nelson choueri jr investigaÇÕes em torno do antropocentrismo e da atual crise ecolÓgica

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  • 8/16/2019 Nelson Choueri Jr INVESTIGAÇÕES EM TORNO DO ANTROPOCENTRISMO E DA ATUAL CRISE ECOLÓGICA

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    investigações em torno do antropocentrismo e da 

    atual crise ecológica Nelson Choueri Junior 

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTECENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

    DEPARTAMENTO DE FILOSOFIAPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA - PPGFIL - MESTRADO EM

    FILOSOFIAÁREA DE CONCENTRAÇÃO: METAFÍSICA

    INVESTIGAÇÕES EM TORNO DO

    ANTROPOCENTRISMO E

    DA ATUAL CRISE ECOLÓGICA

    Discente: Nelson Choueri Junior [email protected]

    Orientador: Jaimir Conte

    GRANDE ÁREA: Ciências umanas

    ÁREA: !iloso"ia

    #$%ÁREA: &tica

    '()(

    mailto:[email protected]:[email protected]

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    Disserta*+o a,resentada ao -rograma de -s/Gradua*+o em !iloso"ia da

    $ni0ersidade !ederal do Rio Grande do Norte1 como ,arte dos re2uisitos ,ara

    o3ten*+o do t4tulo de 5estre em !iloso"ia1 Área de Concentra*+o 5eta"4sica1

    so3 orienta*+o do -ro". Dr. Jaimir Conte.

    Nel!" C#!$e%& '$"&!%

    INVESTIGAÇÕES EM TORNO DO

    ANTROPOCENTRISMO E DA ATUAL CRISE ECOLÓGICA

     66666666666666666666666666666666666666666666666 Jaimir ConteOrientador 

     6666666666666666666666666666666666666666666666  Nelson Choueri Junior 

    Autor 

     Natal1 )7 de julho de '()(.

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    INVESTIGAÇÕES EM TORNO DO ANTROPOCENTRISMOE DA ATUAL CRISE ECOLÓGICA

    Nel!" C#!$e%& '$"&!%

    Com,osi*+o da %anca E8aminadora:

     66666666666666666666666666666666666666666666666 

    -ro". Dr. Jaimir Conte

    -residente1 $!RN

     66666666666666666666666666666666666666666666666 

    -ro"a. Dra. Nanc9 5anga3eira $nger 

    5em3ro E8terno1 $!%A

     66666666666666666666666666666666666666666666666 

    -ro". Dr. Daniel Durante -ereira Al0es

    5em3ro nterno1 $!RN

     Natal1 ;( de agosto de '()(.

    UFRN

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    Este trabalho é  dedicado

    aos bilh õ es de seres

    humanos que, no S é culo21, permanecem

    desprezados por seres desua pr ó  pria esp é cie, sob os

    mais variados pretextos 

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    São muitos, aqueles com quem deverei brindar em reconhecimento pelo papel que desempenharam no

    prazer e no privil gio que tive em conduzir a construção desta obra.

    Não vou conseguir lembrar de todos, mas vamos lá.

    Um brinde

    À

     minha esposa, Rosa, e a meus sete filhos, Gabriel, Jo

    ã

    o, Olavo,

    Carolina, Michele, Rodrigo e Ricardo, pelo cuidado com este velhão, pelas conversas,

    pelos estímulos, pelos elogios e pelo apoio;

    Ao meu orientador, ex-vizinho e amigo Jaimir - um aut

    ê

    ntico pai (muito embora

    com idade para ser meu filho), pelas liç es de humildade com Filosofia que sempre nos oferece, e pela

    confiança permanente nas possibilidades deste trabalho e nas minhas próprias;

    Aos meus irm

    ã

    os, em especial

    à

     minha irm

    ã

     M

    á

    rcia, pela inestim

    á

    vel colabora

    çã

    o nos

    toques e retoques;

    Aos meus professores de Filosofia, especialmente ao Markus F. da Silva e ao Daniel Durante, pelo

    apoio na largada, quando o motor ainda estava frio;

    À Profa. Fernanda Bulh es, em cuja disciplina tive a inspiração para a ideia central;

    À Profa. Nancy M. Unger, pela participação final;

    Aos colegas de mestrado, em especial ao Cícero, pelas conversas;

    Ao grande amigo e compadre, Gon

    ç

    alves - c

    ú

    mplice;

    Aos meus amigos do coração, Ricardo (Boca), da UNB, Cuba, da Sabesp, Sevá, da UNICAMP,

    Plínio, Jorge e João, da Petrobras/REPLAN, que tantas vezes

     se ofereceram para conversas tico-filosóficas;

    Ao Prof. Habib, da UNICAMP, que, em 2003, me aconselhou a enveredar pela Filosofia;

    A muitos professores, que, desde a minha longínqua infância, me ensinaram a perceber as

    desigualdades humanas;

    Aos amigos que, desde 1992, me auxiliaram na construção do projeto “Consciência Ambiental”,

    semente desta obra, na Petrobras;

    Ao Dr. Joaquim N. Cruz Neto, mais professor que aluno, no curso “Consciência Ambiental”

    na UNICAMP em Limeira, em 1995;

    Aos amigos do Centro Acadêmico X de Dezembro, da UNICAMP, pelas longas conversas e pelas

    lutas dos anos 70;

    A Peter Singer, a Holmes Rolston, a Paolo Nosella, a Washington Novaes e a Marcelo Pelizzoli, pelos

    bons votos.

    tim-tim

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    Cuê pucha!... é bicho mau, o homem!)

     A construção da bomba atômica trouxe como efeito o fato de que todos oshabitantes das cidades, por toda a parte e de forma constante,

    vivem agora sob a ameaçade destruição repentina.'

    Cuê pucha!... é mesmo bicho mau, o homem!

    ) #imO 3oi 0elho? em >Contos Gauchescos?1 ))'.

    ' Einstein1 )B.

    ; =o,es Neto1 no des"echo do re"erido conto.

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    Re$(!

    Grande ,arte dos ,ensadores da tica am3iental credita a crise ecolgica da atualidade ao "ato

    de 2ue tanto o ,ensamento 2uanto as a*

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    A%)+

    5an9 en0ironmental ethics thiners 3ear the e8isting ecological crisis is resultig "rom the "act

    that 3oth1 our thoughts and our actions Hould 3e antro,ocentric. t means that the9 Iour

    thoughts and our actions Hould ha0e the human needs and Hishes satis"action as their onl9

    goals. oHe0er1 a care"ul in0estigation a3out the relationshi, among humans could ,erha,s

    un0eil that He are not antro,ocentric 9et. Khe aim o" this Hor is to enlighten this: Hhether

    He thin and act in an antro,ocentric Ha9 as it seems to 3e largel9 acce,ted. t seems that He

    ha0e "ound a satis"ator9 ansHer to the 2uestion.

    .e/0!%1:

    en0ironmental ethics1 antro,ocentric ethics1 ecological crisis1 en0ironmental aHareness

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    )(

    $(2%&!

    3 INTRODUÇÃO (

    4 VISÕES E ALTERAÇÕES DA NATURE5A NA HISTÓRIA 'L

    463  A teoria da evolução e a ecologia '

    464 Visão biológica do processo evolutivo ;;

    467 Visão científica das origens da crise ecológica ;7

    468 Visão de natureza e alteração ambiental na préhistória ;L

    469 Visão de natureza e alteração ambiental na Antiguidade 46 Visão de natureza e alteração ambiental! da "dade #édia $ "dade

     #oderna7;

    46; Visão de natureza e alteração ambiental! da %evolução "ndustrial aosnossos tempos

    7

    7

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    ))

    3 INTRODUÇÃO

    Este um tra3alho de tica am3iental. Ele tem in4cio com a a,resenta*+o de algumas

    considera*

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    )'

    #e o homem ,ossui uma mente ou uma alma 2ue se situa em algum lugar 2ue n+o este

    2ue ele com,artilha com os demais seres1 n+o ,odemos a"ian*ar com a3soluta certea.

    -odemos1 contudo1 estar certos de 2ue o homem1 ,elo menos esta ,arte dele 2ue ha3ita o

     ,laneta de todos1 um ser integrante da naturea1 F 2ual est ine8ora0elmente im3ricado e acujas leis est t+o su3ordinado 2uanto 2ual2uer outro ser.

    5as o 2ue e8atamente natureaP -odemos mesmo considerar o homem como ,arte

    da natureaP

    -ara in0estigar essas 2uest

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    );

    A naturea a2uilo 2ue o3ser0amos ,ela ,erce,*+o o3tida atra0s dos sentidos.

     Nessa ,erce,*+o sens40el estamos cTnscios de algo 2ue n+o ,ensamento e 2ue

    contido em si mesmo com rela*+o ao ,ensamento. Essa ,ro,riedade de ser

    autocontido com rela*+o ao ,ensamento est na 3ase da ciência natural. #igni"ica

    2ue a naturea ,ode ser conce3ida como um sistema "echado cujas rela*

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    )

    -ara os meus ,ro,sitos es,ec4"icos1 3astaria dier 2ue usarei a ,ala0ra >naturea?

    em um de seus mais restritos sentidos / com a "inalidade de incluir somente a2uilo

    2ue1 dei8ando de lado o so3renatural1 n+o seja humano1 nem nele mesmo e nem em

    suas origens. I-A##5ORE1 )L1 ,. )'.

    Em3ora1 como dissemos1 essa ,rtica ,ossa causar con"us+o no leitor1 2ue ,oder em

    algum momento ser induido a crer 2ue o autor considera 2ue o homem n+o ,arte da

    naturea1 ela am,lamente utiliada.

     Neste tra3alho1 a ,artir de certo ,onto1 tam3m "iemos essa sim,li"ica*+o1 mas1 como

    -assmore1 com certos cuidados1 ,ara e0itar ,ro3lemas de entendimento ,or ,arte do leitor.

     Na outra situa*+o1 o entendimento de 2ue o homem n+o ,arte da naturea surge

    como uma es,cie de acusa*+o de ser uma conse2uência da ideia dualista 2ue se,ara o

    homem dos demais seres. Esse ,arece ser o caso deste trecho1 escrito claramente em um tom

    acusatrio.

    Eu gostaria 2ue a tica am3iental "iesse duas coisas. -rimeiro1 ela de0eria

    a,resentar um mode"o te#rico da rela*+o dos humanos com o resto da naturea. Kem

    sido um lugar comum na "iloso"ia e na religi+o ocidentais1 humanos n+o "aerem

     ,arte da naturea. IG$NN1 )L1 ,. ;'.

    Essa uma 2uest+o "ascinante e com,le8a1 so3re a 2ual gostar4amos de nos de3ru*armais longamente1 mas esse n+o nosso esco,o neste momento. -ara ns1 o humano "a ,arte

    da naturea.

    Vamos ,rosseguir1 tratando de um ,ro3lema igualmente com,le8o: a origem da 0ida.

    Em3ora haja contro0rsias im,ortantes em rela*+o ao modo como a 0ida teria surgido

    e se desen0ol0ido em nosso ,laneta1 e ainda 2ue o evo"ucionismo n+o res,onda a muitas das

    2uest

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    )7

    $ma outra 2uest+o / a da e8istência ou n+o do li0re/ar34trio / h muito tem sido o3jeto

    de tra3alho1 tanto "ilos"ico como cient4"ico1 mas at o momento ,ersistem mais d0idas do

    2ue certeas so3re ela.

    Anderson nos a,resenta sua 0is+o1 segundo a 2ual admite n+o a,enas a e8istência1 mas

    o"erece tam3m uma es,cie de inter,reta*+o 2uantitati0a do li0re/ar34trio na 0ida das

     ,essoas. A de,ender de certos "atores1 ,ara Anderson1 ter4amos mais ou menos li3erdade ,ara

    decidir so3re as nossas a*

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    )B

    destas e8,ress

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    )M

    Essa e8igência tem mo3iliado a Ciência na 3usca da gênese das altera*

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    )L

    Em contra,osi*+o a isso1 reconhecido 2ue a ci0ilia*+o atual esta3eleceu uma

    rela*+o com a naturea 2ue n+o ,oder ser mantida ,or muito mais tem,o1 so3 o risco de 2ue

    a es,cie humana seja e8tinta da Kerra1 ou1 ainda mais1 de 2ue toda "orma de 0ida desa,are*a

    de nosso ,laneta.

    5as at 2ue ,onto ,reocu,a*nosso moderno estilo de 0ida?. O trecho "oi e8tra4do do ca,4tulo sim3olicamente

    denominado >O -re*o umano?.

    Assim 2ue a mar das su3stWncias 2u4micas1 oriunda da dade ndustrial1 se ele0ou

    ao ,onto de engol"ar o nosso meio am3iente1 uma altera*+o drstica ocorreu da41 na

    naturea dos mais srios ,ro3lemas de sade ,3lica. Ainda no dia de ontem1 ahumanidade 0i0ia tomada ,elo medo de ,ragas e ,estes1 como a da 0ar4ola1 a da

    clera1 ou a da 3u3Tnica1 2ue outrora diima0am na*Das muitas 2uest

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    )

    uma mudan*a natural uma trans"orma*+o da naturea induida ,elas conce,*

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    '(

     No momento1 contudo1 n+o sa3emos ,or 2uanto tem,o o homem se encontrar numa

    situa*+o ,erigosa nesta terra. -or 2uêP # ,or2ue ,oderia de imediato eclodir uma

    terceira guerra mundial 2ue teria como conse2[ência a ani2uila*+o com,leta da

    humanidade e a destrui*+o da terraP N+o. Ao iniciar/se a era atTmica1 um ,erigo

    muito maior a2uele 2ue amea*a e8atamente ,or ha0er sido descartada a amea*a de

    uma terceira guerra. IEDEGGER1 ).

    eidegger ,roduiu essa re"le8+o iluminado ,elo clar+o das e8,losa escalada da 3rutalidade?. $m desen0ol0imento ainda mais

    a0an*ado1 na sua maior ,arte escondido atrs das 3arreiras de seguran*a das grandes

     ,otências1 j a,areceu: as armas 2u4micas e 3iolgicas. IC=AR\E1 )M(1 ,,. ); ]

    ).

    Os esto2ues dessas armas e de outras de destrui*+o em massa dei8aram de ser uma

     ,reocu,a*+o a,enas dos inimigos ,assaram a ser tam3m o3jeto de ,reocu,a*+o ,ara seus

     ,r,rios detentores.  sso ,or2ue elas re,resentam du,la amea*a contra eles mesmos: a

     ,ossi3ilidade de um 0aamento acidental de ,roduto ati0o ,ro0eniente dos arte"atos1 ou de um

    ata2ue inimigo ao esto2ue armaenado em 2ual2uer desses casos1 os danos am3ientais e as

     ,erdas humanas ,ara o ,a4s ,ossuidor das armas ,oderiam ser catastr"icos. De 2ual2uer

    >O fa""$out  3iolgico1 como a radia*+o de uma 3om3a nuclear1 ca,a de morder a m+o 2ue o lan*ou. =ouisE. Carlat.? INuclear n"ormation1 0ol. )1 no. 1 "e0ereiro de )B;1 a,ud C=AR\E1 )BL1 ,. ));.

     %a""$out   uma nu0em de ,oeira e "ragmentos ,ro0enientes de uma e8,los+o1 2ue cai lentamente. O termo es,ecialmente usado ,ara o caso de e8,los

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    ')

    "orma1 isso n+o diminui o signi"icado da amea*a 2ue elas re,resentam ,ara ,essoas e

    am3ientes no mundo inteiro1 2ue o "oco de nossa re"le8+o.

    #a3e/se 2ue1 alm dos Estados $nidos e da antiga $ni+o #o0itica1 di0ersas outras

     ,otências1 como a Alemanha1 o Ja,+o e a nglaterra1 desen0ol0eram armas 2u4micas ou

     3iolgicas e n+o se sa3e ao certo se e 2uais deles continuam a desen0ol0ê/las. Essa 0is+o

     ,ode ser ,erce3ida neste trecho1 ,roduido ,ela Associa*+o Americana de Uu4mica1

    encontrado numa ,gina destinada a au8iliar ,ro"essores1 a 2ual contem,la uma se*+o

    chamada >Demonstra*

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    ''

    na Kerra mi"hares de vees)) ,arado8almente1 ,arece/nos 2ue os li0ros de histria raramente

    citam algo so3re armas 2u4micas e 3iolgicas1 no entanto 2uase nunca dei8am de dar ên"ase

    Fs e8,losessas armas ainda est+o sendo desen0ol0idas e

    têm sido utiliadas ,or di0ersas na*

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    ';

    nuclear1 ou em alguns ,oucos sculos mais1 2uase certamente1 se ele continuar a

    multi,licar/se e a ,oluir o seu ,laneta1 a Kerra. I5ERGEN1 )M1 ,. M.

    Em 0ista das altera*teia da

    0ida?. Em comum1 igualando/os1 uma naturea "rgil1 0ulner0el F doen*a e F morte1

    ao 3em/estar e ao ,r,rio 3em1 constitui o 2ue se ,ode chamar de >0ida animal?...

    ...Nossa "ormata*+o moral signatria da conce,*+o aristotlica1 antro,ocêntrica e

    hierr2uica1 t4,ica da racionalidade escra0ocrata. A conce,*+o tica de -itgoras nos

    teria le0ado ao dom4nio n+o/tirWnico so3re outras es,cies 0i0as1 mas ela continua a

    ser ocultada nos ensinamentos acadêmicos. I!E=-E1 '((1 ,. ;.

    Di0ersos "ilso"os e ,ensadores têm ,ostulado 2ue essa 0is+o se am,liou

    gradati0amente nos ltimos 2uatro sculos1 ,ossi0elmente como res,osta Fs ,erigosas

    conse2uências so3re a naturea1 nela inclu4da o ,r,rio homem1 das a*

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    '

    grande "onte de recursos ,ara satis"a*+o das necessidades e ca,richos do ser considerado mais

    im,ortante: o homem.

    Outros "ilso"os de"endem 2ue1 como o dualismo n+o teria sua origem em Descartes1

    mas na cultura greco/romana ou na doutrina judaico/crist+1 as ra4es de nossa 0is+o de

    naturea1 e da se,ara*+o do homem dela1 estariam em ,ocas mais remotas. Essa ,arece ser a

    0is+o de"endida ,or ughes. >$ma conclus+o 2ue ,arece clara ,ara este autor a de 2ue a

    crise ecolgica moderna desen0ol0eu/se a ,artir de ra4es assentadas no mundo antigo1

     ,articularmente na Grcia e em Roma.? I$GE#1 '((1 ,. )B;. 5as essa discuss+o ser

    mais 3em detalhada no ,rimeiro ca,4tulo deste tra3alho.

    De 2ual2uer modo1 ao longo dos três ou 2uatro ltimos sculos1 "oram surgindo

    mani"esta*O omem mal consegue reconhecer at mesmo

    os males de sua ,r,ria cria*+o?. I#CSEKZER1 a,ud CAR#ON1 )B1 ,. )B1 e este outro1

    de Nietsche1 ,u3licado a,enas uns 2uine anos a,s o desencadeamento da Re0olu*+o

    ndustrial na Alemanha. >43ris hoje nossa atitude ,ara com a naturea1 nossa 0iolenta*+o

    da naturea com ajuda das m2uinas e da t+o irre"letida in0enti0idade dos engenheiros etcnicos.? INEKZ#CE1 '((1 ,,. / 7. O mestre alem+o ,arecia ante0er o "uturo 2ue

    herdar4amos.

    At )71 tais mani"esta*

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    '7

    Desses mo0imentos1 nos 2uais se inclui ,rinci,almente o ,aci"ismo1 mas tam3m os

    mo0imentos ,ela li3erta*+o dos ,o0os coloniados1 o mo0imento contra o racismo1 contra a

    discrimina*+o de gênero1 e outros1 nasce o mo0imento ecolgico. Rolston1 de"ende 2ue a

    tica am3iental s "oi reconhecida como um "ato "ilos"ico nos anos )M(1 e 2ue a ,artir da4se desen0ol0eu de "orma 3astante acentuada.)'

    Desde meados do sculo XX1 ,articularmente a ,artir da dcada de )B(1 inmeras

    correntes de ,ensamento ecolgico "oram gradati0amente sendo criadas1 como uma res,osta

    Fs amea*as F seguran*a do ,laneta1 ou de ,arte dele1 2ue "oram e ainda est+o sendo

    identi"icadas.

    uma am,la descren*a na ,ossi3ilidade de 2ue a Ciência soinha ,ossa a,resentar

    solu*Khe istorical Roots o" Our Ecological Crisis?1 inmeras 0ees mencionado ,or

    outros autores1 e8,ressa neste trecho sua 0is+o de 2ue ele ,r,rio >,essoalmente du0ido Ia

    2ue o desastroso resultado ecolgico ,ossa ser e0itado sim,lesmente ,or meio da a,lica*+o de

    mais ciência e mais tecnologia aos nossos ,ro3lemas?. ISKE1 JR.1 '((1 ,. '';.

    Dessa "orma1 a Ciência e a !iloso"ia andaram e andam juntas nesse ,rocesso. A

     ,rimeira desem,enha ,a,is am34guos so3 dois as,ectos: ,rimeiro ,or2ue1 ao mesmo tem,o

    em 2ue o"erece os sa3eres necessrios F cria*+o de ,rocessos1 materiais1 arte"atos etc.1 2ue

    melhoram nossas 0idas1 o"erecendo con"orto e seguran*a1 ,romo0e igualmente o descon"orto

    e a inseguran*a e8tremos.

    O autom0el1 ,or e8em,lo1 se ,or um lado torna a 0ida das ,essoas su,ostamente

    melhor1 ,or outro1 ,olui os am3ientes1 nos adoece1 nos mutila e nos mata. Os agrot8icos1 se

    nos ,ermitem ,roduir muito mais alimentos numa determinada rea1 tam3m en0enenam os

    cor,os dYgua e nossos organismos1 ,ro0ocando doen*as incur0eis ou "atais. A 3om3a1 se

    su,ostamente nos li0rou dos totalitarismos1 ,ermanece1 ao lado de outras armas 2ue a Ciência

    tem ajudado a criar1 como uma grande e real amea*a a,ocal4,tica. A im,ress+o 2ue nos resta

    a de 2ue1 ao termos o,tado ,or esse modelo1 ca4mos todos numa armadilha ,re,arada ,or ns

    mesmos.

    )' >#e algum ti0esse tentado ,re0er o "uturo da "iloso"ia no meio do sculo XX1 um dos mais sur,reendentesdesen0ol0imentos teria sido a ascens+o da "iloso"ia am3iental. A tica am3iental ,ermaneceu desconhecidaat meados da dcada de )M(. sso mudaria ra,idamente. Os "ilso"os ,u3licaram dias de antologias eo3ras sistemticas no cam,o1 e cursos s+o ministrados em centenas de uni0ersidades e "aculdades em muitoscontinentes.? IRO=#KON1 1 '((M1 ,. 77M.

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    'B

    Alm dessa am3iguidade1 a Ciência a,resenta outra: se ,or um lado1 ,or meio dos

    conhecimentos ,ro,iciados ,or ela1 criamos ,rocessos ,rodutores de ,ro"unda degrada*+o

    am3iental e social1 ,or outro1 de ,osse desses mesmos conhecimentos1 conseguimos

    diagnosticar1 de "orma cada 0e mais ,recisa1 tais ,rocessos1 identi"icando suas causas ecolocando ,reciosas in"orma*

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    'M

    Essas am3iguidades e di"iculdades tornam e8tremamente rdua a tare"a de se,arar a

    0irtude do 04cio1 o certo do errado1 o 0erdadeiro do "also1 e o 3em do mal nas 2uest

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    'L

    correntes ecolgicas como ,rodutos imanentes de uma ou de outra destas duas "ontes: a

    antro,ocêntrica e a n+o/antro,ocêntrica.

    As correntes de ins,ira*+o antro,ocêntrica s+o as 2ue consideram o homem como "ato

    central ou mais signi"icati0o do uni0erso ,ara seus seguidores1 o ser humano de0e ocu,ar

    sem,re o centro das ,reocu,a*

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    '

    conceituar ade2uadamente o 2ue somos de "ato. -or "im1 iniciaremos discuss

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    ;(

    4 VISÕES E ALTERAÇÕES DA NATURE5A NA HISTÓRIA

    O o3jeti0o deste ca,4tulo o de a,resentar de "orma resumida duas coisas: I)

    2uest

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    31/123

    ;)

    A maioria das decis

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    ;'

    Algumas altera*desigualdades naturais?1 ,ro,osta ,or Rousseau no sculo

    XV. =ogo no in4cio de sua o3ra >Discurso so3re a origem e os "undamentos da

    desigualdade entre os homens?1 o iluminista "rancês1 le0ando em considera*+o os

    conhecimentos da Ciência de ent+o1 considera inimagin0el a ,reocu,a*+o com as ,oss40eiscausas das desigualdades naturais)7.

    -ara Rousseau1 o "ato de as desigualdades naturais entre os humanos terem sido

    estabe"ecidas ,ela naturea des2uali"icaria 2ual2uer ,ergunta so3re suas causas. No entanto a

    Keoria da E0olu*+o retiraria dessa ,ergunta o status de a3surda1 e ainda ,ermitiria a

    "ormula*+o de di0ersas outras 2ue seriam1 na2uele tem,o1 ,ro0a0elmente consideradas t+o

    a3surdas 2uanto a2uela1 como ,or e8em,lo: 2ual a origem do homemP E esta outra: em sua

    origem1 o homem j carregaria as di"eren*as do outro ti,o1 ou seja1 as morais ou ,ol4ticasP

    Outra 2uest+o "ilos"ica1 so3re a 2ual a Keoria da E0olu*+o ,ode estar lan*ando lues1

    a da e8istência ou n+o do li0re/ar34trio. Considerando a ,ossi3ilidade da ine8istência do

    li0re/ar34trio1 Du0e menciona um comentrio 2uase irTnico de #earle1 assinalando em seguida

    2ue algumas desco3ertas de DarHin ti0eram a ,ro,riedade de in"luenciar nosso ,ensamento

    so3re teleologia1 e 2ue tais desco3ertas s+o ,raticamente irre"ut0eis.)B

    )7 >Eu conce3o duas es,cies de desigualdade entre os homens uma1 a 2ual eu chamo de desigualdade natural1ou "4sica1 ,or2ue esta3elecida ,ela naturea e consiste na di"eren*a de idade1 sade1 "or*a cor,oral1 e as2ualidades da mente1 ou da alma a outra1 2ue ,odemos denominar de desigualdade moral ou ,ol4tica1 ,or2ueela de,ende de uma es,cie de con0en*+o1 e esta3elecida1 ou ,elo menos autoriada1 ,elo consenso dahumanidade...#eria a3surdo ,erguntar 2ual a causa das desigualdades naturais1 uma 0e 2ue a mera de"ini*+o dedesigualdade natural res,onde a 2uest+o.? IRO$##EA$1 '((.

    )B >#o3re a 2uest+o do li0re/ar34trio1 contudo1 #earle e0asi0o. Ele1 cheio de reser0as1 menciona li0re/ar34trios de ,assagem e acom,anhado ,elo comentrio >se 2ue essa coisa e8iste mesmo?1 e argumenta 2ue aintencionalidade de0e ser inter,retada da mesma "orma 2ue ns agora inter,retamos teleologia em 3iologia.Era comum1 nos 0elhos tem,os1 0er o cora*+o como tendo sido "eito ,ara 3om3ear sangue ,elas nossasartrias. oje diemos 2ue o sangue circula atra0s das nossas artrias ,or2ue o cora*+o "eito do jeito 2ueele 1 e e8,licamos a a,arentemente intencional estrutura do cora*+o como o ,roduto da sele*+o natural...Essa >in0ers+o de e8,lica*+o? ajusta/se F ,er"ei*+o F ortodo8ia DarHiniana e est alm de 2ual2uer o3je*+o.?ID$VE1 )71 ,. '7B.

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    ;;

    Em3ora esses assuntos sejam "ascinantes1 e nos sintamos tentados a ,rosseguir

    in0estigando/os1 n+o ,retendemos a,ro"undar as decorrências da Keoria da E0olu*+o

    diretamente so3re o ,ensamento "ilos"ico nosso esco,o nesta eta,a ser o de in0estigar

    como a Keoria E0oluti0a teria a3erto caminho ,ara 2ue o conceito de eco"ogia  "osse"ormulado1 e como a im,ortWncia desse conceito1 tendo 3rotado na Ciência1 desen0ol0eu/se na

    !iloso"ia.

    Em )LBB1 Ernest aecel1 3ilogo alem+o1 "irme ade,to da ent+o contro0ertida teoria

    e0oluti0a1 tal0e ante0endo as imensas im,lica*ecologia de ,o,ula*identi"icar um am,lo e 0ariado mo0imento social1 2ue em certos

    lugares e ocasiO am3ientalismo1 ou a ecologia1 recente. Nasce so3 uma "iloso"ia do ,rotesto1 com ins,ira*+o nosmo0imentos contra a cultura dominante1 no mo0imento surrealista1 nos mo0imentos estudantis anar2uistas1

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    ;

    -ortanto o termo ecologia1 atualmente1 ,ode assumir um desses dois signi"icados: ou

    se re"ere F ciência 2ue estuda as rela*

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    ;7

    Entretanto essas s+o hi,teses com as 2uais n+o nos ocu,aremos neste tra3alho. Nosso

    o3jeti0o1 nesta se*+o1 t+o somente de"ender a e8istência de duas entidades di"erentes1 as

    2uais se identi"icam com um mesmo termo: ecologia.

    464 Visão biológica do processo evolutivo

     Nesta se*+o trataremos1 com uma ,ro"undidade com,at40el com nossos ,ro,sitos1 da

    0is+o cient4"ica atual a res,eito do ,rocesso e0oluti0o das es,cies1 re"letindo so3re nossas

     ,ossi3ilidades de se "alar numa tica am3iental.

    Uual2uer ser 0i0o1 ao interagir com seu meio1 o modi"ica e se modi"ica. O ,rinc4,io

    dessa intera*+o 1 segundo =oren1 o da 0antagem imediata da es,cie em detrimento de

    2ual2uer outro 0alor / at mesmo de ,oss40eis 0antagens a longo ,rao.)L

    Essa trans"orma*+o indi0idual est ,ermanentemente ocorrendo com todos os seres

    0i0os1 de "orma 2ue1 continuamente1 os seres emulam mudan*as uns nos outros1 ao mesmo

    tem,o em 2ue trans"ormam o meio a3itico e s+o1 da mesma "orma1 ,or ele trans"ormados1

    num 0ertiginoso ,rocesso caleidosc,ico1 dentro da2uilo 2ue ,oder4amos chamar de um

    e2uil43rio dinamicamente e0oluti0o. Kudo est em ine8or0el trans"orma*+o. $ma ,aisagem

    2ual2uer jamais ,oder ser como o "oi1 sejam ,assados muitos anos1 ou a,enas alguns

    segundos.

     Na 0erdade1 o termo (amais a4 a,licado 1 ao mesmo tem,o1 uma hi,r3ole lingu4stica

    e tam3m um indicati0o de 2ue1 se esse im,ro3a3il4ssimo e0ento algum dia ocorrer1 n+o ter

    nenhuma im,ortWncia1 ,ois as coisas mudar+o de no0o num la,so t+o ,e2ueno1 2uanto a

    menor "ra*+o de tem,o 2ue ,ossa e8istir. =oren ,raticamente descarta a ,ossi3ilidade de 2ue

    alguma 0e a e0olu*+o ,ossa a,resentar um ,adr+o j a,resentado anteriormente.)

    Rolston1 a,resenta a 0is+o de 2ue1 na e0olu*+o1 as coisas s+o di"4ceis de serem

    controladas1 e utilia o atri3uto >com,le8o? associado a ecossistemas. >Ecossistemas têm se

    mostrado mais com,le8os1 sutis1 e con"usos do 2ue =eo,old imagina0a. Kemos de

    )L >A sele*+o natural n+o ,re"ere de modo algum as o,*#endo cada muta*+o casual e aleatria1 ter4amos 2ue usar nmeros astronTmicos ,ara e8,rimir aim,ro3a3ilidade de 2ue alguma 0e a e0olu*+o retornasse ,recisamente ,elo mesmo caminho 2ue ,ercorreuna 0inda. Este "ato1 2ue ,ara ns se tornou e0idente em 0irtude dos atuais conhecimentos genticos e"ilogenticos1 j "oi desco3erto muitos anos atrs ,elo ,aleontlogo 3elga =ouis Dollo a ,artir de suasin0estiga*

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    ;B

    reconsiderar sua integridade e suas mudan*as dinWmicas histricas.? IRO=#KON1 1 '(((1 ,.

    )(7(.

    Com essas considera*

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    ;M

    A tica am3iental se ,ro,=uc9 in the s9 Hith diamonds? / a2ual ocu,ou as manchetes dos jornais em )M1 2uando seus restos incri0elmente com,letos / 2uase a metade

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    ;L

    =uc9 0i0eu h ;17 milh

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    ;

    uma "orma 2ue ,oder4amos classi"icar como amea*adora F 0ida no ,laneta1 dentro desse

     ,er4odo 2ue Du0e in"orma ser de 7( mil anos.

    Durante todo o ,er4odo da histria da 0ida na Kerra 2ue antecedeu F2uele em 2ue se

    "ormaram os seres humanos1 as modi"ica*Kudo te0e in4cio h uns (.((( anos. At ent+o1 os humanos ,rimiti0os ha0iam co/e8istido com o restanteda 3ios"era de "orma ,er"eitamente harmoniosa. Organiados em ,e2uenos e errantes 3andos1 eles tira0amsua su3sistência de "rutos1 sementes1 e outros ,rodutos 0egetais1 e dentre os animais1 a,anha0am roedores1r+s1 lagartos1 caramujos1 lar0as de insetos e inde"esos "ilhotes de ,ssaros e mam4"eros maiores...!re2uentemente descrito como rude ou ,rimiti0o1 a de,ender do ,onto de 0ista ,essoal1 o estilo de 0ida

     3aseado na ca*a e na coleta1 ,ode ter sido ,recrio1 mas "oi am3ientalmente amig0el.` ID$VE1 )71 ,.'M'.

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    (

    Essa acelera*+o das trans"orma*O Ar2ueiro e o =e+o?1 de Eso,o1

    "a3ulista grego1 considerado o criador desse gênero literrio1 o 2ual teria 0i0ido no sculo V

    a. C.

    Eso,o1 na 0erdade1 tra3alha0a com elementos transmitidos ,ela tradi*+o oral1 o 2ue

    signi"ica 2ue a origem dessa "3ula1 assim como a da ideia de uma "era "ugindo de um homem

     ,oderoso e amea*ador1 junto com todos os outros animais1 ,oderia ser1 com ele0ada

     ,ro3a3ilidade de estarmos certos1 anterior a ele.

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    )

    -oder4amos1 correndo o risco de estar enganados1 ,ro,or 2ue essa tradi*+o remontaria

    F ,r/histriaP sso ,ode n+o ser muito ,ro00el1 mas1 se esse "osse o caso1 estar4amos diante

    de um e8em,lo da2uilo 2ue ,oder4amos ,assar a chamar de a visão de naturea do homem

     pré$hist#rico: um homem ,oderoso e amea*ador1 diante de uma naturea d3il e inde"esa.

    Curiosamente1 a ltima "rase da "3ula ganha uma no0a dimens+o1 lida hoje1 so3 a

    amea*a de e8tin*+o de nossa es,cie1 ,or nossas ,r,rias m+os e ,elos arte"atos 2ue delas

    nasceram. N+o es,erem ,elo tem,o / gritariam ,ara ns1 em tom de ad0ertência1 nossos

    ancestrais. / !ujam do ,erigo ao ,rimeiro sinal

    Os nicos >documentos? legados ,or nossos ante,assados da ,r/histria s+o as

     ,inturas1 entalhes1 arte"atos1 restos de ossos / tanto de animais1 como deles ,r,rios1 conchas1

    car0+o de "ogueiras etc.1 2ue h mais de um sculo s+o estudados e inter,retados dentro de um

    0is antro,olgico1 art4stico ou religioso ,arece n+o ha0er uma ,reocu,a*+o em se a,licar

    re"le8

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    '

    A 3usca ,elo esta3elecimento de como os humanos se relaciona0am com os am3ientes

    em todo o ,laneta1 e em 2ue medida essa rela*+o modelaria tais am3ientes como um todo1 tem

    du,la im,ortWncia. Kem im,ortWncia "ilos"ica1 na medida em 2ue ,oderia in"luenciar nas

    atuais conce,*

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    ;

    co3re somente seja tra3alhado com a utilia*+o de 3lo2ueios de seguran*a1 e mesmo assim

    ainda se constitui em ,ro3lema ecolgico.

    5as1 na ,r/histria1 a humanidade o manusea0a sem ,reocu,a*normal?. De0ido a isso1 em

    am3as ,odem ocorrer dese2uil43rios ecolgicos signi"icati0os1 ou at catastr"icos.

    O des"lorestamento1 alm de destruir e ,oder le0ar F e8tin*+o es,cies 0egetais1

    "ungos etc.1 tam3m elimina os h3itats da "auna1 ,odendo igualmente le0ar es,cies desse

    reino a desa,arecerem.

    Curtis N. Runnels1 ,ro"essor de Ar2ueologia da $ni0ersidade de %oston1 conduiu1

    com outros ,es2uisadores1 um tra3alho de cam,o na ,lan4cie de Argos IArgi0e1 situada a uns

    )(( 2uilTmetros de Atenas1 o3jeti0ando in0estigar a rela*+o 2ue humanos da2uele local

    teriam mantido com o am3iente em di0ersas ,ocas1 desde a ,r/histria. Neste e8certo1 ele

    e8ternalia uma de suas im,ress

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    -articularmente1 desde o surgimento das sociedades agr4colas e da e8,ans+o

     ,o,ulacional su3se2uente1 no in4cio do oloceno';1   o homem tem ,roduido

    im,actos cumulati0os e muitas 0ees irre0ers40eis na ,aisagem natural e nos

    recursos 3iticos do ,laneta. Ar2uelogos1 muitas 0ees tra3alhando junto com

    cientistas naturais em ,rojetos interdisci,linares1 acumularam uma su3stancial

    massa de e0idências em,4ricas documentando tais mudan*as1 como

    des"lorestamento1 ,ro,aga*+o de sa0anas1 incremento nas ta8as de eros+o1 rearranjo

     ,ermanente de ,aisagens ,or e"eito da agricultura1 redu*+o1 e8aust+o Ie em alguns

    casos1 at mesmo a e8tin*+o de recursos na ,r/histria. I\RC1 '((7.

    \irch1 ,ro"essor de antro,ologia da $ni0ersidade da Cali"rnia1 %erele91 a,onta ,ara

    a,ro8imadamente )( mil anos atrs como sendo o 2ue ,odemos chamar de in4cio de uma

    rela*+o ,erigosa do homem com o am3iente. No entanto Du0e1 No3el de !isiologia ou

    5edicina em )M1 como 0imos acima1 sugere em seu li0ro >Vital Dust?1 lan*ado em )71

    duas re"erências: 7( mil e ( mil anos.

    A incertea e8istente entre as duas 0isno3re sel0agem?1 segundo a 2ual o homem em condi*

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    7

    Kal rela*+o entre redu*+o ,o,ulacional e insta3ilidade da ,aisagem1 ,rosseguem eles1

     ,ode ser 0eri"icada em outras ,artes do ,laneta1 inclusi0e na Euro,a.

     No artigo1 os autores sugerem at 2ue a e8,eriência de ,o0os ,rimiti0os em termos de

    rela*+o com o am3iente ,oderia ser a,ro0eitada com sucesso ,elo homem atual1 desde 2ue

    sejam tomados alguns cuidados.'

    -elo 2ue 0imos1 somos le0ados a entender 2ue n+o h d0idas de 2ue alguns gru,os

     ,r/histricos altera0am seus am3ientes de "orma signi"icati0a e 2ue h "ortes ind4cios de 2ue

    outros1 como os sam3a2uianos1 cujos 0est4gios se estendem ,or 0rios continentes1 e esse da

    %acia do =ago -tcuaro1 ,or e8em,lo1 mantinham uma rela*+o com a naturea 0ista como

    harmoniosa segundo os ,adros ,o0os de ci0ilia*Esse estudo demonstra1 a e8em,lo da2ueles1 re"erentes a outras sociedades1 2ue os ha3itantes ,r/histricosda %acia do =ago -tcuaro conseguiram manter a esta3ilidade am3iental ,or sculos1 mas ao mesmo tem,ocriaram uma ,aisagem suscet40el a riscos im,re0istos1 nesse caso1 cola,so ,o,ulacional. Essa esta3ilidade

     ,or longo ,er4odo demonstra 2ue a utilia*+o de ,rticas ind4genas de ,aisagens ,oder ser a,ro,riada ,ara aconser0a*+o atual1 mas somente se cuidados "orem tomados ,ara se resol0er os ,ro3lemas relacionados Fscausas e ,rticas 2ue1 no ,assado1 conduiram a "alhas.? I!#ER1 '(('.

    '7 >O animismo1 o 2ual considera0a o mundo natural como com,artilhando as 2ualidades humanas e 2uetrata0a as coisas e e0entos na naturea como o3jetos sagrados de res,eito e admira*+o1 "oi a atitudedominante no ,rinc4,io da antiguidade e ,ersistiu em 2uase todos os lugares no mundo mediterrWneo1 mas ele"oi gradualmente dando lugar a outras "ormas de ,ensamento.? I$GE#1 '((1 ,.)B(.

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    B

     Nesta altura1 considerando as altera*

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    M

    Kam,ouco ,retendemos a3arcar todo o conhecimento so3re a degrada*+o ecolgica

    em cada ,er4odo da histria desejamos t+o somente destacar os ,rinci,ais ,rocessos do

     ,assado1 ,ara nos au8iliar a com,reender os ,rocessos ,resentes.

    A des,eito do 2ue "oi 0isto na se*+o anterior1 3astante di"undida1 na atualidade1 a

    0is+o de 2ue nossa crise ecolgica uma coisa recente1 2ue teria uns treentos anos1 tal0e1 e

    2ue nossos ancestrais teriam cuidado do am3iente de "orma muito mais re0erente. Runnels1 no

    entanto1 ,arece derru3ar1 ou ,elo menos a3alar "ortemente essa ideia1 ,or meio da anlise dos

    resultados de seus tra3alhos ar2ueolgicos na Grcia.'B

    Runnels relata 2ue o ,rocesso erosi0o e8istia ali desde deenas de milhares de anos

    atrs. Nas ,ocas mais remotas1 n+o se ,ode atri3uir1 com a3soluta certea1 a eros+o F

    ati0idade humana1 ,orm1 nos e,isdios mais recentes1 a des,eito de ter ha0ido ,e2uenas

    mudan*as climticas1 sua ,rinci,al causa "oi o 2ue ,odemos chamar de m utilia*+o do

    am3iente ,or ,arte dos humanos.'M

    O autor com,leta1 diendo 2ue a situa*+o similar em outras ,artes da Grcia1 como

    as ,ro04ncias do norte da 5acedTnia e da Kesslia1 e as lhas de Eu3oea1 no centro e de Creta1

    ao sul. >As datas dos e,isdios come*am no se8to milênio a. C. e continuam atra0s

    0irtualmente de toda a era histrica at os nossos dias.? IR$NNE=#1 )71 ,. .

    A des,eito desses achados1 ughes1 como 0imos1 ,arece de"ender 2ue a 0is+o de

    naturea reinante no in4cio da Antiguidade seria mais res,eitosa do 2ue 0iria a ser

     ,osteriormente. Em3ora essa ,osi*+o seja con"litante com a2uilo 2ue nos ,arece mais

    e0idente1 ns o,taremos ,or tra3alhar com o ,ensamento de ughes1 alm de outros

     ,ensadores1 no 2ue se re"ere F tradi*+o religiosa ocidental.

    'B >Os e"eitos do ,ensamento Arcadiano ,odem ser ,erce3idos no de3ate so3re em 2ue ,ro,or*+o os gregosantigos "oram res,ons0eis ,elo des"lorestamento e ,ela eros+o 2ue reduiram 3oa ,arte da Grcia a um

    estril e ,edregoso1 em3ora ,itoresco1 territrio. Na 0erdade1 a degrada*+o am3iental Ise n+o suas causas1 jha0ia sido ,erce3ida em tem,os remotos. 5uitas re"erências a ela a,arecem nos escritos dos antigos1 ,articularmente nos de -lat+o e Aristteles. Eles "ornecem acurados registros do des"lorestamento e da eros+odos solos no sculo 2uarto a. C. 2ue ,arecem ,roceder de testemunho 0isual. A Ar2ueologia ,ode agoracon"irmar 2ue a de0asta*+o do am3iente natural te0e lugar na Antiguidade1 mas as e0idências ,ermitemtam3m 2ue se colo2ue a res,onsa3ilidade nos ha3itantes da2uele tem,o.? IR$NNE=#1 )71 ,. B.

     Nota: Arcadiano a2ui se re"ere a uma "orma de ,ensar considerada ingênua ,or Runnels1 segundo a 2ualnossos ancestrais trata0am a naturea com re0erência e e2uil43rio. I5EDASAR1 )L in )he *imits of+cience1 a,ud R$NNE=#1 )71 ,. B.

    'M >Krês dos e0entos erosi0os 2ue dei8aram marcas nos registros geolgicos ti0eram lugar durante a ltimaglacia*+o / ao redor de 'M' mil1 7' mil e ;; mil anos atrs. Eles ,odem ser atri3u4dos a mudan*as climticasglo3ais. -orm 2uatro e,isdios ocorreram dentro dos ltimos 7.((( anos. Cada um deles / ,or 0olta de'.7((1 ;7( a 7( a. C.1 7( a ).7( d. C. e em tem,os recentes / "oi seguido ,or um ,er4odo de esta3ilidade12uando ,er"is su3stanciais de solo "oram "ormados. Em3ora mudan*as climticas de ,e2uena escala ,ossame8,licar ,arcialmente esse ,adr+o1 ns atri3u4mos a ,rinci,al causa as ati0idades dos ha3itantes locais.?IR$NNE=#1 )71 ,. .

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    L

    #o3re isso1 o autor ,ostula 2ue o ,ante4smo associado ao animismo teria sido

    su3stitu4do ,elo monote4smo transcendente judaico'L1 e isso teria trans"ormado a 0is+o de

    naturea ao in0s de continuar a ser a morada dos deuses1 ou de ser di0ina nela mesma1 2ue

    era a 0is+o do ,ante4smo1 a naturea ,assou a re,resentar uma ordem in"erior da cria*+o1entregue em con"ian*a aos homens1 mas so3 a condi*+o de ,restar contas a Deus. I$GE#1

    '((1 ,. )B(.

     No juda4smo1 e8istiria originalmente uma es,cie de contrato entre os homens e Deus1

    2ue mediaria a utilia*+o da naturea.

    Com o tem,o1 ,orm1 ainda segundo ughes1 o homem teria assumido o controle

    so3re a Kerra com isen*+o moral ,ara "aer ao am3iente tudo a2uilo 2ue desejasse1 tendo se

    >es2uecido? con0enientemente da2uela ,arte relati0a F ,resta*+o de contas ao #enhor1 ou1 ,or

    outra1 inter,retando a maior ,arte das ati0idades humanas como melhorias na naturea e1

    assim1 agradando ao #enhor. -ortanto1 ,ara ughes1 ,arece 2ue as leis originais do juda4smo

    teriam so"rido uma trans"orma*+o na ,rtica1 ,assando o controle so3re a naturea ,ara as

    m+os humanas.

    J o cristianismo1 segundo Shite1 Jr.1 ,ostula0a desde seu in4cio 2ue >Deus ,lanejou

    tudo a2uilo e8,licitamente ,ara o 3ene"4cio do homem e esta3eleceu: nenhum item da cria*+o

    "4sica tem 2ual2uer ,ro,sito1 2ue n+o seja o de ser0ir aos ,ro,sitos do homem?. E conclui:

    >Es,ecialmente em sua "orma ocidental1 o cristianismo a religi+o mais antro,ocêntrica 2ue

     j hou0e no mundo.? ISKE1 JR.1 '((1 ,. '').

    Considerando/se essa 0is+o de Shite1 Jr. so3re o cristianismo e a2uela de ughes

    so3re o juda4smo1 torna/se ,oss40el su,or 2ue a di"eren*a mais im,ortante entre as duas

    religicontrato? e8istiu. -odemos su,or ainda 2ue o cristianismo

    teria nascido no ,er4odo em 2ue o juda4smo j ha0ia esta3elecido a sujei*+o com,leta da

    naturea ao homem1 o 2ue teria le0ado os dois credos a se igualarem em termos de 0is+o de

    naturea.

     Nesta ,assagem1 Shite1 Jr. resume sua 0is+o so3re as conse2uências da 0itria do

    cristianismo so3re o ,aganismo.

    'L Vis+o religiosa adotada ,elo juda4smo1 cristianismo e islamismo1 de 2ue Deus j e8istia antes do uni0erso1criou/o e esta3eleceu as leis 2ue o go0ernam. Deus considerado se,arado e su,erior F cria*+o Inaturea.IAR5#KRONG1 '((1 ,. ')7 ] ')B.

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    A cristandade1 em a3soluto contraste com o antigo ,aganismo e com as religi di"4cil1 se n+o im,oss40el1 a0aliar os 0alores e com,ortamentos ocidentais1 sem a

    considera*+o das contri3ui*N+o resta d0ida de 2ue os

    crist+os ,odem e de0em ter uma tica 2ue se ,reocu,e com o am3iente. Os humanos s+o

    ajudados ou ,rejudicados ,elas condi*

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    7(

    antigo ha0eria uma ,reocu,a*+o em considerar 2ue o homem1 como ser moral1 "aria ,arte da

    naturea.' N+o ha0ia se,ara*+o entre moralidade e naturea.

     Na Grcia antiga1 desde o sculo V a. C.1 segundo =arrre1 o tra3alho "ilos"ico

    re,ousaria so3re três ,ontos "undamentais e entrela*ados: as origens e e0olu*+o do uni0erso1

    do homem e da comunidade ,ol4tica. Essas três regi phsis1 os

     ,rinc4,ios de todas as coisas1 2ue s+o os tomos e o 0cuo1 e n#mos1 arranjo con0encional da

    a,arência;)? I=arrre1 '((M1 ,. ''1 o 2ue  poderia  conduir a enunciados des,ro0idos de

    com,romisso moral.

     Na 0is+o dos so"istas1 segundo a autora1 os "atos da naturea seriam n+o/teleolgicos1

    en2uanto as regras humanas teriam intencionalidade.;' A aceita*+o disso como 0erdadeiro n+o

    im,licaria necessariamente no reconhecimento de uma menor im,ortWncia dessas regras. -elo

    contrrio1 nas 0is-or meio de -lat+o e Aristteles1 e at =ucrcio1 essa estrutura ternria1 sem,re ,resente1 mantm a inser*+o

    do homem na naturea. A tica est ligada F "4sica1 da mesma maneira 2ue as o,osi*-ara os so"istas1 as leis1 a moral e os deuses e8istem por convenção e n+o por naturea: o 2ue acontece nanaturea se "a sem inten*+o ,r/esta3elecida1 en2uanto as regras humanas s+o intencionais.? I=arrre1 '((M1

     ,. ''.

    ;; >5as a se,ara*+o entre a naturea e a lei1 e a a"irma*+o do carter con0encional desta1 relati0iam as normasmorais1 2ue1 interiores F cidade1 s+o e8,lic0eis ,or interesses1 e instrumentali0eis. sso ,ode conduir aa"irma*

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    7)

    -ara Aristteles1 segundo a autora1 >a cidade um ser natural1 2ue se desen0ol0e e tem

    um "im?. sso signi"icaria 2ue as sociedades humanas "ariam ,arte da naturea. I=arrre1

    '((M1 ,. ''.

    Kanto ,ara -lat+o como ,ara Aristteles1 o homem n+o teria "ran2ueamento moral

    a3soluto ,ara agir consoante seus ,r,rios >a,etites ou desejos?. A cidade mediaria a rela*+o

    homem/naturea. >A cidade inter,as "iloso"ias helen4sticas

    associariam diretamente a "4sica e a tica?1 desa,arecendo assim a ,resen*a mediadora da

    cidade.

    Sard9 ,ostula 2ue as escolas do ,er4odo helenista tra3alha0am com o conceito de

    >,r/conce,*

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    7'

    Alm disso1 o3ser0emos 2ue1 como ,ostula a autora ao mencionar o e,icurista

    =ucrcio1 o naturalismo n+o tinha necessariamente de ser antro,ocêntrico.;

    =arrre ,retendeu1 com tudo o 2ue "oi dito1 de"ender 2ue >todas essas morais antigas

    mostram assim 2ue naturalismo e humanismo n+o s+o contraditrios e o e,icurismo1 o nico

    dos sistemas da Antiguidade 2ue ser til F ciência moderna1 ,ro0a 2ue se ,ode ter at mesmo

    uma conce,*+o mecanicista da naturea1 da 2ual o homem n+o esteja e8clu4do.? Iidem1 ,.

    ';(.

    >Desde ent+o1 ,rossegue uma 0eemente =arrre1 a se,ara*+o moderna entre naturea

    e moralidade 2ue tem necessidade de ser e8,licada. Iidem1 ,. ';(.

    "ilso"os1 como o ,r/socrtico -itgoras Isc. V a. C. e ,osteriores como1-lutarco1 -lotino e -or"4rio1 2ue s+o 0istos ,or alguns ,ensadores da atualidade como

     ,recursores dos direitos dos animais1 o 2ue os colocaria numa ,osi*+o de desta2ue em termos

    de 0is+o de naturea.

    -odemos1 a esta altura1 ,roceder a algumas re"le843ris hoje nossa atitude ,ara com a naturea1 nossa0iolenta*+o da naturea com ajuda das m2uinas e da t+o irre"letida in0enti0idade dos engenheiros etcnicos.? INEKZ#CE1 '((1 ,,. ] 7. 43ris signi"ica arrogWncia.

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    7;

    Vamos agora tratar de alguns t,icos so3re a altera*+o am3iental ,romo0ida ,elo

    m,rio Romano.

     No seu auge1 o m,rio ,roduia uma su3stancial 0ariedade de metais1 em 2uantidades

    tam3m a,reci0eis. -ara se ter uma ideia1 a,enas de co3re1 chegaram a ser ,roduidas )M mil

    toneladas anuais1 2uantidade 2ue somente seria igualada Ie su,erada na Re0olu*+o ndustrial.

    O m,rio ,roduia ainda "erro1 chum3o1 3rone e lat+o. Kodo esse material era

    utiliado na cunhagem de moedas1 em detalhes ar2uitetTnicos1 como metais de ,ortas1 e em

    instrumentos musicais. Os sistemas de tu3ula*+o de gua eram "eitos de di0ersos metais1 mas

     ,rinci,almente de chum3o1 e esse um detalhe im,ortante na histria de Roma1 como

    0eremos adiante.

    -or meio da anlise de isto,os do co3re e de tra*os metlicos ,resentes nas moedas

    romanas1 cientistas deduiram 2ue a regi+o de Rio Kinto1 na Es,anha1 Chi,re1 Koscana1

    #ic4lia1 %retanha1 !ran*a1 Alemanha1 e outras ,artes da Euro,a e do Oriente 5dio "oram as

    regi

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    7

    n+o corro4do com "acilidade alguns canos de gua da2uela ,oca "oram encontrados

     ,er"eitamente intactos1 tendo ainda inscritas as ins4gnias dos im,eradores.

    O chum3o ser0ia ,ara "aer tu3ula*-ara os ,rodutores de 0inho no m,rio Romano1 n+o ha0ia nada como o chum3o. Na "er0ura das u0asesmagadas1 eles insistiam em usar ,otes de chum3o ou chaleiras "olheadas com o metal. >-or2ue1 na

    "er0ura1? escre0eu Columella1 um ,rodutor de 0inhos1 >os 0asos de lat+o soltam corros+o de co3re 2ue temum sa3or desagrad0el. Os doces tra*os do chum3o1 ,elo contrrio1 "oram "eitos ,ara somar sa3orescom,lementares tanto aos 0inhos como Fs iguarias?.? IKOXC 5EKA=# I'1 '((.

    ;L >Jlio Csar1 ,or e8em,lo1 te0e um nico "ilho1 ainda 2ue ele gostasse tanto de mulheres 2uanto gosta0a de0inho. Relata/se 2ue seu sucessor1 Csar Augusto1 era com,letamente estril. Alguns estudiosos sugerem 2ueo chum3o tenha sido o res,ons0el ,ela condi*+o de am3os os homens e um "ator contri3uinte ,ara a 2uedado m,rio Romano.? IKOXC 5EKA=# I'1 '((.>O termo `saturnismo` uma re"erência ao deus #aturno1 idolatrado na Roma antiga. Os romanosacredita0am 2ue o chum3o1 `o metal mais antigo`1 "oi um ,resente 2ue #aturno lhes deu e com eleconstru4am a2uedutos e ,roduiam acetato de chum3o1 utiliado ,elos aristocratas da ,oca ,ara adocicar o0inho. Acredita/se 2ue essa mistura 3om3stica e a conse2[ente into8ica*+o ,or ela ,ro0ocada seria a causada im3ecilidade1 ,er0ersidade e esterilidade reconhecidas de im,eradores como Nero1 Cal4gula1 Caracala eDomiciano1 este ltimo construtor de "ontes 2ue jorra0am 0inho `chum3ado` nos jardins de seus ,alcios. Omundo das artes tam3m inclui 04timas "amosas do chum3o1 entre eles os ,intores Van Gogh e -ortinariI"onte: tintas1 o 0itralista Dir Vellert I"onte: 0idros coloridos e o com,ositor %eetho0en I"onte ,ro00el:ti,ogra"ia das ,artituras.? I%ECARA1 '((.

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    77

    magina0a/se 2ue o Alto Xingu1 no oeste do %rasil1 "osse uma "loresta 0irgem1 mas

    na 0erdade mostra tra*os de uma e8tensi0a ati0idade humana.

    -es2uisadores encontraram e0idências da e8istência de um conjunto de

    assentamentos es,alhados de "orma organiada em malha1 ligados ,or meio de redesde estradas e distri3u4dos em torno de grandes ,ra*as centrais.

    ind4cios de ,rticas agr4colas1 manejo de reas alagadas1 e ,ossi0elmente

     ,iscicultura. Os assentamentos encontram/se hoje 2uase totalmente enco3ertos ,ela

    "loresta.

    Essas comunidades ur3anas antigas datam de antes da chegada do euro,eu ao %rasil

    no sculo XV ...

    Acredita/se 2ue o ,o0o 2ue 0i0eu nesses assentamentos tenha sido e8tinto ,elos

    coloniadores euro,eus1 e ,elas doen*as 2ue eles trou8eram consigo. I%%C1 '((L.

    46 Visão de natureza e alteração ambiental! da "dade #édia $ "dade #oderna

    Shite1 Jr. de"ende a hi,tese de 2ue1 ao contrrio do 2ue ,ostulam muitos ,ensadores1

    o grande salto cient4"ico e tecnolgico do Ocidente n+o teria sido1 nem a chamada Re0olu*+o

    Cient4"ica do sculo XV e nem a Re0olu*+o ndustrial do sculo XV. Estaria na dade

    5dia / ,or 0olta do "inal do sculo X1 e teria sido ,romo0ida >,elo maci*o mo0imento de

    tradu*+o ,ara o latim de tra3alhos cient4"icos ra3es e gregos. Em menos de '(( anos1 toda acole*+o de o3ras cient4"icas gregas e mu*ulmanas encontra0am/se dis,on40eis em latim e

    eram estudadas nas nascentes uni0ersidades euro,ias?. ISKE1 JR.1 '((1 ,. ''(.

    5uito antes1 ,orm1 ,or 0olta do sculo V d. C.1 segundo o autor1 cam,oneses do

    norte da Euro,a teriam desen0ol0ido um arado 2ue de0ido a sua grande e"iciência em sulcar a

    terra1 teria su3stitu4do o antigo arado de ras,agem. sso trans"ormaria de "orma radical a 0is+o

    medie0al de naturea1 ,or a3rir caminho ,ara 2ue a distri3ui*+o de terras mudasse de

    "inalidade. #e antes / >nos tem,os do arado de ras,agem1 os cam,os eram distri3u4dosgeralmente em unidades ca,aes de sustentar uma nica "am4lia?1 de,ois1 >a distri3ui*+o de

    terra dei8ou de ser 3aseada nas necessidades de uma "am4lia e ,assou a re,ousar so3re a

    ca,acidade de um instrumento mecWnico de arar a terra?. ISKE1 JR.1 '((1 ,. ''(. J n+o

    se ,roduia a,enas ,ara su,rir as necessidades o no0o limite ,assou a ser a ca,acidade da

    m2uina.

    -ara o autor1 se at ali o homem "ora 0isto como uma ,arte da naturea1 a ,artir de

    ent+o ele ,assou a ser o exp"orador  da naturea.

    ;

    ; >Essa mesma atitude e8,loradora a,arece ,ouco antes de L;( d. C.1 em calendrios ilustrados do Ocidente. Nos antigos calendrios1 os meses eram a,resentados como ,ersoni"ica*

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    7B

    A julgar ,ela ,ostula*+o de Shite1 Jr.1 o ,rocesso de mudan*a da 0is+o de naturea1

    2ue a teria trans"ormado em >coisa? colocada F dis,osi*+o do homem1 n+o se iniciou com o

    ad0ento do dualismo cartesiano1 no sculo XV1 como muitos ,es2uisadores de"endem1 mas

    muito antes1 ainda na Alta dade 5dia. Antes at da >Re0olu*+o Cient4"ica Greco/5u*ulmana? mencionada acima.

    Essa coloca*+o de Shite1 Jr. ,arece carregar em seu 3ojo outra originalidade:

    a,resentar a trans"orma*+o da 0is+o de naturea como uma decorrência de uma cria*+o

    tecnolgica1 e n+o o contrrio / ciência e tecnologia sendo trans"ormadas ,ela mudan*a de

     ,aradigma "ilos"ico1 como se alega em rela*+o ao dualismo cartesiano.

    Essa mesma 0is+o1 de 2ue os a0an*os cient4"icos e tecnolgicos ,oderiam1 so3 certas

    circunstWncias1 emular mudan*as "ilos"icas1 a,arecer em rela*+o ao surgimento da "iloso"ia

    am3iental no sculo XX como uma decorrência do ad0ento da energia nuclear.

    Contudo1 se no cam,o o homem domina0a a naturea1 2ue humildemente a ele se

    su3metia1 nas cidades medie0ais e modernas ,arece 2ue as coisas corriam de "orma di"erente.

     Nelas1 a naturea teria se re3elado e cei"ado tantas 0idas humanas1 2ue teria sido in0ertida a

    tradicional tendência crescente a,resentada ,elo gr"ico ,o,ulacional humano do mundo. E

     ,or 2ue isso teria sido assimP

    A Ciência hoje nos in"orma 2ue I) o a3astecimento de gua ,ot0el1 I' a coleta1

    tratamento e destina*+o ade2uada do esgoto sanitrio1 I; a coleta e destina*+o ade2uada de

    li8o1 I a drenagem das guas ,lu0iais e I7 a destina*+o de cad0eres1 s+o todos essenciais

     ,ara a manuten*+o de um am3iente minimamente e2uili3rado nas cidades.

      ind4cios de 2ue em Roma1 na Antiguidade1 o a,orte de gua em a3undWncia era

    uma sria ,reocu,a*+o ela esta0a dis,on40el em grande 2uantidade na cidade1 e ,arece 2ue os

     3anhos coleti0os eram uma ,rtica a3solutamente di"undida. No entanto1 os registros daCiência indicam 2ue1 na Euro,a1 desde o "im do m,rio Romano at ,oucos sculos atrs1 o

    consumo de gua era e8tremamente 3ai8o1 o esgotamento sanitrio ine8istente1 e o h3ito do

     3anho1 ,resente na antiguidade1 teria desa,arecido.

    A crescente tendência ao esta3elecimento de cidades1 iniciada na antiguidade1

     ,rosseguiu na Euro,a e dura at os dias de hoje1 contudo as ,reocu,a*

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    7M

    segunda metade do sculo XV / nele n+o ha0eria nem instala*Decameron? de Gio0anni %occaccio I););1 );M7.

     Na 0erdade1 dei8e estar 2ue morador e0ita0a morador e 2ue ,or ali nenhum 0iinho

    se ,reocu,a0a com o outro1 e 2ue ,arente raramente ou nunca 0isita0a ,arente e n+o ,u8a0a con0ersa1 sal0o 3em de longe essa tri3ula*+o ha0ia es,alhado tal terror

    entre os cora*

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    7L

    ent+o eu segui direto ,ara casa1 onde eu ,ude a,enas considerar1 cheio de gratid+o1 o

    risco 2ue ha0ia corrido1 acreditando 2ue comigo n+o ha0ia acontecido nada1 como

    de "ato n+o tinha acontecido nada mesmo. IDE!OE1 '((B.

    Dentre as o3ras de ,intores 2ue retrataram cenas da ,este1 ,odemos mencionar >OKriun"o da 5orte?1 do "lamengo -ieter %ruegel Isc. XV.

    A seguir1 trataremos das trans"orma*

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    7

    o3jetos em 2ueda na Kerra1 do mesmo modo1 todos os "enTmenos naturais1 desde o

     3rilho do sol at a ,icada de uma ,ulga1 ,oderiam1 se ade2uadamente entendidos1 ser

    0istos como regidos ,or imut0eis *eis da naturea, tais 2ue1 caso conhecêssemos o

    su"iciente a res,eito deles1 ns os 0er4amos1 n+o como e0entos casuais e isolados1

    mas como os nicos resultados ,oss40eis dos "atos atem,orais da naturea.

    I!RANC\#1 '(('1 ,. B;.

    Descartes a"irma0a 2ue mesmo "enTmenos t+o distintos 2uanto os meteorolgicos e os

    da oologia1 seguiriam as mesmas leis "undamentais. >A 0ida de um animal n+o uma

    "aculdade misteriosa ou um ,rinc4,io 0ital in"undido na matria1 mas sim,lesmente uma srie

    de intera*Na 0erdade1 ele I5ale3ranche "oi t+o

    im,ortante1 2ue todas as ,rinci,ais "iguras do "inal do sculo XV e in4cio do XV I=oce1

    =ei3ni1 %erele91 ume e Reid julgaram necessrio atac/lo minuciosamente1 a,esar da

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    B(

    e8tens+o da in"luência 2ue e8ercera so3re eles1 ou tal0e de0ido a ela.? I!RANC\#1 '(('1 ,.

    B / M((.

    5as essa 0is+o a,resentada ,or !rancs so3re o 2ue seria o dualismo cartesiano ,arece

    contro0ertida. #e ela e8,rimiria com e8atid+o as ideias 2ue Descartes de "ato nos legou1 ainda

    hoje "onte de discuss+o. Gordon %aer e \atherine J. 5orris lan*aram em )B o li0ro

    >DescartesY Dualism?1 o 2ual a,onta ,ara o 2ue eles 2uali"icam como sendo >os ,reconceitos

    dos "ilso"os anglo/americanos do sculo XX?. Nesse tra3alho1 os autores a,resentam uma

    leitura do dualismo de 0escartes1 a 2ual1 segundo eles1 ,ermitiria concluir 2ue o "ilso"o1 na

    0erdade1 n+o ,ossu4a a consagrada 0is+o do chamado dualismo cartesiano, atri3u4da a ele ,ela

    "iloso"ia ocidental1 de 2ue os ,ensamentos constituiriam um mundo de o3jetos mentais

    interior ou ,ri0ado1 ,aralelo ao mundo das coisas materiais. I%A\ER1 '(('1 ,,. M/L.

     N+o essa1 ,orm1 nossa ,reocu,a*+o ,rinci,al1 ,or isso ,rosseguiremos nosso

    tra3alho considerando 2ue a 0is+o mecanicista da naturea ,arece ter ,ermitido 2ue o homem

    acelerasse de "ato1 de maneira sur,reendente1 as modi"ica*

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    B)

    as,ectos dos ,ro3lemas da ciência. discursos em de"esa da multidisci,linaridade e da

    transdisci,linaridade1 contudo ,arece ,re0alecer a tendência F es,ecialia*+o.

    Dessa "orma1 o resultado "oi 2ue a 0elocidade da cria*+o tcnica e tecnolgica cresceu

    e continua crescendo de "orma e8,onencial a cada momento somos sur,reendidos com no0os

    in0entos1 2ue se traduem em o3jetos1 ,rocessos e ser0i*os colocados F nossa dis,osi*+o ,ara

    nosso con"orto e rigoijo. E como >,re*o? ,ara isso1 a cada momento1 igualmente somos

    sur,reendidos ,ela not4cia de no0as desco3ertas em termos de altera*"or*a? 2ue o 0a,or ca,a de im,rimir Fs coisas1

    o 2ue aca3ou resultando na cria*+o de uma m2uina a 0a,or ,rtica e e"ica.

    A ,artir de ent+o1 come*aria uma ,ro"unda trans"orma*+o na ca,acidade do homem de

    trans"ormar a naturea. #e1 at ent+o1 a naturea ha0ia sido modi"icada antro,ogenicamente de

    "orma relati0amente lenta1 ,or meio 2uase somente da "or*a muscular de homens e animais

    domesticados1 o ad0ento da m2uina a 0a,or ,roduido ,or car0+o o"ereceu a ,ossi3ilidadeda ,romo*+o de altera*

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    B'

     j no sculo deeno0e. A 0egeta*+o morria1 as guas continentais e litorWneas torna0am/se

    estreis1 monumentos histricos1 como esttuas em mrmore1 eram dani"icadas1 e as ,essoas

    tinham seus organismos atacados.'

    Esse ,rocesso seguiu de "orma acelerada at meados do sculo XX1 2uando uma no0a

    tecnologia de ,rodu*+o de tra3alho mecWnico tornou/se 0i0el: a dos deri0ados do ,etrleo.

    A dissemina*+o do uso do ,etrleo im,Ts ao am3iente uma no0a acelera*+o dos

    e"eitos 2ue j 0inham se desen0ol0endo. A indstria do ,etrleo altera o am3iente tanto na sua

     ,rodu*+o1 como no seu ,rocessamento1 e tam3m 2uando da utilia*+o "inal dos deri0ados.

     No ,rinc4,io da e8,lora*+o1 os solos e os cor,os dYgua interiores ou litorWneos1 alm da

    atmos"era1 "oram 0itimados. 5as1 com a e8,lora*+o em mar a3erto1 essa contamina*+o

    am,liou seu alcance1 e atinge regi

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    B;

     Nesse ,er4odo1 todos os ramos do conhecimento cient4"ico "oram ala0ancados de tal maneira

    2ue1 ao "inal do con"lito1 a ca,acidade de altera*+o am3iental alcan*ada ,ela humanidade

     justi"icaria a enuncia*+o de 2ue ha04amos entrado numa no0a era / a Era AtTmica.

    Este e8certo1 o3tido no  site do De,artamento de Energia dos Estados $nidos1 nos

    mostra como o clima reinante na ,oca continha1 tanto uma ele0ada dose de ,essimismo so3re

    o "uturo da humanidade1 2uanto um otimismo1 2ue nos ,arece in"undado1 no al0orecer da Era

    AtTmica.

    Durante algum tem,o1 outras rea*$ma "utura guerra alcan*aria tanto ê8ito em termos de destrui*+o

    2ue muito ,ouco so3raria das 3ases "4sicas e humanas de nossa ci0ilia*+o.? I$RE 1̂ '((L1 ,.

    )BB. $re9 "oi Diretor de -es2uisa de Guerra do -rojeto da %om3a AtTmica da $ni0ersidade

    de Colm3ia. INO%E=-RZE.ORG1 '()(.

    O "ragmento a3ai8o "a re"erência a uma not0el uni+o entre dois e8,oentes1 um da

    !iloso"ia e outro da Ciência1 com a "inalidade de alertar as consciências ,ara os ,erigos 2ue ahumanidade esta0a correndo 0ia ati0idades 3licas.

    Em )7 ele I%. Russell ,roduiu seu "amoso >5anYs -eril?1 transmitido ,ela %%C1

    condenando os testes com a 3om3a/ em %iini. $m ano de,ois1 com Al3ert

    Einstein1 ele ,u3licou o 5ani"esto Russell/Einstein1 demandando a redu*+o do

    arsenal nuclear. Em )7M1 "oi o mais im,ortante organiador da ,rimeira

    Con"erência -ugHash1 a 2ual reuniu um grande nmero de cientistas ,reocu,ados

    com a 2uest+o nuclear. Kornou/se o ,residente "undador da Cam,anha ,elo

    Desarmamento Nuclear em )7L1 e "oi ,reso no0amente1 desta 0e de0ido a sualiga*+o com os ,rotestos antinucleares em )B). IRVNE1 '((;.

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    B

     Neste outro1 Du0e descre0e em ,oucas linhas o desen0ol0imento humano desde a ,r/

    histria at nossos dias1 ironiando melancolicamente 2uanto ao "ruto "inal dessa caminhada.

    Arte da cerWmica1 agricultura1 domestica*+o de animais1 ,rocessamento de

    alimentos1 metalurgia... E o trem da cultura humana seguia adiante1 chegando

    "inalmente F ,ala0ra escrita. Da41 3astaram mais alguns ,oucos milênios ,ara galgar

    os degraus 2ue ,ermitiram caminhar na lua e matar deenas de milh

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    B7

    O conceito de >,egada ecolgica? "oi ,rojetado ,ara res,onder a essa ,ergunta e

    estimar os im,actos das ,essoas. sso "eito ,ela medi*+o de 2uanto de naturea as

     ,essoas usam hoje ,ara se sustentar. Ele se 3aseia em dois "atos 3anais:

    I) Ns ,odemos rastrear a maior ,arte dos recursos 2ue consumimos e dosres4duos 2ue geramos e

    I' A maior ,arte dos "lu8os de recursos e de res4duos ,odem ser medidos

    como uma rea 3iologicamente ,roduti0a corres,ondente.

    ISAC\ERNAGE=1 '((7.

     Sacernagel ,rossegue1 in"ormando 2ue a rea ecolgica dis,on40el ,ara o sustento

    de cada ser humano na Kerra1 em )1 era1 em mdia1 de a,ro8imadamente )1L hectares1 mas

    2ue o norte/americano mdio utilia0a mais ou menos 1B hectares. ISAC\ERNAGE=1

    '((7. !ica claro1 dentro dessa 0is+o1 2ue im,ens0el um mundo em 2ue todos os ha3itantes

    do ,laneta tenham um n40el de consumo semelhante ao do norte/americano.

    Em )B)1 o E2uador ,ossu4a uma 3ioca,acidade 2uatro 0ees maior 2ue sua ,egada

    ecolgica atualmente esses nmeros est+o em,atados. I!OOK-RNK NEKSOR\1 '((.;

    Estima/se 2ue ,or 0olta de )L( a demanda ecolgica mundial e a ca,acidade da Kerra

    de atendê/la igualaram/se. >Em '((' a Y-egada EcolgicaY da humanidade e8cedeu a

     3ioca,acidade glo3al em (1 hectares ,or ,essoa1 ou seja1 em ';f.? ISAC\ERNAGE=1'((L. O ,laneta n+o su,ortar ,or muito mais tem,o.

    #eria como uma "am4lia 2ue 0i0esse dos o0os de sua cria*+o de galinhas1 e 2ue de uma

    hora ,ara a outra ,assasse a consumir todos os o0os1 e 2ue ainda ti0esse de a3ater algumas

    a0es ,ara "aer "rente F demanda. Essa seria uma situa*+o insustent0el.

    -egada ecolgica j n+o designa a,enas uma metodologia cient4"ica a e8,ress+o

    re,resenta tam3m um mo0imento ecolgico 2ue tem se es,alhado ,elo mundo inteiro.

    lu do 2ue 0imos1 ,arece 2ue1 entre a2ueles 2ue re"letem so3re essa 2uest+o1 ,oucos

    du0idariam de 2ue a es,cie humana est se utiliando de "orma insustenta0elmente

     ,redatria do ,laneta. Gostar4amos de adicionar a isso uma hi,tese: a de 2ue a grande

    maioria dos seres humanos / uns ,or necessidade1 ,or n+o terem acesso a recursos su"icientes

    ; O leitor ,oder o3ter dados so3re a >,egada ecolgica? de cada ,a4s no >Ecological !oot,rint Atlas '((?em htt,:HHH."oot,rintnetHor.orgimagesu,loadsEcological6!oot,rint6Atlas6'((.,d"

    >Khe Earth O0ershoot Da9 '((? IO Dia da E8aust+o da Kerra '((1 2ue se deu em '7 de setem3ro1 te0e aco3ertura de ( 0e4culos de comunica*+o em todo o mundo. -ara assinalar o dia em 2ue a humanidade jha0ia usado toda a ,ro0is+o dis,on40el ,ara a2uele ano I'7(1 a cam,anha ,atrocinada ,elo >Glo3al!oot,rint NetHor? ,Tde ser 0ista no mundo inteiro atra0s de uma con"erência no Dia da E8aust+o1 em%ru8elas1 ,or e0entos da #emana do Clima em No0a or2ue1 e ,or cam,anhas ,atrocinadas ,or di0ersosgru,os ecolgicos.? I!OOK-RNK NEKSOR\1 '(( I'.

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    BB

     ,ara uma e8istência digna1 outros mo0idos ,or mera co3i*a / desejariam consumir 3em mais

    do 2ue est+o consumindo no momento.

    Ora1 se nossos ,adrcrditos?.

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    BM

    es,cies e a si mesma1 mesmo tendo derramado ,etrleo de "orma es,etacular1 ainda assim

    nossa es,cie resiste.

    A grande ,ergunta : at 2ue ,onto resistirP Acreditamos 2ue a 3usca da res,osta a

    essa 2uest+o crucial esteja na rai de todo o mo0imento ecolgico1 e 2ue seja a matria/,rima

    da tica am3iental.

     Neste ,onto1 conclu4mos este ,rimeiro ca,4tulo. No ,r8imo1 a,resentaremos outras

    contri3ui*

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    B

    artigos na >#cience?: o tra3alho de =9nn Shite1 `Khe istorical Roots o" our

    Ecologic Crisis` I5ar*o de )BM1 e o de Garett ardin1 `Khe Kraged9 o" the

    Commons` IDeem3ro de )BL. 5as1 o mais im,ortante de todos "oi um ensaio

     ,u3licado no >A #and Count9 Almanac?1 de Aldo =eo,old1 chamado >Khe =and

    Ethic?1 em 2ue o autor sustenta e8,licitamente 2ue as ra4es da crise ecolgica eram

    "ilos"icas. I$NK1 '(('.

    Aldo =eo,old1 conser0acionista1 "ilso"o e escritor norte/americano1 criador da >tica

    da Kerra?1 j nos anos );( ,roduia te8tos so3re manejo de ecossistemas. =eo,old "aleceu

    em )L1 e no ano seguinte sua ,rinci,al o3ra1 >A #and Count9 Almanac?1 "oi ,u3licada. O

    >Almanac? uma coletWnea de artigos so3re a rela*+o entre o homem e a naturea1 dos 2uais

    o mais discutido >Khe =and Ethic?.

    Alm de descre0er nota0elmente detalhes do "uncionamento dos ecossistemas1

    =eo,old1 em seus tra3alhos1 destaca0a a im,ortWncia do ,a,el do homem na conser0a*+o dos

    ecossistemas. -arece 2ue ele e8ercia1 a um tem,o1 o tra3alho do eclogo e o do ecologista.

    Como eclogo1 ele a,resentou o ecossistema como uma ,irWmide de n40eis de energia

    em "lu8o1 na 2ual as es,cies de n40eis mais 3ai8os ser0em de sustento Fs dos n40eis

    imediatamente su,eriores1 at atingir o to,o1 em 2ue se situam os grandes ,redadores1 os

    2uais sem,re 0oltam a alimentar a 3ase da ,irWmide. >Em3ora nunca tenha usado

    e8,licitamente a e8,ress+o Ycadeia tr"icaY1 ele1 n+o o3stante1 indica a ocorrência tanto do

    "lu8o de energia do to,o ,ara 3ai8o1 2uanto de 3ai8o ,ara cima em sua ,irWmide 3itica.?

    IR--=E1 '((71 ,. B)L.

    E1 como ecologista1 diia coisas como esta1 mencionada ,or #mith no ca,4tulo >Khe

    YNaturalistsY and =eo,oldian Ethics? de seu li0ro >Shat are the9 sa9ing a3out En0ironmental

    EthicsP?: >-or 0olta dos anos )(1 =eo,old descre0eria Kerra como Yuma comunidade F 2ual

    ns ,ertencemosY1 uma comunidade 2ue os homens ,recisam a,render Ya usar... com amor e

    res,eitoY.? I#5K1 )M1 ,. .

    #egundo ela1 =eo,old teria ins,irado inmeros ,ensadores. >#usan !lader1 J. %aird

    Callicott1 =aHrence E. Johnson1 Alan 5iller1 Ro3ert !uller1 -eter Sen1 Roderic Nash1 Van

    Rensselear -otter e olmes Rolston1 est+o entre a2ueles 2ue e8i3em a in"luência da Ytica

    da KerraY de =eo,old.? Iidem1 ,. M. Em3ora tenham linhas "ilos"icas di"erentes1 todos eles

    s+o agru,ados ,or #mith como ,ertencentes F escola >naturalista?.

    Callicott1 "alando da tica da Kerra1 a,resenta uma 0is+o adicional so3re o tra3alho de=eo,old1 considerando suas decorrências em rela*+o Fs desigualdades sociais entre os

    humanos.

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    M(

    A tica da terra1 segundo =eo,old1 im,lica outra hierar2uia de 0alores e de

    o3riga*Os

    escritos de Emerson e Khoreau in"luenciaram a "iloso"ia de John 5uir1 "ormando as 3ases de

    sua cam,anha nacional ,ara a a,recia*+o e ,reser0a*+o das reas n+o alteradas ,elo homem.?

    Iidem.

    Em seu artigo >enr9 Da0id Khoreau?1 !urta a"irma 2ue Khoreau >teria anteci,ado

    alguns dos recentes a0an*os dentro do ,ragmatismo1 da "enomenologia e da "iloso"ia

    am3iental?1 e 2ue >Salden?1 o mais conhecido de seus dois nicos li0ros1 a o3ra escrita ,or

    um autor norte/americano mais admirada no mundo. I!$RKA\1 '((. E acrescenta 2ue1

    em3ora >Salden? ,ossa n+o ser rigorosamente o 2ue se chama uma o3ra de "iloso"ia1 ainda

    assim encerra tal 2uantidade de contedos "ilos"icos1 2ue de0eria ser mais 3em a,reciado.

     N+o de0e ser muito di"4cil entender ,or2ue a leitura de Khoreau n+o ,ro,riamente

    estimulada nas escolas ele ,rega0a a3erta e candidamente a deso3ediência ci0il e o n+o

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    M)

     ,agamento de im,ostos1 e isso nem os Estados nem 2uais2uer outras institui*

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    M'

    >Reconhece/se hoje 2ue grandes mudan*as de0em ser e"etuadas no modo de 0ida

    norte/americano. N+o somente nos "altam condi*democrtica?

    norte/americana so3re os totalitarismos. Nesse caso1 ele ,oderia ser considerado um dos

    nomes "undamentais do mo0imento ecolgico.

     No entanto1 se a,enas em )MB #inner emitiu esse ,arecer1 ele ,oderia ent+o ser

    considerado anacrTnico.

    Em )B'1 Rachel Carson1 3iloga norte/americana1 lan*ou seu li0ro >#ilent #,ring?1no 2ual a,resenta0a as ,ro"undas altera*Essas letras 2uerem dier 2ue nesses edi"4cios n+o h mais insetos 2ue a

    doen*a j n+o im,ede o nosso ,o0o de tra3alhar1 e 2ue os nossos "ilhos j n+o

    morrem como "ormigas1 04timas da malria...

    Antes de a Grcia ter sido literalmente 3anhada de DDK1 a sua ,o,ula*+o rural

    consumia grande ,arte da ,rodu*+o nacional de 2uinina... I5CEVO 1̂ )1 ,. B;.

    E neste outro1 Carson "a uma re"erência F "orma insidiosa como os 0enenos ,assaram

    a "aer ,arte do cotidiano das ,essoas.

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    M;

    #eduido ,ela tcnica insinuante de 0endas1 3em como ,elo ,ersuasor oculto1 o

    cidad+o mdio raramente "orma consciência do carter mort4"ero dos materiais de

    2ue se circunda na 0erdade1 esse cidad+o chega mesmo a n+o ,erce3er se2uer o 2ue

    est usando. ICAR#ON1 )B1 ,.)L).

    Coglianese1 neste "ragmento1 nos a,resenta como Carson e outros escritores

    contri3u4ram ,ara a "orma*+o1 junto a um ,3lico interessado1 de uma consciência so3re as

    2uest#ilent #,ring?1 lan*ado em )B'1 a,s ter sido ,u3licado como artigos

    a0ulsos no >Khe NeH ^orer?. >#ilent #,ring? "oi um ,oderoso argumento de 2ue o

    uso e8agerado de ,esticidas1 so3retudo do DDK1 tinha um enorme e com,le8o

    im,acto so3re a 0ida sil0estre e a sade humana. A in"luência de Carson se de0e F

    0eemência de sua a,resenta*+o seus leitores esta3eleciam a cone8+o entre a

    utilia*+o e8cessi0a da2ueles ,rodutos 2u4micos e as mudan*as no mundo natural F

    sua 0olta1 coisa 2ue eles ,odiam 0eri"icar e lamentar. >#ilent #,ring? trans"ormou a

    Amrica ,elo esclarecimento1 como nunca antes1 do ti,o de com,romisso 2ue

    e8istia ent+o entre desen0ol0imento irre"reado e naturea o mo0imento am3iental

    nasce dos 2ue demanda0am a rea0alia*+o da2uele com,romisso1 os 2uais

    alimentaram um ,oderoso mo0imento nessa dire*+o. I5CAE=#1 '((;.

    Di0ersas outras o3ras literrias a3riram caminho ,ara a conscientia*+o das ,essoas

    so3re a crise ecolgica. A seguir1 0eremos uma 2ue alerta0a ,ara os ,erigos 2ue as ati0idades

     3licas1 mesmo em tem,o de ,a1 ,oderiam re,resentar.

    Em )B os Estados $nidos conduiram uma srie de testes com e8,los

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    M

    5arshall. Alm de serem considerados uma enorme catstro"e am3iental1 esses testes tam3m

    atingiram as 0idas de nati0os do atol. Da0id %radle91 mdico e um dos integrantes da e2ui,e

    de seguran*a da o,era*+o1 ,u3licou em )L um li0ro chamado >No -lace to ide? no 2ual

    descre0e e o"erece suas im,ress

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    M7

    introdu*+o desta disserta*+o. Na2uele ,onto1 assumimos 2ue 2ual2uer cria*+o do homem seria

    considerada ,arte da naturea1 ,ortanto1 ,arte do chamado mundo natural. Alm disso1

    escolhemos 2ue o homem1 ele ,r,rio1 sem,re seria considerado igualmente um ser da

    naturea.

    Assim1 ,ara ns1 uma de"ini*+o de tica am3iental mais coerente com nossas o,*Khe #halloH and the Dee,1 =ong/Range Ecolog9 5o0ements: A #ummar9?1 2ue

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    MB

    a,resenta0a a distin*+o entre duas correntes do ,ensamento ecolgico1 as 2uais ele identi"icou

    como >ecologia su,er"icial? e >ecologia ,ro"unda?B.

    Entre os ade,tos da ecologia su,er"icial1 as ,reocu,a*dee,1 long/range ecolog9 mo0ement?.

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    ML

    o3riga*+o de tentar im,lementar as mudan*as necessrias. Esse ,arece ser mais 2ue um

    con0ite1 tal0e mesmo uma con0oca*+o a uma luta. A luta do mo0imento ecolgico.

    O mo0imento de ecologia ,ro"unda1 a,esar de ha0er reunido inmeros ade,tos1

    a,resenta cr4ticos de am3os lados: ,or um "lanco1 da2ueles 2ue a consideram e8cessi0amente

    radical / a2ueles 2ue resistem Fs ,ro,ostas de trans"orma*+o e 2ue relutam em a3rir m+o de

    uma "iloso"ia centrada em 0alores chamados >e8clusi0amente humanos?1 2ue ,ara muitos s+o1

    na realidade1 os 0alores ocidentais e ,or outro1 rece3e o3je*

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    M

    su,erior 0ersus a "êmea in"erior1 ou no ser humano su,erior 0ersus o resto da naturea. O

    eco"eminismo n+o/hierr2uico1 igualitrio e n+o/0iolento.? IAR5#KRONG1 '((1 ,. )'.

    Em meados dos anos )M(1 escritoras e escritores "eministas 2uestionaram se os

    modos de ,ensar ,atriarcais n+o teriam ,ro,iciado a in"erioria*+o e a colonia*+o

    n+o a,enas da mulher1 mas tam3m de negros1 dos animais e da naturea. #heila

    Collins1 ,or e8em,lo1 argumenta0a 2ue a cultura dominada ,elo masculino ou

     ,atriarcado1 estaria a,oiada so3re 2uatro ,ilares articulados: se8ismo1 racismo1

    e8,lora*+o de classes e destrui*+o ecolgica. I%RENNAN1 '()(.

    De3orah #licer1 na mesma dire*+o1 de"ende 2ue nas culturas ,atriarcais o

    antro,ocentrismo se a,resenta so3 a "orma de androcentrismo1 e 2ue o se8ismo1 o classismo1

    o racismo e a degrada*+o da naturea o,eram de "orma a0assaladora so3 o gru,o dominante.

    I#5K1 )MM1 ,. ;'.

    Sarren a,resenta outra 0is+o Iou1 como ela mesma di1 0ers+o so3re o eco"eminismo.

    Ela o entende como uma res,osta a três reas de ,reocu,a*+o: Ii "eminismo1 Iii naturea Io

    am3iente natural1 ciência Ies,ecialmente ecologia cient4"ica1 desen0ol0imento e tecnologia1

    e Iiii ,ers,ecti0as locais ou ind4genas. ISARREN1 '((1 ,. )B.

    Dentro das perspectivas "ocais ou ind3genas1 ela 3usca incluir1 como ,reocu,a*+o da

    tica am3iental1 as ,o,ula*deslei8o? ,or ,arte de seus atuais a,oiadores. >$ma das

    maiores cr4ticas 2ue eu "a*o neste ensaio relaciona/se F "alta de ,reocu,a*+o da ecologia

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     ,ro"unda com as desigualdades na sociedade humana.? IG$A1 )L1 ,. B. E ,rossegue1

    isentando Naess e sugerindo 2ue os res,ons0eis ,elo desa,arecimento dessa ,reocu,a*+o

    teriam sido seus continuadores. >No artigo onde ele cunhou o termo ecologia ,ro"unda1 Naess

    e8,ressa ,reocu,a*A &tica e o Am3iente?1 a,resenta quatro n40eis de ,reocu,a*+o1 dos

    2uais1 o antro,ocentrismo o ,rimeiro. Rolston1 1 em seu artigo >En0ironmental Ethics?1

    identi"ica seis n40eis de ,reocu,a*+o. -ara am3os1 a tica antro,ocêntrica o ,onto de ,artida

    das discuss

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     ,rioriar+o. A naturea um meio1 e n+o um "im em si mesma. IRO=#KON1 1

    '((;1 ,. 7).

    De "orma um ,ouco di"erente1 mas essencialmente nessa mesma linha1 Elliot a,resenta

    sua 0is+o1 neste "ragmento e8tra4do da se*+o >uman/Centred En0ironmental Ethics?1 daintrodu*+o do li0ro En0ironmental Ethics1 organiado ,or ele.

    A ati0idade humana tem causado am,las modi"ica*

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    O3ser0a/se 2ue1 n+o a,enas Rolston1 1 mas 2uase todos os 2ue se ,reocu,am com a

    2uest+o1 ,arecem considerar 2ue o ,ensamento antro,ocêntrico seria a "orma mais rudimentar

    de se ,ensar a 2uest+o ecolgica.M #eria1 assim1 a "orma mais sim,les e menos re"letida de se

     ,ensar o mundo1 so3 um ,onto de 0ista tico. -arece 2ue1 ,ara muitos1 a ,erce,*+o e aaceita*+o dos demais sucessi0os n40eis de ,reocu,a*+o ecolgica de,enderiam da

     ,ossi3ilidade do ,ensador de a,reender coisas cada 0e mais sutis.

    Rolston1 1 no seu segundo n40el de ,reocu,a*ns1 animais humanos1 temos muitas similaridades com animais

    n+o/humanos. Ningum tem d0ida de 2ue os animais "icam com "ome1 com sede1 sentem

    calor1 "icam cansados1 e8citados e dormem. As se2uências de cdigos de ,rote4nas de DNAdos gens estruturais nos chim,ans e nos humanos s+o idênticas em mais de ,or cento.?

    IRO=#KON1 1 '((;1 ,. 7'(.

    #im1 Rolston1 tem em conta 2ue os animais a,resentam di"eren*as em rela*+o ao

    homem. $ma casca0el1 ,or e8em,lo1 ,ode realiar coisas 2ue ns1 humanos1 n+o ,odemos

    com,artilhar. 5as nem ,or isso seria ilgico a,reciarmos1 at mesmo esses animais tidos

    como >maus?. E conclui: >n+o de0emos su3estimar a 4ndole humana1 no sentido de uma

    a,recia*+o re"letida e um res,eito cheio de considera*+o ,elas "ormas alheias?. IRO=#KON11 '((;1 ,. 7').

    Varner ,arece acom,anhar Rolston1 1 incluindo animais em seu segundo n40el de

     ,reocu,a*se todos os seres

    humanos têm interesses e direitos1 incluindo os recm/nascidos1 os de"icientes mentais ,ro"undos e tal0e os 2ue est+o em estado comatoso ,ermanente1 ent+o tam3m alguns

    animais os têm1 uma 0e 2ue as ca,acidades mentais desses animais ,arecem ultra,assar as

    da2ueles humanos ditos >marginaisL?. IVARNER1 '((1 ,. )B.

    M >Na sociedade ocidental contem,orWnea1 o antro,ocentrismo ser0e com "re2uência como uma ticarudimentar / uma ,osi*+o assumida sem uma considera*+o cuidadosa das 0islimitados?1 ao in0s de >marginais?P

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    Varner ,rossegue1 o"erecendo o conceito de sencientismo1 ,ara designar a linha de

     ,ensamento ecolgico 2ue inclui1 entre as ,reocu,a*

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    sencientes1 em rea*+o ao so"rimento causado a eles ,elo homem. IAR5#KRONG1 '((1 ,.

    ;( / ;)(. Neles est+o inclu4dos os animais utiliados em testes de la3oratrios1 a2ueles

    torturados e mortos ,ara su,osta di0ers+o dos humanos1 os criados ,ara a3ate em larga escala1

    como os "rangos 2ue nascem1 0i0em e morrem sem jamais 0er a lu solar ou ciscar num ,isonatural os 2ue têm sua ,ele retirada ainda 0i0os1 os 2ue s+o modi"icados geneticamente e

    muitos outros.

    Outros autores incluem1 no indi0idualismo1 alm dos animais1 indi04duos 0egetais.

    Iidem1 ,. ;(.

    O terceiro n40el de ,reocu,a*+o a,resentado ,or Rolston1 tam3m ,arece ser o

    terceiro de Varner: ,ara o ,rimeiro o 3iocentrismo1 ,ara o ltimo1 o indi0idualismo

     3iocêntrico.

     Nesse n40el1 as ,reocu,a*

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    enleada em um tear social1 cuja mente autoconsciente e 0i0e em grande ,arte no

    "uturo1 em ,lanos e inten*um animal mais no3re?1 ,ensa0a o

    arce3is,o \ing "oi a,enas ,or essa ra+o 2ue as 3estas "oram criadas antes de ns.

    Alm disso1 acrescenta0a Silliam Sollaston1 os so"rimentos dos seres 3rutos n+o

    eram como os do homem. Eles n+o tinham nenhuma conce,*+o do "uturo e nada

     ,erdiam ,or serem ,ri0ados da 0ida. Era1 ,ortanto1 >melhor ,ara os 3ichos estarem

    so3 o dom4nio do homem. IKO5A#1 )LL1 ,,. '7 / 'B.

    Como ,odemos ,erce3er1 as 2uestNa 0erdade1 2uanto mais a tica am3iental se a"asta da

     ,osi*+o ,adr+o1 centrada nos humanos1 mais "iloso"icamente interessante "ica1 tanto 2uanto

    mais contro0ertida se torna do ,onto de 0ista normati0o?. IE==OK1 )L1 ,.L.

    Em rela*+o ao indi0idualismo 3iocêntrico1 Varner destaca 2ue >Al3ert #chHeiter

    um conhecido e8em,lo de uma "igura ,roeminente 2ue legitimou uma atitude nessa linha1 e

    2ue o Jainismo uma religi+o 3em conhecida 2ue a,ia essa ,ers,ecti0a?. IVARNER1 '((1 ,. )B.

    O 2uarto n40el de ,reocu,a*+o1 ,ara Rolston1 n+o ,ossui anlogo na classi"ica*+o

    a,resentada ,or Varner: o n40el de ,reocu,a*+o relacionado com a garantia de so3re0i0ência

    das es,cies1 as 2uais1 em ltima anlise mantêm a e8istência da 3iodi0ersidade. sso acontece

     ,ro0a0elmente ,or2ue Varner1 ,or se a,resentar como um re,resentante do indi0idualismo

     3iocêntrico1  s#  reconhece estatuto moral em indi04duos1 e n+o em comunidades1 como

    es,cies1 2ue a ,reocu,a*+o no ,resente n40el1 e ecossistemas1 2ue ser o assunto do ,r8imo.

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    LB

     Neste n40el de ,reocu,a*+o1 cada es,cie ,ode ser 0ista como sendo "ruto do tra3alh