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N75 JULHO 2019 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA DIRETOR ELISEU SAMPAIO Novais de Carvalho "Criei uma ligação muito forte aos meus utentes" FEIRA AFONSINA VÍTOR RODRIGUES EM ENTREVISTA LIGA DAS NAÇÕES Cidade-berço regressou aos tempos medievais Ultramaratonista vai marcar presença na Badwater Guimarães vista como "cidade anfitriã fantástica"

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N75 JULHO 2019DISTRIBUIÇÃO GRATUITADIRETOR ELISEU SAMPAIO

Novais de Carvalho

"Criei uma ligação muito forte aos meus utentes"

FEIRA AFONSINAVÍTOR RODRIGUES EM ENTREVISTALIGA DAS NAÇÕESCidade-berço

regressou aos tempos medievaisUltramaratonista vai

marcar presença na BadwaterGuimarães vista como "cidade

anfitriã fantástica"

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MAIS GUIMARÃES N75 JULHO 2019

N75 | JULHO 2019

TODOS OS MESESA MAIS GUIMARÃES LEVA ATÉ SI

O QUE DE MAIS IMPORTANTE ACONTECE NA CIDADE BERÇO

E NO CONCELHO!

COM SINAL MAISNESTA EDIÇÃO

ENTREVISTA AOULTRAMARATONISTAVÍTOR RODRIGUES

24 DE JUNHO CELEBROUCULTURA E PATRIMÓNIO

CIDADE-BERÇOREGRESSOU AOS TEMPOS MEDIEVAIS

PONTE CELEBROU24 ANOS DE ELEVAÇÃO A VILA

LIGA DAS NAÇÕES"UMA CIDADE ANFITRIÃFANTÁSTICA"

CIDADE-BERÇO VOLTA A ACOLHER O JAZZNA ESTAÇÃO MAIS QUENTE DO ANO

HISTÓRICO: CR CANDOSOCAMPEÃO NACIONAL

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MAIS GUIMARÃES N75 JULHO 2019

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MAIS GUIMARÃES N75 JULHO 2019

FICHA TÉCNICA COMO PUBLICITAR

Mais Guimarães A Revista da Cidade BerçoPublicação Periódica Regional, MensalTiragem5.000 ExemplaresProprietárioEliseu Sampaio Publicidade, Unipessoal Lda.NIPC 509 699 138Sede Rua de S. Pedro, Nº. 127 - Serzedelo4765-525 GuimarãesTelefone 917 953 912Email [email protected] e EditorEliseu de Jesus Neto SampaioRegistado na Entidade Reguladora Paraa Comunicação Social, sob o nº. 126 352ISSN 2182/9276 Depósito Legal nº. 358 810/13

Design Gráfico e PaginaçãoMais Guimarães

Impressão e AcabamentoGráfica Nascente, Artes Gráficas Lda.Travessa Comendador Aberto M. SousaLote 15, Zona Industrial - Vila Nova de Sande4805-668 Guimarães

Fotografia da CapaJoão Bastos

Contacte-nos e conheça asnossas campanhas de publicidade.

Telefone 253 537 250 Telemóvel 917 953 912Email [email protected]

www.maisguimaraes.pt

Av. S. Gonçalo 319, 1º Piso, Salas C e D4810-525 Guimarães

Egocentrismo, cujo termo deriva da junção de egôn e kêntron, significa um "eu no centro", e consiste numa exaltação excessiva da própria personalidade.

Uma pessoa egocêntrica e por consequência, uma sociedade egocêntrica, não consegue colocar-se no lugar de outra, porque está constantemente ocupada com os seus "eus" e com os seus próprios interesses. O egocentrismo é, naturalmente, sinónimo de egoísmo, porque os indivíduos e as sociedades centram-se só em si ou, pelo menos, pensam em si sempre em primeiro lugar.

Ter confiança nas nossas capacidades,

qualidades e pontos fortes é muito saudável e positivo. O principal problema está em reconhecermos também as nossas falhas.

Vem isto a propósito da necessidade de sermos mais objetivos quanto ao que pretendemos que seja a sociedade em que nos inserimos: Queremos uma sociedade que se coloca em “bicos de pés” pela mínima conquista ou que se exalta só quando as vitórias são realmente significativas? Que consegue identificar claramente os seus pontos fortes e fracos, evidenciando uns e ocultando outros? Ou queremos, por outro lado, uma sociedade que procure constantemente ser melhor, mais inclusiva e tolerante, e não encontre

no seu Egocentrismo o refúgio ilusório para o “salto em frente” e a fuga à sua verdade?

Como membros desta sociedade que gostaríamos de construir, não nos podemos alhear do problema que surge da excessiva individualização e do culto do “Eu” em detrimento do “Nós”. Circunstância que resultará, inevitavelmente, em maior solidão.

O amor constrói. Gostarmos de alguém, mesmo quando estamos parados durante o tempo de dormir, é como fazer prédios ou cozinhar para mesas de mil lugares.

Valter Hugo Mâe, em “O Paraíso são os Outros”

Mais Guimarães – A Revista é um órgão de comunicação independente e plural ao serviço de Guimarães e de todos os Vimaranenses.

Estas são as linhas que a definem:

01 A Revista “Mais Guimarães” é um órgão de comunicação regional, gratuito, generalista, independente e pluralista, que privilegia as questões ligadas ao concelho de Guimarães.

02 A Revista “Mais Guimarães”, é uma publicação independente, sem qualquer dependência de natureza política, económica ou ideológica.

03 A Revista “Mais Guimarães” é um órgão de informação que recusa o sensacionalismo

e é orientado por critérios de rigor, isenção e honestidade no tratamento das notícias.

04 A Revista “Mais Guimarães” compromete-se a respeitar os direitos e deveres previstos na Constituição da República Portuguesa, na Lei de Imprensa e no Código Deontológico dos Jornalistas.

05 A Revista “Mais Guimarães” aposta numa informação diversificada de âmbito local, abrangendo os mais variados campos de atividade e pretende corresponder às motivações e interesses de um público plural que se quer o mais envolvido possível no projeto editorial.

06 A Revista “Mais Guimarães” distingue claramente as notícias – que deverão ser objetivas,

circunscrevendo-se à narração, à relacionação e à análise dos factos para cujo apuramento devem ser ouvidas as diversas partes – e as opiniões, ou crónicas, que deverão ser assinadas por quem as defende, claramente identificáveis.

07 A Revista “Mais Guimarães” compromete-se a respeitar a privacidade dos cidadãos, recusando a divulgação de factos da vida pessoal e familiar.

08 A Revista “Mais Guimarães” considera a sua atividade como um serviço de interesse público, com respeito total pelos seus leitores, em prol do desenvolvimento da identidade e da cultura local e regional, da promoção do progresso económico, social e cultural.

O EGOCENCTRISMO COMO ANÚNCIODA DECADÊNCIA DA IDEIA DE SOCIEDADE(QUE CONHECEMOS)

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Rua Rómulo de Carvalho 283, Azurém - Guimarães (a 50m da Universidade) • 253 077 593 • facebook.com/AlcateasinceSet2016

NOVO ESPAÇOA Alcatea, seguindo a filosofia de cons-tante desenvolvimento, tem um novo espaço, com o mesmo requinte, mas com muitas novidades, a pensar nos seus clientes.

Situado junto ao polo de Azurém da Uni-versidade do Minho, próximo do centro de Guimarães, o novo espaço do A Alca-tea apresenta inúmeras surpresas.

Não perca a oportunidade de conhecer o novo menu, elaborado a pensar em si. Um menu requintado, variado, com várias novidades que só o A Alcatea con-segue proporcionar.

O convite está feito e as portas abertas, prontas a recebê -lo.

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O MONTE LATITO FOI O PALCO DESTA EDIÇÃO DE 2019, QUE DECORREU SOB O MOTE DE "EGAS MONIZ - O AIO". A FEIRA AFONSINA REALIZOU ENTRE OS DIAS 21 E 24 DE JUNHO,TRAZENDO MILHARES DE VISITANTES À CIDADE-BERÇO.

CIDADE-BERÇOREGRESSOU AOS TEMPOS MEDIEVAIS

FEIRA AFONSINA

TEXTO: LUÍSA NOGUEIRA • FOTOGRAFIAS: JOÃO BASTOS

A Feira Afonsina voltou a tomar conta da cidade-berço. Este ano, na nona edi-ção do certame, o regresso aos tempos medievais teve o Monte Latito como palco central.

Ao longo de quatro dias, entre 21 e 24 de junho, Guimarães recebeu a Feira Afonsina. Desta vez, o epicentro foi no Monte Latito, localizado entre a estátua D. Afonso Henriques e o Campo de S. Mamede.

O tema definido para a edição deste ano

foi “Egas Moniz – o Aio”, e na programa-ção o destaque foi para o espetáculo “A Lenda de Egas Moniz”, exibido nos dias 21, 22. Houve ainda várias atividades como o mercado, assalto ao burgo, jardim dos infantes, campo militar, hortas e zona de iguarias, na zona envolvente do Castelo.

Adelina Pinto, vereadora da Cultura, numa primeira avaliação sua, sublinhou que este será "o caminho a seguir" da Feira Afonsina, considerando o Monte Latito o local ideal para a realização do evento.

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“GUIMARÃES, O VERÃO É JAZZ” ESTÁ DE REGRESSO À CIDADE-BERÇO. O FESTIVAL,ORGANIZADO PELA ASSOCIAÇÃO CONVÍVIO, IRÁ DECORRER DE 02 A 06 DE JULHO.

CIDADE-BERÇO VOLTA A ACOLHER O JAZZNA ESTAÇÃO MAIS QUENTE DO ANO

MÚSICA

FOTOGRAFIAS: DIREITOS RESERVADOS

Uma vez mais, no início do mês de de julho, a Associação Convívio e a Escola de Jazz do Convívio trazem o jazz para o espaço público de Guimarães com o festival “Guimarães, O Verão é Jazz”, que decorre entre os dias 02 e 06 de julho.

O festival arranca com um concerto na forma de piano solo a cargo de Paulo Barros no Paço dos Duques de Bragança, no dia 02, continua com o Trio do consagrado guitarrista holan-dês Richard Okkerse, no dia 03, nas Arcadas da Oliveira e no dia 04, com a apresentação, no Terraço do Cineclube, de uma das jovens formações do jazz português, o Quarteto MA, com uma sonoridade singular.

“Thank You. Mr. Benny Golson”, uma homenagem ao grande músico e peda-gogo, será assegurada por um quinteto recheado de valores consagrados do jazz nacional, e ocorrerá também nas Arcadas da Oliveira, a 05.

Quanto ao concerto de encerramento, o grande destaque deste festival, a realizar no sábado, dia 06, a partir das 22h00, no Largo da Misericórdia, incluí-do na programação da Noite Branca. Trata-se da experiência a cargo do decateto, North Camels Jazz Ensemble, que apresenta o concerto Variações em Funky, uma música fortemente ritmada e dançável, que passará por temas funky e arranjos neste concei-to de músicas de António Variações, nos 35 anos do seu falecimento, tudo num ambiente que se espera de total

descontração e fruição desta música bem alegre.

Como não podia deixar de ser, a Escola de Jazz do Convívio, apresenta um dos seus combos, no dia 06, às 18h00, na sede da Associação.

Para César Machado, presidente da Direção do Convívio, “numa cidade com grandes tradições e importância na-cional na área do jazz, como é Guima-rães, é obrigação deste festival tentar alcançar públicos que dificilmente comprariam um bilhete para assistir a um concerto de jazz num auditório, pelo que, em concertos gratuitos e rea-lizados em espaço público devem ser apresentadas opções com qualidade mas que garantam essa aproximação a esta música por parte de todos”.

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O PARQUE DE LAZER DA ÍNSUA FOI O PALCO DAS COMEMORAÇÕES DO ANIVERSÁRIO DA ELEVAÇÃO DE PONTE A VILA. JÚLIO MENDES RECEBEU O TÍTULO DE "EMBAIXADOR NOBRE".

PONTE CELEBROU24 ANOS DE ELEVAÇÃO A VILA

ANIVERSÁRIO

TEXTO E FOTOGRAFIAS: LUÍSA NOGUEIRA

Na noite de sexta-feira, dia 21 de junho, Ponte comemorou o 24.º aniversário de elevação a vila, no Parque de Lazer da Ínsua.

Para a sessão solene, a Junta de Fregue-sia condecorou personalidades/entida-des, bem como com a atribuição do título de “Embaixador Nobre da vila de Ponte” a Júlio Mendes. Este título, atribuído pela Loja Social de Ponte, tem como finalidade reconhecer personalidades pelo trabalho efetuado em áreas socialmente relevan-tes da vila de Ponte que promovem o bem comum.

O Clube Operário de Campelos e o Clube Desportivo de Ponte receberam a Conde-coração por Serviços Distintos da Fregue-sia de Ponte, no grau de Ouro.

Já a Condecoração de Mérito da Freguesia de Ponte, no grau de ouro, foi entregue a Cândido Barbosa (Ex- Ciclista / “Padrinho”

"NOS ÚLTIMOS CINCO ANOS A NOSSA VIDA DEU AQUELE PULO QUE PRECISAVA"Sérgio Castro Rocha, presidente da Junta de Freguesia de Ponte

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CÂNDIDO BARBOSACondecoração Mérito da Freguesia de Ponte

SPORTSUMACondecoração Mérito da Freguesia de Ponte

CLUBE OPERÁRIO DE CAMPELOSCondecoração por Serviços Distintos da

Freguesia de Ponte

CLUBEDESPORTIVO DE PONTECondecoração por Serviços Distintos da

Freguesia de Ponte

JÚLIO MENDESEmbaixador Nobre da Vila de Ponte

da Confraternização de Ponte a S. Torca-to em Bicicleta), e à empresa Sportsuma Lda. (vencedora do prémio nacional PME Excelência 2018).

Domingos Bragança, presidente da Câ-mara de Guimarães, durante a sua in-tervenção, apontou que “os clubes, as empresas, as instituições têm à frente homens e mulheres de referência”.

“É bom termos essas referências que enobrecem a nossa vida coletiva. Mais que a referência é que as suas vidas são inspiradoras para a comunidade”, apon-tou o autarca vimaranense.

Por seu turno, Sérgio Castro Rocha, pre-sidente da Junta de Freguesia de Pon-te, mencionou que, neste aniversário, todos aqueles que contribuíram para a

vila de Ponte deveriam ser reconheci-dos. “Num dia como hoje, devemos re-conhecer todas as pessoas que ao longo dos últimos séculos contribuíram para a vila que temos hoje. Nos últimos cinco anos, fruto do nosso grande presidente, a nossa vila deu aquele pulo que preci-sava”, apontou, acrescentando que os cidadãos de Ponte não irão esquecer Domingos Bragança.

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GUIMARÃES ARTE E CULTURAJULHO 2019

AGENDA

WORKSHOP EMPATIA NA GESTÃO DE CONFLITOS02 A 04 DE JULHOMuralha

A empatia ajuda-nos a desenvolver o autocontrole e a evitar conflitos desnecessários. A origem das discussões é sempre a falta de empatia. Queremos defender o nosso ponto de vista sem fazermos um esforço para compreender a visão do outro.

CÍCERO - A SOLO05 DE JULHOBanhos Velhos

Carioca de gema, Cícero é um cidadão entregue aos afetos. Com uma sensibilidade ímpar na composição musical, o músico brasileiro tem em "Cícero & Albatroz" o seu último capítulo a nível discográfico. A presença em Portugal tem sido regular.

NOITE BRANCA06 DE JULHOGuimarães

Guimarães volta a transformar-se num enorme palco branco com música para todos os gostos e muita animação. A Noite Branca é, sem dúvida, uma das festas mais acarinhadas pelos vimaranenses que, nesta data, saem à rua e enchem a cidade com uma alegria contagiante.

ZANA RUI | CONCERTO EXPERIMENTAL AO PIANO12 DE JULHOAkasha

Experimentalista, imersivo, denso e subtil, música que procura música, Zana Rui encontra no piano a matéria prima de eleição para criar, sem limitar a esse instrumento, que considera perfeito para os dez dedos das duas mãos, o terreno para explorar a composição.

XVI ENCONTRONACIONAL DA APEI06 E 07 DE JULHOCCVF

A Educação Artística na Educação de Infância é a temática que orienta a 16ª edição dos Encontros Nacionais da APEI, uma iniciativa cuja génese ocorreu em 1985, este ano a decorrer em Guimarães, nos dias 6 e 7 de julho.

LIGNO21 DE JULHOCCVF

Quando a natureza te conta uma história e a transformas numa canção de embalar, adormeces num sono solto onde o sonho tem lugar. Nesse sonho vês lá em cima algo que queres alcançar mas quando chegas ao topo ainda tens muito para caminhar.

GUIMARÃES, O VERÃO É JAZZ02 A 06 DE JULHOConvívio

O festival, organizado pela Associação Convívio, está de regresso. O Jazz é assim trazido para o espaço público, procurando aliar a qualidade à diversi-dade, com a intenção de captar públi-cos mais distantes.

ALINE FRAZÃO20 DE JULHOCIAJG

A solo, com as suas guitarras e kissanje, a cantora e compositora angolana Aline Frazão apresenta-se em Guimarães. Pisou o palco pela primeira vez com 9 anos e, desde essa altura, cantou vários estilos de música como Fado, MPB, Jazz e músicas tradicionais de Angola e Cabo Verde. Com 15 anos, começou a escrever as primeiras canções, tocando a guitarra com influências que vinham do Brasil, em especial da Bossa nova.

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É PRÓ MENINO E PRÁMENINA05 E 06 DE JULHOCCVF

As meninas gostam de cor-de-rosa, brincam com bonecas e dançam ballet? Os meninos gostam de azul, brincam com carrinhos e jogam futebol? Ou as meninas jogam futebol e os meninos brincam com bonecas?

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A já conceituada Ótica do Bairro, situa-da na Alameda de São Dâmaso, bem no coração de Guimarães, comemorou o primeiro aniversário, com muitos convidados, visitantes, música e boa disposição, ao longo de toda a tarde de 15 de junho. A festa deu a conhecer a coleção cáp-sula de óculos desenhada pelo Álvaro Siza Vieira e contou ainda com a expo-sição contemporânea "When Fashion meets Architecture!" da marca VAVA.

Alameda São Dâmaso 119, 4810-286 Guimarães

926 807 030

www.oticadobairro.pt

/opticadobairroconceptstore

De segunda a sexta: 10h00 - 19h30Sábado: 09h00 - 18h00Domingo: Encerrado

ÓTICA DO BAIRROCONCEPT STORE

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A compra de casa é um tema que preocupa muitas famílias portuguesas. Levanta algumas questões que exigem alguma reflexão. Os preços estão alinhados com o mercado, ou seguem outras trajetórias (recuperação / cres-cimento)? A cidade, a zona onde está a comprar, segue a mesma tendência? Comprar ou arrendar casa? Tem de responder a esta e a outras questões para tomar a melhor decisão.

Comprar ou arrendar casa?

Será que é rentável comprar uma casa? Deverá ponderar sobre os custos de cada uma das alternativas, o estado atual do preço das habitações, a fase da vida em que se encontra e nunca se esqueça de que a compra de casa é um compromisso para o longo prazo que deverá andar “de mãos dadas” com os compromissos do dia-a-dia.

E comprar para arrendar? Com a queda das taxas de juro, quem tem alguma capacidade de aforro, vê no arrenda-mento uma alternativa interessante, potenciando taxas de retorno supe-riores às conseguidas nos depósitos e afins.

Então, e se comprar com recurso ao crédito habitação? Na prática, nem to-dos os bancos são adequados a todo o tipo de clientes e é fundamental saber qual o banco mais adequado ao seu caso. No entanto, a forma como o seu processo é estruturado irá marcar toda a diferença. Dependendo de algumas especificidades, é pedida uma partici-pação de capitais próprios, em média, na ordem dos 20%, que poderá ser superior, nos casos em que o objetivo seja reduzir o esforço mensal.

Será que esta é a melhor altura? Os

ARTIGO DE OPINIÃO

DECIDIU COMPRAR CASA? AQUI VAI UMA SOLUÇÃOTEXTO: JOAQUIM SILVA • FOTOGRAFIA: DIREITOS RESERVADOS

bancos estão a baixar fortemente os spreads pelo que pode fazer sentido analisar esta possibilidade, seja para a compra de uma casa, ou mesmo para a transferência do crédito atual. Neste cenário, pode tão-somente, ajustar o spread, como tirar partido, de um novo valor a financiar, podendo, desta forma encaixar / reduzir, compromissos correntes.

Taxa Fixa ou Taxa Variável?

Se está decidido pela compra de casa com recurso ao crédito habitação, terá de decidir qual é a modalidade mais interessante? No caso taxa variável, a prestação reflete a realidade da economia. Assim, se a economia está dinâmica a prestação acompanha os aumentos salariais. Numa fase inversa, temos uma queda das taxas de modo a tornar mais comportável a prestação

mensal. Naturalmente que a procura por previsibilidade é algo que tem um custo. A opção taxa fixa é mais cara no curto prazo na expetativa que as taxas de juro possam subir de modo a compensar este “prémio”. A decisão depende de pessoa para pessoa e do “ conforto” da escolha efetuada.

Poupe sempre! Sabia que já não é obrigado a manter o seguro de vida no seu banco? Pode escolher o melhor seguro para si!

Enfim, um bom aconselhamento é fundamental.

Joaquim SilvaDirector da Decisões e Soluções Quintã, empresa especializada em aconselhamento financeiro e imo-biliárioSeguros na DS Quintã.

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MAIS GUIMARÃES N75 JULHO 2019

EM PLENA CIDADE-BERÇO, O POLO AQUÁTICO DO VITÓRIA CONQUISTOU O TÍTULO DE CAMPEÃO NACIONAL, ALGO INÉDITO NA HISTÓRIA DA MODALIDADE.

POLO AQUÁTICO FAZ HISTÓRIAE SAGRA-SE CAMPEÃO NACIONAL

CONQUISTADORES

FOTOGRAFIAS: DIREITOS RESERVADOS

O passado dia 15 de junho ficou na história do emblema vitoriano. O polo aquático do Vitória sagrou-se cam-peão nacional, ao bater o Clube Naval Povoense por 10-6, em plena cida-de-berço, nas Piscinas Municipais de Guimarães.

Depois da conquista, aplaudida por centenas de vitorianos nas bancadas das piscinas, os conquistadores foram recebidos e homenageados na Câmara Municipal.

Júlio Mendes, presidente do Vitória, afir-

mou que o Vitória é “mais do que uma cidade, é uma região” e lembrou que a sua direção tem que encontrar formas de ser eficiente: “há clubes com mais capacidade financeira, que conseguem comprar os melhores jogadores e ga-nhar mais títulos”. Por fim, o presidente demissionário exaltou a conquista: “este feito é de todos os atletas e é um feito que a todos nos orgulha”.

Por sua vez, Domingos Bragança, presi-dente da Câmara Municipal de Guima-rães, dirigiu-se aos atletas e aos treina-dores dizendo: “vocês todos merecem o

nosso reconhecimento. O Vitória é um clube eclético e isso é muito bom para Guimarães. Estamos aqui para felicitar a equipa pela conquista mas também para a desafiar, a conquistas ainda maiores, nacionais e internacionais”, concluiu.

O treinador da equipa vitoriana, João Santos, afirmou que, apesar de não ser vimaranense, cedo percebeu que o Vitória “não é só um clube”. “Sinto muito orgulho, do fundo do meu coração”. Já o capitão João Costa revelou o seu orgulho em erguer o troféu: “era o sonho de mui-ta gente e finalmente conseguimos”.

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Será uma boa ideia pedir um crédito pessoal com o propósito de viajar ou fazer férias?

Contrair um crédito para as férias nunca é boa opção. Se, ainda assim, não pode pagar a pronto, existem dicas que permitem planear umas férias mais baratas.

De facto, muitas famílias têm um orçamento limitado, o que dificulta as escolhas nas férias. O ideal é poupar o máximo para pagar as despesas a pronto ou socorrer-se de meios de pagamento sem juros. Se pondera re-correr ao crédito, considere as modali-dades de pagamento mais baratas.

No entanto, existem algumas estra-tégias que os consumidores poderão adotar para irem de férias sem pagar juros.

A verdade é que, sobretudo no verão, as agências de viagens multiplicam-se em ofertas de pacotes de férias. Se encontrou o que procurava e a agência não cobra juros pelo pagamento em

prestações, esta pode ser uma opção com menos preocupações, mas fique atento ao preço das viagens: “0% de juros” nem sempre é sinónimo de pacote mais barato. Antes de contratar, pergunte o preço em várias agências e faça contas.

Usar o cartão de crédito pode ser outra forma de fazer férias sem juros se liqui-dar a dívida nos 20 a 50 dias seguintes. Todavia, esta modalidade fica limitada ao valor do crédito disponibilizado pelo banco (plafond).

Caso pretenda um destino mais caro que, nem a agência nem o cartão permitam pagar sem custos acrescidos, e pondera a hipótese de recorrer ao financiamento, considere as modalida-des de pagamento com juros.

Já nas suas férias, saiba que os pa-gamentos com cartões de débito e crédito podem trazer dissabores aos consumidores. Relativamente a estes pagamentos saiba que, seja numa loja ou no restaurante, por exemplo, o con-sumidor nunca deve perder o cartão de

CRÉDITOPARA FÉRIAS

ESPAÇO DO CONSUMIDOR

FOTOGRAFIA: DIREITOS RESERVADOS

vista e certificar-se de que é passado num único equipamento, para não ser clonado e Exija sempre um comprovati-vo da compra.

Quanto ao Multibanco, certifique-se de que mais ninguém vê o PIN e que a má-quina não foi manipulada, (“alterada”) ou vandalizada.

Também em férias, deve continuar a ig-norar mensagens de correio eletrónico, supostamente do emissor do cartão, pedindo-lhe para aceder a um determi-nado link. Este tipo de técnica permite a terceiros aceder a dados confidenciais e levantar dinheiro da conta. Nunca divul-gue os dados do cartão ou de acesso a algum serviço online de gestão da conta do cartão.

Se por infelicidade perder o seu cartão ou este for roubado, o consumidor deve contactar e de imediato a entidade emissora, a Unicre, a SIBS, ou o próprio banco. Para facilitar a notificação, o consumidor deve ter sempre à mão o número do seu cartão e da conta asso-ciada, bem como o nome da entidade emissora.

Após o cancelamento do cartão, todos os movimentos eletrónicos são da responsabilidade do emissor. Exceções: se tiver existido negligência ou dolo na utilização. Não se esqueça ainda de avisar as autoridades e peça uma prova da participação.

Para esta e outras questões, poderá contactar-nos na Avenida Batalhão Ca-çadores 9 em Viana do Castelo, através de 258 821 083 ou para [email protected].

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MAIS GUIMARÃES N75 JULHO 2019

A sua casa deve ser um local onde você se sente confortável, relaxado, e bem com os amigos e família. Para que tal aconteça, não é necessário investir em materiais caros, muitas vezes fora do seu orçamento. Tudo que precisa é de coisas simples e escolhas certeiras, indo de encontro à sua personalidade.

Quando se trata de materiais e cores, há um casamento perfeito: branco e madei-ra. Esta combinação, na cor das paredes, no material do piso, nas mobílias e obje-tos decorativos, é o contraponto perfeito para qualquer tipo de decoração.

Perante tamanha versatilidade, apresen-tamos-lhe algumas propostas. Com o TUDENCONTA, você não perde pitada das novas tendências.

1. Estante 260cm X 171,5cm X 30-40cm (259€) 2. Mesa vidro 120cm X 80cm X 75cm (79€) 3. Cadeirão baloiço (175€) 4. Cadeirão capitoné clássico 115cm X 84cm X 75cm (299€) 5. Sofá 3 lugares capitoné clássico 211cm X 84cm X 75cm (499€) 6. Mesa de apoio 110cm X 55cm X 35cm (115€) 7. Aparador 160cm X 73cm X 44cm (Antes 195€; Agora 155€)

Av. D. João IV, n.º 1049, 4810-532 - Guimarães 253 423 690 /tudenconta /tudenconta www.tudenconta.pt

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MAIS GUIMARÃES N75 JULHO 2019

Sob a Lua num velho trapiche abando-nado as crianças dormem…

Recordo-me de ter pensado pela pri-meira vez: “Este é o meu livro preferi-do”.

Não é um pensamento que surja facil-mente. O mundo é demasiado vasto (e a literatura espelha essa mesma vastidão). Mas aconteceu. E veio com uma lágrima, ao virar a última página, há cerca de 12 anos atrás. Não sei se pelo tema, se pela envolvência criada pelo mestre das palavras (que é) Jorge Amado, ou até mesmo pela candura (tipicamente latina) da língua, a que muitos chamam de “português com açúcar”:

Sei, sim, que este livro de 1937, à data em que o li, me pareceu um retrato actualíssimo da nossa sociedade e que, hoje, (infelizmente) me parece um retrato ainda mais actual.

O que poderá forçar um grupo de crianças (meninos-homens) a crescer depressa demais? Porquê a ostraci-zação - auto-imposta ou medida de defesa? Porquê a nossa passividade generalizada? Qual, afinal, o nosso papel, em tudo isto?

Todas estas questões serão passíveis de surgir, após a leitura da obra.Estes capitães da areia nada mais são do que um grupo de crianças mar-ginais, porque marginalizadas, - por todos nós, – forçadas a construir a sua própria dimensão social, paralela à dos demais. A história acontece quando ambas as dimensões se cruzam – nas-ce, aliás, das incompatibilidades que se geram, entre elas.

Pedro Bala encabeça a matilha e é a personificação do contrapoder, do

OS LIVROS TÊM MUNDOS DENTRO

CAPITÃES DA AREIA,JORGE AMADOTEXTO: GABRIELA CUNHA • FOTOGRAFIA: DIREITOS RESERVADOS

Os livros também têm estações. Tão definidas, como aquelas que pautam o ano.

Alguns – os invernosos - obrigam--nos a vestir um casaco, outros – os primaveris - trazem consigo o suave aroma floral. Os veraniços - sabem a algodão doce e aquecem a alma. E, depois, há os outros – os outonais - que conseguem atingir a plena sinestesia: aquecem-nos, com o odor da lareira e o sabor das cas-tanhas, fazem cair as folhas alaran-jadas, das diferentes camadas que nos compõem (em jeito de convite à introspecção) e ainda nos incitam a vestir o tal casaco metafísico.

O meu imaginário padece desta dis-lexia sensorial, em que a esquerda é roxa, a direita é amarela, os dias da semana têm formas geométricas e os livros têm estações.

Convido-vos a acompanharem-me nesta viagem temporal (em torno das estações do ano), mas também espacial, porque os livros, esses, têm mundos dentro.

OS LIVROS TÊM MUNDOS DENTRO

anti-regime, num período da história brasileira em que o regime pouca mar-gem concede a liberdades, direitos e garantias. O povo anseia ser livre, com a mesma urgência que carece de pão para a boca. Talvez, por esse motivo, consigamos, facilmente, deixar-nos le-var, pelas hábeis mãos de Jorge Amado, e estabelecer um forte grau de empatia não só com o anti-herói (agora, herói), mas também com todos os elementos da sua trupe, que acabam por fazer o oposto de tudo aquilo que sempre nos ensinaram. Porquê? Simples. O factor comum a tudo o que não tem expli-cação: a poesia. Tudo neles é pureza, tudo neles é etéreo.

Em todos eles uma realidade comple-tamente antagónica à nossa. Em cada um deles, um pouco de nós e, ainda mais, daquilo que poderíamos ter sido, em contextos alternativos. Por outras palavras, em todos e cada um deles, o

Todos os dias 19h00 a atualidade vimaranense.

nosso “e se”.

Naturalmente, já não será o meu livro preferido, mas representará sempre um marco que assinala uma nova era: a da minha maioridade literária.

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MAIS GUIMARÃES N75 JULHO 2019

ENTRE 06 A 31 DE JULHO, A ARTISTA PLÁSTICA VIMARANENSE, PAULA TEIXEIRA, VAI EXPOR A SUA MAIS RECENTE OBRA, NO MUSEU DOM DIOGO DE SOUSA, EM BRAGA.

"É uma homenagem à minha mãe". Assim começou por dizer Paula Teixei-ra, artista plástica vimaranense, sobre a sua mais recente criação. "Pensando em Bichos", exposição de escultura com mais de 40 peças, estará exposta de 06 a 31 de julho, no Museu Dom Diogo de Sousa, Braga.

Embora seja uma homenagem a uma pessoa muito querida e que mergulha no tempo da infância, Paula Teixeira garante que não existe tristeza na sua obra, mas sim sentido de humor. "Tudo tem a ver com os bichos que eu tive, com os bichos que convivi. Tive muitos, porque tanto insistia com a minha mãe que ela acabava por ceder. É um mundo mais até ligado à minha mãe", explicou.Paula Teixeira está agora a explorar as artes plásticas, mas sempre esteve ligada à criação. "Comecei na escul-tura em barro muito cedo, talvez com os meus 13 anos e com 15 fiz a minha primeira exposição. Depois, até aos 20, fui fazendo algumas coisas, mas não muito, até porque fui para Direito. Depois, acabei por seguir Design de Moda", contou.

A vimaranense recordou a sua carreira no mundo da moda. "Fiz várias coisas cá em Guimarães. Tive marcas próprias, de têxteis lar e moda, tive lojas aqui na cidade, uma delas quase de alta cos-tura. A minha vida foi passada a criar, desde carteiras, roupa, sapatos. Mas chega-se a uma idade em que se se

"PENSANDO EM BICHOS"DE PAULA TEIXEIRA

EXPOSIÇÃO

TEXTO: LUÍSA NOGUEIRA • FOTOGRAFIAS: JOÃO BASTOS

quer fazer alguma coisa, esta é a altura certa", apontou acerca da aposta nas artes plásticas.

Para Paula Teixeira "sempre que um artista apresenta algo, seja de que área for, deve-se visitar". "A arte precisa do apoio das pessoas", sublinhou. "Mas acho que esta exposição vai ser muito interessante e, sobretudo, diferente. E

claro, terá sentido de humor", esclare-ceu.

A exposição, que estará no Museu Dom Diogo de Sousa quase durante um mês, terá ainda som ambiente alusivo ao tema dos "bichos" e, na inaugura-ção, Marzogata Markowska e Dominika Ana tocam violino e violoncelo, respe-tivamente.

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VÍTOR RODRIGUES VAI PARTICIPAR NA BADWATER, CONSIDERADA A PROVA MAIS DIFÍCIL DO MUNDO. DEPOIS DO SEGUNDO LUGAR NUMA ULTRAMARATONA NO BRASIL, CONSIDERA QUE TEM LEGITIMIDADE PARA PENSAR NUM BOM LUGAR, APESAR DE ADMITIR COMPETIR COM ADVERSÁRIOS DE TOPO.

Quando é que se iniciou na corrida?

Eu corro desde muito cedo. Numa fase inicial, no percurso escolar, sem regra, a corrida estava muito presente. Depois, entre os 16 e os 18 anos comecei com mais intensidade e, depois dos 18, quando ingressei no exército, o exercício físico passou a estar sempre presente. As ultramaratonas começaram em 2012/2013, com um grupo de amigos que me fez conhecer a existência de provas com distâncias acima das da maratona, dos 42 quilómetros. Depois fui fazendo provas, aumentou a curiosidade e com isso cresce também o interesse em fazer algo mais para desafiar os limites do corpo. Isto até chegar a distâncias de mais de 200 quilómetros.

Quando surge a primeira ultramaratona no estrangeiro?

A primeira foi este ano, logo no início, no Brasil. É uma prova de 220 quilómetros que fez 15 edições este ano e em que, até à data, apenas tinha participado um português, que acabou por não ser muito bem-sucedido, teve alguns problemas associados e acabou por não concluir a prova. Houve a possibilidade de eu ir, enviei o currículo e fui aceite. E concluí a prova em segundo lugar. Nunca tinha projetado a minha ida a um país de fora, mas cá dentro já tinha feito distâncias até superiores a esta, até 285 quilómetros.

Esse segundo lugar foi, de algum modo, uma surpresa, ou tinha consciência de que estava bem preparado?

Em todos os desportos há sempre fatores surpresa, até a sorte, coisas que não controlamos. Nesta modalidade acho que esse fator é ainda maior. Por mais que a gente prepare física e psicologicamente o corpo, são distâncias enormes em que, ao longo da prova, passamos por momentos diferentes. Vamos desde a euforia à tristeza profunda. Pelo que eu trabalhei e me empenhei e pelos resultados que já tinha obtido cá em Portugal, sim, tinha legitimidade para pensar num lugar cimeiro. Contudo, certamente

“É UMA DAS PROVASMAIS EMBLEMÁTICAS DO MUNDO"TEXTO: JOANA QUINTAS • FOTOGRAFIA: JOÃO BASTOS

"EM TODOS OS DESPORTOS HÁ SEMPRE FATORES SURPRESA"

houve atletas lá que tinham também essa legitimidade, mas as coisas vão acontecendo durante a prova. No fundo, tenho de admitir que correu bem, estava num bom dia.

Como é que se prepara uma prova desta dimensão?

São muitos anos de treino e de simulação de prova. Durante a preparação para a prova temos de fazer experiências, como correr à noite. Correr à noite não faz sentido se estivermos a falar da preparação para uma meia maratona, mas devemos treinar de acordo com o horário em que vai ser a prova. Se na ultramaratona vamos ultrapassar vários momentos do dia, convém que no treino habituemos ao corpo a isso. Eu tenho treinos em que faço 30 ou 40 quilómetros e nos quais está estipulado correr durante cinco quilómetros e depois andar a passo durante um ou dois minutos. Tudo isto para simular o que vai acontecer. Depois tem de haver uma gestão muito boa do atleta, tanto a nível emocional como físico: por mais que eu esteja com boa disponibilidade física no início, eu sei que a prova vai durar muitas horas e tenho de gerir muito bem o esforço. Apesar de estar muito bem no momento, dali a três horas posso estar a passar um mau bocado e tenho de ter energia suficiente de reserva para aguentar nesses momentos. Aí entra a parte da superação. Acho que todos nós, numa fase do percurso, pensamos em abandonar a prova.

Há algum momento em que parem?

Existem provas de distância inferior em

que não se para, mas nesta distância o atleta tem obrigatoriamente de parar, seja pelas necessidade fisiológicas, seja para comer alguma coisa. Agora, essas paragens têm de ser muito rápidos. Eu para trocar de meios, já vou antes a fazer o exercício mental, o tempo está sempre a contar e quanto mais tempo parar mais tempo perco para os adversários. Os lugares cimeiros não podem dormir porque, se dormirem, perde muito tempo. Quem vai para concluir a prova já pode gerir de outra forma e pode dormir trinta, quarenta minutos. É neste momento que vemos que o nosso corpo é fantástico e consegue adaptar-se, reage de uma forma espetacular.

Que expetativas tem para a Badwater, conhecida como a prova mais difícil do mundo?

É muito difícil falar em expetativas, mas sei que tenho legitimidade para pensar em algo bonito, num bom lugar. Mas tenho consciência de que tenho adversários de topo mundial, em que alguns são profissionais, fazem da corrida profissão. Eu sou amador, tudo o

"É MUITO DIFÍCIL FALAR EM EXPETATIVAS, MAS SEI QUE TENHO LEGITIMIDADE PARA PENSAR EM ALGO BONITO"

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MAIS GUIMARÃES N75 JULHO 2019

que faço é para além do meu horário de trabalho. Logo aí é uma luta desigual. O objetivo principal é concluir a prova.Como se chega a esta prova?

É uma prova muito restrita, estamos a falar de milhares de candidaturas em que a organização tem de olhar para o currículo do atleta, ver as suas provas e os seus tempos, e depois faz uma triagem muito restrita. São 100 atletas a nível mundial. Eu sou o quarto português a ir. O Carlos Sá já conseguiu ganhar, e depois tivemos lá a Carla André, que foi a primeira mulher, e outro atleta de Paredes. É muito residual a nossa presença lá. É uma das provas mais emblemáticas do mundo.

Tudo isto fica caro. Como é que está essa questão? Teve apoios?

Felizmente já consegui angariar o valor mínimo pretendido para conseguir suportar as despesas. É uma prova que obriga a levar uma equipa de apoio, mais três elementos para além de mim, e logo em viagens e estadia é muito dinheiro, isso mais o aluguer de viaturas e de material para levar durante a prova. Há sempre muito gastos, sobretudo para nós, que viajamos do outro lado do mundo. Houve um crowdfunding a decorrer no Facebook, que já encerrou e em que tive uma ajuda fantástica. Depois, consegui apoios de pequenas e médias empresas, tive apoio do Vitória e tive um apoio fundamental, do meu principal patrocinador, a Universalis, que teve um papel fundamental. No mínimo dos mínimos, esta é uma prova em que eram precisos oito mil euros.

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UM ESPAÇO DE ELEIÇÃO NUMA DAS VILAS MAIS EMBLEMÁTICAS DE GUIMARÃES, S. TORCATO. APROVEITE PARA DESCONTRAIR EM HARMONIA COM A NATUREZA E O PATRIMÓNIO CULTURAL.

VALE S. TORCATO HOUSES & WINE BAR2.º ANIVERSÁRIO

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Há um lugar onde a paisagem esti-mula os sentidos e reconforta a alma, oferecendo o amparo necessário para recuperar energias e encontrar inspiração regeneradora. A poucos quilómetros do centro de Guimarães, na acolhedora vila de S. Torcato, o Vale de S. Torcato Houses & Wine Bar oferece alojamento requintado, em harmonia com a natureza e o patrimó-nio cultural, para que possa descon-trair ao máximo.

Ao fim de dois anos, a simbiose entre a madeira, a ruralidade, a vegetação diversificada do exuberante jardim, a sustentabilidade, as novas esculturas exteriores do artista torcatense Dinis Ribeiro, as pinturas do já conceituado artista Pedro Guimarães, a coleção de mais de 30 espécies de camélias e a piscina exterior aquecida (abril e outu-bro), diferenciam este luxuoso espaço, na emblemática vila de S. Torcato.

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WINE BAR

"O nosso verbo de eleição é descontrair"

O Wine Bar do Vale de S. Torcato apre-senta várias novidades na sua carta, para que aproveite o verão ao máximo. As refeições ligeiras, snacks e diversi-dade de bebidas, num ambiente total-mente descontraído, são as principais atrações.

“PROMETEMOS VOLTAR E REPETIR POR MAIS DIAS... ELEGÂNCIA ENVOLVIDA COM O CONFORTO, PAZ, NATUREZA E MUITO MAIS! A BELEZA DA MADEIRA, CONJUGADA COM AS VARIADÍSSIMAS PLANTAS E A PISCINA AQUECIDA SÃO A CERE-JA NO TOPO DESTE VALE!"Marco, hóspede português 30 de abril de 2019

Armindo Carvalho, esposa e filhos

Rua das Charnecas, S.Torcato,4800-624 - Guimarães • 253 534 008 valedestorcato.pt • facebook.com/valestorcato

Segunda, quarta, quinta e domingo:15h30 - 00h00Sexta e sábado: 15h30 - 02h00Terça: Encerrado

GREEN KEY

O Vale de S. Torcato foi galardoado pelo 2.º ano consecutivo, Empreendimento Green Key, título ecológico internacional.

MINIGOLF

A estadia no Vale de S. Torcato Houses & Wine Bar é completa e inclui momen-tos de muita animação. Junte a família ou os amigos e divirta-se a jogar mini-golf, num campo inserido na natureza.

A VOZ DO HÓSPEDE

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ALEXANDRA GESTAS, FRANCISCA ABREU, CARLOS POÇAS FALCÃO E ISABEL FERNANDES FORAM OS HOMENAGEADOS DESTE ANO. A IMPORTÂNCIA DO 24 DE JUNHO PARA O PAÍS VOLTOU A SER ABORDADA.

24 DE JUNHO CELEBROU CULTURA E PATRIMÓNIOHOMENAGEM

Em altura de inaugurações, a condeco-ração de personalidades vimaranenses continua a ser um dos pontos altos das cerimónias do 24 de junho. A Sessão Solene deste ano realizou-se no Paço dos Duques e foram quatro os conde-corados.

“Guimarães tem uma identidade única e singular, de que são exemplo as ilustres personalidades vimaranenses, de nasci-mento ou de coração, hoje condecora-das, com provas dadas de dedicação ao serviço da cultura, do património e das artes”, afirmou Domingos Bragança.

Alexandra Gestas, Francisca Abreu, Carlos Poças Falcão e Isabel Fernandes foram os distinguidos, num reconheci-mento pelo trabalho desenvolvido nas áreas da cultura e do património.

Também Domingos Bragança foi agra-ciado com a Medalha de Compiègne, tendo realçado, no seu discurso, uma “distinção que vem mostrar que os laços afetivos se propagam para além das fronteiras físicas” e tendo ainda frisado que a medalha, entregue por Arielle François, “é símbolo de amizade entre os povos”.

O momento ficou ainda marcado pelo

TEXTO: JOANA QUINTAS • FOTOGRAFIAS: DIREITOS RESERVADOS

realçar da importância do 24 de junho, não só para Guimarães, mas para o país. Para além de Domingos Bragança, que afirmou que a data "comemora o país", também José Mendes, Secretário de Estado Adjunto e do Ambiente, assumiu que este é um dia que nos "convoca na nossa qualidade de portugueses". "É uma oportunidade de olharmos para o passado e projetarmos o futuro", concluiu.

"GUIMARÃES TEM UMA IDENTIDADE ÚNICA E SINGULAR"

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ENTREVISTA

NOVAIS DE CARVALHOA EXERCER MEDICINA HÁ CERCA DE 40 ANOS, VIVE DEDICADO A SERVIR E AJUDAR OS OUTROS. CONTA COM CERCA DE DOIS MIL UTENTES NO CENTRO DE SAÚDE ONDE TRABALHA E GARANTE QUE A PROXIMIDADE É UM FATOR IMPORTANTE NA RELAÇÃO QUE MANTÉM COM CADA UM DELES.

© JOÃO BASTOS

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VIVE A SUA VIDA DEDICADO A SERVIR OS OUTROS, TODOS OS DIAS. NUNCA SE IMAGINOU A FAZER OUTRA COISA NA VIDA QUE NÃO A MEDICINA E CONSIDERA QUE A MESMA O AJUDA A ESTAR PROXIMO

DOS OUTROS E, SOBRETUDO, A CONSEGUIR AJUDÁ-LOS.

Tem um percurso profissional ligado à medicina. Quando percebeu que era o que queria para si?

Desde pequeno que pensava sempre em ser médico. Depois, quando iniciei o liceu, em que tinha de optar por ciências ou letras, segui pelas ciências e acabei por entrar na Faculdade de Medicina do Porto. Era o que eu gostava, foi sempre a perspetiva que tive, desde miúdo. E a ideia persistiu e lutei por isso. Acabei o curso em 1978 e, em 1979, comecei a trabalhar cá em Guimarães, ao fim de seis anos de curso.

Porque a área da clínica geral?

Foi opção. Eu sempre achei que a área de medicina familiar tem um componente mais completo, temos uma vivência mais alargada do que é a pessoa e a sua família. Orientei por aí a minha carreira e hoje a Medicina Geral e Familiar é uma especialidade da Ordem dos Médicos, tal como qualquer outra. Achei que assim é dada uma perspetiva mais alargada, mas também uma proximidade maior. Quando comecei a trabalhar foi logo cá em Guimarães, fiquei na Extensão de Saúde das Hortas, que agora foi mudado para onde é atualmente a Amorosa, porque o prédio na altura estava muito deteriorado. Foi um processo que teve a ver com os profissionais que lá

"VIVO COMOS OUTROS,

E ATENTO AOSPROBLEMASDOS OUTROS"TEXTO: JOANA QUINTAS • FOTOGRAFIAS: JOÃO BASTOS

estavam, que tiveram uma atitude pró-ativa no sentido de criarem melhores condições e foi colocada a questão ao diretor do Centro de Saúde, que assumiu isso connosco. Encontramos a solução, que seria a Amorosa, e trabalhamos temporariamente num edifício que era de uma clínica.

Tem doentes que segue desde o início?

Sim, tenho. Tenho doentes comigo já há 40 anos. E tenho já gerações, de acompanhar avós, pais e netos. Eu criei uma ligação muito forte aos meus utentes e digamos que nestes 40 anos os meus utentes são a minha vida. Eu dedico-me a eles e

procuro manter-me sempre disponível. Uma parte substancial deles o meu contacto pessoal para qualquer dúvida. Mesmo em férias, nunca desligo o meu telemóvel. Onde quer que esteja, atendo e procuro ajudar dentro do possível. Procuro criar uma proximidade porque acho que o médico de família deve estar próximo. Por vezes há situações, preocupações, que um telefonema já resolve. Isso para mim é uma honra, é uma forma de servir.

Como é que olha para o Serviço Nacional de Saúde?

Eu acho que o Serviço Nacional de Saúde português é o melhor do mundo.

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Tem os seus problemas, carece de ajustamentos, mas por princípio acho que é o melhor e que todos nós o devemos estimar. Muitas vezes nem tudo corre como pretendemos, mas são problemas circunstanciais, que acabam por ter soluções. Nós, aqui no nosso Centro de Saúde, temos todos os utentes com médico de família, foi um esforço que fizemos. E hoje falamos não só em médico de família, mas também enfermeiro de família e também o secretário clínico, que está de algum modo ligado a determinada família. Hoje em dia, a função a que se chamava administrativo já é um secretário clínico, já tem outras funções. É um caminho que se vem fazendo. Neste momento já falamos em equipa de família. E isto depois pode ser alargado ao psicólogo, ao nutricionista…um conjunto de profissionais que se reúnem à volta do utente. Vejo o nosso Serviço Nacional de Saúde, apesar de tudo o que está a atravessar, com esperança. Da parte dos profissionais é preciso fazer tudo o que podem para que funcione e, da parte dos utentes, é preciso colaborarem, sobretudo do ponto de vista do apoio construtivo. Hoje em dia há possibilidade de as pessoas colocarem as suas sugestões e opiniões e isso vale e é ouvido. São recebidas com espírito positivo, para se melhorar. Essa interface é fundamental.

Para além da clínica geral, esteve também ligado à medicina no desporto. Como carateriza essa experiência?

Quando me formei, logo no início, fui convidado para ser médico do Vitória e comecei por trabalhar com as camadas jovens. Depois fui médico auxiliar dos seniores, depois foi médico dos seniores e ainda fui responsável do departamento clínico. Eu estive no Vitória desde 1980/1981 até 2000/2001. Nesse contexto, tive de orientar também a minha formação nessa área, fiz mestrado em Medicina Desportiva,

"EU ACHO QUE O SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE PORTUGUÊS É O MELHOR DO MUNDO"

na Faculdade de Medicina do Porto, e fiz especialidade em Medicina Desportiva na Ordem dos Médicos. Depois, tive ainda uns dois, três anos no Boavista. Eles precisavam de ajuda e eu fui. Gostei da experiência, é uma área muito específica. Deu para aferir como se trabalhava no Vitória e noutro clube. Enriqueceu a minha experiência e fiquei contente porque percebi que se trabalhava bem no Vitória.

Entretanto está no Centro Médico Desportivo de Guimarães.

Foi criado cá em Guimarães o Centro Médico Desportivo, que, entretanto, evoluiu para um ramo do Centro de Medicina Desportiva. Neste momento há, a nível nacional, um só Centro de Medicina Desportiva, que tem sede em Lisboa e uma delegação no Porto, e depois estamos nós. Foi um serviço criado pela Câmara Municipal, funciona na Pista Gémeos Castro e tem sido uma experiência excelente porque permite que todos os jovens, quer estejam integrados em clubes ou não, podem lá ir fazer o seu exame, a sua avaliação e deste modo percebe-se se a pessoa pode fazer normalmente exercício ou não. Toda a gente pode praticar desporto, se não for um é outro. E este Centro foi criado com essa intenção, de acompanhar e orientar.

Há uma mais-valia para os atletas ao fazem aí os seus exames? É diferente de os fazer recorrendo ao Centro de Saúde?

Os atletas que vão lá sabem que vão a um serviço com mais vocação para a área desportiva. É um serviço que tem especialistas em medicina desportiva, tem cardiologistas, pneumologistas, fisiatras, ortopedistas… há um acompanhamento mais específico, mais vocacionado. Muitos médicos de família fazem esses exames sem problemas, mas outros preferem canalizar para lá. E depois temos exames especiais, que tem de ser homologado pelo Centro de Medicina Desportiva.

A par de tudo isto, já foi também Juiz da Irmandade de S. Torcato. Como é que isso aconteceu?

Estive lá durante 20 anos, desde 1995. Temos de nos organizar de modo a conseguir conciliar tudo e acabou por ser um imperativo assumir essa função. Havia alguns problemas e decidimos, com um grupo, candidatar-nos. E foi muito importante esse trabalho de grupo, porque foram 20 anos de muito esforço. Primeiro tivemos de reorganizar a instituição, que tinha vários problemas, tivemos de melhorar internamente, nas mais diversas áreas, tentamos concluir as obras do

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Santuário, para as quais contamos com uma parceria com a Universidade do Minho. Uma das nossas preocupações era entrar na área social e então criamos o Centro Social da Irmandade de S. Torcato. Neste momento tem um lar para idosos, com lar, centro de dia e apoio domiciliário, teve cantina social e tem um banco de apoio social, que é dedicado a apoiar famílias com dificuldades: é avaliada a necessidade da família, em géneros, vestuário e ajudamos. Não se dá dinheiro. Funciona só com voluntários e tem uma perspetiva comunitária, onde se integra várias associações locais que também estão no terreno. Tudo isto lançou a Irmandade junto da sociedade. Neste momento sou presidente da Assembleia Geral. Quando chegamos a 2015 percebemos que o programa a que nos tínhamos proposto estava realizado.

"OS VIMARANENSES SÃO UM POVO EXCELENTE, CAPAZ DE FAZER O IMPOSSÍVEL"

"VIVO COM OS OUTROS E ATENTO AOS PROBLEMAS DOS OUTROS"

"FOI MUITO IMPORTANTE O TRABALHO DE GRUPO, PORQUE FORAM 20 ANOS DE MUITO ESFORÇO"

E sente que esta Irmandade é importante para as pessoas da vila?

Muito importante. A Irmandade pretende sempre colaborar com todas as instituições e associações da vila porque a vila vive delas e, com todas a trabalhar em conjunto, funciona melhor. É um trabalho que é feito com esperança que tudo corra bem.

Tem um conhecimento alargado de Guimarães. Como define os vimaranenses?

Os vimaranenses são um povo excelente, capaz de fazer o impossível. Acho que nos últimos anos Guimarães cresceu de forma exponencial, positivamente, e isso tem a ver com todos. Naturalmente que há instituições que conduzem, mas também as pessoas ajudam. Guimarães é uma cidade generosa, recebe muito bem e as pessoas quando cá vem sentem-se bem e fazem questão de frisar isso. É um povo com muita força e generoso, solidário e que, em conjunto, consegue dar uma vida excelente à cidade. Vive-se um período excelente.

O que o apaixona para além da medicina?

Eu sinto-me próximo das pessoas. E sinto isso através da minha atividade. Eu vivo essencialmente para isso. Tenho cerca de dois mil utentes no Centro da Saúde. Atualmente sou também presidente clínico do ACES Alto Ave, que engloba seis centros de saúde (Guimarães, Taipas, Vizela, Fafe,

Cabeceiras de Basto e Mondim de Basto). Há uma forte ligação entre o ser médico de família e a minha atividade enquanto dedicado à causa social. Vivo com os outros e atento aos problemas dos outros. A minha vida tem sido isso e não me passa pela cabeça parar.

Rum

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Cam

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6073

PARABÉNSALEXANDRE MARTINS“É COM MUITO GOSTO QUE ANUNCIO A SUA ENTRADA NA EQUIPA DA REMAX PATRIMÓNIO. O ALEXANDRE IRÁ TRABALHAR A ZONA DE PEVIDÉM (SELHO SÃO JORGE E SÃO CRISTÓVÃO),

UMA DAS MAIS IMPORTANTES DO CONCELHO DE GUIMARÃES.CASO ESTEJA A PENSAR VENDER OU COMPRAR CASA,

FALE COM O SEU AGENTE DA REMAX PATRIMÓNIO, ALEXANDRE MARTINS, EM PEVIDÉM”

ADRIANO CARVALHODIRETOR DE AGÊNCIA

Escritório da Remax Património na estação de caminhos de ferro

Alexandre Martins

915 128 113

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Guimarães acolheu, a par do Porto, a primeira fase final da Liga das Nações, que decorreu entre os dias 05 e 09 de junho. Milhares de adeptos ingleses, holandeses e suiços passaram pelo Berço e houve mesmo quem considerasse ter vivido uma experiência fantástica.

Adrian Pimperton, adepto inglês (a seleção que disputou os dois jogos no D. Afonso Henriques), fez questão de recordar aquele que considera ter sido um dos melhores momentos que viveu enquanto adepto de futebol, protagonizado pelos vimaranenses.

"Depois do jogo no domingo, quando passava pela cidade em direção à estação de comboios, vi as ruas alinhadas com a população local,

aplaudindo e aplaudindo os fãs de futebol enquanto caminhávamos. Estavam lá centenas de pessoas para torcer por nós, dar-nos cumprimentos e aplaudir-nos enquanto. Este foi um dos momentos mais bonitos e inesperados que eu já vivi na minha vida como adepto de futebol. Eu, junto dos meus companheiros de futebol, tive arrepios e não consigo descrever corretamente o jeito que isso me fez sentir”, revelou-nos.

Este é um adepto que faz parte do “England Supporters Travel Club”, tendo já viajado para várias cidades para apoiar a sua seleção. Em relação a Guimarães e à sua população, assumiu que esta é “uma cidade anfitriã fantástica”, em que as “pessoas são a sua verdadeira essência”. “Os cidadãos são dos mais acolhedores que já conheci no mundo”,

acrescentou.

Adrian Pimperton confidenciou-nos que este foi o tema de conversa entre quase todos os adeptos na viagem de comboio de regresso ao Porto, depois do jogo que deu o terceiro lugar à sua seleção, e quis, já de volta a Inglaterra, deixar o seu agradecimento aos vimaranenses. “Quero agradecer às pessoas de Guimarães. Deram-me memórias que irei guardar para sempre e já estou ansioso para planear o meu regresso à cidade nas férias”, concluiu.

O evento foi bem-sucedido e Guimarães voltou a demonstrar capacidade para organizar e acolher grandes eventos desportivos, à semelhança do que já se tinha verificado no Euro 2004.

LIGA DAS NAÇÕES"UMA CIDADE ANFITRIÃ FANTÁSTICA"TEXTO: JOANA QUINTAS • FOTOGRAFIAS: JOÃO BASTOS

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De repente, sem que eu contasse, tornei-me dominado por um muro. Sou agora dono de um muro de pedra. Coisa vigorosa e altiva. Imponente. Na decor-rência dou-me conta a olhar para muros tentando fazer a “sociologia do muro”. Há, em Guimarães, incontáveis paredes muradas dividindo a mais ínfima proprie-dade. Há, na terra, muros para todos os gostos. Na verdade somos terra de uma infinidade de muros. Parece que nas-cemos todos com o desígnio do muro. Dominados pelo arquétipo do muro. Faz sentido se olharmos para a Muralha à volta do Centro Histórico. Assim vistos, talvez nos sirva um neologismo como epítome: os vimaranenses são um povo “murogénito”. São absolutamente domi-nados pela “murogenia”.

Ter um muro é ter o mundo. A páginas tantas, mais do que propriedade, parece interessar ostentar uma parede de pedras recortadas e alinhas segundo o desenho mais amado. Não só é belo como dá estatuto. Também têm ciência na medida em que, com o avançar do tempo, se introduziram novas estéticas de muro. Existem hoje muros de se lhe tirar o chapéu. Uns seguram terras – estes devem “babar” para drenar. Outros, como os de propianho, alindam o espaço além de dividir o reino de quem quer reinar num pequeno espaço. Estes devem ser “chumbados” com argamas-sa. Há muros altos e compridos, toscos e alinhados, rústicos e urbanos, de betão, de blocos e pedra. São estes os que mais chamam à atenção.

Os muros de pedra impõem uma sole-nidade impossível de corromper. Uma altivez de mando. Uma contenção na respiração. Muros longos a serpentear são os de estética mais bonita. Mas os melhores são os altos. São muitas toneladas configurando uma brutalidade de pedra. Muros altos não só protegem dos olhares de fora como têm essa particularidade de limitar o horizonte para os olhos de dentro e assim fazer de nós seres mais fincados na nossa terra. Quem quer horizontes livres de muros, espraiados e alongados na paisagem que mude de terra. Ter um muro é ser vimaranense superlativo. Está inscrito na identidade. Sejamos portanto vimara-nense como são os vimaranenses e ana-lisemo-nos entrincheirados nas nossas idiossincrasias.

É dentro destes traços da murologia que vivemos na mais bela cidade do mundo. Nenhuma outra expressa tamanha gra-ça. Nenhuma outra apresenta esta histó-ria escrita na pedra. Em todas as pedras. Aliás, história é connosco. Simplesmente nós fizemo-la. Outros seguiram-nos mas nós, vimaranenses, somos os primogéni-tos da nação e, por isso, somos incom-paráveis. Somos altivos como os muros e resistentes como o granito. Podemos estar a morrer à fome mas comportá-mo-nos, sempre, com o ar burguês a ca-minho de nobre. Todo o vimaranense é assim: veste roupa domingueira quando vai ao Toural e poupa os tecidos nobres em naftalina quando dentro de casa. É a economia doméstica a contribuir para a estética pública.

Somos bons, um tanto melhores do que os restantes portugueses aduzidos pelo presidente Marcelo. A primogenia da nossa “murologia” dita-o. Ademais, foi em Guimarães que o grande vimara-nense Alfredo Pimenta cunhou a palavra “portugalidade” hoje usada a tordo e a direito – da esquerda à direita – para explicar os temperos do sucesso deste povo e desta nação. O facto de o ter feito para categorizar e ideologizar a obra salazarista é coisa de somenos. Aliás, Pimenta só adequou o termo aos tempos. Na verdade só os vimaranenses possuem os ingredientes da “portucali-dade”. Bem entendido a portugalidade é um sucedâneo da “portucalidade”. E a portugalidade não é mais nem menos do que a degradação das origens.

Temos também os melhores cidadãos do mundo. Além de muito trabalhadores com alta produção na fábrica e forte empenho nas horas apresentam-se ainda estudiosos, meticulosos, exigen-tes, inovadores. São também guerreiros, conquistadores, arrojados e transforma-dores. Os vimaranenses não mudam por dá cá aquela palha. Nisso de mudanças são como a marca Mercedes: mudam na continuidade. Sendo que continuam mais do que mudam. E os nossos muros não deixam que se viva mais do que o Vitória na terra. Outras casas de outros clubes não entram.

É fácil de escutar por aí: temos as me-lhores praças do mundo: não há como a Praça da Oliveira, a Praça de Santiago, a Praça do Toural. Conseguimos alindar

uma espetacular e pública encosta de montanha transformando-a num parti-cular e exclusivo varandim permanente. Nas igrejas nem discutimos, somos bons nisso. Temos o melhor jornalismo do mundo. É quase certo que Bob Woo-dward e Leonard Bernstein aprenderam a investigar lendo toda a coleção de “O Comércio de Guimarães”. O método foi seguido por Hunter S. Thompson e, como é sabido, antes de escrever “A Sangue Frio”, Trumam Capote esteve em Guimarães treinando-se na forma como em 1927 o “Ecos de Guimarães” descreveu o assassinato de Luís Ribeiro Pousada pelo desgraçado Manuel de Melo.

Tudo isto faz parte dos muros que nos cercam. Os vimaranenses são assim, bons! Vivem bem num círculo onde há pouca coisa a tratar. Perante tal felicida-de não precisamos de mais nada.

P.S. Bruce Chatwin foi um inglês errante com uma invejável capacidade de obser-vação. Começou por ser porteiro mas, graças ao seu talentoso olho para obras de arte, rapidamente chegou a especia-lista da Sotheby's. De caminho tornou-se num reputado colunista do “The Inde-pendent” até que, reza a lenda, certo dia desapareceu deixando um bilhete na redação dizendo “fui para a Patagónia”. Pelas Terras de Fogo Chatwin perorou na errância numa longa viagem. Algures no deserto de Atacama, conheceu um foragido. Bruce escreveria o belíssimo “Na Patagónia” (Quetzal editora). O outro caminhante fugia da ditadura chilena. Ex-segurança de Salvador Allende, Luís Sepúlveda escapara por um triz do cerco ao Palácio La Moneda. Acabaria por escrever o não menos interessante “Patagónia Express” (Porto Editora). Pelo espírito de inquietude invejo-os aos dois. Bruce Chatwin morreu cedo, aos 48 anos deixando obra invejável. Sepúlveda sobrevive. Chegou aventar a hipótese de viver em Guimarães até conhecer os preços das casas. Fugiu! Se calhar por uns tempos decidi também ir para a Patagónia. Fujo. Pelo que estas crónicas, talvez sem interesse, param aqui.

Esser Jorge SilvaInvestigador do Centro de Estudos Comunicação e Sociedade - Univer-sidade do Minho

ARTIGO DE OPINIÃO

“FUI PARA APATAGÓNIA”TEXTO: ESSER JORGE SILVA • FOTOGRAFIA: JOAQUIM LOPES

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DEPOIS DE TER GARANTIDO A SUBIDA À PRIMEIRA DIVISÃO NACIONAL, O CR CANDOSO CONSEGUIU SAGRAR-SE CAMPEÃO NACIONAL DA SEGUNDA DIVISÃO.

HISTÓRICO: CR CANDOSO CAMPEÃO NACIONALCONQUISTA

A formação vimaranense vai jogar entre as melhores equipas do país na próxima época. O CR Candoso garantiu a subida de divisão e, para fechar esta temporada da melhor forma, ainda ergueu a taça de Campeão Nacional.

“É um feito histórico para a equipa de Candoso S. Martinho e para as suas gentes, bem como para o concelho de Guimarães que vê mais uma das suasequipas a competir na liga maior de uma

modalidade”, referiu Domingos Bragança no final do encontro frente ao Portimo-nense, que deu o título ao CR Candoso.

Com o objetivo da subida bem delineado, a equipa conseguiu atingi-lo a uma jor-nada do final da fase de apuramento de subida, ainda em maio, depois de vencer o ABC Nelas. “Foi uma época muito boa, foi uma época em que conseguimos atingir o objetivo para o qual trabalhamos (a subida), e mostramos dentro de campo

que fomos os mais fortes", referiu o presi-dente do clube, Sérgio Abreu.

O troféu de campeão chegou no início de junho, com um empate caseiro frente ao Portimonense e perante um pavilhão repleto. O feito inédito valeu ainda à equipa a receção na Câmara Municipal de Guimarães. “É uma honra para Guima-rães e um feito digno de registo paraCandoso S. Martinho", concluiu Domingos Bragança.

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TEXTO: JOANA QUINTAS • FOTOGRAFIAS: DIREITOS RESERVADOS

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FUTEBOL À LUPA

QUE FUTURO?

QUE FUTURO?

Inesperadamente, passado ano e meio, o Vitória vê-se a braços com um novo processo eleitoral... com desafios decisi-vos para o futuro em discussão!

UM MOMENTO INESPERADO

Como dissemos, supra, não era esperada tal decisão, ainda para mais com os moti-vos que foram apresentados. Na verdade, liderar o Vitória SC é uma empreitada assaz escrutinada e debatida, de modo por vezes demasiado acalorado.

Por essa razão, falamos, também, do quarto maior clube português, com uma massa associativa apaixonada e nunca dada a unanimismos. Porém, na hora da verdade sempre soube entender a es-sencialidade dos desafios apresentados.

Além disso, sempre foi dos dissensos que o clube soube evoluir... por isso é estranho que o discurso dos sócios divididos seja encarado como dogma! Houve divisão com Pimenta Machado (com sócios a pedirem a intervenção das autoridades judiciárias para aferirem da legalidade dos negócios efectuados), houve-a com Vítor Magalhães e houve-a com Emílio Macedo da Silva, que para além das assinaturas recolhidas porta a porta para a realização de uma assem-bleia geral destituitiva, teve de lidar com um pedido judicial de convocação de assembleia geral.

Porém, o passado vitoriano, antes de 2012, demonstra que, apesar dos una-nimismos num clube com a pujança do Vitória nunca terem sucedido, mesmo assim é que as “águas navegadas”, na actualidade, não faziam prever tamanha borrasca!

Mas, isso agora interessará pouco!O que ficará para a história é que a direcção de Júlio Mendes bateu com a porta, quase, imediatamente, a seguir à obtenção do quinto lugar na tabela classificativa.

INESPERADAMENTE, PASSADO ANO E MEIO, O VITÓRIA VÊ-SE A BRAÇOS COM UM NOVO PROCESSO ELEITORAL... COM DESAFIOS DECISIVOS PARA O FUTURO EM DISCUSSÃO!

TEXTO: VASCO RODRIGUES • FOTOGRAFIAS: DIREITOS RESERVADOS

Tal saída abriu, novamente, um processo eleitoral no Vitória e que poderá signi-ficar a aposta numa política desportiva e financeira diversa da seguida até ao momento.

E AGORA?

Agora será a altura de decisões e de análise dos três projectos apresentados pelas candidaturas.Os vitorianos, no próximo dia 20 de Julho, serão, pois, chamados a decidir o futuro do clube em mais um acto de exacerbamento clubístico, mas para o qual, simultaneamente, se exige muita frieza e ponderação.Na verdade, os tempos das eleições do outro século já lá vão. O Vitória clube, neste momento, tem de ser conjugado com uma sociedade anónima desporti-va da qual não é accionista maioritário, ainda que tenha um conjunto de direi-tos de veto que têm ajudado a preser-var a sua posição. Aliás esta asserção deverá ser sempre lembrada por todos os sócios efectivos, que antes de votar deverão, ao máximo, tentar compreen-der a relação da SAD minoritária que tem sede na Praça 26 de Maio com o clube fundado em Setembro de 1922.

OS DESAFIOS

Teremos começado quase pelo “telhado”

na questão estrutural vitoriana ao falar dos vetos.

Urge, pois, principiar a discorrer sobre os desafios que se apresentarão ao próximo grupo directivo pela base, pela essência da política a prosseguir.Tal deverá passar pela resposta à ques-tão de que Vitória pretenderemos ter: um clube formador, capaz de rentabilizar os seus activos da cantera, ou um em-blema virado para o investimento e por isso, obviamente, imbuído de um espírito neo-liberal da voragem do lucro.

RESPONDIDA ESTA QUESTÃO...

Respondida esta questão, poder-se-á deslindar que passos os Conquistadores deverão seguir.Desta dúvida que terá de ser deslindada, deverão ser levantadas todas as outras questões, inclusivamente a relação que o clube deverá manter com a sociedade desportiva, cuja maioria do capital ac-cionista é propriedade do Comendador Mário Ferreira.

Ora, como bem sabemos o Vitória, apenas, detém 40% do capital. Assim, a questão fulcral passará como o futuro presidente do clube e, concomitante-mente, a pessoa que indicará o futuro presidente do conselho de administra-ção (que poderá ser alguém diverso)

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FACEBOOK.COM/ECONOMIAGOLO

pretenderá relacionar-se com o accionis-ta maioritário.

Na verdade, há várias teorias defensá-veis, consoante os pontos de vista.Desde logo, a tentativa de coexistência do modelo actual. Sabemos, pelo que nos é dito, que Mário Ferreira apaixo-nou-se pelo Vitória. Apesar de não ter nascido vitoriano, sente apreço genuíno pelos Conquistadores.Posto isto, estará na disposição de continuar a aceitar o modelo gestioná-rio actual, sem qualquer investimento adicional e, simplesmente, um modelo de continuidade?Contudo, atendendo às palavras de Júlio Mendes, no momento da sua demis-são, será que este status quo garante a viabilidade e a evolução desportiva da sociedade desportiva clube?

Ou terá o Vitória de arranjar outras fontes de receita, sempre lembrando que vivemos no tempo dos contrato de cessão dos direitos televisivos robustos, ainda que não sejam centralizados.Porém, outras hipóteses se levantam.Assim, a hipótese do levantamento dos vetos que o clube detém na SAD de modo a torná-lo mais atractivo aos olhos do investimento de terceiros também poderá ser um caminho a seguir, ainda que a Assembleia-geral extraordinária de 08 de Setembro tenha demonstrado, para já, ser uma solução que não reúne os consensos necessá-rios dos associados para ser tomada em consideração.

Esta hipótese abriria o caminho, efecti-vamente, ao aparecimento de investi-dores, desejosos, também, de obterem rápidos retornos financeiros, mas que poderia atentar contra os símbolos iden-titários do Vitória.Outra solução, seria o completamente inverso e defendida, sabiamente, num texto na página do Facebook desta rubrica, pelo sócio vitoriano, Orlando Coutinho e cujo raciocínio ousamos reproduzir.

Na verdade, ao invés de nos centrarmos em terceiros, olharmos para nós. Agra-decer o papel primordial que o Comen-dador Mário Ferreira teve na salvação do clube, mas ousar tomar o destino em nossas mãos. Tal passaria por tentar convencer o actual accionista maioritário a vender 10,1% do pacote accionário ao clube, ou aos sócios, de modo a que o Vitória SC se tornasse o accionista maio-ritário e dono do seu destino.Obviamente, que este passo (como todos os outros, no fundo...) teria de ser bem ponderado. Seria necessário que as forças vivas de Guimarães reconheces-sem a necessidade de afirmar o Vitória como um dos maiores, senão o maior, veículo identitário da cidade e todos remassem para o mesmo lado. Tal, naturalmente, levaria a um caminho diverso...

Os investidores não olhariam para a SAD com avidez, as injecções de capital – que se não forem sabiamente administradas,

rapidamente se esvaem em investimen-tos sem êxito – não existiriam e o clube teria de assumir uma vertente formado-ra para fazer frente aos seus desafios.

OS ESTATUTOS

Foi desígnio de Júlio Mendes a alteração dos estatutos do Vitória SC que estão em vigor desde 2005.Porém, fruto da demissão da direcção, por si presidida, esse trabalho foi inter-rompido.

No entanto, urge adaptar os estatutos à realidade societária do clube, mas sem-pre tendo em mente a protecção dos interesses do clube Vitória, de modo a não criarmos uma criatura bicéfala como acontece, por exemplo, no Belenenses.

Assim, independentemente do modelo societário a seguir, importará a criação de um modelo estatutário que salva-guarde, sempre, o símbolo do Rei e, si-multaneamente, impeça que num futuro existam diversas entidades a digladiar--se pelo futebol do clube.

Urge, pois a criação de uma base jurídica que permita ao clube manter a sua ipseidade e a sua sustentabilidade, blin-dando-o, pois de ataques externos, que poderão colocá-lo à mercê de terceiros mal intencionados.

Os tempos são de desafio... todos juntos, ousemos dar-lhes resposta!

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BREVES E INTERESSANTESFOTOGRAFIAS: DIREITOS RESERVADOS

O aumento no crescimento de energia elétrica renovável é algo já visto atual-mente em muitos países. No entanto, sabemos como é ainda lenta a transição do combustível fóssil para eletricidade. Claro que vemos mais carros elétricos a circular, mais transportes públicos com combustível limpo e um aumento na efi-ciência. Na verdade, na eficiência é onde

se pode poupar de forma incrível. Desta forma, estes comportamentos vão ao encontro do estudo New Energy Outlook 2019 (NEO). Demonstra assim vontade para que, até ao ano de 2050, os países mudem muito no aspeto de produção de energia. Nesse sentido, terá de haver muito investimento para construir novas infraestruturas e renovar as existentes.

A mais recente avaliação, feita pela Sensor Tower revela que o WhatsApp manteve a sua posição de topo no que toca a este universo de ofertas de apps para os sistemas operativos móveis. Esta posição vinha do trimestre passa-do e foi assim mantida para o início de 2019. Ao todo conseguiu 223 milhões de instalações. Em segundo lugar, também mantendo um lugar de topo, está o Messenger do Facebook. A conhecida app de mensagens da maior rede social garantiu neste trimestre 209 milhões de novas instalações. A TikTok é a app que surge logo a seguir.

De acordo com o relato da ETnews, perante a falha da Apple em comprar o volume contratado de ecrãs OLED para smartphone, a gigante de Cupertino está em dívida para com a fornecedora. Nes-te caso, a Samsung Display, responsável pela produção dos painéis utilizados no iPhone X, XS, bem como no XS Max. Por-tanto, uma forma de colmatar a quebra na procura pelo iPhone enquanto linha de produtos, pode ser compensada. Na prática, com a utilização dos ecrãs em vários dispositivos da Apple como, por exemplo, os MacBooks e os iPads. De igual modo, isto poderia aumentar o interesse do público em tais produtos. Esta tese, sustentada e avançada tam-bém pelo famoso analista Ming-Chi Kuo está a ganhar prevalência.

O serviço de streaming de música, Spo-tify, afirma ter remunerado em demasia os artistas durante o ano de 2018. Por conseguinte, a popular app e plataforma sueca está agora a pedir uma devolução dos dividendos atribuídos em excesso. Em causa está um erro de cálculo na atribuição dos royalties. O erro foi indu-zido, em parte, pelas taxas mais eleva-das, definidas pela Copyright Royalty Board dos Estados Unidos da América. Entretanto, não só o Spotify, mas tam-bém a Google, Amazon e a Pandora já expressaram o seu desagrado perante os novos valores. Com efeito, todas as empresas contestaram as novas taxas. Em declarações à Variety, um represen-tante da plataforma de streaming re-conhece o sucedido. “De acordo com o novo regulamento da CRB, nós (Spotify) pagamos em demasia à grande maioria dos artistas em 2018″.

RUBRICA

WHATSAPPAINDA É A APP MAIS DESCARREGADA

APPLE PONDERA ECRÃS OLED

SPOTIFY DIZ TER PAGO DEMASIADO A ARTISTASE EXIGE DEVOLUÇÕES

EUROPA PRODUZIRÁ 92% DA SUA ENERGIAELÉTRICA ATRAVÉS DE ENERGIA RENOVÁVEL

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Para isso, o Netflix está a testar a pos-sibilidade de destacar a janela do vídeo. Esta será colocada acima de qualquer outra janela e estará sempre disponível. Desta forma, numa forma de PiP (Picture in Picture), os vídeos irão ser reproduzido sem interrupções. Mas esta não será apenas uma simples janela de vídeo. Po-derá ser movida para qualquer parte do ecrã, para desimpedir o acesso a outras janelas. Claro que também o seu tama-nho foi tido em conta e a janela pode ser redimensionada ao gosto do utilizador.

Se vai alugar um espaço para alojamen-to é bom que comece a estar atento à existência de dispositivos de videovigi-lância escondidos. Recentemente, três jovens de nacionalidade malaia, que haviam contratado o alojamento no site Booking, tinham-se hospedado nesse mesmo dia e, à noite, quando uma delas estava na casa de banho, dete-tou um objeto estranho numa tomada,

implantado mesmo por cima do lava-tório, revela o JN. Em declarações por telemóvel ao PÚBLICO, uma das turis-tas explicou que, depois do banho, se apercebeu de “alguma coisa estranha” na tomada que se encontrava por cima do lavatório. Ao apontar a lanterna do telemóvel, Jean Chong reparou naquilo que “parecia uma câmara” e chamou as colegas, que partilharam a situação.

Dadas as semelhanças naturais com a superfície da Lua, o fundo do oceano é o ambiente perfeito para simulações lunares. Assim, as agências espaciais voltam atenções para o habitat suba-quático Aquarius no Oceano Atlântico para executar os seus testes. A Agência Espacial Europeia (ESA) tem um protóti-po chamado de LESA (Lunar Evacuation

System Assembly) que permite que um único astronauta implante a estrutura e levante a sua tripulação incapacita-da numa maca móvel. Isto, antes de trazê-la para um módulo pressurizado. Como resultado, todo o processo de implantação e proteção da sua tripula-ção na maca deve levar menos de dez minutos.

Lançada para o mundo em 2009, como invenção de um guru de infor-mática misterioso, que se remeteu ao seu pseudónimo Satoshi Nakamoto, a moeda digital Bitcoin é criada por meio de uma fórmula matemática bastan-te complexa. A moeda digital Bitcoin continua em alta e recentemente conseguiu ultrapassar os 11 mil dólares, em meados de junho. O lançamento da moeda ditigal "Libra", por parte do Facebook, pode ter ajudado a esta valorização. A aposta numa moeda digital por parte de um gigante tecnoló-gico, acompanhado de vários parceiros igualmente de peso, ajudarão a dar mais credibilidade a este mercado das moedas digitais. Além disso, este tipo de dinheiro será também muito interes-sante para quem não tem conta bancá-ria no serviço bancário tradicional.

NETFLIX VAI MUDARA SUA INTERFACE

CÂMARA ESCONDIDA INSTALADANUMA CASA DE BANHO EM MATOSINHOS

ESA E NASA TESTAM NOVO DISPOSITIVOPARA RESGATAR ASTRONAUTAS NA LUA

BITCOINULTRAPASSOU OS 11 MIL DÓLARES

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Dianna Agron, Peter Chelsom, Claus Clausen, Fernando Eimbcke, Justin Franklin, Dennis Gansel, Dani Levy, Daniel Lwowski, Stephanie Martin, Josef Rusnak, Til Schweiger, Massy Tadjedin, Gabriela Tscherniak (Sim, todos estes).

Desta vez, elegeram Berlim como protagonista da mais recente sequela da série “Cidades do Amor”, criada por Emmanuel Benbihy.

Para quem não está familiarizado com o formato, não tem muito que enganar: Escolhe-se uma cidade, como pano de fundo; reúne-se um (vasto) elenco talentoso + um (ainda mais) vasto con-junto de realizadores com interessantes e distintas visões; deixa-se a vida fluir.

Tem tudo para dar certo, ou, então, não. Felizmente, na minha opinião, acerta-ram em cada detalhe, mas admito ser

suspeita, ou não fosse este formato “manta de retalhos”/construção “ma-triosca” o meu preferido.

Entre as mais variadas temáticas/vidas/histórias que decidem entrecruzar, na cidade de Berlim, confesso que a que considero mais interessante (ou, antes, aquela que me marcou particularmente) foi a da reinvenção da questão judaico--ariana e, através dela, a da história da própria cidade - antigo ponto fractu-rante; actual ponto de convergência de diferentes etnias/povos. Hoje, um dos principais epicentros culturais da Europa.

Mas não só. Esta é também uma histó-ria de redenção, empatia e compaixão. Desperta-nos para a possibilidade de (re)encontrar o amor nos sítios mais improváveis e desesperançados, relem-brando-nos de que todos nascemos

com um (oculto) botão “reset”, apesar de, amiúde, duvidarmos da sua exis-tência (“Nunca é tarde para começar de novo”, dizem-nos).

Um caleidoscópio, que esbate, algumas vezes, a linha que separa o real do sur-real (realismo mágico), apresentando diferentes visões subjectivas, de uma mesma cidade (“a minha Berlim”, ex-pressão recorrente), que resultam numa bela ode e num polifónico retrato da sociedade berlinense. São, ainda, abor-dadas problemáticas tão contemporâ-neas quanto a igualdade de géneros, ou o flagelo da imigração descontrolada – que derrubam qualquer barreira inter-geracional ou de estratificação social.

No fundo, é a vida a acontecer, quando não estamos a reparar. Só que, neste caso, é temperada a preceito e servida numa bandeja, ao cuidado da 7ª arte.

OS FILMES (TAMBÉM) TÊM MUNDOS DENTRO

BERLIN, I LOVE YOUTEXTO: GABRIELA CUNHA • FOTOGRAFIA: DIREITOS RESERVADOS

Por algum motivo (ou graças a uma oportuna conjugação deles), as “primeiras vezes” acabam por deixar uma marca indelével em todos nós.

Entre todas as (“primeiras vezes”) possíveis, a primeira emoção estéti-ca parece-me ser a mais controver-sa. Porquê?

Talvez por ser tão difícil de identifi-car. Quando ela surge, habitualmen-te, ainda não temos idade suficiente para a percepcionar. Manifesta-se sob a forma de arrepio, outras vezes é uma lágrima que nos surpreende, ao descer a face.Amiúde, a sua causa é um filme.

O cinema, ópera dos tempos mo-dernos, presenteia-nos com um cocktail sensorial insuperável.

Surge, para muitos, como uma primeira forma de leitura.Porque quando ainda se desconhe-ce o código escrito, é através do cinema que se viaja, pela primeira vez, por entre os mundos que o cinema tem dentro.

OS FILMES (TAMBÉM) TÊM MUNDOS DENTRO

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1 – BARRAS DE CHOCOLATEUm rapaz consegue comer 100 barras de chocolate em meio minuto. O seu melhor amigo consegue comer metade dessa quantidade gastando o dobro desse tempo.

Quantas barras de chocolate os dois amigos, juntos, conseguem comer em 15 segundos?

2 – NÚMEROSQuais são os dois números cujo produto é 48 e, quando o número maior é dividido pelo menor, obtém-se quociente 3?

3– A MEIA VERDADEO Ricardo e o Cristino contavam, muito empolgados, o resultado da Terceira Feira Anual Internacional de Ciências, realizada em Sofia, na Bulgária. Na feira, havia três competidores: o Joaquim, o Rafael e a Filipa. O Ricardo disse que o Luís havia sido o vencedor, ficando o Rafael em segundo lugar. Já o Cristino disse que a Filipa ganhou, com Joaquim a ficar na segunda posição.

Na verdade, nenhum dos dois contou inteiramente a verdade sobre os resultados da feira de ciências. O que ocorreu foi que cada um deu uma afirmação verdadeira e outra falsa sobre a classificação.

Qual foi a verdadeira classificação dos competidores?

QUEBRA-CABEÇAS

1 – AS FESTAS GUALTERIANAS REALIZAM-SE EM GUIMARÃES DESDE...?

a) 1904b) 1889c) 1906d) 1908

4 – QUAL O NÚMERO MÍNIMO DE JOGADORES POR EQUIPA NUM JOGO DE FUTEBOL?a) 7b) 9c) 10d) 8

2 – QUAL O LIVRO MAIS VENDIDO NO MUNDO A SEGUIR À BÍBLIA?a) O Senhor dos Anéisb) Dom Quixotec) Os Lusíadasd) Os Maias

5 – EM QUE PAÍS DA ÁSIA O PORTUGUÊS É LÍNGUA OFICIAL?

a) Índiab) Moçambique

c) Filipinas d) Macau

3 – O MUSEU DE ALBERTO SAMPAIO FOI CRIADO EM ?

a) 1928b) 1899c) 1937d) 1925

6 – QUEM FOI O PRIMEIRO HOMEM A CHEGAR À LUA?a) Yuri Gagarinb) Charles Dukec) Neils Armstrongd) Charles Conrad

Soluções Quebra-cabeças:Resposta 1.62,5 barras de chocolate em 15 segundos.Resposta 2.4 e 12.Resposta 3.1.º Filipa; 2.° Rafael; 3.º Joaquim.

Soluções quiz: 1 - c); 2 – b); 3 – a); 4 – a); 5 – d); 6 – c).

QUEBRA-CABEÇASQUIZ JULHO DE 2019

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Rigor,Independênciae Pluralidade

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