nossas empresas grandes historias

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EDIÇÃO COMEMORATIVA | 7 ANOS NOTÍCIAS DO DIA JOINVILLE | 6 DE NOVEMBRO DE 2013 Os DESAFIOS do passado As EXPECTATIVAS para o futuro As ESTRATÉGIAS do presente EDIÇÃO COMEMORATIVA | 7 ANOS NOTÍCIAS DO DIA JOINVILLE | 6 DE NOVEMBRO DE 2013

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Page 1: Nossas empresas grandes historias

EDIÇÃO COMEMORATIVA | 7 ANOS NOTÍCIAS DO DIA JOINVILLE | 6 DE NOVEMBRO DE 2013

Os DESAFIOS

do passado

As EXPECTATIVAS para o futuro

As ESTRATÉGIAS do presente

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UMA PUBLICAÇÃO DO NOTÍCIAS DO DIA JOINVILLE

FUNDADOR E PRESIDENTE EMÉRITOMário J. Gonzaga Petrelli

GRUPO RIC SC

PRESIDENTE EXECUTIVOMarcello Corrêa Petrelli

DIRETOR COMERCIAL

Reynaldo Ramos

DIRETOR ADMINISTRATIVO E FINANCEIROAlbertino Zamarco Jr.

DIRETOR OPERACIONAL

Paulo Hoeller

DIRETOR REDAÇÃO NOTÍCIAS DO DIALuís Meneghim

REVISTA NOSSAS EMPRESAS,

GRANDES HISTÓRIAS

DIRETOR REGIONAL GRUPO RICSilvano Silva

GERENTE COMERCIAL NOTÍCIAS DO DIA JOINVILLE

e COORDENADORA GERAL DO PROJETOJackeline Moecke

(47) 3419-8038 e (47) [email protected]

CONTATOS COMERCIAIS

NOTÍCIAS DO DIA JOINVILLEMariana Lima, Nei Steffen e Calú Ledoux Inácio

CONTEÚDO EDITORIAL

EDITOR EXECUTIVO

Vandré Kramer

DIAGRAMAÇÃOMarcelo Duarte

ARTE DA CAPA

Robson Brüning

EDITOR DE FOTOGRAFIACarlos Jr.

FOTOS

Carlos Jr., Leandro Ferreira, Rogério Souza Jr.e Divulgação

REVISÃOSolange Silva e Vania Oliveira

DISTRIBUIÇÃO

Josiléia Vilas Boas

IMPRESSÃOPosigraf

Novembro de 2013

SITEwww.ricmais.com.br/sc/nossasempresas

ENDEREÇO

Rua Xavantes, 120Bairro Atiradores – Cep: 89203210

(47)3419-8000 – Joinville/SC

MARCELLO CORRÊA PETRELLI

Joinville é uma cidade em pleno desenvolvimento. É com satisfação que contribuímos com este crescimento, trazendo um projeto que valoriza a história de empresas de pequeno, médio e grande porte. As organizações nasceram e cresceram em Joinville e cidades da região Norte do Estado e hoje são reconhecidas no Brasil e mundo, seus produtos e serviços consumidos por milhares de pessoas. Ao todo, foram 44 re-portagens divulgadas no jornal Notícias do Dia, material que é compilado na revista especial que sera distribuída para SC e principais municípios do Sul e Sudeste do Brasil. Em cada reportagem os leitores conheceram os desafios de cada em-presa, as estratégias para firmar a marca em um mercado con-corrido e as expectativas para o futuro.

A cidade contabiliza mais de 520 mil habitantes, sendo a 3ª economia do Sul do país e a 25ª do Brasil. Os números podem ficar ainda mais expressivos com a vinda de multi-nacionais para a região e a implantação de novas empresas em variados setores como indústria, comércio e serviço. O crescimento da região traz mais oportunidades e qualidade de vida para os moradores, com destaque para o desenvol-vimento da área automotiva.

O Grupo RIC é grato em contribuir com este crescimento, divulgando a cultura local para SC e Brasil e o que é destaque na região desde 2000. São dois veículos que já se consolidaram na região, a RICTV Record e o jornal Notícias do Dia. Recentes pesquisas do Instituto Sintese demonstraram que a preferên-cia dos telespectadores é grande pelo jornalismo da emissora, com destaque para o Jornal do Meio-Dia e o Tribuna do Povo.

A iniciativa cumpre a missão da RIC, de informar regio-nalmente e Estadualmente com a percepção de prestigiar, mostrar e caracterizar para o público o que é importante

em nosso estado, quer na indústria, no comércio ou no serviço. E agora, com a implantação da tecnologia HD

(alta definição) os telespectadores ganham uma nova experiência de som e imagem em uma qualidade

nunca vista na região.Boa leitura!

Nossas Empresas, Grandes Histórias

Presidente Executivo do Grupo RIC Santa Catarina

Page 5: Nossas empresas grandes historias

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SUMÁRIO

Apresentação 6 a 10

Palavra do Governador de Santa Catarina 11

Palavra do prefeito de joinville 12

Palavra da CDL e ACIJ 13

Fibrasca 14 e 15

Messe Brasil 16 e 17

Perville 18 e 19

Euromax 22 e 23

Miano’s 24 e 25

Imobiliária Zattar 26 e 27

Construtora Correia 30 e 31

Coopercargo 32 e 33

Tecnopó 34 e 35

IOT 36 e 37

Essencis 40 e 41

Irineu Imóveis 42 e 43

Franklin Electric 44 e 45

Hospital Dona Helena 46 e 47

Plasbohn 50 e 51

Aceville 52 e 53

Laboratório Catarinense 54 e 55

ABplast 56 e 57

Plasticoville 60 e 61

Colégio Santos Anjos 62 e 63

Os desafios do passado, as estratégias do presente e as expectativas do futuro de 44 empresas da região

Lojas Salfer 64 e 65

Lepper 66 e 67

Anagê Imóveis 70 e 71

Shopping Mueller 72 e 73

Unimed 74 e 75

Ascensus 76 e 77

Transportadora Mann 80 e 81

Cembrani 82 e 83

Tupy 84 e 85

CMMR Advogados 86 e 87

CVF Trading 91 e 92

Arxo 92 e 93

CMDI 94 e 95

Steil Material de Construção 96 e 97

Fremax 98 e 99

Grupo FT 100 e 101

Yudo 104 e 105

CMI 106 e 107

Fortunato 108 e 109

Wetzel 110 e 111

Litoral 114 e 115

Joinvix 116 e 117

JEC 118 e 119

ArcelorMittal Vega 120 e 121

Page 6: Nossas empresas grandes historias

VANDRÉ KRAMER

Uma das mais tradicionais revistas de economia do mundo, a “The Economist”, estampou uma grande interrogação so-bre o Brasil na capa da edição de 28 de setembro. A reportagem de 14 páginas mostra que o País chegou bem perto de decolar, mas acabou estagnando. As causas sinalizadas são as mais variadas: inflação em alta, elevada carga tributária, serviços públicos de baixa qualidade, bu-rocracia e corrupção.

Apesar das grandes conquistas recen-tes, como a expansão da classe média, a economia brasileira vem patinando nos

últimos anos. Depois do cres-cimento de 7,5% em 2010 – o maior em um quarto de sécu-lo –, a expansão do PIB voltou a minguar: 2,5%, em 2011; e 0,9%, 2012. Para os próximos dois anos, as expectativas são um pouco mais animadoras: o PIB (produto interno bruto) deve expandir-se 2,5% em 2013 e 2014.

O cenário macroeconô-mico pode não ser dos mais favoráveis para os empresários e executivos ouvi-dos para o Nossas Empresas, Grandes Histórias. Mas, eles estão contribuindo

para fazer a diferença e con-firmar o que uma pesquisa feita pela consultoria McKin-sey projetou há dois anos: o Norte e Nordeste Catarinen-se estariam entre as regiões mais dinâmicas e de maior crescimento no País até 2025. É a repetição de uma situação verificada na pri-meira década deste século, quando a expansão do PIB

regional foi o dobro do nacional.Uma boa ajuda está vindo de fora. A

BMW e a GM devem aplicar cerca de R$ 1,2 bilhão nos próximos anos. A primei-

Cenário em transformaçãoLinha de produção da fábrica de motores e cabeçotes da GM em Joinville, que foi inaugurada no final de fevereiro

O momento é desafiador para a economia brasileira: baixo crescimento, alta carga tributária, inflação subindo e muita burocracia. Mas, em um cenário muito turbulento, o Norte Catarinense vem se destacando.

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DIVULGAÇÃO GM BRASIL

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JACKELINE MOECKE

Os desafios do passado, as estratégias do pre-sente e as expectativas para o futuro das empresas do Norte de Santa Catarina são o tema central desta revista de 124 páginas, que circula encartada neste 6 de novembro nas edições do Notícias do Dia Join-ville e Notícias do Dia Florianópolis e também tem uma distribuição em pontos estratégicos do Estado.

O Nossas Empresas, Grandes Histórias é o resultado de um processo contínuo e crescente de agregação de valor a um jornal que hoje completa sete anos. Hoje, o Notícias do Dia é uma referên-cia regional, que se destaca não só no papel de informar e antecipar tendências, mas, também, em preservar e difundir a memória deste importante polo regional do Sul do Brasil.

Este projeto, fruto de um trabalho de oito me-ses, foi até 44 empresas de Joinville e região que se tornaram importantes referências na área em que atuam. A partir de um trabalho cuidadoso, resga-tou-se os desafios que os empreendedores da nos-sa terra enfrentaram até chegarem onde estão, as oportunidades que estão conquistando e as expec-tativas em relação ao futuro.

O Nossas Empresas, Grandes Histórias não é só um documento histórico, mas sim uma forma de as empresas se comunicarem ainda mais com o mercado em que atuam, com clientes e fornece-dores e com a comunidade onde estão inseridas.

É também a reunião de uma série de cases de sucesso corporativo que podem servir de impor-tante contribuição para incentivar ainda mais o empreendedorismo em uma região que tem este comportamento no sangue e que, recentemente, foi beneficiada com um investimento bilionário por parte da indústria automobilística. A partir destes movimentos, certamente, surgirão novos empreen-dedores, que ajudarão a alimentar novos Nossas Empresas, Grandes Histórias.

Nossas Empresas, Grandes Histórias

Gerente Comercial Jornal Notícias do Dia Joinville

ra vai instalar uma montadora em Araquari. A segunda, construir uma fábrica de câmbio e transmissões. E pesquisa feita pela Sustentare Escola de Negócios mostra que os empresários da região sentem a necessidade de renovar a linha de produtos e ampliar a estrutura para atender à expansão do mercado.

Efeito automotivo

O boom do complexo automo-tivo na região é um dos drivers que sinalizam para um novo momento de forte crescimento da região. É um cenário em profunda transfor-mação, que, segundo Paulo Costa, do CMMR Advogados, exige uma constante atualização. O Colégio dos Santos Anjos, um dos mais tradicionais e antigos de Joinville, trabalha com a possibilidade de am-pliar o número de aulas de línguas estrangeiras e o uso de tecnologia na sala de aula.

O Perini Business Park sentiu diretamente o impacto da expan-são dos investimentos da indústria automobilística na região. O local foi escolhido pela BMW para dar o startup para a construção da mon-tadora em Araquari. O número de consultas de empresas para se ins-talar no local cresceu, logo imedia-tamente ao anúncio da chegada da empresa alemã ao Estado.

Sondagens também foram fei-tas na Essencis. Segundo o gerente da unidade joinvilense, Julio de Oli-veira Mueller, empresas que estão implantando unidades na região já entraram em contato para discutir o envio de resíduos industriais.

A ArcelorMittal Vega, lamina-dora de aços sediada em São Fran-cisco do Sul, pretende aproveitar as boas oportunidades geradas pela expansão da indústria automobilís-tica brasileira, que deve investir R$ 7,3 bilhões a partir do novo regime automotivo. No início do ano, a em-

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presa investiu US$ 10 milhões em um sistema de pós-tratamento em uma das linhas de galvanização, o que facilita a estampagem das pe-ças. É um processo que vem se fir-mando como uma tendência entre as maiores montadoras mundiais.

Quem também está atenta a este momento das montadoras é a Fremax, que fabrica discos e tambores de freio. Fornecedora da Mitsubishi há mais de dez anos, a empresa quer conquistar novos clientes. Para isto, vem investindo na expansão. É uma consequência do processo de valorização da mar-ca, iniciado há mais de dez anos, quando se tornou fornecedora da Stock Car, uma das categorias que mais cresce em preferência.

Outra empresa que vê reflexos imediatos com a expansão do com-plexo automotivo na região é a Mia-no’s, que fornece insumos para a indústria de fundição. A empresa tem relacionamento comercial com 95% das fundições que atuam no segmen-to no Sul do Brasil e espera um cres-cimento nas vendas. “Alguém vai ter de comprar essas matérias-primas e alguém vai ter de vender”, diz Azomar Miano, dono da empresa.

Os investimentos da indústria automobilística no Norte do Estado chegam a R$ 1,2 bilhão.

A Messe Brasil, organizadora de algumas das principais feiras de negócios do segmento metal-mecânico no Sul do Brasil, vê boas oportunidades com a expansão do complexo automotivo. Essas possi-bilidades estiveram na agenda das empresas que participaram da In-termach 2013, que aconteceu entre 9 e 13 de setembro.

Outra que espera benefícios é a Tecnopó, que atua no segmento de pinturas especiais. Com a circu-lação de mais dinheiro pela região,

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o diretor Joelci Ferrari espera que a demanda de trabalho aumente na unidade instalada em Pirabeiraba.

O segmento imobiliário tam-bém deve sentir os impactos dos novos investimentos. Segundo Anagê Alves, da Anagê Imóveis, Joinville ainda tem muito para crescer. “A cidade tem poucos pré-dios e condomínios horizontais de médio e alto padrão”, diz.

As boas perspectivas tam-bém fazem parte do cenário do Shopping Mueller. O empreen-dimento, que completou 18 anos em maio, está trazendo novas operações. “Há uma possibilidade infinita de novas oportunidades para expandir os negócios”, diz a superintendente, Aurea Raquel Pirmann.

A recuperação de um seg-mento específico na indústria au-tomotiva, o de caminhões, vem animando a Wetzel. No primeiro semestre, as vendas cresceram 23,1% comparativamente a igual período de 2012. A empresa tam-bém vem reforçando a presença em outras atividades. Neste se-mestre, estão sendo lançados no-vos produtos na linha de alumínio e iluminação com tecnologia LED.

Aposta na logística

Um dos prin-cipais gargalos da economia brasileira é o logístico. Mas as empresas que atu-am na região estão enxergando grandes oportunidades nes-te setor. A Ascensus Trading & Logística tem planos para ins-talar um armazém em Pirabeiraba. A empresa já solicitou

o licenciamento para a construção do empreendimento, que terá 80

FOTOS STOCK.XCHNG

mil metros quadrados.A expansão do agronegócio

brasileiro está por trás de dois pla-nos em que a Litoral Soluções em Comércio Exterior, de São Fran-cisco do Sul, é parceira. Um deles é a construção do TGSC, um termi-nal de granéis privativo que será construído ao lado do porto de São Francisco do Sul, e terá capa-cidade para movimentar 10,5 mi-lhões de toneladas anuais. O outro é a Litofértil, um local destinado à armazenagem de fertilizantes.

Empresas veem oportunidades no segmento logístico no Norte do Estado

A Coopercargo vem reforçan-do a capacidade de armazena-gem, para atender à demanda das empresas. “Funcionamos como uma extensão delas”, destaca Anacleto Pintarelli, presidente da cooperativa. E o próximo passo é buscar a certificação para ser um porto seco, o que facilitaria as operações de comércio exterior. “Seríamos como um porto sem navios”, compara.

Com forte presença nas rotas entre o Sul e o Norte e Nordeste, a Mann aproveitou a adoção das novas regras da jornada de traba-lho para os motoristas e implan-tou um sistema que vem dando mais agilidade na circulação de mercadorias. A partir do serviço dedicado entre as duas regiões, foram criados vários pontos de apoio ao longo das rotas. A cada 500 ou 600 quilômetros são feitas trocas de veículos e motoristas.

A Aceville inaugura, no come-ço de 2014, as novas instalações às margens da BR-101. A capaci-dade de movimentação de car-gas vai crescer 60%. A empresa estuda a possibilidade de entrar em novos mercados, como o da região de Campinas (SP).

Atenção às oportunidades

Não é preciso a economia es-tar em crescimento para que sur-jam oportunidades para expansão dos negócios. É o que a AB Plast, fabricante de embalagens para a indústria de cosméticos e perfuma-ria, vem detectando: “Somos bene-ficiados pelo efeito batom”, diz o presidente, André Bornschein Silva, se referindo ao fato que as vendas de artigos da indústria da beleza se mantém em alta, mesmo em perío-dos de crise.

A centenária Lepper está di-recionando a produção de artigos de cama e banho para o segmento infantil. Marcas como Barbie, Hello Kitty, Moranguinho, Homem Ara-nha, Ben 10, Hot Wheels e o mais recente sucesso da Disney, “Aviões”, estão em seu portfólio de marcas. “O que for rentável, vamos produzir aqui. O que não for, será importa-do”, diz a presidente Maria Regina Loyola Alves.

Oportunidades de negócio po-dem estar no vácuo de processos deixados de lado por outras empre-sas. É o caso da Plasticoville, que produz componentes plásticos para a indústria automobilística. Adelir Alves era gerente de uma grande empresa de plásticos, que estava

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SILVANO SILVA

Uma das marcas do Notícias do Dia Joinville, em seus sete anos de existência, é o de estar lado a lado com a comunidade da região de Joinville. Um jornal moderno e vibrante que se dedica a valorizar o que é nosso, mostra os desafios a serem seguidos, antecipa tendências e projeta o futuro.

Nossas Empresas, Grandes Histórias é a continui-dade de um trabalho de resgatar a memória da cidade sob o ponto de vista de quem vive o seu dia a dia. É a sequência natural de uma trajetória que começou com o Casas Históricas e prosseguiu com o Ruas Históricas.

O projeto coincide com um grande momento para a economia do Norte do Estado: a consolidação do polo automotivo, com os anúncios da montadora de carros da BMW e da segunda fábrica da General Mo-tors. Não é à toa que um dos fatores que atraiu essas duas grandes multinacionais à região foi a qualidade da nossa mão de obra e de nossos empreendedores.

A série de 44 reportagens – publicadas original-mente entre 30 de maio e 31 de outubro no Notícias do Dia Joinville – mostra o retrato de uma economia vibrante, que tem como polo o maior PIB do Estado e a terceiro maior no Sul do Brasil, que foi construída sob o signo do empreendedorismo.

Mostra a ousadia e a capacidade de uma cidade que, a partir de pequenos negócios, criou grandes empresas, que hoje projetam seu nome no país e no exterior.

Mas, este projeto não se resume só ao resgate de um passado que nos dá muito orgulho. Destaca, também as estratégias que as empresas estão usando para se desta-car no presente, em meio a um cenário desafiador, e para se perpetuar no futuro.

Constitui-se em uma verdadeira enciclopédia de receitas de sucesso. É um importante benchmark para quem quer se tornar empreendedor ou quer, então, agregar valor ao seu negócio, ajudando, assim, a cons-truir um legado para as gerações que estão chegando.

Boa leitura!

Nossas Empresas, Grandes Histórias

Diretor Regional Grupo RIC

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descontinuando algumas ativida-des. Clientes lhe pediram ajuda para encontrar novos fornecedores. Com o dinheiro da rescisão e o apoio da família, criou a empresa.

Quem seguiu uma trajetória parecida foi a JoinVix, que atua no segmento de webhosting. Vendo a demora de grandes empresas em atender às necessidades de peque-nos e médios empreendedores da região, Adriano Reinert e Estevão Goularte resolveram unir forças para oferecer um atendimento, ao mesmo tempo, mais automatizado e personalizado para elaboração de serviços na web.

Foi a partir da popularização da terceirização, no início dos anos 90, e da concentração das empresas em suas atividades-fim que Waldir Fruit e Marcos Tilp criaram o Gru-po FT, um dos mais importantes no segmento de segurança em Santa Catarina.

Outro momento em que os em-preendedores estão encontrando oportunidades de negócios é após a aposentadoria. É uma forma de encontrar uma segunda carreira. Após sair de uma grande multina-cional alemã, Klaus Siebje se mudou para Joinville e aproveitou os conhe-cimentos nas áreas química e têxtil para implantar a Fibrasca, uma das principais fabricantes de travessei-ros da América Latina. Atualmente, a empresa tem mais de 90 paten-tes e faz planos para intensificar as vendas para a África e ao Leste Europeu.

Um caminho parecido foi trilha-do por Wilson Bohn. As décadas de trabalho em uma empresa de plás-ticos para construção civil foram o combustível para criar a Plasbohn, em conjunto com a família. Vinte e cinco anos após a fundação, a em-presa é líder nacional no segmento de mangueiras. As estratégias de exportação foram premiadas pelo Ministério do Desenvolvimento.

Para Alexandre da Silva, da Eu-romax, a oportunidade de ter o pró-prio empreendimento surgiu quan-do a empresa em que trabalhava foi vendida. A bagagem adquirida ao longo de mais de duas décadas ser-viu de inspiração para abrir a fábrica de rejuntes e argamassas.

Muitas multinacionais veem o Norte Catarinense como uma região promissora para desenvolver as ati-vidades. É o caso da coreana Yudo, que se instalou em 2012, em Joinvil-le, e, agora tem planos mais ousa-dos: implantar um condomínio em-presarial voltado, principalmente, para o segmento de ferramentaria.

Para o presidente da unidade brasileira da Franklin Electric, Mi-chael Langer, o País é um mercado bem amplo e oferece muitas oportu-nidades de negócio. Para isto, a em-presa está concluindo a construção de uma nova fábrica em Joinville, na qual foram aplicados R$ 40 milhões.

Multinacionais apostam nas oportunidades de mercado existentes no Brasil

A belga CMI se instalou em Join-ville, em 2004, para atender à de-manda de manutenção industrial da laminadora de aço Vega do Sul, que hoje pertence à ArcelorMittal. A partir da cidade, se expandiu em direção a novos mercados – Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo – e novos segmentos, como a montagem industrial.

Busca por novos mercados

Os desafios são um dos princi-pais motivadores do crescimento das empresas. “Toda indústria de-veria vender para o exterior para testar sua competitividade”, diz Conrado Lehmkuhl, sócio da CVF. A trading, especializada em solu-ções de comércio exterior para o

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FOTOS STOCK.XCHNG

segmento de infraestrutura, quer intensificar sua presença nas ope-rações comerciais com os Estados Unidos.

A recuperação gradual da maior economia mundial vem benefi-ciando a Tupy. E a partir das duas unidades no México, adquiridas no ano passado, a fabricante está en-contrando outras possibilidades de negócios.

Consolidada como a maior fabricante latino-americana de tanques jateados para postos de combustíveis, a Arxo, de Balneário Piçarras, vem diversificando sua abrangência. A partir de uma par-ceria com uma empresa americana, está entrando no segmento aero-portuário, com o fornecimento de carros-tanque para abastecimento de aeronaves. No próximo ano, co-meçam a funcionar duas unidades industriais: em Vitória de Santo An-tão (PE) e em Ciudad del Este, no Paraguai.

Quem também está se expan-dindo em direção a novos mercados é a Construtora Correia. A empre-sa está entrando em Jaraguá do Sul. Em 2014, é a vez de chegar às praias do Litoral Norte.

Apostar na construção civil é o passo que a Steil Materiais de Construção pretende dar em 2014. As primeiras experiências começa-ram em 2009. Desde então, foram construídos um conjunto de gemi-nados e dois prédios. “Joinville está em um bom momento”, justifica o diretor Jakson Steil.

Empresas especializadas em lo-teamentos estão reforçando a atu-ação em outros mercados. A Zattar vai implantar um em Garuva.

A Irineu Imóveis quer aprovei-tar o bom momento para a econo-mia regional e está investindo na locação de galpões industriais. As maiores oportunidades estão em Araquari, Garuva, Guaramirim e São Francisco do Sul.

A partir do novo centro de dis-tribuição, que está sendo instala-do às margens da BR-101, a Sal-fer se prepara para novos voos. A capacidade de movimentação de mercadorias vai aumentar 60%. E o presidente da empresa, Clayton Salfer, não descarta a entrada em novos mercados. “Isto está sempre no nosso radar.”

A Cembrani, que fabrica e re-vende móveis feitos sob medida, planeja abrir mais três lojas no pró-ximo ano. Uma das possibilidades em estudo é chegar ao Nordeste por meio de um parceiro.

O cenário também é favorável para a Empreiteira Fortunato, que tem as obras de infraestrutura como um dos principais focos. Ela pretende investir em áreas correla-tas e em projetos que necessitem de grandes obras de engenharia, como centrais hidrelétricas, empre-sas de saneamento, logística e con-cessões de serviços públicos.

Investimento em saúde

Investimentos também estão no mapa do segmento da saúde. O Hospital Dona Helena pretende concluir e ocupar todas as instala-ções do novo prédio, com 11 anda-res e 26 mil metros de área constru-ída, em 2016, quando completa o centenário.

A Unimed iniciou a expansão do centro hospitalar. A previsão é che-

gar em 2020, quando o empreendi-mento estiver concluído, com 350 leitos. Atualmente, são 165.

Novas tecnologias são implan-tadas constantemente pelo setor. O CMDI, por exemplo, investiu na integração do diagnóstico médico por imagem com o cloud computing para facilitar o atendimento e agili-zar acesso a resultado de exames.

O IOT também tem planos de expandir as instalações. Referên-cia regional na área de ortopedia e traumatologia, o instituto busca trazer novas práticas e conceitos por meio da parceria com a Duke University, uma das 20 melhores universidades do mundo.

Investimentos em pesquisa também estão entre as prioridades de Adriano Bornschein Silva, que as-sumiu neste ano, a presidência do Laboratório Catarinense. Cientis-tas do Hospital das Clínicas de São Paulo, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e da Universi-dade Federal do Ceará (UFCE) estão fazendo estudos sobre uma nova aplicação para o Catuama, o carro--chefe da empresa.

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RAIMUNDO COLOMBO

O Norte Catarinense é um dos polos de empre-endedorismo do Estado, berço de empresas que se tornaram gigantes internacionais e

referências em seus ramos de atuação. É o caso da WEG, nascida em Jaraguá do Sul e hoje com unidades em diferentes continentes. Ou das têxteis centenárias de Joinville, Döhler e Lepper, empresas que seguem familiares, comandadas por descendentes dos seus fundadores. Ou ainda da marca Consul, que fez seus primeiros refrigeradores em um pequeno galpão em Joinville e que hoje faz parte do grupo Whirlpool. Isso só para citar alguns dos vários exemplos.

Essas histórias de sucesso evidenciam nossa no-tável capacidade empreendedora, o dinamismo eco-nômico catarinense e a qualificação da nossa mão de obra. E cabe ao Governo do Estado promover e facilitar esse empreendedorismo. Em todas as frentes, a soma dos recursos do programa Pacto por Santa Catarina para ações em todo o Estado é de R$ 9,4 bilhões, re-sultando no maior pacote de investimentos da história catarinense. Queremos resolver gargalos que estavam afetando o desenvolvimento catarinense, como nos se-tores aeroviário, rodoviário e ferroviário.

Nesse sentido, temos fortes investimentos em in-fraestrutura e logística, com especial atenção também na manutenção e fortalecimento da competitividade

dos portos catarinenses. Podemos citar ainda o pro-grama Juro Zero, em que pagamos os juros de em-préstimos a pequenos empresários. Também temos estimulado e investido em inovação com parcerias com universidades e entidades de classe. E estamos investindo na ampliação da oferta de energia e do vo-lume de gás disponibilizado no Estado.

A combinação de uma consolidada cadeia produ-tiva com essa nova leva de investimentos tem atraído mais empresas para o Estado, com destaque para o setor automotivo, que tem no Norte do Estado seu principal beneficiado. A GM já está operando em Join-ville com sua fábrica de motores, uma fábrica que já nasceu dentro dos mais modernos padrões de sus-tentabilidade. E agora, Araquari prepara-se para re-ceber a primeira fábrica da BMW na América Latina. Além do investimento por si só já ser histórico, a ca-deia produtiva em torno de uma montadora é muito grande e com certeza ela atrairá fornecedores com tecnologia de ponta. A BMW passa a ser um polo de atração. Outras empresas que vêm conversar sobre investimentos com Santa Catarina ficam mais interes-sadas quando sabem que vamos receber a BMW, uma marca de valor extraordinário.

É uma série de fatores que sinaliza para um futuro cada vez mais promissor ao setor produtivo catarinen-se. E o Norte do Estado continuará como um dos pro-tagonistas deste cenário.

Vocação empreendedora

Raimundo Colombo é governador de Santa Catarina

“Histórias de sucesso evidenciam nossa notável capacidade empreendedora, o dinamismo econômico catarinense e a qualificação da nossa mão de obra.”

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ART IGOS

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UDO DÖHLER

Há um ano escrevia que o ponto de partida para o sucesso de qualquer empreendimento é conhe-cer o mercado, saber quais as necessidades, os

anseios e o potencial do consumidor. É a partir dessas premissas que se pode começar a construir um projeto. E isso serve tanto para a administração de uma pequena empresa, quanto para governar uma cidade ou um país. Acredito que sem conhecer com clareza o seu público, o que ele pensa e o que busca, fica impraticável identificar as suas demandas e, assim, propor soluções que real-mente combatam os problemas.

A vida moderna e as cobranças dos dias de hoje exigem uma mudança nos processos de gestão. A democratização da comunicação, ao alcance de todos, via redes sociais e tec-nologia acessível, requer a todo gestor – seja ele da iniciativa privada ou pública – soluções rápidas para manter competi-tividade no mercado.

Joinville é hoje uma cidade que vive em um momento cada vez mais propício e estimulante para fazer negócios e para viver. São esses os nossos desafios. Mostrar nos-sas características únicas com uma das principais cida-des da região Sul do País, a que mais crescerá até 2030, triplicará a sua economia em 30 anos e a tendência é que sejamos a 2ª maior economia do Sul do País na próxima década. É para isso que estamos nos organizando e pla-nejando a Joinville do futuro.

E os potenciais são enormes. Somos privilegiados ge-ograficamente. Temos a montanha a 35 quilômetros com variação de temperatura de até oito graus, temos o mar, o nosso belo litoral a menos de 60 quilômetros, temos o po-tencial turístico, náutico e ecológico da Baia da Babitonga, estamos avançando no tratamento de esgoto, equaciona-

mos o problema da energia elétrica para os próximos 30 anos e nossos recursos hídricos são ricos.

As cidades reclamam de processos mais modernos e pla-nejamento para o futuro. A região está se transformando com a chegada de grandes montadoras, como a GM, em Joinville, a BMW, em Araquari e a possibilidade de outras gigantes da in-dústria automobilística. Com a vinda de multinacionais e o selo de qualidade do nosso futuro Parque de Inovação Tecnológica, acreditamos que não só Joinville, mas toda a sua região me-tropolitana será, sem dúvida, uma das mais prósperas do País.

Para competir, no entanto, é preciso ainda mais. A bus-ca pela inovação, até a exaustão, é imprescindível para que se possa melhorar continuamente. E nesta linha, com o respeito ao meio ambiente, na ação de transformação, que devemos buscar o compromisso inicial. É preciso destacar que temos o dever de reduzir os enormes riscos à susten-tabilidade deste mundo em que vivemos. Em Joinville, por exemplo, 60% do nosso espaço físico é verde e vamos cuidar para que ele continue preservado.

O governo de Joinville tem dado a sua contribuição fun-damental para que o empreendedor catarinense busque instrumentos para melhorar a gestão de seus negócios. Não há segredo para o sucesso, e sim trabalho árduo, dedicado e competente. A nossa capacidade de absorver e gerenciar as mudanças é que consolida isso tudo. Líderes e equipes preci-sam estar abertos às transformações propostas pelo desenvol-vimento. Só assim conseguiremos enfrentar as adversidades.

É desejável, portanto, que as unidades de ensino, saúde e segurança possam ser alcançadas com facilidade por toda e qualquer pessoa, sem congestionamento e de forma adequa-da. Em síntese, o que buscamos é uma gestão eficiente e que torne a cidade mais justa para todos os seus moradores.

Uma cidade em um momento propício

Udo Döhler é prefeito de Joinville

“A busca pela inovação, até a exaustão, é imprescindível para que se possa melhorar continuamente.”

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ART IGOS

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MARIO CEZAR DE AGUIAR

Empreendedorismo é uma marca registrada de Santa Catarina e uma característica muito for-te da economia de nossa região. Em Joinville sur-giram (e certamente outras virão) algumas das grandes empresas brasileiras, líderes em seus segmentos, referência no setor ondem atuam, seja no comércio, nos serviços ou na indústria.

Empresas e pessoas empreendedoras constroem uma economia forte que possibilita um ambiente mais favorável aos negócios e ao desenvolvimento pessoal e profissional, como consequência produzindo um pais social e eco-

nomicamente mais justo.Localização, logística, mão de obra especia-

lizada, fornecedores qualificados e empreende-dores por natureza, certamente foram funda-mentais para embasarem a decisão dos grupos nacionais e internacionais para investirem na região, como as montadoras General Motors, BMW e LS Mtron.

Ao mesmo tempo em que elas se benefi-ciam de nossas competências, trazem novas tecnologias, práticas de classe mundial e inova-ções que devem elevar a região a um padrão ainda mais alto, nos posicionando num novo patamar de desenvolvimento.

CARLOS GRENDENE

A CDL Joinville, a segunda mais antiga de Santa Catarina, completou recentemente 48 anos de existência. Neste quase meio sécu-lo de história, grandes homens estiveram à frente da CDL Joinville: Hercílio Hardt, Louri-val May, Raul M. Pereira, Pedro F. Gonçaves, Carlos F. Fleischfresser, Gerd Haufe, Samuel Schubert, Gonçalo Nascimento, Manfredo Trauer, Jorge Domingues, Rubens Moura, Hen-rique Weber, Wilmar Hansen, Milton Kruger, Alexandre Brandão Nascimento, Gilson Bohn, José Manoel Ramos e Raulino Esbiteskoski. E Carlos Grendene está comandando a entida-de lojista desde 2011.

A gestão atual está dando continuidade ao trabalho desses antecessores, aprimoran-do cada vez mais a trajetória construída até então. O objetivo é que a entidade seja ainda mais ágil; presente na representação dos in-teresses lojistas de Joinville e região, atuando

junto aos órgãos públicos, em constantes reu-niões com os governos federais e estaduais, com o Prefeito de Joinville e com membros da Câmara de Vereadores; construindo parcerias com outras entidades como a Acomac, Ajorpe-me e Acij; e mais atenta ao cotidiano da cidade, participando ativamente de assuntos como a fiação subterrânea, a humanização do trânsito, a manutenção de calçadas, a acessibilidade, os corredores de ônibus, ações sociais, entre ou-tras inúmeras causas nas quais a CDL Joinville esteve envolvida neste intenso ano de 2013.

A entidade lojista está na casa dos 2 mil as-sociados, todos muito bem representados por meio de iniciativas da diretoria para melhorar a comunicação com os clientes. Exemplos disso são as campanhas Natal Premiado, o Liquida Joinville, o Stammtisch e o Festival Gastronô-mico. E é com este legado que a CDL Joinville poderá celebrar em 2015 seus 50 anos de his-tória e, ainda assim, mantendo-se mais atual e atuante do que nunca.

Empreendedorismo, uma marca registrada

A tradicional e contemporânea CDL Joinville

Mario Cezar de Aguiar é presidente da Acij (Associação Empresarial de Joinville (Acij) e vice-presidente da Fiesc (Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina

Carlos Grendene é presidente da CDL Joinville

“Empresas e pessoas empreendedoras

constroem uma economia forte que possibilita

um ambiente mais favorável aos negócios.”

O objetivo é que a entidade seja ainda mais ágil; presente

na representação dos interesses

lojistas de Joinville e região,

PENINHA MACHADO

DIVULGAÇÃO

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Um pouco da história de Pirabei-raba está no terreno da fabricante de travesseiros Fibrasca. No local, no século 19, funcionou uma usina de cana. A fama era tanta que chegou a ser visitada pelo Conde d’Eu, marido da princesa Isabel.

Hoje, o local continua sendo rele-vante para a comunidade de Pirabei-raba. A Fibrasca é uma das principais empregadoras do distrito. Por trás dela, está o empresário alemão Klaus Siebje, que há quase 60 anos desem-barcou no Brasil.

O envolvimento dele com o dia a dia da fábrica de travesseiros e aces-sórios para cama e estofados é total. No escritório, o laptop e os papéis dividem espaço com tecidos, fios e amostras de espuma. A grande paixão é descobrir novos usos para as maté-rias-primas utilizadas da fabricação de acessórios para cama, estofados e de-coração. As ideias são registradas: 92 patentes pedidas no Inpi.

Os primeiros travesseiros produzi-dos, o carro chefe da companhia, sur-giram a partir das experiências de um

Um laboratório de boas ideiasKlaus Siebje gosta de descobrir novos usos para as matérias-primas usadas pela Fibrasca. Agora, quer ampliar os mercados da empresa no exterior

Mathias Siebje Mancinelli (D) pretende seguir os passos do avô na Fibrasca

1954Klaus Siebje chega ao Brasil, vindo da Alemanha.

AtividadeProdução de acessórios para cama, estofados e decoração.

220Funcionários.

1986Klaus Siebje se aposenta na Basf, como gerente da divisão de produtos químicos para a indústria têxtil, e se muda para Joinville, onde cria a Fibrasca, que inicialmente recuperava retalhos de carpê e os transformava em revestimento antiacústico.

www.fibrasca.com.br

funcionário, que começou a fazê-los artesanalmente usando o PET. Hoje, são fabricados 20 mil por dia. O foco são itens de maior valor agregado.

Há dois anos, começaram as ex-portações. O destino é a América do Sul. Mas a empresa quer mais. Os pro-dutos também são comercializados para Angola, Moçambique e África do Sul. Siebje vê muitas oportunidades de negócio no continente africano.

A região é uma das que mais cres-ce no mundo. Segundo o FMI, as pro-jeções são de crescimento de 5% nes-te ano e de 6% em 2014. “Há muito a desbravar”. Dois países onde a empre-sa está analisando possibilidades de negócios são o Quênia e a Etiópia. “São países que têm governos estáveis.”

Mais prospecções de negócios de-vem ser feitas a partir da participação na Heimtex, uma das principais feiras internacionais para o segmento têxtil, que acontece de 8 a 11 de janeiro, em Frankfurt, na Alemanha. Ela vai ser uma das três empresas brasileiras que vão participar do evento.

Outra região que está no alvo do empresário é o Leste Europeu. Se-

ROGÉ

RIO

SOUZ

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.

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“Há muito a desbravar no mercado africano.”Klaus Siebje, proprietário da Fibrasca

Fibrasca planeja ampliar a área de atuação

R$ 7 milhõesÉ quanto a Fibrasca está investindo na implantação de uma fábrica de tapetes em Pirabeiraba.

1.000%Foi o crescimento da Fibrasca nos últimos oito anos. No primeiro trimestre, a expansão foi de 30% em relação ao mesmo período de 2012.

82 anosÉ a idade do funcionário mais velho da empresa: Nélson Simões, que é gerente de negócios no Planalto.

1991Fibrasca começa a produzir travesseiros. Inicialmente, eram modelos mais populares, fabricados a partir de resíduos da produção de cordas.

2000-2010A empresa diversifica a produção. Começam a ser fabricados travesseiros de maior valor agregado e percintas para estofados. Cordas deixam de ser produzidas.

2013Inicia a produção de tapetes, objetivando criar uma alternativa de mercado para o produto que é importado da China.

gundo ele, principalmente nos países que formavam a ex-União Soviética, há uma necessidade de acessórios de cama de maior qualidade. “Na Rússia, por exemplo, eles trabalham só com um tipo de visco elástico. Aqui, nós tra-balhamos com seis.”

No novo passo que está dando, Siebje não teme a concorrência chi-nesa. A estratégia dele foi verticali-zar completamente o processo de produção. “Assim, temos ganhos nas questões logística e tributária e podemos oferecer produtos a pre-ços competitivos.”

Mas não é só o exterior que pren-de a atenção do empresário. Outra estratégia é ampliar a atuação no co-mércio eletrônico. A empresa, forne-cedora de alguns dos maiores portais, mira nichos mais específicos, como os de eletroeletrônicos e de livros.

Para atingir esses mercados, a Fibrasca está desenvolvendo novos produtos. Um deles é uma espécie de bolsa que pode ter várias utilidades: guardar livros, tablets e netbooks com segurança; servir como apoio para manusear os eletroeletrônicos ou como travesseiro de leitura.

Com estratégias como essa, a Fi-brasca pretende ampliar o número de clientes ativos. No ano passado, aten-dia a 5.000 no Brasil. A expectativa é chegar em 2014 com 7.500.

Cautela para o futuro

A cautela é regra de ouro para Klaus Siebje, que não quer saber de financiamentos. O empresário diz que muitas empresas entram em di-ficuldades por causa disso. “O merca-

ROGÉRIO SOUZA JR.

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do muda muito. Depois dos 60 (anos), você tem de pensar duas vezes antes de tomar uma decisão destas.”

O empresário é extremamente conservador com o dinheiro. Os lu-cros são reinvestidos O objetivo é ampliar os negócios. “Nos últimos oito anos, a Fibrasca teve uma ex-pansão de 1.000%.” Ele também quer garantir a continuidade da companhia.

O futuro já foi pensado por Klaus. Três de seus netos trabalham com ele. O mais velho, Werner Man-

cinelli, está há cinco na empresa. Hoje, se dedica a gerir a unidade de percintas – elásticos que são usados na fabricação de estofados.

Marianna, que está no último ano de administração, trabalha na área de vendas e marketing, acom-panhando o desenvolvimento da empresa. O papel dela é o de con-tribuir com melhorias para as áreas comericial e administrativa.

Mathias formou-se em engenha-ria ambiental. Os conhecimentos adquiridos no curso estão sendo aproveitados na prática. Gerente de produção têxtil, está há seis anos e meio na fabricante de travesseiros. A meta é manter o legado que está sendo construído pelo avô. “O Klaus é apaixonado pelo que faz.”

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Organizar uma vitrine bem grande, com espaço que chega a 21.000 metros quadrados; aproxi-mar clientes e fornecedores e in-centivar contatos que estimulem negócios nos segmentos meta-lúrgico, mecânico, plástico, cons-trução civil e de energia. Estes são alguns dos desafios da Messe Brasil, uma das principais organi-zadoras de eventos de negócios do Sul do País.

A empresa tem em seu portfó-

lio as principais feiras realizadas em Joinville: a Interplast, a Meta-lurgia, a Intermach, a Intercon, a Powergrid e a EuroMold Brasil.

As expectativas para expansão dos negócios são bem favoráveis. A reforma nos pavilhões da Expo-ville viabilizará a ampliação das feiras e do número de eventos paralelos. Com a melhoria na in-fraestrutura, Richard Spirandelli, diretor da Messe, estima um incre-mento de 40% na área de exposi-

ção e no número de expositores. “Nosso relacionamento com o

mercado está consolidado. Quem participa de feiras setoriais em São Paulo também quer estar em Joinville”, diz o executivo.

Os atrativos são grandes: a presença de um importante mer-cado consumidor de máquinas, equipamentos e insumos no Sul do País e os custos menores para a realização de feiras setoriais. Santa Catarina ocupa o segundo lugar no ranking nacional das in-dústrias plástica e metalúrgica. O executivo acredita que a tendên-cia é de que mais eventos saiam do eixo Rio-São Paulo.

A consolidação de um polo

Uma grande vitrineMelhoria na infraestrutura de eventos e investimentos na área automotiva podem criar novas oportunidades para a Messe Brasil

As feiras organizadas pela Messe Brasil têm foco nos principais segmentos de atividade econômica de Joinville e nas necessidades das empresas que os compõem

1996Messe Brasil realiza, entre 10 e 18 de agosto, o primeiro evento: a Intercon – Feira e Congresso da Construção Civil.

AtividadeOrganização de feiras e eventos.

11Funcionários.

1997Primeira edição da Intermach – Feira e Congresso Internacional de Tecnologia, Máquinas, Equipamentos, Automação e Serviços para a Indústria Metalmecânica.

www.messebrasil.com.br

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automotivo no Norte do Estado é outro fator impulsionador para os negócios da Messe. São R$ 1,2 bilhão em investimentos confirma-dos com a instalação da BMW em Araquari, e a segunda fábrica da General Motors em Joinville, que produzirá câmbios e transmissões.

O setor automotivo esteve na agenda da Intermach 2013 – Feira e Congresso Internacional de Tec-nologia, Máquinas, Equipamen-tos, Automação e Serviços para a Indústria Metalmecânica. “Iden-tificamos profissionais interessa-dos em novidades para o setor automotivo, que tem mostrado tendência de crescimento na re-gião”, diz Spirandelli.

Segundo ele, o evento tem se mostrado uma ferramenta impor-tante de negócios, que sustenta a estratégia de vendas dos exposito-res ao longo do ano. A feira rece-beu profissionais de dez países e 16 Estados.

A expectativa da Messe Brasil é que até março, seis meses após a realização da feira, sejam gerados aproximadamente R$ 360 milhões em negócios, incluindo aqueles em eventos paralelos.

A realização de eventos para-lelos também favoreceu a Intercon – Feira e Congresso da Construção Civil, atraindo cerca de 35 mil pesso-as de 18 Estados e quatro países. “A feira se tornou um evento completo para toda a cadeira da construção civil”, destaca Luiz Felipe Lepeltier, diretor da Messe Brasil.

A expectativa é de que até abril

“Quem participa de feiras setoriais em São Paulo também quer estar em Joinville”

Richard Spirandelli, diretor da Messe Brasil

Spirandelli projeta expansão das feiras com a reforma da Expoville

40%É a expectativa de crescimento de expositores com a expansão da Expoville.

1998Primeira edição da Metalurgia – Feira e Congresso Internacional de Tecnologia para Fundição, Forjaria, Alumínio e Serviços.

2000Primeira edição da Interplast – Feira e Congresso de Integração da Tecnologia do Plástico.

2011Primeira edição da Powergrid Brasil – Feira e Congresso de Energia.

2012Em parceria com a empresa alemã Demat, de Frankfurt, realiza a primeira edição da Euromold Brasil – Feira Mundial de Construtores de Moldes e Ferramentarias, Design e Desenvolvimento de Produtos.

sejam gerados R$ 190 milhões em negócios, a partir dos contatos estabelecidos no evento. É 20% a mais daquilo realizado na feira an-terior, em 2011.

2014 em preparação

Os eventos que vão ser reali-zados em 2014 estão com o pla-nejamento bem encaminhado. A Interplast, programada para 18 a 22 de agosto de 2014, foi lançada em maio em São Paulo. “Tivemos alto índice de renovação de expo-sitores e solicitação de novas em-presas interessadas em participar da feira. Já contamos com o novo pavilhão da Expoville para garan-tir o crescimento da Interplast.”

A Metalurgia vai acontecer em conjunto com a Powergrid, entre 16 e 19 de setembro de 2014. Pela primeira vez, as duas feiras serão si-multâneas. A intenção é aproximar os grandes consumidores de ener-gia com as empresas que oferecem soluções para esse segmento.

O trabalho para a realização de uma feira começa dois anos antes de a primeira empresa montar o seu estande no pavilhão de exposições. Quando acaba um evento setorial, a Messe já está pensando no seguinte. “É tempo para as empresas colocarem o evento no planejamento e no or-çamento da área de marketing”, diz Richard Spirandelli.

Paralelamente, ocorre a cap-tação de visitantes. Os principais meios são o desenvolvimento de

ferramentas para os expositores, os contatos com parceiros e o marketing de massa. O network da Messe é grande, destaca Spi-randelli. “São 17 anos de muitos contatos.”

CARLOS JUNIOR

R$ 550 milhõesÉ a expectativa de negócios a serem realizados, em um prazo de seis meses, em decoorência da Intercon e da Intermach.

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Um novo ciclo está começan-do para os três executivos do Pe-rini Business Park que aparecem na foto: Marcelo Hack, Jonas Tilp e Emerson Edel. A montadora alemã BMW escolheu o condomínio em-presarial para implantar o centro de treinamento.

A partir da chegada do gru-po, se abrem novas possibilida-des para o empreendimento, que entrou em operação em 2001. “A BMW é um cartão de visitas”, diz

Tilp, diretor comercial do condo-mínio empresarial.

O prédio, com 9.000 metros quadrados de área, foi entregue em abril. As instalações no Perini vão servir de base para a fábrica que está começando a sair do pa-pel no km 67 da BR-101, em Ara-quari, e que deve entrar em fun-cionamento em 2015.

A partir da confirmação do in-vestimento do grupo alemão, o número de consultas de empresas

para se instalar no condomínio au-mentou. São, principalmente, em-presas do segmento automotivo.

O diretor comercial do empre-endimento, Jonas Tilp, diz que a ins-talação vai ser um estímulo para o aumento dos investimentos na re-gião. Ele acredita que os primeiros reflexos já possam ser sentidos no início do próximo ano.

A expectativa é de que a BMW possa ajudar a formar um cluster (arranjo produtivo) do segmento automotivo no Perini, a exemplo do que aconteceu com a Brunswick, que fabrica embarcações, e a Nova Motores, especializada em gerado-res e motores elétricos. Estas atraí-ram fornecedores ao local.

Um novo ciclo chegandoInstalação da montadora alemã BMW deverá estimular novas oportunidades de negócios para o Perini Business Park

Marcelo Hack (E), presidente; Jonas Tilp (C), diretor comercial; e Emerson Edel (D), diretor de operações, dividem o comando do Perini Business Park e da Perville

1997O empreendedor italiano Fabio Perini decide iniciar o projeto do Perini Business Park. A ideia é fazer um condomínio industrial sob medida, utilizando tecnologia construtiva italiana.

AtividadeCondomínio empresarial.

7.500Funcionários das empresas instaladas.

Perini vende a Fabio Perini S.A., especializada em máquinas e equipamentos para reconversão de papéis, para o grupo alemão Koeber. Os recursos são aplicados no projeto do Perini Business Park.

www.perinibusinesspark.com.br

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Atualmente, são 122 empresas instaladas no local, que ocupam uma área construída de 270 mil metros quadrados. Entre elas, há vários líderes mundiais de merca-do: Aços Vilares, AllFlex, Benteler, Bosch, Brenntag, Buhler, Sherwin Williams, Siemens, Whirlpool, en-tre outras.

O espaço para crescer é muito grande. Apenas 53% do projeto es-tão concluídos. A expectativa origi-nal era de que o terreno estivesse totalmente ocupado em 2030.

O cenário mudou em razão da onda de investimentos na região e das perspectivas favoráveis para os próximos anos. A previsão é de que a meta seja alcançada em 2025. Atualmente, 2,65% do PIB (produto interno bruto) catarinense e 19% do joinvilense são gerados no local.

Não são só as indústrias que estão optando pelo Perini. Um blo-co voltado para a área de serviços foi implantado em julho. Escola de idiomas, salão de beleza, escritório de advocacia e personal trainer são alguns dos empreendimentos que se instalaram no condomínio.

O modelo de negócio do Perini Business Park está despertando muita atenção de outras cidades e países. Não é difícil receber pedi-dos para levar a marca para outros locais. Uruguaios, colombianos, paraguaios e holandeses se inte-ressaram pelo projeto. Mas o mo-mento é o de continuar focado na zona Norte de Joinville. “Vamos ter um forte crescimento na região nos próximos anos.”

“Vamos ter um forte crescimento na região nos próximos anos.”Jonas Tilp, diretor comercial do Perini Business Park

Empresas instaladas no Perini Business Park ocupam uma área de 270 mil metros quadrados

19%É a participação das empresas instaladas no Perini Business Park no PIB joinvilense.

16 milÉ a previsão do número de trabalhadores para 2025, quando o Perini espera estar com 100% da sua capacidade ocupada.

1999É criada a Perville Construções, com a missão de construir o Perini Business Park.

2001Perini Business Park é inaugurado.

2004Começa o projeto do turismo industrial. Em nove anos, foram mais de 3.000 visitantes.

2011Perini abre 18% dos seus negócios na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo). Uma fatia de 14% foi comprada pelo CSHG Logística Fundo de Investimento, do Credit Suisse Hedging Griffo.

A fábrica das fábricas

O Perini Business Park impres-siona a quem chega ao local. E quem é responsável pela monta-gem das estruturas e galpões é a Perville Construções. A empresa surgiu em 1999 com a missão de erguer o condomínio empresarial.

A tecnologia para a elaboração de peças pré-moldadas foi impor-tada da Itália pelo empreendedor Fabio Perini. São 18 mil metros cú-bicos produzidos por ano. “É como se fosse um Lego gigante”, diz o di-retor comercial, Jonas Tilp, compa-rando as estruturas ao brinquedo de montar.

A área de atuação se expandiu rapidamente. A construtora foi a

responsável pela construção da fábrica de tubos de aço Marcega-glia, em Garuva; a de cintos de se-gurança Takata Petri, em Balneário Piçarras; o condomínio da Incasa e a sede da Ascensus Logística, em Joinville. Atualmente, está fazendo a nova fábrica da Franklin Electric, que deve ficar pronta em 2014, e o colégio bilíngue do Bom Jesus.

As expectativas são de ampliar o leque de atuação, principalmen-te no Norte de Santa Catarina. O foco está em um raio de 250 qui-lômetros a partir de Joinville. “O segmento está bombando”, conta o executivo. São projetos que estão saindo do papel somente agora, por causa da burocracia na libera-ção de licenças.

NILSON BASTIAN/DIVULGAÇÃO

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Argamassas e rejuntes fazem parte da vida de Alexandre da Sil-va há 29 anos, quando começou a trabalhar na empresa do irmão dele, a Ligafix. Chegou a ser sócio, com uma participação de 10% no negócio. Mas os seus planos iam além. Queria construir seu próprio empreendimento. “Meu sonho era o de estar na linha de frente, de poder decidir.”

A oportunidade começou a se tornar realidade em 2004, quan-

do foi convidado para implantar e gerenciar a unidade da Ligafix em Guarapuava, no interior do Para-ná. Silva afirma que o envolvimen-to neste projeto foi fundamental para prepará-lo para ser empreen-dedor. “Foi uma escola.”

Dois anos depois, com a venda da Ligafix, decidiu voltar para Join-ville. Na bagagem, havia um plano de negócios consolidado. Nascia a Euromax, aproveitando parte da equipe que trabalhou na sua em-

presa anterior. Atualmente, são 40 funcioná-

rios trabalhando nas unidades de Araquari e Ponta Grossa, no inte-rior do Paraná. Elas têm capacida-de para produzir 4.500 toneladas por mês de argamassas e rejun-tes. Para administrar o empreen-dimento, conta com o auxílio dos dois filhos: Alexandre da Silva Jú-nior, que coordena a produção, e Renan da Silva, na área adminis-trativa. Outro grande apoio vem do gerente comercial, César Murilo de Almeida e Silva.

O momento para a Euromax é o de consolidar a liderança no mercado e manter um crescimen-to de 20% ao ano. “Isso nos possi-

A construção do futuroCom duas fábricas, a Euromax quer consolidar a liderança no mercado de argamassas e rejuntes, apostando em novos produtos

Alexandre da Silva, da Euromax, planeja dobrar o tamanho da empresa em até cinco anos

1984Alexandre da Silva começa a trabalhar na Ligafix, onde chega a ter participação minoritária na empresa.

AtividadeFabricação de argamassas e rejuntes para construção.

40Funcionários.

2004Já como sócio da Ligafix, com 10% de participação, é convidado a implantar uma nova unidade industrial, localizada em Guarapuava, na região central do Paraná.

CARL

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bilita dobrar de tamanho em meia década.” A estratégia para atingir esta meta passa pelo desenvol-vimento de novos produtos. São, pelo menos, dois ao ano. A empre-sa apresentou, no início do segun-do semestre, um rejuntamento cerâmico com adição de silicone em pó. “Dá mais brilho e é hidror-repelente”, diz Silva.

Os testes começaram há um ano. A areia usada vem da região de Joinville; o cimento, do Paraná, e os aditivos aplicados nos produ-tos são importados de dez países.

O desenvolvimento de novida-des para atender a um mercado cada vez mais exigente não para. Outro produto que está sendo preparado é uma argamassa de secagem rápida, que permite a liberação para o rejunte em três horas. Normalmente, este proces-so demora entre um e três dias. As pesquisas começaram há dois anos.

Também estão em testes a ar-gamassa de microconcreto, cujos testes começaram há um ano, e a de grandes formatos, para ser apli-cada em revestimentos de grande porte (1 m a 1,40 m de largura). “O objetivo é o de atender à crescen-te oferta desses produtos no mer-cado, como os porcelanatos.”

Foco na engenharia

A Euromax planeja fortalecer sua atuação no segmento de en-genharia, atendendo às construto-ras. A principal vantagem, segundo

“Meu sonho era o de estar nalinha de frente, de poder decidir.”Alexandre da Silva, dono da Euromax Argamassas e Rejuntes

Unidade de Araquari foi implantada em 2007

20%É a expectativa anual de crescimento da Euromax para a próxima meia década.

2É o número de produtos que são lançados anualmente pela fabricante de argamassas e rejuntes.

1 milhãoÉ o tamanho, em pessoas, do mercado atendido pela Euromax no interior do Paraná.

2006Com a venda da Ligafix, Alexandre da Silva retorna do interior do Paraná. Com parte da equipe da empresa, monta a Euromax, em Araquari, para atender à demanda da construção civil na região de Joinville.

2011Implanta unidade industrial em Ponta Grossa, na região Centro-sul do Paraná, com capacidade para produzir 1.500 toneladas por mês. Comandada pelo engenheiro Daniel Piccoli Ambrosi (ex-Camargo Correia Cimentos), tem por objetivo atender à demanda de um mercado que abrange aproximadamente um milhão de pessoas.

Alexandre da Silva, é um negócio bem interessante. Uma equipe foi formada para atender exclusiva-mente a esse segmento. Mas o va-rejo continua mantendo a atenção da Euromax. Uma das ações para firmar a marca é o marketing es-portivo. A empresa apoia equipes de futebol amador de Joinville. Entre elas estão o América, a Ve-terana, o Aviação, o Juventude, a Serrana e o Caxias.

“Assim ficamos bem mais pró-ximos do nosso público. Aplicado-res de revestimentos cerâmicos e pessoal da área de engenharia são muito ligados ao futebol.”

Mesmo com as expectativas de

forte crescimento, não há planos para expandir a área de atuação da empresa. Para isso, a Euromax precisaria abrir novas unidades. No momento, o foco é o de am-pliar o mix de produtos e ser mais rentável. “Não é o momento de pensar em novas unidades. Vamos consolidar a presença naquelas em que atuamos.”

A partir de Araquari, a Euromax atende a clientes nos litorais cata-rinense e paranaense, no Planalto Norte, na zona metropolitana de Curitiba e na região de Joinville. E, com a unidade de Ponta Grossa, inaugurada em 2011, é contempla-do o Centro-sul do Paraná.

CARLOS JUNIOR

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“Não queria sair da área, queria trabalhar por conta própria.”

Azomar Miano, dono da Miano’s, sobre as razões que o motivaram a continuar trabalhando na área de fundição

Um dos principais planos de Azomar Miano, dono da Miano’s, é o de investir na construção de uma fábrica

1992O engenheiro mecânico Azomar Miano sai da Tupy, após uma carreira de 24 anos.

AtividadeComércio de insumos para a indústria de fundição.

28Funcionários.

1993Abre a Miano’s. No início era representante da Gazola, fabricante de equipamentos para fundição, sediada em Itu (SP). Também trabalhava com chapas de aço e refratários. A atuação era restrita a Santa Catarina.

www.mianos.com.br

A vida do engenheiro mecâni-co Azomar Miano é a indústria de fundição. Por 24 anos, trabalhou na Tupy, líder mundial na produção e comercialização de blocos e cabe-çotes de motor em ferro fundido. Quando saiu, em 1992, fez uma es-colha: queria continuar nessa área. “Conhecia produtos, fornecedores, pessoas... E pretendia trabalhar por conta própria.”

O caminho foi abrir, no ano seguinte, uma representação co-mercial para atuar com chapas de aço, refratários, insumos para moldagem e equipamentos para fundição. Não foi preciso fazer pesquisa de mercado para esco-lher o nome da empresa. Já que a carreira de Azomar estava vincu-lada à fundição, por que não esco-lher um nome que o relacionasse diretamente com a atividade? Sur-gia a Miano’s.

Um dos braços direitos de Azomar, no início, foi um grande amigo: Otto Korb. Ele se tornou sócio. Por alguns anos, a empre-sa chamou-se Miano’s e Korb. A parceria durou até 2001, quando Otto morreu. Sua família saiu do empreendimento, que voltou a ter o nome original.

Inicialmente, a atuação ficou restrita a Santa Catarina. Mas os planos eram de encontrar novas

A Miano’s surgiu da paixão de seu fundador pela atividade. Agora, parte para conquistar novas oportunidades

A fundição está na alma

CARL

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Os irmãos Azomar Jr e Isabelly ajudam o pai a expandir os negócios da Miano’s

95%É o percentual de fundições nos três Estados do Sul que têm algum tipo de relação comercial com a Miano’s.

10%É o percentual dos produtos distribuídos pela Miano’s que vêm do exterior. As principais origens são a China, a Itália e a Argentina.

30%É a expectativa de crescimento da Miano’s até o final do ano.

1997Inicia na atividade de distribuição de produtos, atendendo à Foseco, de São Paulo, fabricante de insumos para a fundição de alumínio.

2001Os filhos Azomar Miano Jr. e Isabelly Miano Selbach se juntam ao pai na Miano’s.

2002Amplia a área de atuação para o Paraná e Rio Grande do Sul.

2005Muda-se para as atuais instalações, um galpão de 2.000 metros quadrados, no Distrito Industrial.

2011Investe na área de logística. Frota é comprada para facilitar a entrega e a distribuição de produtos.

oportunidades. Em 1997, come-çou a distribuir insumos para a Foseco, de São Paulo.

Era um novo momento para a Miano’s. “Como representante, tinha limitações. A distribuição de produtos dá mais independência. O leque de atuação é maior e há mais liberdade de negociação”, diz Azomar. Outra vantagem é a maior rentabilidade.

A empresa aproveitou para re-direcionar o foco de atuação. Co-meçou a trabalhar com ferroligas e interrompeu os negócios com refratários.

Azomar dirige o empreendi-mento, que tem relacionamento comercial com 95% das fundições do Sul do Brasil, com os filhos Azo-mar Jr. e Isabelly. Ele atua na área comercial. Ela, há 12 anos, cuida da área administrativa.

Atualmente, a empresa se dedi-ca à distribuição de insumos para a indústria de fundição, como ferroli-gas, resinas, bentonitas e filtros. Os

fornecedores são, maioria, brasilei-ros. Mas também importa matérias--primas da China, Itália e Argentina.

Os passos para o futuro

A Miano’s está atenta a novas oportunidades de negócios. Con-quistados os mercados do Sul do Brasil, a empresa vem ampliando o leque de produtos vendidos e a área de atuação para Minas Ge-rais e São Paulo. Com a expansão do mix, a expectativa é de intensi-ficar os negócios.

A empresa também viu na lo-gística uma oportunidade de ga-nhar dinheiro. Os primeiros cami-nhões foram comprados em 2008. Hoje, transporta 80% das merca-dorias que vende.

“O ponto forte da empresa é a rapidez da entrega”, diz Azomar Miano. Em até três dias, a empre-sa consegue entregar os pedidos na sua área de atuação.

A frota também é usada para

trazer os produtos comprados jun-to aos fornecedores. É uma medida para reduzir os custos. “Precisamos diminuí-los ao máximo para ter pre-ços mais competitivos”, diz Isabelly Miano, administradora da empresa.

Uma boa oportunidade para os próximos anos está na consoli-dação do polo automotivo no Nor-te catarinense. A expansão das atividades da General Motors, em Joinville, e a construção da fábrica da BMW, em Araquari, podem be-neficiar a distribuidora.

A expectativa é de que o con-sumo de insumos e matérias-pri-mas para a indústria de fundição se amplie. “Em algum lugar, as ma-térias-primas precisarão ser com-pradas”, destaca Azomar Jr.

Os projetos não param. O gran-de sonho é o de fabricar produtos para fundição. A família não dá mui-tos detalhes sobre os planos. Eles apenas dizem que é algo mirando o médio prazo e que pode ser em Joinville ou em outro Estado.

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Uma das mais tradicionais imo-biliárias joinvilenses, a Zattar, está olhando além dos limites da cida-de. O forte crescimento registrado em Garuva – 13,3% ao ano, desde 2000, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatís-tica) – despertou o interesse dos empresários Terezinha Ghanem Zattar, Claudine Zattar Ribeiro e Alfredo Miguel Zattar Neto para in-vestir no município.

“É uma região que está rece-bendo muitos investimentos e mais fábricas devem surgir por lá nos próximos anos”, diz Terezinha Zat-tar. Entre 2000 e 2012, a população da cidade aumentou 34,22%. No mesmo período, o número de cata-rinenses cresceu 19,17%, de acordo com o instituto.

A empresa comprou duas áreas em Garuva, localizadas na Estrada Rio da Onça. A área total é de 480 mil metros quadrados. A primeira fase do empreendimento prevê 400 lotes.

Além do forte crescimento, a opção pela cidade vizinha tem outra razão: as oportunidades em Joinville estão mais escassas. Se-gundo os empresários, a libeYra-ção das licenças não acompanha o ritmo do crescimento da demanda,

“É muito emocionante

ver quando uma família

quita o lote.”Claudine Zattar Ribeiro, diretora da área jurídica

Terezinha Zattar (E) e a filha, Claudine (D), cuidam do dia a dia da imobiliária

1977Namir Alfredo Zattar obtém o título de corretor de imóveis e cria a Imobiliária Zattar, especializada em loteamentos populares.

AtividadeLoteadora.

16Funcionários.

1978Primeiro empreendimento da Imobiliária Zattar: o parque residencial José Francisco Vieira, no Aventureiro, com 350 lotes.

www.imobiliariazattar.com.br

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Responsável pela implantação de 120 loteamentos em 36 anos, a Imobiliária Zattar busca oportunidades fora de Joinville

A tradição em direção a Garuva

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devido à burocracia.Atualmente, a imobiliária está

trabalhando com dois projetos em Joinville: Parque Residencial Cam-pos Verdes, no Aventureiro, e Par-que Residencial Portal do Horizon-te, no Vila Nova.

Desde que a imobiliária come-çou a funcionar, em 1977, foram implantados 120 loteamentos nos bairros da cidade, com 25 mil lotes. 60% já foram quitados.

Com 33 anos de experiência no segmento, Terezinha, que é filha do oftalmologista Sadalla Amin Gha-nem, pretende manter o foco de atuação em loteamentos, apesar de trabalhar também com locação de imóveis, construção de edifícios e implantação de condomínios. “Vamos continuar fazendo o que sabemos bem, principalmente os populares, com parcelas mensais a partir de R$ 337,50.”

Uma das motivações é a grande procura, devido ao déficit habita-cional e à melhoria do poder aqui-sitivo da população.

Outra é a paixão. “Tenho gran-de amor por implantar loteamen-tos populares e muito orgulho de ter contribuído para o crescimento habitacional de Joinville.”

A venda de lotes é extrema-mente desafiadora, destaca Claudi-ne Zattar Ribeiro, filha de Terezinha

“Vamos continuar fazendo o que sabemos bem, que são os loteamentos, principalmente os populares.”Terezinha Ghanem Zattar, dona da Imobiliária Zattar

Loteamento Kaesemodel é um dos maiores empreendimentos da Zattar

120É o número de loteamentos que a Imobiliária Zattar entregou em Joinville, desde 1977.

13,3%Foi o crescimento médio anual de Garuva, em dez anos, segundo o IBGE.

1980Terezinha Ghanem Zattar começa a trabalhar na imobiliária, ajudando o marido.

2001Claudine Zattar Ribeiro, filha de Terezinha e Namir, volta para Joinville, após dez anos em São Paulo, e assume a área jurídica da empresa.

2002Morre Namir Zattar, fundador da empresa.

2008-9Terreno da Imobiliária Zattar é usado para a construção do Joinville Garten Shopping. A empresa se torna parceira do Grupo Almeida Junior no empreendimento.

2013Com mais de 25 mil lotes vendidos, a imobiliária lança o primeiro empreendimento fora de Joinville.

e responsável pelo departamento jurídico da imobiliária. “Mesmo o setor imobiliário sendo relevan-te para a economia nacional, está cada vez mais complicado. O em-preendedor, antes da venda, en-frenta regras rígidas até conseguir aprovar o loteamento. Ele tem gas-tos exorbitantes com a infraestru-tura”, diz Claudine.

Segundo ela, a empresa lote-adora oferece os imóveis à venda em longo prazo e, após arca com os riscos do parcelamento. “Os que licitamente arriscam seu patrimô-nio para empreender devem ser incentivados pela sociedade em ge-ral, pois estão contribuindo para o crescimento do País”, destaca Alfre-do Miguel Zattar Neto, que também é sócio da imobiliária.

Mesmo com os desafios, há um lado compensador, afirma Clau-dine: “É emocionante ver quando uma família realiza seu sonho ao quitar o lote.”

Shopping center

Os planos da Zattar para a zona

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Norte, em meados da década pas-sada, previam a construção de um loteamento perto dos campi da Udesc e da Univille. Mas, em 2007, uma construtora curitibana se inte-ressou pela área de 79 mil metros quadrados.

A ideia inicial era a construção de um conjunto de prédios residenciais. As negociações foram infrutíferas. Te-rezinha Zattar já pensava em retomar a ideia inicial, quando foi procurada pelo empresário Jaimes Almeida Ju-nior, do Grupo Almeida Junior, dono de uma rede de shopping centers no Estado. Ele mostrou interesse pela área, pois pretendia construir um em-preendimento em Joinville.

Almeida Junior apresentou o projeto e a empresária se encantou com a ideia. As conversas avança-ram rapidamente. O projeto do lo-teamento foi deixado de lado.

Em 2008, começava a ser cons-truído o Joinville Garten Shopping, o maior da cidade, no terreno da Zattar. O empreendimento, que recebeu o investimento de R$ 150 milhões, foi inaugurado em abril de 2010.

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O MELHOR PARA QUEM VIVE A CIDADE

JORNAL NOTÍCIAS DO DIA.O FARO PELA INFORMAÇÃOCOM CREDIBILIDADE, OPINIÃOE CONTEÚDO REGIONAL.O Grupo RIC atua neste tradicional e respeitado veículo com

dois jornais diários, nas duas principais cidades catarinenses –

Florianópolis e Joinville. São 7 anos levando notícias para quem

vive as cidades, prestando um serviço relevante à comunidade.

ndonline.com.br

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O MELHOR PARA QUEM VIVE A CIDADE

JORNAL NOTÍCIAS DO DIA.O FARO PELA INFORMAÇÃOCOM CREDIBILIDADE, OPINIÃOE CONTEÚDO REGIONAL.O Grupo RIC atua neste tradicional e respeitado veículo com

dois jornais diários, nas duas principais cidades catarinenses –

Florianópolis e Joinville. São 7 anos levando notícias para quem

vive as cidades, prestando um serviço relevante à comunidade.

ndonline.com.br

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A Construtora Correia está che-gando a novos mercados. Conso-lidada a presença em Joinville, a empresa está entrando em Jaraguá do Sul. No próximo ano, é a vez de chegar ao Litoral Norte. A aposta na diversificação de mercado é moti-vada pelas expectativas favoráveis para a economia regional.

A construtora comprou dois ter-renos no bairro Vila Nova, em Jaraguá do Sul, onde vai construir duas tor-res, com apartamentos de 140 e 185

metros quadrados. A área total dos empreendimentos é de 25 mil metros quadrados. O lançamento está previs-to para os próximos meses. Segundo Nivan Correia, fundador da Construto-ra Correia, o principal atrativo da cida-de é o elevado poder aquisitivo.

A empresa está acertando os últimos detalhes para a construção de um empreendimento no Litoral Norte. O lugar é guardado a sete chaves. “É perto de Joinville”, indi-ca o empresário, sem dar pistas de

onde será implantado. Os planos preveem a construção

de 11 torres e de um parque aquático. A expectativa é de que o lançamento ocorra no início de 2014. A entrega dos primeiros imóveis está prevista para 2017.

A expansão para novos mercados não é empecilho para novos lança-mentos em Joinville. São 11, em uma área que totaliza 119,8 mil metros qua-drados. Os edifícios estão localizados no Anita Garibaldi (cinco), Atiradores (dois) e no América (quatro).

Um dos principais impactos des-ses planos é a necessidade da contra-tação de mais trabalhadores. Atual-mente, são 300 diretos e 90 indiretos. Correia projeta que será necessário

Hora dos novos mercadosConstrutora Correia prepara entrada em Jaraguá do Sul e no Litoral Norte. E planeja mais lançamentos em Joinville

Os planos da construtora para os próximos anos já estão traçados, diz Nivan Correia, da Construtora Correia

2007Nivan Correia se muda do interior do Paraná para Joinville e cria a Construtora Correia. As oportunidades na terceira cidade mais rica do Sul do País foram a razão para implantar a empresa.

Lança o primeiro empreendimento em Joinville, o edifício Monte Cristo.

AtividadeConstrutora e incorporadora de imóveis.

300Funcionários.

www.construtoracorreia.com.br

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um aumento de 60% no número de funcionários, em um prazo de um ano.

No médio prazo, a empresa não pretende expandir ainda mais a área de atuação. “Temos muito trabalho a fazer aqui no Norte do Estado, diz Ni-van, com muita satisfação.

Cliente mais exigente

A Construtora Correia vem de-tectando um aumento no nível de exigência dos consumidores. Os prin-cipais públicos atendidos pela Correia são as classes média e alta.

As oportunidades para o merca-do de alto padrão são grandes em Joinville, avalia Nivan Correia. “É um segmento bem promissor. O clien-te quer um produto extremamente personalizado.” Uma das possibili-dades para atender a essa deman-da é a possibilidade da customiza-ção do imóvel. Outra é o trabalho com o conceito do home club, no qual o morador tem à disposição uma série de serviços de lazer e en-tretenimento.

Os principais compradores dos imóveis da Construtora Correia são os que vão morar no local, diz Nivan Correia. Ele estima que esta é a fina-lidade para 80% dos clientes.

O restante é formado por inves-tidores, que diante das turbulências econômicas, estão direcionando re-cursos para aplicações financeiras de risco menor. “Isto tem nos ajudado. Tem gente que chega comprando oito apartamentos.”

O empresário calcula que os imó-

“Nos destacamos no mercado por nossos diferenciais, como acabamentos sofisticados, design moderno e inovador.”Nivan Correia, diretor da Construtora Correia.

Obras da Construtora Correia em Joinville

77,4É a área, em mil metros quadrados, dos empreendimentos lançados pela Construtora Correia em Joinville.

11É o número de torres que a Correia deve lançar nos próximos meses em Joinville.

2010Clientes da Construtora Correia recebem as chaves do primeiro empreendimento.

2013Consolidada a presença em Joinville, prepara o lançamento de 11 novos prédios residenciais na cidade e entra no mercado de Jaraguá do Sul, onde vai construir dois edifícios.

2014Construtora Correia projeta a entrada no Litoral Norte, com a construção de 11 torres e um parque aquático em uma cidade próxima a Joinville. A expectativa é de que os imóveis comecem a ser entregues em 2017.

veis chegam a se valorizar 80% em um período de 24 a 30 meses, entre o lançamento do empreendimento e a entrega das chaves. Isto correspon-de a um rendimento mensal que varia entre 1,98% e 2,48% ao mês, ou seja, de quatro a cinco vezes a mais do que a caderneta de poupança.

O boca a boca é uma das princi-pais armas de propaganda da cons-trutora. O empresário calcula, com base em sua intuição, que metade das vendas é feita por indicação de outros clientes.

O apoio ao esporte é outra das estratégias adotadas pela Construto-

ra Correia para reforçar a imagem da marca. Modalidades como o basque-te, o golfe, o hipismo e o tênis são as principais beneficiadas. “Quem sabe não estamos preparando alguém para a Olimpíada”, brinca Nivan Correia.

A empresa também está envolvi-da em outras ações sociais. Em feve-reiro, fez a doação de um ultrassom para o Hospital São José. Nas últimas semanas, concluía a construção da rampa que liga o prédio central ao jardim, espaço de convivência para pacientes e acompanhantes, que an-teriormente tinha acesso apenas por escadaria.

DIVULGAÇÃO CONSTRUTORA CORREIA

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AtividadeTransporte de cargas, movimentação de mercadorias e armazenagem

170Funcionários.

700Associados.

1985Com o apoio do Sindicato de Transportadores Autônomos de Joinville, a Coopercargo é fundada. O primeiro presidente é Sílvio Pereira da Cunha.

1991Conquista o primeiro grande cliente: a Consul.

1997Começa a primeira modernização da frota da Coopercargo. Besc e Bradesco liberam recursos para compra de caminhões com carroceria de alumínio.

2000Abertura da primeira filial. O local escolhido foi Mauá (SP), para atender à demanda da Brastemp.

2002Compra de área no Distrito Industrial, para construção da nova sede.

www.coopercargo.com.br

As geladeiras estão nas raízes da Coopercargo. A cooperativa surgiu quando a Consul promoveu uma reorganização na área logística, em 1985. Até então, aproximadamente 300 caminhoneiros faziam a entrega dos produtos para a fabricante de eletrodomésticos. Para reduzir cus-tos, a companhia decidiu contratar transportadoras. Motoristas se reu-niram para criar empresas, mirando na possibilidade de contratos futuros.

A partir de conversas lideradas pelo Sindicato dos Transportadores Autônomos de Joinville, um grupo de 27 pessoas se reuniu e criou a coo-perativa em 30 de junho de 1985. Os primeiros tempos foram difíceis. Não havia possibilidade de transportar cargas para a Consul. “O temor era de que a cooperativa organizasse greves e fechasse a entrada da empresa”, diz Anacleto Pintarelli, um dos fundado-res e atual presidente.

A concorrência era grande. Con-seguir clientes era muito difícil. Se-gundo ele, as empresas procuradas diziam que eram bem atendidas pe-las transportadoras. Pequenos fretes e a contribuição mensal de meio sa-lário mínimo garantiam a sobrevivên-cia do empreendimento, que ganhou uma sede própria no Costa e Silva a partir da venda, para a Eletrosul, de um terreno que fora doado em 1987 pelo governo do Estado.

A situação começou a mudar em 1994, quando a Consul abriu as por-tas para que a Coopercargo pudesse transportar eletrodomésticos. O prin-cipal impacto foi a volta de antigos associados. Eram 82 quando as ope-rações foram iniciadas. Quatro anos depois, o número saltou para 278.

A Coopercargo moderniza a frota, planeja mais investimentos em serviços com maior valor agregado

Da geladeira aos armazéns

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2004Em parceria com a Receita Federal, implanta o primeiro Redex. É o primeiro empreendimento fora de um porto.

2007Entram em operação a nova sede da Coopercargo, no Distrito Industrial, e o primeiro armazém. Contratos para movimentação de cargas são assinados. O segundo armazém é entregue em 2010 e o terceiro, em 2012.

2012-3Novo financiamento para renovação da frota. São R$ 20 milhões em recursos do BRDE, que podem ser complementados. Os primeiros caminhões chegam à cooperativa no final de maio.

Fomos bem além do que sonhávamos para a Coopercargo.”Anacleto Pintarelli, presidente da Coopercargo

Capacidade de armazenamento da Coopercargo aumentou 3,7 vezes desde 2007

59 milÉ a área de armazenagem de mercadorias, em metros quadrados, da cooperativa.

262 milÉ a área, em metros quadrados, do terreno em que está instalada a Coopercargo.

O primeiro cliente internacional veio na primeira metade dos anos 90 em razão da parceria com a Consul. O empresário boliviano Modestino León tinha comprado um lote de ge-ladeiras e precisava de alguém que as transportasse até Corumbá, no Mato Grosso do Sul, – um trajeto de 1.600 quilômetros – de onde seriam envia-das para a Bolívia. “Pelo menos 20 caminhões foram usados para levar o lote”, lembra Pintarelli.

A expansão para atender aos clientes fora de Joinville começou em 2000, com a instalação de uma base em Mauá, na região metropolitana de São Paulo. O objetivo era ficar perto da Brastemp, um importante cliente, que pertencia ao mesmo grupo da Consul. Para atender à demanda na região, a unidade foi transferida para Barueri e, depois, Itupeva, perto de Campinas. Atualmente, a cooperativa também está presente em Rio Claro (SP), Jaboatão dos Guararapes (PE), Fortaleza (CE) e Feira de Santana (BA) com amplos pátios de estacionamen-to e infraestrutura para abrigar, com conforto, os cooperados.

O destaque é a distribuição de cargas para fabricantes de artigos da linha branca, como a Whirlpool e Esmaltec. Mas a empresa pensa mais alto. Os focos são a mudança no perfil de cargas e a diversificação do portfólio de serviços. O primeiro passo em direção a essa estratégia foi dado em 2004, com a implantação do Recinto Especial para Despacho Adu-aneiro de Exportação (Redex), que desburocratiza a liberação de cargas para serem exportadas. A unidade

foi a primeira, no interior do Estado, a ser autorizada pela Receita Federal .

Novo passo, com o apoio finan-ceiro do BRDE, foi dado em 2007, com a construção da nova sede adminis-trativa e o primeiro armazém geral, com 16 mil metros quadrados, para guardar e movimentar cargas. Os bons resultados entusiasmaram os cooperados. A instituição financeira liberou, em 2010, mais recursos para a construção de mais 15,5 mil metros quadrados.

Nova expansão foi feita no ano passado. A capacidade atual de ar-mazenagem é de 59 mil metros qua-drados.

Fortalecimento logístico

O principal plano da Coopercar-go é o de se fortalecer como ope-rador logístico. A principal meta é a obtenção da licença para operar um porto seco, recinto alfandegado no qual são executadas operações de importação e exportação. “Será como um porto sem navios”, diz Anacleto Pintarelli, presidente da cooperativa

A estrutura está montada. A Re-

ceita Federal já atua na Coopercargo por meio do Redex. A cooperativa tem a licença especial para trans-portar mercadorias por meio da DTA (Declaração de Trânsito Aduaneiro), que possibilita o transporte de cargas alfandegadas.

Para agregar mais valor para as operações logísticas, a cooperativa está em fase final de obtenção de registro na Anvisa para armazenar e transportar produtos alimentícios e equipamentos utilizados na área de saúde. “Poderemos oferecer serviços de maior valor agregado para os nossos clientes.”

Mais imediatos são os planos

para a renovação da frota dos co-operados. A Coopercargo assinou um convênio com o BRDE para ad-quirir novos caminhões.

O financiamento foi autorizado em novembro. São R$ 20 milhões, dentro do Programa Pró-Caminho-neiro, que concede prazos de até dez anos para a compra de veícu-los comerciais, com juros de 4% ao ano. Os primeiros caminhões che-garam para os associados no final de maio.

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1994É criada a Tecnopó. Inicialmente, eram três funcionários em um prédio com 150 metros quadrados, no centro de Pirabeiraba.

AtividadeServiços de pintura industrial.

98Funcionários.

2004Tecnopó se muda para as atuais instalações: uma área de 5.000 metros quadrados localizada no Distrito Industrial.

www.tecnopo.com.br

Planos de Joelci Ferrari para a Tecnopó preveem mais investimentos até 2014 para atender à demanda crescente de serviços de pintura na região que vai de Ponta Grossa (PR) a Florianópolis

Uma rápida visita à unidade da Tecnopó, em Pirabeiraba, sin-tetiza um pouco dos planos de Joelci Ferrari para a empresa, es-pecializada em serviços de pintura industrial. “Quero estar no meio de tudo o que envolver pintura”, diz. Nas linhas de trabalho, estão itens usados por fabricantes de telas; molas; carrinhos, banheiras e andadores para bebê; máquinas leves e pesadas, expositores de ci-garros... Atualmente, a capacidade de pintura é de 4.000 metros qua-drados ao dia.

A empresa está em expansão para atender às expectativas favo-ráveis para a economia da área em que atua – um raio de 250 quilô-metros ao redor de Joinville. Uma terceira linha contínua de pintura entrou em operação em meados deste ano, o que possibilita um crescimento de 30% na capacidade de oferecer serviços.

A Tecnopó, de Pirabeiraba, investe na expansão dos serviços e está buscando novos clientes

Pintando novos negócios

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Ferrari pretende aproveitar uma tendência que está ganhando força: as grandes empresas estão centrando foco na elaboração e montagem dos produtos, delegan-do atividades para outras compa-

nhias. “O objetivo é de consolidar a Tecnopó como uma terceirizadora na área de serviços de pintura.”

Para isso, mais investimentos estão em planejamento. “O merca-do é bem concorrido e é preciso se

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2008Participa pela primeira vez da Metalurgia. A feira, realizada a cada dois anos pela Messe Brasil, é uma das principais formas encontradas para captar clientes. Também participou nas edições de 2010 e 2012.

2013Investimentos em expansão da empresa. Nova linha de pintura contínua, focada na área automotiva, vai ampliar em 30% a capacidade de oferecer serviços.

2014Expectativa de colocar em operação nova linha de banhos de fosfatização, que usará tecnologia norte-americana.

“Quero estar no meio de tudo o que envolva pintura.”Joelci Ferrari, diretor da Tecnopó

Para ampliar as oportunidades, a Tecnopó está diversificando

a carteira de clientes

preocupar com diferenciação e agi-lidade da realização de serviços. “O cliente está cada vez mais exigente. Quer mais qualidade, mais durabili-dade e rapidez na entrega.”

A empresa pretende implan-tar uma nova linha de banhos para fosfatização, que utilizará tecnologia norte-americana, e uma estação de tratamento, que deve entrar em operação em ja-neiro de 2014.

Outra estratégia é investir na captação de novos clientes. Uma das formas que vem mostrado muito bom resultado é a partici-pação na Metalurgia, organizada pela Messe Brasil e uma das prin-cipais feiras do setor no Sul do Brasil, que acontece a cada dois anos em Joinville.

Ferrari diz que, com a partici-pação, novas empresas acabam conhecendo os serviços ofere-cidos pela Tecnopó. “Conquista-mos um a dois clientes maiores por evento e seis a sete de menor porte.” A demanda conseguida com um único negócio na última edição, realizada entre 18 e 21 de setembro de 2012, foi o principal responsável pelo investimento na terceira linha de pintura.

A empresa figura entre os ex-positores desde 2008. A participa-ção na próxima edição, prevista para ocorrer de 16 a 19 de setem-bro de 2014, já está confirmada.

Benefícios com expansão

Os novos investimentos que o Norte do Estado está recebendo,

motivados pela expansão do par-que fabril da General Motors e pela construção da fábrica da montado-ra alemã BMW, em Araquari, de-vem ter impacto indireto nos negó-cios da Tecnopó. O executivo avalia que a maior circulação de dinheiro vai beneficiar o consumo regional.

“Outros segmentos vão ser beneficiados. A produção terá de crescer para atender a essa de-manda e, assim, será possível con-quistar mais clientes.”

A empresa também está diver-sificando a carteira de clientes em mais segmentos para encontrar no-vas oportunidades de negócios e de-pender menos da área automotiva, a mais importante para a Tecnopó.

O fraco desempenho do seg-mento de caminhões, em 2012, afetou os negócios. Segundo o Denatran (Departamento Nacio-nal de Trânsito), o licenciamento encolheu 20,2%, por causa de mu-danças nas regras para os motores dos veículos novos.

Mas a situação está melhoran-do neste ano. “Já sentimos os be-nefícios”, diz o diretor Joelci Ferrari. Nos oito primeiros meses do ano, a expansão nos licenciamentos au-mentou 11,9% em relação ao mes-mo período de 2012. Quem está estimulando o crescimento são os caminhões pesados. O número de registros aumentou 41,2%.

3É o número de edições da Metalurgia, feira realizada a cada dois anos em Joinville, que a Tecnopó participou.

250 km É o raio de atuação dos serviços da Tecnopó, abrangendo as regiões do Norte catarinense, Centro-sul paranaense e Grande Florianópolis.

DIVULGAÇÃO TECNOPÓ

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Todo dia, é um entra e sai no pré-dio da rua Blumenau, 1.316, no Amé-rica, em Joinville. São mais de 10 mil pessoas que circulam mensalmente pelo prédio de 2.000 metros quadra-dos do IOT (Instituto de Ortopedia e Traumatologia). É gente que passa desde uma consulta de rotina com um dos 26 especialistas que atendem no local a complexos procedimentos cirúrgicos. Esta é face mais conhecida do empreendimento, que começou em 1985, na rua Abdon Batista, no

Centro da cidade.Uma face menos conhecida é a

produção científica que sai do local. O instituto tem uma parceria com a Duke University – de Durham, nos Estados Unidos –, uma das 20 melhores universidades do mundo, segundo a consultoria educacional britânica QS.

O IOT utiliza a base de dados da instituição educacional norte-ame-ricana para desenvolver estudos e pesquisas nas áreas de traumatolo-

gia e ortopedia. Debates envolvendo o corpo clínico, residentes e estudan-tes acontecem a cada duas semanas. Nos últimos 17 anos, os médicos escreveram, pelo menos, 55 artigos científicos, que foram publicados em livros ou em revistas especializadas.

O núcleo de pesquisas se reúne semanalmente para discutir e avaliar as cirurgias realizadas pelo corpo clínico no local na semana anterior. “Isto nos ajuda a formar o nosso ar-quivo científico”, diz o diretor técnico do empreendimento, Valdir Steglich.

Outra atividade realizada pelo núcleo científico está nas parcerias feitas com indústrias farmacêuticas, com a realização de trials clínicos. São pesquisas envolvendo análises

Articulando saúde e saberOs 10 mil atendimentos mensais no IOT são apoiados por educação continuada e pesquisas em parceria com grande universidade dos EUA

Valdir Steglich, diretor técnico do IOT, pretende intensificar parcerias para a clínica se tornar referência ortopédica e traumatológica no Estado

1985Um grupo de cinco ortopedistas se reúne para criar o IOT (Instituto de Ortopedia e Traumatologia), na rua Abdon Batista. A missão foi a de trazer serviços disponíveis nos grandes centros.

AtividadeServiços médicos de ortopedia e traumatologia.

26Médicos.

1991É credenciado pela Comissão de Ensino e Treinamento da SBOT (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia). Foi o primeiro serviço de residência médica de Santa Catarina autorizado a especializar médicos como ortopedistas.

www.iot.com.br

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dos resultados a partir de tratamen-tos com medicamentos específicos.

A proximidade com a academia não se restringe à área científica. Quatro membros do corpo clínico do Instituto de Ortopedia e Trauma-tologia são professores do curso de medicina na Univille.

O IOT tem uma parceria com o Hospital São José para o desenvol-vimento de programa de residência, com três anos de duração, sendo reconhecido pela SBOT (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumato-logia) e do Ministério da Educação.

Atualmente, são 20 participantes em especializações que abrangem áreas como a cirurgia de mão, pé, tornozelo, coluna, joelho e a ortope-dia infantil. Muitos desses residentes acabam sendo convidados para in-gressar no corpo clínico do instituto.

A intenção é acelerar ainda mais este processo de capacitação. Stegli-ch diz que o objetivo é o de ampliar a busca de conhecimento nos prin-cipais centros de referência mundial para formar médicos cada vez mais qualificados na região. E reforçar o princípio da medicina moderna de que grandes cirurgias são feitas com pequenas incisões. “Assim, temos menos agressão aos tecidos e um retorno mais rápido do paciente às atividades normais”, diz o diretor téc-nico.

O trabalho de pesquisa é com-plementado com ações comunitá-rias de prevenção e valorização de práticas saudáveis, como a Corrida do IOT, campanhas para incenti-

“A união, a cooperação e o reforço na qualidade dos serviços prestados são fatores que estimulam o crescimento.”Valdir Steglich, diretor técnico do IOT

Corpo clínico do IOT é formado por especialistas em dez áreas da ortopedia e traumatologia

Prédio do IOT na rua Blumenau foi inaugurado em março de 2007

4É o número de hospitais que são parceiros do IOT: Dona Helena, Materno-infantil, São José e Unimed.

10É o número de especialidades atendidas pelo corpo clínico do Instituto de Ortopedia e Traumatologia.

1995A primeira turma de residência se forma. Cinco profissionais participaram: Carlos Henrique Dantas, Carlos Henrique Maçaneiro, Ingo Schneider, Luiz H. Panno e Antonio F. Greppe de Mello.

2004IOT e Hospital Municipal São José fazem parceria para oferecer residência nas áreas de ortopedia e traumatologia. Curso passa a ter credenciamento duplo: Ministério da Educação e Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia.

2007Inaugura a nova sede: um prédio de 2.000 m2 quadrados, localizado no América.

2008Inicia a parceria com a Duke University, dos Estados Unidos, por meio do programa Research Coaching.

var o uso adequado de mochilas escolares, de redução de riscos no trânsito e de prevenção aos aci-dentes da mão.

O instituto é um dos apoiadores da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, oferecendo atendimento médico aos bailarinos.

Planos de ampliação

Um dos principais objetivos do IOT (Instituto de Ortopedia e Traumatologia) é o de ampliar a capacidade de atendimento. A ex-pectativa é de, até o próximo ano, possibilitar a duplicação do espa-ço. Atualmente, são 2.000 metros quadrados.

“Com isso, poderíamos mais do que dobrar o número de pes-soas atendidas por mês”, diz Tânia Steurnagel, gestora do IOT. Hoje são feitos aproximadamente 10 mil atendimentos por mês. Mas, com as parcerias feitas com quatro hospitais da cidade – Dona Helena,

Materno-infantil, São José e Uni-med – , o número de atendimentos prestados pelos médicos do insti-tuto chega a 20 mil.

Um dos fatores que ajudam a alimentar os planos do IOT é a alta penetração dos planos de saúde na população joinvilense. Cerca de 38% tem, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANSS).

Outra estratégia é reforçar as parcerias que o instituto tem com hospitais públicos e privados de Joinville, convênios de saúde e com as prefeituras do Norte e Nor-deste catarinense. “A união, a coo-peração e o reforço na qualidade dos serviços prestados são fatores que estimulam o crescimento”, diz o diretor técnico, Valdir Steglich.

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1997Crescem as necessidades para a instalação de um local em Joinville para receber os resíduos industriais.

AtividadeProcessamento e destinação de resíduos industriais.

58Funcionários(unidade de Joinville).

2000É constituída a Catarinense Engenharia Ambiental, que vence licitação para a implantação de uma área para receber resíduos industriais em Joinville.

www.essencis.com.br

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“Empresas que estão se instalando na região já entraram em contato com a empresa para discutir o envio de resíduos industriais, tendo em vista o que é determinado na Política Nacional de Resíduos Sólidos.”Julio de Oliveira Müller, gerente da Essencis em Joinville

Novos investimentos devem aumentar a demanda da Essencis em Joinville, diz Julio de Oliveira Müller

O metano gerado pelo Centro de Tratamento e Valorização Am-biental que a Essencis mantém em Joinville pode ter um destino mais nobre do que a simples quei-ma ao ar livre.

A unidade está desenvolvendo um projeto para aproveitar o gás proveniente de resíduos industriais na geração de energia elétrica, que seria utilizada para atender à parte da demanda interna da empresa localizada no Distrito Industrial.

Matéria-prima para a geração de energia não deve faltar no longo prazo. A unidade recebe 65% dos resíduos industriais produzidos em Joinville. A capacidade de armaze-nagem, dependendo do tipo de re-síduo, pode chegar a 70 anos. Os maiores clientes estão nos segmen-tos metalúrgico e mecânico.

Os materiais são tratados, isola-dos do contato com o solo natural e depositados em células que garan-tem a proteção ao meio ambiente.

Pesquisas e desenvolvimento

Novos investimentos no Norte do Estado estão ampliando as oportunidades de negócios para a Essencis

Estratégia verde

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2002São recebidas as primeiras cargas de resíduos industriais no Centro de Tratamento e Valorização Ambiental de Joinville.Recebe a certificação ISO 9001 pela primeira vez.

2003Pela primeira vez, recebe a certificação ISO 14001.

2007Conquista a certificação OHSAS 18001, voltada para a saúde ocupacional.

2009A partir de um projeto desenvolvido em Joinville, a Essencis implanta mais uma unidade de negócio: a manufatura reversa.

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Resíduos que chegam à Essencis são inspecionados antes de serem destinados à área de armazenamento

70É a capacidade máxima, em anos, de resíduos industriais no centro de tratamento e valorização ambiental de Joinville.

65%É a participação no mercado de destinação de resíduos industriais que a Essencis tem em Joinville.

de processos são uma rotina na uni-dade joinvilense. Foi a partir de um projeto-piloto realizado na cidade que a empresa ganhou uma nova unidade de negócios.

Em 2009, a Essencis recebeu um pedido para fazer a descarac-terização de 4.000 gabinetes de eletrodomésticos. Os materiais fo-ram desmontados e triturados. As sucatas de cobre, metal e plásticos foram recicladas.

A partir deste projeto, surgiu a Essencis Manufatura Reversa, que tem escritório central em São Paulo e unidades operacionais em Caieiras (SP), Curitiba (PR) e Magé (RJ). Esta área também atua com o desenvolvimento de programas de eficiência energética, desmobiliza-ção de áreas industriais e a des-montagem de eletrodomésticos, eletroeletrônicos, microcomputa-dores e equipamentos hospitala-res e healthcare.

A Essencis também está inves-tindo no desenvolvimento de pes-

quisas para qualificação do serviço, como o tratamento de efluentes com a utilização de nanotecnologia.

Membranas de nanofiltração são responsáveis pela fase final do processo, garantindo a qualidade do tratamento. O equipamento é único em Santa Catarina.

O desenvolvimento de novas soluções para as empresas faz parte da estratégia de depender menos dos resíduos. “A tendência é de redução na geração”, diz Julio de Oliveira Müller, gerente da uni-dade joinvilense da Essencis.

Mesmo assim, as expectativas para os próximos anos são extrema-mente favoráveis. A motivação vem dos novos investimentos que estão chegando ao Norte catarinense.

“Empresas que estão se insta-lando na região já entraram em con-tato com a empresa para discutir o envio de resíduos industriais, tendo em vista o que é determinado na Política Nacional de Resíduos Sóli-dos”, diz o executivo.

Iniciativas comunitárias

As ações ambientais desenvol-vidas pela Essencis não se restrin-gem somente à destinação corre-ta de resíduos industriais.

Outras iniciativas desenvolvi-das pela empresa envolvem visitas guiadas de instituições de ensino ao centro de valorização ambien-tal, o povoamento com peixes dos córregos e riachos próximos da unidade, a coleta de pilhas e bate-rias, um viveiro de mudas típicas da região, que são usadas no re-florestamento de áreas, e um prê-mio interdisciplinar de educação ambiental, feito em parceria com a Secretaria Municipal de Educa-ção e a Fatma (Fundação do Meio Ambiente).

Segundo Julio do Oliveira Mül-ler, a previsão é de que, em quatro anos, todos os alunos das escolas municipais de Joinville e dos cen-tros de educação infantil estejam envolvidos nesta iniciativa.

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“A estratégia sempre foi de ficar perto de onde o povo está.”Irineu Machado, presidente da Irineu Imóveis

Irineu Machado começou no segmento de loteamentos e diversificou negócios para outras áreas, como a turística e a esportiva

A atuação do Grupo Irineu é ampla: loteamentos, imobiliária, aluguel de galpões industriais, turismo e esporte. A raiz destes empreendimentos foi um Fusca bege, ano 1976. Com ele, Irineu Machado, que era vendedor autô-nomo da Coluna Imóveis, come-çou a desbravar o mercado imobi-liário joinvilense.

O carro ficava estacionado per-to do ginásio Abel Schulz. “Sempre foi um lugar de muito movimento”, diz o empresário, que distribuía panfletos, deixava cartazes nos ba-res do Centro e levava clientes para conhecer os lotes em vários bairros da cidade. “A estratégia sempre foi de ficar perto de onde o povo está.”

A era do Fusca acabou em 1984. O carro foi vendido. Iniciava uma nova fase. Irineu criava a sua própria imobiliária. O local escolhi-do foi uma sala no Edifício Rude-nas, em frente ao Terminal Central de Ônibus. É onde, até hoje, está a sede da empresa.

Há planos de mudar de local, mas a intenção é de permanecer perto desta área de grande circula-ção. O projeto é construir, a partir do ano que vem, um edifício com 12 an-dares, com 8.000 metros quadrados de área, no local onde já funcionou a Câmara de Vereadores e a agência central do antigo Besc (Banco do Es-tado de Santa Catarina), que foi ab-sorvido pelo Banco do Brasil

O grande fluxo de gente nas proximidades do Terminal Central é uma fonte de negócios para a Irineu Imóveis

De olho no movimento

1974Irineu Machado sai de Vidal Ramos, onde ajudava os pais nas lavouras de fumo, arroz e feijão, e se muda para Joinville.

AtividadesImobiliária, loteadora, hotel e complexo esportivo.

63Funcionários.

1983Aluga uma sala no Edíficio Rudenas para atender aos clientes interessados na compra de lotes.

1985Surgimento da Irineu Imóveis. Em parceria com a Elos Imóveis, vende o Loteamento Recanto Iririú. O primeiro empreendimento com marca própria foi o Loteamento Pianezer, no Aventureiro.

www.irineuimoveis.com.br

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Oportunidades de negócios para a Irineu Imóveis também estão nas cidades do Litoral Norte Catarinense

40É o número de loteamentos que a Irineu Imóveis já vendeu em Balneário Barra do Sul, Barra Velha, Joinville e São Francisco do Sul.

10 milÉ o número de lotes que a empresa comercializou desde o início de sua atuação, em 27 anos.

A expectativa é de que seja inaugurado em 2015, quando o grupo completa 30 anos. “Além da sede, vamos agregar uma série de serviços voltados para a área imo-biliária”, diz a gerente-geral, Gra-sieli Machado.

A diversificação sempre este-ve presente na estratégia da Iri-neu Imóveis. Os primeiros passos foram em 1986, com a compra da Imobiliária Bandeirantes e do Loteamento Jardim Bandeirantes. Nos cinco primeiros anos, foram comprados 14 loteamentos tota-lizando 4.000 lotes em Joinville e Balneário Barra do Sul.

Outros dois segmentos em que o grupo está avançando é na loca-ção de imóveis, em que atua há três anos, e a revenda de residências geminadas. Grasieli avalia que esse

segmento deve continuar crescen-do com força nos próximos anos, principalmente nas classes B e C.

Atualmente, além da área imo-biliária, a Irineu Imóveis atua nos segmentos turístico, com o Hotel Bandeirantes da Barra, em Balne-ário Barra do Sul, e esportivo. O grupo mantém um centro de trei-namento para atletas amadores e profissionais, no bairro Jardim Paraíso.

Na onda do crescimento

O momento é de aproveitar o forte crescimento econômico da região, que está sendo motivado pela chegada de novas empresas. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a econo-mia da região de Joinville dobrou

de tamanho entre 1999 e 2011.Neste cenário, a empresa iden-

tificou um novo nicho: a locação de galpões industriais. Irineu ressalta que há uma grande necessidade de serviços especializados para esta área. As maiores oportunidades es-tão em Araquari, Garuva, Guarami-rim e São Francisco do Sul.

Não é só o segmento industrial que está aquecido no entorno de Joinvile. Dos 13 loteamentos que estão sendo vendidos, dez estão fora da cidade.

Um dos fatores que favorecem este direcionamento é a dificuldade e morosidade do licenciamento em Joinville. “Quem resiste no setor são empresas com histórico e experiên-cia. É gratificante poder proporcio-nar às pessoas o acesso à moradia”, afirma o empresário.

1986Utilizando a marca Irineu Imóveis, amplia os negócios, comprando o Loteamento Jardim Bandeirantes e a Imobiliária Bandeirantes.

1991-2000Comercializa 13 lotes na região de Joinville.

1999Começa a investir no esporte de Joinville. Cria a Sociedade Esportiva Irineu e monta um time de futebol, que é vice-campeão da Copa Juniores, na Itália. O grupo mantém um centro de treinamento para atletas amadores e profissionais, no bairro Jardim Paraíso.

2001Expande o processo de diversificação das atividades, inaugurando o Hotel Bandeirantes da Barra, em Balneário Barra do Sul.

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Desde 2004, a América Latina é o escritório do executivo america-no Michael Langer, presidente da unidade brasileira da Franklin Elec-tric – a maior fabricante mundial de motores submersos. O sotaque de Langer é carregado e mostra bastante otimismo sobre os planos para a operação brasileira, sediada em Joinville, a qual comanda des-de outubro de 2011.“O Brasil é um mercado amplo e oferece excelen-tes oportunidades.”

A menina dos olhos do grupo, que adquiriu a Schneider Moto-bombas em 2008, é a construção da nova fábrica no Distrito Indus-trial, nas proximidades da BR-101. O investimento é de R$ 40 milhões, o que permitirá dobrar a área de produção para 12,3 mil metros quadrados. A unidade também vai abrigar a área administrativa.

A mudança está prevista para o próximo ano. “Vamos ganhar fle-xibilidade para fazer novas expan-

sões. Será uma fábrica com o que há de mais moderno”, diz Langer. A expectativa é de que a segunda fase da obra comece imediata-mente após a conclusão da primei-ra etapa.

O investimento também inclui a compra de máquinas. Uma das prioridades é a área de usinagem. Langer diz que será possível pen-sar na fabricação de bombas de maior porte. A empresa atende principalmente aos segmentos agrícola e de construção predial.

Outro ganho será com a capa-cidade de estocagem e expedição de produtos, que será triplicada. Atualmente, são duas docas que funcionam em horários restritos,

A nova fábrica da FranklinGrupo americano está investindo R$ 40 milhões na construção de unidade no Distrito Industrial, que duplicará capacidade de produção

Michael Langer, presidente da Franklin Electric no Brasil, projeta excelentes oportunidades de negócios no país

1944Os engenheiros Edward J. Schaefer e T. Wayne Kehoe fundam em Bluffton, nos Estados Unidos, a Franklin Electric. O nome homenageia Benjamin Franklin, um dos pioneiros nos estudos da energia elétrica. O foco inicial eram motores para clientes com necessidades específicas.

AtividadeProdução, venda e distribuição de sistemas de bombeamento de água.

376Funcionários no Brasil.

1949Patente do primeiro motor submerso lubrificado a água.

www.franklin-electric.com.br

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pois a unidade atual está localiza-da em área urbana. Na nova fábri-ca, serão cinco docas.

A unidade vai ampliar a ca-pacidade de desenvolvimento de novos produtos. Além de um am-plo reservatório para ensaios no laboratório, a área de produção vai ganhar um tanque de testes com 12 metros de profundidade. Atualmente, podem ser testadas bombas de até 100 cavalos. A par-tir do ano que vem, essa possibi-lidade aumenta para 250 cavalos.

No novo laboratório também será possível a realização de pro-vas hidráulicas e de testes tes-temunhais, caracterizados pelo acompanhamento de represen-tantes dos compradores. Com as novas instalações, a Franklin Elec-tric será credenciada para rece-

“Vamos ganhar flexibilidade para fazer novas expansões. Será uma fábrica com o que há de mais moderno.”Michael Langer, presidente da Franklin Electric no Brasil

Nova unidade da Franklin Electric vai possibilitar expansão no desenvolvimento de produtos

12É a profundidade, em metros, do fosso de testes que a Franklin Electric está construindo na nova unidade no Distrito Industrial.

12,3 milSerá a área, em metros quadrados, da primeira fase da nova fábrica da Frankin Electric.

1962Estabelece joint-venture com uma empresa australiana.

1965A Franklin se instala na Europa.

1983Início das primeiras instalações em um país da América Latina. O local escolhido foi Monterrey, no México.

1988Criação de unidade voltada para a produção de sistemas de combustíveis.

1999Desenvolve o primeiro controlador para sistemas de água a pressão constante. Instala-se na China.

2008Aquisição da Schneider Motobombas, em Joinville, marcando a entrada no Brasil com uma unidade industrial.

ber a certificação ISO 17025.O espaço, com 500 metros qua-

drados, contará com sistema de áu-dio/vídeo e infraestrutura completa para atender a uma agenda regu-lar de cursos para colaboradores e clientes. O local pode ser dividido em dois ambientes, o que possibilitará a realização de treinamentos simultâ-neos, que serão ministrados ao lon-go do ano e realizados em módulos.

Eficiência energética

A eficiência energética está no centro das preocupações da Franklin Electric. O produto da marca Schneider Motobombas foi o primeiro do setor a conquistar a certificação A, a mais alta no Pro-cel (Programa Nacional de Con-servação de Energia), ocorrida em

2011. Desde então, novas linhas estão sendo certificadas. O objeti-vo é conseguir incluir os principais produtos no topo da classificação deste programa.

Uma das áreas em que há grande preocupação é a agríco-la. Os produtos tradicionais estão sendo redesenhados para obter uma melhor classificação junto ao Inmetro

Outra estratégia para ampliar a eficiência energética é a introdu-ção de novas tecnologias que es-tão sendo desenvolvidas pelo gru-po. Da unidade italiana, sediada em Vicenza, são trazidas bombas e componentes em aço inox.

A Franklin está investindo na produção de sistemas inteligentes de bombeamento de água, que operam por meio da integração de uma bomba e um inversor de fre-quência. As principais vantagens são maior eficiência no consumo e na operação quando há demanda pelo líquido.

Segundo o presidente, Michael Langer, é uma tecnologia que terá forte aplicação no futuro. “Esta-mos abertos a qualquer projeto”, diz, entusiasmado.

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O centenário do Hospital Dona Helena é só daqui a três anos, mas o presente já está sendo prepara-do cuidadosamente. A expectativa é de que, em 2016, o novo prédio, de 11 andares e 26 mil metros quadrados, esteja concluído e to-talmente ocupado.

Atualmente, nele funcionam um estacionamento com 210 va-gas, a área administrativa, o ser-viço de neurologia, o centro de diagnóstico ortopédico, o Naim (Núcleo de Atendimento Integrado à Mulher), o centro cirúrgico am-bulatorial, o serviço de oncologia e o pronto-atendimento.

Mais serviços deverão ser in-corporados nos próximos meses. Andares serão ocupados pela clíni-ca de diagnóstico vascular e pelo serviço de endoscopia.

“Também projetamos a instala-ção de clínicas especializadas com perfil de alta complexidade para atender à demanda da comunidade da região”, diz Marcos Antônio Na-varro, gerente operacional do Hos-pital Dona Helena.

O plano diretor do hospital, que tem suas raízes em 1989, pre-vê que o atendimento assistencial ao paciente, as internações e as cirurgias sejam centralizadas no prédio antigo.

As clínicas de diagnóstico fi-carão concentradas no novo edifí-cio, liberando espaço para a insta-lação de mais leitos e a estrutura de apoio. Hoje, são 156 leitos, que devem ser complementados por mais 15, a serem abertos nos próximos meses.

As obras no prédio antigo es-tão em andamento. O centro cirúr-gico está em ampliação. A central

Dona Helena rumo aos 100 anosMaior expectativa de vida faz crescer a demanda por serviços hospitalares e estimula novos investimentos

Uma das prioridades do Hospital Dona Helena é o investimento em novas tecnologias, destaca o gerente operacional Marcos Antônio Navarro

1996Implantação do programa Pró-Humano.

1992Inauguração do Centro de Diagnóstico por Imagem e informatização do hospital.

AtividadeServiços médico-hospitalares

863Funcionários

1997Primeiro Simpósio de Bioética.

www.donahelena.com.br

1916Fundação da Sociedade de Socorro das Senhoras Evangélicas, por iniciativa de Helena Trinks Lepper. A instituição é, inicialmente, um ancionato e um jardim de infância. O hospital começa a ser materializar pela mão do Dr. Norberto Bachmann, que traz o primeiro paciente.

1989Implantação do Plano Diretor com o objetivo de tornar a instituição uma referência no Sul do país.

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de materiais esterilizados ganhará um novo espaço, mais moderno e ampliado.

O aumento na expectativa de vida – de 70,5 anos ao nascer, em 2001, para 74,1 anos, em 2011, se-gundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) – tem ampliado a demanda por serviços hospitalares. Segundo Navarro, o reflexo é o aumento na taxa de permanência na instituição. “O hospital tem recebido mais pa-cientes idosos, o que exige mais adaptações e cuidados especiais.”

Para atender a esse aumento na procura, o hospital vem investindo na compra de novos equipamentos, como o PET-Scan, que é um grande avanço no diagnóstico e no controle do tratamento do câncer.

Em 2012, foram adquiridos novos aparelhos para o laboratório de aná-lises clínicas, que realizam exames da parte hormonal e de alergias.

Neste ano, foi inaugurado o centro de infusão, destinado ao atendimento de pacientes que se tratam com medicamentos imu-nobiológicos. “Isto é um avanço na medicina e serve para o trata-mento de doenças autoimunes”, explica o gerente operacional do Hospital Dona Helena, Marcos An-tônio Navarro.

As pesquisas fazem parte do dia a dia do corpo clínico. Um caso diag-nosticado no Dona Helena foi apre-sentado no Congresso Brasileiro de Genética Médica, que ocorreu em

“Constantemente estamos investindo em novas tecnologias e capacitando nossos profissionais para acompanhar o avanço da medicina.” Marcos Antônio Navarro, gerente operacional

Planejamento prevê ocupação total do Dona Helena em 2016

156É o número de leitos do Hospital Dona Helena. Outros 15 serão implantados.

13Edições do Simpósio Catarinense de Bioética já foram realizadas pelo hospital.

2009-10Centro Clínico começa a funcionar: primeiro serviço a se instalar é o estacionamento. Em 2010, são implantados o centro cirúrgico ambulatorial, centro de diagnóstico da visão, serviço de suporte ao diagnóstico neurológico e o serviço de ergometria.

2012Implantação dos serviços de oncologia e neurologia.

2007Início da construção do Centro Clínico.

2004Primeiro transplante de rim, logo após credenciamento pelo SUS.

2002Inauguração do Serviço de Reprodução Assistida, em parceria com a clínica Satis.

junho, em Florianópolis. Outros trabalhos em andamento

são a coleta de dados para o perfil epidemiológico da sepsia grave e do choque séptico em ambientes hos-pitalares e o estudo nacional de pa-cientes que sofreram fratura de qua-dril e desenvolveram osteoporose.

Qualidade de vida

Humanização é uma palavra chave para quem vive o dia a dia no Hospital Dona Helena. O signi-ficado é profundo, conta Maria José Varela, coordenadora do programa Pró-Humano: “É aumentar a sensi-bilidade em relação às pessoas que estão sob os nossos cuidados.” O trabalho integra a saúde a aspectos emocionais e espirituais, priorizan-do a qualidade de vida.

Uma das formas encontradas para reforçar internamente esse conceito foi a arte, por meio do te-atro e do coral. E, externamente, foi criado um grupo – o Hospirri-sos, com parceria da Studio Escola de Atores – que recruta voluntários para levarem alegria, por meio do espírito clown, a pacientes, funcio-nários e visitantes.

A implantação de uma capela-nia no hospital, no início do ano, também ajudou a reforçar o con-ceito da humanização. Uma pas-tora luterana realiza celebrações litúrgicas, de caráter ecumênico, e oferece acompanhamento espi-ritual para quem está internado, a

familiares e aos funcionários. Outra estratégia para valorizar

a qualidade de vida no ambiente hospitalar é uma parceria desen-volvida com a ACE (Associação Catarinense de Ensino), que está ampliando a difusão da pedago-gia hospitalar. O objetivo é de-senvolver atividades lúdicas com as crianças que estão internadas, dar apoio escolar e orientar os pais. Segundo Maria José, isto aju-da no processo de recuperação.

Um projeto mais antigo que busca enfatizar os princípios da hu-manização é o da bioética. “Temos de preparar os profissionais em relação a questões mais críticas e polêmicas.” Mensalmente, há en-contros envolvendo a comunidade hospitalar e o público externo. Uma vez ao ano, o hospital promove o Simpósio Catarinense de Bioética.

Pela primeira vez, o evento foi realizado fora de Joinville. A 13ª edição aconteceu no CentroSul, em Florianópolis, paralelamente ao Congresso Nacional de Bioética, en-tre 23 e 27 de setembro.

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Wilson Bohn se aposentou em 1989, após trabalhar 26 anos em uma fábrica de plásticos para a construção civil em Joinville. A ideia inicial era a de dedicar-se a um de seus hobbies: a pesca. Não demorou dois meses para desistir. Um dos motivos foi o baixo valor do benefício pago pelo INSS. O outro era a inquietude. “Ele tinha von-tade de montar o próprio empreendi-mento”, diz o filho, Celson Bohn.

O primeiro passo para a criação da Plasbohn foi a compra da carcaça de uma extrusora junto à antiga em-pregadora de Wilson. Mas era preciso algo a mais para fazer a máquina fun-cionar. Peças compradas em um fer-ro-velho serviram para fazer o painel de comando. “Até pneus de lambreta foram utilizados para fazer as correias transportadoras”, lembra Dalila Bohn, mulher de Wilson.

O equipamento para a fabricação de mangueiras levou quase um ano para ficar pronto. Eram tempos ex-tremamente desafiadores. A hiperin-flação corroía rapidamente os ganhos – em média, os preços aumentavam 18,56% ao mês na primeira metade dos anos 90, segundo dados do IBGE. Mas, o ânimo persistia.

A compra de matéria-prima era difícil. O número de fornecedores era reduzido e estes tinham pouco inte-resse em atender aos pequenos pedi-dos. A solução encontrada pela família Bohn foi pagar as encomendas à vista e antecipadamente. A produção de mangueiras era feita de sexta à noite a domingo à noite, quando os filhos Cel-son e Sarita podiam ajudar, já que eles trabalhavam em outras empresas.

Sábado era o dia das vendas, rea-

Mudança bem-sucedidaAo se aposentar, em 1989, Wilson Bohn pensou em se dedicar à pesca. Acabou criando a maior fábrica brasileira de mangueiras e acessórios plásticos

O plástico é muito interessante. Ainda há muito a ser descoberto sobre ele.”Wilson Bohn, fundador da Plasbohn

Negócios em família: patrimônio criado por Dalila e Wilson Bohn é gerenciado pelos filhos Celson e Sarita

1996Diversificação da clientela da Plasbohn. Com 30 funcionários, a empresa vende para todo o país.

1990Wilson Bohn cria a Plasbohn. A partir da carcaça de uma extrusora, ele e o filho Celson Bohn montam a primeira máquina da empresa.

AtividadePlásticos para a construção civil e para a irrigação.

300Funcionários

1997Começa a produção de mangueiras para gás de cozinha. A Plasbohn é uma das primeiras empresas a serem certificadas pelo Inmetro.

www.plasbohn.com.br

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lizadas na frente dos supermercados. “Um dos lugares com mais consumi-dores era o antigo Catarinão, na zona Sul”, lembra Sarita Bohn. Os negócios prosperaram em Joinville e o passo seguinte foi conquistar o mercado de Florianópolis.

Grandes saltos foram dados em meados dos anos 90. A forte expan-são fez com que Celson e Sarita pas-sassem a se dedicar exclusivamente para a empresa familiar. O primeiro impulso veio da criação de condições facilitadas para a compra de matéria--prima por um fornecedor. O impacto, segundo Dalila, foi dar mais fôlego para a empresa.

O segundo estímulo foi a tercei-rização de serviços de uma grande empresa, que possibilitou a compra de novas máquinas. O novo contrato acabou sendo o embrião de uma nova fase. Obrigou a Plasbohn a expandir ainda mais os negócios, para não ficar dependente da terceirização, que res-pondia por 60% das receitas.

A estratégia foi diversificar a pro-dução e conquistar novos mercados para os produtos da empresa. Em 1996, a Plasbohn vendia para todo o país. Os efeitos foram bem positivos. Rapidamente, a importância do princi-pal cliente nas receitas caiu para 20%.

Em 1997, a empresa iniciou a fa-bricação de mangueiras para GLP após estas serem certificadas pelo Inmetro. A Plasbohn foi uma das três primeiras empresas a ser homologa-das. “Isto fez a empresa ser enxergada de modo diferente pelo mercado”, diz Celson, diretor administrativo.

A diversificação não parou. Novos produtos são constantemente lança-

Fábrica da Plasbohn está sendo modernizada e ampliada

3É o número de turnos em que a Plasbohn opera.

50Foi a primeira compra, em quilos, de matéria- prima para a produção de mangueiras, em 1990.

2011As estratégias de comércio exterior da Plasbohn são premiadas pelo Ministério do Desenvolvimento e pela Associação de Comércio Exterior do Brasil.

2005-6Grande processo de diversificação de produtos. Atualmente, o portfólio conta com 600 itens. Entra no segmento de injetados para a construção civil.

2007Plasbohn entra no segmento agrícola.

2010Primeiros embarques de mercadorias para o exterior.

2013Expansão da fábrica, focada na automação de processos.

dos para garantir a rentabilidade dos negócios. Em 2006, entrou no seg-mento de injetados para a construção. Hoje, o agronegócio desperta muita atenção, por causa da forte expansão da produção rural. Atualmente, são 80 itens comercializados.

Foco na competitividade

O principal desafio da Plasbohn é comum à maioria das empresas de Joinville: encontrar mão de obra quali-ficada. E a resposta encontrada é focar na automação. Segundo Celson Bohn, diretor administrativo da companhia, assim será possível ampliar a produti-vidade, ser mais competitivo e garantir um crescimento sustentável. “Vamos fazer mais com o que a empresa tem.”

Outra meta é remodelar o mix de produtos, que atualmente tem 600 itens. O executivo destaca que é pre-ciso estar sempre à frente dos concor-rentes, deixando o alvo a ser persegui-do bem mais distante.

Para isso, a Plasbohn ampliou a li-nha de produção. A empresa também está adotando práticas de sustentabili-dade, como o tratamento de efluentes de modo biodegradável e o descarte de resíduos sólidos, seguindo os prin-cípios estabelecidos pela Política Na-cional de Resíduos Sólidos.

Apesar da empresa estar presente em todo o país, os negócios estão con-centrados em Santa Catarina, no Nor-te e no Centro-oeste. “São áreas que apostam mais na marca Plasbohn”, conta Sandro Michinosk, gerente co-mercial. Ele complementa dizendo que o Brasil é um mercado muito grande para ser trabalhado.

O foco está no mercado interno, mas o exterior desperta interesse. As primeiras experiências começaram em 2010, quando foram feitos os pri-meiros embarques para o Paraguai.

Paralelamente, a fabricante de plásticos para a construção civil participou do Primeira Exportação, que estimulou empresas de peque-no e médio portes a realizarem ne-gócios fora do Brasil. O programa foi uma iniciativa do Ministério do Desenvolvimento e contou com o apoio da Prefeitura de Joinville e da Univille. Foram abertos mercados na América do Sul. A participação de uma feira no Quênia (Leste da África) assegurou a conquista de mais clientes.

A imagem da empresa foi refor-çada com essa iniciativa. Ela recebeu o Prêmio Destaque Comércio Exterior 2011, concedido pelo Ministério do Desenvolvimento e pela AEB (Associa-ção de Comércio Exterior do Brasil), ao lado de multinacionais como a Vale, a Embraer, a Ericsson, a BRF Bra-sil Foods, a Fiat, a Braskem, a Queiroz Galvão e a Marcopolo.

CARLOS JUNIOR

Precisamos estar sempre à frente dos concorrentes, deixando o alvo cada vez mais distante.”Celson Bohn, diretor administrativo da Plasbohn

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Ari Rabaiolli era gerente de banco no final dos anos 80. Mas tinha um sonho comum a muito brasileiro: ter o seu próprio negócio. Foram 15 anos para amadurecer a ideia. Optou por abrir a Aceville, uma transporta-dora de cargas. A decisão, até hoje, surpreende muita gente, por causa da distância entre as duas atividades.

A resposta do empresário vem em meio a um sorriso: “Não tinha como eu abrir uma instituição financeira. Tive de buscar uma outra alternativa

no segmento de prestação de servi-ços.”

O conhecimento de mercado veio dos frequentes contatos que mantinha com clientes da instituição financeira que atuavam no segmento de transportes. Mas a grande con-corrência era um desafio. “Para onde você for tem de fazer diferente, com qualidade, responsabilidade e serie-dade”, afirma Rabaiolli. Este mantra o acompanha desde 1989, quando abriu a Aceville Transportes com a es-

posa e mais um motorista, que dirigia o único caminhão. Atualmente, são 55 veículos que operam em rotas para as regiões metropolitanas de São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, além do Litoral Catarinense e Vale do Itajaí.

A empresa – com matriz em Join-ville e filiais em Guarulhos (SP); São José dos Pinhais (PR); Novo Hamburgo (RS); e Guaramirim, Blumenau, Timbó, Itajaí e Palhoça – se especializou no transporte de cargas fracionadas, com atendimento a segmentos como o co-mércio, a indústria e os serviços.

“Assim, fugimos da depen-dência de poucos clientes”, afirma Rabaiolli. Atualmente, são 6.300 ativos que fazem, pelo menos, um embarque mensal.

Novo ponto de partidaAceville Transportes vai inaugurar terminal de cargas no início do próximo ano, ampliando as possibilidades de expansão dos negócios

Ari Rabaiolli, da Aceville, projeta crescimento da área de logística no Norte de Santa Catarina

1989 A Aceville inicia as atividades no transporte rodoviário de cargas, com uma pequena estrutura, possuindo apenas um caminhão e um quadro de três funcionários, incluindo o proprietário, sua esposa e o motorista contratado.

AtividadeTransporte de cargas.

180Funcionários.

1996Início das operações em sede própria, em Joinville.

www.aceville.com.br

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A empresa está construindo um novo terminal de cargas às margens da BR-101, perto do escritório re-gional do DNIT. A previsão é de que entre em operação em janeiro. A ca-pacidade de movimentação de carga será 60% maior do que a atual.

Outras facilidades que o empre-endimento oferecerá são a disponi-bilidade de uma área para lavação dos veículos e uma garagem para estacionamento.

A transportadora também está renovando a frota, aproveitando as condições favoráveis de linhas de crédito do Finame, oferecidas pelo BNDES. “Estamos aproveitando uma boa oportunidade”, diz.

O momento também é o de refor-çar a presença nos mercados em que atua, aproveitando as possibilidades que serão oferecidas pelas futuras instalações. A região de Campinas desperta interesse para a Aceville. “Os clientes nos perguntam quando iremos para lá.” A resposta pode vir a partir do segundo semestre de 2014.

Planos para o futuro

Ari Rabaiolli, que também é presidente do Sindicato das Empre-sas Transportadoras de Cargas de Joinville, enxerga um cenário bem favorável para o Norte Catarinense nos próximos anos. E não são só os grandes investimentos que vão ser feitos nos próximos anos, como a fábrica de carros da BMW e a de câmbios e transmissões da GM. “A região tem um potencial para ser

“Para onde você for tem de fazer diferente, com qualidade, responsabilidade e seriedade.”Ari Rabaiolli, sócio-diretor da Aceville Transportes

Obras das novas instalações da Aceville Transportes estão entrando na reta final

55É o tamanho da frota de caminhões da Aceville Transportes.

13É o número de empresas que estão participando do projeto Cidade dos Transportes.

60%Vai ser o crescimento da capacidade de movimentação de cargas, com a nova sede.

2000Inauguração da unidade própria em Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo.

2003Mudança de sede da matriz, em Joinville, para um novo depósito.

2009Em novembro, inaugura unidade própria em Itajaí

2010Em setembro, inaugura unidade própria em Palhoça, na região metropolitana de Florianópolis.

2011Início das obras da nova sede própria, na matriz, em Joinville.

2014Entrada em operação da nova sede própria, em Joinville, que contará com um terminal de cargas.

um polo da área de logística”, acre-dita o dirigente empresarial.

Os trunfos são os investimen-tos que vêm sendo feitos para am-pliar a capacidade da movimenta-ção nos portos, a possibilidade de mais recursos serem aplicados em infraestrutura na região e a expec-tativa do crescimento na navega-ção de cabotagem.

Isto está alimentando o projeto da criação da Cidade do Transpor-te, uma inciativa que está sendo apoiada pelo sindicato e que conta com o apoio de 13 empresas, entre elas a Aceville.

A intenção é estabelecer uma espécie de condomínio empresarial voltado para o segmento logístico, em Garuva, em uma área de 7,6 milhões de metros quadrados na Estrada Palmeiras. “As restrições para a atividade de transporte são grandes em Joinville”, diz Rabaiolli. Outro fator estimulador é a proxi-midade do porto de Itapoá.

Além de transportadoras e ser-viços voltados para elas, o empre-endimento teria armazéns e um terminal retroportuário com a pos-sibilidade de uma ligação ferroviá-ria. Os planos miram um horizonte de 30 anos.

Ação social

A preocupação da Aceville não se restringe aos negócios. A trans-portadora se envolve em causas sociais. No ano passado, parti-cipou de parceria com outras 15

associadas ao Setracajo (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Operadores Logísticos de Joinville) na doação de uma van, com capacidade para 16 pas-sageiros, ao Lar Abdon Batista. A mais recente foi a adesão à cam-panha de apoio ao Hospital Muni-cipal São José, na qual patrocinou a compra de camisas por parte dos funcionários.

Outras entidades beneficiadas são as cozinhas comunitárias da Fundação Pauli-Madi; a Casa Adauto, que dá assistência às famílias com filhos portadores de câncer; e uma família do bairro Espinheiros, que adotou 25 filhos.

A empresa apoia a atleta Letí-cia Oro Mello, que participou, em janeiro, na competição de salto em distância, na Olimpiada Mundial Es-colar, realizada em Sydney (Austrá-lia). Nos campeonatos, ela também participa nas modalidades de reve-zamento 4 x 100 m e nos 100 m.

O associativismo está entre as políticas desenvolvidas pela empre-sa: participa ativamente da Setracajo e da Transpocred (Cooperativa de Poupança e Crédito dos Transporta-dores de Carga de Santa Catarina).

CARLOS JÚNIOR

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Um armário de estilo antigo, de madeira de lei, chama a aten-ção de quem entra na recepção do Laboratório Catarinense. Nele, passado e presente se confun-dem. Sessenta e oito anos de história da empresa estão nas prateleiras. Marcas de produtos farmacêuticos comercializadas desde o tempo dos nossos avôs se juntam a produtos desenvolvi-dos nos últimos anos. Todos tem um ingrediente comum: plantas tipicamente brasileiras.

A mistura de tradição e ino-vação representada pelo armário tem um novo guardião: Adriano Bornschein Silva, 35 anos, o novo presidente da empresa. Ele assu-miu o cargo neste ano, em subs-tituição ao pai, Ney Osvaldo Silva Filho. As raízes familiares da em-presa são mais profundas. Elas têm origem no bisavô de Adriano, que, em 1919, foi um dos criadores da Farmácia Minerva, em Curitiba.

O desafio do executivo é o de manter a sintonia entre tradição e inovação. A nova função tem tomado seu tempo. Tanto é que tem se dedicado menos para um de seus hobbies, que é o de ser bombeiro voluntário. Ele gostaria

“O desafio é manter as marcas tradicionais adaptadas às novas realidades sem perder a tradição do produto.”Adriano Bornschein Silva, presidente do Laboratório Catarinense

1919Bornschein cria, com um sócio, a Farmácia Minerva, em Curitiba. Três anos depois, se instala em Joinville.

AtividadeFabricação de medicamentos alopáticos para uso humano.

213Funcionários.

1941A Farmácia Minerva compra a Farmacia Leão. Com ela, são adquiridos equipamentos que permitem a fabricação de medicamentos.

1942A Farmácia Minerva passa a se chamar Farmácia Catarinense.

www.labcat.com.br

ROGÉ

RIO

SOUZ

A JR

.

Inovar sem perder a tradiçãoCom marcas fortes entre os consumidores, Laboratório Catarinense investe em pesquisas para garantir o futuro

Adriano Bornschein Silva representa a nova geração da família no comando do Laboratório Catarinense

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de ter mais tempo para poder par-ticipar dos plantões, que duram 12 horas. “Em media, tenho participa-do de um por mês.” Mesmo assim, pelo menos seis horas por semana são dedicadas para a corporação, onde é coordenador dos bombei-ros mirins.

Na empresa, a principal pre-ocupação é com a consolidação do segmento farmacêutico. Para acompanhar as novas tendências, a prioridade é dar ênfase para a inovação. Produtos que podem ser lançados daqui a cinco, dez anos já começam a ser pensados, pesquisados ou testados.

Um dos principais estudos em andamento é sobre uma nova fór-mula derivada de um dos mais tra-dicionais produtos da empresa, o Catuama, feito a partir de três plan-tas: a catuaba, o guaraná e a mara-puama. O medicamento surgiu, em 1978, como ajuda para combater o cansaço físico e mental.

O novo conceito está sendo testado como alternativa ao com-bate a problemas cardíacos e a depressão leve. As pesquisas con-tam com o apoio dos professores Irineu Velasco, do HC-SP (Hospital das Clínicas de São Paulo), e João Batista Calisto, da UFSC (Universi-dade Federal de Santa Catarina).

As primeiras pesquisas sobre o novo uso começaram em 1995. Agora, os testes com pessoas es-tão na primeira fase. O Laborató-rio Catarinense e a UFCE (Univer-sidade Federal do Ceará) fizeram uma parceria com o objetivo de avaliar qual é a dosagem ideal.

A autorização foi dada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigi-lância Sanitária) em abril. Noven-ta pessoas estão participando. A expectativa é de que o relatório final do estudo seja divulgado até Linha de produção do Laboratório Catarinense

8 milhõesÉ a quantidade anual de itens fabricados pelo Laboratório Catarinense.

5 a 10 anosÉ o tempo médio de desenvolvimento de um produto.

1995Foi quando começou o desenvolvimento dos estudos da nova aplicação da Catuama.

1945Ministério da Saúde determina a divisão das empresas que fabricam e vendem medicamentos. Surge o Laboratório Catarinense.

1951A empresa se muda para a sua atual sede.

1980-90Grandes campanhas de divulgação ampliam o alcance das principais marcas do Laboratório Catarinense no país.

2000Iniciam-se as exportações para paises das Américas, Europa e Ásia.

2013Adriano Silva assume o comando do Laboratório Catarinense.

dezembro. Mais testes serão ne-cessários antes da nova aplicação do novo produto chegar para os consumidores.

Uma segunda fase está previs-ta. O objetivo é comprovar a eficá-cia do medicamento em humanos. A expectativa do executivo é de que o medicamento esteja no mer-cado em cinco anos.

Novos consumidores

As marcas tradicionais são o car-ro-chefe do Laboratório Catarinen-se. “O desafio é mantê-las adapta-das às novas realidades sem perder a tradição do produto”, diz o presi-dente, Adriano Bornschein Silva.

Uma das estratégias é dar mui-ta ênfase na comunicação com os novos consumidores. Outra aposta é a de reforçar a presença no seg-mento de suplementos alimentares. “A preocupação com saúde e a boa alimentação esta em alta entre os brasileiros. É um segmento que vai

crescer muito”, diz Adriano Silva.Um dos trunfos para crescer

ainda mais neste mercado é a tra-dição. O Laboratório Catarinense é uma das empresas mais antigas nesta área.

Ações sociais

O Laboratório Catarinense está envolvido com o Instituto A Fonte da Alegria, que desenvolve ações sociais destinadas a ampliar a cons-ciência social dos colaboradores. As ações são voltadas para a melhoria da qualidade de vida de famílias, crianças, jovens, adultos e idosos.

Adolescentes em situação de vulnerabilidade social são atendidos no projeto Pelotão Mirim; o instituto ajuda a manter o Asilo Vila Vicenti-na. Outros programas desenvolvi-dos são a Campanha do Agasalho e o Cata Quilo, de apoio a famílias necessitadas. Um coral, que integra os trabalhadores de diferentes áre-as, também é mantido.

DIVULGAÇÃO LABORATÓRIO CATARINENSE

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Um dos hobbies do executivo An-dré Bornschein Silva, presidente da AB Plast – uma das maiores empresas fornecedoras de embalagens para a indústria de perfumaria e cosméticos –, é o automobilismo. Ele já foi corre-dor de kart. E é capaz de passar horas discorrendo sobre os últimos lança-mentos no segmento esportivo. Esta paixão encontra um paralelo na em-presa que dirige. A ordem, em uma das maiores empresas fornecedoras de embalagens para a indústria de perfumaria e cosméticos, é pisar fun-do no acelerador.

A empresa está investindo na modernização e ampliação do par-que fabril, para atender à demanda crescente e ao maior nível de exi-gência das maiores empresas do segmento de produtos de beleza. Um dos focos é a compra de equi-pamentos no exterior

A indústria da beleza está em um ótimo momento. As vendas de artigos de perfumaria, cosméticos e farmacêuticos cresceram 14,67% nos sete primeiros meses do ano em relação ao mesmo período de 2012, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). É uma das maiores altas no comércio.

A tendência é de que esta alta continue. Algumas das maiores em-presas do setor, que são clientes da AB Plast, estão reforçando investi-mentos em marketing neste segundo semestre. Elas pretendem expandir a capacidade produtiva no Brasil, o terceiro maior mercado mundial de cosméticos, ficando atrás apenas dos

Embalando a belezaUma das principais fornecedoras brasileiras de embalagens para cosméticos, a AB Plast acelera investimentos para atender à demanda crescente

“Somos beneficiados pelo efeito batom.”André Bornschein Silva, presidente da AB Plast

Bons números da indústria da beleza animam André Bornschein Silva, presidente da AB Plast, que projeta crescimento de 40% nas vendas em 2013

1982A partir de uma fábrica de embalagens de vidro, surge a AB Plast, produtora de frascos, potes, tampas e batoques. O primeiro cliente foi o Laboratório Catarinense. As iniciais da empresa homenageiam Alberto Bornschein, bisavô de André Bornschein Silva.

AtividadeProdução de embalagens de material plástico.

350Funcionários.

www.abplast.com.br

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Estados Unidos e do Japão. Em nichos como perfumaria e desodorantes, a liderança nacional é absoluta.

São estes fatores que fazem com que o executivo não se preocupe com o fraco desempenho da econo-mia brasileira. A expectativa dele é de que os negócios da AB Plast cres-çam em torno de 40% neste ano.

“Somos beneficiados pelo efei-to batom”, diz ele, referindo-se à expressão, cunhada em 2001 por Leonard Lauder, executivo da Estée Lauder, que mostra que, mesmo em tempos de crise, as vendas de cosméticos e artigos de perfumaria permanecem em alta. Nos últimos dez anos, a economia brasileira cres-ceu 42%, enquanto os gastos com a indústria de beleza aumentaram 124%, segundo a empresa de análise de mercado Data Popular.

“Naturalmente, as vendas cres-cem quando a economia está em alta. E em tempos mais complicados, as pessoas não deixam de comprar para poder ajudar aquele parente ou amigo que encontrou uma fonte

Linha de produção da AB Plast, no bairro América, está em fase de modernização para atender à expansão da demanda das indústrias brasileiras de cosméticos e perfumaria

124%Foi o crescimento da indústria da beleza nos últimos dez anos, segundo a consultoria Data Popular.

21,4%Foi o crescimento nas vendas das franquias do segmento de beleza em 2012, segundo a ABF (Associação Brasileira de Franchising).

Final dos anos 80Diversificaçãoda carteira de clientes.

1994Participa pela primeira vez da feira K, na Alemanha. O evento lança tendências para o segmento plástico.

2002Conquista a certificação SA 8000, voltada paraa responsabilidade social.

2009A AB Plast é premiada como a melhor fornecedora da Natura.

2012A AB Plast é premiada como o segundo melhor fornecedor da Natura.

de renda na venda porta a porta”, diz André Bornschein Silva.

A produção da empresa não se restringe ao segmento de perfu-maria e cosméticos. Os frascos de polietileno, polipropileno, PVC, PET e Adflex também são direcionados para os segmentos farmacêutico, ali-mentício e químico.

O design faz a diferença

O design é um dos instrumen-tos usados para seduzir os consu-midores na hora de comprar per-fumes e cosméticos. Os principais clientes já vêm com os projetos dos moldes prontos, afirma o presiden-te da AB Plast. Mas, para os demais, são desenvolvidas ideias em con-junto. “É um trabalho que envolve uma equipe jovem e dinâmica, que está mostrando serviço.”

As ideias que serão aplicadas em 2014 já começaram a ser desenvolvi-das. Segundo o presidente da empre-sa, é um trabalho que demora de seis meses a um ano, entre as primeiras

conversas com os clientes e o lança-mento do projeto no mercado.

A experiência de mais de 30 anos da empresa no segmento faz com que muitas ideias já venham do feeling. Contudo, há inspira-ções que vem de fora. E uma das formas é visitando feiras como a K – International Trade Fair No. 1 for Plastics and Rubber Worldwide, que é realizada em Dusseldorf, na Alemanha. A primeira vez foi em 1994. Desde então, a empresa vem participando do evento, que ocorre a cada três anos.

A preocupação com os detalhes vem garantindo a conquista de prê-mios junto aos clientes. Em 2009, foi o melhor fornecedor da Natura. No ano passado, foi o segundo.

No Boticário, a empresa tem re-cebido sucessivas avaliações na cate-goria prata, uma das melhores. Além do design, essas avaliações também levam em consideração aspectos como a qualidade, a logística, a ino-vação, a competitividade, o atendi-mento e a responsabilidade social.

DIVULGAÇÃO AB PLAST

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A partir da experiência adqui-rida em uma fabricante de tubos e conexões, Adelir Alves enxergou a possibilidade de ter o próprio negócio. Na primeira metade dos anos 90, havia uma forte deman-da na transformação de termo-plásticos e poucas empresas atu-ando no setor.

Foi nesse cenário que surgiu a Plasticoville, que atualmente fornece peças plásticas para em-presas que as utilizam no seu pro-duto final. São companhias dos segmentos automotivo, náutico, agroindústria, construção civil, eletroeletrônico, eletrodoméstico, médico-hospitalar, motobombas, motocompressores, odontológico, alimentício, embalagens, teleco-municação e refrigeração.

Quatro fatores foram funda-mentais para Adelir dar os primei-ros passos: o capital para comprar a primeira injetora, o conhecimen-to do mercado e do processo de transformação de plásticos e o apoio de seus filhos, Juarez e Ja-mes, que se tornaram sócios e di-retores da Plasticoville. A tradição familiar continua. Outro filho, Joh-natas, cuida da gestão ambiental,

Aproveitando oportunidadesCapital, conhecimento de mercado e processos e apoio da família fizeram Adelir Alves criar a Plasticoville, fornecedora de peças plásticas

“Vale a pena a existência da empresa, quando as pessoas que nela trabalham conseguem crescer e desenvolver e melhorar a sua condição social.”Adelir Alves, diretor da Plasticoville

Uma das principais preocupações de Adelir Alves, à frente da Plasticoville, é com a qualidade, que é decisiva para garantir o crescimento

AtividadeSoluções em peças técnicas, injeção, sopro e extrusão.

290Funcionários.

www.plasticoville.com.br

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1993Adelir Alves sai do emprego em uma grande empresa para abrir a Plasticoville. O objetivo é de transformar e comercializar produtos e serviços ligados aos termoplásticos.

1994A empresa começa a funcionar. James Ademir Alves e Juarez Adelir Alves, filhos de Adelir, juntam-se ao empreendimento. O cliente inicial foi a Docol.

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e o neto Jhuan é analista de manu-fatura e de custos.

Adelir, que em 1993 era ge-rente de produção de uma grande empresa do ramo plástico, lembra: “Muitos vinham me pedir para aju-dá-los a encontrar um fornecedor para fabricar suas peças plásticas.” Para atendê-los e ciente da carên-cia, criou a Plasticoville. O objetivo era de suprir a demanda das em-presas que usavam peças plásti-cas no processo de produção, os fabricantes de produtos finais de diversos ramos da indústria.

O primeiro investimento, em novembro de 1993, foi a compra de uma injetora e seus periféricos. O ritmo do trabalho começou bem acelerado, com a ajuda dos dois filhos. “A nossa mesa de refeições passou a ter, também, outras utili-dades: sala e mesa de reuniões.” Todos faziam um pouco de tudo: produção, compras, vendas, quali-dade, administração e financeiro.

No terceiro mês, havia serviço para abrir mais um turno. Desde então, a Plasticoville está em um

Família de Adelir Alves participa do dia a dia da Plasticoville

CincoSão as áreas de atuação da Plasticoville: injeção, sopro, extrusão, montagem e acabamento.

QuatroÉ o número de entidades às quais a Plasticoville é filiada: Acij, Acomac, Ajorpeme e Sindipeças.

processo de expansão em suas ati-vidades.

O que incomodava Adelir, no início de seu empreendimento, era quando um amigo lhe perguntava: “Como está a fabriqueta?” A res-posta vinha rápido: “Não é o fato de ser uma pequena empresa que a transforma em fabriqueta.”

O principal argumento que Adelir usava para defender a Plas-ticoville era a forte preocupação com a qualidade da organização. “É preciso dar respostas às de-mandas do cliente, não importa o tamanho ou ramo, e dar atenção às obrigações da empresa. Um pe-queno negócio pode ser uma gran-de empresa em conteúdo.”

Segundo ele, a qualidade sem-pre recebeu atenção especial. Este cuidado foi um dos fatores deter-minantes do crescimento e viabili-dade da Plasticoville. Atualmente, são mais de 1.000 itens produzi-dos, pelos processos de injeção, sopro, extrusão, montagem e aca-bamento superficial, gerando 290 postos de trabalho.

Na estratégia de crescimen-to, a Plasticoville optou por não ter um produto próprio. “Foi uma condição necessária para ter um único foco: o cliente-empresa. Se tivéssemos uma linha própria viria conflitar na hora de vender, pro-gramar, produzir e entregar.”

A empresa atua no desenvolvi-mento e melhoria de peças técni-cas com o objetivo de aperfeiçoar o funcionamento e reduzir custos. O propósito é continuar a ser um ex-celente transformador e fabrican-te para atender às exigências dos clientes, a maioria líder mundial em seus segmentos. “Isto exige a fabricação de peças em plásticos de engenharia, com características aparentes, controles dimensionais e acabamentos especiais.”

Perspectivas

A perspectiva de crescimento e desenvolvimento da Plasticoville está atrelada à economia do Brasil. “Se o país estiver com a economia em crescimento, significa mais tra-balho nas fábricas, no comércio e na prestação de serviços”, diz Adelir Alves.

As expectativas são animadoras para os próximos anos. Elas são ala-vancadas pelos investimentos que a BMW e a General Motors farão no Norte do Estado.

“Isto dá prestigio para a indús-tria da região”, diz o empresário. Para ele, estes novos empreendi-mentos podem gerar um efeito mul-tiplicador com a atração de mais fá-bricas, estabelecimentos comerciais e prestadoras de serviços.

Outro impacto imediato, na ava-liação de Adelir Alves, é que este cenário vai resultar em uma grande oportunidade de crescimento para quem estiver preparado.

ARQUIVO PLASTICOVILLE

1995A Plasticoville se instala na sua primeira sede própria.

1998Começa a participar da Interplast – Feira e Congresso de Integração da Tecnologia de Plástico, em Joinville. O evento é um dos principais do segmento no Brasil e serve para reforçar o relacionamento com os clientes e os fornecedores.

2001A Plasticoville conquista a ISO 9001.

2013O bom momento da indústria automobilística faz a Plasticoville aumentar quadro de funcionários.

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Os corredores do Colégio dos Santos Anjos guardam muitas his-tórias. Várias gerações de alunos passaram por ali, desde que o monsenhor José Sundrup, segun-do pároco de Joinville, criou a Es-cola Paroquial, em 1° de agosto de 1907, com 32 alunos. As instalações iniciais eram a sacristia da Igreja Católica e algumas salas alugadas. Hoje, o prédio de 8.000 metros quadrados abriga 1.535 alunos.

O principal objetivo do colégio

é o de reforçar os princípios que o nortearam ao longo dos mais de cem anos de história. “O que sustenta a instituição são os valo-res humanistas, éticos e religiosos com os quais trabalhamos”, diz a irmã Anna Maria Petermann, vice--gestora da instituição.

Para manter a continuidade da tradição e perpetuar os princípios, em meio a um cenário de profundas transformações, o Colégio dos Santos Anjos adota práticas empresariais na

gestão. A principal ferramenta, im-plantada em 2000, é o planejamento estratégico, que estabelece objetivos, metas e índices de controle.

Os primeiros passos neste sen-tido começaram em 1978, com a implantação do projeto político-pe-dagógico participativo, que envolve professores, pais e alunos. Ele é feito em conjunto com outros três estabelecimentos que a congrega-ção das Irmãs da Divina Providência mantém no Estado: o Sagrada Famí-lia, em Blumenau; o Stella Maris, em Laguna; e o São José, em Tubarão.

As prioridades para o Colégio dos Santos Anjos, segundo a ges-tora, Adelina Dalmônico, são refor-çar a qualificação acadêmica e hu-

Valores para sempreO centenário Colégio dos Santos Anjos aposta na tecnologia para reforçar princípios humanistas, éticos e religiosos

Gestão dos Santos Anjos é feita pelas irmãs Oliva (E) e Anna Maria (D) e por Adelina Dalmônico (C)

1934A Escola Paroquial se torna o Colégio dos Santos Anjos.

1914Inaugurado o prédio próprio.

AtividadeEnsinos infantil, fundamental e médio.

131 Funcionários.

1942Estrangeiros são proibidos de dar aula. Como as professoras eram irmãs alemãs, a congregação coloca o colégio à disposição da diocese. As Irmãs Vicentinas assumem. O nome muda para Escola Normal São Vicente de Paula.

www.santosanjos.g12.br

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1907O monsenhor José Sundrup funda a Escola Paroquial.

1909As irmãs da Divina Providência assumem a escola. As pioneiras foram as irmãs Fidelis, Leonilla, Evangelista e Lintrudis.

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mana, para continuar sendo uma referência regional. “Isto passa por enriquecer o currículo, atualizar constantemente a tecnologia em-pregada na sala de aula e atualizar a estrutura física”, afirma.

Uma das possibilidades em estu-do é a de ampliar o número de aulas de línguas estrangeiras, motivada pela exigência do mercado de trabalho.

Outra é incorporar os tablets no dia a dia das atividades escolares. Também está em estudo a possibi-lidade de aumentar o número das aulas no colégio, para enriquecer ainda mais as experiências vividas pelos alunos. “É preciso estar ino-vando constantemente”, resume a coordenadora administrativa, a irmã Oliva Cerrutti.

“O que sustentou a instituição foram os valores humanistas, éticos e religiosos com os quais trabalhamos.”Irmã Anna Maria Petermann, vice-gestora do Colégio dos Santos Anjos

Recanto Nazaré é utilizado para complementar as atividades de ensino

1.535É o número de alunos matriculados no colégio, dos quais 130 estão no ensino integral.

8.000É a área construída, em metros quadrados, do Colégio dos Santos Anjos.

4É o número de irmãs da Congregação da Divina Providência que trabalham no Colégio dos Santos Anjos.

1978Implanta o projeto político-pedagógico.

1958As Irmãs Vicentinas colocam a escola à disposição da diocese. Dom Gregório Warmeling pede que a Congregação da Divina Providência assuma a instituição, que volta a ser o Colégio dos Santos Anjos.

2000Adota o planejamento estratégico.

2007Centenário da fundação.

2008Equipe formada por Adelina Dalmônico e pelas irmãs Anna Maria Petermann e Oliva Cerrutti assume a direção, com a missão de manter a dedicação e o compromisso com a educação das crianças e jovens joinvilenses.

Mata atlântica

O prédio da avenida JK, no Cen-tro da cidade, é a face mais conhe-cida do Colégio dos Santos Anjos. Mas, no pé da Serra do Mar, em meio à mata atlântica, a instituição mantém o Recanto Nazaré, uma área de 102 mil metros quadrados. “É um local encantador, cheio de bromélias e outras espécies nati-vas”, diz Adelina Dalmônico.

A área, localizada a 15 quilôme-tros da sede da instituição de en-sino, foi adquirida há 25 anos. Ela é utilizada para complementar as aulas. O objetivo é possibilitar que crianças e jovens tenham contato direto com a terra, os animais e as plantas e possam ter mais opor-

tunidade de socialização com os colegas e de vivenciar a dimensão social da preservação ambiental.

Causas sociais

O Colégio dos Santos Anjos está vinculado à congregação re-ligiosa das Irmãs da Divina Pro-vidência, de origem alemã, que é mantenedora de outros três colé-gios no Estado, quatro hospitais – Nossa Senhora da Conceição, em Blumenau; Santa Isabel, em Tubarão; Hospital São José e Ma-ternidade Chiquinha Galotti, em Tijucas; e Hospital e Maternidade São José, em Jaraguá do Sul –, e outras obras sociais.

A congregação foi fundada em 1842, pelo padre Eduardo Miche-lis, em Münster, na Alemanha, com o objetivo inicial de se dedicar ao cuidado de órfãos.

As primeiras irmãs chegaram ao Brasil em 1895 para atender às necessidades dos imigrantes alemães nas áreas de saúde e edu-cação. Inicialmente, instalaram-se em Blumenau e Tubarão. Depois foram para Florianópolis e Joinvil-le. Foi a partir de Santa Catarina que elas se espalharam por 11 Es-tados brasileiros. No mundo, estão presentes também no Paraguai, Bolívia, Alemanha, Holanda, Indo-nésia e Malawi (África).

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“É preciso estar inovando constantemente.”

Irmã Oliva Cerrutti, coordenadora administrativa do Colégio dos Santos Anjos

“Aconteça o que acontecer, estou nas mãos de Deus e Nele confio.”Padre Eduardo Michelis (1813-1855), fundador da Congregação das Irmãs da Divina Providência

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Crescer oito vezes em dez anos não é para qualquer um. A expansão registrada pela Salfer, uma das prin-cipais varejistas de móveis, eletrodo-mésticos e eletroeletrônicos do Sul do país, é de dar inveja até para chinês. É como se a cada 1.200 dias, dobrasse de tamanho. O resultado foi obtido com uma estratégia de forte expan-são em Santa Catarina e no Paraná. Em 2002, eram 22 lojas, hoje são 176.

O momento para a empresa, que completou 55 anos em 28 de feverei-ro, é de continuar avançando. “Novos mercados estão sempre presentes no nosso radar”, diz o presidente da Sal-fer, Clayton Salfer. E uma peça-chave para garantir a continuidade do forte crescimento é o novo centro de dis-tribuição que está em construção às margens da BR-101, em Joinville.

O empreendimento, que será o terceiro depósito da empresa, vai ser inaugurado neste ano. A capacidade de estocagem será ampliada em 60%. “Isto nos dará mais fôlego para a ex-pansão”, afirma o executivo.

Para este ano, a expectativa é de ter um crescimento de dois dígitos, apoiado na expansão das vendas das lojas existentes e em ampliação da produtividade. É um desempe-nho bem superior ao do mercado. Nos 12 meses encerrados em julho, o volume de vendas de móveis e eletrodomésticos no comércio ca-tarinense cresceram 6,41% em rela-ção ao período anterior, segundo o

Apaixonados por crescerSalfer cresceu oito vezes nos últimos dez anos e se prepara, a partir do novo centro de distribuição, para uma nova fase de expansão

“O escritório tem ar rarefeito. Se a gente quer respirar tem que ir para a loja.”Clayton Salfer, presidente da Salfer

Clayton Salfer projeta um bom desempenho da rede em 2013: “Crescimento vai ser de dois dígitos”

1996Consolidada em Joinville, com seis lojas, abre a primeira unidade em outra cidade: Blumenau.

1958Alfredo e Eleusa Salfer abrem a primeira loja em Joinville e recebem um prêmio da Monark – viagem para assistir à Copa do Mundo na Suécia –, que é trocado por produtos para o estabelecimento comercial.

AtividadeComércio varejista de móveis, eletrodomésticos e eletroeletrônicos.

3.000Funcionários.

2001Com 21 lojas, entra no Paraná: início foi em São José dos Pinhais. Inaugura o Centro Administrativo e de Distribuição Alfredo Salfer, na zona Norte de Joinville.

www.salfer.com.br

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IBGE. E no Paraná, houve uma retra-ção de 1,94%.

O cenário de baixo crescimento da economia brasileira – 2,2% para este ano, segundo o último Relató-rio Focus do Banco Central – e as margens de lucro mais reduzidas por causa da disputa maior pelo cliente não são fonte de grande pre-ocupação para o executivo. “Grande concorrência é um cenário com o qual temos de conviver. Quem tra-balha com produtos de consumo vive esta realidade”, diz ele.

O bom ânimo é reforçado pela situação de pleno emprego que vive a economia brasileira. Ele avalia que esta situação vai per-sistir por um bom tempo. “Ainda vai acontecer muita coisa boa.” Um dos impactos imediatos para a Salfer deverá ser a necessidade de contratar mais gente.

Outro reforço, segundo ele, deve vir do Programa Minha Casa Melhor. A Caixa estabeleceu uma linha de crédito facilitada para a compra de móveis e eletrodomés-ticos. A instituição financeira libera até R$ 5.000, a juros de 5% ao ano, para pagamento em até 48 vezes (quatro anos).

Investimento nas pessoas

Para não ficar dependente do sobe-e-desce dos números da econo-mia, a Salfer adota como estratégia o forte investimento no capital huma-no. Nos últimos dois anos, foram apli-cados R$ 4 milhões. “São as pessoas que ajudam a fazer a diferença em re-lação à concorrência”, diz o presiden-te, Clayton Salfer. Atualmente, são 3.000 funcionários em 132 cidades do Paraná e Santa Catarina.

Um dos fatores que reforçam a preocupação com o treinamento e a capacitação é a ampliação no ní- Funcionários da Salfer fazem, anualmente, um milhão de vendas

176É o número de lojas da Salfer, que atua em Santa Catarina e no Paraná. Ela está presente em 132 cidades.

2,9É o tamanho, em milhões, da carteira de clientes da Salfer.

2008Comemoração de 50 anos.

2004Implanta o SAC e amplia o centro de distribuição, que passa a ter 12.500 metros quadrados.

2009Criação da Loja-escola Salfer, voltada para a capacitação e treinamento dos funcionários.

2010Amplia novamente a capacidade de armazenagem na central de distribuição, que passa a ter 27 mil metros quadrados.

2012A Salfer se associa à Máquina de Vendas e passa a integrar a maior rede varejista do país, com 1.100 lojas.

vel de exigência e de informação do consumidor. “É preciso estar com-prometido com o cliente, conhecer bem as suas necessidades e fideli-zá-lo”, afirma. Desta forma, segundo ele, será possível sentir bem as ten-dências do mercado e ajustar o mix de produtos. Anualmente, a rede faz um milhão de vendas.

É a partir desse conhecimento do que pensa o consumidor que a varejista toma suas decisões estra-tégicas.“O escritório tem ar rarefei-to. Se a gente quer respirar tem que ir para a loja”, costuma dizer, para mostrar a necessidade de estar na linha de frente.

A Salfer foi pioneira a introduzir o conceito de loja-escola. É uma área no centro da cidade, onde os funcio-nários são treinados constantemen-te para conhecer melhor o consumi-dor. Pela primeira vez nos 55 anos de história, a varejista está enviando colaboradores para realizar cursos nos Estados Unidos, França e Japão. O objetivo é de trazer novos conhe-cimentos para serem multiplicados no quadro funcional.

Além da preocupação com a

capacitação, a empresa aposta na meritocracia como forma de va-lorização dos funcionários e para ampliar os negócios. Clayton Salfer exemplifica, contando que pessoas que começaram como vendedor ocupam, hoje, cargos de gerência e diretoria.

“Oferecemos um salário diferen-ciado e temos um programa de re-muneração variada (bônus por de-sempenho) focado nos resultados obtidos com os clientes.”

Responsabilidade social

Além dos negócios, outra preo-cupação da Salfer está na responsa-bilidade social. “É preciso contribuir para o futuro, mirando uma socieda-de melhor”, destaca Clayton Salfer. Há 13 anos, é desenvolvido o progra-ma Salfer Solidária, que é mantido pelos funcionários da empresa.

O foco é ajudar instituições que atendem a crianças e adolescentes. Quarenta e sete entidades catari-nenses e paranaenses, como a Fun-dação Pauli-Madi, de Joinville, são beneficiadas com ajuda financeira.

DIVULGAÇÃO SALFER

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O que o filme “Aviões”, a nova animação da Disney, que estreou nos cinemas brasileiros em 13 de setembro, tem a ver com a Lepper, uma das mais tradicionais empre-sas joinvilenses? Tudo!

A história do aviãozinho Dusty, que sonha em competir como piloto de altitude sem ter sido projetado para isso, faz parte da estratégia de expansão dos negócios da com-panhia centenária. O licenciamento

de marcas famosas entre a criança-da foi a alternativa que a empresa encontrou para expandir a presen-ça em um mercado que se tornou turbulento a partir de meados da década passada, quando a OMC (Organização Mundial do Comércio) extinguiu o sistema internacional de quotas para os têxteis.

O que se seguiu foi uma situação extremamente desafiadora para as têxteis. Artigos chineses ocuparam o espaço de itens brasileiros no ex-terior. A produção nacional foi dire-cionada para o mercado interno. A demanda crescente não conseguiu absorver a oferta da indústria nacio-nal. As margens foram ficando cada vez mais espremidas.

Metade do mix de produtos fabricados pela Lepper está des-tinada ao público infantil. “Hoje, a Lepper tem o melhor portfólio vol-tado nesta área”, diz a presidente,

Voando nos sonhos da criançadaLicenciamento de marcas é uma das principais estratégias da centenária Lepper para garantir bons resultados em um segmento em profunda transformação

Coleção inspirada no filme “Aviões” é o mais recente lançamento da centenária Lepper, que tem Maria Regina Loyola Alves à frente, representando a quinta geração da empresa

1907Aos 65 anos, Hermann Otto August Lepper funda a tecelagem no mesmo terreno onde ela se encontra hoje.

1852Hermann Otto August Lepper chega, aos 12 anos, com a família no Brasil. Os Lepper eram originários da Schleswig-Holstein, no Norte da Alemanha

AtividadeProdutos para cama, mesa e banho.

800Funcionários.

1930Otto Eduardo Lepper, filho de Hermann, assume o comando da Lepper. Ele fica à frente da empresa até 1958. A empresa já tem abrangência nacional.

www.lepper.com.br

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“O nosso foco é a rentabilidade.Nossa missão é a de levar a beleza para a casa dos brasileiros.”Maria Regina Loyola Alves, presidente da Lepper

70% dos produtos com a marca Lepper são fabricados em Joinville

900É o número de itens produzidos pela Lepper.

50%É o percentual do portfólio da Lepper que é voltado para o público infantil.

1945Lepper chega à primeira centena de colaboradores.

1984Às 15h32, de 21 de julho, é desativado o último tear adquirido da Alemanha em 1907 e instalado pelo fundador.

1964José Henrique Carneiro de Loyola, casado com a bisneta do fundador, assume o cargo na diretoria

1948É estabelecida a Fiação São Bento, no Planalto Norte.

2005Entra no segmento infantil. A primeira marca licenciada foi a “Bang on the Door”, popular em artigos de papelaria.

2007Completa cem anos de atividade.

Maria Regina Loyola Alves. Dusty está em muito boa com-

panhia. Ao lado dele estão ícones da garotada como Barbie, Monster High, Hello Kitty, Moranguinho, Homem Aranha, Ben 10, Hot Wheels, Sininho, Ariel, Rapunzel, Marie e Jollie, por meio da Lepper Kids.

“Aviões” não é a única novidade da Lepper. Em junho, obteve o licen-ciamento da marca Patati Patatá. Os palhaços que conquistaram a crian-çada estampam jogos de cama, col-chas, edredons e toalhas. Os artigos já estão no mercado. “Estamos en-cantando as crianças”, diz a executi-va, que representa a quinta geração da família à frente da empresa.

Com os licenciamentos, a Lepper obteve um posicionamento diferen-ciado. A prioridade é atuar na produ-ção de itens em que a rentabilidade é maior. É o caso da linha de rou-pões, que faz parte da Lepper Home. A empresa é a maior fabricante da América Latina. “Os felpudos não so-frem concorrência da China”, ressal-ta o diretor comercial, Ênio Kohler.

A estratégia de focar na renta-bilidade está levando a Lepper a se desverticalizar. Atualmente, 70% da produção vêm da fábrica na região central de Joinville. Quinze porcento são importados da China e o restan-te é terceirizado com fornecedores catarinenses.

Outra área de atuação da em-presa é a linha Lepper Promo, que oferece produtos diferenciados. “Ela faz do brinde promocional um elo entre a empresa e o consumidor.”

Compromisso com a beleza

A missão da empresa é a de levar a beleza para a casa dos brasileiros. As conquistas e experiências de sucesso são resultado do aprimoramento tec-nológico, pesquisas, alinhamento com o perfil do consumidor e a preocupa-ção com o bem-estar do público.

Um dos mercados considerados mais atraentes é o do Nordeste. O crescimento das vendas no varejo de artigos têxteis e de confecções chega a superar os dois dígitos. Segundo o IBGE, as vendas nos 12 meses encer-rados em julho cresceram 13,59%, em relação ao período anterior, na BA; 13,28%, em PE; e 9,55% no CE.

Para atender a mercados como esses, a Lepper está reforçando o processo de interiorização da marca. “Temos uma força de venda extre-mamente atuante, oferecendo um produto que atende às necessidades daquele mercado.” Atenção especial é dedicada aos clientes de pequeno e médio portes.

A possibilidade de atuar como varejista, a exemplo de outras têxteis, não está no foco da Lepper. Segundo Maria Regina, é um movimento que exige muito cuidado.

Engajamento social

O engajamento com causas co-munitárias faz parte da história da Lepper. Quinze anos antes da fun-dação da empresa, a família partici-pou da criação do Corpo de Bombei-ros. Em 1911, Hermann Lepper foi o

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articulador e primeiro presidente da Acij. Quatro anos depois, a esposa, Helena, idealizou o que viria a ser o futuro Hospital Dona Helena.

Hoje, a empresa desenvolve os programas Repet, de capacitação artesanal, que incentiva a customi-zação de material reciclável; o Casa Solidária, que doa enxovais para entidades beneficentes; e o Reta-lhos da Solidariedade, que capacita clubes de mães, idosos e entidades beneficentes conveniadas para pro-duzir peças a partir de retalhos doa-dos pela empresa.

Em 1987, o controlador da Lepper, José Henrique Carneiro de Loyola, criou a Fundação 12 de Ou-tubro, uma organização de utilidade pública sem fins lucrativos. Ela atua na promoção da família, apoiando crianças, adolescentes e idosos com vulnerabilidade e risco social. Des-de a fundação, disponibilizou mais de R$ 25 milhões em ações sociais, entre elas, o Ventura Residence, re-sidencial para o público sênior, que incorpora as mais modernas práti-cas de atendimento.

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Muito além dos dentes. Um espaço inovador, projetado para buscar a beleza de sorrisos em uma harmonia entre dentes, lábios, gengiva e traços faciais. E para isso dispomos de tecnologias, materiais inovadores e uma equipe de pro�ssionais especializados prontos para restaurar, corrigir imperfeições, clarear, substituir dentes perdidos, en�m, dar ao seu sorriso a beleza e perfeição idealizada.

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Há 25 anos, Anagê Alves resolveu trocar o ambiente corporativo – onde era executivo de uma grande empresa – pelo próprio empreendimento, uma imobiliária. Quando era empregado, parte das reservas era destinada a in-vestir na construção de imóveis.

O objetivo era proteger o dinheiro da inflação alta. Em 1988, os preços aumentaram, em média, 21,59% ao mês. Era como se dobrassem a cada 102 dias. “Quem não viveu aquele tempo não consegue entender.”

O empresário foi tomando cada vez mais gosto pelo ramo. A experi-ência de 16 anos na multinacional lhe deu conhecimento para a nova em-preitada. Outro trunfo era a grande rede de contatos. Parte dos primeiros clientes veio desse network. Inicial-mente, dedicou-se a construir casas para negociá-las. Foram quatro, antes de decidir se especializar na venda. “As obras tomavam bastante tempo.”

Os primeiros tempos foram com-plicados. O principal desafio era não

deixar que a forte instabilidade eco-nômica do início dos anos 90 derru-basse o empreendimento. Nos quatro primeiros anos, até conseguir a exclu-sividade das vendas da Construtora Camilotti, o país teve uma inflação de 26.904.010%

Naquele tempo, os anúncios eram feitos em dólares. O dinheiro das vendas tinha de ser rapidamente depositado no banco, e colocado no overnight, uma aplicação financeira que oferecia remuneração diária.

“Sempre procurei tratar a imo-biliária como um grande negócio”, diz Anagê. O empresário destaca que valores como confiança, credi-bilidade, segurança e transparência na relação com seus clientes, par-

Bodas de prata da AnagêGrande rede de contatos, paixão pela área imobiliária e a preocupação com o futuro foram decisivos para torná-la a maior empresa do setor em Joinville

Anagê Alves, diretor da imobiliária que leva o seu nome, comemora o bom momento do mercado imobiliário joinvilense e a liderança nos segmentos em que atua

1988Anagê Alves sai da multinacional onde trabalhava como executivo e abre, na rua Visconde de Taunay, a imobiliária que leva o seu nome. Era o único funcionário.

AtividadeImobiliária.

200Funcionários.

1992Muda-se para a rua Jacob Richlin. Imobiliária conta com seis funcionários. Torna-se vendedor exclusivo da Construtora Camilotti.

1994Com oito funcionários, muda-se para a rua 9 de Março.

www.anageimoveis.com.br

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ceiros, fornecedores e profissionais estão no DNA da empresa desde as origens.

Um novo passo no processo de diversificação da empresa aconte-ceu em 1996, quando entrou no segmento de locação. O network novamente foi fundamental. Os in-vestidores compravam os imóveis e deixavam para a Anagê alugá-los.

Em 1997, a imobiliária passou a atuar na comercialização de em-preendimentos de mais construto-ras. O caminho para se beneficiar do boom da construção civil estava preparado.

O crescimento fez com que fos-sem desenvolvidas novas estraté-gias, aproveitando uma característi-ca da empresa: a preocupação com a fidelização de clientes por meio de um atendimento diferenciado.

Uma das medidas foi a “regio-nalização”. Lojas foram abertas no Floresta e no Santo Antônio. “Assim passamos a atender melhor o clien-te interessado nestas regiões. O Norte já era uma área bem desen-volvida para a atividade e o Sul já dava sinais de um forte potencial.”

A especialização também levou a Anagê a criar, em 2009, uma uni-dade especificamente para a venda de lançamentos. “A dinâmica dos ne-gócios neste segmento é diferente.”

O desafio da liderança

O principal desafio da imobili-ária é o de manter a liderança nos mercados em que atua – as vendas de imóveis prontos e na planta e de

“A liderança é uma posição sempre visada. Não dá para descuidar.”Anagê Alves, diretor da Anagê Imóveis

Ações solidárias também estão na agenda da Anagê Imóveis

2.500É o número de imóveis que a Anagê tem disponíveis para venda, incluindo lançamentos e para locação.

1998Nova mudança. Instala-se na rua 15 de Novembro. São 20 funcionários. Imobiliária passa a vender imóveis de mais construtoras.

2002Inaugura a matriz, na rua Max Colin. Já são 30 funcionários.

2005Cria a primeira unidade fora do Centro da cidade. O local escolhido foi o bairro Floresta. O objetivo da unidade é o de se focar em imóveis na zona Sul.

2006Inaugura a filial na zona Norte.

1996Entra no segmento de locação.

2009Inaugura uma unidade especializada em lançamentos.

aluguéis. “É uma posição sempre vi-sada. Não dá para descuidar”, des-taca Anagê Alves.

Para isso, duas medidas foram tomadas. A primeira é a investir na capacitação profissional. A segun-da, de estar atento para reforçar a estrutura física. Novas lojas podem ser implantadas no médio prazo.

Se depender das expectativas para os próximos anos, não deve-rá haver dificuldade por causa dos investimentos que estão chegan-do à região. Mais empregos, novos empreendimentos e mais negócios sendo desenvolvidos devem ser as faces mais evidentes deste cenário. E um segmento que deve ser bene-ficiado é o imobiliário. “Joinville ain-da tem muito para crescer. A cidade tem poucos prédios e condomínios horizontais de médio e alto padrão.”

Outro fator que favorece a ativi-dade é a expansão das instituições de ensino superior na cidade, como a Católica de Santa Catarina, a Uni-sociesc, a Udesc, a UFSC e a Univil-le. “Isto é muito importante para a cidade. A maioria das pessoas que vão estudar vem de fora e acaba comprando ou alugando imóvel.”

Hora de investir

O mau momento para as apli-cações financeiras pode ser outro estímulo para manter o segmento de imóveis em alta. A rentabilidade líquida mensal de um aluguel fica entre 0,5%, no caso de residenciais, a 0,8%, para outros empreendimen-tos, diz Anagê Alves. Incluindo a va-

lorização do imóvel, o retorno pode superar os 16% ao ano.

A poupança, a mais tradicional das aplicações financeiras, teve um rendimento anual de 6% nos últi-mos 12 meses, o que corresponde a uma valorização de 0,49% ao mês.

As ações acumulam uma desva-lorização de 11,51%, desde outubro de 2012. Os fundos de investimento oferecem uma remuneração líquida média de 0,54% ao mês, ou 6,68% ao ano, segundo cálculos da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Conta-bilidade). O ganho real com os inves-timentos é pequeno. A inflação medi-da pelo IGPM, calculada pela FGV, foi de 4,4% nos últimos 12 meses.

Anagê projeta que os ganhos devem continuar bons ao longo dos próximos anos. A expectativa é de que os imóveis em Joinville te-nham uma valorização de 10%, em 2013, enquanto o IGPM deve en-cerrar com uma variação de 5,73%, segundo levantamento feito pelo Banco Central junto ao mercado financeiro.

ARQUIVO ANAGÊ IMÓVEIS

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A esquina das ruas Pedro Lobo e Senador Schmidt, no Centro de Joinville, tem muita história para contar. No passado, lá funcionou uma das maiores empresas da ci-dade: a Tupy. E há 18 anos abriga o Shopping Mueller, por onde, men-salmente, circulam um milhão de pessoas.

O principal objetivo do Mueller é continuar sendo o palco de mais histó-rias. As expectativas para isso são bas-tante promissoras, diz a superinten-

dente Aurea Raquel Pirmann. “O que anima são as boas perspectivas para a economia regional, que deve ser esti-mulada com o investimento bilionário da indústria automotiva da região”.

O cenário econômico turbulento, marcado pelos juros em alta e maior comprometimento da renda das fa-mílias, é olhado com atenção. Segun-do a executiva, os lojistas têm mostra-do muita competência ao encarar o momento atual. O empreendimento quer continuar ditando tendências na

cidade. Ele foi um dos responsáveis por uma mudança de comportamen-to entre os consumidores joinvilen-ses, reforçando o comércio local. Até a primeira metade dos anos 90, as fa-mílias de maior poder aquisitivo iam fazer compras em Curitiba.

“Há uma possibilidade infinita de novas oportunidades para expandir os negócios.” O principal trunfo é a localização estratégica do empreen-dimento. “Estamos em uma posição bem privilegiada no Centro da cida-de”, diz a executiva.

Uma das possibilidades, que está em negociação, é a integração entre o empreendimento e a Católica de San-ta Catarina, que ocupa as instalações onde funcionou a Wetzel. Não há data

Um lugar de muita históriaAos 18 anos, com a expansão da economia regional, shopping center projeta mais oportunidades de negócios

Aurea Pirmann quer aproveitar localização estratégica do Mueller para intensificar expansão

AtividadeShopping center.

6.000Funcionários (diretos e indiretos).

2007Ganha, pela primeira vez, o Prêmio Impar, promovido pelo Grupo RIC e pelo Ibope. Foram três na categoria estadual e seis na regional.

1999Inicia o projeto Dia D+, que acontece às quartas. Grupos de 50 crianças da rede pública de ensino passam uma hora pela manhã ou à tarde brincando no parque de diversões.

muellerjoinville.com.br

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1994Anúncio da construção do Shopping Mueller em Joinville.

1995Shopping Mueller se instala em Joinville, que tinha 397 mil habitantes.

1999Ganha o primeiro prêmio: foi considerado Top de Marketing pela ADVB-SC.

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prevista para que isto ocorra, mas as conversas estão avançadas.

O Mueller também quer ampliar as sinergias com o Bourbon Business Hotel, com o qual mantém uma liga-ção. O shopping é um dos poucos no Sul do Brasil que se encontra unido a um hotel. “Isto é muito importante do ponto de vista do desenvolvimen-to do turismo de negócios”, afirma a superintendente, que também parti-cipa do Joinville Região Convention & Visitors Bureau.

Mais novidades a caminho

Uma das características do Sho-pping Mueller nos 18 anos de ativida-de foi a constante procura por novida-des. “Temos muita responsabilidade por sermos os pioneiros”, enfatiza a superintendente Aurea Pirmann.

Até o final do ano, mais opera-ções devem se instalar no empre-endimento. Em agosto, começou a funcionar o Mexicato, cujo atrativo são picolés artesanais com receita exclusiva do México.

Em outubro, foi a vez das es-treias de loja de artigos de decora-ção Imaginarium e da Yacamim, de moda feminina, e da rede de fast food Burger King.

Elas se juntam a quatro opera-ções que se estabeleceram neste ano: Hering Kids, Cute Case, Iris Coloré. Outras cinco lojas devem terminar o ano com mudanças em seu layout.

No ano passado, foram 11 lojas ampliadas e/ou reformadas e outras 11 que se instalaram no shopping center. O índice de renovação do mix do empreendimento é de 10%.

“Há uma possibilidade infinita de novas oportunidades para expandir os negócios.”Aurea Raquel Pirmann, superintendente do Shopping Mueller

O principal objetivo do Mueller é continuar ditando tendências em Joinville

Momentos históricos: apresentação do Mueller aos lojistas em 1995

Um milhãoÉ o fluxo de pessoas que passam pelo Shopping Mueller ao longo de um mês.

500É a quantidade, em metros cúbicos por mês, de papelão que é encaminhado para o Centro Integrado João de Paula.

2009Desde este ano, passa a consumir energia elétrica exclusivamente de fontes renováveis. Com isso, deixou de emitir 400 toneladas de dióxido de carbono. Três anos depois recebe o Certificado de Energia Renovável, concedido pela Comerc Energia.

2011Em parceria com a Associação Joinvilense de Agroindústrias Artesanais e Rurais e a Rede Agroecológica Agrovida cria a feirinha “Do Mueller pra Mesa”, que estimula o comércio e a economia dos produtores rurais e facilita o acesso da população central a esses produtos coloniais e naturais. A feira é realizada todas as quartas e sextas.

DIVULGAÇÃO MUELLER

ARQUIVO MUELLER

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Quem passa pelo terreno onde está instalado o CHU (Centro Hos-pitalar Unimed), na rua Orestes Guimarães, percebe um ritmo fre-nético. Não é só o entra e sai de médicos e pacientes, carros e am-bulâncias. O empreendimento está em expansão. O objetivo é chegar a 2020 com uma área construída de 68 mil metros quadrados para aten-der ao crescimento da demanda.

A primeira fase é a construção do centro oncológico. As obras já começaram. As estacas foram co-locadas em agosto. O prédio deve ficar pronto em um prazo de até dois anos e meio. Paralelamente, será construída uma garagem com nove andares.

A segunda etapa é a expansão da área hospitalar, com a constru-ção de uma segunda torre, que abrigará o novo pronto-atendimen-to, o centro cirúrgico e a UTI. A pro-jeção é, em sete anos, ter 350 lei-tos. Hoje, são 165. A terceira etapa é a conclusão de todo o projeto de expansão, com a entrega do centro clínico em 2020.

As mudanças são constantes. “Precisamos estar permanentemen-

te atualizados”, ressalta o presiden-te da Unimed Joinville, Carlos Antô-nio Daudt.

Para melhorar e ampliar a ca-pacidade de atendimento, o layout das instalações do CHU está sendo modificado. O resultado será a ex-pansão das UTIs adulta e infantil. As obras devem durar de seis a dez meses. E o CDI (Centro de Diagnós-tico por Imagem) vai ter novos apa-relhos.

Os planos para o futuro da Unimed Joinville começam a sair do papel para se tornar realidade

AtividadeCooperativa médica, que mantém plano de saúde, hospital e serviços próprios.

840Funcionários.

1967O cooperativismo médico dá seus primeiros passos no Brasil com a fundação da Unimed Santos.

1971Médicos trazem para Joinville um modelo de sistema previdenciário que permitia valorizar a profissão médica e beneficiar os usuários com uma prática mais livre e de melhor qualidade.

http://www.unimed.coop.br

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Daudt projeta boas expectativas de crescimento para a Unimed Joinville

Um grande olhar para 2020

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Precisamos estar permanentemente atualizados.”Carlos Antônio Daudt, presidente da Unimed Joinville

Quando o hospital estiver concluído, serão 68 mil metros quadrados de área construída

657É o número de médicos cooperados da Unimed Joinville.

165É o número de leitos do CHU.

40,3%É a participação da Unimed de Joinville no mercado local de planos de saúde.

A cooperativa localizava-se na rua Abdon Batista e contava com 22 médicos.

1976Muda-se para a rua Ministro Calógeras.

1990Inauguração do pronto-atendimento – embrião do CHU (Centro Hospitalar Unimed) – e o Hospital Dia.

1997Ínicio das obras do Centro Hospitalar Unimed, na rua Orestes Guimarães.

2001Inauguração do Centro Hospitalar Unimed.

2013Lançada a pedra fundamental da expansão do Centro Hospitalar Unimed.

Novos equipamentos, com o que há de mais moderno na tec-nologia médica, são incorporados continuamente ao centro hospita-lar. Nos próximos meses, devem chegar novos materiais ao centro cirúrgico. A Unimed está realizan-do a cotação de instrumentais para facilitar a realização de videocirur-gias. Um novo aparelho para he-modinâmica está programado para ser entregue em 2014.

A preocupação com a inovação tecnológica não se restringe à área médico-hospitalar. Hoje, os pron-tuários são totalmente informati-zados. O próximo passo é ser to-talmente paperless. A Unimed está trabalhando para a obtenção das autorizações de procedimentos por via eletrônica.

Crescimento

Além da expansão do hospital, outro foco de atenção é a busca de oportunidades de crescimento no número de usuários do plano de saúde. Em junho, segundo a ANS (Agência Nacional de Saúde Suple-mentar), eram 81 mil, que corres-pondem a 40,3% dos joinvilenses beneficiários de assistência médica.

Apesar da mais populosa cidade catarinense ter uma boa cobertura – cerca de 38% da população, en-quanto a média nacional é de 25%, de acordo com o órgão regulador – o presidente da Unimed Joinville, Carlos Antônio Daudt, vê boas opor-tunidades de crescimento, princi-palmente entre as classes C, D e E.

“São mercados bem interessantes para a gente.”

No ano passado, houve um cres-cimento de 7% na área corporativa e de 2,5%, entre as pessoas físicas.

O processo de expansão da cooperativa também está sendo acompanhado por uma maior ênfa-se a medidas preventivas de saúde. O principal instrumento de traba-lho é o Núcleo de Atenção à Saúde (NAS), que oferece programas de medicina preventiva e cuidados a domicílio.

Um projeto piloto começou a ser desenvolvido em março: o Viva Saudável. Atualmente, acompanha cerca de 1.200 pessoas. O foco são os doentes crônicos, que precisam de acompanhamento contínuo.

Atenção redobrada também é

DIVULGAÇÃO UNIMED

dada às gestantes de alto risco. O programa multidisciplinar, que en-volve médicos, nutricionistas e psi-cólogos, oferece consultas bimen-sais e conta com a chancela da ANS.

Certificação internacional

Para os próximos anos, o cen-tro hospitalar tem como meta bus-car uma acreditação internacional.

O CHU possui acreditação com excelência ONA Nível 3 e faz parte de um grupo seleto de hospitais do Brasil que possui esta certificação, concedida pela ONA (Organização Nacional de Acreditação). Isto faz com que a instituição seja conside-rada como referência nacional na prestação de serviços de saúde.

A Unimed Joinville conquistou o Selo de Responsabilidade Social 2013. A certificação é concedida anualmente pela Unimed do Bra-sil às cooperativas que adotam práticas socialmente responsá-veis. É o 11º selo conquistado.

Page 76: Nossas empresas grandes historias

AtividadeConsultoria em operações de comércio exterior.

100Funcionários.

2005A Ascensus passa a se dedicar ao comércio exterior e se torna Ascensus Trading & Logística.

2001É criada a Ascensus Consultoria & Gestão, com o objetivo de atuar no segmentos contábil, jurídico e de gestão.

www.ascensus.com.br/

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Um globo no escritório de Vanderlei Palhano, localizado no Distrito Industrial, retrata um pouco da atuação global da em-presa que comanda, a Ascensus Trading & Logística. São negócios com 25 países de três continentes, envolvendo 150 clientes de médio e grande portes dos segmentos alimentício, construção civil, ele-troeletrônico, infraestrutura, au-

tomobilístico, náutico, plástico, químico, siderúrgico e varejo.

A Ascensus é uma integrado-ra de comércio exterior, atuando nas áreas de importação, expor-tação, logística, distribuição, pla-nejamento financeiro e tributário. Os serviços são oferecidos desde a saída da mercadoria da fábrica até a chegada ao cliente (door to door). “Estamos focados em pro-

cessos”, destaca.O desafio que move o execu-

tivo é fazer com que a empresa, em um prazo de até cinco anos, esteja entre as cinco maiores ope-radoras brasileiras de comércio exterior.

Os investimentos estão sendo intensificados. Uma das priorida-des é a construção de um centro de distribuição em Pirabeiraba, para atender à demanda dos clientes. A área prevista é de 80 mil metros quadrados. O empre-endimento está na fase de obten-ção de licenças ambientais.

“A região é foco de atração de negócios internacionais. As expec-tativas são extremamente favorá-

O mundo como limiteAtuando em 25 países de três continentes, a Ascensus Trading & Logística pretende chegar em 2018 como uma das maiores operadoras brasileiras de comércio exterior

Vanderlei Palhano, presidente da Ascensus Trading & Logística, enxerga boas oportunidades de negócios para o comércio exterior nos próximos anos

CARL

OS JU

NIOR

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2009Abre o primeiro escritório fora de Joinville. O local escolhido foi São Paulo, responsável por metade dos negócios da empresa.

2013Início do projeto de construção de um armazém em Pirabeiraba para atender à crescente demanda por operações de comércio exterior pelo Norte Catarinense.

77

veis”, diz ele. Um dos trunfos para a Ascensus é a forte internaciona-lização das empresas da região. O comércio exterior representa 26% do PIB (produto interno bruto) joinvilense, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), do Ministério do Desenvolvimen-to (MDIC).

Outra estratégia para atingir a meta até 2018 é a expansão em direção a novos mercados.

O primeiro passo fora de San-ta Catarina foi dado em 2009, com a instalação de um escritório em São Paulo. Hoje, metade dos ne-gócios da Ascensus vem de lá.

Atualmente, a empresa está presente no Paraná, São Paulo, Pernambuco, Espírito Santo e Mi-nas Gerais. Este foi o último mer-cado a entrar.

“É uma região extremamen-te promissora para a Ascensus”, destaca Palhano. Os principais atrativos são as importações de commodities e o grande potencial de consumo. O Estado é o terceiro mais populoso da União.

Novos estímulos

O comércio exterior pode es-tar ganhando um novo estímulo. Vanderlei Palhano avalia que, com a aprovação da MP dos Portos, serão viabilizados investimentos privados e haverá aumento de eficiência nos terminais, que são

“A região é foco de atração de negócios internacionais. As expectativas são extremamente favoráveis.”Vanderlei Palhano, presidente da Ascensus

Cem funcionários atuam nos

escritórios da Ascensus Trading

& Logística

25É o número de países com os quais a Ascensus realiza operações de comércio exterior.

150É o número de clientes da Ascensus. São empresas de médio e grande portes em dez segmentos.

18,94%Foi o crescimento das operações de comércio exterior pelos portos do Litoral Norte de SC em 2013.

responsáveis por 95% das merca-dorias exportadas e importadas pelo Brasil.

O movimento das mercadorias com origem e destino no exterior vem aumentando nos dois por-tos do Litoral Norte Catarinense. Segundo a Secex (Secretaria de Comércio Exterior), o movimento nos nove primeiros meses do ano foi de US$ 10,31 milhões, um cres-cimento de 18,94% em compara-ção a igual período de 2012.

Outro impacto favorável para o setor portuário, aponta o pre-sidente da Ascensus, é a consoli-dação da indústria automotiva no entorno de Joinville, com a insta-lação da BMW e a segunda fábrica da GM. Ele avalia que isto poderá

se refletir em mais investimentos e em aumento de eficiência nos terminais da região.

Estratégias

Não importa o tipo do produ-to, o que a Ascensus tem como meta é facilitar o processo de importação e exportação de mer-cadorias de seus clientes. O tra-balho de Vanderlei Palhano, presi-dente da Ascensus, é o de moldar estratégias, produtos e serviços para atender a essa demanda.

Acordos com as principais prestadoras de serviços de co-mércio internacional e parceiros estratégicos em duas das maiores economias do mundo – China e Estados Unidos –, com escritórios em Xangai, Hong Kong e Miami, ajudam a Ascensus a alavancar os negócios.

“Buscamos oferecer uma com-petência diferenciada nas áreas de logística, comércio exterior e finanças”, diz o executivo.

CARLOS JÚNIOR

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O caminhoneiro Hilário Hah-nemann tinha, no início dos anos 70, um grande sonho: ter a pró-pria transportadora de cargas. Com o apoio da família, o sonho virou realidade em 1985: nascia a Transporte Mann Ltda. E como muitos motoristas e muitas em-presas, seguiu uma trajetória co-mum: transportar geladeiras para uma das maiores fabricantes de eletrodomésticos do mundo para o Nordeste do país.

Hilário não está mais na bo-leia, mas, da janela do escritório da empresa que fundou, vê a re-alização do seu sonho: merca-dorias sendo movimentadas por centenas de caminhões, partindo e chegando para atender à de-manda do mercado. São milhares de quilômetros percorridos por mês, em rotas que passam por 14 Estados e chegam até Belém, a 3.324 quilômetros de distância de Joinville.

Hoje, os conselhos de Hilário são fundamentais para o filho Sidnei Hahnemann, responsável por tocar o dia a dia da empresa. O principal desafio é perpetuar a empresa. Para isso, o executivo conta com uma equipe altamente qualificada e o apoio dos especia-listas da Fundação Dom Cabral, eleita a terceira melhor escola de negócios do mundo.

A empresa está passando por uma transformação cultural. Pro-fissionalização e preocupação com a governança são práticas que estão sendo incorporadas à transportadora. O primeiro im-pacto deste processo já está sen-do sentido: “Consigo mensurar o

Transformação sobre rodasFocada no transporte de cargas para o Norte e Nordeste, a Mann está alinhada na busca da perpetuação do negócio

Duas gerações da Transportes Mann: o pai Hilário Hahnemann (E), que fundou a empresa em 1985, e o filho Sidnei, diretor geral, que lidera o processo de expansão

1970O motorista Hilário Hahnemann compra o seu primeiro caminhão.

AtividadeTransporte de cargas.

950Funcionários.

1985Com o apoio da família, Hilário Hahnemann cria a Transportadora Mann. O primeiro cliente foi a Consul (hoje Whirlpool).

www.transmann.com.br

CARL

OS JU

NIOR

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destino da empresa e a perpetua-ção da marca”, diz.

O principal objetivo da Mann é ser a melhor transportadora do Norte e Nordeste do país. “Ao lado de Santa Catarina, o Nordeste é uma região de forte crescimento. São lugares que estão recebendo grandes investimentos.”

A partir das alterações na jor-nada de trabalho dos motoristas, no ano passado, a transportadora desenvolveu uma estratégia, ba-tizada como “Hot Seat”, para ga-nhar produtividade e agilidade no transporte de cargas entre o Sul/Sudeste para o Norte/Nordeste.

A partir do serviço dedicado entre as duas regiões, foram cria-dos vários pontos de apoio ao longo das rotas. A cada 500 ou 600 quilômetros, são feitas trocas de veículos e motoristas para dar mais agilidade nas transferências de mercadorias e atender à nova legislação.

Segundo o executivo, o princi-pal ganho está sendo a satisfação dos clientes com a redução dos prazos de entregas. “A nova jor-nada de trabalho dos motoristas, regulada pela lei 12.619, trouxe um grande impacto para trans-portadoras de longo percurso, como é o nosso caso. Diante des-sa realidade, buscamos enxergar uma oportunidade e estamos co-

“A tecnologia da informação é uma das preocupações que está nas raízes da empresa.”Sidnei Hahnemann, diretor-geral da Transporte Mann

Para atender ao crescimento nas áreas em que atua, a Transporte Mann, sediada em Joinville, está reforçando investimentos

3.324 kmÉ a distância entre Joinville, sede da Transportadora Mann, e Belém, a base mais ao Norte da empresa.

2001Preocupada com a segurança das cargas, a empresa investe em tecnologia de rastreamento de veículos e mercadorias.

2002A empresa foca seu negócio no segmento de carga fracionada.

2004Inauguração da nova sede, no Distrito Industrial.

2009A Mann inicia um processo de transformação cultural, com a profissionalização da gestão e a criação de estruturas de governança.

2013A empresa consolida sua profissionalização e alça o crescimento sustentável.

lhendo os frutos”, afirma.Hoje, 30% da frota já estão no

projeto. A expectativa é chegar em dezembro com a totalidade da frota incluída.

A grande transformação

A grande transformação da Mann começou a ser desenhada em 2000. As ideias iniciais eram a de reduzir a dependência do principal cliente e buscar opor-tunidades em novos mercados. Foi quando a empresa optou por iniciar o transporte de cargas fra-cionadas para o Norte e Nordeste do país. “Antes, tínhamos uma sa-zonalidade muito grande”, lembra Sidnei.

O que era o segundo negócio da empresa foi ganhando corpo e passou a ser a principal fonte de receita. Dois anos após entrar

no segmento fracionado, a Mann passou a se dedicar exclusiva-mente a esta área.

Atualmente, a Mann conta com uma estrutura de captação e distribuição de cargas composta por 29 unidades.

Outra preocupação é estar permanentemente atualizado. Sidnei aponta que isto é uma for-ma de reduzir custos e ampliar a produtividade. Um exemplo é a idade média da frota, que é infe-rior a dois anos.

A tecnologia da informação também é uma aliada para a Mann. “É uma preocupação que está nas raízes da empresa”, con-ta o empresário. Um software ex-clusivo está auxiliando no suporte do projeto Hot Seat, e com o apoio da multinacional norte-americana Dell, a empresa está concluindo a reestruturação do data center.

DIVULGAÇÃO MANN

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De um lado, a tradição de gran-des empresas, com experiência de décadas na fabricação e venda de móveis planejados. De outro, mar-ceneiros atuando em pequena es-cala. Um cenário desafiador para a joinvilense Cembrani, que estreou neste segmento em 2007 e que, atualmente, firma a marca fora de Santa Catarina.

É a partir deste cenário que Mar-cos Leandro do Nascimento, diretor comercial, tira as cartas da manga,

mostrando os trunfos da Cembra-ni: “Como nas grandes, o trabalho é feito com máquinas de padrão in-dustrial. Há vantagens tecnológicas. Como nas pequenas, o cliente pode escolher cada detalhe de acordo com seus hábitos, sem perder a qua-lidade e precisão do produto.”

O foco no relacionamento é con-siderado vital para o crescimento da empresa. O objetivo é o de oferecer um produto customizado a um pre-ço extremamente competitivo. “Um

consumidor satisfeito, bem atendi-do, acaba trazendo mais clientes e, até mesmo, retornando”, diz Nasci-mento. A carteira é formada, princi-palmente, pelas classes A e B.

A expansão está sendo feita de forma bem cautelosa. Atualmente, a empresa tem show-rooms em Joinvil-le, Belém, São Paulo, Rio de Janeiro, Florianópolis e Balneário Camboriú.

Para o próximo ano, a intenção é abrir mais três lojas. Uma das pos-sibilidades é entrar no mercado nor-destino. As negociações estão bem encaminhadas.

A expansão comercial não deve exigir novos investimentos na linha de produção, instalada no Distrito Industrial. A unidade,

Sofisticação joinvilenseValorizando flexibilidade e bom relacionamento, Cembrani planeja levar a marca de móveis para novos mercados

Novos mercados estão na mira de Marcos Leandro do Nascimento, diretor comercial da Cembrani: expectativa da empresa é abrir três lojas no próximo ano

AtividadeFabricação e comercialização de móveis planejados.

30Funcionários.

2006A Cembrani é aberta como uma pequena fábrica de móveis planejados. A área inicial era de 30 metros quadrados.

2008Começa a abrir lojas. A primeira foi instalada em Joinville e tinha 30 metros quadrados.

www.cembrani.com.br

ROGÉ

RIO

SOUZ

A JR

.

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que recebeu um investimento em 2010, tem capacidade para aten-der ao triplo da demanda.

Segundo o diretor, a gestão do processo de produção é um dos fatores que asseguram a flexibili-dade. Um dos próximos passos da Cembrani pode vir dali. Nascimento estuda a implantação de uma ten-dência europeia: a virtualização da fábrica: “A partir da simulação feita na loja, pode se dar o start na pro-dução.”

Sonho e coragem

A Cembrani atua no mercado desde 2006, quando os irmãos Ro-naldo e Marcos Nascimento acredi-taram em um sonho de construir uma fábrica de móveis que aten-desse ao mercado nacional.

Com conhecimento específico em instalação de móveis plane-jados, surgiu o desafio de atuar e crescer como uma indústria. “Isto exige planejamento, ousadia e, acima de tudo, coragem para rea-lizar”, diz ele.

Uma das fontes de inspiração é o mestre das artes marciais Bru-ce Lee. “É preciso ser como a água fluente”, diz o diretor comercial Marcos Leandro do Nascimento.

A estratégia de adaptação per-manente às circunstâncias do mer-cado foi essencial desde o início. A empresa estreou, em 2006, um bom momento, com o boom da indústria da construção civil. Mas logo em se-

“Como nas grandes, o trabalho é feito com máquinas de padrão industrial.Como nas pequenas, o cliente pode escolher cada detalhe de acordo com seus hábitos, sem perder a qualidade e precisão do produto.”Marcos Leandro do Nascimento, diretor comercial da Cembrani

Ambientes planejados da Cembrani têm clientela em Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Pará

20%É o percentual de itens importados que entram na composição dos móveis planejados feitos pela Cembrani.

30 diasÉ o prazo médio de conclusão de um pedido na fábrica. O prazo para entrega depende da localização.

R$ 7.000Foi o valor do primeiro investimento feito pela Cembrani.

2009Em meio ao cenário recessivo, causado pela maior crise econônima e financeira mundial desde 1929, a Cembrani expande a atuação.

2010Abre loja em Balneário Camboriú, Belém e um escritório em São Paulo. Instala uma fábrica no Distrito Industrial.

2013Implanta três lojas em mercados amplamente competitivos: Florianópolis, Rio de Janeiro e São Paulo.

2014Pretende entrar no mercado do Nordeste.

guida teve de enfrentar os reflexos da maior crise financeira e econômi-ca mundial em 80 anos.

A Cembrani passou bem pela si-tuação. Foi o momento de investir. A empresa implantou a fábrica no Dis-trito Industrial e abriu as primeiras lojas. Quando a economia voltou a crescer, em 2010, estava bem pre-parada para expandir os negócios.

Hoje, o desafio vem do câmbio. Com a desvalorização do real, os custos tendem a aumentar, porque parte das peças é importada de pa-íses como Espanha, Itália e Áustria. “Não estamos repassando porque conseguimos condições favoráveis junto aos fornecedores.”

DIVULGAÇÃO CEMBRANI

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Aos 75 anos de fundação, a Tupy olha o futuro com bastante otimismo. A empresa, que produz peças auto-motivas, conexões e perfis de ferro e granalhas de aço, está desenvolvendo oportunidades de negócios já pros-pectadas, para assegurar expansão na receita e na rentabilidade. Os focos são produtos de maior valor agregado e o reforço do processo de internacio-nalização.

Um caminho estratégico que vem sendo trilhado desde 1996, com am-

pliações gradativas, é oferecer serviços que agregam valor ao produto, como a usinagem. Trata-se de um processo de acabamento mecânico voltado à preparação de fundidos para monta-gem, que se tornou tendência de mer-cado. Os clientes querem concentrar o foco em seu negócio principal – de-sign, montagem e venda e veículos.

“No caso de autopeças, as mon-tadoras demandam produtos total-mente usinados, prontos para monta-gem. No caso de blocos e cabeçotes,

a usinagem pode ser parcial ou total. Neste segmento, o processo está em andamento. Deve avançar ao longo do tempo”, diz o presidente da empresa, Luiz Tarquínio Sardinha Ferro.

Segundo o executivo, faz todo sen-tido colocar as linhas de usinagem ao lado da fundição. Os principais ganhos são em relação aos custos – material descartado após a furação e a esme-rilhação é reaproveitado na fundição – e à logística – materiais retirados no processo de usinagem deixam a peça mais leve para o transporte e dão es-paço para o carregamento de mais produtos.

Além da usinagem ser um ele-mento de agregação de valor, Sardi-nha Ferro vê outras vantagens, como

O olhar para o futuroParalelamente à compra de duas unidades no México, a Tupy foca em serviços que agregam valor ao produto

Luiz Tarquínio Sardinha Ferro, presidente da Tupy, acredita no reforço da parceria daempresa com os clientes, por meio do desenvolvimento de serviços de maior valor agregado

AtividadeProdução de peças automotivas, conexões e perfis de ferro e granalhas de aço.

12 milFuncionários (Brasil e México).

CARL

OS JU

NIOR

1938A Tupy é fundada no Centro de Joinville. Ela começou produzindo conexões de ferro maleável para a construção civil, um produto até então importado.

1954A empresa se instala no Boa Vista.

1958Assina o primeiro contrato com uma montadora. A Tupy torna-se fornecedora de tambores de freio para a Volkswagen.

www.tupy.com.br

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o reforço na parceria com os clientes, desonerando-os de investir em má-quinas e equipamentos e permitindo que aloquem mais recursos na ativi-dade principal.

O desenvolvimento e a produ-ção de componentes de alta enge-nharia também são um caminho a ser reforçado, aproveitando o co-nhecimento técnico da empresa no Brasil e no México.

O principal impacto destas estra-tégias é manter a competitividade. A Tupy também pretende expandir a produtividade por meio de investi-mentos em automação.

Um importante aliado para a em-presa pode ser a emissão de ações. O processo estava em andamento durante o fechamento desta edição. Os coordenadores do processo são o BB Investimentos, o BTG Pactual, o Citibank, o Itaú BBA e o Brasil Plural.

Bons ventos do Norte

A retomada do mercado ameri-cano anima a Tupy. As projeções do FMI são de uma expansão de 1,7% neste ano e de 2,7% em 2014. O segmento automotivo está se aque-cendo na maior economia mundial. Nos oito primeiros meses do ano, as vendas cresceram 10% em rela-ção a igual período do ano passado, segundo a publicação especializada “Automotive News”.

A maior confiança dos consumi-dores, a ampliação na oferta de crédi-to e juros nos financiamentos alavan-caram os números. O crescimento na construção de casas nos EUA ajudou

“Passamos a ter duas bases competitivas – Brasil e México – para atender aos clientes.”Luiz Tarquínio Sardinha Ferro, presidente da Tupy

Uma das linhas de produção da unidade fabril Fundição-C, reinaugurada em 2012

28,7%Foi o crescimento das vendas externas da Tupy no primeiro semestre, comparati-vamente a igual período de 2012.

um importante cliente: os fabricantes de veículos comerciais leves. “Estes veículos são muito utilizados por em-preiteiros e construtoras americanas”, enfatiza o presidente da Tupy.

A recuperação da economia ame-ricana pode implicar, nos próximos meses, em um enrijecimento da políti-ca monetária. O Fed – o BC americano – analisa a possibilidade de reduzir a injeção de recursos na economia.

Para o Brasil, o principal reflexo tem sido a valorização do dólar. O impacto para a Tupy foi o aumento do custo da dívida dolarizada. Mas, o cenário é promissor. A valorização do dólar implica em receita maior em re-ais nos próximos meses. Outro fator que pode beneficiá-la é a pouca de-pendência de insumos em dólar.

Apesar do lucro da empresa ter caído 15,2% no primeiro semestre, em relação ao mesmo período de 2012, atingindo R$ 30,4 milhões, dois indicadores sinalizam boas perspectivas: a receita cresceu 17,6%, atingindo R$ 1,5 bilhão e a geração de caixa se expandiu 22%, chegando a R$ 205,8 milhões, con-forme demonstrações apresenta-das à CVM.

Oportunidades no México

Um ano e meio após comprar as fundições no México, a Tupy começa a colher resultados. “Como é comum acontecer neste tipo de transação, en-contramos oportunidades que não es-távamos esperando e, por outro lado, descobrimos sinergias cujo potencial foi menor do que o projetado.”

Os maiores ganhos são em rela-ção às potencialidades das unidades. Segundo Sardinha Ferro, são maiores do que se esperava. A Tupy encontrou oportunidades de troca de melhores práticas com a unidade brasileira.

Uma delas é o desenvolvimento de fornecedores locais para itens an-tes importados. Um exemplo é a com-pra de areia de fundição. A empresa está desenvolvendo fornecedores no Norte do México, onde estão os em-preendimentos, para não ter de trazê--la do Centro-Norte dos EUA.

A empresa também está obtendo ganhos de competitividade para as exportações. “Passamos a ter duas bases competitivas – Brasil e México – para atender aos clientes. Teremos condições de usá-las de acordo com o menor custo de produção e melhorar o retorno da companhia”.

Há mais sinergias a conseguir. O processo pode demorar até três anos. Atenção especial é dada às funções críticas de apoio às plantas fabris, antes executadas pela hol-ding dos antigos controladores. “Po-demos aproveitar melhor os ativos adquiridos no México.”

DIVULGAÇÃO TUPY

1969Começa a exportar. O primeiro mercado foi a Alemanha.

1975Inauguração da unidade de fundição de blocos de motor.

1991Família Schmidt profissionaliza a gestão.

1995A Tupy é adquirida por bancos e fundos de pensão. No mesmo ano, incorpora a Sofunge.

1998Compra uma fundição da Cofap, em Mauá (SP).

2012Adquire duas fundições no México, tornando-se uma das lideres mundiais na produção e comercialização de blocos e cabeçotes de motor em ferro fundido.

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O tradicional ditado prevenir é melhor do que remediar está na agenda dos advogados Paulo Costa, José Martins, Celso Meira Júnior e Renato Rinaldi. A partir de projetos pessoais e com uma experiência de mais de 20 anos de atuação em grandes bancas de advocacia e mul-tinacionais, criaram o CMMR Advo-gados, em 2012.

O objetivo foi o de reunir profis-sionais com sólidos conhecimentos jurídicos para atuar no dia a dia das

empresas, fazendo análises prévias para evitar contenciosos. “A disputa judicial tem de ser a última alterna-tiva. É preciso estabelecer barreiras preventivas para evitar que se che-gue a isso”, diz Costa.

Uma das mais importantes fer-ramentas de trabalho para se atingir este objetivo é o atendimento per-sonalizado, fugindo do conceito de massificação. “Temos de conhecer as características, as particularidades e as necessidades de cada cliente”,

destaca José Martins.A missão do escritório, onde

atuam 40 pessoas, é o de funcionar como uma ferramenta para as em-presas obterem mais agilidade em seus negócios. Paulo Costa lembra que as legislações estão se desdo-brando rapidamente.

Outro fator levado em conside-ração é a rápida mudança que está ocorrendo no cenário empresarial. “Há uma ampla profissionalização do ambiente corporativo, motivado pela maior presença de multinacio-nais”, completa. Isto está favorecen-do a implantação de modelos de go-vernança corporativa nas empresas.

Meira Júnior destaca que há um aumento na responsabilização dos

Ao lado das empresasPreocupação com um atendimento personalizado levou profissionais joinvilenses a criarem o CMMR Advogados

Dar mais agilidade para os negócios empresariais é o principal objetivo do CMMR Advogados, criado por Paulo Costa (E), José Martins, Celso Meira Júnior e Renato Rinaldi (D)

AtividadeEscritório de advocacia especializado em direito empresarial.

40Colaboradores.

www.cmmr.adv.br

CARL

OS JU

NIOR

1992Celso Meira Júnior se forma em direito e passa a atuar em Joinville na área empresarial.

1993 José Martins se forma em economia. Em 2010, em direito.

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administradores por decisões toma-das. No Brasil, segundo o levanta-mento “Doing Business”, feito pelo IFC (International Finance Corpora-tion) – um braço do Banco Mundial –, as possibilidades são maiores do que nos países ligados à OCDE (Organiza-ção para a Cooperação e Desenvolvi-mento Econômico), entidade que re-úne as maiores economias mundiais.

“Atualmente, é muito mais fácil responsabilizar um executivo do que um sócio ou acionista. Um dos termômetros para isto é o cresci-mento da procura de seguros por responsabilidade civil dos executi-vos” , ressalta Meira Júnior.

O ambiente jurídico também está se reinventando. O escritório, que atua principalmente no segmento empresarial com enfoque nas áreas tributária, societária, comercial e tra-balhista, quer ajudar as empresas a compreender melhor este momento.

Uma das principais tendências é a diminuição da duração dos con-

“Temos de conhecer as características, as particularidades e as necessidades de cada cliente.”José Martins

50%É o ganho de tempo médio, na Justiça Federal, com o julgamento de contenciosos empresariais, obtido a partir da virtualização dos processos.

1996 Paulo Costa conclui o curso de direito e passa a atuar como sócio em uma grande banca em Joinville.

2003Renato Rinaldi se forma e inicia a trajetória como advogado.

2007É fundada a Martins Assessoria.

2012Constituído o CMMR.

tenciosos na Justiça, por meio da vir-tualização dos processos. 80% dos que tramitam na primeira e segun-da instâncias da Justiça Federal da 4ª Região, que compreende Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, já estão nesta forma. O principal ganho, segundo Meira Júnior, é na agilidade. “Em média, demora 50% a menos do que um processo físico.”

Boas oportunidades

Apesar das turbulências da economia, o momento é extrema-mente dinâmico para o Norte cata-rinense. Novos investimentos estão desembarcando na região, como os realizados pela BMW e pela Ge-neral Motors, e devem contribuir para a criação de novas oportuni-dades de negócios.

Segundo Paulo Costa, isto exige estar sempre alinhado e atualizado em questões, como, por exemplo, os incentivos fiscais.

A demanda é crescente nesta área. O movimento ganhou mais força com a Resolução 13/2012, do Senado Federal, que unificou as alíquotas do ICMS (Imposto so-bre Circulação de Bens e Serviços) para produtos importados, com o objetivo de reduzir a “guerra dos portos”. A medida entrou em vigor no início deste ano.

Outro segmento extremamente dinâmico é o de fusões e aquisições. “O movimento é forte entre as pe-quenas e médias empresas. Os in-vestidores veem o país com bons olhos”, destaca Celso Meira Júnior.

No Brasil, nos oito primeiros meses do ano, foram registradas 462 transações, segundo levanta-mento feito pela consultoria inter-nacional PwC (PriceWaterhouse-Coopers). O número é o segundo melhor desde que a pesquisa co-meçou a ser realizada, em 2002. Santa Catarina está entre os cinco principais mercados do país.

A disputa judicial tem de ser a última alternativa. É preciso estabelecer barreiras preventivas para evitar que se chegue a isso.”Paulo Costa

“O segmento de fusões e aquisições é extremamente dinâmico. Os investidores veem o país com bons olhos.”Celso Meira Júnior

As soluções adotadas pelos empresários demandam estratégias jurídicas mais sofisticadas e personalizadas.”Renato Rinaldi

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Uma operação de desembarque de geradores alemães em uma praia do litoral equatoriano para a expan-são de uma central termelétrica perto de Guaiaquil, a maior cidade do país. A chegada de aerogeradores chineses no porto de Aracaju, para serem ins-

talados em um parque de geração de energia eólica perto da cidade.

São dois projetos separados por uma distância de quase 5 mil quilômetros, que tem um ponto em comum: o planejamento tributário, aduaneiro e logístico foi estrutura-

do por uma empresa instalada no Floresta, na Zona Sul: a CVF Trading. “Ninguém pensa que há alguém em Joinville capaz de estruturar essas operações”, diz Conrado Lehmkuhl, diretor do empreendimento.

A empresa é nova: foi fundada em 2010, mas traz uma experiência de 25 anos com comércio exterior de Lehmkuhl, que atuou antes em tra-dings e na indústria têxtil, e de Eraldo Rosa, com passagens pelos segmentos de tecnologia de informação, comércio exterior e consultoria.

As raízes da CVF estão na busca de clientes para a indústria no Mercosul e de fornecedores no exterior, para fazer frente à perda de competitivida-de, causado pelo custo Brasil e da con-corrência com produtos da China e do Sudeste Asiático. A experiência deixou uma clara lição para Lehmkuhl: “Toda empresa deveria exportar para medir a competitividade.”

Atualmente, o foco da empresa está em estruturar soluções tributá-

De porta a porta, em todo o mundoA CVF Trading se especializou em complexas operações de comércio exterior. Agora, aposta na expansão dos negócios com os Estados Unidos

Conrado Lehmkuhl (E) e Eraldo Rosa (D), da CVF Trading, planejam reforçar operações com os Estados Unidos

2010A partir das experiências de Conrado Lehmkuhl, que atuou na indústria têxtil e em tradings, e de Eraldo Rosa, nos segmentos de tecnologia da informação, auditoria e comércio exterior, é criada a CVF Trading.

AtividadeOperações de comércio exterior.

40Colaboradores diretos e indiretos.

2010-3Reforça sua atuação na área de infraestrutura, em operações em vários países.

www.cvftrading.com.br

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“Toda empresa deveria exportar para medir o seu grau de competitividade.”Conrado Lehmkuhl, diretor da CVF Trading

1,18Foi a movimentação de mercadorias, em bilhões de dólares, entre SC e os EUA, nos sete primeiros meses do ano.

2,6%É a expectativa de crescimento para a economia americana em 2014, segundo o FMI.

2013Abre, em parceria com outras duas empresas, o primeiro escritório no exterior. O local escolhido foi Fort Lauderdale, a 40 quilômetros de Miami, nos Estados Unidos. O foco é dar estrutura de apoio a clientes que operam entre o Brasil e os Estados Unidos.

rias, aduaneiras e logísticas para ope-rações de exportação e importação.

Uma das áreas prioritárias é a de obras de infraestrutura. “No exterior, há um apoio muito grande para a atuação das empresas brasileiras, por meio da liberação de recursos por par-te do BNDES”, diz.

Um dos processos mais comple-xos, segundo ele, é o logístico. As di-ficuldades para transportar a carga de geradores do porto de Guaiaquil até a localidade de Santa Elena, no litoral equatoriano, fizeram com que a CVF adotasse estratégia simi-lar à que os aliados usaram no de-sembarque das tropas na Norman-dia, em 1944, durante a Segunda Guerra Mundial: barcaças levaram as cargas até a praia, onde os equi-pamentos foram desembarcados e transportados até a termelétrica.

Outro segmento em que a trading está investindo é o de operações de sourcing, que consiste em identificar potenciais fornecedores, no exterior, para o comércio e para a indústria. O

trabalho envolve a pesquisa de empre-sas, homologar a qualidade, estruturar o projeto para a logística do transporte das cargas e obter soluções para ques-tões aduaneiras.

Sem medo do câmbio

A desvalorização do real não pre-ocupa Conrado Lehmkuhl. Apesar de a moeda brasileira ter perdido 10,6% de seu valor frente ao dólar, desde o início do ano, o que, em tese, tornaria as importações mais caras, o executivo avalia que o Brasil tem um importante atrativo: o grande mercado.

Particularmente, em relação a San-ta Catarina, ele aponta que as expecta-tivas para o comércio exterior são bem animadoras. Nos oito primeiros meses do ano, segundo a Secretaria de Co-mércio Exterior, o valor exportado pelo porto de São Francisco do Sul aumen-tou 45,46%, em relação a igual período de 2012. As importações permanece-ram praticamente estáveis.

Lemhkuhl destaca que as condi-

CVF Trading estruturou

operação de importação de aerogeradores

para parque eólico no Sergipe

ções de infraestrutura do Estado es-tão entre as melhores do País. E há a expectativa de novos investimentos. A Santos Brasil projeta aplicar R$ 280 milhões na expansão do terminal em Imbituba. Itapoá tem planos de expan-são, e São Francisco do Sul está, cons-tantemente, em obras, para ampliar a capacidade.

Outro impacto é esperado a partir dos efeitos multiplicadores do investi-mento bilionário das montadoras no Norte de Santa Catarina.

Olho nos Estados Unidos

Concentrada em operações estru-turantes de comércio exterior, o próxi-mo passo de Conrado Lemkuhl e Eral-do Rosa é intensificar as operações nos Estados Unidos. O primeiro escri-tório e estrutura de armazenagem da CVF Trading, em parceria com outras duas empresas, foram instalados no início do ano em uma localização es-tratégica: Fort Lauderdale, na Flórida.

O objetivo é oferecer estrutura de apoio para clientes que operam nos dois países. Nos nove primeiros meses do ano, as exportações e importações envolvendo SC e os EUA foram de US$ 1,5 bilhão, 5,01% a mais do que no mesmo período de 2012.

Outro importante trunfo para a empresa joinvilense é a proximi-dade de dois portos: o Everglades e o de Miami, que estão recebendo investimentos que viabilizarão a operação de navios super post pa-namax, com capacidade para trans-portar 9 mil contêineres.

Uma missão de 50 pequenas e médias empresas quer aproveitar esse potencial para intensificar as relações comerciais entre Santa Catarina e os Estados Unidos. A maior economia mundial é o prin-cipal destinatário das exportações feitas pelo Estado e o quarto maior fornecedor de produtos adquiridos fora do Brasil.

Os EUA estão em recuperação. As expectativas de aceleração do crescimento são favoráveis. O FMI projeta uma expansão de 1,6% nes-te ano e de 2,6%, em 2014.

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O entorno do trecho Norte da BR-101 está em transformação. O moto-rista que passa por uma das principais rodovias catarinenses facilmente per-cebe o cenário de rápidas mudanças: as cidades estão em expansão.

Novas empresas chegam à região e as já estabelecidas aproveitam as oportunidades geradas pela boa in-fraestrutura logística. Uma das que se destaca neste cenário é a Arxo, maior fabricante de tanques jaquetados para postos de combustíveis da Amé-rica Latina.

“Nos últimos dez anos, aumen-tamos o número de zeros na re-ceita”, diz o diretor comercial e de marketing, Cidemar Dalla Zen, refe-rindo-se ao fato de que a empresa teve uma receita de R$ 1 milhão em 2003 e encerrou o ano passado com vendas de R$ 106 milhões.

A empresa foi diretamente benefi-ciada pelo boom da indústria automo-tiva. As vendas de combustíveis, por parte das distribuidoras, cresceram 51,87% neste período, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo).

Mas, os planos da empresa são de depender cada vez menos do seg-mento de postos de combustíveis.

Atualmente, esta área de negócios representa 60% do faturamento. A in-tenção é que caia para 25%, em 2018.

A principal estratégia é reforçar a presença no segmento de aviação. A partir de uma parceria com a em-

Combustível para a expansãoLíder no segmento de tanques para postos de combustível, a Arxo, de Balneário Piçarras, vê oportunidades de crescimento nos segmentos de aviação e off-shore

“Nos últimos dez anos aumentamos o número de zeros na receita.”Cidemar Dalla Zen, diretor comercial da Arxo.

Investimentos em infraestrutura aeroportuária e no setor petrolífero animam a Arxo, diz o diretor comercial, Cidemar Dalla Zen

1967A Arxo é fundada em Itajaí com o nome de Soldas Pereira, uma oficina que atuava nos segmentos de solda e serralheria.

AtividadeFabricação de soluções para armazenagem de fluidos.

452Funcionários.

1975A oficina passou a atender às companhias de petróleo com serviços de reformas e consertos.

1987A Soldas Pereira passa a fabricar tanques para armazenamento subterrâneo de combustíveis.

1997Mudança de nome: torna-se Sideraço.

2003Constrói uma rede de representantes e parceiros no Brasil e no Mercosul.

2005Inaugura a primeira unidade fora de Santa Catarina, em Pernambuco.

www.arxo.com

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presa americana Bosserman Aviation Equipment, a Arxo passou a atuar na montagem de caminhões-tanque de abastecimento de aeronaves (CTA). Os equipamentos foram apresenta-dos ao mercado, em março, na Expo Aero Brasil 2013, que aconteceu em São José dos Campos (SP).

A expectativa é de montar 20 CTAs até o final do ano. O impacto imedia-to é o de aumentar a participação dos negócios ligados à aviação no fatura-mento da empresa: em 2012 foi de 5,5% e a projeção para 2013 é de 12%.

Um dos fatores que alimentam essas expectativas é o crescimento nos investimentos em infraestrutu-ra aeroportuária. Três dos maiores terminais brasileiros – São Paulo/Guarulhos, Brasília e Campinas – fo-ram concedidos, no ano passado, à iniciativa privada. Outros dois – Rio de Janeiro/Galeão e Belo Horizonte/Con-fins – devem ser licitados até o final do ano. O governo federal também tem planos para reforçar os investimentos na área aeroportuária. No primeiro semestre, foi anunciado um pacote de R$ 7,3 bilhões em recursos para se-rem aplicados em 270 terminais.

Outro fator motivador é que o brasileiro está viajando mais de avião. Segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), nos últimos dez anos, o número de passageiros transporta-dos pelas companhias aéreas cresceu mais de três vezes.

Expansão até no exterior

Outro segmento em que a Arxo deposita suas atenções é o off-shore. “Ele contempla muita tecnologia”, des-taca o diretor comercial e de marke-ting, Cidemar Dalla Zen. A empresa fornece produtos para a indústria pe-trolífera a partir de Balneário Piçarras. Os planos preveem que a montagem das estruturas seja feita em Itajaí. Linhas de produção da Arxo estão em processo de expansão

R$ 106 milhõesFoi o faturamento da Arxo no ano passado.

16,5 milÉ a meta de processamento de aço, em toneladas, para este ano.

2006Inaugura a unidade de Balneário Piçarras, que, dois anos depois, torna-se a matriz da empresa.

2009Sideraço passa a se chamar Arxo.

2010Cria o Instituto Arxo para desenvolvimento de projetos voltados à comunidade.

As possibilidades geradas pelo pré-sal animam o executivo. “É uma bênção”, qualifica. Em sua avaliação, o Brasil está em uma posição privile-giada, pois a Petrobras é especializada na exploração de petróleo em águas profundas. As reservas brasileiras são a 14ª maior no mundo, segundo a pu-blicação “World Energy Outlook”, pro-duzida pela petrolífera britânica BP.

O pré-sal não é uma realidade ex-clusiva do Brasil. “Ela existe em todos os grandes produtores de petróleo”, destaca o executivo. Mas a que está em um estágio mais avançado de ex-ploração é a brasileira.

Um fator importante para a Arxo é a grande parceria com a Petrobras e suas subsidiárias. A empresa cata-rinense forneceu os tanques sobre trenós que armazenam o combustível utilizado para a geração de energia da base brasileira na Antártida.

A expansão da empresa de Balne-

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ário Piçarras não se restringe apenas à entrada em novos segmentos. A em-presa está investindo na construção de duas unidades: uma em Vitória de Santo Antão, em Pernambuco, e outra em Ciudad del Este, no Paraguai. As fá-bricas, que entram em operação nos próximos meses, vão empregar, ini-cialmente, 40 pessoas cada uma.

O objetivo da primeira unidade no exterior é o de ampliar a internaciona-lização da empresa. Segundo Cidemar Dalla Zen, o país vizinho oferece van-tagens competitivas: a localização cen-tral para atender a outros países da América do Sul e a carga fiscal menor.

A segunda unidade em Pernam-buco é reflexo do dinamismo do mer-cado do Norte/Nordeste, que vem crescendo mais do que a economia nacional. Desde 2006, quando se ins-talou no Estado, a linha de produção de Cabo de Santo Agostinho foi qua-druplicada.

2011Entrada nos segmentos off-shore e aviação.

2012Abertura de escritório em São Paulo

2013Lançamento do CTA, abertura de escritório no Paraguai e da Veryx Itajaí e investimento em novas unidades fabris.

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O diagnóstico por imagem é um dos ramos da medicina relativamen-te mais novos. As raízes remontam a 1895, quando o físico alemão Wi-lhelm Konrad Roentgen, a partir de experiências realizadas em seu labo-ratório, em Würzburg, na Alemanha, descobriu uma nova espécie de raios, os X. As primeiras imagens foram da mão de sua mulher, Anna Bertha.

Menos de um ano após o surgi-mento da invenção, já era usada na prática médica. Oficialmente, a pri-

meira radiografia diagnóstica foi feita em 3 de fevereiro de 1896, pelo médi-co Edwin Geada, em Dartmouth, nos Estados Unidos. No Brasil, o primeiro aparelho, que teve a construção su-pervisionada pelo físico alemão, foi comprado por José Carlos Ferreira Pi-res e instalado em Formiga (MG).

Muitas inovações surgiram nos 118 anos de história do diagnóstico por imagem. “As possibilidades são amplas”, diz, apaixonadamente, José Olavo Dugaich, diretor técnico do

CMDI (Centro Médico de Diagnóstico por Imagem) e um dos pioneiros da atividade em Joinville.

Trazer as mais modernas tecnolo-gias da especialidade para o Nordes-te catarinense é a proposta do CMDI, que conta com uma equipe de oito médicos e 65 funcionários. As princi-pais tendências deste ramo são dita-das pelos Estados Unidos, Alemanha, Países Baixos e Japão, nos quais estão sediados os principais fabricantes de equipamentos.

A partir de uma parceria firma-da com uma empresa de tecnologia da informação de Joinville e outra de gerenciamento de imagens de Porto Alegre, o CMDI está implantando o conceito de cloud computing para o

Inovação a serviço da saúdeCMDI investe na integração do diagnóstico médico por imagem com o cloud computing para facilitar o atendimento e agilizar acesso a resultado de exames

Apaixonado por inovação, José Olavo Dugaich, do CMDI, está unindo os conhecimentos da medicina com os da tecnologia da informação para trazer benefícios aos pacientes

1977José Olavo Dugaich se forma pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da USP (Universidade de São Paulo).

AtividadeDiagnóstico médico por imagem.

65Funcionários.

1978Sebastião Miotto se forma pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da USP (Universidade de São Paulo).

1981Após concluir a residência no Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Dugaich chega em Joinville. É um dos primeiros radiologistas da cidade e implanta o primeiro serviço de ultrassom.

www.cmdi.med.br

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diagnóstico por imagem. O sistema, batizado de Nuvix

– Radiologia Digital na Nuvem, vai estar funcionando totalmente nas próximas semanas. Os principais ganhos são a maior agilidade e pre-cisão do diagnóstico. “O paciente tem, quase que instantaneamente, acesso ao resultado. Um exame feito em São Francisco do Sul pode ser avaliado quase que imediata-mente em Joinville. Basta o médico parceiro ter o login e a senha para poder ter acesso.” As informações ficam disponíveis na web e são co-dificadas por meio de uma senha com 22 dígitos.

Outra vantagem propiciada pelo investimento está relacionada à sustentabilidade. O cloud compu-ting acaba com a necessidade de o exame ser impresso, dispensando gastos com impressoras, filmes e outros insumos.

O projeto começou a ser desen-volvido em julho do ano passado, na área de radiologia, na unidade de São Francisco do Sul. O passo se-guinte foi o de incorporar outras es-pecialidades, como a mamografia, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética. E também deve abranger a densitometria ós-sea e a ultrassonografia.

Tecnologia e oportunidade

A incorporação de novas tec-nologias pode criar novas opor-tunidades para o Centro Médico de Diagnóstico por Imagens. Uma

Não dá para ficar parado. É preciso estar constantemente se aperfeiçoando e fazendo novos investimentos.”José Olavo Dugaich, diretor técnico do CMDI

Novas tecnologias de diagnóstico médico por imagem se refletem em mais agilidade e precisão

118 anosÉ o tempo de existência da radiologia enquanto especialidade clínica.

1985Implanta o primeiro serviço de tomografia em Joinville.

1986Em parceria com Sebastião Miotto, cria o CMDI (Centro Médico de Diagnóstico por Imagem).

2007Instala unidade própria em São Francisco do Sul.

2013Aproveitando o conceito de cloud computing, investe em novos equipamentos e tecnologias para oferecer um atendimento mais ágil e reforçar a precisão nos diagnósticos médicos.

delas, segundo José Olavo Dugai-ch, é a possibilidade de expan-dir a abrangência de atuação do estabelecimento, aproveitando os benefícios gerados pelo cloud computing. Isto poderá facilitar oferecimento de serviços na área de radiologia.

O caminho da inovação é con-tínuo. “Não dá para ficar parado. É preciso estar se aperfeiçoando constantemente e fazendo in-vestimentos. A cada dia, surgem novas ideias. Os softwares estão cada vez mais aprimorados”, des-taca o diretor técnico.

O cenário para o futuro pa-rece estar saindo de filmes de ficção científica. Conceitos como radiologia digital de corpo inteiro e TCMD (tomografia computado-rizada multidetector) surgiram a partir da incorporação de novas tecnologias. “O ser humano será cada vez mais ‘transparente’. Quando o paciente passar por um determinado ponto, o médico vai saber o que está acontecendo com a pessoa.”

Isto é uma realidade nos Es-tados Unidos. O médico explica que lá, os atendimentos a aciden-tes de trânsito estão usando essa técnica. “Isto acaba facilitando o atendimento clínico no hospital.” O principal reflexo para pacientes e médicos é que, com a incorpo-ração das novas tecnologias, as informações vão estar disponíveis mais rapidamente e com um grau de precisão maior.

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Os negócios ligados à constru-ção correm nas veias dos Steil. O avô de Jakson Steil, diretor da Steil Materiais de Construção, foi dono de uma olaria e o pai, Vilmar, fun-dou a rede de lojas que leva o seu sobrenome. O próximo passo da família é ampliar a presença no seg-mento de incorporação de imóveis.

Os olhares estão voltados para os desdobramentos das discussões sobre a Lei de Ordenamento Ter-ritorial (LOT), que pode ampliar as

possibilidades de construção em algumas regiões da cidade.

As primeiras experiências no segmento começaram em 2009. A Steil já construiu um conjunto de geminados e dois prédios. “A ci-dade está em um bom momento”, destaca Jakson. Outro fator que in-centiva o investimento é a possibi-lidade de obter ganhos superiores aos da grande maioria das aplica-ções financeiras.

A origem da rede de lojas, que

tem quatro estabelecimentos – dois em Joinville (Costa e Silva e Pirabeiraba), uma em São Francis-co do Sul (Ubatuba) e outra em Bal-neário Barra do Sul – é inusitada. Surgiu na cama de um hospital, em 1977, enquanto Vilmar era subme-tido a tratamento por causa de úl-cera perfurada.

O pai de Vilmar achou interes-sante a ideia de se abrir uma loja de material no Costa e Silva, uma região que começava a ser urbani-zada. Ele cedeu um terreno para a construção do estabelecimento.

Os primeiros tempos foram complicados. A falta de capital foi compensada com o apoio da famí-lia. Outro importante apoio veio de

Nome ligado à construçãoPrimeiro, uma olaria; depois, uma rede de lojas de material de construção. Agora, o próximo passo dos Steil é reforçar investimentos em imóveis

Duas gerações vendendo material de construção em Joinville e nas praias do Litoral Norte Catarinense: Jakson Steil (E) e Vilmar Steil (D), que também está à frente da Fecomac-SC

1978A Steil Materiais de Construção contrata o primeiro funcionário.

AtividadeRevenda de materiais de construção.

100Funcionários.

1981Primeira expansão da loja da Steil. Tamanho é quatro vezes maior do que o estabelecimento original.

1989Novo aumento de área para conseguir atender ao crescimento da demanda por materiais de construção. São 360 metros quadrados.

www.steil.com.br

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1977Vilmar Steil abre uma pequena loja de material de construção no Costa e Silva.

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Zaíde, mulher de Vilmar, que era professora. Ela era responsável pelo sustento da casa, enquanto que o lucro da pequena loja era reinvestido para fazer o empreen-dimento crescer.

O trabalho realizado pela família Steil começou a dar frutos. O primei-ro funcionário foi contratado quando a empresa já tinha um ano. Quatro anos após a fundação, em 1981, foi a vez de expandir a loja, que passou a ter três vezes o tamanho da origi-nal. E, em 1989, foi preciso ampliá-la novamente para dar conta da de-manda por material de construção. Obras fizeram com que o empreen-dimento familiar passasse a ter 360 metros quadrados, 20 vezes a mais do que a aberta há 12 anos.

A possibilidade de abrir a pri-meira loja fora de Joinville começou a ser avaliada no início dos anos 90. “Muitos clientes da Steil tinham terrenos em São Francisco do Sul e compravam material para construir ou reformar casas de veraneio”, conta Jakson. Foi a senha para ex-pandir a empresa.

O local escolhido foi Ubatuba. Além da demanda, outro fator que es-timulou a instalação foi o grande po-tencial que Vilmar Steil viu na região. O empreendimento foi inaugurado em 1992, tendo Rodrigo Steil, sobrinho de Vilmar, como sócio-gerente.

O Litoral continuou a atrair os planos de expansão da Steil Mate-riais de Construção. Em 1999, foi a vez de Balneário Barra do Sul rece-ber uma loja. Os motivos foram pra-

“As oportunidades para o futuro são promissoras. A cidade está em um bom momento.”Jakson Steil, diretor da Steil Materiais de Construção, ao falar sobre as expectativas para a economia joinvilense

Investimentos em construção devem ser reforçados

10%É o percentual de produtos vendidos pela Steil que tem origem no exterior.

1.500É o tamanho, em metros quadrados, da futura loja da Steil, em Pirabeiraba.

4É o número de lojas da Steil Materiais de Construção.

1992Primeira loja fora de Joinville é aberta: local escolhido foi Ubatuba, em São Francisco do Sul.

1999Segunda loja no Litoral: Steil se instala em Balneário Barra do Sul.

2007 Quarta loja da rede é aberta em Pirabeiraba.

2009 Entra no segmento de incorporação e construção de imóveis. Já foram feitos dois prédios e um conjunto de geminados.

2013Vilmar Steil assume o comando da Federação das Associações dos Comerciantes de Material de Construção do Estado de Santa Catarina.

ticamente os mesmos que levaram a empresa a se instalar em Ubatuba.

A caçula das lojas, a de Pirabei-raba, foi aberta em janeiro de 2007 Os negócios no distrito joinvilense são promissores. Tanto é que a Steil está se instalando em uma área pró-pria, com 1.500 metros quadrados de área, mais de quatro vezes maior do que a existente.

Mas não é só no mundo dos ne-gócios que os Steil tem uma presença relevante. Vilmar é uma liderança ati-va no segmento. No final de setembro, Vilmar deixou de ser o presidente da Associação dos Comerciantes de Ma-terial de Construção de Joinville (Aco-mac-Joinville) e assumiu cargo similar na Federação das Associaçãoes dos

Comerciantes de Material de Cons-trução do Estado de Santa Catarina (Fecomac).

Os estímulos do crédito

A maior disponibilidade de cré-dito para as áreas de construção e habitacional, motivadas principal-mente pelo programa Minha Casa, Minha Vida é um importante fator no processo de expansão da Steil.

A maior parte dos consumido-res é de pequeno porte. São os “for-miguinhas”, que, geralmente, fazem obras aos poucos. “Este segmento é extremamente rentável”, diz o dire-tor, Jakson Steil.

A carteira de clientes também inclui as grandes construtoras da ci-dade. Para elas, a Steil oferece um tratamento diferenciado. O executivo afirma que foi preciso investir em pes-soal especializado para atuar na área.

Segundo ele, as expectativas são promissoras. A chegada de novas em-presas à região, deve estimular mais a economia, gerando benefícios para outros ramos, como por exemplo, o comércio de materiais de construção.

A opção por importar

A empresa começou, em 2011, a importar material e equipamentos para construção da China para ganhar competitividade.

São produtos como revestimen-tos cerâmicos de alta durabilidade, blocos de vidro e ferramentas elétri-cas. “A qualidade é idêntica à nacional e os preços são bem menores”, diz Jak-son Steil. Atualmente, 10% do mix de produtos vendidos nas quatro lojas da rede tem origem no exterior.

Ele aponta que é preciso, constan-temente, estar buscando alternativas para se manter competitivo em um cenário em que, ao mesmo tempo, há a presença da informalidade e a entra-da de grandes redes.

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A Stock Car é uma das categorias que vem caindo no gosto do brasilei-ro. A combinação de carros possantes, que podem chegar à velocidades su-periores a 200 quilômetros por hora; circuitos espalhados por boa parte do país; e nomes famosos são alguns dos fatores que a tornaram uma re-ceita de sucesso. Um dos ingredientes para este bom desempenho é “made in Joinville”: os discos de freio usados pelos carros de corrida são fabricados pela Fremax, fornecedora oficial do

evento há mais de dez anos.O investimento de R$ 300 mil na

modalidade, feito em 2004, surtiu efeito rapidamente. Com mais segu-rança no freio, os stock cars ganha-ram, pelo menos, três segundos por volta. Mais recursos foram aplicados, a imagem da empresa foi reforçada, e mais categorias foram conquistadas. A empresa joinvilense é fornecedora oficial da F3 Sul-americana e da Pors-che GT3 Cup / Challenge Brasil. “É uma ótima vitrine”, destaca Carlos An-

dré Birckholz, presidente da Fremax.Pisando fundo no segmento de re-

posição, com participação de mercado que supera os 30%, o próximo grande desafio da marca é ampliar a presença junto às montadoras. O principal clien-te neste mercado é a Mitsubishi, aten-dida há doze anos. Nesta lista, também estão a Agrale e a ex-catarinense TAC.

A participação no automobilismo é um bom cartão de visitas para cha-mar a atenção das montadoras. O mo-mento é propício.

As oportunidades para crescer são bem grandes. A partir do Inovar Auto, o novo regime automotivo bra-sileiro, a expectativa é de que sejam investidos mais de R$ 7,3 bilhões na construção de novas montadoras nos

Pisando fundo para crescerFornecedora de discos de freio para a Stock Car, a Fremax pretende aproveitar a onda de investimentos das montadoras para conquistar novos clientes

Carlos André Birckholz, presidente da Fremax, vê boas oportunidades para a empresa crescer a partir do programa Inovar Auto, que está estimulando investimentos por parte das montadoras

1986A Jofund inicia suas atividades em Joinville, terceirizando serviços na fundição de ferro para o mercado industrial.

AtividadeFabricação de disco de freio para automóveis, tambor de freios.

420Funcionários.

1990A Jofund especializa-se na fabricação de discos e tambores de freio, dedicando-se integralmente a este segmento.

www.fremax.com

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próximos anos. O objetivo da Fremax é o de se

qualificar para atender a esta deman-da. Os primeiros passos já foram da-dos. A empresa está concluindo a cer-tificação na ISO TS 16949 e ampliando a capacidade de usinagem, para re-forçar a produção. Atualmente, po-dem ser fabricadas 300 mil peças ao mês. A expansão objetiva também garantir a manutenção da lideran-ça. “Todo mundo mira quem está na frente”, afirma Birckholz.

Um dos grandes desafios é con-tornar a informalidade que caracteriza parte do mercado de discos e tambo-res de freio. A estratégia da Jofund foi apostar na valorização da marca Fre-max, no oferecimento de diferenciais de produto e no serviço de entrega.

O salto gerado por essa estratégia foi grande. Em 2006, eram produzidas 240 mil peças por mês, das quais me-nos de 30% tinham a marca Fremax. O resto era private label, ou seja, com outros rótulos. Hoje, 97% das 300 mil unidades fabricadas no Distrito Indus-trial são da marca Fremax.

Obter flexibilidade no processo de produção e rapidez de entrega foi fun-damental, ressalta o executivo. “Fun-cionamos como o estoque de nossos clientes.” A empresa tem condições de rapidamente mudar a programação da fabricação dos discos e tambores de freio. Apesar de ser monoproduto, a Fremax possui mais de 1.500 mode-los diferentes entre discos e tambores.

A inovação também aparece na apresentação do produto. As tradicio-nais caixas de papelão deram lugar a embalagens redondas, feitas de plás-tico reciclado, que se mostraram mais

“O automobilismo é uma ótima vitrine.”Carlos André Birckholz, presidente da Fremax

Capacidade de produção da fábrica no Distrito Industrial é de 300 mil peças ao mês. Mais de um terço é exportado

33,5 kgÉ o tamanho do maior disco de freio produzido pela Fremax. Ele é usado no caminhão Mercedes Benz 1938.

35%É o peso das exportações nas vendas da Fremax.

1.500É a quantidade de variações de discos de freio que a Fremax pode produzir. Elas podem atender a 99% da frota em circulação.

2002Gstão é profissionalizada. Passa a ser fornecedora oficial de discos e tambores de freio da Mitsubishi Motors Corporation do Brasil.

2011Torna-se fornecedora oficial da Porsche GT3/ Challenge Brasil, substituindo empresa alemã.

práticas para estocar e movimentar discos de freio que podem ter até 33,5 quilos, como os utilizados em cami-nhões. A patente é da Jofund. “Acabou virando um símbolo da empresa.”

Boas oportunidades lá fora

Mais de um terço da produção da Fremax é direcionada ao mercado ex-terno. Os principais clientes, a Argenti-na e a União Europeia, são atendidos a partir de unidades de negócio próprias localizadas em Buenos Aires e em Es-chweiler, na Alemanha.

Apesar de a situação econômica nestas duas regiões não estar muito favorável, a ordem é continuar desen-volvendo estas duas frentes, além de outros mercados. A justificativa de

Carlos André Birckholz, presidente da empresa, é a saturação do mercado brasileiro. “Há excesso de oferta e mui-ta concorrência desleal. O mercado ex-terno, apesar de competitivo, oferece bons resultados no longo prazo.”

A crise na Europa encolheu o mercado automotivo: nos oito pri-meiros meses do ano, a queda nas vendas de carros foi de 5,2% em relação ao mesmo período de 2012, segundo a consultoria Jato. Há si-nais de recuperação, principalmen-te entre as marcas premium.

Além da possibilidade de recu-peração no médio prazo, o executi-vo enxerga boas possibilidades por causa do perfil do consumidor. “Lá há uma fuga da comoditização. Va-lorizam-se produtos mais duráveis, e de maior qualidade. No longo pra-zo, os ganhos estão na relação cus-to-benefício.”

A Argentina é um mercado desa-fiador. As circunstâncias político-eco-nômicas afetam frequentemente as relações comerciais com o Brasil, mas as possibilidades são enormes.

CARLOS JUNIOR

2006Passa por um processo de downsizing e reestrutura seu negócio ao abandonar a produção de private labels. Passa a focar na marca Fremax e na oferta de diferenciais.

2004Investe R$ 300 mil em projeto de freio para se tornar fornecedora oficial do sistema de freios dos carros que participam da Stock Car.

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FT: duas letras que guardam uma história escrita desde 1992 pe-los empresários Waldir Fruit e Raul Tilp. As iniciais dos sobrenomes ba-tizaram um dos maiores grupos de segurança de Santa Catarina.

Elas também representam tam-bém as raízes de onde o empreen-dimento surgiu: a Fundição Tupy. “A sigla também é uma forma de homenagear as origens”, contam. Os dois trabalharam mais de uma década na empresa: Fruit chegou a

ser gerente de recursos humanos, cuidando das relações industriais, e Tilp, responsável pela segurança.

Foi em um momento de trans-formação no cenário corporativo que nasceu a FT. A Tupy estava reduzindo custos e optou por centrar forças na sua área de negócios. No início dos anos 90, a terceirização crescia entre os grandes grupos empresariais.

A fundição foi uma das pioneiras neste processo. Fruit e Tilp aprovei-taram a oportunidade para apre-

sentar uma proposta de negócios: prestar serviços para a empresa em que trabalhavam. A ideia foi rapida-mente aceita: nascia a FT, absorven-do as áreas de segurança, brigada de incêndio e transporte administrati-vo da Tupy, com uma equipe de 64 pessoas. Junto, um contrato de dois anos para a prestação dos serviços.

Implícito, o desafio de conquistar novos clientes, para diluir a dependên-cia de uma única companhia. O cená-rio era competitivo. Outras empresas surgiam a partir da terceirização de atividades dos grandes grupos.

A opção para expandir a ativida-de foi a de procurar empresas que tinham equipe de segurança própria para poder terceirizar o serviço. Assim,

A importância das letrasFT não simboliza só as iniciais dos fundadores, mas também as origens e o primeiro cliente de um dos maiores grupos de segurança de SC

A partir da experiência adquirida na Tupy, Waldir Fruit (E) e Raul Tilp (D) montaram o grupo. Um dos focos foi entrar em novos lugares com uma âncora

1992Inicia as atividades terceirizando a área de segurança da Tupy, para quem presta serviços até hoje, inclusive na área florestal.

AtividadePrestação de serviços de segurança.

1.500Funcionários.

1999Reforça sua atuação no segmento florestal, ao assumir os serviços de vigilância da Rigesa, em Três Barras.

2002Chega ao Planalto Norte. O primeiro cliente foi a Móveis Rudnick, em São Bento do Sul.

www.grupoft.com.br

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nascia um conceito vital para a FT: ter uma âncora. “Ter a Tupy como cliente foi um importante chamariz”, destaca Waldir Fruit, sócio fundador. Os pri-meiros clientes surgiram no entorno da fundição: a Escola Técnica Tupy, a Termotécnica e o Joinville Iate Clube.

A tática da âncora continua sen-do aplicada com sucesso: no Planalto Norte, foi a Rudnick; no Vale do Itajaí, a Haco Etiquetas; e na região de Jara-guá, a Duas Rodas Industrial.

Atualmente, são 1.548 funcioná-rios. Mas, esqueça a figura do vigilante armado até os dentes. A estratégia é investir em ideias diferenciadas, por meio de projetos de segurança, que ofereçam soluções adaptadas às reali-dades do cliente, permitam respostas rápidas, reduzam custos e incorpo-rem novas tecnologias.

Outra atenção especial é dedicada à prevenção. “Isto pode representar uma redução de até 50% nos custos de um condomínio”, exemplifica Raul Tilp, sócio fundador.

A tecnologia é fundamental para Fruit e Tilp. Contudo, isto não significa que o fator humano não seja valoriza-do. Muito pelo contrário. Os empre-endedores enfatizam que as pessoas sempre serão essenciais à atividade. “Não há tecnologia que não dependa do ser humano”, dizem.

A segunda geração

A segunda geração das famílias Fruit e Tilp está sendo preparada para conduzir o futuro do Grupo FT. O programa de sucessão é ca-racterizado pela constituição de um conselho de administração, a profis-

“Não há tecnologia que não dependa do ser humano.”Waldir Fruit e Raul Tilp, sócios fundadores do Grupo FT

Uma das missões de Rafael Buchmann (E) e Rodrigo Tilp é pensar o futuro do grupo

120É o número de carros da frota da FT.

250É o número de clientes corporativos do grupo.

12É o número de escritórios que o Grupo FT tem distribuídos em sete unidades.

2003Recebe a certificação ISO 9001.

2004Entra, por meio da prestação de serviços de segurança na área florestal, no Planalto Serrano. O primeiro cliente foi a Klabin, em Lages e Otacílio Costa.

2009Contrato com a Duas Rodas Industrial, de Jaraguá do Sul, marca a estreia no mercado do Vale do Itapocu. Estreia no Vale do Itajaí. A porta de entrada foi a Haco Etiquetas, de Blumenau.

2010-3Entra em novos mercados: Curitiba, Itajaí e Brusque.

sionalização da gestão e por pensar como será a corporação em um ho-rizonte de até 15 anos. O processo é encarado com muita naturalidade. “Era uma das opções que tínhamos. A outra seria vender a empresa, o que foi descartado”, diz Waldir Fruit.

Por trás do conselho de admi-nistração está uma holding familiar. E no dia a dia, Rafael Buchmann, genro de Fruit, e Rodrigo Tilp, filho de Raul Tilp, assumiram funções estratégicas. O primeiro se dedica à gestão das áreas administrativa, financeira e comercial. O segundo atua no desenvolvimento de novos projetos e produtos.

O leque de possibilidades para o futuro é amplo. A mais importante é a de reforçar a integração entre as novas tecnologias e a segurança.

O primeiro serviço seguindo esta tendência deve chegar ao mercado nas próximas semanas. O Balkon integra conceitos herdados

do cloud computing e das redes so-ciais. À distância, o cliente poderá monitorar seu imóvel e adotar me-didas preventivas, como acender lâmpadas ou fechar portões, para protegê-lo.

Três fatores foram levados em consideração ao longo do processo de desenvolvimento do Balkon: a presença maior da tecnologia na vida das pessoas; a necessidade de desmi-tificar seu uso e a necessidade de re-forçar a cultura da prevenção, devido aos índices de criminalidade.

Um dos trunfos é o baixo inves-timento em equipamentos por parte do usuário, já que as imagens aca-bam sendo armazenadas na nuvem. Uma ou mais câmaras de pequeno porte ocupam o lugar dos DVRs – sis-temas de gravação de vídeo –, que chegam a custar mais de R$ 1.000,00

O desenvolvimento do novo ser-viço é totalmente joinvilense. A fase de testes começou em janeiro, envol-vendo a instalação de 40 câmeras em 30 clientes. Agora, está sendo conclu-ída a elaboração da interface com o usuário. O sistema, de acordo com Rodrigo, abre novas possibilidades de negócios, podendo, inclusive, ampliar a área de abrangência do Grupo FT.

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As atenções do empresário co-reano Francis Yu, chairman do grupo Yudo, estão voltadas para Joinville. Um terreno de 192 mil metros qua-drados, na rua Dorotóvio do Nasci-mento, no Jardim Paraíso, vai sediar o mais novo empreendimento da multinacional coreana: um condo-mínio empresarial voltado para as ferramentarias. O investimento está estimado em US$ 120 milhões.

Francis é um apaixonado pelo Brasil. E não é só pelo potencial de negócios que a sétima economia mundial oferece. “É um país muito bonito.” E esta ligação ficou evidente pelo local que ele escolheu para ser fotografado: um jardim no interior de Joinville.

O condomínio empresarial é o segundo passo que o grupo, fundan-do por ele em 1980, está dando em Joinville. No ano passado, a empresa inaugurou uma fábrica de sistemas de injeção para o processo de mol-dagem, localizada perto do Aeropor-to Lauro Carneiro de Loyola. Foram aplicados R$ 16 milhões para iniciar as atividades no Brasil. Até então, os produtos eram importados.

A importância de Joinville para a Yudo é muito grande. Empresas da cidade absorvem metade do que é fabricado pela unidade local. “Há uma demanda para empresas de moldes e ferramentaria”, disse Fran-

Da Coreia à terra da oportunidadeEmpresas joinvilenses respondem por metade dos negócios da multinacional asiática Yudo no Brasil. E grupo vê novas oportunidades de negócios

“Há uma demanda muito grande por parte das empresas de molde e ferramentaria.”Francis Yu, chairman e fundador do grupo Yudo

Francis Yu, chairman do grupo Yudo, é um apaixonado pelas belezas naturais do Brasil e pelas oportunidades que o país oferece

1980Francis Yu cria a Yu & Do Trading Co, na Coreia do Sul.

AtividadeSistemas de injeção para o processo de moldagem.

45Funcionários.

1981Desenvolve e lança os sistemas de câmaras quentes no mercado coreano.

1986Começa a exportar os sistemas de câmaras quentes. Nome do grupo muda para Yudo Co. Ltd.

www.yudosa.com.br

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cis na inauguração da fábrica, em agosto de 2012.

O objetivo com a criação do condomínio empresarial é o de criar um cluster (arranjo produtivo) de ferramentarias. “Isto vai reduzir a burocracia e estimular a geração de negócios entre as empresas”, destaca o presidente da Yudo no Brasil, José Édson Tomazzini Dan-tas. Quando o empreendimento estiver totalmente concluído, em um prazo de três a cinco anos, 2.500 pessoas deverão estar tra-balhando no local.

As negociações para atrair em-presas já começaram. “Há ferra-mentarias que já manifestaram in-teresse em se instalar no local”, diz o executivo. E também uma grande empresa do segmento de embala-gens estuda a possibilidade de vir para Joinville, implantando uma unidade no condomínio.

O empreendimento será implan-tado em cinco etapas. A primeira deve começar a operar no próximo ano. A última fase prevê a trans-ferência da fábrica da Yudo, o que deve acontecer em um prazo de três a quatro anos. “Antes, temos que re-cuperar o investimento que foi apli-cado na unidade instalada em 2012”, afirma Dantas.

Mas não são só fábricas que se instalarão no local. O projeto do con-domínio prevê a construção de um edifício-garagem de três andares, cin-co restaurantes – um deles VIP -, um auditório com capacidade para 250 pessoas e uma área de serviços para dar apoio às empresas.

Importância global

A expectativa é de que, com o complexo de ferramentarias em funcionamento, a unidade de Join-ville cresça em importância para Fábrica da Yudo em Joinville foi inaugurada no segundo semestre do ano passado

R$ 16 miFoi o valor do primeiro investinmento feito pela Yudo em Joinville.

1992A partir da joint venture com a empresa japonesa Star Seiki, forma a Yudo-Star, voltada para a fabricação de robôs e equipamentos de automação industrial.

1997Instala-se nos Estados Unidos.

1999Recebe a ISO 9001, por meio da certificadora TUV.

2008Instala-se na China.

2009Yujin Yi assume a presidência do grupo Yudo.

2012Inaugura unidade industrial em Joinville.

os negócios da Yudo, tornando-a a terceira em relevância mundial.

A intenção para o futuro é tra-zer linhas de produção de porta moldes, robôs e máquinas opera-trizes, como fresadoras e tornos, que atualmente são importados. O grupo coreano atua em mais de 40 países e é líder mundial em produ-ção de sistemas de câmara quente.

Uma das principais caracterís-ticas do complexo que a Yudo vai implantar no Jardim Paraíso é a utilização de tecnologias que prio-rizem a sustentabilidade. “Vamos usar tecnologias verdes”, destaca Dantas

Painéis fotovoltaicos serão instalados para gerar parte da energia que será utilizada pelo

empreendimento, para o funcio-namento dos equipamentos de informática e o aquecimento da água utilizada. A energia externa será destinada para o funciona-mento do maquinário.

O empreendimento não terá ar-condicionado. O executivo diz que para manter o ambiente mais refrigerado será utilizada uma tec-nologia geotérmica desenvolvida e patenteada pela Yudo

O complexo de ferramenta-rias também terá uma estação de tratamento, com capacidade para atender a uma população de 6 mil pessoas. O sistema que será utili-zado, segundo o executivo, possi-bilitará que a água retorne limpa ao meio ambiente.

NEIVA DALTROZO/SECOM

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A mais de 70 metros de altu-ra, alpinistas industriais, realizam serviços de inspeção em estrutu-ras e equipamentos. Prestando manutenção no mais alto nível, técnicos trabalham, de forma se-gura, a 238 metros de altura reali-zando reparos.

Estes são alguns dos desafios realizados pela multinacional bel-ga CMI (Cockerill Maintenance & Ingénierie), com quase 200 anos de existência, que, em 2004, en-

controu Joinville para ser a sede das operações brasileiras.

Um dos maiores investimen-tos privados em Santa Catarina foi a porta de entrada do grupo euro-peu no Brasil. A aplicação de US$ 400 milhões em 2000 feito pelo grupo Usinor (atualmente parte da ArcelorMittal) na construção da laminadora de aço Vega do Sul, em São Francisco do Sul, foi acompanhado pelo desembarque dos belgas, que já tinham uma

parceria com os franceses na ma-nutenção industrial nas unidades na Europa.

Ao longo de quase uma década no Brasil, os negócios se expandi-ram “em espiral”, explica o ges-tor corporativo de comunicação e TI, Islair Gonzaga. A partir dos primeiros serviços realizados em São Francisco do Sul, as ativida-des se expandiram para Joinville, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro... E não ficaram restri-tas às operações de manutenção industrial e engenharia industrial.

Apoiada nos mais de 800 pro-fissionais no Brasil, a empresa ex-pandiu e consolidou a presença também em outros segmentos

Negócios nas alturasCom dez anos de Brasil e perto do bicentenário, a CMI pretende duplicar a receita até 2017, por meio de serviços mais abrangentes e mais tecnológicos

Técnico da CMI realiza trabalho de manutenção em estrutura no terminal portuário de Navegantes

1857Fabricação de locomotivas industriais.

1835Projeta a locomotiva a vapor “Le Belge”, a primeira a circular na Europa Continental.

AtividadeServiços de manutenção e montagem industrial.

800Funcionários no Brasil.

1890Torna-se parceira na construção do primeiro grande complexo siderúrgico chinês, em Hanyang, na região central da China.

1950Fabricação de locomotivas a diesel.

www.cmibrasil.com

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1817John Cockerill cria os ‘Etablissements Cockerill’, que deu origem ao CMI Groupe, em Seraing, na Bélgica, perto da fronteira com a Holanda.

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como o montagem industrial. Um dos grandes trabalhos realizados pela empresa neste segmento foi a implantação de uma das linhas de produção da nova fábrica de pneus da francesa Michelin, no bairro de Campo Grande, no Rio de Janeiro. A unidade tem capaci-dade para produzir 2 milhões de pneus ao ano ou 40 mil tonela-das.

A operação, concluída no mês passado, demandou mais de 200 mil horas trabalhadas por uma equipe de 210 profissionais. Os equipamentos instalados vieram em 218 contêineres de 40 pés.

Foi preciso o apoio de guindas-tes capazes de operar com cargas de até 60 toneladas. Uma das ta-refas envolveu a instalação de 177 quilômetros de cabos elétricos, o que corresponde à distância en-tre Joinville e Florianópolis.

O desempenho da economia brasileira aquém das expectativas não assusta a multinacional bel-ga, que tem planos para duplicar o faturamento até 2017, quando completa 200 anos. A carteira de clientes é repleta de nomes de peso, como Petrobras, Tractebel, Valorec Mannesmann, Weg, Mi-chelin, White Martins, Arcelor Mit-tal, Ferrous e Gerdau.

O fato de o Brasil ser um dos maiores mercados consu-midores do mundo e com uma classe média em expansão é um bom sinalizador para a empresa, principalmente no segmento de

“São, às vezes, serviços bem simples para operações extremamente complexas.”Islair Gonzaga, gestor de comunicação e TI da CMI Brasil

Jean-Noël Ott lidera as operações da multinacional belga no Brasil

51,4%Foi o percentual dos pedidos de produtos e serviços, feitos em 2012, que envolvem novas oportunidades de negócios.

38,9%É o peso das áreas industrial e de serviços industriais na receita do CMI.

1972Fabricação de canhões de baixa pressão.

1956Fabricação de caldeiras para usinas nucleares.

1982Criação da Cockerill Mechanical Industries.

1999Primeira unidade fora da Bélgica: instala-se na França para atuar no segmento de manutenção industrial.

2004Instala-se no Brasil, para atender à demanda de serviços de manutenção da laminadora de aço Vega do Sul, em São Francisco do Sul.

2005Instala-se na Rússia.

2008Instala-se na Índia.

montagem. Segundo informações compiladas pela Bradesco Corre-tora, entre janeiro e setembro, foram anunciadas 391 intenções de investimentos em projetos in-dustriais.

As projeções para Santa Cata-rina são bem positivas. Dois fato-res reforçam este bom humor: a instalação da BMW em Araquari e a construção da segunda fábrica da GM. A consolidação do comple-xo automotivo pode desencadear novos investimentos.

O grupo atua em 19 países por meio de 41 unidades de negócios. No ano passado, eram 3.677 fun-cionários, que foram responsá-veis por um faturamento de 792,8 milhões de euros (R$ 2,38 bilhões) e um lucro de 32,1 milhões de eu-ros (R$ 96,2 milhões), o maior da história do grupo.

Treinamento em Joinville

Um aspecto que merece des-taque na CMI são as intervenções dos alpinistas industriais. São profissionais trabalhando na ma-nutenção e na montagem de equi-pamentos industriais em grandes alturas. “Os alpinistas – que tem a certificação internacional da Ira-ta (Industrial Rope Access Trade Association) transformam opera-ções extremamente complexas em atividades bem mais simples”, explica o gestor corporativo de comunicação e TI, Islair Gonzaga.

O objetivo é evitar a desmon-

tagem de grandes estruturas para a realização de serviços de ma-nutenção. Engenheiros e técnicos industriais escalam estruturas como as torres de 238 metros da termelétrica de Capivari de Bai-xo, pertencente à Tractebel, ou os guindastes que são utilizados para a movimentação de cargas na Portonave, o terminal portuário de Navegantes.

Segundo Islair Gonzaga, os principais impactos são a redução dos custos e o ganho de tempo. “Trocam-se dias por horas”. O trei-namento do pessoal é realizado em Joinville, onde o grupo tem uma es-trutura que simula operações em grandes alturas.

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Miniaturas de caminhões e re-troescavadeiras, quadros mostran-do máquinas e equipamentos utili-zados em obras de infraestrutura. Os itens que decoram o escritório de Odorico Fortunato, fundador e presidente do Conselho de Admi-nistração da Empreiteira Fortunato, retratam mais de quatro décadas de história de envolvimento com a construção pesada.

As primeiras lições para o em-preendedor, nascido em Rio do Sul, foram obtidas no início da juventude, quando trabalhou com compactação de pavimentação na Construtora Pa-ranapanema. Era o final dos anos 60.

O sonho era ser dono do próprio negócio. Isto se tornou realidade no início dos anos 70. No começo, era ele e um caminhão, um Ford Alemão. As primeiras obras foram a realização de drenagens na serra de Garuva. Para complementar a renda, plantava gra-ma. O apoio familiar foi grande: como os recursos gerados pela empresa eram reinvestidos, o sustento domés-tico vinha por meio da esposa de Odo-rico, que era professora. “No começo, muitos pagamentos atrasavam”, con-ta o empresário.

A demanda por obras nos anos 70 era crescente. Isto obrigou a re-alização de novos investimentos – compra de veículos e máquinas – e a abertura de novas frentes de negó-

Mãos à obraA atuação no segmento de infraestrutura está no DNA da Empreiteira Fortunato. Com mais de 40 anos de história e indo para a segunda geração, a empresa quer aproveitar as oportunidades que estão chegando

“É bom atuar em vários segmentos para não depender exclusivamente de um.”Odorico Fortunato, presidente do Conselho de Administração da Empreiteira Fortunato

Odorico Fortunato, presidente do Conselho de Administração, está repartindo experiência com a segunda geração

1999Entra no segmento de engenharia ambiental, por meio de participação na Catarinense Engenharia Ambiental.

AtividadeObras de engenharia

215Funcionários

2003Início das atividades de construção civil industrial, comercial e residencial e obras especiais.

2004É certificada com a ISO 9000.

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1971Fundação da Empreiteira Fortunato, dedicada a construções e outras obras de engenharia.

1987Começa a atuar na área de saneamento, implantando redes coletoras, realizando dragagens e obras para depósitos de resíduos industriais.Executa as primeiras obras para a Prefeitura de Joinville.

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cio, no Rio Grande do Sul.O primeiro grande contrato em

que a Empreiteira Fortunato esteve diretamente envolvida foi a cons-trução do oleoduto da Transpetro, que liga as instalações da Petrobras em São Francisco do Sul à Refinaria Getúlio Vargas, em Araucária (PR). Para participar do consórcio, foi ne-cessário realizar uma saga. “Tivemos de reunir muitos documentos para participar da concorrência.”

O resultado foi positivo. A parti-cipação na obra abriu as portas para novos trabalhos com a petrolífera. Isto, segundo o empresário, acabou sendo uma grande escola de negó-cios. “Aprendi muitas lições sobre como administrar uma empresa.”

Uma das que ele considera mais valiosa é a de “não colocar todos os ovos na mesma cesta”. “É bom atuar em vários segmentos para não depen-der exclusivamente de um.”

Um novo salto da empresa foi dado em meados dos anos 80, apro-veitando a forte expansão registrada entre 1984 e 1987, quando o país cres-ceu 26,5%. A Fortunato acompanhou este ritmo de crescimento acelerado: comprou mais equipamentos; am-pliou a área de atuação, com a entra-da no segmento de terraplenagem, e conquistou novos clientes, como a Prefeitura de Joinville

A Fortunato foi uma das primeiras empresas da cidade a atuar com ter-raplenagem. A fama acabou se espa-lhando. “Tinha até socialite que pedia para que fôssemos fazer as obras”, diz, rindo, o empresário. Entre os clientes atendidos neste segmento es-tão o Makro Atacadista, a ArcelorMittal Vega, a Hengst, a Fecoagro (Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado de Santa Catarina), a Marcega-glia do Brasil, a Autopista Litoral Sul e o Governo de Santa Catarina.

A pavimentação, entretanto, é Rodovia que faciilta o acesso direito ao porto de Itapoá foi uma das obras realizadas pela empresa

2.300 kmÉ a quantidade de obras de asfaltamento realizadas pela Empreiteira Fortunato.

2005Início da operação da 1ª Usina de Asfaltos Contra Fluxo da cidade de Joinville.

2008Início de operação da unidade industrial em Garuva, com pedreira, britagem, usina de solos e usina de asfalto.

2011Leonardo Fortunanto assume a presidência.

Início das atividades de consultoria, gestão de projetos e gerenciamento de obras.

2013Lançamento de incorporação imobiliária na cidade de Itapoá.

2014Início das atividades da empresa na área de logística multimodal.

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uma das grandes paixões de Odorico Fortunato. “Sempre tive boas obras neste ramo.” O empresário é capaz de passar horas falando sobre o tema. Desde o início das atividades da em-presa já foram 2.300 quilômetros.

Atualmente, a empresa é respon-sável pela construção do contorno de Garuva, que vai ligar a SC-415 à BR-101, facilitando o acesso ao porto de Itapoá; de obras na Costa do Encanto, que margeia a baía da Babitonga; e a implantação de pistas marginais e de recuperação asfáltica na BR-101, para a Autopista Litoral Sul.

Outras obras que a empresa está desenvolvendo são a implantação de um centro logístico integrado (Clif), em Itapoá; a reurbanização da rua Tuiuti, em Joinville, e diversas atividades para clientes como Douat, Ciser, Apoio Lo-gística, Logbras, Brasmazem, Marce-gaglia, Whirlpool e Aceville.

Nova geração

Os planos para o futuro não param, mesmo com Odorico Fortu-nato envolvido na sucessão da em-

preiteira. Dois de seus filhos, Aline e Leonardo, ocupam posições-cha-ve na empresa. A primeira, que está há 15 anos na Fortunato, é responsável pela gestão financei-ra. O segundo, com quase 20 anos de experiência, assumiu em 2011 a administração do negócio.

Mesmo com a mudança, o empresário pretende continuar dando “uns pitacos” no dia a dia da empresa. “Sou o presidente do conselho de administração, mas venho acompanhando o dia a dia, repassando informações e cobran-do resultados”.

O objetivo da segunda geração é permanecer como referência no segmento de infraestrutura e am-pliar a participação da empresa em obras industriais.

A Fortunato também pretende investir em áreas correlatas às ati-vidades da empresa e em projetos que necessitem de grandes obras de engenharia, como centrais hi-drelétricas, empresas de sanea-mento, logística e concessões de serviços públicos.

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André Luís Wetzel da Silva assu-miu o comando da Wetzel em 12 de dezembro de 2012. A combinação dos números é motivo para uma brincadeira: “deve ter algo de cabalís-tico nela.” Coincidência ou não, é um momento de grande transformação para a empresa, que está concluindo um processo de reestruturação.

O modelo de unidades de ne-gócios – que dividia a empresa em unidades de ferro, alumínio e eletrotécnica – foi substituído pelo

de gestão por competências. Fun-ções comuns às três áreas foram consolidadas. Segundo André, o principal objetivo é o de tornar os processos muito mais ágeis.

“Estamos em uma fase de trans-formação cultural”, explica o execu-tivo, que tem como grande desafio preservar os valores conquistados ao longo dos 81 anos de história da empresa. A empresa foi fundada em 1932 por seu avô, Erwino Wetzel, e mais dois sócios. Até o final do ano, a

empresa terá o código de ética divul-gado. O projeto está sendo desenvol-vido em parceria com o Sesi (Serviço Social da Indústria). O Sistema de Gestão Ambiental está consolidado e atende à realidade dos segmentos em que a Wetzel atua.

A reestruturação da empresa, ao longo do ano passado, foi acompa-nhada por um cenário macroeconô-mico mais turbulento.

O “pibinho” de 2012, que cresceu 0,9 %, deixou impactos na empresa. Ela também foi afetada pela crise ex-terna e a antecipação de compras de caminhões – um dos principais mer-cados atendidos pela Wetzel – no fi-nal de 2011. Isto acabou resultando na formação de estoques nas reven-

O momento da retomadaConquista de novos clientes, recuperação do mercado de caminhões e conclusão da reestruturação começam a gerar bons resultados para a Wetzel

André Luís Wetzel da Silva assumiu o comando da empresa no final do ano passado com a missão de imprimir um novo ritmo

1932Fundação da Schmidt, Wetzel & Cia. por Wigando Schmidt e os irmãos Erwino e Arnoldo Wetzel.Início da fabricação de torneiras e registros em latão pelo processo de fundição sob pressão, uma técnica pioneira na América Latina.

AtividadeComponentes para os segmentos automotivo, iluminação e agronegócio e eletroferragens.

1.628Funcionários.

1938Produz a primeira injetora no Brasil.

1950Início da fabricação de produtos para instalações elétricas.

1960Início da produção de eletroferragens em alumínio fundido para linhas de transmissão e distribuição de energia elétrica.

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das e nos pátios das montadoras nos primeiros meses de 2012.

Mas, os bons resultados estão de volta e com bastante vigor. O faturamento da Wetzel no primeiro semestre foi de R$ 153,94 milhões, 23,1% a mais do que no mesmo pe-ríodo de 2012. Um importante alia-do contribuiu para o resultado: a re-cuperação do mercado de veículos pesados, um dos mais relevantes para a empresa.

Segundo a Anfavea (Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores), o licenciamento de ca-minhões novos fabricados no Brasil cresceu 5,1% no primeiro semestre do ano comparativamente a igual pe-ríodo de 2012. A de ônibus, 5,2%. E a produção de máquinas agrícolas se expandiu em 15,8%.

Estes três segmentos continu-am tendo um bom desempenho. Dados da associação mostram que nos três primeiros trimestres do ano, o licenciamento de caminhões cresceu 15,1%, em relação a 2012; a de ônibus, 10,4%; e a de máqui-nas agrícolas, 19,8%.

Boas expectativas

O bom desempenho no primei-ro semestre foi sentido com mais força nas unidades alumínio e fer-ro, que, respectivamente, tiveram um crescimento de 30% e 17,2% na primeira metade de 2013 em relação aos mesmos meses do ano passado. As expectativas são de que os negócios continuem bem.

“Estamos em uma fase de transformação cultural.”André Luís Wetzel, presidente da Wetzel

Linha de produção da unidade de alumínio da Wetzel

106,5%Foi quanto cresceu o lucro da Wetzel no primeiro semestre, comparativamente a igual período de 2012.

3São as unidades de atuação da Wetzel: Ferro, Alumínio e Eletrotécnica.

275Foi o aumento no quadro de colaboradores no primeiro semestre.

1970Início da produção de ferro fundido zincado, destinado à fabricação de componentes para isoladores elétricos e ferragens para linhas de transmissão de energia.

1980Desenvolve peças para a indústria de autopeças e abre escritórios em São Paulo e Nova Jersey (EUA).

1988Adquire o controle da Metalúrgica Douat.

2010Criação da Wetzel Univolt, em conjunto com a empresa austríaca Dietzel, com o objetivo de produzir eletrodutos em PVC e PEAD.

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A Wetzel também conquis-tou clientes que são sistemistas de montadoras participantes do InovarAuto, que tem por objetivo estimular novos investimentos no segmento.

A outra área da empresa – a ele-trotécnica – também passa por um bom momento. A expansão foi de 20,2%. Neste semestre estão sendo lançados novos produtos na linha de alumínio e iluminação com tecnologia LED, o que pode contribuir para a ex-pansão na participação de mercado.

Para manter os bons resul-tados, a empresa também está racionalizando os processos de

produção. O principal desafio do momento é a manutenção dos custos. Segundo o relatório da ad-ministração sobre o primeiro se-mestre, isto tem se traduzido em atuação precisa e controle rigoroso dos gastos. Os custos de produção caíram de 86,5% das vendas, na pri-meira metade de 2012, para 76,7%, no mesmo período de 2013.

Temporada de prêmios

Desde o início do ano, a empresa conseguiu dois prêmios. O desem-penho na entrega e na qualidade do produto para a Robert Bosch rendeu o prêmio Magneto de Ouro.

A empresa também foi premiada pela Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção) como destaque nos segmentos de caixas de derivação e conduletes e acessórios de metal. A entrega foi em agosto.

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As possibilidades de crescimento para a eco-nomia joinvilense são grandes. Não são só os re-flexos diretos e indiretos gerados pelos mais de R$ 1,2 bilhão de investimentos na indústria au-tomotiva que vão ter impacto positivo nos pró-ximos anos. Outra possibilidade é gerada pelo crescimento contínuo dos salários. O aumento anual chega a ser próximo de 10%.

O potencial de consumo joinvilense para 2013 foi estimado em R$ 10,21 bilhões pela con-sultoria IPC Marketing. É só o 40° maior do país, para uma cidade que se orgulha em ter o tercei-ro maior PIB (produto interno bruto) do Sul do Brasil e o 25o no âmbito nacional.

Os estímulos vindos da indústria automotiva não se restringem apenas ao polo metal-mecâ-nico. São mais amplos, devido ao grau de capila-ridade das montadoras de carros no restante da economia. Quase 19% da economia nacional gira direta ou indiretamente em torno da atividade.

A instalação das fábricas deve reforçar ain-

da mais o empreendedorismo na região. Áreas como construção civil, logística e prestação de serviços são alguns dos segmentos que mais de-vem ser requisitados.

Mais investimentos, mais negócios, mais em-presas e mais postos de trabalho. A economia tende a girar com maior vigor. Quem tiver um projeto consistente, adequado às novas deman-das e com um bom planejamento, poderá apro-veitar bem esse bom momento, previsto há dois anos pela consultoria americana McKinsey.

Um exemplo bem próximo de como Joinvil-le e região podem ser beneficiados com os no-vos investimentos é o de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. Antes da instalação de duas montadoras, no final do anos 90, era uma cidade-dormitório da capital paranaense. No período entre 1996 e 2010 viu o PIB se expandir mais de cinco vezes, segundo o IBGE. A população ampliou-se mais de 87% nos últimos 17 anos.

Possibilidades decrescimento

R$ 10,21 biÉ o potencial de consumo dos joinvilenses, em 2013, segundo projeções da consultoria IPC Marketing.

19%É o peso da indústria automotiva na indústria nacional.

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As águas da baía da Babitonga estão mais movimentadas. O en-tra e sai de navios no porto de São Francisco do Sul não para. Nos oito primeiros meses do ano, a chegada e saída de cargas aumentou 18% em relação ao mesmo período de 2012, atingindo 8,62 milhões. E, na avaliação dos empresários Alberto Raposo de Oliveira e Carlos Alberto de Oliveira Júnior, da Litoral Solu-ções em Comércio Exterior, os bons momentos devem continuar por

bastante tempo.O principal trunfo é a maior efi-

ciência do terminal em relação aos concorrentes. Uma carga em São Francisco do Sul leva cerca de três dias úteis para ser liberada. Em San-tos, o maior porto brasileiro, esta demora pode chegar a 20 dias. “Por aqui há uma situação mais confortá-vel para o cliente”, destaca Raposo.

Este fato, segundo ele, foi um dos motivos pelos quais o terminal não foi afetado pela uniformização

das alíquotas de ICMS (Imposto so-bre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre as importações. “Nas operações de comércio exterior, não é só a questão financeira que pesa”, afirma Oliveira Júnior. Santa Catari-na tinha, até o final do ano passado, uma das políticas mais agressivas em relação a este tributo, com o in-tuito de estimular a movimentação de cargas pelos portos do Estado.

Outro fator que favorece a expansão são os investimentos constantes em ampliação da capa-cidade. Além do agronegócio, São Francisco do Sul vem se tornando uma importante alternativa para outros tipos de cargas, como os contêineres e as gerais.

Navegando em bons maresBom momento do agronegócio brasileiro alimenta planos da Litoral Soluções em Comércio Exterior para o porto de São Francisco do Sul

Carlos Alberto de Oliveira Júnior (E) e Alberto Raposo de Oliveira, da Litoral Soluções em Comércio Exterior, planejam investir em projetos ligados ao agronegócio

1988A partir de incentivos dos pais, Alberto Raposo de Oliveira e Carlos Alberto de Oliveira Júnior criam a Litoral Agência Marítima. Eles vinham de outras experiências na área de comércio exterior, trabalhando para a Ceval (hoje Bunge) e para a Saveiros, que pertencia ao grupo Wilson Sons. O primeiro cliente foi a Ceval.

AtividadeSoluções para comércio exterior em portos, aeroportos e fronteiras.

106Funcionários.

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O cenário favorável faz a Li-toral apostar em vários projetos relacionados ao agronegócio. Um deles é o TGSC, um terminal de granéis privativo, que será cons-truído ao lado do porto. A Litoral é acionista de 30% do empreendi-mento, que terá capacidade para movimentar 10 milhões de tone-ladas ao ano. Serão dois berços de atracação, em um cais com 453 metros de extensão, com um cala-do de 14 metros.

A previsão é de que a licença para as obras, por parte do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Am-biente), seja liberada ainda neste ano. A partir disto, seriam necessá-rios 90 dias para implantar o cantei-ro de obras e outros 18 meses para concluí-las. O projeto foi concebido há oito anos. “Mais cedo ou mais tarde, vai acabar se tornando reali-dade”, afirma Raposo.

Outra aposta da Litoral é na re-troárea do porto de São Francisco do Sul. Nos planos da Litoral, está o projeto da Litofertil, que envolve a construção de um armazém para a estocagem de fertilizantes.

A importação está em alta para atender às necessidades da cres-cente produção agrícola. De acordo com a Anda (Associação Nacional de Difusão de Adubos), entre janeiro e agosto, foram compradas 13,6 mil-lhões de toneladas do tipo interme-diário no exterior. É uma expansão de 10,9% em relação ao mesmo pe-ríodo de 2012.

A empresa também pretende

“São Francisco do Sul vem se tornando uma importante alternativa.”Alberto Raposo de Oliveira, diretor da Litoral

Planta do TGSC, que será construído nas proximidades do porto de São Francisco

18%Foi o crescimento, neste ano, na movimentação de cargas pelo porto de São Francisco do Sul.

1990Abrem o primeiro escritório fora de São Francisco do Sul. O local escolhido foi Itajaí.

2008Abrem o escritório em Joinville.

2009Primeira filial fora de Santa Catarina: Paranaguá.

2013Aos 25 anos, a Litoral tem novos planos de expansão: participação em terminais de granéis e em armazéns de fertilizantes. Implanta a unidade de Santos e avalia a instação de uma unidade em Vitória.

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ampliar a área de abrangência. “O objetivo é vender serviços de comér-cio exterior nos portos e aeroportos de Santa Catarina, Paraná e São Pau-lo”, enfatiza Oliveira Júnior. Outras regiões que despertam o interesse são Rio de Janeiro, Espírito Santo e Rio Grande do Sul.

Capital humano

Os investimentos da Litoral não se restringem somente aos ati-vos. A necessidade de ter cada vez mais mão de obra qualificada vem fazendo com que a empresa espe-cializada em soluções de comércio exterior invista no reforço da capa-citação de seus quadros. Atualmen-te, são cem funcionários envolvidos diretamente na atividade.

O cenário dinâmico do comér-cio exterior é um dos motivadores para esta preocupação. “É preciso estar constantemente direcionan-do esforços para o aprimoramento das pessoas”, ressalta Raposo.

Infraestrutura

Uma das principais preocu-pações dos empresários é em relação aos acessos para o porto. A maior delas é em relação à du-plicação da BR-280. “Desde que eu era pequeno já se falava nessa necessidade”, diz Carlos Alberto de Oliveira Júnior. A licitação já foi realizada para os três trechos, contudo ainda não há previsão para que as obras iniciem.

Segundo Raposo, não adianta dotar o porto de mais capacidade – a expectativa é de que ela duplique nos próximos três anos –, sem que haja acessos adequados. Hoje, São Francisco do Sul é referência da movimentação de cargas ligadas ao agronegócio e está se expandindo em direção a outros segmentos.

Outra necessidade levantada pelo empresário é a realização de novas obras de dragagem. O PAC2 direcionou R$ 29,4 milhões que já fo-ram aplicados. “Novas obras seriam bem-vindas”. A principal justificativa é a entrada em operações de navios com maior calado – os super post pa-namax, que exigem 16 metros. Hoje, São Francisco do Sul pode receber embarcações com até 14 metros.

DIVULGAÇÃO LITORAL

“O objetivo é vender serviços de comércio exterior nos portos e aeroportos de SC, PR e SP.”Carlos Alberto de Oliveira Júnior, diretor da Litoral

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Não é só a JoinVix, uma empresa que oferece soluções de web hosting e produtos para gestão de negócios via web e que tem como mascote o simpático robô ao lado, que une os empreendedores Adriano Reinert e Estevão Goularte. O negócio só tem cinco anos, mas a amizade entre os dois dura há mais de 20 anos.

Vizinhos do mesmo bairro, o Fá-tima, estudaram na mesma escola pública, disputavam partidas de fute-bol, jogavam games no computador

– o favorito da dupla era o lendário Age of Empires, da Mi-crosoft – e, até mesmo, brigavam.

A tecnologia sempre foi uma paixão para eles, mesmo quando a internet ainda engatinhava, no final dos anos 90. Este forte relacionamen-to ganhou força quando Estevão foi trabalhar como menor aprendiz em uma agência da Caixa Econômica.

A instituição financeira estava

dando os primeiros passos no am-biente virtual. Um funcionário tinha como objetivo fazer a página da in-

tranet do escritório de negócios da Caixa em SC. A curiosidade de

Estevão por códigos e linhas de programação era tão gran-de que chamou a atenção do bancário, que lhe emprestou,

por alguns dias, um livro de linguagem HTML.

Estevão come-çou a devorar as páginas e montar os

primeiros códigos em um Pentium 233, com-prado com muito es-forço pela mãe, a partir

do dinheiro de uma rescisão

Empreendedores da webUm livro emprestado e um jogo de sinuca foram as bases para Adriano Reinert e Estevão Goularte criarem a JoinVix

A amizade de 20 anos entre Adriano Reinert e Estevão Goularte se reflete na JoinVix. O primeiro se dedica ao gerenciamento dos servidores, segurança da informação e aprimoramento de produtos e serviços; o segundo, à administração

1991Adriano Reinert e Estevão Goularte se conhecem.

AtividadeSoluções de web hosting e produtos para gestão de negócios via web.

10Funcionários.

1998Estevão Goularte pega emprestado um livro sobre HTML e começa estudar a linguagen. Adriano faz cópia da publicação.

www.joinvix.com.br

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trabalhista. “Eu era o que se chamava, na época, de micreiro”, conta Estevão. Em visita ao amigo, Adriano pediu o li-vro emprestado. Não conseguiu. Mas fotocopiou a publicação. Nasciam as bases da JoinVix.

O tempo passou e cada um foi cui-dar de sua vida. Obviamente, ligada às novas tecnologias. “Sempre tive uma sede de aprendizado nesta área”, diz Estevão. Tanto ele, quanto Adriano se aventuraram em negócios próprios.

Tiveram seus tropeços, quebra-ram a cabeça. Uma realidade comum a muito empreendedor. O destino os voltou a unir. O cenário foi uma mesa de sinuca. Dali saiu o convite de Adria-no ao amigo Estevão. A ideia era a de criar uma empresa de hosting, para profissionalizar o atendimento a cerca de 80 clientes que Adriano tinha em sua empresa de criação de sites.

“Uma coisa sabíamos: não podí-amos errar. Não havia dinheiro para esbanjar”, afirma Adriano. A possibili-dade de um fracasso sequer foi levada em consideração.

Oportunidade à frente

A decisão, tomada no final de 2007, vislumbrava uma grande opor-tunidade na internet: oferecer ser-viços voltados de uma forma ágil e extremamente simples, aproveitando um vácuo deixado pelas empresas de grande porte, que não conseguiam dar um atendimento mais dedicado às necessidades locais, principalmen-te entre as empresas de pequeno e médio porte.

Outro fator que facilitou a socie-dade foi a complementaridade entre

“O cliente é o nosso principal parceiro e quem vai acabar vendendo a marca JoinVix.”Adriano Reinert e Estevão Goularte, sócios da JoinVix

Em média, 40 clientes são incorporados por mês à carteira da JoinVix

1999Primeiro emprego de Estevão e Adriano na área de tecnologia da informação: trabalham em um dos sites regionais mais acessados.

2001Estevão e Adriano passam a trabalhar em outras empresas e se dedicam a negócios próprios.

2008Reunem-se para fundar a JoinVix.

2012Fatura o primeiro milhão de reais2013Passa dos 1.400 clientes.

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os dois empreendedores. A experiên-cia de Estevão como técnico bancário o credenciou para cuidar da adminis-tração da empresa. Adriano se dedi-ca ao gerenciamento dos servidores, segurança da informação e aprimora-mento de produtos e serviços.

O grande sonho no começo era o de conquistar pelo menos um cliente ao dia. A meta foi alcançada há tem-po. São conquistados, em média, 40 clientes por mês. Atualmente, são 1.440, formados principalmente por pequenas e médias empresas. Outro objetivo realizado foi o de chegar ao faturamento de R$ 1 milhão. Ele foi alcançado em 2012.

A equipe é pequena. São só dez pessoas. O segredo, segundo Adriano e Estevão, é não deixar as coisas que podem ser feitas hoje para amanhã e investir na gestão de processos e auto-matização de tarefas.

A JonVix tem uma obsessão com o

tempo. Só assim, segundo os empre-endedores, é possível pensar estrate-gicamente a empresa. “Temos de tra-balhar para não termos o que fazer”, afirma Adriano.

Outro importante cuidado com a empresa está nas mãos de Estevão: a gestão financeira. Os preceitos a se-rem seguidos são sempre ser lucrativa e não pedir emprestado dinheiro das instituições financeiras. “É preciso dar passos pequenos para construir uma empresa sólida.”

É seguindo este caminho que a JoinVix, instalada no Boa Vista, pre-tende expandir sua abrangência. Uma das medidas tomadas para se aproximar de potenciais clientes foi ter telefones locais em algumas das principais capitais e regiões metropoli-tanas, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre, Campo Grande e Salva-dor. Uma linha 0800 atende às demais localidades.

O grande desafio é, com o cresci-mento contínuo, não se tornar uma empresa zumbi, ou seja, distanciar-se do cliente. “É ele o nosso principal par-ceiro e quem vai acabar vendendo a marca JoinVix”, dizem Adriano Reinert e Estevão Goularte.

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5 milÉ a quantidade de contas de e-mail gerenciadas pela JoinVix.

600 milÉ a quantidade de e-mails por mês enviados pelos clientes da Joinvix a partir dos servidores da empresa.

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Cidade da Dança. Cidade das Flores. Manchester Catarinense. Várias são as denominações dadas a Joinville. E, porque não considerá--la como a cidade do futebol, já que o JEC é uma grande paixão? A maior prova disto são os milhares de tor-cedores que lotam a Arena Joinville a cada jogo.

Não foi difícil para o JEC tornar--se uma referência absoluta para o joinvilense. Os primeiros resulta-dos mostraram isso: o campeonato conquistado logo no primeiro ano de atuação e o inédito octocam-peonato catarinense, entre 1978 e 1985, uma marca que nem sequer chegou a ser ameaçada. O clube já nasceu movimentando a cidade.

Outro fator que contribuiu para que o clube resultante da fusão dos departamentos de futebol dos tradicionais América e Caixas se po-pularizasse, quase que instantane-amente, foi o fato de ser uma das opções de lazer mais acessíveis em uma época em que elas eram mais restritas. No ano em que o JEC foi

fundado, em 1976, Joinville tinha 191 mil habitantes, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A população cresceu quase três vezes desde então. A atividade eco-nômica se expandiu mais de quatro vezes e meia. E a relação entre a ci-dade e o clube de futebol se inten-sificou mais ainda.

O impulso dado pela ascensão nas divisões do futebol brasileiro vem contribuindo para reforçar a marca do clube. Em 2010, subiu da série D para a C. No ano seguinte, foi campeão da C, subindo para a B, onde se encontra atualmente. Hoje, possui mais de 10 mil sócios.

É um público fiel. Nenhuma partida jogada pelo JEC está entre as dez com maior público pagan-te na edição deste ano da Série B. Contudo, o clube catarinense é o que tem a quarta maior média, perdendo apenas para Palmeiras, Sport e Ceará. São 8.732 pessoas que compraram ingressos para ver o tricolor jogar em casa. E é

o segundo no ranking da taxa de ocupação do estádio em que joga, ao longo de 30 rodadas: 41%. À frente, apenas outro catarinense, a Chapecoense.

JEC: Uma grande paixão em três letrasCom 37 anos e uma torcida fanática, uma das tradições joinvilenses tem um dos maiores públicos pagantes na Série B

1976Nasce a partir da fusão dos departamentos de futebol do América e do Caxias. Foi com essa parceria, entre dois tradicionais adversários do futebol local, que começou a história do JEC.

AtividadeClube de futebol

1977-86Disputou a Série A do Campeonato Brasileiro por 10 anos consecutivos. A melhor colocação foi em 1985, quando ficou em 8º, sendo eliminado pelo Coritiba, campeão daquele ano.

www.jec.com.br

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Jogos do JEC atraem milhares de pessoas à Arena

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8.732É a média de público pagante nos jogos em que o JEC disputa na Arena Joinville pela série B. É o quarto melhor desempenho entre as equipes.

1978-1985Conquista um inédito e até hoje insuperável octacampeonato catarinense.

1986Dez anos após a fusão, o JEC já havia acumulado tantos títulos quanto América, Caixas e Operário em 65 de história.

2010Joga na Série D e garante a vaga para a Série C.

2011Primeiro título nacional do JEC. Conquista o campeonato e sobe para a Série B depois de oito anos de ausência.

41%É a taxa média de ocupação da Arena Joinville no campeonato da Série B. É o segundo melhor desempenho entre as equipes.

Page 120: Nossas empresas grandes historias

A indústria automobilística bra-sileira está entrando em um novo ciclo de investimentos. A partir do novo regime automotivo – o Inovar Auto –, focado no desenvolvimento de veículos mais inovadores, segu-ros e sustentáveis – devem ser apli-cados mais de R$ 7,3 bilhões nos próximos anos. Uma parcela deles está sendo direcionada para o Nor-te do Estado: a montadora alemã BMW vai aplicar R$ 500 milhões em Araquari, na implantação da primei-

ra unidade da América Latina.A ArcelorMittal Vega vê grandes

oportunidades de expansão com o novo ciclo de investimentos na in-dústria automobilística brasileira. A laminadora de aço – que tem uma ca-pacidade para processar 1,4 milhão de toneladas ao ano e recebeu mais de US$ 500 milhões de investimentos desde a sua instalação, há dez anos – é uma das principais fornecedoras do segmento automotivo. 65% da produção na unidade francisquense

são direcionados para esta área. Um em cada quatro carros produzidos no Brasil recebe o aço catarinense.

“O Brasil vive um momento mui-to mais promissor do que a Europa e vem se configurando como um dos grandes players automotivos, já sen-do o quarto mercado mundial”, afir-ma o gerente geral da ArcelorMittal Vega, Fernando Teixeira.

Segundo a Anfavea (Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores), entre 2009 e 2012, o licenciamento de veículos novos cresceu a um ritmo anual de 6,57%. Nos três maiores mercados euro-peus – Alemanha, França e Grã-Bre-tanha – , houve um encolhimento médio anual de 3,54%.

Ciclo de oportunidadesNovos investimentos das montadoras criam mais expectativas de negócios para a ArcelorMittal Vega, que completou dez anos de atividade em 2013

Além do bom momento do segmento automotivo, Fernando Teixeira, gerente geral da ArcelorMittal Vega, vê grandes chances de negócios a partir dos investimentos em inovação

1999O grupo francês Usinor inicia os estudos de viabilidade técnica e econômica do projeto Vega.

AtividadeProdução de laminados planos de aço ao carbono.

1.200Funcionários no Condomínio Vega.

2000Lançamento oficial do projeto Vega do Sul.

www.arcelormittal.com/br/vega

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A sustentação do bom desem-penho do setor automotivo vem gerando bons resultados para a Ar-celorMittal Vega. No ano passado, a produção cresceu 5%.

Outro importante pilar para a obtenção desses resultados é o sistema de gestão da qualidade, que é baseado no atendimento a requisitos específicos dos clien-tes e é certificado pelas normas ISO/TS 16949 e NBR ISO 9001. Há também o compromisso com a eficiência ambiental desde o pla-nejamento de investimentos até a distribuição dos produtos.

Inovação

A ArcelorMittal vem focando in-vestimentos no desenvolvimento de novas linhas de produtos para a área automotiva. Nos últimos anos ,foram aplicados mais de US$ 150 milhões em escala mundial na pes-quisa e desenvolvimento do projeto S-in Motion, um conjunto de soluções em aço, que possibilita garantir mais leveza e segurança aos veículos, man-tendo o custo final.

O grupo projeta que, com o uso desses aços especiais, é possível di-minuir o peso do veículo em até 20%. Outra possibilidade, de acordo com os testes realizados nos laboratórios e centros de pesquisa da ArcelorMit-tal, é a redução nas emissões de dió-xido de carbono (CO2). Em média, se-gundo a empresa, pode chegar a 6,2 gramas por quilômetro rodado.

A nova tecnologia já representa de 8% a 10% do volume total de aço

“A vinda de importantes montadoras traz novas oportunidades aos fornecedores de toda a cadeia da indústria automotiva.”Fernando Teixeira, gerente geral da ArcelorMittal Vega

Quase dois terços do aço processado em São Francisco do Sul são direcionadox às montadoras

34%É a participação da ArcelorMittal Vega no mercado brasileiro para aços revestidos e laminados a frio.

2001Início das obras da laminadora de aço Vega do Sul, em São Francisco do Sul. Foram aplicados US$ 420 milhões.

2003Início da produção para atender à demanda das indústrias automobilística e de eletrodomésticos.

2008Início das obras de linha de galvanização. São aplicados US$ 76 milhões para ampliar a capacidade para 1,4 milhão de toneladas ao ano.

2013Completa dez anos de atividade.

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consumido na produção de veículos no Brasil. A previsão é que o volume chegue a 25% em 2025.

No início do ano, foram concluí-dos US$ 10 milhões em investimen-tos, em São Francisco do Sul, na implantação de um sistema de pós--tratamento em uma das linhas de galvanização, o que possibilita que a indústria automobilística tenha mais facilidade na estampagem das peças.

O pós-tratamento está se tornan-do uma tendência entre as montado-ras, principalmente as asiáticas. Vá-rios benefícios foram detectados com a adoção deste processo: a redução no índice de rejeição de peças e o au-mento na produtividade.

Uma oportunidade de negócio

que a ArcelorMittal está enxergando no mercado brasileiro vem da obriga-toriedade da realização do crash test, o teste de colisão realizado para de-terminar a segurança dos ocupantes. Segundo Teixeira, para que os carros brasileiros sejam aprovados vão pre-cisar de aços diferenciados, mais re-sistentes e com mais tecnologia.

A empresa também tem como meta manter o market share entre 34% e 37%. “Nossa capacidade está preparada para atender às deman-das do mercado, crescendo no vo-lume de aço fornecido”, destaca o executivo.

Ação comunitária

Os investimentos da Arcelor-Mittal Vega não se restringem ao parque fabril. Desde o início de sua atuação, há dez anos, a em-presa investe em projetos comuni-tários em São Francisco do Sul. Já foram destinados R$ 15,6 milhões para as áreas de educação, saúde, meio ambiente e cultura.

ANDRÉ KOPSCH/DIVULGAÇÃO

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