notas aula fisica radiacoes 2012

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Física das Radiações Prof. Luciano Santa Rita www.lucianosantarita.pro.br tecnó[email protected] 1

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  • Fsica das Radiaes

    Prof. Luciano Santa Rita

    www.lucianosantarita.pro.br

    [email protected]

    1

  • Contedo programtico

    Ondas eletromagnticas;

    Produo de raios X;

    Interao e atenuao da radiao X e gama com a matria;

    Radiaes naturais e radioatividade;

    Grandezas radiolgicas e suas unidades;

    Objetivos, princpios bsicos e conceitos fundamentais da radioproteo;

    Efeitos da radiao no ser humano;

    Inspeo visual de um servio de radiodiagnstico.

    2

  • Bibliografia Notas de aula Prof Luciano Santa Rita

    (http://www.lucianosantarita.pro.br/notas_aula.html)

    Cincias Radiolgicas para Tecnlogos (9 edio) Bushong;

    Radioproteo e Dosimetria: Fundamentos Luiz Tauhata et al (www.ird.gov.br)

    Princpios bsicos de Segurana e Proteo Radiolgica (3 edio) Ana Maria Xavier et al (http://www6.ufrgs.br/spr/SegurancaProtRad.pdf)

    Fsica das radiaes Emiko Okuno e Elisabeth Yoshimura

    Site: http://www.prorad.com.br/index.php?data=cursos.php 3

  • Ondas eletromagnticas Modelo atmico de Bohr e noes de nveis de

    energia das camadas eletrnicas;

    Estrutura nuclear.

    Conceitos bsicos do movimento ondulatrio;

    Definio de ftons;

    Dualidade Onda x Partcula;

    Relao entre as grandezas fsicas energia,

    frequncia e comprimento de onda.

    4

  • Modelo atmico de Bohr

    O que compe a matria?

    Qual a magnitude da matria?

    Embora um tecido tenha estrutura

    extremamente complexa, compe-se

    de tomos e combinaes de tomos.

    O tomo o alicerce de todo

    tecnlogo em radiologia para a

    compreenso da interao entre

    radiao ionizante e matria.

    Bushong, 2010 5

  • Modelo atmico de Bohr Evoluo

    o tomo grego

    referncia mais antiga na busca pela

    estrutura da matria;

    Matria composta por quatro

    substncias: terra, gua, ar e fogo;

    Usaram o termo tomo (indivisvel)

    para descrever a menor parte das

    quatro sustncias da matria;

    Cada tipo de tomo era representado

    por um smbolo.

    o Hoje sabemos que o tomo a menor partcula da matria que tem as propriedades de um elemento.

    o Sabemos tambm que muitas partculas so menores que o tomo e so

    chamadas partculas subatmicas. Bushong, 2010 6

  • Modelo atmico de Bohr Evoluo

    o tomo de Dalton (1808)

    Um elemento era composto por tomos idnticos que reagiam

    quimicamente da mesma forma. Por exemplo todos os tomos de

    hidrognio eram semelhantes, no entanto seriam muito diferentes

    dos tomos de qualquer outro elemento.

    o tomo de Thomson (1890)

    Concluiu que os eltrons eram parte integrante de todos os tomos.

    Ele descreveu o tomo como algo parecido como um pudim de

    ameixa : as ameixas representavam as cargas eltricas negativas

    (eltrons) e o pudim era uma massa disforme de eletrificao

    uniformemente positiva. O n de eltrons foi considerado igual

    quantidade de carga positiva.

    Rutherford refutou o modelo de Thomson e introduziu o modelo

    nuclear contendo um ncleo positivo, denso e no centro do tomo

    rodeado por rbitas de eltrons.

    Bushong, 2010 7

  • Modelo atmico de Bohr Evoluo

    o tomo de Rutherford (1911)

    Estudando a trajetria de partculas emitidas pelo elemento

    radioativo polnio, ele observou que a maioria das partculas a

    atravessavam a lmina de ouro sem sofrer desvio em sua trajetria;

    que outras sofriam desvio em sua trajetria; outras, em nmero muito

    pequeno, batiam na lmina e voltavam.

    Desta forma concluiu que o tomo no era macio e props que o

    mesmo possua um ncleo positivo, denso e muito pequeno rodeado

    por uma regio comparativamente grande onde estariam os

    eltrons em movimentos orbitais (eletrosfera).

    8

  • Modelo atmico de Bohr Evoluo

    o tomo de Bohr (1913)

    Niels Bohr aperfeioou a

    descrio de Rutherford, no

    modelo de Bohr o tomo era

    uma miniatura do sistema

    solar, onde os eltrons giravam

    em torno ncleo em rbitas

    especficas ou nveis de

    energia.

    Estrutura do tomo O tomo

    de Bohr contm um ncleo

    positivo pequeno e denso,

    cercado de eltrons negativos

    que giram em rbitas fixas,

    bem definidas sobre o ncleo.

    Bushong, 2010 9

  • Modelo atmico de Bohr tomo de Bohr (1913)

    o Com o modelo de Bohr foram propostos os seguintes postulados:

    Na eletrosfera, os eltrons descrevem sempre rbitas circulares ao redor do ncleo, chamadas de camadas ou

    nveis de energia.

    Cada camada ocupada por um eltron possui um valor determinado de energia (estado estacionrio).

    Os eltrons s podem ocupar os nveis que tenham uma determinada quantidade de energia, no sendo possvel

    ocupar estados intermedirios.

    Cada rbita denominada de estado estacionrio e pode ser designada por letras K, L, M, N, O, P, Q.

    10

  • Partculas fundamentais

    o Nossa compreenso de tomo hoje baseia-se no que Bohr

    apresentou a quase um sculo. No modelo de Bohr o tomo

    pode ser visto como um sistema solar cujo o sol o ncleo e

    cujos os planetas so os eltrons. O eltron, o prton e o nutron

    representam as partculas fundamentais deste modelo.

    o Os eltrons so partculas muito pequenas com uma unidade de

    carga eltrica negativa. Sua massa de apenas 9,1x10-31 kg.

    o As partculas atmicas tem sua massa normalmente expressa em

    unidades de massa atmica (u). Uma unidade de massa

    atmica igual a 1/12 da massa de um tomo de 12C. A massa

    do eltron 0,000549 u.

    Modelo atmico

    Bushong, 2010 11

  • Modelo atmico

    Estrutura nuclear

    o O ncleo contm partculas

    chamadas ncleons, dos quais h

    dois tipos: prtons e nutrons.

    o A massa de um prton 1,673x10-27kg

    e o a do nutron 1,675x10-27 kg.

    o O nmero de massa atmica de

    cada um deles 1 u.

    o O prton tem carga eltrica positiva

    de uma unidade.

    o O nutron no tem carga. Ele

    eletricamente neutro.

    Bushong, 2010 12

  • Estrutura eletrnica Os eltrons se distribuem em camadas ou orbitais de tal modo

    que dois eltrons no ocupem o mesmo lugar ao mesmo tempo;

    Quanto mais eltrons possuir o elemento qumico, mais camadas ele deve ter ou mais complexa ser a maneira como eles se acomodaro;

    Cada orbital pode ser representado por um eltron se movendo segundo uma trajetria circular (ou elptica) ou por

    uma nuvem envolvendo o ncleo.

    13 Tauhata, 2003

  • Estrutura eletrnica O orbital definido como uma regio em torno do ncleo

    onde os eltrons tem grande probabilidade de estar

    localizados (teoria quntica do tomo);

    Cada camada acomoda um nmero definido de eltrons e quando preenchida denomina-se camada fechada;

    O n de eltrons nestas camadas denominado de n mgico e, quando excedido, os novos eltrons devem

    ocupar novos orbitais. Os n mgicos so: 2, 8, 18, 32, 32, 18

    at 8;

    Segundo a teoria quntica da matria os eltrons se distribuem ao redor do ncleo em nveis e sub nveis de

    energia possuindo um conjunto de n que os identificam: n

    quntico principal (n), n quntico orbital (I), n quntico magntico (mI), n quntico de spin (mS).

    14 Tauhata, 2003

  • Energia de ligao eletrnica

    A magnitude do vnculo de um eltron ao ncleo chamada de energia de ligao do eltron.

    Quanto mais prximo do ncleo est o eltron, mais forte esta ligao.

    Eltrons da camada K tem energia de ligao maiores que os eltrons da camada L, e estes possuem maior energia de

    ligao que os eltrons da camada M, e assim por diante.

    Quanto maior o n total de eltrons em um tomo, mais firmemente cada um ligado.

    Para elementos com n atmico elevados a energia de ligao do eltron prximo ao ncleo bastante elevada

    podendo atingir a faixa de 100 KeV . O urnio (U) tem energia

    de ligao dos eltrons da camada K em 116 keV.

    15 Tauhata, 2003 e Bushong, 2010

  • Energia de

    ligao eletrnica

    16 Bushong, 2010

    O metal tungstnio (W) utilizado

    como material do alvo em tubos de

    raios X;

    O brio (Ba) utilizado como

    agente de contraste radiogrfico e

    fluoroscpico.

    O carbono (c) um componente

    importante da estrutura do tecido

    humano.

  • Nomenclatura atmica As propriedades qumicas de um elemento so determinadas

    pelo n e arranjo dos eltrons;

    No tomo neutro o n de eltrons igual ao n de prtons. O

    n de prtons chamado de n atmico e simbolizado por Z.

    O n de prtons adicionado ao n de nutrons chamado

    de n de massa atmica, simbolizado por A.

    O n de massa atmica de um tomo um nmero inteiro,

    que equivale ao n de ncleons no tomo. A massa atmica

    de um tomo determinada por medio e raramente um

    nmero inteiro.

    Smbolo qumico:

    Exemplo - urnio:

    17

    Bushong, 2010

  • Nomenclatura atmica Istopos tomos que possuem o mesmo n atmico, mas

    diferentes n massa atmica. Ou mesmo n de prtons e

    diferentes n de nutrons. Ex.: 134Ba, 135Ba, 136Ba, 137Ba e 138Ba.

    Isbaros tomos que possuem o mesmo n de massa

    atmica, mas diferentes n atmicos. Ex.: 131I e 131Xe.

    Istonos tomos que possuem o mesmo n de nutrons, mas

    diferentes n de prtons. Ex.: 130I, 131Xe e 132Cs.

    Ismero tomos que possuem o mesmo n atmico e

    mesmo n de massa, diferem em relao ao estado de

    energia em funo de diferenas no arranjo dos ncleons.

    Ex.: 99mTc decai para 99Tc com a emisso de raios gama de

    140 keV.

    Radioistopo um istopo radioativo.

    18 Bushong, 2010

  • Elementos com relevncia para a cincia radiolgica

    Elemento Smbolo Qumico

    Nmero Atmico (Z)

    Nmero de Massa Atmica (A)*

    Nmero de istopos de ocorrncia natural

    Massa elementar (u)**

    Energia de ligao eletrnica da camada K (keV)

    Carbono C 6 12 3 12,01 0,28

    Alumnio Al 13 27 1 26,98 1,56

    Molibdnio Mo 42 98 7 95,94 20

    Rdio Rh 45 103 5 102,9 23,2

    Tungstnio W 74 184 5 183,8 69,5

    Chumbo Pb 82 208 4 207,1 88

    Urnio U 92 238 3 238 116

    19

    * Istopo mais abundante ** Mdia de istopos de ocorrncia natural

    Bushong, 2010

  • Origem das radiaes

    As radiaes so produzidas por processos de ajuste que

    ocorrem no ncleo ou nas camadas eletrnicas, ou pela

    interao de outras radiaes ou partculas com o ncleo ou

    com o tomo.

    Radiao nuclear o nome dado as partculas ou ondas

    eletromagnticas emitidas pelo ncleo durante o processo

    de restruturao interna para atingir a estabilidade.

    Raios X a denominao dada radiao eletromagntica

    de alta energia que tem origem na eletrosfera ou na

    frenagem de partculas carregadas no campo

    eletromagntico do ncleo atmico ou dos eltrons.

    20 Tauhata, 2003

  • Ondas eletromagnticas Conceitos bsicos do movimento ondulatrio:

    o Ondas uma perturbao que se propaga atravs de um meio. Toda onda transmite energia sem transportar matria.

    o Quanto a natureza podem ser:

    Mecnicas necessitam de um meio material para se propagar (ex. som);

    Eletromagnticas no necessitam de um meio material para se propagar (ex. luz, raios X e raios gama)

    o Elementos de uma onda

    Crista ponto mais alto e Vale ponto mais baixo;

    Comprimento distncia de uma crista a outra;

    Amplitude altura da crista;

    Frequncia nmero de ciclos por unidade de tempo;

    Ciclo movimento completo de qualquer ponto da onda;

    Perodo tempo necessrio para que duas cristas consecutivas passem pelo mesmo ponto.

    21

  • Ondas eletromagnticas

    22

  • Energia eletromagntica Sempre h ao nosso redor um campo ou estado de energia

    chamado energia eletromagntica. Ex.: Luz visvel, raios X,

    radiao gama e radiofrequncia.

    Um fton a menor quantidade de qualquer tipo de energia eletromagntica, assim como um tomo a menor

    quantidade em um elemento.

    Um fton pode ser retratado como um pacote de energia, quantum, que se move a velocidade da luz (c).

    As propriedades de energia eletromagntica incluem frequncia, comprimento de onda, amplitude e velocidade.

    Trs parmetros da onda velocidade, frequncia e comprimento so necessrios para descrever a energia eletromagntica.

    23

    = . = . Bushong, 2010

  • Espectro eletromagntico

    24 Bushong, 2010

  • Espectro eletromagntico

    Trs regies do espectro eletromagntico so em particular

    importantes para a cincia radiolgica.

    A regio dos raios X e gama, pois propiciam a obteno de

    imagens radiogrficas ou fluoroscpicas com qualidade.

    A regio de luz visvel que influncia nas condies de

    visualizao para diagnstico de uma imagem radioscpica

    ou fluoroscpica.

    A regio de radiofrequncia em funo do desenvolvimento

    de sistemas de imagens por ressonncia magntica (IRM) tem

    sua relevncia destacada na produo de imagens

    mdicas.

    25 Bushong, 2010

  • Dualidade onda-partcula Ftons de raios X e ftons de luz visvel

    o Raios X: frequncia; energia e comprimento de onda

    Estas diferenas influem como esses ftons interagem com a

    matria:

    o Radiofrequncia: comprimento de onda medidos em metros interagem com hastes metlicas ou antenas;

    o Micro-ondas: comprimento de onda medidos em centmetros interagem com objetos do tamanho de um alimento;

    o Luz visvel: comprimento de onda em nanmetro (nm) interagem com clulas. Ex.: bastonetes e cones do olho.

    o Luz ultravioleta: interagem com molculas;

    o Raios X e gama: interagem com eltrons e tomos.

    Os raios X e gama se comportam como se fossem partculas

    ao interagirem com a matria. 26 Bushong, 2010

  • Lei do inverso do quadrado da distncia

    A intensidade da energia eletromagntica

    (radiao) inversamente proporcional ao

    quadrado da distncia de uma fonte puntual.

    Onde I1 a intensidade a uma distncia d1 da

    fonte e I2 a intensidade a uma distncia d2 da

    fonte.

    27

    1

    2= 2

    1

    2

  • Exemplo Para um determinado ajuste de tcnica radiogrfica, a

    intensidade dos raios X a 1 m de 450 mR. Qual a intensidade

    do feixe de raios X na cabine a uma distncia de 3 m, se o

    feixe til for dirigido para a mesma?

    28

    1

    2= 2

    1

    2 450

    2= 3

    1

    2 2 =

    450

    9

    2 = 50

  • Equao quntica de Planck

    A teoria quntica de Planck afirma que os raios X se

    movem com a velocidade da luz (c = 3 x 108 m/s) e que a

    energia do fton diretamente proporcional a

    frequncia do fton.

    A constante de proporcionalidade, conhecida como

    constante de Planck (h), tem um valor numrico de

    4,15x10-15 eV.s ou 6,65 x 10-34 J.s.

    A energia de um feixe de raios X ou gama normalmente

    apresentada com a unidade eltron-volt (eV). A relao

    entre eltron-volt (eV) e joule (J) 1 eV = 1,602 x 10-19 J.

    29

    = . Bushong, 2010

    = . ou

  • Equao quntica de Planck

    As equaes acima mostram que a energia do fton

    inversamente proporcional ao comprimento de onda do

    fton.

    Quanto menor o comprimento de onda da energia

    eletromagntica, maior a energia do fton.

    30

    = .

    Bushong, 2010

    =

    =

    .

  • Matria e energia

    Segundo a fsica quntica e a fsica da relatividade, a matria

    pode ser transformada em energia e vice-versa.

    A equao acima permite o clculo do equivalente

    energtico da massa e a massa equivalente da energia.

    A relao entre joule (J) e eltron-volt (eV) :

    o 1 J = 6,24 x 1018 eV

    31

    = . 2

    Bushong, 2010

  • Exemplo

    Qual a equivalncia energtica de um eltron (massa =

    9,109 x10-31 kg), medido em joules e em eltron-volt?

    32

    = . 2 = 9,10910;31 . 3108/ 2

    = 8,197210;14

    = 8,197210;14 . 6,241018/

    = 511,5103 = 511,5 k

  • Tringulo de relao eletromagntica

    33

    C = f .

    E Energia

    Comprimento

    Frequncia f

    Bushong, 2010

  • Exerccios 1. Explique ou defina o que se segue:

    a) O tomo de Rutherford

    b) Ncleons

    c) Ftons

    d) Lei do inverso do quadrado da distncia

    e) Espectro eletromagntico

    2. Quantos prtons, nutrons, eltrons e ncleons so

    encontrados nos elementos abaixo?

    34

    817

    Bushong, 2010

    1327 27

    60 88226

  • Exerccios

    3. Qual a frequncia associada a um fton de

    radiao de micro-ondas que tem um

    comprimento de 10-4 m?

    4. Na mamografia, raios X com energia de 28 keV

    so usados. Qual a frequncia dessa radiao?

    5. A intensidade de sada de um sistema de imagens

    radiogrficas normal de 5mR/mAs a 100 cm.

    Qual a intensidade de sada de tal sistema a

    200 cm?

    35

  • Exerccios

    6. Qual a frequncia de um fton de raios X com

    energia de 85 keV?

    7. A estao de rdio ZYZ4-FM transmite em uma

    frequncia de 108 MHz. Qual o comprimento de

    onda desta radiao?

    8. A intensidade da luz de uma lmpada de leitura

    200 mililumens (mlm) a uma distncia de 2 metros

    (m). Qual a intensidade da luz a 3m?

    36

  • Produo dos raios X

    Histrico

    Processos de gerao dos raios X

    O espectro de raios X

    Fatores que afetam o espectro dos raios X

    O equipamento de raios X diagnstico

    37

  • Histrico A descoberta dos raios X por Wilhelm Konrad

    Roentgen em 08 de novembro de 1895 est

    entre os mais importantes eventos da historia

    humana.

    Mesmo com os trabalhos desenvolvidos nas

    dcadas de 1870 e 1880 sobre conduo de

    raios catdicos atravs dos tubos de Crookes,

    esta foi uma descoberta acidental.

    Contemporneos de Roentgen j haviam

    observado anteriormente a radiao X, mas

    nenhum deles havia reconhecido a sua

    importncia, porm Roentgen, em pouco mais

    de um ms de investigao, j havia descrito a

    radiao X com quase todas as propriedades

    que conhecemos hoje. 38 Bushong, 2010

  • Histrico Ao mesmo tempo em que a utilizao desta

    descoberta sinalizava com enormes ganhos,

    principalmente associados a rea de sade,

    danos comeavam a ser associados a ela.

    A produo de raios X e seu uso seguro para

    auxilio no diagnostico de patologias servem

    de base para a radiologia atual, o

    desenvolvimento nesta rea e seu histrico

    levaram a uma nfase na busca de um

    controle eficiente da emisso de radiao

    em radiodiagnostico e nas doses

    decorrentes dos procedimentos da rotina

    diagnostica para os IOEs e pessoas do

    publico.

    39 Bushong, 2010

  • Propriedades dos raios X

    No sofrem desvios em sua trajetria por ao de

    campos eltricos nem magnticos;

    Atravessam corpos opacos;

    Perdem energia na proporo direta ao n atmico (Z)

    do elemento com o qual interagem;

    Causam fluorescncia em certas substncias qumicas;

    Diminuem de intensidade na razo inversa do

    quadrado da distncia por eles percorrida (1/r);

    Produzem ionizao.

    40

  • Produo dos raios X A radiao X uma radiao produzida artificialmente

    atravs da acelerao de cargas eltricas (eltrons) contra

    um material metlico de alto nmero atmico, resultando

    desse choque a emisso de radiao eletromagntica,

    caracterizada por uma frequncia muito alta, pequeno

    comprimento de onda e alto poder de penetrao.

    Ao contrrio que a maioria das pessoas leigas pensa, no h material radioativo em um equipamento emissor de raios X.

    41

  • Produo dos raios X

    Os eltrons projetados no material alvo do tubo de

    raios X interagem com a coroa eletrnica ou com

    o campo nuclear, resultando na converso de

    energia cintica dos eltrons em energia trmica

    (calor) e em radiao eletromagntica ionizante

    ou raios X. O espectro de emisso dos raios X possui

    um componente continuo (bremsstrahlung) e um

    componente discreto chamado de raios X

    caractersticos.

    42

  • Produo dos raios X

    A radiao de frenagem ou bremsstrahlung ocorre

    quando partculas carregadas, neste caso eltrons,

    interagem com o campo coulombiano de tomos

    com numero atmico elevado, resultando em

    reduo de sua energia cintica e emisso dessa

    diferena de energia na forma de raios X. A

    energia dos raios X gerados por frenagem varia

    desde valores muito baixos at um valor mximo,

    igual a energia cintica da partcula incidente.

    43

  • Produo dos raios X frenagem

    ou bremsstrahlung (contnuo)

    44 Bushong, 2010

  • Produo dos raios X Os raios X caractersticos so produzidos quando

    tomos do material alvo so ionizados por partculas

    incidentes e possuem energia necessria para retirar

    eltrons das camadas eletrnicas mais internas. Neste

    caso ocorre uma vaga temporria, que torna o tomo

    instvel e faz com que eltrons das camadas mais

    externas desloquem-se para preencher a vaga.

    Ao se deslocar de um nvel mais externo para um mais interno na estrutura eletrnica, o eltron libera o excesso

    de energia na forma de radiao eletromagntica

    ionizante, cuja intensidade e igual a diferena das

    energias de ligao das camadas eletrnicas

    correspondentes.

    45

  • Produo dos raios X caracterstico (discreto)

    46 Bushong, 2010

    Transio (camada)

    Smbolo Energia (keV)

    L K 57,4

    M K 66,7

    N K 68,9

    Para o tomo de tungstnio (W) a energia efetiva dos raios X de transies eletrnicas para a camada K = 69 keV

  • Espectro de raios X

    47

    O espectro de emisso de raios X de frenagem se estende de zero at a energia mxima dos eltrons projetados, com a maioria dos raios X tendo aproximadamente um tero da energia mxima. O espectro de emisso de raios X caractersticos representado na figura a esquerda por uma linha em 69 keV (energia efetiva).

  • Fatores que afetam o espectro de emisso de raios X

    A forma geral do espectro de raios X pode ser

    alterada em relao a qualidade e a quantidade

    de ftons presentes no feixe. Quando o ponto

    mximo da curva esta mais a direita, maior a

    energia efetiva ou a qualidade do feixe. Quanto

    maior a rea sob a curva, maior a quantidade

    de ftons emitidos.

    Alguns fatores influenciadores da qualidade do

    feixe e da quantidade de ftons emitidos so

    apresentados a seguir:

    48

  • Fatores que afetam o espectro de emisso de raios X

    Alteraes no feixe de raios X produzidas por seus fatores influenciadores

    Aumento: Resulta em:

    Corrente (mA) aumento na quantidade de ftons e nenhuma alterao na qualidade do feixe;

    Tenso (kVp) aumento na quantidade de ftons e na qualidade do feixe;

    Filtrao adicional diminuio na quantidade de ftons e aumento na qualidade do feixe;

    N atmico (Z) do alvo aumento na quantidade de ftons e na qualidade do feixe;

    Ripple diminuio na quantidade de ftons e na qualidade do feixe.

    49 Bushong, 2010

  • O equipamento de raios X diagnstico

    O equipamento emissor de raios X para a rea do

    radiodiagnostico, utilizado

    em exames para obteno

    de imagem radiogrfica ou

    em fluoroscpica so

    constitudos pelo o painel

    de controle, o gerador de

    alta tenso e o tubo de

    raios X.

    50

  • O equipamento de raios X diagnstico

    O tubo de raios X pode ser dividido em dois componentes principais, o catodo e o anodo. O catodo o eletrodo negativo, de onde os eltrons partem por emisso terminica

    em direo ao alvo e o anodo o eletrodo positivo, que

    contem o material alvo, normalmente tungstnio (W),

    podendo ser fixo (radiologia odontolgica) ou giratrio

    (radiologia medica) em funo da corrente e do tempo de

    exposio utilizadas.

    51

  • Exerccios

    1. Explique ou defina o que se segue:

    a) Energia de ligao

    b) Raios X de frenagem ou bremsstrahlung

    c) Raios X caractersticos

    d) Quantidade de raios X

    e) Qualidade do feixe de raios X

    2. O que representa o espectro discreto de raios X?

    3. Liste trs fatores que afetam a forma do espectro

    de emisso dos raios X e descreva sucintamente

    cada um.

    52

  • Exerccios

    4. Desenhe o espectro de emisso dos raios X de um

    equipamento operado em 90kVp, cujo o tubo

    tenha alvo de tungstnio.

    5. Como possvel aumentar a energia cintica do

    fluxo de eltrons projetados atravs do tubo de

    raios X?

    6. Qual o comprimento de onda mnimo associado

    aos raios X emitidos por um tubo operado a

    90 kVp?

    53

  • Interao da radiao X e gama com a matria

    A interao da radiao eletromagntica ionizante com a

    matria pode ocorrer por espalhamento coerente (rayleigh),

    efeito fotoeltrico, espalhamento incoerente (compton),

    produo de par e por fotodesintegrao.

    Os dois ltimos tipos de interao no ocorrem na faixa de

    energia do raio X diagnostico, pois o efeito de produo de

    par somente ocorre com ftons de energia superior a 1,022

    MeV e a fotodesintegrao somente ocorre com energia

    acima de 10 MeV.

    E o espalhamento coerente (rayleigh) no produz ionizao

    na matria.

    54

  • Espalhamento clssico ou coerente (rayleigh)

    55

    Energias < 20keV

  • Efeito fotoeltrico

    56

    = -

    Onde:

    Ec = energia cintica do eltron orbital expelido ; E = energia do fton incidente; El = energia de ligao do eltron orbital.

  • Espalhamento incoerente (compton)

    57

    Onde:

    E = energia do fton incidente; E = energia do fton espalhado; El = energia de ligao do eltron orbital; Ec = energia cintica do eltron orbital expelido.

    = + (+ )

    Tauhata, 2003

  • Produo de par (eltron-psitron)

    58

    ; + : +

    E possui energia superior a 1022 KeV;

    As duas partculas transferem a sua energia cintica para o meio material, sendo que o psitron volta a se combinar com um eltron do meio e d origem a 2 ftons, cada um com energia de 511 keV.

    Tauhata, 2003

  • Importncia relativa dos efeitos

    fotoeltrico, compton e produo de pares

    59

    Importncia relativa dos diversos processos de interao dos ftons com a matria em funo da energia do fton e do nmero atmico do material.

    Tauhata, 2003

  • Fotodesintegrao

    60

    Ftons com energia acima de 10 MeV so absorvidos pelo ncleo, sendo o ncleo elevado a um alto grau energtico e emite um ncleon ou fragmento nuclear.

    Tauhata, 2003

  • Energia de ligao de materiais

    relevantes para a radiologia

    Elemento Nmero atmico (Z)

    Energia de ligao de eltrons da camada K (kV)

    Hidrognio 1 0,02

    Carbono 6 0,3

    Alumnio 13 1,6

    Clcio 20 4,1

    Molibdnio 42 19

    Rdio 45 23

    Iodo 53 33

    Brio 56 37

    Tungstnio 74 69

    Chumbo 82 88 61 Bushong, 2010

  • Exerccio

    Uma radiao X de 70 KeV interage por efeito fotoeltrico com um tomo da camada K de

    carbono e um tomo de brio. Qual a energia

    cintica de cada fotoeltron?

    62

    = -

    = 70 - 0,3 = 69,7 keV

    = 70 - 37 = 33 keV

  • Exerccio

    Uma radiao X de 60 KeV ioniza um tomo de brio ejetando um eltron da camada N com

    12keV de energia cintica. Qual a energia da

    radiao X espalhada?

    63

    = + (+ )

    No slide 16 podemos observar que a energia de ligao da camada N do brio 0,3 keV

    60 = + (12 + 0,3)

    = 60 (12 + 0,3) = 47,7 keV

  • Radiaes naturais e radioatividade

    64

    Histrico

  • Radiaes naturais e radioatividade

    65

  • Decaimento radioativo

    Um ncleo de tomo excitado, que possui mais

    energia que a necessria ou possui mais nutrons

    que o indispensvel, ir expulsar esta energia. Esta

    emisso caracteriza a radioatividade do tomo.

    Existem seis tipos de processos de decaimento

    radioativo:

    a. Transio isomrica ou radiao gama;

    b. Converso interna;

    c. Emisso de -;

    d. Emisso de +;

    e. Captura de eltron;

    f. Emisso .

    66

  • Decaimento radioativo

    67

  • Transio isomrica ou radiao gama

    Tem por objetivo trazer o ncleo para um estado de menor energia, sem a perda de massa nuclear (prton ou nutron)

    como ocorrem com outros processos radioativos.

    68

    4399 = 43

    99 + (de 140 keV)

  • Converso interna

    69 Tauhata, 2003

  • Radiao Radiao beta () o termo usado para descrever eltrons

    (psitrons e negatrons) de origem nuclear, carregados

    positiva (+) ou negativamente (-). Sua emisso constitui um

    processo comum em ncleos de massa pequena ou

    intermediria, que possuem excesso de nutrons ou de

    prtons em relao estrutura estvel correspondente.

    70 Tauhata, 2003

  • Radiao - e +

    71

    614 = 7

    14 + ; + 918 = 8

    18 + : +

    + ; + + : +

    A emisso beta (+) sempre acompanhada por radiao de aniquilao. Os psitrons sofrem interao com eltrons negativos (muito abundantes) produzindo: 2 ftons gama de 511 keV emitidos diametralmente opostos.

  • Radiao

    72

    Espectro da emisso de energia de um processo de emisso .

    Tauhata, 2003

  • Captura de eltrons

    73

    + : +

    Nesse caso no ocorre emisso da radiao nuclear, exceto a do neutrino. No entanto, a captura do eltron da camada interna da eletrosfera, cria uma vacncia, que ao ser preenchida, provoca a emisso de raios X caractersticos.

    Tauhata, 2003

  • Radiao tomos pesados com nmero de prtons e nutrons elevados

    podem emitir a partcula alfa (2 prtons e 2 nutrons 4

    ncleons) e grande quantidade de energia a fim de

    alcanar uma posio de maior estabilidade nuclear.

    74 = ;

    ; + + =

    + + 5,2 MeV

  • Constante de decaimento radioativo

    Alguns radionucldeos permanecem instveis por alguns

    segundos, minutos, horas, dias, meses, anos e sculos.

    Ou seja cada radionucldeo possui seu prprio tempo

    para passar de um estgio instvel para uma situao

    energtica mais estvel.

    Este tempo representa a probabilidade de que uma

    quantidade de radionucldeos sofreram transformaes

    ou iro decair, em busca de uma maior estabilidade

    energtica, em um determinado instante.

    Esta probabilidade denominada constante de

    decaimento do radionucldeo.

    75 Soares e Lopes , 2001

  • Lei do decaimento radioativo

    76

    () = . ;

    Onde,

    N(t) = nmero de tomos no instante t ;

    N0 = nmero inicial de tomos;

    = constante de decaimento.

  • Meia Vida fsica A meia vida de um radioistopo, abreviada T1/2, o tempo

    necessrio, em que teremos no material radioativo

    exatamente a metade do nmero inicial de tomos

    excitados. Este tempo caracterstico de cada fonte

    radioativa.

    A relao entre a meia vida e a constante de decaimento

    expressa por :

    77

    1/2 = 0,693

  • Atividade A atividade de um material radioativo o nmero de

    transformaes nucleares por unidade de tempo.

    onde N o nmero de ncleos radioativos contidos na

    amostra ou material. A unidade, Becquerel (Bq), corresponde

    a uma transformao por segundo, ou s-1.

    A unidade antiga, Curie (Ci) = 3,7 . 1010 Bq, ou ainda 1 Ci =

    37GBq.

    Meia vida (T1/2) o tempo necessrio para termos no

    material radioativo exatamente a metade do nmero inicial

    de tomos excitados. 78

    =

    [;1] = 0 .

    ; [Bq]

  • Mltiplos e submltiplos das unidades de atividade

    79

    Mltiplos e smbolos

    Kilo k 103 kBq kCi

    Mega M 106 MBq MCi

    Giga G 109 GBq GCi

    Tera T 1012 TBq TCi

    Peta P 1015 PBq PCi

    Submltiplos e smbolos

    Mili m 10-3 mBq mCi

    Micro 10-6 Bq Ci

    Nano n 10-9 nBq nCi

    Pico p 10-12 pBq pCi

    Femto f 10-15 fBq fCi

  • 80

    Exemplo

    Voc recebeu o grfico ao lado que se refere ao decaimento

    de uma das trs fontes

    radioativas da empresa em que

    voc trabalha. No entanto,

    quem elaborou o grfico se

    esqueceu de informar a que

    fonte se refere. Sabendo que as

    fontes radioativas e suas

    respectivas meias-vidas so 198Au (t1/2 = 60,2 dias),

    131I (t1/2 =

    8,05 dias) e 99mTc (t1/2 = 6 horas),

    anote no grfico o radioistopo

    a que se refere. Explique ou

    demonstre como voc chegou

    concluso.

    Resposta: 131I

  • 81

    Exemplo

    O grfico abaixo ilustra a variao do teor de 90Sr, presente na amostra dessa substncia. Pelo exame do grfico, qual a

    meia-vida do 90Sr ?

    Resposta: 28 anos

  • Exerccio Explique o processo de decaimento por emisso de radiao

    gama e a diferencie dos raios X.

    o Ocorre quando ncleos ainda em estados excitados, emitem sua

    energia excedente sob a forma de radiao eletromagntica ionizante,

    denominada radiao gama (). Ela se diferencia dos raios X quanto a

    sua origem, os raios gama so originrios do ncleo do tomo e os raios X

    da eletrosfera dos atmos.

    Quando ocorre a emisso de uma partcula alfa () ou beta (- ou +) o tomo original se transforma em outro elemento. Por que?

    o O nmero atmico (Z) caracteriza o elemento qumico quando ocorre a

    emisso de uma partcula alfa o elemento original perde 2 prtons e

    desta forma se transforma em outro emento qumico. Com a emisso das

    partculas - e + um nutron se transforma em prton e um prton se

    transforma em nutron alterando desta forma o (Z) do tomo original,

    caracterizando sua transformao. 82

  • Atividade campo AV1 1. Para um determinado ajuste de tcnica radiogrfica, a

    intensidade dos raios X a 2,3 m de 350 mR. Qual a

    intensidade do feixe de raios X na blindagem a uma

    distncia de 4,7 m, se o feixe til for dirigido para a

    mesma?

    2. Qual a equivalncia energtica de um eltron

    (massa = 1,673x10-27 kg), medido em joules e em

    eltron-volt?

    3. Quantos prtons, nutrons, eltrons e ncleons so

    encontrados nos elementos abaixo? 85Kr36

    83

    918 15

    32 1940 25

    56 3065 36

    85

  • Atividade campo AV1 4. Qual a frequncia associada a um fton de radiao de micro-

    ondas que tem um comprimento de 10-8 m?

    5. Na mamografia, raios X com energia de 23 keV so usados.

    Qual a frequncia dessa radiao?

    6. A intensidade de sada de um sistema de imagens radiogrficas

    normal de 3,4mR/mAs a 150 cm. Qual a intensidade de

    sada de tal sistema a 350 cm?

    7. Qual a frequncia de um fton de raios X com energia de 77

    keV?

    8. A estao de rdio KYZ8-FM transmite em uma frequncia de

    97,65 MHz. Qual o comprimento de onda desta radiao?

    9. Explique a formao dos raios X de frenagem (bremsstrahlung)

    e dos raios X caractersticos.

    84

  • Atividade campo AV1 10. Desenhe o espectro de emisso dos raios X de um

    equipamento operado em 65kVp, cujo o tubo tenha

    alvo de tungstnio.

    11. Qual o comprimento de onda mnimo associado aos

    raios X emitidos por um tubo operado a 97 kVp?

    12. Uma radiao X de 83 KeV interage por efeito

    fotoeltrico com um tomo da camada K de carbono

    e um tomo de brio. Qual a energia cintica de

    cada fotoeltron?

    13. Uma radiao X de 77 KeV ioniza um tomo de brio ejetando um eltron da camada N com 12 keV de energia cintica. Qual a energia da radiao X espalhada? o a energia de ligao da camada N do brio 0,3 keV

    85

  • Atividade campo AV1

    14.Explique o processo de decaimento por emisso

    de radiao - , + e .

    15.A meia-vida do trio-234 de 24 dias. Uma

    amostra contm 8,0 g de trio-234. Aps quantos

    dias a amostra ir conter apenas 2 g de trio-234?

    Justifique.

    a) 24 dias

    b) 72 dias

    c) 96 dias

    d) 48 dias

    86

  • Grandezas radiolgicas e unidades

    87

    Desde que surgiram as primeiras

    preocupaes com a possibilidade das

    radiaes ionizantes induzirem detrimentos

    sade humana, apareceram os mtodos

    de produo, caracterizao e medio

    da radiao, bem como de definio de

    grandezas que expressassem com realismo

    a sua interao com o tecido humano.

  • Grandeza: Exposio (X)

    88

    Exposio (X): o o quociente entre dQ por dm, onde dQ o valor absoluto da

    carga total de ons de um dado sinal, produzidos no ar, quando

    todos os eltrons (negativos e positivos) liberados pelos ftons no

    ar, em uma massa dm, so completamente freados no ar.

    o Esta grandeza s pode ser definida para o ar e para ftons X ou

    gama.

    o A unidade especial da grandeza Exposio Rentgen (R) que

    relacionado com a unidade do SI por: 1 R = 2,58x10-4 [C.kg-1]

    =

    [. ;1]

  • Grandeza: Dose absorvida (D)

    89

    Dose absorvida (D): o a energia mdia (dE) depositada pela radiao ionizante

    na matria de massa dm, num ponto de interesse.

    o Essa grandeza vale para qualquer meio, para qualquer tipo

    de radiao e qualquer geometria de irradiao.

    o A unidade especial da grandeza dose absorvida o rad

    (radiation absorved dose) que relacionado com a unidade do SI por: 1 Gy = 100 rad = 1J/kg

    D =

    [ ]

  • Grandeza: Kerma (K)

    90

    Kerma (K):

    o o quociente dEtr por dm, onde dEtr a soma de todas as

    energias cinticas iniciais de todas as partculas

    carregadas liberadas por partculas neutras ou ftons,

    incidentes em um material de massa dm.

    o A grandeza kerma ocorre no ponto de interao do fton

    e a dose absorvida ocorre ao longo da trajetria do

    eltron.

    = [[ ]

  • Kerma (K) x Dose absorvida (D)

    A dose absorvida depende da energia mdia

    absorvida na regio de interao (local) e o

    kerma, depende da energia total transferida ao

    material.

    Isto significa que, do valor de energia transferido na

    interao radiao com a matria, uma parte

    dissipada por radiao de frenagem, outra sob

    forma de luz ou raios X caractersticos.

    91

  • Relao entre a exposio (X) e a

    atividade (A) de uma fonte gama

    92

    A Taxa de Exposio pode ser associada atividade gama de uma fonte, pela expresso:

    o = constante de exposio de uma fonte pontual (Gamo);

    o A = atividade da fonte radioativa;

    o t = tempo de exposio;

    o d = distncia at a fonte.

    = . .

    2

  • Exemplo

    Uma fonte de Ir-192 com atividade de 24 Ci ser

    utilizada na realizao de END para a aferio de

    juntas soldadas a uma distncia de 2 m . Qual a taxa

    de exposio em 1h?(Sabendo que para o Ir192: = 0,48 R.m2/h.Ci)

    93

    = . .

    2 = 0,48 .

    24. (1)

    (2)2 = 2,88 R/h

  • Exemplo

    94

    Um tecnlogo entrou numa sala de irradiao e no

    percebeu que uma fonte de 137Cs com atividade de 0,5

    Ci estava exposta. Foi estimado que o tecnlogo

    permaneceu a 3 m da fonte durante 10 minutos. Qual o

    valor da exposio na entrada da pele do tecnlogo.

    (Sabendo que para o Ir192: = 0,33 R.m2/h.Ci)

    = . .

    2 = 0,33 .

    0,5. (10 60 )

    (3)2

    = 3,06 x 10-3 R/h ou = 3,06 mR/h

  • Exerccio

    1. Uma fonte de Ir-192 com atividade de 13 Ci ser utilizada

    na realizao de END para a aferio de juntas soldadas

    a uma distncia de 1,6 m . Qual a taxa de exposio em

    1 h? (Sabendo que para o Ir192: = 0,48 R.m2/h.Ci)

    2. Um tecnlogo entrou numa sala de irradiao e no

    percebeu que uma fonte de 137Cs com atividade de 0,7

    Ci estava exposta. Foi estimado que o tecnlogo

    permaneceu a 3,4 m da fonte durante 10 minutos. Qual

    o valor da exposio na entrada da pele do tecnlogo.

    (Sabendo que para o Ir192: = 0,33 R.m2/h.Ci)

    95

  • Exerccio - resposta

    96

    = . .

    2 = 0,48 .

    13. (1)

    (1,6)2 = 2,44 R/h

    1.

    2.

    = .

    .

    2 = 0,33 .

    0,7. (10 60 )

    (3,4)2

    = 3,33 x 10-3 R/h ou = 3,33 mR/h

  • 97

    Relao entre Exposio e Dose Absorvida no ar

    Sob condies de equilbrio eletrnico (CPE), a Exposio X, medida no ar, se relaciona com a

    Dose Absorvida no ar, pela expresso:

    Onde (w/e)ar a energia mdia para formao de um par de ons no ar dividida pela carga do

    eltron:

    o No SI = 33,97 J/C

    o Quando exposio dada em Rentgen (R) = 0,876 .

    = .

  • Exemplo A medio de uma fonte radioativa apresenta

    uma taxa de exposio de 23 mR/h. Qual o valor

    da taxa de dose em rad e no sistema internacional

    de unidades (SI)?

    98

    = . = 2310

    ;3. 0,876 = 0,0201

    =0,0201

    100 = 2,01x10;4

  • Exemplo A medio de uma fonte radioativa apresenta

    uma taxa de exposio de 2,58x10-4 C.kg-1. Qual o

    valor da taxa de dose no sistema internacional de

    unidades (SI)?

    99

    = .

    = 2,5810;4. 33,97 = 8,7610;3

  • Grandeza: Dose equivalente (HT)

    100

    Dose equivalente (HT):

    o o valor mdio da dose absorvida DT,R num tecido ou

    rgo T, obtido sobre todo o tecido ou rgo T, devido

    radiao R:

    o onde wR o fator de peso de cada radiao R que

    permite converter a dose absorvida DT,R no tecido T, em

    dose equivalente no tecido T, devido radiao do

    tipo R.

    o A unidade especial da grandeza dose equivalente o

    rem (rntgen equivament man) que relacionado com a

    unidade do SI por: 1 Sv = 100 rem = 1J/kg

    = . ,

    . ;1

  • 101

    Fatores de ponderao da radiao:

    ICRP-60 (1990) e ICRP-103 (2007)

    Tipos de radiao e intervalos de energia wR (ICRP-60) wR (ICRP-103)

    Ftons de todas as energias 1 1

    Eltrons e mons de todas as energias 1 1

    Nutrons com energias: < 10keV 10 100 keV >100keV a 2 MeV >2 MeV a 20 MeV >20MeV

    5

    10 20 10 5

    Funo contnua

    da energia do nutron

    Prtons 5 2 (prtons e pions)

    Partculas alfa, elementos de fisso, ncleos pesados 20 20

    A ICRP escolheu os valores de wR para cada tipo de partcula e energia como representativos dos valores de efetividade biolgica

    (RBE relative biological effectiveness) da radiao em induzir efeitos estocsticos da radiao (induo de cncer e de efeitos

    hereditrios).

    Os valores da norma CNEN NN-3.01 correspondem aos do ICRP-60. Okuno e Yoshimura, 2010

  • Exemplo Um grupo de IOE foi exposto a um campo de raios X

    resultando em uma dose absorvida de 2,5 mGy. O mesmo

    grupo de IOE tambm foi exposto a uma fonte emissora de

    partculas alfa resultando em uma dose absorvida de 2,5

    mGy, responda (unidades do SI):

    I. Quais os valores de dose equivalente em funo do campo de

    raios X e da fonte emissora de partcula alfa?

    II. Caso os valores do item anterior forem diferentes, explique por

    que.

    102

    = . ,

    = 1 . 2,5x10

    ;3 = 2,510;3 = 2,5 mGy

    Raios X:

    = 20 . 2,5x10;3 = 0,05 = 50 mGy

    Partculas alfa:

  • Grandeza: Dose efetiva (E)

    103

    Dose efetiva (E): o a soma ponderada das doses equivalentes em todos os

    tecidos ou rgos do corpo. Onde wT o fator de peso

    para o tecido T e HT a dose equivalente a ele atribuda.

    o Os fatores de ponderao de tecido ou rgo wT so

    relacionados com a sensibilidade de um dado tecido ou

    rgo radiao, no que concerne induo de cncer

    e a efeitos hereditrios

    = . . ;1

  • 104

    Fatores de ponderao de tecidos: ICRP-26 (77), ICRP-60 (90) e ICRP-103(07)

    Tecido ou rgo wT (1977) wT (1990) wT (2007)

    Gnadas 0,25 0,20 0,08

    Medula ssea 0,12 0,12 0,12

    Clon - 0,12 0,12

    Pulmo 0,12 0,12 0,12

    Estmago - 0,12 0,12

    Mama 0,15 0,05 0,12

    Bexiga - 0,05 0,04

    Esfago - 0,05 0,04

    Fgado - 0,05 0,04

    Tireoide 0,03 0,05 0,04

    Superfcie do osso 0,03 0,01 0,01

    Crebro - - 0,01

    Glndulas salivares - - 0,01

    Pele - 0,01 0,01

    Restante 0,30 0,05 0,12

    Soma total 1,00 1,00 1,00

    Okuno e Yoshimura, 2010 Os valores da norma CNEN NN-3.01 correspondem aos do ICRP-60.

  • Exerccio

    105

    Suponha que uma pessoa seja exposta, a um campo homogneo de raios X com uma exposio total de 1,3 R, responda (unidades do SI):

    I. Qual o valor da dose absorvida?

    II. Qual o valor da dose equivalente?

    III. Qual o valor da dose efetiva? (irradiao do corpo inteiro wT = 1)

    = .

    = . ,

    = .

    = 1,3 . 0,876 = 1,14 = 1,14

    100= 0,0114

    = 1 . 0,0114 = 0,0114 Sv

    = 1 . 0,00114 = 0,0114 Sv

  • Radioproteo

    Conjunto de medidas que visam proteger o

    homem, seus descendentes e seu meio ambiente

    contra possveis efeitos indevidos causados por

    radiao ionizante proveniente de fontes

    produzidas pelo homem e fontes naturais

    modificadas tecnologicamente.

    Objetivos:

    o Minimizar os riscos de efeitos biolgicos no ser humano

    o Limitar dose em atividades profissionais

    o Diminuir a probabilidade de efeitos de longo prazo

    (cncer, efeitos genticos, etc.)

    106

  • Legislao sobre radioproteo

    Normas CNEN (Comisso Nacional de Energia Nuclear):

    o NN-3.01: Diretrizes bsicas de radioproteo

    o NE-3.02: Servios de radioproteo

    o NN-3.03: Certificao da qualidade de supervisores de radioproteo

    o NN-3.05: Requisitos de radioproteo e segurana para servios de medicina nuclear

    o NE-3.06: Requisitos de radioproteo e segurana para servios de radioterapia

    Portaria 453/98 ANVISA (Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria

    107

  • Exposio do homem a radiao ionizante

    108

  • Servios com fonte de radiao ionizante

    109 Dados: 2000

  • Conceitos fundamentais de radioproteo

    Radiao diretamente ionizante: radiaes que possuem carga eltrica (partculas alfa e beta),

    atuam principalmente por meio de seu campo

    eltrico e transferem sua energia para muitos

    tomos ao mesmo tempo.

    Radiao indiretamente ionizante: radiaes que

    no tem carga eltrica (ftons de raios X e gama),

    interagem individualmente com eltrons

    transferindo sua energia e produzindo ionizaes.

    110

  • Conceitos fundamentais de radioproteo

    Poder de ionizao e penetrao das radiaes

    o Partcula alfa ( ):

    alto poder de ionizao e baixo poder de penetrao;

    o Partcula beta ():

    alto poder de ionizao (menor que ) e baixo poder de

    penetrao (maior que a );

    o Ftons gama ():

    baixo poder de ionizao e alto poder de penetrao;

    o Ftons de raios X:

    baixo poder de ionizao e alto poder de penetrao.

    111

  • Conceitos fundamentais de radioproteo

    112

  • Conceitos fundamentais de radioproteo

    113

    A contaminao se caracteriza pela presena de um material

    indesejvel em determinado local.

    A irradiao a exposio de um

    objeto ou de um corpo radiao

    ionizante.

    Pode haver irradiao sem existir

    contaminao.

    Irradiao no contamina, mas

    contaminao irradia.

  • Conceitos fundamentais de radioproteo

    114

    Tempo

  • Conceitos fundamentais de radioproteo

    115

    Distncia

  • Conceitos fundamentais de radioproteo

    116

    Blindagem

  • Conceitos fundamentais de radioproteo

    117

    Limiar de dose

  • Conceitos fundamentais de radioproteo

    Relao dose x efeito: o Efeitos estocsticos:

    So efeitos em que a probabilidade de ocorrncia proporcional dose de radiao recebida, sem a existncia de limiar. Isto significa, que doses pequenas, abaixo dos limites estabelecidos por normas e recomendaes de radioproteo, podem induzir tais efeitos.

    o Efeitos determinstico: So efeitos causados por irradiao total ou localizada de

    um tecido, causando um grau de morte celular no compensado pela reposio ou reparo, com prejuzos detectveis no funcionamento do tecido ou rgo. Existe um limiar de dose. A probabilidade de efeito determinstico nula para valores de dose abaixo do limiar e, e 100%, acima.

    118

  • Exemplo de efeitos

    determinsticos

    119

  • Princpios de radioproteo

    Justificao da prtica (exposies mdicas e industriais)

    Otimizao da proteo radiolgica

    Limitao da dose individual

    120

  • Princpios de radioproteo

    Justificao da prtica (exposies mdicas e industriais)

    o Nenhuma prtica ou fonte adscrita a uma

    prtica deve ser autorizada a menos que

    produza suficiente benefcio para o indivduo

    exposto ou para a sociedade, de modo a

    compensar o detrimento que possa ser causado.

    121

  • Princpios de radioproteo

    Otimizao da proteo radiolgica

    o Estabelece que as instalaes e as prticas devem ser

    planejadas, implantadas e executadas de modo que a

    magnitude das doses individuais, o nmero de pessoas

    expostas e a probabilidade de exposies acidentais

    sejam to baixos quanto razoavelmente exequveis,

    levando-se em conta fatores sociais e econmicos, alm

    das restries de dose aplicveis.

    122

  • Princpios de radioproteo

    Limitao da dose individual

    o Os limites de doses individuais so valores de

    dose efetiva ou de dose equivalente nos rgos

    ou tecidos de interesse, estabelecidos para

    exposio ocupacional e exposio do pblico

    decorrentes de prticas autorizadas, cujas

    magnitudes no devem ser excedidas.

    123

  • CNEN NN-3.01 Limitao de dose individual

    124

  • 125

    Portaria 453/98 Limitao de Dose individual - ocupacional

    Intervalo de tempo anual

    IOE (mSv) Pblico (mSv)

    Estudante (16 a 18 anos)

    (mSv)

    Limite * 50 1 6

    Mdia* 20 --- ---

    Cristalino** 150 --- 50

    Extremidades** 500 --- 15

    * Dose efetiva ** Dose equivalente

    Mulheres grvidas: titular do servio deve ser notificado imediatamente e dose no abdome no deve exceder a 2 mSv por toda a gestao.

    Menores de 18 anos no podem trabalhar com raios X diagnsticos, exceto em treinamentos.

  • 126

    CNEN NN-3.01 Limitao de dose individual Os valores de dose efetiva se aplicam soma das doses efetivas, causadas por

    exposies externas, com as doses efetivas comprometidas (integradas em 50

    anos para adultos e at a idade de 70 anos para crianas), causadas por

    incorporaes ocorridas no mesmo ano.

    Para mulheres grvidas ocupacionalmente expostas, suas tarefas devem ser

    controladas de maneira que seja improvvel que, a partir da notificao da

    gravidez, o feto receba dose efetiva superior a 1 mSv durante o resto do perodo

    de gestao.

    Indivduos com idade inferior a 18 anos no podem estar sujeitos a exposies

    ocupacionais.

    Os limites de dose estabelecidos no se aplicam a exposies mdicas de

    acompanhantes e voluntrios que eventualmente assistem pacientes. As doses

    devem ser restritas de forma que seja improvvel que algum desses

    acompanhantes ou voluntrios receba mais de 5 mSv durante o perodo de

    exame diagnstico ou tratamento do paciente. A dose para crianas em visita a

    pacientes em que foram administrados materiais radioativos deve ser restrita de

    forma que seja improvvel exceder a 1 mSv.

  • Informaes para clculo de nveis ao (limites derivados) Nveis de ao so valores de taxa de dose ou de

    concentrao de atividade, estabelecidos com base em

    modelo de exposio realista da situao, acima dos quais

    devem ser adotadas aes protetoras ou remediadoras em

    situaes de emergncia ou de exposio crnica, de modo

    que sua adoo implique em certeza da observncia dos

    nveis de interveno correspondentes (Norma CNEN NN-301).

    As doses recebidas por um IOE so analisadas levando em

    conta uma jornada de trabalho de 50 semanas/ano e uma

    semana de 40 horas/semanais. Somente em situaes definas

    na legislao (Ex.: radiodiagnstico) aplica-se a jornada de 24

    horas/semanais.

    127

  • Exerccio

    1. Com base nas informaes para clculo de nveis

    de ao (limites derivados) apresentados no slide

    127, responda: (consultar tambm slides 123 e 124)

    a) Qual o valor mximo de dose semanal para que em 1 ano um

    IOE no exceda seu limite de dose?

    b) Quantas horas um IOE pode trabalhar por ano, respeitando a

    legislao?

    c) Qual o valor mximo de dose por hora para que em 1 ano um

    IOE no exceda seu limite de dose?

    d) Qual o valor de dose semanal para que em 1 ano um IOE no

    exceda o valor mdio de dose anual recomendado?

    e) Qual o valor de dose por hora para que em 1 ano um IOE no

    exceda o valor mdio de dose anual recomendado?

    128

  • Exerccio 2. Com a instalao do novo equipamento emissor de raios X,

    modelo Intecal CR125, foi realizado uma medio dos nveis

    de radiao na sala de exame e nas demais dependncias

    do servio. Verificou-se que na sala de exame a taxa de

    dose era de 20Sv/h. Pergunta-se:

    a) Qual a dose que o IOE estar sujeito em uma semana?

    b) Qual a dose que o IOE estar sujeito em um ano?

    c) O valor mdio de dose anual recomendado ser alcanado? Justifique.

    d) Este IOE ainda poder atuar com radiaes ionizantes no ano corrente?

    129

  • Efeito da radiao ionizante no ser humano

    130

  • Mecanismo de dano biolgico

    Fase fsica: ocorre a deposio de energia pela radiao na forma

    de ionizao e/ou excitao de alguns tomos e molculas do

    sistema biolgico. Isto geralmente leva cerca de 10-13 segundos.

    Fase qumica: esta fase dura cerca de 10-10 segundos, e nela, os

    radicais livres, ons e os agentes oxidantes podem atacar molculas

    importantes da clula, inclusive as substncias que compem o

    cromossomo.

    Fase biolgica: esta fase varia de minutos a anos, dependendo dos

    sintomas. As alteraes qumicas produzidas podem afetar uma

    clula de vrias maneiras: morte prematura, retardo na diviso

    celular ou modificao permanente. O surgimento de efeito

    biolgico no significa uma doena e sim a resposta do organismo

    a um agente agressor.

    Fase orgnica: quando os efeitos biolgicos desequilibram o

    organismo humano ou o funcionamento de um rgo, surgem

    sintomas clnicos da incapacidade de repara tais danos, as

    doenas. 131

  • Efeito da radiao ionizante no ser humano

    132

    Danos na molcula

    de DNA

  • Classificao dos efeitos radioinduzidos

    Os efeitos radioinduzidos podem receber

    denominaes em funo do valor da dose

    e forma de resposta (estocstico e

    determinstico), em termos de tempo de

    manifestao (imediatos e tardios) e em

    funo do nvel de dano (somticos e

    hereditrios ou genticos).

    o Efeitos estocsticos e determinsticos definidos no slide 118

    133

  • Classificao dos efeitos radioinduzidos

    Tempo de manifestao

    o Imediato primeiros efeitos biolgicos causados pela radiao, que ocorrem num perodo de

    poucas horas at algumas semanas aps a

    exposio. Ex. radiodermite;

    o Tardio so efeitos que aparecem depois de anos ou mesmo dcadas, como por exemplo o

    cncer.

    134

  • Classificao dos efeitos radioinduzidos

    Nvel de dano

    o Somticos surgem do dano nas clulas do corpo e o efeito aparece na prpria pessoa

    irradiada. Dependem da dose absorvida, da

    taxa de absoro da energia da radiao e da

    rea do corpo irradiada;

    o Hereditrios ou genticos so efeitos que surgem no descendente da pessoa irradiada,

    como resultado do dano produzido pela

    radiao em clulas dos rgos reprodutores, as

    gnadas. Tm carter cumulativo e independe

    da taxa de absoro da dose.

    135

  • Trabalho sobre proteo radiolgica

    Fazer um resumo da portaria 453/98 obedecendo a estrutura e as orientaes a seguir:

    A. Introduo: Qual o objetivo e a abrangncia da portaria 453/98? Qual o assunto abordado em cada captulo?

    B. Captulo 2 da portaria 453/98: Definio para justificao, otimizao e limitao de doses individuais e os artigos que contm

    estas definies; Quais os valores de doses anuais (limites) para

    trabalhadores, pblico e estagirios e os artigos que contm estas

    definies;

    C. Captulo 3 da portaria 453/98: Localizar e transcrever o texto sobre memorial descritivo de proteo radiolgica e as

    responsabilidades do supervisor de proteo radiolgica, bem como

    dos tcnicos e auxiliares

    D. Localizar e transcrever: os Nveis de referncia de radiodiagnstico por radiografia para paciente adulto tpico e Nveis

    de referncia de radiodiagnstico em CT para paciente adulto tpico

    136

  • Atividade campo AV2

    1. A medio de uma fonte radioativa apresenta uma taxa de

    exposio de 3,7 mR/h. Qual o valor da taxa de dose em rad e no sistema internacional de unidades (SI)?

    2. A medio de uma fonte radioativa apresenta uma taxa de

    exposio de 1,8 x10-6 C.kg-1. Qual o valor da taxa de dose

    no sistema internacional de unidades (SI)?

    3. Uma fonte de Ir-192 com atividade de 22 Ci ser utilizada na

    realizao de END para a aferio de juntas soldadas a uma

    distncia de 3,7 m . Qual a taxa de exposio em 1 h? (Sabendo que para o Ir192: = 0,48 R.m2/h.Ci)

    137

  • Atividade campo AV2

    4. Um tecnlogo entrou numa sala de irradiao e no percebeu que uma fonte de 137Cs com atividade de5,3Ci

    estava exposta. Foi estimado que o tecnlogo permaneceu

    a 12 m da fonte durante 23 minutos. Qual o valor da

    exposio na entrada da pele do tecnlogo? (Sabendo que para o Ir192: = 0,33 R.m2/h.Ci)

    5. Um grupo de IOE foi exposto a um campo de raios X resultando em uma dose absorvida de 1 mGy. O mesmo grupo de IOE tambm foi exposto a uma fonte emissora de partculas alfa resultando em uma dose absorvida de 1 mGy, responda (unidades do SI):

    I. Quais os valores de dose equivalente em funo do campo de raios X e da fonte emissora de partcula alfa?

    II. Caso os valores do item anterior forem diferentes, explique por que.

    138

  • Atividade campo de AV2

    6. Suponha que uma pessoa seja exposta, a um campo homogneo de raios X com uma exposio total de 1,3 R,

    responda (unidades do SI):

    I. Qual o valor da dose absorvida?

    II. Qual o valor da dose equivalente?

    III. Qual o valor da dose efetiva? (irradiao do corpo inteiro wT = 1)

    7. Diferencie radiao diretamente ionizante de radiao

    indiretamente ionizante e cite exemplos.

    8. Diferencie contaminao de irradiao.

    9. possvel haver contaminao em uma sala de

    radiodiagnstico? Justifique.

    139

  • Atividade campo de AV2

    10. Os cuidados de radioproteo quando utilizados de

    forma adequada contribuem de forma significativa

    para a reduo de dose nos IOEs quando estes

    trabalham com fontes de radiao ionizante. Assinale

    abaixo a opo mais adequada:

    (a) Menor distncia, maior tempo e maior blindagem

    (b) Maior blindagem, menor tempo e maior distncia

    (c) Maior blindagem, menor distncia e menor tempo

    (d) Menor tempo, maior blindagem e menor distncia

    (e) Maior tempo, maior distncia e menor blindagem

    140

  • Atividade campo de AV2

    141

    11. Os efeitos radioinduzidos podem receber denominaes em funo do valor da dose e forma de resposta, em termos de tempo de manifestao e em funo do nvel de dano. Desta forma relacione os efeitos radioinduzidos com suas definies.

    Efeitos radioinduzidos Definies

    (A) Estocstico ( ) So efeitos que aparecem depois de anos ou mesmo dcadas, como por exemplo o cncer.

    (B) Hereditrios ( ) So efeitos causados por irradiao total ou localizada de um tecido, causando um grau de morte celular e com prejuzos detectveis no funcionamento do tecido ou rgo. Existe um limiar de dose.

    (C) Imediatos ( ) So efeitos que surgem no descendente da pessoa irradiada, como resultado do dano produzido pela radiao em clulas dos rgos reprodutores, as gnadas.

    (D) Somticos ( ) So efeitos em que a probabilidade de ocorrncia proporcional dose de radiao recebida, sem a existncia de limiar.

    (E) Tardios ( ) Surgem do dano nas clulas do corpo e o efeito aparece na prpria pessoa irradiada.

    (F) Determinsticos ( ) So os primeiros efeitos biolgicos causados pela radiao, que ocorrem num perodo de poucas horas at algumas semanas aps a exposio.

  • Fsica das Radiaes

    Prof. Luciano Santa Rita

    www.lucianosantarita.pro.br

    [email protected]

    142