nº185 1 - abic · anos deste organismo e sua importância na atualidade. uma ótima leitura,...

25
JORNAL DO CAFÉ - Nº185 | 1

Upload: others

Post on 25-Jul-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Nº185 1 - ABIC · anos deste organismo e sua importância na atualidade. Uma ótima leitura, sempre com excelentes cafés! EXPEDIENTE O Jornal do Café é uma publicação da Associação

JORNAL DO CAFÉ - Nº185 | 1

Page 2: Nº185 1 - ABIC · anos deste organismo e sua importância na atualidade. Uma ótima leitura, sempre com excelentes cafés! EXPEDIENTE O Jornal do Café é uma publicação da Associação

JORNAL DO CAFÉ - Nº185 | 32 | JORNAL DO CAFÉ - Nº185

Um estudo divulgado recentemente mere-ce nossa atenção. Esse estudo analisou mu-nicípios do Estado de Minas Gerais produto-res de minério de ferro e de café e concluiu que a pujança econômica nem sempre pode ser traduzida em qualidade de vida do mo-rador. Os dados foram publicados pelo Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, do Programa das Nações Unidas para o Desen-volvimento (Pnud). O estudo mostra que nas cidades onde se produz minérios, a remune-ração é melhor, mas a concentração de ren-da também é maior. Já nos municípios pro-dutores de café, apesar da remuneração ser mais baixa, o impacto da atividade é bem maior, pois emprega mais pessoas.

Outro indicador interessante mostra que a mineração, na média das cinco maiores ci-dades produtoras do Estado, emprega menos de 10% da população local. O agronegócio café, por sua vez, gera emprego para quase 40% da população. Ou seja, café e miné-rio de ferro, líderes das riquezas naturais de Minas Gerais, com 60% das exportações do Estado, têm comportamentos diferencia-dos quanto ao seu impacto na economia das cidades onde são produzidos. Os cinco maio-res produtores de café de Minas têm, na mé-dia, melhor distribuição de renda do que os seus equivalentes na mineração.

O estudo traz outras inúmeras informa-ções, mas o que ele sinaliza claramente é que essa melhoria de qualidade de vida

proporcionada pela atividade cafeeira não deve ser restrita a Minas Gerais, mas ex-pandida aos demais Estados produtores. Guardando-se as realidades regionais, o impacto social é muito grande. Daí a mi-nha sugestão de o nosso setor reivindicar alíquota zero do ICMS. Isso alavancaria a atividade em todo o país e acabaria com a terrível guerra fiscal.

O café já faz parte da cesta básica, o que foi um pleito da ABIC, e a maioria dos pro-dutos que a integram tem imposto zero. Por que não pleitearmos esse mesmo benefício para o café? Isso resultaria não só em preços mais acessíveis como influenciaria na me-lhora da qualidade.

O que todos nós queremos é poder atender à imensa gama de consumidores com a ofer-ta de cafés que atendam aos mais variados gostos – e bolsos. E a base disso, com cer-teza, é o fornecimento de cafés puros e de qualidade. Aqui, acrescento a importância da proposta da ABIC, feita ao demais in-tegrantes do CDPC, de ampliar o programa de autorregulamentação da entidade, que confere o Selo de Pureza, para monitorar-mos 100% dos cafés. São ações como essas, combinando menos impostos e permitindo maior controle das marcas, que alavancarão ainda mais o consumo de café no Brasil.

Ricardo Silveira 1º Vice-Presidente

A PALAVRA DA ABICEDITORIAL

Page 3: Nº185 1 - ABIC · anos deste organismo e sua importância na atualidade. Uma ótima leitura, sempre com excelentes cafés! EXPEDIENTE O Jornal do Café é uma publicação da Associação

JORNAL DO CAFÉ - Nº185 | 54 | JORNAL DO CAFÉ - Nº185

ÍNDICECARTA AO LEITORNão é qualquer entidade que chega aos 40 anos tão

fortalecida e unida; que pode olhar para trás e sentir or-gulho do caminho trilhado, do aprendizado obtido com erros e acertos e, principalmente, que pode olhar para o futuro e focar em estratégias que venham a fomentar ainda mais os negócios, beneficiando todas as suas asso-ciadas, em especial as micro, pequenas e médias empre-sas e, consequentemente, fazendo toda a cadeia produti-va crescer. Tudo isso, em nome do consumidor.

Por todo esse mérito, os 40 anos da ABIC são come-morados nesta edição especial, cujas matérias apontam o passado, o presente e o futuro, mostrando as diversas atividades realizadas por nossa entidade ao longo dessas décadas. Trazemos também, entre outras reportagens, a cobertura da Semana Internacional do Café e uma en-trevista com Robério Silva, diretor-executivo da OIC – Organização Internacional do Café, que fala sobre os 50 anos deste organismo e sua importância na atualidade.

Uma ótima leitura, sempre com excelentes cafés!

EXPEDIENTEO Jornal do Café é uma publicação da Associação Brasileira da Indústria de Café – ABIC, enviada a: associados, autori-dades, entidades e pessoas representativas do setor cafeeiro. Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião ou pensamento da entidade.

Diretor de Marketing e Comunicação da ABIC: Manoel Assis

Editora: Marilia Moreira (MTb 11381) – [email protected]: Eduardo Buitron – [email protected]: Cláudio AroucaRedação: Tempo de Comunicação – Rua Piracuama, 280 - cj 44 Perdizes, São Paulo - SP, CEP: 05017-040. Fone: (11) 3868 4037 - [email protected] de Criação: Gilberto Sato – [email protected] de Arte: Mario Gascó - [email protected]ção edição digital: Lillyane Rodrigues - [email protected] de projeto: Mayara Schmidt - [email protected]ção, Diagramação e Projeto Gráfico: Smart Propaganda – Av. Brg. Faria Lima, 1826 – cj. 713 – Jardim Paulistano – São Paulo – SP – Fone: (11) 3815-5566 – [email protected] - www.smartpropaganda.com.br

Impressão: Vox Editora Ltda. – tel (11) 3871-7300Tiragem: 1.500 exemplares

ABIC – Associação Brasileira da Indústria de CaféRua Visconde de Inhaúma, 50 – 8º andarCEP 20091-000 – Rio de Janeiro – RJFone: (21) 2206 6161 – Fax: (21) 2206 6155E-mail: [email protected] - www.twitter.com/abic_cafe

ENTIDADEABIC 40 anos

MERCADO Selo de Pureza

Lojas de Conveniência

QUALIDADE Melhores da Qualidade em 2013

Concurso que Elege os Melhores Cafés do Brasil chega à 10º Edição

CAFÉ E SAÚDECafé, Uma Bebida Saudável

De volta ao Café

INDÚSTRIANovidades Meridiano

Melitta Lança Novas Bebidas Prontas

EVENTO Semana Internacional do Café

OIC - 50 Anos

ESPECIAL Centenário de Nascimento do Maior Pesquisador de Café do Mundo

OPINIÃO DO TORREFADORABIC: Conquistas e Desafios

COFFEE BREAK

Conselho de Administração2011 - 2013PRESIDENTE

Américo Takamitsu Sato Ind. e Com. de Café Floresta Ltda. - SP

VICE-PRESIDENTES Ewaldo Wachelke Mercacel - Vice-Presidente para a área Administrativa e Financeira - Mercantil de Café e Cereais Ltda. - PR Paulo Rufino de Melo e Silva Júnior - vice-presidente para a área de Tecnologia e Modernização - Cia. Ca-cique de Café Solúvel - SP Dagmar Oswaldo Cupaiolo - vice-presidente e Diretor Regional para o Sul e São Paulo - Café Lourenço Ind. Com. Ltda. - SPJosé Carlos da Silva Junior - vice-presidente e Dire-tor Regional para o Nordeste - São Braz S/A Ind. Com. de Alimentos - PBEgídio Malanquini - vice-presidente para a área de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (MPEs) - Ind. e Com. de Cafés Especiais Ltda. - ES

Natal Martins - vice-presidente para a área de Planejamento Estratégico e Exportação - Café Canecão Ltda. - SP Márcio Reis Maia - vice-presidente para a área de Pes-quisas e Economia - Icatril Ind. de Café do Triângulo Ltda. - MG Manoel Felisberto Cruz de Assis - vice-presidente de Mar-keting e Comunicação - Mitsui Alimentos Ltda. - SPAntonio Roberto Rodrigues de Almeida - vice-presidente e Diretor Regional Adjunto para o Nordeste - Tangará Ind. e Com. Ltda. - BA

DIRETOR-EXECUTIVONathan Herszkowicz

DIRETORES REGIONAISLívio Baraúna Assayag – Diretor Regional para o NorteInd. de Café Manaus Ltda. – AMNilton Luciano dos Santos – Diretor Regional para o Centro Oeste (MT, MS e TO)Ind. e Com. de Café Meridional Ltda. – MSNilton Rodrigues Fortes – Diretor Regional para o Centro Oeste (GO e DF)Café Forte Ind. e Com. Ltda. – DFRicardo de Souza Silveira – Diretor Regional para o SudesteCafé Cristal Ltda. – MGJosé Iovan Teixeira - Diretor Regional Adjunto para o NorteCICAL Ind. e Com. de Produtos Alimentícios Ltda. - RO

06

1428

16

1820

22

2426

3034

40

44

46

Manoel Felisberto Cruz de Assis Vice-presidente para a área de Marketing e Comunicação

Pág.06

Pág.30

CAPA

SEMANA INTERNACIONAL

DO CAFÉ

Page 4: Nº185 1 - ABIC · anos deste organismo e sua importância na atualidade. Uma ótima leitura, sempre com excelentes cafés! EXPEDIENTE O Jornal do Café é uma publicação da Associação

JORNAL DO CAFÉ - Nº185 | 76 | JORNAL DO CAFÉ - Nº185

Quatro décadas que impulsionaram o mercado e transformaram hábitos, fortalecendo o negócio e despertando o consumidor para a pureza e a qualidade do café.

UMA ENTIDADE SEMPRE À FRENTE

DA SUA ÉPOCA

ENTIDADE

de café que se uniram para criar uma entidade nacional que os repre-sentasse junto ao governo, a fim de negociar políticas de real interesse.

O setor havia passado pela inge-rência direta do Estado, por meio do “Programa de Aumento do Consumo de Café” do IBC – Instituto Brasilei-ro do Café. Esta autarquia federal foi criada em 1952 e uma das suas atribuições era dar vazão aos altos estoques públicos, e esta é a razão da estratégia de se aumentar a de-manda interna. Esse programa obri-gava todas as indústrias a vender o café subsidiado na produção. Como lembra o presidente Américo Sato, o subsídio consistia em fornecer o café do estoque oficial às torrefações por preço simbólico, ou seja, menos do que o valor da saca de aniagem de 60kgs, e pré-estabelecia o preço de venda do café em pó ao consumidor. Este programa entrou em vigor no final dos anos 1950 e terminou no início da década de 1970.

Após a suspensão deste progra-ma de subsídio, o governo, através da Sunab – Superintendência Na-cional do Abastecimento, passou a tabelar o preço do café torrado e moído, fixando-o desatrelado da oscilação do custo da matéria--prima (grão cru). “Foi assim que o setor industrial de café mergulhou na disputa predatória que descapi-talizou e pior, perdeu o consumidor pela péssima qualidade oferecida”, diz Sato. O consumo, que era de 8 milhões de sacas em 1965, des-pencou para 6 milhões da sacas em 1985. Para ele, essa situação criou

no consumidor uma desconfiança, como comprovou a pesquisa reali-zada nos anos 1980 que revelou que 67% dos brasileiros acreditavam que o café puro era apenas exportado – o de consumo interno, infelizmente, era sempre fraudado. “Observo tam-bém que outras heranças negativas que ficaram na mente do consumi-dor foram que café consumido no país ‘tem que ser barato, porque é produzido aqui’, e que ‘todos os cafés são de mesma qualidade, uns mais torrados e outros menos’, um enten-dimento errôneo que remete à pro-cura do mais barato”, diz Sato.

A reorganização do setor e a própria recuperação do mercado tiveram iní-cio com o lançamento do Selo de Pu-reza ABIC, em 1989 (veja matéria na pág. 14), que abriu as portas para ou-tras iniciativas voltadas para o varejo e para os consumidores. É um traba-lho permanente, baseado também na educação para o consumo, que visa aguçar a curiosidade dos apreciado-res de bebida para a experimentação, para o maior conhecimento da histó-ria desse produto e dos caminhos que percorre desde a fazenda até a xícara, fazendo-os perceber que existem ca-fés para todos os gostos e bolsos.

Sempre atenta aos movimentos do mercado, a ABIC se mantém à fren-te, criando ferramentas que auxiliam as indústrias e promovem a oferta de cafés de melhor qualidade. Em 2004, quando pouco se falava em cafés fi-nos, a entidade lançou o Programa de Qualidade do Café (PQC), criando três categorias de produtos: Tradicional, Superior e Gourmet. Em 2006, quan-

do os brasileiros começaram a aten-tar para a importância do consumo consciente, a entidade lançou o Pro-grama Cafés Sustentáveis do Brasil (PCS), que exige que tanto a fazenda quanto a indústria sejam certificadas no quesito sustentabilidade ambien-tal, social e econômica.

A ABIC também se preocupa com os pontos de consumo de café. E foi para treinar a mão de obra que a entidade lançou, em 1996, quando poucos sa-biam o que era a profissão barista, o Centro de Preparação de Café, instala-do no Sindicato das Indústrias de Café de São Paulo. E em 2006, diante da verdadeira ‘explosão’ no número de ca-feterias e casas de café por todo o País, foi criado o CCQ – Círculo do Café de Qualidade, um programa que auxilia os empreendedores a melhorarem suas práticas tanto administrativas quanto no atendimento aos clientes, com ba-ristas e atendentes treinados e capaci-tados a oferecer um correto café.

Outra iniciativa, destinada aos consumidores do futuro, é o projeto Café na Merenda, Saúde na Escola, lançado em 2007 e que já beneficiou mais de 5 mil alunos de seis Estados, nos seguintes municípios: Uberlân-dia e Juiz de Fora (MG); Cuiabá (MT), Campinas e Araçariguama (SP); Bom Jesus e Guaiba (RS) e Eusébio (CE). O projeto, cujo objetivo é resgatar o saudável hábito do café com leite, é coordenado pela ABIC, que fornece amplo material didático e informa-ções de caráter médico-científico, além de filme e sugestões de ativida-des lúdicas e recreativas. Às indús-trias, cabe fornecer todo o suporte

O mercado brasileiro de café passou por uma enorme transformação nos últimos 40 anos e a ABIC, com seus

programas e iniciativas, é uma das grandes responsáveis por isso. Fundada em 12 de março de 1973, a ABIC surgiu da ini-ciativa dos sindicatos estaduais

Page 5: Nº185 1 - ABIC · anos deste organismo e sua importância na atualidade. Uma ótima leitura, sempre com excelentes cafés! EXPEDIENTE O Jornal do Café é uma publicação da Associação

JORNAL DO CAFÉ - Nº185 | 98 | JORNAL DO CAFÉ - Nº185

e materiais necessários, como curso de treinamento de cozinheiras, equi-pamentos para preparo do café e do leite, canecas, açúcar e pó de café. As escolas participantes não têm custos e em alguns municípios contam com o apoio das prefeituras e das secreta-rias de educação.

Importantes também são o Pro-grama Exportador, realizado desde 2002 em parceria com a Apex-Brasil e que tem como objetivo conquistar novos mercados para o café em grão torrado e ou moído, produzidos no Brasil, e o NMQ – Nível Mínimo de Qualidade, lançado em 2003 e que traz recomendações para elaboração de editais de licitação.

Todas essas iniciativas, que come-çaram com o Selo de Pureza, per-mitiram o grande crescimento do mercado interno, que saltou de 8 milhões de sacas no início dos anos 1990 para mais de 20 milhões de sa-cas em 2012, sendo o segundo maior país consumidor, atrás dos Estados Unidos. Hoje, o brasileiro tem à sua disposição cafés de todas as quali-dades e tipos, desde os comuns para consumo diário, que são a grande maioria consumida, até os gourmet e especiais. Hoje 110 marcas gour-met são certificadas e monitoradas no mercado pela ABIC, fazendo com que os brasileiros tenham à disposi-ção cafés iguais ou melhores que os melhores cafés do mundo.

Uma conquista destas não acon-tece de um dia para o outro. É um trabalho de ‘formiguinha’ e diutur-no, que exige o acompanhamento e monitoramento permanente do mercado. A ABIC investe em pes-quisas de opinião, para conhecer as tendências de consumo, e também em pesquisas médicas e científicas, visando mostrar os benefícios do café para a saúde humana, quan-do consumido diariamente e em doses moderadas. Também traba-lha intensamente junto ao varejo, principalmente o supermercadista, promovendo seus programas e cer-tificações que são atestados de se-gurança alimentar.

Vice-PresidentesIris Antônio CamposCarlos Barcelos CostaAry Santini LongoniHelio Guedes PereiraDiretoresTalmo Alves PimentaEduardo Alves VieitosFrancisco Bernardino MartinsDagmar Oswaldo Cupaiolo

1977/1979PresidenteWalter Santos Pierrot1º Vice-PresidenteManuel Pereira da Silva LeiteVice-PresidentesIris Antônio CamposEdgard WanderleyAry Santini LongoniJoão Baptista Lobo Vianna

DiretoresTalmo Alves PimentaOsmar Dias RochaFrancisco Bernardino MartinsDagmar Oswaldo Cupaiolo

1979/1981PresidenteIris Antonio Campos1º Vice-PresidenteTalmo Alves PimentaVice-PresidentesCarlos Barcelos CostaAry Santini LongoniAntonio de Cerqueira CelestinoNicolau Duailibe NetoDiretoresEwaldo WachelkeOsmar Dias RochaFrancisco Bernardino MartinsIvo Salvetti

1981/1983PresidenteTalmo Alves Pimenta1º Vice-PresidenteEwaldo WachelkeVice-PresidentesCarlos Barcelos CostaHelio Guedes PereiraAntonio de Cerqueira CelestinoBreno Job FreireDiretoresOsmar Dias RochaFrancisco Bernardino MartinsIvo SalvettiJoão Antonio Rodrigues Gimenez

1983/1985PresidenteEwaldo Wachelke1º Vice-PresidenteTalmo Alves Pimenta

1973/1975PresidenteManuel Pereira da Silva Leite1º Vice-PresidenteIris Antônio CamposVice-PresidentesOsmar Dias RochaCarlos Barcelos CostaSaul Zubaran de SouzaHelio Guedes PereiraDiretoresTalmo Alves PimentaEduardo Alves VieitosDarke Bhering de MattosHugo Varella Reis

1975/1977PresidenteManuel Pereira da Silva Leite1º Vice-PresidenteAlberto NahumGA

LERI

A DO

S PR

ESID

ENTE

SManuel Pereira da Silva Leite Walter Santos Pierrot Iris Antonio Campos

Page 6: Nº185 1 - ABIC · anos deste organismo e sua importância na atualidade. Uma ótima leitura, sempre com excelentes cafés! EXPEDIENTE O Jornal do Café é uma publicação da Associação

JORNAL DO CAFÉ - Nº185 | 1110 | JORNAL DO CAFÉ - Nº185

Vice-PresidentesCarlos Antonio PeixotoVictor Fernando Ollero VentinWalter Santos PierrotBreno Job FreireDiretoresOsmar Dias RochaFrancisco Bernardino MartinsHelio Soares de CamposJosé Moreira da Cunha

1985/1987PresidenteAlberto Nahum1º Vice-PresidenteDagmar Oswaldo CupailoVice-PresidentesAry Santini LongoniVictor Fernando Ollero VentinNicolau Duailibe NetoLuiz Carlos Ehlke

DiretoresAmérico Takamitsu SatoCarlos Barcelos CostaIsmael Ferreira de FriasJosé Moreira da Cunha

1987/1989PresidenteCarlos Barcelos Costa1º Vice-PresidenteTalmo Alves PimentaVice-PresidentesDagmar Oswaldo CupaioloEwaldo WachelkeJosé Carlos da Silva JúniorEdgard WanderleyHelio Guedes PereiraSaul Zubaran de SouzaDiretoresAmérico Takamitsu SatoJosé Ângelo De Marco

Adílio Cesar Neves ValadãoVictor Fernando Ollero Ventin

1989/ 1991PresidenteEwaldo Wachelke1º Vice-PresidenteAmérico Takamitsu SatoVice-PresidentesDagmar Oswaldo CupaioloCarlos Barcelos CostaJosé Carlos da Silva JúniorEdgard WanderleySaul Zubaran de SouzaManuel Pereira da Silva LeiteDiretoresTalmo Alves PimentaVictor Fernando Ollero VentinFrancisco Bernardino MartinsJosé Moreira da Cunha

1991/1993PresidenteAmérico Takamitsu Sato1º Vice-PresidenteJosé Carlos da Silva JúniorVice-PresidentesDagmar Oswaldo CupaioloManuel Pereira da Silva LeiteCarlos Barcelos CostaEdgard WanderleySaul Zubaran de SouzaVictor Fernando Ollero VentinDiretoresEwaldo WachelkeJosé Ângelo De MarcoTalmo Alves PimentaFrancisco Bernardino MartinsSuperintendenteJosé de Paula Motta Filho

1993/1996PresidenteAmérico Takamitsu Sato1º Vice-PresidenteJosé Carlos da Silva JúniorVice-PresidentesDagmar Oswaldo CupaioloManuel Pereira da Silva LeiteCarlos Barcelos CostaEdgard WanderleySaul Zubaran de SouzaEwaldo WachelkeTalmo Alves PimentaVictor Fernando Ollero VentinDavid Nahum NetoGuivan BuenoDiretoresJosé Guilherme LimaJosé Ângelo De MarcoOscar Cunha JúniorFrancisco Bernardino Martins

SuperintendenteJosé de Paula Motta Filho

1996/1999PresidenteJosé Carlos da Silva Júnior1º Vice-PresidenteAmérico Takamitsu SatoVice-PresidentesDagmar Oswaldo CupaioloManuel Pereira da Silva LeiteCarlos Barcelos CostaEdgard WanderleySaul Zubaran de SouzaEwaldo WachelkeTalmo Alves PimentaVictor Fernando Ollero VentinGuivan BuenoJosé Guilherme LimaDiretoresFrancisco Bernardino Martins

Talmo Alves Pimenta Ewaldo Wachelke Alberto Nahum Carlos Barcelos Costa

Page 7: Nº185 1 - ABIC · anos deste organismo e sua importância na atualidade. Uma ótima leitura, sempre com excelentes cafés! EXPEDIENTE O Jornal do Café é uma publicação da Associação

JORNAL DO CAFÉ - Nº185 | 1312 | JORNAL DO CAFÉ - Nº185

Oscar Cunha JúniorSuperintendenteJosé de Paula Motta FilhoSecretário GeralDavid Nahum Neto

1999/2002PresidenteJosé Carlos da Silva Júnior1º Vice-PresidenteGuivan BuenoVice-PresidentesManuel Pereira da Silva LeiteEwaldo WachelkeTalmo Alves PimentaVictor Fernando Ollero VentinAntônio Irineu da RochaSydney Marques de PaivaLuiz Roberto GonçalvesIrving Nadir Vieira

Dagmar Oswaldo CupaioloEdgard WanderleyDiretoresCarlos Barcelos CostaPedro Alcântara Rego de LimaRicardo Ribeiro TavaresAntônio Paulino MartinsSecretário GeralDavid Nahum Neto

2002/2005PresidenteGuivan BuenoConselheirosAlmir José da Silva FilhoAntônio Irineu da RochaAntônio Paulino MartinsDagmar Oswaldo CupaioloEwaldo WachelkeJosé Carlos da Silva Júnior

Natal MartinsPedro Alcântara Rego de LimaSydney Marques de PaivaTalmo Alves PimentaDiretor-ExecutivoNathan Herszkowicz

2005/2008PresidenteGuivan BuenoVice-PresidenteAlmir José da Silva FilhoConselheirosSydney Marques de PaivaPedro Alcântara do Rego LimaEwaldo WachelkeAntonio Irineu da RochaAntonio Paulino MartinsJosé Carlos da Silva JúniorDagmar Oswaldo Cupaiolo

Natal MartinsEgídio MalanquiniDiretor-ExecutivoNathan Herszkowicz

2008/2011PresidenteAlmir José da Silva FilhoVice-PresidenteGuivan BuenoConselheirosPedro Alcântara Rego de LimaSydney Marques de PaivaEwaldo WachelkeAntônio Paulino MartinsJosé Carlos da Silva JúniorDagmar Oswaldo CupaioloNatal MartinsEgídio MalanquiniMárcio Reis Maia

Diretor ExecutivoNathan Herszkowicz

2011/2013PresidenteAmérico Takamitsu Sato Vice-PresidenteBernardo Wolfson ConselheirosEwaldo WachelkeAntonio Paulino Martins Dagmar Oswaldo CupaioloJosé Carlos da Silva Junior Egídio Malanquini Natal Martins Márcio Reis MaiaManoel Felisberto Cruz de AssisAntonio Roberto Rodrigues de AlmeidaDiretor-ExecutivoNathan Herszkowicz

2013/2016PresidenteAmérico Takamitsu Sato1º Vice-PresidenteRicardo de Sousa Silveira Vice-PresidentesEgídio MalanquiniDagmar Oswaldo CupaioloLívio Baraúna Assayag Pavel Monteiro CardosoManoel Felisberto Cruz de AssisJosé Ângelo Marino José Lúcio Campos Luciano InácioNilton Luciano dos Santos Diretor ExecutivoNathan Herszkowicz

José Carlos da Silva Júnior Americo Takamitsu SatoAlmir José da Silva Filho Guivan Bueno

Page 8: Nº185 1 - ABIC · anos deste organismo e sua importância na atualidade. Uma ótima leitura, sempre com excelentes cafés! EXPEDIENTE O Jornal do Café é uma publicação da Associação

JORNAL DO CAFÉ - Nº185 | 1514 | JORNAL DO CAFÉ - Nº185

ABIC formalizou junto ao CDPC proposta de

ampliação do Programa de Autorregulamentação da

Pureza do Café

MERCADO

SELO DE PUREZA

A ABIC apresentou durante a 66ª Reunião do CDPC – Conselho De-liberativo da Política do Café, rea-lizada em Brasília dia 29 de agos-

to, a proposta de ampliação do seu Programa de Autorregulamentação da Pureza do Café. Esta apresenta-ção formal ao CDPC teve por objetivo consolidar a determinação da ABIC de, juntamente com os demais setores que apoiam a iniciativa, implementar o completo e total monitoramento da pureza do café em todas as marcas do país, via iniciativa privada e sem imposição de regulamentação oficial, entendendo que o setor privado é ma-duro e responsável o suficiente para assegurar pureza aos produtos. Numa

segunda fase, a proposta pode avan-çar, depois de muitos estudos, consul-tas e discussões, para outros aspectos relacionados à qualidade e não so-mente à pureza do café.

Para a ABIC, o programa do Selo de Pureza, por toda sua estrutura técnica e seu histórico de mais de 20 anos de sucesso, é a forma mais célere e eficaz de combate a fraudes e impurezas no café torrado e moído, e sua ampliação seria a melhor medida para alcançar os objetivos pretendidos pelo agrone-gócio e pelo governo. Único no mun-do, o programa já monitora e controla 75% de todo o café produzido no país. Sua ampliação permitirá, por exem-plo, que o número de análises micros-

Desde a época de sua criação, a ABIC enfrentou - e enfrenta - o desafio de conseguir para o café e para o con-sumidor brasileiro melhor qualidade, a

Saindo da tutela do IBC

VOCÊ

SAB

IA?

garantia da pureza, o aumento de consumo e preço justo para o produto. Em 1987, a entidade ganhou um importante aliado: o embaixador José Dauster, que naquela data passou a presidir o IBC – Instituto Brasileiro do Café, autarquia à qual cabia conduzir as políticas do setor e a fiscalização das indústrias de café. A ABIC apresentou a ele os proble-mas enfrentados pelo setor, causa-

cópicas anuais possa saltar dos atuais 2,8 mil para 6 mil em 2014.

“Com essa ampliação, poderemos monitorar 100% dos cafés produzidos no país, garantindo a pureza, que é o quesito número 1 da qualidade, aos nossos consumidores e com isso au-mentar ainda mais a demanda”, diz Américo Sato, presidente da ABIC. Isso significa que a entidade, com o apoio dos demais segmentos e aprova-ção do CDPC, poderá passar a coletar e a analisar os 25% restantes, a maioria localizada em Estados longínquos e de difícil acesso. “Apesar do volume pe-queno, esses 25% representam inúme-ras marcas”, diz Sato, lembrando que o aumento do consumo é de interesse de todo o agronegócio, já que as in-dústrias respondem pela aquisição de 40% da produção brasileira de café.

Lançado em 1989, o Programa de Controle de Pureza – Café Torrado e/ou Moído, responsável pela concessão do Selo de Pureza ABIC, foi uma res-posta da entidade aos consumidores que, em meados da década de 1980, vinham abandonando o hábito por acreditar que o produto puro era ex-portado e que o brasileiro só consu-mia café de baixa qualidade, impuros ou com misturas, conforme consta-tado em pesquisa de opinião. Nessas duas décadas, o programa do Selo de Pureza resultou na moralização do mercado e resgatou a credibilidade do produto: o consumo anual saltou de 8,5 milhões de sacas para mais de 20 milhões de sacas. Atualmente, parti-cipam do programa 457 empresas com 1.132 marcas certificadas.

O sucesso do programa está no seu formato, que não permite vícios ou influências externas. Na coleta, sem aviso prévio, auditores independen-tes compram no varejo (supermerca-do, padaria, etc.) duas amostras de cada marca, acondicionando-as em embalagens lacradas, invioláveis e identificadas por código de barras. As amostras são então encaminhadas ao laboratório credenciado, que analisa uma das amostras e mantém a outra preservada, para eventual contrapro-va. Para assegurar a confiança no sis-tema, de três a quatro vezes por ano uma mesma amostra é analisada por vários laboratórios, resultando em 100% de sincronia. Só as empresas associadas com marcas constatadas puras recebem um certificado de di-reito do uso do selo, que tem validade de seis meses.

Desde 1989, mais de 55 mil aná-lises de microscopia já foram reali-zadas pelo programa. As marcas de empresas associadas à entidade são coletadas aleatoriamente. Se alguma irregularidade for constatada é ins-taurado um processo administrativo. E se a impureza permanecer, a ABIC aplica penalidade aos infratores, po-dendo acarretar desde a suspensão até a exclusão do programa. Também são coletadas marcas de indústrias não--associadas, a fim de identificar em-presas que fraudam seus consumido-res, seja pela presença de impurezas, ou pelo uso indevido ou imitativo do selo. As marcas constatadas impuras, de associadas ou não à entidade, são denunciadas pela ABIC aos órgãos

competentes para que tomem provi-dências legais cabíveis. Nesses mais de 20 anos, várias marcas foram pe-nalizadas pelos órgãos de defesa do consumidor, principalmente pelo Mi-nistério Público.

Para Nathan Herszkowicz, diretor--executivo da ABIC, o sucesso do Selo de Pureza comprova que a iniciativa privada tem condições de criar um programa e realizá-lo, sem interfe-rência do governo. “O café é um dos produtos que mais têm certificações em todo o mundo, a exemplo UTZ Certified, Rainforest, 4 C, Coffee Qua-lity Institute (CQI) e IDH – The Sustai-nable Trade Initiative. Aqui no Brasil temos também Imaflora, BSCA, Café do Cerrado, entre outras. E todas elas funcionam como programas priva-dos, com regras próprias e confiáveis, sem regulação oficial. O consumidor confia nesses programas. O que é ne-cessário é que o governo dê suporte financeiro suficiente para que eles se desenvolvam e sejam amplamente di-vulgados para o público”.

Além da adoção do Programa de Au-torregulamentação da Pureza do Café, coordenado pela ABIC, e da metodolo-gia para coletas e análises, a entidade propõe o treinamento e a qualificação de outros laboratórios para análises microscópicas, e a ampliação signifi-cativa do número de amostras coleta-das e analisadas. Outra proposta é a realização de uma ampla campanha publicitária, com recursos do Funcafé, divulgando essa ampliação do progra-ma e valorizando junto aos consumi-dores a produção de cafés puros.

dos principalmente pelo tabelamento de preços no varejo, desatrelado da oscilação do custo da matéria-prima (grão verde), vigente desde a década de 1970, que levou a uma concorrência predatória, descapitalizou as indústrias e pior, perdeu o consumidor pela péssima qualidade oferecida. O consumo havia caído de 8 milhões de sacas em 1965 para 6 milhões em 1985.A pesquisa feita junto aos consumidores,

em 1987, demonstrou que 67% deles acreditavam que “café puro era apenas o exportado - o de consumo interno, infelizmente, era sempre fraudado”. O consumidor estava certo “e o sistema de fiscalização do IBC, poderoso no papel, não possuía recursos para coibir a adição ao café, sobretudo por parte de pequenas e médias torrefadoras”, confor-me disse Jorio Dauster em depoimento ao Jornal do Café, em edição sobre os

20 anos do programa Selo de Pureza.A partir desta constatação surgiu a proposta das próprias indústrias se autofiscalizarem, arcando com todos os custos de coletas e análises. Assim, em 10 de novembro de 1988 entrava em vigor a Resolução n.º80, baixada pelo IBC, que passava a fiscalização e o monitoramento do setor para a ABIC. Em agosto de 1989 a entidade lançava o programa Selo de Pureza.

Page 9: Nº185 1 - ABIC · anos deste organismo e sua importância na atualidade. Uma ótima leitura, sempre com excelentes cafés! EXPEDIENTE O Jornal do Café é uma publicação da Associação

JORNAL DO CAFÉ - Nº185 | 1716 | JORNAL DO CAFÉ - Nº185

QUALIDADE

ABIC premia as marcas que alcançaram as maiores notas de qualidade global em suas categorias

A ABIC premia anualmente, no rol dos Melhores do PQC – Programa de Qualidade do Café, as marcas que alcançaram as maiores notas

de qualidade global em suas catego-rias, nas avaliações de certificação e de manutenção do programa. A pre-miação é um reconhecimento aos es-forços dessas indústrias em manter e melhorar os seus produtos, atenden-do à Norma de Qualidade Recomen-dável e às Boas Práticas de Fabrica-ção de Cafés Torrado em Grão e Cafés Torrados e Moídos. São empresas que estão investindo em tecnologia, na aquisição de boas matérias-primas e no controle da qualidade final. A premiação será feita no 21º Encafé –

MELHORES DA QUALIDADE EM 2013Encontro Nacional das Indústrias de Café, durante jantar comemorativo aos 40 anos da entidade.

O objetivo do PQC é incentivar as indústrias a diferenciarem seus pro-dutos da concorrência, em qualidade e preço. Para as empresas, a vanta-gem está na possibilidade de melhor focar seu negócio, lançando ou re-posicionando suas marcas de acordo com o perfil de seu público alvo. Para o varejo, é um diferencial importante que permite ofertar cafés certificados e uma garantia no quesito seguran-ça alimentar. Para os consumidores, as categorias têm um papel também educativo: fazê-los descobrir que café não é tudo igual, mas que existem diferenças inclusive entre as marcas produzidas por uma mesma empresa, e que existem marcas para todos os gostos e bolsos.

As marcas Campeãs do prêmio “Melhores da Qualidade do Café – PQC 2013” por categoria são:

CATEGORIA TRADICIONALTORREF. NOIVACOLINENSES LTDA.

CATEGORIA SUPERIORCOAMO AGROINDL. COOPERATIVA

CATEGORIA GOURMETMITSUI ALIMENTOS LTDA.

6,7 pontos

7,0 pontos

7,7pontos

Produto: Café Cassiano Torrado em Grãos Pouch

Produto: Café Coamo Premium Superior GR

Produto: Café Brasileiro Tutta Crema Expresso Grão

“A melhora da qualidade é o motor do consumo”

VOCÊ

SAB

IA?

A frase acima foi cunhada pelo presidente Américo Sato e resume a bandeira da ABIC nesses 40 anos de existência. A enti-dade busca incessantemente incentivar as indústrias para que invistam na qualidade contínua de seus cafés e na diversifica-ção de produtos visando justamente o aumento do consumo.O pontapé inicial foi dado em 1989, quando a entidade lançou o programa do Selo de Pureza anunciando que preten-dia reverter a queda no consumo de café que havia à época, por meio da oferta de produtos de melhor qualidade ao consumidor. Em 2004, a ABIC deu um passo à frente e criou o PQC – Programa de Qualidade do Café, que avalia a qualidade do produto e monitora sua consistência no mercado ao longo do tempo, focado nas propriedades sensoriais. O PQC, inédito em todo o mundo pelas suas características, criou categorias de qualidade para o café torrado e moído, conhecidas por Tradicional, Superior e Gourmet. De acordo com o Regulamento Técnico do PQC, os cafés com Qualidade Recomendável Geral, torrados em grão ou torra-dos e moídos, são aqueles constituídos de cafés arábica ou blendados (combinados) com robusta/conilon, que atendam aos requisitos de qualidade global e aspecto conforme segmentação do PQC que publicamos a seguir:

CAFÉS TRADICIONAIS

Aspecto: São constituídos por café tipo 8 COB ou melhores, com máximo de 20% em peso de grãos com defeitos pretos, verdes e ardidos, admitindo-se a utilização de grãos de safras passadas de cafés verde claros com qualquer bebida. A ABIC recomenda que o industrial evite no produto a presença de grãos pretos--verdes ou fermentados.

Qualidade Global: nota igual ou superior a 4,5 pontos e inferior a 6,0 pontos em uma escala de 0 a 10, em avaliação sensorial.

Características Sensoriais:Aroma – fraco a moderadoAcidez – BaixaAmargor – fraco a moderadamente intensoSabor – razoavelmente característicoSabor estranho – moderadoAdstringência – moderadaCorpo – pouco encorpado a encor-padoQualidade Global – regular a ligeiramente bom

CAFÉS SUPERIORES

Aspecto: São aqueles constituídos por café tipo 6 COB ou melhores, com máximo de 10% em peso de grãos com defeitos pretos, verdes e ardidos, admitindo-se a utilização de grãos de safras passadas de cafés verde claros com qualquer bebida. A ABIC recomenda que o industrial evite no produto a presença de grãos pretos-verdes ou fermentados.

Qualidade Global: nota igual ou superior a 6,0 pontos e inferior a 7,3 pontos, em avaliação sensorial.

Características Sensoriais:Aroma – característicoAcidez – baixa a moderadaAmargor – moderadoSabor – característico e equilibradoSabor estranho – livre de sabor fermentado, mofado e de terraAdstringência – baixaCorpo – razoavelmente encorpadoQualidade global – razoavelmente bom a bom

CAFÉS GOURMET

Aspecto: São aqueles constituídos por café tipo 2 a tipo 4 COB, com ausência de grãos com defeitos pre-tos, verdes e ardidos, preto verdes e fermentados, com bebida estrita-mente mole, mole ou apenas mole.

Qualidade Global: nota igual ou superior a 7,3 pontos, na avaliação sensorial

Características SensoriaisAroma – característico, marcante e intensoAcidez – baixa a altaAmargor – típicoSabor – característico, equilibrado e limpoSabor estranho – livre de sabor estranhoAdstringência – muito baixa, leveCorpo – encorpado, redondo e suaveQualidade global – muito bom a excelente

Page 10: Nº185 1 - ABIC · anos deste organismo e sua importância na atualidade. Uma ótima leitura, sempre com excelentes cafés! EXPEDIENTE O Jornal do Café é uma publicação da Associação

JORNAL DO CAFÉ - Nº185 | 1918 | JORNAL DO CAFÉ - Nº185

Dr. Darcy Lima

CAFÉ E SAÚDE

Bebida natural, o café faz bem se consumido regularmente e em doses moderadas

“Não, não há nenhuma restri-ção de doses diárias de café, desde que a pessoa tome em quantidade habitual e que o

paciente seja acostumado a tomar a bebida”. A afirmação é do médico e pesquisador Luiz Antonio Machado César, do Instituto do Coração - In-Cor, do Hospital das Clínicas – HC da Faculdade de Medicina da Univer-sidade de São Paulo – FMUSP. Para ele, o café não faz mal à saúde se to-mado em quantidades moderadas e habituais, ou seja, até quatro xícaras ao dia. Com isso, o Dr. Luiz César se posicionou frente ao estudo publica-do em agosto na revista “Mayo Clinic Proceedings”, que apontava em dire-ção contrária. O assunto também foi tema de um artigo do médico Drauzio Varella, publicado no jornal Folha de S.Paulo (veja a íntegra na página 20)

Para o Dr. Luiz César, o que ain-da falta é uma maior informação

por parte da comunidade médica e científica sobre as propriedades nu-tracêuticas do café. “No passado, um grande número de cardiologistas, por exemplo, julgava que o café possuía apenas cafeína, desconhecendo que a bebida contém maiores quantidades de sais minerais (2-4%), ácidos cloro-gênicos e quinídeos (2-4%), niacina ou vitamina PP (B3 ou ácido nicotí-nico) (1%) além da cafeína (1-2%) e centenas de óleos voláteis responsá-veis pelo aroma e sabor da bebida”.

Há cerca de 30 anos, centros de pesquisa brasileiros e internacionais estudam os efeitos do consumo de café para a saúde uma. O próprio In-Cor, há mais de quatro anos, criou a unidade Café e Coração, por meio de parceria com o Consorcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café e com o apoio da ABIC. De acordo com o Dr. Luiz Machado César, a pes-quisa foi feita devido à controvérsia

CAFÉ, UMA BEBIDASAUDÁVEL

que existe sobre o café fazer bem ou mal e sobre a cafeína ser uma vilã da saúde, apesar de o café não ser só cafeína e sim ser composto por mais de 400 substâncias diferentes. Nesse período, o comportamento de mais de cem pessoas foi analisado por meio de diferentes baterias de exames fei-tos periodicamente com pacientes que tomavam café. O objetivo era avaliar os efeitos do café sobre va-riáveis que envolvem o sistema car-diovascular para saber os efeitos da bebida na pressão arterial e no cora-ção de pacientes que já têm doenças

coronárias. Segundo o médico, considerando os estudos recentes, não há evidências de que o café seja ruim para pessoas com problemas no coração.

“Há vários estudos mais recentes no mundo que mostram que o café não tem impacto em do-entes cardiovasculares. Há outros estudos mos-trando que o café está dentro da qualificação dos antioxidantes, prevenindo doenças ou re-duzindo seus efeitos”. Outras pesquisas também comprovam os benefícios do café, como os estu-dos epidemiológicos realizados pelo Instituto do Câncer americano, que avaliaram mais de 400 mil pessoas, durante o período de 20 anos. Os resultados, publicados no New England Journal of Medicine, uma das revistas de maior impacto na América, mostram que os pacientes com cân-cer que tinham o hábito de tomar café morreram menos do que aqueles que não ingeriam a bebida.

Outros estudos, entretanto, apontam o oposto, como a pesquisa do NIH com mais de 400.000 indivíduos e as pesquisas em diabé-ticos da Finlândia, este, com menos de 50.000 pessoas seguidas. “E quando isto ocorre, fica a dúvida. O máximo que podemos dizer é que se pode ser conservador e não tomar MAIS do que quatro xícaras grandes ao dia de café, ou por volta de 10 cafezinhos. Mas dizer que o café faz mal, nem o autor parece realmente acreditar”, diz o Dr. Luiz César, comentando o que disse um dos autores do estudo, o pesqui-sador Carl J. Lavie, ele próprio um consumi-dor de café. De acordo com este pesquisador, o estudo sugere um consumo seguro de qua-tro xícaras por dia. Lavie diz que ele próprio poderia tomar uma sexta xícara de café, mas que agora está tentando limitar a três doses ou, ocasionalmente, quatro.

O médico neurologista e pesquisador Darcy Roberto Lima, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, foi um dos pioneiros no Brasil no desenvolvimento de estudos científicos sobre os benefícios do café para a saúde humana. Ph.D em Medicina pela Universidade de Londres, Dr. Darcy Lima começou estudando sobre dependências químicas, área que o levou a se interessar pelo café, ainda no início dos anos 1980. Ele identificou que, além de cafeína, o café possuía substâncias como a lactona, que atuam nas células nervosas com uma ação antagonista opióide. A partir dessa constatação, passou a pesquisar os efeitos do consumo do café para bloquear o desejo de autogratificação, um dos principais motivos, até então conhecidos, que levava ao consumo de drogas legais (tabaco e álcool) e ilegais.

Entre os primeiros estudos liderados pelo Dr. Darcy Lima está o ‘Projeto Café e Memória’, realizado entre 1986 e 1994 por ele e um grupo de cientistas da UFRJ. Nesses oito anos, eles analisaram mais de 10 mil pessoas, voluntárias normais e pacientes, sobre a relação entre memória, grau de inteligência, atenção, concentração, performance escolar e profissional, sono, humor, ansieda-de e depressão com hábitos diários comuns, como horas de sono, horas de estudo e trabalho, horas de lazer e o consumo de café. A conclusão: o consumo diário e mo-derado de café era benéfico ao cérebro, pois a bebida estimulava o sistema normal de vigília, aumentando a atenção, a concentração e a memória, melhorando assim a atividade intelectual normal.

A partir dessas primeiras evidências científicas, os estudos prosseguiram durante a década de 90, contando com o apoio da ABIC. A constatação de que o café podia combater grandes males da humanidade, como alcoolismo, depressão e consumo de drogas, devido aos seus componentes, como os ácidos clorogênicos e derivados, e que o consumo contribuía também no aprendizado escolar e no estado de alerta, entusiasmou a comunidade científica brasileira e internacional. O resultado foi a criação, em 1999, do Instituto de Estudos sobre Café, em Vanderbilt, em Nashville, nos Estados Unidos, instituição financiada por países produtores e consumidores (www.mc.vanderbilt.edu/coffee). No Brasil, o Dr. Darcy contribuiu em outras frentes, como na produção das Cartas Médicas, dirigidas aos profissionais da saúde, e na criação da unidade Café e Saúde, no InCor e, mais recentemente, na unidade Café e Cérebro no Instituto D’Or Pesquisa e Ensino, do Rio de Janeiro.

Descobrindo os benefícios do café

VOCÊ

SAB

IA?

Page 11: Nº185 1 - ABIC · anos deste organismo e sua importância na atualidade. Uma ótima leitura, sempre com excelentes cafés! EXPEDIENTE O Jornal do Café é uma publicação da Associação

JORNAL DO CAFÉ - Nº185 | 2120 | JORNAL DO CAFÉ - Nº185

CAFÉ E SAÚDE

A internet está abarrotada de

sites que exaltam os benefícios do alho, do limão,

da maçã, da berinjela

A cafeína é a única droga psicoati-va que podemos usar sem o me-nor sentimento de culpa. Há um ano, fiz essa afirmação nesta co-

luna depois de ler um artigo do “The New England Journal of Medicine”, a revista médica de maior circula-ção mundial. Semanas atrás, a Folha resumiu um estudo publicado na re-vista “Mayo Clinic Proceedings” que aponta em outra direção.

Com base nessa aparente contra-dição, João Luiz Neves, de Curitiba, enviou para o Painel do Leitor a per-gunta a mim dirigida: “E agora, dou-tor, como proceder?”.

Somos bombardeados diariamente com mensagens de saúde conflitan-tes. A internet está abarrotada de sites e de e-mails que se propagam feito vírus, para exaltar os benefícios do alho, do limão, da maçã, do toma-te orgânico, da berinjela e até da uri-noterapia. O risco dessas informações médicas desencontradas é deixar o leitor descrente de todas.

Por essa razão, e pela importância do café em nossas vidas, vou compa-rar as duas pesquisas.

O estudo do “New England” foi pa-trocinado pelos Institutos Nacionais de Saúde, dos Estados Unidos. Nele, foram incluídos 229.119 homens e 173.141 mulheres saudáveis, com ida-des entre 50 e 71 anos.

De acordo com o número de xícaras tomadas diariamente, o grupo foi di-vidido em dez categorias.

Durante os 14 anos de acompanha-mento, foram a óbito 33.731 homens e 18.784 mulheres. Depois de eliminar fatores como cigarro (especialmente), sedentarismo e obesidade, ficou cla-ro haver uma relação inversa: quanto mais café, menor o número de mortes.

Além de diminuir a mortalidade geral, tomar café reduziu o número de óbitos por diabetes, doenças car-diorrespiratórias, derrames cerebrais, ferimentos, acidentes e infecções. As mortes por câncer não foram afetadas.

O efeito protetor foi diretamente proporcional ao número de xícaras ingeridas diariamente. A diminuição mais acentuada da mortalidade acon-teceu no subgrupo de seis xícaras ou mais por dia: redução de 10% nos ho-mens e 15% nas mulheres.

Essa associação foi independente

Drauzio Varella O autor é médico oncologista, cientista e escritor brasileiro, for-mado pela Universidade de São Paulo, conhecido por popularizar a medicina no Brasil por meio de programas de rádio e TV.

DE VOLTA AO CAFÉ

da preferência por café descafeinado ou não, sugerindo que a proteção não ocorre por conta da cafeína.

Vamos à publicação da revista da “Mayo Clinic”. Durante 17 anos, fo-ram acompanhados 43.727 partici-pantes. Nesse período, ocorreram 2.512 mortes, das quais 32% por do-enças cardiovasculares.

Comparados com os que não to-mavam café, entre os bebedores contumazes do sexo masculino – definidos como aqueles que consu-miam diariamente mais de quatro canecas de oito onças (equivalentes a cerca de 240 mililitros) – houve aumento da mortalidade geral. Nas mulheres, não houve diferença es-tatisticamente significativa.

Entre os participantes com menos de 55 anos, no entanto, tomar mais do que as quatro canecas por dia au-mentou a mortalidade em 56% entre os homens e 113% entre as mulheres.

O risco dessas informações médicas desencontradas é deixar o leitor descrente de todas.

Não houve associação entre con-sumo de café e mortalidade por do-enças cardiovasculares. Nesse caso, como relacioná-lo com as mortes por infecções, acidentes automobi-lísticos ou câncer?

Na comparação, o primeiro estu-do tem evidências mais confiáveis: incluiu dez vezes mais participan-tes, acompanhados por período se-melhante (14 versus 17 anos), que foram divididos em dez grupos em ordem crescente da quantidade de café ingerido por dia. Todos eles se beneficiaram.

No segundo estudo, só tiveram a mortalidade aumentada aqueles que tomavam mais de quatro canecas de 240 mililitros por dia. Ou seja, foi prejudicado apenas quem tomou mais de um litro por dia, durante 17 anos, em média.

É inexplicável porque as mulheres, quando analisadas globalmente, não

apresentaram mortalidade mais alta, enquanto no subgrupo com menos de 55 anos o aumento foi de 113%.

O problema com ambos os estudos é que são retrospectivos: a decisão de tomar ou não café foi tomada no passado, de acordo com a vontade pessoal. O ideal é que fossem pros-pectivos, nos quais os participantes seriam acompanhados só depois de sorteados ao acaso para fazer parte do grupo dos abstêmios ou dos toma-dores de café. Por razões óbvias, uma pesquisa com essas características jamais será realizada.

Por isso, caro João Luiz, pode to-mar seu café sem remorsos. Por via das dúvidas, faça como eu e todas as pessoas de bom senso: evite beber mais do que um litro por dia.

Esse artigo foi publicado no ca-

derno Ilustrada do jornal Folha de S.Paulo de 24 de agosto de 2013

Page 12: Nº185 1 - ABIC · anos deste organismo e sua importância na atualidade. Uma ótima leitura, sempre com excelentes cafés! EXPEDIENTE O Jornal do Café é uma publicação da Associação

JORNAL DO CAFÉ - Nº185 | 2322 | JORNAL DO CAFÉ - Nº185

QUALIDADE

Certames estaduais selecionam os melhores lotes para disputar o Concurso Nacional ABIC de Qualidade do

Café. Os finalistas são adquiridos pelas indústrias, em leilão, e chegam aos consumidores compondo a

Edição Especial dos Melhores Cafés do Brasil

CONCURSO QUE ELEGE OS MELHORES CAFÉS DO BRASIL

CHEGA À 10ª EDIÇÃO

Um ótimo café na xícara depende, além do preparo correto, da forma cuida-dosa como os grãos foram torrados e moídos na indústria e dos tratos

culturais dedicados na lavoura pelo ca-feicultor. Para incentivar esse cuidado desde o grão até a xícara foi criado, há dez anos, o Concurso Nacional ABIC de Qualidade do Café, que une produtores e industriais e brinda os consumidores com excelentes produtos, na exclusiva Edição Especial dos Melhores Cafés do Brasil, uma seleção limitada integrada por mar-cas de cafés elaboradas com os lotes ven-cedores do certame nacional, adquiridos pelas torrefadoras em disputados leilões.

O grande objetivo do concurso se-guido da edição especial é mostrar que os melhores cafés do Brasil estão à disposição dos brasileiros, e isso se traduz na melhoria contínua da qua-lidade e no preparo dos lotes, já que incentiva os cafeicultores na busca da excelência da sua produção, visto que os preços pagos são bem acima dos de mercado. Para as indústrias e cafete-rias, ter um café campeão é um grande apelo de marketing e de diferenciação.

Este ano, o regulamento mantém os mesmos critérios da edição passada: a

premiação do melhor microlote, que agora pode ser o resultado da colheita de uma propriedade com até 15 hecta-res; a participação no leilão será ex-clusiva para empresas e pessoas jurí-dicas e, por último, os lotes finalistas deverão ser de apenas 8 sacas.

Participam do Concurso Nacional apenas os cafés finalistas dos concur-sos oficiais dos Estados produtores, e cada um poderá inscrever três lotes, sendo 1 de café arábica preparado por via seca (Natural), 1 de café arábica preparado por via úmida (Cereja Des-cascado e/ou Despolpado) e 1 microlo-te, preparado de qualquer forma, mas que seja proveniente de uma proprie-dade com no máximo 15 hectares de área total, exigência que visa privile-giar o pequeno produtor. Cada lote de café Natural e de Cereja Descascado/Despolpado deverá ser de apenas 8 sa-cas. O microlote deverá ser de 2 sacas.

As amostras inscritas serão avalia-das no laboratório do CPC – Centro de Preparação de Café do Sindicafé – São Paulo, que é credenciado pela ABIC, por uma Comissão Julgadora integra-da por especialistas. Os cafés serão avaliados na xícara, em provas cegas, seguindo a metodologia do PQC – Pro-grama de Qualidade do Café, da ABIC, para o café torrado, combinada com a metodologia da SCAA – Specialty Coffee Association of America, para grão verde.

O leilão será realizado no período de 29 de novembro a 6 de dezembro e os lances poderão ser dados pela internet. O valor do lance mínimo aceito será 50% acima da cotação BMF/Bovespa do dia anterior ao leilão. O resultado do leilão será divulgado pela ABIC no dia 9 de dezembro, quando serão anunciados os Produtores Campeões do Concurso, com a ordem de classifi-

Seu café em Boas Mãos!

Rua XV de Novembro, 41 - Conj. 40Santos, São Paulo - CEP:11010-151Tel.: (13) 3219-7600 | Fax.: (13) [email protected]

cação dada pelos lances obtidos pelos lotes, e as Empresas Campeãs da Edi-ção Especial, que serão premiadas em três categorias: Ouro, de maior valor de aquisição por saca; Diamante, pelo maior investimento total em qualida-de, e Especial, na qual concorrem os microlotes e que premiará a empresa que oferecer o maior valor.

Em meados de maio de 2014, os cafés elaborados com os grãos adquiridos no leilão chegam aos supermercados e lojas gourmet, compondo a 10ª Edição Especial dos Melhores Cafés do Brasil. Os produtos, em embalagens sofistica-das de 250 gramas, também poderão ser adquiridos nos sites das torrefado-ras e cafeterias participantes.

Confira na página da ABIC na In-ternet (www.abic.com.br) em Eventos, o regulamento completo e o calendá-rio do 10º Concurso Nacional ABIC de Qualidade do Café.

Page 13: Nº185 1 - ABIC · anos deste organismo e sua importância na atualidade. Uma ótima leitura, sempre com excelentes cafés! EXPEDIENTE O Jornal do Café é uma publicação da Associação

JORNAL DO CAFÉ - Nº185 | 2524 | JORNAL DO CAFÉ - Nº185

INDÚSTRIA

Empresa capixaba lança projeto café de origem ‘lote especial’ e o Dose Certa, destinado ao segmento de hotéis, bares e restaurantes

A indústria de café Meri-diano, de Colatina (ES) acaba de lançar dois no-vos produtos destinados

a públicos distintos. Um deles é o Dose Certa, desenvolvido para facilitar a vida e ajudar aqueles que preparam café diariamente em hotéis, res-taurantes, bares, lanchonetes e locais de grande movimen-to. Trata-se de um café torra-do e moído em sachês de 50 gramas, medida exata para o preparo de 1 litro da bebida.

“Queremos garantir a es-ses estabelecimentos o resul-tado de um café saboroso e de qualidade”, disse o diretor--presidente Cleverson Afonso Pancieri. Para o desenvolvi-mento do produto, a empresa não precisou adquirir novo equipamento, apenas reali-zou adaptações no processo produtivo. A embalagem do sachê é uma estrutura de po-liéster, polietileno e alumí-nio. O Dose Certa está sendo comercializado em caixas com 60 sachês (3 kg), com validade de 6 meses.

A segunda novidade da indústria é o Café Meridia-no Espírito – lote 6, uma edição limitada e exclusiva que homenageia a cafeicul-tura familiar capixaba. Para este projeto ‘lote especial’, a empresa selecionou cafés de quatro dos melhores ca-feicultores do Estado, que receberam um acréscimo de

NOVIDADES MERIDIANO

25% no valor da saca. São três produtores de café coni-lon, cereja descascado, e um produtor de café arábica, que combina os métodos cereja descascado e natural.

Um tag preso à embalagem apresenta, com fotos dos ca-feicultores e características de cada fazenda, esses “Arte-sãos do Café”. Os produtores selecionados de café coni-lon são todos do município de Santa Teresa: Laurindo Bridi & Luis Carlos da Silva Gomes, do Sítio São Bento; Marcelo Corteletti, do Sítio Boa Sorte, e Edival Antônio Corteletti, da Fazenda Santo Hilário. O produtor de arábi-ca é Fredolin Grunewaldt, do Sítio Grunewaldt, localizado no município de Itarana.

O blend tem 50% de coni-lon e a outra metade de ará-bica. A produção é pequena, de cerca de 400 quilos. “O nosso objetivo principal é valorizar os produtores ca-pixabas que investem em um grão de qualidade superior. Queremos incentivar o café de origem e planejamos lan-çar em breve um novo lote do Espírito com outros pro-dutores”, disse Pancieri.

O produtor de café conilon de Santa Teresa, Marcelo Cor-teletti, ficou motivado com o incentivo. “Faço investimen-tos em tecnologia para ter um café diferenciado. É motiva-dor saber que o meu produto é reconhecido”, afirmou.

O projeto foi desenvolvido em parceria com a Coopeavi, cooperativa de Santa Maria de Jetibá. Os melhores grãos foram recomendados pela própria cooperativa e ava-liados por especialistas do Meridiano. O café de origem Espírito está sendo comercia-lizado em embalagem a vá-cuo de 250 gramas.

SOLUÇÕES EM EMBALAGENS

www.sulprint.com.br

A Sulprint produz soluções personalizadas em embalagens que valorizam o produto dos seus clientes no mundo. Desenvolve ações que visam o maior shelf life do produto e redução no impacto ambiental. Investe em tecnologia, agregando qualidade de impressão e oferecendo o melhor custo benefício, com uma equipe altamente especializada.

Você fica

tra

nq

uil

o em sab

er

que esta

mos a

o seu lad

o.

Page 14: Nº185 1 - ABIC · anos deste organismo e sua importância na atualidade. Uma ótima leitura, sempre com excelentes cafés! EXPEDIENTE O Jornal do Café é uma publicação da Associação

JORNAL DO CAFÉ - Nº185 | 2726 | JORNAL DO CAFÉ - Nº185

INDÚSTRIA

Novidade faz parte da linha

Wake, e traz sabores com

quantidade extra de café

Praticamente um ano e meio de-pois de lançar Wake – bebida pronta com diferentes sabores e café – a Melitta investe mais

uma vez na conquista do consu-midor jovem-adulto do Rio Gran-de do Sul e Santa Catarina. Wake Xtra Coffee é a nova sublinha da bebida e traz novos sabores com uma quantidade extra de café. Para criar os sabores desta nova linha, a Melitta buscou inspiração nas bebidas servidas nas mais con-corridas cafeterias do Brasil e do

MELITTA LANÇA NOVAS

BEBIDAS PRONTAS

mundo. Desta pesquisa e adaptação ao paladar brasileiro surgiram os sabores Xtra Coffee French Vanilla (baunilha com mais café) e Xtra Coffee Mocca Nut (chocolate com avelã e mais café).

“O consumidor jovem-adulto gos-ta de variedade, de descobrir coisas novas e principalmente de produ-tos e marcas que falem especifica-mente com eles. Estes são alguns dos fatores que colocaram a marca Wake entre as mais consumidas e preferidas dos jovens em tão pouco tempo”, comenta João Michaliszyn, gerente de marketing de bebidas da Melitta, baseando-se em dados Nielsen e pesquisas da empresa.

“Wake é considerado o terceiro grande marco da história da Melit-ta, depois do lançamento de filtro de papel e café a vácuo”, diz Jo-natas Rocha, diretor de marketing

Baseada em pesquisas de tendências de consumo no mercado interno e em novida-des apresentadas em feiras internacionais, a ABIC mantém suas associadas a par dos novos rumos, com muita antecedência. Um exemplo foi o estímulo dado às indústrias, no início dos anos 1990, para que elas ampliassem seus portfólios de produtos visto que, até então, a grande maioria possuía uma única marca (efeito dos seguidos anos de congelamento e tabelamento de preços). O ambiente era mais que propício, até porque coincidiu com o programa do Selo de Pureza, que teve grande campanha na mídia, com o controle da inflação e com a melhoria do poder aquisitivo que ocorreu naquela década. Surgiram as embalagens a vácuo e os cafés aromatizados.

No novo século, o apelo tem sido a inovação, a modernização e a segmentação do público alvo, sempre com foco na melhoria da qua-

ABIC incentiva a inovação

VOCÊ

SAB

IA?

da Melitta. Wake surgiu como um projeto inovador e 100% brasileiro, desenvolvido para ampliar o gru-po de consumidores e atingir um público que até então não era foco da marca.

Outra grande novidade que a linha Wake passa a trazer são as suas embalagens produzidas com papel certificado com o selo FSC - Forest Stewardship Council - um dos mais reconhecidos do mundo, que atesta o uso sustentável e res-ponsável dos recursos naturais.

A linha completa de Wake está disponível agora em 5 versões: Cho-coberry (chocolate branco e moran-go com café), Mocca (chocolate com café) e Toffee (chocolate e caramelo com café) e os lançamentos Wake Xtra Coffee French Vanilla e Wake Xtra Coffee Moccanut, ambos com quantidade extra de café.

lidade, no melhor atendimento e serviço. Cafés em sachê e em cápsulas ganham o mercado, até pelo custo cada vez mais acessível das máquinas e pela praticidade. Também há um grande mercado a ser explorado: o do café pronto para beber, frio, quente ou misturados com outras bebidas, mas sempre oferecendo seus melhores atributos que são estimulantes, energéticos e saborosos. Novos sistemas também estão inovando o preparo do tradicional café filtrado, como Hario V60, Chemex, Aeropress, Clever e Soft Brew, e já são adotados no Brasil por muitas cafeterias. Mas são mantidos os métodos mais tradicionais, como filtro de papel, coador de pano, prensa francesa, Moka, Ibrik e outras cafeteiras. Enfim, é um mercado em constante mutação que a ABIC estimula as indústrias a acompa-nharem para encantar cada vez mais os consumidores.

Page 15: Nº185 1 - ABIC · anos deste organismo e sua importância na atualidade. Uma ótima leitura, sempre com excelentes cafés! EXPEDIENTE O Jornal do Café é uma publicação da Associação

JORNAL DO CAFÉ - Nº185 | 2928 | JORNAL DO CAFÉ - Nº185

MERCADO

Instaladas em 6.904 postos de combustível espalhados

pelo país, essas lojas são a 6ª opção para refeições fora do lar e representam

um importante canal de distribuição para as

indústrias de café

LOJAS DE CONVENIÊNCIAP

esquisa anual realizada pelo Sindicom – Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes

mostra que as lojas de conveniência, inicialmente criadas para ampliar o tráfego nos postos e aumentar a ven-da de combustíveis, se transforma-ram em unidades independentes de negócios, e já são a sexta opção de alimentação fora do lar, com 22% de preferência dos brasileiros. Prova dis-so é que os frequentadores não são apenas motoristas. O levantamento, divulgado durante a feira Expostos & Conveniência, realizada em São Paulo no final de agosto, mostra que 47% do público que opta por comprar nessas lojas são pessoas da vizinhança, que vão a pé para consumir alimentos e adquirir produtos, como jornais e re-vistas e outros serviços.

Esse é um canal de distribuição com imenso potencial de expansão. São 38,9 mil postos de combustíveis es-palhados pelo país, mas apenas 6.904 (18%) possuem lojas de conveniência, sendo 32% delas só em São Paulo. Comparando-se com outros mercados,

Nesses 40 anos, a ABIC realizou inúmeras pesquisas de tendências de consumo e estudos de mercado. Um exemplo é o Guia Canais para Distribuição de Café lançado em 2010, na gestão do presidente Almir José da Silva Filho, que dirigiu a entidade no período de 2008 a 2011.

A publicação foi encomendada ao prof. Eugênio Foganholo, da Mixxer, com o objetivo de auxiliar as indústrias de café a serem bem sucedidas no esforço de diversificar os segmentos de mer-cado em que atuam ou podem atuar para a distribuição de seus produtos. Extremamente detalhado, a publicação mostra como trabalhar com cada um dos canais, indicando que tipo de café e de máquina deve ser utilizado.

VOCÊ

SAB

IA?

se tem melhor percepção do quanto este segmento pode crescer no Brasil: nos Estados Unidos, quase 90% dos postos possuem lojas de conveniên-cia; no Reino Unido e Espanha, mais de 60%, e na vizinha Argentina, 50% dos postos oferecem essa facilidade.

Nos últimos cinco anos, as vendas nestes locais têm crescido em média 15% ao ano. Em 2012, o faturamento do setor foi de R$ 4,9 bilhões, superando em 14,7% o resultado do ano anterior.

As lojas vendem produtos de fabri-cantes diversos, mas muitas estão in-vestindo em marcas próprias. A Raí-

zen, que tem a bandeira dos postos de combustíveis Shell, que abriga a mar-ca Select, por exemplo, está investin-do até na oferta de pratos prontos. Em entrevista ao jornal Brasil Econômico, a gerente nacional de conveniência da Raízen, Natália Cid, disse que a empre-sa quer oferecer uma oportunidade de combinação de refeições para todos os dias da semana. “Além disso, continu-aremos a expandir a implementação do conceito de café gourmet em nossas lo-jas”. A Raízen tem atualmente 800 lojas Select e quer chegar em 2015 a 1.500.

Outra empresa que investe em mar-ca própria é a distribuidora Ipiranga, dona da marca am/pm, com 1.377 uni-dades em mais de 420 municípios. A empresa, considerada a maior rede de lojas de conveniência, é uma das que está incluindo o serviço de padarias, também de marca própria, que reúne 170 itens de alimentação. Ao todo, a distribuidora possui 6.400 postos, e a ideia é expandir a rede de lojas. De acordo com a empresa, os postos com lojas de conveniência têm aumentado a venda de combustível em 18% na comparação dos que não têm.

Além da loja de conveniência, mui-tos postos também estão aderindo a um novo formato, baseado no concei-to de ‘strip malls’, muito comum nos EUA. São pequenas lojas ao ar livre com uma faixa (‘strip’) de estaciona-mento na frente, que oferecem servi-ços diversos como lavanderia, droga-rias e floricultura. Com esse formato, atendem as pessoas que têm preferido consumir itens do dia a dia perto de casa ou do trabalho.

A ABIA – Associação Brasileira da Indústria de Alimentação divulgou dia 4 de setembro que o segmento de alimentação fora de casa teve alta de 16,2% nos primeiros seis meses deste ano em relação ao mesmo período de 2012. A entidade espera fechar este ano com um crescimento entre 14% e 17%, e faturamento estimado em R$ 120 bilhões. Em 2012, fechou com R$ 100,5 bilhões.

Nos últimos dez anos, o negócio, que engloba restaurantes, padarias e delivery, cresceu a uma taxa anual de 14,3%, enquanto o setor supermer-cadista registrou elevação de 11,9%. A participação de refeições fora de casa no faturamento da indústria de alimentos atingiu 31,5% no primeiro semestre deste ano.

Alimentação fora do lar cresce

Page 16: Nº185 1 - ABIC · anos deste organismo e sua importância na atualidade. Uma ótima leitura, sempre com excelentes cafés! EXPEDIENTE O Jornal do Café é uma publicação da Associação

JORNAL DO CAFÉ - Nº185 | 3130 | JORNAL DO CAFÉ - Nº185

EVENTO

Evento, que teve como ponto central

as comemorações do cinquentenário da

Organização Internacional do Café, contou também

com a realização da Conferência Internacional

de Cafés Arábicas Naturais e com a oitava edição do

Espaço Café Brasil

O Brasil, maior país produtor e ex-portador de café e segundo maior mercado consumidor, foi escolhi-do para sediar a comemoração dos

50 anos da Organização Interacional do Café - OIC. E Belo Horizonte, a ca-pital do Estado que é maior produtor, foi escolhida para ser a sede da Sema-na Internacional do Café, evento rea-lizado de 9 a 13 de setembro no Ex-pominas, que incluiu na programação as reuniões ordinárias do Conselho da OIC, a Conferência Internacional de Cafés Arábicas Naturais e a 8ª edi-ção do Espaço Café Brasil, entre ou-tros eventos paralelos. A Semana foi uma realização do Governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Es-tado e Agricultura, Pecuária e Abas-tecimento (Seapa), em parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg), Sebrae, OIC, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ministério das Rela-ções Exteriores e Café Editora.

Entre as autoridades presentes na cerimônia de abertura da Semana,

estavam os ministros Fernando Pi-mentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Antonio Andrade (Agricultura), e Eduardo Santos (inte-rino das Relações Exteriores). Também compareceram o governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, e o diretor-executivo da OIC, Robério Sil-va. A ABIC esteve representada pelo seu presidente Américo Sato e pelo seu vice-presidente Ricardo Silveira, além de outros diretores e associados.

Abrindo a solenidade Robério Silva ressaltou a relevância da entidade para o setor e alertou sobre os riscos da que-

da do preço do café. “Os desafios que a OIC terá de enfrentar, tanto a curto quanto no longo prazo, estão direta-mente ligados à questão da sustenta-bilidade, em suas três categorias: eco-nômica, ambiental e política”, afirmou, mostrando preocupação com relação ao cenário atual de preços baixos.

“Com custos de produção mais rígi-dos, como consequência de uma maior sustentabilidade econômica, social e ambiental, e maiores custos para con-ter enfermidades tais como a ferrugem que atinge vários países produtores, podemos esperar uma maior instabili-dade de produção nos próximos anos”,

disse o diretor, que reforçou a ênfase da entidade no planejamento e execu-ção de planos estratégicos adotados pela OIC para evitar crises e promover melhorias, tanto nos preços como nas condições para os produtores (leia en-trevista na página 34).

O ministro da Agricultura, Antônio Andrade, disse que, para sustentar os preços, o governo pretende retirar do mercado 13 milhões de sacas de café, por meio dos leilões dos contratos de opções de venda e dos financiamentos concedidos para apoiar a comerciali-zação. ”Queremos reter 13 milhões de sacas, para que os preços possam ser

Os desafios que a OIC terá de enfrentar, tanto a curto quanto no longo prazo, estão diretamente ligados à questão da sustentabilidade

SEMANA INTERNACIONAL

DO CAFÉ

Page 17: Nº185 1 - ABIC · anos deste organismo e sua importância na atualidade. Uma ótima leitura, sempre com excelentes cafés! EXPEDIENTE O Jornal do Café é uma publicação da Associação

JORNAL DO CAFÉ - Nº185 | 3332 | JORNAL DO CAFÉ - Nº185

remuneradores”, declarou o ministro. Andrade afirmou que o Estado realiza-rá três leilões de contratos de opções de venda para três milhões de sacas de café. O primeiro ocorreu dia 13 de setembro e estavam programados os outros dois para os dias 20 e 27 do mesmo mês. O ministro lembrou ainda que o gover-no federal, nesta safra, disponibiliza o montante recorde de R$ 5,8 bilhões para financiar o custeio das lavouras, esto-cagem, compra de café e capital de giro das indústrias e cooperativas.

REUNIÃO DA OICA 50ª Reunião Geral da Organização

Internacional do Café apresentou sig-nificativos avanços, principalmente no que se refere ao apoio aos produtores, visando a melhoria do preço do pro-duto. “Tivemos importantes avanços nestes quatro dias de reunião, princi-palmente no que se refere ao apoio ao pequeno produtor dos países emergen-tes. Além disso, a OIC vê com ótimos olhos políticas como a adotada recen-temente pelo governo brasileiro de or-denamento do fluxo de safra”, afirmou Robério Silva, diretor-executivo da instituição, citando a medida de retirar 13 milhões de sacas do mercado.

Ao final do encontro, por aclamação os participantes aprovaram a Decla-

ração de Belo Horizonte, com os prin-cipais pontos acordados nos quatro dias de discussões. Entre os principais temas, a OIC reiterou o compromisso de disponibilizar informações estatís-ticas e econômicas objetivas e abran-gentes sobre o mercado global de café como meio de possibilitar a tomada de decisões com base em dados precisos e atualizados. Participaram da reunião 157 delegados, 58 observadores e 79 visitantes convidados, de 70 países.

Para Robério Silva, um dos princi-pais desafios da OIC para os próximos anos é a obtenção de financiamentos nos órgãos multilaterais. “O Banco Mundial, o Banco Interamericano e a FAO podem desempenhar importante papel nesse contexto, principalmente no que se refere ao apoio ao pequeno produtor e às cooperativas, abrindo as portas para a obtenção destes recur-sos”, reforçou.

Durante a reunião foram também analisados estudos sobre o risco e as principais formas de financiamento do setor cafeeiro. Especialistas convi-dados abordaram, ainda, a situação da agregação agrícola e uma resenha dos princípios básicos do desenvolvimen-to cooperativo. Também analisaram a situação da agregação de agricultores e buscaram o entendimento visando

PROMOÇÃO PERMANENTE DO CAFÉ

Nestes 40 anos, a ABIC tem trabalhado ininterruptamente na promoção do café junto aos mais diversos públicos em feiras e exposições diversificadas. Um desses eventos, que se tornou histórico e demonstra bem o esforço da entida-de, foi a participação na Conferência Mundial do Meio Ambiente – ECO 92, realizada no Riocentro, Rio de Janeiro, em junho de 1992.

Iniciativa conjunta com os Ministérios da Economia e Relações Exteriores, o estande Café do Brasil foi projetado como se fosse uma antiga casa de fazenda e tinha a finalidade de mostrar que esta bebida era (e é) o grande cartão de visitas dos brasileiros. Em 12 dias, foram servidos 144 mil cafezinhos, a maioria preparado no coador, mas também em máquina de ‘espresso’. E nada de copinho descartável: o café foi servido em xícaras de porcelana, manualmente lavadas e depois esterilizadas e quentes o suficiente para não esfriar a bebida. Além dos cafés servidos no estande, a ABIC também forneceu 100 garrafas térmicas por dia, como prova de hospitalidade, aos demais expositores, que eram delegações governamentais e não-governamentais.

VOCÊ

SAB

IA?

a solução de problemas por campos de força, em pequenos grupos.

O Conselho da OIC apreciou, ao lon-go da reunião, relatórios sobre os se-guintes projetos concluídos: melhoria da qualidade e comercialização do ro-busta pela otimização do uso dos ter-renos de café; acesso ao crédito para o desenvolvimento de culturas de diversificação em áreas de produção cafeeira; aumento da resiliência da produção de café à ferrugem e outras doenças na Índia e em quatro países africanos, e reabilitação experimen-tal de lavouras de café abandonadas como pequenas unidades de produção familiar em Angola.

CAFÉS ARÁBICAS NATURAISEm sua quarta edição, e pela pri-

meira vez realizada no Brasil, a Con-ferência Internacional de Cafés Ará-bicas Naturais reuniu especialistas e pesquisadores que discutiram sobre o desenvolvimento, a produção e o mer-cado deste segmento da cafeicultura.

Durante o encontro, especialistas internacionais discutiram pesquisas recentes sobre os cafés naturais – tipo de processamento em que o fruto seca com a casca no terreiro e que, entre outras qualidades, confere mais doçu-ra à bebida. Os participantes tiveram a oportunidade de provar os melhores cafés nacionais brasileiros que pas-sam por este método.

A Conferência reuniu alguns dos maiores especialistas mundiais da bebida. Entre eles está o mexicano Manuel Diaz, mestre em torra de café reconhecido mundialmente e respon-sável pela elaboração de diferentes perfis sensoriais para competições in-ternacionais. Segundo ele, o fato de a conferência de cafés arábicas naturais ter sido realizada em Minas Gerais, mostra o crescente interesse desse tipo de café no mercado mundial. “O Bra-sil é o principal produtor desse tipo de café, concentrando cerca de 80% da produção mundial. E Minas Gerais é, seguramente, um dos seus melhores representantes”.

A questão do uso racional da água é, segundo Diaz, um dos aspectos que mais valorizam os cafés arábicas na-

turais. “A água é, hoje, um dos bens mais valorizados em todas as partes do mundo. É impossível usar tal re-curso na lavagem dos grãos. Além disso, o sabor dos cafés arábica natu-rais está sendo descoberto por inúme-ros mercados, principalmente por pa-íses emergentes, como Coreia, Japão e China”, disse.

A IV Conferência Internacional de Cafés Arábicas Naturais foi apoiada por duas das mais importantes entida-des do mercado de cafés de qualidade no mundo: o Coffee Quality Institute (CQI) e a Specialty Coffee Association of America (SCAA). Também parti-ciparam o diretor-executivo do CQI, David Roche, e o professor-doutor na Universidade Federal de Lavras (Ufla), Flávio Borém, um dos maiores espe-cialistas em cafés naturais no Brasil.

ESPAÇO CAFÉ BRASILRealizado pela primeira vez em Mi-

nas Gerais, o Espaço Café Brasil su-perou as expectativas, com mais de 12 mil visitantes em quatro dias de evento, o dobro com relação à edição do ano passado. Reunidos em uma di-

Lucas Salomão, da Libermac, de São Paulo, venceu o Campeonato Brasilei-ro de Brewers (café filtrado) e Edmil-son Batista, da mineira Alicerce Com. De Imp. E Exp. De Café, de Varginha, foi o campeão do Campeonato Brasi-leiro de Cup Taster (provadores).

A exemplo da edição anterior, o pú-blico do 8º Espaço Café Brasil também degustou e votou no melhor café de 2013. Foram inscritas 164 amostras e 72 foram pré-selecionadas por espe-cialistas da Academia do Café, de Belo Horizonte. Apenas 10 amostras che-garam à final e o resultado do Coffee of the Year foi o empate entre o café produzido na Fazenda Sertãozinho, no Sul de Minas, e o da Fazenda Santa Terezinha, na Mogiana paulista. Duas mil pessoas votaram.

A ABIC participou do evento, em parceria com o Sindicafé – MG, com a proposta de divulgar os seus progra-mas e certificações que têm impulsio-nado a melhoria da qualidade do café e o consequente aumento do consumo. Em seu estande, foi montado um pe-queno auditório no qual foram promo-vidas palestras e sessões de degustação destinadas a baristas e profissionais do agronegócio, e que foram ministra-das por Gabriela Pariz, coordenadora e classificadora do GAC – Grupo de Avaliação de Café do Sindicafé – São Paulo, e Cleia Junqueira, coordenadora e instrutora do CPC – Centro de Prepa-ração do Café, do Sindicafé – SP.

Ao todo foram seis temas, abor-dando desde como escolher o café do dia a dia, passando pelo NMQ – Nível Mínimo de Qualidade, que traz reco-mendações para elaboração de editais de licitação, até sobre preparo de café em casa, quando o público pôde de-gustar um mesmo café preparado nos diferentes métodos, como filtro de pa-pel, coador de pano, prensa francesa, Moka, Ibrik, Hario V60, Chemex, Ae-ropress, Clever e Soft Brew. Também foi apresentado o PQC – Programa de Qualidade do Café, da ABIC, e uma palestra, de Cleia Junqueira, sobre como está a batalha entre o café ‘es-presso’ e o filtrado, e qual a razão de estar crescendo tanto o uso do filtrado nas cafeterias e restaurantes.

nâmica plataforma de negócios, pro-dutores, expositores e consumidores transformaram Belo Horizonte na ca-pital mundial do café.

Destaque na programação foram as competições organizadas pela ACBB – Associação Brasileira de Café e Ba-rista, que elegeram os profissionais que representarão o país nos certames mundial: Leo Moço, do Café do Moço, de Curitiba, conquistou o 1º lugar no Campeonato Brasileiro de Barista;

A ABIC também participou do evento, em parceria com o Sindicafé-MG, com a proposta de divulgar

seus programas e certificações

Page 18: Nº185 1 - ABIC · anos deste organismo e sua importância na atualidade. Uma ótima leitura, sempre com excelentes cafés! EXPEDIENTE O Jornal do Café é uma publicação da Associação

JORNAL DO CAFÉ - Nº185 | 3534 | JORNAL DO CAFÉ - Nº185

EVENTO

OIC 50 ANOS

O papel da Organização Internacional do

Café, que comemorou seu cinquentenário

durante evento em Belo Horizonte, é descrito aqui

por seu diretor Robério Silva, em entrevista à

Embrapa Café

Principal organização intergo-vernamental a serviço do café que une governos exportadores e importadores para enfrentar

os desafios mundiais da cafeicultu-ra, a OIC foi criada em Londres em 1963 como um braço da Organização das Nações Unidas (ONU). A missão da Organização é fortalecer o setor cafeeiro global e promover sua ex-pansão sustentável em um ambiente baseado no mercado para o aperfei-çoamento de todos os participantes do setor cafeeiro.

Para falar um pouco da impor-tância e da história da organização, do presente e do futuro, Flávia Bes-sa e Lucas Tadeu Ferreira, da área de Gerência de Transferência de Tecnologia da Embrapa Café, en-trevistaram o diretor-executivo da OIC, o brasileiro Robério Silva. O dirigente é economista, foi diretor da Associação dos Países Produto-res de Café – APPC, Secretário de Produtos de Base, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Co-mércio Exterior – MDIC, e diretor do Departamento de Café do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abasteci-mento – Mapa, entre outras funções importantes que ocupou durante sua carreira profissional.

Poderia explicar como surgiu a

OIC, como ela evoluiu do sistema de quotas e intervenção no mercado para o sistema de livre mercado?

A OIC foi estabelecida em 1963 numa conferência convocada pe-las Nações Unidas em resposta às f lutuações dos preços e da oferta e

A missão da OIC e que o Acordo Internacional do Café - AIC de 2007 enuncia, consiste em servir como fórum para a formulação de políti-cas e soluções para fortalecer o se-tor cafeeiro global, investigando e promovendo meios para conseguir o equilíbrio entre a oferta e a de-manda, assim como preços justos tanto para os produtores quanto para os consumidores. Além disso, dar maior transparência ao merca-do cafeeiro e possibilitar a tomada de decisões econômicas com base em dados precisos e tempestivos; in-centivar o desenvolvimento e a di-vulgação de conhecimentos sobre a economia cafeeira mundial, tornan-do a OIC uma Agência de Desenvol-vimento e Execução de Projetos de interesse dos membros, e promover um setor cafeeiro sustentável, a fim de contribuir para a consecução das Metas de Desenvolvimento do Milê-nio (propostas pelas Nações Unidas), em particular com respeito à erradi-cação da pobreza.

Quais são os principais países-

-membros da OIC e os requisitos para o ingresso na Organização?

Todos os membros são extrema-mente importantes para a OIC. Os mais proeminentes em termos de ex-portação e importação de café são: Brasil, Colômbia, Estados Unidos, Guatemala, Honduras, Índia, Indo-nésia, Suíça, Uganda, União Euro-peia e Vietnã. Para ingressar na OIC, o Governo de qualquer país produtor ou consumidor de café ou organiza-ção intergovernamental que tenha competência exclusiva para nego-ciar, concluir e aplicar o Acordo po-derá aderir ao AIC de 2007.

Poderia citar os dez maiores pa-

íses produtores e consumidores de café?

Os maiores produtores de café são: Brasil, Vietnã, Indonésia, Colômbia, Etiópia, Índia, México, Honduras, Peru e Guatemala. Os maiores con-sumidores são: EUA, Brasil, Alema-nha, Japão, França, Itália, Rússia, Canadá, Etiópia e Indonésia.

da demanda entre os anos 30 e os anos 60 do século passado. Duran-te a Grande Depressão dos anos 30 e durante a Segunda Guerra Mun-dial, a oferta aumentou, a demanda diminuiu e os preços se mantiveram deprimidos. Nos anos do pós-guer-ra, porém, a demanda aumentou e o abastecimento se tornou insufi-ciente para satisfazer esse aumento. Entre 1950 e 1953, os estoques se mantiveram aquém das necessida-des mínimas para os fins normais do comércio. A eclosão da Guerra da Coréia e más condições meteoro-lógicas no Brasil exacerbaram essa situação e, em 1953, os preços se ele-varam a níveis sem precedentes. Isso deu motivo a uma expansão subs-tancial do plantio no mundo todo, seguida de excesso de produção. Os estoques cresceram e, na segunda metade dos anos 1950 e início dos anos 1960, os preços caíram drasti-camente. Essa situação levou a uma iniciativa intergovernamental para tentar estabilizar o mercado e sustar a queda de preços, que vinha tendo graves consequências econômicas e políticas em numerosos países pro-dutores de café da América Latina e da África. Após uma série de acor-dos de curta duração entre os países produtores, um Grupo de Estudos do Café foi constituído para conside-rar a negociação de um acordo que incluísse países tanto exportadores quanto importadores. Os trabalhos do Grupo culminaram com o Acordo Internacional do Café de 1962. Nos tempos atuais, não há espaço para quotas ou acordos para restringir a produção. Precisamos trabalhar na direção oposta, eliminar barreiras tarifárias e garantir livre acesso a mercados para o café e outros pro-dutos que possibilitem a diversifica-ção. Precisamos trabalhar ainda em nossos países para construir meca-nismos de mercado que ordenem o f luxo das safras de forma a garantir abastecimento estável, que interesse a todos os elos da cadeia.

Qual a missão hoje da Organi-

zação?

Page 19: Nº185 1 - ABIC · anos deste organismo e sua importância na atualidade. Uma ótima leitura, sempre com excelentes cafés! EXPEDIENTE O Jornal do Café é uma publicação da Associação

JORNAL DO CAFÉ - Nº185 | 3736 | JORNAL DO CAFÉ - Nº185

mento com relação a condições es-truturais dos mercados internacio-nais e das tendências de longo prazo da produção e do consumo que equi-libram a oferta e a demanda e re-sultam em preços equitativos tanto para os consumidores quanto para os produtores.

De que maneira a OIC busca re-

sultados econômicos positivos para equalizar interesses de países ex-portadores e importadores?

O objetivo do presente Acordo é fortalecer o setor cafeeiro global num contexto de mercado, promo-vendo sua expansão sustentável em benefício de todos os participantes do setor.

Como se explicam os altos níveis

de preços do café alcançados em 2011 e, em contrapartida, em 2013, os preços baixos cobrados muitas ve-zes até abaixo do custo de produção?

De uma perspectiva mais ampla, vemos que os preços do café, re-presentados pelo preço indicativo composto da OIC, caíram considera-velmente no transcurso de 2011/12. Depois de alcançar 231,24 centavos de dólar dos EUA por libra-peso em abril de 2011, seu nível mais alto desde 1977, o indicativo composto caiu constantemente, e então, a par-tir de abril de 2012, se estabilizou numa faixa de 145 a 160 centavos por libra-peso. Os preços dos vários grupos de café, porém, registraram uma evolução muito distinta em 2011/12. Durante a maior parte do período, as cotações dos arábicas caíram, mas as dos robustas se man-tiveram relativamente firmes. Na verdade, os preços dos três grupos dos arábicas (Suaves Colombianos; Outros Suaves; e Naturais Brasilei-ros e Outros Naturais) atingiram seu pico em abril de 2011 e, a partir daí, baixaram significativamente. De se-tembro de 2012 em diante, os preços dos arábicas caíram 37% (Suaves Colombianos), 40% (Outros Suaves) e 39% (Naturais Brasileiros e Outros Naturais). Os preços dos robustas também caíram, mas muito menos

Quais as principais estratégias

de atuação da OIC adotadas diante dos desafios enfrentados principal-mente pelos países produtores?

A OIC, na qualidade de Organis-mo Internacional de Produto Básico - OIPB designado para o café, res-ponde pela apresentação formal de projetos ao Fundo Comum para os Produtos Básicos - FCPB. Como tal, ela também responde pela prioriza-ção, formulação e supervisão de pro-jetos e pela busca dos participantes e, sobretudo, dos beneficiários visa-dos. A OIC trabalha muito próxima do FCPB na instauração e imple-mentação de projetos de desenvolvi-mento. Convido os leitores a lerem o documento “Estratégia de desenvol-vimento para o café” (http://dev.ico.org/documents/icc-105-16p-strate-gy.pdf) para mais informações.

E quais as principais políticas

adotadas para manter equilíbrio entre oferta e consumo e fortalecer o desenvolvimento do setor cafeei-ro no mundo?

Entre os objetivos do AIC de 2007 cabe à OIC proporcionar um fórum para consultas, buscando entendi-

“De uma perspectiva mais

ampla, vemos que os preços do café,

representados pelo preço indicativo

composto da OIC, caíram

consideravelmente no transcurso

de 2011/12”

violentamente. Depois de alcançar seu nível máximo em maio de 2011, no final do ano cafeeiro de 2011/12 eles haviam caído 14%. Grande par-te das quedas de preços de 2011/12 pode ser atribuída a uma normali-zação do abastecimento de café que, nos últimos anos, foi muito afetado por tempo inclemente em alguns pa-íses produtores. Reagindo à escassez de Arábicas Suaves, os torrefadores buscaram outras origens. O uso de robustas em diferentes blends con-tinua a crescer, e eles agora respon-dem por cerca de 40% da produção mundial.

De que forma a OIC promove

apoio aos países produtores nesses casos?

Na verdade, a preocupação da OIC em relação ao assunto é constante e constitui um dos pilares do Acor-do de 2007, cujo objetivo principal inclui promover o desenvolvimento do consumo e de mercados para to-dos os tipos e formas de café, inclu-sive nos países produtores de café. A Organização também incentiva os membros a desenvolver e imple-mentar estratégias que ampliem a capacidade das comunidades locais e dos pequenos produtores de se beneficiarem da produção cafeeira, que pode contribuir para aliviar a pobreza; e facilita a disponibilização de informações sobre instrumentos e serviços financeiros capazes de aju-dar os produtores de café, inclusive com respeito a acesso a crédito e mé-todos de gestão de risco.

Quais as principais estratégias

adotadas pela OIC para estimular o aumento do consumo e a melhoria da qualidade do produto?

Além de incentivar o aprimo-ramento da qualidade, através de seu Programa de Melhoria da Qualidade do Café (PMQC), a OIC criou um Plano de Promoção e De-senvolvimento de Mercado, que foi aprovado pelo Conselho em setembro de 2012 (http://dev.ico.org/documents/icc-109-13p-plan--promotion.pdf ). O ponto focal

das atividades previstas no Pla-no se deslocará da promoção do consumo de café para a promoção de valor e diferenciação por meio de uma rede de múltiplos partici-pantes com duas metas estratégi-cas: promover o valor através da qualidade, saúde, sustentabilida-de e diferenciação, construindo uma rede de múltiplos parceiros; e apoiar os países produtores na ‘descomoditização’ do café via programas para o aumento dos re-tornos, centrados particularmente nos pequenos cafeicultores, com a OIC no papel de facilitadora e pro-vedora de conhecimentos.

A OIC tem alguma análise que aponte perspectivas da cafeicultura mundial do ponto de vista da de-manda e da oferta, bem como da competitividade dos países produ-tores?

Recomendo a leitura do documen-to ICC-106-11, chamado “Perspectivas para o mercado cafeeiro 2010-2019” ( ht t p: //dev. ico .org /document s/icc-106-11p-outlook-2010-1019.pdf), e das conclusões da última Confe-rência Mundial do Café (http://dev.ico.org/documents/icc-105-4p-wcc--conclusions.pdf).

Nesse contexto, quais países te-

riam potencial para aumentar a produção e em quais há previsão de aumento de consumo?

O grande aumento do consumo no futuro deverá vir de países produ-tores e países emergentes. Princi-palmente de lugares sem tradição de beber café.

Em 1997, no Brasil, foi criado o

Consórcio Pesquisa Café, coordena-do pela Embrapa Café, o qual con-grega 45 instituições de pesquisa, ensino e extensão. Quais focos da pesquisa cafeeira que a OIC con-sidera mais relevantes para serem desenvolvidos e/ou incrementados pelo Consórcio?

A qualidade do café deve liderar qualquer lista que se faça. Dentro do tema qualidade encontram-se subjacentes o combate a pragas e doenças, o desenvolvimento de cul-tivares mais resistentes, a questão do teor de Ocratoxina A (OTA) no café e mais. Também é imperati-vo conhecer e disseminar cada vez mais os aspectos positivos do café em relação à saúde, continuar a de-senvolver a tecnologia aplicada à produção e processamento e levar em conta o estresse hídrico e de-mais aspectos ambientais.

Na avaliação da OIC, os resulta-

dos das pesquisas cafeeiras desen-volvidas no Brasil pelo Consórcio Pesquisa Café têm refletido de forma positiva no setor produtivo e tam-

A OIC trabalha em colaboração com outras organizações para aju-dar a enfrentar questões como re-dução da pobreza em países produ-tores? Como tem sido esse trabalho e quais outros projetos a OIC apoia?

Aos 15 de fevereiro de 2013, 38 projetos de desenvolvimento cafe-eiro (http://dev.ico.org/documents/eb3942r1p.pdf ), em valor total de cerca de US$105 milhões, haviam sido aprovados pelo Fundo Comum para os Produtos Básicos - FCPB, que, contribuindo com US$55 mi-lhões para seu financiamento, é seu principal financiador. O res-tante dos recursos necessários pro-vém de instituições doadoras bila-terais e multilaterais, na forma de cofinanciamento (US$29 milhões), e dos países beneficiários, na for-ma de contribuições de contrapar-tida (US$21 milhões).

“OIC criou um Plano de Promoção e Desenvolvimento de Mercado, que foi aprovado pelo

Conselho em setembro de 2012”

Page 20: Nº185 1 - ABIC · anos deste organismo e sua importância na atualidade. Uma ótima leitura, sempre com excelentes cafés! EXPEDIENTE O Jornal do Café é uma publicação da Associação

JORNAL DO CAFÉ - Nº185 | 3938 | JORNAL DO CAFÉ - Nº185

bém no consumidor?O Consórcio Pesquisa Café vem de-

sempenhando um papel-chave para a coordenação dos esforços de pesqui-sa do café no Brasil e agora pretendo trazê-lo para um esforço ainda maior, no âmbito internacional, como é a in-tenção do Mapa.

A produção de café de alguns pa-

íses da América Central está sendo afetada pela ferrugem. Como a Or-ganização tem se posicionado nesse caso para tentar ajudar a minimizar esse tipo de problema?

Eu visitei cinco países centro-ame-ricanos afetados pelo atual surto de ferrugem do café, em cumprimento da Resolução 451 do Conselho In-ternacional do Café, que determina que os Membros da OIC mostrarão liderança no enfrentamento desta importante questão e apoio às ações nacionais e regionais que os mem-bros centro-americanos vêm empre-endendo para combater a ferrugem do café. Os membros da OIC devem também apelar aos membros da co-munidade internacional para que, por meio de mecanismos de coopera-ção pertinentes, ofereçam assistência aos países afetados. Entre os meios de assistência pode-se citar capacitação técnica, intercâmbio de informações e melhores práticas, assim como dis-ponibilização de variedades de café resistentes à ferrugem. A Secretaria da OIC deve apoiar os países afetados com o propósito de enfrentar a crise causada pela ferrugem do café.

Nos últimos anos, observa-se uma verdadeira explosão de redes de ca-

feterias, o que tem mudado o cenário do consumo de café no Brasil e no mundo. A que a OIC atribui essa ex-pansão e como avalia esse fenômeno particularmente no Brasil?

Esse aumento pode ser atribuído à demanda cada vez maior nos merca-dos emergentes, ao consumo interno crescente nos países exportadores e à resiliência do consumo de café à atual crise econômica. No Brasil, o crescimento econômico, combinado com melhor distribuição de renda e taxas de desemprego relativamente baixas, tem estimulado o crescimen-to do consumo de café. Em muitos outros países também a proliferação das cafeterias é uma prova do dina-mismo do consumo.

Pesquisas no Brasil e em outros

países apontam benefícios do café para a saúde humana: a bebida atua na prevenção de doenças físicas, mentais e neurodegenerativas. En-tre elas, diabetes, osteoporose, asma, alcoolismo, depressão e obesidade, Parkinson e Alzheimer. Também melhora a atenção, a memória e o aprendizado escolar. Sabe-se ainda que a bebida contem, além da cafeí-na, diversas substâncias importantes para o organismo, como minerais, niacina, antioxidantes, ácidos cloro-gênicos e quinídeos. De que forma a OIC está aproveitando esses atribu-tos positivos do café para estimular o consumo mundial?

Sem sombra de dúvida, um obs-táculo ao aumento do consumo são os temores, especialmente em cer-tos países, acerca dos efeitos do café para a saúde. No entanto, há hoje um

“A Secretaria da OIC

deve apoiar os países

afetados com o propósito

de enfrentar a crise causada pela ferrugem

do café”

volume considerável de informações científicas sobre uma série de efeitos positivos do consumo de café em di-versas áreas. A divulgação dessas in-formações pode contribuir de forma significativa para a expansão mun-dial do consumo. A OIC e a Federação Nacional dos Cafeicultores da Colôm-bia realizaram seminário sobre o café e a saúde em Cartagena, Colômbia, em setembro de 2003. O evento reu-niu cientistas dos países produtores e consumidores e contou com a pre-sença de cerca de 250 participantes de 60 países. A OIC disponibiliza no seu site uma página chamada “Café e Saúde” com informações atualizadas sobre as pesquisas mais recentes e sempre que possível enfatiza os efei-tos benéficos do café.

Por último, numa avaliação geral,

quais as perspectivas que a OIC vis-lumbra para o futuro da cafeicultura no Brasil e no mundo?

É importante notar também que o mercado interno dos países produto-res tem crescido muito nos últimos 20 anos e, dentro desse segmento, o Brasil é destaque absoluto. Ele cami-nha a largos passos para ultrapassar os EUA nos próximos cinco anos e se tornar o maior consumidor de café do mundo. No contexto de seu programa de atividades, a Organização mantém um programa contínuo de cooperação técnica com a FAO, em particular para a elaboração de modelo econométrico para o setor cafeeiro mundial. Em re-sultado desse exercício colaborativo, a FAO preparou projeções revisadas relativas ao café, contidas no docu-mento “Perspectivas para o merca-

do cafeeiro 2010/2019” (http://dev.ico.org/documents/icc-106-11p-ou-tlook-2010-1019.pdf), para emprego como marco referencial pelos formu-ladores de políticas.

Gostaria de acrescentar informa-

ções ou comentários não abordados ainda nesta entrevista?

Gostaria de aproveitar a opor-tunidade e convidar os leitores a visitarem o site da OIC. Páginas constantemente atualizadas in-cluem informações sobre qualidade, saúde, participação no AIC de 2007, documentos correntes e históricos, relatórios mensais sobre o mercado cafeeiro e muito mais. Destacam-se a Seção de Informação (http://ico.heritage4.com/), que tem por meta constituir um provedor essencial de serviços de informação para a comunidade cafeeira global. Só em 2012 ela respondeu a mais de 2 mil consultas, provindas de uma rede global de usuários pertencentes ao

“O mercado interno dos países produtores tem crescido muito nos últimos 20 anos e, dentro desse segmento, o Brasil é destaque absoluto”

setor, ao mundo acadêmico, a or-ganizações não-governamentais e à mídia, recebeu mais de 532 mil visitas virtuais e deu apoio às ati-vidades da própria Organização. A pesquisa continua a ser um impor-tante elemento dos serviços da Se-ção e tem-se concentrado em uma série de tópicos como, por exemplo, gestão de risco, sustentabilidade, certificação, aplicações da ecolo-gia à cafeicultura, obstáculos ao consumo, reexportações e o mer-cado do café solúvel. Outro recurso inestimável é a Seção de Estatísti-ca (http://dev.ico.org/coffee_prices.asp?section=Estatística). A vasta série de dados estatísticos históri-cos da OIC sobre café compreende dados anuais, trimestrais, mensais e diários, que remontam a 1964, re-lativos a exportações, importações, preços de mercado, preços pagos aos produtores, produção e estoques nos países exportadores e importadores. O valor do inigualável banco de da-dos da OIC é reconhecido por ana-listas de mercado, pesquisadores e pessoas ligadas ao mundo acadêmi-co, que o consultam frequentemente para formular seus documentos téc-nicos, modelos econométricos e es-tudos sobre o mercado cafeeiro. As autoridades cafeeiras também usam especificamente os preços indicati-vos dos grupos de café da OIC como base para a determinação de paga-mentos aos cafeicultores nos países produtores. Nos órgãos governamen-tais de comércio de países do mundo todo, por sua vez, as séries de dados da OIC são usadas no preparo de re-latórios estatísticos sobre o café.

Page 21: Nº185 1 - ABIC · anos deste organismo e sua importância na atualidade. Uma ótima leitura, sempre com excelentes cafés! EXPEDIENTE O Jornal do Café é uma publicação da Associação

JORNAL DO CAFÉ - Nº185 | 4140 | JORNAL DO CAFÉ - Nº185

ESPECIAL

CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DO MAIOR PESQUISADOR DE CAFÉ DO MUNDO

Carla Gomes Assessora de imprensa do IAC

A simplicidade se mistura à sumidade e o resultado é perene. Tem-se o parcial retrato do doutor Alcides Carvalho, o maior melhorista e geneticista de café

do mundo, que completou cem anos dia 20 de setembro de 2013. A longevidade ainda se soma ao rigor científico e à sensibilida-de, que o habilitava a diferenciar espécies de cafés pelo aroma exalado pelas f loradas.

O pesquisador de café e formador de cientistas dedicou sua existência à cafei-cultura. É responsável por absolutamente todas as 65 cultivares de café desenvol-vidas pelo Instituto Agronômico (IAC), de Campinas, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, onde traba-lhou por 58 anos, até falecer em abril de 1993. Esses materiais hoje ocupam cerca de 90% dos cafeeiros do tipo arábica do Brasil. Pelo reconhecimento à sua paixão pela pesquisa cafeeira, foi considerado, por ocasião de sua aposentadoria compulsó-ria, em 1983, servidor emérito do Estado. Esse título é concedido pelo governador do Estado e permitiu que ele continuasse por mais dez anos os estudos e a formação de novos pesquisadores.

Piracicabano, de trato simples e bas-

tante acessível, arrumava tempo em seu dia cheio de trabalho para receber em sua sala desde vice--presidente do Brasil até pequenos cafeicultores que vinham buscar informações no Instituto.

Doutor Alcides chegava cedo à fazenda Santa Elisa, em Campinas, trocava o sapato pelo calçado de ir a campo, botava o chapéu e partia para os experimentos no cafezal. No período da tarde, o trabalho se dava na sala, analisando as informações levantadas a céu aberto. Quem con-viveu com ele, relata que não deixa-va nada para depois. As dúvidas dos novos pesquisadores eram sanadas na hora em que eram expostas.

O pesquisador do IAC, Oliveiro Guerreiro Filho, conviveu com o mestre de maio de 1982 a outubro de 1990, quando foi fazer doutorado. “Comecei como estagiário no IAC e o doutor Alcides me colocou em uma mesinha na sala dele, devo minha formação profissional a ele”, lembra Guerreiro, que à época tinha a idade da filha mais velha do orientador. Atencioso e dedicado à formação de novos pares, levou Guerreiro até a Unicamp e apresentou-o para alguns professores para que ele pudesse as-sistir a algumas aulas. Queria que o novo estagiário pudesse comple-mentar sua formação acadêmica na área de biologia. “Ele era uma pessoa

Doutor Alcides Carvalho (1913-1993) dedicou a vida à ciência

Page 22: Nº185 1 - ABIC · anos deste organismo e sua importância na atualidade. Uma ótima leitura, sempre com excelentes cafés! EXPEDIENTE O Jornal do Café é uma publicação da Associação

JORNAL DO CAFÉ - Nº185 | 4342 | JORNAL DO CAFÉ - Nº185

muito simples, dedicado, rigoroso e muito generoso”, lembra.

O doutor Alcides era assim. Um líder científico nato. Fez escola. Formou muitos pesquisadores, qua-tro dos quais continuam até hoje na equipe do IAC. Além de Guerreiro, os outros felizardos são Hercula-no Penna Medina Filho, Luiz Car-los Fazuoli, já aposentado, e Maria Bernadete Silvarolla. A continuida-de de seus trabalhos transformou a Seção de Genética do Instituto Agronômico no mais importante centro de genética e melhoramento do cafeeiro do mundo.

O melhorista assinava a revista Science, uma das mais prestigiadas revistas científicas do mundo. Sema-nalmente, lia a publicação e marcava com asterisco os artigos que julgava mais relevantes e passava-os para os demais pesquisadores lerem. No dia seguinte, conversava com cada um sobre os assuntos. “A gente tinha que ler”, lembra Guerreiro.

Esses relatos demonstram que doutor Alcides não era apenas um pesquisador de excelência, que se antecipava aos problemas da cafeicultura para gerar soluções antes de os desafios alcança-rem os cafezais brasileiros. Era um en-tusiasta da ciência. Em cultura perene, como o café, que exige cerca de 20 anos para chegar a uma nova cultivar, esse perfil confirma mais uma vez a riqueza do ser humano Alcides Carvalho. Ele sabia que a continuidade dos estudos dependia do desenvolvimento de nova equipe. E se dedicou também a isso.

Doutor Alcides era reconhecido no Brasil e no mundo. Guerreiro con-ta que quando esteve na França, fazendo doutorado, uma senhora, documentalista do Instituto de Pes-quisa do Café e Cacau, perguntou a ele sobre a revista Bragantia, do IAC. Ele respondeu que estava bem e perguntou se ela conhecia a revis-ta. Ela disse que sim e que devia sua vida profissional à publicação, pois foi contratada para traduzir para o francês os artigos do doutor Alcides, para que os pesquisadores da França pudessem lê-los. Esse fato demons-tra toda a credibilidade conquistada pelo pesquisador do IAC.

De acordo com Guerreiro, todas as cultivares do Instituto tiveram ação do precursor, mesmo as mais recen-tes, pois os cruzamentos iniciais foram feitos sob a liderança desse agrônomo formado pela Escola Su-perior de Agricultura “Luiz de Quei-roz”, em 1934. “O desenvolvimento social e econômico do Brasil deve muito ao trabalho do doutor Alcides’, diz. As primeiras seleções da culti-var Mundo Novo foram lançadas em 1952 e as de Catuaí, em 1972. Essas duas representam hoje cerca de 90% do café do tipo arábica cultivado no Brasil. “São resultados muito ex-pressivos, o programa de melhora-mento teve início em 1932 e em 20 anos ele conseguiu lançar cultivares que são plantadas até hoje”, afirma.

A qualidade científica do doutor Alcides se somava à estratégia de antever os desafios e preparar so-luções. Foi assim com a ferrugem. Ele iniciou os estudos em 1950,

O desenvolvimento social e econômico

do Brasil deve muito ao trabalho do doutor Alcides

duas décadas antes de a doença chegar ao Brasil. Os trabalhos en-volviam parceria com o Centro de Investigação das Ferrugens do Ca-feeiro, de Portugal. “Ele tinha cer-teza que a ferrugem chegaria aqui, pois dominava o conhecimento so-bre a dispersão do fungo”, diz.

A qualidade desses materiais so-mada à capacitação dos cafeiculto-res explica a permanência do culti-vo dessas cultivares pioneiras, que são suscetíveis às principais pragas e doenças. Nos últimos anos, o IAC desenvolveu cultivares com carac-terística de resistência. Em 1992, lançou a Icatu, de porte alto e re-sistente à ferrugem. Em 2000, foi a vez da Tupi e Obatã, de porte baixo e igualmente resistentes. Entretanto, novas raças do fungo quebraram a resistência e tornaram suscetíveis as cultivares. A equipe do café do IAC sempre recomenda que os novos ma-teriais sejam inicialmente plantados em pequena escala. O aumento da

área deve ocorrer conforme o com-portamento das plantas.

Dentre as dezenas de reconhecimen-tos ao longo da carreira, destacam-se o título de Doutor “Honoris Causa”, da Escola Superior de Agricultura “Luis de Queiroz”/USP, em 1976, o Prêmio Nacional de Ciências e Tecnologia, do Conselho Nacional de Desenvolvimen-to Científico e Tecnológico (CNPq), em 1982, o título de Agrônomo do Cen-tenário do Instituto Agronômico, em 1987, o Grau Comendador conferido pela Presidência da República, em 1987, o Fellow, pela American Asso-ciation for the Advancement of Scien-ce, em 1991, e o reconhecimento e ho-menagem do Governo da Costa Rica e dos cafeicultores brasileiros, em 1993.

Doutor Alcides deixa — além de todos os materiais de café — o re-conhecimento e a admiração de seus pares, a quem também serve de estímulo e inspiração. Os apai-xonados pelo café no Brasil e no mundo agradecem.

Page 23: Nº185 1 - ABIC · anos deste organismo e sua importância na atualidade. Uma ótima leitura, sempre com excelentes cafés! EXPEDIENTE O Jornal do Café é uma publicação da Associação

JORNAL DO CAFÉ - Nº185 | 4544 | JORNAL DO CAFÉ - Nº185

CAMPANHA 3 CORAÇÕESPequenos detalhes são capazes de trans-

formar o dia a dia, como dar uma pausa na correria para tomar uma xícara de café sozinho ou com quem a gente gosta. Essa foi a essência da nova campanha do Café 3 Corações, que convidava os consumidores a se apaixonarem pela própria rotina, veicu-lada nacionalmente até o início de outubro. Criado pela agência Santa Clara e produzido pela O2 Filmes, o comercial falava sobre a paixão que envolve o dia a dia de quatro personagens: um piloto, uma professora, um músico e uma mãe. Em todos eles, estava

presente a missão do Café 3 Corações de fazer com que cada um se apaixonasse pela própria rotina. “A paixão é uma força motivadora que pode transformar o jeito de encararmos até os detalhes mais comuns do nosso dia a dia”, diz a diretora geral de planejamento da Santa Clara, Marília Barrichello.

Com versões de 30 e 5 segundos, a campanha estreou no ‘Criança Esperança 2013’, um projeto da Rede Globo e Unesco que vai ao encontro do que a marca se propõe: transformar a vida e a rotina de milhares de crianças em todo o Brasil. “O Criança Esperança é um smart-buy media. Além de associar a marca 3 Corações a uma nobre causa endossa-da por todo o casting da emissora durante o mês de agosto, a colocação premium das vinhetas e comerciais valorizam ainda mais parceria do anunciante com a emissora”, destaca o diretor geral de mídia da Santa Clara, Márcio Zorzella.

COFFEE BREAKMONOARABICA ILLY

A Illycaffè lançou no 8º Espaço Café Brasil, durante a Semana Internacional do Café, ocorrida em setembro em Belo Horizonte, o seu Monoarabica, blend exclusivo 100% arábica de uma única região, que na feira mineira foi apresentado em três versões: Brasil, Guatemala e Etiópia. O illycrema, um cremoso café com leite gelado, foi outra novidade que a torrefadora apresentou.

O sabor intenso é a principal qualidade do Monoarabica Brasil, que vem do Cerrado Mineiro. Encorpado e com aroma profundo, seu gosto aveludado dá ao paladar uma duradoura sensação agradável. O Monoarabica Etiópia, cultivado em uma região rica em florestas, tem traço suave e seus sabores doces e amargos coexistem com os agudos, em perfeita harmonia. Já o Monoarabica Guatemala, original de um território montanhoso, é imediatamente reconhecível por sua doçura e equilíbrio, enri-quecida por uma variedade de aromas, entre os quais se desta-cam os de chocolate, caramelo, frutas cítricas e mel.

ALTA MOGIANA RECEBE REGISTRO DE INDICAÇÃO GEOGRÁFICAO INPI concedeu no dia 17 de setembro o registro de Indicação

Geográfica para a região da Alta Mogiana, localizada ao norte do estado de São Paulo e uma das regiões brasileiras mais tra-dicionais na atividade de produção de café, conhecida pela alta qualidade dos seus grãos.

A Indicação Geográfica (IG) atesta a procedência regional e a qualidade de um produto, garantindo proteção e diferenciação no mercado. O certificado garante maior credibilidade do produto junto ao mercado e, ao mesmo tempo, potencializa o seu valor comercial.

A região da Alta Mogiana foi contemplada com o registro de In-dicação de Procedência, que é uma modalidade de IG que se refere ao nome do local que se tornou conhecido por produzir, extrair ou fabricar determinado produto ou prestar determinado serviço.

O registro conferido pelo INPI para a região da Alta Mogiana foi publicado na edição nº 2228 da Revista da Propriedade Indus-trial (RPI), em 17 de setembro de 2013.

LOJA ON-LINE UTAMDando continuidade ao plano de crescimento e investimentos, a Café Utam, de Ribeirão Preto (SP), lançou dia 26 de

setembro mais uma novidade: a sua loja on-line, (http://loja.utam.com.br/). Todo o portfólio da Utam como cafés torra-dos e moídos, café solúvel, cappuccinos e sachês personalizados, além da linha voltada ao food-service estão disponí-veis no site de compras. Na loja online também é possível encontrar os diversos modelos de máquinas de café ‘espresso’, representadas pela Utam, e toda a linha de produtos voltado para baristas, incluindo os itens da fabricante francesa Monin – parceira da Utam -, usados na preparação de drinques e cafés especiais. A nova linha Utam Uno, lançada re-centemente, de cápsulas de monodoses também podem ser compradas através do site, assim como as máquinas. A loja online faz entrega em todo o País e oferece a opção de parcelamento em seis vezes, com o valor mínimo de R$ 30,00.

Segundo a diretora da Café Utam, Ana Carolina Soares de Carvalho, a ação faz parte do planejamento estratégico da companhia e oferece um incremento ao setor de vendas. “Nossa ideia é estar cada vez mais próximo ao consumidor final de forma a oferecer vantagens na compra de nossos produtos”. De acordo com a diretora, a empresa vem cumprindo com o objetivo de aumentar cada vez mais os canais de interatividade e relacionamento com o público consumidor final, ofe-recendo acesso a seus produtos para consumidores que estão fora da área de atuação de seus representantes comerciais.

SPOT COFFEEA Cory, indústria de candies que está há

42 anos e que tem fábricas em Ribeirão Pre-to (SP) e em Arceburgo (MG), acaba de lançar a bala Spot Coffee, que já está à disposição dos consumidores em todo o território na-cional. Para desenvolver o novo produto, a empresa realizou pesquisas para apurar jun-to ao público-alvo (adultos) as expectativas para o lançamento de uma bala de café no mercado. A partir dos resultados, três protó-tipos foram desenvolvidos com as caracte-rísticas solicitadas. Depois, em parceria com o ITAL (Instituto de Tecnologia de Alimen-tos), sediado em Campinas, testes sensoriais com consumidores e especialistas avaliaram o desempenho do produto.

“Os resultados indicaram ótima aceitação no mercado, com alta apreciação de aro-ma, formato e doçura. O café é um produto que tem se sofisticado nos últimos anos, e o consumo de produtos à base do grão cresce ano a ano. Sempre antenada com as demandas de mercado, a Cory detectou esta oportunidade e topou o desafio de lançar não apenas mais uma bala, mas sim a me-lhor no varejo com café solúvel na fórmu-la”, comenta Ricardo Fernandes, gerente de marketing da empresa.

Para a embalagem, a Cory criou uma imagem sofisticada e que transmite o con-ceito vintage também na logomarca. A Spot Coffee é comercializada nas versões flowpack, com 100 unidades, e drops, em displays com 10 sticks. A bala ainda será vendida em países como Angola, Uruguai, Argentina e Paraguai.

Foto

: D

ivul

gaçã

o

Foto

: D

ivu

lgaç

ão

Foto

: D

ivul

gaçã

o

Page 24: Nº185 1 - ABIC · anos deste organismo e sua importância na atualidade. Uma ótima leitura, sempre com excelentes cafés! EXPEDIENTE O Jornal do Café é uma publicação da Associação

JORNAL DO CAFÉ - Nº185 | 4746 | JORNAL DO CAFÉ - Nº185

OPINIÃO DO TORREFADOR

ABIC: CONQUISTAS E DESAFIOS

Jocely Dantas de Andrade Filho Café Serra Grande(Sobral / CE) e Presidente do SindCafé – CE

A ABIC tem um papel importan-tíssimo e é, sem dúvida, uma das principais entidades do setor produtivo do País. Par-

ticipamos da vida da ABIC antes mesmo da sua fundação, a qual ajudamos a criar, e realizamos, em junho de 1974, em Fortaleza, o 1º Concafé. Esse evento, promo-vido pelo Sindicato das Indústrias de Torrefação e Moagem de Café no Estado do Ceará (SindCafé – CE), tendo à frente o saudoso ex--presidente Hélio Guedes, em con-junto com a recém-criada ABIC, é um marco histórico. Dele resultou a Carta de Fortaleza, documento que estabeleceu as metas que a ABIC deveria seguir e sua filosofia como entidade: uma atuação sem-pre em defesa do consumidor e da liberdade de mercado.

Como representante nacional das aspirações e demandas dos sindicatos e associações regionais ou estaduais, a ABIC tem, ao longo desses 40 anos, cumprido as metas iniciais. Prova disso são os diver-

sos programas lançados e mantidos pela entidade, iniciados com o pio-neiro Selo de Pureza, que efetiva-mente contribuíram e contribuem para o crescimento do consumo.

Paralelamente ao andamento das questões nacionais, um importan-te trabalho que a ABIC realiza são as reuniões regionais, quando to-dos têm a oportunidade de discutir assuntos mais localizados, como o da concorrência, que tem penaliza-do as pequenas e médias indústrias regionais. São empresas locais, que têm de disputar, com grandes in-dústrias e até multinacionais, espa-ço nos supermercados.

Acredito que a ABIC possa reali-zar algum trabalho que ajude as pe-quenas e médias empresas a terem um tratamento diferenciado por parte do varejo. A valorização das marcas locais pelos supermercados e pelos consumidores é necessária, pois, além de reconhecimento, é a garantia de sobrevivência de inú-meras empresas que geram renda e emprego na própria região.

Enfim, demandas nunca falta-rão, mas a ABIC, ouvindo seus pa-res, sempre buscará e encontrará as melhores soluções. Vida longa à nossa entidade e parabéns pelos seus 40 anos.

É a garantia de sobrevivência de inúmeras

empresas que geram renda

e emprego na própria região

Page 25: Nº185 1 - ABIC · anos deste organismo e sua importância na atualidade. Uma ótima leitura, sempre com excelentes cafés! EXPEDIENTE O Jornal do Café é uma publicação da Associação

48 | JORNAL DO CAFÉ - Nº185