normas de segurança e relatorio (1)

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Escola Técnica Estadual de Suzano 1. Introdução ao laboratório químico. 1.1 Introdução A química é a ciência experimental e se ocupa especialmente das transformações das substâncias, de sua composição e das relações entre estrutura e reatividade. Os princípios fundamentais em que a química se apóia são baseados em fator experimentais, razão pela qual o estudante deve dedicar grande parte de seu esforço de aprendizagem a aperfeiçoar-se em métodos de execução do trabalho experimental. Neste curso (TQE- tópicos em química experimental), utilizamos de experimentos simples que são executados pelos alunos durante o seu período de trabalho no laboratório o que os leva a adquirir um conhecimento básico sobre diversos métodos e técnicas experimentais que, posteriormente, serão necessários em outras disciplinas e cursos experimentais relacionadas à química (SICO – orgânica, APFQ – físico-química Bioquímica e analítica. A finalidade principal, porém, é levar o estudante a dar seus primeiros passos no método científico de trabalho experimental, um método baseado em princípios simples de lógica, e que tem se mostrado muito eficiente, resultando no desenvolvimento da ciência que temos atualmente. 1.2 O MÉTODO CIENTÍFICO EM CIÊNCIAS EXPERIMENTAIS Muitas pessoas acreditam que os cientistas são dotados de um misterioso e poderoso método de raciocínio que lhes permite resolver a grande maioria dos problemas. Realmente, os cientistas têm uma maneira peculiar de encarar os problemas, o chamado Método Científico, que

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Page 1: Normas de segurança e relatorio (1)

Escola Técnica Estadual de Suzano

1. Introdução ao laboratório químico.

1.1 Introdução

A química é a ciência experimental e se ocupa especialmente das transformações das

substâncias, de sua composição e das relações entre estrutura e reatividade. Os

princípios fundamentais em que a química se apóia são baseados em fator

experimentais, razão pela qual o estudante deve dedicar grande parte de seu esforço

de aprendizagem a aperfeiçoar-se em métodos de execução do trabalho experimental.

Neste curso (TQE- tópicos em química experimental), utilizamos de experimentos

simples que são executados pelos alunos durante o seu período de trabalho no

laboratório o que os leva a adquirir um conhecimento básico sobre diversos métodos e

técnicas experimentais que, posteriormente, serão necessários em outras disciplinas e

cursos experimentais relacionadas à química (SICO – orgânica, APFQ – físico-química

Bioquímica e analítica.

A finalidade principal, porém, é levar o estudante a dar seus primeiros passos no

método científico de trabalho experimental, um método baseado em princípios

simples de lógica, e que tem se mostrado muito eficiente, resultando no

desenvolvimento da ciência que temos atualmente.

1.2 O MÉTODO CIENTÍFICO EM CIÊNCIAS EXPERIMENTAIS

Muitas pessoas acreditam que os cientistas são dotados de um misterioso e poderoso

método de raciocínio que lhes permite resolver a grande maioria dos problemas.

Realmente, os cientistas têm uma maneira peculiar de encarar os problemas, o

chamado Método Científico, que apresenta algumas características, como a

curiosidade, a imaginação, a capacidade de questionar e interpretar suas observações.

Assim, o conhecimento humano e científico é cumulativo e, embora as primeiras

descobertas tenham sido acidentais, co o tempo passou-se a planejar a observação,

que é feita através de experimentos.

Características de um cientista: Capacidade de questionar as explicações feitas e

aceitas a partir de experimentos e de elaborar experimentos com a finalidade de

investigar novos problemas.

A maneira pela qual um cientista se propõe a resolver um novo problema ou

questionar a validade de um conhecimento anterior é chamada de Método Científico,

que se fundamenta em um esquema básico:

a) Definir o problema e elaborar as questões fundamentais.

b) Realizar experimentos apropriados

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c) Observar cuidadosamente os fatos ocorridos durante a realização dói

experimento.

Muitas vezes, a partir destas observações, criam-se princípios e torna-se possível

estabelecer relações quantitativas que são expressar através de uma lei.

d) Imaginar explicação para as observações, ou seja, elaborar hipóteses.

e) Fazer previsões

f) Testar as previsões através de novas experiências.

g) Fazer novas observações.

h) Quando as observações feitas nas novas experiências confirmarem as previsões,

pode-se elaborar uma teoria.

Nem sempre as experiências confirmam as previsões. Neste caso, devemos

começar tudo de novo, realizando novas experiências, elaborando novas hipóteses

e possíveis previsões.

Podemos, então, concluir que um cientista sempre estará construindo o seu

conhecimento através de um conjunto de acertos e erros, num processo contínuo

e incessante.

2. REGRAS DE SEGURANÇA PARA TRABALHAR E LABORATÓRIO QUÍMICO

2.1. Introdução

Todo e qualquer laboratório de química é um local onde existem objetos, materiais e,

principalmente reagentes potencialmente perigosos. Portanto, todo cuidado é pouco

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para que acidentes aconteçam. Lembre-se de que acidentes não ocorrem por acaso,

são provocados.

A prática da Química, seja ao nível profissional ou de aprendizado, exige que regras de

segurança sejam rigorosamente seguidas para evitar acidentes e prejuízos de ordem

humana ou material. Os acidentes podem ser minimizados ou até mesmo evitados se

tomadas às devidas precauções.

A seguir estão relacionadas algumas regras de segurança que você deverá colocar em

prática para sua segurança e de seus colegas:

1. Use sempre o avental de algodão de mangas compridas, na altura dos joelhos e

fechados;

2. Use calçado fechado de couro ou similar;

3. Não use relógios, pulseiras, anéis ou quaisquer ornamentos durante o trabalho no

laboratório;

4. Não beba e não coma no laboratório;

5. Nunca use material de laboratório para beber ou comer;

6. É proibido fumar no laboratório ou em qualquer outro lugar que possa por em risco a

segurança ou saúde das pessoas;

7. Caminhe com atenção e nunca corra no laboratório;

8. Nunca teste amostras ou reagentes pelo sabor e os odores devem ser verificados com

muito cuidado;

9. Não leve a mão à boca ou aos olhos quando estiver manuseando produtos químicos;

10. Aventais de laboratório, luvas, óculos de proteção ou outras vestimentas não devem

ser usados fora do laboratório;

11. Em caso de acidentes, mantenha a calma e chame o professor ou técnico responsável;

12. Objetos pessoais como bolsas, blusas... Devem ser guardados em armários de

preferência em áreas externas aos laboratórios;

13. Brincadeiras são absolutamente proibidas nos laboratórios;

14. Use a capela sempre que trabalhar com solventes voláteis, tóxicos e reações perigosas,

explosivas ou tóxicas;

15. Se for necessária a inalação de uma substância nunca o faça diretamente colocando o

rosto sobre o recipiente, use as mãos movimentado-as sobre o recipiente para frente e

para trás e aspire vagarosamente.

16. As substâncias inflamáveis devem ser manipuladas em locais distantes de fontes de

aquecimentos;

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17. O uso de pipetadores é requerido em qualquer circunstância ao utilizar pipetas;

18. Lentes de contato não devem ser usadas em laboratórios, pois podem absorver

produtos químicos e causar lesões nos olhos;

19. Óculos protetores de segurança são requeridos durante todo o período de trabalho no

laboratório;

20. Nunca jogue reagente ou resíduo de reações na pia, procure o frasco de descarte;

21. Ao final de cada aula, as vidrarias utilizadas durante o trabalho de laboratório devem

ser esvaziadas nos frascos de descarte e enxaguadas com água antes de serem

enviadas para limpeza;

22. Vidrarias trincadas, lascadas ou quebradas devem ser descartadas e o técnico ou

responsável deve ser avisado;

23. Antes de manipular qualquer reagente deve-se ter conhecimento de suas

características com relação à toxicidade, inflamabilidade e explosividade;

24. Devem-se tomar cuidados especiais quando manipular substâncias com potencial

carcinogênico;

25. Os reagentes e soluções devem ser claramente identificados e as soluções apresentar

data de preparo, validade e o nome do analista que a preparou;

26. Todo acidente com reagentes deve ser limpo imediatamente protegendo-se se

necessário. No caso de ácidos e bases devem ser neutralizados antes da limpeza;

27. Siga corretamente o roteiro de aula (trabalho) e não improvise, pois improvisações

podem causar acidentes, use sempre materiais e equipamentos adequados;

28. Todas as substâncias são tóxicas, dependendo de sua concentração. Nunca confie no

aspecto de uma droga, devem-se conhecer suas propriedades para manipulá-la;

29. Receber visitas apenas fora do laboratório, pois elas não conhecem as normas de

segurança e não estão adequadamente vestidas;

30. Não deixar frascos de reagentes destampados;

31. Não colocar sobre as bancadas de laboratório bolsas, agasalhos ou qualquer material

estranho ao trabalho que estiver realizando;

32. Caso tenha cabelos longos, mantenha-os presos durante a realização dos

experimentos.

33. Nunca aquecer tubo de ensaio, apontando sua extremidade aberta para um colega ou

para si mesmo;

34. Apagar sempre o bico de gás que não estiverem em uso, fechando o registro de

alimentação;

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35. Saber a localização e como utilizar o chuveiro de emergência, extintores de incêndio e

lavadores de olhos;

36. Não jogar vidro quebrado no lixo comum. Deve haver um recipiente específico para

fragmentos de vidro;

37. Nunca tornar a colocar no frasco uma droga retirada em excesso e não usada. Ela pode

ter sido contaminada;

38. Lubrificar tubos de vidro, termômetros etc., antes de inseri-los em rolhas e proteger

sempre as mãos com um pano ou luva de tecido;

39. Caso esteja usando um aparelho pela primeira vez, ler sempre o manual antes;

40. Ao sair do laboratório, verificar se não há torneiras (água ou gás) abertas. Desligar

todos os aparelhos, deixar todo o equipamento limpo e lavar as mãos

2.2. Caderno de anotações e relatório.

Todo trabalho de laboratório envolve no mínimo 3 etapas:

A. Preparação do experimento:

O aluno deverá se inteirar do experimento que será desenvolvido pesquisando na

literatura indicada os conceitos envolvidos, realizando os cálculos necessários,

estudando cada etapa do procedimento experimenta, fazendo a lista do material

necessário, preparando previamente as tabelas (se possível) etc.

B. Desenvolvimento do experimento:

O desenvolvimento do experimento é feito durante o período de alula, seguindo o

roteiro e anotando todos os fatos observados bem como os problemas

encontrados, resultados obtidos etc.

C. Discussão e apresentação dos resultados:

No final do período de laboratório, os alunos devem discutir com seu(s) colega(s)

de grupo os resultados e conclusões bem como construir gráficos, tabelas,

responder às perguntas formuladas, exercícios etc.

Todas as anotações devem ser feitas em um caderno específico para laboratório.

D. Todo aluno deverá desenvolver um relatório com os dados obtidos no

experimento.

Dicas para escrever um Relatório

O principal documento para avaliar a prática de laboratório é o relatório. Um

relatório é um documento técnico que descreve um problema e o estudo realizado

para resolvê-lo. O relatório deve apresentar ao leitor, da melhor maneira possível,

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as informações necessárias (conceitos teóricos envolvidos no assunto) para a

compreensão do problema, os métodos usados e os resultados obtidos.

O relatório deve ser organizado de forma a permitir uma compreensão fácil do

trabalho realizado, admitindo-se que o leitor possui conhecimentos básicos, mas

não conhece o problema estudado. Não esqueça que o relatório reflete a

qualidade do experimento realizado.

A estrutura básica de um relatório deve conter os seguintes itens:

1. Capa

2. Objetivo

3. Introdução

4. Parte experimental (materiais, reagentes e procedimento experimental)

5. Resultados e discussão

6. Conclusões

7. Referencias bibliográficas.

Descrição dos tópicos

1. Capa

Deve conter as informações mínimas necessárias para a identificação do

relatório. Exemplo:

a. Nome da Instituição

b. Título

c. Identificação do aluno

d. Identificação da Disciplina e do Professor

e. Data.

2. Objetivo

Eventualmente é apresentado após a introdução

Não deve ser confundido com o tópico “Título”.

Diferença entre Objetivo e Título

Título

Designação que indica o assunto a ser tratado no relatório.

Deve ser resumido

Escola Técnica Estadual de SuzanoExperimento nº ?

Título (Fonte 16 Negrito)

Aluno Disciplina Professor

Suzano, SP2011

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Exemplo: “ A influencia da temperatura sobre a pressão de vapor da acetona”

Objetivo

Descrição concisa do conteúdo do relatório baseada no título (e não

uma transcrição do mesmo)

Exemplo: “Este relatório tem como objetivo estudar a variação da pressão de

vapor da acetona em um equilíbrio líquido-gás, em diferentes temperaturas”.

3. Introdução

Deve trazer o embasamento teórico relacionado ao conteúdo estudado e começar

abordando o assunto de forma mais ampla, dando uma perspectiva geral do

problema em estudo. À medida que for progredindo, a introdução deve ir focando

o assunto específico do experimento, até abordar a área em concreto tratada no

relatório.

4. Parte experimental (materiais, equipamentos, reagentes utilizados);

Deve-se descrever o procedimento que foi efetivamente realizado;

Dever ser escrito na forma verbal impessoal;

Observe o que devem ser apresentados

A marca do reagente e seu grau de pureza

Tipo de água utilizada;

Marca e modelo e resolução dos equipamentos utilizados;

Capacidade dos equipamentos utilizados;

NÃO SÃO APRESENTADOS resultados na parte experimental.

Se for necessário apresentar figuras sobre a montagem do

experimento, estas devem ser citadas no texto e apresentadas

com legenda explicativa na parte inferior da figura.

5. Resultados e discussão

Esta é aparte mais importante do relatório!!

Neste tópico, os valores numéricos e os resultados obtidos devem ser

apresentados fazendo-se o uso de objetos como tabelas, (incluindo

gráficos) e equações.

Para a descrição de cada objeto (tabela, figura ou equação),

usualmente é seguida a ordem: citação no texto do objeto,

apresentação do objeto com legenda, descrição do que pode ser

observado no objeto e discussão sobre o que pode ser observado com

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alguma teoria, outros objetos, etc. deve-se ter em mente os objetivos

do relatório durante essa discussão.

A seguir, a apresentação de resultados e discussão será exemplificada

principalmente com um conjunto de dados de pressão de vapor de acetona em

função da temperatura (tabela 1)

Exemplo: “.... e os valores de pressão de vapor da acetona obtidos em

diferentes temperaturas estão apresentados na tabela 1”

Tabela 1 – Dados de temperatura (T) e de pressão de vapor de acetona (mmHg), utilizados nos exemplos

Temperatura °C Pressão de Vapor/mmHg5 89

10 11315 14520 18125 22530 28035 34540 42045 50750 61055 723

O objeto deve ser previamente citado no texto e apresentado com

legenda explicativa em posição adequada.

Se for tabela, na parte superior e se for figura, na parte inferior.

6. Conclusões

A conclusão é apenas um resumo do que foi discutido nos resultados e discussão.

Usualmente é formada por um ou dois parágrafo dependendo do volume do

material no item anterior.

Exemplo: “Foi observado um aumento monótono não linear da pressão de vapor

da acetona de 89,1 a 723 mmHg com variação de temperatura de 5 a 50 °C que

poder explicado......”

7. Referencias bibliográficas

As referencias bibliográficas normalmente seguem as normas da ABNT

As referencias citadas no texto devem ser numeradas em ordem

alfabética.

No caso de Livro – Numeração/nome dos autores/título do livro/nome da

editora/ Local da edição/país da edição/ ano da edição

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Exemplo: [1] Costa, J. (1995). Caracterização e constituição do Solo. 5ª edição,

Fundação Calouste Gulbenkian. Lisboa.