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Veículo: Estado de Minas - Caderno: Economia - Seção: Brasil em Foco -Assunto: Economia - Página: 9 - Publicação: 13/06/19URL Original:

Negócios no café da manhãBRA$IL EM FOCONegócios no café da manhãEm todo o mundo, a metodologia de marketing de referência para negócios gerou uma receita de cerca de US$ 16 bilhões nosúltimos 12 mesesAutor: Marcílio de MoraesEditoria: EconomiaPublicada em: : 13/06/2019 às 04h00Link alternativoEnquanto as reformas da Previdência e tributária não vêm, o Brasil segue em compasso de espera, com os analistas reduzindopela 15ª semana seguida a previsão de crescimento da economia para este ano. Está agora em 1%. Mas pode piorar (vide aqueda nas vendas do comércio em abril, no pior resultado para o mês desde 2015).

A confiança de empresários da indústria, do comércio e dos serviços continua em baixa e, se no segundo semestre o PIBtambém ficar no negativo, estaremos tecnicamente em recessão. O que não é de todo improvável neste momento. Nessecenário, investimentos são postergados e o consumo anda de lado. É nesse contexto de crise que grupos de empresários sereúnem todas as manhãs em várias cidades do país para fazer negócios. Não diretamente, mas por meio de indicações que cadamembro faz dos produtos e serviços dos participantes a outras pessoas e empresas.

Os números impressionam. Nos últimos 12 meses, essas indicações e referências feitas entre os empresários – não apenas deuns para os outros, mas para as suas redes de relacionamento – renderam transações comerciais da ordem de R$ 798 milhõespara os mais de 5 mil membros das 150 equipes do Business Network International (BNI) do Brasil. Em todo o mundo, ametodologia de marketing de referência para negócios, criada em 1985 nos Estados Unidos, gerou uma receita de cerca de US$16 bilhões, como resultado de 11,2 milhões de referências ditas qualificadas. Isto é, quando há o comprometimento em ajudar ooutro.

É o negócio feito na base do quem indica. É uma organização em que cada participante de cada equipe se torna o melhorvendedor dos produtos e serviços dos outros participantes. E como em toda organização, há metas de encontros entre osmembros para aprofundar o conhecimento mútuo dos negócios, de treinamento, de referências e de negócios realizados. Casagrupo é uma “empresa” com gestão compartilhada, presidência e diretoria rotativas.

Em meio à crise, esses empresários – em quase sua totalidade micro e pequenos empreendedores e profissionais liberais –encontraram na metodologia de “ganhar contribuindo” (givers gain, do original em inglês) uma forma de persistir nos negócios.Só em Minas Gerais eles são 1,2 mil, que se dividem em 32 grupos, e nos últimos 12 meses geraram mais de R$ 160 milhões emnegócios fechados a partir das referências dos próprios membros do BNI. “Minas Gerais hoje representa 20% dos negócios doBNI no Brasil”, afirma o diretor-executivo do BNI Minas, Eugenio Elyseu. Ainda segundo ele, a organização cresce em associadosnos momentos de crise.

A expansão dos negócios em Minas trouxe para Belo Horizonte a Conferência Nacional do BNI Brasil, evento que deve reunir 2mil empresários de todo o país de 4 a 6 de julho, no Cine Theatro Brasil Vallourec. E o crescimento dos negócios no Brasil estátrazendo pela primeira vez ao país um dos maiores especialistas em rede de negócios no mundo, o norte-americano Ivan Misner,fundador e diretor do BNI. Autor de vários livros, Misner é chamado em seu país de “pai do networking”. A forma como ele crioua organização mostra a vocação da sua empresa. Ao perder um grande contrato, Misner decidiu reunir um grupo de pessoascom negócios próprios para que eles se ajudassem mutuamente. Essa é a lógica. Esse é o negócio.