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O futebol feminino tem, mundialmente, uma subvalorização de seus pa- trocínios avaliada em cerca de US$ 1,2 bilhão (R$ 4 bilhões), segundo estudo da consultoria Brand Finance. Esse é o valor que a empresa es- tima que o futebol feminino deixa de faturar atualmente por uma série de práticas comerciais enraizadas na cultura do futebol que impedem essa valorização. No próximo mês de agosto, a Brand Finance lançará seu relatório anual sobre o valor dos patrocínios e das marcas do futebol no mundo. A análise prévia dos da- dos desse levantamento, porém, chamaram a atenção dos autores para a dispari- dade que ainda existe no dinheiro que circula no futebol masculino e no feminino. A Brand Finance aponta que o caminho para as mulheres reduzirem essa defasa- O BOLETIM DO MARKETING ESPORTIVO DO POR ERICH BETING Futebol feminino tem 4 bi de subvalorização 1 NÚMERO DO DIA EDIÇÃO 1285 - QUINTA-FEIRA, 10 / JULHO / 2019 de dólares por três anos de contrato é o que Kawhi Leonard vai receber do Los Angeles Clippers, o seu novo clube na NBA 103 mi O FE R E C I M E N T O

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O futebol feminino tem, mundialmente, uma subvalorização de seus pa-trocínios avaliada em cerca de US$ 1,2 bilhão (R$ 4 bilhões), segundo estudo da consultoria Brand Finance. Esse é o valor que a empresa es-

tima que o futebol feminino deixa de faturar atualmente por uma série de práticas comerciais enraizadas na cultura do futebol que impedem essa valorização.

No próximo mês de agosto, a Brand Finance lançará seu relatório anual sobre o valor dos patrocínios e das marcas do futebol no mundo. A análise prévia dos da-dos desse levantamento, porém, chamaram a atenção dos autores para a dispari-dade que ainda existe no dinheiro que circula no futebol masculino e no feminino.

A Brand Finance aponta que o caminho para as mulheres reduzirem essa defasa-

O B O L E T I M D O M A R K E T I N G E S P O R T I V O

DO

POR ERICH BETING

Futebol feminino tem 4 bi de subvalorização

1

N Ú M E R O D O D I A EDIÇÃO 1285 - QUINTA-FEIRA, 10 / JULHO / 2019

de dólares por três anos de contrato é o que Kawhi Leonard vai receber do Los Angeles Clippers, o seu novo clube na NBA103mi

O

F E R E C I M E NT

O

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gem está na busca de contratos de patrocínio independentes do futebol masculi-no. O sucesso de audiência da Copa do Mundo de 2019, encerrada no último do-mingo (7), é um fator que pode impulsionar essa valorização do futebol feminino.

"Está claro que existe uma lacuna monumental no mercado de patrocínio de futebol feminino. Acordos recentes, incluindo o contrato de sete anos da Visa com a UEFA e o apoio da Lucozade às Lionesses inglesas, são passos na direção certa para utilizar o aumento da popularidade do esporte. Como o futebol feminino ganha mais atenção globalmente, após o sucesso da Copa do Mundo, sem dúvida veremos uma mudança mais permanente na dinâmica dos negócios, bem como na dinâmica social do futebol”, acredita David Haigh, CEO da Brand Finance.

A Copa do Mundo pode ser um divisor de águas nesse sentido. O torneio teve recordes de audiência em vários países. A final entre EUA e Holanda foi vista por mais pessoas no Brasil do que em qualquer outro lugar do mundo, segundo a Fifa.

"Foi uma Copa do Mundo de muito sucesso, que quebrou vários recordes em termos de audiência de TV, seguidores on-line e cobertura geral. Como a audiência normalmente determina a magnitude dos acordos de patrocínio e prêmios, a Copa do Mundo deve ser um catalisador para uma revolução nos negócios das mulhe-res", defende Bryn Anderson, diretor de avaliação esportiva da Brand Finance.

A consultoria ainda aponta duas atletas que devem se tornar os grandes astros publicitários nos próximos anos. As americanas Megan Rapinoe e Alex Morgan.

"O jogo precisa de grandes estrelas para ajudar a elevar o perfil de seguidores e realizar esse potencial de negócios da modalidade", complementa Anderson.

O C TA G O N A M P L I A B R A Ç O D E AT L E TA S

C O M E S G R I M I S TA

VA S C O F E C H A A C O R D O C O M M A R C A D E A Z E I T E S R O YA L

A esgrimista Bia Bulcão é a nova atleta que terá imagem e carreira ge-renciadas pela agência de marketing esportivo Octagon. Ela se junta a Ga-briel Jesus e ao astro de e-Sports Taco.

Bia, que participou do Rio 2016, foi a primeira brasileira a figurar no top-6 do ranking mundial de esgrima. A atle-ta do Pinheiros disputa neste semestre os Jogos Pan-Americanos de Lima e o Mundial de Budapeste (HUN).

“Espero que essa parceria me ajude a ampliar a minha visibilidade junto ao mercado e a contribuir para meus ob-jetivos no esporte”, disse a esgrimista.

A brasileira acaba de fazer um está-gio de cinco meses na Itáliaem julho.

A Royal, marca de azeites portuguesa, é a nova patro-cinadora do Vasco da Gama. O anúncio ocorreu nesta quarta-feira (10), e a marca da empresa estampará a parte superior das costas no uniforme Cruz-Maltino.

O patrocínio volta a ser feito depois de a Royal ter tido uma experiência durante a final do Estadual do Rio.

"O esporte é importante ferramenta social para mel-horar uma nação. Também consideramos a visibilidade que o Vasco dará”, diz Eduardo Giraldes, CEO da marca.

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O P I N I Ã O

Ativar patrocínio requer muito esforço

De que adianta uma marca investir milhões em um projeto de patrocí-nio esportivo se não consegue depois reunir esforços para comunicar que tem feito uso dessa propriedade? Aqui no Brasil, são recorrentes os

casos de patrocínios que ficam restritos à exposição de mídia pela falta de ativação.É muito simples olhar para o que faz a Heineken na Liga dos Campeões, ou

como a Coca-Cola trabalha a Copa do Mundo, e dizer que esse é o caminho a seguir para qualquer empresa que queira trabalhar o esporte como plataforma de negócios.

Pensando bem, não é tão difícil assim para empresas do porte dessas gigantes conseguir ter patrocínios relevantes e que possuam bons pontos de ativação para im-plementar um projeto que tenha grande relevância e alcance para o consumidor final. O problema, muitas vezes, é interno. Conseguir inserir na cultura da empresa que a

ativação de patrocínio seja algo enraizado no plano básico de atuação da marca.

No Brasil, culturalmente, sempre foi mais fácil fazer uma bela peça publicitária para a televisão, investir alto na Globo e esperar o retorno imediato. Afinal, a emis-sora entrega mais do que um Superbowl por dia de audiência para o anunciante.

O esporte, com isso, passou a ser visto como uma alternativa mais barata de ter a marca aparecendo na Globo sem precisar se esforçar muito mais além disso. Ativar

o patrocínio requer esforço, dedicação e suor do time de marketing de uma marca. Não só para ter a verba para implementar um projeto, mas também para convencer os diferentes segmentos dentro da própria companhia de que a ativação gera retorno.

Nesta quarta-feira, vivi uma experiência única proporcionada pela Continental, dona do title sponsor da Copa do Brasil. Meus filhos entraram com a bandeira da competição antes do jogo entre Palmeiras x Internacional. Uma ação que praticamen-te tem custo zero para a marca, que deslocou só um funcionário para acompanhar os pais babões e os filhos encantados durante cerca de 5h. Qual o impacto que a marca terá na mente das crianças daqui para a frente? O que isso muda na minha percepção na hora de escolher a marca do pneu que vou comprar para o meu carro?

Ativar um patrocínio gera um impacto enorme para as empresas, não necessaria-mente no curto prazo. O marketing precisa ter como foco vender. Mas, para isso, ele precisa saber experiências únicas por meio do esporte. Curiosamente, no patrocínio a shows esse conceito é bem enraizado. Ativar dá trabalho. Mas também traz resultado.

Marcas precisam colocar o conceito

de que ativação é o que mais vale no

patrocínio e se esforçar para ela ocorrer

POR ERICH BETING

diretor executivo da Máquina do Esporte

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Franca fará jogo amistoso contra o Brooklyn Nets

A Allstate, uma das maiores se-guradoras dos EUA, firmou parce-ria com a US Soccer, a Federação de Futebol dos Estados Unidos, para as equipes masculina, feminina, de base e também nos programas de bolsa de estudos promovidos pela Federação, até 2022.

A empresa passará a ser a segu-radora oficial da seleção e em troca ganhará placas de publicidade e uma série de ativações digitais.

Para dar início à parceria, a em-presa será a protagonista entre as marcas do US Victory Tour, tor-neio comemorativo do título mun-dial das americanas. A turnê das campeãs começará em 3 de agosto, contra a Irlanda, na Califórnia.

A P Ó S T E T R A , E U A F E C H A PAT R O C Í N I O PA R A S E L E Ç Õ E S

A revista Forbes divulgou recente-mente a lista dos jogadores mais bem

pagos do mundo. E o futebol, pela primeira vez, assumiu o protagonis-mo, emplacando os três atletas mais

bem remunerados em 2018.Neymar, Cristiano Ronaldo e

Messi estão no topo do ranking, que ainda têm nomes como Lebron James e Roger Federer. Confira a análise de

Erich Beting no canal da Máquina do Esporte no Youtube sobre os cinco

atletas mais bem pagos do mundo.

FUTEBOL V IRA PROTAGONISTA

ENTRE ATLETAS MAIS R ICOS DO

MUNDO EM 2018

POR REDAÇÃO

A equipe de basquete do Franca vai realizar um jogo de pré-temporada contra o Brooklyn Nets, time que disputa a NBA. A partida foi confirmada para o dia 4 de outubro no Barclays Center, na cidade de Nova York. O amistoso reforça a nova estratégia dos times brasileiros em intercâmbio com a NBA. No ano passado, o Flamengo foi aos EUA disputar uma partida contra a equipe do Orlando Magic, na Florida.

“Franca é um dos clubes de maior tradição no país, a ci-dade respira esporte e, não à toa, é considerada a capital do basquete no Brasil. Além disso, os fãs são muito apaixo-nados. É um intercâmbio muito saudável, uma experiência única para ambas as equipes e isso só fortalece a modalida-de. Estamos felizes em anunciar Franca na pré-temporada da NBA e, tenho certeza, será um grande jogo”, afirmou Rodri-go Vicentini, chefe da NBA no Brasil, ao anunciar a partida.

Vice-campeã do NBB nesta temporada, a equipe de Franca enfrentará o novo time de Kevin Durant, que será ausência por conta de uma lesão que o tirou de parte das finais da NBA, quando defendeu o time do Golden State Warriors.

Mesmo assim, a equipe francana acredita que o jogo é uma forma de coroar a temporada realizada pelo time.

“Esta será uma oportunidade de ganhar mais experiência, algo que será muito importante para a sequência da tempo-rada. Essa partida representa o ápice para nós: enfrentar o Brooklyn Nets, nos Estados Unidos, é a coroação do belíssi-mo ano que tivemos”, disse Luís Prior, presidente do Franca.

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POR ERICH BETING

A disputa entre EA Sports e Konami pelo mercado de games ligados ao futebol deve ter como protagonista nos próximos anos a América do Sul. Durante o EA Play 2019, encontro promovido pela produtora do game

Fifa, a declaração de que o continente é uma das prioridades para os próximos anos deixou esperançosos os fãs do futebol. A ideia da EA é trabalhar forte com os licenciamentos para o Fifa 2020, o game de futebol mais vendido do mundo.

A empresa possui tratativas em andamento com a Conmebol para que o jogo já inclua em sua versão 2020 a Copa Libertadores da América. Com a confirmação de que a Konami não chegou a um acordo para renovação do contrato de licencia-mento da competição, a EA trabalha para que se acerte com a Conmebol o quanto antes, para repetir o que conseguiu com a Champions League, em que a Konami não firmou a renovação de contrato e a EA acertou exclusividade da competição.

Além disso, alguns clubes brasileiros entrarão no jogo a partir do ano que vem: Fortaleza, Goiás, Avaí e CSA estarão com seus escudos e uniformes oficiais presen-tes no Fifa 2020. É um alento para a franquia, que no passado desisitu de negociar individualmente com os clubes brasileiros e assim deixou de tê-los no jogo.

A inclusão dos times e o acordo com a Conmebol se transformariam no trunfo da EA Sports para tentar frear o avanço da Konami, que tem usado os times de massa para ganhar mais espaço dentro da franquia PES. A empresa, aliás, fechou acordos de exclusividade com Flamengo, Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Vasco, os donos das cinco maiores torcidas do Brasil. Flamengo e Palmeiras terão inclusive as faces reais de seus jogadores, feitas a partir de um exclusivo escaneamento 3D.

EA Sports olha para mercado sul-americano

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POR AUGUSTO DELLA VECCHIA