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Copyright © 1998, ABNT–Associação Brasileira de Normas Técnicas Printed in Brazil/ Impresso no Brasil Todos os direitos reservados Sede: Rio de Janeiro Av. Treze de Maio, 13 - 28º andar CEP 20003-900 - Caixa Postal 1680 Rio de Janeiro - RJ Tel.: PABX (021) 210 -3122 Fax: (021) 220-1762/220-6436 Endereço Telegráfico: NORMATÉCNICA ABNT-Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 14152 JUL 1998 Segurança de máquinas - Dispositivos de comando bimanuais - Aspectos funcionais e princípios para projeto Sumário Prefácio Introdução 1 Objetivo 2 Referências normativas 3 Definições 4 Tipos de dispositivos de comando bimanuais e sua seleção 5 Características das funções de segurança 6 Requisitos relativos às categorias dos comandos 7 Utilização de sistemas eletrônicos programáveis 8 Prevenção da atuação acidental e burla 9 Requisitos gerais 10 Verificação 11 Identificação 12 Informação para instalação, utilização e manutenção ANEXOS A Verificações dimensionais para impedir a burla B Utilização de categorias (de acordo com a NBR 14153) em tipos de dispositivos de comando bimanuais C Bibliografia Prefácio A ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas - é o Fórum Nacional de Normalização. As Normas Brasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (CB) e dos Organismos de Normalização Setorial (ONS), são elaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas por representantes dos setores envolvidos, delas fazendo parte: produtores, consumidores e neutros (universidades, laboratórios e outros). 18 páginas Palavras-chave: Segurança de máquina. Dispositivo de comando. Comando manual. Prevenção de acidentes. Dispositivo de segurança Origem: Projeto 04:016.01-022:1997 CB-04 - Comitê Brasileiro de Máquinas e Equipamentos Mecânicos CE-04:016.01 - Comissão de Estudo de Máquinas Injetoras de Plástico NBR 14152 - Safety of machinery - Two-hand control devices - Functional aspects and design principles Descriptors: Safety of machinery. Control devices. Manual controls. Accident prevention. Safety devices Esta Norma foi baseada na EN 574:1996 Válida a partir de 01.09.1998 Os Projetos de Norma Brasileira, elaborados no âmbito dos CB e ONS, circulam para Votação Nacional entre os associados da ABNT e demais interessados. Esta Norma contém o anexo A, de caráter normativo, e os anexos B e C, de caráter informativo. Usou-se como texto de referência para esta Norma a EN 574:1996 - “Safety of machinery - Two-hand control devices - Functional aspects and design principles”. Introdução Esta Norma foi preparada para ser uma norma do tipo B, conforme definição da EN 292-1. Um dispositivo de comando bimanual é um dispositivo de segurança (componente de segurança). Ele fornece uma medida de proteção ao operador contra o alcance de zonas perigosas durante situações de perigo, pela localização dos dispositivos de atuação de comando em uma posição específica. Para máquinas portáteis deve ser levado em consideração que a zona de perigo não é estacionária. A seleção de um dispositivo de comando bimanual como um dispositivo apropriado de segurança dependerá da apreciação do risco feita por projetistas, elaboradores de normas e outros, de acordo com as EN 292-1 e NBR 14009. A definição de um dispositivo de comando bimanual é dada em 3.1 e tem prioridade sobre a definição de 3.23.4 da EN 292-1:1991.

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Page 1: NBR 14152 - Seguranca de Maquinas - Dispositivos de Comando Bimanuais - Aspectos Funcionais e Principios Para Projeto

Copyright © 1998,ABNT–Associação Brasileirade Normas TécnicasPrinted in Brazil/Impresso no BrasilTodos os direitos reservados

Sede:Rio de JaneiroAv. Treze de Maio, 13 - 28º andarCEP 20003-900 - Caixa Postal 1680Rio de Janeiro - RJTel.: PABX (021) 210 -3122Fax: (021) 220-1762/220-6436Endereço Telegráfico:NORMATÉCNICA

ABNT-AssociaçãoBrasileira deNormas Técnicas

NBR 14152JUL 1998

Segurança de máquinas - Dispositivosde comando bimanuais - Aspectosfuncionais e princípios para projeto

SumárioPrefácioIntrodução1 Objetivo2 Referências normativas3 Definições4 Tipos de dispositivos de comando bimanuais e sua

seleção5 Características das funções de segurança6 Requisitos relativos às categorias dos comandos7 Utilização de sistemas eletrônicos programáveis8 Prevenção da atuação acidental e burla9 Requisitos gerais10 Verificação11 Identificação12 Informação para instalação, utilização e manutençãoANEXOSA Verificações dimensionais para impedir a burlaB Utilização de categorias (de acordo com a NBR 14153)

em tipos de dispositivos de comando bimanuaisC Bibliografia

Prefácio

A ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas - é oFórum Nacional de Normalização. As Normas Brasileiras,cujo conteúdo é de responsabilidade dos ComitêsBrasileiros (CB) e dos Organismos de NormalizaçãoSetorial (ONS), são elaboradas por Comissões de Estudo(CE), formadas por representantes dos setores envolvidos,delas fazendo parte: produtores, consumidores e neutros(universidades, laboratórios e outros).

18 páginasPalavras-chave: Segurança de máquina. Dispositivo decomando. Comando manual. Prevenção deacidentes. Dispositivo de segurança

Origem: Projeto 04:016.01-022:1997CB-04 - Comitê Brasileiro de Máquinas e Equipamentos MecânicosCE-04:016.01 - Comissão de Estudo de Máquinas Injetoras de PlásticoNBR 14152 - Safety of machinery - Two-hand control devices - Functionalaspects and design principlesDescriptors: Safety of machinery. Control devices. Manual controls. Accidentprevention. Safety devicesEsta Norma foi baseada na EN 574:1996Válida a partir de 01.09.1998

Os Projetos de Norma Brasileira, elaborados no âmbitodos CB e ONS, circulam para Votação Nacional entre osassociados da ABNT e demais interessados.

Esta Norma contém o anexo A, de caráter normativo, eos anexos B e C, de caráter informativo.

Usou-se como texto de referência para esta Norma aEN 574:1996 - “Safety of machinery - Two-hand controldevices - Functional aspects and design principles”.

Introdução

Esta Norma foi preparada para ser uma norma do tipo B,conforme definição da EN 292-1.

Um dispositivo de comando bimanual é um dispositivode segurança (componente de segurança). Ele forneceuma medida de proteção ao operador contra o alcancede zonas perigosas durante situações de perigo, pelalocalização dos dispositivos de atuação de comando emuma posição específica. Para máquinas portáteis deveser levado em consideração que a zona de perigo não éestacionária.

A seleção de um dispositivo de comando bimanual comoum dispositivo apropriado de segurança dependerá daapreciação do risco feita por projetistas, elaboradores denormas e outros, de acordo com as EN 292-1 eNBR 14009.

A definição de um dispositivo de comando bimanual édada em 3.1 e tem prioridade sobre a definição de 3.23.4da EN 292-1:1991.

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Em algumas aplicações, dispositivos de inibição (verEN 292-1) e/ou dispositivos que devem ser mantidosacionados para gerar movimento (ver EN 292-1) podematender à definição do dispositivo de comando bimanualdesta Norma. Adicionalmente, alguns dispositivos es-peciais de comando, tais como botoeiras suspensas, paramanipuladores e alguns comandos de talhas, requerema utilização das duas mãos e podem atender à definiçãode um dispositivo de comando bimanual desta Norma.

1 Objetivo

Esta Norma especifica os requisitos de segurança paraum dispositivo de comando bimanual e sua unidadelógica, como definido em 3.1.

Esta Norma descreve as características principais de umdispositivo de comando bimanual para o alcance desegurança e expõe as combinações de característicasfuncionais de três tipos. Esta Norma não se aplica adispositivos que têm a finalidade de ser utilizados comodispositivos de inibição, dispositivos que necessitam sermantidos pressionados para o funcionamento do equi-pamento e como dispositivos especiais de comando.

Esta Norma não especifica a que máquinas os dispositivosde comando bimanuais devem ser aplicados. Ela tambémnão especifica que tipos de dispositivos de comandobimanuais devem ser aplicados. Também não especificaa distância entre o dispositivo de comando bimanual e azona de perigo (ver 9.8).

Esta Norma fornece requisitos e orientação para o projetoe seleção (baseados na apreciação do risco) dedispositivos de comando bimanuais, incluindo suaavaliação, prevenção de burla e eliminação de defeitos.Esta Norma também fixa requisitos e orientação paradispositivos de comando bimanuais que contêm umsistema eletrônico programável (ver seção 7).

Esta Norma se aplica a todos os dispositivos de comandobimanuais, independentemente do tipo de energiaaplicado, incluindo:

- dispositivos de comando bimanuais que são ounão parte integrante da máquina;

- dispositivos de comando bimanuais que consistemem um ou mais elementos separados.

2 Referências normativas

As normas relacionadas a seguir contêm disposiçõesque, ao serem citadas neste texto, constituem prescriçõespara esta Norma. As edições indicadas estavam em vigorno momento desta publicação. Como toda norma estásujeita à revisão, recomenda-se àqueles que realizamacordos com base nesta que verifiquem a conveniênciade se usarem as edições mais recentes das normascitadas a seguir. A ABNT possui a informação das normasem vigor em um dado momento.

NBR 13761:1996 - Segurança de máquinas -Distâncias de segurança para impedir o acesso azonas de perigo pelos membros superiores

NBR 14009:1997 - Segurança de máquinas - Prin-cípios para apreciação de riscos

NBR 14153:1997 - Segurança de máquinas - Partesde sistemas de comando relacionadas à segurança- Princípios gerais de projeto

EN 292-1:1991 - Safety of machinery - Basic concepts,general principles for design - Part 1: Basicterminology, methodology

EN 292-2:1991/Amd A1:1995 - Safety of machinery -Basic Concepts, general principles for design -Part 2: Technical principles and specification

EN 60204-1:1992 - Safety of machinery - Electricalequipment of machines - Part 1: Generalrequirements

3 Definições

Para os efeitos desta Norma, aplicam-se as seguintesdefinições:

3.1 dispositivo de comando bimanuais: Dispositivo queexige ao menos a atuação simultânea pela utilizaçãodas duas mãos, com o objetivo de iniciar e manter, en-quanto existir uma condição de perigo, qualquer operaçãoda máquina, propiciando uma medida de proteção,apenas para a pessoa que o atua (ver figura 1).

3.2 sinal de entrada: Sinal externamente atuado, apli-cado manualmente a um dispositivo de atuação decomando (ver figura 1).

3.3 dispositivo de atuação de comando: Componentedo dispositivo de comando bimanual, que detecta umsinal de entrada de uma mão e o transmite a umconversor de sinal (ver figura 1).

3.4 atuação simultânea: Atuação continuada de ambosos dispositivos de atuação de comando, durante o mesmoperíodo de tempo, qualquer que seja o retardo de tempo,entre o início de um sinal de entrada e o início do outro(ver figura 2).

3.5 atuação síncrona: Caso particular de atuação si-multânea onde o retardo de tempo entre o início de umsinal de entrada e o início do outro é menor ou igual a0,5 s (ver figura 3).

3.6 conversor de sinal: Componente de um dispositivode comando bimanual que recebe um sinal de entradade um dispositivo de atuação do comando e que transmitee/ou converte esse sinal em um formato aceitável aoprocessador de sinal (ver figura 1).

3.7 processador de sinal: Parte de um dispositivo decomando bimanual que gera o sinal de saída, comoconseqüência de dois sinais de entrada (ver figura 1).

3.8 sinal de saída: Sinal gerado pelo dispositivo decomando bimanual a ser alimentado na máquina a sercontrolada e que é baseado em dois sinais de entrada(ver figura 1).

3.9 tempo de resposta: Tempo entre o acionamento deum dispositivo de atuação de comando e o término dosinal de saída (ver 9.8).

3.10 dispositivo móvel de comando bimanual:Dispositivo que pode ser movido e utilizado em mais deuma posição definida, relativa à zona de perigo damáquina comandada.

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(1) Sinal de entrada

(2) Dispositivo de comando bimanual

(3) Dispositivo de atuação de comando

(4) Conversor de sinal

(5) Processador do sinal

(6) Sinal de saída

(7) Unidade lógica

Figura 1 - Representação esquemática de um dispositivo de comando bimanual

* Atuação simultânea.

Figura 2 - Sinais de entrada de atuação simultânea

5

4 4

3 3

1 1

2

7

6

Prim eira m ão

Segunda m ão

Té rm ino dos sina isde entrada

In ício do segundo sina lde entrada

Período de tem po de

atuação s im ultânea

Tem po

In ício do p rim eiro s inalde entrada

Retardo de tem poindefinido*

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* Atuação síncrona.

Figura 3 - Sinais de entrada de atuação síncrona

4 Tipos de dispositivos de comando bimanuais esua seleção

A tabela 1 define três tipos de dispositivos de comandobimanuais, indicando as características funcionais e as

mínimas medidas para a segurança de cada tipo dedispositivo de comando bimanual. Todos os dispositivosde comando bimanuais devem respeitar os requisitos daEN 292 e as partes relevantes da EN 60204-1.

Tabela 1 - Lista dos tipos de dispositivos de comando bimanuais e requisitos mínimos de segurança

Tipos

Requisitos Item I II III

A B C

Utilização de duas mãos(atuação simultânea) 5.1 X X X X X

Relação entre sinais de entrada e sinais de saída 5.2 X X X X X

Término do sinal de saída 5.3 X X X X X

Prevenção de operação acidental 5.4 X X X X X

Prevenção de burla 5.5 X X X X X

Reinício do sinal de saída 5.6 *) X X X X

Atuação síncrona 5.7 X X X

Utilização de categoria 1(NBR 14153) 6.2 X X

Utilização de categoria 3(NBR 14153) 6.3 X X

Utilização de categoria 4(NBR 14153) 6.4 X

*) Para a seleção do tipo I, ver 8.6.

Té rm ino dos sina isde entrada

In ício do segundo sina lde entrada

Período de tem po de

atuação s im ultânea

Tem po

In ício do p rim e iro s inalde entrada

Retardo de tem po 0 ,5 s< *

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A seleção e o projeto do tipo (ver tabela 1) do dispositivode comando bimanual dependem de:

- perigo(s) presente(s);

- apreciação do risco;

- experiência no uso da tecnologia;

- outros fatores que devem ser especificados paracada aplicação, como, por exemplo, a prevenção daatuação acidental e de burla (ver seção 8); outrascondições, ver EN 292-2.

NOTA - Orientação sobre a apreciação do risco pode serencontrada na EN 292-1 e orientação detalhada é fornecida naNBR 14009.

5 Características das funções de segurança

As características das funções de segurança, descritasem 5.1 a 5.7, devem ser incluídas nos dispositivos decomando bimanuais, de acordo com a tabela 1.

5.1 Uso de duas mãos (atuação simultânea)

O dispositivo de comando bimanual deve ser projetadode tal forma que o operador utilize as duas mãos duranteo mesmo período de tempo, uma mão em cada dispositivode atuação de comando, para operar o dispositivo decomando bimanual. Isto é uma atuação simultânea e éindependente de qualquer retardo de tempo entre o iníciode cada um dos dois sinais de entrada (ver figura 2).

5.2 Relação entre sinais de entrada e saída

Os sinais de entrada aplicados a cada um dos dois dis-positivos de atuação do comando devem juntos iniciar emanter o sinal de saída do dispositivo de comandobimanual somente durante a aplicação dos dois sinais.A forma do sinal de saída, por exemplo, em número decanais, por pulso, etc., pode variar de acordo com os re-quisitos de projeto de cada caso. Deve sempre ser consi-derado e identificado como um sinal de saída único pelocircuito de comando da máquina.

5.3 Término do sinal de saída

O desacionamento de qualquer dos dispositivos deatuação de comando deve gerar o término do sinal desaída.

5.4 Prevenção da operação acidental

A probabilidade de operação dos dispositivos de atuaçãodo comando acidentalmente deve ser minimizada (verseções 8 e 9).

5.5 Prevenção da burla

A burla do efeito de proteção do dispositivo de comandobimanual deve ser dificultada (ver seções 8 e 9).

5.6 Reinício do sinal de saída

O reinício do sinal de saída somente deve ser possívelapós a desativação dos dois dispositivos de atuação docomando.

5.7 Atuação síncrona

5.7.1 Um sinal de saída deve ser gerado somente quandoos dois dispositivos de atuação do comando forematuados com um retardo de tempo menor ou igual a 0,5 s(ver figura 3).

5.7.2 Dispositivos mecânicos de comando bimanuaissomente devem gerar um sinal de saída pelo cumprimentode requisitos especiais particulares, para o movimentodos dois dispositivos de atuação de comando.

5.7.3 Se os dispositivos de atuação do comando não forematuados de forma síncrona, o sinal de saída deve serimpedido e deve ser necessária a desatuação dos doisdispositivos de atuação de comando, para nova aplicaçãodos dois sinais de entrada.

NOTA - Onde dois ou mais dispositivos de comando bimanuaisforem aplicados para operar uma máquina, a atuação síncronaé requerida somente para cada um dos dispositivos de comandobimanuais e não entre dispositivos diferentes.

6 Requisitos relativos às categorias de comandos

6.1 Seleção da categoria

O comportamento de partes de um dispositivo de co-mando bimanual, no caso de defeitos, deve estar emconcordância com a categoria selecionada naNBR 14153 (ver tabela 2).

A categoria de um dispositivo de comando bimanual nãodeve ser inferior à categoria das partes relevantes,relacionadas à segurança, do sistema de comando damáquina (ver NBR 14153).

O anexo B descreve a relação entre os tipos de dispo-sitivos de comando bimanuais e as categorias, de acordocom a NBR 14153.

6.2 Utilização da categoria 1

Componentes de segurança bem testados e princípiosde segurança, ao menos de acordo com a categoria 1 daNBR 14153, devem ser utilizados nos dispositivos decomando bimanuais do tipo I e tipo III A

NOTA - Com o objetivo de atingir alta confiabilidade e disponibi-lidade, é recomendado que componentes de segurança bemtestados e princípios comprovados sejam utilizados em todosos tipos de dispositivos de comando bimanuais.

6.3 Utilização da categoria 3

Quando a apreciação do risco indica os requisitos de se-gurança contra defeito isolado, o dispositivo de comandobimanual do tipo II e do tipo III B deve estar conforme acategoria 3 da NBR 14153 e conforme 6.3.1, 6.3.2 e6.3.3.

6.3.1 Um defeito isolado em um dispositivo de comandobimanual não deve levar à perda da(s) função(ões) desegurança.

6.3.2 O dispositivo de comando bimanual não deve serconvertido em um dispositivo de comando a uma mãocomo conseqüência de um defeito.

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6.3.3 Um sinal de saída não pode ser gerado comoconseqüência de um defeito.

NOTA - Estes requisitos não significam que todos os defeitosserão detectados. Conseqüentemente, o acúmulo de defeitosnão detectados pode levar à perda da função de segurança e auma saída indesejada do dispositivo de comando bimanual.

6.4 Utilização da categoria 4

Quando a apreciação do risco indica os requisitos demonitoração automática do dispositivo de comandobimanual, o dispositivo de categoria III C deve estar con-forme a categoria 4 da NBR 14153 e conforme 6.3, 6.4.1,6.4.2 e 6.4.3.

6.4.1 O defeito isolado deve ser detectado durante ouantes da próxima operação da(s) função(ões) de segu-rança.

6.4.2 Após a ocorrência de um defeito, não deve serpossível reiniciar um sinal de saída.

6.4.3 Um sinal de saída no instante da ocorrência de umdefeito pode continuar, porém deve cessar quando dotérmino de cada um ou de ambos os sinais de entrada.Se um defeito isolado não puder ser detectado, uma com-binação de defeitos não deve levar à perda da(s) fun-ção(ões) de segurança.

7 Utilização de sistemas eletrônicos programáveis

Onde um sistema eletrônico programável for utilizado paraalcançar as características funcionais de um dispositivode comando bimanual, os requisitos de segurança dohardware e do software desse sistema devem ser vali-dados de acordo com a apreciação do risco.

Meios seguros devem ser previstos para o software ehardware de sistemas eletrônicos programáveis, paraassegurar que as características funcionais projetadasnão possam ser adulteradas.

O sinal de saída de um dispositivo de comando bimanualdo tipo III B e do tipo III C não deve ser gerado e transferidopor um único canal do sistema eletrônico programávelao sistema de comando da máquina.

NOTA - Está ocorrendo, atualmente, considerável desenvol-vimento nas formas em que sistemas eletrônicos programáveisestão sendo validados; uma lista de documentos que fornecemorientação nessa área é fornecida no anexo C.

8 Prevenção da atuação acidental e burla

8.1 Considerações gerais

Os dispositivos de atuação do comando de um dispositivode comando bimanual devem ser projetados e dispostosde tal forma que o efeito protetivo do dispositivo de co-mando bimanual não possa ser facilmente burlável eque a probabilidade da atuação acidental seja mini-mizada, de acordo com a apreciação do risco para a apli-cação particular.

A utilização de apenas uma mão, a combinação de umamão e/ou outras partes do corpo e/ou a utilização deauxílios simples, que permitam a burla, devem ser con-

sideradas de tal forma que não seja possível o alcanceda zona de perigo, durante uma situação de perigo. Aatuação acidental, por exemplo, pelas roupas do operador,deve ser considerada da mesma forma.

Auxílios simples podem ser, por exemplo, pontes, cor-dões, fitas. A seleção de direções de acionamento dife-rentes, coberturas, chapas, etc., pode minimizar as pos-sibilidades de burla. A possibilidade de um dispositivode comando bimanual ser operado por duas pessoas,mantendo, dessa forma, duas mãos livres, pode ser evi-tada pela utilização da atuação síncrona.

NOTA - A total proteção contra burlas não é possível.

Em 8.2 a 8.6 são mostrados alguns caminhos individuaisem que a burla é possível, juntamente com algumasmedidas de precaução para sua prevenção. Os métodosde burla que devem ser considerados dependem doprojeto do dispositivo de comando bimanual, das condi-ções de operação, do método de fixação e posicionamentodo dispositivo de comando bimanual e requisitos espe-cificados para as distâncias de segurança, etc.

Em 8.7 são mostrados alguns caminhos para evitar aatuação acidental.

As medidas de precaução listadas podem ser neces-sárias isoladamente, ou em combinação, para atender aesta Norma. Os procedimentos de verificação que devemser aplicados aos tipos mais comuns de projeto são de-finidos em 10.5. Para outros projetos de dispositivosde comando bimanuais, esses procedimentos de ensaiopodem ou não ser aplicáveis. Nesses casos, uma análisedo perigo e da apreciação do risco da utilização possívele/ou mau uso daquela construção de dispositivo decomando bimanual deve ser efetuada, e medidas apro-priadas devem ser tomadas para atender aos requisi-tos desta Norma.

8.2 Prevenção da burla na utilização de uma mão

Medidas para impedir a burla na utilização de uma mãodevem ser implementadas. Exemplos de medidas ade-quadas são:

- separação dos dispositivos de atuação de comando(dimensão interna) com pelo menos 260 mm entresi;

- pela aplicação de um ou mais anteparos, ou umaárea elevada, entre os dispositivos de atuação decomando que são projetados de tal forma que osdispositivos de atuação de comando sejam sepa-rados por uma distância de pelo menos 260 mmexternamente aos anteparos.

8.3 Prevenção de burla na utilização de uma mão ecotovelo do mesmo braço

Medidas para impedir a burla na utilização da mão e co-tovelo do mesmo braço devem ser implementadas.Exemplos de medidas adequadas são:

- separação dos dispositivos de atuação de comandopor no mínimo 550 mm. Por razões ergonômicasessa distância não deve exceder 600 mm;

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- pela aplicação de um ou mais anteparos, ou umaárea elevada, entre os dispositivos de atuação decomando que são projetados de tal forma que osdispositivos de atuação de comando não possamser tocados pelo cotovelo e pontas dos dedos domesmo braço, ao mesmo tempo;

- coberturas projetadas de tal forma que os dis-positivos de atuação de comando não possam seroperados pelo cotovelo;

- dispositivos de atuação de comando de diferentestipos e/ou direções de operação.

8.4 Prevenção de burla na utilização do(s) antebraço(s)ou cotovelo(s)

Medidas para impedir a burla na utilização do(s) an-tebraço(s) e/ou cotovelo(s) devem ser implementadas,se a distância das mãos ao perigo, como resultado dautilização do(s) antebraço(s) e/ou cotovelo(s), for menorque a requerida distância de segurança.

Uma medida adequada é a utilização de coberturas e/oucolares, que são projetados de tal forma que os dispo-sitivos de atuação de comando não possam ser operadospelo(s) antebraço(s) e/ou cotovelo(s).

8.5 Prevenção de burla na utilização de uma mão equalquer outra parte do corpo (por exemplo, joelho,quadris)

Medidas para impedir a burla pela utilização de outraspartes do corpo em conjunto com uma das mãos devemser implementadas. Exemplos de medidas adequadassão:

- disposição dos dispositivos de atuação de co-mando sobre uma superfície horizontal, ou próxi-mos de uma superfície horizontal, com pelo menos1 100 mm acima do piso ou superfície de acesso.Essa medida tem a finalidade de impedir a atuaçãopelos quadris;

- fixação a uma superfície vertical ou próxima a umasuperfície vertical, pela adoção de um colar deproteção em volta dos dispositivos de atuação decomando;

- coberturas e/ou anteparos, que são projetados detal forma que os dispositivos de atuação de coman-do não possam ser operados por uma mão e qualqueroutra parte do corpo.

8.6 Prevenção de burla através do bloqueio de umdispositivo de atuação de comando

Medidas para impedir a burla através do bloqueio de umdos dispositivos de atuação de comando devem serimplementadas.

Este método de burla faz com que um dispositivo de co-mando bimanual se transforme em um dispositivo de co-mando a uma mão, e pode causar um sinal de entradapermanente do dispositivo de atuação bloqueado. Isso,conseqüentemente, irá permitir que o sinal de saída do

dispositivo de comando bimanual seja gerado pelautilização de apenas uma das mãos. Medidas adequadaspara impedir esse método de burla são:

- para impedir o reinício do sinal de saída paraoperações posteriores por uma das mãos, pode sernecessária a inclusão da característica de reiníciono projeto do dispositivo de comando bimanual (ver5.6);

- para impedir a primeira partida por uma mão, podeser necessária a inclusão da característica deoperação síncrona no projeto do dispositivo decomando bimanual (ver 5.7).

NOTA - Sempre que a seleção de um dispositivo de comandobimanual do tipo I estiver sendo considerada, é importante aanálise cuidadosa da apreciação do risco, para determinar quaiscaracterísticas de operação síncrona e reinício podem serdesconsideradas.

8.7 Atuação acidental

A probabilidade de atuação simultânea de um dispositivode comando bimanual deve ser minimizada.

As medidas citadas em 8.2 a 8.6 ajudam a minimizar aatuação acidental. Outras medidas adequadas paraimpedir a atuação acidental são:

- para dispositivos mecânicos de atuação de co-mando, as necessidades para atuação deliberadacom relação à força e deslocamento necessários;

- para dispositivos de atuação de comando nãomecânicos, por exemplo dispositivos fotoelétricos edispositivos capacitivos, a necessidade de níveis desensibilidade que permitam apenas a ação deli-berada.

9 Requisitos gerais

9.1 Requisitos ergonômicos

Haverá, em alguns casos, conflito entre bons princípiosde ergonomia e o projeto de dispositivos de comando bi-manuais, com o objetivo de impedir a burla ou atuaçãoacidental, por exemplo, a dimensão de aberturas e anecessidade de uso de luvas em algumas operações.

Meios e medidas para atingir segurança precisam refletiro equilíbrio entre:

- a necessidade de seguir bons princípios de er-gonomia, e

- a necessidade de implementar medidas para im-pedir burla e atuação acidental.

O equilíbrio deve prover segurança adequada para o riscoparticular.

9.2 Condições de operação, influências do meioambiente

As partes de um dispositivo de comando bimanual devemser selecionadas, instaladas e vinculadas de tal formaque resistam à fadiga de operação prevista e atendamaos requisitos das normas pertinentes (por exemplo, com

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relação à capacidade e freqüência de comutação) e àsnormas pertinentes relacionadas às influências do meioambiente a serem consideradas (por exemplo, vibração,impacto, temperatura, corpos estranhos, umidade, óleo,campos eletromagnéticos).

9.3 Proteções

9.3.1 Proteções e sua montagem devem ser projetadaspara resistir às fadigas de operação e ambientais es-peradas.

9.3.2 Cantos, arestas, etc. devem ser arredondados ouchanfrados, de forma a evitar ferimentos.

9.3.3 Proteções e partes destinadas à remoção ou aber-tura devem ser construídas de tal forma que possamapenas ser removidas, ou abertas, com auxílio de fer-ramentas. Fixadores devem ser do tipo permanente.

9.3.4 Quando proteções são montadas em suportes, estesdevem ser previstos com meios de montagem segura àsproteções e ao piso.

9.3.5 Proteções devem ser montadas e posicionadas detal forma que o operador, após o desacionamento doatuador, não atinja a zona de perigo durante uma situaçãoperigosa (ver 9.8 e 12.2).

9.3.6 Se a proteção que suporta os dispositivos de atuaçãode comando for ajustável, deve ser dotada de meios paraseu bloqueio em uma posição (para dispositivos deatuação de comando móveis, ver 9.7).

9.4 Seleção, projeto e instalação de dispositivos deatuação de comando

9.4.1 Dispositivos de atuação de comando devem serselecionados, projetados, dispostos e instalados de talforma que possam ser atuados sem causar cansaço emexcesso, por exemplo, como resultado de postura incor-reta, movimentos inadequados, altas forças para ope-ração.

9.4.2 Dispositivos de atuação de comando não devemser vermelhos.

NOTA - Para dispositivos elétricos de comando bimanuais, vertambém EN 60204-1.

9.4.3 Dispositivos de atuação de comando não devemformar pontos de cisalhamento ou corte com quaisqueroutras partes.

9.4.4 O dispositivo de comando bimanual, o sistema decomando principal da máquina e suas interconexõesdevem ser de categorias correspondentes, de acordo coma NBR 14153.

9.5 Prevenção de sinais de saída não intencionais, porforça de aceleração

Forças previsíveis, causadas por aceleração ao dis-positivo de comando bimanual, não devem causar umsinal de saída, por exemplo, impacto acidental, algo quecaia sobre o dispositivo, etc.

9.6 Operação não intencional de máquinas móveis emáquinas portáteis manuais

9.6.1 Um dispositivo de comando bimanual deve serprojetado para impedir sua operação não intencional,conseqüente do manuseio normal da máquina móvele/ou portátil manual e seus comandos.

9.6.2 Um dispositivo de comando bimanual deve serprojetado de tal forma que ações separadas e não si-milares, dos dispositivos de atuação de comando, sejamnecessárias para liberar o sinal de entrada para início domovimento perigoso da máquina.

NOTAS

1 A aplicação de dois dispositivos de atuação de comando emapoios móveis separados não atende a este requisito, a menosque seu método de operação seja diferente.

2 A aplicação de um meio automático de bloqueio da posiçãodesacionada em um dos dispositivos de atuação de comandofornece um maior nível de proteção.

9.7 Dispositivos móveis de comando bimanuais

9.7.1 Os atuadores e suas proteções de suporte, de umdispositivo móvel de comando bimanual, devem serestáveis em utilização normal (ver EN 292-2).

NOTA - Isso pode ser atingido pela aplicação de uma grandemassa ou outros meios adequados.

9.7.2 Dispositivos móveis de comando bimanuais devemser providos de meios para impedir seu movimentodurante a operação.

NOTA - Isso pode ser atingido pela aplicação de uma grandemassa, utilização de rodízios bloqueáveis ou quaisquer outrosmeios adequados.

9.7.3 Meios devem estar disponíveis para a manutençãoe verificação da necessária distância de segurança entreos dispositivos de atuação de comando e a zona de perigo(ver 9.8 e 12.2), por exemplo, por um anel distanciador,para manter a distância (ver figura 4).

9.7.4 Tubos, cabos e conexões devem ser protegidos con-tra danos, aplicando-se as considerações de 9.2 e9.4.4.

9.8 Distância de segurança

Para o cálculo da distância de segurança necessáriaentre os dispositivos de atuação de comando e a zona deperigo (ver NBR 13761), o seguinte deve ser levado emconsideração:

- forma e disposição do dispositivo de comandobimanual;

- tempo de resposta do dispositivo de comandobimanual;

- tempo máximo necessário para a paralisação damáquina ou para a remoção do perigo, após o términodo sinal de saída do dispositivo de comando bima-nual;

- utilização projetada para a máquina;

- normas aplicáveis do tipo C.

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Figura 4 - Exemplo de um dispositivo móvel de comando a duas mão, com anel distanciador

10 Verificação

10.1 Requisitos gerais para verificação

Os requisitos especificados para dispositivos de comandobimanuais, como identificado na apreciação do risco,devem ser verificados pela avaliação teórica do projeto epor ensaios práticos.

Um resumo dos procedimentos de verificação é fornecidona tabela 2. Esses procedimentos têm a finalidade deverificar os requisitos de segurança do dispositivo de co-mando bimanual, incluindo suas características fun-cionais.

Os procedimentos de verificação se referem, exclusiva-mente, ao dispositivo de comando bimanual e não levamem consideração o efeito possível do sistema de coman-do da máquina, ao qual o dispositivo de comando bima-nual está conectado. Sinal(is) de resposta do sistema decomando da máquina, que possa(m), eventualmente,ser requerido(s) pelo projeto do dispositivo de comandobimanual, deve(m) ser simulado(s).

Os procedimentos de verificação que devem ser con-siderados dependem do projeto do dispositivo de coman-do bimanual, do tipo de dispositivo de comando bima-nual, das condições de operação, da forma de fixação eposicionamento do dispositivo de comando bimanual edo requisito específico de distância de segurança, etc.Esses procedimentos de verificação incluem inspeçãovisual, verificação de desempenho, medição e avaliaçãoteórica. Esta Norma fornece alguma orientação sobreprocedimentos de ensaio, em particular na “prevençãode burla”, porém esta Norma não especifica, deta-lhadamente, metodologias de ensaio.

O projetista e/ou fabricante deve providenciar que o dis-positivo de comando bimanual seja verificado e/ou queseja feito ensaio de uma peça, de forma a demonstrar,que está conforme às especificações de projeto. Os re-quisitos dessas especificações podem ser fornecidos emnormas, por exemplo, EN 60204-1, ou pelo projetista,quando não existirem normas.

10.2 Inspeção visual

A inspeção visual tem o objetivo de verificar as ca-racterísticas requeridas para o tipo específico de dispo-sitivo de comando bimanual apenas por exame físico edeve ser aplicada aos itens listados na tabela 2.

Quaisquer componentes utilizados como componentesbem ensaiados devem ser especificamente identificadospelo fabricante.

10.3 Verificação de desempenho

A verificação de desempenho verifica as característicasrequeridas para a operação do tipo específico de dis-positivo de comando bimanual. A simulação de defeito ébaseada na análise de defeitos do projeto do dispositivode comando bimanual. Inclui a simulação de todos osdefeitos relacionados à segurança para o tipo II, tipo III Be tipo III C (ver tabelas 1 e 2).

10.4 Medições

As medições verificam figuras, sinais binários, ca-racterísticas mecânicas, tempos, etc., especificados peloprojetista, para atender aos requisitos desta Norma.

10.5 Prevenção de burla

Verificações dimensionais para a prevenção de burla sãofornecidas no anexo A.

Para os tipos mais comuns de projeto, algumas, ou todas,inspeções dimensionais devem ser aplicadas (vertambém seção 8). A utilização prevista e a forma do dispo-sitivo de comando bimanual indicam quais das veri-ficações dimensionais do anexo A são necessárias, jáque algumas das verificações dimensionais estãocontidas em outras e outras são complementares.

Essa combinação de verificações tem o objetivo de impedira burla por uma mão apenas e, também, a burla na uti-lização de uma mão e o cotovelo, o joelho, os quadris, acoxa ou o estômago.

anel distanciador

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10 NBR 14152:1998

Tabela 2 - Procedimento de verificação

Procedimento

Item Requisitos de segurança Inspecão Verificação Medição Observaçõesvisual de

desempenho

Requisitos gerais

9.2 Condições de operaçãoinfluência do meio-ambiente X X Aplicação das normas pertinentes

9.3 Requisitos de proteções X X Por ensaio de uma peça

9.4 Seleção, projeto e instalação dedispositivos de atuação de comando X X X

9.5 Sinal de saída não intencional, porforças de aceleração X X

9.6 Atuação não intencional de comando X X Para máquinas móveis eportáteis manuais

9.7 Estabilidade X Para dispositivos móveis de comando bimanuais

9.8 Tempo de resposta X

11 Identificação X

Características funcionais

5.1 Utilização das duas mãos X X

5.2 Relação entre sinal de saída e Xentrada

5.3 Término do sinal de saída X

5.4 Operação acidental X X X Utilização dos métodos da seção 8

5.5 Burla X X X Pela aplicação de 10.5

5.6 Reinício X Verificação do reinício

5.7 Operação síncrona X X

Categoria do comando

6.2 Categoria 1 X Por identificação

6.3 Categoria 3 X X Simulação de defeito, ver 10.3

6.4 Categoria 4 X X Simulação de defeito, ver 10.3

11 Identificação

11.1 Os requisitos definidos em 5.4 da EN 292-2:1991 eem 1.7.3 do anexo A do Amd A1:1995 devem serobedecidos.

11.2 Um dispositivo de comando bimanual conforme estaNorma, e que não seja parte integrante da máquina, deveser identificado claramente e de forma permanente, comos seguintes detalhes:

- nome e endereço do fabricante e/ou fornecedorresponsável;

- modelo ou tipo de referência do fabricante;

- número de série e ano de fabricação;

- tipo do dispositivo de comando bimanual, de acordocom a seção 4 e tabela 1, e o número desta Norma,por exemplo:

NBR 14152 Tipo IIIC

- tempo de resposta do dispositivo de comandobimanual, como definido em 3.9;

- dispositivos elétricos de comando bimanuaisdevem ser identificados com as informaçõesapropriadas sobre tensão de alimentação (verEN 60204-1);

- dispositivos de comando bimanuais, pneumáticos,mecânicos e outros diferentes dos elétricos devemser identificados com as pressões de operação, ououtras informações relevantes.

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NBR 14152:1998 11

11.3 Se o dispositivo de comando bimanual consistir emduas ou mais unidades separadas, ao menos uma uni-dade deve ser identificada como especificado em 11.2.Cada uma dessas unidades deve ser marcada de talforma que possa ser identificada como parte do mesmodispositivo de comando bimanual.

11.4 Um dispositivo de comando bimanual que cumpreos requisitos desta Norma e que é parte integrante deuma máquina deve ser identificado nesta, ao menos,com o tipo do dispositivo de comando bimanual e com onúmero desta Norma. Outras instruções e os dadostécnicos para o dispositivo de comando bimanual devemser fornecidas no manual de instruções da máquina.

NOTA - Essa identificação deve estar na identificação principalda máquina ou próxima aos dispositivos de atuação de comando.

11.5 Componentes de dispositivos de comando bima-nuais devem ser identificados, se necessário, para a fina-lidade de manutenção e/ou reparo.

12 Informação para instalação, utilização emanutenção

12.1 Fornecimento de informações

Os requisitos fixados em 5.5 da EN 292-2:1991 e em1.7.4 do anexo A do Amd A1:1995 devem ser seguidos.

A informação deve ser prestada pelo fabricante ou seurepresentante autorizado, na língua portuguesa, sobre ainstalação, uso e manutenção do dispositivo de comandobimanual (ver EN 292-2).

A informação pode ser fornecida na forma de desenhos,diagramas, tabelas e/ou informação escrita.

12.2 Instruções de instalação

A menos que o dispositivo de comando bimanual sejaparte integrante da máquina, as seguintes informaçõesdevem ser fornecidas:

- dimensões físicas;

- espaço necessário para, por exemplo, instalação,inspeção, manutenção, etc.;

- forma de fixação;

- explicação de como deve ser determinada a ne-cessária distância de segurança (ver 9.8);

- tempo de resposta;

- propriedades necessárias, incluindo orientaçãopara seleção de categorias, de acordo com aNBR 14153, para a correta interação e intercone-xão entre o dispositivo de comando bimanual e aparte relevante, relacionada à segurança do sistemade comando da máquina;

- dimensões e tipo da rede de alimentação e inter-conexão, por exemplo, cabos, eletrodutos sólidos ouflexíveis e sua disposição recomendada;

- dispositivos de proteção, por exemplo, fusíveis,válvulas redutoras de pressão, etc.;

- instruções para o procedimento da partida inicial;

- instruções de ajuste e calibração;

- procedimentos de teste para verificação da ope-ração correta do dispositivo de comando bimanual epartes relevantes do sistema de comando da má-quina;

- limitações de utilização planejada;

- medidas contra a má utilização previsível.

12.3 Instruções para utilização

As intruções devem ser fornecidas em linguagem clara,possibilitando a utilização correta e segura do dispositivode comando bimanual.

Fotografias, diagramas, símbolos e figuras devem serutilizados, onde apropriado.

As instruções de utilização devem prover informaçõespara verificação do funcionamento correto e para permitiro reconhecimento de falhas.

12.4 Instruções de manutenção

As instruções de manutenção devem conter a seguinteinformação necessária para manutenção e reparo. Ondeapropriado, devem incluir desenhos e diagramas decircuitos:

- instruções apropriadas de segurança, como partede qualquer lista de manutenção e/ou reparo;

- uma tabela para manutenção sistemática;

- lista de peças;

- designação clara das peças do dispositivo de co-mando bimanual, de acordo com diagramas, de-senhos e descrições.

/ANEXOS

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Anexo A (normativo)Verificações dimensionais para impedir a burla

As verificações dimensionais das figuras A.1 a A.6 são asavaliações requeridas em 10.5, para checar as medidasespecificadas na seção 8. As figuras A.1 a A.12 são prin-cípios fornecidos no texto para a prevenção de burla enão representam todos os detalhes necessários para oprojeto de um dispositivo de comando bimanual.

A.1 Prevenção da burla na utilização de uma mão

- Separação dos dispositivos de atuação de comandopor uma distância maior ou igual a 260 mm (ver figu-ra A.1).

- Separação dos dispositivos de atuação de comandopor uma ou mais barreiras, ou uma área elevada,deve ser projetada de tal forma que os disposi-tivos de atuação de comando não possam sertocados com as extremidades de um cordão de260 mm, representando a distância equivalente aum palmo (ver figura A.2).

- Separação dos dispositivos de atuação de comandopor colares e por orientação, de tal forma que osdispositivos de atuação de comando não possamser tocados com as extremidades de um cordão de260 mm (ver figura A.3).

A.2 Prevenção de burla pela utilização da mão ecotovelo do mesmo braço (ver 8.3)

- Separação dos dispositivos de atuação de co-mando, por uma distância igual ou maior que550 mm (ver figura A.4).

- Separação dos dispositivos de atuação de co-mando, pela aplicação de uma ou mais barreiras ouuma área elevada, projetada, de tal forma que, osdispositivos de atuação de comando não possamser tocados ao mesmo tempo pelas duas extremi-dades do equipamento de medição, que consisteem uma barra rígida de 300 mm, não excedendo5 mm de diâmetro e um cordão de 250 mm, fixo aessa barra. A barra representa o antebraço e o cordãorepresenta a mão e deve ser aplicado em todas asposições possíveis de operação (ver figura A.5).

- Separação dos dispositivos de atuação de comandopor barreiras, que são projetados para limitar o aces-

so do lado de operação e do lado traseiro, de tal for-ma que os dispositivos de atuação de comando nãopossam ser operados do lado de operação pelo cumede um cone de ensaio, que representa o cotovelo(ver figura A.6 para aplicação). As dimensões dessecone de ensaio devem estar de acordo com a figu-ra A.7.

- Dispositivos de atuação de comando de diferentestipos e/ou direções de operação (ver figuras A.8 eA.9).

NOTAS

1 Para a configuração da figura A.8, também deve ser utilizada aconfiguração barra - cordão (ver figura A.5) e cone de ensaiopara colar (ver figuras A.6 e A.7).

2 Para a configuração da figura A.9, também deve ser utilizadaa configuração barra - cordão (ver figura A.5) e cone de ensaiopara colar e para barreira (ver figuras A.6 e A.7).

A.3 Prevenção de burla no uso dos antebraços(s)ou cotovelo(s)

- Barreiras projetadas de tal forma que os dispositivosde atuação do comando não possam ser operadospelos antebraços e/ou cotovelos (ver figura A.10).

NOTA - Para a configuração da figura A.10, utilizar cone deensaio (ver figuras A.6 e A.7).

A.4 Prevenção de burla na utilização da mão eoutras partes do corpo (ver 8.5)

- Localização dos dispositivos de atuação docomando em uma superfície horizontal ou próximosa uma superfície horizontal, situada ao menos a1 100 mm do piso ou nível de acesso (ver figu-ra A.11).

- Localização dos dispositivos de atuação decomando em uma superfície vertical ou próximos auma superfície vertical, com colares de proteção emvolta dos dispositivos de atuação de comando e/oubarreiras (ver figuras A.6 e A.7).

- Coberturas e/ou barreiras (ver figura A.10).

Figura A.1 - Separação por distância

≥ 260 mm

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Figura A.2 - Separação por área elevada

Figura A.3 - Separação por colares e por orientação

Figura A.4 - Separação por distância

≥ 550 mm

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Figura A.5 - Separação por barreiras

Figura A.6 - Aplicação de um cone de ensaio

Cordão 250 mm

Barra 300 mm

Figura A.7 - Dimensões do cone de ensaio

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Figura A.8 - Separação por colar e barreira

Figura A.9 - Separação por colar e barreira de orientação

Figura A.10 - Separação por barreiras

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16 NBR 14152:1998

Figura A.11 - Prevenção de burla por posição

Figura A.12 - Separação por colares e por posição

/ANEXO B

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NBR 14152:1998 17

Anexo B (informativo)Utilização de categorias (de acordo com a NBR 14153) em tipos de dispositivos de comando bimanuais

Tabela B.1 - Categorias em tipos de dispositivos de comando bimanuais

Categoria Resumo de requisitos Tipos de dispositivos(ver seção 6 da NBR 14153:1998) de comando

bimanuais

B Partes de sistemas de comando relacionadas à segurança e/ou seu equipamentode proteção, bem como seus componentes, devem ser projetados, construídos, -selecionados, montados e combinados de acordo com as normas relevantes, detal forma que, possam resistir às influências previstas

1 Aplicam-se os requisitos de BDevem-se utilizar componentes bem testados e aplicar princípios de segurança I e IIIAcomprovados

2 Aplicam-se os requisitos de B e devem-se aplicar princípios de segurançacomprovados

II e IIIBA função de segurança deve ser verificada a intervalos adequados, pelo sistemade comando da máquina

3 Aplicam-se os requisitos de B e devem-se aplicar princípios de segurançacomprovados

As partes relacionadas à segurança devem ser projetadas de tal forma que: II e IIIB

- um defeito isolado, em qualquer dessas partes, não leve à perda da função desegurança, e

- sempre razoavelmente praticável, o defeito isolado deve ser detectado

4 Aplicam-se os requisitos de B e devem-se aplicar princípios de segurançacomprovados

As partes relacionadas à segurança devem ser projetadas de tal forma que:

- um defeito isolado em qualquer dessas partes não leve à perda da função de IIICsegurança, e

- o defeito isolado é detectado durante ou antes da próxima utilização da função de segurança. Se não for possível, então o acúmulo de defeitos nãopode levar à perda da função de segurança

/ANEXO C

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Anexo C (informativo)Bibliografia

C.1 Lista de publicações que orienta na avaliação desistemas eletrônicos programáveis:

- Funcional Safety - Safety related systems(Draft IEC 1508)

- HSE Guidelines - Programable Electronic Systems inSafety Related Applications Part 1 (ISBN 0 11 883913 6)and Part 2 (ISBN 0 11 883906 3)

- Grundsätze für Rechner in Systemen mitSicherheitsaufgaben (DIN V VDE 0801 Jan. 1990)

- Personal Safety in Microprocessor Control Systems (ECR184 and 185, Elektronikcentralen, Denmark)