nosso campus #8 - fevereiro 2014

8
Informativo mensal do Câmpus Salvador Fev 2014 Ano 2 N° 8 Os elementos mestiços das festividades baianas Baía de Todos-os-Santos é tema de projeto Regimento do câmpus e sua organização em foco FOTOS: TURISMO BAHIA / CC BY NC SA 2.0

Upload: ifba

Post on 09-Mar-2016

216 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

Informativo mensal do IFBA Câmpus Salvador

TRANSCRIPT

Page 1: Nosso Campus #8 - Fevereiro 2014

Informativo mensal do Câmpus SalvadorFev 2014 Ano 2 N° 8

Os elementos mestiços dasfestividades baianas

Baía de Todos-os-Santosé tema de projeto

Regimento do câmpus e sua organização em foco

FOTO

S: T

URIS

MO

BAHI

A / C

C BY

NC

SA 2

.0

Page 2: Nosso Campus #8 - Fevereiro 2014

2 NOSSO Fevereiro 2014

Com a palavra...

Reitora Aurina Santana, Diretor Geral do Câmpus Salvador Albertino Nascimento, Coordenadora de Comunicação Social Andréa Costa-- DRT BA 1962, Jornalista Responsável Verusa Pinho - DRT BA 3546, Reportagem Gabriela Cirqueira e Verusa Pinho, Projeto Gráfico Gustavo Pontas, Diagramação Felippe Moura e Lilian Caldas, Revisão Andréa Costa, Apoio Administrativo Valdinice Alcântara, Impressão Grasb | Periodicidade Mensal, Tiragem 1.000 exemplares, Circulação Câmpus Salvador e Reitoria | Endereço Rua Emídio dos Santos, s/n, Barbalho - Salvador/BA, CEP: 40301-015 | Telefone (71) 2102-9509 | Facebook IFBA_Salvador_Oficial | Site www.ifba.edu.br | Email [email protected]

Será que vale a pena?Todos os anos é realizada a

tão esperada e famosa prova do Enem [Exame Nacional do Ensino Médio], através da qual os estu-dantes do país tentam conseguir uma vaga nas universidades pú-blicas e/ou privadas (estas pelo Programa Universidade para Todos - ProUni) distribuídas pelo Brasil. No IFBA, muitos estudantes fa-zem esse exame e, simplesmen-te, quando são convocados, saem do seu curso profissionalizante sem concluí-lo, na sua maioria, ainda no 3º ano.

Em janeiro, saiu o resulta-do da primeira chamada do Sisu [Sistema de Seleção Unificada], es-trutura que o Ministério da Edu-cação (MEC) desenvolveu para possibilitar a entrada de estu-dantes nas instituições de ensino superior que aderirem à nota do Enem como forma de ingresso. Foi uma enxurrada de estudantes do Câmpus Salvador postando em suas redes sociais que con-seguiram obter uma vaga. Mas, no entanto, alguns deles, que ainda obtiveram o certificado de conclusão do ensino médio pelo Enem, teriam que cursar, pelo menos, mais um ano para finali-zarem o ensino técnico. Muitos

tentam conciliar as duas coisas e, quem não consegue, prefere op-tar pelo ensino superior.

Segundo o MEC, cada estu-dante da Rede Federal de Edu-cação Profissional, Científica e Tecnológica, da qual pertencemos, custa em torno de R$ 4.395,35 por ano. Um alto investimento,

apresenta todas as vantagens de trabalhar pelo menos um tem-po como técnico, que, segundo eles, é uma profissão de grande demanda no Brasil e com salários maiores que os de um engenhei-ro recém-formado.

No plano atual, precisamos de um ensino superior para ter melhores salários, o que nem sempre se justifica na prática. Não sabemos a origem desse pensamento e por que ele é apli-cado. Em alguns países do mun-do, esse raciocínio é bem diferen-te: um advogado recebe quase a mesma remuneração que uma empregada doméstica, tornando a desigualdade social cada vez menor.

Mas a pergunta que não quer calar é: será que vale a pena abandonar o seu curso técnico em busca de uma formação supe-rior? A resposta deve ser bastante analisada, já que existem diver-sos fatores, desde o gosto pelo curso até uma perspectiva de vida profissional com a formação escolhida.

Queice Jones BragaEstudante do 4º ano de mecânica

e membro do grêmio

em comparação às outras insti-tuições públicas, o qual, natural-mente, deveria dar um retorno aos cidadãos, que pagam seus impostos, para financiar a nossa estada nesse “paraíso”.

Anualmente, a Petrobras ministra palestras de conscien-tização dos discentes, nas quais

“Mas a pergunta que não quer calar é: será que vale a pena abandonar o seu curso técnico em busca de uma formação superior?”

Envie o seu artigo, de 30 a 40 linhas, ou sugestão de pauta para [email protected], com nome completo, curso ou setor, além de contatos telefônicos. Serão desconsideradas as produções de caráter político-partidário e/ou religioso, bem como conteúdos preconceituosos e depreciativos a grupos e/ou pessoas.

Page 3: Nosso Campus #8 - Fevereiro 2014

NOSSO Fevereiro 2014 3

EcoAtitude

NOSSO Fevereiro 2014 3

O grande mar

Há os que defendem o nome Kirimurê; outros esco-lhem Paraguaçu para se referir ao grande mar da Baía de Todos-os-Santos (BTS), segundo os Tupinambá. Divergên-cias à parte, a maior baía do país tem sido objeto de estudo há anos. De Salvador à Ponta dos Garcês, no município de Jaguaripe, a BTS se estende por mais de 1.000 km2. A fim de preservar as áreas ambientais de uma das mais impor-tantes baías na formação de ecossistemas e biodiversidade, um grupo formado por professores do Câmpus Salvador do IFBA e profissionais de diferentes instituições realiza, desde 2008, ações diversificadas em prol de um dos mais belos pa-trimônios ambientais e históricos da Bahia.

Oceanógrafos, químicos, biólogos, antropólogos, en-genheiros de pesca, pesquisadores das letras, de nutrição e de outros campos afins desenvolvem, atualmente, 14 pro-jetos, que integram a Rede Baías da Bahia. Nesta etapa, as diferentes ações são coordenadas por gestores, articulados em torno do tema comum “As Baías da Bahia”, em especial a BTS, nas localidades de São Francisco do Conde, Baía do Iguape, Ilha de Maré e Ilha de Itaparica.

Segundo a professora de química e integrante do gru-po Núbia Ribeiro, que apoia a coordenação geral da Rede, a iniciativa tem por objetivo integrar diversas ciências no es-tudo sobre as baías do estado. Afastada temporariamente do IFBA, a docente exerce o cargo de diretora da Universi-dade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasi-leira (Unilab), em São Francisco do Conde, uma das regiões beneficiadas com as pesquisas. “O projeto visa contribuir, de modo multidisciplinar, para a gestão sustentável da BTS e a qualidade da população em seu entorno, a partir da siste-matização, articulação, produção e disseminação de conhe-cimentos sobre o seu ambiente físico.” Participam da Rede, também, os professores do Câmpus Salvador Armando Tanimoto, Edite Luzia Vasconcelos, Joseína Tavares, Maria da Conceição Araújo e Marijane Oliveira.

Dentre as principais atividades desenvolvidas, está o “Estudo Multidisciplinar da Baía de Todos-os-Santos”, com foco na formação de recursos humanos, do ensino funda-mental à pós-graduação. Além de uma nova coleção de cartilhas, elaboradas com a colaboração de estudantes de nível superior e distribuídas para alunos do ensino médio

da rede estadual de educação, os trabalhos já resultaram na criação de uma especialização técnica em Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS) - ofertada em 2010 e 2011 no Câmpus Salvador do IFBA - e no lançamento de livro so-bre o tema, como fruto das produções do curso. Também foi executado um projeto de fotografia com jovens da Ilha de Maré, em 2012, intitulado “Meu lugar vê o mundo”, em parceria com a Produtora Baluart e a Petrobras.

Em Itaparica, Salvador e Feira de Santana, a Rede Baías da Bahia promove seminários semestrais, além da “Semana Kirimurê”, evento anual, com oficinas, seminários e pales-tras sobre as características ambientais e socioeconômicas da Baía de Todos-os-Santos. Na opinião de Núbia Ribeiro, ações como a “Semana Kirimurê” são relevantes para o patrimônio histórico, cultural e ambiental de toda a Bahia. “Nosso intuito é apresentar os dados de pesquisas aos atores do poder público, para que, em parceria, possamos embasar ações e estímulos para a formulação de políticas públicas em defesa da Baía de Todos-os-Santos”, conclui.

Da academia às comunidadesAtravés da literatura, o Grupo de Pesquisa, Linguagem

e Representação (GPLR) do câmpus retrata a importância da Baía de Todos-os-Santos. Concretizado no dia 24 de janeiro deste ano, em parceria com instituições como a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), o Institu-to Kirimurê, a Fundação Pedro Calmon e a Biblioteca Juracy Magalhães Jr., o I Colóquio do Núcleo de Leitura do projeto “João Ubaldo Ribeiro da Baía de Todos-os-Santos e de todos os lugares” reuniu moradores de Itaparica, estudantes e do-centes para discutir a história da baía pela perspectiva dos livros do escritor baiano, membro da Academia Brasileira de Letras e autor de obras como “Viva o povo brasileiro”.

De acordo com a docente e coordenadora da ação, Maria da Conceição Araújo, a iniciativa pretende reunir um acervo cultural sobre a BTS. “Muitos projetos são realizados em nome de uma comunidade, mas não são desenvolvi-dos dentro dela. Nosso intuito é criar um patrimônio sobre a Baía de Todos-os-Santos, inserindo as comunidades de uma de suas principais integrantes, a Ilha de Itaparica.”

Ações desenvolvidas pelo IFBA estimulam a preservação da Baía de Todos-os-Santos

Page 4: Nosso Campus #8 - Fevereiro 2014

Capa

4 NOSSO Fevereiro 2014

Lavagem do Bonfim, Festa de Iemanjá e Carnaval são eventos que marcam os primeiros meses do ano, agrupando milhares de pessoas entre elementos étnico-culturais. Ressignificadas a todo momento, as tradições permitem viajar pelo passado de uma das culturas mais diversificadas do Brasil, a baiana, referência em di-ferentes aspectos: desde a arqui-tetura, que guarda o requinte da era colonial, à culinária, música e religião. Primeira capital do país, Salvador reúne características do índio, do negro e do branco, que merecem destaque nas manifesta-ções populares.

Segundo o professor de so-ciologia do Câmpus Salvador Fábio Baldaia, esses festejos permitem que os baianos assegurem sua identidade. “Nesse ciclo de festas, é possível perceber aquilo que fi-cou conhecido como ‘baianidade’, assentada em conceitos de fami-liaridade, sensualidade e religiosi-dade. No momento em que pes-soas diferentes se encontram, elas criam novos elementos, que levam à renovação desses comporta-mentos e garantem a dinâmica das festividades baianas.”

Lavagem do BonfimA Lavagem das Escadarias da

Igreja do Senhor do Bonfim relem-bra a antiga tarefa de preparar o templo para o domingo festivo. A tradição, que recebeu em janeiro

deste ano o título de Patrimônio Imaterial do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), ocorre anual-mente na segunda quinta-feira após o Dia de Reis e faz parte do ciclo de festejos religiosos da capi-tal baiana. Seus participantes se-guem o percurso entre as igrejas da Conceição e do Bonfim, a pé ou em bicicletas, pagando promessas e prestando homenagens.

“Os negros baianos transfor-maram a lavagem em uma fes-ta sincrética ao catolicismo e ao candomblé, como uma solução para que pudessem praticar sua religião, proibida na época. O ca-ráter mestiço, híbrido, encontra-se em evidência. A mistura entre a religiosidade africana e o catoli-cismo se expressa em atividades corriqueiras do cotidiano popular festivo e através da população in-teressada em delimitar sentidos socioculturais das festas de rua”, ressalta Baldaia.

Festa de IemanjáNo dia 2 de fevereiro, é a vez

de Iemanjá, a Rainha do Mar, ser homenageada pelos baianos. A festividade começa pela madru-gada, momento em que os devo-tos colocam ofertas e bilhetes com pedidos em balaios, levados para o alto mar pelas embarcações. Se-gundo a pedagoga do IFBA Celiana Maria dos Santos, a diversidade é o que nos marca. “A Festa

de Iemanjá atrai milhares de pes-soas todo ano, porém os próprios pescadores, principais devotos desta orixá, desconhecem sua ori-gem africana. No imaginário des-sas pessoas, Iemanjá é uma mu-lher branca, como as esculturas expõem. A cosmogonia europeia, fruto da colonização que dizimou índios e escravizou negros, ainda se sobrepõe ao conceito da mesti-çagem. Somos híbridos, não 100% negro, branco ou índio. Isso é fa-cilmente percebido no fenótipo e em diferentes manifestações cul-turais, como a música e a dança”, explica.

A festa em tributo à típica se-reia é realizada no bairro do Rio Vermelho desde o século passado. Tentando buscar ajuda da Mãe D’Água por conta da diminuição do pescado na vila, os trabalha-dores do mar saíram, no dia 2 de fevereiro, para ofertar presentes à Rainha das Águas, costume que se repete até hoje. “Iemanjá, a divindade negra, sobrevive como o grande ícone da civilização do

povo iorubá. No imagi-nário coletivo, ela

representa a grande

Uma questão de baianidadeFestas levam às ruas de Salvador sua cultura mestiça e a dinâmica das relações sociais

FOTO

: TUR

ISM

O BA

HIA

/ CC

BY N

C SA

2.0

Page 5: Nosso Campus #8 - Fevereiro 2014

NOSSO Fevereiro 2014 5

força protetora da humanidade, a grande mãe, o arquétipo da força feminina, o mistério e, sobretudo, o símbolo de preservação da vida. Seu culto, que vai além de qualquer racionalidade, promove a mescla de pessoas de diversas classes so-ciais e credos. Ela representa a ri-queza do imaginário africano que contagiou outras culturas, talvez como a grande metáfora da liga-ção do ser humano com a sua pró-pria ancestralidade. A festa anual a ela consagrada na cidade de Salva-dor é mais que justa, é merecida e atemporal”, conclui Celiana.

CarnavalO Carnaval de Salvador, que

já foi considerado a maior festa do mundo pelo Livro dos Recordes (Guinness Book of Records), apre-senta uma diversidade de ritmos, etnias e cores, que se encontram nos seis dias anteriores à quarta-feira de cinzas. Na década de 1950, a festa assumiu a forma conhecida atualmente: milhares de foliões se divertindo atrás de caminhões adaptados com aparelhos de som, os trios elétricos, criados pela dupla Dodô e Osmar, a partir de um velho Ford, conhecido como “fobica”.

Para o historiador e estudante da pós-graduação em estudos ét-nicos e raciais do IFBA Humberto Manoel, os negros ganham repre-sentação nos blocos afros e afoxés, mas a segregação no Carnaval ain-da se manifesta pelas relações de classe observadas durante a festa. “Como falar de Carnaval e não lembrar a desigualdade? Enquan-to pobres trabalham e se apertam entre as cordas dos trios e as ruas, para que uma minoria possa se divertir com dignidade, os ricos lu-cram com uma manifestação que

deveria ser popular”, comenta.O professor Fábio Baldaia

reforça a opinião, relacionando o Carnaval à situação social de Salvador. “O Carnaval pode ser descrito como um microcosmo da cidade, no qual se apresentam a indústria cultural, os interesses do poder público e do grande capital e as manifestações da socieda-de civil. Tudo isso vem permeado pelo forte conteúdo étnico e de classe que demonstra claramente as divisões e articulações sociais”, conclui.

Educação étnico-racialA fim de promover o ensino

da história e cultura afro-brasilei-ras, africanas e indígenas, como dispõe a Lei de Diretrizes e Ba-ses da Educação Nacional (LDB), foi iniciada, em junho de 2013, a pós-graduação em estudos étnico-raciais: identidades e representa-ção, no Câmpus Salvador do IFBA. “Se, por um lado, as leis apontam para uma perspectiva de reconhe-cimento acerca da importância dos povos africanos e indígenas, por outro a abordagem trazida pe-los livros didáticos não acompanha o ritmo da imposição dessas leis. Reflexões mais profundas acerca do tema estão sendo estimuladas e propostas na execução do curso, ampliando essas discussões para a formação dos profissionais da edu-cação em relação à temática”, es-clarece o docente Erivaldo Nunes, vice-coordenador da pós-gradua-ção.

A necessidade de garantir a equidade étnico-racial na educa-ção baiana, tendo em vista a supre-macia do conhecimento de base ocidental europeia, também foi um dos motivos para o surgimento da especialização. “Esse fato é jus-

tificado pelo processo de coloni-zação a que o país foi submetido. Outras estruturas de pensamento que, na prática, foram desconside-radas, colaboraram sobremaneira para a formação da cultura bra-sileira. Esse novo entendimento sobre a contribuição dessas cultu-ras surge, principalmente, a partir de novas perspectivas historiográ-ficas que, há muito tempo, estão sendo difundidas com o propósito de problematizar o apagamento dessas contribuições. Entende-se, portanto, que essa tarefa não seja preocupação apenas para alguns, mas para todas as pessoas, uma vez que as implicações desse co-nhecimento são de relevância para toda a sociedade”, comenta o coordenador do curso, Wesley Barbosa, doutorando em estudos étnicos e raciais.

Na opinião do estudante Humberto Manoel, o desafio é trazer o debate da sala de aula para as diversas esferas sociais. “O curso mostra o diálogo com as diferentes etnias e nos faz refletir sobre a par-ticipação da academia na sociedade. A cultura, as identidades e repre-sentações da popula-ção negra são sabe-res que ‘dançam, que tem corpo, ginga’, e por isso não devem ficar presos às amarras da academia.”

FOTO

: LEA

NDRO

CIU

FFO

/ CC

BY N

C SA

2.0

Page 6: Nosso Campus #8 - Fevereiro 2014

6 NOSSO Fevereiro 2014

Programe-se

Em março, acontecem as inscrições do Programa de Assistência e Apoio aos Estu-dantes (Paae). Tanto os alunos que são bolsis-tas quanto os novos estudantes devem ficar atentos à publicação do edital, para efetivar sua inscrição através do Portal do Aluno, pre-enchendo formulário socioeconômico dispo-nibilizado pelo sistema.

A novidade da seleção deste ano é que os estudantes bolsistas não precisam passar por entrevista novamente, apenas participar de palestra informativa e atualizar documen-tos referentes à renda familiar e comprovan-te de residência.

Os alunos novos ou aqueles que nunca participaram do Paae podem se inscrever e, em seguida, agendar sua entrevista no siste-ma, observando a lista de documentos que devem providenciar para apresentar no mo-mento do encontro com o Serviço Social.

Essas mudanças visam otimizar o proces-so seletivo do Programa, que requer acompa-nhamento social ao longo do ano, por meio de convocações individuais, reuniões com responsáveis e visitas domiciliares.

Os estudantes dos cursos superiores, subsequentes e da modalidade EJA, que irão ingressar no 2º semestre, terão período dife-renciado para efetuar a inscrição. Mais infor-mações: (71) 2102-9596, [email protected], [email protected]

A primeira etapa da seleção para a Especialização em Computação Distribuída e Ubíqua, que consiste em prova escrita, será realizada no dia 24 deste mês, na sede do Câmpus Salvador. Além dessa avaliação, os candidatos devem participar das entrevistas, de caráter classificatório, nos dias 13 e 14 de março. A seleção inclui, ainda, avaliação curricular.

O resultado será divulgado a partir do dia 18 do próximo mês e as matrículas estão previstas para 20 e 21 de março. Com carga horária total de 364 horas, as aulas terão início ainda no primeiro semestre deste ano e acontecerão no Câmpus Salvador, das 18h às 22h, em dias úteis, e, aos sábados, das 8h às 12h.

Inscrições no Paae

Computação Distribuída e Ubíqua

Dia 21 deste mês, haverá o encerramento dos seminários da IV unidade da disciplina de educa-ção física. Na ocasião, acontece palestra sobre o tema central da atividade: “Visão crítica do futebol brasileiro” e confraternização com jogos de futsal. O evento ocorrerá às 12h30, no auditório principal do câmpus e contará com a presença de convida-dos. “Não queremos que nossos estudantes sejam ‘cegos’ quanto às questões políticas e econômicas que estão envolvidas com o futebol, esporte que vem sendo utilizado, desde a década de 1970, para esconder alguns problemas sociais. Pretendemos que os torcedores fanáticos, principalmente, co-nheçam o que está por trás dos jogos e tenham uma visão crítica do assunto”, declara o professor Enobaldo Ataíde, responsável pela ação.

Futebol em palestra e jogos

Page 7: Nosso Campus #8 - Fevereiro 2014

Conjunto de normas que dis-ciplinam as atividades comuns aos vários setores e serviços integrantes da estrutura organi-zacional, nos planos administra-tivo, didático-pedagógico e dis-ciplinar, o Regimento do Câmpus Salvador foi aprovado pelo Con-selho Superior (Consup), em 17 de dezembro de 2013, através da Resolução nº 84, e está em vigor desde janeiro deste ano.

Uma comissão formada por representantes das diferentes categorias - professores, técnicos-administrativos e estudantes - iniciou os trabalhos em dezem-bro de 2012 e realizou reuniões, ao longo do ano de 2013, para agregar contribuições, discutin-do, inclusive, a metodologia de aprovação do documento. Dentre as suas principais características, está a elaboração de modo parti-cipativo pela comunidade interna, em consonância com o Estatuto e o Regimento Geral do Instituto, bem como sua divisão em órgãos consultivos e executivos.

“O regimento parte de uma estrutura já existente no Câmpus Salvador. O que tentamos fazer foi criar um novo modelo em torno de quatro diretorias: administra-ção; ensino; extensão; pesquisa, pós-graduação e inovação. A par-tir delas, construímos a estrutura de suporte, com cerca de 60% dos cargos voltados à gestão aca-dêmica. Esse é um dos maiores

avanços desse modelo”, explica Allan Freitas, que foi presidente da comissão.

Quanto às novidades, está o Conselho do Câmpus - similar ao Conselho Superior da Reitoria, que fi-cará responsável pela elaboração das normas internas e atualização periódica do regimento -; Divisão de Gestão de Pessoas; Diretoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Ino-vação; Clínica-escola; Centro de Idiomas e Assessoria de Relações Internacionais, além do funcio-namento de comissões ligadas à sustentabilidade (Cisa) e à pre-venção de acidentes (Cipa).

“O Câmpus Salvador foi um dos últimos a ter uma estrutura de pesquisa própria. Até então utilizávamos a estrutura organi-zacional da Pró-Reitoria. Agora, o dia a dia da pesquisa relativa ao nosso câmpus vai estar focado em si. Sobre a Assessoria Inter-nacional, a maior quantidade de alunos que participam de progra-mas, como o Ciência sem Fronteiras, e docentes ligados a projetos fora do país são do Câmpus Salvador. O antigo modelo da assessoria cuidava de muitas demandas operacionais, fora do contexto do câmpus. Teremos um assessor

internacional voltado às nossas atividades, em interação com a Assessoria Internacional da Reitoria, utilizando o Centro de Idiomas para garantir a proficiência dos nossos estudantes e a criação de cursos de extensão voltados a essa comunidade”, descreve Freitas.

A organização dos departa-mentos acadêmicos também so-freu alterações, contemplando as áreas de conhecimento. “Des-membramos alguns departamen-tos por conta da quantidade de professores ou por pertencerem a áreas não afins. O objetivo é proporcionar um debate pedagó-gico mais aprofundado, para além das questões administrativas. A partir da execução das mudanças,

Regimento do Câmpusé aprovado e já está em vigorConheça o perfil do documento e alguns destaques da sua estrutura

Para Allan Freitas, o maior avanço do regimento é sua organização em torno das quatro diretorias

Institucional

FOTO

: FEL

IPPE

MOU

RA

NOSSO Fevereiro 2014 7

Page 8: Nosso Campus #8 - Fevereiro 2014

8 NOSSO Fevereiro 2014

será avaliada a necessidade de ajustes ou novas inserções”, co-menta o diretor geral do câmpus, Albertino Nascimento.

Para José William Oliveira, re-presentante estudantil no Consup e membro do grêmio, o documen-to fortalecerá a identidade do IFBA. “O regimento foi elaborado em um momento muito impor-tante, no qual o Câmpus Salvador se firma como Instituto, não mais com a identidade do antigo Cefet/BA [Centro Federal de Educação Tecnológica da Bahia]. A divisão

dos departamentos otimizará os trabalhos, pois foi feita conforme o pedido da própria comunidade acadêmica.”

Segundo o jovem, aluno do 4º ano de automação indus-trial, são poucas as instituições que permitem a participação de estudantes na criação de docu-mentos como esse. “As propostas elaboradas pelos alunos foram acatadas e, hoje, integram o regi-mento. Acredito que, a partir de agora, a democracia institucional será fortalecida, com a participa-

ção dos alunos no novo conselho do câmpus, além dos conselhos de cada curso”, ressalta.

Na opinião de Irailde Santos, técnica-administrativa e coorde-nadora dos cursos de turismo e hospedagem, que também fez parte da comissão, a criação da Cipa evitará danos no bem maior do Instituto - as pessoas -, além de permitir cuidados necessários na organização dos equipamen-tos de segurança. “Estamos cons-truindo um novo IFBA, com ou-tros olhares”, pontua.