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Al. Linhas de Torres, 2 1750-146 LISBOA [email protected]
Missão Benguela
Campusfrassi.net - Vigias (Sardão)
Missão Quarteira
Os 100 anos da Irmã Purificação,
no Linhó
Campusfrassi.net - Vigias (Linhó)
Aniversário da Irmã Jaci - Fátima
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VViissiittaa ddoo GGoovveerrnnoo GGeerraall àà nnoossssaa PPrroovvíínncciiaa
A 6 de Setembro de 2012 chegaram a Lisboa as Irmãs Jaci Pessoa (Coordenadora Geral) e Marlene
Mumic, Conselheira Geral que, juntamente com a Irmã Maria da Conceição Ribeiro, também
Conselheira Geral, que se encontrava já em Portugal para estar com a família), vão fazer a Visita à nossa
Província. A Irmã Jaci contactará as Irmãs/Comunidades, e as duas Conselheiras atenderão ao aspeto da
respetiva missão. Juntas, orientaram já os Encontros Intercomunitários em Fátima, Coimbra, Sardão e
Lisboa - Calvanas. A Visita iniciou-se a 7 de Setembro numa reunião com o Governo Provincial, em
Fátima. Logo no dia seguinte, teve lugar o primeiro Encontro intercomunitário, também em Fátima.
No dia 27 de Setembro celebrámos, em Fátima, o aniversário da Irmã Jaci. Foi uma linda festa de
família! Encontrámos a Irmã Jaci na Capelinha das Aparições, e logo ali recebeu os parabéns de muitas de
nós. Às dezassete horas em ponto deu-se início à Eucaristia de ação de graças presidida pelo Padre Carlos
Carneiro S.J. com uma introdução explicativa da nossa Provincial, a Irmã Lúcia Soares, dirigida em
particular aos peregrinos presentes.
Na homilia, o Padre Carlos Carneiro, com a originalidade que o caracteriza, saudou a Irmã Jaci e felicitou-
a por ter Nossa Senhora como aliada, pô-la no colo de Maria e agradeceu tudo o que tem sido na sua
vida. Para todos os presentes salientou a importância de pedir a Maria que nos dê Jesus – é o melhor que
Ela tem para nos dar, é a sua missão de Mãe de Deus e nossa Mãe!
No final da Celebração, a Irmã Jaci foi convidada a aproximar-se do altar para ser apresentada ao Povo e
para rezar junto da imagem de Nossa Senhora.
Seguimos para a nossa Casa do «Monte Moro» onde nos esperava uma excelente merenda. Éramos cerca
de 100 Irmãs, de quase todas as Comunidades, a cantar os Parabéns à Irmã Jaci a quem foi oferecida uma
linda imagem de Nossa Senhora de Fátima, obra das Irmãs das Artes do Mosteiro.
Na viagem de regresso, uma Irmã lembrou com graça que só faltou cantar um cântico “nosso” de há
anos: “A Província inteira canta para ti. Chegam as vozes de todo o Portugal! E a voz do amor que está
em ti diz num canto triunfal: Estamos contigo, querida Madre Geral!”.
No final do dia, a Irmã Jaci confidenciava ao ‘pequeno resto’ de Irmãs que ainda se encontravam no
“Monte Moro”: Foi um dia de Céu!
No dia seguinte, 28 de Setembro, ao princípio da tarde, a Irmã Jaci seguiu para Roma. Dali partirá para
a Visita ao Perú, na madrugada do próximo dia 1 de Outubro, acompanhada pela Irmã Catherine Rebello,
Conselheira Geral. A Visita a Portugal, agora interrompida, continuará em Novembro.
AAttiivviiddaaddeess eemm fféérriiaass
CCaammppuussffrraassssii..nneett -- VViiggiiaass,, SSaarrddããoo
De 8 a 14 de Julho realizou-se no Sardão mais um Campusfrassi.net dos VIGIAS - adolescentes dos 5º e
6º anos. Com os animadores, formavam um simpático grupo de 21 elementos, vindos de vários locais:
Coimbra, Pinhel, Porto e Recardães. Para uma melhor organização dividiram-se em 3 pequenos grupos
que, depois de uma breve apresentação, se autoidentificaram: OS LUSITANOS, os ÚNICOS e OS CÓMICOS.
Todos foram valentes e esforçaram-se dando o seu melhor com muita alegria.
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Na continuidade ao refletido no ano passado, o tema proposto e desenvolvido foi Não sou único, sou
contigo. O entusiasmo foi crescendo de forma notável ao longo da semana, nos vários momentos vividos,
com dinâmicas criativas e bastante divertidas: Workshops, uma tarde de Cinema, Ateliers, uma bela manhã
de Praia, uma visita aos pequenitos de um Jardim de Infância, os Fantasmas da noite pela Quinta do Sardão,
momentos de reflexão, a participação de todos nas tarefas da casa... e, claro, a dar sentido a toda esta
vivência foram importantes os momentos de paragem/oração junto d’AQUELE que ali nos congregou: JESUS
CRISTO.
Foi um Campus que teve muitas surpresas de Deus. A flexibilidade que
todos demonstraram para responder às necessidades, imprevistos… e
mesmo o facto de não nos conhecermos, não foi obstáculo, mas
trampolim para nos superarmos e sermos geradores de mais comunhão.
Dois breves testemunhos falam por si:
A semana de Campusfrassi.net, que se viveu na quinta do Sardão, foi
espetacular. Eu e os meus amigos aprendemos a partilhar tudo, como por
exemplo: o quarto, a casa de banho, a alimentação, as opiniões e as
brincadeiras. Gostei muito de conhecer novos amigos. Achei importante a tabela das tarefas para todos
podermos ajudar na organização e limpeza da "nossa" casa. As atividades estavam ótimas, principalmente
a que vivemos numa noite, guiados pelos nossos animadores, na “Floresta dos Provérbios”, à procura dos
pirilampos que nos traziam do “ALÉM” uma mensagem. Bem tentámos não nos assustar com os
fantasmas... mas o que é certo é que as nossas pernas tremiam por detrás das grandes gargalhadas que
dávamos com as surpresas que nos iam surgindo na escuridão e no grande silêncio da noite. Todos os
temas abordados foram importantes para enriquecer os nossos conhecimentos e a relação de uns com os
outros. Aconselho-vos a experimentar o próximo Campusfrassi.net. Para o ano conto convosco para assim
alargarmos o nosso círculo de amizade. Obrigado a todos os que contribuíram para esta semana tão
divertida. Joel Fernando Bastos Baptista (participante de Recardães)
Confesso que não esperava uma semana tão bem passada e produtiva como esta, olhando à idade dos
miúdos e ao facto de não conhecerem nenhum dos animadores. Vim para casa com uma sensação de
missão cumprida… e pensei: “Eh pá! Mas já acabou!?”. Penso que conseguimos atingir o objetivo
máximo: a transmissão de valores para a vida! Mas sinceramente penso que também eu os ganhei, e isso é
muito bom. Um abraço a todos!
Paulo Mesquita (animador - enfermeiro no Colégio da Paz)
CCaammppuussffrraassssii..nneett –– VViiggiiaass,, LLiinnhhóó
De 8 a 14 de Julho 2012, realizou-se no Linhó mais um CAMPUSFRASSI.NET «os VIGIAS», com crianças do
5º e 6º anos. O Tema vivido neste CAMPUS foi: NÃO SOU O ÚNICO - SOU CONIGO.
Eram 37 participantes, 4 monitores (antigos e atuais alunos do Colégio das Calvanas), 3 Irmãs, com a
colaboração preciosa de algumas Irmãs da Comunidade, de um modo especial a Irmã Josefina, sempre
pronta a colaborar em tudo o que era necessário.
O que foi dito no fim do CAMPUS por alguns participantes:
Os CAMPUS são uma experiencia inesquecível. Ajudam-nos a crescer muito interiormente.
Grande experiência de Vida. Ajudam-nos a refletir sobre quem nós
somos. Ajudam-nos a compreender algumas coisas importantes para
a vida.
Este CAMPUS ajudou-me muito a melhorar a minha relação com os
outros. Mudou o meu coração. Fiquei mais responsável. Aprendi a
crescer em grupo e a estar mais com Deus.
Neste CAMPUS descobri algumas qualidades em mim que não sabia
que tinha. Nesta experiência consegui compreender e pôr em
prática os valores da amizade, da interajuda….
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Ajudou-me a tomar consciência de algumas coisas que posso fazer para mudar o Mundo.
Acho que depois deste CAMPUS dou mais valor à vida.
O que foi dito, no fim do CAMPUS, pelos pais de uma participante:
Antes de mais, muito obrigado pelo bom êxito do Campus. Bem hajam Irmã Mila, Irmã São Rodrigues e
Irmã Alice Videira por tudo o que fizeram pelas nossas crianças. Agradecemos toda a atenção,
disponibilidade, empenho e carinho que distribuíram de uma maneira tão alegre e saudável, bem ao jeito da
nossa amiga Santa Paula. Todos estavam contentes, e isso é sem dúvida a melhor prova do bom êxito da
iniciativa.
Estão mais uma vez de parabéns pelo projeto. Que Deus vos dê força e sabedoria para continuar.
Um grande abraço de amizade Família Alves
CCaammppuussffrraassssii..nneett -- FFrreeiixxooss,, LLiinnhhóó
Acantonamento no Linhó, com cerca de 30 participantes de várias localidades. Foi dinamizado pelas
Irmãs Arminda, Alcina e Paula com a colaboração de 4 monitoras.
À pergunta «Achas que mudou alguma coisa em ti depois desta experiência?», respondem alguns:
- Sim, o meu número de amigos aumentou, e tornei-me uma pessoa melhor.
- Passei a acreditar mais em mim e em Deus.
- Aprendi a não pensar só em mim mas mais nos outros…
Como resposta à pergunta »Aconselharias esta experiência aos
teus amigos? Porquê?», destacamos:
- Claro! Porque é uma experiência muito fixe. Não só conhecemos
amigos novos, como crescemos por dentro.
- Sim, porque aqui conseguimos melhorar a pessoa que somos de
uma maneira divertida.
- Sim, porque aqui podemos conviver com todos e sermos ós
mesmos. É também uma oportunidade de refletirmos sobre a nossa vida e sobre quem somos, algo que
considero muito importante.
- Claro que sim! Porque é um Campus totalmente diferente no bom sentido. É divertido e educativo.
MMiissssããoo QQuuaarrtteeiirraa
Este ano, a missão, em grupo, começou com um dia de retiro, o qual marcou a diferença. O grupo
conheceu e viveu a dinâmica espiritual que a mesma exigia; e, na hora das dificuldades, agarrou com
determinação o despojamento que foi pedido: depois de já termos
preparado as tendas do silêncio e do encontro, fomos desalojadas por
uma denúncia feita à capitania.
A missão continuou. Aqueles que a viveram connosco, dizem:
Muito obrigado, meu Senhor, já somos mais a caminhar na tua paz,
no teu amor, na abundância de Ti.
Senhor, o meu “obrigado” não chega para Te agradecer todo o
bem que me tens feito. Foste Tu que me colocaste aqui, que fizeste com que eu me cruzasse com
tanta gente boa, que me deste por companheir@s estas ‘pérolas’... Nem tudo nesta caminhada
foi fácil. Aceitar a rejeição, criar, involuntariamente, incómodo nalgumas pessoas, foram algumas
coisas que pesaram sobre nós. Foram a nossa cruz! Contudo, houve coisas que valeram a pena e
superaram as más. O apoio da parte dos católicos fez-se sentir. Simples gestos, como oferecer
comida e outros presentes, deram-nos força para continuar. Assim, por mais que estejamos
cansados, com poucas horas de sono, chegámos ao fim da missão Quarteira 2012. Não obstante,
a nossa missão, enquanto católicos, continua nas nossas terras, nas nossas casas, com os nossos
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amigos. E estou ciente de que esta missão não é mais fácil do que a que realizámos em Quarteira.
Aqui, tínhamos a ajuda dos materiais que facilitavam o diálogo com as pessoas. No dia-a-dia,
temos de evangelizar primeiro com a vida e depois com as palavras. É com saudade que deixo as
Irmãs Goreti, Arminda, Alcina, a Guida, a Solange, a Mónica, a Joana, a Marisa, a Marta e o
José. Foi uma semana em que partilhámos alegrias e tristezas, cansaço e diversão, momentos
bons e menos bons. Espero voltar aqui, daqui a um ano. E até lá continuo a missão e, como S.
Paulo, digo: “Ai de mim se não evangelizar!” - Francisco Molho
Mais um ano fomos enviados, mas desta vez a missão foi bem diferente, pois nem todos
desejavam a nossa presença. Somos incomodativos, o que podemos perceber e sentir quando nos
retiraram o nosso espaço habitual, as tendas do silêncio e do encontro. Porém, não perdemos o
ânimo, nem a coragem e continuámos a missionar por todo o calçadão, com alegria e confiança
em Deus. Durante toda a semana muitas foram as negações com as quais nos deparamos, o que
não nos desanimou, antes pelo contrário, deu-nos força para continuar a anunciar a palavra do
nosso Criador. - Os missionários de Quarteira
… Descobri novos dons em mim e que tenho força cristã dentro de mim. - Marisa Sofrino
… Desta experiência leva-se mais “experiência cristã”, mais sorrisos sinceros de pessoas que se
cruzaram connosco no calçadão, mais amigos únicos. Levo uma paz de espírito e uma força
interior renovada. Levo relatos de histórias espantosas e pessoas maravilhosas que vieram ao
nosso encontro. Levo Deus e os seus ensinamentos, bem como os de Santa Paula, bem dentro do
meu coração. - Marta Félix
… Tudo o que aconteceu, nesta missão, não só a nível individual, como também coletivo,
resultou num sinal + para a minha vida. As pequenas dificuldades com as quais nos deparámos,
fizeram-nos crescer enquanto homens e mulheres e, sem dúvida, enquanto cristãos. - Joana
Santos
Para a minha vida levo a certeza de que, de facto, fazemos a diferença na vida das pessoas, e que
iniciativas como estas valem a pena pois transmitem Vida e Amor ao mundo, tendo como centro
a Palavra de Deus. - José Proença
E deixamos também o testemunho de alguns dos que se cruzaram connosco:
Como é belo passear no calçadão e encontrar um grupo de jovens a incentivar à oração e a
aquecer o nosso coração. Bem hajam! Risonho grupo instalado junto ao Hotel D. José a espalhar
e a aumentar a minha Fé. É com muito prazer que faço esta caminhada para recolher as
mensagens: guardo-as e, de vez em quando, medito-as. Obrigada, felicidades para todos vós. -
Conceição Miguelote - Guimarães
Caras irmãs: Num mundo tão instável e conturbado, onde os interesses imperam, ver a
persistência e a entrega das Irmãs Doroteias, acompanhadas dum grupo de jovens, é um exemplo
gratificante de vida. Que a graça do Senhor continue a fortificar para, ano após ano, nos
encontrarmos. - Túlia - Tomar
… Para mim este é o espaço mais alegre do calçadão. - David Esteves - Aveiro
Passei várias noites na companhia destas maravilhosas pessoas que dão outra beleza ao mundo. -
Maria Isabel Moreira - S. João da Talha
… Obrigada às irmãs Doroteias. É de louvar todo o seu trabalho, afeto e carinho. Sempre as
encontro com o seu sorriso e os seus olhos brilhantes que é o brilho do seu coração puro.
Obrigada por tudo… - Maria Augusta Ferreira - Braga
… E que dizer das irmãs? São e espalham o Amor que Deus quer a todos… - Nela e Zé Carlos
Teixeira - Lisboa
… Bem hajam estas pessoas que dedicam o seu trabalho em prol dos outros com muito carinho e
amor sem fins lucrativos. - Betty Carvalho - Quarteira
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MMiissssããoo BBeenngguueellaa 22001122
O que foi? - Uma Missão de um mês com 5 jovens, em Benguela - Angola; um mês de voluntariado em
África numa Comunidade-Missão nossa ou onde as nossas Irmãs estão a trabalhar.
A Intervenção foi sobretudo junto das ‘meninas’ (59, dos 7 aos 26 anos) do nosso Lar Santa Paula
Frassinetti em Benguela, junto dos jovens das paróquias de Nossa
Senhora do Pópulo e de Santo António e das candidatas à Vida
Religiosa.
Eu partilhei a nossa experiência da Pastoral Juvenil Vocacional de
Portugal com as nossas Irmãs que trabalham neste setor em Angola, e
ainda dinamizei uma manhã de reflexão para a juventude Doroteia
da zona de Benguela.
Nesta missão atingimos crianças, adolescentes e, sobretudo, uma
"multidão" de jovens, as candidatas à Vida Religiosa que moram na
nossa Comunidade do Colégio de Nossa Senhora da Conceição, em
Benguela. Trabalhou-se essencialmente em noções básicas de saúde, jogos didáticos, língua Portuguesa,
dinâmicas de grupo, silêncio, espiritualidade, Inglês, Fé e Liderança.
Este mês foi breve, mas muito bom.
"No passado mês de Agosto, conheci uma realidade bastante diferente da que conhecia e imaginava...
Aprendi que viver num lar de acolhimento, não é necessariamente sinónimo de tristeza e de se estar
solitário, antes pelo contrário! No Lar de Santa Paula, em Benguela, as meninas são felizes e sente-se um
verdadeiro ambiente familiar. Há tempo para os "ofícios", para estudar, para rezar e para brincar. É claro
que existem algumas carências materiais, mas a parte essencial está bem evidente, o AMOR, a
ENTREAJUDA, o RESPEITO PELO PRÓXIMO, a PARTILHA DO QUE SE TEM; isto foi o que realmente
senti sempre que estive nesta casa, neste LAR. Agora sinto falta dos sorrisos e da boa disposição das
meninas, que sempre nos recebiam com todo o carinho". Ana Isabel Baptista
"Eu gostei de ter realizado esta missão, fiquei a conhecer outra realidade e tive consciência de que ainda é
preciso fazer muito por aquele país. Desta missão fica o amor e o carinho com que fomos recebidas e
tratadas durante todo o mês, bem como o desejo de voltar a rever aquelas meninas e de tentar fazer algo
mais por elas." Sara Fernandes
“Esta missão fez todo o sentido na minha vida e ir com as irmãs alargou mais a minha visão. Ajudei muita
gente, fui útil; vivi este mês em espírito de entreajuda e de amizade.”Ana Cravo
AA FFeessttaa ddooss 110000 aannooss ddaa IIrrmmãã PPuurriiffiiccaaççããoo
(Pedimos desculpa por esta notícia não ter vindo no Boletim anterior)
Foi no dia 29 de Janeiro que celebrámos com muita festa, muita alegria o dom dos muitos anos de vida
da Irmã Purifica.
Para a festejada, o dia começa tranquilo, o mesmo ritmo de todos os dias; levantar e dirigir-se para a
Capela para a oração da manhã. Começam a chegar os convidados; muitos abraços, beijos, fotografias,
conversas… e cumprimentos que nunca mais têm fim!...
Os muitos sobrinhos, só 45, que vieram de longe e de perto
revelaram bem o carinho que têm pela tia Purificação,
manifestado em gestos e palavras de amizade e de atenção.
As Irmãs de muitas Comunidades que se fizeram presentes e
outras ainda que marcaram a sua presença com mensagens de
parabéns e de amizade... Foi lindo ver as Colaboradoras com
traje domingueiro a participar na festa com alegria e sempre
prontas a prestar qualquer serviço.
É então chegada a hora da Eucaristia, e a entrada na Capela é
feita com grande solenidade! A Irmã Purifica, acompanhada de
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duas sobrinhas, neta e bisneta, encaminha-se para o altar com um lindo ramo de girassóis, oferecido pelos
sobrinhos, símbolo de toda uma vida marcada pela alegria, disponibilidade e entrega a todos, em especial
aos mais pobres e pequeninos.
A Eucaristia foi o momento mais alto de toda a festa. Concelebraram
o Padre António, nosso Pároco, e o Padre Armindo, um grande
amigo dos seus tempos de missionária em Moçambique. As palavras
de apreço e de agradecimento pela vida, dirigidas à Irmã Purifica,
foram muitas vezes referidas pelo Padre Armindo durante a Eucaristia.
Foi maravilhosa a animação dos cânticos com a ajuda de todas as
Irmãs presentes, em especial das noviças. Obrigada!
Após a Eucaristia encaminhámo-nos para o salão onde foi servido o
almoço. Também este espaço cuidadosamente preparado a criar ambiente de festa, de alegria e de
simplicidade e a falar dos muitos anos de vida entregue em serviço a todos.
O almoço decorreu com tranquilidade e com muita animação como é próprio entre nós em dias como
este. Chegou a hora de acender as 100 velas do bolo dos anos e a Irmã Purificação estava tão feliz com
todos à sua volta, que mais parecia uma princesa!...
Começava a notar-se um certo cansaço, que tentava disfarçar, mas também não admira pois o ritmo
habitual foi todo alterado, e para quem faz 100 anos não é nenhuma brincadeira! Temos de dizer com
espanto e admiração que a Purifica se aguentou muito bem durante toda a festa. Depois foram as
despedidas e o tempo do repouso já um pouco fora de horas, que só no dia seguinte se recompôs.
Continuamos a dar graças a Deus por esta oportunidade que a Irmã Purificação nos ofereceu de celebrar o
dom da sua vida em espírito de verdadeira família, e também pela alegria que lhe demos. Estava Feliz!
Estamos muito gratas a todos e a todas - Familiares, Irmãs e Colaboradoras, que se disponibilizaram para
ajudar à festa. Graças a Deus tudo correu muito bem!
A Irmã Purificação agradece assim:
Agradeço à Irmã Lúcia, às Superioras e a todos as Irmãs a generosidade que tiveram para comigo no dia
dos meus anos, de agradecerem comigo a Deus a graça e a maravilha de fazer 100 anos. Foi um dia tão
grande que não dá para se esquecer. Queria ter a capacidade de saber agradecer tanto carinho e amizade
que todas me deram a começar pela minha comunidade.
Fica um muito obrigada por tudo o que eu não sei dizer.
OOss qquuee nnooss ddeeiixxaarraamm
Irmã Marie Thérèse Josephine Maurice - 15 Setembro 2012
“As circunstâncias e as experiências próprias de cada idade, na saúde ou
na doença, assumidas pessoalmente, são um contínuo dar a vida que nos
prepara para acolher, na serenidade, a hora definitiva”. Lê-se no nº 45
das nossas Constituições, e pudemos lê-lo também na vida da Irmã Marie
Thérèse Josephine Maurice, todas aquelas que tivemos o privilégio de a
contactar na última etapa da sua vida.
Fomos aprendendo a ver, dia após dia, uma serenidade acolhedora e meiga e uma Paz que o Senhor foi
desenvolvendo na IrmãMaurice, de tal modo que, com verdade, podemos dizer, a seu respeito, que,
“para além da morte, permanece vivo em nós o testemunho desta (vida) que nos precedeu…”
Certamente na sua preparação para Enfermeira de Guerra foi cultivando a base de uma personalidade que
tornou possível a ação de Deus. E foi também essa profissão que a levou à Suíça a estudar o alemão e lhe
possibilitou cruzar-se com a nossa Congregação e descobrir aí o seu lugar, entrando no Noviciado de
Vila do Conde a 19 de Março de 1939.
Depois de dar aulas 24 anos no Colégio de Santa Doroteia – Calvanas, passou 4 anos na Póvoa de Varzim
e 7 em Évora, regressando à Suíça em Julho de 1974. Mas o seu coração ficou em Portugal, e em 2002
regressou, ficando a fazer parte da Comunidade da Figueira da Foz. Continuava aí, com gosto, as suas
atividades apostólicas, mas, passado algum tempo, começou a carecer de cuidados mais específicos e
integrou a Comunidade do Sardão de onde veio para a Casa Paula.
Em todos os locais onde viveu a irmãMaurice deixou muitas e profundas amizades de pessoas que
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continuavam a visitá-la e a contactá-la telefonicamente ou por escrito, com bastante frequência, para
confiar às suas orações os problemas mais diversos e íntimos.
A nacionalidade francesa marcava a sua personalidade e levava-a a acompanhar, do modo que podia,
mas com grande apreço, quanto dizia respeito ao seu País, desde as eleições dos políticos aos
acontecimentos desportivos, saboreando aqueles que considerava ser verdadeira vitória para o seu povo.
Vivia uma relação muito profunda e bonita com cada um dos seus familiares, que lhe correspondia do
mesmo modo. Ultrapassou na Fé e com singeleza a morte do último Irmão, ocorrida há poucos meses.
Recebeu a visita das sobrinhas com um encanto e alegria especiais. Quando a saúde lhe permitia, falava
horas seguidas com o grupo ou com cada uma e não se cansava de agradecer qualquer delicadeza que
com ela se tinha.
O timbre do seu obrigada e do seu chamar foram ganhando um requinte especial, à medida que os dias
passavam. A presença de Deus sentia-se mais forte.
Entretanto, o corpo ficava mais frágil; e a Irmã Maurice, que continuava a guardar no coração e a
entregar ao Senhor todas as intenções que lhe recomendavam, dizia com alguma frequência: “Já é hora
de ir para o céu.”
Familiares de Irmãs falecidos:
A 10 de Julho faleceu o irmão da Irmã Alda da Conceição que estava no Lar de Alvaiázere.
Em início de Agosto, faleceu uma sobrinha da Irmã Celeste Cardoso. Tinha sido operada ao coração, e
tudo correra bem, mas cedeu perante a notícia dolorosa de que iam amputar uma perna à mãe. A 17 de
Setembro faleceu a irmã da Irmã Celeste Cardoso, a Maria Amélia, aquela a quem tinham amputado a
perna havia cerca de mês e meio. Pedimos orações por ela e pela Irmã Celeste, que está a sofrer muito
por estas duas perdas em tão pouco tempo.
AAccoonntteecceeuu...... AAccoonntteeccee...... AAccoonntteecceerráá......
08 Setembro - Até este dia (algumas até
anteciparam esta data!) as Irmãs que mudaram
de Comunidade chegaram às suas novas casas,
de acordo com a proposta da Irmã Lúcia. De
entre as várias mudanças (não muitas),
salienta-se as que atravessaram o Oceano: a
Irmã Fernanda Manso vem para Lisboa (Alto
do Lumiar) e a Irmã Rosário Lourenço 'voa' da
Figueira para os Açores!
27 Setembro - Aniversário da Irmã Jaci
(notícia na página 2).
28 Setembro - A Irmã Jaci partiu para Roma,
de onde seguirá para a Visita ao Perú.
30 Setembro – Convocada pela equipa de
Pastoral Juvenil, realizou-se em Fátima o
Encontro/convívio para partilha/testemunho
das atividades realizadas ao longo do ano
passado. Foi também o lançamento das
atividades para 2012-2013. O Encontro teve a
presença da Irmã Lúcia e a participação de 14
Irmãs (incluindo as Noviças) e cerca de 60
Jovens.
Todas as Equipas, com exceção das IPSS e das
Casas de Espiritualidade, tiveram já as suas
reuniões com as Irmãs do Governo que lhes
estão ligadas. Iremos recebendo as respetivas
programações.
De acordo com a programação das
Instituições Educativas, iniciaram-se já
(Figueira, Covilhã, Vila do Conde e Calvanas –
1º grupo) os Encontros de Formação para
docentes e não-docentes, nos vários Centros
Educativos, com o tema Ser dom em espírito
de serviço. Os 14 Encontros decorrerão de 22
Setembro a 27 Outubro.
Irmã Rositta – Continuamos a esperar pela
alegria de a ver chegar até nós, logo que lhe seja
concedido o passaporte, o que tem sido muito
difícil.
A Irmã Lisete Gonçalves está no seu último
“ano romano”. Tem vindo, ao longo deste
mês, a ultimar a tese que terá de entregar até
ao primeiro dia de Outubro. Unamo-nos ao seu
esforço pedindo ao Senhor que seja
reconhecido e… bem avaliado!
As Mães de Paula têm agora apenas uma
responsável a nível de cada país, a que chamam
«Mãe nacional»; é a Luciana do grupo do Sardão.
Depois das Bodas de Ouro da Irmã Maria
Antónia Marques Guerreiro, no passado dia 16 de
Setembro, é agora a vez das Irmãs Maria Alice
Miranda, Maria Helena de Jesus Ferreira e Maria
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de Oliveira Mendes - a 22 de Outubro, e a Irmã Ana Fernades a 8 de Dezembro.
Estamos em vésperas do início da celebração dos 50 anos do Concílio, que marcou tão
fortemente a Igreja. O Doroteias irá, ao longo deste ano, apresentar pequenos flashes e
factos episódicos muito simples, daqueles que em geral não aparecem...
Gostaríamos também de partilhar testemunhos de Irmãs 'contemporâneas' desse
acontecimento. Querem enviar? - individualmente... em grupo... em Comunidade...
recordarmos o impacto que teve esse «abrir as janelas da Igreja a fim de podermos ver
para fora e os fiéis poderem ver para o interior», como dizia o Papa João XXIII.
Iremos apresentar em cada boletim umas 'fichas' sobre o Vaticano II, da autoria de José
Luis Cortés, com aqueles desenhos tão caraterísticos que conhecemos há muitos anos!
De entre as curiosidades:
Sabia que já houve outro «Ano da Fé»? - Foi em 1968, proclamado por Paulo VI como celebração
dos dois anos de encerramento do Concílio (30 de Junho). Nessa celebração Paulo VI proclamou o tão
conhecido «CREDO DO POVO DE DEUS».
Já ouviu falar nas «Mães do Vaticano II»? - Vinte e três mulheres estiveram presentes, convocadas a 8
de Setembro de 1964, por Paulo VI, como auditoras. Os próprios Padres conciliares denominaram estas
mulheres «mães», sem se dar conta da implicação profunda disto. Nas comemorações dos 50 anos do
Concílio, saiu um livro da autoria de Adriana Valerio (Madri del Concilio. Ventitré donne al Vaticano II,
Roma, Carocci Editore, 2012). Devemos um agradecimento profundo ao Papa que conseguiu romper a
barreira secular, embora as tenha confinado a um papel modesto, porque, a partir deste início,
deliberadamente desejado, nasceu uma descendência numerosa e qualificada. A fenda abriu-se, o
florescimento continua.
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José Luis Cortés - http://blogs.periodistadigital.com/hermano-cortes.php?cat=12130
Em 25 de Janeiro de 1959, apenas três meses depois da sua eleição, João XXIII
anunciou a um grupo de cardeais os pontos principais do seu governo: reformar o
Direito Canónico, convocar um sínodo da diocese de Roma, e… “tremendo com
alguma emoção, mas também com humilde resolução” celebrar um Concílio da
Igreja Universal.
1. Um concílio?
ESTE CONCÍLIO DE “AGGIORNAMENTO” (ACTUALIZAÇÃO) SERIA “PARA ABRIR
AS JANELAS DA IGREJA, A FIM DE PODERMOS VER PARA FORA E OS FIEIS
PODEREM VER PARA O INTERIOR.”
NOUTRO MOMENTO COMENTOU O SEU DESEJO DE “ELABORAR UMA NOVA
TEOLOGIA DOS MISTÉRIOS DE CRISTO, DO MUNDO, DA HISTÓRIA, DO
TRABALHO, DAS LÁGRIMAS E DOS SORRISOS, DA MÚSICA E DA DANÇA, DA
CULTURA, DOS GRUPOS ÉTNICOS… DE TODA A HUMANIDADE”.
ELE DESEJAVA UMA NOVA PRIMAVERA NA
IGREJA, POIS, COMO DISSE AOS CARDEAIS, “A
IGREJA NÃO É UM MUSEU PARA CONSERVAR,
MAS UM JARDIM PARA CULTIVAR”.
E NOUTRO MOMENTO AFIRMOU AINDA: “EU GOSTARIA DE
DEDICAR ESTE CONCÍLIO, SOBRETUDO, AOS JOVENS”.
JOÃO XXIII ESTAVA CONSCIENTE DE QUE DEVIA FAZER DEPRESSA O QUE TINHA DE FAZER:
Com a minha idade, não posso olhar
para demasiado longe no tempo. Fomos chamados a pôr em
andamento, não a concluir.
A ideia do Concílio foi acolhida com surpresa em todo o lado. O primeiro passo foi
escrever a todos os bispos do mundo, às ordens religiosas, universidades,
instituições… pedindo-lhes que enviassem ideias sobre temas que se poderiam tratar.
A Cúria queria mandar um questionário já preparado, mas o Papa exigiu que a
consulta fosse livre, aberta. Foram recebidas mais de duas mil propostas.
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EM JANEIRO DE 1960, EM SÃO JOÃO DE LATRÃO, CELEBROU-SE O SÍNODO
DA
2. Um concílio económico.
O próprio Papa, que não tinha um programa concreto
(ele não tinha apresentado um Concílio já feito, mas apenas uma intuição),
a elaborar uns documentos que o Concílio deveria aprovar rapidamente,
de forma integral e sem debate. Em menos de dois meses, o Concílio teria
terminado, os bispos regressariam às suas dioceses, estaria satisfeito o
capricho do Santo Padre. E, com um pouco de sorte, este ancião morreria
e daria lugar a outro papa “de categoria”.
DA DIOCESE DE ROMA QUE FOI UM FRACASSO. "Começamos
bem!"
A Cúria romana (descontente porque o Papa não os
tinha consultado antes de convocar o Concílio) estava
Nem só os conservadores tinham medo de um
Concílio. Também muitos “progressistas” temiam que
o Concílio defraudasse o mundo…
CHEGARAM A SER ELABORADOS 72 ESQUEMAS,
TODOS “DOCUMENTOS QUE SE REFERIAM AO PASSADO” E
QUE, FUNDAMENTALMENTE, RECOLHIAM OS
ENSINAMENTOS DE PIO IX A PIO XII. NELES ESTAVA MUITO
VISÍVEL A MÃO DO CARDEAL OTTAVIANI, PRESIDENTE DO
SANTO OFÍCIO, “A SUPREMA CONGREGAÇÃO”.
Enquanto a Cúria preparava o “seu” Concílio, noutros lugares (sobretudo na
Europa central) estava-se a preparar outro com temas como a renovação
litúrgica, a promoção do laicado, o movimento bíblico, o ecumenismo. A
colegialidade dos bispos… Entre as pessoas que trabalhavam neste sentido
estavam alguns dos principais teólogos centroeuropeus (a maioria perseguidos
nos tempos de Pio XII, ou suspeitos de heresia): Congar e Chenu
(dominicanos franceses), Schillebeeckx (dominicano belga); Danielou (jesuíta
francês); Rahner e Ratzinger (alemães, sendo jesuíta o primeiro); Küng
(suíço)… E destacadas faculdades de teologia: Lovaina, Tubinga, Innsbruck, Le
Saulchoir, Fourvières…
pensava que o Concílio podia terminar antes do Natal.
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O 11 de Outubro de 1962 nos diários das nossas Comunidades:
NOVICIADO - Despertou às 7 h... Fomos ver televisão: a abertura do Concilio Vaticano II... Todas nos
unimos a este acontecimento extraordinário (...).
JUNIORADO - Hoje estivemos a assistir, desde as 7 às 12h, à transmissão directa do Vaticano, à abertura
do Concílio Ecuménico ... Será um facto sempre presente na nossa memória pela grandeza exterior que
revestiu e pelo seu profundo significado religioso... Da parte de tarde também não houve aulas (...)
ABRANTES - A seguir à Eucaristia foram para o Ginásio, todas as Irmãs que o desejaram. assistir pela
televisão à abertura do Concílio (...)
LISBOA - Colégio de Santa Doroteia - (...) Reunião no ginásio para ver na TV todo o cerimonial da
abertura do Concilio... As alunas tiveram um meio feriado em honra de tão grande acontecimento...
SARDÃO - (...) Este dia foi memorável para nós e para toda a Igreja (...) começou o Concilio Ecuménico
Vaticano II. (...) Logo às 7,30 da manhã estavam dois aparelhos de televisão a funcionar, um na sala da
Comunidade, outro no ginásio. Estivemos toda a manhã a ver televisão... todo o dia foi de festa e alegria (...) .
O que foi para mim (para nós) o Concílio Vaticano II?
Irmã Maria Antónia Marques Guerreiro, na Semana de Vida Religiosa 2012
Foi numa inesquecível vigília de Pentecostes que o Concílio “começou” para mim. Coimbra, 1962:
proposta pelo Movimento do Graal, organizada por duas mulheres bem conhecidas – Maria de Lourdes
Pintasilgo e Maria Manuela Silva, com a participação de outras mulheres do mesmo movimento, vindas
dos diferentes continentes. E muitos universitários, gente jovem e menos jovem. Cristãos que pediam,
com uma fé acesa e o coração cheio de esperança, que o Espírito Santo fosse verdadeiramente a ‘alma’
desse acontecimento de Igreja.
Eu sabia que o Papa João XXIII tinha convocado um Concílio Ecuménico, com início no outono daquele
ano. Mas, nessa noite em que se partilharam sonhos e vivências de fé incarnada nas mais diversas
latitudes, o ‘saber’ converteu-se numa fortíssima experiência de Igreja com sabor universal, a fazer nascer
uma grande expetativa… Mais tarde, falar-se-ia de uma “primavera” – porque aconteceu um dom muito
sensível do Espírito! - e a Igreja ganhou um nome novo em Jesus: Lumen Gentium…
Em Setembro desse ano, entrei na Congregação das Irmãs Doroteias. A 11 de Outubro começou o
Concílio, sob a protecção de Maria, Mãe de Deus. Muito se foi rezando mas pouco se ia sabendo do
decorrer das sessões…
O “aggiornamento” pedido pelo Vaticano II à Vida Religiosa tocou-me, tocou todas as nossas famílias
religiosas, muito profundamente: o Perfectae Caritatis tornou-se uma referência constante nas nossas vidas
pessoais e coletivas, enraizando-se na LG e deixando-se iluminar pelas perspetivas da GS.
No ano da minha Terceira Provação, tive a graça de fazer, em Roma, o curso longo do Movimento por
um Mundo Melhor. “Para melhor viver o Concílio”: rasgaram-se-me horizontes novos estudando,
rezando, penetrando na imensa riqueza dos documentos do Vaticano II, numa mais profunda
compreensão do Dom da Igreja, povo de Deus a caminho… Como ícone da Trindade incarnando na
história o seu plano de Amor à humanidade. Uma Igreja a buscar caminhos de rejuvenescimento,
redescobrindo-se como sacramento de salvação e mistério de comunhão – da comunhão que brota da
nascente trinitária e para ela tende, abraçando o mundo todo… o mundo que Deus ama e quer se abra às
sementes do Reino, já presente no meio de nós mas ainda não em plenitude.
Dessa experiência internacional trouxe, gravada como um selo indelével, uma convicção: “Somos
chamados a gerar comunhão; só quem a constrói colabora com Deus (quem a destrói, colabora com o
diabo)”! Creio que passou a fazer parte da minha verdade de mulher consagrada esta “paixão” a que,
umas décadas mais tarde, se chamaria “espiritualidade de comunhão”... Procurar viver e entusiasmar
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outros a fazê-la sua, sem regatearmos o preço a pagar, para que o Sonho de Deus se torne realidade no
nosso mundo, não é, afinal, a nossa vocação-missão na Igreja?
Irmã Margarida Ruas
Quando começou o Concílio eu era já Doroteia. Estava no Colégio de Abrantes. Mas gosto de falar na minha
experiência de pré-Concílio.
De 1952 a 1956 (10 anos antes do Concílio) estava na Faculdade, em Coimbra - minha terra natal. A minha vida na
Faculdade coincide com a minha vida na JUCF. Vivíamos um compromisso fortíssimo e desassombrado. Tínhamos
consciência de ser 'rosto visível' de Jesus, da Igreja. Era o tempo da Lourdes Pintasilgo, Presidente Geral da JUCF, da
Manuela Silva na JUCF de Lisboa (juntamente com a nossa Irmã Paulo) e em Coimbra, de entre várias, também eu.
Acompanhavam a nossa caminhada - o nosso compromisso - dois padres que muito nos ajudaram: o Dr. Eurico
Dias Nogueira e o Dr. Almeida Trindade. Mais tarde, ambos foram Bispos e ambos participaram no Concílio.
Acompanhavam-nos mas não nos condicionavam; sabiam que a responsabilidade da presença na Universidade era
nossa, e davam-nos força para testemunhar nas situações concretas. Tínhamos, algumas vezes, que ter atitudes de
risco (as célebres 'latadas'...).
Eram tempos em que se questionava muito a posição do leigo na Igreja, visto muitas vezes como um 'subalterno. o
que era manifestado na definição da Ação Católica: «Participação dos Leigos no apostolado hierárquico da Igreja».
Teólogos, como Congar - com o seu livro «Jallons pour une théologie du laicat» -, ajudavam a tomar consciência da
nossa missão na Igreja. E fomos começando a viver, como nos era possível, o que mais tarde se chamou a teologia
do laicado: não uns leigos submetidos à hierarquia, mas homens e mulheres conscientes da sua fé. Isto não diminuía
em nada o nosso amor à Igreja; pelo contrário, mas desejávamos que muita coisa mudasse. Por isso, quando o
Concílio foi dando passos gigantes de nova visão da Igreja e do seu compromisso com o mundo, vivi sentimentos
de muita alegria.
Ao entrar no Noviciado, em 1957, tive a sorte de encontrar duas Mestras de Noviças com um forte sentido de
Igreja: a Irmã Soveral e a Irmã Furtado Martins. E, assim, o início do Concílio foi alguma coisa de muito esperada.
ANO DA FÉ
De 11 de Outubro de 2012 (50 anos do início do Vaticano II) a 24 de
Novembro de 2013, festa de Jesus Cristo, Rei e Senhor do Universo.
Logotipo: Num campo quadrado e com borda, encontra-se simbolicamente
representada a nau, imagem da Igreja, que navega sobre águas subtilmente
esboçadas; o mastro principal da nau é uma cruz que inça as velas que, com
sinais dinâmicos, realizam o trigrama de Cristo; no fundo das velas o sol
que, associado ao trigrama, remete à Eucaristia.
CALENDÁRIO DO ANO DA FÉ
06 outubro - Uma edição da iniciativa “Pátio dos Gentios” em
Assis, Itália. Com o tema “Deus, esse desconhecido”, o encontro
entre crentes e não crentes antecipará a abertura oficial do Ano da Fé.
07 a 28 outubro - Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos sobre “Nova evangelização
para a transmissão da fé cristã”.
11 outubro - Bento XVI presidirá à solene abertura do Ano da Fé, na Praça São Pedro, ao
lado dos participantes do Sínodo e dos presidentes das Conferências Episcopais de todo o mundo.
12 outubro - no centro de Roma, uma sessão cultural e artística sobre “A fé de Dante”.
Será apresentado o canto XXIV do Paraíso da Divina Comédia, que descreve a profissão de fé do
poeta italiano.
21 outubro - Bento XVI canonizará seis mártires e testemunhas da fé: um missionário
jesuíta, mártir em Madagascar; um catequista leigo, martirizado nas Filipinas; um padre
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testemunha da fé na educação dos jovens; uma religiosa que testemunhou a fé na leprosaria da
ilha de Molokai; uma outra religiosa, espanhola; uma leiga indiana convertida à fé católica; e
uma leiga da Baviera, testemunha do amor de Cristo no leito de sofrimento.
(continua no próximo boletim)
1. O que é o Ano da Fé?
O Ano da Fé "é um convite para uma autêntica e renovada conversão ao
Senhor, único Salvador do mundo" (Porta Fidei, 6).
2. Quando se inicia e termina?
Inicia-se a 11 de outubro de 2012 e terminará a 24 de novembro de 2013.
3. Porquê estas datas?
Em 11 de outubro coincidem dois aniversários: o 50º aniversário da abertura do
Concílio Vaticano II e o 20º aniversário da promulgação do Catecismo da Igreja Católica. O
encerramento é em 24 de novembro de 2013 por ser a solenidade de Cristo Rei.
4. Por que motivo o Papa convocou este ano?
O objetivo principal deste ano é que cada cristão "possa redescobrir o caminho da fé para fazer
brilhar, com evidência sempre maior, a alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Cristo".
5. Que meios apontou o Santo Padre?
Intensificar a celebração da fé na liturgia, particularmente na Eucaristia; dar testemunho da
própria fé; e redescobrir os conteúdos da própria fé, expostos principalmente no Catecismo.
6. Onde terá lugar?
Neste Ano, tanto as comunidades religiosas como as comunidades paroquiais e todas as
realidades eclesiais, antigas e novas, encontrarão forma de fazer publicamente profissão do
Credo.
7. Que documentos posso ler por agora?
O motu proprio de Bento XVI "Porta Fidei"
A nota com indicações pastorais para o Ano da Fé
O Catecismo da Igreja Católica
8. Onde posso obter mais informação?
Visite o síte oficial do Ano da Fé www.annusfidei.va
Sínodo “A Nova Evangelização para a transmissão de Fé cristã”
A XIII Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que terá lugar de 7 a 28 de Outubro de 2012
contará com o maior contingente feminino de sempre, com a participação de 19 mulheres, entre peritas
e observadoras.
O Sínodo tem por objetivo estudar os novos desafios à evangelização e fazer propostas ao Santo Padre sobre
formas de os ultrapassar. No encontro participarão algumas dezenas de bispos e alguns padres, os únicos com
direito a voto, mas serão aconselhados por um grupo de 45 peritos e 49 observadores que, não podendo
votar, não deixam de ter influência sobre os procedimentos e os assuntos colocados à discussão.
As 19 mulheres convidadas pelo Papa vêm de vários pontos do globo. O painel de peritos e consultores
não contará com a presença de qualquer português, mas entre as peritas e observadoras está também uma
brasileira, Maria Antonieta Bruscato, superiora-geral da Sociedade das Filhas de São Paulo.
Portugal será representado por D. Manuel Clemente, bispo do Porto, e D. António Couto, bispo de
Lamego.