nota de solidariedade ao mst (autonomia e luta mt)l)

2
SETEMBRO DE 2015 AUTONOMIA E LUTA AUTONOMIA E LUTA OPOSIÇÃO SINDICAL TRAVANDO A LUTA ALÉM DA BUROCRACIA E ELEIÇÕES! A ��U�A �O NE�I�A DE �U�A! Tod� s�id�eda� à� esc�la� do� a�nt�nto� d�ST! Em menos de um ano de governo, Pedro Taques e a “nova” composição da SEDUC / MT já demandaram uma série de ataques à autonomia das escolas do nosso ensino básico estadual e aos direitos das trabalhadoras (es). Nesse tempo, ficou claro que esse governo tem um projeto para impor à Educação; um projeto ideológico que se guia por princípios neoliberais. Percebemos as tentativas de se implantar uma Educação cuja preocupação maior é atender aos índices numéricos do sistema e do Estado, em detrimento de uma Educação de qualidade e para a emancipação das (os) nossas (os) estudantes; para as trabalhadoras e trabalhadores, aponta-se um projeto extremamente merito- crático, que desrespeita nossos direitos trabalhistas e visa à exploração cada vez maior das trabalhadoras e trabalha- dores da Educação. A SEDUC / MT e seus adjuntos (Assessorias Pedagógicas e CEFAPROS) têm adentrado as esco- las com todo o autoritarismo e mecanismos de coação possíveis. Nesse cenário geral, nos deparamos agora com uma investida de perseguições e criminalização das escolas dos assentamentos do MST em Mato Grosso. Funcionários da SEDUC / MT quiseram exigir a retirada das bandeiras do MST das escolas construídas nos assentamentos, o que chegou ao extremo de ser imposto por documento oficial da Secretaria de Educação; os nomes das escolas “Che Guevara” e “Florestan Fernandes” foram questionados, por serem vistos como de esquerda; um festival de poesia com o tema da agroecologia foi apontado como ideológico, já que, segundo a visão do governo, ensinaria as crianças a odiar o agronegócio. Não bastasse a perseguição do gover- no, também a mídia local cai como abutre para cumprir seu papel de espalhar as ideologias de direita, atacando e cri- minalizando as escolas e o Movimento; um ataque que, como compreendemos, camufla um ataque geral aos movi- mentos sociais. Bem sabemos que esses ataques se intensificarão mais e mais, contra o MST e contra os movimentos sociais. É por essa razão que a necessidade de resistência geral se torna, também, cada vez mais urgente. Questionamos o secretário de educação, Permínio Pinto, a SEDUC / MT em geral e o governo Taques: onde está a autonomia das escolas do campo, garantida em diversos documentos oficias e pelos mais diversos setores da Edu- cação? Não compreendem a realidade própria dessas escolas do campo? Não sabem que discutir agroecologia é parte dessa realidade? Realidade que deve ser respeitada, pois é assegurada à Educação uma construção de acordo com sua realidade, a partir do mundo vivenciado pelos estudantes (conforme Constituição Federal, LDB, PCNs e Orienta- ções Curriculares do Estado de Mato Grosso e documentos de reformulação do Ensino Médio, discutidos atualmente). Quer dizer que devemos levar para as escolas uma propaganda do Agronegócio? E isso não é considerado ideológico!

Upload: edzarallen

Post on 09-Apr-2016

5 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

Questionamos o secretário de educação, Permínio Pinto, a SEDUC / MT em geral e o governo Taques: onde está a autonomia das escolas do campo, garantida em diversos documentos oficias e pelos mais diversos setores da Educação?Não compreendem a realidade própria dessas escolas do campo? Não sabem que discutir agroecologia é parte dessa realidade? Realidade que deve ser respeitada, pois é assegurada à Educação uma construção de acordo com sua realidade, a partir do mundo vivenciado pelos estudantes (conforme Constituição Federal, LDB, PCNs e Orientações Curriculares do Estado de Mato Grosso e documentos de reformulação do Ensino Médio, discutidos atualmente). Quer dizer que devemos levar para as escolas uma propaganda do Agronegócio? E isso não é considerado ideológico!Não é ideológico o assédio das propagandas da Aprosoja, que se intensificaram de 2013 para cá? Não é ideológico o governo ter investido milhões na luxuosa sede da Aprosoja, que fica no Centro Administrativo Político, bem perto do palácio do governo? Qual será o próximo passo? Proibir que trabalhemos nas escolas em geral vídeos como “O veneno está mesa”, por exemplo? Isso cheira à coerção, e sabemos onde ela nos leva.

TRANSCRIPT

Page 1: Nota de Solidariedade Ao MST (Autonomia e Luta MT)L)

SETEMBRO DE 2015

AUTONOMIA E LUTAAUTONOMIA E LUTAOPOSIÇÃO SINDICAL TRAVANDO A LUTA ALÉM DA BUROCRACIA E ELEIÇÕES!A ��U�A��O NE����I�A DE

�U������A!Tod� s��id���eda�� à� esc�la� do� a��nt���nto� d� �ST!

Em menos de um ano de governo, Pedro Taques e a “nova” composição da SEDUC / MT já demandaram uma série de ataques à autonomia das escolas do nosso ensino básico estadual e aos direitos das trabalhadoras (es). Nesse tempo, ficou claro que esse governo tem um projeto para impor à Educação; um projeto ideológico que se guia por princípios neoliberais. Percebemos as tentativas de se implantar uma Educação cuja preocupação maior é atender aos índices numéricos do sistema e do Estado, em detrimento de uma Educação de qualidade e para a emancipação das (os) nossas (os) estudantes; para as trabalhadoras e trabalhadores, aponta-se um projeto extremamente merito-crático, que desrespeita nossos direitos trabalhistas e visa à exploração cada vez maior das trabalhadoras e trabalha-dores da Educação. A SEDUC / MT e seus adjuntos (Assessorias Pedagógicas e CEFAPROS) têm adentrado as esco-las com todo o autoritarismo e mecanismos de coação possíveis. Nesse cenário geral, nos deparamos agora com uma investida de perseguições e criminalização das escolas dos assentamentos do MST em Mato Grosso. Funcionários da SEDUC / MT quiseram exigir a retirada das bandeiras do MST das escolas construídas nos assentamentos, o que chegou ao extremo de ser imposto por documento oficial da Secretaria de Educação; os nomes das escolas “Che Guevara” e “Florestan Fernandes” foram questionados, por serem vistos como de esquerda; um festival de poesia com o tema da agroecologia foi apontado como ideológico, já que, segundo a visão do governo, ensinaria as crianças a odiar o agronegócio. Não bastasse a perseguição do gover-no, também a mídia local cai como abutre para cumprir seu papel de espalhar as ideologias de direita, atacando e cri-minalizando as escolas e o Movimento; um ataque que, como compreendemos, camufla um ataque geral aos movi-mentos sociais. Bem sabemos que esses ataques se intensificarão mais e mais, contra o MST e contra os movimentos sociais. É por essa razão que a necessidade de resistência geral se torna, também, cada vez mais urgente. Questionamos o secretário de educação, Permínio Pinto, a SEDUC / MT em geral e o governo Taques: onde está a autonomia das escolas do campo, garantida em diversos documentos oficias e pelos mais diversos setores da Edu-cação? Não compreendem a realidade própria dessas escolas do campo? Não sabem que discutir agroecologia é parte dessa realidade? Realidade que deve ser respeitada, pois é assegurada à Educação uma construção de acordo com sua realidade, a partir do mundo vivenciado pelos estudantes (conforme Constituição Federal, LDB, PCNs e Orienta-ções Curriculares do Estado de Mato Grosso e documentos de reformulação do Ensino Médio, discutidos atualmente). Quer dizer que devemos levar para as escolas uma propaganda do Agronegócio? E isso não é considerado ideológico!

Não é ideológico o assédio das propagandas da Aprosoja, que se intensificaram de 2013 para cá? Não é ideológico o governo ter investido milhões na luxuosa sede da Aprosoja, que fica no Centro Administrativo Político, bem perto do palácio do governo? Qual será o próximo passo? Proibir que trabalhemos nas escolas em geral vídeos como “O veneno está mesa”, por exemplo? Isso cheira à coerção, e sabemos onde ela nos leva. Questionamos por que não se pode ter uma escola com nomes como “Che Guevara” e “Florestan Fernandes”, mas podemos ter escolas com nomes como “Presidente Médici”, símbolo da Ditadura? Por que podemos ter escolas com o nome de “Jaiminho”, que nunca teve nenhuma importância para a educação e a sociedade, muito pelo contrá-rio? Por que se pode ter escolas com o nome de “André Maggi”? Nomes que nunca contribuíram para a educação de nosso estado e ainda fazem uso do poder público para propaganda de políticos que se mantêm no poder e que nunca tiveram preocupação com a educação de nossos estudantes. Por que não se respeita a autonomia das escolas dos Assentamentos do MST, mas se permite que tenhamos escolas militares ou sob a tutela da Igreja Católica, mesmo o ensino sendo laico? Isso não é ideológico? Sabemos que sim! E sabemos também que, justamente por essa razão, não responderão e não debaterão esses questionamentos. As escolas dos Assentamentos do MST respondem aos critérios e regulamentações gerais da própria SEDUC / MT e do Estado; o uso das bandeiras do movimento é um direito, faz parte da realidade dessas escolas e de suas (seus) estudantes; mais do que isso, ter esses símbolos é direito de autonomia dessas escolas, que, como todas as outras, podem constitucionalmente gerir e decidir de acordo com o debate específico de sua comunidade escolar. Repudiamos todos esses ataques às escolas do MST e ao movimento! Repudiamos a perseguição e a criminali-zação realizada pelo secretário de educação Permínio Pinto, a SEDUC / MT, o governo Taques e a mídia local!

Lutaremos sempre contra a opressão na Educação e contra as repressões governamentais!Toda solidariedade às trabalhadoras e trabalhadores perseguidos nas escolas dos assentamentos do MST! Toda solidariedade ao MST!

A Luta e a Resistência, Construímos JUNTOS!Autonomia e Luta MT

Setembro de 2015

Page 2: Nota de Solidariedade Ao MST (Autonomia e Luta MT)L)

AUTONOMIA E LUTAAUTONOMIA E LUTA

FACEBOOK: AUTONOMIA E LUTA - MT

A ��U�A��O NE����I�A DE �U������A!

Tod� s��id���eda�� à� esc�la� do� a��nt���nto� d� �ST!

Em menos de um ano de governo, Pedro Taques e a “nova” composição da SEDUC / MT já demandaram uma série de ataques à autonomia das escolas do nosso ensino básico estadual e aos direitos das trabalhadoras (es). Nesse tempo, ficou claro que esse governo tem um projeto para impor à Educação; um projeto ideológico que se guia por princípios neoliberais. Percebemos as tentativas de se implantar uma Educação cuja preocupação maior é atender aos índices numéricos do sistema e do Estado, em detrimento de uma Educação de qualidade e para a emancipação das (os) nossas (os) estudantes; para as trabalhadoras e trabalhadores, aponta-se um projeto extremamente merito-crático, que desrespeita nossos direitos trabalhistas e visa à exploração cada vez maior das trabalhadoras e trabalha-dores da Educação. A SEDUC / MT e seus adjuntos (Assessorias Pedagógicas e CEFAPROS) têm adentrado as esco-las com todo o autoritarismo e mecanismos de coação possíveis. Nesse cenário geral, nos deparamos agora com uma investida de perseguições e criminalização das escolas dos assentamentos do MST em Mato Grosso. Funcionários da SEDUC / MT quiseram exigir a retirada das bandeiras do MST das escolas construídas nos assentamentos, o que chegou ao extremo de ser imposto por documento oficial da Secretaria de Educação; os nomes das escolas “Che Guevara” e “Florestan Fernandes” foram questionados, por serem vistos como de esquerda; um festival de poesia com o tema da agroecologia foi apontado como ideológico, já que, segundo a visão do governo, ensinaria as crianças a odiar o agronegócio. Não bastasse a perseguição do gover-no, também a mídia local cai como abutre para cumprir seu papel de espalhar as ideologias de direita, atacando e cri-minalizando as escolas e o Movimento; um ataque que, como compreendemos, camufla um ataque geral aos movi-mentos sociais. Bem sabemos que esses ataques se intensificarão mais e mais, contra o MST e contra os movimentos sociais. É por essa razão que a necessidade de resistência geral se torna, também, cada vez mais urgente. Questionamos o secretário de educação, Permínio Pinto, a SEDUC / MT em geral e o governo Taques: onde está a autonomia das escolas do campo, garantida em diversos documentos oficias e pelos mais diversos setores da Edu-cação? Não compreendem a realidade própria dessas escolas do campo? Não sabem que discutir agroecologia é parte dessa realidade? Realidade que deve ser respeitada, pois é assegurada à Educação uma construção de acordo com sua realidade, a partir do mundo vivenciado pelos estudantes (conforme Constituição Federal, LDB, PCNs e Orienta-ções Curriculares do Estado de Mato Grosso e documentos de reformulação do Ensino Médio, discutidos atualmente). Quer dizer que devemos levar para as escolas uma propaganda do Agronegócio? E isso não é considerado ideológico!

Não é ideológico o assédio das propagandas da Aprosoja, que se intensificaram de 2013 para cá? Não é ideológico o governo ter investido milhões na luxuosa sede da Aprosoja, que fica no Centro Administrativo Político, bem perto do palácio do governo? Qual será o próximo passo? Proibir que trabalhemos nas escolas em geral vídeos como “O veneno está mesa”, por exemplo? Isso cheira à coerção, e sabemos onde ela nos leva. Questionamos por que não se pode ter uma escola com nomes como “Che Guevara” e “Florestan Fernandes”, mas podemos ter escolas com nomes como “Presidente Médici”, símbolo da Ditadura? Por que podemos ter escolas com o nome de “Jaiminho”, que nunca teve nenhuma importância para a educação e a sociedade, muito pelo contrá-rio? Por que se pode ter escolas com o nome de “André Maggi”? Nomes que nunca contribuíram para a educação de nosso estado e ainda fazem uso do poder público para propaganda de políticos que se mantêm no poder e que nunca tiveram preocupação com a educação de nossos estudantes. Por que não se respeita a autonomia das escolas dos Assentamentos do MST, mas se permite que tenhamos escolas militares ou sob a tutela da Igreja Católica, mesmo o ensino sendo laico? Isso não é ideológico? Sabemos que sim! E sabemos também que, justamente por essa razão, não responderão e não debaterão esses questionamentos. As escolas dos Assentamentos do MST respondem aos critérios e regulamentações gerais da própria SEDUC / MT e do Estado; o uso das bandeiras do movimento é um direito, faz parte da realidade dessas escolas e de suas (seus) estudantes; mais do que isso, ter esses símbolos é direito de autonomia dessas escolas, que, como todas as outras, podem constitucionalmente gerir e decidir de acordo com o debate específico de sua comunidade escolar. Repudiamos todos esses ataques às escolas do MST e ao movimento! Repudiamos a perseguição e a criminali-zação realizada pelo secretário de educação Permínio Pinto, a SEDUC / MT, o governo Taques e a mídia local!

Lutaremos sempre contra a opressão na Educação e contra as repressões governamentais!Toda solidariedade às trabalhadoras e trabalhadores perseguidos nas escolas dos assentamentos do MST! Toda solidariedade ao MST!

A Luta e a Resistência, Construímos JUNTOS!Autonomia e Luta MT

Setembro de 2015