimento de interesses próprios e de necessidades de sustentabilidade. Por outro, resultou da crescente flexibilidade com que o DEMec pode desenvolver relações directas com o exterior e da preferência que alguns docentes terão dado a intervir dessa forma ou, pura e simplesmente, a dedicar uma parte muito significativa da sua actividade a investigação mais distante das aplicações empresariais.

Criou o INEGI mas apenas se manteve na Presidência do Instituto entre 1986 e 1989.

Em primeiro lugar uma correcção. Eu não criei o INEGI. Fui apenas um dos que ajudou à sua constituição, pelas razões que anteriormente referi. Relativamente ao meu tempo de permanência como Presidente da Direcção, estive nos dois primeiros mandatos. E a verdade é que não estou mais do que dois mandatos em lado nenhum. É a minha regra. Porque acho que ultrapassar esse limite é excessivo, levando a que as pessoas se acomodem, reagindo à mudança. Entendo que a renovação é essencial e creio que o INEGI é um bom exemplo de que essa renovação, com altos e baixos, deu os seus resultados: hoje o INEGI não tem nada que ver com a Instituição que vivia naquela “montra” do edifício “Parcauto” da FEUP, na Rua dos Bragas.

Mas, depois de sair da Presidência do INEGI, houve uma altura em que regressou para coordenar um projeto.

Eu quando saio de uma instituição só volto quando me chamam. E a verdade é que me chamaram... em respostaa uma solicitação do Senhor Engenheiro Mário Paes de Sousa, que nos pediu para colaborarmos na identificação de áreas consideradas relevantes do ponto de vista do desenvolvimento de novos processos ou produtos dentro da VULCANO. E eu, fazendo apelo a uma ferramenta que ensinava no âmbito da disciplina de Métodos de Previsão, chamada Árvores de Relevância, disponibilizei-me para coordenar esse projeto no âmbito do INEGI.

Projeto que assumiu grande relevância no INEGI e na Vulcano…

De facto, utilizando este método, conseguiu-se, num processo colaborativo entre o INEGI e a Vulcano, identificar um conjunto de projetos que permitiriam fazer o upgrade dos produtos da Vulcano. Projetos cuja concretização a Vulcano aprovou e que a Direção do INEGI e, em particular, a equipa que comigo tinha colaborado na primeira fase, me pediu para coordenar – o que aceitei. Projetos que envolviam várias tecnologias – por exemplo, processos

de conformação de metais em chapa, processos de combustão e de transferência de calor, desenvolvimento de queimadores e de câmaras de combustão – e nos quais chegaram a estar envolvidos, simultaneamente, cerca de dezena e meia de colaboradores do INEGI.

Alguns dos projectos desenvolvidos permitiram a redução da dimensão de esquentadores então comercializados em mais de 20%, facto que se traduziu numa redução muito significativa do seu custo de produção e de transporte e num forte argumento comercial (redução do espaço ocupado por unidade de energia de aquecimento). Outros projectos levaram ao desenvolvimento de novos esquentadores com muito maior capacidade de transferência de calor para a água, dirigidos a mercados de exportação como os Estados Unidos ou a Austrália.

Passados 30 anos, não se arrepende de ter criado o INEGI (ou, se preferir, de ter ajudado a criá-lo)?

Não! Havia algumas pessoas que não acreditavam, mas valeu a pena lutar. Lembro-me, por exemplo, que alguns colegas não acreditavam nos cursos de especialização dirigidos a licenciados, que nós estávamos a formatar para vender para o exterior e que depois foram um sucesso. Outros não acreditavam em alguns dos projetos, alguns com mais sucesso outros com menos. Mas o caminho percorrido demonstra bem que estivemos certos na decisão de criar o INEGI. E não posso deixar de fazer uma referência ao Senhor Professor Vasco Sá, que acarinhou a ideia e nos deu sempre corda para a concretizarmos.

E, passados estes 30 anos, que importância é que o INEGI pode ter a partir de agora?

Creio que estamos na altura certa para que instituições como o INEGI se notem cada vez mais. E porquê certa? Porque quando olhamos para as estatísticas nacionais do ponto de vista da geração do conhecimento, ou seja, da investigação, não estamos mal, estamos até relativamente bem. Só que quando analisamos as estatísticas de inovação e, em particular, aquelas que correspondem à transformação do conhecimento em valor económico e social, ou seja ao impacto do conhecimento na economia, aí é que estamos muito mal.

Instituições como o INEGI – com a preocupação de fazer chegar às empresas mais conhecimento e de o transformar para terem novos e melhores produtos e serviços – são neste momento chamadas a desempenhar um papel crucial para o desenvolvimento económico do nosso País.

A nossa riqueza coletiva só vai aumentar na medida em que a valorização do conhecimento aumente. Não há outra maneira nos dias que correm. A sociedade do conhecimento não permite que haja outras. As exportações hão de ter cada vez mais incorporação de conhecimento, hão de ser cada vez mais sofisticadas no sentido da cadeia de valor. Tudo isso vai ser assim, não há outra maneira e, portanto, Instituições como o INEGI vão ser cada vez mais necessárias. Neste contexto, tudo está a potencialmente favor do nosso instituto.

Spin off

ALTO PERFIS PULTRUDIDOS, LDA.- UMA EMPRESA QUE NASCEU NO INEGI

O INEGI, na sequência de uma candidatura à medida f), Formação Profissional de Investigadores para inserção nas empresas e instituições científicas e tecnológicas ligadas ao desenvolvimento industrial, contratou, entre 1992 e 1996, dezenas de licenciados, alguns dos quais ainda são, hoje, Quadros do Instituto. Esta Medida permitiu que diversos Licenciados passassem pelo INEGI, adquirindo experiência numa atmosfera de inovação e investigação e desenvolvimento que lhes permitiu, posteriormente, passar para ambientes industriais num interessante processo de transferência de tecnologia.

No âmbito deste Programa o INEGI contratou, em 1992, os recém-licenciados em Engenharia Mecânica, Mário Alvim de Castro e Tomé Santos. O seu programa de trabalhos foi o de aprenderem o processo tecnológico designado por “pultrusão” – o nome atribuído ao processo automático para a produção, em contínuo, de produtos de secção constante utilizando plásticos reforçados com fibras, também designados por materiais compósitos de matriz polimérica. O que passava, também, por pôr a funcionar um equipamento recém-adquirido pelo instituto – uma “máquina de pultrusão”.

Foi isso que fizeram até 1995, sendo que, terminada a Bolsa e face aos conhecimentos entretanto adquiridos, lançaram um desafio ao INEGI: criarem uma empresa que, explorando esse equipamento, produzisse, para o mercado, perfis de pultrusão.

E assim surgiu, em 1996, a ALTO (de ALvim e TOmé) – Perfis Pultrudidos, Lda. Recordando esses tempos, Mário Alvim refere que “esta proposta foi acarinhada pelo INEGI e, em particular, pelos Professores António Torres Marques e António Ferreira, que tinham orientado as nossas Bolsas. E o apoio que nos deram, cedendo-nos equipamentos, energia e instalações a troco de um fee sobre a nossa faturação, foi condição fundamental para nos permitir afirmar numa área em que foi necessário “criar” mercado”. A empresa foi fazendo o seu caminho, autonomizando, primeiramente, o seu escritório e adquirindo, posterior-mente, uma máquina de pultrusão própria, sendo que,a partir de 2003, cortaram o “cordão umbilical” que os ligava ao INEGI.

Hoje a ALTO é uma empresa com instalações na zona industrial da Maia, que tem 28 funcionários, um volume de faturação na ordem dos 1,2 milhões de euros anuais e que exporta para diversos países. Para além de perfis de pultrusão, a ALTO domina outras tecnologias e processos, designadamente o VARTM (Vaccum Assisted Resin Transfer Moulding), a moldação e a infusão, orgulhando-se de ter produtos seus, entre outros, na Ponte da Arrábida, em diversas ETAR’s, nas carruagens do Metro do Porto, em viaturas elétricas urbanas (Hiriko) em equipamento urbano de deposição de resíduos (Vilamoura). Mais recentemente, destaca-se a produção de painéis e perfis para a construção de uma casa modular (Clickhouse) e a produção de um perfil de secção grande (um dos maiores fabricados na Europa até ao momento) para uma ponte pedonal inovadora (Ponte de São Silvestre em Ovar).

BRINDE AO INEGIPROGRAMA DAS COMEMORAÇÕES - INICIATIVAS REALIZADAS

No passado dia 20 de janeiro, data exata em que, há 30 anos, os fundadores, nas instalações do 1º Cartório Notarial do Porto, subscreveram a escritura de constituição do INEGI, realizou-se, nas atuais instalações, um “Brinde ao INEGI” que reuniu todos os seus Colaboradores. Na ocasião, o Presidente do Conselho de Administração, Professor Alcibíades Paulo Guedes, fez uma intervenção onde enalteceu o percurso feito pelo Instituto e apresentou os objetivos do Programa Comemorativo, elencando as iniciativas que do mesmo farão parte.

Realizou-se, no passado dia 29 de abril o primeiro Open Day Temático que reuniu cerca de seis dezenas de representantes de Empresas e Instituições com interesses na área dos Materiais Compósitos. Esta iniciativa constou de uma sessão em que intervieram o Professor António Torres Marques, Professor Catedrático do DEMec/FEUP e o Dr. Nuno Correia, Diretor da Unidade de Materiais e Estruturas Compósitas do INEGI e de uma visita guiada às instalações laboratoriais do INEGI.

OPEN DAY TEMÁTICO SOBRE MATERIAIS COMPÓSITOS

O Conselho de Administração decidiu que, no âmbito do 30º Aniversário do INEGI, seria importante revisitar a Missão e a Visão do INEGI, formalizando-se, também e pela primeira vez, um conjunto de Valores a adotar pela instituição.Esse processo foi recentemente concluído, num processo participado que envolveu todos os Colaboradores do INEGI.

A partir do desdobramento detalhado da Missão e da Visão foram também atualizadas as linhas de orientação estratégica para o desenvolvimento da instituição no horizonte 2020. 2016 será, assim, um ano de implementação e consolidação destas novas referências.

FORMALIZAÇÃO DOS VALORES DO INEGI

PROGRAMA DAS COMEMORAÇÕES - INICIATIVAS REALIZADAS

VALORES

RESPONSA-BILIDADE

COOPERAÇÃO

PAIXÃO PELAINOVAÇÃOAMBIÇÃO

ORIENTAÇÃOAO CLIENTE

No âmbito das comemorações do seu 105 º Aniversário, a Universidade do Porto distinguiu vários professores jubilados ou reformados, concedendo-lhes o título de Professor Emérito – um estatuto que reconhece os altos serviços prestados.

De entre estes destaca-se o Professor Joaquim Silva Gomes, que vê reconhecido o trabalho que desenvolveu enquanto Professor Catedrático na Faculdade de Enge-nharia, onde lecionou na área da Mecânica dos Sólidos, Impacto e Mecânica Experimental durante mais de 40 anos, e pelo seu envolvimento na criação do INEGI - Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial, a que presidiu entre 1989 e 1997 e entre 2000 e 2002 e com quem continua a colaborar.

O Professor Joaquim Silva Gomes terá, agora, a tarefa de contribuir para a consolidação da investigação em Mecânica Experimental do DEMec, bem como para o alargamento da colaboração com a Universidade Eduardo Mondlane, em Moçambique.

BREVES

PROFESSOR JOAQUIM SILVA GOMES DISTINGUIDO PELA UP

Realizou-se, no passado dia 23 de março, a Assembleia-Geral do INEGI que, entre outros assuntos, aprovou o Relatório de Atividades e Contas relativas a 2015. Neste âmbito é de referir que, no primeiro ano de funcionamento num contexto de total integração da atividade do INEGI e do Pólo FEUP do IDMEC, o volume de negócios atingiu o ponto mais alto da história do INEGI, tendo ultrapassado os 7,6 milhões de euros, valor ainda mais relevante pelo facto de ocorrer num ano de transição de quadro nacional de apoio e num contexto de atraso na operacionalização do Portugal 2020.

A Assembleia-Geral aprovou, ainda, a entrada de três novos Associados – a EFACEC Power Solutions, SGPS, a UNICER Bebidas, SA e a PERIAVA, Lda. – o que faz com que o INEGI passe a contar com 97 Associados Fundadores e Efetivos e um Fundo Associativo no valor de 3,245 milhões de euros.

ASSEMBLEIA-GERAL DO INEGI

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INEGI NOTÍCIAS Nº 42 - ABRIL 2016 Propriedade - INEGIEdição - INEGIDireção Editorial - Rui SáEquipa Editorial - Daniela Silva, Joana Pinto,Jorge Correia, Luís Pina, Margarida Machado, Paulo Tavares, Sílvia EstevesDesign - Três Sentidos Design.Periodicidade - Quadrimestral

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