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4O COLÓQUIO IBERO-AMERICANO PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO E PROJETO Belo Horizonte, de 26 a 28 de setembro de 2016 NEM JARDIM HISTÓRICO NEM TÁBULA RASA: o caso da Praça Visconde de Sinimbú em Maceió, Alagoas AZEVEDO, MYLLENA UFPE. Departamento de Arquitetura e Urbanismo. [email protected] RESUMO Este artigo objetiva discutir, através do caso da Praça Visconde de Sinimbú, em Maceió, Alagoas, a existência de projetos de paisagismo que, sendo representativos de momentos históricos, mas não atendendo à condição de jardim histórico, são entendidos como meros espaços de lazer, e correm o risco de serem descaracterizados pela intervenção para adaptação a novos usos. A proteção ao Jardim Histórico, paisagem representativa das relações do homem com a natureza, foi incorporado ao patrimônio mundial na Carta de Florença de 1981 e ratificado no Brasil em 2010 com a Carta de Juiz de Fora. Jardins, parques e praças, quando entendidos sob os preceitos do jardim histórico, seguem as recomendações estabelecidas nestes documentos, com exigências distintas das do patrimônio construído em sua proteção e gestão, por lidar com componentes provenientes da natureza e, portanto, vivos e mutáveis. Diferenciados dos jardins históricos estão as praças, largos e outros espaços destinados ao uso e à vivência urbana, produzidos como expressão de momentos históricos, mas que, por não atenderem à condição de ter como elemento principal de seu projeto a vegetação - apesar de, pela inclusão ou pela ausência, criarem uma relação com a mesma - carecem de orientações quanto à proteção e gestão de seus projetos. São tratados, no desafio de sua conservação, ou exclusivamente como monumentos, imutáveis, ou como espaços de lazer, completamente mutáveis ao gosto da gestão vigente. Como objeto de análise, o projeto da Praça Visconde de Sinimbú, em Maceió, Alagoas, citada como o projeto mais emblemático da gestão Sandoval Cajú (1961-1964), na qual projetistas da Superintendência Municipal de Obras e Viação executaram obras de paisagismo de inspiração moderna para o uso e encontro da população, como expressão local do modernismo e do populismo. Se não investigada a essência do projeto, corre o risco de ser descaracterizado no evento de uma intervenção. Se o projeto de paisagismo não tem como principal objetivo redefinir ou exibir um ideal de relação humana com a natureza como o jardim histórico, mas uma relação da sociedade com o espaço público através da vegetação numa configuração de praça, como conservar e gerir seus elementos vivos e fixos? Assim como a relação do homem com a natureza, a relação do homem com o espaço público é conteúdo da paisagem cultural urbana, e como tal, digna de ser conservada. É preciso, no entanto, estabelecer as diretrizes de entendimento e de conservação deste espaço público por excelência sem cair no que Sun Alex chama de “verdismo”: a valorização da vegetação em detrimento do convívio no espaço público. Com esta discussão, espera-se despertar outros olhares para a conservação do patrimônio desta relação do homem com a paisagem, presente em projetos que, ainda não classificados nos termos vigentes, são igualmente representações de momentos significativos da história humana e, com tal, objeto de conservação, preservação e gestão. Palavras-chave: Conservação; Praça; Movimento Moderno; Maceió; Sandoval Caju.

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4O COLÓQUIO IBERO-AMERICANO PAISAGEM CULTURAL, PATRIMÔNIO E PROJETO Belo Horizonte, de 26 a 28 de setembro de 2016

NEM JARDIM HISTÓRICO NEM TÁBULA RASA: o caso da Praça Visconde de Sinimbú em Maceió, Alagoas

AZEVEDO, MYLLENA

UFPE. Departamento de Arquitetura e Urbanismo.

[email protected]

RESUMO

Este artigo objetiva discutir, através do caso da Praça Visconde de Sinimbú, em Maceió, Alagoas, a existência de projetos de paisagismo que, sendo representativos de momentos históricos, mas não atendendo à condição de jardim histórico, são entendidos como meros espaços de lazer, e correm o risco de serem descaracterizados pela intervenção para adaptação a novos usos. A proteção ao Jardim Histórico, paisagem representativa das relações do homem com a natureza, foi incorporado ao patrimônio mundial na Carta de Florença de 1981 e ratificado no Brasil em 2010 com a Carta de Juiz de Fora. Jardins, parques e praças, quando entendidos sob os preceitos do jardim histórico, seguem as recomendações estabelecidas nestes documentos, com exigências distintas das do patrimônio construído em sua proteção e gestão, por lidar com componentes provenientes da natureza e, portanto, vivos e mutáveis. Diferenciados dos jardins históricos estão as praças, largos e outros espaços destinados ao uso e à vivência urbana, produzidos como expressão de momentos históricos, mas que, por não atenderem à condição de ter como elemento principal de seu projeto a vegetação - apesar de, pela inclusão ou pela ausência, criarem uma relação com a mesma - carecem de orientações quanto à proteção e gestão de seus projetos. São tratados, no desafio de sua conservação, ou exclusivamente como monumentos, imutáveis, ou como espaços de lazer, completamente mutáveis ao gosto da gestão vigente. Como objeto de análise, o projeto da Praça Visconde de Sinimbú, em Maceió, Alagoas, citada como o projeto mais emblemático da gestão Sandoval Cajú (1961-1964), na qual projetistas da Superintendência Municipal de Obras e Viação executaram obras de paisagismo de inspiração moderna para o uso e encontro da população, como expressão local do modernismo e do populismo. Se não investigada a essência do projeto, corre o risco de ser descaracterizado no evento de uma intervenção. Se o projeto de paisagismo não tem como principal objetivo redefinir ou exibir um ideal de relação humana com a natureza como o jardim histórico, mas uma relação da sociedade com o espaço público através da vegetação numa configuração de praça, como conservar e gerir seus elementos vivos e fixos? Assim como a relação do homem com a natureza, a relação do homem com o espaço público é conteúdo da paisagem cultural urbana, e como tal, digna de ser conservada. É preciso, no entanto, estabelecer as diretrizes de entendimento e de conservação deste espaço público por excelência sem cair no que Sun Alex chama de “verdismo”: a valorização da vegetação em detrimento do convívio no espaço público. Com esta discussão, espera-se despertar outros olhares para a conservação do patrimônio desta relação do homem com a paisagem, presente em projetos que, ainda não classificados nos termos vigentes, são igualmente representações de momentos significativos da história humana e, com tal, objeto de conservação, preservação e gestão.

Palavras-chave: Conservação; Praça; Movimento Moderno; Maceió; Sandoval Caju.

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1. Introdução

Este artigo objetiva discutir, através do caso da Praça Visconde de Sinimbú, em Maceió,

Alagoas, a existência de projetos de paisagismo que, sendo representativos de momentos

históricos, mas não atendendo à condição de jardim histórico, correm o risco de serem

descaracterizados pela intervenção para adaptação a novos usos pelo entendimento teórico

apenas como espaços de lazer. Diante do objeto de pesquisa, pretende-se olhar com cuidado

para suas especificidades quanto à sua condição de praça frente à conservação: é, a primeira

vista, uma praça ajardinada, sabidamente exemplar moderno de projeto de paisagismo,

identificada na obra de Silva (1991, p. 245-248).

A presença da vegetação na praça, juntamente com a importância histórica do projeto

despertam a suspeita de que ela seja um jardim histórico, como define a Carta de Florença

(1981, p. 1, art. 1º), “uma composição arquitetônica e vegetal que, do ponto de vista da história

ou da arte, apresenta um interesse público”, e uma “(...) lugar de deleite, (...) uma imagem

idealizada do mundo, um paraíso (...) (p. 2, art. 5º)”. Entretanto, a intenção de projeto da praça,

descrita pelo ex-prefeito Sandoval Cajú em entrevista, difere desta definição do jardim

histócio: eram praças “para que as crianças brincassem, batesse[m] bola, para que o jovem

tivesse uma árvore verde pra namorar embaixo” (ALÉM DO, 2011), em que a expressão

parece estar voltada para a experiência do usuário, a exemplo das crianças e dos jovens

citados, mais que uma expressão natural idealizada. A discussão de conservação tem sido

promissora acerca do jardim histórico, mas as discussões de intervenções em praças tratam

de sua funcionalidade, dos usos, de diagnósticos para verificar a utilidade dos espaços,

considerando o espaço existente como vazio, tabula-rasa, sobre a qual podem surgir

livremente as alterações e o novo projeto. Não é o caso da Praça Visconde de Sinimbú, que

não atende à condição do jardim histórico, mas por ser expressão modernista, não pode ser

considerada tábula-rasa no evento de uma intervenção de conservação. Se o projeto de

paisagismo não tem como principal objetivo redefinir ou exibir um ideal de relação humana

com a natureza como o jardim histórico, mas uma relação da sociedade com o espaço público

através da vegetação numa configuração de praça, como conservar e gerir seus elementos

vivos e fixos?

Este artigo é parte da pesquisa em desenvolvimento no Mestrado em Desenvolvimento

Urbano na Universidade Federal de Pernambuco, e atende ao chamado de observar este

projeto, apontando os desafios da conservação da praça, para despertar discussões e alertas

para projetos em situação semelhante.

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2. Métodos e Técnicas

A discussão sobre o caso da Praça Visconde de Sinimbú e sua conservação, assunto deste

artigo, não tem a pretensão de apontar soluções para o problema, mas explorá-lo, tecendo

pontes entre o contexto do objeto de estudo, as possibilidades existentes na teoria da

conservação consolidada, para discutir possíveis lacunas, no sentido de despertar novas

discussões sobre o tema. Para tanto, a reconstrução do objeto teórico – o projeto original da

gestão Sandoval Cajú, de 1962 – é feita sobre a base as plantas de piso e de cobertura

vegetal, levantamento do Projeto Quapá em 1996. A partir da identificação de elementos

identificados em registros fotográficos da época e recentes; e de observação dos

remanescentes in loco, as plantas são complementadas com representações dos mesmos,

numa tentativa de reconstruir o projeto como originalmente concebido. A discussão sobre as

espécies vegetais usadas no projeto original será etapa posterior da pesquisa em andamento

no Mestrado em Desenvolvimento Urbano (MDU-UFPE), sendo possível apenas a

reconstrução, em projeto, do desenho dos canteiros compostos por espécies arbustivas,

como as fotografias disponíveis mostram. A discussão do artigo é pautada sobre o estudo do

objeto de estudo em contraponto à teoria da conservação. Parte-se da aparente adequação

da sua conservação como jardim histórico, por terem a vegetação como elemento comum,

para, a partir da observação das orientações das Cartas de Florença (1981) e de Juiz de Fora

(2010), destinadas ao jardim histórico, frente ao projeto de paisagismo da Praça Visconde de

Sinimbú e seu entendimento pelo Plano Diretor Municipal (MACEIÓ, 2005), para entender as

intersecções e distinções entre teoria e objeto teórico.

3. A Praça Visconde de Sinimbú

O aspecto da Praça Sinimbú é desolador. O caráter de novidade moderna da praça quando de

sua inauguração pela gestão Sandoval Caju foi substituído por uma mensagem de abandono

de um projeto ultrapassado, local subutilizado e vazio em pleno centro da cidade - proposta

contrária àquela da equipe da Superintendência de Obras e Viação, quando este projeto foi

inaugurado, pautado em ideias de que a a praça era do povo, e ao povo deveria ser destinada

(BRANCO, 1993, s/p).

O projeto moderno foi concebido e executado num espaço já existente. A antiga praça da

Redenção teve sua primeira versão implantada em 1908, em estilo eclético, com mobiliário

em ferro, uma escultura central e piso em terra batida (Figura 2). Antes desta versão moderna,

teve uma outra versão, também eclética, com mobiliário em pedra, postes de iluminação em

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ferro, variedade de esculturas antropomórficas, fontes em concreto e a manutenção da

escultura central (Figura 3). A estátua do Visconde de Sinimbú chega na década de 1930

(BRANCO, 1993, p. 51).

Figura 1: Praça Visconde de Sinimbú em situação atual. Ao fundo, o Espaço Cultural da Universidade Federal, a Escola Técnica de Artes ao centro e Residência Universitária à direita. O piso em pedra e os canteiros marcados em alvenaria estão presentes conforme projeto original da gestão Sandoval Cajú,

mas a vegetação de pequeno e médio porte dos canteiros é ausente. Fonte: AZEVEDO, 2016.

Figura 2: Praça da Redenção (hoje Praça Visconde de Sinimbú) com traçado eclético no início do século XX, com desenho de 1908: bancos em ferro arranjados em torno da estátua ao centro. Ao fundo, Lyceu de Artes e Ofícios a esquerda e Garagem dos Bondes. Fonte: Arquivo Público de Alagoas, s/d.

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Figura 3: Praça da Redenção em seu traçado eclético, com o coreto chamado de “pagode chinês” em 1820. Fonte: Arquivo Público de Alagoas, s/d.

O projeto moderno da praça se insere no auge do modernismo na arquitetura em Alagoas,

entre 1950 e 1964 segundo Silva (1991, p. 14), quando é interrompida pela Ditadura Militar.

Sandoval Cajú é o personagem central da ação transformadora dos espaços públicos, e nome

citado quando referenciada esta época de vida das praças, incluindo a política populista como

base de sua atuação (SILVA, 1991, p. 34). Se a praça é do povo - disse ele - segundo o poeta

da liberdade, Castro Alves e, numa democracia, o governo é em função do povo, ela é o local

central de lazer e de encontro (BRANCO, 1993, s/p). A ação de transformação das praças

fazia parte da ação de reconquista do “sorriso”, prometida na campanha do candidato Cajú no

ano de 1960. O povo havia sido convidado a embarcar nesta reconquista e elegido o prefeito

com maioria de votos em todas as urnas (CAJU, 1991, p. 150). No ano de 1961 inicia-se a

ação que fez 58 praças, entre 22 “reformadas” e 36 construídas, tanto no centro da cidade

quanto nos bairros periféricos, e é interrompida em 1964, aos 3 (três) anos de mandato

previsto para 5 (cinco) anos (SANTOS apud CAJU, 1991, p. 163-164). A atuação da gestão

marcou a memória coletiva e os escritos posteriores sobre o período como tendo efeitos

positivos para a cidade. Os relatos das testemunhas do momento no documentário Além do

Conversador (2010) destacam a curiosidade despertada pelos novos elementos modernos

nas praças, marcadas de “S”, e a satisfação estética causada pelas intervenções, na fala de

Edécio Lopes – “praças cheias de azulejos coloridos, bancos em todas as praças (...), eu senti

que havia um novo espírito dentro da cidade de Maceió (...) a cidade estava bonita”; e a

apropriação dos espaços pela população, na fala de Josemary Ferrare “as pessoas saíam de

casa (...), vestiam a melhor roupa [para] passear na praça Sinimbú para ver aquela

modernidade”, que cuidava dos espaços, conta Edécio, “na pracinha do Rex, [vi] senhoras

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com regadores (...)”. Em outras praças, o prefeito mandou colocar televisões em pedestais,

que reuniam as pessoas, e eram fechadas à noite, cuidadas pelos moradores: “(...) tinha TV

no Parque Gonçalves Ledo (Farol), Praça do Rex (Pajuçara), Praça Santa Tereza (Ponta

Grossa) e outras. Ninguém perdia o programa da Jovem Guarda” (PIMENTEL, 2010).

De espaços de traçado eclético - de caráter mais próximo de um jardim urbano público - e de

lotes ociosos, se faz, nesta época, o projeto da praça pensada para o povo, para despertar a

sua apropriação do espaço, entreter o público. A Esta intenção é traduzida no projeto

moderno da gestão para a Praça Visconde de Sinimbú colocando o usuário (e sua cultura) no

centro da experiência do espaço. A Planta de Piso reconstruída de acordo com registros da

época na Figura 4, e a Planta de Cobertura Vegetal na Erro! Fonte de referência não

encontrada. permitem a observação do traçado e da disposição dos elementos. A praça tem

configuração em duas partes, com acessos direcionados aos lotes do entorno, passeios

orgânicos, bancos lineares e sinuosos para a permanência, poltronas em marmorite alinhadas

ao traçado do passeio, canteiros de vegetação arbustiva e de vegetação de grande porte

delimitadas por canteiros baixos em alvenaria, jardineiras revestidas com azulejos coloridos,

um playground em concreto – marcados sempre com o “S” de “Cidade Sorriso”; e o painel

mostrado na Figura 6 e Figura 7:

um painel todo em azulejos de cores diversificadas, mostrando através de desenhos a economia local [o peixe, a jangada, a casa de porta e janela do pescador à beira-mar e o pescador], com uma piscina cuja fonte era um ‘my-joãozinho’. No verso desse mural estava escrito “LÁ VEM O ACENDEDOR DE LAMPIÕES (...)”; homenagem ao poeta alagoano Jorge de Lima. Assim esta outra pracinha foi denominada JORGE DE LIMA, pois defronte à ela ficava a antiga residência do poeta. (BRANCO, 1993, p. 51)

Figura 4: Planta de Piso do Praça Visconde de Sinimbú em seu projeto original de 1961-1964, reconstruído pela autora, com alteração das cores e da legenda; e adição de jardineiras e marquise do espelho d’água do mural (item 2). Fonte: FERRARE, 2008 sobre base de QUAPÁ, 1996;

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Figura 5: Planta de Cobertura Vegetal da Praça Visconde de Sinimbú em seu projeto original da gestão Sandoval Cajú, de 1961-1964, reconstruído pela autora, com alteração das cores e da legenda. Fonte:

FERRARE, 2008 sobre base de QUAPÁ, 1996;

Figura 6: My-joãozinho no painel azulejado em homenagem a Jorge de Lima na Praça Visconde de Sinimbú. Fonte: SILVA, 1991; RL, 2002.

Figura 7: Painel Azulejado em homenagem a Jorge de Lima com sinais de degradação. Fonte: IP, 2005 apud QUINTELLA, 2007, p. 94.

É por marcar tanto política como socialmente a cidade de Maceió, de acordo com os relatos, e

por traduzir em projeto de paisagismo – para o povo – as ideias da época, que o projeto da

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Praça Visconde de Sinimbú se destaca, citada nas obras escritas sobre este período da

cidade de Maceió, em escritos acadêmicos sobre o modernismo alagoano: Silva (1991, p.

243-248), Ferrare (2008) e Amaral (2009, p. 97-99).

Passados 54 (cinquenta e quatro) anos do projeto, com a pausa de uma restauração em 1992

(SILVA FILHO, 1994), cuja alteração mais significativa e citada foi a instalação de grades em

seu perímetro (FARIAS, 2012) a praça apresenta degradação, não só materialmente, com a

degradação natural dos canteiros, feitos em alvenaria, mas simbolicamente, com ações da

população que recentemente iniciou o hábito de colar cartazes lambe-lambe no painel de

azulejos presente na praça, cobrindo os desenhos formados pelos cacos de azulejo do projeto

original. Pouco a pouco, os elementos da praça, feitos com os materiais mais “modernos” da

época, vão se decompondo, sendo esse processo acelerado pela salinidade por sua

proximidade geográfica com o mar. Urge a sua conservação como projeto significativo do

movimento moderno, pois a cada dia menos remanescentes originais permitem a leitura para

a sua adequada conservação.

4. Nem jardim nem tábula rasa

Se urge a conservação do projeto da Praça Visconde de Sinimbú, é preciso olhar com cuidado

para a forma como esta conservação pode e deve ser feita. Ao buscar na teoria da

conservação meios para o entendimento, tratamento e gestão desta praça, a pesquisa

intuitivamente parte da característica que a difere do patrimônio construído – a vegetação.

Seu projeto não é arquitetônico, mas paisagístico. Para os espaços ajardinados, a teoria da

conservação incorporou recentemente a proteção ao jardim histórico, como projeto com

exigências distintas das do patrimônio construído por lidar com componentes provenientes da

natureza - vivos e mutáveis – e ser uma expressão da relação do homem com a natureza.

Para ser considerado jardim histórico, a Carta de Florença (ICOMOS, 1981) exige que seja:

a. “uma composição arquitetônica e vegetal que do ponto de vista da história ou da arte, apresenta, um interesse público” (p. 1, art. 1º, grifo nosso);

b. “cujo material é principalmente vegetal” (p. 1, art. 2º, grifo nosso); e

c. “expressão de relações entre civilização e natureza, lugar de deleite, (...) [como] imagem idealizada do mundo, (...) paraíso, (...) que dá testemunho de uma cultura, de um estilo, de uma época, eventualmente da originalidade de um criador” (p. 2, art. 5º, grifo nosso);

Seria a Praça Visconde de Sinimbú um jardim histórico, mesmo sendo uma praça? A

importância do projeto do ponto de vista histórico (item a), está apontada como relacionada ao

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modernismo alagoano principalmente na obra de Silva (1991), explorada anteriormente, no

item 1; A condição de ter a vegetação como seu material principal de composição (item b)

pode ser verificada pela área de cobertura da vegetação, nas plantas de piso na Figura 4 e de

cobertura vegetal na Erro! Fonte de referência não encontrada.. Entretanto, a intenção do

espaço parece destoar da condição descrita no item c: o projeto tem outro foco: o usuário e

sua experiência no espaço, apesar de ser expressão de relações entre civilização e natureza

por incorporar no espaço elementos naturais, em vez de “lugar de deleite”, “imagem

idealizada do mundo” e “paraíso”. A relação desta praça com a paisagem parece fazer parte,

da produção da “paisagem urbana, feita de acordo com padrões éticos e estéticos, contidos

na cultura de cada comunidade” (MARX, 1975, p. 13). A praça Visconde de Sinimbú, em seu

desenho moderno, se aproxima mais da definição de Lynch (1981), como um

centro de atividades, no coração de uma área ‘intensamente’ urbana, tipicamente pavimentada, definida por edificações densas, e circundada por ruas ou em contato com elas. Ela contém elementos que atraem grupos de pessoas e facilitam encontros: fontes, bancos, abrigos e coisas parecidas. A vegetação pode ou não ser proeminente. (p. 443, tradução livre)

Apesar da nomenclatura oficial do espaço como “praça” ser abarcada no contexto brasileiro

na Carta dos Jardins Históricos (IPHAN, 2010), a intenção de projeto desta praça não parece

estar alinhada com aquela descrita para o jardim histórico. Por conta do ajardinamento das

praças, a confusão de entendimento entre jardim e praça, é apontada por Marx (1980), que

tenta diluir a intersecção dos termos mostrando a origem e função da praça em capítulos

distintos. A praça tem origem no adro das igrejas, locais de convívio, reunião e de destaque de

edifícios de prestígio social (p. 49-50); e o jardim tem origem privada, voltado para o lazer e

para o devaneio, introduzido posteriormente no âmbito do espaço público (p. 57-58). Alex

(2008), trata também da definição destes espaços, ao denunciar a escassez de bibliografia de

paisagismo sobre praças, enquanto há abundância da mesma acerca de parques e jardins; e

alertar para o “verdismo” que acompanha historicamente a inserção da vegetação no espaço

da praça: uma a valorização da vegetação em detrimento do convívio no espaço público

(ALEX, 2008, p. 11); e para o “recreacionismo”, que restringe a destinação da praça ao uso de

lazer (ALEX, 2008, p. 275-277).

A partir das colocações dos autores, considera-se: a função da praça não é a mesma de um

jardim, e as recomendações do jardim histórico não servem à conservação da praça por suas

demandas e cuidados distintos do jardim – gerir os elementos vivos da praça e mantê-los –

apesar de necessário - não é suficiente. Mesmo não sendo um jardim histórico, a Praça

Visconde de Sinimbú tem interesse público do ponto de vista da história e da arte, por sua

linguagem de projeto moderna, e sua conservação é uma ação no sentido de garantir “o

direito à memória da modernidade” (FERRARE, 2008, p. 16).

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Se o jardim histórico pode levar a uma abordagem de conservação prejudicial à praça,

também o faz um outro extremo do pensamento: a abordagem que entende que se o espaço

não é jardim histórico não tem importância histórica, e que as intervenções podem ser feitas

sem o adequado estudo do projeto pré-existente, como se pudesse ser considerado

“tábula-rasa”, um terreno disponível para um projeto completamente novo. A intersecção

bibliográfica entre paisagismo e praças é frágil e escassa, já foi apontado por Alex (2008, p.

276), e o mesmo acontece com os poucos manuais de intervenção em praças: tratam do tema

da sustentabilidade do meio ambiente em meio à insalubridade urbana - a “amenização das

condições climáticas”, que são, assim como o jardim, outra discussão acerca da vegetação

(GONÇALVES et al, 2007, p. 8); ou do uso de lazer para “desfrutar de momentos de

tranquilidade em áreas arborizadas e ajardinadas” (p. 8) – uma discussão distante da função

primordial do espaço e talvez mais apropriada ao estudo e tratamento dos parques urbanos. O

Manual de Espaços Públicos organizado pelo Programa Soluções para Cidades (GATTI,

2013), por exemplo, trata de como criar – a partir de intervenções - espaços de praça

acessíveis, úteis e vivos na cidade com orientações sobre suas dimensões, permeabilidade e

quantidade em relação à escala urbana, mas não parte de uma análise do projeto para

conservar os elementos já existentes. Os manuais de paisagismo tratam os espaços como

encerrados em sua configuração, sem possibilidade de flexibilização de seu projeto, e a teoria

da conservação também apresenta lacunas: aparentemente pouco ainda se conhece sobre

este tipo de espaço.

A Praça Visconde de Sinimbú exige uma nova maneira de entender seu projeto, seus valores

e seu projeto de intervenção para adaptação, diferente daquela do jardim histórico. No Plano

Diretor Municipal (MACEIÓ, 2005), base das ações de gestão, as praças estão categorizadas

sob duas possibilidades, de acordo com o: ou 1. Como parte de uma Zona Especial de

Preservação (ZEP), quando segue as recomendações da zona específica, contribuindo para

fortalecer a valorização do patrimônio cultural, como instância de inclusão social e gerando

renda e trabalho (p. 24, art. 46, parágrafo único, incisos I a III); ou 2. Como espaço público,

juntamente com as vias, as praias e os fundos de vale, destinados ao uso de lazer, para as

quais são recomendadas ações de manutenção e estímulo à adequada utilização (p. 57, art.

132, parágrafo único, inciso VII). O risco no primeiro caso é a realização de uma intervenção

que descaracterize o projeto, entendida sem a diferenciação em relação aos demais espaços

públicos. O risco no segundo caso é a morte da praça com um traçado que em nada

corresponde ao povo, seu público-alvo.

Há ainda a possibilidade de sua proteção como Unidade Especial de Preservação (UEP), uma

proteção municipal atrelada ao Plano Diretor (MACEIÓ, 2005, p. 29, art. 61), lista que inclui

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algumas praças em conjuntos urbanos (MACEIÓ, 2005, s/p). Esta possibilidade também não

é ideal, pois, além de transformar a conservação da praça na conservação de uma relação

entre praça e arquitetura, limita, pelo recorte estabelecido, potencialidades em relação ao

entorno que vai além do conjunto protegido.

Dentre estas opções, a Praça Visconde de Sinimbú, está inserida na primeira possibilidade:

no setor de Preservação do Entorno 1 (SPE 1) da Zona Especial de Preservação Cultural 2

(ZEP-2), correspondente ao bairro do Centro, destacada em verde na Figura 8. Para esta

Zona Especial de Preservação o Plano de Requalificação do Centro, elaborado pela

Secretaria Municipal de Planejamento e Desenvolvimento (MACEIÓ, 2001), traz, dentre os

objetivos, a “Recuperação das praças e dos espaços públicos da área central

compatibilizando a sua memória histórico-cultural com a sua utilização atual”, através da

ordenação do uso por camelôs e ambulantes; incentivo a atividades artístico-culturais e

turísticas; e pelo projeto de recuperação das praças e dos espaços públicos (p. 49), para

“ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais e garantir o bem-estar da população”

(MACEIÓ, 2005, p. 6). Enquanto o entendimento da conservação se mostra insuficiente para

tratar deste espaço, questiona-se a efetividade das estratégias adotadas para a obtenção dos

objetivos almejados pela ação de requalificação.

Considerando a preocupação que norteia este estudo, adiciona-se que, sendo a Praça

Visconde de Sinimbú uma praça moderna, compartilha problemas com o edifício moderno: o

reconhecimento como patrimônio a pouca perenidade dos materiais empregados (MOREIRA,

2011), fatores que adicionam urgência à conservação da Praça Visconde de Sinimbú e

provavelmente de outras praças em situação semelhante.

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Figura 8: Localização da Praça Visconde de Sinimbú no mapa de zoneamento dos Setores de Preservação Rigorosa (SPR) e Setores de Preservação do Entorno (SPE) da Zona Especial de Preservação Cultural 2 (ZEP-2), correspondente ao bairro do Centro. Fonte: SEMPLA, 2005,

modificado.

5. Considerações Finais

Este artigo, sem intenções de apontar soluções para a discussão levantada, leva, a partir dos

argumentos apresentados em relação à Praça Visconde de Sinimbú, a entender: ela não

satisfaz à condição de jardim histórico, e portanto não pode ser conservada como tal. A

vegetação, que pode levar a classificar erroneamente a praça como jardim histórico, não

cumpre, nesta praça, a representação de uma imagem idealizada do mundo, um paraíso, mas

um elemento dentre os demais para a fruição do usuário. Também são inadequados à sua

análise e conservação os manuais de paisagismo que tratam das intervenções sem

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considerar o projeto pré-existente. Por estas questões, por hora, parecem requisitar, praças

semelhantes à Visconde de Sinimbú, um entendimento só seu, conceitual, de análise, de

manutenção e de conservação. Urge o estudo aprofundado desta praça e de outras como ela,

correndo contra a ação do tempo, que apaga aceleradamente os vestígios dos materiais

tipicamente modernos que compõem a materialidade dos projetos, pouco perenes em sua

gênese. A materialidade que é ponto de partida para o estudo destas expressões modernas

chama ao desafio de, ainda em tempo, por meio da conservação, perpetuarem-se.

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