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R. Lindo Vale, 464 – 4200-370 PORTO Al. Linhas de Torres, 2 – 1750-146 LISBOA No Capítulo Geral, em Roma, foi esta a atitude de todas as nossas Irmãs. Por isso puderam dizer no final: Mulheres de Fé, fazei o que Jesus vos disser.

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R. Lindo Vale, 464 – 4200-370 PORTO Al. Linhas de Torres, 2 – 1750-146 LISBOA

[email protected]

No Capítulo Geral, em Roma,

foi esta a atitude de todas as nossas Irmãs.

Por isso puderam dizer no final:

Mulheres de Fé, fazei o que Jesus vos disser.

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Transmissão do Capítulo Geral XX Foi diferente esta transmissão do Capítulo! Depois de notícias tão assíduas, estávamos todas desejosas de ouvir as nossas Irmãs que tomaram parte no Capítulo. Não só «ouvir»... mas «ver»... E estavam todas as capitulares, do Norte e do Sul, nos dois Encontros de transmissão. Foi quase um «mini-capítulo»... até mesmo pelos cenários que reproduziram tão bem o que se viveu em Roma. Dizem-nos as Irmãs Fernanda Manso e Casimira Marques:

Lisboa-Calvanas, 28 e 29 Novembro 2009

Irmã Fernanda Manso

Em clima de “Boda”, iniciámos a comunicação do Capítulo Geral XX no átrio da portaria do Colégio das Calvanas. Todas nos sentimos convidadas para a festa e, tal como Jesus tocou os discípulos, também nós nos sentimos tocadas pelo ambiente, pela PALAVRA (Jo 2, 1-11), pelas Mulheres Bíblicas que também “estiveram na boda”, pela música, pela interpelação - Disponíveis para que Jesus transforme a nossa água em vinho novo -, pela ESPERANÇA que se respirava. As nossas anfitriãs (as Capitulares) convidaram-nos a subir ao 1º Andar onde foram servidas “suculentas iguarias”, a começar pelas mensagens deixadas pela Ir. Dolores Aleixandre - mas que saborosos e interpelativos recados!… Sentimos que eram para nós, que tinham um sabor a novidade e que nos chamavam à “festa de renovação da Aliança”. A certeza de que “DEUS ESTÁ CÁ”, e continua a falar-nos HOJE, levou-nos a tomar lugar à mesa para nos serem servidas as realidades, a vida-missão das várias Províncias e apercebermo-nos de que, apesar da nossa pobreza efectiva, a vida acontece em abundância em todos os lugares… e Deus continua a falar-nos HOJE. Como em qualquer boda, os noivos gostam de surpreender pela diferença, pelo não comum, pelo não visto, pelo diferente, pelo único, pelo que dá vida; assim fomos surpreendidas pelo novo das ILUMINAÇÕES - foi este o prato forte servido pelos/as peritos/as e comunicado com tanta convicção que também em nós despertou o desejo de busca do essencial. À medida que íamos saboreando cada “iluminação”, o nosso coração ia-se abrindo, pacificando, transformando, qual água sedenta pelas torrentes. Sentíamos o noivo presente, mas as sombras não nos deixavam ver mais além - faltava vinho novo… e este vinho novo foi-nos chegando em apelos fortíssimos:

- Que é feito da nossa identidade? - Vós sois o rosto feminino da Igreja! - A resposta ao medo não é a coragem, mas a fé. - A nossa missão sobre a terra é fazer viver… e fazer viver bem. - O Espírito sopra onde quer - seremos fiéis à nossa diferença de Mulher: Mulher a pensar... a falar... a agir... a relacionar-se como mulher... - No quotidiano da vida, aprendendo a aprender da vida, toda a vida. - Já não tendes fé? - A formação permanente faz de nós noviças cada dia. - …

A boda ia decorrendo… os pratos iam sendo servidos…e a PALAVRA surge – Mulheres de Fé, fazei o que Jesus vos disser! E é então que surge o vinho novo. Ninguém sabe de onde veio nem para onde vai – a água das talhas é

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transformada em vinho novo, saboroso, pacificador, exigente, englobante, claro, actual, interpelativo, inovador, criativo, profundo, dinâmico… e o vinho novo é transformado em compromisso de futuro onde os pontos fortes da Formação Permanente, de Novas Estruturas e da Preferência pela Juventude serão assumidos por todos os comensais desta boda. Somos mulheres de fé, e faremos o que Jesus nos disser. Santa Maria do Vinho Novo ajudar-nos-á a que não falte o Vinho Bom, o Vinho que nos faz viver e que faz viver a todos.

* * * Colégio do Sardão, 30 Novembro e 1 Dezembro 2009

Irmã Casimira Marques

Começámos a juntar-nos na grande sala do Colégio do Sardão, e sentiu-se logo o ambiente de família que tanto nos une e anima. De família e de festa, com a música bem escolhida e a leitura do Evangelho a convidar para as Bodas de Caná. A apresentação da Carta da Irmã Dolores Aleixandre, Religiosa do Sagrado Coração de Jesus – a Congregação do “Sacré Coeur” da qual Santa Paula traduziu as Constituições de 1851 –, foi muito interpelativa e fez-nos sentir nos inícios da nossa Congregação de Filhas da Santa Fé… “Mulheres de Fé”, que procuramos ser desde as nossas origens! A realidade da Congregação fez-nos vibrar com a riqueza da faixa mais jovem evidenciada em Angola, Filipinas, Brasil… E quanto nos alegrámos por tanta coisa bonita que se faz por toda

a parte, apesar do nosso enve-lhecimento e limitações! O “vinho novo”, certamente “bom e sabo-roso”, que já se vai bebendo e oferecendo àqueles com quem esta-mos e trabalhamos! O resumo das “iluminações” foi feito com muita clareza e competência. O “Compromisso para o futuro”, acentuando a “dimensão mística e profética do nosso Ser Doroteias”, deixou-nos encantadas e desejosas de o tornar mais VIDA! E todas comungámos inteiramente os “Pontos fortes” sublinhados. Estávamos preparadas para receber o “Documento” do Capítulo, que nos encheu as medidas! Sente-se nele quanto as nossas Irmãs Capitulares se deixaram tocar pelo

Espírito Santo, palpa-se a acção de Deus nos seus trabalhos e a sua presença na orientação da nossa Congregação. Fez crescer em nós o desejo de VIVER como “mulheres de Fé”, a escutar em cada momento para traduzir na vida “o que Jesus nos disser”.

Como sentimos o Documento do Capítulo: (Trabalho de grupos nas Assembleias das Calvanas e do Sardão)

Um Documento que «agarra», compromete: Interpelativo... exigente... forte... profundo... estimulante... Convida a vivê-lo. Suscitou entusiasmo, alegria. Traduz uma dinâmica nova, põe-nos em movimento e com vontade de caminhar. Importante o termo ‘compromisso’ em vez de ‘objectivo’; ‘compromisso’ é mais vital, mais dinâmico.

Sintético, simples, concreto, claro, linguagem acessível, boa fundamentação.

Documento inovador, quer na linguagem quer nas propostas. Representa um salto de qualidade; mais do que comunicar ideias, transmite uma experiência. É um Documento de realizações. Vai às raízes, coloca o centro na fé. Toca o âmago da nossa vida, e agarra-nos por dentro. Vai ao essencial, tocando a nossa interioridade e missão. Foi um verdadeiro Pentecostes na Congregação!

Muito original no modo narrativo e no modo como foi apresentado.

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Nota-se que foi pensado em clima de oração. Sente-se que foi fruto da abertura ao Espírito Santo, que foi partilhado, rezado. Nota-se nele a união das Capitulares.

Prepara-nos para uma abertura e disponibilidade ao novo em ordem a uma profunda renovação.

O compromisso de futuro, exigente, profundo, enraizando-nos em Deus para melhor partilharmos e testemunharmos o nosso Carisma. No Documento já se percebe o caminho para onde vai a Congregação. A Congregação está a ‘arrumar-se’ de acordo com a realidade que somos.

Como viu o Capítulo quem não era capitular... (Irmãs Judith Mateus e Mª Emília Nabuco)

No ‘andar de cima’, numa cabine de poucos metros quadrados, conseguia ver e ouvir o que ia acontecendo na assembleia capitular. E é mesmo muito difícil escolher, entre tantos momentos vividos, aquele que mais me tocou. Ouvi palavras, ouvi silêncios que falavam, ouvi aplausos. Ouvi também palavras sofridas de quem foi capaz de pôr acima dos seus critérios ou desejos o amor ao TODO que somos. Vi, ouvi, senti e, sobretudo, vivi uma experiência forte de Deus presente em cada Irmã capitular, centrada na busca do maior bem da Congregação. Em dois momentos particularmente: na apresentação das “Estruturas ao Serviço da Vida” e na leitura do “Estado da Congregação”. A Deus, a Nossa Senhora, a Santa Paula, o meu louvor e gratidão. Irmã Judith Mateus

* * *

Para mim o Capítulo Geral foi uma experiência em que eu pude ver muito claramente a abertura de cada Irmã capitular ao Espírito Santo. Foi muito bom assistir à forma como cada Província apresentou as suas três experiências mais significativas. A vinda dos peritos foi muito interessante porque parecia que vinham com respostas que correspondiam às nossas aspirações mais profundas. A leitura das propostas iluminou muito a direcção segundo o querer de todas, a resposta às grandes necessidades da Congregação. A nova proposta do Governo Geral também constituiu um momento alto de discernimento. Impressionou-me a busca, o discernimento e o clima fraterno que é tão característico nosso e que ali foi uma realidade tão bonita de se sentir. Foi uma experiência de Deus lado a lado com Paula. Irmã Milita

... e quem estava «lá dentro»... (Irmã Rositta) É difícil responder à questão - Qual o momento do Capítulo que mais a tocou? - pois foram vários os momentos do Capitulo que me tocaram. Mas, para dar a minha colaboração, vou destacar três momentos: O retiro, porque tocou fundo a "água das nossas relações como mulheres" e a urgência de transformação em comunidade, a partir da Fé em Jesus. A iluminação sobre a Formação, com Amadeo Cencini, porque parecia confirmar certos anseios do meu coração e dar conteúdo a questões de fundo ainda não respondidas. O processo de elaboração do nosso Documento Final, em que senti a acção do Espírito Santo palpável, na sintonia da assembleia capitular, na colaboração, na inspiração, no ambiente que se vivia e finalmente na sabedoria e disponibilidade das nossas redactoras. Irmã Rosita

O novo Governo Geral Era grande a nossa expectativa. O coração de cada Doroteia ‘estava’ em Roma... Finalmente, no dia 11, chegou a confirmação do que o nosso

coração dizia: a Irmã Jaci foi reconduzida no serviço à Congregação por mais 6 anos. O ‘telegrama’ confirmou... Obrigada, Irmã Jaci!

E agora esperávamos a constituição do Governo, com a eleição das Conselheiras. O dia 13 trouxe a notícia, primeiro por telefone e depois por ‘carta relâmpago’... Obrigada pelo vosso SIM!

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Daqui, do nosso «Doroteias»,

vai uma presença muito

especial à Irmã Mª da

Conceição Ribeiro - a nossa

São! A Província Norte bem

sabe o que implica ‘dar’ a São...

E que dizer da Irmã

Margarida Adelaide,

também tão ‘nossa’! Bem a

prevenimos... e alegramo-nos,

pois sabemos a grande colaboração que vai dar.

E a Irmã Cathy? Obrigada pela sua generosidade de iniciar um

terceiro sexénio!

Irmã Marlene Mumic, talvez menos conhecida das Irmãs de Portugal...

mas quem a conhece sabe bem o que vale! Obrigada!

O novo Governo Geral entra em funções no dia 2 de Fevereiro de 2010. A Irmã Jaci regressa a Roma, vinda do Brasil, no dia 10 de Janeiro. Até lá, fica na Casa Geral a Irmã Célia Cerveira, Conselheira do Governo anterior, para ‘acudir’ a alguma necessidade.

Uma Entrevista... A Irmã Maria Antónia Marques Guerreiro entrevistou a Irmã Elisabeth Staubli, no final do Capítulo…

A Elisabeth veio da Suíça, sua terra natal, para integrar a equipa de apoio ao Capítulo Geral XX. Pertencendo à Comunidade suíça, ficará por uns dois anos na Comunidade da Casa Fátima, em Roma. Foi uma presença muito simpática durante toda a caminhada capitular, sempre disponível, despachada e com um sorriso nos lábios…

- Como conheceste as Doroteias? Fui aluna no Flüeli, mantendo algum contacto com as Irmãs. Após ter tirado o curso de cozinheira, fui responsável, durante três anos, pela cozinha dos Franciscanos, bem pertinho da nossa Casa. Aos 23 anos, tirei uma especialidade: a de Hotelaria. Queria sentir-me mais livre, e trabalhei num restaurante de pessoas amigas, muito boas. Numa Família, ajudei também na cozinha e cuidei das crianças. Fiz ainda uma outra

experiência profissional, num hotel muito belo, e gostei muito. Mais tarde, numa casa de Irmãs que eu conhecia bem dos meus tempos de estudante, trabalhei com pessoas idosas – éramos uma equipa de Irmãs e Leigos. Senti que era um pouco rígido o estilo de vida… E surgiu-me uma nova oportunidade de trabalho, num Hospital dietético, com estrangeiros, imigrantes, pessoas muito diversas que me permitiram contactos variados. Mas ainda outras experiências se me foram proporcionando, ricas e plurifacetadas. Vivia como leiga esta diversidade de experiências, que me não preenchiam… Aos 28 anos, percebia uma sensibilidade à espiritualidade, à dimensão religiosa, à Criação… Voltei ao Flüeli: mais 3 anos na Casa dos Franciscanos, que me proporcionou novo contacto com as Doroteias, concretamente com a Irmã Paula Häusler: falávamos as duas, mas… ninguém sabia dos nossos diálogos! Ia pensando o que queria fazer da vida, mas dentro de mim…

- E como te decidiste? Entrou uma suíça – a Coreen – no nosso Noviciado em Roma, e eu vim com o meu irmão Beneditino a Roma, onde tive contactos com várias Irmãs. Regressando à Suíça, comecei a falar mais com a Irmã Ida Imbach… e reconheci que tinha vocação. Li as “Memórias” e gostei muito. Uma coisa muito importante: as Doroteias nunca me “pescaram”, sempre me deixaram muito livre! Falei com um Sacerdote e decidi-me… as Irmãs ficaram muito contentes: há anos que não havia nenhuma vocação! O mesmo aconteceu com os meus Pais, que ficaram felizes; tenho mais quatro irmãos; uns gostaram, outros não. Mas eu é que estava muito feliz! Fiz o Noviciado em Roma, regressando à Suíça com muito entusiasmo: mesmo não sendo já muito nova, era a mais jovem de um grupo pequenino da nossa Congregação.

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- E que nos dizes sobre a tua experiência de apoio ao Capítulo? Foi uma vivência muito forte. É bom sentir-me parte de uma Família com mais de mil Irmãs! Aqui, entre as diversas línguas e culturas, achei muito lindo que nada impedia a comunicação… Que alegria quando as Irmãs começavam a chegar: mesmo na reserva de todas, podíamos acompanhar os momentos mais alegres, mais sérios e decisivos. Eram todas tão simpáticas! E a internacionalidade é uma grande riqueza – eram mesmo Irmãs, via-se bem! Gostei imenso de me encontrar com Irmãs que já conhecia: a Irmã Teresa López, que me ajudou muito quando eu era mais jovem, com poucas palavras e algumas perguntas; sentiu-me confirmada agora… Com a Irmã Charlotte, era uma presença muito próxima: pedia-me orações, dizia-me da sua alegria por um ambiente muito fraterno… Foi riquíssimo viver convosco, mesmo “de fora” dos trabalhos capitulares!

- E agora, que todas partimos e tu ficas em Roma? Fui-me preparando interiormente. Há Irmãs que estão aqui há 40 anos! A rotina da vida assusta-me um pouco, mas tenho gostado muito da Comunidade; os tempos de oração, o convívio e partilha de notícias, acontecimentos… Tenho muita esperança de que vai ser bom: espero ajudar e ser ajudada.

- Para terminar, diz-me alguns aspectos da tua vivência como Doroteia suíça que mais valorizas. A organização, a pontualidade, o sentido forte de responsabilidade… Podemos falhar na espontaneidade, porque somos muito contidas… Mas somos amigas e partilhamos tudo: trabalho, alegrias, expectativas!

Ao terminar esta entrevista à Irmã mais nova da Comunidade suíça, peço a Santa Paula que a sua presença em Roma seja de enriquecimento para a Elisabeth e para as queridas Irmãs da Família de Paula, na sua nova casa, em Lucerne. – Quem sabe o que o futuro esconde no dom do presente?

Casa Provincial - Lisboa A nossa Casa...

A nossa Casa... habituou-se a abrir os braços para acolher. Foi «Casa de todos». Ao longo dos seus mais de 200 anos, serviu. Foi espaço de lazer e convívio... foi espaço de encontro... Depois, por iniciativa da Madre Monfalim, passou para as nossas mãos e acolheu o Externato D. Estefânia e o Colégio da Gandarinha... Apoiou o Colégio de Santa Doroteia, em construção... Abrigou os restos mortais da sua fundadora, quando ela ultrapassou o limite do tempo... Foi espaço de crescimento para as Irmãs Juniores... Foi Casa a acolher universitárias... E foi, nos últimos 23 anos, a «Casa-mãe» da Província. Agora, vai entrar num período de recolhimento. Vai refazer-se para melhor acolher. Vai lavar o rosto, vai fortalecer o coração para servir melhor. Mas não deixa de ser, no nosso íntimo, a «Casa de todos», de braços abertos... que continua a acolher. E nós, a quem ela recebeu, dizemos a todos os que por cá passaram: venham abrigar-se à sua sombra. Com ela, entrem no silêncio, à espera de um novo convite: «Vem, que é Casa de todos!».

Lisboa, Dezembro 2009 - Nós todas da «nossa Casa»

Com este texto da Irmã Margarida Ruas, o n.º 2 da Alameda das Linhas de Torres, em Lisboa, despede-se... Diz «Até logo!». As Irmãs que vão para mais longe - Isabel Gil, para Abrantes, e Alegria, para Fátima - partem no dia 11. As Irmãs que ficam em Lisboa vão saindo, e no dia 15 de Dezembro saem as últimas Irmãs: Lúcia Soares, Fernanda Nogueira, Diana Barbosa.

Como diz a Irmã Lúcia na carta que escreveu às Comunidades, «a nossa Casa vai, de facto, ficar vazia de pessoas no dia 15. A partir dessa data, só haverá atendimento de porta e telefone de segunda a sexta, das 9 às 13 horas, dentro do horário da nossa empregada Fernanda Silva. Fora destes dias e destas horas, a entrada pela Alameda das Linhas de Torres encontrar-se-á fechada. Em Janeiro, se Deus quiser, iniciaremos a mudança das coisas para o Pavilhão do Paulo VI Antigo. As Irmãs que precisarem,

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por qualquer motivo, de alojamento em Lisboa, e que podem bastar-se a si mesmas, ficarão no Parque. Devem comunicar directamente com a Irmã Maria Otília, Coordenadora da Comunidade, com a devida antecedência. A pouco e pouco iremos resolvendo as questões que possam surgir.

Comunidade de Nª Sª da Luz Irmã Purificação e Irmã João

Aqui estamos nós a falar um pouco da nossa realidade… A Comunidade de Nossa Senhora da Luz, integrada na Paróquia de S. João Baptista - Lumiar, iniciou as actividades da catequese no dia 10 de Outubro, na Igreja do Colégio de S. João de Brito. Crianças, pais e catequistas, todos reunidos numa celebração simples mas que compromete todos numa missão comum. O Pároco entregou os guias aos catequistas e os catecismos às crianças; aos pais entregou os símbolos da caminhada cristã feita ao lado de seus filhos: do 1º ao 9º ano, todos receberam um vaso com sementes para os pais cuidarem, e que irão germinar, símbolo da fé semeada em seus filhos no dia do seu Baptismo; um frasco com água, símbolo da vida nova; o símbolo do sol, fonte de calor e energia; um saco de trigo, símbolo do fruto do testemunho cristão dos pais na vida de seus filhos; uma cesta com uvas, símbolo do fruto e do trabalho; o fermento, símbolo da oração ao longo da caminhada de fé; o pão, o vinho e a toalha símbolo da partilha, da comunhão e da fé. A seguir, os catequistas foram para a sala com as crianças e os pais para uma apresentação e 1º encontro. No dia seguinte também se iniciou a catequese no Centro da antiga Musgueira Sul, com as crianças do 1º ano; este Centro é orientado pelos Jesuítas. Nesta zona da Cruz Vermelha vamos dando uns passinhos e preparando o terreno, porque há muito a fazer… muitos adolescentes e jovens à espera de alguém que os ajude. No dia 1 de Novembro festejámos os mais pequeninos com a Festa do Acolhimento do 1º ano. Foi bonito ver os mais crescidos, do 9º ano, a conduzirem pela mão os mais pequenos e a fazerem tudo com eles. Foi uma festa muito participada e com desafios para todos. Os mais pequenos, perante a comunidade cristã, comprometeram-se a viver este desafio com 3 letras: A de alegria - E de estudo – O de oração. Portanto, alegria, estudo e oração é o compromisso que levamos desta Festa do Acolhimento. Que Jesus nos ajude a pô-lo em prática, diziam os pequeninos. Os mais velhos distribuíram mensagens do evangelho escolhidas por eles. É assim que vamos ajudando a fazer crescer na fé os mais pequenos, através do testemunho da comunidade cristã. E as festas vão-se sucedendo… A comunidade paroquial vai estreitando os laços da amizade, da colaboração, da partilha e da solidariedade. O Magusto foi isto mesmo: envolveu a paróquia e aproximou os paroquianos na convivência e na fraternidade.

Carta de despedida Lisboa, 19 de Novembro de 2009

Queridas Irmãs das Províncias Portuguesas: Sul e Norte

Antes de deixar Portugal quero expressar a minha gratidão pelo muito que recebi de cada uma. Como todas tiveram conhecimento, desde o mês de Março que me encontro junto de vós. Entre o repouso, exames médicos, passeios, visitas a algumas Comunidades e participação em alguns eventos do Ano Jubilar, fui percebendo e experimentando o nosso ser Irmãs, da mesma família. Realmente senti-me muito bem no meio de vós. Não quero deixar de referir o acolhimento que recebi desde o dia em que cheguei, a atenção e todo o apoio que me deram em momentos particulares da minha estada por estas terras. Quanto foi consolador para mim a vossa preocupação, oração e união, antes, durante e depois da cirurgia que fiz. Foram atitudes que muito me edificaram e ficarão gravadas para sempre na minha memória, porque só o Senhor vos poderá recompensar por tanto bem.

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Gostaria de agradecer de modo muito particular às Irmãs Lúcia Soares, Mª Filomena Marques, Maria de Lourdes Magalhães, Fernanda Nogueira, Pilar Moreira, Milita, Maria Manuel e cada uma das Irmãs da Casa Provincial, da Casa Paula e das Calvanas, com as quais passei mais tempo e que souberam estar muito próximas e ajudar-me em todos os momentos. À Irmã Fátima Ambrósio e à Irmã Maria Antónia, que me deram a oportunidade de ir ao Carmelo da Guarda encontrar-me com a Yara, e ainda de participar em algumas actividades do Colégio da Paz, a minha eterna gratidão. O encontro com a Ir. Júlia Maria Gamas Pires, minha Madre Mestra e de várias angolanas, foi um momento muito significativo para mim. Agradeço a passagem pela Comunidade da Covilhã, onde pude estar uns dias com a Ir. Alda da Conceição que me preparou para a Primeira Comunhão; com muita saudade, recordámos os belos tempos passados no Noviciado. À comunidade de Fátima, que várias vezes me acolheu proporcionando-me um ambiente calmo e sereno para um tempo forte de paragem junto de Maria, o meu muito obrigada. Às querida Irmãs do Linhó, que durante os meus Exercícios Espirituais estiveram muito atentas a todos os pormenores, pois me encontrava ainda em época de recuperação da cirurgia, obrigada pela doação, alegria e generosidade. A minha gratidão estende-se a todas as Comunidades do Sul e Norte. Sei pela fé e pela experiência que Deus nunca falta, diz a nossa querida Fundadora. É nesta certeza, e abandonada em Deus, que me dispus para a nova missão que Ele me confiou. Mais uma vez obrigada pela vossa presença através das mensagens e orações. Continuemos unidas, rezando umas pelas outras. Muito obrigada por tudo. «Ndapandula» Estamos juntas!

Vossa Ir. Margarida Adelaide Kundjutu

16 de Novembro - O Padre Carlos Miguel, do Serviço da Pastoral Universitária do Patriarcado de Lisboa, foi à Residência do Lumiar falar sobre o tema "Bom Mestre, que devo fazer para alcançar a vida eterna?". Tanto as residentes como as Irmãs agradeceram este momento de paragem e reflexão que nos deixou a interpelação de que é o momento presente que temos que eternizar...

19 de Novembro - Nasceu o novo grupo de Mães de Paula

na Obra Social Paulo VI, Lisboa. É acompanhado pela Irmã Fernanda Nogueira.

12 de Dezembro - A Irmã Zilda Filipe regressa a Moçambique, logo pela manhã. Pede orações pelo irmão, irmã e cunhado doentes.

Pede-se orações por uma irmã das Irmãs Ferreira Pinto, que está gravemente doente.

Um gesto de partilha Irmã Maria Emília Diniz

“Aos quatro de Dezembro de 2009, pelas 12,30h, reuniu-se, num salão da ANJE (Associação Nacional de Jovens Empresários) no Porto…”. Parece o início de uma acta oficial, mas não pretende sê-lo: foi sim um momento forte este da assinatura por ambas as partes - Província Portuguesa das Irmãs Doroteias e Associação das Antigas Alunas – da escritura de doação de uma parcela de terreno da Quinta do Sardão, para construção de uma Casa destinada às Antigas Alunas e suas famílias. O assunto vinha a ser ventilado desde há muitos anos (mais de 25), no Provincialato da Irmã Diniz. Foi, portanto, a concretização de um sonho há muito por elas concebido e a que a Congregação deu a base de consistência real. Alguém dizia: “Foi como que o lançamento da primeira pedra”. Assinaram a Irmã Teresa Magalhães, como representante da Província, e a Maria Luís, Presidente da Associação. Estiveram ainda presentes as Irmãs Fátima Ambrósio, Maria Luísa Folque, Mª Emília Diniz, Gracinda Martins e Joaquina Marques em representação da Irmã Maria Lúcia Soares, Provincial do Sul, e cerca de 100 Antigas Alunas dos diversos lugares onde se desenvolve a nossa acção educativa. A alegria do encontro, os abraços de amizade construída connosco, Doroteias, os agradecimentos foram calorosos e… ruidosos. O almoço foi muito simpático, e a antiga Presidente fez questão de sublinhar que, "ainda que agradecidas pela doação, agradeciam muito mais a educação que as Doroteias lhes transmitiram". Houve ainda uma troca de presentes: o da Congregação, que a Irmã Fátima ofereceu à presidente da

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Associação, era um quadro de Santa Paula, o das crianças que a rodeiam como foco atraente de carinho e ternura, símbolo do que também as nossas Antigas, no seu tempo de estudantes, tinham experimentado. Por sua vez a Associação ofereceu uma placa gravada com a inscrição: Nascemos, crescemos e continuaremos sempre com as Irmãs Doroteias. Com toda a gratidão. Associação Santa Paula Frassinetti Esta doação foi um gesto de partilha, foi a confirmação da actualidade do nosso Carisma, foi a certeza de que, na Obra Educativa, vale a pena semear na ESPERANÇA.

Encontro solidário em tempo de Advento No passado dia 5 de Dezembro, o espírito de FRATERNIDADE encontrou abrigo na OBRA SOCIAL PAULO VI, onde esteve patente uma exposição de pintura sobre o tema «Ilhas». Os quadros, da autoria de Ana Menano Maia, Francisco Maia, Carmo Maciel e Maria Teresa Maia Gonzalez, venderam-se quase todos (cerca de 30 em 40!) e em pouco mais de 3 horas! O produto da sua venda reverterá a favor da CASA DE BETÂNIA. Mais uma vez, JESUS fez o milagre da multiplicação, fazendo-nos dar muitos frutos a partir da boa vontade de cada um. Porque o Advento é tempo de espera mas não de passividade, mais de 80 amigos quiseram juntar-se em torno da causa de Betânia, visitando a exposição, comprando os quadros e procurando informar-se sobre a forma como poderão colaborar, no futuro. A semente lançada tem sempre mais hipóteses do que aquela que ninguém lançou à terra. Bem haja, Irmã Mª João Vieira Neves, por ter lançado, com a sua energia e bondade, a semente da fraternidade em tantos corações! Bem hajam, Judite, Manuel Barroso e Paulo (da Casa de Betânia) pela ajuda preciosa que deram na montagem e desmontagem da exposição e na venda e entrega dos quadros! Bem hajam, Júlia e os outros utentes da Casa de Betânia, pela vossa presença tão amável e pela vossa colaboração! Bem haja, Irmã Purificação Rodrigues, por nos ter recebido e acolhido como família, na Obra Social que dirige com a sua alma cheia de delicadeza e generosidade! Bem hajam, todos os amigos que quiseram ir ver o nosso trabalho e nos deixaram tantas palavras de ânimo! A todos um Santo Natal!

Maria Teresa Maia Gonzalez

Faleceram Irmã Maria da Purificação Dias Duque, no Linhó

Irmã Maria Leonor Campos Matos

“Nem a morte nem a vida me poderão separar do meu Senhor”

Foi esta a grande aspiração da nossa Irmã Duque, que viveu 33 anos nesta Comunidade. Trabalhando, rezando, sofrendo de muitos males, sempre desejou estar unida ao seu Senhor, esperando ansiosa o seu chamamento. Dizia-nos muitas vezes: “Nosso Senhor não me vem buscar, certamente esqueceu-se de mim!”. De temperamento forte e decidido, era pronta a pedir perdão quando sentia que poderia ter ferido alguém com a sua maneira de ser, agradecendo repetidas vezes todas as delicadezas que lhe faziam. Sempre a conhecemos doente, mas sempre se esforçava por caminhar, até poder chegar à capela onde, depois de uma genuflexão perfeita e prolongada, retomava o seu encontro com Jesus, sobretudo na sua paixão, percorrendo a custo todas as estações da via-sacra!

Na última fase da sua vida agradecia que a ajudassem e tratassem, sempre grata às Irmãs e enfermeiras. O Senhor nunca se esqueceu dela, e escolheu vir buscá-la em vésperas de S. Martinho, oferecendo-lhe mais uma vez a “capa” do seu amor e da sua misericórdia…

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Nasceu a 13 de Março de 1919, em Casal de Baixo (Santarém). Entrou na Congregação a 31 de Julho de 1943. Fez a Profissão Perpétua a 6 de Fevereiro de 1952. Faleceu a 10 de Novembro de 2009, no Linhó.

Recordamos ainda a nossa Irmã Ermelinda Martins, com uma mensagem para uma reunião de família: Neste dia tão lindo, em que toda a minha família se reúne, gosto que sintam que também eu, a Tia Ermelinda, estou junto de todos com a amizade de sempre. Infelizmente o meu estado de saúde não me permite deslocar-me para fora do Linhó, mas o meu coração está no meio de todos, a quem peço que não esqueçam o que aprenderam com os vossos pais e avós: a união da família... o sentido do dever cumprido... a honestidade... em tudo uma atitude cristã, que vos distinga dos vossos colegas e amigos. Linhó, Julho de 2007 - Ermelinda de Jesus Ribeiro. Os sobrinhos guardam esta mensagem como um testamento espiritual...

Familiares falecidos das nossas Irmãs: Uma irmã da Irmã Florinda Rosa e um irmão da Irmã Jorge, já há algum tempo, ambas da Casa Paula, Lisboa, Faleceu também o Padre Fernando Leite (irmão da Irmã Leite de Castro), conhecido de todas nós. Quem não se lembra da Cruzadinha?!

Realizaram-se os dois primeiros encontros programados: a 04 de Novembro, em Lisboa - Casa Paula - e a 11 do mesmo mês em Coimbra, respectivamente com 35 e 30 participantes. Apresentamos um «eco»:

ACÇÃO DE FORMAÇÃO – “ARTE DE ENVELHECER”

Irmã Marieta Pinho - Coimbra, 11 Novembro

Como agradecer a tão enriquecedora acção de formação, “Arte de envelhecer”, que nos foi proporcionada no dia 11 de Novembro, na nossa Comunidade de Coimbra! Pelas 10h tivemos connosco dois enfermeiros que nos levaram a olhar o idoso e o doente na sua globalidade de pessoa, pessoa que tem limites, ansiedades e carências. Também nos elucidaram como poderíamos aliviar os que estão acamados ou os que estão a precisar de cadeira de rodas. Na parte da tarde esteve connosco o Padre Vítor Feytor Pinto que, na sua eloquência já conhecida, nos deu pistas de como envelhecer à luz da fé, ou seja, mostrou-nos a “Arte de envelhecer”. Na verdade, o seu diálogo com o grupo fez-nos ver que esta etapa deve ser vivida com alegria, fé e entrega aos outros, pois assim é o caminho seguro e certo de saber envelhecer. Para finalizar, a Irmã Fernanda Nogueira, no seu fogo já conhecido, encaminhou-nos pela nossa espiritualidade nas Constituições e palavras de Santa Paula, recordando-nos que o seguimento de Jesus Cristo nos dá força e alegria para aceitar os nossos limites e “perdas”. Vão seguir-se encontros, com a mesma temática, a 03 de Fevereiro, no Linhó, e a 10 de Fevereiro, no Sardão.

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XXX Congresso Português de Geriatria e XI de Gerontologia Social Irmã Pilar Moreira

Algumas Irmãs e Leigos que apoiam as nossas Comunidades de Irmãs de idade puderam participar, em Outubro passado, nalgumas conferências e “mesas redondas” do XXX Congresso Português de Geriatria e do XI de Gerontologia Social. Entre os oradores esteve o Professor Daniel Serrão, do qual se transcrevem algumas ideias, que certamente já conhecemos mas que é sempre bom recordar. Lembrava o referido Professor que as sociedades desenvolvidas apresentam uma nova estrutura de pirâmide etária, na qual surge o estrato “sénior”. Estrato no qual alguns elementos adoecem com mais incidência que nos outros grupos etários. Este facto não é da responsabilidade do estrato sénior, mas dos estratos que o antecedem: do modo como se viveu, do ar que se respirou, do estilo de vida experimentado em vários domínios, da alimentação que se fez, do AND de cada um.

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A nova estrutura demográfica, longe de ser um problema, constitui uma grande oportunidade social. Para enfrentar o desafio que se nos coloca precisamos de trabalhar em dois planos:

• promover a informação e a educação para a saúde desde muito cedo, desde a escola; • desenvolver a prevenção primária, fazendo chegar unidades de saúde a todos os pontos do território

nacional. Seria interessante desencadear uma campanha em que a promoção para a qualidade de vida fosse um facto. Uma grande parte destas iniciativas competem a todos nós. Campeão da vida é aquele que consegue ser “saudável”, independente e activo. E, atenção: os campeões da vida não têm que ser condenados a uma vida sem graça. Qualquer que tenha sido a experiência profissional do indivíduo, na idade sénior pode optar por actividades específicas. Ele mesmo as pode inventar: os versos, as aguarelas, a jardinagem, a ecologia... podem constituir uma descoberta saborosa de algo para que se tem jeito e que nunca se teve hipótese de experimentar. Vamos todos promover, logo a partir da infância, uma vida saudável na qual se concretize o direito de viver mais tempo e com maior qualidade de vida. Temos direito à longevidade, apoiada por uma ética de virtude pessoal vivida em liberdade. Para continuarmos a aprendizagem na arte de envelhecer, sugerimos duas obras: Dolores Alexandre, “Las puertas de la tarde” e Joan Chittister, “El don le los años”, ambas da Sal Terrae.

Irmã Diana Barbosa

Aconteceu em Dezembro...

Há 155 anos, a 8 de Dezembro de 1854, Pio IX promulgava o Dogma da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, confirmando o que, de há muito, era crença do povo fiel. Naquele dia, o coração da Madre Fundadora rejubilou!... Encaminhou-se muito cedo para a Basílica de S. Pedro, a fim de garantir um lugar donde pudesse acompanhar bem toda a função, tendo lá permanecido até às 14h!

A 12 de Dezembro escrevia às Irmãs:

Como mostraremos a nossa gratidão e o nosso reconhecimento a Deus por nos ter feito contemplar um dia tão maravilhoso e tão belo como foi esse da Imaculada Conceição da Beatíssima Virgem Maria, nossa querida Mãe? Dia desejado há tantos séculos e implorado a Deus com tantas súplicas de tantos Santos (...). Nunca, como nesse dia, vos desejei, com tão vivo ardor, todas reunidas em Roma!

Oh, nunca houve um dia como este, de tão celeste alegria e de tão copiosas bênçãos em todo o mundo católico! Não o esqueçamos, pois, minhas caríssimas Filhas, e manifestemos toda a nossa gratidão a Deus, que nos fez assistir a um tão belo dia, crescendo cada vez mais na devoção para com Maria, nossa querida Mãe, e renovando-nos espiritualmente para a próxima festa do Santo Natal (Carta 102, 1.2)

E nós, filhas portuguesas, com redobrada razão nos devíamos regozijar, por termos a Imaculada Conceição como nossa Rainha, coroada por D. João IV em Vila Viçosa!

Na data de 8 de Dezembro, assinalamos ainda:

1866 – Tomada de Hábito das primeiras Postulantes portuguesas: Maria José e Maria Filomena Ordaz.

1869 – Abertura do Concílio Vaticano I. Recordam as Memórias:

A festa da Imaculada Conceição foi por nós celebrada com maior solenidade que habitualmente, não só porque a capela se prestava [a M. Fundadora tinha-a mandado ampliar, e fora benzida quatro dias antes], mas também porque naquele dia era a abertura do Concílio, pelo bom êxito do qual, desde o princípio do ano, a Madre Fundadora tinha prescrito especiais práticas de piedade em todo o Instituto (p. 264).

1877 – As Irmãs do Quelhas tiveram a consolação de, pela primeira vez, vestir o Hábito em casa.

A 18 de Dezembro de 1921, reabria o Colégio do Sagrado Coração de Jesus (Sardão), em Vila Nova de Gaia, nos inícios da restauração da Província Portuguesa (o Colégio da Póvoa de Varzim foi o primeiro a reabrir, em 1918). Podemos ler numa espécie de Carta Anual do Sardão:

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Em Agosto de 1921 a Madre Superiora do Colégio de Cedofeita, no Porto, precisava de ir com as suas Irmãs passar as férias no campo. Já estava decidida no tribunal em nosso favor a questão da Quinta e do Colégio do Sardão; por isso determinou tomar posse da casa e passar lá as férias com as Irmãs. Porém, o Brito, que durante 11 anos teve em seu poder Quinta e Colégio, não havia meio de a entregar, e se foi embora do Porto para o Douro. Neste caso a Madre Mello trabalhou activamente: foi a Tuy pedir conselho e licença, e conseguiu tomar conta de tudo, com a condição de não pedir indemnização. Foi um triunfo para nós, mas o Brito ficou desesperado.

A Comunidade de Cedofeita principiou a vir para o Sardão, para limpar a parte da casa que devia habitar. Eram lágrimas de consolação e de saudade que todas derramavam ao entrar nesta casa, depois de 11 anos em que a tinham deixado, com tanta amargura e saudade. Como a Capela estava cheia de mobília, e não se podia lá celebrar o Santo Sacrifício da Missa, foi na Capela das Filhas de Maria que o antigo Capelão, Sr. Padre Luís, veio celebrar e deixar Nosso Senhor num pequeno Sacrário preparado para esse fim. Continuou sempre o mesmo Capelão.

As férias decorreram alegremente, e a Comunidade de Cedofeita tinha de se retirar. A R. Madre Provincial mandou vir a Madre Custódia Freitas para tomar conta e governar a casa até que determinasse o que faria desta casa (...). Veio a visita da R. Madre Provincial, e determinou abrir o Colégio (...). De Outubro a Dezembro só entraram 2; em Janeiro entraram 6, e assim tem continuado o Colégio. Logo que as gentes destes lugares souberam que as Senhoras do Sardão estavam para ficar, mandaram os seus presentinhos de ovos, frangos, broa, etc., etc., de modo que era raro passar um dia em que não chegasse um presentinho.

A «aguçar o apetite...»

Conheci... Refere a Irmã Carmelina Figueiredo:

Conheci, no Lar da Av. Fontes, a Madre Maria dos Anjos Proença, que me contou episódios da Dispersão e me falou de várias Irmãs: Madre Margarida Saraiva Lobo e sua irmã Mª da Conceição Saraiva Lobo, Madre Guilhermina Sarmento, filha do General Sarmento... A Madre Proença recordava-se de que as Irmãs contavam que, no Arsenal da Marinha, estiveram muitas horas sem comer nada. A Madre Monfalim comunicou-o a um oficial, que disse que já iam tratar disso; mas o que lhes deram foi uma «água suja», que passava de umas para as outras. As Doroteias foram as primeiras a chegar ao Arsenal. Quando já lá estavam todas, apareceu o Afonso Costa, que as interrogou. Chegada a vez da Madre Guilhermina Sarmento, ela disse: - Chamo-me Guilhermina Sarmento, filha do General Sarmento, com muita honra. A Madre Proença foi a única Doroteia portuguesa a ir para Malta por ocasião da Revolução. Conheci também a Madre Clotilde Matos Graça, de Barcelos, de uma família titular. Era então Noviça. Em Janeiro de 1911 foi para o Brasil, com um grupo grande de Irmãs que ia para a fundação da Casa de Pouso Alegre. Regressou depois a Portugal. Entrou lá uma postulante, brasileira, que veio a ser a Madre Maranhão, que eu encontrei quando estive no Brasil. Falava-me da Madre Clotilde Matos Graça, dizendo que era «um torrãozinho de açúcar». A Jacinta Santos estava no 2º ano de Noviciado, em Vila Real, bem como a sua irmã, Germana Santos, que foi para o Brasil e lá ficou. Encontrei-me com ela no Brasil, assim como a Irmã Amélia Leite, que era despenseira, e a Irmã Clara Alves Oliveira, que tinha mais duas irmãs Doroteias.

Disponíveis ...

deixando que o Pai forme em nós os sentimentos do Filho pela força do Espírito.

(Documento do Capítulo Geral XX)