navegando pelo rio amazonas entre manaus e belém

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Quinta-feira, 26 de setembro de 2013 3 Turismo Acomodações O trajeto entre Manaus e Belém é acessível a todos os bolsos. Os preços variam de acordo com a acomodação, de R$ 180 a R$ 1.200 por pessoa. Alguns navios levam até 1.000 passageiros. O mais bara- to é viajar de rede, e cada um precisa levar a sua, ajeitando um espa- ço para dormir. Essa opção é a que mais atrai os turistas, pelo valor e pela oportunidade de interagir com outros viajantes. No trajeto, Fer- nando Lara conheceu brasileiros e alguns viajantes vindos da Euro- pa e de outros países da América Latina. Para quem quer mais conforto, os navios oferecem quartos para uma e duas pessoas. A grande comodidade é o banheiro privativo, cama, ar-condicionado e horário diferenciado nas refeições. Para quem leva, além da bagagem, um veículo como moto ou carro, o valor fica um pouco mais salgado. Para consultar valores e horários atualizados, ligue para o posto de venda de passagens no Terminal Hidroviário de Manaus: (92) 3088-5769 e 3088-5764. Por Edlayne de Paula A Fauna e Flora Documentários tem hoje uma proposta de turismo diferente para quem deseja conhe- cer a Floresta Amazônica: navegar entre as capitais Manaus e Belém (ou vice-versa) usando como per- curso as águas do grandioso rio Amazonas. O documentarista de natureza Fernando Lara já esteve na região e recomenda o percur- so a quem procura um passeio sem muito luxo, mas com paisagens en- contradas apenas nesse ponto do planeta. A rota faz parte da Hidro- via Solimões/Amazonas, gerencia- da pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). O trajeto tem 1.646 km de percur- so e é apenas uma parte dos quase 7.000 km de extensão do rio Ama- zonas. Durante a viagem, o turista passa por cidades importantes da região Norte, como Santarém (PA), Parintins (AM) e até mesmo a Ilha de Marajó (PA). Além de ser uma rota turística, a hidrovia é usada pelos morado- res locais que optam por não viajar de avião, já que o transporte por via terrestre não é uma opção nes- se ponto do planeta. Boa parte das mercadorias, vindas do exterior ou do Sudeste, chegam ao Norte pela hidrovia, vindas do mar pelos na- vios que trafegam até chegar aos centros de distribuição. O trajeto deve ser feito por quem não estão com pressa, pois a velocidade dos barcos é len- ta. São cinco dias de viagem en- tre Manaus e Belém e seis dias no sentido contrário. Uma das vanta- gens é conhecer a rotina do povo ribeirinho, a imensidão do rio e da floresta. O pôr do sol também é um atrativo, e o Amazonas pode ser facilmente confundido com o mar – durante a cheia, a distân- cia de uma margem à outra pode chegar a 50 quilômetros. Mas o percurso não é feito só de paisagens bonitas. No Estrei- to de Breves, na Ilha do Marajó, é comum ver crianças pequenas re- mando em seus pequenos barcos em direção às grandes embarca- ções. A maioria pede comida, rou- pa ou dinheiro, que os turistas jo- gam em sacolas. Outras vendem frutos como castanha e até ca- marão fresco. É possível avistar a ação das madeireiras e o trans- porte de troncos de árvores que exibem a exploração da floresta. As cenas mostram um pouco da precariedade dos serviços públi- cos em uma região tão rica em re- cursos e belezas naturais. De Manaus a Belém: navegando pelo rio Amazonas Fernando Lara registrou em fotos o rio Amazonas Navios de passageiros singram as águas do rio Crianças arriscam a vida pedindo ajuda em barquinhos A ação predatória das madeireiras é evidente O rio revela detalhes da vida dos ribeirinhos O maravilhoso pôr do sol no rio Amazonas Fotos: Fernando Lara

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Conheça a experiência de Fernando Lara na travessia pelo Rio Amazonas, entre as capitais Manaus e Belém.

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Page 1: Navegando pelo Rio Amazonas entre Manaus e Belém

Quinta-feira, 26 de setembro de 2013 3Turismo

AcomodaçõesO trajeto entre Manaus e Belém é acessível a todos os bolsos. Os

preços variam de acordo com a acomodação, de R$ 180 a R$ 1.200 por pessoa. Alguns navios levam até 1.000 passageiros. O mais bara-to é viajar de rede, e cada um precisa levar a sua, ajeitando um espa-ço para dormir. Essa opção é a que mais atrai os turistas, pelo valor e pela oportunidade de interagir com outros viajantes. No trajeto, Fer-nando Lara conheceu brasileiros e alguns viajantes vindos da Euro-pa e de outros países da América Latina.

Para quem quer mais conforto, os navios oferecem quartos para uma e duas pessoas. A grande comodidade é o banheiro privativo, cama, ar-condicionado e horário diferenciado nas refeições. Para quem leva, além da bagagem, um veículo como moto ou carro, o valor fica um pouco mais salgado. Para consultar valores e horários atualizados, ligue para o posto de venda de passagens no Terminal Hidroviário de Manaus: (92) 3088-5769 e 3088-5764.

Por Edlayne de Paula

A Fauna e Flora Documentários tem hoje uma proposta de turismo diferente para quem deseja conhe-cer a Floresta Amazônica: navegar entre as capitais Manaus e Belém (ou vice-versa) usando como per-curso as águas do grandioso rio Amazonas. O documentarista de natureza Fernando Lara já esteve na região e recomenda o percur-so a quem procura um passeio sem muito luxo, mas com paisagens en-contradas apenas nesse ponto do planeta. A rota faz parte da Hidro-via Solimões/Amazonas, gerencia-da pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). O trajeto tem 1.646 km de percur-so e é apenas uma parte dos quase 7.000 km de extensão do rio Ama-zonas. Durante a viagem, o turista passa por cidades importantes da região Norte, como Santarém (PA), Parintins (AM) e até mesmo a Ilha de Marajó (PA).

Além de ser uma rota turística, a hidrovia é usada pelos morado-res locais que optam por não viajar de avião, já que o transporte por via terrestre não é uma opção nes-se ponto do planeta. Boa parte das mercadorias, vindas do exterior ou do Sudeste, chegam ao Norte pela

hidrovia, vindas do mar pelos na-vios que trafegam até chegar aos centros de distribuição.

O trajeto deve ser feito por quem não estão com pressa, pois a velocidade dos barcos é len-ta. São cinco dias de viagem en-tre Manaus e Belém e seis dias no sentido contrário. Uma das vanta-gens é conhecer a rotina do povo ribeirinho, a imensidão do rio e da floresta. O pôr do sol também é um atrativo, e o Amazonas pode ser facilmente confundido com o mar – durante a cheia, a distân-cia de uma margem à outra pode chegar a 50 quilômetros.

Mas o percurso não é feito só de paisagens bonitas. No Estrei-to de Breves, na Ilha do Marajó, é comum ver crianças pequenas re-mando em seus pequenos barcos em direção às grandes embarca-ções. A maioria pede comida, rou-pa ou dinheiro, que os turistas jo-gam em sacolas. Outras vendem frutos como castanha e até ca-marão fresco. É possível avistar a ação das madeireiras e o trans-porte de troncos de árvores que exibem a exploração da floresta. As cenas mostram um pouco da precariedade dos serviços públi-cos em uma região tão rica em re-cursos e belezas naturais.

De Manaus a Belém: navegando pelo rio Amazonas

Fernando Lara registrou em

fotos o rio Amazonas

Navios de passageiros singram as águas do rio

Crianças arriscam a vida pedindo

ajuda em barquinhos

A ação predatória das madeireiras é evidente

O rio revela detalhes

da vida dos ribeirinhos

O maravilhoso pôr do sol no rio Amazonas

Fotos: Fernando Lara