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PUBLICAÇÃO INTERNA DA ANGLO AMERICAN BRASIL . ANO 4 . Nº16 . JANEIRO/FEVEREIRO . 2010 NOSSAS MULHERES E SUAS MÁQUINAS PESADAS Elas estão chegando: já é uma operadora em Niquelândia e três estão em treinamento para Barro Alto Págs. 6 e 7 ESTRATÉGIA EM FOCO Negócio Níquel em plena formulação de sua estratégia Pág. 4 PARCERIAS QUE VÃO LONGE Parceiro local em Barro Alto leva negócio ao Pará Págs. 8 e 9 RESPEITO COLETIVO Onde o outro importa mais que a gente Pág. 12 NEGÓCIOS NÍQUEL | NIÓBIO | FOSFATO

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P U B L I C A Ç Ã O I N T E R N A D A A N G L O A M E R I C A N B R A S I L . A N O 4 . N º 1 6 . J A N E I R O / F E V E R E I R O . 2 0 1 0

NOSSAS MULHERES E SUAS MÁQUINAS

PESADASElas estão chegando: já é uma operadora

em Niquelândia e três estão em treinamento para Barro Alto

Págs. 6 e 7

ESTRATÉGIA EM FOCONegócio Níquel em plena formulação de sua estratégia

Pág. 4

PARCERIAS QUE VÃO LONGEParceiro local em Barro Alto leva negócio ao Pará

Págs. 8 e 9

RESPEITO COLETIVOOnde o outro importa mais que a gente

Pág. 12

NEGÓCIOS NÍQUEL | NIÓBIO | FOSFATO

Quem se arriscava a dizer anos atrás que alguns trabalhos considerados pesados deve-riam ser ocupados apenas por homens pode cair da cadeira se olhar para a Anglo American. Afinal, elas chegaram lá, ou melhor, aqui, em nossa empresa. aproveitamos o dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, para comemorar a incorporação, pela primeira vez, de mulheres na operação de máquinas pesadas. Já são uma operadora em Niquelândia e três em treinamen-to para iniciar em Barro Alto. Como podem ver na matéria de capa, esperamos que sejam as primeiras de muitas a ocupar cargos que são

geralmente associados aos homens.Gostaria também de chamar a atenção para

o texto em que apresentamos o novo processo para elaboração de estratégia para Níquel, agora desenvolvido de maneira mais participativa e com o envolvimento de várias lideranças do Brasil e Venezuela. E, por fim, não deixem de ler sobre o empresário Sebastião Cabral, que começou com um trator em Barro Alto e hoje também presta serviços para a Anglo American no Projeto Jacaré.

Boa Leitura!

TOQUE FEMININO NO “TRABALHO PESADO”

PALAVRA DA ANGLO AMERICAN

ACONTECE

Arlete Schinazi Diretora de RH e Comunicação

BARRO ALTO ENTRA NA RETA FINAL

As obras do Projeto Barro Alto entram em fase final com o início das atividades de montagem de componentes elétricos, instrumentação e tubulação das áreas de preparação de minério, fornos elétricos e calcinadores. Entre dezembro e fevereiro, o projeto alcançou marcas importantes, muitas delas relacionadas às obras da chamada “rota crítica”, aquelas que podem atrasar todo o cronograma caso sofram qualquer parada. Um desses sucessos foi o enchimento antes do tempo programado do reservatório de água, que servirá para resfriamento dos equipamen-tos de planta e, principalmente, para a granu-lação do silicato de magnésio produzido pelos mesmos fornos elétricos. O reservatório já tinha atingido, no final de janeiro, 1,3 mil da capacidade útil de 1,8 mil metros cúbicos.

O projeto já ultrapassou a marca de 6 mil trabalhadores. Todas as construções prediais auxiliares já estão concluídas e mobi-liadas, bem como as principais subestações unitárias, permitindo desta forma o início das atividades de montagem dos painéis elétri-cos. “A mão de obra pesada começará a dar lugar às equipes especializadas na montagem da tecnologia”, informa o gerente de Enge-nharia e Construção do Projeto Barro Alto,

José Carlos de Queiroz. Começam também agora os trabalhos de revestimento refratário dos fornos calcinadores e elétricos.

Apesar de as intensas chuvas terem dificultado um pouco a obra, José Carlos informa que em maio se inicia o comissio-namento a frio dos equipamentos das áreas de britagem e secagem. “Estamos dentro do cronograma e já começamos a ver o final da obra”, diz, satisfeito.

“É sempre importante lembrar e ressaltar que todo este trabalho árduo, porém bastante recompensador, tem sido desenvolvido dentro dos melhores padrões de qualidade, dentro do cronograma e orçamento e, especialmente, tendo sempre em mente nosso maior valor que é a segurança de todos”, comenta Euler Piantino, gerente geral do projeto.

Futura planta de ferroníquel de Barro Alto vista da estrada

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CAMPANHA DE CARNAVAL FALA SOBRE DSTs

A Anglo American lançou em fe-vereiro mais um instrumento em prol da prevenção de doenças sexual-mente transmissíveis (DSTs): a revista Prevenindo as DSTs no Carnaval e no ano intei-ro. Em formato de gibi, com ilustrações e caricaturas, o Esquadrão da Saúde, formado por empregados que empres-tam seus nomes e carisma, informa e dá dicas sobre como se prevenir, enfrentar e entender doenças como a AIDS.

Elídio Esteves Filho, técnico de Laboratório de Cubatão, é um dos caricaturados. Pai de um rapaz de 14 anos e sobrinho de um portador do HIV, conhece bem a doença e se preocupa com a educação sexual dos jovens. Integrante da CIPA e do Grupo de Comunicação, Siri, como é conhecido, compara o tema com o da segurança: “É como um acidente de trânsito, que a gente acha que só acontece

com o vizinho. O tabu ainda é grande”, diz.

Écio Paixão, super-visor de Produção da Co-pebrás em Catalão, tam-bém participou. Com 22 anos de Anglo American,

ele tem sido um importante porta-voz entre os empregados de Catalão e Ouvidor. “Quase tudo o que eu sei sobre DST, sei pela Anglo American. É importante participar, porque as-sim a comunicação flui”, defende. Écio atenta ainda para a importância do envolvimento das lideranças e do uso de materiais visuais nas

ações de conscientização. Casado e pai de 5 filhos, o mais velho com 24 e a caçula com 10 anos, ele sabe bem que educação

é fundamental.

ACONTECE

Todo o acervo da Angloteca de Cata-lão/Ouvidor será doado para a Fundação Cultural Maria das Dores Campos, em

Catalão, e para a Secretaria Municipal de Educação de Ouvidor. Mas, segundo o coordenador de Relações com a Comunidade da Unidade, Antônio Alves

de Avelar, a empresa vai continuar a acompanhar o uso do material. Mi-

MUDANÇAS NAS ANGLOTECASguel Moreno, engenheiro de segurança do trabalho de Catalão, foi usuário assíduo da biblioteca e se ressente pelo fechamento da Angloteca. “Ler é importante para ampliar o conhecimento e até a conversa entre ami-gos fica mais legal”, diz.

As bibliotecas, em parceria com o Ins-tituto Brasil Leitor, são iniciativas de desen-volvimento sustentável da Anglo American. Segundo a gerente corporativa de Desen-volvimento Sustentável, Juliana Rehfeld, os projetos alcançaram o objetivo de estimular a leitura e o encerramento de atividades em Catalão se deve à baixa retirada de obras. Em Niquelândia, a Biblioteca Cora Coralina

Catalão, e para a Secretaria Municipal de Educação de Ouvidor. Mas, segundo o coordenador de Relações com a Comunidade da Unidade, Antônio Alves

de Avelar, a empresa vai continuar a

continua a funcionar. “Em Catalão, há outras bibliotecas concorrentes, mas, em Niquelândia, é a única a prestar esse tipo de serviço”, avaliou.

Localizada no centro de Niquelândia, a Cora Coralina atende toda a população e os empregados da empresa, pois também dispõe de “deliveries” (estações de livros) na Codemin, na mina e no centro de Barro Alto. Segundo a gerente da biblioteca, Jowsy Lima Araújo, são emprestados cerca de 300 livros por mês de um acervo de 2.341. Em janeiro, já se somavam 948 só-cios, inscritos gratuitamente. “A biblioteca tem sido muito importante para Niquelân-dia ao alcançar os objetivos de difundir a leitura entre a população”, disse.

Gibi distribuído durante a campanha de Carnaval 2010 trouxe dicas do Esquadrão da Saúde

Jowsy: “em Niquelândia, são emprestados 300 livros por mês do acervo de 2.341”

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REFLEXÕES DE UMA LONGA CAMINHADA

NOSSA GENTE

O vice-presidente global de TI do antigo Negócio Metais Básicos* Paulo Reis se prepara para deixar a Anglo American nos próximos meses. Na bagagem, ele leva grandes batalhas, caminhadas, histórias e amigos para a vida inteira

Na década de 1980, Paulo Reis Cos-ta vivia em Johanesburgo, África do Sul, e jamais pensou em vir para o Brasil. Ao surgir a proposta para assumir uma vaga na Anglo American, pensou duas vezes, pois o Brasil vivia a transição da ditadura para a demo-cracia e atravessava a tragédia da hiperin-flação. “Não tinha uma impressão boa nem má do Brasil, mas era isso que me chegava pelos amigos”, relembra.

“E como eu vim parar na Anglo Ame-rican? De avião, pá”, brinca Paulo, com seu sotaque português. Hoje, mais de 23 anos depois, o moçambicano se sente brasileiro, vive ao lado de sua esposa Margarida e filhos Paulo Miguel e Ana em São Paulo, é apaixonado pelo povo e tem até um time

do coração, o Fla-mengo. “Vocês

só falam mal o português, mas esse é problema vosso, pá”, sua única reclama-

ção.

o que todos que já trabalharam com ele atestam. Roberto Acayaba, atual consultor na área de informática que trabalha para a empresa há mais de 34 anos, acompanhou

Paulo desde que chegou ao Brasil. “Minha relação com ele é a de um irmão que eu pude escolher. Ele é alguém em quem eu confio tudo e qualquer coisa. Pode-se confiar cegamente nele”, diz Acayaba.

Paulo lembra do fechamento do escri-tório no Rio de Janeiro, como um dos momen-tos mais difíceis da carreira. “As pessoas podem ter saído tris-tes, mas não mago-adas. Toda mudança dói, mas quando se

faz com diálogo, transparência e respeito, as pessoas entendem”. Ele tam-bém se diz um privilegiado por ter tido a oportunidade de estar envolvido em várias áreas e muitos projetos. “Muitas vezes, quando você quer uma coisa, atropela certos princípios. Todo mundo quer uma carreira eficiente, mas é muito mais importante fazer isso com tranquilidade e respeito”.

Os amigos da Confraria agora aguar-dam por seu 11º aposentado. Criada pelo próprio Paulo, Moreno, Felix Daud e Laudir, inspirada na Cadeia do Bacalhau portuguesa, reúne 10 ex-empregados da Anglo Ameri-can, que se encontram todo mês para um almoço. Sobre a empresa, ele diz que deixa uma grande organização e muitos amigos. “Os próximos anos serão de uma reestru-turação complexa, contudo, estou certo que em pouco tempo a empresa terá conquistado a meta de ser uma líder de mineração e um grande lugar para trabalhar. Tenho muito orgulho de ter trabalhado com todos vocês, que são gente nota dez”, completa.

* Posição exercida até dezembro de 2009.

Paulo desde que chegou ao Brasil. com ele é a de um irmão que eu pude escolher. Ele é alguém em quem eu confio tudo e qualquer coisa. Pode-se confiar cegamente nele”Acayaba.

fechamento do escri-tório no Rio de Janeiro, como um dos momen-tos mais difíceis da carreira. podem ter saído tris-tes, mas não mago-

faz com diálogo, transparência e

Prestes a se aposentar, tem muitos planos. Terá Monte Alegre do Sul, no interior de São Paulo, como base de um de seus hobbies: adminis-trar uma livraria, incorporando a ela um café. Além disso, pretende se dedicar à sua coleção de selos, à caridade, viajar e, sobretudo, cami-nhar. A caminhada, aliás, é uma paixão antiga. Ele já fez o Caminho de Compostela, na Espanha, de 700 quilômetros. Seus companheiros nesta longa jornada foram o colega de empresa Hermes e seu filho Paulo. “Foi a experi-ência mais impressionante da minha vida. Caminhar faz você refletir e ver o que de fato é importante na vida”. Por outro lado, sente que seu tempo de trabalho em em-presas está quase no fim. “Não vou ficar

em casa fazendo crochê, mas tenciono usufruir das coisas boas da vida. Tudo tem seu tempo, e agora é minha hora de parar. Não tenho problema com isso”, explica Paulo, que há oito anos participou do Gema.

Apesar do jeito inicialmente sisudo e direto, e engana-

doramente sério, Paulo diz que sempre

procurou tra-tar os colegas como gosta de ser tratado,

“Tratar mal é contra a minha ideia de ser, pá”, afirma Paulo, há mais de 20 anos na Anglo American

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NOSSO NEGÓCIO

Romero Queiroz, gerente de Exploração; Walter De Simoni, presidente; e Marco Leandro, gerente de Saúde e Segurança Ocupacional

Engajamento e colaboração são as palavras de ordem no novo formato de planejamento estratégico do Negócio Níquel. O processo de formulação da estratégia, que antes estava concentrado no Centro de Excelência da Divisão de Metais Básicos em Londres, passa agora, sob a nova estrutura, para a Unidade de Negócios Níquel, com o envolvimento direto do time de executivos do Negócio. Pela primeira vez, os líderes do Brasil e da Venezuela, responsáveis pelas operações, exploração, tecnologia, novos ne-gócios, recursos humanos, marketing e área jurídica e fiscal ligados a Níquel foram reuni-dos no Brasil em um workshop para debater e alinhar os desafios de cada setor e identificar ameaças e oportunidades nos próximos anos. O objetivo foi pontuar as principais questões a serem endereçadas na elaboração da estra-tégia do negócio níquel. O evento ocorreu no dia 3 de fevereiro, em São Paulo, abrindo o ciclo de estratégia de 2010.

Na ocasião, as lideranças puderam refletir sobre o quanto Níquel é importante para a empresa, além de discutir em que áreas a energia das equipes deve ser focada. Com relação às operações atuais, foram le-vantadas questões como melhoria de custos, carteira de clientes, modelos de contratos, produtos de vendas, fornecedores, projetos, impactos e como agregar mais valor ao ne-gócio Níquel nos próximos 5 a 10 anos.

Diferente de 2009, quando esta reu-nião foi preparada e apresentada pelo Centro de Excelência da Divisão de Metais Básicos, com material de suporte de uma consultoria externa, dessa vez ela foi conduzida por Walter De Simoni, presidente do Negócio Ní-

quel, e Ernesto Katsurayama, diretor Finan-ceiro, com material preparado no Brasil. “As pessoas diretamente envolvidas no negócio estavam livres para falar. Os ares estavam renovados, com a liderança muito participa-tiva e entusiasmada”, conta Francine Takara, analista de novos negócios. Desde as meno-res até as grandes ideias, tudo foi abordado.

Como produto da reunião, foi elaborado um documento (white paper) integrando os pontos abordados que foi apresentado pelo Walter ao comitê executivo (EXCO) da Anglo American no início de março. Além de o pro-cesso ser mais participativo, ganha em agili-dade, com reporte direto do Walter a Cynthia Carroll e maior autonomia da estrutura inter-na frente a consultorias externas. O Negócio Níquel passou a contar em sua nova estrutu-ra, inclusive, com um gerente de Estratégia e Desenvolvimento de Novos Negócios, Ricardo Godinho, que chegou à empresa no início de março. A etapa final de todo esse processo de elaboração de estratégia aconte-cerá em junho deste ano, quando a Unidade de Negócio Níquel apresentará juntamente com Londres a estratégia definida para o Conselho Executivo da organização.

Papéis na elaboração da estratégiaTodo o processo de elaboração da

estratégia de Níquel envolve dois níveis: Escritório Corporativo, em Londres, e Uni-dade de Negócio de Níquel, com operações no Brasil e Venezuela. Enquanto Londres é

responsável por coordenar todo o processo, a Unidade de Negócio se encarrega de:• Levantar questões estratégicas chave• Desenvolver a estratégia e propostas• Desenvolver implicações e plano de ação• Implementar a estratégia

Quem participa do processo na Unidade de Negócio Níquel?Afonso Pinelli, gerente de Marketing e Vendas de Níquel na Venezuela

Andrew Nelson, diretor industrial da Loma de Níquel

Arlete Schinazi, diretora de RH e Comunicação

Augusto Bernardi, gerente de Marketing e Vendas de Níquel no Brasil

Eduardo Morales, gerente geral de Marketing e Vendas de Níquel

Ernesto Katsurayama, diretor Financeiro

Euler Piantino, gerente geral do Projeto Barro Alto

Hamilton Sabanai, gerente regional Tributário

Jorge Pierantozzi, gerente de Tecnologia da Informação

José Gregório da Mata, diretor Técnico, Gestão de Projetos e Otimização de Ativos

Juliana Rehfeld, gerente de Desenvolvimento Sustentável

Luiz Alberto Roselli, gerente de Compras

Marco Leandro Arantes, gerente de Segurança e Saúde Ocupacional

Regis de Pádua, diretor industrial de Niquelândia e Barro Alto

Renato Reis de Andrade, gerente de Controladoria

Romero Queiroz, gerente de Exploração

Vicente Galliez, diretor Jurídico

Walter De Simoni, presidente do Negócio Níquel

DEFININDO A ESTRATÉGIA DO NEGÓCIO NÍQUEL

Workshop realizado no Brasil inicia processo para elaboração de estratégia para Níquel com bons ânimos e mais alinhamento entre as unidades e os escritórios corporativos

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CAPA

Mulheres na operação de máquinas pesadas em Niquelândia e Barro Alto são marco na história da Anglo American no Brasil

Rosângela foi pioneira na operação de máquinas pesadas em Niquelândia

O Dia Internacional da Mulher, 8 de março, ganhou um significado a mais para a Anglo American este ano. A empresa come-morou a incorporação, pela primeira vez, de mulheres na operação de máquinas pesadas. Já são uma operadora em Niquelândia e três em treinamento para iniciar em Barro Alto.

Agregar mais mulheres ao efetivo, além de meta e estratégia de negócio, é um dese-jo da própria presidente mundial da empresa, Cynthia Carroll. Nas unidades de Níquel, Ni-óbio e Fosfato no Brasil, as mulheres respondem por 10% dos quadros da empresa (dados de dezembro de 2009). Entretanto, nesses ne-gócios, temos recebido

nos últimos anos mulheres principalmente nas áreas administrativas, e poucas delas em áreas operacionais. Por isso, fazer com que mulheres assumissem postos diretamen-te na produção é um grande passo.

A experiência começou em 2008, com a entrada da “pioneira” Rosângela Martins. Ela foi classificada em um processo com mais de 800 candidatos inscritos (destes, 531 partici-param da primeira etapa, 218 passaram para a segunda e 20 chegaram ao final do proces-

so e foram aprovados para admissão). As vagas eram para auxiliares

de produção, com trabalho em turnos. Após o sucesso nesta função, ela foi convida-

da para exercer a função de operadora de máquinas pesadas.

Elas começam operando as pás carregadeiras nos galpões de retoma-da e de britagem de minérios, além da carregadeira com pinha (que tem uma pinça para recolher toras de madeiras). Gradativamente, vão assumindo equipa-mentos mais pesados, integrando uma equipe de 32 operadores que atuam em Niquelândia.

Rosângela foi a primeira a se pre-parar para dirigir um dos veículos pesados que alimentam a produção de níquel. A iniciativa partiu da própria coordenadora

da Preparação de Cargas da Codemin, Adelita Quenet,

que sondou com a área de Recursos Humanos a possibilidade de se experimentar a atuação

de mulheres no setor.

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nhão. Estou realizando um sonho”, conta. Rosângela lembra que não acreditou quando foi informada da vaga aberta para mulheres e viu que tinha o perfil para a seleção. “Fi-quei mais emocionada do que quando soube que havia entrado para a empresa”, revela.

Ao começar a operação, Rosângela se surpreendeu. Segundo ela, e sem falsa mo-déstia, operar máquinas é mais fácil do que dirigir um carro. Ela já tinha habilitação para automóveis e motos. “São máquinas muito automatizadas, exigem cuidados como uma criancinha”, compara. Ela conta ainda que se assustou quando dirigiu o equipamento pela primeira vez, mas não teve medo. “É que dá uma boa balançada”.

Casada, duas filhas, 30 anos de idade, Rosângela já trabalhou com educação e, nas folgas, ajuda o marido, Gilberto Silva Chaves, que trabalha na construção civil. Ao saber da promoção da mulher para as máquinas pesadas, incentivou. “Se esse era o sonho dela, não sou eu quem vai impedir, pois somos livres e não podemos atrapalhar o sonho de ninguém. Eu ajudo no que for preciso”, afirma o mestre de obras que defi-ne sua esposa como uma “guerreira”.

Se depender de Rosângela, ainda va-mos voltar muitas vezes para entrevistá-la. Ela disse que já está com alguns planos. Por ora, seu desejo é operar uma retroescava-deira e renovar a habilitação nas categorias C e D para começar a dirigir os caminhões da Anglo American. “Vocês ainda vão ouvir falar de mim”, promete, com um jeito meigo e delicado que nem parece que dirige equipa-mentos que pesam toneladas.

CAPA

Eliosmar é o instrutor das futuras operadoras

Segundo a analista de RH de Nique-lândia Fernanda Sapucaia Pamplona, há uma percepção, até mesmo a partir da experiência de outras empresas, de que as mulheres vêm se destacando no mercado de trabalho. “As mulheres conseguem realizar o seu trabalho com bom nível de rendimento e elevado nível de organização. Elas tomam as precauções e se policiam o tempo todo. É algo percebido, mas não constatado”, disse. Agora, será possível essa constatação com as primeiras mulheres na operação da Anglo American.

O atual desenvolvimento dos equipa-mentos também contribui para que as mulhe-res assumam estes postos. O perfil de opera-ção das máquinas mudou e, hoje, exige menos força bruta e mais delicadeza, por serem equipamentos automatizados, com eletrônica embarcada, conforto e comandos por joystick. Ainda segundo Fernanda, não foi necessária grande mudança para receber mulheres na operação. “Precisamos apenas de um pouco de paciência e boa vontade para treinar uma pessoa sem muita experiência na área para desempenhar um trabalho de rotina como é a operação de uma máquina. Nada que já não façamos com os empregados homens”, disse. Após seis meses dessa experiência, Fernanda tem uma opinião sobre a iniciativa. “Elas estão sendo muito bem recebidas e a equipe tem demonstrado respeito, tanto pessoal quanto profissional. Podemos entender que o retorno tem sido muito bom”, revela.

O instrutor das “meninas”, o operador de máquinas pesadas Eliosmar Ferreira da Sil-va, sente que está em um momento especial da carreira. Com 15 anos de experiência, sete deles na Codemin, ele está transmitindo pela primeira vez os seus conhecimentos para as mulheres. “É um trabalho novo, porém gra-tificante. Para mim, é uma satisfação poder ajudar a multiplicar o conhecimento”, afirmou.

Eliosmar conta que, para o treinamento, foi estipulado um cronograma especial com etapas que envolvem a leitura do manual do fabricante, o conhecimento de todos os sistemas das máquinas, incluindo hidráuli-

cos, mecânicos e elétricos, a manutenção preventiva e corretiva, além dos parâ-metros de operação e de segurança da Anglo Ame-rican. Ele entra na parte operacional, quando elas já estão prontas para operar o equipamento.

Perguntado se elas es-tão dando conta do recado, Eliosmar é só elogios. Ele relata que todo o processo foi sem sustos. E há algo diferente nas mulheres operando as máquinas? “O que eu vejo de diferente é que a mulher é muito rápida, tem uma capacidade muito grande de aprendizado, além de cuidado com o que aprende e com o equipamento. Elas carregam a exigência de fazer o melhor para não decepcionar, e fazem de tudo para atingir o máximo. Principalmente por serem as primeiras a ingressar, tudo pesa muito sobre elas, mas receberam a oportunidade e assumiram muito bem a posição”, avalia.

Ainda na opinião de Eliosmar, elas já ocupam definitivamente a função. Ele tam-bém destaca o breve tempo, de pouco mais de três meses, que levaram para isso.

PioneiraÉ com muito orgulho que a operadora

de máquina recebe a reportagem do Jornal da Anglo, após mais um turno de trabalho durante a noite. Fazia poucos dias que havia começado a operar a carregadeira com pinha e o entusiasmo é grande. Se é uma questão de sorte, oportunidade ou simples acaso, a verdade é que Rosângela sonhava desde criança com o dia em que ia operar uma máquina pesada. Antes de iniciar a entrevis-ta, quer confirmar com a analista de Comu-nicação Tatiane Torezan uma informação: “É verdade que eu sou a primeira mulher a operar uma máquina na Anglo American?”

“Desde criancinha, eu sou apaixonada por dirigir. Eu falava para minha mãe que queria ser homem para poder dirigir cami-

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A Anglo American lança a revisão dos seus Business Principles (Princípios Empresariais) em 23 de março. O do-cumento estabelece diretrizes para o relacionamento e as atitudes adotadas frente às diversas partes interessadas à empresa (stakeholders), como fornecedores, clientes, governo, empregados e comunidade. Um exemplo de apli-cação dos princípios é sempre que possível desenvolver fornecedores locais nas comunidades que operamos, exa-tamente como foi feito com a Transcabral em Barro Alto.

Em 2008, uma consulta foi realizada com vários públicos de interesse da empresa para ver o que pre-

cisava ser mudado ou complementado no documento. A partir desse levantamento, a nova versão ficou mais completa e traz questões novas como o reconhecimento da importância da família dos empregados. “O principal dessa versão é que foi validada pelas partes interessa-das, refletindo os nossos valores empresariais, que não existiam quando a primeira foi lançada. Além disso, os princípios abordam como devemos trabalhar com o meio ambiente em todas as fases do empreendimento de mineração”, afirma Juliana Rehfeld, gerente de Desenvol-vimento Sustentável.

NOVA VERSÃO DOS PRINCÍPIOS EMPRESARIAIS DE NEGÓCIOS DA ANGLO AMERICAN

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

“A ANGLO AMERICAN É UMA ESCOLA”O empresário Sebastião Cabral começou com um trator em Barro Alto. Sua empresa cresceu e, hoje, também presta serviços para a Anglo American no Projeto Jacaré

Sebastião Cabral chegou a Barro Alto em janeiro de 1977 para visitar a mãe, que saiu de Morrinhos, em Goiás, para a terra barroaltense famosa por ter “terra boa e chuva”. Ele terminou ficando para ajudá-la na lavoura, mas o pensamento já estava em outra atividade. O minério na cidade já era uma promessa antiga e ele também passou a aguardar a oportunidade. “Eu tinha vonta-de de trabalhar com mineração e falava que, se preciso, usaria até carrinho de mão”, con-ta. O tal carrinho virou um trator de esteira, que virou cinco tratores, que viraram um ca-minhão, que virou ônibus, que virou empre-sa. Hoje, Sebastião é dono da Transcabral, uma das empresas que prestam serviços à Anglo American em Barro Alto e que, ano passado, foi convidada para ser fornecedora também no projeto Jacaré, no Pará.

O empresário é um dos empreendedo-res da cidade. Além da Transcabral, Sebas-tião integra a Cooperativa de Transporte de Barro Alto, junto a outros 37 coopera-dos que fazem o transporte de minério e estéril entre Niquelândia e Barro Alto, o

último dividido com a Giacchero. Ele já tinha prestado serviços em Niquelândia e começou com a Anglo American em 2004, no início do Projeto Barro Alto, com serviços de terraplenagem. “A Anglo American já recomendava a contratação de pessoas da própria região e tive a felicidade de ser chamado. Desde então, não paramos mais de prestar serviços”, relembra. Ele brinca que hoje já se sente “atestado” pela Anglo American.

No período de maior atividade, em 2009, a Transcabral chegou a contar com 26 funcionários, e a cooperativa conta com 60 pessoas. Mas, além de empreendedor, Sebastião é um entusiasta do crescimento da cidade a partir da atividade de minera-ção, hoje uma realidade. “A cidade esperou mais de trinta anos, mas, desde quando aconteceu, tudo vem sendo mais rápido do que imaginávamos”, afirma. Ele destaca a presença da Anglo American na cidade e o

desenvolvimento que já se observa. Con-versando debaixo da sombra da árvore em uma pousada em Barro Alto, ele aponta para a praça em frente. “O que hoje é uma praça era uma Cerâmica abandonada. E essa pousada mesmo era um Laticínio, também desativado”, relata.

Sebastião vê ainda a presença da An-glo American como uma “escola” para que a cidade crie oportunidades para se desenvol-ver e não fique dependente somente da mi-neração. “A Anglo American é uma empresa que tem padrões mundiais. Se aprendermos com ela, podemos atender qualquer cliente. E ela tem nos dado todo o apoio e abertura para isto. É só dar os caminhos que nós aprendemos, e isto

“Se aprendermos com a Anglo American, podemos atender qualquer cliente”, diz Cabral

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OLHOS CLÍNICOS DO NEGÓCIO

Transparência, capacitação, metodo-logia e qualidade que inspiram confiança. É assim que Dany Shauer, gerente de De-senvolvimento Sustentável e Controle de Qualidade em Cubatão, define o credencia-mento ISO 17.025. A norma, que estabe-lece requisitos gerenciais e técnicos para a implementação de sistema de gestão de qualidade em laboratórios de ensaio e calibração, já é uma realidade em Niquelân-dia e Cubatão. A meta é certificar também Catalão e Barro Alto ainda esse ano.

O engenheiro químico e responsável pelo Laboratório de NIquelândia, Fernando Dutra Vieira, cita competência e agilidade como ganhos no processo. Com a certifica-ção de 1.500 amostras de minério, escória e ferro níquel analisadas mensalmente, para 8.000 amostras, inclusive de minério que antes era enviado para análise no exte-rior. “A ISO confere segurança, por impor medidas que pedem atenção e controle o tempo todo. Além disso, exige treinamen-to, comunicação e incentiva a melhoria contínua”, explica. Em Barro Alto, o pessoal do laboratório já tem know how (conheci-mento) de ISO 17.025 por ter trabalhado em Niquelândia e pretende conquistar a certificação o mais rápido possível.

Jorge Gonçales, coordenador de Quali-dade, informa que o laboratório da Copebrás Cubatão foi recomendado para acredita-ção, pelo INMETRO, em sete ensaios entre efluentes gasosos e líquidos para controle ambiental e concentração de P2O5 em ácido fosfórico para comercialização. Segundo ele, a ISO 17.025 permite maior controle e ajustes em equipamentos, metodologias e treinamentos e precisão nos resultados, garantindo a confiabilidade para os clien-tes internos e externos e para os órgãos ambientais. Dany Shauer cita a importância

do trabalho em equipe na implantação da norma no site de Cubatão, onde os seto-res de Controle de Qualidade e de Gestão Integrada, entre outros, dividiram tarefas, permitindo que a adequação do processo às acreditações pudesse ser feita quase que totalmente com recursos próprios.

Na Copebrás Catalão, Rogério Bar-cellos, coordenador de Controle de Quali-dade, é o responsável pelo processo de cer-tificação desde setembro do ano passado. Segundo ele, um dos principais benefícios da ISO 17.025 para Catalão é a elimina-ção de etapas que não agregam valor aos processos, fazendo com que o laboratório ganhe em tempo e qualidade das respostas, tornando-o mais eficaz. O coordenador acredita que a ISO 9.001, a cultura Anglo American de produtividade e dos 5S (senso de utiliza-ção, ordenação, limpeza, saúde e autodiscipli-na), bem como a qualidade

técnica dos profissio-nais, formam a base que facilitará o proces-so de certificação na unidade.

da ISO 17.025 para Catalão é a elimina-ção de etapas que não agregam valor aos processos, fazendo com que o laboratório ganhe em tempo e qualidade das respostas, tornando-o mais eficaz. O coordenador acredita que a ISO 9.001, a cultura Anglo American de produtividade e dos 5S (senso de utiliza-ção, ordenação, limpeza, saúde e autodiscipli-na), bem como a qualidade

técnica dos profissio-nais, formam a base que facilitará o proces-so de certificação na unidade.

A norma ISO 17.025 traz mais agilidade e atesta a qualidade e competência dos laboratórios da Anglo American, conferindo ainda mais eficiência para a validação de nossos produtos

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

está acontecendo, estamos desenvolvendo nossas habilidades”, afirma.

Hoje, a Transcabral também presta serviços de terraplenagem para o Projeto Jacaré, da Anglo American, no Pará, para a abertura de estradas de acesso. São dois tratores de esteira e um micro-ônibus de transporte, com seis pessoas alocadas. O trabalho é dividido em períodos ao longo do ano, chamados de “safras”. Entre dezembro e março, as obras são suspensas devido às chuvas, mas logo voltam.

Agora, a preocupação de Sebastião é fazer com que a Transcabral continue crescendo com sustentabilidade. A partir da confiança e do relacionamento com a Anglo American, ele já está investindo em novas máquinas, até porque, como todo bom empreendedor, acredita nas possibilidades de crescimento. “A Anglo American é grande, estruturada e pode contar com grandes em-preiteiros em outras áreas, mas a opção pe-los fornecedores da comunidade demonstra a disposição em se criar laços. E acreditamos que ainda teremos muitas oportunidades, pois a infraestrutura a ser criada é muito grande e teremos trabalho”, prevê.

Empregada em laboratório da Mineração Catalão

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A cidade de Barro Alto ganhará em breve um novo hospital. Construído a partir de um financiamento da Anglo American escolhido como prioridade no âmbito da Fun-desba – Fundação para o Desenvolvimento de Barro Alto, o novo Hospital Municipal de Barro Alto substituirá a atual unidade da cidade e ampliará os serviços para diversas especialidades, atendendo casos de urgên-cia, emergência e também cirurgias.

O hospital vai integrar a rede municipal de saúde e terá estrutura para atendimentos de média complexidade. Em contrapartida, a prefeitura está reformando suas unidades de saúde, que se voltarão principalmente para a prevenção, no Programa Saúde da Família.

BARRO ALTO GANHA NOVO HOSPITAL

“A qualidade do serviço de saúde de Barro Alto será outra. Podemos falar em uma remo-delação completa”, avalia o coordenador de Relações com a Comunidade de Barro Alto da Anglo American, Liomar da Silva Rocha Vidal.

A parte predial do hospital já está em fase final e passa por readequações propos-tas pela Vigilância Sanitária. A implantação, a equipagem e a capacitação para gestão da saúde municipal contarão com o apoio de mais uma parceria da Anglo American com uma empresa especializada. A previsão é de que sejam oferecidos de 20 a 25 leitos para internação. Enquanto as obras não são con-cluídas, as equipes são montadas e treinadas.

Investir em capacitação vem sendo o lema da Anglo American desde o início. Além

disso, investir em infraestrutura é um com-promisso assumido junto ao BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social que financia parte da planta. A Prefei-tura de Barro Alto, além de gerir o hospital, entrará com mão de obra e materiais. Apenas na construção do hospital, os investimentos são de R$ 1,8 milhão e fazem parte de um fundo de R$ 10 milhões investidos pela Anglo American e geridos pela Fundesba, destina-dos a vários empreendimentos em Barro Alto.

Ainda segundo Liomar, a demanda pela construção do novo hospital surgiu também nas discussões do plano diretor da cidade. A saúde foi uma das necessidades de investi-mentos apontadas. “A Anglo American está firmando parcerias em diversas áreas, não só na saúde, mas em educação e cultura, entre outras, fazendo o que a política de responsa-bilidade social da empresa propõe, que é tra-zer ganhos também para a comunidade. Este hospital é um ponto crucial para Barro Alto e vai propiciar aos moradores do município, um serviço de saúde de qualidade”, comemora Liomar. A inauguração será ainda este ano.

A necessidade de qualificar a mão de obra em Barro Alto é uma iniciativa Anglo American, que vem ao encontro da demanda identificada na ação 6 do PEC 2009/2011 - “Oportunidade de Qualifi-cação Profissional”. Esse item vem sendo também debatido nos Fóruns Intercâmbio. Com este objetivo, algumas iniciativas para treinamento e formação profissional foram realizadas com o Sesi-Senai de Niquelândia para a população de Barro Alto. Mas, então, por que não construir um núcleo na própria Barro Alto? Agora, isso já é uma realidade.

As modernas instalações do núcleo já estão prontas e funcionando na cidade. Além disso, a Anglo American passou as estrutu-ras do clube de lazer e prática de esportes, que funcionam desde 2009, também para o Sesi. Ao todo, os investimentos foram de R$

NÚCLEO SESI-SENAI INSTALADO EM BARRO ALTO

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

1 milhão, repassados a partir da Fundesba – Fundação para o Desenvolvimento de Barro Alto. “No início, o núcleo é ligado à unidade de Niquelândia, até que tome corpo para ser uma unidade autônoma. Este é o primeiro núcleo desse tipo de Goiás em uma cidade do porte de Barro Alto”, afirma o gerente geral do Sesi-Senai de Niquelândia, Thiago Vieira Ferri.

Ainda segundo Thiago, a unidade é composta de salas de administração, informática, auditório, cantina, consultório odontológico e seis salas de aula, todas com ar-condicionado. Será montada ainda a Biblioteca Indústria do Conhecimento, que, além do acervo de livros, contará com 10 computadores conectados à Internet. O núcleo dispõe de espaço destinado à unidade móvel, onde poderão ser oferecidos vários módulos de formação tanto do Sesi quanto

do Senai, como panificação, confeitaria, mecânica, elétrica, cultura e lazer.

O clube também já está funcionando, com piscina olímpica, campo de futebol e quadra de areia. E estão sendo oferecidas aulas nas modalidades de natação, hidrogi-nástica e futebol. Um dos programas desen-volvidos é o Atleta do Futuro, de formação esportiva e de cidadania para jovens de 7 a 14 anos. Ao todo, são 100 vagas ofertadas este ano. Aos finais de semana, o clube é aberto também para a população.

Para o coordenador de Relações com a Comunidade de Barro Alto, Liomar da Silva Rocha Vidal, um dos principais ganhos para a população é a possibilidade de capacitação técnica dentro da própria cidade. “Nosso compromisso é aproveitar ao máximo todas as potencialidades do município. Aqueles que não estão preparados podem receber formação, capacitado-se para o mercado de trabalho”, disse.

Novo hospital de Barro Alto aumentará oferta da cidade em até 25 leitos

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ESTAMOS NOS COMUNICANDO BEM UM COM O OUTRO?

POR DENTRO DO RH

“No passado, não existia uma preocupa-ção em equalizar as informações. Hoje, existe aqui uma cultura de comunicação”. Com 24 anos de Anglo American, é assim que Mauro Li, supervisor de Manutenção da Copebrás Cubatão, percebe a evolução da comunicação na empresa. Afinal, convicta de que quem deve conduzir este processo no dia a dia são os gestores, a Anglo American tem como pilar mais importante da comunicação a própria comunicação direta das lideranças. E, para avaliar a evolução dessa prática, a partir de 2009 esse processo passou a ser acompanha-do com práticas de monitoramento.

A área de Comunicação entende que precisa mensurar os resultados obtidos com seus processos como qualquer outra da em-presa. Daí o esforço em monitorar suas ações. O Monitoramento de Comunicação Direta buscou, por meio de aplicação de questioná-rios, “tomar o pulso” de todo o processo, ao comparar as opiniões e percepções dos empre-gados e lideranças a respeito dessa prática, saber se os gestores estão comprometidos com a questão e se têm o apoio da área de Comunicação para tal. No escritório corpora-tivo, em São Paulo, aproximadamente 100% das lideranças e empregados foram consulta-dos. Nas unidades, onde há muito mais pes-soas, a aplicação fez-se por meio de amostra-gens. A aplicação dos questionários aconteceu ao longo do ano, em diferentes etapas.

ResultadosO clima da empresa no final de 2009

com as expectativas de mudanças de locali-dade do escritório corporativo, da nova estru-tura organizacional da empresa e do anúncio de venda da Copebrás e Mineração Catalão impactaram no resultado da última etapa do monitoramento realizada em dezembro de 2009. Acompanhe, abaixo, um resumo das informações obtidas nesta última etapa.

Monitoramento com lideranças

A grande maioria das lideranças consultadas afirma sempre conver-sar com a equipe sobre as estratégias e objeti-vos da empresa. Mas, o número de pessoas que afirmam fazer isso às vezes é representa-tivo e merece atenção.

Monitoramento com empregados• A avaliação geral da comunicação direta

pelos empregados consultados pode ser classificada como regular, já que a maioria dos indicadores avaliados obtiveram pon-tuações medianas.*

• As avaliações mais críticas foram para os indicadores frequência e influência.

• As avaliações mais positivas foram para os indicadores clareza das mensagens trans-mitidas e credibilidade das lideranças.

Apoio da Comunicação às liderançasA área de Comunicação precisa cada

vez mais entender de que forma a área pode apoiar mais as lideranças que conhecem sua importância no processo, para que elas exer-çam o seu papel de fontes de informação para os empregados com mais segurança.

Boa comunicação direta: melhoras que se sentem na pele

Victória Lopez, analista de Laboratório da Copebrás Catalão, foi empregada da Anglo American por 5 anos, quando a unidade não contava ainda com uma área de Comunicação, e voltou para a empresa há 1 ano e meio. “Hoje, as coisas são bem mais divulgadas e na minha área a comunicação face a face flui”,

conta. Para ela, a principal vantagem foi a economia de tempo e, para que a comunicação seja eficaz, Victória acha que deve contar com o real comprometimento dos líderes. “Melhor repassar a informação de alguém em quem eu confio do que de boca a boca. Quando a chefia não informa, o boato é gerado”, defende.

Mauro Li concorda. “Quanto menor for a distância entre gerência, coordenação e os empregados, melhor. Os boatos dimi-nuem, porque a empresa responde logo, e as pessoas se sentem seguras com as notícias oficiais”, argumenta. Toda manhã, sua área promove o DDS – Diálogo Diário de Seguran-ça, e Mauro informa aos seus subordinados o que foi discutido. Sempre que necessário, reserva um tempo para a equipe dialogar.

O empregado de Niquelândia Nader Ta-wfiq Tabta está há 12 anos na Anglo Ameri-can e sente as mudanças. “Os supervisores melhoraram até a forma de conversar com os empregados”, conta. Há um ano como forneiro da Calcinação, Nader garante que a boa comunicação foi fundamental inclusi-ve em seu processo de mudança de cargo, sendo a aproximação com seu supervisor importante em sua adaptação.

* Os indicadores foram: frequência, influência, clareza nas mensagens transmitidas e credibilidade das lideranças.

Exercícios em monitoramento tomam o pulso da comunicação direta entre líderes e empregados nas unidades de Níquel, Nióbio e Fosfato da Anglo American no Brasil

Comunicação direta é isso: interação entre as pessoas

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EXPEDIENTE: O Jornal da Anglo é uma publicação bimestral dirigida aos empregados dos negócios Níquel, Nióbio e Fosfato da Anglo American no Brasil | COMITÊ EDITORIAL: a pauta do jornal é definida com a colaboração dos Grupos de Comunicação formados por empregados de todas as áreas das unidades de Cubatão, Catalão / Ouvidor, Niquelândia / Horto Aranha / Barro Alto e São Paulo | EDITOR: Bruno Polizio (Comunicação Corporativa da Anglo American) – MTb 55.574/SP | COORDENAÇÃO: Valéria Lapa (Comunicação Corporativa da Anglo American) – MTb 30.665/SP e Leandro Duarte (Agência Nuts) | APURAÇÃO E REDAÇÃO: Paulo Celestino – MTb 998/RN e Fernanda Radtke (Agência Nuts) | COLABORAÇÃO: Aline Gasparindo, Andréa Gonçalves, Carolina Marim, Kerlley Oliveira, Núbia Pereira, Silmara Lopes e Tatiane Torezan | ARTE E PRODUÇÃO GRÁFICA: Agência Nuts | PROJETO GRÁFICO: NETi Design | FOTOS: Bruno Polizio, Carolina Marim, Flavita Valsani, Kerlley Oliveira, Sílvio Simões e Tatiane Torezan | Tiragem: 5.080 exemplares

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Qual é a relação que estabelecemos com o espaço público no dia a dia? Essa é uma pergunta que deveríamos nos fazer mais vezes. Geralmente visto como “terra de ninguém” ou de responsa-bilidade dos outros, o espaço público é todo lugar de uso comum ou posse coletiva. Pode ser a rua, o ônibus ou mesmo locais comparti-lhados por empregados de uma empresa.

Diferente do que acontece em espaços privados, como nossas casas, o que fazemos no espaço público tem consequências para um maior número de pessoas, que têm tantos direitos e deveres quanto nós. Por isso, somos todos responsáveis pelo bem-estar coletivo. E bem-estar não é uma sensação momentânea, mas uma condição de longo prazo. Jogar lixo em local inadequado, por exemplo, satisfaz a necessidade imediata de se ver livre daquele lixo, mas não cau-sa bem-estar, pois acarreta problemas maiores, como acidentes, epidemias e enchentes. Ou seja, respeito e responsabilidade com o coletivo é também garantia de saúde e segurança para nós mesmos. Vemos isso claramente nos espaços que usamos diariamente. É só prestar atenção.

O assistente sênior de Produção da Copebrás Cubatão Sergio Luiz Martinez Domingues diz que, na área industrial, muitas pessoas usam o espaço por períodos curtos, o que faz com que não se sin-tam responsáveis por manter aquilo limpo. “É diferente do escritório, em que as pessoas estão lá todos os dias e por isso se preocupam mais”, diz. Ele assumiu a presidência da CIQA – Comissão Interna de Qualidade Ambiental em novembro e conta que a ISO 9001 e algumas outras medidas, como o maior controle sobre os banheiros públicos, já melhoraram as condições de higiene. Agora, a CIQA quer ampliar esse trabalho e estruturar melhor suas reuniões, que hoje contam com dois porta-vozes por turno, além de conduzir campa-nhas focadas nos 3S (utilização, organização e limpeza), que são parte dos 5S (que ainda agregam saúde e autodisciplina). “Afinal, meio ambiente é também aquele que você usa no dia a dia”, argu-menta Sergio.

UM POR TODOS E TODOS POR UMA preservação do meio ambiente também envolve os espaços públicos onde vivemos. O respeito e a responsabilidade de cada um pelo bem-estar coletivo é uma bandeira defendida pelos empregados da Anglo American

ALMANAQUE

Os 5S orientam também o trabalho da equipe de limpeza de Catalão e Ouvidor. Wilma Elisabeth Santana Pires é a responsável pela área desde 1976 e compartilha a opinião de Sergio. Ela conta que os maiores proble-mas em suas unidades são as pichações nos banheiros e os copos, palitos, guardanapos, tocos de cigarro e papéis jogados fora dos cestos. Dona Beth defende que limpeza também é Segurança, um dos valores da Anglo American, e se os supervisores e chefes das áreas ajudarem a divulgar isso, a situação deve melhorar.

Divino Mariano da Silva Filho, supervisor de Produção em Niquelândia, sabe que o trabalho é árduo. “Cultura não se muda de uma hora para outra. É preciso conscientização”, defende. Há 29 anos na Anglo American e há 15 como supervisor, ele aponta o descuido com o espaço de lazer e ônibus como problemas rotineiros. Mas ele costuma conversar com os empregados e garante que isso dá certo. “Os resultados não acontecem da noite para o dia, mas as pessoas estão melhorando”, comemora. Divino prefere orientar do que punir. “O que tem funcionado é pegar a pessoa no local, mostrar o deslize e ensinar o caminho correto. A melhor forma de ensinar é dar exemplos. Nosso trabalho não tem fim, pois sempre estamos com novos desafios”, diz.

Divino diz ainda que a Anglo American tem se preocupado com um ambiente saudável para se trabalhar e que oferece as fer-ramentas apropriadas para isso. “As pessoas não podem simples-mente fazer certo aqui dentro por se sentirem obrigadas, mas sim pelo desejo voluntário de todos compartilharem de um ambiente agradável. Tem que fazer parte da cultura da pessoa. E eu estou feliz por trabalhar em uma empresa em que as pessoas são leva-das a sério”, defende.

Para Divino, é preciso conscientização. E Dona Beth defende que limpeza também é segurança.