nota de aula i -...

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01 UEG Disciplina: FÍSICA II Prof. Renato Medeiros NOTA DE AULA I Movimento de Rotação Inicialmente estudamos o movimento de translação, agora vamos estudar o movimento de rotação. Vamos considerar inicialmente o movimento de rotação de um corpo rígido (corpo que pode girar com todas as partes ligadas rigidamente e sem mudar de forma) em torno de um eixo de rotação fixo (eixo que não muda de posição). Quando um corpo rígido executa um movimento de rotação pura, todos os pontos do corpo se movem ao longo de circunferências cujo centro está sobre o eixo de rotação, e todos os pontos descrevem um mesmo ângulo num mesmo intervalo de tempo. No movimento de translação temos as grandezas lineares: posição, deslocamento, velocidade e aceleração. No movimento de rotação temos as seguintes grandezas angulares equivalentes. Posição angular (θ) e deslocamento angular (Δ θ) A posição angular e o deslocamento angular de um ponto qualquer do corpo em rotação pode ser determinado pela posição angular e deslocamento angular de uma reta que liga o ponto considerado ao eixo de rotação. O deslocamento angular pode ser positivo ou negativo de acordo com a seguinte regra: Um deslocamento angular no sentido anti-horário é positivo e um deslocamento angular no sentido horário é negativo. Velocidade angular (ω) A velocidade angular média (ωmed ) é dada pela divisão do deslocamento angular pelo tempo, enquanto que a velocidade angular instantânea (ω) é dada pela derivada da posição angular em relação ao tempo. ωmed = Δ Δ e ω = As unidades mais usadas para a velocidade angular são o radiano por segundo (rad/s) e a revolução por segundo (rev/s). A velocidade angular de um corpo rígido em rotação pode ser positiva (rotação no sentido anti-horário) ou negativa (rotação no sentido horário). Aceleração angular (α) A aceleração angular média (αmed ) é dada pela divisão da variação da velocidade angular pelo tempo, enquanto que a aceleração angular instantânea (α) é dada pela derivada da posição angular em relação ao tempo. αmed = Δ Δ e α = As unidades mais usadas para a aceleração angular são o radiano por segundo ao quadrado (rad/s 2 ) e a revolução por segundo ao quadrado (rev/s 2 ). As grandezas angulares são vetores? A velocidade angular e a aceleração angular podem ser representadas por vetores e obedecem as regras das operações vetoriais. O deslocamento angular não obedece á regra da soma vetorial, portanto, não pode ser tratado como uma grandeza vetorial. A velocidade angular de um corpo em rotação pode ser representada por um vetor na direção do eixo de rotação e com sentido dado pela regra da mão direita: Envolva o corpo em

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01

UEG

Disciplina: FÍSICA II

Prof. Renato Medeiros

NOTA DE AULA I

Movimento de Rotação

Inicialmente estudamos o movimento de translação, agora vamos estudar o movimento de rotação. Vamos

considerar inicialmente o movimento de rotação de um corpo rígido (corpo que pode girar com todas as partes

ligadas rigidamente e sem mudar de forma) em torno de um eixo de rotação fixo (eixo que não muda de

posição).

Quando um corpo rígido executa um movimento de rotação pura, todos os pontos do corpo se movem ao

longo de circunferências cujo centro está sobre o eixo de rotação, e todos os pontos descrevem um mesmo

ângulo num mesmo intervalo de tempo.

No movimento de translação temos as grandezas lineares: posição, deslocamento, velocidade e aceleração.

No movimento de rotação temos as seguintes grandezas angulares equivalentes.

Posição angular (θ) e deslocamento angular (Δ θ)

A posição angular e o deslocamento angular de um ponto qualquer do corpo em rotação pode ser

determinado pela posição angular e deslocamento angular de uma reta que liga o ponto considerado ao eixo

de rotação. O deslocamento angular pode ser positivo ou negativo de acordo com a seguinte regra: Um

deslocamento angular no sentido anti-horário é positivo e um deslocamento angular no sentido horário é

negativo.

Velocidade angular (ω)

A velocidade angular média (ωmed ) é dada pela divisão do deslocamento angular pelo tempo, enquanto

que a velocidade angular instantânea (ω) é dada pela derivada da posição angular em relação ao tempo.

ωmed = Δ𝜃

Δ𝑡 e ω =

𝑑𝜃

𝑑𝑡

As unidades mais usadas para a velocidade angular são o radiano por segundo (rad/s) e a revolução por

segundo (rev/s). A velocidade angular de um corpo rígido em rotação pode ser positiva (rotação no sentido

anti-horário) ou negativa (rotação no sentido horário).

Aceleração angular (α)

A aceleração angular média (αmed ) é dada pela divisão da variação da velocidade angular pelo tempo,

enquanto que a aceleração angular instantânea (α) é dada pela derivada da posição angular em relação ao

tempo.

αmed = Δ𝜔

Δ𝑡 e α =

𝑑𝜔

𝑑𝑡

As unidades mais usadas para a aceleração angular são o radiano por segundo ao quadrado (rad/s2) e a

revolução por segundo ao quadrado (rev/s2).

As grandezas angulares são vetores?

A velocidade angular e a aceleração angular podem ser representadas por vetores e obedecem as regras

das operações vetoriais. O deslocamento angular não obedece á regra da soma vetorial, portanto, não pode ser

tratado como uma grandeza vetorial. A velocidade angular de um corpo em rotação pode ser representada por

um vetor na direção do eixo de rotação e com sentido dado pela regra da mão direita: Envolva o corpo em

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rotação com a mão direita, o polegar deve estar paralelo ao eixo de rotação e os outros dedos no sentido da

rotação. O polegar mostra o sentido do vetor velocidade angular.

A representação e visualização das grandezas angulares por vetores é mais complicada do que a

representação das grandezas lineares. No estudo das grandezas vetoriais lineares, por vária vezes consideramos

equações escalares quando o movimento era em uma determinada direção, nestes casos o sinal indicava o

sentido da grandeza. De maneira equivalente, quando tratamos de rotação em torno de um eixo fixo não temos

necessidade da representação vetorial (a direção dos vetores é a mesma do eixo de rotação), usamos apenas o

sinal para indicar se a rotação é no sentido anti-horário (positivo) ou horário (negativo).

Rotação com aceleração angular constante

No movimento de translação estudamos o caso especial de movimento com aceleração linear constante.

Nas rotações puras temos também o caso de movimento com aceleração angular constante, o qual pode ser

descrito por equações similares a do movimento de translação. Sendo θ a posição angular, ω a velocidade

angular e α a aceleração angular temos que:

ω = ω0 + α t

θ = θ0 + ω0 t + 1

2 α t2

ω2 = ω20 + 2 α Δθ

Exercícios:

1. Para um relógio analógico determine a velocidade angular: (a) do ponteiro dos segundos (b) do

ponteiro dos minutos (c) do ponteiro das horas. Dê as respostas em radianos por segundo.

a)

2/

60 30

b)

2/

60 30

c)

2/

12 60 60 10800

Rad st

Rad st

Rad st

= = =

= = =

= = =

2. A posição angular de um ponto em uma roda é dada por θ = 2 + 4t2 + 2t3, onde θ está em radianos

e t em segundos. Para este ponto determine:

a) A posição angular para t = 0.

b) A velocidade angular para t = 0.

c) A velocidade angular para t = 4s.

d) A aceleração angular para t = 2s.

( )

2 32 4 2

)

0 2

t t

a

t Rad

= + +

= =

( ) ( )

( )

2 3 2

2

)

0 2 4 2 8 6

0 8 0 6 0 0 /

b

d dt t t t t

dt dt

t Rad s

= = = + + = +

= = + =

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( )

( ) ( )

( )

2

2

2

)

4 8 4 6 4 128 /

)

2 8 6 8 12

2 8 12 2 32 /

c

t Rad s

d

d dt t t t

dt dt

t Rad s

= = + =

= = = + = +

= = + =

3. Um disco, inicialmente girando com uma velocidade angular de 120 rad/s, é freado com uma

aceleração angular constante de módulo igual a 4 rad/s2. (a) Quanto tempo este disco leva para

parar? (b) Qual o deslocamento angular deste disco durante este tempo?

)

0 120 4,0

30,0

o

a

t

t

t s

= +

= −

=

2

2

)

1

2

1120 30 4 30

2

1800

o o

b

t t

rad

= + +

= −

=

4. Um tambor gira em tordo do seu eixo central com uma velocidade angular de 12,6 rad/s. Se o

tambor é freado com uma desaceleração angular constante de 4,2 rad/s2, (a) quanto tempo o tambor

leva para parar? (b) Qual é o deslocamento angular do tambor até parar?

)

0 12,6 4,2

3,0

o

a

t

t

t s

= +

= −

=

2

2

)

1

2

1120 3 4,2 3

2

18,9

o o

b

t t

rad

= + +

= −

=

5. Uma roda executa 40 revoluções (voltas) enquanto desacelera a partir de uma velocidade angular

de 1,5 rad/s até parar. (a) Supondo que a aceleração angular é constante, determine esta aceleração.

(b) Qual o intervalo de tempo em que isso ocorre? (c) Quanto tempo é necessário para a roda

completar as 20 primeiras revoluções com a mesma desaceleração

2 2

2

3 2

)

2

0 1,5 2 40 2

4, 48 10 rad/s

o

a

x

= +

= −

=

3

)

1,5 0 4,48 10

334,8

o

b

t

x t

t s

= +

= +

=

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2

3 2

c)

1

2

120 2 1,5 4,48 10

2

98 s

o ot t

t x t

t

= + +

= −

=

Relação entre as grandezas lineares e angulares

Na rotação de um corpo rígido em torno de um eixo fixo, podemos considerar o corpo rígido composto

por várias partículas, as quais descrevem movimento circular em tordo deste eixo de rotação. No caso do corpo

rígido, todas as partículas completam uma volta no mesmo intervalo de tempo, ou seja, todas têm a mesma

velocidade angular. Por outro lado, quanto mais a partícula está afastada do eixo de rotação maior será a

circunferência que ela percorre para completar uma volta completa. Portanto, quanto mais afastada do eixo de

rotação maior será o valor de sua velocidade linear.

Podemos relacionar as grandezas lineares s, v e a, de um determinado ponto do corpo em rotação, ás

grandezas angulares θ, ω e α, por meio do raio (r) da circunferência descrita pela trajetória do ponto em torno

do eixo de rotação.

Relação da posição

Quando um ponto do corpo, a uma distância r do eixo de rotação, descreve um arco de circunferência de

comprimento s o mesmo ponto descreve um ângulo de rotação θ. A relação entre estas grandezas é

s = θ r (nesta relação o ângulo θ deve ser medido em radianos)

Relação da velocidade

Para a velocidade temos que

s r

ds dr v r

dt dt

=

= =

Nesta relação a velocidade angular ω deve expressa em radianos por unidade de tempo.

Nesta relação podemos verificar que como todos os pontos têm a mesma velocidade angular, os pontos

mais afastados do eixo de rotação têm um valor maior para a velocidade linear.

Relação da aceleração

Para o caso da aceleração devemos considerar duas componentes: a componente tangencial at (responsável

por variações no módulo da velocidade linear) e a componente radial ar (responsável por variações na direção

da velocidade linear).

at = α r (Nesta relação a aceleração angular α deve expressa em radianos por unidade de tempo ao quadrado)

ar = 𝑣2

r = ω2 r (para ângulos em radianos)

Exercícios:

6. Uma roda com um diâmetro de 1,2 m está girando com uma velocidade angular de 200 rev/min.

(a) Qual é a velocidade angular da roda em rad/s? (b) Qual é a velocidade linear de um ponto da

borda da roda? (c) Que aceleração tangencial constante (em revoluções por minuto ao quadrado)

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aumenta a velocidade angular da roda para 1000 rev/min em 60 s? (d) Quantas revoluções a roda

executa nestes 60 s.

)

10 2200 200

min 60 3

20,9 /

a

rev rev rad

s s

rad s

= = =

=

)

20,9 0,6

12,56 /

b

v r

v m s

= =

=

2

)

800

1

800 / min

c

t

rev

= = =

=

2 2

2 2 2 2

)

2

1000 200

2 2 800

600

o

o

d

rev

= +

− − = =

=

7. Uma nave espacial faz uma curva circular de 3220 km de raio a uma velocidade com valor

constante de 29000 km/h. Para esta nave determine o módulo (a) da velocidade angular, (b) da

aceleração radial, (c) da aceleração tangencial.

)

29000 /

3220

9 /

a

v km h

r km

rad h

= =

=

( )2

2 3 3

3

)

2,5 10 3220 10

2,5 10 /

r

r

b

r

rad s

= =

=

)

0 3220

0

t

t

c

r

= =

=

Energia Cinética de Rotação

No cálculo da energia cinética de um corpo rígido em rotação, podemos considerar o corpo formado por

um conjunto de partículas com diferentes velocidades lineares e somar a energia cinética destas partículas para

obter a energia cinética total do corpo. Este cálculo é mais simples se usarmos a velocidade angular (a

velocidade angular é a mesma para todas as partículas do corpo).

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06

A grandeza I = ∑ 𝑚𝑖 𝑟𝑖2 , dependa da forma como a massa está distribuída em relação ao eixo de rotação

e é chamado de momento de inércia do corpo em relação ao eixo de rotação. Em termos do momento de

inércia, a energia cinética é

k = 1

2 I ω2 (a velocidade angular ω deve expressa em radianos por unidade de tempo)

Portanto, a energia cinética de rotação envolve não apenas a massa do corpo, mas também a forma como

esta massa está distribuída em relação ao eixo de rotação. Quanto maior for o momento de inércia de um corpo,

mais difícil se torna fazer ele girar a partir do repouso e mais difícil se torna fazer ele parar quando estiver

girando.

Cálculo do Momento de Inércia

Foi colocado anteriormente que o momento de inércia de um corpo em rotação envolve não apenas sua

massa, mas também a forma como esta massa está distribuída em relação ao eixo de rotação. Para um número

pequeno de partículas podemos calcular o momento de inércia usando a equação I = ∑ 𝑚𝑖 𝑟𝑖2 , mas quando

tivermos uma distribuição contínua de massa devemos realizar o cálculo por meio de um integral

I = ∫ 𝑟2 𝑑𝑚

Onde r é a distância radial do eixo de rotação até o elemento de massa dm.

Exercício:

8. Determine o momento de inércia de uma roda que tem uma energia cinética de rotação de 24400J

quando gira a 602 rev/min.

( )

2

2

2

1 2

2

2 2440012,3

63 /

KK I I

I I Jrad s

= =

= =

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07

Aplicações para o cálculo do momento de inércia

Massa discreta

Para um corpo de massa m, cujo centro de massa está posicionado a uma distância fixa R de um ponto fixo em

torno do qual este objeto pode executar um movimento circular, conforme mostra a figura 01.

Figura 01: representação de um corpo a uma distância R de seu eixo de rotação

se forem duas massas teremos:

se forem mais de uma massa podemos generalizar para

exemplo com 3 corpos de massas igual a 1,o kg.

Distribuição contínua de massa

Vara fina ( distribuição linear de massas)

I = r 2m

I = r1

2m1+ r

2

2m2

I = ri

2mi

i=1

N

å

I = ri

2mi

i=1

N

å

I = r1

2m1+ r

2

2m2+ r

3

2m3

I = 0 2.1+12.1+ 22.1

I = 5kg.m2

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com isso podemos escrever

disco fino ( distribuição superficial de massas)

dm= ldx

dm0

M

ò = l dx0

L

ò Þ M = lL

l =M

L

I = r 2 dm=ò x2 dm= x2l dx0

L

òò = l x2 dx0

L

ò

I == lx3

30

L

= lL3

3=

M

L

L3

3

I =1

3ML2

dm= s da = s rdrdq

dm0

M

ò = s r dr0

R

ò dq0

2r

ò Þ M = sR2

22p

s =M

p R2

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esfera (distribuição volumétrica)

Revisão de uma integral necessária

vamos escrever o elemento de volume em coordenadas esféricas

integrando teremos

I = r 2 dm=ò r 2s r dr dq = s r 3 dr0

R

òò dq0

2p

ò

I = sr 4

40

R

q0

2p

= sR4

42p

I =M

p R2

R4

42p Þ I =

1

2MR2

sen3q dq0

p

ò = sen2qsenq dq0

p

ò = 1- cos2q( )senq dq0

p

ò

u = cosq Þ du = -senqdq Þ -du = senqdq

1- u2( ) -du( ) = - 1- u2( )du = - duò + u2 duòòò =

= -u+u3

3= -cosq +

cos3q

3

é

ëê

ù

ûú

0

p

=

= -cosp + cos0 +cos3 p

3-

cos3 0

3

é

ëê

ù

ûú = 1+1-

1

3-

1

3

é

ëê

ù

ûú =

4

3

sen3q dq0

p

ò =4

3

dV = r 2drsenjdjdq

dV0

V

ò = r 2 dr0

R

ò senj dj0

p

ò dq0

2p

ò

V =R3

3-cosj( )

0

p

2p =4

3p R3

dm= rdV Þ dm0

M

ò = r dV0

V

ò Þ M = rV

M = r4

3p R3 Þ r =

3M

4p R3

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010

Teorema dos Eixos Paralelos

Não se deve falar em momento de inércia de um corpo sem especificar o eixo de rotação, para cada eixo

de rotação temos um momento de inércia. Podemos simplificar o cálculo do momento de inércia usando o

teorema dos eixos paralelos, o qual relaciona o momento de inércia em torno de um eixo que passa pelo centro

de massa do corpo com o momento de inércia em relação a um segundo eixo paralelo ao primeiro. Sendo: ICM

o momento de inércia em relação a um eixo que passa pelo centro de massa de um corpo de massa M, I o

momento de inércia em relação a um eixo paralelo ao eixo que passa pelo centro de massa, h a distância entre

os dois eixos paralelos, temos que

I = ICM + Md2

Vamos usar o teorema dos eixos paralelos e calcular o momento de inércia de uma barra fina novamente, com

um eixo passando pelo centro da barra.

Iextremidade

=1

3ML2

I = r 2 dmò

ICM

= x2l dx- L/2

L/2

ò = lx3

3- L/2

L/2

=l

3

L3

8+

L3

8

æ

èç

ö

ø÷ =

1

12lL3

ICM

=M

L

1

12L3 Þ I

CM=

1

12ML2

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011

Como havíamos calculado anteriormente.

O uso do teorema dos eixos paralelos se justifica pelo fato de termos tabelados alguns momentos de inércia.

Exercício:

9. Dois cilindros uniformes, ambos girando em torno do eixo central (longitudinal) com uma

velocidade angular de 235 rad/s, têm a mesma massa de 1,25 kg e raios diferentes. Determine a

energia cinética de rotação (a) do cilindro menor, de raio 0,25 m, e (b) do cilindro maior, de raio

075 m.

2 2 2

2 2

3

1 1 1

2 2 2

11,25 0,25 235

4

1,07 10

K I MR

K

K J

= =

=

=

2 2 2

2 2

3

1 1 1

2 2 2

11,25 0,75 235

4

9,71 10

K I MR

K

K J

= =

=

=

I = ICM

+ Md2

I =1

12ML2 + M

L

2

æ

èçö

ø÷

2

=1

12ML2 +

1

4ML2

I =1

3ML2

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012

Segunda lei de Newton para rotações

Uma força resultante gera uma aceleração num corpo de massa m (Fres = ma). Por analogia podemos

afirmar que um torque resultante gera uma aceleração angular num corpo rígido. Substituindo a força resultante

Fres pelo torque resultante τres, a massa m pelo momento de inércia I e a aceleração a pela aceleração angular α

teremos a segunda lei de Newton para rotações

τres = I α

Exercícios:

10. Em um salto de trampolim, a velocidade angular de uma mergulhadora em relação a um eixo de

rotação que passa pelo seu centro de massa varia de zero a 6,2 rad/s em 0,22s. Seu momento de

inércia em relação ao mesmo eixo é de 12 kg. m2. Durante o salto, quais são os módulos (a) da

aceleração angular média da mergulhadora e (b) do torque externo médio exercido pelo trampolim

sobre a mergulhadora?

2

)

6,2

0,22

28,2 /

a

t

rad s

= =

=

)

12 28,2

338,4

b

I

N m

= =

=

11. Um torque resultante de 32 N.m exercido sobre uma roda produz uma aceleração angular de 25

rad/s2. Determine o momento de inércia da roda.

2

32

25

1, 28

I

I

I Kg m

=

= =

=

Trabalho e energia cinética de rotação

Por analogia com o movimento de rotação podemos encontrar a equação usada para determinar o trabalho

realizado por um torque em torno de um eixo fixo

Onde τ é o torque responsável pelo trabalho W ao girar o corpo da posição angular θi até θf.

O teorema do trabalho e energia cinética usado para corpos em rotação é

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013

Exercícios:

12. Uma roda de 32 kg, considerada como um aro fino de 1,2 m de raio, está girando em torno do seu

eixo central a 280 rev/min. Ela precisa ser parada em 15 s. (a) Qual é o trabalho necessário para

fazê-la parar? (b) Qual é o valor da potência media necessária? Respostas: a) - 19,8 kJ; b) 1,32

kW.

2 2

0

2 2 2

2 2

3

)

1 1

2 2

1 1

2 2

132 1,2 29,31

2

19,8 10

f i

i i

a

W I I

W I MR

W

W J

=

= −

= − = −

= −

= −

3

)

19,8 10

15

1,32

b

WP

t

P kW

= =

=

13. O virabrequim de um automóvel transfere energia do motor para o eixo a uma potência de 100 hp

(74,6 kW) quando gira a 1800 rev/min. Determine o torque exercido pelo virabrequim.

74,6

60

396

P k

N m

= =

14. Uma barra fina de um metro de comprimento é mantida verticalmente com uma das extremidades

apoiadas no solo e depois liberada. Desprezando a resistência do ar determine a velocidade da

outra extremidade pouco antes de tocar o solo, suponha que a extremidade de apoio não escorrega.

(sugestão: use a lei de conservação de energia). Resposta: 5,42 m/s.

2 2

0(Repouso)

2 2

2 2

2

1

2

1 1

2 3

1 1

2 2 3

3 3 3 9,8

1,0

5,42 /

f i

f

gravitacional

f

f f

f

W I

F d ML

LMg ML

g g

L L

rad s

=

= −

=

=

= = =

=

W = DK = Kf- K

i

W =1

2Iw

f

2 -1

2Iw

i

2

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014

O estudo do rolamento como uma combinação de translação e rotação

Quando um carro está em movimento, cada ponto de suas rodas executa movimentos bem complicados.

Porém o estudo do movimento de rolamento de uma roda, ou de um objeto que se comporta como uma roda,

será simplificado tratando-o como uma combinação de translação do centro de massa e rotação do resto do

objeto em torno do centro de massa. Estamos considerando objetos que rolam suavemente (sem escorregar e

sem quicar) em uma superfície.

No caso de uma roda de raio R rolando suavemente temos que

vCM = ω R

Onde vCM é a velocidade do centro de massa da roda e ω é a velocidade angular da roda em torno de seu centro.

A energia cinética de um corpo em rolamento é composta por duas partes: uma parte (1

2 I ω2 ) é associada

à rotação em torno do centro de massa e a outra (1

2 M 𝑣𝐶𝑀

2 ) é associada à translação do centro de massa,

portanto a energia cinética de um corpo em rolamento é

K = 1

2 I ω2 +

1

2 M 𝑣𝐶𝑀

2

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015

Exercícios:

15. Um aro de 140 kg rola em um piso horizontal de tal forma que seu centro de massa tem uma

velocidade de 0,15 m/s. Determine o trabalho necessário para fazê-lo parar. Resposta: - 3,15 J.

( )

2 2

2

2 2

2 2

1 1

2 2

1 1

2 2

140 0,15

3,15

como

0 3,15

3,15

CM

CMCM

CM

K I Mv

vK MR Mv

R

K Mv

K J

W K

W

W J

= +

= +

= =

=

=

= −

= −

Momento Angular

No estudo do movimento de translação vimos o conceito de momento linear (ou quantidade de movimento

linear) 𝑝 = m �⃗� e a lei de conservação desta grandeza. No movimento de rotação temos uma grandeza

equivalente, o momento angular (ou quantidade de movimento angular) 𝑙.

O momento angular é a quantidade de movimento associado a um objeto em movimento de rotação de uma

partícula em relação a uma origem O é uma grandeza vetorial 𝑙 definida por

𝑙 = 𝑟 × 𝑝 = m (𝑟 × �⃗�)

Onde 𝑟 é o vetor posição da partícula em relação à origem O.

Segunda lei de Newton para rotações

Vimos que a segunda lei de Newton para uma partícula pode ser escrita na forma

�⃗�res = d�⃗�

𝑑𝑡

Por analogia, podemos escrever esta lei para o movimento de rotação como: O torque resultante que age

sobre uma partícula é igual à taxa de variação, em relação ao tempo, do momento angular desta partícula.

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016

𝜏res = d𝑙

𝑑𝑡

Para um sistema de partículas temos que: O torque externo resultante 𝜏res que age sobre um sistema de

partículas é igual à taxa de variação, em relação ao tempo, do momento angular total �⃗⃗� do sistema.

𝜏res = d�⃗⃗�

𝑑𝑡

O momento angular total �⃗⃗� do sistema em relação a uma origem é dado pela soma vetorial dos momentos

angulares 𝑙 de cada partícula do sistema.

Conservação do Momento Angular

Se o torque resultante que age sobre um sistema for nulo, o momento angular deste sistema se conserva

independente das mudanças que ocorrem dentro deste sistema. Devemos observar que a lei da conservação do

Momento linear pode ser tratada em cada eixo separadamente, ou seja, se o torque externo resultante for nulo

em uma determinada direção, o Momento Angular se conserva naquela direção.

Para um corpo rígido girando com uma velocidade angular ω em torno de um eixo fixo, o momento angular

em relação a este eixo pode ser dado por

L = I ω

Onde I é o momento de inércia em relação a este eixo fixo.

Para este corpo rígido, a lei da conservação da quantidade de movimento pode ser escrita como

Ii ωi = If ωf

Observe que se houver uma redistribuição da massa do corpo de tal maneira que ocorra mudança no

momento de inércia em relação ao eixo de rotação, teremos alteração na velocidade angular para que o

momento angular permaneça constante. Este recurso pode ser usado nos saltos de trampolim e no movimento

de rotação dos patinadores e bailarinos.

Exercícios:

16. Em um certo instante, a força �⃗� = (4 N ) 𝑗̂ age sobre um objeto de 0,25 kg de massa cujo vetor

posição é 𝑟 = (2 m ) 𝑖 ̂- (2 m ) �̂� e cujo vetor velocidade é �⃗� = - (5 m/s ) 𝑖 ̂+ (5 m/s ) �̂�. Em relação

à origem e em termos dos vetores unitários, determine: (a) O momento angular do objeto. (b) O

torque que age sobre o objeto.

( )

( )

a)

ˆˆ ˆ ˆ ˆ

ˆ ˆ0,25 2 0 2 2 0 0,25 10 10

5 0 5 5 0

0

l r p m r v

i j k i j

l j j

l

= =

= − = −

− −

=

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017

( )

( )

)

ˆˆ ˆ ˆ ˆ

ˆ ˆ2 0 2 2 0 8 8

0 4 0 0 4

ˆˆ8 8

b

r F

i j k i j

k i

i k N m

=

= − = +

= +

17. Uma partícula de 3 kg com uma velocidade �⃗� = (5 m/s ) 𝑖 ̂- (6 m/s ) 𝑗̂ está em x = 3m e y = 8m.

Ela é puxada por uma força de 7 N no sentido negativo do eixo x. Em relação à origem determine:

(a) O momento angular da partícula. (b) o torque que age sobre a partícula..

( )

( )

( ) 2

a)

ˆˆ ˆ ˆ ˆ

ˆ ˆ3 3 8 0 3 8 3 18 40

5 6 0 5 6

ˆ174 /

l r p m r v

i j k i j

l k k

l k kgm s

= =

= = − −

= −

( )

( )

)

ˆˆ ˆ ˆ ˆ

ˆ3 8 0 3 8 56

7 0 0 7 0

ˆ56

b

r F

i j k i j

k

k N m

=

= =

− −

=

18. O momento angular de um volante com um momento de inércia de 0,14 kg.m2 em relação ao eixo

central diminui de 3 kg.m2/s para 0,8 kg.m2/s em 1,5s. (a) Qual é o módulo do torque médio em

relação ao eixo central que age sobre o volante durante esse período? (b) Supondo uma aceleração

angular constante, de que ângulo o volante gira? (c) Qual é o trabalho realizado sobre o volante?

(d) Qual é a potência média do volante?

)

0,8 31,47

1,5

a

lN m

t

−= = = −

( )

2

2

2

2

)

1

2

11 2

2

13 1,5 1,45 1,5

2

0,140

20,4

o

o

b

t t

l

I I

lt tl

t tI I I

rad

= +

= =

+

= + =

+ −

=

=

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018

)

1,47 20,4 29,9

c

W J= = =

)

29,919,9

1,5

d

WP P W

t= = =

19. Uma pessoa está em pé sobre uma plataforma que gira (sem atrito) com uma velocidade angular

de 1,2 rev/s, seus braços estão abertos e ela segura um tijolo em cada mão. O momento de inércia

do sistema formado pela pessoa, os tijolos e a plataforma em relação ao eixo vertical central da

plataforma é de 60 kg. m2. Se ao mover os braços, a pessoa reduz o momento de inércia do sistema

para 2 kg. m2, determine: (a) A nova velocidade angular da plataforma. (b) A razão entre a nova

energia cinética do sistema e a energia cinética inicial.

)

60 1,5 2

3,6 /

i i f f

f

f

a

I I

rev s

=

=

=

)

1 1

2 2

12 3,62

1 6 1,2

2

3,0

i i i f f f

f ff

ii i

f

i

b

K I K I

IK

KI

K

K

= =

= =

=

20. Uma roda está girando livremente com uma velocidade angular de 800 rev/min em torno de um

eixo cujo momento de inércia é desprezível. Uma segunda roda, inicialmente em repouso e com

um momento de inércia duas vezes maior que a primeira, é acoplada à mesma haste. (a) Qual é a

velocidade angular da combinação resultante do eixo e das duas rodas? (b) Que fração da energia

cinética de rotação inicial é perdida? Respostas: a) 267 rev/min; b) 0,667.

( )

( )

( )

1 1 1 2

1 1 1 1

1 11

1

)

2

1

1 2 3

800/

3

i i f f

f

f

f

f

a

I I

I I I

I I I

I

I

rev s

=

= +

= +

= =+

=

( )

( )

( )

1 1 1 2

1 1 1 1

1 11

1

b)

2

1

1 2 3

800/

3

i i f f

f

f

f

f

K I

I I I

I I I

I

I

rev s

=

= +

= +

= =+

=

( )

( )( )

2

1 1

2

1 2

2

1 11 1

1

2

1 1

1

2

1

2

12

2 1 2

1

6

i

f f

f

f

K I

K I I

IK I I

I

K I

=

= +

= +

+

=

2

1 1

2

1 1

perda:

1

61 1 0,6671

2

i f f

i i

IK K K

K KI

−= − = − =

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019

21. Um disco de vinil horizontal de massa 0,1 kg e raio 0,1m gira livremente em torno de um eixo

vertical que passa pelo centro com uma velocidade angular de 4,7 rad/s. O momento de inércia do

disco em relação ao eixo de rotação é 5 × 10 - 4 kg.m2. Um pedaço de massa de modelar de massa

0,02 kg cai verticalmente e gruda na borda do disco. Determine a velocidade angular do disco

imediatamente após a massa cair.

2

4

2 4 2

5 10 4,7

5 10 0,02 0,1

3,36 /

i i i

f i

i f

i i f f

i if

i

f

l I

l l MR

l l

I I

I

I MR

rad s

=

= +

=

=

= =

+ +

=

Torque de uma força ( )

Torque de uma força é uma grandeza vetorial relacionado à rotação (ou tendência de rotação)

causada pela força. A tendência de uma força a causar rotação depende da linha ao longo da qual ela

atua, e também de sua intensidade. Para abrir uma porta, a força será mais eficiente quando aplicada

mais longe da dobradiça.

Na figura temos a representação de uma seção reta de um corpo que pode girar em torno de

um eixo que passa pelo ponto O (o eixo é perpendicular à seção reta). O torque ( ) em relação ao

eixo fixo que passa pelo ponto O, causado pela força F que atua na posição 𝑟 em relação ao ponto

O, é definido por:

. .r F F r sen = =

O módulo do torque de uma força em relação a um eixo que passa pelo ponto O, pode ser

calculado por

o d

r

F

Linha de ação da força

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020

.F d =

onde: d (distância perpendicular de O até a linha de ação da força) é o braço de alavanca da força F

.

Observação:

O torque de uma força em relação a um eixo que passa por um determinado ponto é uma

grandeza vetorial. A direção e sentido do torque podem ser determinados pelas regras do produto

vetorial entre dois vetores, Mas quando utilizarmos somente forças coplanares, a direção será a

mesma para todos os torques causados por cada uma das forças e neste caso não temos necessidade

de usar a notação vetorial, pois estaremos lidando com vetores de mesma direção. Portanto, como a

direção já fica definida, basta o uso de sinais para indicar os sentidos. Neste caso o torque resultante

de um sistema de forças coplanares, em relação a um eixo fixo, pode ser obtido pela soma algébrica

dos torques de cada uma das forças, em relação ao eixo. O sinal desta soma indicará o sentido do

torque resultante.

Na prática é comum visualizarmos o efeito de rotação que cada uma das forças em separado

tende a exercer sobre o corpo e adotarmos uma convenção de sinais para os sentidos dos torques.

− Quando a força F tende a girar o corpo no sentido anti-horário o torque é considerado positivo.

− Quando a força F tende a girar o corpo no sentido horário, o torque é considerado negativo.

CONDIÇÕES DE EQUILÍBRIO

Centro de massa

Centro de massa de um corpo é o ponto geométrico no qual se pode considerar concentrada

toda a massa do corpo (ou sistema) em estudo.

Centro de gravidade

Centro de gravidade de um corpo é o ponto onde podemos considerar aplicado o seu peso.

Observação:

Quando a aceleração da gravidade é constante em todos os pontos de um sistema, o seu centro

de gravidade coincide com o centro de massa.

Primeira condição de equilíbrio

Quando um corpo está em equilíbrio a soma vetorial, ou resultante, de todas as forças que

atuam sobre ele tem de ser zero. Assim, para um corpo em equilíbrio, temos que:

0 0, 0 0x y zF F F e F= = = =

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021

Segunda condição de equilíbrio A Segunda condição de equilíbrio de um corpo rígido corresponde à ausência de qualquer tendência à rotação:

A soma dos torques de todas as forças que atuam sobre um corpo, calculadas em relação a um eixo fixo, tem que ser

zero.

Exercícios:

22. Determine o momento resultante das forças coplanares, dadas na abaixo, em relação ao

ponto A. Dados: F1 = 30N; F2=15N, F3=20N

1 2 3 32. 4. 7 sen60º 0. cos60º

2.30 4.15 7.20.sen60º 121,25 .

A

A

F F F F

N m

= − − +

= = − − = −

23. Uma barra homogênea de 100N de peso é colocada sobre os apoios A e B, conforme mostra a figura abaixo.

Sendo de 200N o peso do corpo C, determine as intensidade das reações dos apoios A e B contra a barra

em equilíbrio.

200

100

?, ?

0

c

b

A B

A

P N

P N

n n

=

=

= =

=

30 50. 70. 0

30.100 50.200 70. 0 185,71

0

0 100 200 185,71 0

114,29

b c B

B B

y

A B c B A

A

P P n

n n N

F

n P P n n

n N

− − + =

− − + = =

=

− − + = − − + =

=

24. Sendo r = xi + yj + zk e F = Fxi + FyJ + FzK, mostre que o torque = r x F é dado por:

= (yFz – zFy)i + (zFx – xFz)j + (xFy – yFx)k

C

20 cm 50 cm 20 cm 10 cm

A B

60º

3 m 2 m 2m

1F2F

3F

A

30 cm

BPCP BA

20 cm 50 cm 20 cm 10 cm

CAn Bn

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022

Usando o cálculo de um determinante

ˆˆ ˆ ˆ ˆ

x y z x y

i j k i j

x y z x y

F F F F F

ˆ ˆˆ ˆ ˆ ˆ

ˆˆ ˆ( ) ( ) ( )

z x y x y z

z y x z y x

r F yF i zF j xF k yF k zF i xF j

yF zF i zF xF j xF yF k

= = + + − − −

= − + − + −

25. Qual é torque em torno da origem exercido sobre um grão de areia situado nas coordenadas

(3,0 m; - 2,0m; 4,0m) devido (a) á força F1 = (3,0 N)i – (4,0 N)j + (5,0 N)k, (b) á força F2

= (-3,0 N)i – (4,0 N)j – (5,0N)k e (c) à resultante de F1 e F2?

ˆ ˆˆ ˆ ˆ ˆ(3 2 4 ) , (3 4 5 )r i j k m F i j k N= − + = − +

a)

ˆˆ ˆ ˆ ˆ

ˆ ˆˆ ˆ ˆ ˆ3 2 4 3 2 10 12 12 15 16 6

3 4 5 3 4

ˆˆ ˆ(6 3 6 ) .

i j k i j

i j k j i k

i j k N m

− − = − + − − + +

− −

= − −

b) e c) → semelhantes ao item a.

26. Uma placa quadrada uniforme, de 50,0 kg e tendo 2,00 m de lado, está pedurada em uma

haste de 3,00 m de comprimento e massa desprezível. Um cabo está preso à extremidade

da haste e a um ponto na parede situado 4,00 m acima do ponto onde a haste é fixada à

parede, conforme mostra a figura. (a) qual é a tensão no cabo? Quais são (b) a componente

horizontal e (c) a componente vertical da força exercida pela parede sobre a haste?

50

453º

3

pm kg

tg

=

= =

a)

vF T

hF

53º

1m2m

.pm g

A

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023

0

2. . 3. sen53º 0. cos53º 0

2.50.9,8 3. 53º 0

409

A

pm g T T

T sen

T N

=

− + + =

− + =

=

b)

0

cos53º 0 409.cos53º 0 246,14

x

h h h

F

F T F F

=

− = − = =

c)

0

53º 0 50.9,8 409. 53º 163,36

y

v p v v

F

F m g T sen F sen F

=

− + = = − =

27. As forças F1, F2, e F3 atuam sobre a estrutura da figura abaixo, a qual mostra um vista

superior. Deseja-se colocar a estrutura em equilíbrio, aplicando uma força, num ponto P,

cujas componentes vetoriais são Fh e Fv. É dado que a=2,0m, b = 3,0m, c=1,0m, F1 = 20N,

F2 = 10N e F3 = 5,0N. Encontre (a) Fh, (b) Fv e (c) d.

1 2 320 , 10 , 5F N F N F N= = =

a)

3

0

0 5

x

h h

F

F F F N

=

− = =

b)

1 2

0

0 20 10 30

y

v v v

F

F F F F F N

=

− − = = + =

c)

0

1 2 3

0

0. . 0. 3 2. 0

.30 3.10 2.5 0 1,33

v hF d F F F F

d d m

=

+ + − − =

− − = =

28. Uma extremidade de uma viga uniforme pesando 222,4 N e tendo 0,914 m de comprimento è

presa parede por meio de uma dobradiça. A outra extremidade é sustentada por um fio conforme

1F 2F3m 2m

P

vFhFd0

1m

y

x

3F

2m

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024

representado na figura. (a) encontre a tensão no fio. Quais são as componentes (b) horizontal e

(c) vertical da força exercida pela dobradiça?

222,4 0,914vP N L m= =

a)

2 2

0

0. 0. sen60º. sen60º. cos60º. 02

sen 60º. sen 60º. cos30º cos60º. cos60º 0

2

sen 60º.222,4 ( 60º cos 60º ) 0

2

192,6

A

v n v y x

v

LF F P L T L T

P T T

T sen

T N

=

+ − + − =

− + − =

− + − =

=

b)

0

sen30º 0 192,6.sen30º 96,3

x

h h h

F

F T F F N

=

− = = =

c)

0

cos30º 0 222,4 192,6.cos30º 55,6

y

v v v v

F

F P T F F N

=

− + = = − =

29. Sistema da figura abaixo está em equilíbrio. 225 kg de massa pendem da extremidade de um

suporte que, por sua vez, tem massa de 45,0 kg. Encontre (a) tensão T no cabo e as componentes

(b) horizontal e (c) vertical da força exercida sobre o suporte pela dobradiça.

30º

vFhF

60º

vP

sen60º2

L

30º30º

TA

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025

225

45v

m kg

m kg

=

=

a)

0

0. 0 cos 45º. cos 45º. cos 45º. sen45º. 02

cos 45ºcos 45º cos 45º. 30º 45º. cos30º 0

2

45.9,8 225.9,8 ( 30º cos30º ) 0 6555,4

2

A

v h v y x

v

LF F m g L mg L T L T

m g mg Tsen sen T

T sen T N

=

+ − − − + =

− − − + =

− − + − + = =

b)

0 cos30º 0 6626,59.cos30º

5677,1

x h h

h

F F T F

F N

= − = =

=

c)

0 30º 0

45.9,8 225.9,8 6626,59. 30º

5923,7

y v v

v

v

F F m g mg Tsen

F sen

F N

= − − − =

= + +

=

30. Na figura abaixo, uma barra horizontal fina AB, de massa desprezível e comprimento L,

é presa a uma dobradiça em um parede vertical no ponto A e é sustentada, em B, por um

fio BC, fino que faz um ângulo com a horizontal. Um peso P pode ser movido para

qualquer posição ao longo da barra, sendo sua posição definida pela distância x desde a

parede até o seu centro de massa. Encontre (a) tensão no fio e as componentes (b)

horizontal e (c) vertical da força exercida sobre a barra pelo pino em A, como função da

distância x.

a)

0

0. 0. 0. cos . sen 0

.

A

v nF F xP T LT

x PT

L sen

=

+ − + + =

=

30º 45º

vF

hF

mg

vm gsen45ºL

30º

T

Lcos 45º

T

vF

x

hF

P

L

A

Page 26: NOTA DE AULA I - professor.pucgoias.edu.brprofessor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/6741... · Uma roda executa 40 revoluções (voltas) enquanto desacelera a partir

026

b)

0

. .cos cos .cos

.sen .

x

h h

F

x P x PF T F T

L L tg

=

− = = =

c)

0

sen 0

.sen .sen 1

.sen

y

v

v v

F

F P T

x P xF P T P F P

L L

=

− + =

= − = − = −