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Estudo estatístico da construção gráfica dos numerais zero e oito Julho/2019 ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 10, Edição nº 17 Vol. 01 Julho/2019 Estudo estatístico da construção gráfica dos numerais zero e oito Isadora Pimenta de Araújo [email protected] Perícia Criminal e Ciências Forenses Instituto de Pós-Graduação - IPOG Brasília, DF, 05 de outubro de 2018 Resumo Este artigo consiste em fazer um levantamento estatístico sobre métodos de construção gráfica dos numerais zero e oito, feitos com caneta esferográfica de tinta pastosa, para basear futuras análises grafotécnicas periciais. A pesquisa de campo tem o intuito de agregar informações sobre a construção de grafemas e, assim, dar embasamento matemático para a convicção do perito ao realizar uma análise grafoscópica. Para isso, foi elaborado um formulário e aplicado a cem voluntários, sendo metade composta por destros e o restante por sinistros, todos moradores de Brasília, das mais variadas idades e tendo, como condição mínima, a formação em nível fundamental. A metodologia empregada para a análise morfológica dos grafemas se sucedeu da seguinte forma: primeiramente, foram avaliadas as possíveis variações das construções dos numerais zero e oito; em seguida, foram coletadas as amostras ao preencher o formulário com caneta esferográfica de tinta pastosa; por fim, foi feita a análise minuciosa dos grafemas. Os resultados indicam que, apesar de haver inúmeras formas de construção gráfica, há características que indicam a individualidade na escrita, denominados hábitos gráficos raros ou incomuns. Concluiu-se que os dados adquiridos satisfazem o objetivo proposto, além de agregar maiores conhecimentos a respeito das construções adotadas pelos voluntários. Palavras-chave: Grafoscopia. Construção. Traço. Numeral. Estatística. 1. Introdução A busca incessante por critérios físicos e específicos em perícias gráficas vem sendo cada vez mais necessária. Isso se dá pelo fato de uma falsificação documental poder ser de extrema relevância. Uma carta de suicídio, por exemplo, ou um cheque de alta quantia, quando falsificados, podem ter grande impacto tanto dentro de uma pequena família quanto a âmbito nacional. O grande e rápido desenvolvimento tecnológico pode ser considerado tanto um aliado quanto uma barreira para a perícia; cabe ao perito saber como usá-lo a seu favor. Frente às inúmeras dificuldades enfrentadas na busca pela verdade, o desenvolvimento de pesquisas estatísticas a respeito da construção de grafemas serve de base para a análise de um perito grafoscópico. Dessa forma, é possível determinar o que são hábitos raros e quais características são mais comuns em uma dada população. O atestado de autenticidade de um documento é uma tarefa bastante complexa, pois a verificação manual de uma grande quantidade de registros é tediosa e facilmente influenciada por fatores físicos e psicológicos. Frente a isto, é necessário ter bastante cautela e profissionalismo em relação à tarefa de periciar um documento (XIAO; LEEDHAM, 1999). A palavra documentoscopia foi originada pela junção de dois vocábulos, do latim

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Estudo estatístico da construção gráfica dos numerais zero e oito

Julho/2019

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 10, Edição nº 17 Vol. 01 Julho/2019

Estudo estatístico da construção gráfica dos numerais zero e oito

Isadora Pimenta de Araújo – [email protected]

Perícia Criminal e Ciências Forenses

Instituto de Pós-Graduação - IPOG

Brasília, DF, 05 de outubro de 2018

Resumo

Este artigo consiste em fazer um levantamento estatístico sobre métodos de construção gráfica

dos numerais zero e oito, feitos com caneta esferográfica de tinta pastosa, para basear futuras

análises grafotécnicas periciais. A pesquisa de campo tem o intuito de agregar informações

sobre a construção de grafemas e, assim, dar embasamento matemático para a convicção do

perito ao realizar uma análise grafoscópica. Para isso, foi elaborado um formulário e aplicado

a cem voluntários, sendo metade composta por destros e o restante por sinistros, todos

moradores de Brasília, das mais variadas idades e tendo, como condição mínima, a formação

em nível fundamental. A metodologia empregada para a análise morfológica dos grafemas se

sucedeu da seguinte forma: primeiramente, foram avaliadas as possíveis variações das

construções dos numerais zero e oito; em seguida, foram coletadas as amostras ao preencher o

formulário com caneta esferográfica de tinta pastosa; por fim, foi feita a análise minuciosa

dos grafemas. Os resultados indicam que, apesar de haver inúmeras formas de construção

gráfica, há características que indicam a individualidade na escrita, denominados hábitos

gráficos raros ou incomuns. Concluiu-se que os dados adquiridos satisfazem o objetivo

proposto, além de agregar maiores conhecimentos a respeito das construções adotadas pelos

voluntários.

Palavras-chave: Grafoscopia. Construção. Traço. Numeral. Estatística.

1. Introdução

A busca incessante por critérios físicos e específicos em perícias gráficas vem sendo cada vez

mais necessária. Isso se dá pelo fato de uma falsificação documental poder ser de extrema

relevância. Uma carta de suicídio, por exemplo, ou um cheque de alta quantia, quando

falsificados, podem ter grande impacto tanto dentro de uma pequena família quanto a âmbito

nacional.

O grande e rápido desenvolvimento tecnológico pode ser considerado tanto um aliado quanto

uma barreira para a perícia; cabe ao perito saber como usá-lo a seu favor. Frente às inúmeras

dificuldades enfrentadas na busca pela verdade, o desenvolvimento de pesquisas estatísticas a

respeito da construção de grafemas serve de base para a análise de um perito grafoscópico.

Dessa forma, é possível determinar o que são hábitos raros e quais características são mais

comuns em uma dada população.

O atestado de autenticidade de um documento é uma tarefa bastante complexa, pois a

verificação manual de uma grande quantidade de registros é tediosa e facilmente influenciada

por fatores físicos e psicológicos. Frente a isto, é necessário ter bastante cautela e

profissionalismo em relação à tarefa de periciar um documento (XIAO; LEEDHAM, 1999).

A palavra documentoscopia foi originada pela junção de dois vocábulos, do latim

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documentum que significa carta, escrito, documento, e do grego copain que tem como

significado observar, examinar, analisar. Logo, pode-se determinar a documentoscopia como

a parte da criminalística que examina, de forma minuciosa, todo tipo de documento e cujo

objetivo principal é descobrir evidências físicas que possam esclarecer a autenticidade ou

inautenticidade desse. Segundo Costa (1995):

Documentoscopia é a denominação ampla que abrange todas as especialidades que

objetiva, em questões específicas, a obtenção de soluções para as seguintes questões:

estabelecer a autenticidade ou falsidade de um documento e em caso de falsidade,

identificar o autor (COSTA, 1995:13).

A grafoscopia é uma das áreas estudadas dentro da documentoscopia, e tem, como objetivo

principal, a determinação da autoria de manuscritos. O método de análise grafoscópica baseia-

se em confrontos, ou seja, comparações entre um documento questionado e um de que se sabe

a autoria. Segundo Silva e Feuerharmel (2014:126), a grafoscopia tem como base a premissa

de que a escrita é individual e, por isso, possuindo material suficiente para análise, é possível

distinguir a escrita de qualquer pessoa.

O presente artigo tem como objetivo desenvolver uma pesquisa de campo, a fim de levantar

dados estatísticos que possam servir, futuramente, como base em análises grafotécnicas

periciais. Este estudo terá como estrutura a análise da construção dos numerais zero e oito,

feitos a partir de caneta esferográfica de tinta pastosa, bem como a comparação entre as

formas mais empregada por canhotos e destros.

2. A escrita

Originalmente, o estudo da morfologia da escrita foi considerado um processo empírico e

passou a ser foco de estudos por volta de 1660, na França, através de pesquisadores como

Jacques Raveneau e Crépieux-Jamin, que, já àquela época, apresentavam ideias voltadas à

relação direta entre a escrita e a personalidade do escritor. Mediante pesquisas, o químico e

fisiologista, T. Wilhelm Preyer, conseguiu demonstrar que a escrita é um ato cerebral, ou seja,

a ação de escrever se inicia por sinapses cerebrais e é finalizada por um processo mecânico

(QUEIROZ, 2012).

Segundo Haykin (2001), os padrões utilizados por uma rede neural são de natureza estatística,

onde os pontos de decisão estão divididos em regiões e suas fronteiras são determinadas pelo

processo de treinamento que o indivíduo teve ao longo de sua vida. Já Zhang (2000) defende

a ideia de que as redes neurais são capazes de estimar as probabilidades referentes às regras

de escrita aprendidas. Ou seja, a probabilidade relacionada à escolha da construção da escrita

de um indivíduo está diretamente relacionada ao seu treinamento, conhecimento e suas

escolhas, portanto, trata-se de uma ação cerebral e não puramente mecânica.

Com a finalidade de embasar estatisticamente a perícia grafotécnica, aplica-se a metodologia

bayesiana. Segundo Bachega (2016), a expressão matemática do teorema de Bayes conecta a

inferência racional, denominada probabilidade posterior, com a subjetividade das visões

prévias, conhecida por prior, e as evidências empíricas, representadas pela verossimilhança.

Outra característica importante é que a teoria de Bayes consegue computar a irracionalidade:

se considerada uma proposição não plausível, como a visita de extraterrestres ao planeta

Terra, teremos um prior muito próximo de zero. Isso é devido a não haver conhecimentos

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prévios a respeito desse evento, o que significa que, para essa hipótese ser crível, será

necessário apresentar evidências muito contundentes. Ou seja, para que a perícia grafoscópica

tenha reconhecimento e peso como prova material, é necessário encontrar evidências

importantes que sustentem os quesitos a serem respondidos.

Na tentativa de agregar valor às evidências grafotécnicas, Edmond Solange Pellat, hoje

conhecido como pai da grafoscopia, escreveu o livro Les Lois de L’ècriture, no qual trouxe

ideias organizadas em quatro leis que têm como base o princípio de que a escrita é individual

e inconfundível. São elas:

1ª Lei: O gesto está sob a influência imediata do cérebro. Sua forma não é

modificada pelo órgão escritor se este funciona normalmente e se encontra

suficientemente adaptado à sua função;

2ª Lei: Quando se escreve, o ‘eu’ está em ação, mas o sentimento quase inconsciente

de que o ‘eu’ age passa por alternativas contínuas de intensidade e de

enfraquecimento. Ele está no seu máximo de intensidade onde existe um esforço a

fazer, isto é, nos inícios, e no seu mínimo de intensidade onde o movimento

escritural é secundado pelo impulso adquirido, isto é, nas extremidades;

3ª Lei: Não se pode modificar voluntariamente em um dado momento sua escrita

natural senão introduzindo no seu traçado a própria marca do esforço que foi feito

para obter a modificação;

4ª Lei: O escritor que age em circunstâncias em que o ato de escrever á

particularmente difícil, traça instintivamente ou as formas de letras que lhe são mais

costumeiras, ou as formas de letras mais simples, de um esquema fácil de ser

construído (CAMPERLINGO, 2018).

De forma interpretativa, podemos dizer que a primeira lei diz respeito ao fato de que se o

membro escritor, normalmente a mão, estiver em pleno funcionamento, não haverá mudança

real na construção da escrita, já que o cérebro é quem comanda essa função; a segunda lei,

também conhecida como automatismo gráfico, traz a ideia de que, apesar de a escrita se

iniciar por uma ação, essa se torna instintiva ao longo do ato em si; a terceira lei contrapõe o

que foi dito na lei anterior, pois, quando um indivíduo tenta disfarçar sua escrita, este fará um

esforço consciente em todos os traços e minucias, ou seja, não haverá espontaneidade; por

fim, a quarta lei levanta a ideia de que quem é capaz de “fazer mais” é capaz de “fazer

menos”, mas a recíproca não é verdadeira. Em outras palavras, quando um indivíduo

falsificador se depara com uma limitação na escrita, ele tende a recorrer a traços mais simples,

assim, perdendo a dinâmica e a morfologia da escrita original.

Nos dias de hoje, as leis de Pellat ainda são consideradas um divisor de águas no que se trata

de grafotecnia. Silva e Feuerharmel (2014), em concomitância às ideias de Pellat, defendem a

concepção de que, quanto menos perceptível for um hábito gráfico, maior será a

probabilidade de este ser produzido de forma inconsciente, isto é, dificilmente seria alterado,

descartado ou imitado. Por essa razão, possui grande importância quando realizados exames

grafotécnicos para a identificação do autor de uma escrita.

3. Análise grafoscópica

Quando falamos de análise grafoscópica, estudamos o método de construção, isto é, a forma

de escrita dos grafemas. Considerando que existem incontáveis maneiras de se desenhar uma

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letra ou um número, a análise da elaboração da escrita passa a ser de suma importância na

grafoscopia.

Silva e Feuerharmel (2014:161) dizem que “para que se identifique uma gênese altamente

intrincada, são necessários alguns conhecimentos específicos”. Logo, a análise do método de

construção gráfica torna-se complexa quando os padrões ensinados na alfabetização sofrem

grandes alterações pessoais. Ou seja, a gênese gráfica nada mais é do que a personalização

dos grafemas aprendidos de forma padrão durante o processo de alfabetização.

Pode-se dizer, então, que o estudo da elaboração da escrita se baseia, principalmente, na

identificação de elementos individualizadores. A constância, a raridade e a imperceptibilidade

de hábitos gráficos são considerados os três principais elementos que tornam a escrita única.

Para Silva e Feuerharmel (2014):

Basicamente, o que precisa ser feito é identificar os pontos inicial e final do traçado

e a sequência percorrida pela caneta entre eles, além de eventuais interrupções.

Porém, para que se descubra se um determinado ponto é realmente o início e não o

final (ou uma interrupção intermediária), é preciso que se determine o sentido de

produção de cada traço (SILVA; FEUERHARMEL, 2014:161).

Diante deste conceito, abordado por Silva e Feuerharmel, pode-se dizer que outro fator

importante, frente à análise estrutural, é o tipo de instrumento utilizado na construção gráfica.

Tanto o formato da ponta da caneta quanto a tinta utilizada, por exemplo, deixam marcas

específicas ao longo da escrita e essas características servem como vestígios comprobatórios

ao analisar um documento.

4. Instrumentos de escrita

O instrumento de escrita pode ser definido como qualquer objeto que deixa marca inscrita em

um determinado material ou suporte. Podem diferir em forma de manuseio, tipo de tinta, tipo

de risco, entre outras características, bem como o material que serve de suporte para a escrita

(FRADE; GALVÃO, 2016).

Para a perícia grafotécnica, é importante estudar os instrumentos de escrita, pois pode se tratar

de um possível vestígio em uma investigação. Por exemplo, se um documento antigo estiver

tendo sua autenticidade questionada, deve-se analisar o tipo de caneta que foi utilizada para

assinar tal registro, se o documento foi assinado antes de 1870, este não poderá ter sido

assinado utilizando uma caneta-tinteiro, pois essa só havia sido criada posteriormente. Em

outras palavras, estudando a cronologia de invenção dos instrumentos de escrita, é possível

determinar a possibilidade deste fato ocorrer e, assim, determinar a autenticidade do referido

documento.

Frade e Galvão (2016) fizeram um levantamento cronológico de instrumentos de escrita mais

comumente utilizados desde antes da era cristã. A começar pelas penas de aves, que possuem

documentos escritos datados antes de Cristo (a.C.); por volta de 1820 foi criada a pena

metálica; 1870 inventaram a caneta-tinteiro; após 1875 foi criada a caneta estilográfica; em

1939 foi inventada a caneta esferográfica de tinta pastosa, que é bastante utilizada até os dias

de hoje; por volta de 1960, foi criada a caneta esferográfica de tinta líquida; mais tardar, em

1964, surgiu a caneta de ponta porosa; e em 1984 foi fabricada a caneta esferográfica em gel.

Para este artigo, a caneta do tipo esferográfica à base de tinta pastosa será o enfoque, pois

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trata-se do instrumento de escrita mais utilizado pela população nos dias atuais.

Caneta esferográfica de tinta pastosa

Segundo Furlan (2008), uma caneta esferográfica é composta basicamente por um tubo, que

nada mais é do que o corpo da caneta; um reservatório onde se dispõe a tinta; e, em sua

extremidade responsável pela escrita, possui uma esfera rotativa de diâmetro entre 0,5 e 1

mm, que transfere a tinta do depósito para o papel através da rotação. A tintura mais utilizada

para este tipo de caneta é um líquido de alta viscosidade composto por pigmentos orgânicos e

outros compostos químicos que sofrem alterações assim que depositados em um material

suporte, como o papel, por exemplo.

A esfera é a principal parte da caneta, pois é o que caracteriza a caneta esferográfica. Apesar

de ser feita com um material resistente, pode sofrer algumas deformidades dependendo da

forma como o instrumento é manuseado. Essas deformações afetam o traçado, dando origem

a singularidades nos rastros de tinta, como deposições, falhas, ranhuras, entre outras

(GONDRA; GRÁVALOS, 2012:51). Silva e Feuerharmel (2014) citam cinco singularidades

fundamentais para se determinar o sentido de um traço feito por caneta esferográfica de tinta

pastosa: estrias; esquírolas; deposição de tinta anterior à fibra do papel; falhas em inícios de

traços; e cruzamentos de traços.

Estrias são falhas lineares que acompanham o traçado da caneta. Entretanto, em traços curvos

será possível notar que as estrias tendem a seguir um sentido de saída do restante do desenho,

como uma saída centrífuga ou saída pela tangente, seguindo a inércia do movimento inicial,

como pode ser observado pela Figura 1. Dessa forma, é possível determinar a direção que

aquele traço foi produzido (SILVA; FEUERHARMEL, 2014:162). Figura 1: Ilustração de uma estria centrífuga

Fonte: Slides de aula produzidos por Prof. Samuel Feuerharmel (2018)

Esquírolas são formadas devido à tinta acumulada nas laterais da esfera. Essa tinta fica retida

após uma inversão de movimento acentuada na escrita e se deposita no papel assim que essa

curva se encerra, como observado na Figura 2. É comum notar que após a formação de uma

esquírola haverá uma falha na continuidade do traçado no desenho do grafema (SILVA;

FEUERHARMEL, 2014:162).

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Figura 2: Exemplo de esquírola

Fonte: Produzido por próprio autor (2018)

A deposição de tinta se dá por meio de falhas encontradas por entre as fibras do papel. Essas

falhas podem vir a ser um obstáculo à esfera durante um traçado, dessa forma, a tinta tende a

acumular antes de tal barreira (Figura 3). Logo após haver um acúmulo de tinta, devido à

presença de uma fibra transversal ao traço, é comum verificar uma falha no traçado (SILVA;

FEUERHARMEL, 2014:163). Este tipo de singularidade é verificável com o uso de lupas, ou

seja, é necessário aumentar a escala de visualização para que seja possível enxergar as fibras

do papel utilizado como suporte.

Figura 3: Exemplo de deposição de tinta

Fonte: Slides de aula produzidos por Prof. Samuel Feuerharmel (2018)

As falhas, normalmente encontradas no início de cada traçado, se dão pela falta de tinta na

ponta da esfera, já que anteriormente ela se encontrava parada. A presença dessas falhas é

muito importante para que seja possível determinar o ponto inicial da escrita de um

determinado grafema e, assim, estabelecer a direção do traçado (Figura 4). Esta singularidade

é uma das primeiras características a ser verificada em uma análise para se determinar o

sentido do traço. Isso se dá por sua verificação ser simples e de fácil visualização (SILVA;

FEUERHARMEL, 2014:163).

Falha

Acúmulo Sentido do traço

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Figura 4: Exemplo de falha inicial

Fonte: Slides de aula produzidos por Prof. Samuel Feuerharmel (2018)

Por fim, o cruzamento entre traços ou a sobreposição de traços também indicam o método de

construção que foi empregado em um grafema, por exemplo. Como indicado na Figura 5

abaixo, é possível verificar o cruzamento de traços devido à presença de um estreitamento no

ponto em que se cruzam. Já na sobreposição de traçados não são observadas irregularidades

na curvatura. Todavia, é possível verificar que a linha sobreposta terá um leve aumento no

diâmetro do traçado (SILVA; FEUERHARMEL, 2014:164).

Figura 5: Exemplos de cruzamento e sobreposição de traços

Fonte: Slides de aula produzidos por Prof. Samuel Feuerharmel (2018)

Tendo como base os conhecimentos a respeito da determinação do direcionamento de traços

produzidos por caneta esferográfica à base de tinta pastosa, foi possível desenvolver uma

pesquisa de campo para determinar, a partir de dados estatísticos, como os grafemas

numéricos zero e oito são produzidos.

5. Pesquisa de campo

A pesquisa de campo teve seu início a partir da elaboração de um formulário (Anexo I), em

que seria necessário que os voluntários reescrevessem cinco frases contendo, de maneira

intrínseca, vinte grafemas numéricos divididos igualmente entre zeros e oitos.

Esse formulário foi empregado a um total de cem participantes, sendo metade composta por

destros, pessoas que possuem a mão direita como dominante na escrita, e a outra metade por

sinistros, pessoas que possuem a mão esquerda como dominante na escrita, também

conhecidas por canhotas. Nenhum participante teve ciência prévia sobre o que se tratava a

aplicação do formulário, tendo uma breve explicação do tema deste trabalho posteriormente

ao preenchimento.

O objetivo da pesquisa de campo foi determinar a estatística das formas de construções usadas

para escrever os numerais zero e oito e, além disso, fazer uma análise comparativa entre

indivíduos destros e canhotos.

As cem amostras foram coletadas em Brasília (DF), em 2018. Os indivíduos participantes

possuíam os mais diversos níveis de escolaridade, sendo o nível fundamental o mínimo

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exigido, assim como as mais diversas idades e carreiras profissionais, desde estudantes a

aposentados.

Foi pedido, no próprio formulário e pessoalmente, que os participantes mantivessem sua

escrita usual e que utilizassem caneta esferográfica de tinta pastosa, podendo ser de cor azul

ou preta, normalmente já fornecida.

O documento a ser preenchido era composto por:

- nome completo do candidato;

- data de preenchimento do formulário;

- lateralidade gráfica; e

- cinco frases simples para serem reescritas.

Para a análise da dinâmica de construção gráfica foi utilizada uma lupa manual com

ampliação de 40x - 25 mm, bem como a incidência de luz para melhor visualização das

singularidades e maior acurácia dos resultados obtidos.

No processo de alfabetização, a construção gráfica dos numerais zero e oito possui

direcionamento específico do traçado, como mostra a Figura 6 a seguir. No entanto, ao longo

do tempo, as pessoas vão aperfeiçoando sua escrita e, de certa forma, personalizando-a. Essas

mudanças na construção gráfica são denominadas hábitos gráficos, e estes podem ser

considerados raros ou comuns, isto é, se uma baixa parcela da população possui um

determinado hábito gráfico, este pode ser considerado raro ou, ao menos, incomum.

Figura 6: Método de construção dos numerais zero e oito na alfabetização

Fonte: Produzido por próprio autor (2018)

As variações na produção do numeral zero são diversas: o sentido pode ser horário ou anti-

horário; e o início do traçado ser efetuado de qualquer ponto do grafema. Para o presente

estudo, serão analisados começos e fins na parte superior e inferior do número, considerando

todas as terminações, iniciais e finais, feitas do centro para cima como superiores e o

contrário como inferiores.

Na alfabetização, o sistema usual da construção gráfica do número zero consiste em sentido

anti-horário e começo, assim como seu fim, na parte superior do grafema. Porém, devido a

gênese gráfica, a personalização da escrita pode tornar a construção deste numeral bastante

exótica. Algumas dessas formas estão representadas na Figura 7.

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Figura 7: Variações esquemáticas na construção do numeral zero

Fonte: Produzido por próprio autor (2018)

O número oito tem tantas possibilidades de variação quanto o número zero, porém, este

estudo se restringiu a oito variações: começo e fim na parte superior do grafema começando

pelo lado esquerdo, assim como mostrado na Figura 6, ou pelo lado direito, seguindo o

sentido contrário ao exemplificado; começo e fim na parte inferior do grafema começando

pelo lado esquerdo ou direito; começo e fim a partir do centro do numeral e puxando-se a alça

em sentido horário ou anti-horário; e produção de dois círculos sendo feitos em sentido

horário ou anti-horário. A Figura 8 abaixo ilustra as morfologias gráficas citadas

anteriormente, facilitando a visualização e o entendimento dessas.

Figura 8: Variações esquemáticas na construção do numeral oito

Fonte: Produzido por próprio autor (2018)

Diante destas possibilidades morfológicas e analisando os dados coletados, de cinquenta

candidatos destros e cinquenta candidatos canhotos, foi possível determinar estatisticamente

quais as estruturas gráficas, dentre os numerais zero e oito, são mais comuns na população em

geral, bem como nas parcelas da população referentes a destros e canhotos. Em contrapartida,

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foi possível determinar qual morfologia gráfica poderá ser considerada um hábito gráfico

raro.

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Resultados

Os resultados obtidos a partir do estudo apresentado neste artigo foram diversos. Foi possível

observar inúmeras variações nas construções gráficas que sequer haviam sido consideradas

antes de se desenvolver esta pesquisa.

A construção gráfica do numeral zero não apresentou nenhuma surpresa estatística; a maioria

dos voluntários mantiveram a morfologia aprendida no período da alfabetização, isto é, o

traçado feito em sentido anti-horário e com o começo e fim na parte superior do número. No

entanto, foi possível observar que, dentre os voluntários sinistros, houve uma variação da

construção maior que a dos destros. Uma justificativa plausível é que as pessoas que

escrevem com a mão esquerda precisaram ajustar sua escrita, não só por personalização, mas

para se adaptarem de maneira geral.

Na Tabela 1 abaixo, encontram-se os resultados obtidos a partir da análise da construção do

grafema numérico zero. Observou-se que, dentre as pessoas destras, um hábito gráfico pouco

comum é o traçado em sentido horário, ainda que tenha começo e fim na parte superior do

grafema. Outra observação importante é que apenas duas pessoas em cem fizeram o numeral

zero em sentido horário e com começo e fim na parte inferior do número, em outras palavras,

apenas 2% dos voluntários desenvolveu a escrita do número zero de maneira totalmente

oposta à ensinada no processo de alfabetização, caracterizando-se, então, um hábito gráfico

incomum.

Construção

Morfológica

Construção

Esquemática

Nº de voluntários

Sinistros

Nº de voluntários

Destros

Nº total de

voluntários

76% 90% 83%

14% 2% 8%

8% 6% 7%

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Estudo estatístico da construção gráfica dos numerais zero e oito

Julho/2019

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 10, Edição nº 17 Vol. 01 Julho/2019

2% 2% 2%

Tabela 1: Resultados obtidos na análise do numeral zero

Os resultados observados para a construção gráfica do numeral oito foram inesperados.

Apesar de a maioria dos voluntários, 61%, terem permanecido com a construção ensinada no

período da alfabetização, houve uma variação estatística muito maior que na construção

gráfica do número zero. Foram encontradas diversas mutações nas terminações finais e

iniciais do numeral oito e, por isso, houve essa flutuação estatística.

A Tabela 2, a seguir, mostra os resultados obtidos a partir da análise da construção gráfica do

grafema numérico oito. Notou-se que o traçado desse número com as terminações na parte

inferior e seu início em sentido horário foi adotado por apenas 3 voluntários, sendo todos

destros. Já, o oito quando traçado com as terminações na parte inferior e seu início em sentido

anti-horário foi adotado apenas por dois voluntários sinistros. Estas características podem ser

consideradas incomuns ou raras quando comparadas à construção gráfica “padrão”, ou seja,

que foi ensinada no processo de alfabetização.

Construção

Morfológica

Construção

Esquemática

Nº de voluntários

Sinistros

Nº de voluntários

Destros

Nº total de

voluntários

68% 54% 61%

18% 16% 17%

0% 6% 3%

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4% 0% 2%

2% 2% 2%

2% 2% 2%

6% 20% 13%

0% 0% 0%

Tabela 2: Resultados obtidos na análise do numeral oito

Alguns tipos de construção gráfica do numeral oito foram consideradas um tanto quanto

incomuns, pois não havia nem sido considerada a existência de tais construções anteriormente

a esta pesquisa.

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Por exemplo, a forma cujas terminações se encontram no cruzamento do número, isto é, no

centro desse, foi desenvolvida apenas por quatro voluntários, além disso, todos os quatro o

fazem de maneira diferente. Traçar a alça inferior primeiro e em sentido horário foi feito por

uma única pessoa, assim como fazer a alça em sentido anti-horário. Coincidentemente, ambas

as construções que são produzidas primeiramente pela parte inferior do grafema foram feitas

por pessoas sinistras. O contrário, ou seja, o começo da construção na alça superior, foi feito

por pessoas destras, sendo que uma desenvolveu o traço em sentido horário e a outra em

sentido anti-horário. Pode-se dizer, então, que esses tipos de construções gráficas do numeral

oito tratam-se de hábitos raros, tanto para pessoas destras quanto para pessoas canhotas.

Ademais, observou-se que a construção gráfica do grafema numérico oito, quando

desenvolvida por dois círculos feitos em sentido horário, não foi adotado por nenhuma pessoa

dentre os cem voluntários participantes desta pesquisa. Frente a isso, pôde-se inferir que, em

uma perícia grafoscópica, caso apareça esse tipo de construção do numeral oito, essa

característica poderá ser considerada um hábito raro.

6. Conclusão

Frente ao crescente desenvolvimento tecnológico, o perito, assim como assistentes técnicos

em perícia, tem como dever acompanhar este avanço e saber manipulá-lo para melhor realizar

seu trabalho. Um perito em grafoscopia sempre será requisitado, ainda que o mundo se torne

digital. Analisar a autoria de uma assinatura, o preenchimento de um cheque, ou uma carta

manuscrita são exemplos em que a atuação de um grafoscopista é necessária.

Com o intuito de servir como base matemática para a convicção de um perito grafoscópico,

este artigo apresentou um levantamento estatístico da construção gráfica dos numerais zero e

oito produzidos a partir de caneta esferográfica de tinta pastosa. A pesquisa foi realizada em

Brasília (DF) e os voluntários foram diversos, dentre eles: destros e canhotos (sinistros);

homens e mulheres; jovens e idosos; com ensino fundamental a pós-graduados; e estudantes a

aposentados.

Ao analisar o número zero, pessoas destras tenderam a seguir o padrão ensinado na

alfabetização. Já pessoas sinistras apresentaram uma grande variação da construção gráfica

desse numeral. A forma menos usual foi traçar o zero em sentido horário e com as

terminações na parte inferior do grafema, isto é, possuindo as características contrárias às

ensinadas no processo de aprendizagem da escrita.

A análise do número oito mostrou que a maioria dos voluntários mantiveram a forma

ensinada na alfabetização. Contudo, foram observadas algumas particularidades, dentre elas o

traçado com as terminações na parte inferior do numeral: destros iniciam o traçado em sentido

horário; e canhotos, em sentido anti-horário. Ressalta-se que a construção gráfica utilizando

dois círculos feitos em sentido horário não foi verificada. Os casos que apresentaram menor

incidência caracterizam hábitos raros, que são relevantes à convicção do perito.

Apesar de a grafotecnia não ser considerada uma ciência exata, por meio de dados estatísticos

e frente à teoria de que a escrita é individual, juntamente a outros indícios, é possível

determinar a autoria de um documento preenchido de forma manuscrita.

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ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 10, Edição nº 17 Vol. 01 Julho/2019

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FURLAN, S. Natalie. Estudos sobre a recentidade de documentos utilizando-se a técnica

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Julho/2019

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Anexo I

Nome Completo: ______________________________________________________________

Data completa: ___/___/______

Mão de escrita dominante: ( ) Esquerda ( ) Direita

Informações:

Este documento tem a finalidade de servir como suporte para uma pesquisa de campo destinada ao

Trabalho de Conclusão de Curso a nível de especialização. Os dados fornecidos serão divulgados

respeitando o anonimato dos participantes.

Importante!

Os quesitos devem ser preenchidos manualmente com caneta esferográfica (ex.: bic);

preencha de forma natural, sem se preocupar em caprichar ou modificar sua escrita usual.

Reescreva as seguintes frases:

a) João Paulo nasceu em 2008 e seus pais em 1980.

____________________________________________________________________________

b) O número de telefone de Otto é 9880-0808.

____________________________________________________________________________

c) Otávio possui 8 irmãos e 10 primos.

____________________________________________________________________________

d) O resultado da operação 100 + 8 = 108.

____________________________________________________________________________

e) Homero tem 8 gatos de estimação.

____________________________________________________________________________