no ponto

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Suplemento produzido para a disciplina de Jornalismo Impresso II, 2012, do curso de Jornalismo da Unesp, câmpus Bauru, sob a orientação do Prof. Dr. Angelo Sottovia Aranha

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Menu Sugestão doChef

A curiosidade pelo novo é uma característica in-trínseca ao ser humano. Assim, consumir notí-cias acerca de fatos que acontecem a sua volta e

no mundo torna-se um comportamento corriqueiro e faz com que a necessidade de conhecimento se estenda para novos temas ou temas já presentes em seu coti-diano. Por essa razão, acreditamos ser a gastronomia um tema que atende essas novas necessidades de con-tato, convidando você, caro leitor, a adentrar a cozinha com um novo olhar. Mas não um olhar qualquer, e sim aquele olharzinho de expert, ou seja, no ponto.

No mundo da gastronomia, a expressão “no ponto” pode adquirir vários significados, sendo um deles o es-tágio final e harmonioso do preparo de um prato. Ten-do em vista o processo de produção deste suplemento e todos os detalhes aos quais nos atentamos para que pudéssemos proporcionar a você, leitor, não apenas conhecimento sobre receitas, mas também contar a relação histórico-cultural delas, julgamos mais que pertinente a expressão “no ponto” para resumir esse cuidadoso trabalho.

Na seção Prato Principal, você irá encontrar uma entrevista com Clodomiro Tavares, que fala um pouco a respeito de sua carreira como chef de um dos mais renomados resorts do Brasil, o Catussaba. Em Cena você vai conhecer alguns longas que têm envolvida em sua trama a gastronomia e, para ajudá-lo a selecionar um bom restaurante na cidade de Bauru – foco da pu-blicação –, preparamos a seção Cardápio, na qual você encontrará ótimas opções de restaurantes e doce-rias com culinárias de diferentes culturas.

Agora, esperamos que você aproveite e faça uma boa leitura, desbravando o curioso e delicioso universo da gastronomia presente no ponto para você.

Bom apetite,

Equipe no ponto •

ReitorJulio Cezar Durigan

Diretor da FAACRoberto Deganutti

Chefe do Departamento de Comunicação SocialAngelo Sottovia Aranha

Coordenador do Curso de JornalismoJuarez Tadeu de Paula Xavier

Professores OrientadoresAngelo Sottovia AranhaTássia Zanini

EndereçoDepartamento de Comunicação SocialAv. Eng. Luiz Edmundo Carrijo Coube, 14-01Vargem Limpa, Bauru/SP

Telefone(14) 3103 6000Ramal 6066

Suplemento produzido pelas alunas do 4º termo do Curso de Comunicação Social - Jornalismo do período diurno da UNESP.

Equipe no ponto •Gabriela PassyIsis RangelJéssica FonsecaJéssica SantosMaria Eduarda AmorimMaria TebetMariana TavaresMayara AbreuVanessa Souza

Expediente

Capa:Lombo assado ao molho madeira

Foto: Jéssica Fonseca

Arte:Maria Tebet

Sugestão do ChefEditorial ................................................. 02

O sensível universo da gastronomia ... 03

Prato PrincipalEntrevista: Clodomiro Tavares ............ 04

Enfim, vivam as sutilezas .................... 05

CardápioSeleção de restaurantes ......................... 06

A economia dos sabores ........................ 08

Em CenaCinema e TV ........................................... 09

Quem tem boca, vai a Roma ............. 10

Sozinho na cozinha ............................ 11

A marmita fina de cada dia .......... 11

Mestre-CucaReceita e Serviço .................................. 12

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Um dos prazeres dos homens se encontra na boa comida. Como

é bom estar acompanhado de pessoas queridas numa mesa com uma variedade de pra-tos apetitosos ou, até mesmo, daquele prato único feito pela mamma. Comer bem não é apenas uma necessidade fi-siológica, mas também uma espécie de ritual, um culto que envolve as pessoas e as coloca diante de todos os sentidos: o tato (ao preparar uma massa de pão); a audição (ao escutar aquele barulhinho de bife na frigideira); a visão (ao contem-plar a decoração de um bolo); o olfato (ao sentir aquele chei-rinho de frango assado com batatas). E, por fim, talvez o ápice dos sentidos já na mesa, o paladar (ao degustar aque-le pedaço de torta de moran-go). Dá até água na boca só de imaginar, mas a comida tem esse efeito mesmo. Ela mexe com as nossas sensações e, por isso, podemos considerá-la um rito, qualquer coisa de transcendental. Ela é oriun-da das insígnias temporais, da cultura de um povo, dos produtos de uma região. Ela é um todo de cada um pouco, que se mistura e se reinventa.

Talvez seja nessa busca mística de aflorar as sensações que, cada vez mais, as pessoas estejam se interessando pela gastronomia, cuja definição gastro, do grego antigo, quer dizer estômago e nomia, co-nhecimento. A Gastronomia é a arte que engloba a culinária, na preparação dos alimentos e das bebidas que os acom-panham. Semelhantemente a uma obra de arte que é con-templada nos museus e gale-rias, as receitas tendem a ser degustadas nas mesas dos res-taurantes e confeitarias. Não basta comer, é preciso saber apreciar. Para o grande gastrô-nomo do século XVIII, Jean-

Anthelme Brillat-Savarin, “os animais pastam, os homem comem, mas apenas o ho-mem de espírito sabe comer”.

Não é à toa que a gastrono-mia encantou e encanta quem quer que seja. Mas, de acordo com o professor de gastrono-mia da Universidade do Sa-grado Coração (USC) de Bau-ru, Raul Uribe, vale lembrar que há uma diferença entre os termos culinária e gastro-nomia. Para ele, a culinária se restringe apenas à preparação dos alimentos, enquanto a gastronomia é uma ciência que estu-da não só o pre-paro do ponto de vista da culinária, mas tam-bém pelo ponto de vista eco-nômico, sociocul-tural, his-tórico e folclórico.

De qual-quer modo, ninguém duvi-da que culinária e gastronomia estão intrincadas numa re-lação em que uma não é nada sem a outra. A história dessa ciência, portanto, se dá desde os primórdios da humanidade. Mas sua ascensão ao patamar de arte ocorreu mais especi-ficamente na França, quando o rei Henrique II (1519-1559) se casou com a princesa italia-na Catarina de Médici (1519-1589). Considerada a “rainha das panelas” ou “madrinha da gastronomia francesa”, Ca-tarina ensinou aos franceses como introduzir em sua culi-nária iguarias desconhecidas no país e técnicas de preparo dos alimentos, além do manu-seio dos talheres e louças. Daí em diante os esforços dos che-

fes franceses foram determi-nantes para que o país se des-tacasse por sua gastronomia, não apenas na preparação dos pratos, mas também em sua crítica. É o caso do cozinhei-ro Grimod de la Reynière que, em seu jornal Almanach des gourmands, foi o pioneiro na inserção da crítica gastronô-mica como gênero jornalístico.

Apesar do destaque fran-cês na culinária mundial, culinárias de outros cantos do mundo também contribuí-

ram muito com suas técnicas de preparação e seus

temperos. É o caso das tradi-

cionalíssimas cozinhas ita-

liana, asiá-tica, árabe, mexicana e, atual-m e n t e , a espa-nhola. A gastrono-

mia ibé-rica goza

de um reco-nhecimento

internacional de grande desta-

que, seja pela cozi-nha de alta qualida-

de, seja pela sua criatividade que revoluciona os padrões da buona tavola. É o caso do restaurante Bulli, do es-panhol Ferrán Adriá, que foi eleito por mais de cinco vezes como o melhor restaurante do mundo pela prestigiosa re-vista Restaurant Magazine. E quem não fica muito atrás é o chefe e D.J. brasileiro, Alex Atala. Só neste ano, o seu res-taurante, D.O.M, que fica na capital paulista, foi conside-rado o quarto melhor restau-rante do mundo e o primeiro de toda a América Latina, de acordo com a lista “World’s 50 Best Restaurants” de 2012.

Isso mostra o quanto os

homens estão hábeis na co-zinha, não somente as dos grandes restaurantes e hotéis, mas, inevitavelmente, a sin-gela cozinha do lar. Embora, hoje não seja possível disso-ciar totalmente a figura da mulher da culinária caseira, o homem, gradativamente, vem se impondo e ganhando mais espaço. Seja por fatores so-ciais, econômicos ou culturais eles estão, cada vez mais, bus-cando sua hegemonia, quando o assunto é comida em casa. É o caso do aposentado Marcos Muraro, de 58 anos. Seja no al-moço ou no jantar, ele é quem orquestra as panelas, o que, segundo ele, é uma terapia válida para todos os gêneros.

E para romper todos os li-mites e preconceitos quanto às feitiçarias lançadas no espaço mais afamado da casa, os mini-chefes vêm ganhando desta-que. Programas de televisão como Junior Masterchef Aus-trália dão um panorama de que pouca idade não é significado de gororoba, mas sim, de um cozinheirinho de mãos cheias!

Ainda assim, há quem possa pensar que a gastronomia seja exclusiva das elites sociais, no entanto, não há arte mais democrática do que essa. Seja numa grande ou pequena cozi-nha, seja numa oca, seja num iglu, seja numa tribo, seja nas panelas de barro da Dona Joa-quina, seja nas panelas de aço inoxidável do D.O.M, seja em casa com o Seu Muraro, seja num bistrô imaginativamente de Brillat-Severin, ou até mes-mo na padaria do Seu Manuel, a gastronomia estará presente em todos os lugares, em to-das as culturas, contando suas história. E não importa quem está usando um chapéu na cabeça. Certamente, o exalar dos aromas, o retinir dos ta-lheres, o arder dos olhos, o to-que dos dedos deixarão qual-quer um com água na boca.

O sensível universo da gastronomiaSidonie Gabrielle Colette, escritora francesa, dizia que “Se não sois

capaz de um pouco de feitiçaria, não vale a pena meter-vos a cozinheiro”

Jéssica Fonseca

Catarina de Médici

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Prato Principal

Experiência, talento e pres-tígio. Com essas palavras podemos resumir um pou-

co da história do nosso entrevis-tado, o Chef Clodomiro Tavares. Há 17 anos atuando na gastrono-mia profi ssionalmente, o Chef do Catussaba Resort já é referência na gastronomia de Salvador (BA).

Seu interesse pela culinária surgiu quando ainda era crian-ça. Um livro chamado “O Mundo da Criança” apresentava diver-sas receitas fáceis que pudessem ser executadas por crianças. E foi assim que começou a ar-riscar suas primeiras receitas com bolinhos que ele prepara-va para seus irmãos e amigos.

Atrelado a isso, o chef também comentou que uma inspiração para atuar na área da gastronomia foi sua avó Dona Maria Jo-ana, cozinheira que pre-parava doces no Buffet Santa Cruz, na cidade de Mogi Mirim, interior de São Paulo. Desde peque-no, fi cava junto a sua avó acompanhando a prepa-ração das comidas feitas por ela.

A pesca-ria, um dos hobbies de Clodomiro, t a m b é m i n f l u e n -ciou na escolha de sua pro-fi ssão. Em v i a g e n s feitas com amigos, co-mentou que c o z i n h a v a para todos e es-sas experiências só ajudaram a aumentar o gos-to pela carreira.

Formado em Direito, Clodomiro largou o emprego no banco para estudar e fazer cursos relacionados à área gastronô-mica. Aprendeu novas receitas e adquiriu conhecimentos téc-nicos e específi cos da profi ssão.

novas oPorTunidades

Clodomiro percebe uma mu-dança no acesso e curiosidade dos brasileiros pela culinária, já que a ênfase dada pela mí-dia e pela população tem au-mentado o interesse pela área.

A prova disso é o crescente au-mento de cursos e faculdades especializadas em gastronomia.

A questão social também foi comentada durante a entrevista. Ele considera que a gastronomia pode ser uma “linha de escape” para que jovens sejam retirados das ruas. Recentemente, o chef realizou uma palestra para jovens de uma comunidade carente, com o objetivo de mostrar a eles uma oportunidade de profi ssão num mercado que tem difi culda-de para encontrar profi ssionais competentes. E os resultados tem sido positivos, o aumento do interesse pela gastronomia

tem se tornado evidente.Indagado sobre o

défi cit de funcioná-rios no mercado e a relação de neces-sidade de profi ssio-nais especializados no setor, para que Salvador, especifi ca-mente, possa receber os turistas para a Copa do Mundo de 2014, Clodomiro diz que o

mercado é carente de profi ssionais

capacitados, não só por conta dos próximos e v e n t o s s e d i a -dos no B r a s i l .

P o r sua vez, os in-

centivos feitos pelo

governo com a implantação de cursos gra-

tuitos disponí-veis nas escola técnicas são uma opção para que todos pos-

sam trabalhar em setores relaciona-

dos à gastronomia e ao turismo. E reforça a ideia de que precisamos de pessoas com conhecimento na área não só para a Copa, mas para o turismo, de modo geral.

no calor do FoGão

Sobre sua rotina, comenta que o trabalho árduo e corrido faz com que ele acabe dedicando muito tempo ao hotel, que mantém a sua cozinha ativa o dia inteiro.

Sobre a função de um chef de

cozinha, diz que além de saber cozinhar é preciso saber admi-nistrar os ingredientes e funcio-nários. A cozinha profi ssional, por ser bem subdivida, requer, pelo menos, o mínimo de conhe-cimento sobre a função de cada um. E, a partir daí, selecionar, dar treinamento e orientação aos funcionários. Após esse primeiro processo é que se inicia a elabo-ração da cardápios e de fi cha téc-nica de cada prato. Essas infor-mações auxiliam a equipe – dos cozinheiros aos garçons –, para que todos conheçam os pratos. Essas são todas as obrigações de um chef, que mudam de acordo com a especialidade do local. Há variáveis de um lugar para o ou-tro. No caso do resort, Clodomiro coordena 40 cozinheiros, dividi-dos em três turnos. No total, são 60 funcionários em sua equipe.

Uma de nossas curiosidades era saber o que o chef Clodomi-ro levava em consideração para montar o cardápio e se ele esco-lhia mais pratos típicos da cul-tura brasileira ou se apresentava comidas peculiares de cada país.

Sobre isso, ele comentou que toma muito cuidado na esco-lha dos pratos a serem servidos. Primeiramente, o fato de Salva-dor ser uma importante cidade turística, determina a inclusão de pratos característicos da culi-nária baiana, como o acarajé, a moqueca, o abará; são pratos requisitados pelos visitantes. Entretanto, agregado a isso, a diversidade grande de turistas é um fator importante para recep-cioná-los e, por isso, Clodomi-ro, também opta por apresentar pratos típicos de alguns países,

como uma forma de homena-geá-los e deixá-los confortáveis ao comerem comidas do conhe-cimento deles. O importante é montar um cardápio equilibrado com um pouco da culinária brasi-leira, baiana, portuguesa, árabe, italiana, japonesa, entre outras.

arTe e PesQuisa

Clodomiro comenta que já es-teve em Bauru há muitos anos e que, pelo que sabe do crescimen-to da cidade, por ser um polo re-gional é um lugar provável para o desenvolvimento da alta gastro-nomia, como ocorre nas grandes cidades. Como Bauru é uma cida-de que atrai muitos estudantes e empresários, isso possibilita a va-riação de opções gastronômicas.

Ao fi nal da entrevista, o chef Clodomiro Tavares – que coor-dena atualmente os três hotéis da rede Catussaba, de Salvador –ressalta que a profi ssão de chef de cozinha requer constante apren-dizado, conhecimento de novos pratos e muita paixão pela gas-tronomia. Para ele, cozinhar é um prazer sem preço. Ver no rosto das pessoas a felicidade e satisfação que elas têm ao degustar aquele prato que você preparou é algo fantástico, e esse reconhecimento vale mais do que qualquer coisa.

Mariana Tavares

A ar�e de ser chef: no fogão e na administração

Thia

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O Chef Clodomiro Tavares e um de seus pratos

Risoto de lambreta pupunha em cachaça compimenta rosa preparado pelo Chef Clodomiro

Thia

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Curiosidade: o chef, que também dá aulas de culinária asiática no Senac, ressalta que ela não se resume à cozi-nha do Japão, China e Tailân-dia. A disciplina inclui comi-das típicas da Índia, Rússia, Turquia e Síria, entre outras.

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A delicadeza da Chocolataria fina e Confeitariaartística ganha destaque no cenário gastronômico brasileiro

Maria TebeT

Depois de absorver a gordura adicio-nando substâncias à base de amido, a manteiga de cacau não flutuava

mais na superfície. Com a criação da prensa hidráulica, a manteiga e a massa de cacau puderam ser enfim separadas, dando um sa-bor mais leve e cor forte à ex-bebida. Agora comestível, essa mistura final – manteiga de cacau, açúcar, mais semente de cacau moída – poderia facilmente ser moldada, atribuin-do versatilidade àquela textura pastosa, como também um importante significa-do: apaixonar pessoas ao redor do mundo.

Uma vez confeito, o chocolate, antes produzido de forma artesanal, ganhou maior popularidade e foi logo introduzido ao mundo industrial, o que garantiu seu espaço exclusivo no ramo da confeitaria.

Hoje, aos poucos, essa situação começa a se inverter. A forma artesanal do chocolate parece atingir cada dia mais amantes e se-guidores e, a confeitaria artística, um vanta-joso e rentável negócio. Essa força no mer-cado pode ser explicada por fatores como qualidade, inovação, paladar diferenciado pela sutileza e o potencial de personaliza-ção que estas artes oferecem ao comprador. A flexibilidade do chocolate aliada ao leque de ingredientes refinados e à possibilidade decorativa fazem dessas atividades ótimas opções de presente e artigos de festa, por exemplo, pela facilidade do cliente em dire-cionar o tema escolhido e de traçar o perfil desejado do produto. Seguindo a premissa de que todo o alimento come-se, primeiro, com os olhos, não fica difícil entender o po-der atrativo que essas artes culinárias exer-cem nas emoções e percepções humanas.

criaTividade eM alTa

No Brasil, um dos maiores países pro-dutores de cacau, a fama do chocolate e a identificação na arte de confeitaria fazem movimentar o mercado gastronômico. Na linha gourmet, o país caminha bem e deve ter um bom futuro no que tange ao mer-cado de confeitaria e chocolataria fina.

Criada em 2009, a ArtCake, atuante em Atibaia (60km de São Paulo) e represen-tante da linha gourmet, comercializa aces-sórios gastronômicos com foco na confei-taria artística e na chocolataria fina. Flávia Gomes da Conceição, diretora da empresa, diz que os profissionais da área buscam cada vez mais opções para a criação de seus trabalhos sem deixar de exigir qua-

lidade e design. Em relação aos produtos nacionais, ela complementa que a concor-rência entre os fabricantes e distribuidores do segmento no Brasil também é grande.

A ArtCake atua também no exterior, prin-cipalmente em parcerias com empresas eu-ropeias. O desenvolvimento e a variedade de acessórios lá fora são maiores, assim como a rotatividade: “A vida útil do novo e exclusi-vo é muito curta e, infelizmente, quando fa-lamos de produtos importados esbarramos em preço, o que inibe um pouco o consu-mo, diminuindo a concorrência”, diz Flávia.

Na Páscoa, o crescimento gira em tor-no de 15% e no Natal o aumento das ven-das também é significativo. O portfólio da linha de acessórios mantém-se variado du-rante o ano todo, garantindo as vendas e o acesso à variedade de produtos interna-cionais para os profissionais de todo país.

GuloseiMa reFinada

Já em pequenas e médias cidades, a con-feitaria e chocolataria artística são ativida-des bastantes ausentes e ainda restritas. Na cidade de Bauru, por exemplo, poucos são os lugares especializados em chocola-tes. É dedicando-se ao valor artesanal que a arte da chocolataria possibilita que Tetê Sá trabalha em seu ateliê, há um ano e meio. Com o crescimento econômico de uma par-cela da população, o mercado melhorou muito. “Antes não seria possível a venda de doces, as pessoas costumavam comer em casa, não tinham o hábito de sair”, diz a chocolatier, formada em gastronomia pelo Senac. A área de confeitaria em Bau-

ru está em defasagem, ela concorda, e ago-ra, resta esperar que a área se desenvolva.

Por não ser proprietária de um estabele-cimento comercial, Tetê sente certa resis-tência dos bauruenses por seus produtos serem mais caros e selecionados, e supõe que talvez tivesse maior venda se traba-lhasse em sua própria loja, principalmente em datas importantes como Páscoa e Na-tal. Sua clientela é composta por pessoas de poder aquisitivo maior. Mesmo tendo uma margem de lucro pequena e o preço restrito, Tetê prefere não ser uma empre-sária e sim uma artesã do chocolate que o modela e personaliza, ajudando a desenvol-ver o setor de chocolataria fina na cidade.

Na área de confeitaria artística, o traba-lho de Deborah Franciscato é um diferen-cial: ela aposta no sabor, personalização e no aspecto lúdico que sua arte instiga. For-mada em Nutrição, fez da gastronomia sua especialização, e dos cupcakes, tanto sua paixão quanto negócio. Recém-chegada da França, sua proposta para Bauru é adaptar parte do conhecimento gastronômico fran-cês à cultura gastronômica brasileira. Mes-mo um pouco receosa quanto à aceitação bauruense, Deborah defende a importância da qualidade dos ingredientes e equipamen-tos, e acredita que esse aspecto reflete dire-tamente na apreciação do produto e tam-bém em seu alto preço. A patissier busca trazer para a cidade o paladar refinado e o visual atrativo da confeitaria artística que, apesar do seu valor elevado, vale a pena pa-gar para conhecer e apreciar a arte francesa.

Enfim, vivam as sutilezas

Presentear com chocolates no Natal faz dessa data uma época de vendas tão boa quanto a Páscoa

Mar

ia T

ebet

Mar

ia T

ebet

O valor artesanal e a capacidade de modela-gem na produção dos cupcakes dão variedade

e qualidade estética ao produto final

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• Panquecaria Divinità ..................................................................................................................... Isis Rangel(Sexta à noite para solteiros é quase o mesmo que “procura-se um lugar para comer fora” - seguindo essa regra, fui comer na

Panquecaria Divinitá, no bairro Camélias. A casa estava cheia, como sempre acontece nos fi nais de semana, mas não demorou para eu ser atendida. Entre as mais de 30 opções de panquecas e pastéis, escolhi saborear a panqueca de camarão. Além dos sabores, o cliente tem o direito de escolher o molho de acompanhamento: vermelho, branco ou rosê.

Depois de uns 30 minutos de espera (as panquecas sempre demoram mais para sair do que os pastéis), chegou meu pedido. Realmente recheada de camarões e combinada com o molho vermelho, não poderia fi car mais feliz com a minha escolha. Saboreei cada pedaço como se fosse o último e, como o tamanho da panqueca é considerável, me alimentei divinamente naquela sexta à noite.

A Divinitá também oferece beirutes e lasanhas. Para sobremesa, há a opção de panquecas e pastéis doces. Os preços do carro-chefe da casa variam de R$10,00 a R$18,00 – paguei R$15,00 na panqueca e R$3,00 num refrigerante de 290 ml. Dezoito reais gastos sem arrependimentos por seguir o mantra dos solteiros.)

Cardápio

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Já sabe onde comer? Quer fazer uma refeição em algum lugar diferente? Ou o que falta é uma sobremesa para alegrar seu dia? Veja no nosso menu uma seleção de restaurantes e docerias da cidade de Bauru.

• Empório Árabe ......................................................................................................... Maria Eduarda Amorim(Sexta-feira, calor bauruense, fome e vontade de comer alguma coisa diferente. Entre as várias opções de restaurantes temá-

ticos em Bauru, escolhi o Empório Árabe que, como o próprio nome sugere, serve a típica comida do Oriente.Sou descendente de sírios, então a escolha me pareceu perfeita. Chegando lá, me deparei com um lugar bem caseiro: não muito

grande, mas com mesas bem espaçadas, onde almoçavam famílias e jovens. Senti-me em um almoço de Natal na casa da minha avó.O restaurante é self-service por quilo, assim, as opções de pratos são bem variadas. Como entrada havia pães sírios, coalha-

da fresca, tahini (pasta de gergelim), tabule (salada de trigo), quibe cru (massa de trigo e carne crus) e saladas. E, como prato principal, as opções eram abobrinha recheada, carneiro assado, charuto, kafta, quibe assado e frito, esfi has, arroz branco, arroz com macarrãozinho e peixe empanado. Além disso, lá se encontra especiarias e doces árabes, como a raha (uma goma bem doce e mole, com pistache no meio).

Eu quis experimentar um pouco de cada e me aventurei com quibe cru, arroz com macarrãozinho, kafta, esfi has e um pouco da pasta de gergelim. Achei a comida muito boa, com um tempero bem suave, exatamente o que eu estava procurando. Alimentei-me bem e gastei menos de R$15,00 com a refeição e um suco de laranja.

O Empório Árabe funciona de terça a domingo, das 11 às 14:30 horas. As refeições são servidas por R$35,90 o quilo ou à von-tade por R$19,90, nas terças e quartas, e, de quinta a domingo, somente por quilo com a opção do carneiro assado. Com a diver-sidade de pratos, o restaurante é uma opção diferente e gostosa pra fugir do arroz e feijão de todo dia.)

• Boragó Natural Fresh Food ......................................................................................................... Maria Tebet(Em meio a tantas opções gordurosas de comida, são poucas as alternativas que o bauruense encontra se quiser algo mais

saudável, de qualidade e servido em um espaço agradável. Unindo esses três quesitos, o Boragó Natural Fresh Food trouxe há sete meses para a cidade a ideia do Gourmet Natural, moldando tendência e costumes para o bauruense. Não é “comida light”, e sim, uma nova proposta: sucos naturais, sanduíches leves e saladas entram no cardápio de receitas exclusivas e diferenciadas pelo valor nutritivo, preparadas pelo chef Lucas Cerqueira dos Santos.

Com uma decoração descolada e aconchegante, um clima lounge, uma boa localização, aliados fi elmente ao conceito do na-tural, o restaurante conquistou um bom público - a maioria na faixa dos 25 a 40 anos - e atrai principalmente nos domingos à noite, segundas e quartas um ótimo movimento. No almoço, o forte é a salada. De noite, são os sanduíches que saem mais, sendo os mais pedidos o Mogno, Pau-Brasil e o Sucupira, sanduíche de carpaccio, molho de mostarda com alcaparras, parmesão e rú-cula. A versatilidade do cardápio com as saladas e sucos, e sopas gourmet, fazem do restaurante uma boa pedida em qualquer estação. Hoje, uma grande aceitação e maior estabilidade no negócio trazem boas perspectivas: um segundo empreendimento já está sendo erguido e a intenção é abrir novas lojas, ampliando o negócio também na região. )

• Capim Limão ........................................................................................................................... Vanessa Souza(Localizado no centro de Bauru, o restaurante Capim Limão pode ser frequentemente chamado de vegetariano, mas, na ver-

dade, sua especialidade é a “Culinária Natural”. Isso signifi ca que o fato de os ingredientes principais serem de origem vegetal não é a única coisa importante.

Regina Reche, responsável pelo estabelecimento, diz que sua maior preocupação está na procedência do alimento e no modo de preparo deles. Para ela, é importante que os vegetais sejam livres de agrotóxicos, além de serem mantidos e manuseados de uma forma especial para que as perdas nutricionais sejam as menores possíveis.

O restaurante é self-service por quilo e o cardápio é variado e diferente todos os dias. Para não cair na mesmice, Regina man-tém apenas duas coisas fi xas: toda terça faz um prato com frango e, toda quinta, um com peixe. O motivo de ter incluído carne branca no menu foi um pedido dos clientes naturalistas, que normalmente ingerem proteína animal duas vezes por semana (ela, no entanto, é vegetariana desde a década de 1980).

A atenção dada aos clientes vai além: o restaurante vende também pães integrais e sopas de fabricação própria para aqueles que querem manter uma dieta natural até mesmo fora do horário de funcionamento do Capim Limão. Quem quiser, também pode comprar molhos de pimenta feitos pela equipe da casa.

O restaurante cativa seus clientes pelas receitas criativas e saborosas – um exemplo é a salsicha vegetariana, muito melhor que a normal – , além do ótimo atendimento e preço não muito salgado (com R$10,00 dá para montar um prato reforçado com toda as receitas disponíveis no dia). Na correria da vida urbana, não é mais tão difícil manter uma alimentação saudável num ambiente familiar e agradável.)

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• Tayu ....................................................................................................................................... Jéssica Fonseca(O restaurante Tayu, localizado na Rua José Antônio Braga, 2-77, na Vila Aviação, em Bauru, é uma ótima opção para quem

está a fi m de apreciar uma deliciosa comida chinesa. Com um ambiente aconchegante e decorado com o toque do oriente pelo arquiteto Jurandyr Bueno Filho, o restaurante é especialíssimo na culinária asiática e traz em seu cardápio deliciosas entradas, pratos e sobremesas. Nas entradas, pode-se apreciar o tradicional rolinho à primavera, acompanhado de molho agridoce, e as levíssimas gyozas, uma espécie de pastelzinho cozido recheado com carne moída e legumes.

Dentre os pratos oferecidos, o frango xadrez com castanhas de caju é uma ótima pedida. Além de ter um toque abrasileirado, ainda serve duas pessoas fartamente. O yakissoba de carne e frango também é um dos pratos tradicionalíssimos do restaurante, mas para quem não está muito a fi m das tradições ou não aprecia as iguarias chinesas, o restaurante serve também outros pratos como Filé à Parmegiana, Abadejo com Catupiry na telha, Salmão com alcaparras e outros pratos da cozinha brasileira.)

• Doceria Renata ......................................................................................................................... Gabriela Passy(Uma parede de pedra, no centro da cidade, no fi m da ladeira. Uma porta de vidro, espaço pequeno e apenas quatro mesas.

Lá está uma das fi liais da Doceria Renata, que surgiu na cidade de Jaú, em 1984. De repente, uma única loja deu origem a outras nove; a equipe, inicialmente composta apenas pelo casal de proprietários, cresceu para um total de 169 funcionários, sendo que pelo menos 30 trabalham na área de produção artesanal.

Na primeira vez que entrei na Doceria Renata, não foi para comer um doce. Acabei cedendo à tentação, já que a doceria é o típico lugar que faz o seu regime começar sempre no dia seguinte. Como sentar para tomar um suco e comer um lanche natural se as bombas, trufas, sorvetes, tortas e bolos piscam em sua direção de dentro da vitrine?

Agora vão as dicas daquela que vos escreve: prefi ra as bombas de chocolate; as que vêm com frutas são perigosas, pois podem ser do dia anterior e estar um pouco murchas. As trufas e carolinas são maravilhosas e, apesar de serem um pouco caros, os lan-ches naturais valem super a pena. Se você quiser um lugar amplo, confortável e sossegado para degustar seu doce, leve-o para sua casa. É sério.)

• Bangkok ................................................................................................................................. Mariana Tavares(Exótico, excêntrico e inusitado, com uma decoração inspirada na Tailândia, Bangkok é um bar e restaurante com uma con-

cepção totalmente diferenciada. Aberto há um ano, o restaurante tem conquistado muitos clientes na cidade. Sua proposta é apresentar pratos à la carte de culinária internacional. Pratos típicos da região da Oceania, México, releituras de lanches norte americanos, como também, mostrar um pouco da gastronomia asiática, da Tailândia, Índia, entre outros países.

A música Lounge ajuda a compor o ambiente aconchegante, colorido e espiritualizado; com velas nas mesas e lustres enfeita-dos, incensos aromatizando o espaço. Além de muitas plantas distribuídas pelo local.

Degustei a Caipirinha Bangkok, uma bebida própria, que inovou a bebida tradicional com hortelã para decorar e modifi car o gosto. Experimentei o lanche Philly Sandwich, uma adaptação com novos ingredientes e um toque agridoce do molho de mostar-da, e também o prato Fried Rice, um arroz típico da culinária asiática. Um prato totalmente diferente de tudo que já comi. Seu aroma delicioso, com temperos e especiarias exóticas tornam o prato uma experiência divertida e gostosa para quem gosta de conhecer um pouco da cultura e gastronomia da Ásia.)

• Doceana ......................................................................................................................................... Isis Rangel (Período da tarde de um dia sem ônibus em Bauru. Tudo o que eu precisava era de um docinho para animar o dia. E encontrei

a animação num pedaço de torta. Em dois, na verdade. Visitei a Doceria Doceana, na rua Rio Branco, e me surpreendi com a variedade de tortas disponíveis.

Entrei, olhei e escolhi um de meus sabores favoritos: morango. Uma torta levinha, não muito doce e bem gostosa. Tinha mais chantilly do que esperava, mas cumpriu seu papel de torta de morango. Meu segundo pedido foi pela curiosidade: pedi uma torta de carolina. Era uma das mais vistosas. E o paladar completou o visual. A massa leve, a cobertura crocante e o recheio doce for-mam uma das tortas mais interessantes que já comi na vida.

O esquema de vendas da Doceana é pedindo no balcão como eu fi z ou por meio de encomenda. Eles também entregam em do-micílio. A torteria também vende bolos e docinhos de festa, além de tortas salgadas e salgados como pastéis, esfi has e empadas. O preço do quilo das tortas e bolos varia entre R$28,00 e R$50,00 – preços um pouco salgado para a maioria das pessoas, mas vale a pena gastar R$6,50 num pedaço de torta, assim como eu, quando o orçamento estiver menos apertado.)

• Sodiê Doces ............................................................................................................................... Mayara Abreu(Sempre fui apaixonada por uma doceria que tinha na rua de trás da minha casa em São Paulo. Quando me mudei para Bau-

ru, fi quei triste porque não teria mais aquela delícia tão perto. Até que, certo dia, a caminho do Skinão, vi aquela maravilha que eu achei que era exclusiva do meu bairro ali, em Bauru. Essa doceria sobre a qual comento é a Sodiê Doces.

A Sodiê tem franquias em cinco estados do Brasil e quase cem lojas só no estado de São Paulo. E eu achando que era exclusivi-dade da minha região...

Chama-se Sodiê Doces, mas é um lugar apenas para bolos. E quantos bolos! São 76 opções de sabores com as combinações mais variadas possíveis. Com chocolate são mais te 30 tipos: com recheios, coberturas e tipos de chocolates diferentes. Tem com massa branca, com frutas e o maior diferencial da doceria: bolos sem açúcar.

O forte da doceria é a encomenda. Mas há a possibilidade de ir até lá e comprar um bolo inteiro ou então pedaços de alguns sabores. Quem escolhe o tamanho do pedaço que vai comer é o cliente e o preço de um pedaço bem servido não passa de R$6,00. Já o preço do bolo inteiro varia com o sabor, mas o quilo está, em média, R$35,00.

Fiz a minha visita e gastei R$8,00 em uma água e num pedaço do bolo mais maravilhoso deste mundo: morango com leite condensado, o mais vendido na maioria das franquias.)

• Serviço: horários de funcionamento, endereços e contatos na página 12.

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Com a economia se expandindo em praticamente todos os setores, o Brasil vem apresentando dados sig-

nificativos de desenvolvimento também na área gastronômica. Nos últimos anos, o brasileiro tem desfrutado do aumento de sua renda salarial e consequentemente da melhoria de sua qualidade de vida. Como resultado desse avanço, os gastos também aumentaram e novos serviços passaram a fa-zer parte do orçamento de algumas famílias.

Dados do IBGE mostram que os gas-tos com alimentação fora do lar tem au-mentado, o que comprova que o brasi-leiro tem predileção por comer bem e conhecer novas culturas por meio da rica gastronomia presente em nosso país.

O negócio gastronômico chega a movi-mentar aproximadamente R$180 bilhões por ano, crescimento de 79% se compara-

do ao de 2006, além de empregar mais de 6 milhões de pessoas. Estimativas da Asso-ciação Nacional de Restaurantes apontam que são mais de 350.000 estabelecimen-tos espalhados pelo país e desde 2004 o

crescimento é de 9,3%. Em 2010, o fatura-mento entre restaurantes, bares e lancho-netes alcançou o patamar de R$73 bilhões.

O avanço econômico da gastronomia é resultado da melhoria da condição de vida do brasileiro e da mudança de hábito da população que, de acordo com o IBGE, já tem 31% do seu orçamento comprometi-do com a alimentação, aumento signifi-cativo se comparado ao de 2002, quan-do alcançava 24%. Para 2014, a previsão é de que esse percentual chegue a 38%.

De acordo com dados da Associação Bra-sileira das Indústrias de Alimentação (Abia), os brasileiros gastaram cerca de R$215 bi-lhões com alimentação fora do lar em 2011, aumento de 18% comparado ao do ano an-terior, quando o gasto atingiu R$183 bi-lhões. Para o ano de 2012, a Associação espera um crescimento próximo dos 12%.

A economia dos saboresO setor da gastronomia é um dos que mais movimenta capital e gera empregos

Jéssica sanTos

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O estudo “Cenários e Tendên-cias para as Micro e Peque-nas Empresas (MPE´s)” rea-

lizado pelo SEBRAE - SP contabiliza no estado 728 mil MPE´s no setor de serviços, desse total 19,4 % são do segmento de alimentação. E o estado paulista segue a tendência nacional de crescimento acelerado do setor de serviços, com 36% das Micro e Peque-nas Empresas concentradas no setor.

Na cidade de Bauru, 26% das Mi-cro e Pequenas Empresas (MPE’s) estão no setor de serviços, com des-taque para os de alojamento e ali-mentação. Paralelamente a isso, o turismo atrai para o município expressiva quantidade de pessoas com compromissos na cidade, além

de ser fator de atração turística também a rica gastronomia que proporciona aos bau-ruenses e visitantes importante contato com diferentes culturas, entre elas a japonesa, mexicana, italiana, chinesa e a tailandesa. O município com mais de 335 mil habitan-tes, 99% na zona urbana, é a oitava maior riqueza do Estado de São Paulo e reúne im-portantes universidades, centros médicos, empresas e por isso se consagra como im-portante pólo tecnológico e industrial, além de sua expressividade no setor de serviços.

A gastronomia é uma das várias áreas da economia que vem registrando importante crescimento na cidade. Com mais dinheiro para consumir bens e serviços, o bauruen-se tem preferido comer bem e conhecer a ampla variedade de bares e restaurantes que há alguns anos se instalam na cidade.

Em 2010, o bauruense gastou mais de R$366 milhões com alimentação fora de casa e esse valor tende a aumentar

influenciado por vários fatores como a distân-cia entre a casa e o local de trabalho, a gran-de variedade de tipos de restaurantes, o que funciona como atrativo para se conhecer no-vas culturas por meio da gastronomia típica. Além disso, a melhoria da renda e da qualida-de de vida e a inserção da mulher no merca-do de trabalho tem justificado refeições fora de casa e momentos de lazer longe do fogão.

Para a chef de cozinha e professora do curso de gastronomia da Universidade Vale do Itajaí, Denise Amantini, a infra-estrutura da cidade de Bauru para o desenvolvimento da gastronomia ainda está engatinhando. Na sua visão, para se abrir um negócio de su-cesso nesse ramo é necessário ter trabalhado

exaustivamente em restauran-tes qualificados e ao lado de profissionais comprometidos com a arte da cozinha, além de especialização. “E para isso, às vezes, é preciso sair de Bauru”, avalia Denise, lembrando que não existe uma área específi-ca em maior crescimento na gastronomia, o ramo está se desenvolvendo como um todo.

Questionada sobre a im-portância social da gastro-nomia, a chef responde que a possibilidade de conhecer culturas é uma de suas boas contribuições. Para ela, “é a arte que aproxima as pessoas e desperta a curiosidade diante do novo”. Por fim, Denise comenta alguns requisitos básicos para um

bom profissional da área: ter comprometi-mento com a sustentabilidade, buscar novi-dades, ter conhecimento e ser responsável ao transmiti-lo. Se for profissional e tiver boas produções, será um chef disputado, garante.

(Infográficos: Jéssica Santos)

Fonte: SEBRAE

Fonte: Abrasel

Fonte: SEBRAE-SP/ Inteligência de Mercado, a partir da RAIS/ MTE, 2009

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Quem nunca ficou com água na boca só de ver um grande banquete ou

uma bela sobremesa numa cena de fil-me? Algumas produções cinematográ-ficas têm a gastronomia como um ele-mento tão importante na história que chega até a ser um fio condutor da trama.

O filme “A Festa de Babette” é um exemplo. Lançado em 1987, o longa conta a história de uma faxineira que ganha na loteria e decide montar um grande jantar em comemoração ao aniversário do pastor que a emprega. O clássico venceu o Os-car de melhor filme estrangeiro de 1988.

Um filme nacional que também tem a gastronomia como ponto importante da narrativa é o recente “Estômago”. A his-tória mostra como um nordestino che-ga a São Paulo sem dinheiro, nem lugar para ficar, porém consegue um emprego onde ganha comida e moradia em troca do trabalho. O bar é decadente, mas ele faz sucesso por causa de suas deliciosas coxinhas. Mais a frente, o personagem co-mete um crime, mas, por ser um bom cozi-nheiro, ele consegue se dar bem na prisão.

Uma coisa interessante de se perceber é que a importância da comida no cinema vai além de produções que a usam como um dos elementos principais. O profes-sor da UNESP e cinéfilo Marcos “Tuca” Américo ressalta que o ambiente onde

são feitas as refeições é altamente propí-cio para o desenvolvimento de uma boa história: “a mesa no cinema tem um fa-tor importante na narrativa, porque é nos lugares onde se come que as pessoas se encontram”. Qualquer restaurante, qual-quer bistrô, por serem espaços de con-vívio social, pode gerar um bom diálogo. “Uma boa mesa é sempre um lugar inte-ressante para as pessoas se conhecerem melhor ou tirarem as diferenças”, ele diz.

É difícil ver um filme em que isso não acontece. Lugares que oferecem algum tipo de refeição sempre podem presen-ciar também uma reviravolta dos fatos ou a apresentação inicial de todos os perso-nagens da trama. É o que pode ser visto em “Onde Começa o Inferno”, um faroes-te em que os cinco primeiros minutos se passam sem diálogos em um saloon, mas mesmo assim é possível conhecer pro-fundamente o perfil de cada personagem.

Como a culinária hoje em dia é muito mais um ritual do que um simples meio de sobrevivência, o cinema se apropriou mui-to bem de cenários como um jantar à luz de velas, um cafezinho depois da refeição e coisas assim para dar continuidade a uma trama ou mudar completamente a sua di-reção. Veja, ao lado, dicas de filmes que têm a comida (ou ambientes relacionados a ela) como “personagem” de destaque.

Em CenaNada como uma mesa para um bom diálogo

vanessa souza

luz Petit gateau, tabule, feijoada, scargot, strogonoff, macarrão

ao molho Alfredo. De onde surgiram esses nomes? Muitos não imaginam, mas a origem de muitos pratos que conhecemos só de nome é matéria de prova para os estudantes de Gastronomia. Os cursos de formação superior nessa área duram em média dois anos e, na maioria, a carga horária é dividida entre aulas teóricas e práticas. “As disciplinas envolvem desde o básico até as cozi-nhas regionais, como a brasileira, europeia, asiática...” conta Cata-rina Couto, 22 anos, formada pelo Senac de Águas de São Pedro.

Apesar da existência dos cursos de formação, o diploma não é obrigatório para o exercício da profissão. Cheyenne Morato, es-tudante de Gastronomia na Universidade Metodista de Piraci-caba afirma que, para um bom profissional, o importante é a ex-periência: “Nada substitui a prática de todo dia na cozinha. Na gastronomia, você só chega à perfeição depois de muito tempo”.

Entre frigideiras, panelas e assadeiras, um dever maior do que o de servir um prato bonito e gostoso toma forma: o de mostrar que a gastronomia não se trata apenas de requinte no servir e comer, mas também de responsabilidade e consciência na hora de preparar.

câMera

Também formado pelo Senac de Águas de São Pedro, Lucas Cerqueira dos Santos trabalha hoje como consultor de um restau-

rante em Bauru. Nomeia-se ainda cozinheiro, mesmo já há dez anos formado, e diz que apesar do mercado brasileiro ter oferta, o ramo ainda está se desenvolvendo. Depois de trabalhar em um hotel em São Paulo, Lucas foi para os EUA durante seis meses. Dentre muitos cursos, fez estágio com Alex Atala, nome reno-mado na área, por dois meses e meio. Experiência é essencial ao gastrônomo, como muitos afirmam. Mas, assim como Lucas reco-nhece, cursos e estágios não são suficientes para pagar as contas.

ação

Como cozinheiro chef, Lucas trabalhou no programa “Mais Você”, atuando na pesquisa de receitas e testes dos pratos. Uma vez por semana, apresentava para a Ana Maria Braga um de-terminado número de receitas para ela degustar e dar seu pa-recer. “Nem sempre ela está ciente do que vai ao ar”, comenta.

Lucas foi chamado então para trabalhar no projeto da FOX Bra-sil, no canal Bem Simples. Como produtor de conteúdo gastronô-mico, auxiliou nas produções dos programas, que são gravados durante um mês – quatro programas por dia. O canal conquistou um crescimento de 500% de janeiro a julho em comparação com maio a dezembro de 2011, em sua audiência no horário nobre. Esse crescimento, como comenta Lucas, pode ser explicado pela inovação estética do canal e o trabalho técnico da equipe brasilei-ra que trazem qualidade aos programas gravados aqui no Brasil.

BastidoresGabriela Passy e Maria TebeT

Outras cenas

Rattatouile(Rattatoile • 2007)Dir.: Brad Bird; Jan Pinkava

Comer Rezar Amar(Eat Pray Love • 2010)

Dir.: Ryan Murphy

Sem Reservas(No Reservations • 2007)Dir.: Scott Hicks

Um Sonho de Amor(Io Sono l’Amore • 2009)

Dir.: Luca Guadagnino

Soul Kitchen(Soul Kitchen • 2009)Dir.: Fatih Akin

(Fotos: divulgação)

A palavra latina cena pode parecer idêntica à nossa, mas originalmente seu significado é “jantar”. Outros idio-mas se apropriaram dela com esse sen-tido, como o espanhol e o italiano. Em português, no entanto, “cena” evoluiu de outro termo latino, scaena, que faz referência a palco, teatro ou público.No nosso idioma, “cena” é também a combinação de objetos e pessoas que fazem parte de uma representa-ção – e qual é a dramatização que deixa uma mesa de jantar de fora do roteiro?

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Quem tem boca, vai a Roma(e a qualquer lugar)

O que a sede por conhecimento e a vontade deviver num país diferente acrescentam à gastronomia

Mayara abreu

Intercâmbios são sempre muito bem-vindos. Aqueles que estudam e têm vontade de aprimorar um idioma, que

querem conhecer o mundo, vivenciar no-vas e inusitadas experiências e aprender sobre povos diferentes estão sempre de bra-ços abertos a uma troca cultural. Em meio a essa troca, muito se aprende sobre o país para o qual viajou: costumes, tradições, comportamentos, refeições e muito mais. Percebe que todos esses itens estão direta ou indiretamente ligados à gastronomia?

A história alimentar de todo intercambista tem como introdução o Mc Donald’s. Não im-porta de onde ele é ou para onde vai, o medo de se arriscar com algum alimento muito extra-vagante é sempre enorme e é para isso que em todos os cantos do mundo existe o fast food salva-vidas. Os quilos a mais no balanço fi nal da viagem muito se devem a essas refeições.

Brasileiros que saem do país costumam sofrer um pouco para se adaptar. Temos uma rotina alimentar bem defi nida aqui, com horários para café-da-manhã, almoço e jantar. Pão com manteiga e um café com leite caracterizam a manhã de muitos, assim como o típico arroz e feijão. Camilla Woot-ton Villela, estudante de Letras na PUC de São Paulo, morou por seis meses em Por-to, Portugal. Ela conta que “tinha dias que a vontade de um arrozinho com feijão bem brasileiro era incontrolável”. Camilla diz que aprendeu “que o melhor de estar fora de seu país é aproveitar a culinária de lá para, na volta ao Brasil, sentir falta dos pratos típi-cos que um dia foram o nosso cotidiano”.

Quando os intercambistas resolvem se arriscar gastronomicamente, percebem que, no geral, há mais experiências positi-vas do que negativas. Ao fazer uma análise alimentar do que se encontra no exterior, é possível achar diversos alimentos seme-lhantes ao Brasil. Carnes, molhos e pastas,

por exemplo, estão presentes no dia-a-dia do mundo todo. Bruna Lopes, estudante de Ciências da Computação na UNESP de Bau-ru, está atualmente morando em Ratisbona, na Alemanha. Ela tem achado a comida ale-mã bem gostosa. “O ponto alto é que estou tendo a oportunidade de comer coisas que eu nunca comeria no Brasil”, acrescenta.

Depois de muitas experimentações frus-trantes e deliciosas, no fi nal do intercâmbio a saudade de casa começa a apertar. O gosto da comida da mãe já até foi esquecido. Mas é aí que entram os restaurantes de comida brasileira no exterior. Diversos países do mundo, por exemplo os Estados Unidos e o Canadá, já contam com estabelecimentos para refeições grandes e cafés. É possível também encontrar os alimentos e preparar por conta própria os pratos nacionais. Regia-ne Folter, estudante de Jornalismo também da UNESP de Bauru, fi cou no Egito durante um tempo e disse que não encontrou nada além de uma cafeteria brasileira no país e, por isso, teve que dar um jeito de matar a saudade de casa. “Uma noite eu e outros brasileiros fi zemos uma noite brasileira para os outros intercambistas que tinha arroz, feijão, escondidinho e brigadeiro de sobre-mesa! Não fi cou com o mesmo gosto, claro, porque os ingredientes eram meio improvi-sados, mas deu pra matar a saudade”, conta.

e QueM veM Para cÁ?O Brasil também é um país muito dese-

jado por intercambistas de todos os can-tos do mundo. Muito disso se deve à Copa do Mundo e às Olimpíadas e a toda a re-percussão que causou ter o Brasil como sede. Nossos maiores visitantes vêm de países da própria América do Sul, como Uruguai e Argentina. Mas há gente de to-dos os lugares do mundo: México, Alema-nha, Bélgica, Suíça e até mesmo do Japão.

Estudantes que vêm para cá se assustam com a quantidade de salgados e alimentos não muito saudáveis que se come no país, prin-cipalmente por outros estudantes. Por outro lado, é raro encontrar alguém que não apren-deu a amar açaí, coxinha, feijoada e guaraná.

A adaptação à rotina alimentar do brasi-leiro não é muito difícil para os intercambis-tas. Os alimentos são muito semelhantes aos de seus próprios países, o que mais muda é o modo de preparo. Jeffrey Bulicke, alemão e estudante de Engenharia Aeronáutica, diz que a maior diferença daqui para a Alemanha é o arroz no lugar da batata e a salada ao invés de legumes. Fora isso, Jeffrey só sente falta de comer peixe e massas com mais frequência.

E quando vem aquela saudade de casa, os intercambistas têm mais facilidade em achar restaurantes por aqui e também de reproduzir os pratos típicos de seus países. Omar López, estudante de Comunicação So-cial e nascido no México, improvisou com o que pôde para fazer pratos mexicanos e, quando foi a um restaurante típico, se ar-rependeu. “Saí de lá muito decepcionado. A comida que eles ofereciam era o estereoti-po do que os estadunidenses acham que os mexicanos comem: tacos com carne moída e queijo cheddar dentro de uma tortilla cro-cante ou nachos com chili. O conceito era completamente errado e vendiam uma ideia falsa do México para as pessoas”, conta.

Vai pra onde?

Bru

na L

opes

Carne de porco, batata e chucrute (repolho) ao molho de cerveja, comida típica alemã

Estados Unidos? O país não tem uma comida típica. O forte são os fast foods e os alimentos baseados na cozinha mexicana. O café da manhã é bem reforçado. Já no almoço e no jantar, muita fritura e pouca variedade.

Canadá? Os canadenses têm muita infl uência oriental e mexicana. A refeição mais importante é o jantar e, por isso, as comidas são mais pesadas. É possível encontrar todo tipo de carne. Os acompanhamen-tos são molhos, batatas assadas ou fritas, verduras e frutos do mar. Já no café da manhã, a semelhança com o dos Estados Unidos é inegável.

Portugal? Começando pelo “pequeno almoço” (o nome do café da manhã português), a semelhança com o Brasil é facilmente perceptível. Bacalhau é o carro forte do país. As refeições principais (almoço e jan-tar) são quase sempre acompanhadas de pão e azeite. Uma curiosidade bem interessante é o fato de o nome do pastel de Belém ser esse apenas na cidade de Belém. Nos outros cantos do país, o nome é pastel de nata.

Alemanha? A comida alemã é considerada muito boa, porém bem gor-durosa. Bacon, carne de porco, batatas e salsichas estão presentes sempre na refeição principal, que normalmente é o almoço. O jantar é substituído por pães e frios. O café da manhã é bem servido. Um ponto interessante da cozinha alemã são os molhos, feitos quase sempre de mostarda e/ou cerveja.

França? A cozinha francesa tem fama de ser uma das melhores do mundo. A verdade é que ela é diferente da nossa: tudo é requintado, com carnes, com-binações de queijo, massa, frutos do mar e molhos. Todas as refeições têm en-trada e, para cada tipo de carne, há um tipo de vinho diferente acompanhando.

Rússia? O país é todo diferente, a começar pelos horários das refeições, que não seguem os padrões da maioria do mundo. Carne vermelha e café são muito caros, por isso chá e carne de cordeiro e de cervo são mais consumidos. O famoso strogonoff vem de lá. O consumo de frutos do mar e peixe é bem grande, assim como o de fast food. O pão faz parte de quase todas as refeições.

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Sozinho na cozinhaUniversitários sofrem para preparar refeições para uma só pessoa

Maria eduarda aMoriM

Passar no vestibular, entrar em uma universidade, morar sozi-nho: tudo isso parece ótimo...

até o primeiro encontro com o fogão! Cozinhar, sendo homem ou mulher, não

é uma tarefa muito fácil, ainda mais quan-do se está sozinho. “Calcular a quantidade é o mais difícil. Nunca sei se minha fome é tão grande quanto o número de xícaras de arroz que coloco na panela”, conta Lau-ra Fontana, estudante de Jornalismo da UNESP. E ela não está sozinha nessa: con-versamos com outros dez jovens universi-tários e todos partilham a mesma opinião.

Além de calcular a medida certa, outro pro-blema evidenciado por eles é a desmotivação para preparar comida para só uma pessoa. “Sempre sobra muita comida e acaba indo para o lixo”, diz Mariana Hammel, estudante de Propaganda e Marketing da ESPM. O tama-nho das porções vendidas também dificulta: “são complicados os alimentos vendidos em tamanho ‘grande’ ou que estragam rápido”.

Alimentos como carne, leite, frutas, ver-duras e legumes formam apontados como mais difíceis de comprar, ou por estragarem muito rápido, ou pela dificuldade em se es-colher um produto bom. “Às vezes fico an-

dando pelo mercado torcendo pra achar uma bancada com misturas individuais, baratas e temperadas”, conta Fernando Lima, estu-dante de Ciências da Computação da UNESP. Isso faz com que muitos prefiram comer fora, em restaurantes. Mas, como o orçamento do mês é apertado, na lista de compras o que não falta é o famoso “arroz e feijão”, além, é claro, do bom e velho macarrão instantâ-neo e dos produtos congelados salvadores de vida, mas recheados de sódio e conservantes.

Então, como melhorar a alimentação de quem mora sozinho e, normalmente, não tem muito tempo para se dedicar à cozinha? Uma solução seria investir no mercado de porções individuais. “Ainda não tinha pensa-do na possibilidade, mas já que a questão foi levantada, me ocorre agora que seria de ex-trema utilidade para estudantes, singles, ou mesmo donas de casa, porque além de uma forma de desperdiçar menos, seria também uma grande economia”, afirma Renan Bellon, também estudante de Jornalismo da UNESP.

Atualmente algumas empresas alimentí-cias já fornecem porções menores de alguns produtos, mas seria interessante pensar nis-so em todos os grupos de alimentos. “Não sei como ainda não existe uma linha de produ-

tos para quem mora sozinho. Apesar de já existirem alimentos divididos em porçõezi-nhas individuais, acho que esse ‘negócio’ po-deria se expandir”, comenta Laura Fontana.

Enquanto isso não acontece, aqui vão al-gumas dicas para não desperdiçar muita co-mida: congelar pequenos pedaços de carne separadamente, comprar frutas, verduras e legumes em quantidade suficiente para uma semana e inventar novos pratos com o que sobra no almoço e na janta. Outra opção é comprar as carnes e misturas nas rotisse-rias, que preparam peças em tamanho muito grande e as vendem em pequenas porções.

A marmita fina de cada diaisis ranGel

Rotisseria, palavra de origem france-sa que surgiu para denominar luga-res em que a carne é preparada num

“espeto”, rodando até ser assada igualmente em todos os lados pelo fogo. Hoje em dia, a palavra rotisseria se refere aos estabele-cimentos que servem comida pronta, como assados, marmitas e marmitex, mas em sua maioria, não oferecem estrutura para o cliente se alimentar em sua dependências.

Em Bauru, esse tipo de restaurante é bas-tante comum, principalmente na parte cen-tral da cidade, onde fica evidente a falta de tempo de grande parte dos bauruenses. Para o gerente da Rotisseria Nossa Senhora Apa-recida, Everaldo Rafael, o sucesso desse tipo de serviço está na praticidade oferecida aos clientes. “Antigamente, as pessoas tinham tempo de ir para casa fazer almoço, hoje em dia são 30 minutos de almoço”, explica Everaldo.

Outro fator de destaque das rotisserias é sua importância para as pessoas que tra-balham no comércio. “As pessoas têm des-

de onde tomar o café da manhã até onde fazer sua refeição”, afirma a proprietária da rotisseria Pão de Queijo Sabor Famí-lia, Maria Regina. Ela também ressalta que o público-alvo de sua rotisseria são as pessoas do comércio, pois o restau-rante está localizado no centro de Bauru.

Um dos maiores atrativos desse tipo de estabelecimento é o preço baixo. Na rotisse-ria Na Brasa, localizada no centro de Bau-ru, por exemplo, o marmitex sai por R$8,50 e o marmitex mini, por R$7,50. Na Chef Prontos e Congelados, no bairro Jardim Es-toril, o prato sai em média R$12,00. Além disso, outro destaque das rotisserias são os almoços em finais de semana, muitas são especializadas em assados e feijoadas, o que atrai o público que não quer ir para a cozinha no dia de folga. Por esse motivo, o maior problema na administração de uma rotisseria são os empregados. Para a ge-rente da Na Brasa, Adriana “é muito difícil [achar] quem gosta de trabalhar no final

de semana, então acaba dificultando”, diz.Apesar disso, o crescimento desse tipo de

restaurante é evidente, basta observar quan-tos novos estabelecimentos surgiram nos úl-timos anos. Para Adriana, o papel das rotisse-rias é fundamental nos dias de hoje. “A gente está aqui para facilitar a vida das pessoas, principalmente das mulheres, porque hoje em dia todo mundo trabalha fora, então é bem mais prático, é um ramo que tem um cresci-mento legal e acho que futuramente a tendên-cia é aumentar mesmo”, acredita a gerente.

(Ilustração: Maria Eduarda Amorim)

Costela: uma das especialidades da Na Brasa

Isis

Ran

gel

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Capim LimãoPraça D. Pedro II, 4-46Centro - Bauru/SPFone: (14) 3234-5167Aberto de segunda a sexta, das 11h15 às 13h50.

Empório ÁrabeRua Araújo Leite, 1853Centro - Bauru/SPFone: (14) 3234-3435Aberto de terça a domingo, das 11h às 14h30.

TayuRua José Antônio Braga, 2-77Vila Aviação - Bauru/SPFone: (14) 3224-3685

Aberto de segunda a sexta-fei-ra, das 11h às 14h30; sábado, domingos e feriados das 11h às 15h30 e domingo a quinta-feira, das 18h às 00h30.

Boragó Natural Fresh FoodRua Rio Branco (Posto BR da Praça Portugal) - Bauru/SPFone: (14) 3208-3222Aberto todos os dias, das 8h às 23h.

BangkokRua Concórdia, 1-60Vila Independência - Bauru/SPFone: (14) 3276-2577Aberto de terça a domingo, das 18h até às 00h.

Panquecaria Divinità:Av. Orlando Ranieri, 1-36Jd. Marambá - Bauru/SPFone: (14) 3206-9291Aberto de terça a quinta, das 18h às 23h, e sexta a domingo, das 18h às 00h.

Doceria RenataLoja 1: Rua Treze de Maio, 4-52 Centro - Bauru/SPLoja 2: Rua Rubens Pagani, 4-70Jd. Estoril - Bauru/SPFone: (14) 3212 2919 (Loja 1) e (14) 3223 1775 (Loja 2)Aberto de segunda a sexta, das 9h às 19h30, e sábado, das 11hàs 19h.

DoceanaLoja 1: Av. Nossa Senhora de Fátima, 14-86Jardim América - Bauru/SPLoja 2: Rua Rio Branco, 21-45Bauru/SPFone: (14) 3234-8985 (Loja 1) e (14) 3234-9559 (Loja 2)Aberto de terça a sábado, das 10h às 22h, e domingo, das 11h às 18h.

Sodiê DocesRua Rio Branco, 83, quadra 18Vila América - Bauru/SPFone: (14) 3223-2359Aberto de segunda a sábado, das 9h às 19h, e domingo, das 9h às 13h.

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Mestre-Cuca

Ser�iço

Ingredientes

Para a massa:- 100 g de margarina - 400 g de farinha de trigo- 2 colheres (sopa) de água gelada- 1 gema- 1 pitada de sal

Para o recheio:- 2 colheres (sopa) de óleo de soja- 1 peito de frango cozido e desfi ado- 1 cebola média picada- 1 tomate picado - 2 dentes de alho amassado- Azeitonas picadas a gosto- Cheiro verde a gosto- Sal e pimenta do reino a gosto

Para o creme:- 100 ml de creme de leite- 100 ml de leite- 1 pacote de queijo parmesão ralado- 1/2 copo de requeijão cremoso- 2 ovos

Quiche de Frango

Modo de preparo

Num recipiente, acrescente a farinha de trigo junto com a margarina, a gema e as duas co-lheres de água ge-lada. Misture bem até formar uma massa homogênea e lisa. Numa forma redonda ou retan-gular, cubra todas as extremidades, moldando a massa com os dedos. Reserve.

Numa panela, refogue o alho, a cebola e o to-

mate, e acrescente o frango desfi ado. Em seguida, coloque as azeitonas picadas e o cheiro verde a gos-

to. Espalhe o recheio sobre a massa.

Em um liquidifi cador co-loque o creme de leite, o leite, o requeijão cremoso, os ovos e o queijo e bata tudo em velocida-de alta. Despeje a mistura líquida sobre o recheio e polvilhe com par-mesão ralado. Leve para assar em forno mé-dio por cerca de 30 minutos.

(Fotos: Jéssica Santos)(Receita: Jéssica Fonseca)