nascimento e morte do sujeito moderno - stuart hall

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nascimento morte sujeito moderno

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  • in: S.

    A irlcntidarlc cultural na lttis-motlernitlatleStuart Tlall

    -

    I" edio' l" reimltlessho' 'It.ulo original:

    "TIrc tpestiort of euttrlal irlctity"'.Ial t. D. I I erl e T. llcGrcw. \'lodeni4' tr tr'tl i t.s.f t urtt s'

    lritir: I'ress/Olrerr fIrir trsity' Pn'-'s " l1)!12.

    Projeto gr:iilco e tliagrarnaoBruno Cruz

    Trarltrqro'lbnurz Tuieu rlu SihrtOuoci.ra I'opes I'ouro

    (a;rnRod.rig,o Murtinlto

    (lta|rgar,io ru lirntt: do l)cpaltltnento \arrirlral rlr Livrrr

    Il l 79i

    Hall. Stunrt.\. identidade t:ttltural na lrtis tnotlernitlar:le /Strrart Hall; trarluo Tontrz'l'atlett tla Silra.()uttracira l,oltcs lrrtrrtt l. erl.. l. rcirnp' lio

    rle.Ilrteiro; l)PctA, 20l l.lO'Xp.; l2x lBt:nstN 978 t5-7490-4,02 :'frarluo tlt': Tlrc rlltcstirtn lt t,rrtrtt a

    idort.itl.

    . rlt:rrtitlarlc sor:ial. 2. ['tnolrgia I.Ttu lo.

    Srunnr Holt

    A torrurlDADE cutruRAtNA PS.MODERNIDADE

    Trqdueoo: Tomoz Tqdeu dl-SilvqrruE::-- Guocirq Lopes Louro

    lle ediole reimpresso

    -g>DP&.4ed itora

  • A lperunnanc cuLuR,1 N ps_nnooEnNloanr

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    rfi xrirert{rs rFe iif rea"talEtmln{}x i ner{ (}s f}fi t; nu{r flatmr"ars(lVferrcer", tgE{})"

    tn;r,iriolrft{" os,e ecocig'ia:os Fl$,\se arq'kN{To l\toR'E

    ft 0 s'Li.r lTe jMellER[\lc'

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    "!ur,r,1 r ;11 11,,1 1 1. ir ( "l.ili lj I l,l " I tn ;.q liiza r-. q q: f{ll.milfifrq"r,,r".,,r, r,("su;riniLr",i ffm ] r r l,lnlr l,r.iraie.lr,.qlltaar.,\r(!fl[ it"\{lntiiti1 1,." lit" tilalil ilr!..i[ le,rl tr,unllct$ ntaisyrrol'or nm;r, or.ri,lli{r o r.,unq:,r[t.o asr lqir:lrjr{;rr[etlltn,iIsru: qlqr rqr,llq:et.o [igarer *lo su"jt_iIo cBq; f]rr_rnillismr,* gla.a {} erol.rceo so,riolgi:o e, r{e1rois.[ ]r]' (] r{er s m.i eirur,,1ls_lllorer"rr,r," Ern sergrair.l a.

    e r ir.l'o exp{m.;irai a1tr*"ln, asXrec{e r c [a r lentjaarle,rtlFttrral rraotlerlr;l t1 ue fr-rilac{qr atrar,s clotrrcntenr:irn{rrt{} r} ulna cultur a twzcowt!,e con(){}s f'},{"o{res$os rtre laruqlarnr _ {ra nruclana clut:e{:tala mnl r{eslEaqranaento

    - dt{}ntf}r{teardir{os n

  • A In;ruiln,a,nr f ui-TURL hi i,5-4ot!ERtiIDAD l{,r,SeiMf t'.!-fO E lRim. i! 5t-i.lFTO rvl()D NN()

    ,i'{'r,tiBtttr rlqr srtr}o XVI e sr IiLcluil];Fir!(]'

    r l,ir, ,\V l1{, "{l}}1'{:sttLtqt"f' tlltli+ 'J-rl[l]tr1 [-

    T'ellial" ixl{rirr u histrlria e{a nuo rlt:-q uj ci [o nrosei-n q r u_urru o"r,r"u," j u, oxun i nn e rteni:lN. ,4 q:l{ria rr: ttrlec, as iteutir{urrs eram grc_1iI!{'rilt{} Uu iictir$il e {r,.}{rl"eni.{"i e {{ne{. aE{}}"a set.*r'lt * ra'na t*a [ln** tr, s [es I *r:iic{ as sie, **il-f]r.*a;nltailrerlre

    .,,iirn.rlis{a cle c,nlt;l" ;r ?rjsril.ia clsr,*^ir,t' r*qr{erier. B* il *rl*r* ari*i {r{}}[r] rrr 0 i :; g r,i r,r.t l,,l {dri{ (j n l 1ru-oXrrsto lt_x{,l u sivsr rls:{c ir,ii "\!(}sr:"re r,rui-avqllliclrtqr, h{cslllo at{uu-,dcg(f nti' r"lr lr!'l,l u"ll"cii irri-r.il..r!r.jtF. ;l 5lio ce ltrr[,r"r.i0.,"*[1";it rir,r"rr,!*,l;l i,r ,,llIiqit$e fiir] i g*st{:n_ u ri;1 s1x mn"ss;r i,r.lll;r

    .n liil6ri eriuile"'$)eve_str ter.{"rlsi (jllnliii,r.;l,i-;,,.,! {"llt ln,i"mt{: ;lo {,e,,. cstc carll_Illrr" t,]re{l.q,llrrl,ilo.,, s,s;l f , ,,rulilIllr.,o sirur1r[es tenl,t i,iit n4 ;il;.,r.nl tlt Eirr" i ,,n,.i !rn I i* rnr, 1lt*, irr-eve tls_pr;r4',rr rr"rIr. Iivg.{j,) erBlqr,,":la. tlnr rllraei16 aglrxi*nlllqqr q(, q,,1rrnqr. ,re n,:,orr{c u,ur,*, tu }}.{}$l(}}1{ntrs(1.:l v qslo {{(} dleFlc{,fr e, r r * sr i.i e i r q,

    -,,, ; t::,':l;, ? 1"5j ilji;;''sFl *tgirtrIs" q.lalr*ia.e ar m*rel".nia[;lr,$e" F1ssiasrnutan;rs garJrJinhilr:lr a ail.ln:ro jr;isica rlc{l[e l,!e criruq:erteria{izar:s rlo su"jeito ilrrirlarnn:, porallet-o. tn uma las{.c.lr"ia. Lllna vez qtlr: (}.ru.i*itro l'lloq{el:no r:rerg;r[ nlrn l?r]ert(! iiar-tclear (seui "'nasl:ineeuro,,) { [r urna hist

  • A rorrurroaor cuLuRAI NA pos-MoDERNtDADI Nnsctmturo E MoRTE Do sulFlro MoDIRNo

    )(rsi le t() {r I};! {: ll [ril,i {)ci(eiltai !i cotril]u_"i l)ir'& t (rt{.'on(:ia rlessa (}vil l;r l,.,r'rn:r,. r, Itl,r r. r, n r s

  • A toerutronoe cuLTURAL trl ps-nnoornnroaor

    exata extenso em que sua conscincia pode irpara trs, para qualquer ao ou pensamentopassado?' (Locke, 1967, pp. 212-213). Estafigura (ou clispositivo coneitual)

    - o ,,indi_

    vduo soberano" -

    est inscrita em catla rrmdos processos e prticas centrais que fizeramo rnundo moderno. Ele (sic) era o ,;sujeito,, damodernidatle em dois sentidor, , o.ig"m ou"slrjeitcr" da raz,o, do conhecimento e a pr_I ictr; c at; rree rpe sofria as consequncias es_sas priilir:as

    - arlrrele ([ue estava;sujeitatlo, a

    clirs (vr:ja l,rrrr:arrlt, 96 e taml-rm penguinI )i,ct,iott,u,ry o.l' Sociology: verbete,,subje,, ).Algrrrrras l)ossoas tm questi.rrrudo ," or:alritalisrno realmente exigiu uma concepod

  • A roennoaor cuLTURAL run ps_moorntroaoe

    das nos direitos e consentimento intlividuais,bram obr:igaclas a dar conta tlas estruturas doestado-nao e das grandes massas que fazemuma democracia moderna. As leis clssicas daeconomia poltica, da proprieclade, do con_trato e da troca tinham de atuar, epois daindustriali zait, entre as grandes formaesde classe-do capitalis-o

    -"od"rno. O "_p""_endedor individual da Riqueza clas rles deAdam Smith ou mesmo d,d cupital de Marx foitransformado nos conglomerao,

    "-pr".ariaisda economia modern. O cidado individualtornou-se enredado nas maquinarias burocr_ticas e administrativas tlo

    "^tu,lo moderno..

    Emergiu, ento, uma concepo maissocial rlo sujeito. O indivduo pr., a servisto como mais localizado e .enido,, nointerior tlessas grantles estruturas e brma_es sustentadoras da societlade moderna.Dois importantes eventos contriburam paraarticular um conjunto mais amplo cle funda_mentos conceptuais para o sujeito moderno. Oprimeiro foi a biologia darwiniana. O sujeitohumano foi"biologizado _a razolinha umabase na Natureza e a mente um ,.fundamento,,no desenvolvimento fsico clo crebro humano.0 segundo evento foi o surgimento dasrovas cincias sociais. Entretanto, as trans.or_maes que isso ps em ao foram desiguais:

    . 0 t'indivduo soberano,r? com as suas(dele) vontades, necessidatles, clesejos e30

    NnsctmrNro E MoRT Do suJElro MoDERNo

    intct:esses, permaneceu a gura centra,,,,ta., ,to. i."t"tt" da economia motler-lril rluanto nos da lei moclerna'( ) rlualismo 1pico do pensamento car-tcsiano foi institucionalizatlo na dlvrsao...*r"s sociais entre a psic.logia e;;;;" tlisciplinas' o estudo do indiv-rluo e de seus processos mentais tornou--r",j"ro d estuilo especial e privile-giatlo da Psicologia'i. .o"iologia, entretanto' forneceulrma;;;il;ii'''lioidoulismo racional"- rlo;;j;tt. cartesiano' Localizou o intiv-,lio em processos de grupo e nas nor-mas coltivas as quais' argumentava'subiaziam a qualquer conlralo ^r'nl.re*,,;itn. indirirluais' Em consequ('ncra"desenvolveu uma explica-o alternativatlo motlo como os indivcluos so torma-Jn, ,obl"tivamente atravs tle sua par-;+.;d" em relaes slciais.m:]11*plu.; , inversamente' do moclo como ost)rocessos e as estruturas so sustenta-;;';oofi,. q"" os indir r-luos nelesrlesempenhant' Essa "'inlel'ttallzaa(ltlo exterior no sujeito' e essa-"externa-lizao" tlo interior, atravs rl-a aao no;ffi; social (como tliscutitla antes)';;;;.;;;""- a dscrio sociolsica Pri-*ti. do sujeito motlerno e esto com-i,t""n,1i,lus a teoria da socializao'

    3l

  • 'Nlsctttelro E MoRTE Do suJElro MoDRNo

    A roerurtonoe cuLTURAL t.ta ps-moornNlolot

    (lomo 'oi observado acirna, G' H' Meade tts intttracionistas sirnblicos dotaranur14 Yisro ratlicalmente interativa desteprocesso. A integrarl do intlivtluo nasociedade tinha sido urna preocultatrtle longa tlata da sociologia' T'cricosct m,, Cofmtrn estavam rofilndanerteattrnttls atl rnotlcl (omo o tttl u" al)r(lsen-Itttl

  • A toerutronoe cutuRAL ruA ps-ruooenruronor

    (veja Frisby, 1985, p.f09). Estas imagens mos-traram-se profticas do tlue iria acontecer aosujeito cartesiano e ao sujeito sociolgico namodernidatle tardia.

    Descenlrondo o suieilo

    quelas pessoas que sustentarn que asiril:ntirlatlcs rnotlernas esto sendo fragmenta-rlus argurnentam que o que aconteceu con-cr:1rrl rlo srr.jcito rnoderno, na moclernidaclelirrrlia, rro iri sirnplcsmente sua clesagreg^ao,rras s(ll rlcslocamr-.nto. Elas clescrevern esserlr:skrcarncnto al.rav/"s dc urna srie de ruptu-ras nos tliscursos tlo conhecimento moderno.Nesta seo, farei um rpido esboo tle cncograndes avanos na teoria social e nas cinciashumanas ocorridos no pensamento, no perododa motlernidade tardia (a segunda metatle d

  • A toerultonot cuLTURAL NA pos-MoDERNtDADE

    idcnl. dc totlrs os dtimnios em rpe elas tinh:rrn rt:inado tle trbr:ma strprcnla" llo aperis da et'ononriuprrtica (rejcio r:lo mito t7o horrut r:r:onontiaus,,isto " t{o inclivdrlr" com faculdades e necessidudes clenirla-"r corn{ scntlo o su.jeito rja ccouonriaclrissica); no apenas d:r histriria; ... no apenas rlatica (rejeio da itleia tica hnntiani)r n:s tarrlrrrr r f a prripria fi losoia (Althrrsser, I9(t6, p. 228).

    l,jss;l "r'cvo[lrr,rro cr'ica tota" {'oi, rib-v i o, r l' I r :l ll( nl o (,( )t[( stelrl a Jror xrr ritos terricoshurnllristirs (lrhr {l(} ii(}r l}eso, na exlllica()histririr:a, a agrrcia lrtuo.irna. No precsamosriisqrutir ilqri se Althusscr estava total ou llar:-cia rnento certoe ou intei'amente erratlo. O fato que, orrllora seu trahalho tenha sidn amplamente cr"iticatlo, seu "anti-humarismo terri co"(sto , nr rodo de pensar opostr) s teoriasqure rlerivam selr raciocn io de algurna noo rk.{rssncir nniversal de tlomem, alojada em ca(I1su"ieito inclividual) teve um irnpacto eonsitlervr:ls{}l}r{ muit()s ran()s tlo pcnsament{} modorno.

    O sogrrndo rlos grandes ttrlescerrtram(r.[.{)s" nr] pcrsamento o{ridetal tlo sculo XXvern (la tescoberta t{o inconscicnte por Frcurl.A teoria tle Freud de tprc nossas identicladr,s.lossa sexualidarle e a estrutura cle noss,r*tesejos sti {trrmatlas com base em process()ripsqrricos e simblicos do inconsciente, 11 rrr.nciona de acordo co urna '"Igit:a" muiloclifcrcnte dacJuela tla Razo, arrasa com o c()l36

    Nasctnntruro E MoRTE Do su.lElro MoDERNo

    , , rt*,i lqr.ctlieito t:ogl{}scente e ra(iollal provitltr,1, u rriai{ [tlt:ntidade {ixal e uniicatla - o o'pt'nso,i,,',,, ,r',xlsto", {lo sujeito tle Descartes' Esttli 1,r'r'no do trairalho de Fraud tcm tidcl tam-l,r * irn llro+undo impacto sobrc o pensaillento,',,,,[*^1"6;41 ras t! s ltirnas dcatlas. leitura, I il!' Ir("msadores Isi(laaltic0s' c{}r}fi JacqucsL,,

    ',,ru. fazem de F'reutl que a imagen tlo eu

    , ,r'i,if irtoiro e unificatlo algo que a criana,, 1,,, " r tt,t i,{! i}}tnas gra{lualmente, parci almente,, ! (irr g['e;d{ dicrllclade. ENa no sc ttcsen-,,,1,.,'s*t.uralmente a partir tlo intcrior do,,,ri iq"(' qisr ser cla criana, nlas fonnada ern,,l,rr.i'I} col ol o.rtrosl especialmente nas,,,rrr1r,['r'x:!e negociaes psiXuicas inconscierr-ri {rriri 6rr"tmeira infnr:ia, entre a {:riar { as;,,,,1,','o,rils {antasias que ela tern tle suas {gu-i ., N,ir[(:n"nas c rxtcrnas. l{tltiuilo tlue l ':lrlam, Ir.! ! rrir ,iltr "fase tlo espelho", a criana tlue ntl, l.r ;rinl;l ct)ordonada e no possui qualcluer.!!rt*0trr[!(t1 como ua pessoa ttinteirtr", stl v,,', ',,'"'ina!ira?'a si prpria refetitla - sejalir, r :rrntrte r no espelho, seja gurativamente,!!,! ,'r,6rt'[htt" do olhar t{o outro - como ua;,, ,r',,,,ir1[.eira" (,acan, I977)" (Alis, Althus-' , I *mr{rtI essa metfora emPrestatla de Lacan,!i' r.Nr{,u'ttrcscrever a operao da ideologia)'I r,' ,i'r:t,ri 5rrximo, de certa forma, da crincep-, ,,' ,il* "o,spelho", cle Mead e Coolt-ty, do eui,il,

    "!f ivo; exceto quc para eles a soci'llizao. ,,i.r rtrtrtrsto de aprenr-lizagern consciente,

    37

  • Nlsctvreruro E MoRTE Do sulElro MoDERNo

    A torHttoloe cuLTURAL NA Ps-MoDERNIDADE

    enquanto que para Freud, a subjetividade o,-t",r.[, 1., de Lrrocessos ps( | u icos i nconscien I es'

    [ormar;o do tt ro "olhar" rlo Oulro'a" u"otJo

    "orrr Lu"u", inicia a relao da

    "ri""t com os sistemas simblicos fora tlela

    -".-u e , assim, o momento da sua entrada

    nos vrios sistemas de representao simb-i""

    -"f"inclo a lngua' a cultura e a dife-;',,;rt sexual. Os sententos contradit.rios eniro rcsolvitlos rlue acompanham essa diftlilcntratla (o senl.imento tlivitlitlo entre amor erli,r pr:lo'pai, o conlito entre o desejo de agra-f ".

    J ,, i-pulr., para rejeitar, a me' a clivi-so do er entre trru* putt"s "'boa" \'o\i." unegao tle sua parte masculina ou temrntna'

    " u.i* por tlitinte), {ue so aspectos-chavr:

    r "bt*uo inconsciente clo sujeito" e quttdeiram o sujeito "dividido", permanecem co;;;;.;tp.t..,,1u a vida' Entretanto' emborit i.rj"i.o'"steja sempre partido,ou t'lividido"ele vivencia sua prpria identidacle como strela estivesse reunitlti e "resolvicla"' {)tl uni-"uau,

    como resultado da fantasia cle si mestnrr;;;; uma "pessoa" unificacla que,ele {orm,tr,tu fr.." do espelho' Essa, de acordo com ess('tino de pensamento psicanaltico' a origr:rrrc,rnt ra,lltria da ""ident itlade'"'..i-, a itlentidatle realmente algo rr'mado, ao longo do tempo, atravs tleprocesstt*inconscientes, e no algo inato' existentt: rr:tconscincia no momento-do naseimento' Fl x i s I r'

    38

    ,r{'rrt)rtl ago "imaginrio" ou ntasiaclo soltrtr,,,,',rni.lJ.le. Ela lermanece sempre lncon-

    rrltli" est sempre ttem processo"'. sempre''.:.,i:i,,';;-;;i. A, pu'i". "remininas" do,.,, rrrasculino? por

    """'oplo' que scl neBatla,s-,

    l)('r'lranecem com ele e encontram expressaorrrcottsciente em muitas formas no reconhe-, ,,,,t,'""

    "lro .tt.,ltt' Assim' em vez-tle falar

    ,lrr irlttntidade como uma coisa acabatla' deve-

    ';,,;;;;,;i"i; r detlentifcao': ".li como um

    ,'i,,,'t'sso em anrlamenlo' A irlerrtirlarle sul'ge

    I :,,: il;i li; i-it"a" da itlentitlatle que ::.n'ffi*o;il; como inclivduos' mas tle',,,',',',,''

    lr, o cle inteire z a que, ' opre ench-icla" a

    1,,,,-tir tle nosso exterior' pelas.ftrrmas atraves

    It,,, ,1uoi, nrs imaginamos ser vistos por outro's'| ''.icir naititlamente" ns continuamos buscantlo,, 'li,t,t,.ti,1utle'i e construinclo biograas qutti ( ('tl as di'erent"t 1'utt"t tle nossos eus tlivitli-,1,,r ttllma unidade por(fue l)r()ctrram.()s recap-I rr'ir t' (sse prazer ftttutiua da plenitude'

    l)e novo, o tr:abalho tle l'reutl e o de pen-,.,,t,,,'",r-p'ri.,analticoscomoLacan?queoleem,1,',.srt rrma, tm sido bastante questionados'l',,r' rk,inio, os processos inconscientes naoi,,', r,', t *. i'acilm'ente vistos ou

    examinaclos'Llr':: lnr q.r"

    '"t "feridos pelas elaroradas

    r, i rit'its psicanalticas tla rconstruo e clai r r I r' r. I ) l'(l.tan

    " "t' so facilmente' suscetveis

    :r .1rrr)Vilr'. No obstante' seu impacto geral,,1,t t' rts filrmas modernas tle pensamento

    39

  • Nlscttvtxro E MoRTE Do su'Elro MoDERNo

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    A rort\lttonor cuLuRAL nl ps-tvtoprn\ltonot

    tem sido muito considervel' Grande parte do;;t;""to moclerno sobre a vida subjetivafi.il;;;; -pr."utliana"' n' senticlo cle;.ffi;; ; tratah. tle Freucl sobre o incons-ciente como certo e datlo, mesmo^que rejeite;i;;*". de suas hipteses t'sltecfica.s' oulra";:;,;;t.'""ii"t o rlano qrre essa fo.t'a denensamento causa a noes que veem o sujeitoffi;;

    " " i,f""tiaatle-como fixos e estveis'

    ' - d ttrrtlciro descentramento que examina-rrti rtst assotriado oom o trabalho tlo linguista,r-it,,r".tf , Fordinand' cle Saussure' Saussureargunrenttrva que ns no somos? em nenhum

    sentitlo, os ouautores" tlas airmaes tlue faze-*n, .ro'dos significados que expressamos

    n

    il;il Ns ptlemos utilizar a lnua Paraoroduzir signifiearlos apenas nos posicionanrkrt;t i;;;i"tu''"g'ut ia lngua e d's sistemuse signifi,:ado tle nossa cultura' A lingua e untsistema social

    "

    tto rr* sistema indivitlual' Elu.""..i.," a ns. No podemos" em qua[qu.r'l"iJ" .i-ples' ser seus aulo'es' Fala' trrrririingtru no signiica apenas "tpt"::: l.:::J::nensamentos mars interiores e origrnars; slgfr;;;;;i,"'o uti.'" a imensa gama de signifr;;J.. que j esto embutidos em nossa lngrrl

    " "- ,t.rr'.os sistemas culturais'Alm disso, os signicados das palavrrrs

    no so xos, numa relao um a. m con ()r'1objetos ou eventos no mundo existente rlrr;;itg".. o significado surge nas relar's

    40

    ,1,' similaridatle e diferena que as palavras.',,;:;;r;;;i"' p'r'"'u' .' i"i"'igr cl3 ctigtr:,,'i;;;' .'ub"-n' o que a

    o'noite" por-: ,',:' :.:: ; "" ;'". otrserve- se a a'alogia: :i:, j

    : r , +:.* :""11 :"J'l"t ;' iil'' ll ;'P'::,,,,i'""-rlo, minha me) que 9o:o possol:::.',,;;i'ia Lacan' a identidade' como o,,,,'.rttsciente, t'est estruturatla como

    a ln-

    :l:";;."o;;;' m'dernos filsofos da lingua-;,,'*r - como l""q""t Derrida' influenciaclos'1',

    ,, s oo."_o.:-L:];;t H:Hn';,,r',,ttllentm e qu,: : ii l :::::" .i;i;;;,"' indiv id uar. n o P o de''rr

    rr('rr, xar o tig"in"ttto tle uma forma frnal',,'. lttirttlo o tigt'ifi"J a" sua id-entirlade'

    As

    ;'::i,;;:; r""oo*"ltimoiluladas"' Elas sem-

    pr (' ('rrrroga* ""ut cle

    outros signifrcados que

    , 1,,,, .'ollrcam em movimento' apesar d:::1:-',,',, 11,,,,','- esforos para cerrar. o slgnlncallu'n,,',-,,, ,,rmaes so baseailas em propo-,,,, ,,,'n ,' lrr"mittts das quais ns no

    temos

    , ,,rrscitlrlia, -ut qo" =do' por assim

    dizet', ,,rr,lttzitlils na cor:-rente sangunea rle

    nossa

    1,,,;',rtit. 'lrtlo que dizemos tem ttm 'oantes" e

    rr,,, ',1,'1rttis" - uma ttmargem" na^qual outras

    pi !).irs 1,,'rlem "'"t"""t'b significado ine-

    r r lrlt.ttl(.lll,( instvel: ele procura o fechamenttlr ,r rrl.ttl i,llrr[e), mas ele constantemente per-',,,',

    ;',,,,i.; ( lrrla'tliferena)'.Ele es.t constante-,,,,

    '';," ,'*,:,r;'ulintlo de ns' Existem sempre

    41

  • Nlsctrnrruro E MoRTE Do suJlro MoDERNoA torrurtoaor cutruRAt

    significados suplementares sobre os quais notemos qualquer controle, que surgiro e sub-vertero nossas tentativas para criar mundosflxos e estveis (veja Derrida, 1981).

    O quarto descentramento principal daidentidatle e do sujeito ocorre no trabalho dofrlsofo e historiador francs Michel Foucault.Numa srie cle estudos, Foucault produziu umaespr:it: rle "genealogia clo sujeito moderno".F-oucault rlcstaca um novo tipo de poder, queckr charna tle'opoder tlisciplinar", que se des-tlolrra ao longo do sculo XIX, chegando aoseu desenvolvimento mximo no incio do pre-sente sculo. O poder disciplinar est preocu-pado, em primeiro lugar, com a regulao, avigilncia o governo da espcie humana outle populaes inteiras ee em segundo lugar, doinclivduo e do corpo. Seus locais so aquelasnovas instituies que se tlesenvolveram aolongo tlo sculo XIX e que'opoliciam" e dis-ciplinam as populaes modernas

    - ocinas,

    quartis, escolas, prises, hospitais, clnicas eassim por diante (veja, por exemplo, Histriada loucura, O nascmento da clnica eVigiare punr).

    O ol-rjetivo do "pocler disciplinar" consisteem manter "as vidas, as atividades, o trabalho,as infelicidade e os prazeres clo inclivduo",assim como sua sade fsica e moral, suas prti-cas sexuais e sua vitla familiar. sob estrito con-trole e disciplina, com base no poder dos regimes

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    administrativos, clo conhecimento e specializadodos nrofissionais e no conhecimento fornecido

    u " ai-"iplinas" das Cincias Sociais' Seufr;"ti"" bsico consiste em produzir

    o'um ser

    humano que possa ser tratado como um corpodo;F P'eyfus e Rabinow,!982'P' r35)'-.-

    --

    que particularmente interessante' doponto d"

    "itt" da histria do sujeito moderno'

    qrr", embora o poder disciplinar de Foucault."L o ntodoto da-s,tovas instituies coletuus ea f.J"a" escala da modernidade tardia' suastcicas envolvem uma aplicao do pocler e do.;;; ;""'oindividualizd' a\ndamais o sujeitoe envolve mais intensamente seu corpo:

    Num regime disciplinar, a individualizao des'

    cendente. Atravs da vigilncia' da observaoconstante, todas aquelas pessoas suJertas ao con-

    trole so individualizadas"' O poder no apenastraz a individualidade para o campo da observa-

    o, mas tambm frxa aquela individualidade ob-

    jetiva no campo tla escrita' Um imenso e meticulo-so aparato documentrio torna-se um componente

    essencial do crescimento do poder fnas sociedades

    modernas]' Essa acumulao de documentaoindividual num ordenamento sistemtico torna"'possvel a medio tle fenmenos globais' a des-

    "tiao d" grupos, a caracerizao de fatos cole-

    tivos, o clculo de distncias entre os indivduos'

    sua distribuio numa dada populao" (Dreyfuse Rabinow, 1982, p' 159, citando Foucault)'

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    i

  • NnsctltrNro E MoRTE Do sultlro MoDERNc)

    A rogttttolot cuLTURAL t'tl ps-Moornrutploe

    No necessrio aceitar cacla detalhe dadescrio que Foucaultfaz do carter abran-g"ttt" dot'o-re gime s disciplinare s" do modernoiod"t admiiistrativo para compreender o'rr"tu,lo*o de gue, quanto mais coletiva e orga-irirudu a natuieza das instituies da moderni-dade tarclia, maior o isolamento, a vigilncia ea incliviclualizao tlo sujeito individual'

    O quinto descentramento que os propo-ncnes ,l"..ro posio citam o impacto do femi-nisrno, tant() como uma crtica terica quantocorro um movimento social' O feminismo fazlrartc tlatluele grupo de "novos movimentosiociais", que emergiram duranle ol anos ses-senta (o gttrr.l" *t"o da modernidade tar-dia), uniamente com as revoltas estudantis'o. oi,rr"ntos juvenis contraculturais e anti-belicistas, ,. Lriu. pelos clireitos civis' os movi-mentos revolucionrio s tlo "'Terceiro Munclo"',

    -.rti-"ntos pela paz e tutlo aquilo que estassociado com'o1968"' O que importantt:reter sobre esse momento histrico que:

    . Esses movimentos se opunham tanto poltica liberal capitalista do Ocidenttrquanto poltica o'estalinista" do Orientt:'

    . 1". airmavam tanto as dimenses oosult-jetivas" quanto as dimenses'oobjetivas "da poltica.

    . E suspeitavam de todas as formas burrrcrticase organizao e favoreciam a (spontaneidad ot atos de vontade polticl '

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    . Como argumentado anteriorment(' u)-dos esses movlrrentos tinham uma n-fase e uma brm u

    "ultu'o| fortes' Ikrs;il;; o "teatro" da revoluo'. i*, efletiam o enfraquecimento,-ourt-

    ;lt classe poltica e das organ1no"'ir*' a" ut''u com ela associadas'bem como sua rragmentao em vriose seParados movimentos soclals'

    . Caila movimento apelava para a ident-- d;d;social tle seus'sustentarltrres' Assim'o f'eminismo apelava s mulheres'

    a po-

    ;;r""tuluutgayselsbicas'aslutasraciais uot

    ""gto't *ut'im"nto antibe-

    il;;;; uot po"fittas" e assim por diante'Isso constitui o nascimento histrico

    do

    rrue veio a ser conheciclo como a 'polt-

    ' ):;,1;:; ";t - o

    d' n -

    um a identid a de P a r a

    tlada movimento'Mas o f""'i"i'*u teve tambm uma rela-

    , :r,, tttais direta com o descentramento concer-

    ,',, i r,t t"iiio catt"siano e sociol gi.co :""'. i". lluestionou a clssica distino en-t.re o o.dentro,r.^"1

    ttford', o ooprivado" eljrirt,h"o'"' o slogo,n do feminismo era:"'1, 1,"ttool Poltico""'

    . lle abriu, portanto' para a contestao po-

    ltica, arenas inteirimente novas de vida

    social: u furnifu texualidade' o trabalhorkrrnstico, t tita

  • A rortttonot cULTURAt NA Pos-MoDERNIDADE

    3. Ele tambm enfatizou, como uma ques-

    to poltica e social, o tema da forma co--o .ro-o. formados e produzidos comosujeitos genericados. Isto , ele poli-tizou a subjetividade, a identidade e oprocesso de identifi cao (como- homens /mulheres, mes/pais, filhos/filhas)'

    . Aquilo que comeou como um movimentodliigidt, a contestao dapos,o socialdas,rrulhet"s expandiu-se para incluir a for'ntttit'odas identidades sexuais e de gnero'

    . 0 minismo questionou a noo de que oshomens e as mulhe:-es eram parte da mes-ma identidade, a ooHumaniclade", substi-tuindo-a pela quest'o da dferena sexuaLNeste captulo, tentei, pois, mapear as

    mudanas conceituais atravs das quais, deacordo

    "cr- algutts tericos, o "sujeito" do llu-

    minismo, visto como tendo uma identidade flxae estvel, foi descentrado, resultando nas iden-tidades abertas, contraditrias, inacabadas,fra gmentadas, do suj eito p s-moderno' Descrev iisso atravs de cinco descentramentos' Deixern--me lembrar outra vez que muitas pessoas n