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Preço: 2,5 Publicação Bimestral N.º 40 Abril 2005 CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA AGRICULTURA Destaques: Assembleia Geral da CNA CNA participa pela 1ª vez na OVIBEJA. Extinção da Comissão de Agricultura da AR Plano Interno da Formação da CNA 2005 A Seca continua (e tardam soluções) Caderno Técnico: (no âmbito da Medida 10 do Programa AGRO) Acordo de Parcerias Estratégicas Produções Tradicionais, que futuro? Não ao registo de patentes sobre seres vivos ! Por um Portugal, País livre de OGM’s ! (Organismos Geneticamente Modificados) Não ao cultivo de Milhos Transgénicos Portugal não precisa de OGM’s ! “Campanha Nacional” da iniciativa da CNA

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Preço: €2,5

Publicação Bimestral

N.º 40Abril 2005

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA AGRICULTURA

Destaques: � Assembleia Geral da CNA � CNA participa pela 1ª vez na OVIBEJA.

� Extinção da Comissão de Agricultura da AR � Plano Interno da Formação da CNA 2005� A Seca continua (e tardam soluções)

Caderno Técnico:(no âmbito da Medida 10 do Programa AGRO)

Acordo de Parcerias Estratégicas

Produções Tradicionais, que futuro?�

Não ao registo de patentes sobre seres vivos !

Por umPortugal, País livre de OGM’s !(Organismos Geneticamente Modificados)

Não ao cultivo de Milhos TransgénicosPortugal não precisa de OGM’s !

“Campanha Nacional”da iniciativa da CNA

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ÍNDICE

EdiçãoCNA – Confederação Nacional da Agricultura

MoradaRua do Brasil, n.o 155 – 3030-175 COIMBRA

Tel.: 239 708 960 – Fax: 239 715 370E-mail: [email protected]

URL: www.cna.pt

Delegação em LisboaRua do Salitre, 171, 1.o – 1250-199 LISBOA

Tel.: 213 867 335 – Fax: 213 867 336E-mail: [email protected]

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Prédio dos Quinchosos, Lt. T, Apart. 1585000-525 VILA REAL

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Delegação em ÉvoraRua 5 de Outubro, 75 – 7000-854 ÉVORA

Tel.: 266 707 342 – Fax: 266 707 317E-mail: [email protected]

Delegação em BruxelasPlace Barra, 18, Entresol – 1070 BRUXELASTel.: 0032 2 5273789 – Fax: 0032 2 5273790

TítuloVoz da Terra

DirectorJoaquim Casimiro

Director-AdjuntoJoão Dinis

Coordenador dos Serviços Agro-ruraisRoberto Mileu

Coordenador ExecutivoJosé Miguel

Recolha e Organização de Textos e FotosSílvia Ferreira Borges

FotosArquivo da CNA, Arquivo da DRABL

Colaboradores neste númeroJoaquim Manuel, Vanda Santos

e Cristina Gonçalves

Redactores da Separata “Caderno Técnico”Roberto Mileu e José Miguel

PeriodicidadeBimestral

Tiragem10 000 exemplares

Depósito LegalN.o 117923/97

Registo de Publicação ICS123631

Composição, Fotolitos e ImpressãoAT-Loja Gráfica, Lda. – Porto

Os textos assinados são daresponsabilidade dos autores

A CNA está filiada na CPE

Coordenadora Agrícola Europeia

* Este dossier faz parte da Revista Voz da Terra de Abril de 2005 aoabrigo da Medida 10 do Programa Agro

FICHA TÉCNICA * ................................................... 2

EDITORIAL

Que auguram certos “sinais do tempo”? .............. 3

DESTAQUES

Assembleia Geral da CNA * ................................ 4Extinção da Comissão de Agricultura da AR * .... 4Plano Interno de Formação da CNA 2005 .......... 5Resistências e Alternativas ................................. 5

OPINIÃO

Milhos Transgénicos em Portugal ....................... 6A Seca continua (e tardam as soluções) .............. 7Renacionalização da PAC * ................................. 8A Agricultura e a Assembleia da República * .... 8

INTERNACIONAL

“Dia Internacional da Luta Camponesa” ............... 9Encontro Mensal da REPER com as OA’s * ....... 10Encontro Bilateral CNA/SLG * ............................. 10Encontro Bilateral CNA/Modef * ........................... 10

DOSSIER TÉCNICO *

Acordo de Parcerias Estratégicas ....................... 11-26Produções Tradicionais, que futuro? .................... 27-42

PLANO DE FORMAÇÃO ......................................... 43-44

NOTÍCIA

OVIBEJA ............................................................. 45

ENTREVISTA *

Mesa Redonda sobre OGM’s ............................... 46-48

ACTIVIDADES DA CNA E ASSOCIADAS *... ............. 49-50

OBSERVATÓRIO LEGISLATIVO * ......................... 51

SUMÁRIO

CPE

UNIÃO EUROPEIAFUNDOS ESTRUTURAIS

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EDITORIAL

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EDITORIAL

Para começar, não são nada bons os“sinais” do tempo - clima, com a Secaprolongada a agudizar a crise.

Quanto a outros “sinais”, mantém-se afalta de escoamento dos nossos bonsprodutos (vinho, carne, madeira derolaria,…,) e não há controlo eficaz sobreas Importações…

Sobre “sinais” dos Órgãos de Soberania,e do Governo em especial, pode-seconstatar, entre outros :

— Foi extinta a Comissão Parlamentar deAgricultura, o que, de facto, representa umadesvalorização do sector agro-rural e dosAgricultores. Aliás, é sabido, esteve paraser extinto o próprio Ministério daAgricultura…(Borda D’água)

QUE AUGURAM CERTOS “ SINAIS DOS TEMPOS ” ?...

— A propósito da Seca, o Sr. Ministro da Agricultura afirmou que não iria propornada, em termos de apoios, que a União Europeia já não “autorize”. Ou seja, parecequerer manter-se na tradição do “bom (dócil) aluno” perante a União Europeia…

— O Conselho de Ministros aprovou já a regulamentação da suposta “coexistência”entre o cultivo de alguns “milhos” transgénicos e milhos mais tradicionais. Ora, nestecaso pelo menos, o actual Governo, afinal, mostrou ser “bom aluno” do Governoanterior que não tivera tempo para aprovar essa mesma regulamentação

— Naquilo que diz respeito ao relacionamento institucional e à representatividade,a CNA já reuniu com o actual Ministro da Agricultura, facto que se assinala comopositivo e se deseja como proveitoso.

— Entretanto, a CNA continua sem ser chamada a participar, por exemplo, no“CNA – Conselho Nacional da Água”, assim como ainda não foi integrada na “ComissãoConsultiva do IVV, Instituto da Vinha e do Vinho” e na “Agência Portuguesa deSegurança Alimentar”.

— CNA espera vir a ser proposta, pelo actual Governo Português, para o ComitéEconómico Social da União Europeia. Também por isso, a CNA mantém, na ordemdo dia, um pedido de audiência ao Primeiro-Ministro. Ainda à espera de resposta...

— E à espera de resposta também se mantém um pedido de audiência da CNA aoPresidente da República.

Por isso, é tempo de fazer melhorar certos “ sinais dos tempos” !...

O Executivo da Direcção Nacional da CNA

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DESTAQUE

No passado dia 17 de Abril, decorreu,em Coimbra, a Assembleia Geral da CNA.

Da Ordem de Trabalhos constaram:1- Aprovação do “Relatório de Actividades eConta de Gerência, 2004” ; 2 - Aprovação daQuotização das Associadas e dos SóciosIndividuais ; 3 - Situação da Agricultura,Relacionamento Institucional e Iniciativas.

Da reunião, destaca-se a propostasurgida da discussão do terceiro ponto daOT, para a realização de um “JornadaNacional/Regional de Esclarecimento eReclamação” e que deverá envolver todasas Associadas da CNA.

Esta iniciativa deverá passar por pedidosde audiência aos respectivos GovernadoresCivis e Directores Regionais de Agricultura,com o objectivo de entregar um “caderno dereclamações regionalizado”.

Por outro lado, as conferências deimprensa e as idas a feiras e mercadosregionais poderão ser outra das viasutilizadas nesta Jornada de Esclarecimentoe Reclamação.

Ficou também a proposta que estainiciativa coincida - 31 de Maio - com oprazo limite para a recolha do abaixo-assinado “Por outra aplicação da PAC”.

Destaque, ainda para a aprovação deum documento sobre o Dia Internacional daLuta Camponesa e no qual a CNA sesolidariza com a luta do MST – Movimentodos Trabalhadores Rurais Sem Terra (Brasil)e com os Agricultores de todo o Mundo.

Assembleia Geral da CNA

Como é sabido, desde há muito que aAssembleia da República tinha emfuncionamento a Comissão de Agricultura,entidade que promoveu iniciativasimportantes e que normalmente integravaum núcleo de Deputados empenhados econhecedores dos assuntos agro-rurais.

Aliás, em momentos “chave” como, porexemplo, nos processos de discussão eaprovação das Reformas da PAC, aComissão de Agricultura da Assembleia daRepública Portuguesa produziu iniciativase posições que, se tivessem sido seguidase respeitadas pelos “negociadores” em

Bruxelas, teriam salvaguardado melhor ointeresse da nossa Agricultura e do MundoRural Português.

É, pois, com surpresa e inquietação quea CNA constata a extinção da Comissãode Agricultura da Assembleia da RepúblicaPortuguesa, e a respectiva despromoçãoinstitucional ao nível de uma sub-comissão,ainda por cima no âmbito da “super”Comissão de “Assuntos Económicos,Inovação e Desenvolvimento Regional”.

* (a partir da nota à Comunicação Social da DirecçãoNacional da CNA, de 6 de Abril de 2005.)

A Extinção da Comissão de Agricultura e Desenvolvimento Rural,da Assembleia da República*

Assembleia Geral daCNA reuniu, na Sede,a 17 de Abril, 2005.

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DESTAQUE

da tarde, terão lugar as oficinas temáticas,propostas e organizadas pelas própriasOrganizações. A noite será preenchida comanimação cultural.

A CNA estará presente na iniciativa,sendo João Vieira um dos oradores naconferência da manhã, onde intervirá sobreo tema “Soberania Alimentar”. Para alémdisso marcaremos presença com umabanca, com uma exposição e váriosmateriais informativos da CNA.

Pela CNA, no plenário preparatório,participou Vanda Santos.

Resistências e Alternativas

No próximo dia 14 deMaio, terá lugar, emÉvora, a iniciativa“Resistências e Alter-nativas”, levada a cabopelas organizaçõesinseridas na dinami-zação e preparação doFórum Social Português(FSP).

Para a preparar, asorganizações reuniram-se, uma vez mais,no dia 9, em Évora, onde, em plenário dasorganizações e movimentos, se aprovou oorçamento da iniciativa,bem como se fechou oprograma da mesma.

Assim, da parte damanhã, decorrerá umaConferência e, da parte

Decorreu no passado dia 2 de Maio, noCentro de Formação da CNA, uma reuniãoplenária com todas as Direcções dasAssociações que integram o Plano Internode Formação - PIF.

Esta reunião teve como objectivos principais,discutir a integração do Plano de Formaçãode 2005 no SIIFSE - Sistema Integrado deInformação do Fundo Social Europeu eefectuar um balanço ao decorrer do Plano.

No que respeita ao primeiro ponto, foramanalisadas as novas regras a que estarásujeito o Plano de Formação, quer naperspectiva da Execução Física das Acções,quer na perspectiva dos Pedidos deReembolso, uma vez que se passou atrabalhar de acordo com as regras do SIIFSE.

Tal exigirá uma maior exigência quantoao rigor da informação e aos prazos parainserir os dados no sistema.

No que respeita ao segundo ponto dareunião, destaca-se o desagrado pela tardiaaprovação da candidatura da CNA (30 deMarço), cerca de 5 meses apôs a suaapresentação, e que irá obrigar a umarecalendarização das acções previstas nomesmo.

De uma forma geral as opiniões foramunânimes em considerar que tal prejudicaráfortemente o trabalho de todos, ao seconcentrar o mesmo número de acções numperíodo de tempo mais curto, o que poderá,em última analise, prejudicar a qualidade daformação.

Plano Interno de Formação da CNA 2005Reunião Plenária de Dirigentes e outros Responsáveis Regionais

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OPINIÃO

Afinal, o actual Governo Portuguêsmostra ser “bom aluno” do Governo anterior,para já em matéria da regulamentação dasuposta “coexistência”, em Portugal, entreo cultivo de “milhos” transgénicos e o cultivode milhos mais tradicionais.

De facto, o actual Ministro da Agricultura“recuperou” a proposta de decreto-lei já“cozinhada” pelo seu antecessor no cargo,e fez aprová-la em recentes Conselho deMinistros (21 e 28 de Abril).

Assinale-se, pois, a comunhão depressas e de propósitos entre “ex” e actuaisgovernantes...

Ainda por cima, a regulamentaçãonacional, da dita “coexistência”, é aprovada,pelo actual Governo, no exacto momento emque acabara de rebentar mais um escândaloalimentar ! Desta vez, uma multinacional(de origem europeia) da biogenética vendeusementes não-autorizadas (clandestinas...)de um “milho” transgénico (BT 10), pelomenos para os Estados Unidos da América,de modo que a Comissão Europeia e oConselho Agrícola da UE lá têm que dirimirmais este escândalo e mais uma contenda“alimentar” com os EUA...

Ou seja, aquilo que o Governo Portuguêsdevia fazer, era aplicar uma “moratória” (umaespécie de adiamento) ao cultivo de“milhos” transgénicos em Portugal, para issoinvocando as “cláusulas de salvaguarda” eo “princípio da precaução” previstos naprópria legislação comunitária.

Mas, não: - “cego e surdo” perante factose argumentos, o Governo Português opta– mal – pela “semi” liberalização do cultivode “milhos” transgénicos no nosso País...

Ora, aquilo que a desastrosa experiênciajá mostrou, é que secessivos Governantes,a própria União Europeia, não são capazesde rastrear e de controlar, de todo, nemsequer as vacas “loucas” !... E querem,agora, convencer-nos de que se poderastrear e controlar plantas e sementesgeneticamente modificadas e evitar acontaminação entre genes espalhados emnatureza !...

Como toda a gente bem (in)formadasabe, a “coexistência” – esta ou outra – nãoé possível, pelo menos no nosso País.

De facto, quem poderá lucrar, com esta(ou outra) “coexistência”, é, apenas, a meia--dúzia de multinacionais da manipulaçãogenética que patenteiam as “novas”sementes transgénicas e, assim, tendempara aprisionar os Agricultores – e aCivilização – numa espécie de “ditadurabiogenética” .

Enquanto isso, o “diabo” (as sementesgeneticamente modificadas...) pode ficarà solta por aí ... assim contaminando,irremediavelmente, as sementes “limpas”(tradicionais), os campos e outras culturas.Assim “envenenando” a biodiversidade, osnossos bons produtos tradicionais e a vidados nossos Agricultores.

EM DEFESA DOS BONS PRODUTOSAGRÍCOLAS !

PORTUGAL, PAÍS LIVRE DE OGM’S

“MILHOS” TRANSGÉNICOS EM PORTUGALO “DIABO” VAI FICAR À SOLTA POR AÍ...

Por João Dinis

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OPINIÃO

Há mais de 6 meses que o País (e osAgricultores) enfrentam graves problemas esentem “na pele” os efeitos e os prejuízosda seca.

- Foram (e são) as Culturas de Outono/Inverno, os Animais, as Pastagens eForragens, a Batata, os Citrinos, a Vinha eo Olival.

- Foram, são (e serão) os Fenos, asSilagens e as Palhas, obrigando a grandesdespesas com aquisição de alimentos parao gado, agravado no futuro muito próximocom os maus efeitos da Reforma da PAC edo RPU com ajudas desligadas daProdução (para além da diminuição daprodução derivada das condiçõesclimatéricas, no ano agrícola 2004/2005foram semeados menos 42.000 hectares deTrigo que na campanha anterior, o que setraduzirá em menos cereal, menos palha emenos restolho).

- São e serão a falta de recursos hídricosem regadios, barragens, charcas e furos queafectarão gravemente as culturas dePrimavera/Verão.

Perante tudo isto, muito se anuncia epouco se faz.

De concreto, a nível europeu vãoantecipar-se alguns pagamentos aosAgricultores (Bovinos, Ovinos e Caprinose parte do RPU), pomposamenteanunciados como um “pacote” de 250milhões de euros – atenção que não sãomais 250 milhões, são 250 milhões a queos Agricultores já tinham direito, com ousem seca.

Houve também autorizações depastoreio em áreas a isso “vedadas”.

A nível nacional, não há nada de concretopara além daquela ajuda aos Bovinos,Ovinos e Caprinos, ajuda essa que não foinotificada a Bruxelas, o que pôs/põe emrisco a sua legalidade.

Esta última questão (trata-se de ajudasestatais) e outras medidas de âmbitonacional, ainda não estão resolvidas (numcomunicado de imprensa sobre o ConselhoAgrícola de 14 de Março de 2005, refere-se textualmente que a Comissária deAgricultura “assinalou que caso Portugalapresentasse aos serviços competentes daComissão um pedido de autorização deprestação de auxílio estatal paracompensação das perdas de rendimentoagrícola causados pela seca, tais serviçosprocederiam rapidamente à instrução doseu processo”).

O Governo tem que, urgentemente,formalizar e disponibilizar todo um conjuntode apoios e a Comissão Europeia não podeandar a “empatar” isto.

As propostas que a CNA apresentou jáhá bastante tempo estão ne nossa revistade Fevereiro e o próprio ParlamentoEuropeu aprovou, em 14 de Abril de 2005uma Resolução de que foi dadoconhecimento ao Conselho, à Comissão, àAssembleia da República e ao Governo dePortugal, da qual salientamos aantecipação, na totalidade, dospagamentos das ajudas agrícolas aosAgricultores Portugueses a autorização paraque o Estado Português conceda ajudasespecialmente aos pequenos agricultores euma linha de apoio financeiro no sentido daisenção temporária da contribuição para asegurança social e a prorrogação do créditode campanha por dois anos, sem juros.

Por Roberto Mileu

A SECA CONTINUA(e tardam as soluções)

A SECA CONTINUA(e tardam as soluções)

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OPINIÃO

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Segundo noticiasvindas a público, aUnião Europeia está aestudar a passagem

de parte do pagamentodas despesas que detém com

a PAC – Política Agrícola Comum, para aresponsabilidade de cada Estado Membro.

Esta transferência, que a consumar-seterá efeitos no 4º QCA – QuadroComunitário de Apoio (2007/2013), poderáter algumas contrapartidas nos pagamentosa Bruxelas, mas que, e no caso de Portugal,nunca compensarão os montantesreduzidos.

Estas noticias poderão indiciar queestará próxima uma nova aliança entre oReino Unido e a Alemanha, os maisbeneficiados (ao lado da Holanda) por esta

medida, no sentido de reduzirem a despesada UE com a PAC.

A acontecer a implementação destaintenção, os Agricultores Portuguesesficariam a perder de duas maneiras: aprimeira seria porque entraria menosdinheiro em Portugal para compensar tudoaquilo que a PAC tem trazido de mau(abaixamento dos preços à produção,“escancaramento” das fronteiras, etc, etc);a segunda porque a prática tem ditado, quesempre que existe co-financiamento dasajudas por parte do Estado Português, esteopta pelos montantes mínimos, de forma adespender o menos valor em Orçamento deEstado, mesmo que isso signifique colocaro Agricultor Português a receber menos queo Agricultor Espanhol e a generalidade dosAgricultores Europeus.

Após as Eleições Legislativas e apósalguns ajustes/substituições, a constituição daAssembleia da República demonstra umaclara tendência para que os deputadospertençam, na sua grande maioria, a umnúmero muito reduzido de áreas profissionais.

Dos dados divulgados podemosconstatar que mais de um terço sãoadvogados, precisamente 33,5%, e que22,6% são professores.

Se somarmos a estes últimos, oseconomistas e os empresários/gestores,poderemos totalizar 70% dos deputados daAssembleia da República.

Embora esta matéria não possa e nãodeva ser analisada de forma matemática,tal não deixa de demonstrar, em últimaanálise, um enorme desequilibro entre aquiloque é a realidade profissional da sociedadePortuguesa e aquilo que é a constituição da

Assembleia da Republica no que respeitaà proveniência profissional dos deputadosque a constituem.

Seria interessante saber (dos restantes30% de deputados), se existem, e quantos,com actividade profissional ligada, ou aoSector Agrícola, ou ao Sector Florestal, ouao Sector das Pescas e que partidosrepresentam.

Talvez assim se compreendesse (...) ofim da Comissão Parlamentar de Agriculturae Pescas na Assembleia da República.

Renacionalização da PAC

A Agricultura e a Assembleia da República

Por José Miguel

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INTERNACIONAL

“Dia Internacional da Luta Camponesa”CNA solidária com o MST e com

Agricultores de todo o Mundo !

PELO DIREITO A PRODUZIR APREÇOS COMPENSADORES!

POR UMA ALIMENTAÇÃO SADIA EAO ALCANCE DE TODOS!

PELA SOBERANIA ALIMENTAR DOSPOVOS E REGIÕES!

POR UM MUNDO SEM PATENTESSOBRE SERES VIVOS!

AGRICULTURA FORA DA ORGANI-ZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO(OMC)!

A CNA manifesta a sua solidariedadee o seu compromisso ao divulgar elembrar este dia, mas também – e antesde mais! – estando sempre com osAgricultores Portugueses:

- Por um Mundo Rural Vivo e pelaAgricultura Familiar e Sustentável! Peloescoamento, a melhores preços, daprodução nacional e pela contenção dasImportações desnecessárias;

- Dizendo Não aos OrganismosGeneticamente Modificados (OGM’s) e àspatentes sobre seres vivos! Por um“Portugal, País Livre de Transgénicos” !

- Por uma outra PAC, Política AgrícolaComum, respeitadora da AgriculturaFamiliar, do Ambiente e da Biodiversidade!

Para que o tempo não apague amemória, o MST (Movimento dosTrabalhadores Rurais Sem Terra) e a ViaCampesina – movimento agrícola que seorganiza à escala intercontinental -consagraram o dia 17 de Abril como “DiaInternacional da Luta Camponesa”.

Desde 1997, o MST organiza, a cada 17de Abril, uma Marcha Nacional PelaReforma Agrária.

A deste ano começa a 1 de Maio, emGoiânia, e termina na capital, Brasília, a 17de Maio, com uma manifestação.

Serão cerca de 10 000 pessoas acaminhar pela Terra e pela SoberaniaAlimentar!

Nesta data tão importante, a CNAmanifesta a sua Solidariedade com o MSTe com todos os participantes na Marcha!

Mas também manifestamos a nossasolidariedade com todas as OrganizaçõesAgrícolas e com todos os Agricultores, daEuropa e do Mundo, que lutam em defesada Terra e da Soberania Alimentar!

Por Vanda Santos

17 de Abril de 1996, Amazónia – Brasil.No município de Eldorado dos Carajás, centenas de famílias sem-terra caminham

numa estrada, em direcção à capital do Estado do Pará (Belém), para exigir ao Governoo seu assentamento imediato.

Foram surpreendidas por uma acção policial. Resistiram e foram massacradas.A acção violenta da Polícia Militar resultou em 19 mortes e dezenas de feridos.

“Dia Internacional da Luta Camponesa”CNA solidária com o MST e com

Agricultores de todo o Mundo !

“Dia Internacional da Luta Camponesa”CNA solidária com o MST e com

Agricultores de todo o Mundo !

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INTERNACIONAL

Por Vanda Santos

Decorreu, no passado dia 20 de Abril, oencontro mensal (que precede as reuniõesdo Conselho Agrícola da União Europeia)entre as Organizações Agrícolas Portuguesase a Representação Permanente de Portugaljunto da União Europeia (REPER).

Desta feita, os temas em discussãoforam: o Fórum das Nações Unidas sobreas Florestas; a circulação de um OGM nãoautorizado no mercado europeu; a propostade Regulamento do Conselho sobreDesenvolvimento Rural.

Encontro Mensal da REPER com as Organizações Agrícolas

Encontro Bilateral CNA / SLG

Foram ainda dadas algumasinformações às Organizações, sobre oEncontro entre o Ministro da AgriculturaPortuguês e a Comissária Europeia paraa Agricultura, a propósito do problema daseca que assola o nosso país e dasmedidas a adoptar, propostas peloGoverno Português, para minorar os seusefeitos, para os Agricultores e para aAgricultura.

A CNA esteve representada por VandaSantos.

No passado dia 14 de Abril, emVila Real de Trás-os-Montes, uma

delegação da CNA e da sua associadaCADVR (Conselho Agrícola do Distrito deVila Real), reuniram com uma delegação doSLG (“Sindicato Labrego Galego”),organização da Galiza e congénere da CNA.

Desta feita, o encontro teve porobjectivo abordar o movimentoassociativo agrícola (ao nível europeu einternacional), o desenvolvimento daCampanha Europeia e Internacional por

uma outra PAC, a campanha contra osOGM’s e, ainda, a possibilidade e aoportunidade de organizar, em parceria,algumas iniciativas de intercâmbio entrePortugal e a Galiza.

Para dar sequência a este trabalho e aoaprofundamento destes intercâmbios, ficoudesde logo agendado um outro encontro,para o dia 12 de Julho.

Pela CNA, estiveram presentes JoãoDinis e Vanda Santos e pelo CADVR,Armando Carvalho e Alberta Santos.

No passado dia 16 de Março, umadelegação da CNA deslocou-se a Parispara um encontro bilateral com aorganização, congénere francesa, Modef(“Confederação Nacional dos Sindicatosdas Explorações Familiares”).

A CNA e o Modef entenderam-se quantoà necessidade de avançar com medidasrespeitantes à produção e à colocação nomercado das frutas e legumes, a fim de seevitar, a todo o custo, a situação de crisevivida pelo sector em 2004.

A reunião serviu, ainda, para trocar

algumas impressões sobre a PolíticaAgrícola Comum (PAC) reformulada e asua aplicação e o movimento AssociativoAgro-Rural (ao nível europeu e internacional).

Abordada ainda, foi a questão doprojecto de Tratado Constitucional da UniãoEuropeia, que as duas organizaçõesrejeitam, desde de logo, por estar ferida defalta de legitimidade, mas também por sercontrária aos interesses dos pequenos emédios agricultores da Europa.

Em representação da CNA estiveram, emParis, João Dinis e Alfredo Campos.

Encontro Bilateral CNA / Modef

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CADERNO TÉCNICO

11Este dossier faz parte da revista Voz da Terra de Abril de 2005 ao abrigo da Medida 10 do Programa Agro

UNIÃO EUROPEIAFUNDOS ESTRUTURAIS

Por Roberto Mileu

ACORDO DE PARCERIAS ESTRATÉGICAS(Entre o Ministério da Agricultura e as Confederações Agrícolas)

No dia 2 de Fevereiro foi assinado, no Centro Cultural de Belém, umAcordo de Parcerias Estratégicas, entre o Ministério da Agricultura e as 4Organizações Agrícolas que a nível nacional representam a Agricultura e osAgricultores Portugueses.

Porque o consideramos importante, em termos actuais e futuros, aqui odivulgamos, bem como a intervenção da CNA durante a referida cerimónia.

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MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PESCAS E FLORESTAS

GABINETE DO MINISTRO

ACORDO DE PARCERIA ESTRATÉGICA

A recente Reforma da Política Agrícola Comum, que veio introduzir um novo

sistema de ajudas aos agricultores desligado da produção, e o novo

Regulamento Comunitário de financiamento das intervenções a título do

Desenvolvimento Rural, criaram uma nova situação na Agricultura Portuguesa

determinando a necessidade de definir e executar uma estratégia de

desenvolvimento que suporte os novos e exigentes desafios, designadamente

em matéria de concorrência nos mercados agrícolas e alimentares.

Esta estratégia de desenvolvimento terá que ter em conta a sustentabilidade da

agricultura no quadro da sua multi funcionalidade e inter acção com o meio

ambiente, mas sem hipotecar as amplas possibilidades de crescimento em

fileiras e sectores que representam a parte mais significativa da riqueza

nacional gerada no sector.

Mas não são apenas os agricultores portugueses que deverão adaptar-se às

novas exigências decorrentes dos novos contornos da Política Agrícola e de

Desenvolvimento Rural. Também a Administração Pública, o Ministério, deverá

sofrer a reforma exigível que o coloque em real sintonia com os objectivos de

modernização e desenvolvimento dos agentes do sector. Só com uma

administração moderna é possível ter empresas modernas e,

consequentemente, uma agricultura competitiva.

Esta convergência de trajectórias de ajustamento só dará os seus amplos

frutos se Ministério e Organizações dos Agricultores souberem estabelecer

acordos e desenvolver metodologias de actuação que, sem a perda de

independência institucional e política de ambos, optimizem opções de

aplicação e gestão de recursos humanos e dos recursos financeiros

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disponibilizados pelas políticas com vista ao desenvolvimento sustentado do

sector e a recuperação da sua competitividade global.

Assume particular importância a concepção e montagem de um Sistema de

Aconselhamento Agrícola que seja credível, de qualidade, e permita induzir

reais e inequívocos resultados de acréscimo de eficiência sustentada das

explorações agrícolas, assim como uma nova forma de intervir das

organizações agrícolas e dos serviços técnicos do Ministério.

Também toda a preparação, em matéria de Programas e Medidas e

consequente Formas de Gestão, salvaguardados os princípios de segregação

que a Regulamentação exige, do próximo período de programação e de

utilização de fundos provenientes da política comunitária de Desenvolvimento

Rural, se entende dever ser elaborada em parceria a fim de dar-lhe a

consistência que garanta promover o desenvolvimento da Agricultura

Portuguesa nas sua diferentes opções.

Porque a competitividade se centra, nos dias de hoje, principalmente na

capacitação técnica e profissional das empresas e da sua capacidade para

gerarem ou integrarem inovação, assim como adequados métodos de gestão,

assume relevante carácter estratégico o desenvolvimento em parceria de todas

as instituições produtoras de conhecimento, assim como a criação de novas

estruturas de organização e gestão das políticas sectoriais.

Neste contexto, o Ministério da Agricultura, Pescas e Florestas, a

Confederação Nacional de Agricultura, a Confederação dos Agricultores

Portugueses, a Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do

Crédito Agrícola de Portugal e a Associação dos Jovens Agricultores de

Portugal decidem partilhar a concepção e gestão das Políticas Públicas para o

Sector Agro-alimentar e das Florestas de forma a optimizar os seus efeitos

positivos na rendibilidade económica, social e ambiental do sector e, mais

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geralmente, dos agricultores, pelo que celebram o presente ACORDO de

PARCERIA ESTRATÉGICA.

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Cláusula I

Áreas de Parceria

Podem ser abrangidas por contratos e protocolos de parceria as seguintes

áreas de intervenção:

� Participar na preparação da elaboração das políticas e instrumentos de

aplicação;

� Participar na divulgação e na gestão técnica e operacional de

instrumentos de política;

� Participar na elaboração e gestão operacional de programas de I&D de

instituições do conhecimento e tecnologia e de promoção do

desenvolvimento empresarial.

Cláusula II

Parceiros

1. As Parcerias podem ser estabelecidas com as Organizações de cúpula do

Sector Agrícola Português, subscritoras do presente acordo.

2. O Ministério será sempre signatário mediante decisão do competente

Ministro.

Cláusula III

Obrigações

No quadro de desenvolvimento das Parcerias os signatários obrigam-se a:

O Ministério a encontrar, por via dos instrumentos disponíveis ou criando outros

que sejam compatíveis com a regulamentação nacional e comunitária,

condições de apoio logístico e financeiro para a concretização dos objectivos;

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As Organizações signatárias a envolver os seus recursos no desenvolvimento

das parcerias e a promoverem formas progressivas de solidariedade através da

mobilização cívica dos seus associados.

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GABINETE DO MINISTRO

Cláusula IV

Princípio da progressividade

O presente Acordo será cumprido de forma progressiva em função das

iniciativas que se entenderem, a cada momento, desejáveis de serem

desenvolvidas em parceria e em função da avaliação dos resultados existentes.

Cláusula V

Áreas específicas a desenvolver

Numa primeira fase ficam abrangidas por este Acordo as parcerias a

desenvolver nas seguintes áreas específicas:

� Aplicação do novo Regime de Pagamento Único

� Aplicação do Regime de Apoios ao Rendimento não abrangidas pelo

Regime de Pagamento Único, assim como de alguns regimes de ajudas

do Programa RURIS

� Participação na Gestão do Sistema de Identificação e Registo de

Animais

� Participação na Gestão do Sistema Nacional de Identificação de

Parcelas

� Participação na Concepção e Preparação do Sistema de

Aconselhamento Agrícola previsto pelos Regulamentos (CE) nº 1257/99

e nº 1782/2003

� Participação na Concepção e Preparação do Plano Estratégico Nacional

para o período 2007-2013 e acompanhamento da discussão do

Regulamento do Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural

� Participação na Avaliação e Revisão da Lei da Inter Profissão

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GABINETE DO MINISTRO

Cláusula VI

Programação

Considerando o calendário específico de cada uma das áreas de parceria

referidas na Cláusula anterior, é acordada a seguinte programação para a

concretização das parcerias, entendendo-se como tal a celebração de contrato

ou protocolo específico e ou aprovação de despacho ministerial adequado:

� Regime de Pagamento Único – 15 de Fevereiro de 2005

� Sistema de Identificação e Registo de Animais – 15 de Fevereiro de

2005

� Sistema Nacional de Identificação de Parcelas – 15 de Fevereiro de

2005

� Sistema de Aconselhamento Agrícola – 30 de Abril de 2005

� Plano Estratégico Nacional – 30 de Junho de 2005

� Lei da Inter Profissão – 30 de Junho de 2005

Cláusula VII

Metodologia de Trabalho

Para o desenvolvimento da parceria em cada uma das áreas específicas

indicadas neste Acordo é estabelecida a seguinte metodologia de trabalho:

� Regime de Pagamento Único, Regimes de Ajudas ao Rendimento não

abrangidas pelo RPU, Sistema de Identificação e Registo de Animais e

Sistema Nacional de Identificação de Parcelas

� O Instituto Nacional de Garantia Agrícola e as Organizações

signatárias, tendo em conta a experiência adquirida e tendo como

desejável a adopção de critérios racionais de gestão,

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GABINETE DO MINISTRO

designadamente a aplicação de sistemas de administração

electrónica, iniciarão, desde já, os trabalhos necessários com

vista à apresentação de um modelo de Protocolo de Parceria,

suportado em orçamento específico, para aprovação, por

despacho autónomo mas integrado no presente Acordo, do

Ministro; a data de entrada em vigor do referido Protocolo deve

reportar-se a 1 de Janeiro de 2005.

� Sistema de Aconselhamento Agrícola

� É criada uma Comissão para o Aconselhamento Agrícola constituída

paritariamente por representantes das organizações signatárias e por

representantes, designados nominalmente por despacho, de

organismos do Ministério com competências técnicas e ou funcionais

na matéria. Esta Comissão será presidida por uma personalidade a

designar pelo Ministro da Agricultura, Pescas e Florestas.

� A Comissão deverá estar constituída até 28 de Fevereiro de 2005 e

deverá apresentar um Programa de Trabalhos e respectivo

calendário de implementação até 15 de Março de 2005.

� A Comissão analisará, utilizando para o efeito a metodologia que

considerar mais adequada, e proporá a melhor forma de implementar

o Sistema de Aconselhamento Agrícola, designadamente:

• Os objectivos estratégicos

• O modelo organizativo e de gestão

• A abrangência técnica e territorial

• O nível de obrigatoriedade

• Os conteúdos e áreas de intervenção

• Os requisitos de qualificação

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GABINETE DO MINISTRO

• A forma de credenciação ou acreditação

• O programa de formação e qualificação

• O sistema de auditoria

• O regime de sanções

• Os processos de recurso e apreciação

• Os requisitos de elegibilidade para efeito de pagamento da

ajuda aos agricultores utilizadores no respeito pelas regras

comunitárias

• A frequência da prestação de serviços

• A origem dos recursos financeiros envolvidos no

financiamento do Sistema

� A Comissão apresentará até 30 de Abril de 2005 um projecto de

Diploma que cria e regulamenta o Sistema de Aconselhamento

Agrícola, incluindo o programa de actividades a desenvolver, a sua

calendarização, o orçamento e a sua origem

� Plano Estratégico Nacional e Regulamento do Fundo Europeu Agrícola e

Desenvolvimento Rural

� É criada uma Comissão para a preparação do Plano Estratégico

Nacional 2007-2013 constituída paritariamente por representantes

das organizações signatárias e representantes, designados

nominalmente por despacho do Ministro, de organismos do

Ministério com competência técnica e ou funcional na matéria,

presidida por uma personalidade designada pelo Ministro da

Agricultura, Pescas e Florestas

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MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PESCAS E FLORESTAS

GABINETE DO MINISTRO

� A Comissão deverá estar constituída a 28 de Fevereiro de 2005 e

desenvolverá os seus trabalhos em função dos calendários de

apreciação e negociação do Regulamento do Fundo Europeu

Agrícola e Desenvolvimento Rural e das propostas programáticas,

designadamente, as linhas de orientação estratégica da

Comissão Europeia.

� As organizações signatárias e o Ministério obrigam-se, no quadro

de funcionamento da Comissão referida, a informarem-se

mutuamente sobre a sua participação nos fóruns institucionais

comunitários onde se integram.

� Lei da Inter Profissão

� Com vista à preparação de sistemas de co-gestão de instituições do

foro do conhecimento e da tecnologia, assim como de estruturas de

promoção do desenvolvimento empresarial, é criado um Grupo de

Contacto entre o Ministério e as Organizações signatárias para

apreciação e a avaliação da actual Lei de Inter Profissão e proposta

de uma nova Lei, ou a revisão da mesma, incluindo um regime de

financiamento específico, universal e compatível com o direito

comunitário.

� O Grupo de Contacto funcionará no Gabinete de Planeamento e

Política Agro-alimentar

Cláusula VIII

Financiamento

Até que sejam definidos regimes de financiamento específicos ao abrigo das

disposições legais que venham a ser produzidas nos diplomas do Sistema de

Aconselhamento Agrícola e da Lei da Inter Profissão, as parcerias desde já

incluídas no presente Acordo serão financiadas, através de meios financeiros

ou logísticos, pelo orçamento do INGA no que diz respeito ao Regime de

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MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PESCAS E FLORESTAS

GABINETE DO MINISTRO

Pagamento Único, ao Regime de Apoios ao Rendimento não abrangidos pelo

Regime de Pagamento Único, ao Sistema de Identificação e Registo de

Animais e ao Sistema Nacional de Identificação de Parcelas e, com o objectivo

de preparar e qualificar as organizações signatárias com vista ao Sistema de

Aconselhamento Agrícola, através de candidaturas válidas à Medida 7 –

Formação Profissional e à Medida 10 – Serviços Agro Rurais do Programa

AGRO.

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MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PESCAS E FLORESTAS

GABINETE DO MINISTRO

Cláusula IX

Acompanhamento e Avaliação do Acordo

Considerando a inovação associada à celebração do presente Acordo e os

trabalhos que irão decorrer no desenvolvimento das parcerias nele incluídas, a

sua aplicação será acompanhada por uma Comissão de Acompanhamento

constituída paritariamente por representantes das organizações signatárias e

um representante do Ministério que produzirá um Relatório Mensal de

Progresso a ser presente ao Ministro.

Considerando as observações e recomendações da Comissão de

Acompanhamento, o Acordo será avaliado anualmente em Outubro e, se

necessário, revisto.

Cláusula X

Omissões

As necessidades de clarificação que vierem a ser exigidas por força de

eventuais omissões deste Acordo serão definidas por despacho interno do

Ministro ouvidas as organizações signatárias.

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PESCAS E FLORESTAS, 2 de Fevereiro de 2005

O MINISTRO DA AGRICULTURA, PESCAS E FLORESTAS

Carlos da Costa Neves

A CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA AGRICULTURA

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MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PESCAS E FLORESTAS

GABINETE DO MINISTRO

Armando da Silva Carvalho

Roberto Mileu Merino

A CONFEDERAÇÃO DOS AGRICULTORES DE PORTUGAL

João Pedro Gorjão Cyrillo Machado

Luís Miguel Correia Mira

A CONFEDERAÇÃO NACIONAL DAS COOPERATIVAS AGRÍCOLAS E DO CRÉDITO

AGRÍCOLA DE PORTUGAL

Fernando da Silva Mendonça

Francisco João Bernardino da Silva

A ASSOCIAÇÃO DOS JOVENS AGRICULTORES DE PORTUGAL

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MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PESCAS E FLORESTAS

GABINETE DO MINISTRO

José Firmino Brunhoso Cordeiro

Carlos Manuel Figueiredo Neves

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CADERNO TÉCNICO

Exmº Sr. Ministro

Exmºs Senhores ...

1 - A CNA – Confederação Nacional daAgricultura esteve (e está) contra a Reformada PAC de 2003, principalmente pordesligar as ajudas da produção, com asprevisíveis (graves) consequências deabandono, desertificação e aumento donosso déficit agro-alimentar.

Também, por não ter sido aproveitada aoportunidade para corrigir injustiças,desigualdades e assimetrias entre culturas/actividades, agricultores, regiões eEstados-Membros.

A nível da União Europeia, a CPE(Coordenadora Agrícola Europeia) da quala CNA faz parte, apresentou aos “poderesinstituídos” propostas concretas dealteração e correcção, defendendo aAgricultura Familiar e o Mundo Rural.

A nível interno dialogou e apresentoupropostas alternativas, em defesa dosmesmos interesses que representa,nomeadamente a máxima ligação dasajudas à produção e a utilização daimplementação “facultativa e regional” –margem de manobra para qualquer Estado-Membro – de modo a, no nosso País e paraos nossos Agricultores, se aproveitar aoportunidade para corrigir as injustiças quetodos sabemos.

A decisão do Governo Português éconhecida e o futuro comprovará quem tinharazão....

2 - Perante estes factos, o Ministro daAgricultura propôs um Acordo de ParceriasEstratégicas aos “parceiros agrícolas”.

Analisados profundamente os “prós econtras” desta proposta, a CNA entendeusubscrevê-la e assiná-la.

1º Porque considera que esta iniciativadá, pela primeira vez, oportunidade de aomais alto nível, defender, propor e fazeraceitar medidas que visem a melhoria de

condições económicas e sociais dasfamílias agricultoras;

2º Porque considera importante eindispensável à Agricultura Familiar e aoMundo Rural outros Programas eMedidas, para além da Política de Preçose Mercados e do Regime de PagamentoÚnico, como sejam o AconselhamentoAgrícola, o Inter-Profissional e oDesenvolvimento Rural.

3º Porque está “em cima da mesa” ofuturo até 2013.

3 - Por tudo isto a ConfederaçãoNacional da Agricultura – CNA, assina opresente protocolo com a afirmação de que,critica mas construtivamente (como sempreo tem feito) participará empenhadamentenas Comissões e Grupos de Contactoprevistos, em defesa do tipo de agriculturae agricultores que representa e defende – aAgricultura Familiar.

4 - Chamamos, desde já, a atenção doSr Ministro da Agricultura para os seguintesaspectos:

a) Não basta transferir funções, éindispensável que a essa transferênciade funções e á assunção de outras novas,correspondam transferências de meios(nomeadamente financeiros) quepermitam às Organizações Agrícolasdesempenhar (e melhorar) funções queeram do próprio Ministério.

b) O acordo agora assinado só seráeficaz e eficiente se for estendido a nívelregional e local porque, também esobretudo aí, se “joga e está em causa”o futuro da Agricultura Familiar, do MundoRural e da Economia AgrícolaPortuguesa.

Lisboa 2 de Fevereiro de 2005

A Direcção Nacional da CNA

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CADERNO TÉCNICO

Começo por referir, que tendo em contaa actual situação da agricultura nacional econsiderando as perspectivas de aberturados mercados mundiais, processo este emdiscussão na OMC – Organização Mundialdo Comércio, faz todo o sentido promovero debate sobre o futuro das produçõestradicionais em Portugal.

Esta é de facto, em minha opinião, umaárea em que podemos marcar a diferençaem relação às outras agriculturas da Europae do Mundo, em relação a essas agriculturasfortemente industrializadas e que hojeinundam e arrasam os mercados, ditandopreços incompatíveis com a prática de umaagricultura em pequena escala, com regrasde produção respeitadoras da próprianatureza dos produtos.

As opções são claras num futuro onde seperspectiva que deixem de existir fronteirase onde serão as regras da concorrênciapromovidas pelas grandes companhiastransnacionais especializadas na agro-industria e na grande distribuição, a ditar ospreços dos mercados.

Em minha opinião, ou se envereda pelavia da intensificação da produção“esmifrando” da natureza tudo que ela tenhae não tenha para dar, ou se opta por uma

agricultura que origine produtos, que pelasua qualidade e características únicas,tenham um valor de mercado acrescentado.

Tendo em conta o estado de evolução eas características da agricultura Portuguesa,nomeadamente da estrutura fundiária;

Tendo em conta todo o patrimóniogenético contido nas raças de animaisautóctones e espécies vegetais quepossuímos;

Acrescentando a isto, todo o saber fazerinerente ao cultivo e à produção dos nossosbons produtos tradicionais, julgo, que ocaminho sempre foi o da aposta naqualidade e especificidade da nossaagricultura.

Apesar do importante ser olhar para ofuturo, julgo que é sempre bom queanalisemos um pouco aquele que tem sidoo caminho seguido desde que entramospara a União Europeia, na altura CEE, em1986.

Apesar de terem passado quase 20 anosde PAC – Política Agrícola Comum, não sepode dizer que foram introduzidas grandesmudanças ao nível do tipo de agriculturapraticada em Portugal.

Por José Miguel

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CADERNO TÉCNICO

Se analisarmos bem, temos actualmentemuitas das explorações, exactamente comas mesmas práticas e as mesmas pessoasque há 20 anos atrás.

Onde houve de facto alterações, foi aonível da importância do sector para o país,quer pela redução do número de pessoasque nele emprega, quer pela diminuição doque ele representa para o PIB – ProdutoInterno Bruto.

Hoje, para além do sector não empregaro mesmo número de pessoas, muitas delasjá não se dedicam a tempo inteiro àagricultura.

É impossível não reflectir sobre algunsnúmeros – Produzíamos cerca de 75%daquilo que consumíamos quando entrámospara a União Europeia, hoje, produzimos25%. Apenas em 10 anos, entre 1992 e2002, desapareceram 182.500 exploraçõesagrícolas e respectivos postos de trabalho.

Hoje, o sector agrícola já não merece aatenção do poder político como merecia edaí terem terminado com a ComissãoParlamentar de Agricultura na Assembleiada República e já se ter pensado emextinguir o Ministério da Agricultura com asua junção com o Ministério do Ambiente.

Isto tudo para dizer que, para além deconsiderar que nunca houve uma PolíticaAgrícola Comum voltada para obtenção deprodutos de qualidade e para a manutençãoda agricultura e produtos tradicionais, maspelo contrário, quase sempre direccionadapara estimular cada vez maioresprodutividades e uma agricultura dita“competitiva” (Excepção para asdenominadas Medidas Agro-Ambientaissurgidas pela primeira vez em 1992, masque sempre constituíram uma ínfima partede toda a política agrícola), também nuncaPortugal soube orientar os fundoscomunitários de acordo com uma estratégiabem definida que nunca teve.

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CADERNO TÉCNICO

Por outras palavras:

A PAC nunca foi voltada para a nossaAgricultura;

A PAC quase sempre promoveuquantidade, quase sempre foi voltada paraa Agricultura de larga escala e não para aagricultura tradicional (começa agora a daros primeiros passos para uma efectivavalorização da qualidade).

Mas a PAC sempre deixou algumamargem de manobra aos EstadosMembros para ajustar as ajudas à suarealidade e nós, nunca soubemos tirarpartido, até agora, salvo algumasexcepções, das mais valias que possuímos,tentando e dentro daquilo que a PACpermite, potenciar as mesmas.

Ou seja, temos especificidadesreconhecidas por todos, nomeadamente porum estudo efectuado há pouco tempo pelaUnião Europeia, mas tivemos até agora amesma política para a agricultura quetiveram a generalidade dos países.

A este propósito, dizer que, ainda agoraPortugal perdeu uma grande oportunidadede alterar o actual rumo das ajudas ecanalizá-las para uma política agrícolaprópria, que, nomeadamente, valorizassemais a produção tradicional e os produtosde qualidade.

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CADERNO TÉCNICO

Referir que Portugal, com a últimareforma da PAC, teve que optar por uma deduas vias:

1ª Opção – Desligar as ajudas total ouparcialmente e passar a distribuí-las combase no histórico dos montantes recebidospor cada agricultor, o chamado RPU –Regime de Pagamento Único;

2ª Opção – Regionalizar as ajudas, ouseja, redistribuir o total médio das ajudasque Portugal tem vindo a receber da UE,pelas regiões, aplicando novas regras,nomeadamente, redefinindo novas culturascom direito a ajuda, privilegiandodeterminadas práticas culturais, etc, etc.

Em resumo, uma 1ª opção que mantémtudo igual, a injustiça na distribuição das

ajudas e culturas para as quais temosvocação produtiva sem apoios (com aagravante de desligar as ajudas daprodução) e uma 2ª que permitiria ter umapolítica agrícola nacional própria.

Mas a verdade é que a decisão recaiusobre a primeira opção, não se afrontandoos interesses de 1% dos Agricultores querecebem 50% das ajudas directas que vêmpara Portugal.

Perdeu-se uma oportunidade de apoiarde forma efectiva a agricultura e os produtostradicionais e os produtos de qualidade.

De certa forma a política para aagricultura e produtos tradicionais têmpassado muito por medidas avulsas edesfasadas.

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CADERNO TÉCNICO

O anterior Ministro da Agricultura no anopassado e numa visita à Feira “Cores eSabores” em Portalegre, anunciou duasmedidas para os produtos tradicionais.

Uma tinha a ver com o reforço dasentidades certificadoras e a este respeitoqueria abrir aqui um parênteses para dizero seguinte:

A certificação é de grande importância,mas é preciso de facto, encontrar-semecanismos de fiscalização que garantama qualidade e características dos produtose que ao mesmo tempo, sejam ágeis, nãoencareçam o processo econsequentemente não representem maisum peso para o produtor.

Não podemos ter a agricultura e osprodutos tradicionais envoltos em burocraciae regras que pouco têm com a práticaefectiva da agricultura.

Voltando às medidas anunciadas peloanterior Ministro, para além deste reforçodas Entidades Certificadoras, a outramedida anunciada, foi a de um PlanoNacional para o Desenvolvimento deProdutos de Qualidade, e isto dá-me a ideiaque nós ainda vamos pensar em como obter

produtos de qualidade o que me parece queestá errado. Nós temos é de efectivamentepensar, é em como vamos promover, porqueos produtos de qualidade nós já os temos,necessitamos, é que o Estado incentive asua concentração, tratamento comercial epromova a sua divulgação no exterior, deforma a criar linhas de escoamento e poroutro lado que canalize as ajudascomunitárias para esses mesmos produtos.

Actual situação dos produtostradicionais:

Portugal é actualmente dos países daEuropa com mais produtos certificados(nomes geográficos protegidos), no entantoa maioria dos portugueses não sabereconhecer pelas siglas e pela própriadesignação as mais valias que lhe estãoinerentes.

Logo aqui existe uma perda da mais valiaque a certificação poderia trazer a estesprodutos.

DO, DOP, IG, IGP, ETG, continuam a nãoindicar nada para muitos dos consu-midores.

Não basta pois certificar é necessárioque o consumidor consiga rever no rotulo amais valia do produto.

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CADERNO TÉCNICO

Nomes Geográficos*

Denominação de Origem (DO)Nome – reconhecido a nível nacional -de

uma região, de um local determinado ou, emcasos excepcionais, de um país, que servepara designar um produto agrícola ou umgénero alimentício originário dessa região,desse local determinado ou desse país ecuja qualidade ou características se devemessencial ou exclusivamente ao meiogeográfico, incluindo os factores naturais ehumanos, e cuja produção, transformaçãoe elaboração ocorrem na área geográficadelimitada.

Denominação de Origem Protegida(DOP)

Nome – reconhecido a nível comunitário-de uma região, de um local determinadoou, em casos excepcionais, de um país, queserve para designar um produto agrícola ouum género alimentício originário dessaregião, desse local determinado ou dessepaís e cuja qualidade ou características sedevem essencial ou exclusivamente ao meiogeográfico, incluindo os factores naturais ehumanos, e cuja produção, transformaçãoe elaboração ocorrem na área geográficadelimitada.

Indicação Geográfica (IG)Nome – reconhecido a nível nacional -de

uma região, de um local determinado ou, emcasos excepcionais, de um país, que servepara designar um produto agrícola ou umgénero alimentício originário dessa região,desse local determinado ou desse país ecuja reputação, determinada qualidade ououtra característica podem ser atribuídas aessa origem geográfica e cuja produção e/ou transformação e/ou elaboração ocorremna área geográfica delimitada.

Indicação Geográfica Protegida (IGP)Nome – reconhecido a nível comunitário

-de uma região, de um local determinadoou, em casos excepcionais, de um país, que

serve para designar um produto agrícola ouum género alimentício originário dessaregião, desse local determinado ou dessepaís e cuja reputação, determinadaqualidade ou outra característica podem seratribuídas a essa origem geográfica e cujaprodução e/ou transformação e/ouelaboração ocorrem na área geográficadelimitada.

Especialidade Tradicional Garantida(ETG)

Nome – reconhecido a nível comunitário- não faz referência a uma origem mas tempor objecto distinguir uma composiçãotradicional do produto ou modo de produçãotradicional.

Denominação de Origem Protegida(DOP)

Indicação Geográfica Protegida(IGP)

Especialidade Tradicional Garantida(ETG)

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CADERNO TÉCNICO

Resumo Geral da Situação*

I – Nomes Geográficos Protegidos

Nomesprotegidos

OrigemVegetal

Origemanimal

Total

Protecção comunitária

DOP IGP

5 Azeites

13 Frutos 7 Frutos

3 Carne de 4 Carne de Borrego Borrego

1 Carne de 4 Carne deCabrito Cabrito

9 Carne 3 CarneBovina Bovina

1 CarneSuíno

1 Presunto 1 Presunto

19 “enchidos”

9 Méis

11 Queijos 1 Queijo

1 Requeijão

54 DOP 39 IGP

DO

1 Azeite

1 Fruto

1 Presunto

3 DO

IG ETG

1 Fruto

1 Batata

1 Carne deBorrego

1 CarneBovina

2 Presuntos

7"enchidos” 1 “enchido”

11 IG 3 ETG -RP

Protecção nacional

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CADERNO TÉCNICO

Despacho n.º 9474/2000DR. (2ª Série) de 8/05

Despacho n.º 23759/2000DR. (2ª Série) de 21/11

Despacho n.º 1884/2001DR. (2ª Série) de 30/01

Despacho n.º 14384/2001DR.(2ª Série) de 10/07

Despacho n.º 15983/2001DR. (2ª Série) de 2/08

Despacho n.º 4170/2002DR. (2ª Série) de 25/02

Despacho n.º 4597/2003DR. (2º Série) de 3/03

Cordeiro de Barroso ou Anho de Barroso ou Borrego de Leitede Barroso – IG

Batata de Trás-os-Montes – IG

Azeitonas de Conserva de Elvas e Campo Maior – DO

Linguiça do Baixo Alentejo ou ..... – IG Paio de Beja – IG

Azeite do Alentejo Interior – DO

Salpicão do Barroso - Montalegre – IG Sangueira do Barroso- Montalegre – IG Alheira do Barroso - Montalegre - IG Chouriçode Abóbora de Barroso - Montalegre - IG Chouriça de Carnede Barroso - Montalegre – IG

Presunto e paleta do Alentejo – DO Presunto e Paleta deCampo Maior e Elvas – IG Presunto e Paleta de Santana daSerra – IG

Carne de porco ou carne de bísaro Transmontano – DO Alheirade Vinhais - IG Butelo de Vinhais -IG Chouriça doce de Vinhais- IG Chouriço azedo de Vinhais - IG Presunto ou presunto bísarode Vinhais -IG

II - Nomes em curso de protecção comunitária (20)

III - Processos em curso de alteração comunitária (3)

Carnalentejana – DOP

Queijo Serra da Estrela – DOP

Despacho n.º 2 201/2002DR. (2ª Série) de 28/01

Despacho n.º 8 487/2002DR. (2ª Série) de 26/04

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CADERNO TÉCNICO

IV – Processos em curso deprotecção nacional – 132, dos quais 23serão brevemente submetidos a parecer daCCI e do GTC (Ovos moles de Aveiro, Arrozcarolino das Lezírias Ribatejanas, Requeijãoda Beira Baixa, Travia da Beira Baixa,Batata doce de Aljezur, Broa de centeio ouBroa centeia de Boticas, Folar de Boticase Bica ou Bola de carne de Boticas; Rojõesna banha de Boticas, Rojões no mel deBoticas e Assadura de Boticas; Orelheirade Boticas, Peça fumada de Boticas,Peituga de Boticas e Ranhão de Boticas;

Alheira de Boticas, Bucheira de Boticas,Chouriço azedo de farinha de Boticas,Chouriço de abóbora de Boticas, Farinhotade Boticas, Linguiça de carne de Boticas,Salpicão de Boticas e Sangueira deBoticas)

V – Processos em curso de alteraçãonacional -12, dos quais 5 serão brevementesubmetidos a parecer da CCI e do GTC(Azeites do Ribatejo, Carne Marinhoa, Queijode Castelo Branco, Queijo Amarelo da BeiraBaixa, Queijo Picante da Beira Baixa)

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CADERNO TÉCNICO

Processo de Registo de Nome - Nacional*

FLUXOGRAMA SIMPLIFICADO DE UM PROCESSO DE REGISTO DE NOMEFASES E ENTIDADES ENVOLVIDAS

I - PROCESSO NACIONAL

AGRUPAMENTODE PRODUTORES

Análise técnica doCaderno de

especificações Pedido complementar d

informação

Análise préviadocumental e de admissibilidade

Pedido de protecçã Caderno de

especificações

IDRHa

Publicação de aviso DR

Consulta prévia

Emissão de parecer

DRA

Entidade Extern Oposição

Apreciação dasoposições

GTC e CC (órgãos consultivos)

Emissão de parece(sobre o processo e sob

o OPC)

Proposta de registo denome e

Reconhecimento OPC

IDRHa

Despacho Ministeria c/ ou s/ protecção

Nacional Transitória

OPC Envio de manuais daqualidade e de procedimentos

AGRUPAMENTOSDE PRODUTORES

OPC

DRA

IDRHa

Entidade ExternaOposição

IDRHa

GTC e CCI(órgãos consultivos)

Pedido de protecçãoCaderno de

especificações

Análise préviadocumental e deadmissibilidade

Envio de manuais daqualidade e deprocedimentos

Análise técnica doCaderno de

especificaçõesPedido complementar

de informação

Publicação de avisoDR

Consulta prévia

Emissão de parecer

Emissão de parecer(sobre o processo e

sobre o OPC)

Apreciação deoposições

Proposta de registo denome e

Reconhecimento OPC

Despacho Ministerialc/ ou s/ protecção

Nacional Transitória Fonte: IDRHa

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CADERNO TÉCNICO

Processo de registo de Nome - Comunitário*

FLUXOGRAMA SIMPLIFICADO DE UM PROCESSO DE REGISTO DE NOMEFASES E ENTIDADES ENVOLVIDAS

II - PROCESSO COMUNITÁRIO

IDRHa

Análise formal

Pedido de registocomunitário de nome de

produto Envio de processo

Análise e tratamento deoposições Pedidos de

esclarecimento

COMISSÃO EUROPEIA

ESTADOS MEMBROS

Publicação de ficha-resumo no JOUE Consulta pública

Registo oficial de Nome

Tradução dasespecificações técnicas

do produto

Oposições

Realização de acordosou votação para

deliberação

COMITÉ DE

REGULAMENTAÇÃO

COMISSÃO EUROPEIA

IDRHa

ESTADOSMEMBROS

Oposições

COMISSÃOEUROPEIA

COMISSÃOEUROPEIA

COMITÉ DEREGULAMENTAÇÃO

Registo oficial de Nome

Realização de acordos eou votação para

deliberação

Tradução dasespecificações técnicas

do produto

Publicação de ficha--resumo no JOUEConsulta pública

Análise e tratamento deoposiçõesPedidos de

esclarecimento

Análise formal

Pedido de registocomunitário de nome de

produtoEnvio de processo

Fonte: IDRHa

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CADERNO TÉCNICO

Questões para o futuro:

Por fim resumir quais, na minha opinião,serão as questões que ditarão o futuro daagricultura e dos produtos tradicionais emPortugal:

1ª - Evolução do comportamento dosconsumidores

A primeira vez que se fez sentir a forçaque os consumidores podem ter alterandoos seus hábitos de consumo, foi na décadade noventa, quando a União Europeiaassistiu a vários escândalos relacionadoscom a qualidade e segurança alimentar dosprodutos agrícolas e pecuários.

O mais conhecido foi o da doença das“Vacas Loucas” que fez com que em poucotempo o consumo de carne bovinadescesse para níveis anormais e que aUnião Europeia ficasse a braços com umproblema de excedentes de carne bovinacom graves repercussões financeiras nopróprio orçamento da UE.

Este facto motivou, em muito, a própriareforma da PAC de 2000 que introduziu

algumas orientações e preocupações aonível da qualidade

Mas outros houve, como sejam, o dabrucelose nos pequenos ruminantes, a febreAsiática das galinhas ou as questões, maisrecentes, da febre aftosa no Reino Unido eda crise dos nitrofuranos em Portugal.

Julgo que a tendência é para que, com aintensificação da agricultura, maisescândalos ocorram e que, consequen-temente, mais vezes seja posta em causa asegurança alimentar dos consumidores.

Tal, levará por sua vez, a que estes setornem mais exigentes, não só no querespeita à qualidade do produto, mastambém em relação à forma como o mesmofoi produzido, nomeadamente no querespeita ao bem-estar animal e ao impactoque a obtenção desse mesmo produto tevena natureza.

Certo é que o futuro nos traráconsumidores mais bem informados e maisexigentes, o que constituirá umaoportunidade para os produtos de qualidadeonde incluo os produtos tradicionais.

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CADERNO TÉCNICO

2ª - Oscilações dos preços nosmercados mundiais

Julgo que cada vez mais a agriculturaserá uma prática de risco tendo em contaas oscilações cada vez mais constantes dospreços dos mercados Agro-pecuários, emvirtude do aumento exponencial dacirculação dos produtos agrícolas.

A melhoria das redes viárias, dostransportes, das condições e práticas dearmazenamento, fará com que a circulaçãodos produtos agrícolas aumente comrepercussões na instabilidade dos preços.

Situações como a que temos hoje nacarne bovina com a chegada de grandesquantidades de picanha da América do Sul,serão mais constantes e em todos ossectores. Neste quadro, a agricultura empequena escala, diversificada e apostadanos produtos tradicionais de qualidade,serão mais imunes a essas oscilações, uma

vez que possuem consumidores específicosquase sempre mais fiéis.

3ª - Liberalização dos Mercados

A pressão da Europa e dos EUA acabarápor levar a eliminação das barreirasalfandegárias a nível mundial e nestecenário, como já referi, os produtostradicionais poderão resistir melhor àsvagas de outros produtos provenientes daagricultura intensiva. Além disso, poderãotambém resistir melhor, em relação àquelesque podem ser provenientes da agriculturatradicional de outros países, mas que pelocusto do trabalho e pelas condições deprodução, nomeadamente do clima,conseguem chegar a preços muitoconcorrenciais. Nestes casos a agriculturae a produção tradicional nacional tambémpoderá resistir, não pela via da qualidade,que os outros também a têm, mas porquedetêm características únicas.

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CADERNO TÉCNICO

4ª - OGM’s - Organismos Geneti-camente Modificados

O levantamento, pela Comissão Europeia,da moratória que impedia a importação e ocultivo de alimentos trangénicos, a 19 deMaio de 2004 e a aprovação da entrada parao Catálogo Europeu de 17 variedades demilho trangénico, em Setembro último,coloca-nos hoje a perspectiva de passarmos,de um dia para o outro, a produzir,comercializar e consumir, inúmeros produtosgeneticamente modificados, vulgarmentedesignados por OGMs.

A introdução de OGMs poderá constituirmais um risco para a agricultura e produtostradicionais, uma vez que a confirmarem-seos aumentos das produtividades, irãocrescer ainda mais os excedentes agrícolasna Europa, com a inevitável queda depreços à produção.

Por outro lado, a troca das espéciestradicionais por espécies geneticamentemodificadas obrigará à alteração dasrespectivas práticas tradicionais e colocaráem causa os respectivos produtos.

Esta será uma das questões onde defacto Portugal tem tudo a perder:

Deixa de valorizar o seu própriopatrimónio genético e passa a pagar assementes às grandes multinacionais debiotecnologia;

Sairá sempre prejudicado na guerra daintensificação das produções;

E por último, perderá as suas mais valias,uma vez que introduzidos os OGMs nosecossistemas, será muito difícil conseguir-se garantir a pureza das culturastradicionais.

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CADERNO TÉCNICO

5ª - Aplicação das verbas do próximoQuadro de Apoio 2007/2013

O próximo Quadro Comunitário da Apoio,que poderá ser o último em termos de apoiossignificativos para a agricultura, terá inícioem 2007 e irá até 2013.

Nessa altura, a Política Agrícola Comumpassará a funcionar com dois Fundos, oFEAGA - Fundo Europeu Agrícola deGarantia e o FEADER - Fundo EuropeuAgrícola para o Desenvolvimento Rural.

No que respeita ao FEAGA quecorresponde às ajudas directas àagricultura, está quase tudo já decididoquanto à sua orientação e aplicação, umavez que funcionará o RPU – Regime dePagamento Único.

Em relação ao FEADER, que constituiráo segundo grande pilar da PAC, encontra-se actualmente em discussão a suaaplicação quer ao nível nacional quer aonível comunitário.

Estando já decidido, três grandes eixosde orientação e que são:

Eixo 1 – Melhoria da competitividade dosSectores Agrícola e Florestal;

Eixo 2 – Ordenamento do Espaço/Território;

Eixo 3 – Diversificação da EconomiaRural e Qualidade da Vida no Meio Rural.

A dotação orçamental para o FEADERnos anos de 2007 a 2013, deverá andarpróxima dos 90 biliões de Euros, jácontando com cerca de 30 biliõestransferidos do fundo de garantia destinadosàs regiões elegíveis aos Objectivos deConvergência.

Julgo que se poderá encontrar aqui, aúltima oportunidade de fazer afirmar aagricultura e os produtos de qualidadenacionais, bastando para isso que neste

tempo, até 2007, sejam bem definidas asestratégias para aplicação destes fundos.

Por outro lado e porque estas ajudas, aocontrário do FEAGA, têm umacomparticipação do Estado Membro, énecessário que o Estado Português, prevejauma dotação orçamental que permita irbuscar o “plafond” máximo destas ajudas eque não aconteça como actualmente, ondeos Agricultores Portugueses, ao nível porexemplo das Indemnizações Compen-satórias e Medidas Agro-Ambientais,recebem menos do que a maioria dosAgricultores Europeus, nomeadamente dosEspanhóis.

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CADERNO TÉCNICO

42 Este dossier faz parte da revista Voz da Terra de Abril de 2005 ao abrigo da Medida 10 do Programa Agro

UNIÃO EUROPEIAFUNDOS ESTRUTURAIS

6ª – Massificação da AlimentaçãoHumana

A diversificação da alimentação humanaserá outra das grandes questões futuras.

Segundo alguns investigadores aalimentação humana está a tender para sebasear num conjunto muito restrito deespécies de animais e vegetais.

Por exemplo, hoje em dia a populaçãomundial já se alimenta apenas de umnúmero muito reduzido de cereais.

Estes investigadores têm vindo a alertarpara os problemas que poderão surgir,nomeadamente da capacidade dealimentar a população mundial, no caso desurgirem novas pragas ou doenças queataquem essas espécies das quaisestamos fortemente dependentes.

A agricultura e os produtos tradicionaispoderão, também aqui, representar umamais valia.

Estas são algumas reflexões pessoaisnão pretendendo pois que sejam assumidascomo verdades inquestionáveis.

* Fonte – IDRHa Instituto de DesenvolvimentoRural e Hidráulica

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OPINIÃO

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NOTÍCIA

Está a decorrer detrinta de Abril a oito deMaio, a Ovibeja,importante certameagro-pecuário nocontexto Regional eNacional.

A CNA ConfederaçãoNacional da Agricultura,

participa pela primeira vez neste evento comum stand, cujos temas centrais são a florestae os incêndios florestais, os OGM’s e a secaque assola praticamente todo o País, mascom particular violência a Região Alentejana.

Na abertura da feira, a CNA teve a honrade receber várias visitas, entre elas, a deSua Excelência o Sr. Presidente daRepública Portuguesa, Dr. Jorge Sampaio,o Sr. Ministro da Agricultura, Dr. Jaime Silva,bem como a do Sr. Jerónimo de Sousa,Secretário Geral do Partido ComunistaPortuguês.

Salientamos ainda, a entrega ao SenhorPresidente da República, durante a sua

visita, de uma exposição da Comissão deRendeiros, sobre o estado da Herdade dosMachados, situada no Distrito de Beja.

Aproveitando também a presença doSenhor Ministro da Agricultura, foi pedidauma audiência que permita a clarificação dasituação, de modo a que o Ministério da

Agricultura possa tomaras medidas necessárias.

Na opinião da CNA asolução passa fun-damentalmente pelavenda da terra aosagricultores, o que a nãoacontecer, poderá tornardramática a situaçãodestas famílias.

A CNA que sempreacompanhou estesagricultores, foi comgrande gosto que viu aentrega deste docu-mento no seu própriostand. Mais uma vezficámos com o sen-timento do devercumprido.

OVIBEJAPor Joaquim Manuel

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ENTREVISTA

João Vieira, membro doExecutivo da DirecçãoNacional da CNA

Voz da Terra - Quais asrazões que poderão estar na

alteração da política da União Europeiadepois de tantos anos de moratória emrelação aos OGM’s?

João Vieira - São as fortes pressões dasmultinacionais de sementes que acabarampor produzir efeitos na Comissão Europeiamesmo sabendo que a opinião públicaEuropeia é maioritariamente contra osOGM’s (sementes transgénicas). Osinteresses em jogo são de tal ordem queprovavelmente as multinacionais não tiveramdificuldade em encontrar “elos” mais “fracos”ao nível de quem decide.

V. T. - Muitas vezes não existe umaposição consensual entre produtores,consumidores e ambientalistas.

Considera que esta poderá ser umamatéria que reuna consensos?

J. V. - Tendo em conta as repercussões dadisseminação dos OGM’s, os problemasdecorrentes do registo de patentes e assuas consequências jurídicas para aprodução, os problemas ambientais, asconsequências para a saúde, há todas ascondições para reunir consensos, atéporque se trata de uma questãocivilizacional.

V. T. - Como pensa que poderá evoluir asituação na Europa?

J. V. - Visto a Comissão ter passado a bolapara os Estados Membros, vamos ter parajá um grupo de Estados que autoriza ostransgénicos e um grupo que não autorizaos transgénicos. Infelizmente o GovernoPortuguês tem pressa em fazer parte doprimeiro grupo, a confirmar-se isso o nossoPaís fica na lista do primeiro escândaloprovocado pela utilização de transgénicosque será um escândalo de proporçõesinimagináveis neste momento. As vacasloucas, os frangos com nitrofuranos foramapenas uma pequena amostra, tudo istopoderá trazer gravíssimas consequênciaspara os produtos portugueses.

V. T. - O Ministro da Agricultura doGoverno anterior avançou com aproposta de regulamentação dacoexistência. O novo Ministro daAgricultura adoptou-a imediatamente.Quer comentar?

J. V. - Pode-se dizer que é a mudança nacontinuidade, é estranha esta coincidênciase um estava apressado o outro está compressa. Cabe perguntar em nome de quê ede quem, se Portugal não precisa detransgénicos? E é sabido que a“coexistência” não é possível.

Mesa Redonda sobre OGM’s(Organismos Geneticamente Modificados)

Mesa Redonda sobre OGM’s(Organismos Geneticamente Modificados)

Por José Miguel e Vanda Santos

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ENTREVISTA

Voz da Terra - Quaispoderão ser as consequências a curtoprazo para a agricultura e produtostradicionais?

Maria João - Aumento dos custos deprodução e consequentemente aumentodos preços dos bens alimentares junto dosconsumidores, tendo em conta o incrementode medidas de protecção e controlo que osagricultores convencionais e biológicosterão que passar a realizar no sentido deevitarem e verificarem as possíveiscontaminações. Para além do perigo decaminharmos a passos largos para umaagricultura dual, onde quem tem dinheirocompra produtos certificados e quem nãotem sujeita-se.

V. T. - Considera que a opinião pública eo sector agro-pecuário estão alertadospara esta questão?

M. J. - Quer a opinião pública quer osconsumidores não estão de forma algumainformados. Existindo mesmo muitadesinformação, por exemplo os tãopropagandeados 200 m de distância paraculturas OGM e culturas convencionais, quepoderá através do mesmo diploma doGoverno resumir-se a 24 linhas de milhoconvencional à volta de um campo de milhotransgénico.

V. T. - Considera que Portugal tem meiospara fiscalizar e fazer cumprir as regrasque venham a ser estabelecidas?

M. J. - É do conhecimento público a falta demeios técnicos, humanos e financeiros daadministração, agravada pelos sucessivoscortes orçamentais. Mas se duvidaspersistirem lembrem-se que ainda hoje

persistem os problemas com os casos devacas loucas, apesar do complexo sistemamontado de identificação de bovinos e queum sistema de controlo de OGM’s (se elepode-se existir) teria que ser infinitamentemais dispendioso e complexo.

V. T. - Moratória ou regulamento?Porquê?

M.J. - Obviamente a moratória. A legislaçãosobre a coexistência não vai resolver umconjunto de problemas: o urgente debatepúblico, zonas livres de OGM’s, estudossobre os impactos dos OGM na agricultura,saúde e ambiente, avaliação da estruturafundiária do nosso país, formação dosagricultores (para livremente poderemoptar), existência de seguros para osOGM’s, falta de meios técnicos efinanceiros por parte da administração,investigação científica pública eindependente, existência de uma rede desementes convencionais e biológicas …

Voz da Terra - Comoanalisa a actual situação em Portugal?

Margarida Silva - Penso que Portugal estánuma encruzilhada. Se, por um lado, existeum discurso oficial de apoio à produçãoespecializada para nichos de mercado deelevado valor acrescentado, por outroestamos perante uma prática pública queabre a porta à massificação de qualidadeinferior - é o caso do arranque do cultivo demilho transgénico agora em 2005. Éimportante que o público em geral e osagricultores em particular se envolvam nadiscussão e influenciem a decisão sobre ofuturo da nossa agricultura. Se é quequeremos que a agricultura tenha futuro.

Maria João, ARP(Aliança para a Defesa doMundo Rural Português)

Margarida Silva, PlataformaTransgénicos Fora doPrato.

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ENTREVISTA

V. T. - Como pensa que se poderá evitaro iminente cultivo de OGM em Portugal?

M. S. - O cultivo já começou e, nessesentido, não se pode evitar. Mas, nestemomento em que falamos, e graças a umaprovidência cautelar interposta por umaplataforma de organizações de defesa doambiente, da agricultura e do consumidor,abrangendo desde a Quercus à CNA, aautorização de cultivo de transgénicos estálegalmente suspensa até à decisão final dotribunal. O argumento principal destacontestação prende-se com o facto de quenão é admissível que haja cultivo detransgénicos sem que estejam em vigor asregras necessárias a impedir acontaminação da restante agricultura. Quemcomeçou isto tudo foi a Comissão Europeiaque, em Setembro de 2004, autorizou ocultivo de 17 variedades de milhotransgénico em toda a União Europeia. Maso governo, e de acordo com o maiselementar bom senso, deveria ter impostouma moratória ao cultivo de transgénicos,tal como a Áustria e a Hungria fizeram,enquanto o país não estivesse preparado.Mas optaram por deixar andar enquantopreparavam um decreto-lei que, para alémde profundamente insuficiente, aindacontinua por aprovar.

V. T. - Quais as principais razões paradeixarmos os transgénicos fora doprato?

M. S. - Há demasiadas para referir aqui,mas menciono três questões fundamentais:

- Nunca a Natureza permitiu que semisturassem espécies tão diferentes comoas bactérias, as plantas e os animais. Aengenharia genética quebra essa barreirae produz um cocktail biológico deconsequências imprevisíveis, quer para asaúde, quer para o ambiente. E, como nãohá estudos independentes antes destasplantas serem comercializadas, issosignifica que os efeitos negativos vão ser

descobertos... nas pessoas que oscomerem. A nossa sociedade mereciamelhor do que ser transformada em cobaiada indústria global.

- Ao contrário das variedadesconvencionais, todas as sementestransgénicas são patenteadas. Ou seja, oagricultor perde o direito a guardarsementes, a cruzá-las, a seleccioná-las.Muitos agricultores americanos sentiram jáo custo deste admirável mundo novo quegigantes como a Monsanto nos reservam.Até agora só esta empresa já levou a tribunal90 casos, que envolvem 147 agricultores e39 pequenas empresas em 25 estadosamericanos, sempre sob a acusação deterem guardado sementes transgénicaspatenteadas. A Monsanto dedica umorçamento anual de 10 milhões de dólarese uma equipa de 75 pessoas à investigaçãoe extorsão legal de produtores. É umnegócio rentável: só num caso a Monsantoganhou uma indemnização de três milhõesde dólares.

- Segundo a própria Directiva europeia, “Osefeitos da libertações de transgénicos noambiente podem ser irreversíveis”. Apoluição biotecnológica, ao contrário dapoluição química, reproduz-se e, uma vezem campo aberto, é incontrolável. Não hámaneira de voltar atrás. As gerações futurasnão vão ter opção. Para quê arriscar?

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ENTREVISTA

Dia 1

Reunião na DGPC sobre as sementes doArroz.Pela CNA, participaram Roberto Mileu,Avelino Antunes e Isménio Oliveira.

Dia 1

Reunião no GPPAA, Gabinete dePlaneamento e Política Agro-Alimentar,sobre o RPU, Regime de PagamentoÚnico.Roberto Mileu, Lucinda Pinto, João Filipee Ana Telma representaram a CNA.

Dia 4

Reunião do Executivo da DirecçãoNacional da CNA.

Dia 5

Audição sobre OGM’s, OrganismosGeneticamente Modificados, promovidapelo Conselho Nacional do Ambiente e doDesenvolvimento Sustentável – CNADS.A representar a CNA esteve o Auditor eMembro do CNADS, João Dinis.

Dia 11

Reunião do Secretariado do Executivo daDirecção Nacional da CNA, na sede daConfederação, em Coimbra.

Dia 12

Reunião com uma delegação do COI(Comité Oleícola Internacional), no GPPAA.Roberto Mileu representou a CNA.

Dia 14

Comemoração do 15º Aniversário daAGROGES, em Cascais.A representar a CNA participou RobertoMileu.

Dia 15

Reunião da Comissão da Seca 2005.Pela CNA, estiveram Roberto Mileu eAmândio Freitas

Dia 17

Assembleia-geral da CNA, na sua sede,em Coimbra.

Dia 19

Reunião na Sede da CNA, com MargaridaSilva, da Plataforma Transgénicos Fora doPrato, para tratar das questões: ACoexistência e acção simbólica deprotesto público em Lisboa.Pela CNA, João Dinis, Vanda Santos, JoãoVieira, José Miguel e Maria JoãoPacheco.

Dia 20

João Vieira e José Alfredo representarama CNA numa iniciativa pública de protestocontra os OGM’s, Organismos Geneti-camente Modificados, convocada pelaPlataforma Transgénicos Fora do Prato, emLisboa, frente à Gulbenkian.

Dia 21

Comissão Consultiva e SectorialExtraordinária no Gabinete dePlaneamento e Política Agro-Alimentar –GPPAA, sobre a importação de cereais deintervenção para as rações.Roberto Mileu, Amândio Freitas, JoãoFilipe, Lucinda Pinto e Inês Amarorepresentaram a CNA.

NACIONAIS

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ACTIVIDADES DA CNA E ASSOCIADAS - ABRILA

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Dias 28 e 29

A CNA realizou uma acção sobre “GestãoFinanceira da Formação”. O objectivo foio de dar a conhecer aos técnicos dasAssociações que integram o PIF da CNAo novo SIIFSE, Sistema Integrado deInformação do Fundo Social Europeu.

Dia 28

Participação na 1ª Comissão Consultivado PERAGRI (Plano Estratégico deGestão dos Resíduos Agrícolas), noInstituto dos Resíduos em Lisboa, com acolaboração da Universidade do Minho edo Instituto Superior de Agronomia.Pela CNA, o representante nestaComissão, José Miguel Pacheco.

Dia 29

Reunião da CNA, CONFAGRI e AJAPcom o Gestor do AGRO e respectivaDivisão de Formação do Ministério daAgricultura, sobre o funcionamento daFormação Profissional e nomeadamentesobre o SIIFSE.

A representar a CNA estiveram AlfredoCampos e Paula Antunes.

Dia 29

As Associadas da CNA: ADADB, ADEFM,APL, ARAAM, ACEB, APA, MARP e aFLONOR (Associação Florestal do Norte),entregaram uma Carta Aberta ao Primeiro-Ministro aquando da realização de umaReunião do Conselho de Ministros naRegião do Minho. No documento focaramo facto do Primeiro-Ministro não terrecebido em audiência as OrganizaçõesAgrícolas filiadas na CNA.

Dia 30

Na inauguração da OVIBEJA, aPresidência da República e a ComissãoOrganizadora da OVIBEJA convidaram aCNA para um almoço e posterior Debatecom Presidente da República.Roberto Mileu, Mário Eugénio e ManuelRibeiro representaram a CNA.

Dias 30 de Abril a 8 de Maio

Participação da CNA com um Pavilhão, naOVIBEJA.

Dia 30

Uma Delegação dos Rendeiros daHerdade dos Machados entregou aoPresidente da República, uma exposiçãosobre a seca e a actual situação, bemcomo solicitaram uma audiência aoMinistro da Agricultura.

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Cupão de AssinaturaVoz da Terra e Boletim Informativo

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Assinatura anual de 2005: 15 Euros (6 revistas e 6 Boletins)

Independentemente da altura do ano em que se tornar assinante das publicações da CNA, recebe as revistas eboletins que saíram desde o início do ano de 2005.

Nº. de Contribuinte

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OBSERVATÓRIO LEGISLATIVO - ABRIL

Quotas Leiteiras – O Despacho Normativon.º 21/2005 determina as quantidades máximasda cedência da quantidade de referênciaindividual a realizar ao abrigo do Decreto-Lein.º 240/2002, de 5 de Novembro, durante ascampanhas leiteiras até 2007. DR n.º 66, SérieI-B, de 05 de Abril de 2005.

Retirada de Terras da Produção – O DespachoNormativo n.º 22/2005 estabelece as condiçõesespecíficas de utilização das parcelas relativasà retirada de terras da produção. DR n.º 66, SérieI-B, de 05 de Abril de 2005.

Protecção / Produção Integrada – ADeclaração de Rectificação n.º 27/2005 rectificaa Portaria n.º 131/2005, do Ministério daAgricultura, Pescas e Florestas, que aprova oRegulamento de Controlo e Certificação dosProdutos Agrícolas e dos Géneros AlimentíciosDerivados de Produtos Agrícolas Obtidos atravésda Prática da Protecção Integrada e da Produ-ção Integrada, publicada no Diário da República,1.ª série, n.º 23, de 2 de Fevereiro de 2005. DRn.º 68, Série I-B, de 07 de Abril de 2005.

SIPAC – A Portaria n.º 395/2005 altera oRegulamento do Sistema Integrado deProtecção contra as Aleatoriedades

Climáticas (SIPAC), aprovado pela Portaria n.º907/2004, de 26 de Julho. DR n.º 68, Série I-B,de 07 de Abril de 2005.

Pagamentos Complementares – ODespacho Normativo n.º 23/2005 estabeleceas normas de aplicação dos pagamentoscomplementares aos produtores de certostipos específicos de agricultura e produção dequalidade previstos pelo artigo 69.º doRegulamento (CE) n.º 1782/2003, doConselho, de 29 de Setembro. DR n.º 68, SérieI-B, de 07 de Abril de 2005.

Quotas Leiteiras – A Portaria n.º 425/2005altera a Portaria n.º 1250/2003, de 31 de Outubro,que define as regras relativas à constituição eatribuição da reserva nacional de quotas leiteiras,nos termos e para os efeitos do disposto noDecreto-Lei n.º 240/2002, de 5 de Novembro. DRn.º 74, Série I-B, 15 de Abril de 2005.

Direitos - Ovinos e Caprinos – O DespachoNormativo n.º 25/2005 estabelece as normasde atribuição, a partir da reserva nacional, dedireitos ao prémio à ovelha e à cabra bemcomo as normas de utilização dos direitosindividuais ao referido prémio. DR n.º 75, SérieI-B, de 18 de Abril de 2005.

Sector do Açúcar – O Regulamento (CE)n.º 516/2005 da Comissão, de 31 de Março de2005, fixa os montantes unitários dosadiantamentos sobre as quotizações àprodução no sector do açúcar para a campanhade comercialização de 2004/2005. JornalOficial nº L 083, de 01 de Abril de 2005.

Produtos Transformados – O Regulamento(CE) n.º 550/2005 da Comissão, de 7 de Abrilde 2005, altera o Regulamento (CE) n. ° 416/2004 que estabelece medidas transitórias deaplicação do Regulamento (CE) n.° 2201/96 doConselho e do Regulamento (CE) n.° 1535/2003, no que respeita ao regime de ajuda nosector dos produtos transformados à base defrutas e produtos hortícolas. Jornal Oficial nº L093, de 12 de Abril de 2005.

RPU – O Regulamento (CE) n.º 606/2005 da

Comissão, de 19 de Abril de 2005, altera oRegulamento (CE) n.º 795/2004 queestabelece as normas de execução do regimede pagamento único previsto no Regulamento(CE) n.º 1782/2003 do Conselho queestabelece regras comuns para os regimes deapoio directo no âmbito da política agrícolacomum e institui determinados regimes deapoio aos agricultores. Jornal Oficial nº L 100,de 20 de Abril de 2005.

OGM’s – 2005/317/CE: Decisão daComissão, de 18 de Abril de 2005, relativa amedidas de emergência respeitantes àpresença do organismo geneticamentemodificado não autorizado «Bt10» emprodutos à base de milho [notificada com onúmero C (2005) 1257] (Texto relevante paraefeitos do EEE) Jornal Oficial nº L 101, de 21de Abril de 2005.

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