nossas empresas tem Ética

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Nossas empresas são éticas? Nós somos éticos? A Ética é um assunto tão polêmico quanto a sua importância para nós, para nossa família, para nossa empresa e para a nossa sociedade. Se considerarmos que o capital humano é o maior ativo das empresas, o tema ainda cresce mais em complexidade porque passamos a maior parte de nossas horas no trabalho. Surge uma pergunta: uma empresa que privilegia a ética tem possibilidade de sucesso no mercado competitivo de nossa sociedade, cujos valores éticos não são a sua maior preocupação? Neste caso, qual o papel da empresa ética: mudar os seus princípios e valores para atuar dentro do modelo que está sendo praticado pela sociedade ou deve a empresa mantê-los para servir de exemplo em uma pouco provável, mas necessária, mudança de paradigma em seu contexto social? Da mesma forma devemos questionar a ética das pessoas que atuam dentro das empresas? Surge outra pergunta: Uma pessoa que se mantém dentro dos princípios éticos universais tem condições de sobreviver dentro de uma empresa cujos princípios sejam contrários aos seus? Deve ele corromper seus princípios para sobreviver na empresa ou deve lutar por eles, acreditando que a empresa mude, adotando seus princípios? Todos nós já temos a resposta: no primeiro caso, a empresa deve lutar pelos seus princípios éticos contra uma sociedade corrupta, sem

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Nossas empresas são éticas? Nós somos éticos?

A Ética é um assunto tão polêmico quanto a sua importância para nós,

para nossa família, para nossa empresa e para a nossa sociedade.

Se considerarmos que o capital humano é o maior ativo das empresas, o

tema ainda cresce mais em complexidade porque passamos a maior

parte de nossas horas no trabalho.

Surge uma pergunta: uma empresa que privilegia a ética tem

possibilidade de sucesso no mercado competitivo de nossa sociedade,

cujos valores éticos não são a sua maior preocupação? Neste caso, qual

o papel da empresa ética: mudar os seus princípios e valores para atuar

dentro do modelo que está sendo praticado pela sociedade ou deve a

empresa mantê-los para servir de exemplo em uma pouco provável, mas

necessária, mudança de paradigma em seu contexto social?

Da mesma forma devemos questionar a ética das pessoas que atuam

dentro das empresas? Surge outra pergunta: Uma pessoa que se

mantém dentro dos princípios éticos universais tem condições de

sobreviver dentro de uma empresa cujos princípios sejam contrários aos

seus? Deve ele corromper seus princípios para sobreviver na empresa ou

deve lutar por eles, acreditando que a empresa mude, adotando seus

princípios?

Todos nós já temos a resposta: no primeiro caso, a empresa deve lutar

pelos seus princípios éticos contra uma sociedade corrupta, sem

princípios éticos; no segundo caso, a pessoa deve lutar pelos seus

princípios para que possa continuar enfrentando a sua família e seus

amigos de cabeça erguida.

Em ambos os casos, mesmo que a decisão resulte infrutífera, a paz de

consciência, e para os cristãos a paz de Deus, é o premio maior de

nossas vidas. Desejo que todos nós consigamos alcançar esta paz.

As respostas às perguntas feitas, nós as temos facilmente. No entanto, a

aplicação, na prática, requer o aprendizado das duas maiores virtudes do

ser humano, básicas para a Ética, que são a busca da força interior e o

amor ao próximo.

A força interior é o amor a si mesmo (quem não ama a si mesmo não

tem capacidade de amar o outro); é a nossa centelha divina que está

pronta para se expandir de acordo com o poder de nossa vontade.

O amor ao próximo é a grande plataforma para a prática da Ética

humanista. Ela é traduzida pela confiança no outro; pela compreensão

do outro; pelo reconhecimento de ser o outro um complemento de nós

mesmos; por não julgarmos o outro; por sermos justos com o outro;

pela demonstração de humildade para com o outro (que não é ser

subserviente); por sermos tolerantes; por buscarmos sempre o diálogo

com o outro; pela paciência para entendermos o outro; tudo isto

preservando a nossa identidade.

Os objetivos no aprendizado destas práticas são para nós:

1. Realizar a expansão da consciência da pessoa;

2. Adquirir uma nova visão global da vida;

3. Conseguir o bem comum em lugar da visão egoística, somente do seu

próprio bem.

Para atingirmos estes objetivos o aprendizado é longo e requer, como

dito, força de vontade, mas traz melhores resultados certamente do que

o aprendizado dos treinamentos, existentes hoje nas empresas, de

técnicas, métodos e processos racionais. Neste assunto a filosofia Tao

tem um sábio ditado “O método certo com o homem errado, dá errado;

o homem certo com o método errado, dá certo”.

Estejamos todos certos de que com a prática dos princípios do amor a si

mesmo e do amor ao próximo, trilharemos o caminho certo para um

futuro ético para nós, para nossas empresas e para o nosso país.

José Affonso